Upload
phamnhu
View
212
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
da CAPACIDADE PARA SUCEDER, aceitação, renúncia e os excluídos da sucessão
http://patriciafontanella.adv.br
DA CAPACIDADE PARA SUCEDER
• Capacidade para suceder na sucessão legítima (art. 1798).
• O problema dos embriões crioconservados.
• Capacidade para suceder na sucessão testamentária (art. 1799).
• A questão da prole eventual.
• Enunciados das JDC.
http://patriciafontanella.adv.br
DIREITO DE REPRESENTAÇÃO
• Possibilidade de alguém ser chamado a suceder uma pessoa em todos os direitos que essa pessoa teria se viva fosse.
• Formas de herdar: por cabeça e por estirpe ou representação (art. 1851).
• Linha reta descendente e linha colateral, excepcionalmente.
http://patriciafontanella.adv.br
ACEITAÇÃO E RENÚNCIA DA HERANÇA OU DO LEGADO
1 - Aceitação/adição – mera confirmação.
• Ato jurídico unilateral e irrevogável, cujos
efeitos retroagem à data da abertura da
sucessão. Pode ser:
• Expressa (art. 1805).
• Tácita (par. 1º , art. 1805).
• Presumida (art. 1807).
http://patriciafontanella.adv.br
RENÚNCIA
2 - É ato jurídico unilateral e irrevogável, com
efeitos “ex tunc”.
• Não há direito de representação (art. 1811) e o
renunciante é tratado como se nunca tivesse
existido.
• Forma pública (art. 1793) e por termo judicial
(art. 1806).
• Anuência do cônjuge (art. 1647 c/c 80, II).
http://patriciafontanella.adv.br
Classificação da doutrina
• Renúncia Abdicativa (art. 1804) – o herdeiro não aceita e
a herança retorna para o monte-mor (ITCM – paga um
imposto). Esta é a renúncia pura.
• “Renúncia” Translativa (par. 2º - art. 1805)– o herdeiro
recebe e transmite a herança para certa pessoa. Não se
trata de renúncia e sim de cessão de direitos. Aqui pagam-
se dois tributos (ITCM e ITIV).
• Cessão de direitos hereditários, gratuita (equipara-se a
doação) ou onerosa (equipara-se a compra e venda):
consiste na transferência que o herdeiro, legítimo ou
testamentário faz a outrem, de todo o quinhão ou parte
dele, que lhe compete após a abertura da sucessão (art.
1793).
http://patriciafontanella.adv.br
EXCLUÍDOS DA SUCESSÃO: INDIGNO E DESERDADO
• Podem ser excluídos da sucessão quem agiu com
ingratidão, praticando atos condenáveis contra o
“de cujus” e seus ascendentes, descendentes,
cônjuge ou companheiro.
1 - Indignidade – É uma sanção civil que acarreta a
perda do direito sucessório.
• Atinge os herdeiros legítimos e testamentários,
bem como os legatários.
• Decorre de lei (art. 1814), para excluir herdeiros
necessários ou não, por iniciativa dos
interessados. http://patriciafontanella.adv.br
CAUSAS DE EXCLUSÃO POR INDIGNIDADE
a) Seja o herdeiro ou legatário incurso em
casos legais de indignidade.
b) Não tenha sido ele reabilitado pelo “de
cujus”.
c) Haja uma sentença declaratória da
indignidade.
http://patriciafontanella.adv.br
Procedimento • Obrigatoriedade de procedimento judicial (rito ordinário).
• Juiz declara por sentença a exclusão (art. 1815). Na
doutrina predomina o entendimento de que é indispensável
a provocação judicial.
• Legitimidade ativa: quem tiver legítimo interesse na
sucessão: demais herdeiros (art. 6º do CPC). MP? Há
enunciado. Mas parte da doutrina entende que o MP não
possui legitimidade, mesmo nos casos de menores ou
inexistência de herdeiros.
• Legitimidade passiva: só o imputado.
• Prazo: 04 anos a contar da abertura da sucessão (par.
único do art. 1815).
• Há direito de representação (art. 1816).
REABILITAÇÃO OU PERDÃO DO INDIGNO
• O perdão é ato solene, pois a lei só lhe dá
eficácia se efetuado por ato autêntico, ou
em testamento.
• Deve ser expresso e é irretratável. Mesmo
revogado o testamento, permanence válida
a cláusula que reabilita o indigno.
• Ato autêntico é qualquer declaração (mesmo
sem esse fim específico), por instrumento
público ou particular, autenticada pelo
escrivão. http://patriciafontanella.adv.br
• Perdão tácito somente quando o testador,
após a ofensa, contemplou o indigno em
testamento, cujos direitos ficam
circunscritos aos limites da deixa.
• Nulo o testamento, não terá efeito o perdão,
salvo se foi realizado pro escritura pública,
então valerá como ato autêntico.
http://patriciafontanella.adv.br
EFEITOS DA EXCLUSÃO • São pessoais e não passam da pessoa do culpado. Não se
presume culpado, necessário sentença que possui efeitos
“ex nunc”.
• Os descendentes do indigno sucedem como se morto fosse
antes da abertura da sucessão (art. 1816), salvo se o
indigno foi nomeado em testamento, caso em que os bens
seguirão o destino dado pelo testador em eventual
substituição ou acrescidos ao monte-mor.
