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Curso para Agentes de Desenvolvimento Etapa 1 – Básica Módulo 4 – Agente de Resultados Unidade 3 – Estruturação e o Gerenciamento de Projetos de Desenvolvimento GUIA DO PARTICIPANTE

Curso para Agentes de Desenvolvimento - veras.com.br · para ser usada neste processo é o 4Q1POC, visto no M2U2. Na figura abaixo se pode ver uma planilha para utilização da ferramenta

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Curso para

Agentes de Desenvolvimento

Etapa 1 – Básica Módulo 4 – Agente de Resultados

Unidade 3 – Estruturação e o Gerenciamento de Projetos de Desenvolvimento

GUIA DO PARTICIPANTE

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 2

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Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 3

SUMÁRIO

1 A estruturação e o gerenciamento de projetos de desenvolvimento ..... 4

2 Gerenciamento de projetos............................................................... 8

3 Ciclo Básico de um Projeto .............................................................. 10

4 Gerenciamento de projetos por área do conhecimento ....................... 13

5 Referências .................................................................................... 24

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 4

O principal objetivo do projeto de desenvolvimento é a

transformação social.

1 A estruturação e o gerenciamento de projetos de

desenvolvimento

Esta unidade faz parte do Módulo IV – Agente de resultados. Nela veremos

como estruturar e gerenciar projetos de desenvolvimento.

O Agente de Desenvolvimento terá grande parte de suas atividades

organizadas como projetos – com início, meio e fim – e será um dos

responsáveis por dar estruturar e gerenciar esses projetos, todos

certamente relacionados ao desenvolvimento do território. Daí a

importância de conhecer melhor esse tema.

Unidade 3A estruturação e o

gerenciamento de projetos de desenvolvimento

T03M4U3

A origem da palavra projeto está, em sua raiz latina, relacionada à

“projícere”, ou seja, a ação de lançar para frente. Até o século XVII o termo

era utilizado simplesmente com o sentido de uma idéia de ação. A partir do

século XVIII começa a ser utilizada com o sentido de planejar a ação que

realizará essa idéia. E esse tem sido, desde então, o sentido mais utilizado

quando se fala de “projeto”.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 5

Referencial

Ação de lançar para a frente.[lat. Projectus = Projícere + us – lançar para a frente]

Projeto

T04M4U3

No século XVII a palavra projeto tem simplesmente o sentido de uma idéia de ação. A

partir do século XVIII ganha definitivamente o sentido de planejar a ação que realizará essa

idéia.

São muitas as definições para as características dos projetos, que ainda

eventualmente divergem em um ou outro ponto, mas as características que

seguem são comuns a todas essas definições:

Um projeto tem seu objetivo pré-estabelecido, formalmente definido e

conhecido dos seus promotores.

Um projeto tem um início e um fim pré-estabelecidos, caracterizando-se

por sua temporalidade.

Um projeto tem sua duração e recursos para a execução pré-definidos,

sendo tipicamente fatores que estabelecem limites para a ação.

Um projeto tem uma seqüência de atividades relacionadas entre si,

encadeadas de forma a otimizar o atendimento do objetivo pré-

estabelecido, no tempo e com os recursos disponibilizados.

Referencial

• Objetivo pré-estabelecido, definido e claro.

• Temporário (início, meio e fim).

• Duração e recursos definidos.

• Sequência de atividades relacionadas.

T05M4U3

Projeto – Características

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 6

Uma dúvida comum ao se trabalhar com projetos é entender a distinção ou

a relação entre projetos e programas. Um Programa é um conjunto de

projetos diferentes, mas com objetivos relacionados e coordenados de tal

maneira que o benefício seja maior na sua execução conjunta do que na sua

execução individual seja pelo compartilhamento de recursos, de

encadeamentos de etapas que tenham sinergia e vários outros. É

importante observar que o desenvolvimento de um território certamente

não dependerá de um único projeto, mas de um conjunto de projetos

associados que – se geridos conjuntamente – caracterizarão um programa

de desenvolvimento do território.

Referencial

Programa é um conjunto de projetos com objetivos relacionados e coordenados de tal maneira que o benefício seja maior do que na sua execução individual.

