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Revista agronegocio 23ed

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SUMÁRIO

Envie sua sugestão de matéria para a Revista Agro&negócios: [email protected]

Leve essa ideia com você:

Diretor administrativo: Francis [email protected]

Direção de arte: Allan Paixã[email protected]

Reportagem / Edição:Tássia Fernandes (2703/GO)[email protected] Loose Pereira (15679/RS)[email protected]

Diagramação:Voz Propaganda

Artigos:Glauber Silveira,Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Universidade Federal de Goiás (UFG), Amauri Marchese, Lygia Pimentel.

Colaboração:Faz. Bom Sucesso

Impressão: PoligráficaTiragem: 3.000Distribuição dirigida: Jataí, Rio Verde, Mineiros

Contatos:(64) 8417-4977 – Francis Barros(64) 9956-2859 - Allan Paixão(64) 9642-5882 - Tássia (64) 9644-0714 - Luana

E-mail: [email protected]

facebook.com/agroenegocios

A Revista Agro&Negócios não se responsabiliza pelos conceitos e opiniões presentes nos encartes publicitários, anúncios, artigos e colunas assinadas.

Edição 23ª - Revista Agro&negóciosAno 2013

A&F EditoraRua Napoleão Laureano, Nº 622

St. Samuel Graham - Jataí - GoiásCNPJ: 13.462.780/0001.33

Anuncie64 3636-4113

08 Café com produtor

12 Artigo Amauri Marchese

14 Informativo APGJ

18 Artigo Glauber Silveira

36 Artigo Lygia Pimentel

38 Portal UFG

44 Artigo UFSM

40 Cana de Açúcar

Cultivo de Feijão

Confinamento de bovinos

Projeto de Lei sugere proibição da Pulverização Aérea

CAPA28 32 20 24

[email protected]

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Encerrada a segunda safra, que abarrotou de milho os escassos armazéns brasileiros, o olhar dos produtores se volta agora para um novo ciclo que será iniciado oficial-mente a partir do dia 1º de Outubro. A safra 2013/14 surge com novidades, algumas animadoras e outras preocupan-tes. Ao mesmo tempo em que a expectativa é de aumento da área plantada com soja nesta safra verão, o descobri-mento de uma nova praga, a lagarta Helicoverpa Amigera, até então exótica e quarentenária no Brasil, já tem feito muitos produtores rurais perderem o sono. As oscilações do dólar continuam influenciando as coisas por aqui, quem se antecipou na compra dos insumos ainda nesta safra não sentirá os reflexos das últimas altas da moeda americana, porém, se nada mudar, os custos de produção da segunda safra é que serão afetados.

Sempre antenada a tudo o que acontece no dia-a-dia do homem do campo, a revista Agro&Negócios em sua 23ª edição traz um conteúdo especial para você, caro leitor, ficar por dentro das atualidades dos mais diversos setores do agronegócio.

No quadro café com produtor, estivemos na pro-priedade de Nei Carrijo Bridi, jovem empreendedor que resolveu investir na pecuária leiteira, consolidado um novo perfil, moderno e profissional, à atividade. Na pecuária de corte, fomos visitar a propriedade de Nelson Maggioni, que neste ano investiu novamente no confinamento como al-ternativa de renda na entressafra, período onde a deman-da por carne bovina é maior.

Seguindo a linha das alternativas que viabilizam o aumento da rentabilidade das propriedades rurais, traze-mos uma reportagem sobre a cultura do Feijão, que com a super produção de milho na segunda safra, ganhou ainda mais visibilidade. A Universidade Federal de Goiás/Cam-pus Jataí e a Universidade Federal de Santa Maria/RS tra-zem ainda sua contribuição com artigos onde comprovam a eficiência de seus experimentos e lançam ideias aos agri-cultores e pecuaristas.

Em nossa capa estampamos este mês a trajetória de expansão da marca da Sementes Goiás, empresa com forte atuação no agronegócio na linha de sementes e que vem conquistando a confiança dos produtores rurais, se consolidando cada vez mais no mercado.

Os colunistas Glauber Silveira, Lygia Pimentel e Amauri Marchese contribuem trazendo um olhar crítico sobre os acontecimentos do setor agropecuário e empre-sarial em nível de Brasil. Por fim, visualizando o início de mais um ciclo de produção, a safra 2013/14, trazemos a matéria sobre o projeto de lei a respeito da proibição da pulverização aérea de agrotóxicos, assunto que tem gera-do debates nas casas legislativas em todo o estado.

Referência no campo e na cidade, assim é e sempre será a sua revista Agro&Negócios!

Boa Leitura!

EDITORIALPOR TÁSSIA FERNANDES

E LUANA LOOSE PEREIRA, JORNALISTAS RESPONSÁVEIS

DIRETORIA ADMINISTRATIVA EQUIPE AGRO&NEGÓCIOS

ALLAN PAIXÃO LUANA LOOSE PEREIRA

JORNALISTA

JULIANA FOERSTER

GERENTE DE NEGÓCIOS

MARÍLIA ASSIS

DESIGNER

TÁSSIA FERNANDES

JORNALISTA

FRANCIS BARROS

Vai ser dada a largada...

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AGENDA

CONECTADO

XI Semana Agronômica

Oficina de Plano de Marketing

Palestra - Como atrair , conquistar e manter clientes

10º Encontro Brasileiro de Substâncias Húmicas

Quando: 07 a 11 de outubro de 2013Onde: Universidade Federal de Goiás - Capus Jataí.Mais informações:www.semanaagronomica.jatai.ufg.br/pages/48544

Quando: 14 e 15 de outubro de 2013Onde: Sebrae – Rio Verde/GO (ACIRV – Rua Dona Maricota, 199, Jd. Marconal)Mais informações:(64) 3624-2755 / www.sebrae.com.br/uf/goias/gestao/cursos/cursos

Quando: 10 de Outubro de 2013 das 19h às 21h30Onde: Sebrae – Goiás (Av. T-3 nº 1000 Setor Bueno, Goiânia/GO)Mais informações: www.sebrae.com.br/uf/goias/gestao/palestras/palestras

Quando: 14 a 18 de outubro de 2013.Onde: Sede da Embrapa Arroz e Feijão - Santo Antônio de Goiás/GO.Mais informações:www.embrapa.gov.br/eventos/x-encontro-brasileiro-de-substancias-humicas/#

Meu Jeito CaipiraAgronegócios – Gestão e

InovaçãoUma história de desafios e superação. A descrição presente no próprio livro resume a obra que traz a emo-cionante história de vida de Jean Cesar Silva. Nascido em Jataí/GO, Jean enfrentou dificuldades - o comprome-timento das funções motoras, o alcoolismo, a incompre-ensão e, até mesmo, o preconceito. Entretanto, o amor pela vida, a força de vontade e a fé foram as bases que o sustentaram e auxiliaram a transpor cada barreira. Es-crito pela jornalista Luana Loose Pereira, o livro “Meu jeito caipira” se desenrola em quatro capítulos: Infância, Adolescência, O túnel e A luz no fim do túnel. Uma leitura leve e que tem o propósito de fazer o leitor refletir sobre seus limites e sua capacidade de ir além.

Escrito por Luis Fernando Soarez Zuin e Timoteo Ramos Queiroz, o livro “Agronegócios – Gestão e Inovação” enfatiza três aspectos do setor: inovação tecnológica, coordenação das cadeias produtivas e áreas de gestão. Entre os propósitos do livro está o de levar ao leitor conhecimento sobre conceitos e métodos de análise originários das áreas de gestão e economia, cuja compreensão pode contribuir com a geração de resultados positivos. O diferencial do livro é a presença da teoria aliada à apresentação de casos práticos, o que facilita o entendimento do que é apresentado. O material também pode ser encontrado na versão digital.Onde encontrar: A&F Editora - (64) 3636-4113.Onde Encontrar: http://www.livrariasaraiva.com.br

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NEI CÉSAR CARRIJO BRIDIO novo perfil da atividade leiteira

Por Luana loose Pereira

CAFÉ COM O PRODUTOR

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Há cinco anos investindo na pecuária de leite, Nei César Carrijo Bridi, é um exemplo de quem decidiu apostar na paixão pela atividade leiteira e hoje é um dos responsá-veis por fortalecer cada vez mais o novo perfil dos produ-tores ligados ao setor, no centro-oeste do país. A juventude aliada ao profissionalismo auxilia na consolidação de uma gestão eficiente e moderna da propriedade rural. Em en-trevista, o jovem administrador, que hoje possui um plantel de 100 animais e produz em média de 3 mil litros de leite por dia, conta detalhes de sua trajetória e destaca pontos importantes sobre como ser bem sucedido na atividade.

Revista Agro&Negócios: Como surgiu a ideia de investir na atividade leiteira?

