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Curso de processo penal - 23ed. - assindelp.org.brassindelp.org.br/files/conteudo_arquivo/12005/fernando-capez... · Inafastabilidade (ou princípio do controle jurisdicional) 2.6.5

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ISBN 978-85-472-0164-7

Capez, FernandoCurso de processo penal / Fernando Capez. 23. ed. So Paulo : Saraiva, 2016.1. Processo penal 2. Processo penal - Jurisprudncia - Brasil I. Ttulo.CDU-343.1

ndices para catlogo sistemtico:

1. Processo penal : Direito penal 343.1

Direo editorial Luiz Roberto CuriaGerncia editorial Thas de Camargo Rodrigues

Assistncia editorial Poliana Soares AlbuquerqueCoordenao geral Clarissa Boraschi Maria

Preparao de originais Maria Izabel Barreiros Bitencourt Bressan e Ana CristinaGarcia (coords.) |

Projeto grfico Mnica LandiArte e diagramao Jessica Siqueira

Reviso de provas Amlia Kassis Ward e Ana Beatriz Fraga Moreira (coords.) |Wilson Imoto

Converso para E-pub Guilherme Henrique Martins SalvadorServios editoriais Elaine Cristina da Silva | Kelli Priscila Pinto | Marlia Cordeiro

Capa Roney Camello

Data de fechamento da edio: 26-11-2015

Dvidas?

Acesse www.editorasaraiva.com.br/direito

Nenhuma parte desta publicao poder ser reproduzida por qualquer meio ouforma sem a prvia autorizao da Editora Saraiva. A violao dos direitos autorais crime estabelecido na Lei n. 9.610/98 e punido pelo artigo 184 do Cdigo Penal.

http://www.editorasaraiva.com.br/direito

SUMRIO

Sobre o Autor

ABREVIATURAS

PREFCIO

1. INTRODUO

1.1. Conceito de processo penal

1.2. O processo penal e o direito de punir

1.3. Contedo do processo penal

2. JURISDIO

2.1. Interesse, pretenso, conflitos de interesse e litgio

2.2. Autotutela

2.3. Autocomposio

2.4. A interveno de terceiro, a mediao e o processo

2.5. Caractersticas da jurisdio

2.5.1. Substitutividade

2.5.2. Escopo de atuao do direito

2.5.3. Inrcia

2.5.4. Imutabilidade (ou definitividade)

2.5.5. Lide

2.6. Princpios prprios da jurisdio

2.6.1. Investidura

2.6.2. Indelegabilidade

2.6.3. Inevitabilidade

2.6.4. Inafastabilidade (ou princpio do controle jurisdicional)

2.6.5. Juiz natural

2.7. Finalidades da jurisdio

2.8. Espcies de jurisdio

2.9. Jurisdio necessria

3. PROCESSO

3.1. Processo, procedimento e relao jurdica processual

3.2. Elementos identificadores da relao processual

3.2.1. Sujeitos processuais

3.2.2. Objeto da relao processual

3.2.3. Pressupostos processuais

3.3. Formas do procedimento

3.4. Princpios gerais informadores do processo

3.4.1. Imparcialidade do juiz

3.4.2. Igualdade processual

3.4.3. Contraditrio

3.4.4. Ampla defesa

3.4.5. Da ao ou demanda

3.4.6. Da disponibilidade e da indisponibilidade

3.4.7. Oficialidade

3.4.8. Oficiosidade

3.4.9. Da verdade formal ou dispositivo

3.4.10. Da verdade material ou da livre investigao das provas

3.4.11. Do impulso oficial

3.4.12. Da persuaso racional do juiz

3.4.13. Da motivao das decises judiciais

3.4.14. Publicidade

3.4.15. Lealdade processual

3.4.16. Economia processual

3.4.17. Celeridade processual

3.4.18. Duplo grau de jurisdio

3.4.19. Juiz natural

3.4.20. Promotor natural

3.5. Pretenso punitiva

3.6. Princpios informadores do processo penal

3.6.1. Verdade real

3.6.2. Legalidade

3.6.3. Oficialidade

3.6.4. Oficiosidade

3.6.5. Autoritariedade

3.6.6. Indisponibilidade

3.6.7. Publicidade

3.6.8. Contraditrio

3.6.9. Iniciativa das partes (ne procedat judex ex officio)

3.6.10. Ne eat judex ultra petita partium

3.6.11. Identidade fsica do juiz

3.6.12. Devido processo legal

3.6.13. Inadmissibilidade das provas obtidas por meios ilcitos

3.6.14. Estado de inocncia

3.6.15. Favor rei

3.6.16. Brevidade processual

3.6.17. Promotor natural

3.7. Tipos de processo penal

3.7.1. Acusatrio

3.7.2. Inquisitivo

3.7.3. Misto

4. EFICCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO TEMPO

5. EFICCIA DA LEI PROCESSUAL PENAL NO ESPAO

6. IMUNIDADES

6.1. Imunidades diplomticas

6.2. Imunidades parlamentares4.

6.3. Imunidade material

6.4. Imunidade processual

6.5. Imunidade prisional

6.6. Do foro especial por prerrogativa de funo

6.7. Prerrogativa de foro de outras autoridades

6.8. Imunidade para servir como testemunha

6.9. Imunidades parlamentares e estado de stio

6.10. Vigncia e retroatividade da EC n. 35/2001

6.11. Imunidade penal temporria do presidente da Repblica

7. INTERPRETAO DA LEI PROCESSUAL PENAL

7.1. Conceito

7.2. Espcies

7.3. Interpretao da norma processual

7.4. Formas de procedimento interpretativo

8. ANALOGIA

8.1. Conceito

8.2. Fundamento

8.3. Natureza jurdica

8.4. Distino

8.5. Espcies

8.6. Norma processual

9. FONTES DO DIREITO PROCESSUAL PENAL

9.1. Conceito

9.2. Espcies

9.3. Fonte de produo

9.4. Fonte formal

9.5. Costume

9.6. Princpios gerais do direito

9.7. Lei processual

10. INQURITO POLICIAL

10.1. Conceito

10.2. Polcia judiciria

10.3. Competncia e atribuio

10.4. Finalidade

10.5. Inquritos extrapoliciais

10.6. Caractersticas

10.6.1. Procedimento escrito

10.6.2. Sigiloso

10.6.3. Oficialidade

10.6.4. Oficiosidade

10.6.5. Autoritariedade

10.6.6. Indisponibilidade

10.6.7. Inquisitivo

10.7. Valor probatrio

10.8. Vcios

10.9. Juizados especiais (Lei n. 9.099/95)

10.10. Dispensabilidade

10.11. Incomunicabilidade

10.12. Notitia criminis

10.13. Incio do inqurito policial

10.13.1. Crime de ao penal pblica incondicionada (CPP, art. 5, I e II, 1, 2 e 3)

10.13.2. Crime de ao penal pblica condicionada (CPP, art. 5, 4)

10.13.3. Crime de ao penal privada (CPP, art. 5, 5)

10.14. Peas inaugurais do inqurito policial

10.15. Providncias

10.16. Indiciamento

10.17. Indiciado menor

10.18. Encerramento

10.19. Prazo

10.20. Prazos especiais

10.21. Contagem do prazo

10.22. Arquivamento

10.23. Investigaes criminais presididas diretamente pelo representante doMinistrio Pblico

11. AO PENAL

11.1. Conceito

11.2. Caractersticas

11.3. Espcies de ao penal no direito brasileiro

11.4. As condies da ao penal

11.4.1. Possibilidade jurdica do pedido

11.4.2. Interesse de agir

11.4.3. Legitimao para agir

11.5. Ao penal pblica incondicionada: titularidade e princpios

11.5.1. Titularidade

11.5.2. Princpio da obrigatoriedade

11.5.3. Princpio da indisponibilidade

11.5.4. Princpio da oficialidade

11.5.5. Princpio da autoritariedade

11.5.6. Princpio da oficiosidade

11.5.7. Princpio da indivisibilidade

11.5.8. Princpio da intranscendncia

11.5.9. Princpio da suficincia da ao penal

11.6. Ao penal pblica condicionada

11.6.1. Conceito

11.6.2. Ao penal pblica condicionada representao

11.6.3. Crimes cuja ao depende de representao da vtima ou de seurepresentante legal

11.6.4. Natureza jurdica da representao

11.6.5. Titular do direito de representao

11.6.6. Prazo

11.6.7. Forma

11.6.8. Destinatrio

11.6.9. Irretratabilidade

11.6.10. No vinculao

11.6.11. Ao penal pblica condicionada requisio do ministro da justia

11.6.12. Ao penal nos crimes contra a dignidade sexual

11.6.12.1. Regra: a ao ser pblica condicionada representao doofendido, includo o estupro cometido com violncia real

11.6.12.2. Superao da Smula 608 do STF

11.6.12.3. Casos excepcionais de ao penal pblica incondicionada

11.6.13. Ao penal nos crimes de violncia domstica e familiar contra amulher Lei n. 11.340, de 7 de agosto de 2006

11.7. Ao penal privada: conceito, fundamento e princpios

11.7.1. Conceito

11.7.2. Fundamento

11.7.3. Titular

11.7.4. Princpio da oportunidade ou convenincia

11.7.5. Princpio da disponibilidade

11.7.6. Princpio da indivisibilidade

11.7.7. Princpio da intranscendncia

11.8. Ao penal privada: espcies

11.8.1. Exclusivamente privada, ou propriamente dita

11.8.2. Ao privada personalssima

11.8.3. Subsidiria da pblica

11.8.4. Ao penal secundria

11.9. Crimes de ao penal privada no Cdigo Penal

11.10. Prazo da ao penal privada

11.11. Distino entre prazo penal e prazo processual

11.12. Taxa judiciria na ao penal privada

12. DENNCIA E QUEIXA

12.1. Conceito

12.2. Requisitos: art. 41 do Cdigo de Processo Penal

12.3. Omisses

12.4. Prazo para a denncia (CPP, art. 46)

12.5. Prazo para a queixa (CPP, art. 38)

12.6. Aditamento da queixa

12.7. Rejeio da denncia ou queixa: art. 395 do CPP

12.7.1. Inpcia da denncia ou queixa

12.7.2. Ausncia de pressuposto processual

12.7.3. Ausncia de condio para o exerccio da ao penal

12.7.4. Ausncia de justa causa para o exerccio da ao penal

12.8. Fundamentao no recebimento

12.9. Recurso

12.10. Absolvio sumria

12.11. Rejeio posterior da denncia recebida

13. AO CIVIL EX DELICTO

14. SUJEITOS PROCESSUAIS

14.1. Juiz penal

14.2. Prerrogativas e vedaes

14.3. Ministrio Pblico

14.4. Prerrogativas e vedaes

14.5. Princpios art. 127, 1, da Constituio Federal

14.5.1. Unidade e indivisibilidade

14.5.2. Independncia

14.5.3. Autonomia funcional e administrativa (art. 127, 2, da CF/88)

14.6. Querelante

14.7. Acusado

14.8. Identificao

14.9. Presena, direito ao silncio e revelia

14.10. Outras garantias fundamentais

14.11. Defensor

14.12. Defensor constitudo

14.13. Defensor dativo

14.14. Curador

14.15. Assistente

14.16. Ministrio Pblico e ao penal privada

14.17. Funes do assistente: natureza jurdica

14.18. Admisso

14.19. Atividades do assistente

14.20. Prazo para interpor recurso

15. COMPETNCIA

15.1. Conceito de jurisdio

15.2. Origem etimolgica da palavra jurisdio

15.3. Princpios da jurisdio

15.4. Caractersticas da jurisdio

15.5. Competncia

15.6. Conceito de competncia

15.7. Espcies de competncia

15.8. Como saber qual o juzo competente?

15.9. Outros critrios para se saber qual o juiz competente

15.10. Diferena entre competncia material e competncia funcional

15.11. Competncia absoluta e relativa

15.12. Prorrogao de competncia necessria e voluntria

15.13. Delegao de competncia

15.14. Competncia ratione materiae na Constituio Federal

15.15. Competncia pelo lugar da infrao: teoria adotada e regras especiais

15.16. Competncia pelo domiclio ou residncia do ru

15.17. Competncia pela natureza da infrao

15.17.1. Federalizao das causas relativas a direitos humanos. Do incidentede deslocamento de competncia (EC n. 45/2004)

15.17.2. Do Tribunal Penal Internacional. Competncia para julgar genocdio,crimes de guerra, contra a humanidade e de agresso (EC n. 45/2004)

