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Cursos Profissionalizantes
Márcia Fú Saúde
Cuidador de Idosos e Dependentes I
2017
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Conteúdo do curso O envelhecimento;
O papel do cuidador de idosos;
A relação idoso - cuidador;
Estatuto do idoso;
Alteração na comunicação do idoso;
Cuidados no manuseio dos medicamentos dos idosos;
Noções de cuidados de enfermagem;
Cuidados com a nutrição do idoso;
Primeiros socorros da pessoa idosa;
Parada cardiorrespiratória;
Prevenção de quedas;
A sexualidade no idoso;
Estímulos na velhice;
Atividade física no idoso;
Alteração de memória, depressão e demência;
Cuidando do cuidador de idosos;
Violência contra o idoso;
Modalidades de atendimento ao idoso;
Alguns benefícios e direitos dos idosos.
O envelhecimento é um "processo de diminuição orgânica e
funcional, não decorrente de doença, e que acontece
inevitavelmente com o passar do tempo" (ERMINDA, 1999, p 43
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O Envelhecimento
O envelhecimento é um "processo de diminuição orgânica e funcional, não
decorrente de doença, e que acontece inevitavelmente com o passar do tempo" (ERMINDA,
1999, p 43)
Considera-se o envelhecimento como um fenômeno natural, mas que geralmente
apresenta um aumento da fragilidade e vulnerabilidade, devido à influência dos agravos
à saúde e do estilo de vida
Erminda (1999) complementa que o envelhecimento pode ser dividido em três
dimensões: biológica, cronológica e social
A dimensão cronológica é mensurada pelo calendário católico romano
A pessoa idosa é aquela com idade de 60 anos ou mais, nos países em
desenvolvimento, entre eles o Brasil, conforme o critério da Organização das Nações
Unidas (ONU)
Tal critério foi definido em 1982, na 1ª Assembléia Mundial do
Envelhecimento
Os países desenvolvidos consideram a pessoa idosa com idade de 65 anos ou
mais (VERAS, 1994; ORGANIZACIÓN PANAMERICANA DE LA SALUD, 2000)
A dimensão biológica se expressa pela alteração estrutural e funcional, a
qual nem sempre coincide com o avanço cronológico e a perda social
O envelhecimento é regulado por mecanismos celulares intrínsecos e modulado
por numerosas influências do meio ambiente
Porém, as alterações biológicas tornam o idoso menos capaz de manter a
homeostase quando submetido ao estresse fisiológico. Tais alterações quando
associadas, principalmente, à idade cronológica avançada, determinam maior
suscetibilidade ao aparecimento de doenças, à instalação de incapacidades físicas,
mentais e funcionais, assim como a maior probabilidade de morte (ANDREOLI et al, 1998;
ERMIDA, 1999)
A senescência ou envelhecimento fisiológico é definido como um conjunto de
alterações que ocorrem no organismo humano que implica em perda progressiva da reserva
funcional sem que comprometa as necessidades básicas de manutenção de vida (JACOB-
FILHO et al, 2006)
Em contrapartida, a senilidade ou envelhecimento patológico denomina-se
como conjunto de alterações que ocorrem no organismo em decorrência de doenças e do
estilo de vida que acompanha o indivíduo até a fase idosa (JACOB-FILHO et al, 2006)
Entende-se que as doenças (senilidade) associadas às perdas fisiológicas
(senescência) em idade avançada poderão levar a insuficiência de órgãos, a
incapacidade funcional e ao óbito
Para Karsch e Leal (1998) a Terceira Idade considera-se o período que as
pessoas estejam em boas condições físicas e mentais, mas, algumas vezes, instalam-se
limitações que podem tornar a vida diária complicada, sobretudo, pela restrição
funcional para algumas ou todas as atividades básicas e instrumentais da vida diária
Estudos apontam que o maior temor da velhice está relacionado com a perda da
saúde
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As possibilidades para desenvolver as doenças e as incapacidades aumentam
quando associadas ao estilo de vida, tais como: tabagismo, sedentarismo, obesidade e
etilismo (LITVOC e DERNTL, 2002; VOSER e VARGAS NETO, 2002)
Portanto, a dimensão social refere-se aos papéis e hábitos que a pessoa, ao
longo do seu ciclo vital, assume na sociedade e na família, a partir de um padrão
culturalmente estabelecido
O envelhecimento agregado à vulnerabilidade social pode, muitas vezes,
manifestar-se pela diminuição ou perda do papel desempenhado por longos anos, na
esfera familiar, na social e na profissional (ERMIDA, 1999)
Considera-se que a inatividade acarreta uma profunda alteração ao estilo e
ritmo de vida, devido à perda do papel profissional e pessoal junto da família e da
sociedade, por sentir-se em desigualdade diante dos que trabalham
A Geriatria é uma especialidade médica que abrange os conhecimentos em torno
do diagnóstico e do tratamento das doenças que comprometem a saúde do indivíduo em
processo de envelhecimento
E a Gerontologia é um termo utilizado pelas diversas áreas de conhecimento,
sejam elas: ciências biológicas e da saúde, ciências humanas e sociais aplicadas, e
ciências exatas que estudam o processo de envelhecimento inter-relacionando ao
contexto socioeconômico, cultural e ambiental (JACOB-FILHO et al, 2006)
Entende-se que a Gerontologia propõe a articulação das áreas de conhecimento
por meio de discussões e investigações de equipes multi ou interdisciplinares no
intuito da construção e da consolidação de políticas e dos programas de saúde na área
do idoso
Enfim, é um campo vasto aos profissionais para que possam atuar de maneira
multi, inter e transdisciplinar nas questões que cercam o processo de envelhecimento
humano
O papel do cuidador de idosos
O cuidador é contratado para cuidar da pessoa idosa
Muitas famílias, ignoram as tarefas que lhe cabe e também cobram dele os afazeres
domésticos
O perigo é que ao fazer estes serviços, ele deixa de atender a pessoa idosa
Cabe ao cuidador da pessoa idosa esclarecer ao familiar suas obrigações e
atividades inerentes à ocupação, no momento de ser contratado
Podemos destacar como próprias de sua ocupação as tarefas abaixo descritas
Ajudar, estimular e realizar, caso seja indispensável, as atividades de vida
diária, ou seja, a higiene pessoal e bucal, alimentação, locomoção, etc
Cuidar do vestuário (organizar a roupa que vai ser usada, dando sempre à
pessoa idosa o direito de escolha), manter o armário e os objetos de uso arrumados e
nos locais habituais; e cuidar da aparência da pessoa idosa (cuidar das unhas,
cabelos) de modo a aumentar a sua auto-estima
Facilitar e estimular a comunicação com a pessoa idosa, conversando e
ouvindo-a; acompanhando-a em seus passeios e incentivando-a a realizar exercícios
físicos, sempre que autorizados pelos profissionais de saúde, e a participar de
atividades de lazer
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Desta forma, ajudará a sua inclusão social e a melhorar sua saúde
Acompanhar a pessoa idosa aos exames, consultas e tratamentos de saúde, e
transmitir aos profissionais de saúde as mudanças no comportamento, humor ou
aparecimento de alterações físicas (temperatura,pressão, sono, etc)
Cuidar da medicação oral da pessoa idosa, em dose e horário prescritos pelo
médico
Em caso de injeções, mesmo com receita médica, é proibido ao cuidador
aplicá-las
Deverá recorrer a um profissional da área de enfermagem
Estimular a autossuficiência da pessoa idosa, por isto, o cuidador deverá,
sempre que possível, fazer com ela e não para ela.
Assiste a pessoa idosa a movimentar-se dentro de sua casa
Ajuda na higiene e cuidados pessoais do idoso (pentear, tomar banho, etc).
Procura proporcionar conforto e tranquilizar a pessoa idosa em situações de
crise (por exemplo, quando fica agitado ou ansioso).
Ajuda na comunicação com os outros, quando existem dificuldades para
expressar-se.
Desenvolver atividades de estímulo motor e cognitivo de acordo com
orientações
Auxiliar nas atividades de relações sociais
A relação idoso - cuidador
O treinamento de pessoas para o cuidado, principalmente quando o cuidado é
voltado às pessoas idosas, é imprescindível, frente à situação de desamparo que se
encontram os idosos, no intuito de facilitar o atendimento imediato às suas
necessidades básicas.
Em relação ao aumento progressivo da população idosa, o resgate do papel dos
"cuidadores" é uma questão a ser refletida em função da complexidade cada vez maior na
organização das sociedades, faz-se necessário o preparo e o aprendizado específico
para exercer o papel de "cuidador”.
Para cuidar de um idoso, é necessário alguém capaz de desenvolver ações de
ajuda, no que esses não são capazes de fazer sozinhos, esta pessoa então assume a
responsabilidade de dar apoio e auxílio para satisfazer as necessidades, visando à
melhoria da sua condição de vida.
A preparação de cuidadores exige a definição de uma base conceitual
norteadora dos valores e princípios filosóficos, que podem ser reconhecidos pelos
pressupostos citados por Söderberg e Mansur (2004):
- O cuidado humano ou "cuidar de si" importa a essência do viver humano;
exercer o autocuidado é uma condição humana.
E "cuidar do outro" sempre concebe uma condição temporária e
circunstancial, na medida em que o "outro" está incapaz de cuidar-se.
- O "cuidador" é a pessoa submergida no processo de "cuidar do outro" –
cuidando de um idoso, o cuidador pode vivenciar uma experiência sucessiva de grande
aprendizado, o que resulta na descoberta de potencialidades mútuas.
6
Nessa relação humana em que se revelam potenciais, muitas vezes escondidos,
do idoso e de seu cuidador.
O idoso se sentirá capaz de se cuidar e reconhecerá suas reais capacidades;
- O cuidador é um ser humano de peculiares distintas e particularmente
especiais, expressas por um forte traço de amor à humanidade, de solidariedade e de
doação.
Esse deve estar chegado à voluntariedade para as áreas de sua vocação ou
inclinação
Seus préstimos costumam ter cunho de ajuda e apoio humanos, com relações
afetivas e compromissos positivos.
Segundo Soderberg e Mansur (2004) o Cuidador Informal (leigo ou familiar), é
aquele que realiza cuidados e assistência para outros, sem remuneração ou
gratificação.
Em geral essa pessoa se trata de um membro da família ou pessoa muito
próxima, sendo uma demonstração de amor e carinho.
O cuidador informal auxilia o idoso nas atividades básicas do seu
cotidiano, como: vestir-se, comer, tomar banho, dentre outros.
Mesmo com a profissão do cuidador de idosos, não se percebe redução no
cuidado dedicado ao paciente pelo familiar, no entanto esse cuidado é relativo ao
número de horas que este familiar tem disponível para realização dessa tarefa.
Segundo Soderberg e Mansur (2004), o cuidador formal é a pessoa habilitada
para prestar cuidados ao idoso, que apresenta limitações para realizar as atividades e
tarefas do dia a da, realizando o elo entre o idoso, a família e serviços de saúde ou
da comunidade, geralmente com remuneração.
O correto para um cuidador de idosos formal é ter cursado no mínimo segundo
grau, ser maior de idade e ter treinamento específico, realizado por uma instituição
reconhecida, em observância a conteúdo oficialmente aprovado para atuar junto às
pessoas idosas, dispor de condições físicas necessárias para o manejo com o idoso, bem
como aptidão psíquica e qualidades éticas e morais.
O cuidador deverá ter como principal função e/ou atribuição ajudar nas
atividades da vida diária; administrar medicamentos por via oral prescritos pelo
médico; auxiliar na deambulação e mobilidade; cuidar da organização do ambiente que
preferencialmente seja protetor e seguro; proporcionar conforto físico e psíquico;
estimular que o idoso se tenha relacionamento social, de acordo com a realidade, isso
pode ser obtido levando o idoso a participar de atividades recreativas e sociais.
Realizar a verificação dos sinais vitais, sabendo quando os níveis
pressóricos estão alterados ou dentro da normalidade, assim como prestar socorro em
situações de urgência (os primeiros socorros).
Ainda segundo Soderberg e Mansur (2004), mas agora em relação ao cuidador
profissional, este necessita de formação diplomada, conferido por meio de uma
instituição de ensino reconhecida em organismos oficiais, e que presta assistência
profissional ao idoso, família e comunidade.
Esse deve ter curso específico para cuidados com idosos, assim como
treinamento específico em cuidado do idoso, em instituições oficialmente reconhecidas
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Os cuidadores sejam eles, informal, formal ou profissional, devem
desenvolver destrezas e qualidades para prestar cuidado, especificadas a seguir, tendo
como base, o autor citado acima:
- Destrezas técnicas: é o contíguo de conhecimentos teóricos e práticos,
adquiridos por meio da direção de profissionais especializados.
Esses conhecimentos irão aparelhar o cuidador para prestar atenção e
cuidados ao idoso;
- Atributos éticos e morais: são qualidades essenciais para admitir relações
de confiança, dignidade, respeito e ser capaz de assumir responsabilidades com
iniciativa.
Quando o cuidador não for parente, deve procurar adaptar-se aos hábitos
familiares, respeitando a intimidade, a organização e crenças da família, evitando
assim, eventuais interferências;
- Características emocionais: deve possuir domínio e equilíbrio emocional,
facilidade em se relacionar com outras pessoas, bom-senso para compreender e discernir
os momentos difíceis vividos pelo idoso, adequação às mudanças sofridas por ele e por
todas as pessoas que o cercam, ser tolerante frente às situações de frustração
pessoal.
- Características físicas e intelectuais: deve apresentar boa saúde física,
compreendendo força e energia, pois sempre existirão momentos nos quais o cuidador
precisará carregar o idoso ou dar apoio para vestir-se e cuidar da higiene pessoal.