Nei César Carrijo Bridi: No meu ponto de vista qualquer profissão desde que bem feita, dá resultado e foi por este motivo que decidi investir na atividade leiteira, é uma paixão que tenho desde pequeno. Quando come-cei a mexer com leite, resolvi inserir a administração na pecuária leiteira, implantar uma gestão na propriedade para mostrar às pessoas que não acreditam que nem tudo é como elas realmente pensam. Iniciei na atividade em 2007, quando ainda residia em Mineiros/GO, depois de três anos, mudei para Jataí/GO. Por ser a pecuária de leite

uma atividade diária, quanto mais perto da cidade melhor, assim você tem assistência técnica disponível com mais facilidade e quanto mais longe mais difícil a logística e também o preço do leite, então resolvemos comprar essa propriedade perto da cidade, investimos aqui para inten-sificar ao máximo o trabalho e os rendimentos.

Revista Agro&Negócios: De que forma é realizado o manejo na propriedade?

Nei César Carrijo Bridi: Durante seis meses do ano, ou seja, no período da seca, que vai de junho até no-vembro, realizo três ordenhas diárias e o gado fica confi-nado em sistema intensivo. Já nos outros seis meses, onde o regime hídrico é maior, realizo duas ordenhas diárias e o gado passa para o regime semi intensivo, vai a pasto na época de grandes volumes de chuva e quando necessário há complemento com silagem. Na seca, as ordenhas são feitas de oito em oito horas, no período chuvoso de doze em doze horas.

Revista Agro&Negócios: Você acredita que a mo-dernização e a profissionalização das propriedades rurais, principalmente voltadas para a produção leiteira, são im-portantes para o desenvolvimento da atividade?

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9CAFÉ COM O PRODUTOR

Nei César Carrijo Bridi: Acredito que são fatores muito importantes. Em minha propriedade, já investi em vagão de silagem, o que diminui mão de obra e propicia alimento de melhor qualidade para os animais. Investi tam-bém na ordenha mecânica, com um sistema totalmente automatizado, que disponibiliza a medição diária de produ-ção, possui extração automática de teteira, se não tivesse esses sistemas na propriedade com certeza eu teria que contratar um funcionário a mais. Além disso, o sistema me-lhora a qualidade do leite, existe um sensor que na hora em que acaba o leite da vaca ele impede a sub-ordenha, o que evita a ocorrência de inflamações no ubre do animal. Decidi apostar também na compra de animais mais novos o que ajuda a melhorar a qualidade do leite. Eu acredito que na pecuária de leite a tendência é que quem não acompanhar a tecnologia não vai ficar no mercado. É uma atividade que exige muito, mesmo com a experiência que já possuímos. A produção dá lucro, mas temos que ter uma atuação cada vez mais profissional.

Revista Agro&Negócios: Em sua propriedade há preocupação em ter o acompanhamento de profissionais capacitados para trabalhar com os animais?

Nei César Carrijo Bridi: Sempre tive esta preocu-pação. Eu tenho um veterinário que trabalha em períodos determinados. Ele é o responsável por realizar o diagnós-tico de gestação, para utilização de tecnologias de inse-minação em tempo fixo. Eu priorizo a estação de monta para as vacas parirem na época mais lucrativa para a pro-priedade, que é no momento de seca. Acredito que este acompanhamento seja de extrema importância, pois não temos como manter a propriedade sem o trabalho técnico realizado por esses profissionais.

Revista Agro&Negócios: Em sua opinião, investir em genética, atualmente, é uma alternativa viável?

Nei César Carrijo Bridi: O futuro da propriedade é o investimento em genética. Hoje eu utilizo a genética visando um animal que suporte o clima tropical desta re-gião, que é quente. Fazendo cruzamento entre raças, con-seguimos animais não de grande porte, mas que possam dar uma melhor qualidade ao leite e que ao mesmo tem-po suportem as adversidades do clima regional produzin-do boas médias diárias. É um investimento totalmente viável, o custo para fazer uma genética de boa qualidade do gado é pequeno, inclusive o curso de inseminação é disponibilizado gratuitamente pelo SENAI do estado, en-tão é um trabalho simples que dá um retorno excelente para a propriedade.

Revista Agro&Negócios: De uma forma geral, po-demos dizer que hoje a atividade leiteira é rentável?

Nei César Carrijo Bridi: A atividade leiteira hoje é rentável, desde que o produtor se profissionalize e vá atrás

de pesquisa e estudo, tentando tecnificar cada vez mais a propriedade e realizar o trabalho de forma simples, po-rém eficiente. É uma atividade viável, porém exige muito do produtor, é preciso acompanhar a tecnologia da mes-ma forma que o produtor de grãos faz, é necessário que o gerenciamento da propriedade leiteira seja feito como em uma empresa da cidade, com controle diário de custo.

Revista Agro&Negócios: Quais são os principais entraves enfrentados hoje pelos produtores de leite?

Nei César Carrijo Bridi: O principal problema de mercado é a alta da matéria prima para insumos, no caso do concentrado e o volumoso. Além do alto custo de pro-dução de alimento para as vacas, temos também a ques-tão de o leite ser um alimento da cesta básica e por este motivo ter um preço limitado no mercado, esse ano tive-mos preços bons, porém, com certeza, esse ano foi atípico.

Revista Agro&Negócios: Quais são as perspecti-vas de futuro para a sua propriedade rural?

Nei César Carrijo Bridi: Minha perspectiva é es-tabilizar meu plantel, com média de trinta litros/dia por animal e possuir cerca de 150 exemplares em produção. Depois disso, pretendo começar a comercializar genética, fato que irá incrementar a receita da propriedade e viabi-lizar ainda mais a atividade leiteira.

Revista Agro&Negócios: Qual a dica que pode ser dada para quem está pensando em investir na atividade?

Nei César Carrijo Bridi: A principal dica é gostar, não adianta você ter conhecimento se você não gosta. É uma atividade diária, que exige muita dedicação. Se a pessoa gosta da atividade basta ir atrás de conhecimento, visitar outras propriedades que já possuam estas tecnolo-gias, fazer os procedimentos e investimentos todos com muita cautela, que com certeza dará resultado.

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Amauri MarcheseProfessor da ESPM e do Ipog e Coordenador de Educação Organizacional do Futuro – Instituto Nacional de Desenvolvimento de Pessoas.

Um exemplo de como medir resultados em Comunicação Corporativa

A área de Comunicação Corporativa deve ser vista como estratégica pela direção da empresa.

Um dos maiores desafios para os comunicadores empresariais é a mensuração de resultados das ações rea-lizadas pela área. De fatos, apresentar resultados numéri-cos nem sempre é fácil. Como dizem alguns especialistas, há ações cujos resultados são “intangíveis”, ou seja, quase impossíveis de serem medidos.

A grande discussão é: o que realmente é intangível? Se analisarmos uma ação promocional, veremos que sua forma de mensuração de resultados é completamente tan-gível. É só apontar o volume de vendas antes do início da promoção e compará-lo com o volume alcançado ao térmi-no dela. Simples, não é?

Vamos ver uma situação verídica, extraída de pu-blicação da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Re-gião São Paulo, 05.08.2013. O título da matéria é “Schin-cariol é condenada ao pagamento de 700 mil reais por assédio moral”

A Brasil Kirin Logística e Distribuição LTDA, conheci-da por Schincariol, foi condenada pela 4ª Vara do Trabalho de Guarulhos ao pagamen-to de 700 mil reais em indenização por assédio moral contra os seus funcionários. A empresa foi alvo de ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público do Tra-balho de Guarulhos após in-quérito civil conduzido pela procuradora do trabalho, Rosemary Fernandes Moreira, ter com-provado assédio moral por parte dos gerentes de vendas.

O assédio moral se caracteriza por ataques repe-tidos, cujos atos interferem na saúde emocional da víti-ma, causando o sentimento de humilhação e desprezo. O tratamento desrespeitoso acontecia não apenas em reu-niões, mas também em conversas a sós, quando até xin-gamentos eram dispensados aos subordinados. Ameaças de mudança de região também eram usadas para tentar elevar o índice de vendas.

A área de Comunicação Corporativa poderia ter evi-tado o terrível desfecho desse episódio? Sim e não. Caso a empresa não tenha uma forte cultura de comunicação, que faz dos seus gestores os principais responsáveis pela adequada comunicação com os colaboradores, não. E, in-felizmente, essa parece ser a realidade dessa organização.

Porém, se a alta direção entende que a Comu-nicação Corporativa é área estratégica de resultados, investindo no treinamento dos gestores e fazendo-os atuar como propagadores da Missão, da Visão e dos Va-lores – sendo o exemplo vivo deles – certamente essa situação não ocorreria e, portanto não haveria nem o dano financeiro, nem o da imagem, que, é claro, foi du-

ramente arranhada.Não há dúvida: quanto maior a conscienti-

zação da alta direção das organizações para a importância estratégica da comunica-

ção e quanto maior é o investimen-to em treinamento dos gestores,

mais qualificados são os re-sultados obtidos, prin-

cipalmente no que diz respeito ao

clima interno e à produtividade.

