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Custos e Formação do Preço - aula 04

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Custos e Formação do Preço - aula 04

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1AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

AULA 04SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

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2 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

Uma empresa, para produzir e vender seus produtos, incorrerá, necessariamente, em um conjunto de custos. Esses custos equivalem à remuneração dos fatores de produção utilizados pela empresa. De fato, para produzir e vender, a empresa utiliza:

• RecursosFinanceiros

• Mão-de-Obra

• BensdeCapital

• MatériasPrimas

• OutrosInsumos

Os custos são, justamente, os valores monetários que a empresa tem que pagar pela utilização desses elementos, indispensáveis às suas atividades de produção e vendas. É evidente que, enquanto a empresa se utilizar de fatores de produção, deverá pagá-los. Vale dizer que durante toda a sua existência ela incorrerá em custos. Daí a importância que se deu ao estudo, comportamento e a sua sistematização.

Os especialistas, em função de cada empresa e de cada aparelho produtivo, agruparam as maneiras de se custear os produtos em três grandes sistemas:

• CusteamentoporAbsorção

• CusteamentoporOrdemdeFabricação

• CusteamentoDireto(Variável)

• CusteamentoPadrão

CUSTEIOPORABSORÇÃO

O Custeio por absorção ou Custeio Pleno consiste na apropriação de TODOS os custos, sejam fixos ou variáveis, à produção do período. Os gastos não fabris, despesas, são excluídos.

A distinção principal no custeio por absorção é entre custos e despesas. A separação é importante porque as despesas são jogadas imediatamente contra o resultado do período, enquanto somente os custos relativos aos produtos vendidos terão idêntico tratamento. Os custos relativos aos produtos em elaboração e aos produtos acabados que não tenham sido vendidos estarão ativados nos estoques.

Voltamos a lembrar de que este tipo de Custeio é o único aceito pela Auditoria Externa, porque atende aos Princípios Contábeis da Realização da Receita, da Competência

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e da Confrontação. Além disso, é o único aceito pelo Imposto de Renda RFB – Receita Federal do Brasil.

• PrincípiodaRealizaçãodaReceita: Ocorre a realização da receita quando da transferência do bem ou serviço vendido para terceiros.

• PrincípiodaConfrontação: As despesas devem ser reconhecidas à medida que são realizadas as receitas que ajudam a gerar direta ou indiretamente.

• PrincípiodaCompetência: As despesas e receitas devem ser reconhecidas nos períodos a que competirem, ou seja, no período em que ocorrer o seu fato gerador.

Os custos deverão ser apresentados sob a forma de mapa ou planilha, dimensões variáveis e de acordo com os centros de custos e chaves de rateio, e em especial de acordo com cada empresa.

No mapa ou planilha, as espécies de custos são locadas nas linhas e os centros de custos nas colunas. Neste mapa, são registrados todos os custos operacionais, administrativos e indiretos, relativos à produção e às vendas, ocorridos em um determinado período. O registro é efetuado de acordo com a natureza do custo (espécie) e o local onde ocorre (centro de custo). Os custos diretos com as matérias primas e os custos diretos com as vendas são incluídos na planilha. Há, porém, a possibilidade de lançá-los em campo à parte. Assim, obtém-se um panorama global dos custos ocorridos durante o período, com as matérias primas e com as vendas, desde que sejam eles altamente significativos.

As fontes principais de dados para o preenchimento dos mapas são:

• Folha de pagamento, classificada por centro de custos ou, ainda, boletins de mão-de-obra;

• Tabelas de registros das quotas de depreciação por centro de custos;

• Controle de estoque - dados relativos aos insumos auxiliares;

• Contabilidade financeira - é a fonte mais ponderável de dados para o mapa de localização de custos. Ela nos fornece os valores referentes aos impostos, seguros, custos bancários e de financiamentos, viagens e estadas, representação, comunicação, serviços de terceiros e outros.

• Centro de Custos - a caracterização dos centros de custos é uma das primeiras atividades para a implantação do sistema de custeamento por absorção e o consequente desenho do mapa. Os centros de custos podem ser caracterizados de diversas maneiras, como:

• locais físicos (salas, pavilhões, repartições, prédios, etc.);

• agrupamento de atividades afins (estampagem, pintura, galvanização, niquelagem, moldagem, etc.);

• tipos semelhantes de maquinaria (tornos, frezadeiras) ou uma só (torno revólver,

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4 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

furadeira radial, secador contínuo de lâminas, etc.);

• áreas de responsabilidade, etc.

Depois de identificados, os centros de custos recebem uma denominação e/ou um código destinado a facilitar o processo de apropriação dos custos gerados em cada centro. A atenção do analista deve estar voltada para a flexibilidade dessa identificação, pois, ocorrendo qualquer alteração no equipamento, prédio ou processo produtivo, possa ser readequada às suas finalidades.