Ser capaz de avaliar e administrar situações que envolvem ações e tomada de
decisões
- Motivação: é a condição fundamental a empatia por idosos, valorizando-os
como grupo social, considerando que o "cuidado" deve ser uma obrigação prioritária,
pessoal e social Segundo Falcone (1999 apud Ribeiro [sd] p 88):
A empatia é definida como uma habilidade de comunicação, composta pelos
componentes, cognitivo (compreensão dos sentimentos e perspectivas da outra pessoa),
afetivo (sentimentos de compaixão e simpatia pela outra pessoa) e comportamental
(transmissão do entendimento dos sentimentos e perspectivas da outra pessoa)
Autocuidado, conforme o Ministério da Saúde significa: cuidar de si próprio,
são as atitudes, os comportamentos que a pessoa tem em seu próprio benefício, com a
finalidade de promover a saúde, preservar, assegurar e manter a vida
Nesse sentido, o cuidar do outro representa a essência da cidadania, do
desprendimento, da doação e do amor
Já autocuidado ou cuidar de si representa a essência humana (MS, 2008, p 7)
Segundo o Ministério da Saúde (2008), o bom cuidador é aquele que sabe
distinguir ou identificar o que o idoso é capaz de realizar sozinho, analisando as
condições e auxiliando somente quando necessário, para estimular que o idoso se mexa,
realizando algumas atividades por si só
Cuidar não é fazer tudo pelo outro, mas ajudar o outro quando ele
necessita, estimulando a pessoa cuidada a conquistar sua autonomia, mesmo que seja em
pequenas tarefas
Isso requer paciência e tempo
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O autocuidado não se refere somente àquilo que a pessoa a ser cuidada pode
fazer por si, mas também aos cuidados que o cuidador deve ter consigo mesmo, com a
finalidade de preservar a sua saúde e melhorar a qualidade de vida
Estatuto do idoso
No Brasil, o estatuto do idoso é um estatuto no qual são estabelecidos os
direitos dos idosos e são previstas punições a quem os violarem, dando aos idosos uma
maior qualidade de vida
O Estatuto do idoso, de iniciativa do Projeto de lei nº 3
561 de 1997 e de autoria do então deputado federal Paulo Paim,[1] foi fruto
da organização e mobilização dos aposentados, pensionistas e idosos vinculados à
Confederação Brasileira dos Aposentados e Pensionistas (COBAP), resultado de uma
grande conquista para a população idosa e para a sociedade
Após seis anos tramitando no Congresso, o Estatuto do Idoso foi aprovado em
setembro de 2003 e sancionado pelo presidente Lula no mês seguinte, ampliando os
direitos dos cidadãos com idade acima de 60 anos
Mais abrangente que a Política Nacional do Idoso, lei de 1994 que dava
garantias à terceira idade, o estatuto institui penas severas para quem desrespeitar
ou abandonar cidadãos da terceira idade
Alteração na comunicação do idoso
Independentemente da idade, o ser humano é um ser social, para tanto, a
comunicação e o relacionamento conjunto, são aspectos essenciais na vida do ser humano
Alguns aspectos determinam o modo como ocorre essa interação, tais como:
peculiaridades da personalidade, classe social, etnia, valores, etc
Dentre eles, a idade é um dos fatores que mais influenciam na maneira como
os interlocutores se dispõem, pois a conduta social é regulada por normas, muitas
delas vinculadas aos diversos papéis sociais preenchidos ao longo da vida
O método de comunicação garante a união de mundos, isso é a união de dois
interlocutores no alcance em que brotam as motivações e possibilidades de intercâmbio
e informações a serem compartilhadas
A interação social pode ter como foco a permuta de informações, de ciência,
de experiências, determinando a tomada de posição em afinidade a um determinado
aspecto, uma ideia ou indicação que a pessoa transporta ao outro e o simples prazer
interativo, tal como a conversa informal em uma atividade de lazer
O envelhecimento provoca mudanças significativas que podem refletir em
vantagem e desvantagem para a pessoa idosa, em relação aos requerimentos do mundo, o
que vale também para as solicitações comunicativas
As alterações na comunicação com a idade se manifestam de forma heterogênea
na população de indivíduos idosos
Alguns indivíduos demonstram maior modificação na fonação, enquanto outros
na audição, enquanto outros ainda evidenciam dificuldades na utilização social da
linguagem, na fluência, no vocabulário, etc
9
Por esse motivo, as alterações que ocorrem no processo de comunicação com o
envelhecimento não são constantes para todas as pessoas que envelhecem
Permanecem algumas disposições características na comunicação de pessoas
idosas que não fica longe da sensibilidade aos atilamentos e variações das pessoas de
outras faixas etárias
Se uma pessoa lhe perguntasse o que você entende pela expressão “conversa
de velhos”, é possível que você fizesse ressalvas do tipo: é uma conversa longa, sem
fim, pausada, arrastada, cheia de histórias, lembranças do passado e por a diante
Se por ventura isso jugularia algumas verdades, por outro, revelaria uma
modo preconceituoso e estigmatizador
Constatação viva de que a linguagem é mais do que simples utensílio de
comunicação, é também um componente categórico na formação de preconceitos sociais
A fonação ou a articulação dos fonemas é uma presteza desempenhada por meio
do aparelho mastigatório, interligado à deglutição, esse importa um fator importante
no desenvolvimento e na sustentação do equilíbrio morfofuncional
O som desenvolvido por meio das cordas vocais, pelo sopro pulmonar, segundo
Antunes (2006), é manejado no espaço retrofaríngeo, nasal e no espaço funcional bucal,
por meio de movimentos específicos, sinérgicos e equilibrados da musculatura
pertinente, englobando nessa, a movimentação mandibular
Perante essa afirmação é possível perceber que, tanto a anatomia, como a
fisiologia de alguns sistemas humanos são necessários para a concretização e
consequente produção do som
Segundo Boch (1979), o exercício ou a educação de moldes de desempenho
neuromuscular normais devem estar disseminados na fase da dentadura decídua completa
Desse momento em diante, o aparecimento de qualquer alteração na estrutura
da fonação deve ser favoravelmente tratada para que se possam manter estímulos normais
do crescimento do sistema
Deve-se observar que, a alteração de fonemas, ou de sons emitidos, deve ser
tratada tão logo essa for notada, em idades mais jovens, mesmo que antes da instalação
da dentadura decídua completa, pois o quanto antes for tratado melhor será o resultado
A audição é imprescindível para a boa comunicação, pois possibilita a
participação social em conversas e na realização do lazer, como por exemplo, assistir
TV, assim como é de grande valia para a proteção individual, permitindo direcionar-se
no espaço
Algumas situações podem indicar a perda e/ou dificuldade auditiva nas
pessoas idosas, é importante para o cuidador saber relacionar certas atitudes a essa
questão, uma vez que a mesma poderá estar presente nessa etapa da vida
Indicadores da perda auditiva:
- Aumento do volume da TV, rádio, etc;
- Pede para reproduzir várias vezes o que se fala;
- Aparenta distração e isolamento;
- Causa acidentes com maior frequência nos afazeres domésticos
Se o idoso apresentar algum desses sintomas, deve ser encaminhado à
assistência médica que irá avaliar a função auditiva e consequentemente usar de
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artifícios técnicos (como aparelhos de surdez) para possibilitar a continuidade da
escuta
Algumas alterações na fala são sintomas frequentes na velhice, perante isso
o cuidador pode realizar algumas orientações ao idoso, Conforme (SODERBERG, 2004):
- Orientar o idoso a não “pigarrear”; pois isso irrita as pregas vocais;
- Beber bastante água dando preferência para água natural (não quentes nem
frias);
- Incentivar a ingestão de suco de frutas cítricas, pois melhoram os
“pigarros”;
- Não abusar do chocolate e leite;
- Realizar exercícios de “bocejo”;
- Instruir que a Maçã ajuda na limpeza da parte interna da boca;
- Evitar variações bruscas de temperatura;
- Não fumar;
- Ter conhecimento que alguns remédios (como alguns utilizados para controle
da pressão arterial) provocam “pigarro” e tosse seca
Não tomar remédio sem prescrição médica;
- Em caso de rouquidão, essa não deve durar mais de 15 dias, caso persista o
idoso deve ser encaminhado ao médico
Para que o idoso possa manter uma voz/fala saudável, o cuidador deve evitar
o isolamento, convidando-o ao máximo possível para participar de rodadas de conversa,
instigar o idoso a ler em voz alta, explicar artigos de jornais, revistas e
noticiários, levar o idoso para participar de eventos sociais, aniversários, cultos e
demais atividades sociais e religiosas
Os problemas relacionados à fala e a linguagem são os mais lembrados pela
população em geral ao pensar na atuação da Fonoaudiologia na terceira idade
Ocorrem devido a doenças como o acidente vascular encefálico (derrame),
traumatismo crânio-encefálico e as demências como a de Alzheimer, por exemplo
Estes transtornos podem variar de acordo com a extensão e localização da
lesão neurológica e também com o avançar da doença
Alguns idosos podem apresentar problemas leves como articulação e entonação
imprecisas até comprometimentos sérios como a troca de uma palavra por outra,
deficiência na elaboração e na compreensão de frases ditas ou escritas, repetição
sistemática da mesma sentença fora do contexto do diálogo e ausência parcial ou total
da fala
Utilizando um exemplo bastante ilustrativo, podemos considerar que cada um
de nós guarda em seu cérebro uma grande biblioteca
Desde bebê até o momento que você lê este texto, esta “biblioteca” está
sendo construída dia a dia através de suas experiências de vida
Você armazena todas estas informações e as utiliza quando necessita
Quando há uma doença como o derrame ou o traumatismo craniano um grande
“vendaval” ocorre em sua biblioteca: informações são perdidas, outras vão parar em
outro lugar, tudo se desorganiza
Nas demências, as informações embaralham-se aos poucos e acabam se
perdendo, tornando a biblioteca praticamente vazia
11
Muitos profissionais desencorajavam seus pacientes a realizaram tratamento
fonoaudiológico nestes casos
Hoje, sabe-se que através de atividades específicas ativam-se novas
conexões cerebrais e tenta-se restabelecer outras que já existiram
De forma figurada, “novos livros” são comprados para a biblioteca do
paciente e ao mesmo tempo se organizam as informações que lá estavam antes da doença
Assim, recomenda-se uma avaliação fonoaudiológica sempre que se percebam
alterações na fala e na comunicação do paciente idoso
Somente o fonoaudiólogo será capaz de verificar a necessidade e a
viabilidade da terapia para aquele doente
Cuidados no manuseio dos medicamentos dos idosos
O uso impróprio de medicamentos é motivo de inalterável preocupação, pela
enorme ocorrência de efeitos colaterais, especialmente entre idosos
Os medicamentos tomam um papel fundamental na prevenção e cura das doenças
São mais utilizados para obtenção de benefícios como a cura, a prevenção e
alívio de sintomas incômodos ou incapacitantes
Entretanto, esses devem ser utilizados mediante consulta médica e
prescrição
É de fundamental importância que os benefícios esperados com o uso devem
ser maiores do que os riscos decorrentes do seu emprego
Nem todas as alterações fisiológicas ou doenças necessitam de medicamentos,
alguns problemas são de permanência limitada e submergem mesmo sem a sua utilização de
fármacos
Existem ainda distúrbios e doenças que podem ser controvertidos com outras
terapias, tais como dietas peculiares, descanso, massagens, exercícios específicos,
etc
A utilização de medicamentos é agente de preocupação devido à elevada
ocorrência de efeitos indesejados e intoxicações, que muitas vezes poderiam ser
evitados em sua maioria
Algumas propagandas por parte de fabricantes, que sugerem situações de uso
indevido e/ou irracional de medicamentos, implicam para o aumento de problemas
voltados à dependência e intoxicação, visto que, o uso de qualquer medicamento requer
sempre muitos cuidados
Há casos em que os cuidados devem ser intensificados por terem maiores
riscos de prejuízos, como é o caso de tratamentos em pessoas idosas, que possui o
organismo mais debilitado
Para evitar alguns tipos de problemas deve-se atentar para:
Em casa:
- Fazer sempre uma lista de todos os remédios que se utiliza mesmo dos que
não têm prescrição
Anotando o nome, quem receitou as quantidades, os horários e até mesmo a
cor e a forma de apresentação;
- Ler e guardar sempre as bulas;
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- Cuidar o prazo de validade e jogar fora os remédios com validade vencida;
- Seguir os horários e quantidades de acordo com o indicado pelo médico;
- Não utilizar remédios que não sejam prescritos para a própria pessoa, ou
seja, cada prescrição é individual e não é aconselhável seguir prescrições utilizadas
por vizinhos ou amigos já que cada organismo responde diferentemente a uma
necessidade;
- Não interromper o tratamento sem informar ao médico
Nem tomar doses diferentes do que as prescritas;
- Evitar misturar remédios com bebidas que possuam álcool
Ao consultar o médico:
- Perguntar se existem escolhas terapêuticas ao invés de uso de remédios;
- Perguntar sobre a ação do remédio, o tempo de administração, como saber se
está tendo o efeito esperado e o que poderá sentir enquanto fizer uso da medicação;
- Informar ao médico caso use vitaminas, fitoterápicos, laxantes e remédios
sem prescrição
Eles podem alterar a ação das drogas receitadas pelo médico;
- Perguntar a respeito da administração do remédio junto à comida
Alguns podem ter efeitos diferentes tomados antes ou depois das refeições;
- A cada consulta, retomar com o médico os medicamentos que esteja usando;
- Comunicar o médico, imediatamente se tiver algum sintoma indesejado depois
de tomar o remédio
Alguns remédios devem ser tomados com atenção redobrada, e apenas com
prescrição médica, são eles:
- Antidepressivos – possuem efeitos colaterais como constipação, boca seca,
retenção urinária, problemas que por ventura possam estar presentes nos idosos
Segundo Brunner: depressão consiste no distúrbio afetivo ou humor comum em
idosos em determinado momento de suas vidas por causas diversas
Os sinais incluem sentimento de tristeza, fadiga, diminuição da
concentração e da memória, sentimento de culpa ou inutilidade, distúrbio do sono, da
grafia, perda ou ganho de peso excessivo, agitação e pensamento suicídio (BRUNNER,
2002, p 149)
- Benzodiazepínicos – são tranquilizantes, remédios para dormir
Causam em sua maioria dependência;
- Analgésicos opioides – levam à dependência na maioria das vezes;
Silva et al: Está mais do que comprovado que a dor acomete mais pacientes
idosos
Acredita-se que 85% dos acidentes em asilos ocorrem com presença de dor, o
que contribui para os problemas de depressão, distúrbio do sono, reabilitação
retardada, desnutrição e disfunção cognitiva
Assim, mais uma medicação possível se ser utilizada com frequência neste
período (SILVA, 2003, p 1)
- Anti-inflamatórios – podem por sua vez, ocasionar problemas estomacais e
reduzir o efeito de drogas para “baixar a pressão”, os quais são muito utilizadas
por idosos;
- Hipoglicemiantes de longa ação - diminuem os teores de açúcar no sangue
por longo período de tempo e podem induzir desmaios ou quedas;
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- Relaxantes musculares - em teoria, deveriam ser utilizados apenas como
coadjuvantes de anestesias, tem a capacidade de intensificar o quadro de fragilidade
muscular
Outros medicamentos que frequentemente são utilizados pelos idosos são
aqueles que agem no sistema cardiovascular, sistema gastrointestinal e visão
Conforme Brunner: A doença cardíaca é uma causa importante de morte no idoso
As válvulas cardíacas tornam-se mais espessas e rígidas, e o músculo
cardíaco e as artérias sua elasticidade
E diz ainda que essa disfunção cardiovascular pode manifestar-se como:
arritmias, insuficiência cardíaca, coronariopatias, arteriosclerose, hipertensão,
infarto do miocárdio, doenças vasculares periféricas e acidentes vasculares cerebrais
O crescimento da Hipertensão Arterial Sistêmica com a idade, atingi 50% dos
indivíduos com mais de 65 anos, além das alterações cardíacas próprias do
envelhecimento (BRUNNER, 2002, p 144) Segundo Brunner (2002 p 147) sobre o sistema
gastrointestinal e as alterações no idoso, afirma “que as principais queixas
concentram-se, frequentemente, em sensações de plenitude, pirose e indigestão e como
consequência, o uso prolongado de laxativos”Segundo Silva et al (2003 p 01):
“Complicações como a catarata, glaucoma, processos retinianos degenerativos, podem
surgir com a senilidade e consequentemente acarretam consumo das drogas relacionadas
com tais processos patológicos”
O cuidador torna-se diretamente responsável pela correta administração dos
medicamentos na pessoa idosa e para tal deve ter conhecimento frente à necessidade de
alguns cuidados fundamentais, para que o idoso não seja atingido por intercorrências
advindas de uma prática de administração de medicamentos equivocada
O primeiro passo é seguir tecnicamente alguns passos para a administração de
medicamentos, que são descritos como os 5 Certos para administração de medicamentos,
são eles:
- Dose Certa (saber exatamente a quantidade do medicamento que o idoso deve
tomar isso requer atenção diante da receita do médico e da dosagem do medicamento
O mesmo medicamento pode se apresentar de diferentes maneiras nas
farmácias, ou seja, sua miligramagem pode ser de 5, 10, 15, 20, etc
Por esse motivo o cuidador deve ler atentamente a prescrição do médico e a
dosagem (miligramagem) que está indicada para a medicação); Por exemplo:
Prescrição Médica:
Captopril 25 mg VO 1 comprimido a noite
O Captopril é o nome da medicação, enquanto a dosagem é 25 mg
Mg é Miligramagem que é a unidade utilizada para expressar a concentração
do princípio ativo na porção da medicação
A abreviatura VO quer dizer Via Oral
Esta prescrição diz que o idoso deve receber 25 mg de captopril por via
oral a noite
Um medicamento com o mesmo nome pode ser adquirido com miligramagens
diferentes
Portanto, diante da prescrição acima utilizada como exemplo, se o cuidador
ao orientar o idoso a tomar a medicação não atentar para a miligramagem da caixa do
14
medicamento poderá estar administrando o dobro da dosagem (na segunda caixa) ou a
metade dela no caso da apresentação de 12,5 mg
O mais correto na aquisição dos medicamentos é a compra da dose certa, ou
seja, a dose que está prescrita para aquela medicação que condiz com o comprimido
inteiro
Entretanto, são várias as situações possíveis de não se conseguir adquirir
dessa forma e assim a leitura e compreensão da caixa e da bula do medicamento é
essencial para realização da orientação ao idoso em cada nova aquisição do medicamento
Um fator importante principalmente quando a pessoa toma mais de um tipo de
medicamento é manter a diferença visual exata entre uma medicação e outra, dessa forma
é importante anotar nas caixas os nomes dos medicamentos e suas similaridades para que
a pessoa que esteja lendo saiba exatamente diferenciar
Por exemplo, escrever na caixa “Para Pressão” ou “Para Diabetes”, assim
a pessoa que vai ler no momento de tomar e sabe distinguir ambos e principalmente
evita consequentemente o equívoco de tomar a medicação errada
É importante considerarmos que a dosagem é um dos fatores fundamentais para
o alcance dos efeitos terapêuticos, mas que também pode levar a complicações, em
virtude das alterações que ocorrem no metabolismo das drogas com o envelhecimento, a
capacidade reduzida do fígado e dos rins para metabolizar e excretar os medicamentos e
os níveis diminuídos da eficiência circulatória (Brunner,2002, p157)
- Via Certa: a via refere-se a via de administração, ou seja a forma pela
qual o medicamento deverá ser administrado pelo idoso
O cuidador deve atentar para a realização de funções, conforme a sua
responsabilidade e não realizar ações que fujam do seu conhecimento e que necessitam
de formação profissional para a realização, não é função do cuidador de idosos o
preparo e administração de medicamentos por vias parenterais que incluem via
intramuscular, intravenosa, intradérmica e subcutânea
A via subcutânea quando se trata de administração de medicamentos como a
insulina (para idosos diabéticos) e heparina (anticoagulante) são muitas vezes
administradas pelos próprios pacientes que aprendem a realizar a administração da
medicação, pois são usuários crônicos, ou seja, continuamente precisam fazer uso
destes medicamentos
Nesses casos em específico, cabe ao cuidador tomar as informações
necessárias para o acompanhamento e a própria orientação correta do idoso frente à
administração destes medicamentos
Principalmente nos casos da insulina que a utilização é mais corriqueira e
de maior abrangência
Adiante serão descritos alguns cuidados básicos que o paciente deve tomar
no tratamento com insulinoterapia
- Paciente Certo: sempre conferir a prescrição médica com o nome do idoso
- Hora certa: a hora certa é essencial uma vez que os medicamentos possuem
um intervalo específico para dar continuidade ao seu efeito
Sempre que possível o cuidador de idosos deve junto com o idoso estipular
horários padronizados para “criar um hábito na mente do paciente” (SILVA et al,
2003, p 01)
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Os horários devem ser lembrados a partir de mecanismos como despertador,
sol, horários de algum programa de TV, e colocam-se papéis em locais estratégicos para
que o idoso lembre-se de tomar a medicação no horário certo
Lembrando que essas estratégias não são úteis somente para pacientes
idosos, mas sim para todos que necessitam cumprir horários de medicamentação, já que a
correria diária pode desvincular as pessoas de ações necessárias
- Medicamento Certo: ter certeza sobre o medicamento que está sendo
administrado e a prescrição médica
Além dos cinco certos citados para uma administração correta de medicamentos
é importante que o cuidador de idosos tenha atenção para os seguintes itens:
- Saber para que serve a medicação que está sendo utilizada;
- Coibir ao máximo a automedicação;
- Verificar constantemente os prazos de validade dos medicamentos que o
idoso tem em casa;
- Obter conhecimento sobre os efeitos colaterais possíveis de ocorrer frente
à administração de determinada medicação;
- Saber orientar o idoso diante da aquisição dos medicamentos,
principalmente na possibilidade de adquirir as medicações em locais públicos sem ônus
financeiro
Para saber para que serve uma medicação e seus possíveis efeitos colaterais
cabe a leitura na íntegra das bulas dos medicamentos que além dessas informações
fornecem outras que são valiosas para direcionar as orientações aos idosos, a bula e a
prescrição médica são fundamentais
Pode-se afirmar que uma das maiores dificuldades na administração de
medicações centra-se no fato do idoso geralmente fazer uso de várias medicações, o que
pode ocasionar o erro e/ou como se denomina tecnicamente uma iatrogenia
Todos os esforços do cuidador devem ser direcionados para que o idoso
mantenha a administração de medicamentos de maneira correta e livre de riscos
Um estudo realizado em 2003 na cidade de Niterói RJ que abordou a
Polifarmacologia em Idosos demonstra como é relevante a preocupação e atenção de todas
as pessoas envolvidas no cuidado dos idosos referente à administração de medicamentos,
os resultados apresentados abaixo, servem de subsídio para o cuidador de idoso
direcionar seu cuidado não esquecendo, entretanto, de visualizar individualmente o
idoso em todas as suas particularidades Segundo Silva et AL (2003) no referido estudo
a média do número de medicações utilizadas por idoso foi de 375
Sendo que os medicamentos mais utilizados pelos idosos da pesquisa eram do
Sistema Cardiocirculatório (49%), seguido pelos medicamentos que agem no Sistema
Nervoso – depressivos e ansiolíticos (12%), sistema nervoso/analgésicos, sistema
gastrointestinal, sistema endócrino, visão e outros
Algumas questões que o estudo mostrou serão elencadas abaixo:
- 90% dos idosos entrevistados relatam ter conhecimento sobre a indicação
terapêutica do medicamento, enquanto 10% relatam não saber para o que o medicamento
serve;
- 100% dos idosos entrevistados relataram ter conhecimento frente à dosagem
dos medicamentos, entretanto, somente 25% relataram a dosagem em miligramagem enquanto
o restante dos 75% relatam saber a dosagem pelo número de comprimidos, o que segundo
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os autores “o que nos leva a pensar em doses excessivas ou subdoses, haja vista, que
o mesmo medicamento pode apresentar concentração diferente de acordo com a opção de
compra” (SILVA et al 2003);
- 70% dos idosos referiram tomar as medicações nos horários corretos
enquanto 30% relataram esquecer-se de seguir os horários
- 55% dos idosos descreveram que se automedicam (principalmente com
analgésicos, antiácidos e laxantes)
- 85% dos idosos entrevistados relataram não conhecerem os efeitos
colaterais dos medicamentos que utilizam e 100% não sabe sobre as reações dos
medicamentos e a respeito da incompatibilidade entre os medicamentos
5 CUIDADOS ESPECIAIS PARA MEDICAÇÕES PARA IDOSOS
Na maioria dos países, a população idosa é a que mais cresce
No Brasil, a estimativa é que em 2030 o número de idosos já seja maior do
que o de crianças com menos de 14 anos e em 2050 maior do que o de crianças e jovens
com menos de 29 anos
O aumento da expectativa de vida e a redução da taxa de natalidade e as
melhorias das condições sanitárias e de saúde são os principais fatores que levaram a
essas mudanças no perfil demográfico brasileiro
Diante disso, todas as áreas da sociedade devem se adaptar e aprender a
lidar melhor com os idosos, inclusive a farmacêutica
Então aqui vão algumas dicas de cuidados especiais que devemos ter com
medicações para idosos
Veja a seguir:
Fique de olho em interações medicamentosas
Devido à grande prevalência de doenças crônico-degenerativas entre os
idosos, o consumo de medicamentos por esse grupo etário é alto, tendo-se os
denominados pacientes polifarmácia
São remédios para a pressão alta, para o diabetes, para a gota, para a dor
lombar, para a insuficiência cardíaca e muitos outros
É importante, então, manter-se avisado de todos os medicamentos em uso pelo
paciente, mesmo aqueles de uso esporádico, para evitar qualquer interação
medicamentosa perigosa, seja por aumentar ou reduzir a eficácia de alguma substância
Cuidado com as superdosagens
À medida que envelhecemos, nosso organismo deixa de metabolizar tão bem as
substâncias externas, seja pela redução do fluxo sanguíneo hepático ou renal ou por
simples alterações na quantidade de água e albumina no organismo
A maioria dos fármacos vai ter sua meia-vida aumentada e, quando usados nas
mesmas doses recomendadas para jovens podem acabar provocando efeitos tóxicos
Os benzodiazepínicos, por exemplo, provocam uma sedação maior durante o dia
em idosos e se associam a um número maior de quedas e fraturas ósseas
Para evitar esse risco, deve-se iniciar com doses mais baixas e ir pouco a
pouco aumentando a dose até que se atinja o objetivo terapêutico
Oriente com relação aos efeitos adversos mais frequentes
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Seja pelo grande uso de medicamentos ou pela maior sensibilidade às doses,
os idosos são mais susceptíveis a desenvolverem efeitos colaterais de medicamentos
como a xerostomia, a hipotensão postural, a retenção urinária, as confusões mentais e
as alterações de marcha
Os fármacos mais associados com esses efeitos são os anti-hipertensivos, os
antipsicóticos, os sedativos e os antiparkinsonianos
Explique para o paciente o quanto é importante ele se manter atento para as
mudanças que ocorrem em seu organismo após o início do uso do remédio
Não se deixe enganar pelos sintomas
Os idosos frequentemente apresentam sintomas sistêmicos de doenças
localizadas
Uma infecção do trato urinário pode provocar confusão mental, alteração de
comportamento, agitação ou sedação, ou seja, tudo menos a clássica dor ao urinar
Mas o contrário também é comum, com infecções sérias gerando febre
Dessa forma, o que pode parecer grave na verdade pode ser simples ou vice-
versa
Assim, qualquer prescrição ou recomendação de medicamento deve ser feita
com muita cautela
Mantenha a organização
Com o uso de tantos remédios é grande a chance de o idoso se enganar e tomar
algum medicamento duas vezes ou esquecer de tomá-lo
Ainda mais caso o idoso tenha algum comprometimento cognitivo, visual ou
motor
Como a adesão ao tratamento é essencial para se atingir os resultados
esperados e as superdosagens podem ter repercussões graves, erros bobos assim devem
ser evitados ao máximo
Mantenha a prescrição sempre organizada para não haver dúvida de qual e
quantos comprimidos devem ser tomados em cada horário
Em caso de qualquer dúvida ou qualquer sintoma, sugira ao idoso que ele
procure orientação médica e evite ao máximo a auto prescrição
Noções de cuidados de enfermagem As sociedades modernas enfrentam, desde há alguns anos, o envelhecimento
progressivo da sua população, colocando novos desafios e novas exigências aos sistemas
de saúde
Tais desafios assumem uma crescente importância pelo ónus que os problemas
subjacentes, e suas consequências, representam para os indivíduos, para as famílias e
para os diferentes sectores da sociedade
Com o aumento da longevidade, os profissionais de saúde, nomeadamente os
Enfermeiros, vêem potenciar a complexidade na sua prática de cuidados de enfermagem
Emerge um novo paradigma do cuidar, contudo, a realidade mostra-nos que no
que concerne aos cuidados, as práticas assistenciais, de uma maneira geral, ainda não
reflectem as mudanças que se verificam na estrutura e no contexto das problemáticas
associadas ao processo de saúde doença
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A enfermagem é uma disciplina profissional que norteia os cuidados de
enfermagem pela promoção dos projectos de saúde que cada pessoa vive e persegue,
considerando que o cuidado de enfermagem e citando a Professora Margarida Vieira
“deve estar atento às actuais necessidades de saúde, dos indivíduos, família e
comunidades, em ambientes complexos em constante mudança e interacção”
A Enfermagem preconiza uma prestação de cuidados de qualidade aos utentes,
de modo integral numa perspectiva holística da sociedade e do ser humano,
desempenhando actividades de promoção da saúde e prevenção da doença; tratamento e
reabilitação
Os cuidados de enfermagem no idoso, devem considerar as dimensões
biológicas, psicológicas, sociais, económicas, culturais e politicas do
envelhecimento, proporcionando um leque de respostas adequadas às reais necessidades
das pessoas idosas e de suas famílias, dando visibilidade aos cuidados, prestados em
diferentes contextos
São cuidados multidisciplinares e multidimensionais
Actualmente, as politicas de saúde em Portugal tendem a privilegiar o
cuidado aos Idosos no domicilio, isto conforme escreve o Dr Leuschner “devido ao
aumento de idosos, à insuficiência e inadequação das respostas formais às necessidades
dos idosos dependentes, às vantagens a nível da autonomia, às vantagens na promoção da
qualidade de vida com a sua permanência no 2 ambiente habitual e à constatação das
potencialidades da família na prestação de cuidados”
Os idosos são um grupo populacional que necessita de um leque mais alargado
e contínuo de cuidados, em clima de proximidade, preferencialmente no domicilio e
junto da família, onde devem ser concretizados alguns domínios de intervenção
previstos no plano nacional de saúde, através do programa nacional de saúde para as
pessoas idosas, com horizonte de 2010, que como é do conhecimento geral, assenta em
três domínios: - promoção do envelhecimento activo; - organização da prestação de
cuidados de saúde; - promoção de ambientes facilitadores de autonomia e independência
que almejamos que sejam uma realidade
Dispondo de um corpo autónomo de conhecimentos o enfermeiro integra uma
equipa multidisciplinar, onde de forma clara e compreensiva contribui para o plano de
assistência do idoso
O Enfermeiro identifica a necessidade de cuidados do idoso, estabelece
prioridades no cuidado, formula diagnósticos de enfermagem, planeia e executa
intervenções de enfermagem dirigidas e personalizadas às características individuais,
sociais e culturais das pessoas idosas e seus cuidadores, entenda-se cuidadores
informais, estes, também alvo de cuidados
É, também, no seio da equipa que desenvolve as práticas colaborativas no
diagnóstico, tratamento e avaliação das situações
Assim o enfermeiro actua: - Ajudando em cuidados para que os idosos
mantenham e alcancem o seu máximo potencial (Bahr, 1981) ; - Trabalhando com as
pessoas idosas para conseguir saúde, bem-estar e qualidade de vida óptimos, sendo que
em tratando-se de idosos dependentes será a melhor qualidade de vida possível, de
acordo com a decisão dos que recebem cuidados (ICN, 1998) O foco da sua atenção está:
- na promoção da saúde, promovendo programas de educação para a adopção de estilos de
vida saudáveis, nomeadamente relacionados com a (alimentação equilibrada, controlo do
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peso, exercício físico, períodos de repouso e sono, uso de drogas e outras
substâncias, estratégias de coping, etc…), em fazer cumprir o programa nacional de
vacinação e em identificar grupos de risco (diabéticos, hipertensos, ostomizados e
pessoas com défices cognitivos) estabelecendo medidas preventivas
3 - no diagnóstico precoce e tratamento imediato de problemas relacionados
com as situações agudas e crónicas inerentes ao envelhecimento e que requerem
internamento, mais ou menos prolongado, quer este se verifique no hospital ou no lar,
quer no domicilio ou em unidades de cuidados continuados
Limitar a incapacidade e promover a autonomia no auto-cuidado é o nosso
objectivo fundamental
- na minimização de danos, implementando programas de reabilitação física,
psíquica e social, de modo a garantir ao idoso a permanência no meio em que vive,
exercendo se possível, de forma independente as suas funções na sociedade
O enfermeiro é ao mesmo tempo, executor, conselheiro, terapeuta,
supervisor, pesquisador, educador do idoso e da família e, quando necessário, um
grande apoio para o cuidador
Deve possuir formação e experiência, gosto na investigação para exercer
segundo a evidência, ser assertivo, flexível e respeitar os direitos de escolha dos
utentes, ser sensível, consciente de si próprio, confiante e compassivo
Requisitos que lhe permitem prestar cuidados de enfermagem, de qualidade,
aos idosos com problemas típicos da terceira idade, considerados por Bernard Isaacs
como os “Gigantes da Geriatria”, que consideramos grandes síndromes geriátricas com
destaque para: a incontinência urinária; a desnutrição; a instabilidade postural e as
quedas; a imobilidade e úlceras de pressão; a dor crónica; delirium; depressão;
demência …e a que poderá acrescer a solidão, o isolamento, a baixa auto-estima, a
marginalização social e, ainda, o abuso e a negligência, que ocorre, por exemplo, em
situações de demência quando não se leva, por exemplo, o idoso à consulta médica, quer
estes surjam em contexto de institucionalização, quer no domicílio
Concretizando e procurando focar a nossa reflexão para uma preocupação