15.18. Competncia por distribuio

15.19. Competncia por conexo

15.19.1. Espcies de conexo

15.20. Competncia por continncia

15.21. Foro prevalente

15.22. Separao de processos

15.23. Competncia por preveno

15.24. Perpetuatio jurisdictionis

16. PRISO

16.1. Introduo: novas regras da Lei n. 12.403/2011

16.1.1. Finalidade das novas regras da priso provisria

16.1.2. Priso provisria: imprescindibilidade

16.1.3. Hipteses de priso provisria: ser preso e permanecer preso

16.1.4. Carter excepcional da priso preventiva: restrio de hipteses paraseu cabimento e natureza subsidiria como providncia cautelar

16.1.5. Reviso obrigatria de todos os casos de priso provisria

16.1.6. Modificaes operadas no instituto da fiana

16.1.7. Aplicao da lei processual penal no tempo

16.2. Conceito

16.3. Espcies de priso

16.4. Mandado de priso

16.5. Priso em domiclio

16.6. Priso em perseguio

16.7. Priso fora do territrio do juiz

16.8. Custdia

16.9. Uso de algemas

16.10. Priso especial

16.11. Priso provisria domiciliar

16.12. Priso em flagrante

16.12.1. Espcies de flagrante

16.12.2. Flagrante nas vrias espcies de crimes

16.12.3. Sujeitos do flagrante

16.12.4. Auto de priso em flagrante

16.12.5. Modificaes operadas pela Lei n. 12.403/2011: reflexos na priso emflagrante

16.12.6. Relaxamento da priso em flagrante pela prpria autoridade policial

16.12.7. Priso em flagrante por apresentao espontnea

16.12.8. Audincia de custdia

16.13. Priso preventiva

16.13.1. Conceito

16.13.2. Natureza

16.13.3. Presuno da inocncia e priso cautelar

16.13.4. Pressupostos para a priso preventiva: fumus boni iuris

16.13.5. Requisitos para a priso preventiva: periculum in mora

16.13.6. Hipteses de cabimento da priso preventiva

16.13.7. Momento para a decretao da priso preventiva

16.13.8. Recurso contra a deciso que decretar a priso preventiva

16.13.9. Modalidades de priso preventiva: autnoma; transformada ouconvertida; e substitutiva ou subsidiria

16.13.10. Priso preventiva domiciliar

16.13.11. Priso preventiva, medidas cautelares e detrao penal

16.13.12. Prazo para concluso do inqurito policial no caso de indiciadopreso

16.13.12.1. Termo inicial do prazo na hiptese de converso do flagrante empreventiva

16.13.13. Converso do flagrante em priso preventiva, sem oferecimento dadenncia: possibilidade

16.13.14. Fundamentao

16.13.15. Revogao

16.13.16. Momentos processuais em que a priso preventiva dever sernecessariamente revista

16.14. Priso temporria

16.15. Medidas cautelares

16.15.1. Pressupostos constitucionais: necessidade e adequao

16.15.2. Carter subsidirio da preventiva: preponderncia das medidascautelares alternativas

16.15.3. Rol de medidas cautelares

16.15.4. Necessidade e adequao para as medidas cautelares alternativas

16.15.5. Ressalvas legais

16.15.6. Decretao das medidas cautelares

16.15.7. Contraditrio

16.15.8. Descumprimento das obrigaes impostas: priso preventiva aultima ratio

16.16. Liberdade provisria

16.16.1. Conceito

16.16.2. Espcies

16.16.3. Liberdade provisria sem a necessidade de recolhimento de fiana

16.16.4. Competncia para a concesso

16.16.5. Recurso

16.16.6. Liberdade provisria com fiana

16.16.6.1. A liberdade provisria como regra

16.16.6.2. Conceito de fiana criminal

16.16.6.3. Natureza cautelar

16.16.6.4. Momento para concesso da fiana

16.16.6.5. Modalidades de fiana

16.16.6.6. Arbitramento da fiana: critrios para a concesso

16.16.6.7. Dispensa do pagamento em razo da situao econmica

16.16.6.8. Reforo da fiana

16.16.6.9. Obrigaes processuais decorrentes da fiana

16.16.6.10. Momento e competncia para a sua concesso

16.16.6.11. Prtica de mais de um crime passvel de fiana

16.16.6.12. Delito afianvel e existncia de motivo para decretao da prisopreventiva

16.16.6.13. Quebramento da fiana

16.16.6.13.1. Efeitos do quebramento da fiana

16.16.6.14. Perdimento da fiana

16.16.6.15. Cassao da fiana

16.16.6.16. Infraes inafianveis

17. PROVA

17.1. Conceito e objetivo

17.2. Objeto

17.2.1. Fatos que independem de prova

17.2.2. Fatos que dependem de prova

17.2.3. Prova do direito

17.3. Prova proibida

17.3.1. Conceito

17.3.2. Provas ilcitas por derivao e a teoria dos frutos da rvoreenvenenada (fruits of the poisonous tree). Princpio da proporcionalidade

17.3.3. Provas ilcitas e a Lei n. 11.690/2008

17.3.4. Provas ilcitas e a inviolabilidade do sigilo das comunicaes.Comunicao por carta e telegrfica

17.3.5. Provas ilcitas e a inviolabilidade do sigilo das comunicaes.Comunicaes telefnicas

17.3.6. Inviolabilidade do sigilo das comunicaes. Comunicaestelefnicas. Interceptao. Requisitos legais constantes da Lei n. 9.296/96

17.3.7. Provas ilcitas e a quebra do sigilo bancrio e fiscal

17.4. Classificao das provas

17.5. Meios de prova

17.6. nus da prova

17.6.1. Procedimento probatrio

17.6.2. Prova emprestada

17.6.3. O libi

17.7. Sistemas de apreciao

17.8. Princpios gerais das provas

17.9. A providncia cautelar da busca e apreenso

17.9.1. Natureza jurdica

17.9.2. Objeto

17.9.3. Busca em repartio pblica

17.9.4. Busca domiciliar

17.9.4.1. Restrio: Em homenagem ao sigilo profissional e ao direito dedefesa no se pode apreender documento em poder do defensor do ru, amenos que constitua corpo de delito (CPP, art. 243, 2). A respeito da buscae apreenso de documentos (correspondncia escrita, eletrnica e telemtica),em escritrio de advocacia, vide comentrios Lei n. 11.767/2008.

17.9.4.2. Horrio: Seguimos a posio do Ministro do Supremo TribunalFederal, Jos Celso de Mello Filho, segundo o qual a expresso dia deve sercompreendida entre a aurora e o crepsculo.

17.9.4.3. Requisitos: Previstos no art. 243, observado o disposto nos arts. 245,247 e 248, todos do Cdigo de Processo Penal.

17.9.5. Busca pessoal

17.9.5.1. Requisitos: O mandado de busca pessoal deve conter os requisitos jmencionados (busca domiciliar). Poder, como exceo, ser realizada a buscasem ordem escrita nas hipteses do art. 244. Contudo, no se exigir

mandado quando vier a ser realizada pela prpria autoridade.17.9.5.2. Restries: Deve ser realizada sempre que existir fundada suspeita,bem como de maneira que no seja vexatria para o atingido, sob pena deconfigurar crime de abuso de autoridade.

17.9.6. Da apreenso

17.10. Das percias

17.10.1. Conceito

17.10.1.1. Natureza jurdica: A percia est colocada em nossa legislao comoum meio de prova, qual se atribui um valor especial (est em uma posiointermediria entre a prova e a sentena). Representa um plus em relao prova e um minus em relao sentena. tambm chamada de provacrtica.

17.10.1.2. Requisitos: Dispe o art. 159, o exame de corpo de delito e outraspercias sero realizadas por perito oficial, portador de diploma de cursosuperior. 1 Na falta de perito oficial, o exame ser realizado por 2 (duas)pessoas idneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmentena rea especfica, dentre as que tiverem habilitao tcnica relacionada com anatureza do exame. 2 Os peritos no oficiais prestaro o compromisso debem e fielmente desempenhar o encargo. Antes da reforma processual penal,exigia-se que o exame de corpo de delito e outras percias fossem feitos pordois peritos oficiais e, na falta destes, por duas pessoas idneas. Com isso, foieditada a Smula 361 do STF, segundo a qual: No processo penal, nulo oexame realizado por um s perito, considerando-se impedido o que tiverfuncionando, anteriormente, na diligncia de apreenso. Dessa forma, casoapenas um perito subscrevesse o laudo desse exame, aplicava-se a referidasmula, quer se tratasse de perito oficial, quer se tratasse de perito no oficial.A nulidade seria relativa. Com as inovaes operadas pela Lei n. 11.690/2008,a Smula 361 do STF apenas ter incidncia na hiptese de exame realizadopor peritos no oficiais, pois, em se tratando de percia oficial, bastar oexame de um s perito. Cuida-se de nulidade relativa, cuja impugnao h deser feita em tempo oportuno, bem como demonstrado o efetivo prejuzo.Finalmente, cumpre consignar que, em se tratando de percia complexa queabranja mais de uma rea de conhecimento especializado, poder-se- designara atuao de mais de um perito oficial ( 7). Nessa hiptese, como se trata defaculdade conferida ao julgador, a realizao do exame por um s peritooficial no enseja a nulidade da prova pericial.

17.10.1.3. Determinao das percias: Tanto a autoridade policial (CPP, art. 6,VII) como o juiz podem determin-las de ofcio ou a requerimento das partes.No caso de omisses ou falhas no laudo, somente o juiz pode determinar aretificao e, mesmo assim, aps ouvir as partes. Se houver divergnciasentre os peritos, a autoridade nomear um terceiro, e, se este tambm divergir,poder ser realizado novo exame. No caso de crime de leses corporais, se oexame visar a demonstrao da qualificadora do art. 129, 1, I, do CdigoPenal, dever-se- proceder a novo exame decorrido o prazo de 30 dias,contado da data do delito.

17.10.1.4. Espcies de percias:

17.10.1.5. Do procedimento da percia:

17.10.1.6. Laudo pericial: Nada mais do que o documento elaborado pelosperitos, o qual deve conter: descrio minuciosa do objeto examinado;respostas aos quesitos formulados; fotografias, desenhos etc., sempre quepossvel.

17.10.2. Do exame de corpo de delito

17.10.2.1. Conceito: o conjunto de vestgios materiais (elementos sensveis)deixados pela infrao penal, ou seja, representa a materialidade do crime. Oselementos sensveis so os vestgios corpreos perceptveis por qualquer dossentidos humanos.

17.10.2.2. Distino entre corpo de delito e exame de corpo de delito: Existeminfraes que no deixam vestgios (delicta facti transeuntis), como noscrimes contra a honra praticados oralmente, no desacato etc. Mas, por outrolado, existem as infraes que deixam vestgios materiais (delicta factipermanentis), como o homicdio, o estupro, a falsificao etc. Nesse caso, necessria a realizao de um exame de corpo de delito, ou seja, acomprovao dos vestgios materiais deixados. O exame de corpo de delito um auto em que os peritos descrevem suas observaes e se destina acomprovar a existncia do delito (CP, art. 13, caput); o corpo de delito oprprio crime em sua tipicidade.

17.10.2.3. Distino entre exame de corpo de delito direto e indireto:

17.10.2.4. Indispensabilidade do exame de corpo de delito: Conforme dispeo art. 158 do Cdigo de Processo Penal: Quando a infrao deixar vestgios,ser indispensvel o exame de corpo de delito, direto ou indireto, nopodendo supri-lo a confisso do acusado. Nesse caso, faltante o exame,

enseja-se a ocorrncia de nulidade. Sendo possvel o exame de corpo dedelito direto, no pode supri-lo o indireto (feito, por exemplo, atravs deprova testemunhal).