Os centros de custos são classificados em:

• Centros Produtivos: aqueles cujas atividades internas estejam voltadas notadamente para a produção de bens ou serviços;

• CentrosAuxiliares: são os destinados à prestação de serviços ou apoio aos centros produtivos, tais como o almoxarifado, casa de força, casa dos compressores, caldeiras, etc.

• CentrosAdministrativos: com características gerais dos centros auxiliares, porém com a atividade primordial de reunir os custos relativos às funções administrativas de ordem geral. Via de regra, estes custos não possuem relação direta com a produção.

• CentrosdeVendas: como o nome indica, são os centros geradores de custos ligados às vendas.

ALGUNSCRITÉRIOSDERATEIODOSCUSTOSINDIRETOSDEFABRICAÇÃO

Para efetuar o rateio dos Custos Indiretos de Fabricação em relação aos departamentos e dos que representam custos comuns a todos eles, cada empresa deve estudar a sua situação específica para escolher critérios adequados que efetivamente reflitam a carga de custos que devem ser descarregados em cada um deles.

Embora cada caso deva ser estudado particularmente, há alguns critérios que são amplamente utilizados na prática, como:

CustosComunsouIndiretosemrelaçãoaosDepartamentos

CritériodeRateioparaosDepartamentos

Gastos relacionados com o edifício da fábrica, tais como Aluguel, Depreciação,

Seguros, Limpeza, Reparos e Imposto Predial

Área Ocupada

Iluminação da Fábrica Área ocupada, número de lâmpadas ou pontos de luz

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Gastos com escritório da fábrica (inclusive os relativos à Contabilidade de Custos)

Número de empregados, horas-máquina trabalhadas ou horas trabalhadas/MOD

Material Indireto Material Direto

Mão-de-Obra Indireta - MOI Número de empregados, horas trabalhadas MOD

Almoxarifado Custo dos MateriaisManutenção das Máquinas Horas-máquina trabalhadas

Custo de refeição, transportes e assistência médica dos empregados Número de empregados

Energia Elétrica (força) KWH consumido

CUSTEIOPORORDEMDEFABRICAÇÃO

A distinção entre o custeamento por ordem e o por processo está relacionada com o tipo da atividade produtiva exercida pela empresa: produção por ordem ou produção contínua.

A produção por ordem ocorre quando a empresa programa a sua atividade produtiva a partir de encomendas específicas de cada cliente. É o caso, por exemplo, de algumas indústrias produtoras de máquinas e equipamentos e fabricantes de piscinas. Cada pedido tem características especiais de tamanho, de capacidade e de outros atributos que o torna praticamente único, diferente dos demais.

Nesse tipo de atividade, os custos são acumulados em uma conta específica para cada ordem de produção ou encomenda. Esta conta só existe para receber lançamentos de custos quando a produção do bem estiver encerrada. Se um exercício terminar e o produto estiver sendo fabricado, o saldo da conta será totalmente classificado como Produtos em Elaboração. Uma vez pronto, o saldo da conta relativa à ordem de produção será transferido para Produtos Acabados ou Custo dos Produtos Vendidos, conforme já tenha sido realizada ou não a receita.

O custeamento por ordem de fabricação se diferencia dos outros métodos de custeamento por uma série de fatores. Vejamos:

• Identificação: identifica a produção de lotes diferentes de produtos durante o processo de produção.

• Acumulação: a ordem de fabricação, ou produção, acumula os valores correspondentes ao material direto, mão-de-obra direta, despesas gerais de fabricação (custos indiretos). Estas últimas, via de regra, são rateadas, através de uma taxa de absorção.

• Inventário: para saber o custo real da fabricação do produto, deve-se aguardar o término da produção ou fechamento da ordem. É necessário, então, um inventário físico quando se quiser saber o custo real do produto.

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6 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

• Independência: o sistema é independente da contabilidade. A apuração periódica dos custos é feita em função de necessidades emergentes. Não é, a rigor, planejada em termos de datas.

• Inclusão: os custos estão sempre incluídos nas ordens de fabricação, ou seja, enquanto esta perdurar aqueles compõem o inventário de produtos em processamento.

• Intermitência:o custeamento por ordem de fabricação é usado pelas empresas cuja produção é intermitente e cujos produtos ou lotes de produtos podem ser perfeitamente identificados no processo produtivo. Isso ocorre nas produções não padronizadas e não repetitivas.

• Dispêndio: o sistema é bastante oneroso porque exige considerável trabalho burocrático para o registro das ordens de produção.

Há uma variedade enorme de ordens de produção ou, como também são chamadas, Ordem de Pesquisa, Ordem de Melhoria, Ordem de Ampliação, Ordem de Estudos Especiais e outras. A grande utilidade desse sistema é a da utilização dos dados para a elaboração de orçamentos.

George Leone aponta as seguintes vantagens e desvantagens desse sistema: (LEONE, 1982, p. 230).