geral bem demonstrada na organização deste encontro, vamos falar de cuidados de
enfermagem ao Idoso; ao Idoso dependente que sofre de incapacidades e de patologias
crónicas, com especial destaque para a demência, que, como todos sabemos, consome
elevados cuidados de saúde, com repercussões a vários níveis
Os estudos, por nós consultados, afirmam que a prevalência e a incidência
das demências aumentam com a idade, associadas ao envelhecimento e ao carácter
insidioso e crónico da doença (Nunes,2005; Barreto, 2005)
Prevê-se que em Portugal o número de doentes aumente significativamente, de
acordo com o crescente número de pessoas idosas na sociedade
Isto e como alerta o Professor Carlos Sequeira requer que a atenção dos
profissionais de saúde, nomeadamente os enfermeiros, se centre em diferentes domínios
que interagem com o papel do cuidador informal e de que forma os contextos 4
influenciam a relação de prestação de cuidados, entendendo esta por um processo de
interacção
Nesta interacção e segundo a Professora Arminda Costa, os cuidados de
enfermagem em Geriatria envolvem os idosos e os seus pares; os enfermeiros e os seus
20
percursos experienciais e os contextos onde são prestados os cuidados com todas as
suas características e potencialidades
Assim quando enfermeiros e idosos se encontram numa relação de cuidados
estabelecem uma relação, em que os valores e as crenças de cada uma das partes se vai
combinar nos valores e crenças que envolvem a relação que estabelecem (Carvalhais
2006)
Tendo presente esta premissa os Cuidados de Enfermagem a prestar são
dirigidos para a intervenção face às respostas dos idosos com sintomatologia ligeira
ou moderada da síndrome demencial e suas repercussões no familiar/cuidador e para a
intervenção na fase terminal onde a dependência é total, encontrando-se o idoso
acamado e a família/cuidador em vias de desgaste físico e psicológico
O s cuidados visam : - maximizar as potencialidades do idoso, minimizar as
dependências, aumentar a qualidade de vida do idoso/cuidador
Num estadio inicial da doença privilegiam a informação e a formação, porque
necessitam prioritariamente de supervisão, orientação, estimulação, compreensão, apoio
para lidarem com a perda e a diferença de tempos e ritmos do idoso
São sobretudo intervenções de suporte e ajuda ao idoso/família sobre
técnicas facilitadoras do desempenho de algumas actividades
Num estadio avançado podem precisar de muito suporte e cuidados pessoais
nas AVDs, com afecto, respeito, empatia, escuta e confidencialidade, com carinho, em
supervisão permanente, tendo em consideração que cuidar é um acto de amor
Pelo exposto depreende-se que é necessário um planeamento de estratégias,
adequadas capazes de dar respostas às reais necessidades do idoso/família/cuidador
Uma etapa importante do planeamento é a avaliação, multidisciplinar,
criteriosa do estado de saúde do idoso/família e dos recursos disponíveis
O enfermeiro intervém na avaliação funcional do Idoso, onde utiliza
instrumentos, (escalas) que lhe permitem determinar o grau de autonomia e capacidade
funcional do idoso, e estamos a falar, por exemplo do Indice de 5 Katz que permite
avaliar a capacidade individual para desempenhar as AVDs,( Paschoal 1996); o índice de
Lawton que avalia a capacidade individual para desempenhar as AIVDs, (Paschoal 1996);
o Easy Care, que nos permite avaliar a saúde física, mental, social e o bem-estar,
assim como avaliar a qualidade de vida do idoso e o papel do familiar cuidador, a
utilização do Mini Mental Status Examination (MMSE) para avaliar a deterioração da sua
capacidade mental (Sequeira 2007)
Esta avaliação permite uma assistência sistematizada onde se identificam os
problemas dos idosos de maneira individualizada, (Smelter e Bare 2003) por forma a
planear e executar intervenções de enfermagem centradas no idoso e que estão
directamente relacionadas com o tipo e grau de dependência
Na dependência física com comprometimento das AVDs e AIVDs sem alterações
cognitivas significativas, os cuidados a prestar pelo enfermeiro passam por: -
Orientar sobre a forma de lidar com as alterações relacionadas com a higiene, a
alimentação, a mobilidade, eliminação, incentivando o auto-cuidado, assim como lidar
com a dependência nas tarefas domésticas, gestão do dinheiro, fazer compras, uso de
transportes, etc
21
sempre tendo em consideração o respeito pelos hábitos e preferências do
idoso solicitando a sua participação de modo a manter e promover a autonomia possível
e a funcionalidade
- Promover a auto estima, dando reforços positivos e preservando, sempre, a
sua dignidade
Na dependência mental, que pressupõe comprometimento da cognição e
consequentemente alterações nas AVDs e AIVDs por inexistência de recursos cognitivos
que lhes permitam executar tais tarefas, os cuidados são: - Identificar as alterações
comportamentais, formular diagnósticos adequados e intervir criando rotinas, adoptando
precauções de segurança, adaptando o ambiente, promovendo exercícios de estimulação
cognitiva, etc
Os cuidados de enfermagem no idoso com demência, incluem, também, cuidados
de maior complexidade onde destacamos, entre outros, a visita domiciliária para
avaliação, seguimento e encaminhamento do idoso/cuidador e a consulta de enfermagem
que permite aos enfermeiros efectuarem o diagnóstico das necessidades/dificuldades dos
cuidadores, bem como planearem e implementarem o plano de intervenção adequado ao
contexto de cada um
Cuidar do idoso dependente, no domicilio é, também, cuidar do cuidador; as
intervenções de enfermagem centradas no cuidador são, especialmente dirigidas à sua
optimização
6 O enfermeiro deve supervisionar e desenvolver intervenções que capacitem
os cuidadores para a prestação de cuidados globais ao idoso, por forma a não porem em
risco a segurança da pessoa a cuidar, o que nem sempre acontece
Intervenções estas, numa primeira fase, instruindo sobre o que fazer, como
fazer, quando fazer e depois informando sobre a doença, suas principais dificuldades,
gestão e adesão ao regime terapêutico e sobre o papel do cuidador em geral
É importante fornecer informação para que a família seja um agente activo
do planeamento/execução das intervenções; bem como importa informar sobre redes locais
de apoio, associações de ajuda, apoio social e económico, entre outros
O cuidador necessita de apoio social, decisivo para manter o idoso no
domicilio; apoio emocional, para diminuir a possibilidade de ansiedade, de frustração
e os sentimentos de culpa; apoio psicológico para estabelecer uma relação de confiança
e permuta, já que cuidar de idosos com alterações cognitivas e comportamentais conduz
ao stresse, às crises familiares e a níveis elevados de sobrecarga do cuidador
Os principais cuidados de enfermagem a prestar ao cuidador para que este se
cuide e possa cuidar são: - Informação/formação sobre os processos de envelhecimento,
- o processo demencial, enfatizando as fases da doença, - a importância de manter a
comunicação com o idoso, mesmo que esta seja demasiado repetitiva, - a adopção de um
padrão habitual de rotinas, - sobre a importância de um ambiente adequado, caso a
caso, nem muito estimulante nem demasiado tranquilo, - sobre ajudas técnicas e
equipamentos adaptativos, - sobre os recursos em situação de urgência, - Orientação
para a importância da manutenção da actividade do idoso, pela estimulação sensorial,
pela deambulação e exercício
- Orientação sobre a importância da estimulação cognitiva, - Orientação
para a participação/ envolvimento familiar no cuidado, - para a necessidade de
vigilância de saúde, - para a gestão adequada da terapêutica, 7 - Orientação para a
22
importância da manutenção dos contactos sociais, - sobre as alterações de memória e
importância do treino/estimulação, - Identificar métodos e técnicas de
ensino/aprendizagem mais adequadas às necessidades dos cuidadores, - Proporcionar
treino sobre a prestação de cuidados (higiene, alimentação/ hidratação, mobilização,
posicionamento e prevenção de úlceras, estimulação física e psicológica), - Promoção
da adopção de estratégias promotoras da autonomia e independência, - Identificação
precoce de factores predisponentes de sobrecarga, etc, etc… Em suma, a optimização
dos cuidados de enfermagem no Idoso, nomeadamente no Idoso dependente, com demência,
passa pela criação e implementação de projectos que visem a promoção da saúde, o
tratamento da doença, a reabilitação/estimulação do idoso e a redução de danos no que
diz respeito à comorbilidade dos cuidadores, enfatizando os cuidados no domicilio e
ainda a rentabilização dos recursos
Aqui não posso deixar de referir o excelente trabalho de equipa efectuado
na Unidade de Psicogeriatria do Hospital Magalhães Lemos, realçando a qualidade dos
cuidados prestados aos idosos, quer dentro da instituição, quer na visita domiciliária
e ainda, no acompanhamento de alunos em estágio
O enfermeiro, na excelência do seu exercício profissional, junto dos
idosos/família/cuidador, cuida para aumentar os hábitos saudáveis, diminuir e
compensar as limitações inerentes à idade, ajudar o idoso a confortar-se com a
angústia e debilidade da velhice, incluindo o processo de morte (Silva e Batista,
2007), cuidados fundamentais à qualidade de vida, ao envelhecimento activo e ganhos em
saúde
Como docente não posso deixar de referir a nossa preocupação em procurar
adequar os curriculae a toda esta problemática
Assim trabalhamos com os alunos, os diagnósticos de enfermagem, com maior
incidência e prevalência no Idoso e no idoso dependente, tais como: - O défice nos
auto-cuidados, a confusão, a alteração da memória, a baixa auto-estima, a vontade de
viver diminuída, a solidão, as alterações do humor, as alterações comportamentais, a
não adesão à terapêutica, a negligência, o stresse, a sobrecarga do cuidador, no
sentido de habilitar os alunos de competências que lhes permitam planear e executar
intervenções de enfermagem que os erradiquem ou os minimizem
8 Ao trabalharmos com eles, as intervenções de enfermagem estamos a dar
especial ênfase à informação e orientação sobre a promoção do auto-cuidado, à relação
terapêutica/relação de ajuda, ao toque terapêutico, à consulta de enfermagem, às
estratégias de coping, à escuta activa, à entrevista terapêutica, à comunicação, à
estimulação física e cognitiva, ao desenvolvimento de acções de educação para a saúde
e às Intervenções que visem dotar o cuidador de estratégias facilitadoras da prestação
de cuidados, por forma a que quem cuida, também seja cuidado
É dever de todos nós, enquanto profissionais de saúde e cidadãos, congregar
esforços para a construção e implementação de mais e novas pontes (estratégias) de
proximidade, que permitam prestar cuidados de qualidade aos idosos, independentemente
da margem em que estes se encontrem.
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Cuidados com a nutrição do idoso A terceira idade inicia-se em torno dos 65 anos de idade, mas muitos fatores
influenciam na velocidade e intensidade do processo de envelhecimento de cada um.
Dentre estes podemos citar a alimentação, o meio ambiente, estilo de vida, o hábito de
fumar, a alimentação, a prática de atividade física, a depressão, o stress, etc.
A escolha de alimentos e os hábitos alimentares dos idosos são afetados não
apenas pela preferência, mas também pelas transformações que acompanham a experiência
de envelhecer em nossa sociedade. Se as pessoas vivem sós, com familiares ou em
instituições, tudo isso afeta o que elas comem.
Exemplos de mudanças físicas provocadas pelo envelhecimento que afetam a
nutrição:
Trato digestório: Os intestinos perdem força muscular, o que resulta em
motilidade retardada levando a constipação. Inflamação do estômago, crescimento
bacteriano anormal e grande redução do débito de ácido prejudicam a digestão e
absorção. As dores podem causar recusa de alimentos ou ingestão reduzida.
Composição corporal: Perda de peso e declínio da massa corporal magra levam a necessidades diminuídas de calorias. Pode ser evitável ou reversível com a prática de
atividades físicas.
Órgãos sensitivos: A diminuição dos sentidos do olfato e paladar podem
reduzir o apetite; visão diminuída pode dificultar a compra e a preparação dos
alimentos.
Hormônios: Por exemplo, o pâncreas secreta menos insulina, e as células
tornam-se menos responsivas, causando metabolismo anormal de glicose. É preciso
cuidado para desenvolver um caso de diabetes.
O alimento é fundamental para a manutenção de todos os nossos processos
vitais. Ele nos fornece a energia necessária para a manutenção destes processos. Uma
dieta adequada é aquela que assegura a ingestão equilibrada de todos os nutrientes, ou
seja: as proteínas, as gorduras, as vitaminas, os sais minerais, as fibras e também a
água.
Todo alimento possui vários nutrientes e estes nutrientes exercem diferentes
funções no organismo. Portanto os alimentos são classificados em grupos de acordo com
a quantidade de nutrientes que possuem, e a função que exercem.
Então foi feita uma divisão em três tipos de alimentos que são importantes
para o nosso corpo. As funções dos alimentos são classificadas em: energética,
construtora e reguladora.
Função Energética
Uma das funções dos alimentos é a de fornecer energia que funciona como
combustível para exercermos as mais diversas atividades (andar, falar, respirar, para
o coração bater, etc.) Portanto os alimentos que mais fornecem energia são os que
possuem quantidades elevadas de carboidratos e gorduras.
Alimentos Energéticos
Fontes de carboidratos: arroz, milho, centeio, pão, macarrão, batata, aveia,
cará, inhame, açúcares, doces, mel, geléia, cevada trigo, aveia, etc.
Fontes de gorduras: creme de leite, amêndoas, amendoim, banha, bacon,
manteiga, margarina,etc. Estes alimentos devem ser consumidos moderadamente, devido o
24
seu consumo excessivo estar associado a incidências de obesidade, dislipidemias e
hipertensão arterial. É importante ressaltar que a ingestão de alimentos ricos em
gordura auxilia na absorção das vitaminas lipossolúveis.
Função Construtora
É a de fornecer “material” para construção e manutenção das diferentes
partes do corpo e a reparação dos tecidos que são perdidos com maior frequência,
através de descamações, suor, cicatrizações, dentre outros. Os alimentos que exercem
esta função são fontes de proteínas. As proteínas é que são responsáveis pela formação
dos anticorpos (protege contra as doenças), e de todos os órgãos do nosso corpo.
Alimentos Construtores
Fontes de proteínas: ovos, feijão, ervilha, lentilha, soja, grão de bico,
leite iogurte, coalhada, carne, etc. O consumo de leite e derivados torna-se ainda
mais importante na terceira idade devido os ossos ficarem mais fracos e são de difícil
cicatrização.
Função Reguladora
Regular as funções do organismo, ou seja, facilitar a digestão e absorção
dos nutrientes,
fortalecer o sistema imunológico, permitir o bom funcionamento intestinal,
proteger a visão, pele e dentes. Os alimentos reguladores são fontes de vitaminas,
minerais e fibras.
Alimentos Reguladores
Fontes de vitaminas, minerais e fibras: pepino, berinjela, abobrinha,
chuchu, cenoura, limão, laranja, goiaba, manga, caju, morango, mexerica, almeirão,
acelga, brócolis, escarola, mostarda, salsa, couve e cereais integrais.
Dicas para o idoso ter uma alimentação saudável
Planejar as refeições diárias. Faça um cardápio bem variado;
Fazer as refeições em local agradável;
Higienizar sempre as mãos antes das refeições;
Se possível fazer as refeições em companhia de outras pessoas;
Não ficar preso às regras de etiqueta;
Preparar refeições atrativas e saborosas;
Comer devagar, mastigando bem os alimentos;
Cortar os alimentos em pedaços pequenos, moer, ralar, desfiar ou alterar sua
textura;
Tomar líquidos devagar, gole por gole;
Variar alimentos e forma de prepará-los;
Utilizar com moderação óleos vegetais para preparar as refeições;
Não cozinhar com gordura animal (banha, toucinho);
Reduzir o consumo de açúcar e sal. Retirar o saleiro da mesa;
Incentivar o consumo de frutas e hortaliças. Usar leite e derivados
desnatados, pães integrais, arroz integral;
Comer de 3 em 3 horas;
Dar preferência à água e sucos naturais. Evitar refrigerante;
Usar com moderação alimentos ricos em cafeína (café, chocolate, chás,etc.);
Não substituir refeições por guloseimas e lanches;
Ingerir diariamente um produto probiótico (leite fermentado, iogurtes,etc.);
25
Evitar consumo excessivo de bebidas alcoólicas;
Manter o peso dentro dos limites saudáveis e
Praticar atividade física após orientação com um profissional.
Para garantir o recebimento adequado de todos os nutrientes, é importante
ter uma alimentação balanceada e diferenciada!!!!
. A qualidade de vida de idosos muitas vezes está relacionada à saúde mental
e física, vida social, atividades físicas, relações familiares, estado nutricional
adequado, dentre outros.
Uma modificação que ocorre no organismo de pessoas idosas é a mudança da
composição corporal, ou seja, diminuição da massa magra e aumento da gordura corporal.
Conseqüentemente há uma redução da taxa metabólica basal e com isso a diminuição das
necessidades energéticas. Ocorre também um aumento da demanda por vários nutrientes.
O consumo alimentar fica reduzido, como também a capacidade de mastigação,
por causa da diminuição do paladar, olfato e visão que são muito comuns nesta faixa
etária. Assim, o idoso passa a ter escolhas alimentares inadequadas, o que pode
reduzir o valor nutritivo da alimentação, como também aumenta o risco de desnutrição.
Para que idoso tenha um bom estado nutricional, e conseqüentemente resista a
doenças debilitantes e crônicas é necessário que tenha um consumo adequado e
equilibrado de proteínas, vitaminas e minerais. Importante que a refeição tenha
aspecto agradável, como textura, aroma e cor e sabor.