17.10.2.5. Impossibilidade do exame de corpo de delito direto em infraoque deixa vestgio: Dispe o art. 167 do Cdigo de Processo Penal que: Nosendo possvel o exame de corpo de delito, por haverem desaparecido osvestgios, a prova testemunhal poder suprir-lhe a falta. Duas interpretaesso possveis: a) o juiz poder considerar suprida a falta do exame de corpode delito pela prova testemunhal, ou seja, pelos depoimentos prestados emaudincia quando, desde logo, os vestgios desapareceram; b) o art. 167 doCdigo de Processo Penal no determina que o juiz tome a prova testemunhalcomo substitutiva do exame de corpo de delito direto, mas que os peritoselaborem um laudo indireto, a partir das informaes prestadas pelastestemunhas. Para essa ltima corrente, no se trata de prova testemunhal,mas de exame pericial indireto elaborado a partir de informes fornecidospelas testemunhas. Entendemos correta a primeira posio. Quando ainfrao deixar vestgios, o art. 158 do Cdigo de Processo Penal determina arealizao do exame direto, caso estes vestgios constituam o prprio corpodo delito (ex.: um cadver), ou o exame indireto, quando emboradesaparecido o corpo do delito, ainda restarem vestgios perifricos (roupascom sangue da vtima, ao lado das cinzas do corpo incinerado). O art. 167 doCdigo de Processo Penal cuida de hiptese diversa, qual seja, a dodesaparecimento de todos os vestgios, principais e perifricos. Neste caso,no tem sentido falar-se em percia, podendo a prova testemunhal suprir-lhe afalta. Em reforo, o art. 564, III, b, do Cdigo de Processo Penal, ao prever anulidade ante a falta de exame de corpo de delito direto ou indireto, ressalvaexpressamente a hiptese do art. 167, dizendo que neste caso a ausncia doexame direto ou indireto no gera nulidade.

17.10.2.6. Espcies:

17.10.3. Perito

17.10.3.1. Conceito: um auxiliar da justia, devidamente compromissado,estranho s partes, portador de um conhecimento tcnico altamenteespecializado e sem impedimentos ou incompatibilidades para atuar noprocesso. A sua nomeao livre ao juiz, no se admitindo interferncia daspartes, nem mesmo na ao privada. No caso de percia a ser realizada emoutra comarca, por meio de carta precatria, a nomeao ser feita pelo juzodeprecado, salvo no caso de ao privada, quando se admite, se houver

acordo entre as partes, a nomeao pelo juiz deprecante.

17.10.3.2. Espcies:

17.10.3.3. Impedimentos: A relevncia da funo pericial, base da deciso,exige uma confiabilidade total do juiz na pessoa do perito repudia-se aindignidade.

17.10.4. Percia psiquitrica

17.10.5. Questes polmicas

17.11. Interrogatrio

17.11.1. Conceito

17.11.2. Natureza

17.11.3. Alteraes promovidas pela Lei n. 11.719/2008

17.11.4. Caractersticas

17.11.5. Ausncia de interrogatrio no curso da ao

17.11.6. Princpio da identidade fsica do juiz

17.11.7. Interrogatrio por videoconferncia

17.11.8. Silncio e mentira do ru

17.11.9. Espcies de interrogatrio

17.11.10. Revel

17.11.11. O contedo do interrogatrio

17.12. Confisso. Conceito. Fatores determinantes

17.12.1. Espcies de confisso

17.12.2. Valor probante da confisso

17.12.3. Caractersticas da confisso (CPP, art. 200)

17.12.4. Confisso ficta

17.12.5. Delao

17.13. Prova testemunhal ou testemunha

17.13.1. Conceito

17.13.2. Caractersticas da prova testemunhal

17.13.3. Caractersticas das testemunhas

17.13.4. Dispensas e proibies

17.13.5. Testemunha suspeita. Conceito e distines

17.13.6. Causas de suspeio

17.13.7. Contradita

17.13.8. Nmero de testemunhas

17.13.9. Classificao das testemunhas

17.13.10. Deveres da testemunha

17.13.11. Procedimento

17.13.12. Termo

17.13.13. Sistema de exame judicial

17.13.14. Depoimento infantil

17.13.15. Testemunho de policiais

17.13.16. Incomunicabilidade

17.13.17. Falso testemunho (art. 342 do CP)

17.13.18. Lugar do depoimento

17.13.19. Precatrias

17.13.20. Militares e funcionrios

17.13.21. Ofendido

17.13.22. Questes polmicas

17.14. Reconhecimento de pessoas e coisas (arts. 226 a 228)

17.14.1. Definio e elementos

17.14.2. Natureza jurdica

17.14.3. Reconhecimento de pessoas

17.14.4. Reconhecimento de coisas

17.15. Acareao. Pressupostos

17.16. Documentos

17.16.1. Conceito legal

17.16.2. Funo do documento

17.16.3. Produo

17.16.4. Limitao da produo de prova documental

17.16.5. Autor do documento

17.16.6. Meio de formao do documento

17.16.7. Contedo do documento

17.16.8. Autenticidade

17.16.9. Classificao geral dos documentos

17.16.10. Documento e instrumento

17.16.11. Instrumento pblico. Classificao. Eficcia

17.16.12. Instrumento particular

17.16.13. Fora probante dos documentos particulares assinados

17.16.13.1. Da autenticidade dos documentos particulares e seus efeitos:Autenticidade a certeza de que o documento provm do autor nele indicado.Trata-se de reconhecimento autntico no qual o tabelio reconhece a firma dosignatrio, declarando que foi aposta em sua presena.

17.16.13.2. Prova da data dos documentos particulares: A data dosdocumentos particulares que ali estiver declarada prevalecer, em princpio,como certa e provada entre as partes. Se houver dvidas, poder ser provadapor todos os meios de direito. Com relao a terceiros, a data ser havida emface da prtica de certos atos ou da ocorrncia de certos fatos, que a tornamindubitvel.

17.16.14. Fora probante do telegrama, radiograma e outros meios detransmisso

17.16.15. Fora probante das reprodues mecnicas

17.16.16. Fora probante dos documentos no assinados

17.16.17. Originais e cpias

17.16.18. Admisso de documento

17.16.19. Desentranhamento de documentos

17.16.20. Vcios dos documentos

17.16.21. Falsidade e incidente

17.17. Indcios e presunes

17.17.1. Definies

17.17.2. Natureza jurdica

17.17.3. Valor probante

17.18. Prova de fora da terra

17.19. Prova antecipada

17.20. Prova emprestada

17.21. Delao. Definio, natureza e valor

18. DAS QUESTES E PROCESSOS INCIDENTES

18.1. Compreenso do tema

18.1.1. Definio de prejudicialidade

18.1.2. Elementos essenciais da prejudicialidade

18.1.3. Classificao

18.1.4. Sistemas de soluo

18.1.5. Prejudicial e prescrio

18.1.6. Efeito

18.1.7. Recurso contra despacho que suspende a ao

18.1.8. Diferena entre questo prejudicial e questo preliminar

18.2. As excees

18.2.1. Conceito

18.2.2. Compreenso do tema

18.2.3. Espcies

18.2.4. Classificao tradicional

18.2.5. Suspeio

18.2.5.1. Processamento: Se o juiz no se der por suspeito ex officio (CPP,

arts. 97 e 254, primeira parte), sem provocao, pode ele ser recusado pelaparte via da referida exceo (CPP, arts. 98 e 254, caput, in fine). No primeirocaso (o juiz espontaneamente se d por suspeito), ele fundamenta sua decisoe remete o processo ao seu substituto legal (CPP, art. 99). No segundo caso,se o juiz no declara a sua suspeio de ofcio, qualquer das partes poderfaz-lo, interpondo a j aludida exceo de suspeio.

18.2.5.2. Requisitos da exceo: Deve ser interposta por petio assinada pelaprpria parte ou por procurador com poderes especiais. O defensor dativono possui procurao, j que nomeado pelo juiz para defender rus pobrese revis. Assim, no poderia arguir a exceo de suspeio, salvo se a petiopor ele elaborada for tambm assinada pelo ru.

18.2.5.3. Procedimento perante o juiz suspeito: Interposta a petio com aexceo junto ao prprio juiz do processo, este poder adotar as seguintesposturas:

18.2.5.4. Procedimento perante o tribunal: Ao chegar no tribunal, a exceoser distribuda a um dos componentes da Cmara Especial (composta pelosquatro vice-presidentes e pelo decano) (rgo competente para a apreciaoda suspeio), o qual atuar como relator. Este por sua vez poder:

18.2.5.5. Contra quem pode ser alegada a suspeio? A suspeio pode seralegada contra os juzes de qualquer instncia (da 1 ao Ministro do STF, v.art. 103 do CPP), tambm os membros do Ministrio Pblico (CPP, art. 104) eoutras pessoas que intervm no processo: intrpretes, peritos, funcionrios dajustia, serventurios (CPP, art. 105) e jurados.

18.2.5.6. Cabe exceo de suspeio contra autoridades policiais? No. Osdelegados de polcia no ensejam suspeio em razo da natureza doinqurito por eles presidido (pea inquisitorial) como procedimentopreparatrio da ao penal. Contudo, o Cdigo impe-lhes a obrigao de sedeclararem suspeitos, restando ainda parte recorrer ao superior hierrquicoda citada autoridade.

18.2.5.7. Efeitos da suspeio: Alm de afastar o magistrado da presidnciado processo, julgada procedente a suspeio, ficam nulos os atos processuaisdo processo principal (CPP, arts. 101, 1 parte, e 564, I). Logo, retroage seuefeito para anular os atos processuais anteriormente praticados pelo juiz. Se asuspeio teve origem desde o incio do processo, este deve ser totalmenteanulado. Se originou-se em motivo superveniente, ento, s a partir da quese anula o processo.

18.2.5.8. Existe recurso contra reconhecimento espontneo de suspeio?No, afirma a unanimidade dos nossos doutrinadores. Somente passvel decorreio parcial, por tumultuar a tramitao do feito.

18.2.6. Incompetncia de juzo. Procedimento

18.2.7. Litispendncia

18.2.7.1. Elementos que identificam a demanda, impedindo a litispendncia:So elementos que identificam a demanda:

18.2.7.2. Recursos: Acolhendo-se a exceo da litispendncia, cabe recursoem sentido estrito (CPP, art. 581, III). Se o juiz no acolher a exceo, inexisteum recurso especfico, porm, como ningum pode ser processado duasvezes pelo mesmo fato (non bis in idem), a litispendncia significa umconstrangimento ilegal sanvel por meio do habeas corpus. Por outro lado, sea litispendncia foi afirmada ex officio pelo juiz, o recurso possvel aapelao (CPP, art. 593, II).

18.2.8. Ilegitimidade de parte

18.2.8.1. Ilegitimidade ad processum ou ad causam: Existem duasposies a respeito:

18.2.8.2. Efeitos do reconhecimento: Uma vez reconhecida a ilegitimidade adcausam, o processo anulado ab initio. Reconhecida a ilegitimidade adprocessum, a nulidade pode ser sanada a qualquer tempo, medianteratificao dos atos processuais j praticados (CPP, art. 568).

18.2.8.3. Recursos: Reconhecida a exceo de ilegitimidade de parte, orecurso cabvel para tal deciso em sentido estrito (CPP, art. 581, III). Dadeciso que a julgar improcedente inexiste um recurso especfico. Pode-searguir, todavia, o fato atravs de uma preliminar de apelao, ou impetrarhabeas corpus para o reconhecimento de constrangimento ilegal decorrenteda ilegitimidade da parte. Mesmo quando ocorre o reconhecimento dailegitimidade da parte espontaneamente pelo juiz, tambm cabvel o recursoem sentido estrito, agora com fundamento no art. 581, I, do CPP, j que taldespacho equivale ao de no reconhecimento da denncia ou queixa, emboraproferido em ocasio posterior fase prpria.

