Custo produção de lavoura do tomate

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Universidade Estadual de Campinas Faculdade de Engenharia AgrcolaJulho, 2005

MATRIZ DE COEFICIENTES TCNICOS DA CULTURA DO TOMATE DE MESA: BASE PARA CLCULO DOS CUSTOS DE PRODUO E COLHEITA1 Flaviane Flor de Faria2 Julieta Teresa Aier de Oliveira3 RESUMO O tomate a segunda hortalia em importncia econmica e social no Brasil, sendo o Estado de So Paulo responsvel por 22% da produo total do pas. A produo convencional de tomate de mesa caracterizada por possuir elevado custo operacional devido grande demanda de mo-de-obra e exigncia de muitas aplicaes de agrotxicos. No presente trabalho elaborou-se a matriz dos coeficientes tcnicos da produo de tomate de mesa utilizada para estimar o custo de produo e colheita segundo metodologia adotada pelo IEA (Instituto de Economia Agrcola). Os dados foram coletados em visitas de campo realizadas no perodo de ago/2004 a jun/2005, com aplicao de questionrios previamente elaborados em entrevistas pessoais com os proprietrios e/ou administradores de propriedades tomaticultoras intencionalmente selecionadas. Nessas ocasies mensurou-se os tempos gastos pelos trabalhadores nas atividades de tratos culturais e colheita e quantidade de insumos utilizados na produo. Foram obtidos os coeficientes tcnicos referentes s safras das guas (ago - dez) e da seca (jan jun) realizadas por um mesmo produtor. As safras apresentaram algumas diferenas quanto demanda pela fora-de-trabalho e quanto variedade e quantidade de insumos. Os custos de produo e colheita de ambas as safras encontraram-se bem prximos uma da outra, identificando que as maiores despesas esto relacionadas principalmente com a compra de insumos.

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Relatrio final submetido PRP/UNICAMP como parte dos requisitos da Bolsa de Iniciao Cientfica SAE-UNICAMP (2004-2005) da primeira autora. 2 Graduanda em Engenharia Agrcola na FEAGRI/UNICAMP, bolsista SAE-UNICAMP ([email protected]) 3 Doutora em Engenharia Agrcola, Profissional de Pesquisa da FEAGRI/UNICAMP, orientadora ([email protected])

1. INTRODUO O tomate (Lycopersicon sculentum Mill), hortalia solancea originria da parte ocidental da Amrica do Sul, apresenta dois segmentos distintos, tanto na forma de cultivo, finalidade de uso do produto, ou na comercializao. Os cultivares que apresentam cultivo rasteiro so destinados indstria de processamento, e o tomate de mesa, de cultivo tutorado ou envarado, so consumidos de forma in natura. O hbito de se produzir e consumir hortalias foi introduzido no Brasil ainda na poca da colonizao portuguesa, no entanto o crescimento da produo de tomate no pas foi ocorrer apenas durante as dcadas de 1950 e 1960. Em 2003 o Brasil chegou a produzir 3.641.400 t de tomate (AGRINUAL, 2005) e com isso hoje ele ocupa o stimo lugar no ranking mundial. Neste mesmo ano o Brasil exportou 40 toneladas de tomate para o Paraguai e 3.135 t para a Argentina, e importou 23,5 t desse produto do Uruguai (AGRINUAL, 2005). Em 2004, a regio Centro-Oeste contribuiu com 26,8% da produo brasileira. O Estado de Gois foi o principal responsvel por esse resultado, produzindo 97,6% da produo dessa regio e 26,2% do total da produo nacional assumindo a posio de maior produtor brasileiro. A regio Sudeste a principal fornecedora de tomate do Brasil (49,8%), na qual 44,2% so do Estado de So Paulo e 35,8% de Minas Gerais (AGRINUAL, 2005). O Estado de So Paulo o segundo maior estado produtor responsvel por 22,0% do total nacional (AGRINUAL, 2005), na qual 68% de sua produo destinada ao consumo in natura (CAMARGO, 2002). Esse estado tambm o maior consumidor de tomate e tem como principal centro atacadista de hortigranjeiros4 do Pas o Entreposto Terminal de So Paulo (ETSP), da Companhia de Entrepostos e Armazns Gerais de So Paulo (CEAGESP), com isso os preos de tomate do estado servem como parmetro de venda para todo o pas (CAMARGO, 2001). Em 2003, a CEAGESP chegou a comercializar 235.323 t de tomate (AGRINUAL, 2005). Dados fornecidos pelo Instituto de Economia Agrcola (IEA) afirmam que a tomaticultura paulista concentra sua produo aos Escritrios de Desenvolvimento Rural

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Denominao consagrada entre produtores rurais e comerciantes atacadistas e varejistas para designar os produtos de origem vegetal hortalias e frutas utilizados na alimentao humana e comumente comercializados in natura.

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(EDRs5) de Itapeva (31%), Campinas (16%) e Mogi Mirim (13%) (figura 1).

EDR Itapeva Campinas Mogi- Mirim Total do estado

Produo(cx. 25 kg)

5.166.000 2.624.460 2.158.600 16.810.925

Figura 1. Estatsticas da Produo de Tomate de Mesa, Por Escritrio de Desenvolvimento Rural (EDR), Estado de So Paulo, 2004.Fonte: IEA - (Anurio 2004).

O IEA tem por tradio realizar pesquisa de estimativa de custo de produo das principais atividades agropecurias do Estado de So Paulo. A partir da necessidade de atualizao peridica dessas estimativas, este instituto elaborou as Matrizes de Coeficientes Tcnicos de Utilizao de Fatores na Produo de Culturas Anuais de algumas culturas (algodo, arroz, feijo, girassol, milho, soja, sorgo, trigo, batata, cebola, mandioca e tomate industrial). Utilizando a mesma metodologia adotada pelo IEA, a presente pesquisa tem como objetivo apresentar a Matriz dos Coeficientes Tcnicos da Cultura do Tomate de Mesa e os custos de produo e colheita do produto em questo. Neste relatrio constam as matrizes referentes a duas safras diferentes de um mesmo produtor, uma no perodo de Agosto a Dezembro de 2004 (Safra das guas) e outra do perodo de Janeiro a Junho de 2005 (Safras da Seca). Os dados foram obtidos a partir de visitas realizadas em campo para mensurao dos tempos gastos pelos trabalhadores nas atividades de tratos culturais e colheita e para aplicao de questionrios previamente elaborados em entrevistas pessoais com o proprietrio e administrador da propriedade tomaticultora intencionalmente selecionada. A partir dessas matrizes foram feitas comparaes quanto5

Os EDR's - Escritrios de Desenvolvimento Rural - formam a estrutura organizacional da Coordenadoria de Assistncia Tcnica Integral (Cati/SAASP). O EDR-Itapeva formado por 15 municpios; o EDR-MogiMirim por 11 municpios (Artur Nogueira, Conchal, Cosmpolis, Engenheiro Coelho, Estiva Gerbi, Holambra, Itapira, Jaguarina, Mogi-Guau, Mogi-Mirim, e Santo Antnio de Posse) e o EDR-Campinas por 17 (Campinas, Campo Lindo Paulista, Elias Fausto, Hortolndia, Indaiatuba, Itatiba, Itupeva, Jarinu, Jundia, Louveira, Monte Mor, Morungaba, Paulnia, Sumar, Valinhos, Vrzea Paulista e Vinhedo). Mais detalhes em http://www.cati.sp.gov.br

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ao tempo das operaes realizadas e quantidade de materiais utilizados, assim como foi feita uma anlise do sistema de produo e colheita adotado pelo produtor. Por final, realizou-se o clculo do custo operacional da produo e colheita do tomate de mesa das duas safras pesquisadas. Consta tambm neste relatrio um registro das observaes de campo, realizadas pelo pesquisador, em relao s tcnicas utilizadas na lavoura e uma reviso bibliogrfica relacionada a comercializao e perda ps-colheita do tomate de mesa, e custo de produo.