Vantagens:

• permite que a administração identifique os produtos que dão maior ou menor margem de lucro;

• os custos de uma ordem são, via de regra, ligeiramente diferentes - ou pouquíssimo diferenciados - de outra ordem para produtos do mesmo tipo, o que serve de base para a estimativa de futuros pedidos.

• a administração passa a controlar de forma mais direta e mais imediata, sem se apoiar em um inventário físico.

• é normal, nas encomendas de alto valor, a empresa receber, antecipadamente, do cliente uma parcela substancial de recursos.

À medida que o processo produtivo vai se desenvolvendo, é também comum que novas parcelas sejam pagas. Os custos acumulados em cada ordem de fabricação, até um determinado estágio da produção, podem servir de base para o estabelecimento dos valores a serem cobrados ao cliente.

Desvantagens:

• as despesas burocráticas são elevadas, em razão do volume de dados e do pessoal

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7AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

necessário.

• os custos acumulados na ordem de fabricação são históricos, vindos à administração a conhecê-los após o fechamento da ordem, quando do término da produção. Exceção é feita quanto às despesas gerais de fabricação.

CUSTEAMENTODIRETO(VARIÁVEL)

O que basicamente diferencia o Custeamento Direto por absorção é o tratamento dado aos custos fixos. Enquanto, no Sistema por Absorção, os custos fixos são rateados aos produtos ou serviços, mediante normas apropriadas ou chaves de rateio, no Sistema de Custeamento Direto, os custos fixos não são rateados, mas levados diretamente à conta de resultados. Dessa forma, no sistema de custeamento direto, distinguimos os custos dividindo-os em dois grupos:

Custos Variáveis do Produto: - os quais dependem do volume de produção ou venda, variando proporcionalmente em função dessa produção ou venda.

Custos Periódicos: os quais independem do volume de produção ou venda, mas que são resultantes da capacidade operativa da empresa. Este aparelho produtivo sempre está à disposição da empresa, gerando custos continuamente. Por isso, são eles chamados de fixos.

Somente os primeiros - custos variáveis - são atribuídos ao produto para se conhecer a margem de contribuição, enquanto que os custos fixos são lançados diretamente contra o resultado no período em que ocorrem ou a que competem.

Ao contrário do que acontece com sistema de custeamento por absorção, o custeamento direto não se preocupa em obter o custo unitário total de cada produto, muito embora isto seja factível, como também por linha de produtos. Este sistema não adota a técnica de se ratear os custos fixos, considerando-os como pertinentes à estrutura da empresa e não a cada produto em particular.

O que realmente merece enfoque especial são os custos variáveis por unidade produzida. A análise dos custos por produto, por linha de produção ou para a empresa como um todo é realizada a partir dessa parcela de custo. Isto facilita enormemente a operacionalidade do sistema, atendendo à quase totalidade das necessidades de análise, com maior nível de segurança, do que o resultado obtido pelo sistema de custeamento por absorção.

A operação do sistema de custeio direto envolve as seguintes etapas:

• computação dos custos fixos da empresa;

• apuração dos custos diretos variáveis por produto;

• apuração dos custos variáveis indiretos;

• identificação dos custos variáveis diretos e indiretos por produto;

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8 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

• cálculo da margem de contribuição (preço de venda menos custo variável) por produto;

• comparação entre a soma das diferenças calculadas na etapa anterior e os custos fixos da empresa.

Os custos fixos, também chamados de periódicos, são regulares e programados. Toda vez for possível identificar o custos por produto - regular ou programado, ele deve ser subtraído da margem de contribuição. Os custos periódicos não identificáveis por produto são considerados como do conjunto, os quais deverão ser abatidos da margem de contribuição global, para a obtenção do resultado total.

Embora estejamos trabalhando apenas com os custos variáveis e o preço de venda por produto, e conhecidos os custos totais da empresa, pode-se obter dados para:

• determinação do preço de venda;

• excluir um produto de uma linha de produtos da fabricação normal da empresa;

• avaliar o volume de vendas necessário para a realização do lucro líquido desejado;

• decidir em fabricar ou comprar partes ou componentes dos produtos;

• manter o lucro com a redução do preço de venda e um consequente aumento da quantidade vendida;

• saber até que ponto poderá ser reduzido o volume de vendas, sem que a empresa passe a ter prejuízos com esse produto;

• saber qual o volume de vendas que compensa à empresa realizar gastos adicionais com propaganda e promoções, de um ou mais produtos;

• tomar decisões sobre a mudança de objetivos e/ou políticas da empresa.

