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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” EM PSICOPEDAGOGIA INSTITUTO A VEZ DO MESTRE A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO ASSESSORAMENTO DA FAMÍLIA E DO EDUCANDO MEDIANTE AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM Por: Carolina Aguiar de Barros Orientador Professor(a): Dayse Serra Rio de Janeiro 2012

Cursos de Pós, MBA, Licenciatura e Extensão - UNIVERSIDADE … · 2012-02-12 · Na atuação psicopedagógica será necessário trabalhar com as questões do aprender e do não

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EM PSICOPEDAGOGIA

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO ASSESSORAMENTO DA

FAMÍLIA E DO EDUCANDO MEDIANTE AS DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

Por: Carolina Aguiar de Barros

Orientador

Professor(a): Dayse Serra

Rio de Janeiro

2012

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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

EM PSICOPEDAGOGIA

INSTITUTO A VEZ DO MESTRE

A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO

ASSESSORAMENTO DA FAMÍLIA E DO EDUCANDO MEDIANTE

AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM

Monografia apresentada à Universidade Candido Mendes como requisito parcial para conclusão do Curso Pós-Graduação Lato Sensu em Psicopedagogia.

Rio de Janeiro, janeiro de 2012

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AGRADECIMENTOS

A minha linda família, André, Gabriel e Caíque que

sempre me apoiaram nos caminhos da Educação e de

suas atualizações (eternas);

Aos meus alunos, que me desafiaram e

consequentemente me fizeram crescer e descobrir que

sempre há uma (boa) solução para os problemas

educacionais;

A todos que contribuíram direta ou indiretamente para que

este trabalho fosse realizado com sucesso.

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DEDICATÓRIA

Dedico este trabalho as pessoas que lutam diariamente

ao meu lado, transmitindo fé, amor, alegria, determinação,

paciência, e coragem e muita Educação, tornando os dias

mais felizes e bonitos.

A Deus por ter me dado forças e iluminado meu caminho

para concluir mais uma etapa de vida.

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Mensagem à família

Na educação de nossos filhos Todo exagero é negativo.

Responda-lhe, não o instrua. Proteja-o, não o cubra.

Ajude-o, não o substitua. Abrigue-o, não o esconda.

Ame-o, não o idolatre. Acompanhe-o, não o leve.

Mostre-lhe o perigo, não o atemorize. Inclua-o, não o isole.

Alimente suas esperanças, não as descarte. Não exija que seja o melhor, peça-lhe para ser bom e dê exemplo.

Não o mime em demasia, rodeie-o de amor. Não o mande estudar, prepare-lhe um clima de estudo.

Não fabrique um castelo para ele, vivam todos com naturalidade. Não lhe ensine a ser, seja você como quer que ele seja.

Não lhe dedique a vida, vivam todos. Lembre-se de que seu filho não o escuta, ele o olha.

E, finalmente, quando a gaiola do canário se quebrar, não compre outra. Ensina-lhe a viver sem portas.

(Eugênia Puebla)

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RESUMO

A presente pesquisa tem como objetivo analisar como o psicopedagogo pode contribuir no assessoramento da família e do educando mediante as dificuldades de aprendizagem. Nesse contexto, a Psicopedagogia conta para constituir seu objeto de estudo com outras áreas como a Pedagogia, Psicologia, Filosofia, Neurologia, Sociologia, Linguística, Psicanálise entre outras afins. Cabe, portanto, ao psicopedagogo colaborar de forma eficiente para que possam ser estabelecidos canais de relacionamentos entre a família e a escola em favor do desenvolvimento do educando em todos os sentidos. A atuação do psicopedagogo dentro da instituição escolar requer um trabalho multidisciplinar e que assessore tanto o educando, quanto professores, família e todos que participam do processo de ensino e aprendizagem. Sendo importante realizar entrevista com a família, a fim de descobrir a história de vida da criança, embora deva mantê-la informada sobre tudo o que está sendo realizado e se necessário for fazer o encaminhamento a outros profissionais. Será permitido a ele fazer uma análise mais apurada da escola, com a finalidade de melhorar a qualidade do ensino e a partir daí, atuar na prevenção de dificuldades e distúrbios de aprendizagem do educando, evitando, por conseguinte, o fracasso escolar. Como conclusão, verifica-se que o psicopedagogo deve ser um profissional capacitado para compreender o quadro diagnóstico do caso investigado, promovendo metodologias de intervenções pedagógicas apropriadas no atendimento do processo de ensinar e aprender. Lembrando que para isso torna-se necessário considerar os aspectos cognitivos, emocionais e corporais, buscando com individualidade a integração do educando à sua vida normal. Palavras-Chave: Família, escola, dificuldades de aprendizagem, psicopedagogo.

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METODOLOGIA

Para atender os objetivos propostos neste trabalho pretende-se usar

a metodologia de pesquisa bibliográfica, documental e exploratória, focando

alguns conceitos que envolvem a Psicopedagogia e a contribuição do

profissional nesta área de atuação.

Sendo assim, a pesquisa bibliográfica tem como objetivo apresentar

materiais já produzidos e publicados acerca do tema em foco. Para Markoni e

Lakatos (2000, p. 45), isso não se consagra uma simples “repetição do que já

foi dito ou escrito”. Entende-se que a partir dessa coleta de informações o

pesquisador seja capaz de interpretar e demonstrar uma nova construção do

texto, com executando um exame mais apurado e abrindo novos contextos

visando inovar as suas conclusões.

Cabe frisar que as informações coletadas partiram da consulta a

livros, revistas, jornais, teses e dissertações, e de material disponível na web

site, que irá auxiliar a pesquisa, porém, espera-se que a mesma possa no

futuro servir de fundamentação teórica para novos estudos que envolvam o

tema apresentado.

Devido à relevância do assunto, é preciso também levar em conta os

estudos de autores como Bossa (2000); Sampaio (2009); Chraim (2009); Porto

(2009); Castro (2011) entre outros, que nos permite refletir e pensar sobre a

função da relação da família, escola e psicopedagogo em possíveis

ocorrências que podem afetar o educando quando o mesmo apresenta

dificuldades de aprendizagem, sendo que em alguns casos pode incidir no

fracasso escolar.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

A FAMÍLIA COMO ESPAÇO DAS PRIMEIRAS APRENDIZAGENS 12

CAPÍTULO II

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO EDUCANDO E A IMPORTÂNCIA

DA RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA 22

CAPÍTULO III

A INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO JUNTO A FAMÍLIA

DOS EDUCANDOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 30

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

WEBGRAFIA CONSULTADA 44

ÍNDICE 45

FOLHA DE AVALIAÇÃO 46

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INTRODUÇÃO

O tema delimita-se a pesquisar a contribuição do psicopedagogo no

assessoramento da família e do educando que apresente dificuldades de

aprendizagem. Para tanto, será relevante desempenhar práticas pedagógicas e

ações que justifiquem as causas que possivelmente se inicia no contexto

familiar, mas que chegam as escolas, necessitando que se desenvolva um

trabalho de equipe a fim de ser evitar o fracasso escolar. Fator que acentua a

preocupação aos educadores que acreditam que esta seja, entretanto, uma

decorrência do avanço da atual modernidade.

Nota-se que estes argumentos implicam em não se separar a

família, a escola e o próprio educando, sendo este por sua vez, o personagem

que irá abrir as portas a permitir que o psicopedagogo elabore a reconstrução

de uma nova aprendizagem, tendo como base as relações de grupo e de

expectativas positivas para o fim desse processo.

O objetivo geral desta pesquisa consiste em analisar como o

psicopedagogo pode contribuir no assessoramento da família e do educando

mediante as dificuldades de aprendizagem.

Especificamente, visa explicar o conceito de família sob o contexto

sócio-histórico, descrevendo sobre a função da família levando em conta a vida

escolar de seu filho, focando como as ocorrências do lar podem repercutir no

processo de ensino/aprendizagem, reconhecendo a importância do

psicopedagogo na intervenção junto à família dos educandos com dificuldades

de aprendizagem.

Observando-se que as novas configurações familiares a cada dia

crescem e passam a fazer parte de um tempo de aceleradas mudanças

sociais, e que laços afetivos começam a se diluir, acabam se tornando o centro

de inúmeros debates sobre essa temática.