2. REVISO BIBLIOGRFICA 2.1 Comercializao do Tomate de Mesa A cadeia da comercializao do tomate de mesa bem estruturada com agentes e funes claramente definidas. Os principais agentes econmicos envolvidos na distribuio do tomate de mesa so os atacadista e varejistas. Segundo LOURENZANI (2004), os atacadistas so agentes intermedirios no processo de distribuio que desempenham funes como vendas, promoes, armazenagem, transporte e transmisses de informaes, entre outras. Na distribuio de tomate in natura so identificados dois tipos de atacadistas, sendo o primeiro representado pelos permissionrios6 das Centrais de Abastecimento Sociedade Annima (CEASA) que tm como funo principal a disponibilidade de estoques. O segundo tipo representado pelos atacadistas que oferecem maior nvel de servios adicionais como o desdobramento das cargas de produtos, selecionando-os, acondicionando-os em embalagens de diversos tamanhos e tipos e realizando operaes logsticas. Os packinghouses7 encontram-se nesse segundo tipo j que realizam processos de limpeza e classificao dos produtos. As Centrais de Abastecimento, conhecidos como CEASAs, so pontos de concentrao fsica da produo de hortigranjeiros e flores oriundos de diversas regies do pas, sendo que o tomate possui grande representatividade de comercializao nesses centros. A CEAGESP (Companhia de Entrepostos e Armazns Gerias de So Paulo) representa o mais importante mercado atacadista da Amrica Latina, sendo responsvel6

Utiliza-se essa terminologia para o agente (pessoa fsica ou empresa) que possui recinto de venda, paga condomnio e, portanto, tem permisso para comercializar os produtos dentro da CEASA (LOURENZANI, 2004). 7 Os packing houses geralmente pertencem a grandes produtores de tomate, que classificam seu produto e de outros produtores rurais e fornecem s grandes redes varejistas (LOURENZANI, 2004).

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por comercializar em mdia 11 mil toneladas por dia (ANDREUCCETTI et. al., 2005). Os varejistas so representados principalmente pelas grandes redes de supermercadistas, supermercados de pequenos e mdios portes, varejes, sacoles e feiras livres. LOURENZANI (2004) identificou tambm dois canais principais na distribuio de tomate in natura no Estado de So Paulo. O primeiro refere-se distribuio por meio das centrais de compras mantidas pelas redes de auto-servios e o segundo comercializao por meio de CEASAs. Alguns produtores de supermercados j possuem contato direto com produtores rurais, e assim a cadeia de comercializao fica restrita a produtor-varejista antes do produto chegar ao condumidor final.

2.2 Tomate de Mesa: Perdas Ps-colheita. O tomate de mesa vendido principalmente para consumo em saladas e para confeco de molhos. A compra desse produto para consumo in natura refora a idia da boa qualidade do fruto, uma vez que sua aparncia fator decisivo da compra. No entanto, garantir a boa qualidade desses frutos tem sido um grande problema para os comercializantes, uma vez que o tomate altamente perecvel e muitas vezes sofre danos fsicos durante o seu processo de produo, colheita e comercializao. Cerca de 21 % da produo de tomate sofre danos ps-colheita que impossibilitam a sua comercializao. Tal ndice conseqncia principalmente de tcnicas inadequadas de manuseio, armazenamento e transporte dos frutos, alm do grande tempo de exposio no varejo a que so submetidos (FERREIRA et. al., 2004). FERREIRA et. al. (2004) afirmam que os tomates submetidos ao inadequado manuseio apresentam alta perda de massa (9,05%) e possui rea externa de dano fsico de 2,4 % por fruto, enquanto que os frutos retirados da planta apresentam 1,5 % de rea externa de dano fsico. As principais causas dos danos fsicos ocorrem ainda quando o tomate est na planta, devido ao ataque de insetos, ao sistema de amarrio utilizado e abraso das estacas de bambu. O manuseio na etapa da colheita influencia a perda da qualidade dos frutos, pois os tomates so colhidos da planta, colocados em cestas de bambu e posteriormente despejados em caixas K de madeira, fatores esses que aumentam a porcentagem de danos fsicos e perda de massa devido ao fato desses recipientes serem altamente rugosos e no passarem por um processo de limpeza antes de serem reutilizados, o que implica na perda de umidade e na proliferao de patgenos. Alm disso, as caixas do tipo K no so paletizveis e permitem um grande nmero de tomates

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sobrepostos, resultando em impactos durante o manuseio dessas embalagens e a compresso entre frutos. O armazenamento do tomate, durante sua comercializao, um fator condicionante para a conservao do produto. No entanto, pesquisa realizada por ANDREUCCETTI et. al. (2005) mostra que apenas 4,1% dos atacadistas possuem cmara de refrigerao para armazenamento de tomate. Pesquisa recentemente divulgada por ANDREUCCETTI et. al. (2005) mostra que a grande maioria dos compradores de tomate em supermercados estavam insatisfeitos com a qualidade desse produto (95,6%), sendo a principal causa desse descontentamento a presena de danos fsicos (cortes, furos e amassados) e o aspecto amarelo e descolorao desuniforme que apresentam. O tomate ideal para os consumidores aquele que apresenta boa durabilidade, colorao vermelha, firmeza e ausncia de injrias e de manchas. Na tentativa de solucionar as perdas ps-colheita e de oferecer aos consumidores um produto de melhor qualidade, os agentes da comercializao tm se preocupado com a melhoria de suas tcnicas de servio. Muitos permissionrios passaram a comercializam principalmente cultivares de tomates longa vida, este que um produto caracterizado por possuir maior resistncia ps-colheita. Alm disso, os supermercados vm exigindo a utilizao de caixas plsticas ou de papelo que evitam possveis injrias aos produtos. O tomate um produto que recebe uma seleo e classificao manual ainda no campo, porm esse produto recebe uma reclassificao antes de chegar aos supermercados ou feiras. Muitos produtos depois da colheita so destinados para packinhouses onde passam por uma melhor classificao, ou ainda, na CEAGESP onde recebem uma classificao manual. Vem crescendo o nmero de atacadistas que investem na montagem de packinghouses e em mquinas de seleo e classificao que garantem a boa uniformidade dos produtos comercializados, possibilitando com isso, atender as exigncias dos diversos compradores de tomate de mesa. Para a diminuio das perdas ps-colheita e aumento da vida til do tomate evidente que maiores cuidados devem ser tomados durante toda a cadeia da produo etapa da colheita e comercializao desse produto.