ProdutoPreçoPadrãodeVenda

CustoUnitárioVariável

Diferença(b–a)

QuantidadeVendida

DiferençaporLinha

F

CustosFixosG

ResultadoporLinha

A 200 80 120 1.200 144.000 30,63%B 220 95 125 1.120 140.000 29,78%C 290 112 178 670 119.260 25,37%D 140 51 89 750 66.750 14,22%

TOTAIS 470.010 329.010 100,00%LUCRO BRUTO (f-g) 141.000 30,00%

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9AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

Conforme o contido nesse assunto, podemos afirmar que a escolha de um dos sistemas de custear os produtos deve levar em consideração, em primeiro lugar, o ramo de atividade que a empresa se dedica. Se for uma atividade com produtos diferenciados, adotamos o sistema de ordem de produção, pois ele permite a acumulação dos custos no decorrer do processo. Por outro lado, se a atividade é em série, podemos, para fins gerenciais, utilizar o sistema Direto ou Absorção, que é aceito para fins fiscais na apuração do resultado do período. O mais importante é conhecer com profundidade o que vamos custear e para que necessitamos apurar unitariamente os custos.

CUSTO PADRÃO

O Custo Padrão é um custo referência, para efeito de controle, o qual é estimado a partir de quantidade e valor atual. O custo real é apurado em função de dados levantados na operação ou na época da fabricação de um produto. Apurado o custo real e fixado o padrão ao administrador, oferece-se à possibilidade de comparação. Da variação apurada, partirá ele para estudar as causas, desde que esta variação seja um efeito.

No sistema de custeamento por absorção, o custo padrão de um produto carrega consigo os custos fixos que lhe são rateados. Em consequência, os desvios podem ser oriundos não só pela variação dos preços da mão-de-obra, das matérias-primas e dos materiais secundários, como também pelas quantidades consumidas e pelo custo fixo já rateado.

A utilização do custo padrão, como parâmetro, será mais eficiente quando se adotar o sistema de custeamento direto se o trabalho for feito somente com os custos variáveis. Estes sofrerão, sempre, alterações proporcionais à produção. Existem empresas, mesmo adotando o sistema de custeamento por absorção, obtêm o custo padrão de seus produtos utilizando os valores levantados apenas dos custos variáveis.

Tal procedimento não deixa de ser uma deturpação do sistema, mas dadas as condições particulares de cada empresa, ele é possível. A atenção do analista deve estar voltada para possíveis erros, pois o estabelecimento do custo padrão deve ser precedido de critérios rigorosos, podendo, daí por diante, ser um ótimo instrumento de apoio para:

• orçamento financeiro

• fluxo de caixa

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10 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

• política de produção e vendas

• controles físicos e financeiros

• projetos de financiamentos

• estabelecimento dos objetivos setorial e global.

Os custos são apropriados à produção não pelo seu valor efetivo ou real, mas sim por uma estimativa do que deveriam ser (custo padrão). Podem ser utilizados quer a empresa adote o Custeio por Absorção, quer o Custeio Direto ou Variável.

As diferenças entre o custo-padrão e o custo real são objeto de análise da Contabilidade de Custos, com o objetivo de controle dos gastos e medida de eficiência.

OSCUSTOSEASDECISÕESDEVENDAS

Para se estabelecer uma correta política de vendas, minimizando-se os riscos, as informações de custos são imprescindíveis. Assim, poderíamos supor que uma empresa tem suas vendas médias mensais, dos quatro produtos que industrializa, calculada em $ 60.000,00. Esta média, dada as condições peculiares do mercado em que atua, dificilmente poderá ser aumentada. Porém, analisando o comportamento de cada produto, concluímos que eles poderão ter suas médias alteradas, para mais ou para menos, até um determinado montante. A situação atual poderá ser assim distribuída:

Especificações Produtos TotalA B C DVendas 20.000 25.000 10.000 5.000 60.000(-) Custos Variáveis 12.000 17.000 8.000 2.000 39.000Margem de Contribuição 8.000 8.000 2.000 3.000 21.000Margem de Contribuição % 40 % 32 % 20 % 60% 35 %Custos Fixos 14.700Resultado Operacional 6.300Resultado Operacional sobre Vendas (%) 10,5 %

A empresa decidiu fazer um esforço, objetivando aumentar as vendas dos produtos que possuíssem a maior margem de contribuição percentual. Através de um trabalho contínuo de preparação, reuniões e aplicação dos princípios de dinâmica de grupo e sensibilização, o resultado foi o seguinte:

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11AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

Especificações Produtos TotalA B C DVendas 26.000 20.000 4.000 10.000 60.000(-) Custos Variáveis 15.600 13.600 3.200 4.000 36.400Margem de Contribuição 10.400 6.400 800 6.000 23.600Margem de Contribuição % 40 % 32 % 20 % 60% 39,5 %Custos Fixos 14.700Resultado Operacional 8.900Resultado Operacional sobre Vendas (%) 14,8 %

Observe-se que, embora as vendas não tenham aumentado, a alteração da política de vendas, baseada no estudo da margem de contribuição, permitiu à empresa elevar o seu lucro de $ 6.300,00 para $ 8.900,00, com um incremento percentual de 4,3%. Em que consiste a nova política de vendas? No aumento das vendas do produto cuja margem de contribuição percentual era a mais elevada e na diminuição das vendas daqueles de menores percentuais, já que era condição o não aumento do mercado.