A partir daí, surgiu o interesse de falar sobre o assunto, sabendo-se

que enquanto psicopedagogo no exercício da função deverá conhecer tanto a

família quanto o espaço de aprendizagem, pois este será sem dúvida um dos

caminhos a ser trilhado, na busca de um bom atendimento profissional.

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Na atuação psicopedagógica será necessário trabalhar com as

questões do aprender e do não aprender de cada educando fazendo uma

análise do processo de construção do conhecimento de cada um e de suas

dimensões subjetivas e objetivas. É importante compreender que a

aprendizagem não deva nunca ser tratada de forma isolada, tendo em vista

que, a mesma faz parte do contexto afetivo, familiar e social em que o sujeito

afetado está inserido.

Consequentemente, este seria um dos motivos para se falar em

família, considerando-se que, na maioria das vezes, um indivíduo enquanto

educando, nunca procura sozinho o psicopedagogo. Mas quando chega até

ele, traz sempre junto de si sua própria história, e, nessa bagagem de

informações envolve a sua história familiar.

Lembra-se que o problema de aprendizagem não se encontra numa

estrutura individual, entretanto, o sinal desta questão surgi a partir do contexto

particular de vínculos familiares, que se entrecruzam com a estrutura subjetiva.

Ao se compreender a família com suas histórias de vida, torna-se importante

pensar também acerca da complexidade da aprendizagem e das suas

dificuldades e das relações, que teoricamente vão além de um simples

acontecimento da vida de cada ser humano. Será oportuno, se instituir um

espaço, que possibilite novas perspectivas de vida, objetivando orientar o

educando numa nova realidade, envolvendo todos aqueles que possuem um

relacionamento em comum, sobretudo, alguém que faça parte de sua família.

Dessa forma, percebe-se que os participantes da escola, como por

exemplo, os educadores (ensinantes), os educandos (aprendentes), a família, a

comunidade, e a equipe multidisciplinar devem ter conhecimento para lidar com

limites, habilidades cognitivas e afetivas entre outras situações que possam

auxiliar o aprendente a buscar a melhor forma de aprender, enfrentando as

dificuldades de aprendizagem, evitando o fracasso escolar.

Torna-se necessário recorrer ao objeto de estudo da

Psicopedagogia que possui como alicerce a aprendizagem humana.

Ressaltando que o aprender consiste num processo que efetiva como resultado

da interação do indivíduo com o meio em que ele vive.

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A partir daí, será possível construir-se um dos recortes importantes

desta pesquisa, enfatizando a aprendizagem não apenas no ambiente familiar

como no espaço escolar, onde problemas acontecem, envolvendo ações entre

professores e alunos; alunos e conteúdos; alunos e gestores, mas também

existirá a trocas de experiências a incidir na construção e reconstrução de

novas descobertas e conhecimentos, viabilizando a intervenção do

psicopedagogo que se propõe a auxiliar o educando na superação das

dificuldades de aprendizagem que ele apresenta em seu contexto de vida.

Para melhor entender essa questão, dividiu-se o trabalho em três

capítulos, antecedidos por esta introdução, e que ao final do desenvolvimento

dos mesmos, terá seu fechamento com uma parte conclusiva do estudo.

O capítulo I mostra a família como espaço das primeiras

aprendizagens, e de socialização onde serão norteados comportamentos,

limites, afetividades e valores em que o ser humano, aparece como produto de

sua capacidade cognitiva e de sua interação com o meio em que vive.

O capítulo II fala da importância da relação família e escola no

processo de aprendizagem do educando, nos conduzindo a reavaliar o papel

dessas instituições mediante as ações de ensinar e aprender.

O capítulo III destaca a intervenção do psicopedagogo junto à família

dos educandos com dificuldades de aprendizagem, sendo esse profissional

uma figura mais indicada para assessorar e esclarecer diversos aspectos no

processo de ensino/aprendizagem que envolve escola, família, educando e

comunidade na busca de uma atuação preventiva, contribuindo para reduzir as

dificuldades de aprendizagem, que não apenas uma causa de deficiências do

educando, mas poderá ser resultado de problemas escolares, que podem ser

sanados se houver um trabalho de olhar sistêmico, junto com a equipe

multidisciplinar da instituição educacional.

Por fim, espera-se que a atuação conjunta do psicopedagogo com o

professor, possa surtir melhorias do desempenho dos educandos, desde que

sejam motivados para a execução de tarefas, visando superar as dificuldades

escolares e as detectadas no seio familiar, evitando ainda o fracasso escolar.

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CAPÍTULO I

A FAMÍLIA COMO ESPAÇO DAS PRIMEIRAS

APRENDIZAGENS

O presente capítulo visa mostrar a família como um dos espaços

mais importantes, pois é considerada à base de sustentação de cada sujeito.

Este por sua vez inicia sua existência antes do seu nascimento biológico, já no

inconsciente dos pais, principalmente da mãe, quando ela ainda criança,

brincava com bonecas, na representação da maternidade, onde dava de

comer, beber, e desempenhava este papel com muito amor e carinho.

Cabe lembrar que é no contexto familiar que o sujeito começa suas

primeiras aprendizagens, que segundo Fernàndez (apud SAMPAIO, 2011,

p.69), “aprende a sugar no seio da mãe, a rolar no berço”, a levantar partes do

corpo, bem como “engatinhar, a dizer as primeiras palavras, a andar”, entre

outras conquistas que ocorrem na presença da família. Como aponta a mesma

autora, esses familiares passam a estimular a criança, com a intenção que

assim, alcance outras habilidades.

Segundo Munhoz ao perceber a interação entre membros da família

pode-se entender:

como se dá a circulação do conhecimento e o aceso à aprendizagem, visto que cada membro da família tem uma forma própria de aprender e operar ao construir o próprio conhecimento, ou seja, uma modalidade de aprendizagem que o permite se aproximar do desconhecido para agregá-lo ao saber. (MUNHOZ, 2003, p. 180)

O resultado das experiências das diversas aprendizagens de cada

sujeito advém da sua interação com os membros familiares. No entanto, para

que essa aprendizagem se amplie e para que possa acontecer, é preciso que

haja o desejo, pois é através dele que o sujeito vai arriscar-se a buscar e,

assim, ter maiores ambições. (PORTELLA; FRANCESCHINI, 2011).

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Sob outro entendimento, pode-se dizer que a aprendizagem irá

acontecer na produção das diferenças dos pais e dos filhos, entrem quem

ensina e aquele que aprende, de acordo com palavras de Fernàndez (apud

SAMPAIO, 2011, p. 70).

Neste universo de aprendizagem, explicar o conceito de família,

promovendo uma retrospectiva ao longo de sua história até a época atual,

levando-se em conta algumas relações que podem ser desenvolvidas pelo

trabalho psicopedagógico, sendo importante frisar o papel da família neste

ambiente amplamente estudado e debatido por diferentes pesquisadores.

1.1 Conceituando a família

Antes de conceituar família, será relevante conhecer a origem do

termo “família”, que de acordo com o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa

(2001, p. 1304) deriva do latim “famulus”, e significa “conjunto de criados e

escravos que vivem sob o mesmo teto”. Em outras palavras quer dizer “escravo

doméstico”. O que posteriormente, por extensão, compreende a casa em sua

totalidade, e se expressa no social pelas figuras do pai, mãe e filhos, que vêm

na história da humanidade, comparecendo nas diversas sociedades, desde a

antiguidade.

Para Kaloustian (2000) a família é o espaço imprescindível para a

garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros,

independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando.

Há quem diga que a família seja o primeiro grupo natural da

sociedade, anterior ao próprio Estado, mas que este deve estar a serviço desta

instituição familiar. O que nos leva a crer que a família é seja um lugar próprio e

natural, onde a criança possui o direito de nascer e de crescer, além de ser

amada, protegida e educada.

Diante disso, em 2002, a United Nations International Children´s

Emergency Fund (UNICEF), descreve que a família seja o elemento

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fundamental da sociedade que tem a responsabilidade primária pela proteção,

crescimento e desenvolvimento das crianças.

O conceito de família pode ser ainda compreendido como uma

questão subjetiva, tendo em vista que “depende de quem a define, do contexto

social, político e familiar em que está inserido”. (SIMIONATO; OLIVEIRA, 2003,

p. 57).