18.2.8.4. Procedimento: Nos termos do art. 110 do Cdigo de Processo Penal,a exceo de ilegitimidade de parte processada como a de incompetncia dojuzo.

18.2.9. Coisa julgada

18.2.9.1. Distino entre coisa julgada formal e coisa julgada material: A coisajulgada formal reflete a imutabilidade da sentena no processo onde foiproferida; tem efeito preclusivo, impedindo nova discusso sobre o fato nomesmo processo; na coisa julgada material existe a imutabilidade da sentenaque se projeta fora do processo, obrigando o juiz de outro processo a acatartal deciso, ou seja, veda-se a discusso dentro e fora do processo em que foiproferida a deciso.

18.2.9.2. Histria: A coisa julgada (res in judicium deducta) tinha, para osromanos, uma finalidade eminentemente prtica. Visava proporcionarsegurana s decises tomadas, solucionando definitivamente o conflito deinteresses e evitando sua perpetuao. Apesar de tratar-se de uma exignciabsica da vida urbana, nem todas as decises tinham essa caracterstica deimutabilidade. As resolues interlocutrias, por exemplo, no produziam oefeito da coisa julgada.

18.2.9.3. Teorias:

18.2.9.4. Funo: Visa paz jurdica, obstando que os litgios se eternizem,envenenando as paixes e tornando instveis as relaes jurdicas.

18.2.9.5. Natureza jurdica: A coisa julgada no efeito da deciso, masqualidade atribuda a esses efeitos capaz de lhes conferir imutabilidade.

18.2.9.6. Cabimento da exceo de coisa julgada: Deve ser proposta quandoverificar-se a identidade de demanda entre a ao proposta e uma outra jdecidida por sentena transitada em julgado. Para que se acolha a exceo decoisa julgada, necessrio que a mesma coisa (eadem res) seja novamentepedida pelo mesmo autor contra o mesmo ru (eadem personae) e sob omesmo fundamento jurdico do fato (eadem causa petendi) (RT, 519/399).

18.2.9.7. Rito: De acordo com o art. 110 do Cdigo de Processo Penal, o rito o mesmo da exceo de incompetncia.

18.2.9.8. Fases:

18.2.9.9. A coisa julgada no crime continuado e no concurso de agentes: Nocrime continuado os primeiros delitos j foram julgados. Nesse caso,processa-se normalmente o ltimo crime e, aps o trnsito em julgado, pode-se promover a unificao das penas.

18.2.10. Impedimentos do Ministrio Pblico e rgos auxiliares

18.2.11. Conflito de jurisdio

18.2.11.1. Conceito e espcies: Tem-se o denominado conflito de jurisdiotoda vez que, em qualquer fase do processo, um ou mais juzes,contemporaneamente, tomam ou recusam tomar conhecimento do mesmofato delituoso.

18.2.11.2. Conflito de atribuies: Trata-se do conflito que se estabelece entreo rgo do Poder Judicirio e o rgo de outros Poderes (Executivo eLegislativo), dirimido por aquele, ou entre rgo dos poderes nojurisdicionais, resolvidos, ao menos de incio, sem a interveno daautoridade judiciria.

18.2.11.3. Processamento: Ao Superior Tribunal de Justia competem osconflitos de competncia entre quaisquer tribunais (ressalvada a regra do art.102, I, o, da Constituio Federal), entre tribunal e juiz a ele no vinculado,bem como entre juzes vinculados a tribunais diversos. de sua competncia,portanto, dirimir conflito de competncia entre juiz de direito e auditor militar(CF, art. 105, I, d).

18.2.11.4. Competncia para julgar: A competncia estabelecida naConstituio Federal, nas Constituies dos Estados, nas leis processuais e deorganizao judiciria e nos regimentos internos dos tribunais.

18.2.12. Restituio de coisas apreendidas

18.2.12.1. Restituio: objetos restituveis, oportunidade, procedimento: Emprincpio, todos os objetos apreendidos podem ser restitudos, principalmenteos produtos do crime.

18.2.12.2. Coisas restituveis e no restituveis. Instrumentos do crime: Comoj visto, os instrumentos do crime a que se refere o art. 91, II, a, do CdigoPenal, passam para o domnio da Unio automaticamente, como efeito dasentena condenatria transitada em julgado. Assim, os instrumentos docrime cujo porte, deteno, uso, fabrico, deteno ou alienao constituamfato ilcito no podero ser restitudos, respeitando-se o direito de terceiro deboa-f ou do lesado.

18.2.12.3. Apreenso na hiptese do art. 19 da LCP: Em primeiro lugar, deveficar registrado que o porte ilegal de arma de fogo crime, nos termos dosarts. 14 e 16 da Lei n. 10.826, de 22 de dezembro de 2003, e seu confiscosujeita-se disposio contida no art. 25 do novo Estatuto do Desarmamento.Quanto s armas brancas e de arremesso, ficaria a dvida: pelo fato de seu

porte ilegal constituir contraveno penal, admitiria ou no a perda dosinstrumentos utilizados em seu cometimento? A favor da possibilidade pode-se argumentar que o fato de o art. 91, II, a, do Cdigo Penal ter falado apenasem crime se explica pela singela razo de que esse diploma somente tratadessa modalidade de infrao penal, no cuidando, evidentemente, dascontravenes, justificando-se, desse modo, a ausncia de referncia expressanaquele artigo. Por outro lado, tendo a Lei das Contravenes Penais dito,logo em seu art. 1, que a ela se aplicam todas as regras gerais do CdigoPenal, que, por sua vez, dispe de maneira semelhante em seu art. 12,configura-se possvel a perda em favor da Unio dos instrumentos empre-gados na prtica do delito ano. Nesse sentido: STJ, 5 T., rel. Min. JesusCosta Lima, DJU, 18 dez. 1995, p. 44598; 5 T., rel. Min. Edson Vidigal, DJU,15 out. 1990 (apud Fernando Capez, Arma de fogo, Saraiva, p. 104). Emsentido contrrio, pode-se afirmar que, em primeiro lugar, instrumento docrime uma expresso que compreende as coisas utilizadas pelo agente paradesenvolver atos de execuo, como, por exemplo, o revlver para matar oua gazua para romper obstculo e furtar. No se confunde com o objetomaterial, que o elemento sobre o qual recai a conduta do autor. No caso doart. 19 da Lei das Contravenes Penais, a arma objeto material e noinstrumento do crime. Nesse sentido: STJ, 6 T., REsp 79.537-0, rel. Min. LuizVicente Cernicchiaro, DJU, 9 set. 1996, p. 31125. Ademais, o art. 91, I, a, doCdigo Penal fala em instrumento de crime, ou seja, instrumento utilizadopara a prtica criminosa. No fala em contraveno, mas somente em crime.

18.2.12.4. Produtos diretos e indiretos do crime: Tratando-se de coisas cujofabrico, uso, porte, deteno ou alienao constituam fato ilcito, obviamentea restituio proibida, ressalvado o direito de terceiro de boa-f e do lesado,dentro dos limites legais.

18.2.12.5. Restituio feita pela autoridade policial: Na fase de inquritopolicial, a pessoa interessada poder pedir autoridade policial a devoluodo objeto apreendido. A autoridade policial quem decide a respeito dadevoluo ouvindo-se, por fora do art. 120, 3, do CPP, o representante doMinistrio Pblico. Caso o MP no seja ouvido, a autoridade policial devealertar o requerente para no dispor da coisa at segunda ordem.

18.2.12.6. Restituio feita pelo juiz criminal: A restituio somente serpossvel em se tratando de coisa restituvel, cuja reteno, pela Justia, sejaabsolutamente desnecessria.

18.2.12.7. Direito de terceiro de boa-f: O art. 521 do Cdigo Civil de 1916

(revogado e sem correspondncia no Cdigo Civil de 2002) dispunha que sea coisa apreendida foi simplesmente achada ou furtada, e quem a achou oufurtou a transferiu a terceiro de boa-f, concede ao lesado a restituio,restando ao terceiro de boa-f promover ao regressiva contra quem lhevendeu. Todavia, se a coisa foi adquirida em leilo pblico, feira ou mercado,o dono, que pretender a restituio, obrigado a pagar ao possuidor o valorpago na compra, nos termos do pargrafo nico do citado artigo.

18.2.12.8. Restituio de coisas facilmente deteriorveis: Tratando-se decoisas facilmente deteriorveis, a restituio pode se dar tanto na polciaquanto em juzo, desde que obedea aos requisitos legais.

18.2.12.9. Coisas adquiridas com os proventos do crime: A coisa adquiridacom os proventos do crime, ressalvado o direito de terceiro, ser objeto desequestro, nos termos do art. 132 do CPP; aps avaliao, ser levada a leilo,nos termos do art. 133 do mesmo estatuto.

18.2.12.10. Destino dos objetos apreendidos: Cuidando-se de objetosconfiscveis (aqueles cujo uso, fabrico, alienao, porte ou detenoconstituam fato ilcito), no tendo havido devoluo ao lesado ou ao terceirode boa-f, havendo sentena condenatria transitada em julgado, o juizdever aguardar noventa dias para eventual restituio, se for o caso. Nohavendo pedido e decorrido o prazo, o juiz criminal ter trs opes:

18.2.12.11. Coisas apreendidas em face de descaminho ou contrabando: At oadvento da Constituio Federal de 1988, as normas aplicveis s coisasapreendidas em face de contrabando ou descaminho eram as previstas noDecreto-Lei n. 37/66, com as alteraes do Decreto-Lei n. 1.455/76.

18.2.12.12. E quando o instrumento do crime for arma de fogo?

18.2.12.13. Lei de Drogas (Lei n. 11.343/2006): A disciplina da apreenso,arrecadao e destinao dos bens do acusado, no caso de crimes de txicos,encontra-se, atualmente, prevista nos arts. 60 a 64 da Lei n. 11.343/2006.

18.2.13. Medidas assecuratrias

18.2.13.1. Consideraes iniciais:

18.2.13.1.1. O papel da vtima: No processo penal, podem ser detectadas trsfases bem distintas quanto ao papel desempenhado pela vtima. A primeira,chamada de fase do protagonismo, tinha a vtima como detentora de plenospoderes sobre o autor do fato, podendo sobre ele exercer livremente a sua

vindita, estendendo-a, inclusive, contra os familiares (tribo) do agressor. Erao tempo da vingana privada. A segunda, denominada fase da neutralizao,surgiu a partir do fortalecimento dos Estados e consistia em deslocar todo equalquer poder punitivo para o organismo estatal, como forma de afirmar seudomnio sobre a coletividade. Teve seu esplendor durante a Idade Mdia e afase de absolutismo monrquico da Europa continental, passando o Estado condio de titular exclusivo do jus puniendi. De principal protagonista, avtima passou a ocupar a insignificante posio de mera colaboradora dajustia, relegada a um desprezo quase total. Sobreveio, ento, a derradeiraetapa, apelidada de redescobrimento, tendo como seu ponto mais alto aDeclarao dos Direitos Fundamentais da Vtima, na Assembleia Geral daONU, em 29 de novembro de 1985. O Estado volta novamente as suasatenes para o ofendido, vendo em sua figura algum estigmatizado pelotrauma decorrente do crime. O processo penal comea a deixar de ser umsimples meio para o Poder Pblico satisfazer sua pretenso punitiva e passa aser visto tambm como um mecanismo reparatrio do dano ex delicto davtima (titular do bem jurdico violado) e demais prejudicados (terceiros quesuportam os efeitos malficos do crime, tais como familiares, herdeiros etc.).