Os custos e a fixação dos preços de vendas, muito embora seja o mercado o maior condicionante dos preços de vendas, têm um inter-relacionamento muito estrito. Para tanto, as informações provindas de um sistema de custeamento são extremamente importantes. A necessidade de se estabelecer um preço de venda é pressuposto de:

• atendimento do mercado, em suas diversas faixas;

• estar em condições de competir e concorrer positivamente;

• obtenção de uma determinada margem de contribuição para o produto a ser vendido;

• fixação do lucro compatível com o investimento e o retorno do capital.

As duas últimas pressuposições poderão ser conhecidas mediante o emprego das seguintes fórmulas:

Margem de ContribuiçãoMargem de Contribuição Percentual = ------------------------------------- x 100

Receitas

Margem de Contribuição Unitária = Preço de Venda Unitário – Custo Variável Unitário

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12 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

Margem de Contribuição Total = Custos Fixos + Lucro ouVendas de Produtos – Custos dos Produtos Vendidos

Aplicando-se as fórmulas conhecemos:

• MC% que se deseja, digamos 60%

• os custos variáveis de um produto, por exemplo, são $ 10,00.

Temosopreçodevendadesseprodutocomautilizaçãodafórmula:

MC% =

MC MCu

MC % = ---------- * 100 ou ----------------- * 100

R PV

Sabemos,poroutroladoque:

MCu = PV - Cvu

Logo,

CVu

MC % = --------------------

MC%

1 - ---------

100

Noexemplopedido:

CVu

MC % = --------------------

MC%

1 - ---------

100

A margem de contribuição será, pois, $ 25,00 - $ 10,00 = $ 15,00.

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13AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

OutraSituação:

Conhecendo-sedeumaempresaosseus:

• Custos Fixos ................................................... $ 250.000,00

• Lucro Total ...................................................... $ 350.000,00

• Estimativa das Receitas .................................. $ 1.500.000,00

• Custo Variável Unitário .................................... $ 15,00

Poderemoscalcularopreçodevendaconformesedetalhaaseguir:

MC

MC % = ---------- * 100

R

Sendo que,

MC = CF + L

CF + L

MC % = --------------- * 100

R

Substituindo-sepelosvaloresdados:

250.000 + 350.000

MC % = --------------------------------- * 100

1.500.000

600.000

MC % = --------------------- * 100

1.500.000

MC% = 0,4 * 100 = MC% 40%

Como já sabemos que o custo variável por produto é de $ 15,00, em termos quantitativos, esta empresa deverá produzir e vender um número de unidades. Em termos monetários, a margem de contribuição é de $ 600.000,00, o que vale dizer que cada unidade contribui à margem com $ 10,00. Se o faturamento previsto é de $ 1.500.000,00

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14 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

e conhecida a margem de contribuição unitária em valor e em percentual, bem como os custos variáveis unitários, o preço de venda por unidade só poderá ser $ 25,00.

OSCUSTOSEAPRODUÇÃO

Os Custos são afetados pela produção em muitos casos, como com a retirada de um produto da linha de fabricação. As situações que se oferecem poderão ser:

• a exclusão do produto não acarreta, necessariamente, a redução os custos fixos;

• a exclusão acarretará redução dos custos fixos quando ocorrer desmobilização ou dispensa de pessoal de mão-de-obra indireta;

• o produto excluído permite o aumento da produção de outro produto.

Emtaiscasos,énecessáriosaberse:

• a margem de contribuição perdida com a exclusão desse produto é maior ou menor que a redução dos custos fixos;

• o produto que deverá substituir o eliminado possui maior ou menor margem de contribuição.

ÀMARGEMDECONTRIBUIÇÃOEAPROGRAMAÇÃODAPRODUÇÃO

O conhecimento da margem de contribuição percentual dos produtos de uma empresa é instrumento necessário a uma administração que pretende ser eficaz. Se o Administrador não pode eliminar todos os riscos quando toma decisões, deve ele munir-se do instrumental necessário para minimizá-los. Os dados provindos de um sistema de custeamento, como o direto com padrões e o conhecimento da margem de contribuição unitária ou global, suprem as possíveis deficiências.

APROPRIAÇÃODECUSTOS

A necessidade de apropriação dos custos é decorrência de sua conceituação, seus objetivos e sua classificação, principalmente, em fixos e variáveis. A ênfase dada à determinação da margem de contribuição é tida como valioso instrumento de planejamento e de estabelecimento das políticas de produção e vendas.

Citamos a apuração dos custos pelas funções da empresa, como elemento fundamental no controle das atividades e na correção das distorções, que porventura sobrevenham.

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15AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

Os métodos de apropriação dos custos dependem diretamente da organização e das programações peculiares a cada empresa. Estas peculiaridades são condicionantes destes métodos. É de domínio comum que a produção industrial é calcada, basicamente, em duas formas:

• a industrialização por encomendas e

• a produção em série.