A família na visão, Burgens e Rogers ([s.d.] apud ELSEN; MARCON;

SANTOS, 2002, p. 12), pode ser definida ainda como “uma unidade de

pessoas em interação”, ou “como um sistema semi-aberto, com uma história

natural formada de vários estágios”, no qual cada um deles irá atender às

atividades ou tarefas características em cada família.

A família propicia aportes afetivos e, especialmente, materiais

necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela

desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, num espaço

que são aspirados o valor ético e humanitário, onde estão arraigados os

laços de solidariedade. É também em seu interior que se constroem as

marcas entre as gerações e são percebidos os valores culturais.

Observando-se que há diferentes conceitos sobre a família e

também pela própria vivência neste ambiente, entende-se a família como

sendo um sistema em que há diversidade de contextos, formados por pessoas

que compartilham sentimentos e valores construindo laços de interesse,

solidariedade e reciprocidade, com particularidades, mas com funcionamento

próprio.

Os conceitos podem ser muitos, porém, um ponto comum que

converge para agrupamento social que possui como base laços de parentesco.

Contudo, esses laços podem ser tanto por afinidade oriunda da criação de um

vínculo identificado socialmente como casamento ou adoção, e ainda por laços

consanguineos como, por exemplo, a filiação de pais e filhos, onde deverá ser

estabelecido o amor, o afeto, o respeito mútuo, os limites, bem como as trocas

de desenvolvimento conjunto.

Desta forma, a família tem sido, é será a influência mais poderosa

para o desenvolvimento da personalidade e do caráter das pessoas.

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Em se tratando da instituição familiar, pode enfatizar que a família

seria o suporte da aprendizagem das relações afetivas preparando o homem

para as relações da sua maturidade. Se este mesmo trabalho não for levado a

contento no âmbito familiar, o homem não se tornará adulto verdadeiramente

capaz para criar novas expectativas e enfrentar desafios mediante as

diversidades da vida.

Assim sendo, através das relações estabelecidas neste ambiente é

que se desenvolverá a cultura familiar, definida por Elsen Marcon e Santos,

como:

um conjunto próprio de símbolos, significados, saberes e práticas que se define a partir das relações internas e externas à família, e que determina seu modo de funcionamento interno e a maneira como a família desenvolve suas experiências e interações com o mundo externo (2002 apud SIMIONATO; OLIVEIRA, 2003, p. 58).

Essas experiências podem ser caracterizadas por ações e

interações presentes no núcleo familiar, direcionadas a cada um de seus

membros com a finalidade de fortalecer e sustentar o crescimento,

desenvolvimento, saúde e bem-estar do todas as pessoas que fazem parte

desse universo.

Apesar das transformações sociais, culturais e econômicas que

alteraram a estrutura familiar, acredita-se que as relações entre seus membros

e o desempenho dos diversos papéis sociais nesse contexto, poderá

determinar momentos históricos distintos, identificados a seguir por uma

retrospectiva das configurações familiares.

1.2 Uma retrospectiva das configurações familiares

O século XX foi cenário de grandes transformações dando início a

novo ciclo histórico, que surgiu com a revolução russa, a partir de 1917, “dividiu

em termos opostos o mundo ocidental; capitalismo e socialismo”. Além disso,

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foram erguidos “um dos pólos ideológicos do mundo ocidental”, que segundo

Portella e Franceschini (2011, p. 11), que proporcionou de arsenais militares

com uma capacidade de destruição que nunca fora vista.

Neste mesmo momento, criaram-se duas novas idades - a

adolescência que correspondia ao período entre a infância e a fase adulta - e a

terceira idade que compreende o período que vai da aposentadoria até a

morte. Porém, as duas fizeram jus a crescentes atenções, ainda que fossem

insuficientes, no decorrer desse século. (PORTELLA; FRANCESCHINI, 2011).

Quanto a vida familiar, os autores supracitados, apontam que o

século XX foi palco em diversas partes do mundo, de tendências que

marcaram o aumento da expectativa de vida, a diminuição do índice de

natalidade, a participação mais ativa das mulheres no mercado de trabalho, e

ainda o acréscimo no número de divórcios e separações.

Durante parte do século XX, configura-se de forma hegemônica a

família nuclear, composta de pai, mãe e filhos onde havia uma relação afetiva

muito próxima e estreita, além de outras relações que surgiram sob a ordem

emocional, dando a ideia de núcleo.

Assim foi instalada a família nuclear, em que o pai era além da figura

central, mas que com o passar do tempo, foi perdendo seu status de patriarca,

em face às inúmeras mudanças que ocorreram nesse período. Tanto a mãe

quanto os filhos tiveram que ocupar novos espaços, onde havia a reivindicação

de uma nova subjetividade. (PORTELLA; FRANCESCHINI, 2011).

A família mudou e há mais um estímulo para que cada membro

dentro dela revele sua natureza mais íntima, mais particular, potencializado

pelos signos de sucesso e da competência, na valorização das diferenças,

da individualidade.

A modernidade chega e com ela toda uma transformação no

panorama social. Nesse parâmetro social/família, o modelo de outrora

pertinente ao imaginário coletivo, não escapa a força das inovações

tecnológicas que somam velozmente a todas as áreas do saber.

Neste contexto, é oportuno lembrar o entendimento de Escardó, ao

afirmar que:

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(...) a palavra família não designa uma instituição padrão, fixa e invariável. Através dos tempos, a família adora formas e mecanismos sumamente diversos e, na atualidade, coexistem no gênero humano tipos de família constituídos sobre princípios morais e psicológicos diferentes e ainda contraditórios e inconciliáveis. (apud OSÓRIO, 2002, p. 14).

Na década de 70, surge novo entendimento sobre a família, que de

acordo com Claire e Francis (2000) foi assim que se estabelece a família

monoparental para designar a configuração familiar de pai isolado, mãe solteira

ou pai solteiro com um ou mais filhos.

Com isso, a atual família modifica-se e acaba reduzindo o número

dos seus componentes e se afastando de um modelo imposto pelo discurso

das instituições da mídia ou até mesmo de profissionais.

Nota-se que o casamento moderno, com base no amor romântico,

pontapé inicial de estruturação da família de pai, mãe e filhos, passa a sofrer

alterações sob a incidência da ideologia burguesa em conjunto as regras

capitalistas da modernidade.

Com o impulso do desenvolvimento econômico, o idealismo

romântico e a necessidade de procriação deixam de ser o objetivo essencial

da construção de uma família e, assim, a raionalidade capitalista passa a

privilegiar o individualismo, a ascensão social bem como a ética

acumulativa.

Neste sentido, a necessidade de sobrevivência fez com que as

esposas, mães, irmãs e filhas atuassem no mundo do trabalho, que antes

era domínio apenas do sexo masculino, segundo o entedimento de Portella

e Franceschini (2011).

Desta forma, o papel da família ultrapassou os meios necessários

à sobrevivência. No cenário brasileiro a família manteve relacionamentos

com o contexto econômico e sóciocultural. O tempo foi passando, e fez

surgir novo período chamado de Brasil-Colônia, no qual se verifica marcas

da escravidão e da produção rural ligadas às exportações. (CASARIN;

RAMOS, 2007).

Assim, estava emergindo um novo modelo de família, desta vez

extensa, patriarcal, onde os casamentos eram com base em interesses

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econômicos e o sexo feminino, estava destinado a exercer as atividades

domésticas e ainda cuidar da educação dos filhos.

Segundo o entender de Tiba (2006) a partir das três últimas

décadas, a divisão de papéis que tradicionalmente havia entre o homem e a

mulher teve grandes alterações.

Já Portella e Franceschini (2011) explicam que as mulheres

promoveram movimentos para ocupar espaços cada vez maiores no mercado

de trabalho, configurando, portanto, novos perfis familiares. Isso se prolongou

por todo o século XX, estimulando uma série de profissões assistenciais e

dando origem a uma nova concepção científica da vida conjugal.

Para Casarin e Ramos (2007), os problemas vivenciados nas

relações familiares têm sido gradativamente acentuados nos últimos vinte

anos. Diante disso, os autores afirmam que:

(...) as mudanças no plano socioeconômico e cultural, relacionadas ao processo de globalização, vêm interferindo na dinâmica e estrutura familiar e, consequentemente, estimulando alterações em seu padrão tradicional de organização. Embora, esse processo tenha começado com a Revolução Industrial, a interferência nas configurações familiares passa por grandes mudanças; depois da II Guerra mundial, a mão de obra feminina aumentou em virtude da ausência masculina no mercado de trabalho. (CASARIN; RAMOS, 2007, p 183).