NEGÓCIOS E MARKETING

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LOGÍSTICA E CAPACIDADE ENERGÉTICAASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORES DE GRÃOS

APOIA PROJETOS EM PROL DO DESENVOLVIMENTO DO MUNICÍPIO DE JATAÍ

Sempre ao lado dos agricultores, a associação dos produtores de grãos de Jataí mais uma vez vem buscan-do discutir e trazer soluções viáveis ao desenvolvimento do setor agropecuário jataiense. Após diversas reuniões com entidades, empresas e autoridades municipais um re-levante projeto esta sendo criado e deve ser levado nos próximos meses ao conhecimento do governo estadual, trata-se da implantação de um modal ferroviário anexado ao aeroporto do município.

Segundo Jair Barrachi, secretário executivo da APGJ, o modal em Jataí seria o ponto de encontro de di-versas outras linhas ferroviárias vindas de municípios vizi-nhos ou até mesmo de outros estados. “Seria um terminal,

todos os demais municípios da região como Serranópolis, Santa Rita,

Mineiros, Caiapônia, entre outros, iriam convergir neste modal e daqui a es-trada de ferro seria ligada

ao terminal da ferrovia Norte Sul em Santa Helena, passando

pelo município de Rio Verde”.Com o projeto de construção

do aeroporto de Jataí já em anda-mento, o entreposto ferroviá-

rio se tornaria um anexo importante para via-

bilizar o trans-

porte, tanto de grãos e insumos como também de diversas outras mercadorias, impulsionando ainda mais o desenvol-vimento socioeconômico e agropecuário. Para Jair, ambos os projetos ainda vêm de encontro com outras obras que já estão em andamento, como o anel viário e também a dupli-cação das rodovias no entorno do município. “A construção do modal ferroviário e do aeroviário aliado à duplicação da rodovia, formaria um sistema de transporte de carga muito interessante. Nós temos que pensar no futuro, hoje muitas pessoas ainda tem dúvidas sobre o fluxo de carga, porém nós sabemos que isso, com certeza, não será problema, acredi-tamos que os municípios desta região tem capacidade de comportar e viabilizar a construção deste modal”, pontua.

Depois de convocar as empresas, a ideia é realizar uma reunião em Goiânia ou até mesmo em Brasília, para a apresentação do projeto às autoridades competentes. “Nós estamos na primeira etapa, que é solicitar o apoio das empresas que operam na região. O próximo passo é levar o novo projeto ao conhecimento dos governantes. Estamos confiantes que teremos um resultado positivo, pois a obra, orçada em dois milhões de reais, se realiza-da aqui ficará mais barata, devida a distância ser menor entre os municípios. Depois de aprovado o projeto, será realizada a licitação e nós já temos conhecimento de em-presas que desejam operar este sistema, a partir daí cabe-rá aos produtores buscar e viabilizar o fluxo de carga para movimentar a ferrovia”, explica Jair.

Segundo o secretário, a construção do terminal in-fluenciaria diretamente na logística do estado e também no preço do frete, custo de produção que nas últimas sa-

fras tem pesado no bolso dos produtores rurais, que cada vez mais buscam investir em tecnologias

para a lavoura. “Hoje o Brasil gasta

INFORMATIVO

APGJ

Por Luana Loose Pereira

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muito em transporte. Fazendo um comparativo com nos-so principal competidor, os Estados Unidos, os produtores americanos para descarregar nos portos uma tonelada de soja tem custo de 12 dólares. Já no Brasil, uma tonelada de soja para ser transportada até os portos o gasto chega a 64 dólares. Nós temos um custo de logística cinco vezes maior que os produtores americanos”, ressalta Jair.

Se implantado o sistema ferroviário trará benefí-cios relevantes aos produtores rurais e a toda população, proporcionando além da melhora em logística e diminui-ção do custo de transporte da produção e de insumos, mais segurança e comodidade a todos que utilizam as rodovias que interligam os mais diversos municípios da região.

Outro projeto importante que vem sendo discutido e apoiado pela associação dos produtores de grãos é a me-lhoria na rede de energia elétrica do município. Destaque como celeiro da produtividade no Brasil, a zona rural de Jataí ainda enfrenta problemas com a carência na distri-buição e sofre com a baixa capacidade energética da rede instalada em algumas regiões.

Segundo Jair, existem áreas onde a baixa voltagem da rede tem inviabilizado o desenvolvimento agrícola,

como por exemplo, a construção de unidades armazenado-ras de grãos e também a utilização de pivôs de irrigação, ferramentas que se implantadas devem potencializar ain-da mais a produção agrícola e trazer diversos benefícios para o município.

“Este é um problema comum em vários lugares aqui no município, porém especifi camente na região do Estrela D’Alva, muitos investimentos têm sido feitos em irrigação e também construção de armazéns e não tem energia, a rede está totalmente comprometida, pois é muita antiga”, explica Jair Barrachi.

A associação realizou o levantamento dos pontos críticos da distribuição de energia e pretende agora enca-minhar a CELG e ao governo do estado, o pedido para que estas melhorias sejam feitas com máxima urgência.

“Aderimos a este projeto para exigir que a CELG e o governo do estado resolvam este impasse, pois os produ-tores jataienses estão sendo muito prejudicados. A ener-gia está segurando o desenvolvimento daquela região, tem dias em que chega a faltar energia 40 vezes, assim fi ca muito difícil de trabalhar e garantir uma boa produ-ção”, conclui Jair.

ASSOCIAÇÃO DOS PRODUTORESDE GRÃOS DE JATAÍ

Associação dos Produtores de Grãos de Jataí64 3631-3384

Rua José Manoel Vilela (ao lado da ACIJ)[email protected]

Filie-se já.Fortaleça aAssociação

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Glauber SilveiraProdutor rural, engenheiro agrônomo, presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil)

MOROSIDADE NA APROVAÇÃO DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS COLOCA EM

RISCO A PRODUÇÃO BRASILEIRA

A produção agrícola brasileira encontra-se em grande risco em virtude de novas pragas e velhas doen-ças. Por isso, os produtores entrarão em uma safra de incertezas, já que os defensivos disponíveis no mercado têm tido pouca eficiência e novos produtos que poderiam diminuir as aplicações e aumentar a eficiência de controle, após anos de espera do registro, não são liberados.

A ferrugem, doença que tem atacado a soja seve-ramente nos últimos 10 anos, com prejuízos acumulados superiores a 20 bilhões de dólares na produção nacional, tem ficado ainda mais agressiva. Para que a ferrugem fos-se combatida eficazmente na próxima safra (2013/2014), seria imprescindível que tecnologias mais modernas, a exemplo das carboxamidas, na fila de registro com priori-dade, estivessem sendo comercializadas.

A Aprosoja-MT estima que com a não liberação de novos grupos químicos as perdas sejam de, no mínimo, 5 sacas/ha na próxima safra, um prejuízo de mais de um bilhão de dólares, sendo que o Mato Grosso deixaria de colher 2,5 milhões de toneladas de soja. Segundo a Apro-soja Brasil, ao considerar a região Centro-Oeste, os prejuí-zos devem ser de dois bilhões de dólares, com perdas de 5 sacas/ha. Se permanecerem as plantas tigueras, grãos germinados da sobra da colheita, e chuvas na entressafra, a doença seguirá multiplicando e com o plantio das pri-meiras lavouras irá se instalar.

A ferrugem é uma doença que vai tirando a renda do produtor e, pior, vai ficando cada vez mais difícil medir as perdas. As esta-tísticas comprovam que nos últimos dez

anos, quando a ferrugem surgiu nas lavouras brasileiras, a nossa produtividade cresceu apenas 4%.

Na safra 2002/03 a média da produtividade brasi-leira era de 2.816 kg e na safra 2012/13 foi de 2.938 kg, dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Entretanto, na safra 1992/93 a produtividade era de 2.150 kg, sendo assim, durante os dez anos seguintes crescemos 30%, ganho de 700 kg por hectare. O Brasil tinha tudo para continuar crescendo em produtividade, afinal inves-timos em tecnologia de produção. Mas, além do clima, as pragas e doenças tiraram muito da produtividade. Se es-tivéssemos crescendo a índices de 92/93 até 2002/03, já deveríamos estar produzindo 3.600 kg/ha e 18 milhões de toneladas de soja a mais na mesma área.

A soja, que deverá ser cultivada em cerca de 30 mi-lhões de hectares no país, de acordo com a Conab, é uma das culturas que têm sido mais afetadas pela morosidade na aprovação de registros de novos produtos, principalmen-te por parte da Anvisa. O órgão, por falta de estrutura, não consegue atender à demanda do mercado, gerando perdas diretas para os agricultores, que ficam sem alternativas téc-nicas e economicamente viáveis para manter a produção.

A inovação e a adoção de novas tecnologias são fa-tores imprescindíveis para o aumento da competitividade da agricultura nacional nos mercados interno e externo. Por isso, é fundamental o trabalho de pesquisa e desen-volvimento de novas moléculas capazes de controlar com eficiência determinadas pragas e doenças que ameaçam a agricultura tropical e assegurar o abastecimento com alimentos de qualidade e em quantidade.