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2.4 Custos de Produo A produo de tomate feita a custos elevadssimos devido necessidade de altas dosagens de adubao, irrigaes pesadas, controle semanal de doenas e pragas, e do grande nmero de mo-de-obra exigente para a realizao dos tratos culturais e da colheita manual (MINAME, 1989). Segundo HOFFMANN (1980), para fins de Anlise Econmica, o termo custo significa a compensao que os donos dos fatores de produo, utilizados por uma firma para produzir determinado bem, devem receber para que eles continuem fornecendo esses fatores mesma. O custo operacional compe-se de todos os itens de custo considerados variveis (ou despesas) representados pelos dispndios em dinheiro, em mo-de-obra, sementes, fertilizantes, defensivos, combustvel, reparos, alimentao, vacinas, medicamentos e juros bancrios. Adiciona-se aos itens acima a parcela dos custos fixos representados pela depreciao dos bens durveis empregados no processo produtivo e pelo valor da mo-deobra familiar, que apesar de no remunerada realiza servios bsicos imprescindveis ao desenvolvimento da atividade. Alm desses, so apropriados ao custo operacional os impostos e taxas, que apesar de serem custos fixos esto associados produo (MATSUNAGA, 1976). As determinaes dos custos so feitas com vrias finalidades. Para o agricultor servem como elemento auxiliar de sua administrao na escolha das culturas, criaes e das prticas a serem utilizadas. Para o governo e entidades de classe, fornecem subsdios formulao de sua poltica agrcola. Essa poltica pode referir-se fixao de preos para efeito do tabelamento, ao clculo das necessidades de crdito, orientao dos trabalhos de assistncia tcnica produo e fixao de preos mnimos (HOFFMANN,1980). De acordo com HOFFMANN (1980), os dados necessrios para a determinao dos custos devem ser coletados preferivelmente a partir dos registros financeiros e fsicos da propriedade. Todavia, a grande maioria das propriedades agrcolas do Brasil ainda no possui registros fsicos, e mesmo a contabilidade financeira, quando existe, nem sempre apresenta uma classificao de despesas de modo a facilitar sua utilizao. No havendo registros, pode-se, de uma forma evidentemente menos precisa, coletar os dados com o auxlio de questionrios especialmente preparados e preenchidos atravs de uma entrevista com o responsvel pela explorao.

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3. MATERIAL E MTODOS 3.1 Materiais Para a realizao desta pesquisa selecionou-se um produtor de tomate localizado no municpio de Sumar, caracterizado por possuir estabelecimento8 produtivo representativo de sistemas tpicos das regies compreendidas pelos EDRs de Campinas e de Mogi Mirim, j que estas regies respondem por aproximadamente 29 % da oferta paulista do produto (Figura 1). Utilizou-se para as entrevistas com o produtor um questionrio previamente elaborado, conforme descreve a metodologia deste relatrio. Para a realizao destas entrevistas e dos levantamentos dos tempos de trabalho foi tambm utilizado o seguinte material: caderno, lpis e borracha; cronmetro; mquina fotogrfica digital e calculadora. As fontes bibliogrficas desta pesquisa constituram-se de artigos tcnicocientficos publicados em revistas especializadas e em anais de eventos, matrias de divulgao em jornais e revistas, livros e bases de Internet.

3.2 Metodologia Neste trabalho, as matrizes de coeficientes tcnicos de produo de tomate de mesa foram construdas segundo a metodologia desenvolvida pelo IEA (Instituto de Economia Agrcola), que envolve duas fases, conforme proposto por MELLO Coord (2000:49)9: Inicialmente elaborou-se um questionrio com questes abertas e fechadas obedecendo a uma estrutura lgica baseada fundamentalmente na progressividade, coerncia, ordenao lgica e linguagens usuais, cujo conjunto de variveis consideradas contemplou os seguintes tpicos: Montagem da infra-estrutura: cmputo das horas de trabalho da mo-de-obra e de mquinas e equipamentos em tarefas que permitiram a implantao da cultura, como desmanche de terraos da lavoura anterior; retirada e transporte de moures da safra anterior de tomate; montagem da rede de irrigao e para pulverizao de agroqumicos;8

Definido pelo IBGE, nos Censos Agropecurios, como sendo todo terreno de rea contnua, independente do tamanho ou situao (urbana ou rural), formado de uma ou mais parcelas, subordinado a um nico produtor, onde se processasse uma explorao agropecuria (INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATTICA, 1995/96). 9 As matrizes de coeficientes tcnicos so formadas, na realidade, por duas planilhas distintas. Uma relativa s operaes realizadas e cujos valores so expressos em horas de trabalho seja da mo-de-obra (comum e especializada) ou do uso de mquinas, equipamentos e implementos. A outra planilha d conta do material usado na produo, colheita e ps-colheita, discriminando as especificaes e as quantidades consumidas.

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construo dos ranchos para pr-seleo do produto no campo e de banheiros temporrios para os trabalhadores; Preparo do solo: descrio das operaes de subsolagem, gradagem, sistematizao do terreno, escarificao, riscao, distribuio de calcrio e demarcao das quadras, segundo o tipo e potncia das mquinas, equipamentos e implementos, especificando as horas de trabalho mecnico e humano; Tratos culturais: somatria das horas dedicadas s prticas definidas segundo a ordenao lgica de sua ocorrncia ao longo do processo produtivo (aplicao de herbicidas, adubao de plantio, plantio das mudas, amontoa, tutoramento, amarrao, desbrota, irrigao, adubao de cobertura e aplicao de agrotxicos), sendo caracterizadas tambm segundo o tipo e potncia do maquinrio e implementos utilizados e mo-de-obra requerida; Colheita e ps-colheita: mensurao das horas de trabalho humano demandas por estas tarefas no campo, e Material utilizado na produo: lista de todos os insumos e respectivas quantidades usadas nos processos de plantio ps-colheita. A partir deste questionrio realizou-se entrevista individual com o produtor de tomate de mesa selecionado. Com o objetivo de obter informaes precisas em relao ao tempo gasto pelos trabalhadores para a realizao das diversas atividades que a cultura do tomate exige, passou-se a acompanhar uma lavoura desde o transplante das mudas at a colheita, no perodo de agosto a dezembro de 2004 (Safra das guas). Junto propriedade, situada no municpio de Sumar/SP, foram realizadas nove visitas a campo, nas quais foram cronometrados os tempos que os trabalhadores gastavam para a realizao das diferentes tarefas agrcolas. Os tempos foram cronometrados trs vezes para cada tarefa, sendo estas referentes ao transplantes de mudas, tratos culturais, colheita e ps colheita. Os dados apresentados neste relatrio referem-se mdia aritmtica dos tempos das respectivas tarefas. Com a finalidade de obter uma outra matriz dos coeficientes tcnicos, correspondente Safra da Seca, acompanhou-se o mesmo produtor no perodo de janeiro a junho de 2005. Para isso realizou-se seis visitas de campo e mais uma entrevista com o agrnomo responsvel pela lavoura. Assim tornou-se possvel realizar comparaes quanto ao tempo das operaes e aos materiais utilizados entre as safras. Durante essas visitas de campo foram registradas pelo pesquisador, num dirio de

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campo, observaes relacionadas aos recursos fsicos, condies de trabalho dos trabalhadores, o uso de tcnicas agrcolas, aspecto em geral da lavoura, etc. Estas observaes compem tambm este relatrio. Por fim, realizou-se o clculo dos custos de produo e colheita referente Safra das guas e a Safra da Seca. Os custos apresentados neste relatrio referem-se aos custos operacionais, descrito por MATSUNAGA (1976). Para isso realizou-se o levantamento das despesas com insumos, servios, mo-de-obra contratada, mo-de-obra temporria, reparos e depreciao dos equipamentos agrcolas, a partir de informaes fornecidas pelo produtor.