T06M4U3

Projeto x Programas

Programa ABCDPrograma ABCDPrograma ABCD

ProjetoA

ProjetoB

ProjetoD

ProjetoCFonte:

Gerenciamento de Projetos de Desenvolvimento – GPD

Por falar em desenvolvimento é bom lembrar o seu o significado

desenvolvimento, conforme já visto em unidades anteriores: processo que

transforma uma situação atual em uma situação futura melhorada.

O Gerenciamento de Projetos de Desenvolvimento – GPD, é uma

abordagem específica para projetos que têm como principal objetivo uma

transformação social, concebida pelas agências de cooperação alemã (GTZ)

e norte-americana (USAID) como consequência de críticas de congressistas

e contribuintes de seus países que não percebiam resultados nos projetos

de desenvolvimento territoriais geridos conforme os padrões – únicos até

então – de gerenciamento projetos.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 7

Nesta abordagem distinguem-se dois tipos de projetos, quanto ao foco: os

projetos de implementação e os projetos de desenvolvimento. Os projetos

de implementação são aqueles para os quais os métodos e técnicas de

gerenciamento de projetos foram originalmente concebidos. Esses projetos

são aqueles que visam produzir algo tangível e mensurável, como uma

estrada, uma ponte, um edifício, ou qualquer outro bem, cuja variável mais

importante para o seu sucesso é a técnica. Perceba que dissemos a mais

importante, certamente não a única. Já os projetos de desenvolvimento,

como apresentado antes, visam principalmente produzir uma transformação

social, mesmo que estejam associados a obras físicas. Como exemplo,

imagine um projeto de desenvolvimento territorial que visa transformar a

realidade econômica e social daquele território e que dentre suas

estratégias tem a implantação de unidade de beneficiamento de mel, de

forma a agregar valor a um produto do território. Mesmo tendo um projeto

de implementação em sua estratégia, ele é orientado pelo objetivo de

transformação social, sendo então um Projeto de Desenvolvimento.

Em função dessas diferenças no foco para cada um desses tipos de projetos

tem uma metodologia diferente de gerenciamento, que até têm um eixo

comum, entretanto com significantes diferenças em sua abordagem. O eixo

comum parte dos conceitos do Instituto de Gerenciamento de Projetos - PMI

(Project Management Institute), entidade internacional referência para o

gerenciamento de projetos.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 8

2 Gerenciamento de projetos

Por outro lado a definição do GPD (Gerenciamento de Projetos de

Desenvolvimento) é: aplicação de conhecimentos, habilidades, ferramentas

e técnicas às atividades de projeto a fim de atender os objetivos de

desenvolvimento.

O GPD possui características específicas que o distinguem de um projeto de

implementação. Em função dessas características é essencial a análise do

ambiente político-institucional na concepção, para a construção do

alinhamento de interesses dos parceiros no projeto. Também é essencial o

nivelamento da percepção de que o “cliente” do projeto é a comunidade

local, e não os seus patrocinadores.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 9

Uma dessas características é que diante da realidade dos projetos de

desenvolvimento, onde as dinâmicas sociais e as relações interpessoais têm

uma importância significativa para a obtenção dos resultados, o gestor

desses projetos precisa de competências comportamentais adequadas e

tipicamente maiores do que no gerenciamento de projetos de

implementação.

O gerenciamento de projetos de desenvolvimento possui três elementos

básicos: o ciclo de vida, os processos e os instrumentos de gerenciamento.

Para avançar, é importante nivelar o entendimento do conceito de Processo.

Um processo é a transformação de entradas em saídas com características

e valor diferentes.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 10

3 Ciclo Básico de um Projeto

O ciclo de vida dos projetos é um conceito que se aplica a qualquer tipo de

projeto. Partindo da idéia ou demanda original um projeto é inicialmente

concebido. Com a proposta de projeto concebida inicia-se a fase de

planejamento, detalhando a proposta em um plano executável. A terceira

fase é a de implementação onde as ações propostas são realizadas,

transformando a situação. Na quarta e última fase – Finalização – conclui-se

o projeto com a entrega-se do resultado aos beneficiários e o encerramento

administrativo do projeto e a prestação de contas.

Cada fase dessas é um processo, ou seja, tem entradas e atividades que as

transformam em saídas com novo valor agregado.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 11

Vamos analisar as entradas, atividades, saídas e os principais instrumentos

que devem ser utilizados, em cada fase, começando pela primeira fase do

ciclo de vida, a fase de Concepção. As entradas típicas da fase de

Concepção, suas atividades principais e as saídas resultantes são:

apresentadas na figura abaixo. Na mesma figura podem-se ver os principais

instrumentos utilizados. A fase de levantamento de informações (ou

prospecção) será tratada na unidade inicial do módulo 4 – Agente de

Resultados.