Embora prometida pelas autoridades desde 2011, a priorização da aprovação de novos produtos para o con-trole da ferrugem não aconteceu até agora. Caso pelo menos um produto não seja registrado, ficará evidente o descaso e falta de responsabilidade de gestores do Gover-

no em relação ao setor que tem garantido sal-do positivo na balança comercial do país. Resta aos atores do segmento encontrar maneiras de cobrar a conta dos prejuízos às autoridades res-ponsáveis nessa que, mais do que uma grande situação de descaso, é uma temática relevante para o bem da economia nacional.

A FERRUGEM: prejuízos ultrapassam 20 bilhões de dólares nos últimos 10 anos

MERCADO DO GRÃO

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SAFRA 2013/14Projeto de lei sugere proibição da

pulverização aérea em Goiás

Por Tássia Fernandes

“Crianças e professores ficaram intoxicados de-pois que um avião agrícola sobrevoou uma escola pública no Assentamento Pontal dos Buritis, em Rio Verde/GO. A aeronave fazia o combate às pragas em uma lavoura do município”. Divulgada no dia três de maio deste ano, a notícia causou inúmeras repercussões e motivou o depu-tado Mauro Rubem (PT-GO) a apresentar na Assembleia Legislativa de Goiás um projeto propondo a proibição da pulverização aérea de agrotóxicos no estado.

Entre os argumentos apresentados pelo deputado para justificar o documento está a alegação de danos cau-sados à saúde humana e animal, além da degradação do meio ambiente. O projeto aguarda o parecer da Comissão de Constituição, Justiça e Redação (CCJ); se for aprovado, o produtor que desobedecer às normas ficará impedido de receber benefícios fiscais concedidos pelo governo de Goiás e de exercer a função de produtor rural.

Para o engenheiro agrônomo e professor, Eduardo Cordeiro de Araújo, os riscos existentes na pulverização aérea de agrotóxicos são ainda menores do que àqueles que envolvem a aplicação de defensivos por via terrestre. “Principalmente no que tange à proteção dos trabalhado-res, pois um número menor de pessoal é necessário nas aplicações aéreas e todos os envolvidos são especializa-dos para desempenharem o trabalho”.

Com o intuito de discutir as declarações do deputa-do e avaliar os riscos da pulverização aérea, a Federação de Agricultura e Pecuária de Goiás (Faeg) solicitou um pa-recer técnico/jurídico da atividade. O resultado mostrou que qualquer meio de aplicação de produtos químicos, por terra ou pelo ar, pode apresentar riscos se os procedimen-tos não forem acompanhados por profissionais capacita-dos. “A fiscalização deveria acontecer nas aplicações ter-restres com o mesmo rigor que é dedicado às aplicações aéreas, o que não é a realidade de hoje, pois a pulveriza-ção terrestre não é monitorada”, pontua Araújo.

PULVERIZAÇÃO AÉREA

Adotada há mais de 65 anos, a pulverização aérea de agrotóxicos é uma técnica que para ser desempenhada deve atender a diversos protocolos, que envolvem piloto, aeronave e empresa. “No caso dos pilotos, precisam fa-zer o Curso de Piloto Agrícola, homologado junto à ANAC e credenciado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA), já os aviões precisam ser certifi-cados pela ANAC, especificamente para este tipo de tra-balho”, explica Araújo. As empresas de aviação agrícola também devem estar registradas e autorizadas a operar pelo MAPA e pela SAC - Secretaria de Aviação Civil/ANAC. Araújo também destaca que os pilotos são autorizados a

trabalharem apenas com produtos registrados junto aos órgãos oficiais e que estejam dentro do prazo de validade.

Tendo em vista a quantidade de normas que exis-tem e devem ser cumpridas para evitar riscos de conta-minação, empresários e profissionais que lidam com a atividade acreditam que o acidente em Rio Verde foi um caso isolado. “Basta verificar que na safra 2012/13 foram pulverizados, via aérea, por uma frota superior a 1.800 aviões, mais de 30 milhões de hectares, sendo aquele o único caso semelhante reportado”, pontua Eduardo Cor-deiro de Araújo.

VIABILIDADE DO PROJETO

Durante a reunião realizada pela Faeg, para discu-tir o projeto apresentado pelo deputado Mauro Rubem, a Federação se posicionou contra a proibição da atividade. O presidente, José Mário Schreiner, acredita que a fiscaliza-ção efetiva basta. O engenheiro agrônomo, Araújo, concor-da que o projeto não deve ser aprovado. “Um dos motivos é a ilegalidade do documento, pois a aviação agrícola é autorizada e regulamentada por dispositivos legais, fede-rais, não podendo legislação estadual ou municipal contra-riá-los”. Araújo também enumera que seria um retrocesso banir o método. “A pulverização aérea é moderna, eficiente, segura, regulamentada e fiscalizada. A proibição da ativida-de causaria grandes danos ao setor produtivo do estado”.

SITUAÇÃO EM JATAÍ

A pulverização aérea de agrotóxicos também en-trou em discussão no município de Jataí, onde foi apro-vado o projeto de lei que determina a proibição do uso de aeronaves na pulverização agrícola num raio de três quilômetros das áreas urbanizadas. O documento é de au-toria do vereador João Rosa (PR), que garante não estar baseado no acidente que aconteceu em Rio Verde. “Apre-sentamos a matéria em plenário no dia 25 de março, mas, como não havíamos estipulado multa para aqueles que descumprirem a lei, o projeto foi retirado da pauta e voltou para votação em maio, sendo aprovado e sancionado pelo prefeito”, esclarece.

A justificativa apresentada pelo vereador é a pos-sibilidade de intoxicação e desencadeamento de doenças, como o câncer. O projeto descreve um estudo realizado pela Associação Brasileira de Pós-Graduação em Saúde Co-letiva (Abrasco) e pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), mostrando que, anualmente, 500 mil novos casos de cân-cer surgem por conta do contato direto ou da inalação de agrotóxicos, ou do consumo de água e alimentos contami-nados. “Em Jataí muitas propriedades rurais são próximas ao perímetro urbano. Eu, por exemplo, moro em um bairro

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próximo à lavoura e o cheiro do produto é muito forte. Este foi um dos fatores que motivou a elaboração do projeto, pois a situação estava incomodando todos no setor”.

O vereador reconhece a importância da pulveriza-ção aérea para a agricultura e garante que a intenção não é proibir o método, apenas impor limites visando o bem estar da comunidade. “Sabemos que o produtor será um pouco prejudicado, mas é uma medida preventiva, para evitar danos futuros à saúde”, afirma.

A lei já está em vigor e a multa estipulada para quem não cumprir as determinações varia entre R$ 5 mil e R$ 10 mil. O engenheiro agrônomo Eduardo Cordeiro de Araújo afirma que assim como o projeto apresentado na Assembleia Legislativa, a lei jataiense é inconstitucional. Para ele, se os procedimentos de segurança, as distâncias regulamentares e as condições climáticas estipuladas pela lei federal forem cumpridos corretamente, a aplicação aérea pode ser feita nas proximidades, sem oferecer riscos à população.

De acordo com o Leonardo Amaral, advogado tribu-tarista e procurador da Câmara Municipal, a lei é constitu-cional. “Apesar da existência de regulamentação por meio de instrumentos normativos infralegais de natureza fede-

ral, trata-se de assunto que se encontra dentro do campo de alcance do inciso I, Art.30 da CF/88, que atribui com-petência ao município para legislar sobre interesse local. A propositura legislativa não proíbe a utilização de pulve-rização agrícola, apenas estabelece uma distância mínima de segurança, medida esta que vem ao encontro das pecu-liaridades locais de nosso município. Contudo, reconheço que o assunto relacionado à competência do município em legislar sobre este tema é conturbado e pode, inclusive, ser levado ao Poder Judiciário para que este possa definir acerca da constitucionalidade da lei em debate”.

Para o engenheiro agrônomo, Matheus Lima, o pro-jeto pode ser considerado discriminatório. “Os limites deve-riam, então, abranger todas as metodologias de aplicação, já que danos à saúde humana poderiam ser causados pelos produtos aplicados e não por um avião ou por um trator”.

Enquanto isso, com o fim do vazio sanitário, o cultivo da safra de verão está autorizado e os produtores rurais de Jataí, que possuem propriedades próximas às áreas urba-nas, estão sujeitos à lei que delimita a área permitida para pulverização aérea. No que se refere ao projeto de lei esta-dual, o assunto continua na pauta, aguardando aprovação.

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Um evento para marcar a histó-ria da empresa com aproximadamente 900 convidados, entre fornecedores, clientes, parceiros e Instituições �inan-ceiras.

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Da cultura de subsistência às lavouras comerciais

ESTOQUES ELEVADOS DE MILHO PODERÃO FAZER DO FEIJÃO A OPÇÃO MAIS VIÁVEL PARA A TEMPORADA 2013/14

Por Tássia Fernandes

Prato típico da culinária brasileira, historicamente o feijão é considerado cultura de subsistência, ou seja, pro-duzido em pequenas propriedades e destinado apenas ao consumo familiar. Entretanto, nos últimos anos esta rea-lidade tem mudado e o grão tem se tornado uma opção rentável de comercialização em algumas regiões.