4. RESULTADOS E DISCUSSO 4.1 Observaes Qualitativas Dirio de Campo do Pesquisador A cultura de tomate envarado fortemente demandante de mo-de-obra, pois esse cultivo necessita de diversos tratos culturais, pulverizaes e colheita manual. Durante as visitas na lavoura de tomate, observou-se a maneira como eram realizadas as atividades de campo. As principais observaes foram descritas abaixo. Aps a montagem da infra-estrutura da lavoura e preparo do solo, inicia-se o transplantio de mudas. Essa atividade se dividi em trs fases: covear, colocar a muda e jogar terra. A cova feita utilizando-se um instrumento de madeira que fura o solo e marca o local da prxima cova, obedecendo a um espaamento de 50 cm entre plantas. Observou-se que no transplantio de mudas h um gasto extra de tempo (40 seg) a cada 80 plantas devido s interrupes que ocorrem para buscar outra bandeja de mudas, j que cada bandeja contm 200 mudas de tomate. Para 10.000 ps, esse tempo resulta em 1 hora e vinte minutos. Os trabalhadores param para descansar em mdia 2 min a cada fileira (80 covas). Depois do transplantio, inicia-se a fase de tutoramento da planta. O tutoramento consiste na colocao de um tutor (estaca), que vai servir de sustentao para a planta e garantir seu desenvolvimento axial. Primeiro colocam-se as cruzetas que ajudaro na sustentao das estaca. As cruzetas so duas estacas de bambu cruzadas colocadas a cada dez plantas, e que sero posteriormente amarradas por um arame e ligadas s estacas de cada planta. Para a colocao das cruzetas preciso furar o solo, colocar a cruzeta, amarrar e esticar o arame. Essa tarefa feita no sentido perpendicular s linhas das

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plantas, e como a maioria dos terrenos no totalmente retangular preciso colocar uma fita no cho para que os trabalhadores faam os furos no local certo seguindo uma reta de acordo com o formato do terreno. A tarefa erguer leira, ou seja, jogar terra prximo planta, serve para garantir a sustentao da planta quando ela ainda est pequena. Durante essa operao, aproveita-se para colocar adubo nas proximidades da base da planta antes de jogar a terra propriamente dita. Essa tarefa contribui para abrir o acerto dos terrenos entre as linhas da plantao, o que ajuda na passagem dos trabalhadores para a realizao das prximas tarefas assim como a prtica da irrigao por sulco. A colocao de estacas realizada logo aps o erguer leira. A estaca, por ser mais fina, fincada diretamente no solo e essa tarefa facilitada quando o solo est mido. H um gasto de tempo para o trabalhador buscar as estacas no final de cada fileira que dura em mdia 1 min. Aps a colocao das estacas amarrado um arame unindo-as entre si e estas s cruzetas e aos moures que ficam no final de cada fileira. Finalmente o arame esticado garantindo a boa sustentao de todo o sistema (cruzetas, estacas e moures). A aplicao de agrotxicos realizada em mdia duas vezes por semana desde o transplantio da muda at a colheita do produto, com a finalidade de controlar as pragas e doenas. Os trabalhadores aplicam os agrotxicos com um equipamento formado por uma mangueira com um bico injetor numa extremidade que acionado pelo trabalhador no momento de pulverizao das planta. Essa mangueira est conectada a uma canalizao pela qual os agrotxicos so distribudos, por gravidade ou bombeamento com uso de um trator, para toda a lavoura a partir de um tanque. Para a realizao dessa tarefa os trabalhadores utilizam equipamentos de proteo individual (IPIs) como luvas, respirador, viseira, touca rabe, cala, blusa, avental e bota. No entanto, observou-se que enquanto um trabalhador est pulverizando outro trabalhador permanece na lavoura realizando outra atividade sem se proteger dos agroqumicos. Isso identifica uma falta de conscientizao ou displicncia de alguns trabalhadores em relao ao perigo que os defensivos causam para a sade. Ainda so aplicados outros agroqumicos, como os fungicidas, porm essa prtica ocorre, em geral, apenas duas vezes enquanto a planta ainda pequena. Para aplicao dos fungicidas preciso ser feito um furo a 5 cm do p do tomateiro, onde depois colocado o produto.

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O amarrio consiste na amarrao da planta estaca utilizando-se para tanto uma fita plstica. Esta tarefa realizada durante toda a fase de desenvolvimento da planta. O primeiro amarrio feito aps um ms do transplantio quando a planta ainda est bem pequena, sendo essa uma das tarefas que mais exige esforo fsico do trabalhador, j que este permanece em postura agachada, portanto bastante desconfortvel, durante todo o tempo de trabalho. Juntamente com o amarrio faz-se a desbrota, que consiste na retirada de ramificaes laterais que no produzem frutos. Em uma safra realizam-se em mdia cinco amarrios e desbrotas. Quando a planta atinge uma altura de 1,80 m faz-se o corte em seu ramo principal evitando assim que ela continue crescendo. Observou-se que durante a realizao do amarrio e da desbrota os trabalhadores no utilizam luvas para se protegerem dos agroqumicos presentes na plantas. A colheita inicia-se, em mdia, aps 70 dias do transplantio e tem durao de 45 a 60 dias dependendo da poca da safra. Geralmente a safra de inverno (60 dias) mais duradoura que a safra de vero (45 dias), pois as temperaturas mais altas favorecem o amadurecimento dos frutos. As primeiras colheitas exigem que os trabalhadores permaneam em condies penosas de trabalho, j que os frutos maduros dessa poca encontram-se na parte mais baixa da planta (Figura 2). Os tomates adequados para colher devem apresentar um tamanho ideal para consumo e colorao pouco avermelhada ou ainda verde, pois ir amadurecer at chegar ao consumidor. A boa colheita refere-se poca em que existe um maior nmero de tomates maduros e ocorre em torno de 15 dias aps a primeira colheita. Geralmente contrata-se maior nmero de mo-de-obra para essa poca.

Figura 2. Colheita do Tomate de Mesa.Fonte: Dados da Pesquisa (2004)

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Na colheita os tomates so colocados em um cesto (figura 3a), no qual os trabalhadores jogam os frutos de uma altura inadequada correspondente a aproximadamente a distncia entre o cho e seu brao em posio de descanso, e depois os despejam em um carrinho (figura 3b), no qual o produto levado at o rancho. Observou-se um inadequado manuseio dos frutos no campo, pois os tomates sofrem grandes impactos e ainda so colocados uns sobre os outros em grandes quantidades nas caixas, o que provoca injrias aos frutos e compromete sua qualidade. Apenas alguns trabalhadores utilizam luvas para colher os frutos. As luvas e os cestos so usados em mais que uma safra e por isso apresentam-se sujos.

(a) (b) Figura 3. Cesta utilizada na colheita (a) e Carrinho que transporta os frutos at o rancho (b) na Lavoura de Tomate de Mesa.Fonte: Dados da Pesquisa (2004)

Depois da colheita, os frutos passam por uma pr-seleo realizado no rancho que fica no campo de produo (figura 4). Essa pr-seleo envolve um ciclo de tarefas: primeiro colocam-se os tomates em uma bancada e retiram-se os frutos podres e danificados, depois os trabalhadores selecionam os frutos manualmente segundo sua cor e tamanho e os colocam em caixas plsticas fornecidas pelo comprador, e, finalmente essas caixas so empilhadas e colocadas no caminho transportador. Observou-se que a quantidade de tomate colocado nas caixas geralmente excede a altura mxima da caixa o que implica em perdas por esmagamento dos frutos durante o empilhamento. No rancho os trabalhadores no utilizam luvas para manusear os frutos, e durante a seleo, os frutos so jogados nas caixas, levando ao aumento do nmero de injrias. De acordo com FERREIRA et. al. (2004), o inadequado manuseio do tomate durante sua produo e

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colheita causa danos fsicos aos produtos, comprometendo sua qualidade final e levando ao aumento das perdas.