A próxima fase – Planejamento – é apresentada na figura que segue. O

quadro mostrado nesta figura informa, a partir da “entrada” Proposta de

Projeto aprovada, quais as principais atividades e a saída proposta, o plano

do projeto detalhado. Os principais instrumentos aplicáveis são explicados.

Alguns deles serão destacados mais adiante em função de sua importância

para o sucesso do projeto.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 12

A figura que segue apresenta a terceira fase: Implementação. Partindo do

projeto aprovado, apresenta as principais atividades e a saída proposta que

é o plano do projeto realizado e seus decorrentes resultados. Os

instrumentos sugeridos são também explicados.

A figura que segue apresenta última fase: Finalização. A partir dos

resultados mensurados do projeto aprovado e implementado, as principais

atividades são de entrega e transferência formal do resultado do projeto aos

beneficiados, a avaliação da execução, o preparo da documentação para

arquivamento e encerramento administrativo do projeto, dando a devida

transparência aos resultados, processos e recursos utilizados, formalizados

em um Relatório Final do Projeto. Os instrumentos para tal são explicados.

Uma ferramenta comum a diversas outras áreas da gestão deve ser

utilizada no gerenciamento de projetos: o PDCA, visto no M2U3. PDCA é

um método gerencial básico para ser utilizado em todas as fases de um

projeto.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 13

4 Gerenciamento de projetos por área do conhecimento

O gerenciamento de projetos envolve e integra diversas áreas do

conhecimento, sendo importante que o gestor do projeto conheça esses

processos específicos de cada área do conhecimento, além de algumas

técnicas e instrumentos relacionados.

Veremos agora cada um dos processos de gerenciamento utilizados em

cada uma dessas áreas do conhecimento, inclusive algumas ferramentas.

Escopo, segundo o PMBOK, é: conjunto dos processos para garantir que o

projeto inclua todo o trabalho exigido, e somente o trabalho exigido, para

alcançar os resultados esperados.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 14

Abre T21M4U3 e informa que uma ferramenta de planejamento indicada

para ser usada neste processo é o 4Q1POC, visto no M2U2.

Na figura abaixo se pode ver uma planilha para utilização da ferramenta

4Q1POC. Nesta planilha em cada linha escreve-se a ação a ser planejada na

primeira coluna e nas demais se vai preenchendo com as demais respostas

as questões básicas.

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O gerenciamento do tempo é outro processo importante que visa assegurar

que o projeto seja concluído no prazo previsto. Podem-se usar as

ferramentas 4Q1POC e o cronograma.

O cronograma é uma ferramenta básica para gerenciar o tempo e também

já foi visto no M3U2. A figura abaixo mostra um dos modelos mais comuns

de cronograma conhecido como Cronograma de Barras ou Diagrama de

Gantt. Desenvolvido em 1917 pelo engenheiro social Henry Gantt, esse

gráfico é utilizado como uma ferramenta de controle. Nele podem ser

visualizadas as ações de um projeto ou as tarefas de cada membro de uma

equipe, bem como o tempo utilizado para cumpri-las. Assim, pode-se

analisar o andamento do projeto.

A questão do tempo em projetos é crítica, especialmente nos projetos de

desenvolvimento, onde o tempo depende não somente de variáveis

técnicas, mas também de variáveis sociais, como o tempo de maturação

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 16

para uma mudança de paradigma cultural, que varia de pessoa a pessoa. O

economista brasileiro Renato Caporalli contribui com a chamada Tempística

ou o estudo do tempo nos projetos de desenvolvimento. Conforme na figura

que segue, é importante lembrar que os projetos de desenvolvimento

envolvem mudanças e as mudanças requerem certo tempo. Não se pode

querer acelerar esse tempo indefinidamente. Caporalli caracteriza o tempo

quanto à sequência (ordem das atividades na linha do tempo do projeto),

cadência (ritmo de implementação de ações de projeto na linha do tempo

do projeto), intensidade (concentração de recursos utilizados na linha do

tempo do projeto) e prontidão (disposição de aceitar colocar em questão o

seu próprio lugar, seus hábitos, seus métodos usuais para que o projeto

avance, se consolide e tenha eficácia) para atingir os resultados desejados.