Diante do cenário atual, de consolidação de mais uma super safra de grãos, com produção calculada em 186,15 milhões de toneladas (Conab, 2013), com desta-que para o milho, que deve permanecer estocado nos ar-mazéns e ser comercializado a preços mais baixos do que o esperado, o feijão pode ser a opção para diversificar o cultivo da temporada 2013/14, principalmente, durante a segunda safra.

O preço pago pelo feijão é outro atrativo que mo-tiva o investimento na cultura. “Em 2013, a comerciali-zação durante a segunda safra ficou acima de R$ 200,00 a saca de 60 quilos”, destaca Paulo Sérgio do Carmo, engenheiro agrônomo, mestre em produção vegetal. A tendência para 2014 é de que os valores sejam manti-dos e, talvez, superados, pois o vazio sanitário da cultura começa a valer a partir deste ano em alguns municípios de Minas Gerais e no Distrito Federal. A medida vai interferir na produção, reduzindo a quantidade de feijão disponível no mercado, o que, baseando na lei da oferta e procura, deverá garantir uma remuneração mais satisfatória para quem optar pelo grão.

MUDANÇA DE CENÁRIOO feijão, que de acordo com a Conab, nesta safra

teve uma redução de área (- 5,2%) e produção (-3,1%) nas lavouras brasileiras, poderá ganhar destaque a partir do próximo ano. A expectativa em relação a possíveis mudan-ças está ancorada, entre outros fatores, na safra recorde de milho, que deve ser superior a 80 milhões de toneladas, e às boas condições das lavouras norte-americanas, que devem produzir 354 milhões de toneladas de milho, re-compondo os estoques internos e mundiais, e provocando o acúmulo do grão estocado no Brasil.

Diante da situação, a queda no preço pago pelo mi-lho brasileiro é inevitável. De acordo com a Conab, a saca do grão chegou a ser comercializada a R$ 9,00 em Mato

Grosso e abaixo do preço mínimo de R$ 17,46 em Goiás e Mato Grosso do Sul. Os preços tornam o milho menos atrativo, e o feijão entra como opção de cultivo, pois se o milho disponível no mercado não está sendo absorvido e é comercializado a preços baixos, investir em outra cultura pode ser economicamente viável.

VAZIO SANITÁRIOEm Goiás, dados divulgados pela Conab também

mostram um panorama de queda. A produção de 233,8 mil toneladas de feijão indicam uma redução de 24% em comparação ao ano anterior. A área também reduziu em 15%, com 106,5 mil hectares cultivados, incluindo as três safras da temporada 2012/13.

Justificam as quedas de produção a incidência de pragas e doenças nas lavouras. Entre as doenças conside-radas mais severas está o mosaico dourado em feijoeiro, causado por um vírus transmitido pela mosca branca. No Distrito Federal, por exemplo, a doença afetou 70% das plantações e a produtividade do grão caiu mais de 40% nas duas últimas safras. Os altos índices de perdas regis-trados resultaram na definição do vazio sanitário da cultu-ra, que começa a valer a partir de 2013, em 18 municípios de Minas Gerais e no Distrito Federal.

A medida fitossanitária tem o propósito de dimi-nuir a proliferação do inseto e a disseminação da doença. O produtor rural que não cumprir a medida poderá pa-gar multa, ter a propriedade interditada e ser obrigado a destruir o plantio. Em Minas, o vazio sanitário do feijão será entre os dias 15 de setembro e 25 de outubro. Entre-tanto, de acordo com o Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), atendendo às reivindicações dos produtores, que já haviam estipulado o cronograma de cultivo, excepcional-mente neste ano a fiscalização deverá começar no dia 1º de outubro. No Distrito Federal, começa na mesma data e terá duração de 20 dias.

A ausência do plantio de feijão nas regiões pro-dutoras de Minas e do DF durante o período do vazio sanitário vai diminuir a oferta do grão para o início do próximo ano; o que deverá elevar preço do produto. Para os agricultores que não estarão impedidos de cultivarem o grão, pode ser uma oportunidade. Joel Ragagnin é en-

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genheiro agrônomo e empresário rural e trabalha com o cultivo do feijão. Ele afirma que os produtores não sabem ao certo como ficará o mercado a partir da implantação da medida fitossanitária, mas acredita no surgimento de picos de demanda. “Outra situação que pode acontecer é o deslocamento do cultivo do grão para outros estados, onde não haverá vazio sanitário”, acrescenta.

Em Goiás a medida fitossanitária ainda não está valendo. A superintendência de Irrigação da Secretaria de Agricultura do estado declarou que o curto espaço de tempo disponível para que os produtores alterassem o ca-lendário de cultivo poderia trazer prejuízos econômicos. O vazio sanitário em Goiás deve começar em 2014.

SALDO POSITIVO

Diferente do que se vê no estado e no país, em Ja-taí/GO, dentro de cinco anos, a área cultivada com feijão passou de 1800 para 5400 hectares, incluindo a safra de feijão irrigado (IBGE, 2013). A produção também tem alcançado índices significativos. Na segunda safra, por exemplo, foram colhidas 9,45 mil toneladas do grão. “A ex-pectativa inicial era ultrapassar as 10 mil toneladas, mas a incidência da mosca branca, vetor da doença vírus do mo-saico dourado em feijoeiro (VMDF), resultou na queda em torno de 12,5% na produtividade”, ressalta Paulo Sérgio.

O aumento, em área e produção, é reflexo dos investimentos realizados. “Agricultores com nível tecno-lógico avançado e disponibilidade de investirem deram início ao cultivo do grão, apostando em lavouras comer-ciais”. Joel Ragagnin é um deles. O produtor rural cultiva 1300 hectares de feijão em Jataí/GO. Mesmo avaliando os gastos com a cultura, que requer mais investimentos, ele se mantem na atividade, que é compartilhada com a

produção de soja e milho. “O feijão é rentável, só não au-mentamos a área porque para cultivar o grão é preciso ter estrutura operacional diferenciada para colheita, se-cagem e armazenamento”, destaca Joel, que também é engenheiro agrônomo.

Paulo Sérgio acrescenta que nas duas últimas sa-fras o preço pago pelo feijão cultivado na região Centro-Sul foi satisfatório. “Isso acontece porque há demanda crescente. Pesquisas do IBGE e da Conab mostram que a estimativa de consumo de feijão tem aumentado, chegando a 17 kg por habitante ao ano”. Para Joel, os preços também foram influenciados pelas perdas suces-sivas registradas nas lavouras em algumas regiões. “A presença de pragas, doenças e as questões climáticas tem causado, talvez, um dos maiores revezes no cultivo de feijão nos últimos anos”, analisa.

Joel Ragagnin tem consciência de que os picos de comercialização devem ser aproveitados, já que não são regra no cultivo do feijão. “Normalmente o agricultor está sujeito à oferta e demanda do produto. No caso do feijão, por exemplo, não existe a alternativa de estocar o grão e aguardar os preços subirem para comercializar, pois é um produto perecível e deve ser vendido rapidamente, por tanto, o profissional está sempre a mercê do mercado”.

A safra recorde de milho e o vazio sanitário do fei-jão são dois fatores que devem delinear os caminhos da próxima etapa de cultivo e provocar alterações no pano-rama geral das culturas. Mas, mesmo diante de um ce-nário com perspectivas positivas para o cultivo do feijão, Joel alerta para importância da diversificação da produ-ção. “Quando as coisas vão bem acabamos nos esquecen-do dos períodos de dificuldade e isso não pode acontecer. Uma opção para o produtor administrar os riscos da ati-vidade e evitar possíveis prejuízos é investir, também, em outras culturas”.

O consumo de feijão tem aumentado, chegando a

17 kg por habitante ao ano.

A produção da segunda safra ficou calculada em

9,45 mil toneladas de feijão, em Jataí/GO.

Dentro de 5 anos a área cultivada com feijão

em Jataí/GO passou de

1800 para 5400 ha (INCLUINDO A SAFRA DE FEIJÃO IRRIGADO)

Fonte: IBGE 2013

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Em Jataí/GO, município com o maior número de confinadores do estado, durante o período de estiagem, o confinamento ganha força.

Na Fazenda Aliança, propriedade de Nelson Maggio-ni, o trator passa e enche o cocho de ração a base de um composto com farelo de soja, sorgo, caroço de algodão, silagem e suplemento mineral. Durante todo o dia este trajeto se repete cerca de oito vezes, tudo para garantir que ao final do período de engorda, que pode durar até 90 dias, os animais estejam com peso ideal.

CONFINAMENTO DE BOVINOS

ALTERNATIVA VIÁVEL PARA GARANTIR A OFERTA DE ANIMAIS EM PERÍODOS DE ESTIAGEM

Por Luana Loose Pereira

Na propriedade de Nelson Maggioni a capacidade é de 2 mil animais, que são confinados de junho a dezembro, período em que ocorre a seleção para abate. O dono do confinamento afirma que os cuidados com água e alimen-tação são fundamentais para o sucesso da atividade. “Para garantir o bom desempenho dos animais em confinamento é preciso manter a água e os cochos limpos todos os dias. É importante também, passar várias vezes com a ração para alimentar os animais, pois se encher o cocho, o boi não come tudo e isso ocasiona a perda de produto. Se pas-

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33

sar mais vezes, o animal se sente atraído, o ronco do tra-tor provoca os animais, que vem co-mer com mais facilidade e frequência”, esclarece Nelson.