Figura 4. Pr Seleo e Classificao realizada na lavoura de Tomate de Mesa.Fonte: Dados da Pesquisa (2004)

4.2 As Matrizes dos Coeficientes Tcnicos O produtor pesquisado proprietrio de um imvel rural de 480ha localizado na divisa entre os municpios de Sumar e Monte Mor (EDR-Campinas). Os dados apresentados neste trabalho referem-se a um estabelecimento que, na poca da Safra das guas, era formado por 70ha (40ha terras prprias e 30ha arrendados de terceiros) e na poca da Safra da Seca por 66ha (24ha terras prprias e 42ha arrendados de terceiros). Este produtor possua um nvel tecnolgico superior mdia regional e estadual, cujas prticas discriminantes desta condio referiam-se gesto da lavoura realizada por um membro da famlia e por um agrnomo, prtica do controle integrado de insetos e microorganismos patognicos com assistncia tcnica de uma empresa especializada, e ao uso de irrigao pelo sistema de gotejamento. Este produtor contratou, para as safras pesquisadas, trabalhadores permanentes e temporrios cujos salrios eram complementados com uma parcela de participao nos lucros calculada com a base na renda bruta, custos diretos de produo e demais custos indiretos. A produo da Safra das guas contava com 250.000 ps de tomate, cuja rea de produo era de 20 ha. J a Safra da Seca tinha uma rea de 17 ha (212.500 ps). A Safra das guas apresentou uma produtividade mdia de 3.616,3 caixas 23Kg/ha, enquanto que na Safra da Seca foi de 3.991,5 caixas 23Kg/ha.

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4.2.1 Coeficientes Tcnicos das Operaes Agrcolas Nas tabelas 1 e 2 apresentam-se as matrizes dos coeficientes tcnicos relativas as operaes agrcolas da Safra das guas SA (Ago-Dez/2004) e da Safra da Seca - SS (Jan-Jun/2005) respectivamente. Analisando comparativamente as tabelas 1 e 2 verifica-se que a Safra da Seca demandou cerca de 30% a mais de mo-de-obra comum (2.303,70horas/10.000ps) que a Safra das guas (1.782,60horas/10.000ps), enquanto que a mo-de-obra tratorista das duas safras apresentaram-se bem prximas uma da outra, sendo 122,13 horas/10.000ps para a Safra da Seca e 128,96 horas/10.000ps para a Safra das guas. O principal fator que contribuiu para essa considervel diferena de horas de servio de mo-de-obra comum entre as duas safras foi que a Safra da Seca, caracterizada por possuir uma colheita mais prolongada (60 dias), utilizou 590 horas de mo-de-obra comum para a colheita e 720 horas para a seleo e classificao do produto no campo, enquanto que a Safra das guas (45 dias) utilizou 385 horas para a colheita e 576 horas para a seleo e classificao do produto. As tarefas como irrigao e aplicao de agrotxicos tambm contriburam para esse resultado, pois se observou que a Safra da Seca utilizou 133% a mais de horas para a irrigao que a Safra das guas, e 11,5% a mais de horas para aplicao de agrotxicos. Esse maior tempo de irrigao que a Safra da Seca apresentou ocorreu devido ao fato de ser caracterstico dessa safra, como o prprio nome diz, o baixo ndice de pluviosidade na fase crtica do amadurecimento e colheita dos produtos. Na figura 5 apresentam-se o total de tempo gasto nas principais tarefas realizadas pelos trabalhadores manualmente na produo de tomate. Pode-se observar que, tanto para a Safra das guas quanto para a da Seca, as tarefas que mais utilizaram mo-de-obra comum foram o tutoramento, amarrio e desbrota, colheita e seleo e classificao dos produtos.

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Seleo e Classificao Colheita Aplicao de Agrotxicos Irrigao Tutoramento, amarrao e desbrota Transplantio e amontoa Adubao 0 1 50 300 450 600 750 900 Safra da Seca Safra das guas

Figura 5. Total de horas utilizadas nas principais operaes realizadas por mo-deobra comum na Safra das guas e na Safra da Seca de Tomate de Mesa, EDRCampinas, 10.000ps, 2004/2005. Dentre os equipamentos utilizados para as diversas operaes, observa-se pelo grfico da figura 6, que os equipamentos mais utilizados em ambas as safras foram o pulverizador glastanque (2.000L), a moto-bomba (120cv) e o trator (180cv). O uso intensivo desses equipamentos ocorreram diversas vezes durante todo o processo de desenvolvimento da planta, sejam o trator e o Glastanque para a aplicao de agrotxicos, seja a moto-bomba utilizada para a irrigao. Na Safra das guas, a motobomba foi responsvel por 28% do total de horas de servio dos equipamentos. J na Safra da Seca esse valor corresponde a 48%, devido ao maior nmero de irrigaes realizadas nessa safra.C a m in h o

M o t o b o m a ( 12 0 c v )

P u lv e r iz a d o r d e b a r r a

R is c a d o r

P la in a

S u b s o la d o r

T r a t o r ( 14 0 c v )

T ra to r (8 0 c v)

0

30

60

90

120 150 180 210

Safra da Seca Safra das guas

Total de Horas

Figura 6. Total de horas utilizadas pelos equipamentos na Safra das guas e na Safra da Seca de Tomate de Mesa, EDR-Campinas, 10.000ps, 2004/2005. 16

Tabela 1. Coeficientes Tcnicos da Cultura do Tomate de Mesa, EDR-Campinas, 10.000 ps, Safra das guas (Ago-Dez/2004). Operaes Agrcolas (em hora de servio).Mo-de-Obra Tratorista/ Motorista Trator 80 cv 100 cv 140 cv 160 cv Subsolador Mquinas e implementos Escarificador Riscador Carregadora Pulverizador de barra Glas tanque Motobomba (120 cv) Carreta (4t) Caminho pesado

Operao 1. Montagem da infra-estrutura Desmanche terraos da lavoura anterior Retirada e transporte de moures/estacas Distribuio e colocao dos moures Montagem do encanamento de irrigao Montagem da rede de pulverizao Construo do "rancho" Construo de banheiro 2. Preparo do solo Subsolagem Gradagem (2x) Sistematizao do terreno Escarificao Riscao Distribuio de calcrio Demarcao de quadra 3. Tratos culturais Aplicao de herbicidas (pr-emergente) Aplicao de herbicidas (ps-plantio) Adubao mineral e orgnica Coveamento, plantio das mudas e amontoa Tutoramento, amarrao e desbrota (6x) Irrigao por gotejamento(33x) Adubao de cobertura (15x) Aplicao de agrotxicos (30x) 4. Colheita e ps-colheita Colheita manual Seleo e classificao do produto no campo

Comum

Grade

Plaina

24,00 40,00 8,60 4,00 32,00 2,00

0,50 12,00 4,00 0,40 0,10 0,04 0,02

0,40 0,10 0,04 0,02

0,50 12,00 -

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

-

0,40 0,10 0,04 0,02

12,00 4,00 -

2,00

2,00 8,40 0,50 1,50 1,50 1,00 -

1,00 -

0,50 1,50 -

8,40 -

2,00 1,50 -

2,00 -

8,40 -

0,50 -

1,50 -

1,50 -

1,00 -

-

-

-

-

-

3,00 48,00 60,00 420,00 33,00 15,00 130,00

4,00 3,00 90,00

4,00 1,00 90,00

-

-

-

-

-

-

-

-

-

4,00 -

3,00 90,00

99,00 -

1,00 -

2,00 -

385,00 576,00

128,96

96,54

14,50

8,40

3,50

2,00

8,40

0,50

1,50

1,50

1,00

4,00

93,00

99,00

1,56

18,00

1.782,60 Total de Horas Fonte: Dados da Pesquisa (2004).