Dar a essas características do tempo ritmo adequado individual e

coletivamente para atingir os resultados desejados no prazo proposto é o

grande desafio do gerenciamento do tempo nos projetos de

desenvolvimento.

O processo de gerenciamento do custo tem como finalidade assegurar que o

projeto seja concluído dentro do custo ou orçamento previsto. Uma

ferramenta frequentemente utilizada para isto é a planilha financeira.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 17

A história dos controles financeiros é tão antiga quanto à própria história da

civilização. Está ligada às primeiras manifestações humanas da necessidade

social de proteção à posse e de perpetuação e interpretação dos fatos

ocorridos com o objeto material de que o homem sempre dispôs para

alcançar os fins propostos. Deixando a caça, o homem voltou-se à

organização da agricultura e do pastoreio. A organização econômica acerca

do direito do uso do solo acarretou em separatividade, rompendo a vida

comunitária, surgindo divisões e o senso de propriedade. Assim, cada

pessoa criava sua riqueza individual. Ao morrer, o legado deixado por esta

pessoa não era dissolvido, mas passado como herança aos filhos ou

parentes. A herança recebida dos pais (pater, patris), denominou-se

patrimônio. O termo passou a ser utilizado para quaisquer valores, mesmo

que estes não tivessem sido herdados. A origem dos controles financeiros e,

posteriormente, da contabilidade está ligada a necessidade de registros do

comércio. Há indícios de que as primeiras cidades comerciais eram dos

fenícios. A prática do comércio não era exclusiva destes, sendo exercida nas

principais cidades da Antiguidade. No continente americano, os incas faziam

registros com marcas na madeira. Os conceitos de custo, orçamento e

finanças são relativamente recentes, e a planilha nada mais é do que uma

evolução dos antigos controles dos valores financeiros.

Na T30M4U2 observa-se uma planilha financeira. Os itens de custo são

colocados individualmente ou agrupados na coluna à esquerda. O valor

previsto no orçamento do projeto para cada item segue na próxima coluna.

À medida que cada item vai sendo pago ou realizado seu valor real é

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 18

registrado na coluna correspondente. Por item, calcula-se na mesma linha

do item a diferença entre o valor previsto e o realizado, em número

absoluto (moeda) e em valor relativo (%). Na última linha da planilha se

tem a visão dos valores totalizados, dando a informação necessária ao

controle geral de execução do orçamento.

O Gerenciamento da Qualidade visa assegurar que todas as necessidades

explicitadas pelas partes envolvidas com o projeto e entendidas como

objetivos do projeto tenham sido contempladas no planejamento do projeto

e estejam sendo realizadas de forma satisfatória. A ferramenta PDCA

também é utilizada neste processo.

Se uma das diferenças dos projetos de desenvolvimento é ter como objeto

mudanças sociais, ou seja, que envolvem pessoas, a competência de saber

lidar com pessoas é essencial. Seja relacionada ao público-alvo, aos

promotores e, claro, também, a equipe envolvida no projeto. Assim a

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 19

finalidade do gerenciamento dos recursos humanos é assegurar que todos

os recursos humanos estejam envolvidos no projeto sejam empregados de

forma eficaz.

Outro dos processos a ser gerenciado é o de Comunicação. Esse processo

visa assegurar que seja feita a coleta, divulgação, armazenamento e

disposição apropriada das informações do projeto para todos os envolvidos

em todas as etapas do projeto. A ferramenta comumente utilizada para isto

é a Matriz de Decisão.

A ferramenta Matriz de Comunicação é apresentada na T34M4U2. A origem

da latina da palavra comunicação nos remete ao significado de “ação em

comum”, onde o comum é um propósito e não algo material. Os primeiros

usos da matriz de comunicação remontam às forças militares que definiam,

em tempos de tecnologias limitadas de comunicação, matrizes com os

responsáveis e os meios que deveriam utilizar para fazer com que assuntos

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 20

relevantes chegassem do front de combate ao comando da força e vice-

versa. O preenchimento dessa matriz é bem simples, basta designar um

responsável para cada assunto, determinar a periodicidade de publicação ou

divulgação da informação, definir o público alvo e o meio de fazer a

divulgação.