Na área de confinamento que chega a 20 mil m², Nelson, que confina gado há 8 anos, engorda hoje apenas a própria boiada. Segundo ele, confinar tem sido uma boa alternativa para atender a demanda por boi gor-do e viabilizar a lucratividade das propriedades rurais na entressafra. “O gado fica no pasto e agora no período de seca, quando reduz a disponibilidade de pastagem, coloca-mos os animais em confinamento para garantir a engorda e ter um incremento de renda para a fazenda”, pontua.

De acordo com dados de 2012, o estado de Goiás conta com mais de um milhão de cabeças de gado e con-centra 30% dos animais em confinamento do país. Segun-do Lygia Pimentel, pecuarista, especialista em commodi-ties, a facilidade na compra do animal, a abundância de grãos e farelos para a nutrição do rebanho, o clima propí-cio – seco de julho a outubro e a presença de frigoríficos registrados e fiscalizados são alguns dos principais fatores que contribuem para o sucesso goiano neste segmento.

“A região aqui é bem suprida de fri-goríficos, é também bastante agrícola, o que ajuda no momento da nutrição do gado. Os confinamentos abastecem os frigoríficos e tem bastante concorrência, o que faz com que os pecuaristas queiram melhorar cada vez mais. Porém, eu percebo que Jataí tem muita produção pulverizada, não temos gran-des confinamentos e eu acredito que aí está uma oportunidade de crescimento. Temos um diferencial de base muito grande, a desvalori-zação do boi de Goiás em relação a São Paulo esta em torno de 11%, e isso é muito negati-vo. Nós esperamos que esse diferencial para o segundo semestre fique bem mais vantajoso, no ano passado ficou em zero, ou seja, o boi de Goiás valia a mesma coisa que o boi de São Paulo. Para este ano, não esperamos que isso aconteça, pois foi um evento isolado, mas o diferencial deve encolher e ficar em torno de 6%. Eu acredito que tendo como travar o cus-to de produção, com a disponibilidade de ali-mentação, tendo como travar o preço de ven-da, se há uma margem nesse meio, ela deve ser aproveitada e essa margem, hoje, existe para Jataí”, destaca Lygia.

Goiás concentra + de 1 milhão de

cabeças de gado, cerca de 30% dos animais em

confinamento no país

Aumento de

27% dos confinamentos

no país em 2013

Segundo pesquisa, publicada pelo Banco Original, enviada ao BeefPoint, no Brasil, em 2013, houve um gran-de aumento na expectativa de confinar. O crescimento ajustado para o país apontou um aumento de 27% para este ano. Já em relação à venda destes animais confina-dos a oferta será bem distribuída entre os meses de agos-to, setembro, outubro e novembro.

Na Fazenda Aliança, propriedade de Nelson Maggioni, o trator passa enchendo o cocho de ração cerca de oito vezes por dia.

Fotos: Luana Loose Pereira

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LygiaPimentel

Na última década, o Brasil tornou-se um grande produtor e exportador de carnes bovina, suína e de aves. A Rússia passou a importar mais do Brasil nos últimos anos. De 2006 a 2012, as exportações para o país triplicaram, atingindo US$ 2,7 bilhões em 2012, o que o torna um im-portante cliente do setor nacional, além de ser um dos maiores destinos para as carnes bovina e suína brasileiras, com US$ 1,1 bilhão em carne bovina exportados para o país em 2012. Somente esses dois itens foram responsáveis por 52% da receita obtida com as exportações para a Rússia no acumulado janeiro/junho de 2013, cerca de US$ 794,0 milhões, o que torna-o um importante cliente para o Brasil.

Em junho de 2011, foram impostas restrições tem-porárias às exportações de produtos brasileiros à Rússia. A medida foi tomada sob a alegação de que o Brasil apre-sentava condições sanitárias insatisfatórias, caracterizada por contaminação encontrada em alguns carregamentos. Entretanto, não houve qualquer notifi cação prévia ao go-verno brasileiro, nem foi apresentado um relatório técnico das inspeções realizadas que provasse a contaminação dos produtos. O governo e o setor privado brasileiro criticaram

Mercado de carnes na Rússia: PERSPECTIVAS PARA AS

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS

Médica veterinária, pecuarista, especialista em commodities e chefe da mesa pecuária da INTL FCStone

a falta de fundamentação técnica e sugeriram que a deci-são podia esconder motivações comerciais. Desde então, de acordo com o Ministério da Agricultura, já foram realiza-das supervisões em estabelecimentos brasileiros exporta-dores de produtos de origem animal do Brasil, enviados re-latórios de auditoria e planos de ação, além dos encontros com autoridades russas para tentar resolver o impasse.

Em novembro de 2012 o embargo foi parcialmente suspenso, entretanto, a retomada das exportações depen-de da emissão de um comunicado ofi cial da Rússia e da habilitação específi ca por estabelecimento exportador, o que vem ocorrendo de forma gradativa até os dias atuais.

Em 2013 as exportações totais para a Rússia po-dem voltar aos níveis de 2010, que apresentou taxa de crescimento de 12,48%, caso a reabilitação de um número maior de plantas frigorífi cas se confi rme.

Participação da Rússia nas exportações brasileiras e perspectivas para os próximos anos

De acordo com a Associação Brasileira das Indús-trias Exportadoras de Carnes (Abiec), atualmente, o Brasil produz cerca de 9,4 milhões de toneladas de carne bovina por ano, dentre as quais 16,5% são negociados para ex-portação e seguem os devidos padrões de qualidade. O país registrou, na última década, um crescimento de 400% no valor de suas exportações, atingindo o recorde histó-rico de US$ 5,7 bilhões em faturamento e consolidando a posição de maior exportador mundial de carne bovina.

No primeiro semestre de 2013, o Brasil pode con-tar com a ajuda do câmbio e manteve números recordes de exportação, com mais de US$ 3,0 bilhões em fatura-mento, valor 13,6% superior ao obtido no mesmo período de 2012 (US$ 2,6 bilhões). Em volume, o crescimento re-gistrado foi de 21,0%, com 674,7 mil toneladas de carne bovina exportadas.

Quando considerado desde o produto in natura ao industrializado, a Rússia foi o segundo maior destino da car-ne bovina brasileira no período, absorveu mais de 150 mil toneladas, uma fatia referente a 23% do total exportado.

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TABELA 1 - Destinos da carne bovina brasileira, totalidade dos produtos cárneos, acumulado janeiro-junho de 2013.

TABELA 2 - Destinos da carne bovina brasileira, produtos in natura, acumulado janeiro-junho 2013.

Por outro lado, apenas para a carne in natura, o fa-turamento totalizou US$ 2,3 bilhões e o volume exportado foi de 523,6 mil toneladas. Neste ponto a Rússia fi cou com a primeira colocação nos destinos, com participação de mais de 25% no faturamento brasileiro e 29% em volume.

O Brasil tem mostrado desempenho positivo para o setor suinícola frente ao mercado russo, e a retomada gradativa das exportações permite estimar um cenário fa-vorável para o segundo semestre. Desta forma, as oportu-nidades para a carne suína são claras, principalmente após a entrada da Rússia como membro da OMC, com a dimi-nuição das barreiras comerciais e medidas protecionistas.

MERCADO DO BOI

Destinos da carne bovina brasileira - Jan/Jun 2013

Posição País Faturamento U$ (em milhões) Toneladas

1o Hong Kong 679056716 172823

2o Rússia 615758842 154791

3o União Européia 388839504 59949

4o Venezuela 325551868 60808

5o Chile 197091790 36437

6o Egito 182288936 53889

7o Estados Unidos 104857892 11568

8o Irã 79047095 17068

9o Israel 48574045 9797

10o Argélia 41649197 9149

Fonte: dados ABIEC, elaboração INTL FCStone. Participação - destinos da carne bovina brasileira (in natura) - Jan/Jun 2013

Posição País Faturamento U$ (em milhões)

Participação (%) Toneladas Participação

(%)

1o Rússia 600920659 25,22 152205700 29,00

2o Hong Kong 457182666 19,19 102950423 19,61

3o Venezuela 325456385 13,66 60780775 11,58

4o Chile 192244719 8,07 35708711 6,80

5o Egito 170753279 7,17 49268342 9,39

6o Itália 79781045 3,35 11324420 2,16

7o Irã 79047098 3,32 17068427 3,25

8o Países Baixos 72000890 3,02 8785930 1,67

9o Israel 47429353 1,99 9467101 1,80

10o Argélia 41556873 1,74 9117948 1,74

Outros 316022335 13,26 68232598 13,00

Total 2382395302 100,00 68232598 100,00

Fonte: dados Secex/MDIC/AliceWeb, elaboração INTL FCStone.