Tabela 2. Coeficientes Tcnicos da Cultura do Tomate de Mesa, EDR-Campinas, 10.000 ps, Safra da Seca (Jan-Jun/2005). Operaes Agrcolas (em hora de servio).

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Mo-de-Obra Operao 1. Montagem da infra-estrutura Desmanche terraos da lavoura anterior Retirada e transporte de moures/estacas Distribuio e colocao dos moures Montagem do encanamento de irrigao Montagem da rede de pulverizao Construo do "rancho" Construo de banheiro 2. Preparo do solo Subsolagem Gradagem (2x) Sistematizao do terreno Escarificao Riscao Distribuio de calcrio Demarcao de quadra 3. Tratos culturais Aplicao de herbicidas (pr-emergente) Aplicao de herbicidas (ps-plantio) Adubao mineral e orgnica Coveamento, plantio das mudas e amontoa Tutoramento, amarrao e desbrota (6x) Irrigao por gotejamento (77x) Adubao de cobertura (15x) Aplicao de agrotxicos (45x) 4. Colheita e ps-colheita Colheita manual Seleo e classificao do produto no campo 590,00 720,00 122,13 101,23 12,70 1,50 1,90 1,00 1,50 0,60 3,00 50,00 90,00 480,00 77,00 15,00 145,00 4,00 1,00 95,00 4,00 1,00 95,00 1,70 1,00 1,50 0,60 0,90 0,60 0,50 0,50 0,60 0,60 1,50 1,00 0,90 1,00 1,50 0,60 20,00 48,00 8,00 10,00 40,00 6,00 1,50 10,00 4,80 0,37 0,25 0,05 0,06 0,37 0,25 0,05 0,06 1,50 10,00 Comum Tratorista/ Motorista Trator 80 cv 100 cv 140 cv 160 cv Subsolador Grade Plaina

Mquinas e implementos Escarificador Riscador Carregadora Pulverizador de barra Glas tanque Motobomba (120 cv) Carret a (4t) Caminho pesado

-

-

-

-

-

-

0,37 0,25 0,05 0,06

10,00 4,80 -

0,90 -

0,60 -

0,50 -

-

-

-

-

-

-

-

-

4,00 -

3,00 95,00

231,00 -

1,00 -

2,00 -

0,90

0,60

0,50

4,00

97,00

231,00

1,73

16,80

2.303,70 Total de Horas Fonte: Dados da Pesquisa (2005).

18

4.2.2 Coeficientes Tcnicos de Material Utilizado Nas tabelas 3 e 4 apresentam-se as matrizes dos coeficientes tcnicos relativas aos materiais utilizados na Safra das guas e na Safra da Seca, respectivamente. Essas tabelas mostram a quantidade total dos principais insumos utilizados pelas safras pesquisadas. As especificaes da quantidade e tipo de insumos com seus respectivos preos, assim como especificaes de outras despesas, so apresentadas detalhadamente no Anexo 1. Verifica-se, pela anlise das citadas tabelas, que a produo de tomate de ambas as safras exigiu uma grande quantidade e variedade de insumos como sementes, fertilizantes, adubos, inseticidas, fungicidas, herbicidas, combustvel e lubrificantes. Dentre os materiais utilizados, destaca-se a grande quantidade de composto orgnico, sobretudo na Safra das guas cujo consumo foi de 4.087 t contra 3.906 t na Safra da Seca.

Tabela 3. Coeficientes Tcnicos da Cultura do Tomate de Mesa, EDR-Campinas, 10.000 ps, Safra das guas (Ago-Dez/2004). (Material Utilizado). Material utilizado Sementes Calcrio Fertilizantes Composto Orgnico Adubo Adubo Foliar Inseticida Fungicida Herbicida Combustvel e Lubrificantes Fonte: Dados da Pesquisa (2004). Unidade Envelope t L Kg t t L Kg L Kg L Kg L Kg L Quantidade 12,52 2,40 1,44 40,00 4.087,28 8,02 31,21 51,52 22,94 75,02 3,60 168,52 1,08 0,34 226,64

Tabela 4. Coeficientes Tcnicos da Cultura do Tomate de Mesa, EDR-Campinas, 19

10.000 ps, Safra da Seca (Jan-Jun/2005). (Material Utilizado). Material utilizado Sementes Calcrio Fertilizantes Composto Orgnico Adubo Adubo Foliar Inseticida Fungicida Herbicida Combustvel e Lubrificantes Fonte: Dados da Pesquisa (2005). Unidade Envelope t L Kg t t L Kg L Kg L Kg L Kg L Quantidade 11,59 1,88 2,07 14,12 3.905,88 23,53 27,11 21,17 25,30 41,53 126,00 39,31 12,00 0,19 321,03

Para fins de anlise comparativa, apresenta-se na figura 7 o total das despesas gastas com os principais insumos utilizados nas safras pesquisadas. Verifica-se que os maiores gastos, em ambas as safras, referem-se a compra de sementes, adubo e inseticida. A Safra das guas apresentou uma despesa maior para a compra dos diversos tipos de inseticidas. J a Safra da Seca apresentou um gasto maior com adubos. Em relao aos demais insumos, pode-se dizer que as duas safras apresentaram custos bem prximos uma da outra.5000

4000

3000

R$2000 1 000 0

Inseticida

Fertilizantes

Sementes

Herbicida

Adubo

Safra das guas Safra da Seca

Figura 7. Total de despesas com os principais insumos utilizados na Safra das guas e na Safra da Seca de Tomate de Mesa, EDR-Campinas, 10.000ps, 2004/2005.

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4.2.3 Tempos Gastos nas Operaes Agrcolas: Comparaes entre as Safras da Seca de 2004 e 2005. A tabela 5 refere-se aos tempos gastos nas principais tarefas realizadas por mo-deobra comum para a Safra da Seca de 2004 (Jan-Jun/04) e para a Safra da Seca de 2005 (Jan-Jun/05). Os dados apresentados na safra de 2004 foram obtidos a partir de declarao do produtor e na safra de 2005 a partir de levantamento realizado pelo pesquisador.

Tabela 5. Tempo de trabalho humano para a realizao das tarefas agrcolas das Safras da Seca de 2004 e 2005. Tarefas Coveamento, plantio de mudas e amontoa Turoramento, amarrio e desbrota Aplicao de Agrotxicos Colheita Manual Seleo e ClassificaoFonte: Dados de Pesquisa (2004 e 2005).

2004 (horas) 50,0 240,0 308,0 720,0 432,0

2005 (horas) 90,0 480,0 145,0 590,0 720,0

Por se tratar de duas safras realizadas em um mesmo perodo do ano (Jan-Jun), as tarefas descritas na tabela 5 deveriam apresentar dados bem prximos quanto ao tempo de trabalho. No entanto, observa-se uma diferena nos resultados apresentados entre as safras. Nos dados da safra levantada pelo pesquisador, as tarefas como coveamento, plantio de mudas e amontoa apresentaram cerca de 55% a mais de tempo gasto que os dados da safra declarados pelo produtor. O mesmo ocorreu em relao realizao do tutoramento, amarrio e desbrota s que na proporo do dobro de horas. Nas tarefas como aplicao de agrotxicos e colheita manual a situao se inverte, verificando-se que a safra de 2004 (valores declarados) apresentou cerca de 47% e 82% a mais de horas que a safra de 2005 (valores mensurados). Algumas hipteses podem ser levantadas para explicar as significativas diferenas encontradas entre o registro das horas de trabalho declarado pelo produtor e a cronometragem em campo. Uma explicao reside no fato do trabalhador, ao saber que est sendo observado, realiza suas tarefas de maneira diferente da usual. Por outro lado, h tambm a possibilidade do produtor contar com sistema falho no que diz respeito ao registro das operaes realizadas em campo apesar deste produtor ser caracterizado por obter um controle administrativo da sua produo agrcola.