• Não poderão usufruir, nem administrar os bens herdados
por seus descendentes.
• Bens ereptícios são os bens retirados do indigno.
• Não poderá administrar ou usufruir os bens.
http://patriciafontanella.adv.br
HERDEIRO APARENTE
• “É o herdeiro que, não sendo titular dos direitos
sucessórios, é tido, entretanto, como legítimo proprietário
da herança, em consequencia de erro invencível e comum.”
Mário Moacir Porto.
• O art. 1827 prevê a validade de atos onerosos praticados
pelo herdeiro aparente a terceiros de boa-fé, sendo válidas
as alienações de bens hereditários efetuadas antes da
exclusão do herdeiro. A boa-fé de terceiro valida atos que
seriam originariamente nulos ou anuláveis.
• A sentença retroage para todos os demais efeitos.
http://patriciafontanella.adv.br
DESERDAÇÃO
• Decorre de lei (arts. 1814 + 1962 + 1963) e por
iniciativa do testador para afastar os herdeiros
necessários.
• O autor da herança afasta-os em testamento,
punindo o responsável com expressa declaração
de causa (art. 1964).
• Não haverá deserdação se houver perdão (art.
1818).
• É necessária a prova determinante em juízo, em
ação movida pelos interessados, no prazo de 04
anos, a partir da abertura do testamento.
http://patriciafontanella.adv.br
REQUISITOS DE EFICÁCIA DA DESERDAÇÃO
a) Existência de herdeiros necessários;
b) Testamento válido;
c) Forma expressa e pode ser revogado por
outro testamento;
d) Expressa declaração de causa prevista em
lei e taxativo;
e) Propositura de ação ordinária no prazo para
provar a veracidade da causa alegada;
http://patriciafontanella.adv.br
EFEITOS DA DESERDAÇÃO
• São pessoais e não passam da pessoa do culpado e os
descendentes do deserdado sucedem como se morto fosse
antes da abertura da sucessão conforme a doutrina
majoritária atual.
• Não poderão usufruir, nem administrar os bens herdados
por seus descendentes.
• O indigno não se presume culpado, ao passo que o
deserdado sim, impedindo este de assumir a posse dos
bens da herança. A doutrina e a jurisprudência dominantes
tem entendido que os bens devem ser deixados com o
inventariante ou depositário judicialmente se necessário e
onde houver, eis que necessário aguardar a sentença
definitiva de confirmação da pena.
• TENDO A FALECIDA EXARADO EM
TESTAMENTO A FIRME DISPOSIÇÃO DE
DESERDAR A FILHA E AS NETAS, POR
OFENSA MORAL, INJÚRIA E DESAMPARO NA
VELHICE E, HAVENDO COMPROVAÇÃO
DESTES FATOS, HÁ QUE SER MANTIDA A
ÚLTIMA VONTADE DA TESTADORA. APELAÇÃO
DESPROVIDA. TJRS, APELAÇÃO CÍVEL n
70002568863.
• SUCESSAO. DESERDAÇÃO DE HERDEIRA
NECESSÁRIA.CASTIGO NÃO INCIDENTE
SOBRE OS SUCESSORES. CIRCUSTÂNCIA EM
QUE NÃO SE ADMITE A PENA ALÉM DA
PESSOA DO DELIQUENTE. TJSP, In: RT
691/89.
http://patriciafontanella.adv.br
HERANÇA JACENTE E VACANTE SUCESSÃO DO ESTADO
• Não havendo cônjuge ou parente sucessível ou havendo renúncia, o Estado recolhe a herança (art. 1819 e ss.)
• Ele não é herdeiro, pois não adquire o domínio e a posse da herança no momento da abertura da sucessão (art. 1844).
• Nesse caso: 1. Jacente; 2. Vacante (aqui os bens passam ao domínio público)
http://patriciafontanella.adv.br
• Principal característica: passagem transitória para transferir os bens para o Estado.
• No espólio: os herdeiros são conhecidos.
• Na jacência: não se sabe dos herdeiros.
• Administrador da herança jacente: CPC, art. 12, IV e CPC 1142 e ss.
• Principal efeito da declaração de vacância: afastar os colaterais, conforme o art. 1822 do CC.
Bibliografia Recomendada
• DIAS, Maria Berenice. Manual de direito das sucessões. São Paulo: RT, 2011.
• HIRONAKA, Giselda Maria Fernandes Novaes. Comentários ao código civil. Parte especial do direito das sucessões. Da sucessão em geral; da sucessão legítima. V. 20. São Paulo: Saraiva, 2003.
• ______ et alli. Direito de Família e das Sucessões. Temas atuais. São Paulo:Método, 2010.
• LEITE, Eduardo de Oliveira. Comentários ao novo código civil. Do direito das sucessões. V. XXI. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
• FONTANELLA, Patrícia; RUSSI, Patrícia. A possibilidade da adoção da prole eventual diante da incidência dos direitos fundamentais nas relações privadas. Disponível em: www.professorflaviotartuce.com.br
• TARTUCE, Flávio; SIMÃO, José Fernando. Direito das sucessões. São Paulo: Ed. Método, 2011. v.6.
• VELOSO, Zeno. Comentários ao código civil. Parte especial do direito das sucessões. Da sucessão testamentária; do inventário e da partilha. V. 21. São Paulo: Saraiva, 2003.
http://patriciafontanella.adv.br