18.2.13.1.2. O processo reparatrio: Uma das principais funes do processopenal a de assegurar uma proteo a todos os direitos da vtima, dentre osquais o de ver realizada a justia penal e o de ter reparados todos os seusprejuzos decorrentes da infrao penal. H determinados crimes de escassalesividade (leso leve e leso culposa de nfima gravidade) em que o interessena recomposio patrimonial do dano muito maior do que o da efetividadeda aplicao da lei penal. Com efeito, em um acidente de carro com lesesleves, o sujeito passivo est muito mais preocupado em receber a reparaodo dano patrimonial sofrido do que em ver o agente condenadocriminalmente. vista disso, marcando o incio da fase de redescobrimento,nosso ordenamento jurdico recebeu, em boa hora, a Lei n. 9.099/95,possibilitando, em infraes consideradas de menor potencial ofensivo(contravenes penais e crimes com pena mxima de dois anos, cf. art. 2,pargrafo nico, da Lei n. 10.259, de 12-6-2001, art. 61 da Lei n. 9.099/95), aextino da punibilidade mediante a composio civil entre lesado e autor dofato, objetivando a total reparao dos prejuzos suportados pelo primeiro(Lei n. 9.099/95, art. 74, pargrafo nico). Nos crimes de trnsito, maisespecificamente no homicdio culposo e na leso culposa praticados nadireo de automvel, pode ser imposta multa reparatria na sentenacondenatria, nos termos do art. 297 do Cdigo de Trnsito Brasileiro,

consistente na prefixao de um valor lquido e certo, que funciona comoantecipao de parte da indenizao ex delicto. A Lei n. 9.714/98, ao ampliaras penas alternativas para crimes punidos com at quatro anos de penaprivativa de liberdade (desde que cometidos sem violncia ou grave ameaa,alm do preenchimento de certos requisitos subjetivos), criou novasmodalidades de penas com finalidade reparatria, tais como a prestaopecuniria (1 a 360 salrios mnimos, como prefixao de perdas e danos) eperda de bens e valores (aes, ttulos ao portador etc.) em favor do FundoPenitencirio Nacional FUNPEN. A Lei n. 9.605/98, dos crimes ambientais,em seu art. 20, possibilitou ao juiz, na sentena condenatria, fixar um valormnimo para reparao dos danos causados ao meio ambiente ou ao lesado,como prefixao de perdas e danos, com possibilidade de postular-se maisem ao cvel prpria. Finalmente, de acordo com o art. 387, IV, do CPP, ojuiz, na sentena condenatria, fixar um valor mnimo para a reparao dosdanos causados pela infrao, considerando os prejuzos sofridos peloofendido; e, de acordo com o novo pargrafo nico do art. 63 do CPP,transitada em julgado a sentena condenatria, a execuo poder serefetuada pelo valor fixado nos termos do inciso IV do caput do art. 387 doCdigo, sem prejuzo da liquidao para a apurao do dano efetivamentesofrido. vista disso, cresce muito em importncia o estudo das chamadasmedidas assecuratrias.

18.2.13.2. Medidas assecuratrias: So providncias cautelares de naturezaprocessual, urgentes e provisrias, determinadas com o fim de assegurar aeficcia de uma futura deciso judicial, seja quanto reparao do danodecorrente do crime, seja para a efetiva execuo da pena a ser imposta. Ex.:hipoteca legal, sequestro, arresto, fiana, busca e apreenso e, relativamentes pessoas, priso provisria. No caso de sentena absolutria ou declaratriada extino da punibilidade, as medidas assecuratrias se desfazem, deacordo com o disposto no art. 141 do CPP, restando ao prejudicado,dependendo do fundamento da absolvio, ingressar com ao civilindenizatria, nos termos do art. 64 do CPP.

18.2.13.2.1. O sequestro previsto nos arts. 125 e 132 do CPP: Trata-se demedida destinada a efetuar a constrio dos bens imveis (CPP, art. 125) oumveis (CPP, art. 132) adquiridos com os proventos da infrao penal, ouseja, o proveito do crime. O Cdigo Penal prev, em seu art. 91, II, b, comoefeito de toda e qualquer condenao criminal, independentemente demeno expressa na sentena, a perda do produto (vantagem diretamente

obtida) ou proveito (bens adquiridos indiretamente com o produto) dainfrao penal. O art. 243, pargrafo nico, da Constituio Federal dispesobre o confisco de todo e qualquer bem de valor econmico obtido emdecorrncia do trfico ilcito de entorpecentes. O sequestro cautelar destina-sea evitar que o acusado, aproveitando-se da natural demora na prestaojurisdicional, dissipe esses bens durante o processo criminal, tornandoimpossvel o futuro confisco. Tecnicamente, sequestro a reteno de umobjeto especfico, cuja propriedade se discute, recaindo sobre bemdeterminado. O arresto, ao contrrio, medida acautelatrio-constritiva queincide sobre a generalidade do patrimnio do indiciado ou ru, com o fim deassegurar uma futura indenizao pelo dano ex delicto. Quem sequestra pescacom uma vara; quem arresta joga a tarrafa. Ao que parece, os arts. 125 e 132referem-se a sequestro de maneira no totalmente apropriada. que, se porum lado a medida recai sobre bens especficos, quais sejam, os que integramo proveito do crime, por outro no deixa de ter certa generalidade, j queesses bens no so predeterminados (no possvel saber de antemo quaisso especificamente os bens adquiridos com os proventos da infrao). Poressa razo, parece-nos tratar-se aqui de um misto de sequestro e arresto.18.2.13.2.2. Requisitos para o sequestro: No se exige prova plena, sendosuficiente a demonstrao de indcios veementes da provenincia ilcita dosbens. A expresso indcios veementes significa mais do que meros indcios,mas menos do que prova plena, j que nessa fase vigora o princpio do indubio pro societate. Podemos entender como tal a probabilidade sria de queo bem tenha provenincia ilcita.

18.2.13.2.3. Competncia: Somente o juiz quem pode decretar o sequestro.

18.2.13.2.4. Recurso: De tal deciso cabe recurso de apelao.

18.2.13.2.5. Procedimento: Sendo processo incidente, o pedido de sequestro autuado em apartado (CPP, art. 129). Decretado o sequestro, determina o juizseja expedido o referido mandado. O sequestro do imvel deve ser inscritono registro de imveis.

18.2.13.2.6. Embargos ao sequestro: Trata-se, tecnicamente, de contestao,pois, sendo em relao medida cautelar, no h que se falar em embargo.Ser somente embargo quando o sequestro se der sobre bens de terceiroabsolutamente estranho ao delito (embargos de terceiro).

18.2.13.2.7. Competncia para julgar os embargos: o juiz penal ocompetente para o julgamento dos embargos, pois o art. 133 do CPP diz que

o juiz penal dever proceder avaliao e venda dos bens em leilo pblico.O julgamento dos embargos s se dar aps o trnsito em julgado da sentenacondenatria, a fim de evitar as decises contraditrias (do processo incidentee processo principal).18.2.13.2.8. Levantamento do sequestro: a perda da eficcia do sequestroquando ocorre a incidncia de uma das seguintes hipteses:

18.2.13.2.9. Leilo e depsito: Tendo havido sequestro de bens imveis oumveis e transitado em julgado a sentena condenatria sem que tenham sidolevantados, o juiz, de ofcio ou a requerimento do interessado, ainda queestranho ao penal, determinar a avaliao e a venda dos bens em leilopblico. Descontadas as despesas, ser o produto que couber ao lesado ou aterceiro de boa-f a ele entregue, recolhido o saldo, se houver, ao TesouroNacional. A competncia para tais diligncias do juzo criminal. Nohavendo licitante, o bem pode ser adjudicado vtima. O dispositivo do art.133, por analogia, aplica-se aos bens apreendidos (CPP, art. 133).

18.2.13.3. Hipoteca legal: Hipoteca legal o direito real de garantia em virtudedo qual um bem imvel, que continua em poder do devedor, assegura aocredor, precipuamente, o pagamento da dvida (Orlando Gomes, Direitosreais, Forense, p. 493, n. 298). Essa medida assecuratria tem finalidadediversa do sequestro anteriormente estudado. Aqui no se busca a constriocautelar de bens de origem ilcita; ao contrrio, a medida recai sobre opatrimnio lcito do ru ou indiciado, visando futura reparao do dano exdelicto. Conforme preceitua o Cdigo Penal, em seu art. 91, I, efeitoautomtico e genrico de toda e qualquer condenao criminal tornar certa aobrigao de reparar o dano cvel resultante da infrao penal. Do mesmomodo, a perda de bens e valores prevista na Lei n. 9.714/98 tambm dizrespeito a bens de origem lcita do condenado, de maneira que a hipotecalegal tem por objeto imveis que possam garantir uma futura execuo civilde cunho indenizatrio. A hipoteca legal prevista tambm no Cdigo Civilbrasileiro em favor do ofendido ou seus herdeiros sobre os imveis dodelinquente necessrios para garantir a satisfao do dano causado pelo delitoe o pagamento de custas (CC, art. 1.489, III). Para efetiv-la, a parte far umrequerimento especificando qual a estimativa do valor da responsabilidadecivil e os imveis que deseja ver registrados no Cartrio de Registro deImveis com esse nus real. Tal requerimento chamado de especializaoda hipoteca legal e est previsto no art. 135 e pargrafos do Cdigo deProcesso Penal. Deve ser autuado em apartado para no tumultuar o

processo, j que o juiz dever determinar a avaliao dos imveis que se querespecificar e o valor provvel da futura indenizao. Como medida pre-paratria da especializao da hipoteca legal, o CPP prev ainda um arrestoprvio cautelar, diante da possibilidade de haver demora na especificao dosimveis e respectiva inscrio no Cartrio de Registro de Imveis (CPP, art.136). Trata-se, aqui, de tpico arresto, pois visa generalidade dos benspertencentes ao patrimnio do acusado. Essa medida cautelar ser revogadase, em quinze dias, no for promovida a especializao da hipoteca.

18.2.13.3.1. Classificao: Legal, convencional e judicial.

18.2.13.3.2. Oportunidade: A hipoteca pode ser requerida em qualquer fasedo processo.

18.2.13.3.3. Pressupostos: necessria, para o requerimento da hipoteca, acoexistncia de dois pressupostos:

18.2.13.3.4. Finalidades:

18.2.13.3.5. Liquidao: Havendo sentena condenatria transitada emjulgado, os autos sero encaminhados ao juzo civil.

18.2.13.4. O arresto previsto no art. 137 do CPP: Trata-se de medidasemelhante hipoteca legal, com as mesmas caractersticas e finalidades,apenas com uma diferena: recai sobre bens mveis. No se confunde com osequestro previsto nos arts. 125 e 132 porque nestes a medida constritiva recaisobre bens de origem ilcita, os quais sero, ao final, perdidos em favor daUnio, nos termos do art. 91, II, b, do Cdigo Penal. A medida contempladano art. 137 do Cdigo de Processo Penal tem por objeto bens mveis deorigem lcita, para futura reparao do dano, de acordo com o art. 91, I, doCdigo Penal ou demais dispositivos que prefixam o valor das perdas edanos (ex.: CTB, art. 297). Diferencia-se do arresto previsto no art. 136 doCdigo de Processo Penal, uma vez que, embora este ltimo tambm vise agarantir a futura indenizao pelo dano ex delicto, seu objeto so bensimveis, a serem, dentro do prazo subsequente de quinze dias, inscritos emhipoteca legal.

18.2.13.4.1. Oportunidade: Durante a ao penal, nos termos em que facultada a hipoteca legal.

18.2.13.4.2. Pressupostos: So pressupostos do arresto:

18.2.13.5. Relao das medidas confiscatrias no processo penal e

dispositivos correlatos do direito penal:

18.2.14. Incidente de falsidade

18.2.14.1. Processamento: Arguida a falsidade documental, o juiz ou relatordeterminar a autuao em apartado, com suspenso do processo principal eprazo de quarenta e oito horas para o oferecimento de resposta da partecontrria.

18.2.14.2. Efeitos: Reconhecida a falsidade por deciso irrecorrvel, o juizdeve mandar desentranhar o documento e remet-lo, com os autos doprocesso incidente, ao Ministrio Pblico. Desentranha-se o documentoporque no pode servir de prova no processo principal.