21

4.3 Custos Para o clculo dos custos de produo e colheita, consideraram-se os custos operacionais das safras, segundo metodologia de MATSUNAGA (1976). Desconsiderouse para fins de clculo do custo a remunerao do produtor rural tendo em vista que ele dedica-se a inmeras atividades, ficando difcil atribuir uma remunerao especfica para o tomate e mesa. Tambm foram desconsideradas as despesas com arrendamento da terra, taxas e juros bancrios. Na tabela 6 apresentam-se os custos com insumos, equipamentos, mo-de-obra e outros servios assim como o custo total da produo e colheita da Safra das guas e da Safra da Seca. Para o clculo de reparos e depreciao dos equipamentos, utilizou-se a metodologia adotada por MOLIN & MILAN (2002), que define as despesas com reparo e manuteno das mquinas e equipamentos como sendo a razo entre o valor de aquisio da mquina e sua vida til (R$/hora) multiplicado pelo nmero de horas do servio realizado pela mquina. Para calcular a depreciao considerou-se 85 % do valor de aquisio do equipamento e dividiu-se esse valor pelo tempo de vida til (R$/hora) e finalmente multiplicou o resultado pelas horas trabalhadas.

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Tabela 6. Custos de Produo e Colheita de Tomate de Mesa da Safra das guas e da Safra da Seca, EDR-Campinas, 10.000ps, 2004/2005.Custos Insumos Sementes Calcrio Fertilizantes Composto Orgnico Adubo Adubo Foliar Inseticida Fungicida Herbicida EPIs Outros Total Equipamentos Combustvel e Lubrificantes Reparos e Manuteno Depreciao Total Mo-de-obra Mo-de-obra contratada Ma-de-obra temporria Total Outras Despesas Assistncia Tcnica Transporte externo Outros Total Custo Total Fonte: Dados de Pesquisa (2004 e 2005). Safra das guas R$ 2760,48 68,64 94,72 287,14 2747,97 1103,61 4242,34 1418,04 252,74 80,50 6049,14 19105,32 425,05 813,16 691,18 1929,39 4560,00 570,00 5130,00 159,97 165,89 38,29 364,15 26528,86 Safra da Seca R$ 2442,69 64,71 214,36 279,50 4332,92 1486,88 2404,13 1688,74 356,12 80,50 6036,38 19386,93 527,78 887,67 754,52 2169,97 4560,00 760,00 5320,00 157,32 278,06 87,29 522,67 27399,57

A Safra das guas apresentou um total de custo de produo e colheita de R$ 33.161,08/ha e a Safra da Seca R$ 34.249,46/ha. Esses valores equivalem a R$ 2,65/planta e R$ 2,74/planta respectivamente. Segundo AGRINUAL (2005), o custo de produo do tomate de mesa de R$ 32.098,00, verifica-se que os valores encontrados para ambas as safras so bem prximos da literatura citada. De acordo com a figura 8, pode-se dizer que as maiores despesas em ambas as safras foram relacionadas principalmente para compra de insumos como sementes, adubos, agrotxicos e outros, representando aproximadamente 72% do total do custo para a Safra das guas e 70% para a Safra da Seca. Tanto a Safra das guas como a Safra da Seca tiveram 19% de seu custo total direcionado para mo-de-obra. A despesa com equipamentos (combustvel, reparos e

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depreciao) responsvel por 7% do custo total da Safra das guas e 8% da Safra da Seca.

(a)

(b)

Figura 8. Principais despesas para produo e colheita de tomate de mesa da Safra das guas (a) e da Safra da Seca (b), EDR-Campinas, 10.000ps, 2004/2005.

5. CONCLUSO Este trabalho atendeu aos objetivos gerais e especficos propostos em seu projeto inicial. Inicialmente obtive-se as matrizes dos coeficientes tcnicos de produo e colheita do tomate de mesa, utilizando a metodologia adotada pelo IEA (Instituto de Economia Agrcola), de um produtor representativo da regio de Mogi Mirim e de um produtor representativo da regio de Campinas, conforme apresentado no relatrio parcial. Na segunda etapa da pesquisa, realizou-se um levantamento de campo que propiciou obter dados mais prximos do real, com isso construiu-se as matrizes dos coeficientes tcnicos referente Safra das guas (Ago-Dez/2004) e a Safra da Seca (Jan-Jun/2005) de um mesmo produtor, e ainda, obteve-se os respectivos custos de produo e colheita dessas safras. Dentre as principais diferenas identificadas nas matrizes dos coeficientes tcnicos de operaes da Safra das guas e da Safra da Seca, destaca-se a maior demanda de mo24

de-obra que a Safra da Seca apresentou. Isso deve-se ao fato da presena de uma colheita mais prolongada na Safra das guas, e com isso aumentou-se significativamente o nmero de horas trabalhadas para a realizao da irrigao, aplicao de agrotxicos, colheita e seleo e classificao do produto. Os equipamentos mais utilizados em ambas as safras foram os relacionados irrigao e aplicao de agrotxicos, uma vez que essas atividades so realizadas durante todo o processo produtivo da planta. Em relao as matrizes dos coeficientes tcnicos de material utilizado, as duas safras apresentaram significativa diferena apenas quanto quantidade de adubo utilizado. As principais despesas apresentadas pelas safras foram com a compra de insumos como agrotxicos, sementes e adubos, estes que representaram aproximadamente 72% do custo total da Safra das guas e 70% da Safra da Seca. Conforme proposto pelo relatrio parcial, fez-se uma validao dos dados declarados pelo produtor em relao ao tempo de servio necessrio para a realizao das principais tarefas manuais, e com isso, evidenciou-se que suas informaes eram diferentes dos dados obtidos em campo. De acordo com as observaes qualitativas realizadas pelo pesquisador durante as visitas de campo, o produtor pesquisado apresentou um inadequado manuseio dos frutos aps sua colheita. Muitas vezes os frutos eram submetidos a grandes impactos e eram armazenados em cestas e caixas que no recebiam higienizao e prejudicavam a superfcie do produto. Alm disso, foram identificadas condies penosas de trabalho e o contato do trabalhador com agrotxicos presentes na superfcie do fruto devido a no utilizao de luvas em diversas tarefas.