Para que idoso tenha um bom estado nutricional, e consequentemente resista a
doenças debilitantes e crônicas é necessário que tenha um consumo adequado e
equilibrado de proteínas, vitaminas e minerais. Importante que a refeição tenha
aspecto agradável, como textura, aroma e cor e sabor.
O cálcio é um dos mais importantes micronutrientes que estão relacionados
com a terceira idade. Nesta, há uma diminuição da absorção do cálcio o que pode
contribuir para aparecimento de doenças como a osteoporose. A vitamina D também está
relacionada com o metabolismo ósseo, por isso deve haver um consumo adequado deste
nutriente. Esta também participa da absorção do cálcio.
Na terceira idade, a ingestão de água deve ser levada em consideração, pois
é nesta faixa etária que ocorre desidratação, sendo esta muito comum. Esta também deve
ser muito bem controlada como a dieta.
O idoso deve consumir maior quantidade de alimentos com fibras, pois estes
previnem a prisão de ventre; vitamina B12 participa da formação de células vermelhas;
Zinco ajuda a compensar a redução da imunidade.
Algumas dicas importantes para a alimentação adequada e equilibrada do
idoso:
Mantenha hábitos saudáveis: não fume, não beba em excesso, evite ambientes
com ruídos intensos e exposição solar sem proteção. Tenha uma alimentação rica em
fibras (frutas e verduras) e pobre em gorduras saturadas;
Beba de 6 a 8 copos de água, suco por dia;
Estabeleça horários regulares para as refeições (comer de 3 em 3 horas);
Faça as refeições em local agradável;
Consuma de 3 a 4 frutas por dia;
Consuma folhas verdes escuras;
26
Evite refrigerantes e sucos industrializados, bolos, biscoitos doces e
recheados, sobremesas doces e outras guloseimas como regra da alimentação. Coma-os, no
máximo, 2 vezes por semana;
Escolha pratos que proporcionem contrastes de cor, textura e sabor;
Faça caminhadas diárias ou outro exercício físico, não sem antes procurar
orientação profissional.
Primeiros socorros da pessoa idosa Segundo Soderberg (2004, p. 29) as queimaduras mais comuns que ocorrem com o
idoso: “[...] contatos com fogo, objetos quentes, água fervente ou vapor, contatos
com substâncias químicas e irradiação solar [...]”.
Como proceder em caso de queimadura:
[...] se as roupas estiverem em chamas, evitar que a pessoa corra; se
necessário, colocar a pessoa no chão, cobrindo-a com cobertor, tapete ou casaco, ou
fazê-la rolar no chão; secar o local delicadamente com um pano limpo ou chumaços de
gaze; cobrir o ferimento com compressas de gaze; manter a região queimada mais elevada
do que o resto do corpo, para diminuir o inchaço; dar bastante líquido para a pessoa
ingerir se estiver consciente. (SODERBERG, 2004, p. 29).
Caso ocorra alguma queimadura, não se deve: encostar-se à área afetada com
as mãos; furar as bolhas; tentar retirar pedaços de roupa que ficaram grudados na
pele; caso seja extremamente necessário, recorte em volta da roupa que está sobre a
região comprometida; jamais utilize manteiga, pomada, creme dental ou qualquer outro
tipo de produto doméstico sobre a área queimada; não cubra a queimadura com algodão,
papel, plástico ou faça uso de gelo ou água gelada para resfriar a região.
Para Soderberg (2004, p. 30-32) em caso de queimadura com produtos químicos:
[...] retirar as roupas da vítima tendo o cuidado de não queimar as próprias
mãos; lavar o local com água corrente por 10 minutos, enxugar delicadamente e cobrir
com curativo limpo e seco; procurar ajuda médica imediata. (SODERBERG, 2004, p. 30-
32).
Em caso de corpo estranho no olho:
[...] não deixe a vítima esfregar ou apertar os olhos; pingue algumas gotas
de soro fisiológico ou de água morna no olho atingido; se isso não resolver, cubra os
dois olhos com compressas de gaze, sem apertar; se o objeto estiver cravado no olho,
não tente retirá-lo; cubra os dois olhos; se não for possível fechar os olhos, cubra-
os com um cone de papel grosso (por exemplo, um copo); procure ajuda médica imediata.
(SODERBERG, 2004, p. 33).
Como fazer, caso o idoso engula um corpo estranho:
[...] nunca tente puxar os objetos da garganta ou abrir a boca para examinar
o seu interior; deixe a pessoa tossir com força; esse é o recurso mais eficiente
quando não há asfixia; se a pessoa não consegue tossir com força, falar ou chorar é
sinal de que o objeto está obstruindo as vias respiratórias, o que significa que há
asfixia; E se estiver ocorrendo asfixia?
Você deve posicionar-se de pé, ao lado e ligeiramente atrás da vítima; a
cabeça da pessoa deve estar mais baixa que o peito; em seguida, dê quatro pancadas
fortes no meio das costas, rapidamente com a mão fechada; a sua outra mão deve ser
colocada sobre o peito do paciente; 31 Manual de Cuidadores do Idoso se o paciente
27
continuar asfixiado, fique de pé, atrás, com seus braços ao redor da cintura da
pessoa. Coloque a sua mão fechada com o polegar para dentro, contra o abdome da
vítima, ligeiramente acima do umbigo e abaixo do limite das costelas; agarre
firmemente seu pulso com a outra mão e exerça um rápido puxão para cima; repita, se
necessário, quatro vezes numa sequência rápida; procure auxílio médico. (SODERBERG,
2004, p. 34).
Em caso de envenenamento com medicamentos, plantas, produtos químicos,
substâncias corrosivas: Você pode provocar vômitos:
[...] se a vítima estiver consciente; apenas nos casos de ingestão de
medicamentos, plantas, comida estragada, álcool e bebidas alcoólicas.
Você NÃO deve provocar vômitos:
[...] se a vítima estiver inconsciente; se a substância ingerida for
corrosiva ou derivada de petróleo como removedor, gasolina, querosene, polidores,
ceras, aguarrás, thinner, graxas, amônia, soda cáustica, água sanitária, etc.
Observação: a indução ao vômito é feita por meio da ingestão de uma colher de sopa de
óleo de cozinha e um copo de água, ou estimulando a garganta com o dedo. (SODERBERG,
2004, p. 34).
Como Reconhecer se o Idoso Está Tendo Convulsões: O cuidador deve observar
os seguintes sinais: perda súbita de consciência, salivação excessiva; movimentação
brusca e involuntária dos músculos; enrijecimento da mandíbula, travando os dentes; 32
Manual de Cuidadores do Idoso pode apresentar arroxeamento dos lábios e extremidades
devido à dificuldade de respiração; pode ocorrer relaxamento dos esfíncteres com perda
de urina e fezes. (SODERBERG, 2004, p. 34).
Como Proceder em Caso de Convulsão: [...] afastar a vítima de lugar que
ofereça perigo, como fogo, piscina etc.; retirar objetos pessoais e aqueles que
estiverem ao seu redor que possam feri-la, como óculos, gargantilhas, pedras etc.;
proteger a cabeça, deixando-a agitar-se à vontade; proteger a língua, colocando uma
trouxinha de pano (não forçar se os dentes estiverem travados); retirar próteses
quando houver; afrouxar as roupas, se necessário; observar a respiração durante e após
a crise convulsiva; procurar socorro médico. Observação: Não se deve jogar água ou
oferecer algo para cheirar durante a crise. Você não precisa ter receio com a
salivação ("baba") do paciente ela não é contingente. (SODERBERG, 2004, p. 35).
Parada Cardiorrespiratória Assim como no tratamento da SEPSE, tempo é VIDA, no tratamento da PCR, tempo
é CÉREBRO! Você sabia que a partir de 2 minutos de PCR, o paciente começa a apresentar
lesões cerebrais? A atuação rápida e eficaz da equipe de enfermagem e multidisciplinar
é crucial para aumentar a sobrevida do paciente e para reduzir os riscos de sequelas.
DEFINIÇÃO
Cessação abrupta das funções cardíaca, respiratória e cerebral.
São sinais clínicos da PCR:
Inconsciência;
Ausência de pulso;
Ausência de movimentos ventilatórios (apneia) ou respiração agônica
(gasping).
28
É determinada por quatro ritmos cardíacos: assistolia, atividade elétrica
sem pulso (AESP), fibrilação ventricular (FV) e taquicardia ventricular (TV) sem
pulso.
DADOS EPIDEMIOLÓGICOS:
35% das mortes no Brasil são por causas cardiovasculares, resultando em 300
mil óbitos/ano(DataSUS);
Nenhuma situação clínica supera a prioridade de atendimento da parada
cardiorrespiratória (PCR), em que a rapidez e a eficácia das intervenções adotadas são
cruciais para melhor resultado do atendimento.
CAUSAS:
5 h
Hipovolemia;
Hipóxia;
Hipotermia;
Hipercalemia e Hipocalemia;
H+ acidose metabólica.
5 T
Tamponamento cardíaco;
Pneumotórax hipertensivo;
Tromboembolismo pulmonar;
Trombose de coronária;
Tóxico.
SEQUÊNCIA DE ATENDIMENTO NA PARADA CARDIORRESPIRATÓRIA (PCR)
O atendimento da PCR é descrito na literatura como Ressuscitação
Cardiopulmonar (RCP), que compreende uma sequência de manobras e procedimentos
destinados a manter a circulação cerebral e cardíaca, e garantir a sobrevida do
paciente.
As Diretrizes da American Heart Association (AHA) 2015 propõe novas
recomendações sobre a Ressuscitação Cardiopulmonar (RCP) e Atendimento Cardiovascular
de Emergência (ACE). Uma das alterações foi à utilização de “Cadeias de
Sobrevivência” distintas para pacientes que sofrem uma PCR no ambiente intra ou
extra-hospitalar. Essa alteração aconteceu devido às diferenças existentes nos
processos até que os pacientes sejam encaminhados à unidade de cuidados intensivos,
onde serão fornecidos os cuidados pós-PCR.
1. VIGILÂNCIA E PREVENÇÃO
Pacientes no ambiente hospitalar depende de um sistema de vigilância
adequado a fim de prevenir a PCR, mas, caso a PCR ocorra, é preciso uma interação
harmoniosa dos vários departamentos e serviços da instituição e de um time
29
multidisciplinar de profissionais, que inclua médicos, enfermeiros, fisioterapeutas,
entre outros (time de resposta rápida).
A nova diretriz preconiza o acionamento imediato do time de resposta rápida
na iminência de pacientes com deterioração clínica aguda, com o objetivo de prevenir a
PCRIH. Acredita-se que equipes treinadas na complexa coreografia da ressuscitação pode
diminuir a ocorrência de uma PCIH e caso ocorra, aumenta a chance de um melhor
desfecho no atendimento da PCR.
2. RECONHECIMENTO E ACIONAMENTO IMEDIATO DO SERVIÇO MÉDICO DE EMERGÊNCIA
O profissional de saúde deve reconhecer a PCR:
Avalie a responsividade: Chame o paciente pelo nome!
Avalie a respiração e pulso simultaneamente por 10 segundos.
Em caso de detecção de ausência de responsividade, respiração (ou gasping) e
pulso, solicite a outro profissional, de forma clara e objetiva, que:
Acione a equipe médica;
Traga o carro de emergência;
Traga o desfibrilador/DEA.
Geralmente, a instituição possui um protocolo para o acionamento da equipe
médica ou time de resposta rápida, um sistema de alerta imediato, por exemplo.
Após os comandos, iniciar imediatamente a Sequência de Atendimento C – A –
B:
C: Compressões torácicas de alta qualidade;
A: Vias aéreas – abrir vias aéreas;
B: Boa ventilação – garantir via aérea avançada.
3. RCP IMEDIATA DE ALTA QUALIDADE
Após o acionamento do serviço médico, deve-se iniciar as compressões
torácicas e ventilação em todos os pacientes adultos com PCR, seja por causa cardíaca
ou não cardíaca.
3.1. Compressões Torácicas de Alta Qualidade:
Com as mãos sobre a metade inferior do esterno (região hipotenar), sem
flexionar os cotovelos;
Frequência: 100 a 120 compressões/ minuto;
Profundidade: mínima de 2 polegadas (5 cm) e máximo 2,4 polegadas (6 cm);
Permitir retorno total do tórax após cada compressão. Não apoiar-se sobre o
tórax entre as compressões;
Minimizar as interrupções nas compressões. Não interromper as compressões
por mais de 10 segundos;
Colocar a prancha rígida embaixo do tórax do paciente, assim que disponível.
3.2. Relação Ventilação-Compressão adequada:
Sem via aérea avançada:
Realizar abertura de vias aéreas;
Ventilação numa relação: 30:2, ou seja, 30 compressões: 2 ventilações (até a
garantia de uma via aérea avançada);
Com via aérea avançada:
Compressões contínuas a uma frequência 100 a 120/ minuto e 1 ventilação a
cada 6 segundos (10 respirações por minuto).
4. RÁPIDA DESFIBRILAÇÃO
30
Assim que chegar o Desfibrilador Externo Automático (DEAs/DAEs): Verificar o
ritmo;
Em caso de ritmo chocável (Fibrilação Ventricular ou Taquicardia Ventricular
sem Pulso):
Aplique 1 choque;
Reinicie a RCP por 2 minutos até o DEA avisar sobre a verificação do ritmo;
Continue até que o Suporte Avançado de Vida assuma ou a vítima se movimente.
Em caso de ritmo não chocável:
Reinicie a RCP por 2 minutos, até ser avisado pelo DEA para verificação do
ritmo;
Continue até que o pessoal do SAV assuma ou até que a vítima se movimente.
A utilização do DEAs/DAEs no ambiente hospitalar pode ser considerada para
facilitar a desfibrilação precoce (meta de administração de choques em tempo ≤ 3
minutos do colapso), especialmente nas áreas cujo pessoal não esteja capacitado para
reconhecer ritmos ou em que o uso de desfibriladores não seja frequente. O DEA pode
ser utilizado pelo Enfermeiro ou pela equipe de enfermagem sob sua supervisão, na
presença ou ausência do profissional médico, conforme previsto no protocolo de Suporte
Básico de Vida.
Em alguns hospitais, não encontra-se disponível o DEA, somente o
desfibrilador manual, e, nesse caso, necessita que a equipe médica esteja disponível
24 horas, tendo em vista que é um procedimento privativo do profissional médico e
segundo Parecer Técnico n. 0001/2012 do COREN-ES: “[…] não é atribuição do
enfermeiro o uso do desfibrilador manual dentro do ambiente intra-hospitalar […]”.
É essencial que a equipe de enfermagem esteja atualizada e capacitada para a
execução dos protocolos da instituição, entendendo suas particularidades, uma vez que
um bom atendimento pode determinar a sobrevivência do paciente.
5. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA E CUIDADOS PÓS-PCR
5.1. SUPORTE AVANÇADO DE VIDA
Segundo Tallo e cols. (2012) o SAV engloba recursos adicionais como
monitorização cardíaca, administração de fármacos, desfibriladores, equipamentos
especiais para ventilação, marca passo e cuidados após o retorno a circulação
espontânea.
A desfibrilação manual é utilizada no Suporte Avançado de Vida (SAV), em que
a equipe multiprofissional está presente, incluindo o Médico, e existe equipamento
disponível, preferencialmente desfibrilador manual bifásico. Ladeira (2013) afirma que
quando indicado, o choque inicial é aplicado de forma única, na energia máxima do DEA
ou do desfibrilador manual disponível (360 J no aparelho monofásico ou 180 a 220 J no
aparelho bifásico).
Entenda a diferença entre a Desfibrilação e a Cardioversão, que
eventualmente causam dúvidas nos profissionais:
Cardioversão elétrica: procedimento eletivo no qual se aplica o choque
elétrico de maneira ‘sincronizada’, ou seja, a descarga elétrica é liberada na onda
R, no período refratário da despolarização cardíaca. Estão indicadas no tratamento de
taquiarritmias como a Fibrilação atrial (FA) flutter atrial, taquicardia paroxística
supraventricular e taquicardias com complexo largo e com pulso.
31
Desfibrilação elétrica: procedimento terapêutico que consiste na aplicação de
uma corrente elétrica contínua ‘não sincronizada’ no músculo cardíaco. Esse choque
despolariza em conjunto todas as fibras musculares do miocárdio, tornando possível a
reversão de arritmias graves como a TV e a FV, permitindo ao nó sinusal retomar a
geração e o controle do ritmo cardíaco.