Tendo em vista as condições do mercado de carnes da Rússia, principalmente quando considerada a diminui-ção das barreiras comerciais, as expectativas são favo-ráveis para as exportações brasileiras de carne bovina e carne suína. No caso das exportações de carne de frango para aquele país, porém, o Brasil deve desempenhar de maneira menos interessante devido ao aumento produtivo esperado no mercado interna russa, consideradas as con-dições do país em expandir este setor da indústria, o que deve prejudicar as exportações do produto para o país nos próximos anos.

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Pousio ou Braquiária: Momento de Decisão!

Em plantio direto, o uso sucessivo de um único her-bicida tende a eliminar as plantas daninhas suscetíveis e a selecionar espécies que apresentam tolerância, culminan-do com a multiplicação dessas espécies, proporcionando a dominância das mesmas com o tempo, caracterizando uma mudança de fl ora infestante.

A tecnologia de culturas transgênicas, que pos-sibilita o uso do herbicida glifosato em pós-emergência sem afetá-las, foi vista pelos agricultores como uma for-ma fácil, efi ciente e de custo relativamente baixo para o controle de plantas daninhas. Com a adoção massi-va dessa tecnologia, o glifosato passou a ser utilizado quase que exclusivamente nas áreas agrícolas que ado-tam plantio direto, sendo aplicado sucessivamente para o controle de plantas daninhas em culturas. Com isso, vem aumentando a infestação de plantas daninhas como trapoeraba (Commelina benghalensis), erva quente (Sper-macoce latifolia) e recentemente buva (Conyza spp.), a qual apresenta ciclo de vida e estabelecimento no outo-no/inverno, além de apresentar dispersão de sementes pelo vento.

Quando áreas agrícolas são mantidas em pousio, após a colheita, possibilita a multiplicação de plantas da-ninhas, aumentando o banco de sementes no solo. Uma alternativa viável para evitar tal multiplicação é com a im-plantação de plantas de cobertura que apresentam poten-cial de supressão de plantas daninhas além de formarem resíduos vegetais para adoção do plantio direto.

A buva tem sido considerada erroneamente no su-doeste goiano como resistente ao glifosato. A resistência dessa espécie ao glifosato foi comprovada, até o momento, apenas em algumas áreas na região Sul. Assim, a buva ain-da é considerada uma espécie tolerante ao glifosato, a qual necessita de combinações de métodos de controle para au-mentar a efi ciência no manejo da mesma.

Pesquisas desenvolvidas na Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí tem demonstrado que a utiliza-ção de plantas de cobertura em substituição à vegetação espontânea (pousio) pode ser uma alternativa promissora

a ser adotada no manejo integrado de plantas daninhas (MIPD) para áreas onde só é possível o cultivo de uma única safra ao ano.

O sucesso na implantação de plantas de cobertu-ra depende da escolha de espécies adaptadas à região em que se pretende estabelecê-la. Tal espécie precisa apre-sentar alto potencial de produção de fi tomassa e, se possí-vel, supressão da comunidade infestante durante e após o cultivo da mesma. Dentre as espécies com tal potencial, a que tem apresentado maior viabilidade de ser inserida nos sistemas de rotação de culturas, é a braquiária ruziziensis (Urochloa ruziziensis). Essa espécie, além de se adequar aos parâmetros supracitados, ainda pode ser disponibilizada parcialmente para pastejo animal durante o inverno (ju-nho, julho e agosto), em anos agrícolas em que o regime hídrico propiciar alta produção de massa seca.

Para micro-regiões onde há possibilidade de cultivo de duas safras por ano agrícola, a braquiária pode ser esta-belecida em consórcio com a cultura do milho, o que pode gerar além de redução da infestação de plantas daninhas, massa vegetal para pastejo animal e plantio direto. Outro aspecto positivo é a suscetibilidade ao glifosato, a qual é controlada com baixas doses na dessecação, quando com-parada às demais espécies de braquiária.

Uma preocupação eminente é a multiplicação de nematóides, principalmente a de Pratylenchus brachyurus, pela braquiária a qual não deve ser adotada quando na constatação de altas infestações. No entanto, nem todas as áreas apresentam-se em tal situação. Atualmente en-contramo-nos num momento de decisão, pois no sudoeste goiano encontramos áreas com altas infestações por ne-matóides, áreas com infestações de mofo branco (Sclero-tinia sclerotiorum) e áreas com infestação de espécies de plantas daninhas de difícil controle como a buva e a tra-poeraba, as quais ocorrem de forma isolada ou simultânea. Neste momento, o produtor deve analisar e determinar qual componente do sistema esta sendo mais relevante em sua área de cultivo para então defi nir qual estratégia adotar para atender sua principal necessidade.

Autores: Paulo César Timossi | Suzete Fernandes Lima | Thaís Ferreira Melo TellesUniversidade Federal de Goiás | Câmpus JataíCurso de Agronomia | Laboratório de Plantas Daninhas

Buva em áreas de pousio

Supressão de Buva por braquiária

PORTAL UFG

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Goiás se mantem em 2º lugar no ranking de

produção de cana-de-açúcar PROJEÇÃO DO MAPA CALCULA CRESCIMENTO

DE MAIS DE 80% NO ESTADO DENTRO DOS PRÓXIMOS DEZ ANOS

Por Tássia Fernandes

Pela segunda safra consecutiva Goiás ocupa a se-gunda posição no ranking dos maiores produtores de ca-na-de-açúcar do país. Na safra 2012/13, a maior da histó-ria goiana, o estado produziu 52,727 milhões de toneladas de cana, superando Minas Gerais e ficando atrás apenas de São Paulo. De acordo com dados dos Sindicatos da In-dústria de Fabricação de Etanol e de Açúcar do Estado de Goiás (Sifaeg/Sifaçúcar), o estado também é o 2º maior produtor brasileiro de etanol, 2º de bioeletricidade e o 4º produtor de açúcar.

A perspectiva para a atividade canavieira conti-nua positiva. A Conab calcula que a produção da safra 2013/14 deve ser superior a 61 milhões de toneladas, totalizando um crescimento em torno de 16%. O aumen-to da produção é justificado pelos investimentos realiza-dos pelas usinas, como a renovação dos canaviais, que tem elevado, também, os índices de produtividade. Para este ano, o aumento foi de 3,1%, passando de 72.636 kg/ha para 74.856 kg/ha. Atualmente o estado conta com 34 usinas em operação.

ETANOL E AÇÚCAR

Em Goiás a maior parte da cana-de-açúcar foi des-tinada à produção de etanol, 72,9%, contribuindo para que

o estado também se classifique como segun-do maior produtor do biocombustível

do país. O crescimento, em relação aos anos ante-

riores, foi de 1 7 % ,

com a produção de 3,1 bilhões de litros de anidro (álcool acrescentado à gasolina) e hidratado (álcool como é vendido no posto). A quantidade seria suficiente para abastecer 1,2 milhão de carros com tanques de 50 litros, por semana, durante um ano. Para a etapa 2013/14 a Conab prevê um aumento ainda maior, acima de 20%, com a produção de 3,7 bilhões de litros de etanol.

No ranking de produção do biocombustível a dispu-ta pelo segundo lugar também é com o estado de Minas Gerais, que, atualmente, ocupa a terceira posição, com previsão de produção de 2,6 bilhões de litros. A liderança disparada é de São Paulo, 13,9 bilhões de litros de etanol previstos para este ano.

Apesar de ser a segunda opção, a produção de açúcar no estado também cresceu na última safra, em torno de 7%, com 1,8 milhão de toneladas. Para a safra 2013/14, a estimativa é de que sejam produzidas mais de 1,9 milhão de toneladas, 5% a mais.

Entretanto, nem só de números positivos é com-posta uma safra. De acordo com o presidente da Sifaeg/Sifaçúcar, André Rocha, o endividamento do setor su-croenergético também aumentou nos últimos anos. Em 2012 o acréscimo verificado foi de 5%. A justificativa seria a baixa rentabilidade, elevação dos custos de pro-dução e queda de 40% no consumo de etanol desde de-zembro de 2010.

VISÃO DE FUTURO

Com o propósito de auxiliar os produtores rurais e empresários do agronegócio a tomarem decisões futuras, como em qual cultura ou região investir, a Assessoria de Gestão Estratégica do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (AGE/Mapa) faz uma avaliação anual que estima o desempenho das principais culturas para os pró-ximos dez anos. A projeção leva em consideração culturas consideradas prósperas, seguras e rentáveis; faz parte da lista a cana-de-açúcar.

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Nas projeções regionais realizadas, o cenário das lavouras de cana torna-se ainda mais favorável. De acor-do com os cálculos, a expansão da cultura deve acontecer em todos os estados analisados (São Paulo, Paraná, Mato Grosso, Minas Gerais e Goiás), sendo no estado goiano a maior expansão verifi cada, 81,8%, dentro de dez anos. A produção de cana-de-açúcar em Goiás poderá chegar a 95,8 milhões de toneladas. O aumento será tanto do vo-lume produzido, quanto da área cultivada. Só o cultivo da cana, até a safra 2022/23, deverá ocupar 2,2 milhões de hectares a mais no Brasil. Nesta safra, a área cultivada no país é de 8,7 milhões de hectares.