18.2.15. Incidente de insanidade mental do acusado. Procedimento

19. SENTENA

19.1. Breve histrico

19.2. Natureza jurdica

19.3. Classificao das decises

19.4. Conceito de sentena em sentido estrito

19.4.1. Classificao das sentenas em sentido estrito

19.4.2. Requisitos formais da sentena

19.4.3. Sentena suicida

19.4.4. Embargos declaratrios

19.4.4.1. Requisitos para a oposio dos embarguinhos:

19.4.5. Efeitos da sentena

19.4.6. Princpio da correlao

19.4.7. Emendatio libelli

19.4.8. Mutatio libelli

19.4.8.1. Mutatio libelli aps a Lei n. 11.719/2008

19.5. Sentena absolutria

19.5.1. Efeitos da sentena absolutria

19.6. Sentena condenatria

19.6.1. Efeitos da sentena condenatria

19.6.2. Publicao

19.6.3. Inalterabilidade ou retificao da sentena

19.6.4. Intimao da sentena (arts. 390 a 392 do CPP)

19.6.5. Taxa judiciria

19.6.6. Detrao penal na sentena penal condenatria

19.7. Crise da instncia

20. DOS PROCESSOS EM ESPCIE

20.1. Processo e procedimento

20.1.1. Definio de processo

20.1.2. Sistemas processuais

20.1.3. Caractersticas do sistema acusatrio

20.1.4. Pressupostos de existncia da relao processual

20.1.5. Pressupostos de validade da relao processual

20.1.6. Distino entre processo e procedimento

20.1.7. Da reformulao dos procedimentos operada pelas Leis n. 11.689/2008e 11.719/2008

20.1.7.1. Noes introdutrias: Os arts. 394 a 405 e 531 a 538 do Cdigo deProcesso Penal sofreram significativas modificaes operadas pela Lei n.11.719/2008. E, nos processos de competncia do Tribunal do Jri, oprocedimento observar as disposies especiais estabelecidas nos arts. 406 a497 do CPP.

20.1.7.2. Procedimento comum. mbito de incidncia: Como j analisado, ombito de aplicao do procedimento comum o seguinte:

20.2. Procedimento ordinrio

20.2.1. Incio da instruo

20.2.1.1. Defesa inicial e absolvio sumria: Antiga sistemtica do CPP: (a)O juiz, ao receber a queixa ou denncia, designava dia e hora para ointerrogatrio, ordenando a citao do ru e a notificao do Ministrio

Pblico e, se fosse o caso, do querelante ou do assistente (CPP, art. 394). (b)O ru ou seu defensor poderia, logo aps o interrogatrio ou no prazo de trsdias, oferecer alegaes escritas e arrolar testemunhas (CPP, art. 395). (c)Apresentada ou no a defesa, era realizada inquirio das testemunhas,devendo as da acusao ser ouvidas em primeiro lugar. Discutia-se se adefesa prvia seria uma faculdade, sendo pea dispensvel ao critrio dodefensor, no ensejando, por isso mesmo, nulidade processual ante sua falta(RT, 534/413, 552/356, 553/420, 560/353, 562/328, 568/385, 579/422, 602/400,612/306 etc.). Na realidade, o que anulava o processo era a falta de concessodo prazo para o defensor apresentar a defesa prvia, em razo do disposto noart. 564, III, e, ltima parte (RT, 582/387). O que podia ou deveria ser arguidona defesa prvia? Sob pena de precluso, deveria ser arguida na defesa prviaa nulidade por incompetncia do juzo (RT, 560/301). Essa incompetncia,todavia, referia-se relativa, uma vez que, quanto absoluta, ela podia serarguida em qualquer tempo e grau de jurisdio, e at mesmo aps o trnsitoem julgado; as excees, consoante disposto nos arts. 108 e 109 do CPP;podia a defesa requerer as diligncias que entendesse convenientes (antigoart. 399); requerer a juntada de documentos (antigo art. 400); no prazo dadefesa prvia nela ou em separado , a defesa podia arrolar at oitotestemunhas.

20.2.2. Audincia de instruo e julgamento

20.3. Procedimento sumrio

20.3.1. Introduo

20.3.1.1. Procedimento judicialiforme foi revogado: O antigo procedimentojudicialiforme que se aplicava espcie no mais permitido em nossoordenamento jurdico (Lei n. 4.611, de 2-4-1965). At o advento daConstituio Federal de 1988 o procedimento sumrio previa que, alm doMP, a iniciativa da ao penal podia se dar ex officio pela autoridade policialou judiciria, atravs de portaria, no caso das contravenes penais, e noscrimes de leso corporal culposa e homicdio culposo. Com o art. 129, I, daCF, revogaram-se os anteriores dispositivos, prevendo-se que cabe aoMinistrio Pblico promover privativamente a ao penal pblica, na formada lei, no cabendo, por isso mesmo, outro titular nessa espcie de processo.No mesmo sentido o teor do art. 257 do CPP.

20.3.1.2. Procedimentos ex officio instaurados antes da ConstituioFederal de 1988: Os procedimentos de ofcio em andamento nas delegacias de

polcia devem ser remetidos a juzo para que o Ministrio Pblico assuma apromoo da ao, respeitando-se os atos praticados antes da atualConstituio Federal.

20.3.1.3. Rito procedimental: Oferecida a denncia, proceder-se- de acordocom o rito previsto nos arts. 531 a 538.

20.4. Da citao

20.4.1. Conceito

20.4.2. Quem determina a citao

20.4.3. Falta de citao

20.4.4. Hipteses de conhecimento da imputao antes mesmo da citao

20.4.5. Efeitos da citao vlida

20.4.6. Consequncias do no atendimento citao

20.4.7. Classificao

20.4.8. Da citao por mandado

20.4.8.1. Requisitos intrnsecos da citao por mandado: Trata-se dasformalidades que fazem parte do instrumento do mandado. Esto previstas noart. 352 do Cdigo de Processo Penal:

20.4.8.2. Requisitos extrnsecos da citao por mandado: So as formalidadesexternas ao mandado, que devem cercar a realizao do ato de citao:

20.4.8.3. Dia e hora da citao: A citao pode ser realizada a qualquer tempo,dia e hora, inclusive domingos e feriados, durante o dia ou noite. Se ooficial de justia no encontrar o citando no endereo constante do mandado,mas obtiver informaes quanto ao seu paradeiro, dever procur-lo noslimites territoriais da circunscrio do juzo processante.

20.4.9. Citao por carta precatria

20.4.9.1. Requisitos intrnsecos da citao por carta precatria: Esto previstosno art. 354. Alm dos requisitos exigidos na citao por mandado, a cartaprecatria dever conter a indicao do juiz deprecante (o que depreca, o quepede) e a do juiz deprecado (aquele a quem se pede), bem como a sede de ume de outro.

20.4.9.2. Carter itinerante da carta precatria: Na hiptese de o citando seencontrar em outra comarca, distinta da do juzo deprecado, este encaminhar

a carta precatria diretamente ao novo local (CPP, art. 355, 1). a chamadaprecatria itinerante.

20.4.9.3. Interrogatrio por carta precatria: vide comentrios constantes doitem 17.13.19.

20.4.10. Citao do militar

20.4.11. Citao do preso

20.4.12. Citao do funcionrio pblico

20.4.13. Ru no estrangeiro

20.4.14. Citao por carta de ordem

20.4.15. Citao por edital

20.4.15.1. Pressuposto da citao por edital: A citao editalcia providnciaexcepcional que reclama redobrada prudncia, s podendo ser adotada depoisde esgotados todos os meios para localizar o acusado. Nesse sentido: STF, RT,678/395, 658/369-70. No entanto, cautelas, como solicitaes junto aoTribunal Regional Eleitoral, ao Ministrio do Trabalho, ao servio deidentificao e a outros rgos, indagando o endereo do ru, constituemdiligncias em exagero a que a lei no obriga sejam tomadas antes dedeclarada sua revelia. A falta das mesmas no importa, portanto, emnulidade (TJSP, RT, 650/284).

20.4.15.2. Hipteses legais de citao por edital:

20.4.15.3. Prazo do edital: Temos um prazo previsto: na hiptese de o ru noser encontrado, o prazo ser de quinze dias (CPP, art. 361).

20.4.15.4. Requisitos da citao por edital: Esto previstos no art. 365 doCdigo de Processo Penal:

20.4.15.5. Formalidades extrnsecas citao por edital: De acordo com odisposto no art. 365, pargrafo nico, do Cdigo de Processo Penal, so asseguintes:

20.4.16. Citao circunduta

20.4.17. Inovaes introduzidas pela Lei n. 9.271/96

20.4.17.1. Principais questes decorrentes da atual Lei:

20.5. Intimao

20.5.1. Definio

20.5.2. Distino entre intimao e notificao

20.5.3. Regra geral

20.5.4. Publicao

20.5.5. Regras especiais

20.6. Procedimento sumarssimo (Leis n. 9.099/95 e 10.259/2001)

20.6.1. Introduo

20.6.2. mbito de incidncia: alterao do conceito de menor potencialofensivo

20.6.3. Regras especiais

20.6.4. Procedimento sumarssimo

20.6.4.1. Fase preliminar e transao penal:

20.6.4.2. Fase processual:

20.6.4.3. Suspenso condicional do processo: Trata-se de institutodespenalizador, criado como alternativa pena privativa de liberdade, peloqual se permite a suspenso do processo, por determinado perodo emediante certas condies. Decorrido esse perodo sem que o ru tenha dadocausa revogao do benefcio, o processo ser extinto, sem que tenha sidoproferida nenhuma sentena. Est previsto no art. 89 da Lei n. 9.099/95, peloqual se admite a possibilidade de o Ministrio Pblico, ao oferecer adenncia, propor a suspenso condicional do processo, pelo prazo de dois aquatro anos, em crimes cuja pena mnima cominada seja igual ou inferior aum ano, abrangidos ou no por esta lei, desde que o acusado preencha asseguintes exigncias legais: no estar sendo processado ou no ter sidocondenado por outro crime + estarem presentes os demais requisitos queautorizariam a suspenso condicional da pena (art. 77 do CP).

20.6.5. Questes finais

20.6.5.1. Suspenso condicional do processo:

20.6.5.2. Representao do ofendido:

20.6.5.3. Desclassificao para infrao de menor potencial ofensivo: No Jri,se houver desclassificao da infrao para outra, de competncia do juizsingular, ao presidente do Tribunal do Jri caber proferir sentena em

seguida, aplicando-se, quando o delito resultante da nova tipificao forconsiderado pela lei como infrao penal de menor potencial ofensivo, odisposto nos arts. 69 e seguintes da Lei n. 9.099, de 25 de setembro de 1995(CPP, art. 492, 1). A competncia para o julgamento da infrao passa,portanto, para o juiz-presidente, que ter de proferir a deciso naquela mesmasesso.

20.6.5.4. Descumprimento da pena restritiva de direitos na transao penal:Na hiptese de o autor do fato no cumprir a pena restritiva de direitosacordada em audincia preliminar, nos termos do art. 76 da Lei n. 9.099/95,h posicionamento no sentido de que se deve operar a converso da penarestritiva em privativa de liberdade, pelo tempo da pena originalmenteaplicada, nos termos do art. 181, 1, c, da Lei de Execuo Penal, at porquese trata de sano penal imposta em sentena definitiva de condenao,chamada condenao imprpria, porque aplicada em jurisdio consensual eno conflitiva (nesse sentido: Ada Pellegrini Grinover et al., JuizadosEspeciais Criminais comentrios Lei n. 9.099/95, So Paulo, Revista dosTribunais, 1997, p. 190). tambm a posio adotada pela 6 Turma doSuperior Tribunal de Justia, no julgamento do RHC 8.198-98. Entretanto, a2 Turma do STF, ao julgar o HC 79.572/GO, em 29-2-2000, decidiu que: a) asentena que aplica a pena em virtude da transao penal no condenatria,nem absolutria, mas meramente homologatria; b) tem eficcia de ttuloexecutivo judicial; c) descumprida a pena imposta, ocorre o descumprimentodo acordo, e, em consequncia, os autos devem ser remetidos ao MinistrioPblico para que requeira a instaurao de inqurito policial ou oferea adenncia. Assim, a transformao automtica da pena restritiva de direitos,decorrente de transao, em privativa da liberdade discrepa da garantiaconstitucional do devido processo legal. Impe-se, uma vez descumprido otermo de transao, a declarao de insubsistncia deste ltimo, retornando-seao estado anterior, dando-se oportunidade ao Ministrio Pblico de vir arequerer a instaurao do inqurito policial ou ofertar a denncia (cf.Informativo do STF, n. 180).