Cada uma dessas formas requer uma estrutura organizacional diferenciada. Não queremos, com isso, afirmar que todas as indústrias devam se enquadrar perfeitamente em dois grupos citados, mas que eles representam dois pólos onde se concentram a maioria das unidades fabris.

No primeiro grupo, alinham-se as indústrias que trabalham com um número de produtos bastante elevado e com um volume de produção relativamente pequeno. Elas utilizam equipamentos universais e procuram atender às exigências de cada cliente. A programação da produção desse tipo de indústria é feita em função das encomendas contratadas e da versatilidade do aparelho produtivo. A programação será então considerada como Ordem de Fabricação.

A Ordem de Fabricação possibilita o controle da produção, pois identifica os recursos utilizados, em termos de quantidade de material consumido, mão-de-obra utilizada, além das despesas gerais de fabricação. A ordem de Fabricação poderá referir-se a um produto ou a um lote de produtos semelhantes. Estas ordens tomam nomes diferentes, conforme o tipo da empresa, tais como Ordem de Trabalho, de Serviço ou de Produção. Utilizam-nas, geralmente, as indústrias de mecânica pesada, retifica de máquinas e/ou motores, serviços de recuperação, etc.

A produção em série se caracteriza pelo número pequeno de produtos em contrapartida ao volume de produção, que é grande. Os produtos são iguais ou mantêm uma similaridade próxima da igualdade. Por outro lado, a empresa, ao industrializar estes produtos, não procura distinguir quais serão os clientes dos produtos. A atenção dos dirigentes e supervisores deve estar voltada para cada etapa do processo produtivo.

Em termos de custeamento, é preciso conhecer o custo de cada fase do processo e as quantidades produzidas, em cada período de tempo. E, no final de cada um dos períodos, qual a quantidade de produtos em elaboração. Um exemplo são as indústrias de montagens de eletrodomésticos, fábricas de cimento, siderúrgicas, automobilísticas, etc.

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16 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

CENTROSDECUSTOS

As empresas em geral são departamentalizadas, isto é, são divididas em setores, seções, divisões ou departamentos. Esta divisão está em função direta da natureza do processo produtivo ou do tamanho da empresa. Ex.: em uma metalúrgica pequena, podemos identificar as seções de moldagens, fundição, usinagem e acabamento. Numa fábrica de compensados, teremos a preparação da lâmina, colagem, acabamento e depósito de produtos acabados.

Dependendo da natureza do trabalho efetuado, estas seções, ou repartições, poderão ser classificadas em dois grupos:

• setores produtivos e

• setores auxiliares.

Os setores produtivos são aqueles nos quais se operam alterações da matéria-prima com agregação da mão-de-obra direta, componentes ou peças, ou ainda, que sofram operações de industrializações. É nestes setores que se processam uma ou mais etapas da produção. Ex. fundição do metal, sua usinagem ou montagem dos componentes ou a colagem das lâminas de madeira em uma fábrica de compensados.

Os setores auxiliares são aqueles destinados a apoiar os produtivos, tais como almoxarifado, a manutenção, o setor de pessoal, a contabilidade de custos e assemelhados.

Nos centros de custos, as atividades são identificadas de forma a não gerar confusões, posto que em torno dessas atividades os custos são acumulados para, em seguida, serem divididos pelos seus resultados. Daí a afirmação de que Centro de Custos é a menor dimensão da atividade ou área de responsabilidade para a qual se acumulam os custos. Isso significa que cada departamento pode corresponder a um ou mais centros de custos, sendo, porém, mais provável a primeira hipótese.

Os setores produtivos podem ser divididos em mais de um centro de custos, quando nele se realiza mais de uma etapa da produção, como a máquina retificadora em uma oficina de reparos - em função do seu custo elevado poderá merecer um controle a parte.

APROPRIAÇÃODOSCUSTOSDIRETOS

Apropriação dos custos dos materiais: Na apropriação dos custos dos materiais utilizados na produção, dois aspectos são de suma importância e devem exigir a atenção daqueles que se propõem a determinar, sistematicamente, os custos dos produtos fabricados por uma empresa:

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17AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

• a valoração e

• o controle

Uma valoração adequada, em que sejam levados em consideração os fatores que condicionam cada caso, certamente fornecerá dados precisos e condizentes com o objetivo do sistema de apuração de custos adotado.

Os controles dos materiais, por outro lado, devem ser feitos de maneira precisa, a afim de que as quantidades consumidas na fabricação dos produtos sejam conhecidas de forma a se identificar a sua aplicação em cada produto.

