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DIREITO EMPRESARIAL IEMPRESÁRIO E ATIVIDADE
EMPRESÁRIA.Foed Saliba Smaka Jr.
12/02/2015.
Revisão
FUNDAMENTOS DO DIREITO EMPRESARIAL.
1.1 Origem do Direito Empresarial.1.2 Evolução do Direito Empresarial.1.3 Fontes do Direito Empresarial.
COMÉRCIO
• Comércio x Direito Comercial.• Desde Idade Antiga – Fenícios – Leis Esparsas.• Roma – Não havia direito comercial.• Idade Média – Ressurgimento das Cidades
(Burgos) – Renascimento Mercantil – Comércio Marítimo.
• Sem poder central capaz de controle – Produção Feudal – Surgem Corporações de Ofício
Primeira Fase
• Corporações – Fase Subjetiva:– Corporativista;– Não há padronização;– Compreende usos e costumes de cada corporação –
Regras do Direito Civil;– Aplicavam-se através dos Cônsules e tribunais
consulares;– Quem Faz? Resposta pela corporação, por isso
subjetiva.– Direito dos Comerciantes para Comerciantes.
Segunda Fase.• Segunda Fase – Objetiva.• Fim do período medieval;• Surgimento de um novo mapa geopolítico;• Surgem os Grades Estados Monárquicos;• Corporações de ofício perdem espaço;• O Estado requer para si o monopólio da jurisdição;• 1804 – Código Civil Francês;• 1808 – Código Comercial Francês.• Sistema Jurídico Estatal – Disciplina as relações.• Determinação Legal de quem é comerciante.• O que faz?
Segunda Fase
• Atos de Comércio no Brasil– Início das discussões 1800.– Ordenações do Reino (Filipinas, Manuelinas e Afonsinas).– Chegada de D. João em 1808.– Abertura dos Portos.– Incremento do comércio da colônia.– Real Junta de Comércio, Agricultura, Fábrica e Navegação.– 1832 Comissão para elaborar a legislação.– 1850 Código Comercial – Atos de Comércio.
Direito Empresarial.• Teoria da Empresa:– 1942 – Novo Código Civil Italiano;– Adota a Teoria de Empresa;– Não há conceito jurídico de Empresa;– Alberto Asquini;– Fenômeno Poliédrico:
• Perfil Subjetivo: Pessoa.• Perfil Funcional: atividade econômica organizada.• Perfil Objetivo: Conjunto de Bens.• Perfil Corporativo: Comunidade Laboral (fascismo).
– Uma empresa está contratando.– O objeto daquela sociedade é a exploração de uma empresa
de prestação de serviços de transporte.– Uma empresa foi vendida por valor acima do mercado.
PRINCÍPIOS.
PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL.
• Princípio da Livre Iniciativa:– Constitucional: CFRB/1988, art. 170.– Imprescindibilidade da empresa privada: acesso aos bens e
serviços necessários;– Lucro como principal motivação do empresário;– Proteção Jurídica dos investimentos privados;– Empresa como polo gerador de empregos e riquezas sociais.– Respeito do Estado e do Judiciário.– Nosso País, de forma contundente privilegia a livre
iniciativa?
PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL.
• Princípio da Liberdade de Concorrência.– CFRB/1988, art. 170, IV.– Tal qual a livre inciativa a livre concorrência sofre
intervenção estatal;– Mercado livre, ausência de intervenção;– Agências reguladoras – Qual a função?– Ultrapassam os limites, criam barreiras, restringem a
entrada de novos competidores;– Sob o manto da proteção: Concorrência Desleal (Lei
9.279/96) e Proteção da Ordem Pública (Lei 12.529/2011).– Fábio Ulhoa Coelho: No mercado que acerta ganha
(obtém lucros), quem erra perde (sofre prejuízos).
PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL.
• Princípio da Garantia e Defesa da Propriedade Privada – CFRB/88 Art. 170.– Relativização;– Motivo: função social da propriedade;– Função primordial da empresa = lucro;– Garante funcionamento do mercado =
desenvolvimento econômico e social
PRINCÍPIOS DO DIREITO EMPRESARIAL.
• Princípio da Preservação da Empresa.– Um dos mais atuais e relevantes;– Motivou a nova lei de falências (Lei 11.101/2005);– Trouxe o instituto da Recuperação Judicial;– Perigo da utilização indiscriminada, sem critério;– Algumas atividades devem encerrar;– Proteção para grandes corporações (too big to fail);– O mercado encontra soluções para preservação,
não por determinação.
FONTES.
FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL.
• Divisão:– Fontes Materiais: elementos e fatores influenciam e
determinam a criação de normas;• Fatores Econômicos;• Arcabouço Jurídico Empresarial do País;• Sistema de mercado utilizado;
– Fontes Formais: a forma como agem ou exteriorizam as normas.• São as normas que regem o exercício profissional;• Carvalho Mendonça divide em:
– Primárias ou Diretas– Subsidiárias ou Indiretas
FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL.
• Fontes Formais Primárias ou Diretas:– Mais Importantes;– Disciplinam Empresas e Empresários;– Código Comercial 1850;– Código Civil;– Legislação Esparsa (p.e. Lei 8.934/94, Lei
6.404/76, Lei Comp. 123/2006, etc.);– Tratados Internacionais.
FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL.
• Fontes Formais Subsidiárias ou indiretas:– Complementam lacunas específicas das fontes
primárias;– Usos e Costumes (nasceu consuetudinário);– Normas civis diversas (obrigações e contratos);
CAPÍTULO IIATIVIDADE EMPRESARIAL.
ATIVIDADE EMPRESARIAL.CONCEITO DE EMPRESÁRIO.
Empresário.• Conceito:
– Encontra-se no art. 966 do CC:• Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a
produção ou a circulação de bens ou de serviços.– Profissionalmente:
• Habitualidade;• Pessoalidade (empregados);• Monopólio das Informações;
– Atividade Econômica: • Visa o Lucro;• Lucro é fim da atividade;• Não sua efetivação, a vontade de obtenção.
– Atividade Organizada: • Articulação dos fatores de produção;
– Capital, M.O., insumos e tecnologia);• Organização de pessoas e meios para a finalidade;• Sem organização, não é empresário.
– Produção e Circulação de Bens e Serviços:• Produção de Bens = Fabricação;• Produção de Serviços = Prestação;• Circulação de Bens = Intermediação para escoamento (atacado e varejo);• Circulação de Serviços = Intermediação de Serviços.
Empresário Individual x Sociedade Empresária.• Exercer profissionalmente atividade
economicamente organizada;• Não é exclusividade da pessoa física;• A pessoa jurídica pode exercer tal atividade;• Logo empresário poderá ser:– Empresário Individual;– Sociedade Empresária;
• EIRELI.
Empresário Individual x Sociedade Empresária.• Grande Diferença = Patrimônio– Empresário Individual = confusão,
responsabilidade direta e ilimitada;– Sociedade Empresária = Separação,
responsabilidade subsidiária, pode ser limitada.
EIRELI
• Antiga reinvindicação da doutrina comercialista.
• Duas vertentes, dois modelos de figura jurídica:– Empresário Individual de Responsabilidade
Limitada;– Sociedade Limitada Unipessoal.
• Criação pela Lei 12.441/2011 que alterou dispositivos do CC.
EIRELI
• A Lei 12.441/2011 criou a Empresa Individual de Responsabilidade Limitada (EIRELI).
• Alteração de dispositivos do CC.• Criou uma nova figura jurídica, distinta do
empresário individual e da sociedade empresária.
EIRELI
• Exigência de Capital Mínimo – Igual ou superior a 100 salários mínimos.
• Única no Brasil – ADI 4.637 (STF).• Modificação Posterior – Capital deve
acompanhar o Salário Mínimo?
EIRELI
• Natureza Jurídica:– Trata-se pessoa jurídica de direito privado,
diferente das demais existentes até 2011.– Divergência: deve ser considerada uma
subespécie das sociedades limitadas.– Jornada de Direito Empresarial: Enunciado 3 – “A
EIRELI não é sociedade unipessoal, mas um novo ente, distinto da pessoa do empresário e da sociedade empresária”.
EIRELI
• Constituição por Pessoa Jurídica:– Pessoa Jurídica pode constituir EIRELI?– Não há previsão legal que responda.– A princípio, pela Jornada de Direito Comercial,
não.
EIRELI
• Mais de uma EIRELI:– § 2º do art. 980-A – Apenas uma;– Altera o objetivo, para mais de uma atividade,
terá que constituir uma EIRELI e depois uma LTDA. com sócios.
EXCLUSÕES DO CONCEITO DE EMPRESÁRIO.
Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário.• Profissionais Liberais:– P. U. art. 966 CC:
• Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.
– Exploram atividade Econômica– Não são considerados empresários – Fora do alcance do
direito empresarial.– Prevalece a pessoalidade.– Exercício não é elemento de empresa.
Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário.
• Profissionais Liberais:– Exceção:• Quando a atividade do profissional passa a ser
elemento de empresa (organizar elementos).
– Existem outros elementos na atividade.– Não prevalece a pessoalidade.– Exercício profissional e organizacional
(empresário).
Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário.
• Profissionais Liberais:– Exemplos:• Médico;• Músico;• Dentista;• Professor;• Escritor;• Artista Plástico.
Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário.• Sociedades Simples (uniprofissionais):– Da mesma forma que o item anterior explora atividade
profissional:• Dois ou mais profissionais associam-se para explorara a atividade.• Não é elemento de empresa.• Não explora atividade empresarial.
– Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a registro; e, simples, as demais.
– Objeto social é a exploração da profissão intelectual.
Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário.
• Sociedades Simples (uniprofissionais):– Exceção: Exercício constituir elemento de
empresa.• Atividade intelectual deixa de ser relevante e passa a
ser elemento de empresa.• Objeto social deixa de ser a exploração intelectual
para exploração de empresa.
Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário.
• Sociedades de Advogados:– É Exceção.– Aplicando o conceito anterior:• Advogado atividade intelectual;• Grande Escritório, a atividade pessoal intelectual
inexiste;• Porém não é atividade empresarial;• Sociedades Civis (Soc. Simples);• Lei 8.906/1994 – arts. 15 a 17.
Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário.
• Atividade Rural:– Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua
principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.
– Demais são obrigados a registrar.– Rural facultativo.– Não registro – Não é empresário ou sociedade empresária.– Registro – Empresário, subordinação jurídica ao regime
empresarial.– Natureza Constitutiva – Não apenas declaratória.– Aplica-se à Sociedade Rural (art. 984 CC).
Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário.
• Cooperativa:– O que define o tipo de Sociedade?– Objeto:• Sociedade Empresária: Exploração de Empresa;• Sociedade Simples: Exploração não Empresarial.
– Cooperativa: Depende então do Objeto?– Não!– É exceção à regra.
Agentes Econômicos Excluídos do Conceito de Empresário.
• Cooperativa:– Disciplina do art. 982, P.U.:• Parágrafo único. Independentemente de seu objeto,
considera-se empresária a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa.
– Sempre será simples.– Não é o critério material– Critério Legal.
EMPRESÁRIO INDIVIDUAL
Logotipo da Empresa
Empresário Individual.
• Empresário individual;• Sociedade Empresária;• Empr. Individual de Respons. Limitada (EIRELI).
Empresário Individual.
• Regras Fundamentais:– Art. 966. Considera-se empresário quem exerce
profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.
– Art. 972. Podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos.
Empresário Individual.
• Impedimentos Legais:– § 1º do art. 1.011 CC.• § 1o Não podem ser administradores, além das pessoas
impedidas por lei especial, os condenados a pena que vede, ainda que temporariamente, o acesso a cargos públicos; ou por crime falimentar, de prevaricação, peita ou suborno, concussão, peculato; ou contra a economia popular, contra o sistema financeiro nacional, contra as normas de defesa da concorrência, contra as relações de consumo, a fé pública ou a propriedade, enquanto perdurarem os efeitos da condenação.
Empresário Individual.
• Impedimentos Legais:– Lei 8.112/90 – art. 117, X:• Art. 117. Ao servidor é proibido:• X - participar de gerência ou administração de sociedade
privada, personificada ou não personificada, exercer o comércio, exceto na qualidade de acionista, cotista ou comanditário;.
Empresário Individual.
• Impedimentos Legais – Outros Exemplos:– Lei Complementar 35/79, art. 36, I;– Lei 8.625/93, art. 44, III;– Lei 6.880/80, art. 29;– Entre outros.
Empresário Individual.
• São impedidos de participar de sociedade empresária?
• Sócio = Empresário?• Sócio não é empresário!!!• Então podem ser sócios – Acionistas, cotistas,
comanditários.– Responsabilidade limitada– Não poder exercer administração.
Empresário Individual.
• Capacidade:– Previsão Legal: arts. 3º e 4º do CC.– Absolutamente e relativamente.– Hipóteses Excepcionais:• Art. 974. Poderá o incapaz, por meio de representante
ou devidamente assistido, continuar a empresa antes exercida por ele enquanto capaz, por seus pais ou pelo autor de herança.
Empresário Individual.
• Capacidade:– Incapacidade Superveniente:• Continuar atividade exercido por ele mesmo enquanto
capaz.
– Por Herança:• Continuar a exercer empresa de outra pessoa que lhe
deixou de herança (sucessão causa mortis); alvará judicial, ouvido o MP, pode ser negado.
– Em qualquer caso os bens anteriores não se comunicam. Os estranhos a atividade não se sujeitam aos resultados da empresa. Limitação de responsabilidade (art. 974, § 2º).
Empresário Individual.
• Capacidade Sociedades:§ 3o O Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais deverá registrar contratos ou alterações contratuais de sociedade que envolva sócio incapaz, desde que atendidos, de forma conjunta, os seguintes pressupostos:I – o sócio incapaz não pode exercer a administração da sociedade; II – o capital social deve ser totalmente integralizado;III – o sócio relativamente incapaz deve ser assistido e o absolutamente incapaz deve ser representado por seus representantes legais.
Empresário Individual.
• Empresário Casado:• Art. 978. O empresário casado pode, sem
necessidade de outorga conjugal, qualquer que seja o regime de bens, alienar os imóveis que integrem o patrimônio da empresa ou gravá-los de ônus real.
• Art. 979. Além de no Registro Civil, serão arquivados e averbados, no Registro Público de Empresas Mercantis, os pactos e declarações antenupciais do empresário, o título de doação, herança, ou legado, de bens clausulados de incomunicabilidade ou inalienabilidade.