Em Jataí/GO são cultivados, na safra 2013/14, 25 mil hectares com a cultura, com produtividade média calculada em 120 toneladas por hectare. O principal des-tino da matéria prima é a produção de eta-nol. Na safra passada a usina responsável pelo processamento da cultura no municí-pio produziu 232 milhões de litros. Para esta safra, a expectativa é de que sejam gerados 343 milhões de litros.

PROJEÇÕES PARA AS PRÓXIMAS SAFRAS

Safra 2013/1461,9 milhões de toneladas

Safra 2017/1879,7 milhões de toneladas

Safra 2022/2395,8 milhões de toneladas

*Fonte: Projeções AGE/Mapa

GOIÁS NO RANKING BRASILEIRO

2º maior produtor de cana-de-açúcar

2º maior produtor de etanol

2º maior produtor de bioeletricidade

4º maior produtor de açúcar

*Fonte: Sifaeg/Sifaçúcar

MAIORES PRODUTORES DE CANA-DE-AÇÚCAR NO PAÍS previsão para a safra 2013/14

1º Lugar: São Paulo363,3 milhões de toneladas

2º Lugar: Goiás61,2 milhões de toneladas

3º Lugar: Minas Gerais59,7 milhões de toneladas

*Fonte: Levantamento de safras Conab

Produção deve aumentar

+ de 80%dentro de 10 anos

MERCADO

Quando se fala em preço pago pelo produto, a esti-mativa é de que a produção de etanol seja mais bem remu-nerada do que a produção de açúcar. Os preços médios do biocombustível deverão fi car em torno de 7% a mais que na safra anterior, já os do açúcar devem cair, em média, 18%.

Com base nos preços comercializados no estado de São Paulo, maior produtor de cana-de-açúcar do país, a região Centro-Sul, que inclui Goiás, deverá faturar R$ 60,5 bilhões nesta safra, 8% a mais que na safra 2012/13. A estimativa é da União da Indústria de cana-de-açúcar (Única).

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Pressão para uma carga de 3.650 kg:• 20,3 psi para a série 65 do concorrente• 13 psi para MICHELIN XEOBIB

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• Menor compactação do solo• Melhor aderência• Maior produtividade e tração

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Pressão para uma carga de 3.650 kg:• 20,3 psi para a série 65 do concorrente• 13 psi para MICHELIN XEOBIB

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44 PORTAL UFSM

Cama de aves como alternativa para adubação da cultura do trigo

Buscam-se a nível mundial ações estratégicas que venham contribuir na sustentabilidade dos sistemas agro-pecuário, econômico e ambiental. Para Brideis (2011), o uso de resíduos orgânicos como forma de adubação pro-porciona que os mesmos não sejam descartados sem as devidas precauções, minimizando efeitos ao ambiente. O consumo mundial de carne de aves impulsiona o cresci-mento na produção da commoditie no Brasil, com acrés-cimos significativos em produção de resíduos oriundos de aviários. Alternativa para redução dos efeitos cumulativos do resíduo é a utilização deste como fonte de adubação na agricultura. Fornecer nutrientes para as plantas e matéria orgânica beneficia processos biológicos da fauna do solo, melhorias na estruturação física e química do mesmo.

A cama de aves enquadra-se como resíduo orgâni-co com alto teor de nutrientes. Composto disponível em diversas propriedades rurais, com valor agregado relativa-mente baixo, rico em nitrogênio, nutriente limitante para a cultura do trigo, influencia no desenvolvimento, cres-cimento e acúmulo de fitomassa pelas plantas. O trigo é caracterizado como cereal básico para a civilização, com grande importância econômica mundial com mais de 600 milhões de toneladas produzidas anualmente (SILVA et al., 2011). No Brasil, a produção anual oscila entre 5 a 6 mi-lhões de toneladas, mas, o consumo é superior à oferta do cereal (EMBRAPA, 2012).

O trigo é a principal cultura de estação com bai-xas temperaturas, condição encontrada na região sul do

país (DANELLI, 2012). Novos genótipos expressam altos rendimentos de grãos, mas demandam grande exigên-cia nutricional com elevado custo de produção, devido às adubações minerais. Segundo Souto (2005), adubação orgânica expressa efeitos na melhoria das propriedades físicas e químicas do solo, elevação do nível de fertilidade, acréscimos em rendimento e qualidade de grãos. Estudos conduzidos por Lima (2007) evidenciam que a adubação orgânica com cama de aves resulta na oferta de nutrientes para as plantas. Além do efeito biótico, o ambiente inter-fere na absorção e liberação de nitrogênio para as plantas, o clima possui características peculiares, que modificam a amplitude térmica e o fotoperíodo.

Resultados propostos por Ramos (1981) e Pöttker (1984) afirmam que a reposta do trigo ao nitrogênio é de-pendente dos fatores climáticos. A fonte de nitrogênio e o local de assimilação são importantes especialmente ao crescimento e disponibilidade de energia às plantas (BRE-DEMEIER, 2000). Adições de dejetos em condições adequa-das promovem efeitos benéficos às características físicas do solo (HAFEZ, 1974; WEIL & KROONTJE, 1979). Dejetos de animais expressam estabilização dos agregados no solo, aplicações consecutivas propiciam aparecimento de resul-tados positivos em tempo hábil. (WEIL, & KROONTJE, 1979).

Pontos negativos são observados em aplicações inadequadas de cama de aves, solos com pH alcalino com-binados com elevadas doses de resíduos orgânicos acarre-tam em prejuízos, principalmente quanto a física do solo,

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AUTORES:Gustavo Henrique Demari, Diego Nicolau Follmann, Tiago Luersen Piaia Mestrandos em Agronomia: Agricultura e AmbienteClaudir José Basso e Velci Queiróz de Souza - Drs. Professores AdjuntosDenise Shmidt e Bráulio OtomarCaron - Drs. Professores AssociadosIvan Ricardo Carvalho - Acadêmico do curso de Agronomia.

UFSM, Campus Frederico Westphalen – RS

redução na condutividade hidráulica e capacidade de retenção hídrica (WEIL & KROONTJE, 1979). Fertilizantes aplicados em época e doses apropriadas reduzem riscos à poluição das águas

subterrâneas devido ao acúmulo de nitrato no solo. (MAHLER et al., 1994). O nitrogênio é um elemento dinâmico no solo, onde sua liberação para as plantas depende de fatores bióticos e abióticos relacionados. Inúmeros estudos relatam sobre o momento de aplicação, as fontes apropriadas.

O nitrogênio participa de reações químicas no solo, com diversas rotas metabólicas, necessário desde a emergência das plântulas até a ma-turação fisiológica da cultura. A demanda por este nutriente é variável em relação ao genótipo utilizado, condições de cultivo, ambiente e ano agrícola (POLETTO, 2004).

Nos estágios iniciais o nitrogênio proporciona acréscimos no afi-lhamento, acúmulo de fitomassa seca durante o alongamento do colmo (WAMSER 2007), número de espigas viáveis e grãos por espiga (RAMOS, 1973). Segundo Didonet (2000), o nitrogênio na fase de floração e enchi-mento de grãos afeta, diretamente, a massa de grãos do trigo e o rendi-mento final da cultura.

Alguns parâmetros organolépticos são observados em farinhas de alta qualidade provindas do cereal, tais como: físicos, químicos e nutri-cionais. O Brasil tem importado trigo de outros países devido à sua quali-dade, o processo de panificação exige altos valores em força de glúten, o que resulta em pães volumosos e macios. Os grãos são compostos em sua maioria por amido e proteínas (COSTA 2013). Dentre as proteínas temos o glúten, presente no trigo, formado por frações de glutenina e gliadina (GIOVANELLA 2013). Estes parâmetros são variáveis de acordo com o ge-nótipo e adição de adubações nitrogenadas.

A cama de aves é rica em nitrogênio na forma orgânica, este fato faz com que a liberação do nutriente para as plantas seja dependente por fatores abióticos. O nitrogênio orgânico ou mineral pode sofrer perdas quantitativas por lixiviação, volatilização, erosão e desnitrificação. Perdas são expressas pela permanência no solo, predominantemente na forma orgânica. (BOLOGNA et al., 2006). A eficiência dos resíduos orgânicos depende da agregação do solo, estrutura, aeração, drenagem e a capacidade de armazenamento de água.

O nitrogênio é essencial para o desenvolvimento das plantas, en-contrado na forma orgânica e mineral, associação destas duas fontes traz benefícios econômicos e ambientais. Destaca-se a adubação com cama de aves como alternativa válida para substituir adubações químicas para o trigo, aspectos como este refletem na redução dos custos de produção e maior lucratividade do setor tritícola.

“RICA EM NITROGÊNIO, A ADUBAÇÃO COM

CAMA DE AVES DESTACA-SE COMO

ALTERNATIVA VÁLIDA PARA SUBSTITUIR

ADUBAÇÕES QUÍMICAS PARA O TRIGO,

RESULTANDO NA REDUÇÃO DOS CUSTOS DE

PRODUÇÃO E MAIOR LUCRATIVIDADE.”

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