Enquanto o médico assume a responsabilidade quanto ao desfibrilador,
estabelecimento de uma via aérea avançada e orientações sobre os medicamentos a serem
administrados (dose e frequência), a equipe de enfermagem necessita prestar
assistência de forma organizada:
Enfermeiro: controle do carro de emergência (preparo das medicações) e do
tempo (intervalo entre as medicações e manobras de ressuscitação cardiopulmonar);
Técnico de enfermagem responsável pelo paciente: à beira leito, administrando
as medicações solicitadas pelo médico;
Técnico de enfermagem auxiliar (“dupla): assistência ao médico na execução
da compressão torácica e suporte para demais atividades que se fizerem necessárias;
O fisioterapeuta realiza os cuidados com a via aérea e ventilação
(AMBU/ventilador mecânico), conforme orientação médica.
Medicamentos mais utilizadas na PCR:
Epinefrina – vasopressor para ressuscitação, pode ser utilizada logo após o
início da PCR devido a um ritmo não chocável;
Lidocaína e Amiodarona – ambas são indicadas para evitar recorrência da
fibrilação ventricular ou taquicardia ventricular sem pulso;
Difosfato de Adenosina – A adenosina é recomendada como segura e
potencialmente eficaz para o tratamento e o diagnóstico inicial da taquicardia de
complexo largo monomórfica regular indiferenciada. (2010)
Beta bloqueadores – indicada para tratamento pós-PCR por FV ou TVSP, pois
está relacionado com maior probabilidade de sobrevivência. No entanto, devem ser
avaliados caso a caso, pois podem ocasionar uma grave instabilidade hemodinâmica,
exacerbar a bradiarritmia e insuficiência cardíaca. Alguns pacientes que já eram
cardiopatas e faziam uso de Beta-bloqueadores antes, pode ser indicado manter a
prescrição para melhor prognóstico.
É importante salientar que as drogas vasoativas são de suma importância para
o sucesso na RCP, mas, para que o paciente não tenha uma nova PCR, é preciso reverter
a causa da PCR com medicamentos específicos. Por exemplo, hipocalemia, com reposição
de potássio. Por isso, faz-se necessário que a equipe conheça a evolução clínica de
cada paciente para que consiga atuar com segurança, aumentando a chance de sobrevida
do paciente.
Outra intervenção:
RCP extracorpórea: pode ser considerada entre determinados pacientes com PCR
que não tenham respondido à RCP convencional inicial, em ambientes em que se possa
implementá-la. Alguns estudos mostraram melhora da sobrevivência, com bons desfechos
neurológicos. Como a ECPR requer muitos recursos e é cara, considere-a apenas quando o
paciente tiver uma probabilidade razoavelmente alta de benefícios, como em casos que o
paciente espera por um transplante cardíaco⁽⁴⁾.
Novo parâmetro para identificação do fracasso na ressuscitação:
32
ETCO2: Se após 20 minutos de RCP, o paciente intubado não conseguir obter um
ETCO2 superior a 10 mmHg por capnografia, pode ser um indicativo de fracasso na
reanimação, mas esse parâmetro não pode ser utilizado de forma isolada para
interromper os esforços de ressuscitação. Lembrando que somente o médico pode indicar
a parada da reanimação, no entanto, cabe a todos os profissionais participantes
avaliarem juntos.
5.2. Cuidados pós-PCR
Principais objetivos iniciais e subsequentes dos cuidados pós-PCR:
Otimizar a função cardiopulmonar e a perfusão de órgãos vitais após o RCE;
Transportar/transferir para um hospital apropriado ou UTI com completo
sistema de tratamento pós-PCR;
Identificar e tratar SCAs e outras causas reversíveis;
Controlar a temperatura para otimizar a recuperação neurológica;
Prever, tratar e prevenir a disfunção múltipla de órgãos. Isto inclui evitar
ventilação excessiva e hiperóxia.
Angiografia: deve ser realizada em caráter de emergência para todos os
pacientes que apresentem supradesnivelamento do segmento ST no ECG e para os pacientes
hemodinâmica ou eletricamente instáveis sem supradesnivelamento do segmento ST, para
os quais haja suspeita de lesão cardiovascular.
Controle direcionado de temperatura: Todos os pacientes adultos comatosos
(sem resposta sensata a comandos verbais) – induzidos ou não – devem ser submetidos ao
Controle Direcionado de Temperatura (CDT) pós parada, tendo como meta manter a
temperatura entre 32 e 36ºC, durante no mínimo 24 horas, para diminuir o risco de
danos neurológicos. Após uma PCR o paciente tem uma limitação de oxigênio em órgãos
nobres, com a diminuição da temperatura, diminui o metabolismo e o consumo de
oxigênio, possibilitando um melhor desfecho neurológico.
Continuação do controle de temperatura além de 24 horas: É aconselhável
evitar a febre em pacientes comatosos após o CDT, para evitar danos neurológicos.
Metas hemodinâmicas após Ressuscitação:
PA sistólica ideal: acima de 100 mmHG (associado a uma melhor recuperação);
É aconselhável evitar e corrigir imediatamente PA sistólica menor que 90
mmHg e PAM menor que 65 mmHg durante os cuidados pós parada, pois a hipotensão está
associada ao aumento da mortalidade e à redução da recuperação funcional;
Nenhuma constatação ou exame pode prever com 100% de certeza, a recuperação
neurológica após a PCR. Após o desaparecimento dos efeitos da hipotermia e dos
medicamentos, provavelmente os exames (ECG, TC, RM, reflexo pupilar, etc.) fornecerão
uma previsão precisa do desfecho.
Prognóstico pós PCR:
A avaliação do prognóstico de um desfecho neurológico ruim, por meio de
exame clínico em pacientes não tratados com CDT é de no mínimo 72 horas após a PCR,
podendo ser ainda maior se houver suspeita de que ainda haja efeito residual da
sedação, podendo confundir o exame clínico⁽⁴⁾;
Em pacientes tratados com CDT, em que a sedação ou paralisia possa confundir
o exame clínico, é aconselhável aguardar até 72 horas após o retorno à normotermia
para só então prever o desfecho.
33
Doação de órgãos:
Todos os pacientes ressuscitados de uma PCR, mas que evoluem para morte ou
morte cerebral, devem ser avaliados como potencial doador de órgãos, especificamente
de rim ou fígado, em ambientes onde haja programa de rápida obtenção de órgãos.
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Prevenção de quedas A maioria das fraturas provocadas pela osteoporose surge depois de uma queda ou pequeno
traumatismo. Infelizmente, com o avançar da idade não é só o
risco de osteoporose que aumenta; a sua probabilidade de cair
também é maior. Ao contrário do que pode pensar, as quedas e os
acidentes raramente "acontecem". De fato, podem ser tomadas
muitas medidas simples que reduzem a possibilidade de estes
ocorrerem. Tenha presente que para fazer uma mudança nos seus
hábitos vai ser necessário empenho.
Para reduzir as suas hipóteses de cair é muito importante que:
Reconheça os motivos, relacionados consigo ou com o seu
ambiente, que o podem levar a cair;
Corrija hábitos e atitudes que possam favorecer quedas;
Torne a sua casa mais segura e à prova de queda, já que a maioria das quedas que
provocam umas fraturas acontece em casa.
Cuide de si:
Faça regularmente uma avaliação da sua visão e da audição;
Aprenda a reconhecer as alturas em que as hipóteses de cair são
maiores (durante stress emocional, quando começa um novo
medicamento, quando está a recuperar de uma doença prolongada,
etc.).
Informe o seu médico de todos os medicamentos que está a tomar;
Nunca altere a dose de um medicamento sem falar com o seu
médico, nem tome nada que não lhe tenha sido receitado;
Se está a tomar medicamentos para a hipertensão e tem tonturas
com frequência, informe o seu médico;
Se está a tomar medicamentos para tratar uma depressão ou para
dormir, tenha cuidado para não tomar mais que a dose
recomendada;
Levante-se e deite-se devagar para evitar ter tonturas;
Escolha um calçado adequado: compre sapatos que suportem bem a
arcada do pé, com solas não derrapantes e sem saltos altos;
Evite andar em casa só com meias, principalmente em chão
escorregadio;
Evite usar chinelos que estejam largos ou sapatos com solas muito gastas;
Sente-se enquanto veste as calças e as meias ou calça os sapatos;
34
Pratique exercício: é bom para a massa óssea, fortalece os
músculos, melhora a postura, a coordenação motora, a
flexibilidade e os reflexos - é fundamental para evitar as
quedas;
Limite o consumo de bebidas alcoólicas: mesmo uma pequena
quantidade de álcool pode ser prejudicial se já existir um
deficiente equilibrio e reflexos fracos;
Informe-se com o seu médico sobre a necessidade de usar
protetores das ancas;
Ao tomar banho não se torça para lavar as costas ou os pés: use uma escova/esponja com
cabo longo;
Quando estiver a lavar os dentes ou a fazer a barba, dobre
ligeiramente os joelhos e encoste-s e ao lavatório para diminuir
o esforço na coluna;
Não torça o corpo para sair da cama: role até ficar deitado de
lado, dobre as pernas e coloque-as para fora da cama ao mesmo
tempo em que, com a ajuda dos braços, levanta o tronco;
Ao fazer a cama, não se estique: dobre os joelhos, incline-se a
partir das ancas e faça um lado de cada vez;
Na cozinha, sempre que puder trabalhe sentada (p.ex. ao descascar
batatas ou arranjar legumes);
Tem-se que se debruçar à janela para estender a roupa na corda, peça a outra pessoa que
a ajude com as peças mais.
Pesadas (p.ex. lençóis e toalhas turcas), e peça também ajuda se,
pelo contrário, tem de se esticar demasiado para um estendal que
esteja muito alto num pátio, terraço ou quintal;
Se tem animais de estimação tenha atenção para não tropeçar
neles;
Se estiver constipado, coloque uma mão na barriga e outra nas
costas, para segurara coluna, sempre que tossir ou espirrar.
Torne segura a sua casa:
Ao descer umas escadas agarre sempre o corrimão, o ideal seria as
escadas terem corrimão também do lado da parede;
Se possível marque o primeiro e o último degrau de cada lanço de
escadas com uma fita brilhante;
Nunca suba ou desça umas escadas sem acender a luz;
Tenha sempre a casa bem iluminada, principalmente os vestíbulos e
as escadas;
Use sempre candeeiro à cabeceira da cama ou um interruptor que
possa ligar antes de se levantar;
Certifique-se que todos os interruptores da casa podem ser facilmente alcançados, mesmo
se estiver caído no chão.
Verifique todos os pisos de madeira para ver se existem saliências onde possa tropeçar;
Elimine os tapetes, mas se os quiser utilizar assegure-se que estão bem fixados com
fitas antiderrapantes no avesso;
35
Evite ter superfícies enceradas;
Afaste os fios elétricos e de telefone para junto das paredes e
longe das superfícies de circulação e disponha a mobília de modo a
que mesas pequenas ou banquetas não sejam obstáculos;
Compre cadeirões e sofás em que seja fácil sentar-se ou
levantar-se;
O material de cozinha que utiliza todos os dias deve estar
sempre ao alcance da mão, para evitar inclinações
desnecessárias do tronco ou subido para bancos ou escadotes.
Instale barras de suporte nas paredes junto à banheira ou
chuveiro e junto à sanitario;
Use tapete ou tinta antiderrapante no chão da banheira ou
chuveiro;
Use um banco de chuveiro, que permite tomar banho/ducha sentada;
Se possível substitua a banheira por uma base de chuveiro;
Prefira usar um edredom quente e leve que cobertores muito pesados;
Tenha ao nível da cintura todos os utensílios, alimentos e produtos de limpeza que
utiliza frequentemente, evite esticar-se ou dobrar-se demasiado.
Mantenha-se alerta no exterior:
Preste atenção quando está em lugares que não lhe são familiar ou que
são mal iluminados;
Mesmo uma altura tão pequena como uma berma pode representar um
risco, por isso caminhe pela parte de dentro dos passeios;
Tenha atenção ao piso, principalmente nos dias de chuva;
Se costuma ter tonturas ou tem dificuldades na marcha não hesite em
usar uma bengala, uma canadiana ou um andarilho;
Ande devagar, tem mais hipótese de ter um acidente se fizer tudo apressadamente;
Entre no automóvel de forma correta, sente-se e depois rode as pernas para dentro, e ao
sair faça os movimentos ao contrário, rode as pernas para fora e depois levante-se.
Prevenir as quedas e os traumatismos é tão importante como tomar de forma correta os
medicamentos para a osteoporose
A sexualidade no idoso Falar sobre sexo na velhice ainda é um tabu para muitos, o que dificulta a
busca de informação e a superação de obstáculos para ter uma vida sexual de qualidade
nesta faixa etária.
No final do século 20, vimos uma revolução no conceito da
sexualidade, e essas mudanças repercutiram na vida sexual do idoso.
Não se concebe, hoje, a sexualidade ligada apenas à função
reprodutiva, mas como fonte de prazer e de realização em todas as
idades.
A afirmação é da psicóloga Ana Teresa de Abreu Ramos Cerqueira, professora do
departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria e da Pós-Graduação em Saúde
Coletiva da UNESP. “Há limitações para se viver plenamente a sexualidade na velhice,
36
o que pode haver em todas as idades, mas é preciso tentar superá-las ou minimizá-
las”, completa.
Uma pesquisa coordenada por Carmita Abdo, professora da Faculdade de Medicina
da USP e coordenadora do ProSex (Programa de Estudos em Sexualidade da USP), que
contou mais de 8 mil entrevistados, mostra como homens e mulheres, em diferentes
faixas etárias, se dizem sexualmente ativos. Confira o gráfico abaixo:
“Um dos motivos que levam à redução da atividade sexual entre os idosos é a
perda de libido, que pode ocorrer devido à diminuição da produção hormonal masculina e
feminina”, conclui o geriatra Salo Buksman, da Sociedade Brasileira de Geriatria e
Gerontologia.
Tabus
“A sociedade ainda vê a sexualidade na velhice como um tabu, algo reservado
aos mais jovens. Há a exigência de que os homens não podem falhar e as mulheres têm de
ter beleza e juventude como fontes únicas de atratividade. Tudo isso causa a
diminuição do sexo”, destaca a psicóloga Ana Teresa. O geriatra Buksman concorda que
os próprios idosos se discriminam em relação à aparência. “Cultuamos o jovem, o
esguio. Há uma depreciação do aspecto físico do idoso”, finaliza.
Segundo ele, a sociedade sempre incutiu na cabeça das pessoas que o sexo na
terceira idade seria algo profundamente inadequado, colocando um abarreira psicológica
principalmente para a mulher idosa. “Ela pensa que já passou dessa fase, que é uma
avó e tem que se dar ao respeito”, enfatiza.
Direito ao prazer em todas as idades
O sexo na terceira idade pode ser libertador e prazeroso, mas depende de como
se encara a velhice e as modificações que ela causa em todos os aspectos da vida. “O
idoso pode lidar com conformismo e rejeição ou levar a velhice com criatividade. O
avanço não é devolver ao velho o desempenho do jovem, mas conseguir novas formas de
satisfação” sugere Ana Teresa.
Mas, em qualquer idade, o sexo exige proteção. “É preciso alertar para o
aumento no índice de doenças sexualmente transmissíveis em idosos, incluindo o HIV. Os
mais velhos raramente usam preservativos, mas também devem evitar o comportamento de
risco, usando camisinha para evitar doenças sexualmente transmissíveis”, alerta
Buksman.
Estímulos na velhice Os estímulos à edificação são maiores do que os estímulos à preservação e
por essa falta de política pública, entre várias ações institucionais aos pequenos
núcleos familiares, a velhice é considerada para muitos um sinônimo de inutilidade. Ou
seja, o tempo perpassado, o saber adquirido, as experiências tornam-se apenas
memórias.
Argan refere que:
[...] a memória é uma noção que legitima como cultura vivida e na qual cada
experiência passada é uma virtualidade aberta. Estendendo a dimensão da memória,
estende-se proporcionalmente a da imaginação. (ARGAN, 1992, p. 67).
É importante o treinamento e constante aprimoramento da memória,
principalmente na terceira idade, onde este sistema tem seu declínio mais acentuado, o
treinamento da memória, não a deixando ociosa, pode auxiliar a manter as mesmas
37
habilidades de quando era mais jovem. O treinamento diário pode auxiliar a prevenir e
superar debilidades que possam vir a surgir em virtude da idade, indicando
modificações e adaptações no funcionamento da memória de idosos.