20.6.5.5. No pagamento da pena de multa na transao penal: de acordo comos arts. 84 e 85 da Lei n. 9.099/95, aplicada exclusivamente a pena de multa,seu cumprimento far-se- mediante pagamento na secretaria do Juizado, semrecolhimento, por guia, ao fundo penitencirio. No efetuado o pagamento damulta, ser feita a converso em pena privativa da liberdade ou restritiva dedireitos. Embora no seja o entendimento majoritrio, entendemos que tais

dispositivos esto revogados pela Lei n. 9.268/96, a qual determinou atualredao do art. 51 do CP e revogou seus pargrafos, passsando a proibir aconverso da pena de multa em deteno na hiptese de o condenadosolvente deixar de pag-la ou frustrar sua execuo. Dessa forma, com essamodificao legal, entendemos que, uma vez no efetuado o pagamento damulta na transao penal, dever a Procuradoria Fiscal operar a execuo damulta, nos termos da atual redao do art. 51 do Cdigo Penal. No mesmosentido h deciso do Superior Tribunal de Justia: Se o ru no paga amulta aplicada em virtude da transao penal, esta deve ser cobrada emexecuo penal, nos moldes do art. 51 do Cdigo Penal, no sendoadmissvel o oferecimento de denncia (Precedentes) (STJ, 5 T., REsp612.411/PR, rel. Min. Felix Fischer, j. 23-6-2004, DJ, 30 ago. 2004, p. 328).No mesmo sentido: STJ, 5 T., HC 33.487/SP, rel. Min. Gilson Dipp, j. 25-5-2004, DJ, 1 jul. 2004, p. 237.20.6.5.6. Da violncia domstica e familiar contra a mulher e da Lei dosJuizados Especiais Criminais

20.7. Procedimentos especiais previstos no Cdigo de Processo Penal

20.7.1. Procedimento dos crimes falimentares

20.7.1.1. Inqurito judicial: o antigo Decreto-Lei n. 7.661/45 previa oprocedimento bifsico nos crimes falimentares, composto pelo inquritojudicial e pela fase processual. Incumbia ao prprio juiz de direito doprocesso falimentar presidir o inqurito judicial, visando apurao deinfraes falimentares. Com a entrada em vigor da atual legislao, a questotornou-se indiscutvel, pois afastaram-se quaisquer investigaes presididaspor juiz de direito nos crimes falimentares, aplicando-se, a partir de ento, aregra geral, ou seja, instaurao de inqurito policial inquisitivo, como feitoem qualquer outro crime, tendo a atual Lei de Falncias abolido o inquritojudicial. Assim, a partir das inovaes trazidas pela Lei n. 11.101/2005, o juiz,em qualquer fase processual, surgindo indcios da prtica de crime falimentar,cientificar o Ministrio Pblico (LF, art. 187, 2), o qual dever, seentender ser o caso, requisitar a instaurao de inqurito policial. Convmnotar que essa inovao legislativa esvaziou o carter especial doprocedimento falimentar, eliminando seu carter bifsico, nica caractersticaque lhe conferia a qualidade de especial. Em suma, o inqurito que apura oscrimes falimentares no mais presidido pelo juiz, mas pela autoridadepolicial e passa a ter carter inquisitivo.

20.7.1.2. Recebimento da denncia. Motivao: na antiga sistemtica doDecreto-Lei n. 7.661/45, aps a concluso do inqurito judicial e dooferecimento da denncia ou queixa, o juiz estava obrigado a fundamentar orecebimento desta, sob pena de nulidade. Nesse sentido, inclusive, havia aSmula 564 do STF. Tal entendimento, contudo, no mais subsiste no atualprocedimento da Lei de Falncias. Na realidade, incidir aqui a discussocabvel em todos os crimes quanto necessidade ou no de fundamentaoquando do recebimento da denncia, pois, como a lei no falou mais nada,aplica-se a regra geral, ou seja, a jurisprudncia predominante dispensa orecebimento de qualquer necessidade de motivao.

20.7.1.3. Competncia: na vigncia do Decreto-Lei n. 7.661/45, recebida adenncia ou queixa, os autos eram remetidos ao juzo criminal competente,para prosseguimento da ao, de acordo com o procedimento ordinrio, fosseo crime apenado com deteno, fosse com recluso. Ocorre que em SoPaulo, por exemplo, por fora da Lei estadual n. 3.947/83, havia sido firmadaa competncia do juzo universal da falncia para o julgamento dos crimesfalimentares. Tal situao no mais subsiste na sistemtica da Lei n.11.101/2005, pois ela determinou expressamente a competncia do juizcriminal da jurisdio onde tenha sido decretada a falncia, concedida arecuperao judicial ou homologado o plano de recuperao extrajudicial,para conhecer da ao penal pelos crimes previstos na Lei (art. 183). A Lei,portanto, retirou expressamente do juzo universal da falncia acompetncia para processar e julgar os crimes falimentares.

20.7.1.4. Rito: como vimos acima, de acordo com o antigo Decreto-Lei n.7.661/45, a ao seguia o procedimento ordinrio, fosse o crime apenado comdeteno ou recluso. Com as inovaes trazidas pela Lei n. 11.101/2005,recebida a denncia ou queixa (no caso de crime de ao penal privadasubsidiria) pelo juiz criminal, observar-se-, consoante o art. 185, o ritoprevisto nos arts. 531 a 540 do Cdigo de Processo Penal (atualmente, arts.531 a 538. Vide tambm atual redao dos arts. 395, 396 e 397, aplicveis aoprocedimento sumrio). Os crimes falimentares, portanto, sujeitar-se-o aoprocedimento sumrio.

20.7.1.5. Natureza jurdica da sentena que decreta a falncia, concede arecuperao judicial ou extrajudicial: antes do advento da Lei 11.101/2005, aao penal no podia iniciar-se antes de declarada a falncia e extinguia-sequando reformada a sentena que a tivesse decretado. Muito se discutiaacerca da natureza jurdica da sentena declaratria da falncia: (a) seria

elementar do tipo falimentar, segundo Jos Frederico Marques; (b) condioobjetiva de punibilidade, segundo Nelson Hungria; (c) condio deprocedibilidade, embora em alguns casos pudesse constituir elementar dotipo, como, por exemplo, os arts. 186, III, e 189, II, ambos da antiga Lei deFalncias. A Lei n. 11.101/2005, para evitar qualquer dvida, previu que asentena que decreta a falncia, concede a recuperao judicial ouextrajudicial constitui uma condio objetiva de punibilidade das infraesprevistas nessa Lei (art. 180). Na condio objetiva de punibilidade, o fatocriminoso reputa-se perfeito e consumado com a prtica da ao ou omisso,contudo a lei condiciona a sua punibilidade ocorrncia de determinadoacontecimento, que, no caso, a prolao da sentena judicial que declara afalncia, concede a recuperao judicial ou extrajudicial. De qualquer modo,antes do advento de tal condio, no pode ser iniciada a persecuo penal,nem mesmo extrajudicial, pois, no havendo pretenso punitiva que possa sersatisfeita, ainda no h possibilidade de investigao e processo por absolutafalta de objeto.

20.7.1.6. Cientificao do MP e prazo para a propositura da ao penal: deacordo com o disposto no art. 187, intimado da sentena que decreta afalncia ou concede a recuperao judicial, o Ministrio Pblico, verificandoa ocorrncia de qualquer crime previsto nesta Lei, promover imediatamentea competente ao penal ou, se entender necessrio, requisitar a abertura deinqurito policial. De acordo com o 1, O prazo para oferecimento dadenncia regula-se pelo art. 46 do Decreto-Lei n. 3.689, de 3 de outubro de1941 Cdigo de Processo Penal, salvo se o Ministrio Pblico, estando oru solto ou afianado, decidir aguardar a apresentao da exposiocircunstanciada de que trata o art. 186 desta Lei, devendo, em seguida,oferecer a denncia em 15 (quinze) dias. O 2, por sua vez, prev: Emqualquer fase processual, surgindo indcios da prtica dos crimes previstosnesta Lei, o juiz da falncia ou da recuperao judicial ou da recuperaoextrajudicial cientificar o Ministrio Pblico. O Ministrio Pblico,recebendo a notificao, dever acompanhar o caso at a decretao dafalncia, pois antes disso ainda no existe condio de punibilidade satisfeita,no havendo objeto a ser investigado ou processado. Investiga-se e instaura-se o processo criminal com o intuito de satisfazer a pretenso punitiva, demodo que, se esta ainda no pode ser satisfeita ante a ausncia de umaexigncia legal, nada justifica o incio dos procedimentos apuratrios, osquais, alm de aodados, poderiam posteriormente se revelar inteis.

20.7.1.7. Relatrio: ao administrador judicial compete, na falncia, apresentaro relatrio sobre as causas e circunstncias que conduziram situao defalncia, no qual apontar a responsabilidade civil e penal dos envolvidos,observado o disposto no art. 186 da Lei (art. 22, III, e). De acordo com o art.186, no relatrio previsto na alnea e do inciso III do caput do art. 22 destaLei, o administrador judicial apresentar ao juiz da falncia exposiocircunstanciada, considerando as causas da falncia, o procedimento dodevedor, antes e depois da sentena, e outras informaes detalhadas arespeito da conduta do devedor e de outros responsveis, se houver, por atosque possam constituir crime relacionado com a recuperao judicial ou com afalncia, ou outro delito conexo a estes. Pargrafo nico. A exposiocircunstanciada ser instruda com laudo do contador encarregado do exameda escriturao do devedor.

20.7.1.8. Ao penal: com a atual Lei de Falncias perdeu sentido o art. 503do CPP, que previa hiptese de crime de ao penal privada. De acordo como art. 184 da Lei n. 11.101/2005 os crimes nela previstos so todos de aopenal pblica incondicionada. Nada impede, contudo, a propositura de aopenal privada subsidiria na hiptese em que, decorrido o prazo para ooferecimento da denncia pelo Parquet, este queda-se inerte. Estarolegitimados, para tanto, qualquer credor habilitado ou o administradorjudicial, observado o prazo decadencial de seis meses (art. 184, pargrafonico).

20.7.1.9. Efeitos da condenao: de acordo com o art. 181, caput, da Lei n.11.101/2005, so efeitos da condenao por crime previsto nesta Lei: I ainabilitao para o exerccio de atividade empresarial; II o impedimentopara o exerccio de cargo ou funo em conselho de administrao, diretoriaou gerncia das sociedades sujeitas a esta Lei; III a impossibilidade de gerirempresa por mandato ou por gesto de negcio. De acordo com o 1, osefeitos de que trata este artigo no so automticos, devendo sermotivadamente declarados na sentena, e perduraro at 5 (cinco) anos apsa extino da punibilidade, podendo, contudo, cessar antes pela reabilitaocriminal. Finalmente, Transitada em julgado a sentena penal condenatria,ser notificado o Registro Pblico de Empresas para que tome as medidasnecessrias para impedir novo registro em nome dos inabilitados ( 2).

20.7.1.10. Prescrio: antes do advento da Lei n. 11.101/2005, a prescrio dapretenso punitiva se dava sempre em dois anos, qualquer que fosse aquantidade da pena imposta na sentena condenatria. Com a atual legislao,

a prescrio dos crimes falimentares passou a ser regrada pelo CP, iniciando-se com a decretao da falncia, da concesso da recuperao judicial ou dahomologao do plano de recuperao extrajudicial (Lei n. 11.101/2005, art.182). Dessa forma, acabou o prazo prescricional fixo de dois anos, passandoa valer a regra do art. 109 do CP (com a nova redao determinada pela Lei n.12.234, de 5 de maio de 2010), bem como todos os dispositivos relacionados prescrio previstos no Estatuto Repressivo (prescrio calculada de acordocom a pena mxima cominada, prescrio intercorrente e retroativa).