É na família que as transformações individuais e coletivas são

maturadas e podem se desenvolver nos padrões da sociedade em que se vive,

embora isso demande tempo de convívio.

Há de se destacar que as inúmeras famílias vivem sob o signo da

pluralidade onde a sociedade torna-se cada vez mais elástica com a finalidade

de acolher estas novas configurações e transformações familiares.

Percebe-se que o casamento formal heterossexual com filhos de

constituição da família continuada, se apresenta como referência importante. O

momento atual ainda é de transição o que leva os indivíduos a experimentarem

situações com as quais não sabem, muito bem, como pensar e agir.

Diante disto, a família deve ser a responsável pelo processo de

amadurecimento psíquico, e que deverá proporcionar a manutenção da

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individuação. Neste caso, caberá aos pais a responsabilidade de sustentar a

parte emocional de seus filhos, para que eles tenham condições de obter

sucesso na aprendizagem escolar. Para tanto, devem orientá-los para

conviverem com algum tipo de frustração que possa estar relacionada aos

exemplos de aprendizagem formal. (CASARIN; RAMOS, 2007).

Para os autores muitas situações podem causar dificuldades para os

pais dentro de suas casas, mas os filhos precisam além de amor, carinho e

compreensão para se sentirem seguros para enfrentar os processos de

aprendizagem.

Segundo Bello (2008) os membros da família, principalmente o pai e

a mãe, são importantes neste contato com o filho, mas é necessário considerar

exigências econômicas e as transformações da atual sociedade, que a cada

dia, faz com que se tem há menos tempo para o contato familiar.

Logo, a falta de relações familiares devido ao pouco tempo de

convívio poderá promover carências, fragilizar os laços afetivos entre os pais e

filhos e, ainda diminuir as possibilidades de novas aprendizagens no âmbito

familiar.

1.3 As aprendizagens no ambiente familiar

Para melhor compreender a aprendizagem, deve-se recorrer à

concepção de Visca (1991), quando afirma que a mesma representa:

uma construção intrapsíquica, que leva em consideração os comportamentos genéticos e as diferenças advindas da evolução da espécie, resultantes das precondições biológicas, das condições energéticos-estruturais (condições efetivas) e das circunstâncias do meio, ou seja, todos os aspectos do ser humano, convergindo para um único ponto, que é a aprendizagem. (apud SAMPAIO, 2011, p. 11).

Ao fim do século XIX, aparece um novo contexto histórico, no qual a

educação é sistematizada, e esse novo método de ensino voltado para uma

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nova situação, em que os educandos mesmo estando juntos, com os mesmos

professores, e recebendo os mesmos conhecimentos, nota-se que nem todos

aprendem da mesma forma e rapidez. Verifica-se que uns eram mais lentos e

outros apresentavam dificuldades de aprendizagem. Isto implicou na prevenção

tais situações, fazendo com que a Medicina se interessasse por pesquisar os

motivos que geravam estes problemas e como seria possível corrigi-los.

Deste modo, uniram-se psiquiatras, neuropsiquiatras e educadores a

fim de buscar os aspectos que podiam interferir na aprendizagem e, com isso

deram início a organização de métodos para a educação que pudessem

estabelecer distinção entre a dificuldade de aprendizagem e o fracasso escolar.

Para Sampaio (2011, p. 10), a área da Psicopedagogia atualmente,

vem estudando e lidando com “o processo de aprendizagem e suas

dificuldades”, e envolve múltiplos “campos do conhecimento, integrando-os e

sistematizando-os”.

1.3.1 Os estágios das primeiras aprendizagens

Como diz Sampaio (2011, p. 71), “as primeiras aprendizagens se

realizam na família”, em seguida, elas caminham rumo ao “bairro e à escola”.

Entretanto, pensar na Psicopedagogia seria o mesmo que falar de

aprendizagem e de seus estágios, levando em conta a divisão das

aprendizagens em quatro estágios instituídos por Jorge Visca. 1

O primeiro estágio chamado de protoaprendizagem que consiste no

resultado da interação da criança com a mãe, é o estagio dos primeiro vínculos

entre a mãe e o bebê. O segundo estágio conhecido por deuteroaprendizagem,

que diz respeito ao contato do sujeito que atingiu o primeiro estagio com o

1 Psicólogo social argentino, e divulgador da Psicopedagogia no Brasil, Argentina e Portugal. Além disso, é o criador da Epistemologia Convergente, que seria uma proposta de uma atividade clínica norteada para a integração de três estudos da Psicologia. Dentre elas a Psicogenética, de Piaget; a Escola Psicanalítica de Freud e a Psicologia Social de Enrique Pichon Rivière.

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grupo familiar, que lhe permitiu adquirir uma visão precoce dos elementos

animados e inamimados (SAMPAIO, 2011).

O terceiro estágio é aquele que acontece antes do ingresso na

escola, e recebe o nome de aprendizagem assistemática, elaborada através do

vínculo entre o sujeito e a comunidade restringida. O quarto e último estágio, é

chamado de aprendizagem sistemática, que seria o resultado da interação do

sujeito com as instituições. (SAMPAIO, 2011).

Neste aporte teórico, Visca (apud SAMPAIO, 2011, p. 71) menciona

alguns subestágios como, por exemplo, “o das aprendizagens instrumentais, o

dos conhecimentos fundamentais, o das aquisições transculturais, o de

formação técnica e o de aperfeiçoamento profissional”.

Sabendo-se que atualmente, a família e a escola possuem uma

estreita relação no processo de aprendizagem e que este vem ao longo dos

anos, será relevante que no próximo capítulo se faça uma reavaliação das

dessas duas instituições, no que se refere ao ato de ensinar e aprender frente

a este processo.

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CAPÍTULO II

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO EDUCANDO E A

IMPORTÂNCIA DA RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA

Este capítulo possui como finalidade destacar a importância da

relação da família e a escola como parceiras que podem resgatar valores e,

deste modo colaborar para que a criança construa sua identidade com

autonomia e cidadania.

Entretanto, é a família que passa a maior parte do tempo ao lado da

criança e, por este motivo, existe maior possibilidade de responsabilidade, no

que se refere à educação dos filhos, sobretudo, quando este está iniciando as

primeiras fases de seu desenvolvimento e formação.

A família deve possui maiores esclarecimentos sobre o

desenvolvimento da criança, e para isso a escola poderá mantê-la como

membro co-participativo no processo de aprendizagem do educando e através

do diálogo buscar soluções alternativas que minimizem as dificuldades de

aprendizagem, promovendo mudanças para a solução dos problemas que por

ventura envolvam o processo educativo.

Diante disso, as famílias esperam das escolas, segundo o

entendimento de Szymanski (2001, p. 82) que haja “um tipo de organização

que permita mais contato com os pais, por meio de reuniões em que possam

saber sobre o rendimento dos filhos, assim com um registro, um boletim”.

Em outras palavras, muitos pais acham que seria importante

acompanhar o processo de escolarização do(s) filho(s), como forma de

conhecer as atividades realizadas no ambiente escolar, para que assim

possam acompanhar de perto o que está acontecendo durante o período letivo.

Nos dias atuais, isto não é comum, pois diversos pais e/ou

responsáveis da criança necessitam de trabalhar fora para sua sobrevivência,

este constitui um dos motivos pelo não comparecimento deles a escola. Já a

escola solicita requer a presença dos pais, e, para isso, conta com a atuação,

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principalmente do psicopedagogo, no intuito de manter a relação mais próxima

e constante.

Este contato com os pais serve para que a escola transmita não

somente as informações necessárias sobre os objetivos, estratégias, questões

pedagógicas entre outras situações problemáticas de dificuldades

apresentadas pelo educando como ainda fazer com que a família se sinta mais

comprometida com qualidade da educação e com o desenvolvimento do(s)

filho(s) enquanto ser humano.

Nas palavras de Castro (2011, p. 15), a parceria estabelecida entre a

família e escola poderá “obter êxito na formação da criança e dos

adolescentes, especialmente por meio do exemplo no dia a dia”. Neste

entendimento, “é preciso prosseguir, acreditando no poder transformador da

educação. Não há caminho fora dela”, afirma Castro (2011, p. 15).