Com o envelhecimento alguns sistemas do nosso organismo, padecem um
declínio, como é o caso da memória, a memória operacional (responsável por manipular o
conhecimento) e a memória episódica (acontecimentos específicos), todavia a memória
semântica (glossário) evolui com a idade, isso por ela ser considerada parte da
inteligência cristalizada, que faz referência ao conhecimento de mundo, sendo assim,
quanto mais acrescentar informações ao longo do tempo, mais ela sofre transformações.
A memória semântica forma-se a partir do uso social da linguagem. No entanto, algumas
pesquisas mais recentes confirmam que ativar a memória com treinamentos específicos de
raciocínio, pode promover o aprimoramento de habilidades de memória (SODERBERG, 2004).
A manutenção da saúde mental e a atividade adequada da memória é um grande
desafio, pois nem todas as habilidades da inteligência declinam, algumas são
preservadas ou podem ligeiramente melhorar. Os programas e técnicas para exercício da
memória têm por finalidade fortalecer os registros das informações, aperfeiçoando as
funções da memória. As técnicas de aperfeiçoamento para treinamento da memória
possibilitam que as informações recebidas na fase da recepção sejam melhores
codificadas, permanecendo armazenadas para ser utilizadas quando necessário.
Existem estratégias que permitem o aprimoramento da memória, estimulação e
codificação. São essas as ferramentas para melhorar habilidades da memória.
E também, para nos retornarmos responsáveis por nosso sistema de memória,
focar nossa atenção em conteúdos relevantes, escolher e codificar o que precisamos e o
que será usado mais tarde. Para isso, a memória deve ser preservada, estando pronta
para os momentos de registro.
É relevante advertir que esse cuidado não pode ser frígido e mecânico, de
forma descontextualizada. A motivação é fator indispensável, pois sem ela a
comunicação entre os neurônios não tem vida própria. Não existe mágica, podemos ter
condutas para aprimorar o funcionamento da memória em colocação da capacidade plástica
humana. Todavia, nossa capacidade de memorização tem limites e esquecer é saudável.
Atividade Física do Idoso O exercício físico é necessário para que o idoso possa manter-se ativo e
disposto a desempenhar as atividades da vida diária, já que sua prática favorece a
prevenção de quedas, reduz a ansiedade e depressão, estimulando a autoestima. A
realização de atividades físicas beneficia o idoso, possibilitando-o conhecer melhor
sua capacidade funcional, bem como seu corpo. Os exercícios mais recomendados para as
pessoas de mais idade são as caminhadas, dança, ioga, natação, hidroginástica,
hidroterapia, tênis de mesa, dentre outros (ASSIS e ARAUJO, 2004).
Conforme Barros: Atividade Física (AF) representa qualquer movimento
corporal que é produzido pela contração da musculatura esquelética e que aumenta
substancialmente o gasto energético. Incluindo atividades da vida diária (banhar-se,
vestir-se), atividades realizadas no trabalho (andar, levantar, carregar objetos) e
atividades de lazer (exercitar-se, praticar esportes, dançar). (BARROS, 2008, p. 4).
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Ramos (2004) pontua que saúde da pessoa idosa é resultado de um conjunto de
investimento pessoal durante toda sua vida. Enfatiza, ainda, que prevenir enfermidades
como as crônicas degenerativas e as limitações funcionais resultam em fatores de
produção a saúde no envelhecimento. Estudo realizado por Duarte (2004, p. 60), remete
que “a construção do caminho para viver bem a velhice depende da leitura que cada um
faz pra sua vida, de suas experiências, conquistas, frustrações e convicções”.
Nesse aspecto, os benefícios da atividade física para a saúde e longevidade
são intuitivamente conhecidos. Há melhoramentos bem demonstrados sobre vários
parâmetros que fingem a saúde e a longevidade. Diversos autores enfatizaram a
importância da ação dos profissionais vinculados à saúde e entidades governamentais no
estímulo à prática da atividade física, assim como seu ímpeto sobre a saúde pública.
Segundo Miranda ([s.d]), em relação aos benefícios da atividade física:
- Melhora da sensibilidade a insulina, levando a um melhor controle
glicêmico, que pode prevenir o desenvolvimento de diabetes;
- Lipoproteínas: aumento da fração HDL, diminuição da LDL, redução
significativa dos triglicérides, além da redução da atividade aterogênica dos
monócitos;
- Composição corporal: com o envelhecimento há um aumento percentual da
gordura corporal e diminuição da massa muscular. A atividade física reduz essa
modificação. Além disso, ajuda a melhorar a massa óssea quando jovem e prevenir a
perda na fase adulta, diminuindo o risco de fraturas;
- Várias das alterações cardiovasculares e pulmonares que ocorrem com o
envelhecimento normal podem ser minimizadas ou revertidas com a prática regular de AF;
- Fatores hemostáticos são influenciados de várias maneiras pela atividade
física, com resultado líquido de redução da atividade pró-trombótica;
- Aumento na capacidade física, elasticidade e equilíbrio, diminuindo o
risco de quedas;
- Aumento da vasodilatação dependente do endotélio, por aumento da liberação
de óxido nítrico. O exercício aeróbico regular previne a perda da vasodilatação
dependente do endotélio que ocorre com o envelhecimento e restaura ao normal em
adultos e idosos sedentários saudáveis;
- Melhora na imunidade, que pode diminuir a incidência de infecções e
possivelmente de certos tipos de câncer;
- Melhora da função autonômica, com aumento da sensibilidade dos
barorreceptores e da variabilidade da frequência cardíaca;
- Efeitos benéficos sobre a pressão arterial sistêmica;
- Um dos benefícios mais bem documentados é sobre o risco de doença
coronariana e morte, havendo uma relação inversa com a prática de exercício habitual.
Isso vem sendo demonstrado tanto para a prática de exercício programado, quanto para
as atividades de lazer ou inseridas nas rotinas do dia. Apesar do exercício moderado
já apresentar benefício sobre a mortalidade, aparentemente há uma relação dose-
resposta, com exercícios mais vigorosos demonstrando um efeito ainda maior;
- O estudo das enfermeiras sugere que a atividade recreativa confere uma
proteção modesta para o câncer de mama;
- Atividade física, especialmente se vigorosa facilita a interrupção do
tabagismo, além de prevenir o ganho de peso que geralmente se associa;
39
- Muito importante para os idosos são as evidências de prevenção ou retardo
do declínio cognitivo.
Nas últimas décadas, observou-se significativa redução na prática de
atividades físicas, e paralelamente um aumento na prevalência de obesidade.
Estudos mostram que quanto maior a idade, menor a chance de o indivíduo
estar engajado em algum tipo de atividade física regular.
Todavia, a associação entre atividade física e saúde está bem esclarecida
para a maioria da população, a maior parte é inativa completa ou parcialmente. Nas
últimas décadas o fenômeno da urbanização na nossa sociedade ficou bem evidente, a
qual vem acompanhada naturalmente por um estilo de vida menos ativo. Existem também
riscos e barreiras individuais pautados aos exercícios.
Dessa maneira, a abordagem para a prática de atividade física e prescrição
de exercício deve ser realizada de maneira individual, principalmente entre os idosos.
O envelhecimento populacional é uma realidade fática em nosso país e em todo
o mundo. Com o referido aumento do número de idosos ocorre também um maior número de
doenças associadas ao envelhecimento, destacando-se as crônico-degenerativas também
mencionadas anteriormente. A dependência pode ser o problema que mais afeta a condição
de vida da pessoa idosa, seja para a realização de atividades da vida diária, quanto
para as atividades instrumentais, que pode ocasionar ou revelar doenças neurológicas,
cardiovasculares, fraturas, lesões articulares, entre outras.
A atividade física regular pode contribuir de forma preponderante para
evitar as incapacidades associadas ao envelhecimento. O principal objetivo deve ser
voltado à promoção de saúde, todavia em indivíduos com patologias já instaladas a
prática de exercícios deve ser mantida estritamente sob orientação de profissional
qualificado para controlar a doença, evitando sua progressão, e/ou reabilitar o
paciente.
Não existe diferença entre homem e mulher, as atividades físicas entre esses
devem ser mantidas regularmente segundo a capacidade de cada indivíduo, o ganho na
força muscular nos treinamentos de resistência é similar em ambos os sexos.
A qualidade de vida que desejamos para atingir a velhice de maneira saudável
de certa forma é, um tanto, subjetiva e abstrata, dessa forma é difícil defini-la. Ela
possui significados que diferem entre as pessoas, quem sabe, porque cada indivíduo
possui seu próprio conceito do que seja qualidade de vida.
Conforme Paschoal: Assim, qualidade é um conceito que está submetido a
múltiplos pontos de vista e que tem variado de época para época, de país para país, de
cultura para cultura, de classe social para classe social e, até mesmo de indivíduo
para indivíduo. Mais que isso, varia para um mesmo indivíduo, conforme o decorrer do
tempo e como função de estados emocionais e da ocorrência de episódios cotidianos,
sócio-históricos e ecológicos [...]. (PASCHOAL, 2002, p. 80).
A prática regular de atividade física resulta em grandes benefícios para a
saúde e bem-estar, no entanto devem-se considerar alguns riscos, a avaliação clínica
por um profissional capacitado é de fundamental importância para que os benefícios
sejam maximizados e os possíveis riscos minimizados.
Para toda e qualquer atividade física existe sempre alguns riscos potenciais
associados, que variam de acordo com cada um, no entanto os benefícios para a saúde
são enormes, que superam em todos os aspectos os riscos potenciais.
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Entre eles, podemos citar: lesões ortopédicas (a idade é um fator
preponderante para lesões); Arritmias cardíacas (em especial nos portadores de doenças
cardíacas); Infarto agudo do miocárdio (em geral indivíduos não treinados e acometidos
por múltiplos fatores de risco em atividade física vigorosa); Morte súbita
(acometimento muito raro, aproximadamente 1 para 1,5 milhão de lances em exercícios
físicos).
O coeficiente de atividade física que é considerado adequado para o idoso
não deve ser o mesmo que para o adulto saudável. Esforços de intensidade moderada são
classificados como muito vigorosos para um idoso sedentário, mesmo considerado hígido
em uma avaliação inicial, é recomendado que se poupe esse tipo de exercício, dando
prioridade para atividades mais leves, como caminhada, hidroginástica, etc.
Uma avaliação médica antes de iniciar uma atividade física é de suma
importância para todas as pessoas, principalmente para o idoso, pois é por meio dessa
que é mensurado o nível das atividades, resguardando a saúde.
Todas as pessoas com mais de 60 anos devem realizar avaliação médica
periódica e o profissional médico que acompanha a saúde deste, deve dar a avaliação se
está ou não apto para realizar atividade física.
Segundo Miranda ([s.d]) algumas orientações para exercícios em idosos:
- Realizar exercício somente quando houver bem-estar físico;
- Usar roupas e calçados adequados;
- Evitar fumo e o uso de sedativos;
- Não exercitar-se em jejum. Consumir carboidratos antes do exercício;
- Respeitar os limites pessoais, interrompendo se houver dor ou desconforto;
- Evitar extremos de temperatura e umidade;
- Iniciar a atividade lenta e gradativamente para permitir adaptação;
- Hidratação adequada antes, durante e após a atividade física.
Segundo Caldas (1999), o exercício físico deve movimentar todo o corpo. Como
exemplo pode-se citar a caminhada, que é o exercício mais completo, trazendo maior
benefício à saúde e não possui contraindicação. Caminhar melhora o sistema
circulatório, oferece condicionamento físico com consequente aumento da capacidade
respiratória. Além disso, depois de meia hora de caminhada, o cérebro produz
endorfinas, substância que geram uma sensação de prazer.
Alteração de memória, depressão e demência Uma das queixas predominantes entre idosos é a perda da memória. Essa é tão
frequente que, presume-se que se trate de um evento normal e inexorável do processo de
envelhecimento. No entanto, isso não é verdade. A perda de memória é comum, mas não
normal. Melhor ainda, trata-se de um problema, por vezes, passível de tratamento e
cura.
Acontece que, até algum tempo, a medicina não estava instrumentalizada para
compulsar adequadamente essa questão, frente a uma queixa de comprometimento
intelectual, não havia nada a se fazer, ou ainda se indicava alguns produtos sem
nenhuma sustentação científica, que, evidentemente, não demonstravam resultados,
privando o paciente de uma avaliação geriátrica correta e do tratamento efetivo.
Não existe nenhum tipo de droga que "melhore a memória". Frequentemente, a
perda da memória é devida de algum fator que, se corrigido a tempo, devolve ao
41
indivíduo a função que estava prejudicada. Um dos grandes vilões são os calmantes e
remédios para dormir, os hipnóticos.
Segundo Sayeg: Os brasileiros são grandes consumidores de tranquilizantes e
é extremamente comum que o uso indiscriminado dessas drogas (tendo em vista que, à
medida que envelhecemos, temos maior dificuldade para eliminá-las) intoxique o
usuário, levando-o a quadros graves de rebaixamento intelectual, agitação, delírio e
confusão mental. A simples retirada do medicamento, muitas vezes, resolve o problema.
(SAYEG, 2006, p. 1).
Embasado no Compêndio de Psiquiatria de Kaplan (1997) outro fator para a
perda de memória é a depressão, o humor deprimido e a perda de interesse ou do prazer
são sintomas básicos da depressão. O idoso pode dizer que se sente triste, sem
esperança, “na fossa” ou inútil. O idoso ou qualquer outra pessoa que apresente
quadro de depressão, frequentemente descrevem os sintomas de depressão como sendo de
dor emocional lancinante.
As pessoas deprimidas queixam-se ocasionalmente, de serem incapazes de
chorar, um sintoma que se resolve espontaneamente com a melhora do quadro. Algumas
dessas pessoas, às vezes, parecem não estar conscientes de sua depressão e não se
queixam de uma perturbação do humor, apesar de que ostente afastamento da família,
amigos e atividades que anteriormente lhe interessavam.
Quase todos os pacientes deprimidos referem diminuição da energia, que
implica em dificuldades para finalizar as tarefas, comprometimento na escola e no
trabalho e motivação diminuída para assumir novos projetos. Demais sintomas
compreendem problemas para dormir, apetite diminuído e perda de peso, agonia, mudanças
nos hábitos alimentares, anormalidades menstruais e diminuição do interesse e
desempenho sexual, abuso do álcool e queixas somáticas.
O tratamento de estados depressivos é em sua maioria eficaz e seguro,
fazendo com que a memória seja preservada, restabelecendo o sono regularizado, sem a
necessidade do uso de medicamentos.
Outras causas são mais silenciosas, não apresentam sintomas exuberantes e,
por assim serem, são difíceis de serem diagnosticadas. Entre elas podemos citar: a
redução do desempenho da glândula tireoide (hipotireoidismo), a utilização de certos
medicamentos para pressão alta, gastrite, também se pode associar problemas
sensoriais, tais como, a visão e em especial a audição, a ausência de estímulo
sociointelectual, carência de certos nutrientes e excesso de álcool, etc.
Apreende-se claramente que essa questão está distante de ser um problema
insolúvel. O conhecimento é essencial para que, ao primeiro sinal de comprometimento
da memória, se faça uma averiguação clínica completa, para que se identifique a causa
e realize de imediato o tratamento adequado.
No entanto, todos nós estamos aptos a nos esquecer de alguma coisa, isso é
normal para todo ser humano. Esquecemos onde pusemos os óculos, a chave do carro, a
lapiseira e até mesmo de eventos importantes como a data de aniversários de parentes,
de casamento etc.
Os esquecimentos fazem parte do nosso cotidiano e são naturalmente recebidos
quando ocorrem com adultos jovens. Esses deslizes da memória não são valorizados e já
estão aliados na maneira de ser das pessoas, não acarretando grandes preocupações.
42
Quando esses episódios ocorrem com pessoas mais velhas, eles são em sua
maioria mal interpretados e constantemente “rotulados” como princípio de problema
mais sério.
Muitos especialistas em envelhecimento já examinaram os problemas com a
memória que ocorrem com pessoas idosas, determinando vários conceitos que são
atualmente bem populares e comprovados cientificamente.
Com o envelhecimento, nosso organismo, como um todo, depara-se com uma
redução gradativa de várias funções, havendo uma maior dificuldade de armazenar
algumas informações. A essa condição segundo Soderberg (2004), denomina-se “Prejuízo
da Memória Associado à Idade – PMAI”, assim definido por não ter relação obrigatória
com a doença, mas pelo gradativo declínio no armazenamento de informações.