Apropriação do custo da mão-de-obra direta: mão-de-obra direta é aquela que está intimamente ligada à produção, como a dos operários que manobram as máquinas. O custo da mão-de-obra geralmente é identificável com o produto, exigindo, nas indústrias que trabalham por encomenda ou por produção em lotes, apontamentos destinados a registrar o tempo dedicado por operário ou grupo de operários a cada encomenda ou lote de produção. Por outro lado, quando se tratar de indústrias que trabalham no sistema de produção em série, para a apropriação da mão-de-obra direta, é necessário que a folha de pagamento seja de tal maneira confeccionada que os valores sejam distribuídos por centros de custos. Com os valores oriundos da folha de pagamento, por centro de custos, acrescidos dos montantes correspondentes dos encargos previdenciários, o custo total da mão-de-obra por departamento, em um determinado período, já é conhecido. O controle da produção, por fim, oferecerá informes sobre a quantidade produzida e os produtos que se encontram em elaboração nas diversas fases da produção. Com essas informações, podemos calcular o custo unitário de cada produto ou o custo dos produtos, no que se refere à mão-de-obra direta.

APROPRIAÇÃODOSCUSTOSINDIRETOS

Os custos não identificáveis com os produtos são considerados indiretos. A sua apuração não é impossível e nem muito difícil, porém depende de trabalho e bom senso do analista. Esses ocorrem em todos os setores empresariais, como a depreciação, aluguéis, luz e telefone, além dos específicos de cada área, como os da administração, os de vendas e os das finanças. Esses custos são inevitáveis para que a empresa se mantenha em funcionamento e a sua agregação aos produtos é tanto mais trabalhosa quanto maior for o número deles.

A solução poderá estar no rateio dos custos indiretos, isto é, com a sua distribuição proporcional a cada produto, segundo bases ou chaves previamente determinadas. Ocorre que a escolha das bases ou a determinação das chaves fica ao livre arbítrio de cada um, muito embora creiamos que ela é feita cuidadosamente, de tal sorte que a cada produto caiba uma parcela dos custos indiretos que ele, efetivamente, tenha que carregar.

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18 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

Todavia, o livre arbítrio nessa escolha impossibilita uma análise entre duas empresas produtoras de um mesmo artigo. Não nos dá condições de análises globais por grupos de empresas e nem por ramos industriais. É, em essência, aleatória. Para que se tenha noção de alguns critérios de rateios (escolha das bases ou chaves), citamos os seguintes:

• valor da mão-de-obra direta;

• valor do material direto;

• valor dos custos diretos;

• números de hora / homem diretos

• número de horas / máquinas aplicadas

• potência elétrica instalada x hora de utilização;

• número de requisições e devoluções;

• área ocupada;

• valor do imobilizado;

• número de empregado

Somente após um diagnóstico detalhado é que se poderá determinar qual ou quais as bases mais adequadas a serem adotadas.

OPERAÇÃODOSISTEMA

A operacionalidade de um sistema de custeamento pressupõe pessoas capazes de agilizá-lo. Nas empresas onde não haja esses elementos, torna-se necessário treiná-los.

As etapas a serem cumpridas seguem, geralmente, a sequência abaixo:

• registro das matérias primas em fichas de estoque, com a respectiva valoração;

• requisição dos materiais por ordem de fabricação - quando for o caso;

• requisições de materiais por centro de custos, inclusive de materiais indiretos;

• apontamento de mão-de-obra direta, nas ordens de fabricação quantitativa e valorada;

• apontamentos da mão-de-obra indireta por centro de custos;

• cálculo dos demais custos variáveis indiretos, por centro de custos;

• rateio dos custos variáveis dos centros de custos por ordem de fabricação;

• cálculo dos custos variáveis totais de fabricação por ordem de fabricação;

• cálculo do custo unitário por ordem de fabricação.

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19AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

SUBPRODUTOSESUCATAS(RESÍDUOS)

Até o presente momento, partimos do pressuposto que os Materiais Diretos (MD) e Mão-de-Obra Direta (MOD) pudessem sempre ser identificados com os produtos fabricados e que os Gastos Gerais de Fabricação (GGF) pudessem ser atribuídos aos produtos através de um critério de rateio que refletisse o fluxo efetivo de tais gastos e que fossem incorporados às unidades acabadas.

Entretanto, existem processos industriais em que as coisas não são tão claras, em que há uma série de custos que não são facilmente atribuíveis aos produtos resultantes.

É o caso da atividade industrial em que, do fluxo comum de processo produtivo, emerge mais de uma espécie ou qualidade de produto. É o que ocorre, por exemplo, no frigorífico, cuja atividade consiste em abater o boi comprado dos pecuaristas, cortá-lo segundo as diferentes espécies de carne (filé mignon, alcatra, contrafilé, coxão mole, patinho, vísceras, rabo, etc.) e armazenar as peças resultantes em câmaras frigoríficas, até sua venda aos comerciantes.

Este tipo de produção, que se caracteriza por fluxo comum de produção até certo ponto - denominado de ponto de cisão - e do qual resulta uma multiplicidade de produtos, é chamado de Produção Conjunta. Os produtos resultantes, conforme a importância que suas vendas tenham para a empresa industrial, são denominados Co-Produtos ou Subprodutos.