Desta forma, percebe-se que a relação escola e família, quando

voltada para o sentido piagetiano presume que haja respeito mútuo. Sob este

olhar, torna-se possível que se estabeleça:

uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva pois a muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, freqüentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se até mesmo a uma divisão de responsabilidades [...]. (PIAGET, 2000, p.50)

Cabe frisar que implica em manter uma ação entre as figuras dos

educadores e dos pais, onde estes últimos tenham oportunidade de expressar

opiniões, ainda que devam ouvir o educador, sem medo de críticas, nesta troca

de pontos de vista. De acordo com Tognetta (2002) a parceria implica em um

se colocar no lugar do outro, lembrando que isso não significa uma troca de

favores, mas, sim, uma ação onde haverá uma cooperação primorosa para o

processo de aprendizagem.

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Segundo Orsi (2003, p. 68), “a aprendizagem, ganha significado

dentro do contexto familiar e social, ainda que a apropriação dos conteúdos

seja individual”.

Para Canetti (2000) há um consenso entre os educadores, de que a

família, enquanto base sólida constitui fator de extrema importância na

formação do indivíduo. Os filhos cotidianamente exigem atenção de seus pais.

Tal convivência permite-lhes transmitir noções importantíssimas para o seu

equilíbrio pessoal, auto-imagem e auto-estima, bem como a capacidade de

assumir riscos e esforços, e de entender e respeitar regras entre outros

conhecimentos.

É importante que nesta parceria se entenda e vivencie valores como

confiança, amor, fraternidade, civilidade, autonomia, liberdade, disciplina,

empatia, humildade, otimismo, sabedoria dentre tantos outros que a escola

deve trabalhar não visando somente conteúdos e conceitos, mas devendo

preparar cada indivíduo para a vida (CASTRO, 2011).

Ante ao exposto, será necessário que os pais se acostumem a

participar da vida escolar dos seus filhos. Esta seria, portanto, uma provável

opção de dividir as responsabilidades entre os sujeitos que se encontram

envolvidos no processo de ensino e aprendizagem.

Com isso, percebe-se que cada pai, mãe ou responsável tendem a

ter expectativas com relação ao futuro dos filhos. Por esta razão visam

estabelecer outros fatores dando sua parcela de contribuição ou não, com a

finalidade de que as crianças possam ser motivadas a obter melhor

desempenho escolar. (MORAES; KUDE, 2003)

Segundo Castro (2011, p. 22), “a educação está presente em todas

as relações. (...) a cada novo dia temos a chance de fazer e diferenças na vida

dos nossos filhos”.

Na educação existem diversos elementos essenciais onde os

educadores, inclusive o psicopedagogo, possa obter sucesso nas ações de

educar. (CASTRO, 2011).

No contexto, destaco dois elementos básicos e primordiais, tanto

para que se obtenha uma base segura, quanto para um desenvolvimento

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equilibrado do ser humano de forma integral. Trata-se da afetividade e dos

limites.

Para Castro (2011) a afetividade está relacionada a ações e reações

internas, que interferem no sentido externo. É através dos sentimentos voltados

para o interior e de forma privada, que as emoções estão direcionadas para o

exterior e de forma pública, onde se inicia o seu impacto na mente de cada

sujeito.

De acordo com Castro (2011), o vocábulo afeto tem sua origem na

palavra “affekt”, e significa:

qualquer estado efetivo, agradável ou o penoso, ainda que vago, e que manifeste por uma descarga emocional física ou psíquica, imediata ou adiada. O afeto traduz emoções representadas e corresponde às sensações. (CASTRO, 2011, p. 27-28).

Por sua vez, o estado afetivo pode ser manifestado por sentimentos

positivos ou negativos. Dentre as emoções positivas está o amor e alegria,

enquanto que nas negativas, manifestam sentimentos de tristeza, medo, raiva,

perda entre outros. Ressalta-se que a predominância de aspectos positivos e

negativos irá depender da base familiar.

No entanto, os sentimentos podem acabar se misturando, portanto,

será necessário que se aprenda a cuidar de todas as emoções, permitindo que

o sujeito se ajuste e obtenha uma vida emocional equilibrada de forma integral.

Toro (2002, p. 90) descreve a afetividade “como um estado de

afinidade profunda com os outros seres humanos”, será capaz de gerar

sentimentos não apenas de “amor, amizade, altruísmo, maternidade,

paternidade, solidariedade”, como pode proporcionar outros sentimentos

opostos tais como: “ira, ciúme, insegurança e inveja, que são analisados como

elementos desse complexo fenômeno”.

Verifica-se nesta análise, que a amorosidade pode envolver o

universo e lhe oferecer uma integração criativa e dinâmica, já a afetividade em

cada ser humano, está presente em todas as dimensões do ser e ação do

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homem. Neste contexto, percebe-se que hoje, já há um imenso interesse em

se estudar o afeto e sua influência no processo de aprendizagem.

Assim sendo, o ambiente familiar estável e afetivo poderá contribuir

positivamente para o bom desempenho da criança na escola, embora não

garanta o seu sucesso, uma vez que este depende de outros fatores que não

exclusivamente os familiares.

Quanto a questão dos limites, observa-se que nos dias atuais, há um

imenso desafio para se encontrar o “equilíbrio entre exercer autoridade sem ser

autoritário”, como diz Castro (2011, p. 30). Todavia, será importante saber

impor os limites necessários quando o sujeito ainda é uma criança, para depois

“negociar os limites” quando esses mesmos sujeitos forem jovens e

adolescentes.

O que se percebe, é que nos ambientes familiares, nas escolas e

nas ruas, são os adultos que não se apresentam dispostas a impor limites às

crianças menores. Para Capelatto (2002), estabelecer limites é oferecer à

criança os extremos, ou seja, a fronteira até onde ela pode ir ou não naquele

dado momento.

Como a criança está em constante aprendizado com os pais, regras

violadas pelos pais constituem-se em falta de limites. Isso nos conduz a

percepção de que os pais também são detentores de dar e ter seus próprios

limites.

Nesta visão torna-se importante refletir sobre algumas regras

essenciais, que não devem ser esquecidas, pois elas “constituem nossos

próprios limites, sem os quais não teremos o respeito de nossos filhos, seu

afeto e, especialmente, jamais seremos exemplos para eles”, segundo explica

Zagury (2000, p. 163).

Os limites não devem ser aplicados as crianças e adolescentes

visando o interesse próprio ou o prazer pessoal dos pais. Eventualmente, ele

poderá acontecer e as regras necessitam ser suspensas. Este fato não deve

ser exercido de forma sistemática a fim de atender as conveniências dos pais,

e, sim atender a uma necessidade real. (ZAGURY, 2000).

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Por conseguinte, os limites não podem de modo algum ser usados

para desculpar a intolerância dos pais com relação às necessidades dos filhos.

Por sua vez, devem agir com equilíbrio, não permitindo que suas atitudes

sejam ditadas pela emoção.

Será necessário visar sempre à melhor convivência familiar, não se

estabelecendo regras diferentes para os filhos e os pais, o que vale para um

deverá valer para todos.

Os limites não devem ser aplicados esperando que os filhos

aceitem, compreendam e se comportem além do que as reais necessidades de

cada faixa etária lhes permite. Os pais não devem esquecer que os filhos

também possuem direitos, pois cabe a eles lhe dar também amor, segurança,

respeito, igualdade de tratamento entre outros direitos.

No mundo moderno, surgiram novos paradigmas voltados para uma

educação mais sólida que determina a não permissividade das crianças. Isso

quer dizer que as crianças não devem fazer em casa e na escola o que não

podem fazer no ambiente social em que vivem. Contudo, as crianças devem

ser ensinadas a praticar em casa a cidadania familiar e na escola a cidadania

escolar.

Passando para o cenário escolar, será indispensável que haja um

acordo mútuo entre a experiência escolar e social dos educandos, pois esta

integração pode promover e melhorar o desempenho das crianças.

Neste sentido, haverá possibilidades na qual as escolas possam

traçar um trabalho que auxilie não somente a questão da afetividade, dos

limites, como também de novas aprendizagens e de desenvolvimento moral,

intelectual, cultural e social elaborando métodos que motivem a aprendizagem

com base em atividades positivas, “tanto para quem aprende quanto para

quem ensina”. (CHRAIM, 2009, p. 57).