O PMAI não interfere nas atividades do dia a dia e também não representa
doença mental. O PMAI é passível de ser contornado eficientemente por meio de
tratamento da memória, com exercícios que estimulem a atenção, com formulação de
listas de tarefas, com jogos de memória, com cooptações de fatos, objeto, nome, fotos
etc.
As dificuldades com a memória estão associadas a inúmeras causas, sendo que
as mais comuns são: a fadiga, o isolamento, a tristeza, a depressão, o estresse, o uso
excessivo de álcool, de calmantes e hipnóticos, algumas doenças, falha na
concentração, problemas de ordem nutricional, dentre outros. Podemos também dizer que
a visão, a audição são alterações muito comuns na faixa etária avançada e que
colaboram para o aparecimento de problemas voltados a memória.
Em muitos casos a dieta balanceada, a interrupção de certos medicamentos, a
utilização de óculos, aparelhos auditivos, a retirada de cerume dos ouvidos, dentre
outras correções dos fatores desencadeantes, aquilatam substancialmente e até corrigem
os transtornos da memória.
Para identificarmos que os problemas de memória em pessoas idosas são um
sinal de doença, podemos analisar que, ao contrário do PMAI, que não oferece piora
gradativa, as dificuldades ou problemas sérios com a memória pioram de forma
progressiva, chegando a interferir nas atividades do dia a dia.
Quando a amnésia deixa de ser habitual e espontaneamente compensável com
artifícios, como marcar os recados e fazer listas de compromissos, e passam então a
atrapalhar as atividades do cotidiano, precisando de ajuda de terceiros. Pode-se dizer
que a partir disso sim, o esquecimento passa a transformar-se em uma preocupação
médica.
Mesmo com a idade avançada, um comprometimento da memória a esse nível não é
natural, fazendo jus a uma avaliação clínica completa para detecção da causa.
Por conseguinte, é imprescindível que, ao primeiro sinal de que a memória
está demonstrando falhas, se consulte um profissional da saúde, assegurando que
perímetro entre o normal e a doença possa ser instituído com segurança.
A doença de Alzheimer também gera graves problemas de memória. Os sinais da
doença de Alzheimer iniciam lentamente e vão se agravando com o passar do tempo. Isso
ocorre porque as alterações nas células nervosas no cérebro acarretam a morte de
várias células cerebrais. Isso pode parecer no início um esquecimento leve, mais que
com o tempo, as pessoas que possuem a doença de Alzheimer têm dificuldade para pensar
com lucidez.
43
Elas apresentam dificuldade para cumprir atividades corriqueiras como fazer
compras, dirigir, cozinhar e sustentar uma conversa. À medida que a doença progride,
portadores da doença de Alzheimer podem necessitar de alguém para desempenhar todas as
suas necessidades (alimentação, banho, etc.).
Caso o idoso ao qual você cuida esteja nos estágios iniciais ou médios da
doença de Alzheimer, a utilização de medicamentos pode ajudar a retardar os sintomas,
por isso procure ajuda especializada. Alguns tipos de medicamentos retardam os
sintomas.
Em relação à demência multi-infarto, que se assemelha a doença de Alzheimer,
ela é uma categoria médica que causa graves problemas de memória. Diferente do
Alzheimer, os sinais e sintomas da demência multi-infarto podem surgir de forma
súbita. Isso ocorre em virtude da perda de memória ser causada por pequenos derrames
ou alterações no suprimento de sangue para o cérebro. Caso o derrame pare, o idoso
melhora ou fica na mesma situação por um vasto período de tempo. Caso tenha mais
derrames, pode se agravar o quadro. Tomar cuidado para prevenir a pressão alta pode
reduzir as chances de ter demência multi-infarto.
Segundo Sayeg (2006), algumas dicas sobre cuidado com a memória:
- Não aceite de forma passiva o declínio observado;
- Mantenha-se ativo: novos amigos, cursos, leitura, visitas etc.;
- Leia pelo menos as manchetes de um jornal diariamente;
- Faça palavras cruzadas dando preferência às de fácil execução;
- Reserve um período do dia para trabalhar a memória;
- Reserve um local da casa com boa iluminação e silencioso para o seu
treino;
- Assegure-se que só será interrompido se absolutamente necessário;
- Mantenha uma dieta saudável, beba muito líquido e ande pelo menos 30
minutos por dia;
- Evite tensões desnecessárias;
- Quando não entender direito o que foi dito, pergunte;
- Anote tudo que for importante em um caderno ou uma agenda;
- Participe de jogos que envolvam o raciocínio;
- Seja uma pessoa flexível, esteja aberto para ouvir. As pessoas que não são
flexíveis acabam sendo excluídas do seu meio social;
- Quando lhe fizerem uma pergunta e não puder lembrar-se da resposta
imediatamente, não se sinta constrangido, use recursos para ganhar tempo extra para
responder: sorria, ajeite os óculos, repita a pergunta, respire fundo, limpe a
garganta, etc.
Cuidando do cuidador de idosos A tarefa de cuidar de alguém geralmente se soma às outras atividades do dia-
a-dia. O cuidador fica sobrecarregado, pois muitas vezes assume sozinho a
responsabilidade pelos cuidados, soma-se a isso, ainda, o peso emocional da doença que
incapacita e traz sofrimento a uma pessoa querida. Diante dessa situação é comum o
cuidador passar por cansaço físico, depressão, abandono do trabalho, alterações na
vida conjugal e familiar.
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A tensão e o cansaço sentidos pelo cuidador são prejudiciais não só a ele,
mas também à família e à própria pessoa cuidada. Algumas dicas podem ajudar a
preservar a saúde e aliviar a tarefa do cuidador:
• O cuidador deve contar com a ajuda de outras pessoas, como a ajuda da
família, amigos ou vizinhos, definir dias e horários para cada um assumir parte dos
cuidados. Essa parceria permite ao cuidador ter um tempo livre para se cuidar, se
distrair e recuperar as energias gastas no ato de cuidar do outro; peça ajuda sempre
que algo não estiver bem.
• É fundamental que o cuidador reserve alguns momentos do seu dia para se
cuidar, descansar, relaxar e praticar alguma atividade física e de lazer, tais como:
caminhar, fazer ginástica, crochê, tricô, pinturas, desenhos, dançar, etc. O cuidador
pode se exercitar e se distrair de diversas maneiras, como por exemplo:
1. Enquanto assiste TV: movimente os dedos das mãos e dos pés, faça massagem
nos pés com ajuda das mãos, rolinhos de madeira, bolinhas de borracha ou com os
próprios pés.
2. Sempre que possível, aprenda uma atividade nova ou aprenda mais sobre
algum assunto que lhe interessa.
3. Leia participe de atividades de lazer em seu bairro, faça novos amigos e
peça ajuda quando precisar.
Dicas de exercícios para o cuidador
Exercícios para a coluna cervical (pescoço):
• Flexione a cabeça até encostar o queixo no peito, depois estenda a cabeça
para.
Trás como se estivesse olhando o céu.
• Gire a cabeça primeira para um lado e depois para o outro.
• Incline a cabeça lateralmente, para um lado e para outro, como se fosse
tocar a orelha no ombro.
Exercícios para os ombros: enchendo os pulmões de ar, levante os ombros para
próximo das orelhas, solte o ar deixando os ombros caírem rapidamente, depois fazendo
movimentos circulares, gire os ombros para frente e para trás.
Exercícios para os braços: gire os braços esticados para frente e para trás,
fazendo círculos.
Exercícios para o tronco: em pé, apoie uma das mãos no encosto de uma cadeira
ou na própria cintura, levante o outro braço passando por cima da cabeça, incline
lateralmente o corpo. Repita o mesmo movimento com o outro lado.
Exercícios para as pernas: deitado de barriga para cima apoie os pés na cama
com os joelhos dobrados. Mantendo uma das pernas nessa posição, segure com as mãos a
outra perna e traga o joelho para próximo do peito. Fique nesta posição por alguns
segundos e volte para a posição inicial. Faça o mesmo exercício com a outra perna.
Dica: faça atividades físicas, como caminhadas e alongamentos, pois
isso ajuda a reduzir o cansaço, tensão e esgotamento físico e mental, além de
melhorar a circulação.
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Violência contra o idoso O envelhecimento populacional é um processo universal, marcado por mudanças
biopsicossocial inerente ao processo da vida que varia de indivíduo para indivíduo.
Estudos mostram que o envelhecimento populacional representa a maior
conquista da humanidade.
No Brasil, a população de idosos registrou um aumento proporcional na última
década, passando de 9,1% do total em 1999 para 11,3% em 2009, dados divulgados pelo
IBGE. Projeções estatísticas da Organização Mundial da Saúde – OMS aponta que o
período de 1975 a 2025 será a era do envelhecimento, a população de idosos no país
crescerá 16 vezes colocando o Brasil no ranque da sexta população idosa do mundo, ou
seja, mais de 32 milhões de pessoas com mais de 60 anos ou mais. O ritmo de
crescimento tem sido sistemático e consistente, esta tendência se manterá segundo
Pesquisa Nacional por Amostra por Domicílio – PNAD 2011.
A aprovação do Estatuto do Idoso, Lei Nº 10.741, de outubro de 2003 destina
a regular os direitos assegurados às pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. No
seu art. 4º, determina que "nenhum idoso será objeto de qualquer tipo de negligência,
discriminação, violência, crueldade ou opressão e todo atentado aos seus direitos, por
ação ou omissão, será punido na forma da Lei". O lugar do idoso no Brasil foi
redefinido através desse estatuto. A população idosa foi inserida a esfera política,
no mundo do trabalho, na produção da cultura e da vida social.
Apesar de muitos indicadores positivos, paradoxalmente, a pessoa idosa é
vitima de varias formas de violência. Esta violação dos direitos humanos levou a
Organização das Nações Unidas – ONU e a Rede Internacional de Prevenção à Violência à
Pessoa Idosa – INPEA instituírem o dia 15 de junho como o Dia Mundial de
Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa. Este fenômeno representa um grave
problema de saúde pública no Brasil e no mundo. Este tipo de violência acontece em
todas as raças, classes sociais, religiões, escolaridades, etnia e sexo. Estudos
revelam que o idoso que sofre mais violência é, na sua maioria, do sexo feminino,
solteira/viúva, de 75 anos ou mais, baixa escolaridade e que apresenta alguma doença
neurológica, reumática ou psíquica (Manual para Atendimento ás Vitimas de Violência,
2009).
Os números de ocorrência de violência contra a pessoa idosa muitas vezes é
subnotificada, não revelando a magnitude do problema. Este tipo de violência na
maioria das vezes é repetitivo e continuo causando grande sofrimento psíquico como o
medo e tensão, revelando doenças psicossomáticas e podendo leva-lo a óbito. Existe uma
conspiração do silêncio por parte da vitima. Não é fácil para o idoso quebrar este
silêncio, visto que a maioria dos casos acontece no âmbito familiar e são praticados
pelos seus companheiros, filhos, netos parentes próximos ou cuidador. A violência
algumas vezes revela ao idoso o sentimento de incapacidade de enfrentar o problema,
levando-o a solidão e ao isolamento e consequentemente a desenvolver um quadro
depressivo grave.
AVALORIZAÇÃO DO IDOSO COMEÇA AQUI
A Secretaria Especial do Idoso do Distrito Federal oferece um atendimento
especializado de ouvidoria para a pessoa idosa, assim como, orientação jurídica,
psicológica e social. Em caso de violência, é imprescindível que faça a ocorrência
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policial para que o agressor seja responsabilizado e, em seguida, denuncie contatando
à Secretaria Especial do Idoso.
Modalidades de atendimento ao idoso A Portaria nº 2.874, de 30 de agosto de 2000 (SEAS/MPAS), determina as
modalidades de atendimento à pessoa idosa e forma as condições de funcionamento das
instituições e dos programas de atenção ao idoso:
Centro-Dia:
Espaço designado para reabilitação de idosos que residem com seus
familiares, mas não dispõem de atendimento no domicílio para a realização das
atividades da vida diária. O idoso fica no Centro-Dia por oito horas diárias, período
que lhe são prestados serviços de saúde, fisioterapia, apoio psicológico, social e
atividades ocupacionais e de lazer.
Centro de Convivência:
Destinado a idosos e seus familiares, que participam de atividades com
duração de, no mínimo, 16 horas semanais. Nessa modalidade, são desenvolvidas ações de
atenção ao idoso, de maneira a aumentar à qualidade de vida, motivar a participação, o
convívio em sociedade, cidadania e a conexão entre gerações.
Casalar:
Uma forma de habitação para grupos de idosos, especialmente os que
apresentam algum tipo de dependência. Dispõe de mobília adequada e pessoa habilitada
para ajudar nas necessidades diárias do idoso.
Família Acolhedora:
É um programa que proporciona condições para que a pessoa idosa, que é
abandonada ou não tem possibilidade de conviver com a família, recebe abrigo, atenção
e cuidados de alguma família cadastrada e capacitada para prestar esse atendimento.
Atendimento Domiciliar:
É o atendimento dado em domicílio da pessoa idosa que possua qualquer tipo
de dependência, realizado por cuidadores de idosos, pelo menos, duas vezes durante a
semana.
Atendimento em Grupos de Convivência:
Consiste em atividades diversas (recreativas, laborais, artísticas etc.),
realizadas com idosos independentes, em espaços disponibilizados pela comunidade, com
uma frequência regular de no mínimo 6 horas semanais.
Instituição de Longa Permanência para Idosos (ILPI):
São instituições que prestam cuidado integral ao idoso, nos casos de
abandono ou impossibilidade de convívio com a família. Essas podem ser descritas de
diversas formas, tais como: amparo, asilo, lar e casa de repouso. Nessas instituições
são prestados atendimentos em regime de internato, mediante pagamento ou não, durante
um período predeterminado.
República:
É uma opção de residência para idosos autônomos, organizados em forma de
grupos. É cofinanciada com recursos dos residentes, derivados da aposentadoria, do
melhoramento de prestação continuada, do tributo mensal vitalícia e de outros
benefícios.
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Atendimento Integral Institucional:
É o atendimento integral, ou seja, 24 horas oferecido ao idoso que esteja em
situação de abandono ou impossibilitado de conviver com a família. É realizado por
instituições acolhedoras, como abrigos, lares e casas de repouso.
Alguns Direitos e Benefícios dos Idosos - 1991 - Lei nº 1.817 - Concedem desconto nos ingressos para espetáculos
realizados nas salas do Estado do Rio de Janeiro aos cidadãos maiores de 65 anos;
- 1993 - Lei nº 2.200 - Cria a Delegacia Especial de Atendimento às Pessoas
de Terceira Idade;
- 1995 - Lei nº 2.440 - Torna prioritário o embarque e desembarque dos
maiores de 65 anos nos transportes coletivos do estado;
- 1995 - Lei nº 2.454 - Obriga os cinemas localizados no Estado do Rio de
Janeiro a concederem desconto no ingresso aos cidadãos maiores de 65 anos;
- 1996 - Lei nº 2.536 - Dispõe sobre o Conselho Estadual de Defesa dos
Direitos da Pessoa Idosa, e dá outras providências;
- 1996 - LEI N. 1.192 - Concede desconto à pessoa maior de 65 anos de idade
e dá outras providências;
- 1997 - Resolução / DPGE nº 80 - Cria o Núcleo Especial de Atendimento à
Pessoa Idosa – NEAPI;
- 1998 - Lei nº 2.988 - Dá preferência de tramitação aos procedimentos
judiciais em que figure como parte pessoa física com idade igual ou superior a 65
(sessenta e cinco) anos;
- 1998 - LEI Nº 2.963 - Autoriza o poder executivo a firmar convênios com
as prefeituras municipais criando os “Centros de Convivência da Terceira Idade”, e
dá outras providências;
- 2000 - DECRETO Nº 39.813 - Cria o "Pólo Cultural da 3ª Idade do
Município de São Paulo" e dá outras providências;
- 2001 - LEI Nº 13.231 - Autoriza o Poder Executivo a instituir, nos
municípios de grande porte, o Programa Centro de Convivência do Idoso;
- 2001 - Lei nº 3.686 - Isenta os aposentados, pensionistas e portadores de
deficiência física, proprietários ou locatários de imóveis, do pagamento da Taxa de
Incêndio;
- 2003 - LEI Nº 10.741 - Dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras
providências;
- 2004 - LEI Nº 3.502 - Institui a meia-entrada em estabelecimentos de
entretenimento e lazer para idosos a partir de 60 anos de idade.
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