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7. ANEXO Anexo 1. Insumos utilizados na Safra das guas (2004) e na Safra da Seca (2005) com seus respectivos preos correntes.Material utilizado Especificao Sementes tomate Alambra Sementes tomate Andrea Sementes tomate Aplauso Sementes tomate Dbora Sementes Giovana Sementes tomate H. Rani Formao de Mudas Sementes tomate H. Milen Sementes tomate Nemoneta Sementes Millenium Sementes tomate Stillus Sementes tomate Ty-Fanny Formao de mudas + frete Total Calcrio Diagan Calcrio Dolomitico Minercal Total Fertilizante Scheer K-Tionic Sulfato de Magnsio Total Composto orgnico Composto Orgnico da Visa Frtil Total Adubo 4.14.08 Adubo Hidro Basifertil Cloreto de Potssio Hoyall NKS MAP Nitrato de Clcio Nitrato de Potssio NKS Total ASP Flora Bioforte Bionzyme Boadacre Cal Condicionante de solo Extrato Pirolenhoso Unidade Envelope Envelope Envelope Envelope Envelope Envelope Envelope Envelope Envelope Envelope Envelope Unid. Envelope Ton Ton Ton Ton L L Kg L Kg Ton Ton Ton Ton Ton Ton Ton Ton Ton Ton Ton Ton L L L L L Kg L 2,08 12,52 2,40 2,40 1,44 40,00 1,44 40,00 4087,28 4087,28 7,16 0,06 0,12 0,02 0,41 0,24 8,02 0,96 1800,00 496,80 68,08 2760,48 68,64 68,64 54,72 40,00 94,72 287,14 287,14 2136,87 0,08 107,97 0,06 502,64 0,35 2747,97 44,16 32,40 0,45 18,90 0,74 0,21 0,24 23,53 779,16 238,59 838,00 358,31 359,76 4332,92 0,14 1,88 2,07 14,12 2,07 14,12 3905,88 3905,88 2,59 0,40 16,09 64,71 131,07 83,29 214,36 279,50 279,50 1279,10 480,00 0,04 0,04 10,00 8,40 0,14 0,24 0,14 0,94 11,59 1,74 28,24 47,06 28,24 230,59 2442,69 48,62 0,08 17,60 0,24 47,39 Safra das guas Quantidade 10,20 0,08 R$ 2142,00 17,60 0,24 49,88 Safra da Seca Quantidade 9,65 R$ 2011,29

Calcrio

Fertilizantes

Adubo

Adubo Foliar

5,60 4,00 7,40

1,16 2,00 44,40

1,98 0,94 1,88 11,11

336,00 72,94 37,65 66,64 Continua...

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Continuao... Material utilizado Especificao Fertiactyl F F Completo F. Forte Molibifo Folha Forte WG Lithofrtil Mag. Flo Mukussu Phytus-K (GL 5L) P.S.B. Adti.Enzimat Reduzinc Sulfato de Cobre Supa Cobre Supa. Potssio Total Abamex Acefato Actara Akito Astro Calypso Cefanol Confidor Danimen Decis Deltaphos Elsan Folisuper Furadan Gallaxi Lannate Intrepid Marshal Match Meothin Metamidofos Ofunack Permitrina Pirate Pirinex Podium Provado Rumo Thiobel Tiger Unidade L L L L Kg L L L Kg L Kg L L L Kg L Kg Kg L L L Kg Kg L L L L L Kg L L L L L L L L L L L L L Kg Kg L Safra das guas Quantidade 0,80 4,68 1,12 2,40 40,00 8,00 1,12 7,52 0,09 R$ 44,80 46,80 56,00 115,20 50,40 64,00 74,88 526,40 1,01 Safra da Seca Quantidade 1,13 1,53 R$ 18,64 61,18

1,88

65,88

Adubo Foliar

31,21 51,52 0,40 5,90

1103,61 39,20 217,01

9,41 0,24 11,76 3,36 3,06 27,11 21,17 2,26 0,94 0,52

658,82 2,59 38,82 116,25 11,47 1486,88 216,14 4,81 42,45 21,46 103,54

0,88 0,16 0,66 0,48 1,86 0,14 49,00 0,26 3,94 1,66 3,00 1,00

23,50 36,48 483,09 60,00 102,11 2,94 419,44 43,43 90,15 267,49 195,00 115,00

0,09 2,52

2,35 1,74 0,05 31,76 0,80 4,00 1,98 0,19 2,21 0,09 3,95

11,76 64,42 2,35 296,68 121,52 87,79 235,78 10,35 243,29 10,31 160,49

Inseticida

0,36 1,37

27,00 285,95 2,82 0,24 1,13 3,53 2,78 0,69 66,92 9,53 171,67 172,06 105,51 229,17 Continua..

1,32 13,50 4,20 1,40

213,84 145,00 207,12 522,65

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Continuao... Material utilizado Tracer Trebon Turbo Vermitec Total Agrimaicin Agrotrich Amistar Censor Cercobin Cicatrix Cobre Vermelho Curzate Dithane Folha F. Fortalez Folha F. Phosforte Fungitol Galben-M Kocide Manzate Metiltiofan Midas Orthocide Ridomil Total Fusilade Galant Gramoxone Katana Roudup Sencor Total Combustvel e Lubrificantes leo Diesel leo Vegetal leo Vegetal Graxol Total Especificao Unidade L Kg L L L Kg Kg Kg Kg L Kg L Kg Kg Kg Kg L Kg Kg Kg Kg L Kg Kg Kg L Kg L L L Kg L L L Kg L L L L Safra das guas Quantidade 0,35 1,76 1,93 2,42 22,94 75,02 21,20 R$ 235,80 78,58 165,36 266,20 4242,34 593,60 Safra da Seca Quantidade R$

Inseticida

0,19 25,30 41,53 4,89 19,29 0,07 0,38 4,94 3,06

16,13 2404,13 292,67 520,94 74,26 93,36 32,09 109,81 42,35 32,19 72,93 145,88 171,85 48,12 23,27 29,02 1688,74 57,28 36,71 55,72 191,01 15,40 356,12 473,90 53,88 527,78

2,76 3,60 0,80 23,20 4,44

124,20 23,40 13,60 278,40 88,80

Funguicida

1,00 114,00

66,00 202,92

2,12 2,68 2,96 2,07 2,78 118,00 0,75 1,32 126,00 39,31 0,47 1,41 0,19 9,65 0,47 12,00 0,19 309,74 11,29 321,03

0,80 0,32 3,60 168,52 1,08

14,16 12,96 1418,04 118,58

Herbicida

0,34

134,16

1,08 0,34 207,24 6,00 13,40 226,64

252,74 319,15 31,80 74,10 425,05

Continua...

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Continuao... Material utilizado Capacete Luvas EPIs Kit (blusa, touca, avental) Sapato Total cido Fosfrico Adesivo Agrex Oil Bactil Gl Borax Caixa "K" Cesta para colheita Cloro Degersan Fegatex Feromonio Feromonio Traa Fita Plstica Garrafa Trmica Hi-Light Corante Iscalubre broca Marmita trmica Moures Pregos Silwet Total Assessoria e Cons. MEP Ecolgico Assessoria e Manejo Ecolgico Total Fretes em geral Total Diaristas Vigilante Servio Retroescavadeira Trator Xerox Total Especificao Unidade Un. Un. Un. Un. Un. Kg Um. L L Kg Un. Un. Kg L L Safra das guas Quantidade 2,00 4,00 2,00 2,00 10,00 20,40 R$ 2,50 10,00 25,00 43,00 80,50 34,68 Safra da Seca Quantidade 2,00 4,00 2,00 2,00 10,00 25,84 16,47 5,65 2,35 1918,00 3,00 16,94 0,94 R$ 2,50 10,00 25,00 43,00 80,50 42,63 18,12 33,04 4,38 5216,96 25,50 13,21 9,41

1,94 1918,00 3,00 28,80 0,80 2,80 4,80 0,56 23,02 2,00 0,12 2,00 71,00

93,90 5216,96 25,50 19,87 8,00 114,80 48,00 4,48 136,47 2,82 8,88 2,50 332,28

Outros insumos

Kg Un. L Um. Un. Un. Kg Kg

3,67 27,76 2,00 0,40 2,45 2,00 71,00 18,82 0,24

6049,14 58,96 101,01 159,97 165,89 165,89 15,00 22,03 1,26 38,29

39,64 181,86 2,82 12,94 20,07 2,50 332,28 79,06 1,96 6036,38

Assistncia Tcnica

Transporte Externo

157,32 157,32 278,06 278,06 31,76 3,29 13,18 37,65 1,41 87,29

Outros Despesas

Horas Horas

0,68

0,38 3,76

30