É necessário também gerenciar os riscos, pois todo projeto apresenta riscos

e incertezas. A palavra "risco" deriva do italiano risicare, por sua vez

derivado do latim risicu, riscu, que significa "ousar". Neste sentido original,

o risco é uma opção e não um destino. Uma das mais antigas citações

conhecidas sobre a análise de riscos para a tomada de decisão está contida

no Talmude, livro sagrado escrito pelos rabinos judeus entre os anos 200 e

500 dC. A necessidade de gerenciar riscos decorre, principalmente, da

constatação de que a quantidade e diversidade dos riscos de um projeto

excedem o montante de recursos disponíveis para neutralizar todos esses

riscos durante a execução do projeto. Essa situação demanda que os riscos

devam ser priorizados ou "gerenciados" adequadamente.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 21

Ferramentas diversas foram e continuam sendo desenvolvidas para

gerenciar riscos, algumas delas utilizando modelos matemáticos altamente

complexos. Entretanto, um dos modelos mais utilizados também um dos

mais simples. A T36M4U2 mostra uma Matriz de Risco. Para montá-la

inicialmente faz-se uma lista das ações e situações que ofereçam algum

risco ao projeto e em seguida atribui-se um nível de probabilidade de

ocorrência, podendo ser: baixo, médio, alto. Procede-se da mesma forma

para a gravidade da conseqüência. O passo seguinte é marcar essas

posições no gráfico e determinar o grau de risco que pode variar de 1 a 3.

Dessa forma o nível de risco é determinado com o resultado objetivo da

combinação entre a probabilidade de ocorrência de um determinado evento,

aleatório, futuro e que independa da vontade humana, e a gravidade do

impacto resultante caso ele ocorra.

Após a determinação do nível de risco prepara-se um plano de ação

específico detalhando a forma de lidar com esse risco. Tipicamente são

quatro as formas de tratar o risco: evitar, reduzir, assumir ou transferir

(neste último, por exemplo, transferir pela contratação de uma apólice de

seguros). A T37M4U2 apresenta o desdobramento de uma matriz de análise

de risco.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 22

Voltando aos processos de gerenciamento temos o gerenciamento de

aquisições e contratos cuja finalidade é assegurar os processos necessários

para aquisição de produtos e serviços a fim de cumprir o escopo do projeto.

O gerenciamento de aquisições e contratos do projeto inclui os processos

para comprar ou adquirir os produtos, serviços ou resultados necessários de

fora da equipe do projeto para realizar o projeto. Também inclui os

processos de gerenciamento de contratos e de controle de mudanças

necessários para administrar os contratos ou pedidos de compra emitidos

por membros da equipe do projeto autorizados.

Concluindo os processos de gerenciamento tem-se a necessidade de

garantir que os vários processos necessários à realização do projeto,

apresentados até aqui, trabalharão integrada e harmoniosamente. Esse

processo é conhecido como Gerenciamento da Integração. Um perfeito

gerenciamento da integração aumenta as chances de sucesso do projeto.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 23

Para concluir esta unidade é interessante fazer uma reflexão sobre a frase

do inventor e empresário norte-americano Thomas A. Edison: “Um gênio é

uma pessoa de talento que faz toda a lição de casa, sem pular nenhuma

etapa”. Cumprir com todos os processos da estruturação e gerenciamento

de projetos de desenvolvimento melhora as chances de sucesso de um

projeto. Além disso, o sucesso também depende da atenção e disciplina que

o Agente de Desenvolvimento tratará cada etapa do processo de

gerenciamento de projetos.

Guia do Participante – Curso para Agentes de Desenvolvimento 24

5 Referências

AS-NZS 4360-2004 Risk Management (Australia Standards New Zealand

– Risk management). 2004.

Caporalli, Renato; Volker, Paulo. Artigo Uma reflexão introdutória sobre

o problema do tempo em projetos de desenvolvimento. 2008.

PMBOK. Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de

Projetos. 3ª Edição. PMI.

Pfeiffer, Peter. Gerenciamento de Projetos de Desenvolvimento. Caixa

Econômica Federal. 2005.

Veras, Claudio. Artigo O Gerenciamento de projetos de

desenvolvimentos. In Revista 150 maiores do Espírito Santo. Instituto

Euvaldo Lodi - Espírito Santo. 2005.