A partir desses pressupostos, surge a importância do papel da

escola também estabelecendo limites com os educandos, sendo esta uma

conduta objetiva e possível de ser realizada em situações que podem ser

cobradas, no intuito de auxiliar o educando no seu crescimento pessoal, e

ainda ajudá-lo nas suas atividades estudantis.

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Nas palavras de Zagury (2000) uma criança que não aprende a ter

limites diante de suas vontades, porém, tende a desenvolver um quadro de

dificuldades que se instala de forma gradual e em seguida podem ocorrer as

consequências da falta de limites.

Essas consequências são diversas, comuns e graves como o

desinteresse pelos estudos; falta de concentração e persistência; falta de

capacidade de suportar as pequenas dificuldades, o desrespeito pelos colegas,

irmãos, familiares e pelas autoridades de forma geral. Repetidas vezes, essas

crianças acabam sendo confundidas com as que possuem a síndrome da

hiperatividade, pois, iniciam um processo em tudo semelhante a este distúrbio

neurológico. (CARVALHO, 2003).

Cabe lembrar que derivada da falta de limites, da incapacidade

crescente de tolerar frustrações e contrariedades, algumas crianças tendem a

desenvolver características de irritabilidade, instabilidade emocional, bem como

redução da capacidade de concentração e atenção. Outras apresentam

descontrole e problemas de conduta, e com facilidade promovem agressões

físicas quando contrariada, além da predisposição de problemas psiquiátricos,

podem constituir outra consequência diante da falta de limites.

Portanto, será primordial frisar que dar limites aos filhos, é iniciar o

processo de compreensão e apreensão do outro, mas antes disso, será

necessário pensar, repensar a questão. Tendo em vista que muitas situações

problemáticas surgem por meio de uma série de enganos e distorções nos

atuais relacionamentos familiares.

Cabe então, não somente aos pais, como a escola representada

pelos educadores, sobretudo o psicopedagogo, o momento exato de dizer sim,

e de saber dizer não, evitando que no futuro surjam dificuldades de

aprendizagem decorrentes de situações mal trabalhadas, por conta de falta de

afetividade e de limites, fato que vem se tornando bastante comum na atual

contemporaneidade.

No momento, será importante ressaltar a necessidade de uma

intervenção do psicopedagogo junto à família dos educandos com dificuldades

de aprendizagem, onde este elemento poderá esclarecer e assessorar da

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melhor forma os inúmeros aspectos no processo de ensino e aprendizagem

que envolve educando, escola, família e sociedade.

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CAPÍTULO III

A INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO JUNTO A

FAMÍLIA DOS EDUCANDOS COM DIFICULDADES DE

APRENDIZAGEM

Este capítulo não apenas se limita a tratar sobre a intervenção

psicopedagógica junto à família dos educandos com dificuldades de

aprendizagem, como auxilia na busca de novos comportamentos levando a

superação destas e de outras questões.

Nesse contexto, Porto (2009, p. 11) enfatiza que na Psicopedagogia,

há infinitas preocupações relacionadas com os recursos que podem ser usados

no “diagnóstico e na intervenção psicopedagógica, principalmente porque ela

ainda não se constituiu uma profissão”.

Atualmente, enquanto área de conhecimento, a Psicopedagogia se

depara com contribuições notórias, que se situam além dos limites da

Psicologia e da Pedagogia e, por esse motivo, recorre a outras áreas como a

Psicanálise, Linguística, Filosofia, Sociologia, Neurologia, que fundamentam, e

oferecem uma configuração teórica e prática psicopedagógica, que se traduz

em múltiplos olhares e interfaces. (PORTO, 2009).

Na visão de Bossa (2000) a Psicopedagogia surgiu com a finalidade

de atender a uma demanda, ou seja, a da dificuldade de aprendizagem,

entretanto, a aprendizagem humana é considerada seu objeto de estudo.

Prosseguindo Bossa, diz ainda que:

Do seu parentesco com a Pedagogia, a Psicopedagogia traz as indefinições e as contradições de uma ciência cujos limites são os da própria vida humana. Envolve, simultaneamente, a meu juízo, o social, o individual em processo tanto transformadores quanto reprodutores. Da Psicologia, a Psicopedagogia herda o velho problema do paralelismo psicofísico, um dualismo que ora privilegia o físico (o observável) ora o psiquismo (a consciência). (BOSSA, 2000, p. 23)

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Cabe frisar, que no âmbito da Psicopedagogia moderna, este objeto

de estudo ainda continua a ser voltado para a aprendizagem.

Para Vygotsky (1989 apud WEISS, 2001, p. 26) “a aprendizagem da

criança começa muito antes da aprendizagem escolar e que esta nunca parte

do zero. Toda aprendizagem da criança na escola tem uma pré-história”.

Diante disso, a construção poderá ocorrer sob forma de estruturas complexas,

e a ideia já vem sendo aceita pela maioria dos autores que lançam mão de

Psicopedagogia para cuidar do assunto.

Rubinstein, Castanho e Noffs (2004, p. 227) tendem a “valorizar a

amplitude do fenômeno educacional”, bem como a relação estabelecida do

sujeito com a aprendizagem de forma mais abrangente. Logo, há de se

considerar as circunstâncias e as interações concretizadas pelo aprendiz

durante o decorrer do processo de ensino e aprendizagem.

No imenso campo de aplicação a Psicopedagogia vem se firmando

assumindo nesse processo uma feição preventiva e terapêutica. Porto (2009)

comenta que o psicopedagogo como profissional vem atuando sob ação

conjunta com outras equipes relacionadas às áreas de saúde e educação,

terapêutica e institucional, simultaneamente.

Entretanto, Bossa (2000, p. 14) diz que “o termo Psicopedagogia

distingue-se em três conotações: como uma prática, como um campo de

investigação do ato de aprender e como (pretende-se) um saber científico”.

Porto (2009) assinala que o pedagogo como profissional do campo

de saúde e educação, procura intervir, buscando possíveis soluções ligadas

aos problemas de aprendizagem dos educandos que são encaminhados pela

escola, considerando que seu saber inclui diversas dimensões da

aprendizagem humana.

Segundo os estudos de Feldmann (2006) o pedagogo poderá atuar

com crianças mesmo hospitalizadas, cujo processo de aprendizagem acontece

em parceria com a equipe multidisciplinar da instituição hospitalar, dentre elas

o médico, enfermeiros, psicólogos, e assistentes sociais que compõem a

equipe.

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Considerando-se a abordagem preventiva, esse profissional poderá

exercer a prática docente na própria escola, onde poderá preparar os

profissionais da educação cabendo a ele, detectar no educando, algum

problema no processo de aprendizagem. Para tanto, deverá ser participativo

das dinâmicas efetivadas na comunidade acadêmica, o que facilitaria o

processo de integração e troca. Além disso, poderá sugerir orientações

metodológicas, levando em consideração as particularidades dos educandos

ou dos grupos, promovendo, segundo Feldmann (2006, [s. p.]), “o processo de

orientação educacional, vocacional e ocupacional, tanto na forma individual

quanto em grupo”.

Para o mesmo autor, o psicopedagogo é aquele elemento

qualificado para ajudar os educadores num atendimento pedagógico pode ser

individualizado ou em grupo, o que colabora para o entendimento de problemas

na sala de aula, permitindo ao professor buscar novas soluções de ação, como

por exemplo, jogos percebendo como recursos diferenciados, podem auxiliar

na descoberta do diagnóstico de distúrbios de aprendizagem.

Acompanhando essa linha de pensamento, Lima assevera que:

(...) os educadores, deveriam saber que aquilo que o aluno apresenta, aquilo que salta aos olhos, é o efeito mais parente de uma causa subjacente. O efeito geralmente é limitado e pode ser descrito em termos concretos. A causa, por sua vez, é complexa e abarca fatores e situações que levam a pessoa ao desequilíbrio, ou em outras palavras, a doença. (LIMA, 2000, p. 49).

Observa-se que hoje, nas escolas se percebe um desequilíbrio

intenso em relação ao social e aos aspectos ligados ao pedagógico, que

lembram as dificuldades de aprendizagem, entre outras situações como

violência, as frustrações e as somatizações.

Além disso, cabe mencionar os preconceitos presentes no cotidiano

das escolas, que torna banal a compreensão de que a falta de uma

aprendizagem eficaz pode ter relação com situações econômicas, familiares e

emocionais vivenciadas pelos educandos.