CONCEITODECO-PRODUTOS,SUBPRODUTOSESUCATAS

Co-Produtos ou Produtos Conjuntos são os produtos resultantes de um processo de produção conjunta, cujo faturamento é considerado significativo para a empresa. Os Co-Produtos também podem ser chamados de produtos principais, tendo em vista a importância de suas vendas para o faturamento global da empresa. É importante ressaltar que nem todos os Co-Produtos precisam ter faturamentos iguais, uns podem ter maior volume, outros menor, desde que estes sejam significativos para a empresa. Os diferentes tipos de carnes que são obtidos nos frigoríficos são exemplos de Co-Produtos.

Os Subprodutos são aqueles que têm uma importância secundária, em termos de vendas, em relação aos Produtos Principais. No frigorífico, os Subprodutos são os ossos, os chifres e os cascos do boi. Numa usina de açúcar, o vinhoto. É importante ressaltar que uma das características dos Subprodutos que os diferencia das sucatas é que eles têm condições de comercialização normais: a sua venda é praticamente certa, só que seu faturamento é ínfimo em relação aos Produtos Principais.

SUCATAS ou Resíduos ou Sobras são produtos que emergem da produção, seja conjunta ou não, que, em estado normal ou com defeitos ou estragos, não têm mercado

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20 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

garantido de comercialização. Sua venda, portanto, é bastante incerta.

ATRIBUIÇÃODOSCUSTOSCOMUNSAOSCO-PRODUTOS

Os custos incorridos numa produção conjunta até o ponto de cisão são chamados de Custos Conjuntos.

O processo de atribuição dos Custos Conjuntos aos Co-produtos é ainda mais arbitrário do que o da apropriação dos Custos Indiretos aos diversos produtos elaborados numa produção que não seja conjunta. Isso porque, no último caso, como os processos de produção de cada produto são separados, é possível escolher uma base de rateio que possa, pelo menos, tentar refletir o grau de absorção dos custos indiretos pelos vários produtos. Assim, por exemplo, o custo de armazenamento dos diversos tipos de carnes nos frigoríficos pode ser alocado através de um critério de rateio, podendo ser o do volume medido em quilos, já que são custos ocorridos após o ponto de cisão do corte da carne.

TRATAMENTOCONTÁBILDASSUCATAS

As SUCATAS, ao contrário dos Subprodutos, não têm garantia nenhuma de que serão vendidas. Por ser um evento incerto e aleatório, não são avaliados para fins de estoques. Seu Custo fica incorporado automaticamente às unidades boas. Se ocorrer a venda, o produto da venda será registrado a crédito de uma conta de resultado operacional.

AVALIAÇÃODOSESTOQUESDOSSUBPRODUTOS

Os Subprodutos caracterizam-se por ter um mercado de comercialização tão normal quanto o dos produtos principais da empresa. Entretanto, seu valor no faturamento é tão pequeno que não compensa o esforço de atribuir-se custos aos seus estoques.

O método indicado para os Subprodutos é atribuir aos seus estoques uma estimativa de Custo que é chamado de Valor Líquido de Realização. Este valor corresponde à formula seguinte:

Valor estimado da venda do subproduto

(-) Despesas necessárias para a venda (comissões de vendas, impostos, fretes, etc.).

(-) Custo de processamento para colocar o subproduto em condições de venda.

(=) VALOR LÍQUIDO DE REALIZAÇÃO.

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21AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

Neste tópico, analisamos três maneiras de se distribuir os custos aos produtos, todas com suas características intrínsecas voltadas para o gerenciamento da empresa. Os sistemas de custeio por absorção e variável refletem os fatos já ocorridos na operacionalização da empresa; já o custeamento padrão busca antever os fatos e servir como parâmetro gerencial. Porém, o fato intrigante é saber que, a qualquer momento, podemos influenciar, por nosso livre arbítrio, na determinação de qual produto é mais ou menos rentável. Em sua opinião, como devemos proceder no dia a dia?

O estabelecimento de um custo padrão para cada produto é uma tarefa indispensável a uma boa gerência, pois, dessa forma, estarão atribuindo claramente os custos diretos e indiretos aos produtos. Mas um desafio é, além de imputar corretamente os custos aos produtos, estabelecer criteriosamente o controle dos subprodutos e sucatas resultantes do processo produtivo. Faça uma avaliação, em sua atividade, dos subprodutos e sucatas que são dispensados sem o seu aproveitamento econômico financeiro.

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22 CUSTOS E FORMAÇÃO DO PREÇO

BRUNI, Adriano Leal, FAMÁ, Rubens, Gestão de custos e formação de preços : com aplicações na calculadora HP 12c e Excel – São Paulo – Atlas, 2002.

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23AULA 04 - SISTEMAS DE CUSTEAMENTO

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