20.7.2. Procedimento dos crimes contra a honra7.

20.7.2.1. Introduo: Referido procedimento se encontra previsto no Livro II,Ttulo II, Captulo III do Cdigo de Processo Penal, especificamente nos arts.519 a 523.

20.7.2.2. Procedimento:

20.7.2.3. Do pedido de explicaes. Procedimento: Previsto no art. 144 doCdigo Penal, o pedido de explicaes consiste no procedimento adotado noscrimes contra a honra, toda vez que se verificar dvida quanto s expressesofensivas. Trata-se de uma medida preliminar, embora no obrigatria propositura da ao penal.

20.7.3. Procedimento dos crimes funcionais

20.7.3.1. Introduo: O procedimento especial previsto no art. 514 do CPPaplica-se a todos os crimes funcionais afianveis, ficando excludos osinafianveis.

20.7.3.2. Procedimento:

20.7.4. Procedimento dos crimes contra a propriedade imaterial

20.7.4.1. Introduo: Os crimes contra a propriedade imaterial esto previstosno art. 184 e pargrafos do Cdigo Penal.

20.8. Procedimento de competncia do Jri popular

20.8.1. Breve histrico

20.8.2. Organizao do Jri

20.8.3. Soberania dos veredictos

20.8.4. Rito escalonado

20.8.4.1. Judicium accusationis: Atualmente, inserem-se na competncia do

Jri os seguintes crimes: homicdio doloso (CP, art. 121), infanticdio (art.123), participao em suicdio (art. 122) e o aborto (arts. 124 a 127), tentadosou consumados. Tais crimes seguiro o procedimento especial previsto nosarts. 406 a 497 do CPP, independentemente da pena prevista.

20.8.4.2. Judicium causae:

20.8.4.2.1. Libelo: extino pela Lei n. 11.689/2008:

20.8.4.2.2. Desaforamento:

20.8.4.2.3. Instalao da sesso:

20.8.4.2.4. Formao do conselho de sentena:

20.8.4.2.5. Atos instrutrios:

20.8.4.2.6. Debates:

20.8.4.2.7. Provas novas:

20.8.4.2.8. Formulao dos quesitos:

20.8.4.2.9. Votao:

20.8.4.2.10. Sentena:

20.8.4.2.11. Ata do julgamento:

20.8.4.2.12. Atribuies do juiz-presidente:

20.8.5. Questes finais especficas sobre Jri

20.8.5.1. Exame de insanidade mental: Havendo dvida a respeito daimputabilidade do ru, necessrio o exame pericial, tratando-se de meiolegal de prova, que no pode ser substitudo pela inspeo pessoal do prpriojuiz (RTJ, 63/70). Caso surja dvida a respeito da sanidade mental doacusado, cabe ao juiz decidir se dissolve o conselho, nos termos do art. 481,caput, do CPP. Tratando-se de prova pericial, determina o pargrafo nico doart. 481 que o juiz-presidente, desde logo, nomeie perito e formule quesitos,facultando s partes tambm formul-los e indicar assistentes tcnicos, noprazo de 5 (cinco) dias. (Vide tambm Smula 206 do STF, editada antes dareforma processual penal.)

20.8.5.2. Conferncia da urna: Realizadas as diligncias referidas nos arts. 454a 461 deste Cdigo, o juiz-presidente verificar se a urna contm as cdulasdos 25 (vinte e cinco) jurados sorteados, mandando que o escrivo proceda chamada deles (CPP, art. 462). Havia entendimento no sentido de que tal ato

deveria ser realizado em pblico e, caso no constasse expressamente da ata,ensejaria nulidade do julgamento (RT, 206/85).

20.8.5.3. Nmero mnimo de jurados: A instalao da sesso sem o nmeromnimo legal de jurados enseja nulidade do julgamento (CPP, art. 564, III, i).O receio do legislador o de que, com as recusas peremptrias e mais algumajustificada, falte nmero legal para compor o conselho de sentena (ochamado estouro de urna).

20.8.5.4. Momento de arguir as nulidades: As nulidades relativas posteriores pronncia devem ser arguidas logo aps o prego (CPP, art. 463, 1), nostermos do art. 571, V, do CPP. No arguida nesse momento, a nulidade estarsanada, pois no se concebe que, presente ao ato, guarde o recorrente emsegredo a falha nele ocorrida, para aleg-la mais tarde como motivo paraanular o julgamento (RT, 380/72).

20.8.5.5. Autor principal e partcipe: O autor principal deve ser julgado antes,salvo se estiver foragido (STF, HC 65.091-RJ, j. 24-5-1988, rel. Min. DjaciFalco, DJU, 12 ago. 1988).

20.8.5.6. Incomunicabilidade entre jurados: Dispe o art. 466, 1, que osjurados no podero comunicar-se entre si e com outrem, nem manifestar suaopinio sobre o processo, sob pena de excluso do Conselho e multa, naforma do 2 do art. 436 do Cdigo.

20.8.5.7. Juiz togado que abandona plenrio: Abandono durante os trabalhosinfringe dever de fiscalizao da incomunicabilidade (RT, 452/350).

20.8.5.8. Recusa ou aceitao de jurados: Deve-se dizer apenas um sim ouum no. Se quiser recusar elegantemente, sem antipatizar-se com os demaisjurados, nada impede a parte de dizer: agradeo, mas dispenso ou dispensoe agradeo (CPP, art. 468).

20.8.5.9. Compromisso dos jurados: Sua falta enseja nulidade (art. 472).

20.8.5.10. Interrogatrio. Nulidades: A nulidade resultante do interrogatrioincompleto sanvel por fora do art. 572 do CPP, quando no arguida emtempo oportuno, isto , na prpria sesso, logo depois de ocorrida, comopreceitua o art. 571, VIII (RTJ, 38/630). O interrogatrio na presena docorru causa nulidade, pois impe o art. 191 do CPP que, havendo mais deum acusado, sero interrogados separadamente.

20.8.5.11. Cpias aos jurados: Admite-se entrega de cpia de peas dos autos

aos jurados, desde que sem grifos. Assim, o jurado receber cpias dapronncia ou, se for o caso, das decises posteriores que julgaram admissvela acusao e do relatrio do processo (CPP, art. 472, pargrafo nico).

20.8.5.12. Testemunhas: Nada impede que o juiz acate sugesto da parte eoua testemunhas no arroladas, na qualidade de informantes, paraesclarecimento da verdade (RT, 420/88). Os jurados podem requerer, tambm,oitiva de testemunha no arrolada (RT, 416/81).

20.8.5.13. Testemunhas. Pergunta direta: A antiga sistemtica do Cdigo deProcesso Penal j adotava, no plenrio do jri, o sistema norte-americano deinquirio de testemunhas, em que as perguntas seriam formuladasdiretamente pelas partes. Assim, ensinavam Adriano Marrey, MagalhesNoronha, Hermnio Marques Porto e Eduardo Espnola Filho, com inteirarazo, que a inquirio de testemunhas, no Plenrio do Jri, diante da claradisposio dos antigos arts. 467 e 468 do Cdigo de Processo Penal, podia serfeita diretamente pelas partes, sem intermediao do juiz. Assim, novigorava no Jri o sistema presidencialista de inquirio, tambm chamado desistema do exame judicial, no havendo que se falar em reperguntas (termomais apropriado para situaes em que o juiz, aps deferir a pergunta daparte, a refaz para a testemunha).

20.8.5.14. Acareao: Segundo o art. 229, somente se procede quando adivergncia entre testemunhas ou entre estas e a vtima versar sobre pontoessencial. O fundamento para acolher o pedido de acareao funda-se nodever do juiz de determinar diligncias, sempre que necessrias aoesclarecimento da verdade (CPP, art. 497, XI). O indeferimento de pedido deacareao no d causa nulidade do feito, tratando-se de atividadediscricionria do magistrado. Mesmo havendo srias divergncias dedepoimentos, a acareao no medida obrigatria na instruo da causa,mas providncia sujeita ao prudente arbtrio do juiz. Nesse sentido, oindeferimento do pedido de acareao no configura cerceamento de defesa(RT, 289/494 e 436/394).

20.8.5.15. Dispensa de testemunhas: S possvel se o juiz, as partes e osjurados concordarem. Se um nico jurado quiser ouvi-la, no poder serdispensada (RTJ, 65/175).

20.8.5.16. Testemunhas residentes fora da comarca: A parte no deve arrolar,pois elas no tm a obrigao de comparecer (RT, 403/107). O corru nopode ser ouvido em plenrio como testemunha, a pedido da defesa.

20.8.5.17. Testemunha que no comparece: O julgamento no ser adiado se atestemunha deixar de comparecer, salvo se uma das partes tiver requerido asua intimao por mandado, na oportunidade de que trata o art. 422 doCdigo, declarando no prescindir do depoimento e indicando sualocalizao (CPP, art. 461, caput).

20.8.5.18. Depoimento pessoal: O advogado que, ao defender o ru peranteo jri, atesta fatos, como testemunha pessoal do caso, e assim produz provaindita no feito, determina, com sua atuao anmala, do ponto de vista daoportunidade da prova, grave irregularidade, que acarreta a nulidade dojulgamento, em face da irremedivel surpresa causada acusao (RT,425/301).

20.8.5.19. Debates: Aconselha-se argumentao sem injuriar a pessoa do ru,no dirigindo-se ao acusado, mas aos jurados. Se o ru nega a autoria, nadaimpede ao advogado a articulao de outra tese defensiva, que entender maisfavorvel (RTJ, 124/635).

20.8.5.20. Rplica e trplica: No so obrigatrias. A resposta perguntasobre a pretenso de ir rplica deve consistir em um simples no,desacompanhado de qualquer comentrio; caso contrrio, haveria efetivoexerccio do direito de rplica, dando ensejo trplica. Por exemplo:promotor que diz no, porque a defesa foi muito mal (isto d direito trplica). Inovaes de tese na trplica causam nulidade, por ofensa aoprincpio do contraditrio (RT, 485/299). H quem sustente que pode haverinovao de tese se o defensor avisar o promotor antes de este iniciar suarplica, de que mudar a tese na trplica. Entendemos correta a primeiraposio.

20.8.5.21. Apartes: Segundo o art. 497, III, cabe ao juiz dirigir os debates,intervindo em caso de abuso, excesso de linguagem ou medianterequerimento de uma das partes. Assim, o aparte direito do promotor e doadvogado. Deve ser, antes, solicitado e deve ser breve, evitando--se odiscurso paralelo.

20.8.5.22. Interveno dos jurados: Podem, a qualquer momento, pedir, porintermdio do juiz, ao orador que indique as folhas dos autos em que seencontra a pea por ele lida ou citada (CPP, art. 480).

20.8.5.23. Reinquirio de testemunha: A testemunha ouvida em plenriopode ser reinquirida a qualquer momento, a pedido das partes (CPP, art. 476, 4).

20.8.5.24. Dissoluo do conselho: A converso do julgamento em diligncia,se estiver mascarando a vontade de obter a dissoluo do conselho desentena, inadmissvel (RT, 397/101). Se a acusao for insuficiente, o juiztambm poder dissolver o conselho, em face de nulidade apontada pelo art.564, III, l, que a falta de acusao na sesso de julgamento. Sobre hiptesesde dissoluo do conselho, vide CPP, arts. 481 e 497, V.

20.8.5.25. Esclarecimento do juiz aos jurados na hora de votar: Concludos osdebates, o juiz-presidente indagar dos jurados se esto habilitados a julgar ouse precisam de outros esclarecimentos (CPP, art. 480, 1). Osesclarecimentos s podem versar sobre questo de fato (CPP, art. 480, 2).Se a pergunta do jurado for sobre fato de que uma das partes tenha falado,esta poder responder rpida e objetivamente.