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Há de se destacar que o mais importante disto tudo é entender o

que se passa durante o processo educativo e quais motivos levam as

dificuldades fracassos escolares, que às vezes conduzem o sujeito ao fracasso

na vida. Diante do exposto, pode-se perceber que:

cada vez mais vem aumentando a importância sobre os problemas de aprendizagem, onde há um acréscimo de atendimentos por psicopedagogos, psicólogos, fonoaudiólogos e médicos psiquiatras. Isso porque as dificuldades específicas de aprendizagem com algumas crianças acontece que não conseguem acompanhar um grau de adiantamento escolar compatível com sua capacidade cognitiva. (PORTO, 2009, p. 56)

Como explica o autor, crianças em uma determinada fase escolar

apresentam dificuldades no momento que realização determinada atividade,

que além dos motivos já mencionados, pode advir de uma proposta

pedagógica, capacitação do professor, deficits cognitivos, problemas

comportamentais e psicológicos entre outros motivos.

A partir destes argumentos, percebe-se que a dificuldade de

aprendizagem se constitui um fenômeno extrema complexidade, pois agrupa

uma infinidade de conceitos, critérios, teorias e modelos e hipóteses sendo que

os mesmos, não podem ser solucionados somente com a instrumentalização

dos educadores. (OLIVEIRA, 2006).

É possível hoje se contar com o trabalho do psicopedagogo que

possui a função de observar e avaliar qual a verdadeira necessidade da escola

e atender as suas aspirações bem como verificar, a maneira para que a escola

conduza o processo ensino-aprendizagem, dando respostas positivas de

aprendizagem de seus educandos, onde a família exerce importante papel

nesse processo.

Levando-se em conta que a escola seja responsável por grande

parte da formação do ser humano, o trabalho do Psicopedagogo na instituição

escolar possui caráter preventivo, no sentido de procurar criar competências e

aptidão para solução dos muitos problemas e desafios que surgem.

Neste sentido, Oliveira acrescenta que:

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Os desafios que surgem para o psicopedagogo dentro da instituição escolar relacionam-se de modo significativo. A sua formação pessoal e profissional implicam a configuração de uma identidade própria e singular que seja capaz de reunir qualidades, habilidades e competências de atuação na instituição escolar. (OLIVEIRA, 2006, [s.p.]).

Devido ao grande número de crianças com dificuldades de

aprendizagem e de outros desafios que englobam a família e a escola, a

intervenção psicopedagógica vem ganhando atualmente, espaço nas

instituições de ensino.

O psicopedagogo deve realizar trabalhos preventivos considerando

objetivos múltiplos, a fim de evitar que problemas já existentes se agravem ou

que possa auxiliar na redução da gravidade de novos problemas, o que iria

retardar o índice de dificuldades dos educandos comprometidos.

Bossa (apud OLIVEIRA, 2006) aponta que dentro da instituição

escolar o psicopedagogo tem muito que realizar, pois a intervenção de caráter

preventivo envolve inúmeras questões tais como: auxiliar os professores e

demais profissionais nas questões pedagógicas; contribuir com a direção da

escola no entrosamento de todos que ali atuam; orientar os pais, e, sobretudo

auxiliar o aluno com dificuldades de aprendizagens, levando em conta motivos

ou causas simples de serem resolvidas.

Entretanto, será necessário que ele realize uma análise sobre o

planejamento da escola para que assim possa subsidiar a sua atuação no

ambiente educativo. Por conseguinte, deve conhecer, até mesmo de forma

teórica, a função de cada elemento que trabalha na escola, bem como levantar

informações sobre o educando e a sua família, para que assim planeje seu

trabalho e alcance seus objetivos.

Tais objetivos somente serão atingidos quando o psicopedagogo

entender as necessidades de aprendizagem do educando e que seja possível

abrir espaço, onde a escola possibilite “novos recursos para atender às

necessidades de aprendizagem”. (BOSSA, 2000, p.23)

Para a autora, a atuação do psicopedagogo deve ser junto ao

educando que apresenta problemas de aprendizagem, com o objetivo de

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identificar os fatores que interferem no processo, auxiliando-o a superar os

obstáculos e as dificuldades através de acompanhamento psicopedagógico.

No que se refere ao sintoma da aprendizagem, Visca (1987 apud

SAMPAIO, 2011, p. 11) revela que ele é uma conduta desviada que se

expressa somente quando o meio o exige. Entretanto, quando esse meio tende

a agir pressionando, o sintoma poderá se manifestar através de notas baixas,

indisciplina, agressividade com o professor e colegas, ou até com a família.

Não seria somente o educando que possui sintomas que podem ser

prejudiciais, professores também os apresentam interferindo, por conseguinte,

no seu equilíbrio. (SAMPAIO, 2011).

Como diz Cury,

De acordo com pesquisas do Instituto Academia de Inteligência, no Brasil, 92% dos professores estão com três ou mais sintomas de estresse e 41% com dez ou mais. É um número altíssimo, indicando que quase a metade dos professores não deveria estar em sala de aula, mais internada em uma clinica antiestresse. (CURY, 2003, p.62)

Logo, refletir sobre os sintomas apresentados pelos professores e

educandos seria uma grande oportunidade para repensar a prática pedagógica,

onde situações desgastantes apresentadas pelo professor podem chamar

atenção do aluno, e evidenciar um conjunto de erros e consequências nas

atividades pedagógicas. Isso não quer dizer que este sintoma do professor,

seja oriundo só do estresse, mas pode ser por períodos longos de jornada de

trabalho, condições impróprias para trabalhar, como, por exemplo, a falta de

material, o uso do giz que interfere e agrava problemas na voz, entre outros

sintomas. (SAMPAIO, 2011).

Logo, percebe-se que não é somente o comportamento do

educando que influencia de forma negativa a aprendizagem. Nota-se que em

diversos casos, não existe nada de errado com a parte cognitiva do educando,

“mas sim com um sistema de ensino fechado”, como aponta Sampaio (2011,

p.35).

Cabe aqui lembrar que um dos objetivos do psicopedagogo é

promover o campo das disciplinas escolares onde o educando demonstra ter

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dificuldade, usando o conteúdo escolar como recurso que pode oferecer as

necessárias condições para o desenvolvimento cognitivo.

Segundo Bossa (2000) no que se refere ao desenvolvimento do

raciocínio, o psicopedagogo deve atuar criando por meio do lúdico, situações

que envolvam a observação e o diálogo, e como pensar e construir uma nova

informação.

Para Oliveira (2006), o profissional de Psicopedagogia não trata

diretamente do problema, cabe a ele lidar com os sujeitos envolvidos, ou seja,

lida com professores, gestores, orientadores, equipe pedagógica,

principalmente com as crianças e sua família, e com a sociedade em que estes

estão inseridos.

É importante lembrar que cada aluno possui uma história, uma

necessidade e uma expectativa diferente quando se relaciona com o outro,

inclusive com o professor, que quando está em sala de aula não percebe esse

aluno da mesma forma como outro professor.

Cabe a ele transmitir conhecimentos ou fazer perguntas, mas é

preciso ouvir o aluno, dando-lhe atenção e tomar cuidado para que ele aprenda

a se comunicar, sabendo expor de forma clara suas opiniões.

No cenário escolar, a intervenção do psicopedagogo em parceria

com o professor, permite que se promova um processo aprendizagem

enriquecedor e importante. Em sua atuação institucional vem sendo

considerado um elemento significativo no auxílio da aprendizagem.

No que se refere à intervenção deste elemento junto aos pais, será

preciso que elabore reuniões a fim de colocar os pais e/ou responsáveis

cientes, do desenvolvimento do educando em todos os sentidos, esclarecendo

quaisquer dúvidas que estes possam ter em relação a vida escolar da criança.

No mundo atual, percebe-se que as famílias se apresentam um tanto

perdidas e acabam não sabendo lidar com certas situações relacionadas a

seus filhos. E por isso, acabam transferindo para o filho, que entra em um

processo de dificuldade e algumas dessas famílias acreditam que a escola é a

responsável pela dificuldade de seu filho.

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Dentro deste quadro, será importante a intervenção do

psicopedagogo junto à família desses educandos, que através de uma simples

entrevista ou de uma anamnese com essa família, para tomar conhecimento de

informações sobre sua vida orgânica, cognitiva, social e emocional.

Segundo Weiss (2011) as várias formulações feitas pelos pais,

escola e pelo próprio educando, precisam ser analisados nos seus diferentes

significados, pois é através delas que se consegue chegar ao fio condutor da

anamnese e às vezes do próprio diagnóstico, o que possibilita a compreensão

das diferentes relações com a aprendizagem escolar dos pais e do educando à

aceitação ou não do diagnóstico.

Sobre o diagnóstico, Bossa afirma que:

O diagnóstico é um processo contínuo sempre revisável, onde a intervenção do psicopedagogo inicia segundo vimos afirmando, numa atitude investigadora, até a intervenção. É preciso observar que esta atitude investigadora, de fato, prossegue durante todo o trabalho, na própria intervenção, com o objetivo de observação ou acompanhamento da evolução do sujeito. (BOSSA, 2000, p. 74)

Para Weiss (2001) o diagnóstico psicopedagógico é intrinsecamente

uma avaliação que visa à investigação do outro (sujeito) diante de uma

situação que não está de acordo com o resultado esperado. É realizado a partir

do depoimento de uma queixa, do sujeito, da família ou da própria escola. Para

a autora, o objetivo do diagnóstico psicopedagógico é basicamente identificar

os desvios e os impedimentos no modelo de aprendizagem do sujeito.

Ressalta-se que a escola efetivamente é quem faz a solicitação da

avaliação psicopedagógica, às vezes à família reluta com a situação o que

demonstra resistência ou ora concorda.

Em verdade, o primeiro contato é de grande significância para o

prosseguimento do processo. Logo, seria extremamente importante que a

relação com a família fosse amistosa desde o início.

Um dos pontos mais cruciais de um eficaz diagnóstico é a entrevista

da anamnese, pois através dela surgira a possibilidade de interação das

dimensões do passado, presente e futuro do paciente, fazendo com que a

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construção ou não de diferentes gerações, ou melhor, se pode fazer a

anamnese da família.

Para Weiss (2001, p. 63), “toda a anamnese já é, em si, uma

intervenção na dinâmica familiar em relação à aprendizagem de vida”.

Muitos aspectos podem ser identificados através da explicação da

historia de vida do paciente, revelando-se algumas vezes, carência afetiva e de

atenção. Assim, o fracasso escolar pode estar vinculado a um sintoma dessa

relação familiar, onde não havia troca de experiências

Qualquer profissional que lide com crianças irá perceber que é

indispensável um espaço para que a criança brinque, e dessa forma passe a se

comunicar, se revelar diante de determinadas situações. Encontra-se no

trabalho psicopedagógico, o mesmo consenso, quer no diagnóstico ou no

tratamento.

É de suma importância usar a palavra lúdico, no decorrer do

processo de “jogar”, “brincar”, “representar”, e até na hora de “dramatizar”,

situações de condutas semelhantes a vida da criança.

A visão de Winnicott (1990 apud WEISS, 2001) possibilita uma

compreensão mais integradora do brincar da aprendizagem. Assim, resume

seu pensamento: no brincar, a criança constrói um espaço de experimentação,

de transição entre o mundo interno e o externo.

Dentro de um espaço transacional a relação: criança/outro,

indivíduo/meio é que se efetivará a aprendizagem. Por esta razão, o processo

lúdico é fundamental no trabalho psicopedagógico. Desta forma, quando o

profissional de Psicopedagogia estiver cercado por recursos pedagógicos

poderá interferir no processo de aprendizagem e, assim, reunir informações

sobre a vida emocional, cognitiva e social do educando com dificuldades de

aprendizagem.

Vale lembrar que a Psicopedagogia vem ao longo dos tempos

contribuindo para que o sucesso no processo de ensino/aprendizagem, onde o

pedagogo é capaz de realizar atividades multidisciplinares sob a visão

sistêmica, e, ainda pensar numa prática docente como parcerias, que incluem

escola, educando e família, onde todos devem ter o olhar e a escuta

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direcionados para o sujeito aprendente e que atenda aos objetivos propostos

no início de seu trabalho.

Diante disto, acredita-se ainda na possibilidade e na sua capacidade

de construir práticas educativas que favoreçam não só os percalços da vida

como as complexas relações que ocorrem no cotidiano entre educando, família

e escola, quando a questão é dificuldades de aprendizagem.

A partir destes argumentos, percebe-se que o psicopedagogo que

atua numa instituição educacional, deverá ter capacidade para lidar com o

processo de aprendizagem e suas dificuldades dentro de um consenso lógico.

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CONCLUSÃO

Ao término deste estudo pode-se concluir que desde as últimas

décadas que o conceito de família passou por diversas transformações. De

modo tradicional o termo família era associado à concepção do um grupo

formado por pai, mãe e filhos.

Hoje, isso ele é bem mais amplo, sendo entendido como um grupo

de pessoas que vivem numa mesma casa, mas que mantém um vínculo afetivo

ou por terem algum grau de parentesco.

Como se sabe a família constitui o primeiro grupo social onde a

criança começa a dar seus primeiros passos para interagir e construir as

primeiras aprendizagens, além de valores culturais, sociais, emocionais dentre

outros. Logo, a influência da família poderá ser decisiva na questão da

aprendizagem da criança como também no bem estar de todos que dela fazem

parte.

A família tal qual a escola são duas instituições com

responsabilidades importantes. Ambas podem ser as mediadoras entre o

sujeito e a sociedade. Entretanto, cabe a escola como sistema de ensino a

finalidade de preparar e capacitar os educandos para que possam exercer seu

papel de cidadãos, mas é importante frisar que ela também, está sujeita às

influências políticas e sociais de um período determinado.

Como área responsável pela aprendizagem surge também a

Psicopedagogia dando sua parcela de contribuição em relação às ações de

aprender e no diagnóstico dos problemas de aprendizagem escolar.

Nesse contexto, ela dispõe de vários recursos para detectar o

diagnóstico e a intervenção psicopedagógica permitindo ao psicopedagogo

promover de forma eficaz um trabalho que possa intervir no

ensino/aprendizagem, tanto na atuação clínica ou institucional escolar,

sugerindo orientações e ações preventivas objetivando minimizar as

dificuldades de aprendizagem do educando.

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Essas dificuldades não podem ser tratadas apenas como um

problema que não se pode solucionar, mas como desafios que fazem parte do

processo da aprendizagem de cada sujeito. E que tem na figura do

psicopedagogo um forte aliado para enfrentar essa situação, devido a sua

formação e capacitação para tratá-lo.

Logo, o papel desempenhado pelo psicopedagogo pode envolver

questões de conscientização para que os educadores repensem suas práticas

no ambiente escolar, e que procurem aprofundar seus conhecimentos acerca

das teorias de aprendizagem, a fim de identificar as dificuldades de

aprendizagem dos educandos, evitando que estes cheguem ao fracasso

escolar ou até mesmo fracassar no futuro de sua vida.

Recomenda-se este estudo a todos que se interessem pelo tema e

aos profissionais de educação e do campo da Psicopedagogia, para que

através dele seja aberto novos horizontes de conhecimento sobre o tema

proposto.

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ÍNDICE

INTRODUÇÃO 09

CAPÍTULO I

A FAMÍLIA COMO ESPAÇO DAS PRIMEIRAS APRENDIZAGENS 12

1.1 Conceituando a família 12

1.2 Uma retrospectiva das configurações familiares 13

1.3 As aprendizagens no ambiente familiar 15

1.3.1 Os estágios das primeiras aprendizagens 20

CAPÍTULO II

O PROCESSO DE APRENDIZAGEM DO EDUCANDO E A IMPORTÂNCIA

DA RELAÇÃO FAMÍLIA E ESCOLA 22

CAPÍTULO III

A INTERVENÇÃO DO PSICOPEDAGOGO JUNTO A FAMÍLIA

DE EDUCANDOS COM DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM 30

CONCLUSÃO 40

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 42

WEBGRAFIA CONSULTADA 44

ÍNDICE 45

FOLHA DE APROVAÇÃO 46

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FOLHA DE AVALIAÇÃO

Nome da Instituição: Universidade Candido Mendes

Título da Monografia: “A CONTRIBUIÇÃO DO PSICOPEDAGOGO NO

ASSESSORAMENTO DA FAMÍLIA E DO EDUCANDO MEDIANTE AS

DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM”.

Autor: Carolina Aguiar de Barros

Data da entrega: _____/____________/______.

Avaliado por: Conceito: