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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
GOVERNO DO PARANÁ SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO
NÚCLEO REGIONAL DE CIANORTE ESCOLA ESTADUAL EMÍLIO DE MENEZES – E. F.
P D E - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL PROFESSORA: LEDA MARIA G. VALENÇA DE SOUZA
ORIENTADOR: Ms. SEBASTIÃO GERALDO BARBOSA
MATERIAL DIDÁTICO PEDAGÓGICO
AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA COMO INSTRUMENTO DE MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
JAPURÁ/2009
GOVERNO DO PARANÁ
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO NÚCLEO REGIONAL DE CIANORTE
ESCOLA ESTADUAL EMÍLIO DE MENEZES – E. F. P D E - PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
PROFESSORA: LEDA MARIA G. VALENÇA DE SOUZA
UNIDADE TEMÁTICA
AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA COMO INSTRUMENTO DE MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
Produção didático pedagógica – unidade temática – elaborada para orientar as diretrizes de ação do PDE – Programa de Desenvolvimento da Educação, da SEED – Secretaria de Estado da Educação do Paraná.
Orientador: Prof. Ms. Sebastião Geraldo Barbosa
JAPURÁ/2009
Na avaliação inclusiva, democrática e amorosa não há exclusão, mas sim, diagnóstico e construção. Não há submissão, mas sim liberdade. Não há Medo, mas sim espontaneidade e busca. Não há chegada definitiva, mas sim Travessia permanente em busca do melhor. Sempre!
Luckesi
IDENTIFICAÇÃO
PROFESSOR PDE: Leda Maria Gonçalves Valença de Souza
ÁREA: Matemática
TEMA: Concepção sobre a Matemática e as práticas avaliativas
TÍTULO: Avaliação no processo de ensino-aprendizagem de Matemática como
instrumento de mediação da aprendizagem
NRE: Cianorte – PR
PROFESSOR ORIENTADOR IES: Prof. Ms. Sebastião Geraldo Barbosa
IES: UEM/FAFIPA
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Escola Estadual Emílio de Menezes – Ensino
Fundamental do Município de Japurá – PR
PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Pais, alunos e professores
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1. APRESENTAÇÃO
AVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM DE MATEMÁTICA COMO INSTRUMENTO DE MEDIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
A Unidade Temática constitui - se em um material de intervenção pedagógica,
fazendo parte de uma das atividades realizadas pelos professores PDE. A
Implementação dessa produção didática acontecerá na Escola Estadual Emílio de
Menezes – Ensino Fundamental, localizada na cidade de Japurá, PR, prevista para
o segundo semestre do ano de 2010, elaborada pela professora Leda Maria
Gonçalves Valença de Souza e orientada pelo professor Ms. Sebastião Geraldo
Barbosa, da Faculdade Estadual de Educação, Ciências e Letras de Paranavaí –
Fafipa.
Este material está centrado no tema “Concepção sobre a Matemática e as
práticas avaliativas”, enfocando a avaliação no processo de ensino e aprendizagem
de Matemática como instrumento de mediação da aprendizagem. Propõe-se a
leitura de textos, questionários e atividades diversas a serem desenvolvidas pelos
alunos da 5ª série “B” , período matutino, e seus respectivos pais e professores na
disciplina de Matemática com o intuito de debater e refletir acerca do tema. As
atividades serão acompanhadas e avaliadas durante a implementação do Projeto.
Propõe-se esta Unidade Temática com o objetivo de contribuir para que a
avaliação no processo de ensino e aprendizagem de Matemática seja desenvolvida
como um processo mediador e interativo, colaborando para a construção de uma
sociedade justa, composta de sujeitos críticos, contribuindo ainda para que o
processo avaliativo da aprendizagem em Matemática seja melhorado, tornando a
avaliação integrada no processo de ensino e aprendizagem, de forma a desvinculá-
la dos processos classificatórios e mantenedores das desigualdades sociais,
favorecendo, desta forma, a aprendizagem matemática dos alunos.
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2. JUSTIFICATIVA
A melhoria da qualidade de ensino da Matemática tem se constituído como
um desafio constante para todos os que vêm se preocupando com o ensino desse
conhecimento, mas via de regra têm se limitado apenas a mudanças de métodos, de
técnicas e propostas curriculares. Não se descarta a possibilidade de que métodos,
técnicas e propostas curriculares possam ter influências positivas na melhoria da
qualidade desse ensino, porém acredita-se que uma mudança significativa só se
concretizará através de uma mudança efetiva de postura, uma mudança de filosofia
pedagógica que atinja, em última instância, o âmbito social. Entende-se que o início
de tal mudança deverá ter lugar na prática de sala de aula, pois nesse trabalho está
a possibilidade de busca de atitudes mais positivas, tanto dos alunos como de
professores, não só com relação ao conhecimento matemático, como também com
relação a seu ensino e aprendizagem.
É preciso pensar sempre em como encaminhar o trabalho em sala de aula
para que o aluno construa seu conhecimento de modo a desenvolver e utilizar todo
seu potencial criativo e crítico, aprimorando-se nos conceitos e na linguagem
matemática.
Neste sentido, a avaliação mediadora configura-se como elemento capaz de
promover o desempenho do aluno, superando práticas exclusivamente
tradicionalistas ou utilizando o resultado dessas práticas para inovar nas formas de
avaliação.
Hoffmann (2005) sugere a adoção da avaliação mediadora que possibilite
Analisar teoricamente as várias manifestações dos alunos em situação de (aprendizagem verbais ou escritas, outras produções), para acompanhar as hipóteses que vêm formulando a respeito de determinados assuntos, em diferentes áreas de conhecimento, de forma a exercer uma ação educativa que lhes favoreça a descoberta de melhores soluções ou a reformulação de hipóteses preliminarmente formuladas. Acompanhamento esse que visa ao acesso gradativo do aluno a um saber competente na escola e, portanto, sua promoção a outras séries e graus de ensino (HOFFMANN, 2005, p.75).
Para o educador francês Charles Hadji (2002, p. 32), “uma avaliação
formativa eficiente deve ter três etapas: o estudo da tarefa a ser avaliada e suas
aplicações, a prática das habilidades e a intervenção”. Afirma ainda que “a avaliação
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é utilizada para orientar e selecionar, às vezes para abrir as portas para uma
colocação profissional. Já a avaliação escolar tem dupla importância: a social e a
individual” (HADJI, 2002, p. 32).
Segundo Buriasco (1999, p. 63):
Avaliar pressupõe definir princípios em função de objetivos que se pretendem alcançar; estabelecer instrumentos para a ação e escolher caminhos para essa ação; verificar constantemente a caminhada, de forma crítica, levando em conta todos os elementos envolvidos no processo.
No contexto da escolha de caminhos para essa ação, propõe-se a
investigação por meio de entrevista instrumentalizada por questionários prévios
direcionados para professores, pais e alunos.
O ambiente escolar se configura como um lugar que oportuniza a construção
de uma aprendizagem científica e propicia a formação de cidadãos capazes de
aprender continuamente. Rever o ponto de vista de avaliação é certamente rever as
concepções de ensino e aprendizagem, de educação e de escola, apoiadas em
princípios e valores comprometidos com a instituição de aluno cidadão.
AVALIAÇÃO: EM BUSCA DO SUCESSO DOS ALUNOS EM SUA APRENDIZAGEM
A educação brasileira tem como grande desafio, na atualidade, promover a
aprendizagem de todos os alunos e assegurar-lhes uma trajetória de sucesso. Essa
trajetória só será possível se o aspecto pedagógico tido como central passar a fazer
parte de uma gestão que priorize formas de pensar, sentir e atuar para garantir a
permanência e a aprendizagem dos alunos. Nessa perspectiva, torna-se
fundamental uma prática avaliativa com a função de diagnosticar e estimular o
avanço do conhecimento.
Se as nossas metas são educação e transformação, não nos resta alternativa
senão em pensar conjuntamente em uma nova forma de avaliação. Romper
paradigmas, mudar a concepção, mudar a prática.
A esse respeito, Perrenoud (1999) anuncia que mudar a avaliação significa
provavelmente mudar a escola. Automaticamente, mudar a prática da avaliação leva
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a alterar práticas habituais, criando inseguranças e angústias, e esse é um obstáculo
que não pode ser negado, pois envolve toda a comunidade escolar.
Mudar a forma de avaliar implica na reformulação do processo didático-
pedagógico, deslocando também a ideia da avaliação do ensino para a avaliação da
aprendizagem.
A avaliação do processo ensino-aprendizagem é muito mais do que
simplesmente aplicar testes, levantar medidas, selecionar e classificar alunos.
Ressalta-se ainda que a avaliação não deve se reduzir a partes: início, meio e fim de
um processo educativo ou períodos predeterminados. Não se reduz a comparar,
selecionar, medir e classificar alunos. Avaliar supõe estar unido no processo de
construção do conhecimento do aluno. Por isso, a prova deve ser um dos
instrumentos de pesquisa do educando e do educador, envolvidos no processo
pedagógico para a construção conjunta do conhecimento.
A avaliação da aprendizagem na escola tem dois objetivos, e de acordo com
Luckesi (2002, p.174), “auxiliar o educando no seu desenvolvimento pessoal, a partir
do processo de ensino-aprendizagem, e responder à sociedade pela qualidade do
trabalho educativo realizado”.
O autor destaca ainda que, “para que a avaliação educacional escolar
assuma o seu verdadeiro papel de instrumento dialético de diagnóstico para o
crescimento, terá de se situar e estar a serviço de uma pedagogia que esteja
preocupada com a transformação social e não com a sua conservação” (LUCKESI,
2002, p. 42).
Para haver mudanças no processo de avaliação, o professor deve
comprometer-se efetivamente no processo de construção do conhecimento,
diagnosticando as falhas e as lacunas a serem sanadas.
Nessa direção, Luckesi, enuncia que:
O educador que estiver afeito a dar um novo encaminhamento para a prática da avaliação escolar deverá estar preocupado em redefinir ou em definir propriamente rumos de sua ação pedagógica, pois ela não é neutra, como todos nós sabemos. Ela se insere num contexto maior e está a serviço dele. Então, o primeiro passo que nos parece fundamental para redirecionar os caminhos da prática da avaliação é assumir um
posicionamento pedagógico claro e explícito (2002, p.42).
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O processo de ensino- aprendizagem está intimamente ligado aos objetivos, à
metodologia e à natureza dos conteúdos propostos pela escola; é um processo
natural que nos permite ter consciência do que se faz e das consequências que
acarretam as ações.
Assim, a avaliação propiciará subsídios ao professor com elementos para
uma reflexão contínua sobre sua prática, sobre a criação de novos instrumentos de
trabalho e retomada de aspectos que devem ser revistos, ajustados ou reconhecidos
como adequado.
A avaliação deverá ser assumida como um instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu processo de aprendizagem (LUCKESI, 2002, p.81).
Para o aluno, será um instrumento de tomada de consciência de suas
conquistas, dificuldades e possibilidades para reorganização de seu investimento na
tarefa de aprender.
Para a escola, possibilitará definir prioridades e localizar quais aspectos das
ações educacionais demandam maior apoio.
Hoffmann pontua que:
É necessário que ocorra uma conscientização de todos estes segmentos, onde a avaliação deve ser repensada para que a qualidade do ensino não fique comprometida, tendo o cuidado nas influencias nas histórias da vida do aluno e do próprio professor para que não haja, mesmo inconscientemente, a presença do autoritarismo e da arbitrariedade que a perspectiva construtivista tanto combate (1993, p.134).
A aprendizagem ocorre tanto mais significativamente quanto maior for a
interação de ações entre o ato de ensinar e o de avaliar.
Assim sendo, avaliar a aprendizagem do aluno significa, concomitantemente,
avaliar o ensino oferecido. Não havendo a aprendizagem esperada, o ensino não
cumpriu sua finalidade de fazer aprender.
Não se avalia o aluno para saber se ele "aprendeu" a informação que lhe foi
repassada pelo professor, e sim para saber se ele, além dos conhecimentos
construídos a partir das informações transmitidas pelo professor ou buscados por ele
próprio, adquiriu as competências e habilidades essenciais para sua participação
efetiva na sociedade, que deveriam ser desenvolvidas pela escola diante de sua
9
responsabilidade de formar integralmente os alunos para que eles possam viver o
hoje e se prepararem para o amanhã.
“O importante não é fazer como se cada um houvesse aprendido, mas
permitir a cada um aprender” (PERRENOUD, 1999, p. 165).
Dante (1999, p. 4) por sua vez, ao procurar desmistificar o processo de
avaliação, vai indicar alguns quesitos em relação aos quais os professores devem
dar mais ou menos ênfase; os quais são descritos na sequência.
Maior ênfase:
• Avaliar o que os alunos sabem, como sabem e como pensam matematica-
mente;
• Avaliar se o aluno compreendeu os conceitos, os procedimentos e se de-
senvolveu atitudes positivas em relação à Matemática;
• Avaliar o processo e o grau de criatividade das soluções dadas pelo aluno;
• Encarar a avaliação como parte integrante do processo de ensino;
• Focalizar uma grande variedade de tarefas matemáticas e adotar uma visão
global da Matemática;
• Propor situações-problema que envolvam aplicações de conjunto de ideias
matemáticas;
• Propor situações abertas que tenham mais que uma solução;
• Propor que o aluno invente, formule problemas e os resolva;
• Usar várias formas de avaliação, incluindo as escritas (provas, testes, trabalhos,
auto avaliação), as orais (exposições, entrevistas, conversas informais) e as de
demonstração (materiais pedagógicos);
• Utilizar materiais manipuláveis, calculadoras e computadores na avaliação.
Menor ênfase:
• Avaliar o que os alunos não sabem;
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• Avaliar a memorização de definições, regras e esquemas;
• Avaliar apenas o produto, contando o número de respostas certas nos testes e
provas;
• Avaliar contando o número de respostas certas nas provas, com o único objetivo
de classificar;
• Focalizar um grande número de capacidades específicas e isoladas;
• Propor exercícios e problemas que requeiram apenas uma capacidade;
• Propor problemas rotineiros que apresentam uma única solução;
• Propor que o aluno resolva uma série de problemas já formulados;
• Utilizar apenas provas e testes escritos;
• Excluir materiais manipuláveis, calculadoras e computadores na avaliação.
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO
O estudo da avaliação da aprendizagem tem sua importância ressaltada nas
últimas décadas devido à necessidade de se adequar os modelos didáticos às novas
exigências curriculares e sociais. No Brasil, tais necessidades estão sinalizadas nos
documentos oficiais como a LDB (Lei 9.394/96), o Plano Nacional da Educação
(PNE), as Diretrizes Curriculares Nacionais, as normas e resoluções do Conselho
Nacional de Educação.
A avaliação talvez seja um dos temas mais estudado e discutido no campo da
educação nas duas últimas décadas. É sempre uma temática de destaque no
contexto educativo, e ganhou na atualidade um espaço muito amplo nos processos
de ensino, exigindo maior discernimento e capacidade de mudança da prática
pedagógica dos profissionais envolvidos.
Em primeiro lugar, reafirma-se que é preciso pensar na avaliação não como
sinônimo de nota, mas de algo dinâmico, contínuo e abrangente, que deve ser
tomado como ponto de partida para a construção do conhecimento.
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Nesse contexto, assume a importância crucial a montagem de diferentes
instrumentos e critérios de avaliação educacional para subsidiar a elaboração de
diagnósticos e orientar o processo de ensino e aprendizagem.
É importante reconhecer que os indivíduos aprendem de formas diferentes,
havendo um modo de aprendizagem mais favorável para cada indivíduo, sendo
necessária, por isso, a oferta de uma variedade de instrumentos avaliativos. Desta
forma, nenhum aluno será privado da aprendizagem.
Nessa linha de raciocínio, Hadji propala que:
Quando há uma preocupação com os instrumentos da avaliação pensa-se de modo prioritário nos instrumentos que vão permitir recolher informações para a avaliação. Esses instrumentos serão diversos, em função dos tipos de dados possíveis (2001, p.47).
Há diferentes instrumentos de avaliação possíveis de serem usados em sala
de aula: provas orais, provas escritas objetivas e dissertativas, trabalhos individuais
parciais (relatórios) e totais (portfólios), auto avaliação, teste de sondagem, debates,
painéis, seminários, estudo de casos, trabalhos em grupo e provas
elaboradas/resolvidas em grupo.
Neste estudo, foram selecionados para desenvolvimento o teste de sondagem
e o portfólio, já que se constituem em instrumentos que se revestem de grandes
potencialidades educativas.
O surgimento de diferentes critérios e instrumentos de avaliação tem
provocado questionamentos entre os educadores na busca de novas estratégias e
ações diferenciadas para verificar a aquisição do conhecimento por parte dos alunos
e o próprio desempenho do seu trabalho.
O ERRO COMO FONTE DE INFORMAÇÃO
No espaço escolar, a avaliação tem sido alvo de muitos estudos, discussões
e contradições, tanto na prática quanto nas teorias que lhe embasam. É certo que a
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avaliação não é um episódio ou um fato isolado, assim como não é um fim em si
mesma, mas um meio para se atingir um fim, objetivo ou meta.
No dia-a-dia na escola, os alunos aprendem muito mais do que os conteúdos
transmitidos. Em conformidade com Luckesi,
Ao assimilar os conhecimentos, o educando assimila também as metodologias e as visões de mundo que os perpassam. O conteúdo do conhecimento, o método e a visão de mundo são elementos didaticamente separáveis, porém compõe um todo orgânico e inseparável do ponto de vista real (2002, p.127).
Assim, os alunos aprendem também atitudes que podem influenciar na
segurança, na afetividade, no desenvolvimento da autonomia e os reflexos podem
aparecer nos instrumentos avaliativos.
Conhecer os alunos torna-se fundamental para bem avaliar e orientar o
processo de ensino-aprendizagem de modo que responda às expectativas de uma
educação escolar que deseja ser transformadora.
Nesse âmbito a avaliação deverá: “... ser assumida como um instrumento de
compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em
vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu
processo de aprendizagem” (LUCKESI, 2002, p. 81).
Assim, para que se efetive uma prática avaliativa consciente e de resultados
positivos, entende-se a avaliação como momentos de parada e reflexão sobre o
caminho do professor e aluno, verificando acertos e erros, bem como novas
possibilidades de aprendizagem e de avaliação.
Portanto, a avaliação necessita ser assumida pelo professor como
instrumento de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontram o
aluno, pois cada aluno aprende de forma e ritmo próprio. A qualidade dos
instrumentos avaliativos torna-se imprescindível nesse processo de aprendizagem.
É nesse processo de construção do conhecimento que surgem os erros,
oportunizando ao educando rever o processo de construção de seu conhecimento e
as formas possíveis para a conquista dos resultados almejados.
“Nessa dimensão educativa, os erros, as dúvidas dos alunos, são
consideradas como episódios altamente significativos e impulsionadores da ação
educativa” (HOFFMANN, 1993, p. 20).
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Uma avaliação capaz de orientar o aluno para que ele próprio possa situar
suas dificuldades, analisá-las e descobrir, ou, pelo menos, operacionalizar os
procedimentos que lhe permitam progredir. Nas palavras de Hadji:
O erro não seria uma falta a ser reprimida, mas uma fonte de informação , e isso tanto para o professor cujo dever é analisar a produção e, através dela, a situação do aluno, como para o aluno, que precisa compreender seu erro para não mais cometê-lo, e progredir (HADJI, 2001, p. 10).
Dessa maneira, a avaliação deve estar dentro de um contexto amplo, em que
o professor, aluno e o grupo serão levados à auto avaliação, desenvolvendo a
capacidade de autocrítica, uma consciência maior de suas potencialidades, com
base na ideia de que aprende a partir da compreensão do erro,
Na concepção do educador francês Charles Hadji (2002), “a avaliação
formativa eficiente deve ter três etapas: o estudo da tarefa a ser avaliada e sua
aplicação, a prática das habilidades e a intervenção”.
De acordo com a Educação Matemática adotada nas DCEs/PR, a avaliação
tem papel de mediação no processo pedagógico, estando integrada em um mesmo
sistema o ensino, a aprendizagem e a avaliação. No entanto, que a avaliação não
deve se restringir a quantificar o nível de informação que o aluno domina, mas
conhecer os significados que o aluno atribui ao que aprende na escola.
Na avaliação, o professor deverá considerar, nos registros escritos e nas
manifestações orais de seus alunos, os erros de raciocínio e de cálculos, do ponto
de vista do processo de aprendizagem. Também deve refletir sobre as seguintes
questões:
- Por que o aluno foi por esse caminho e não por outro?
- Que conceito adotou para resolver uma atividade de maneira equivocada?
- Como ajudá-lo a retomar o raciocínio com vistas à apreensão de conceitos?
- Que conceitos precisam ser discutidos ou rediscutidos?
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- Há alguma lógica no processo escolhido pelo aluno ou ele fez uma tentativa
mecânica de resolução?1
Tais questões elencadas nas Diretrizes Curriculares Estaduais apontam a
preocupação com o caráter diagnóstico dos instrumentos avaliativos na educação
paranaense; e neste sentido é preciso ter clareza das perspectivas que estão
presentes na prática educativa e considerar a avaliação como força motriz, algo que
impulsiona, que leva ao crescimento do aluno.
3. DESENVOLVIMENTO
A avaliação é a mediação entre o ensino do professor e as aprendizagens do professor e as aprendizagens do aluno, é o fio da comunicação entre formas de ensinar e formas de aprender. É preciso considerar que os alunos aprendem diferentemente porque tem histórias de vida diferentes, são sujeitos históricos e isso condiciona sua relação com o mundo e influencia sua forma de aprender. Avaliar, então é também buscar informações sobre o aluno (sua vida, sua comunidade, sua família, seus sonhos...) é conhecer o sujeito e seu jeito de aprender.
Paulo Freire
O presente projeto será desenvolvido em cinco etapas:
1ª ETAPA: APRESENTAÇÃO DO PROJETO À COMUNIDADE ESCOLAR
Apresentação do projeto à comunidade escolar – professores, pais e alunos –
por meio de slides anexos identificando objetivos, justificativa, materiais e métodos
utilizados para o seu desenvolvimento.
1 Diretrizes Curriculares de Matemática para o Ensino Fundamental – SEED, 2006, p. 47.
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2ª ETAPA: COLETAS DE DADOS ATRAVÉS DE QUESTIONÁRIOS
PARTICIPAÇÃO DOS PROFESSORES NO PROCESSO DE AVALIAÇÃO
FAVORECENDO O ENSINO E A APRENDIZAGEM
Saber que ensinar não é transferir conhecimento, mas, criar as possibilidades para sua própria produção ou sua construção.
(Paulo Freire)
A avaliação foi e ainda é considerada uma polêmica no processo de ensino-
aprendizagem. Deve ser um processo contínuo, sistemático, funcional e integral. No
entanto, isso só depende da visão que o professor tem da própria avaliação e da sua
importância no processo de ensino-aprendizagem.
Hoje, “os educadores, em geral, discutem muito como fazer a avaliação e
sugerem metodologias diversas, antes, entretanto, de compreender
verdadeiramente o sentido da avaliação na escola (HOFFMANN, 2005, p.17 ).
Nesse contexto, é primordial refletir sobre o papel do professor na mediação
da aprendizagem matemática e na intervenção para a apropriação dos objetos
matemáticos.
Nessa vertente, Hoffmann pontua que:
Práticas seculares e rotineiras na escola não se transformam como num passe de mágica. Os estudos realizados mostram a necessidade de muita discussão entre professores e sua relação com os alunos. É preciso refletir sobre o significado do que se vem fazendo e partir daí para a construção de uma prática que se adapte a cada realidade (2005, p. 68).
Assim, torna-se necessário investigar e compreender a forma de avaliação
utilizada pelos professores no seu dia a dia, refletindo e discutindo as práticas
avaliativas, buscando a melhoria da aprendizagem dos alunos.
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QUESTIONÁRIO 1
1. IDENTIFIFICAÇÃO
1.1 Sexo:
1.2 Idade:
1.3 Tempo de magistério:
1.4 Série em que atua:
1.5 Com quantas turmas trabalha atualmente:
1.6 Média de alunos por turma:
2. QUESTIONÁRIO PRÉVIO
2.1 Para você, o que é avaliar a aprendizagem do aluno?
2.2 O que você considera fundamental para uma boa avaliação?
2.3 Quais são os objetivos de se avaliar a aprendizagem?
2.4 Qual o papel do aluno e do professor no processo de avaliação de
aprendizagem?
2.5 Com que frequência realiza avaliações?
2.6 Qual a relação entre a nota obtida pelo aluno e sua aprendizagem?
2.7 Cite os fatores que contribuem para o baixo rendimento dos alunos nas
avaliações.
2.8 Que formas de avaliação você utiliza com seus alunos? Qual realiza com maior
frequência?
2.9 Qual a sua atitude diante de resultados não satisfatórios da avaliação?
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2.10 Em relação à avaliação com utilização de provas, você:
( ) não utiliza esse instrumento;
( ) não elabora as provas que aplica;
( ) elabora as provas utilizando questões retiradas de livros e outras fontes;
( ) elabora as provas e cria as próprias questões;
( ) outras possibilidades (explique).
PARTICIPAÇÃO DOS PAIS NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM
“Não se pode educar eficientemente se os pais e professores se desconhecem, se a educação escolar estiver isolada da educação familiar”.
Suenens
Por meio de um questionário prévio busca-se refletir acerca da importância da
participação dos pais no processo de escolarização dos seus filhos, pois a educação
é um processo contínuo que se desenvolve no ambiente familiar e social.
Compreende-se que a família desempenha uma função importante no
acompanhamento escolar do aluno, favorecendo o seu desenvolvimento e
aprendizagem.
A articulação entre a escola e a família tende a colaborar no processo ensino e
aprendizagem dos alunos, facilitando a prática pedagógica dos professores.
Nogueira aventa que:
Se a escola é uma instituição pública da qual os pais dos alunos fazem parte, este deve poder participar de tomadas de decisão em relação aos objetivos educacionais, à prioridade e às metas do projeto (1999, p. 15).
18
QUESTIONÁRIO 2
1. IDENTIFICAÇÃO:
Pai: Mãe: Aluno:
2. QUESTIONÁRIO PRÉVIO
2.1 Você orienta seu filho(a) nas atividades escolares diariamente, ou somente na
semana de avaliações? Justifique
2.2 Para você, a nota que seu filho(a) obtém é um reflexo de aprendizagem?
Justifique.
2.3 Que tipo de sentimento emoção você experimenta por ocasião da semana de
avaliações do seu filho(a)?
2.4 Qual a sua reação em relação ao seu filho(a) diante do resultado das avaliações?
2.5 Em sua percepção, o estado emocional de seu(a) filho(a) modifica-se na semana
de avaliações? Caso sua resposta seja afirmativa, caracterize-o.
2.6 De que forma você contribui em casa no processo de aprendizagem do seu(a)
filho(a)?
PARTICIPAÇÃO DOS ALUNOS NO PROCESSO DE ENSINO E
APRENDIZAGEM
Para você me educar Você precisa me conhecer
Precisa saber da minha vida Meu modo de viver e sobreviver
Vidal de Doné
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No dia-a-dia na escola, os alunos aprendem muito mais do que os conteúdos
transmitidos. Conforme Luckesi (2002, p.127), “ao assimilar os conhecimentos, o
educando assimila também as metodologias e as visões de mundo que os
perpassam. O conteúdo do conhecimento, o método e a visão de mundo são
elementos didaticamente separáveis, porém compõe um todo orgânico e inseparável
do ponto de vista real”.
Assim, os alunos aprendem também atitudes que podem influenciar na
segurança, na afetividade, no desenvolvimento da autonomia e os reflexos podem
aparecer nos instrumentos avaliativos.
Conhecer os alunos torna-se relevante para bem avaliar e orientar o processo
de ensino-aprendizagem de modo que responda às expectativas de uma educação
escolar que deseja ser transformadora.
Nesse contexto, a avaliação deverá: “... ser assumida como um instrumento
de compreensão do estágio de aprendizagem em que se encontra o aluno, tendo em
vista tomar decisões suficientes e satisfatórias para que possa avançar no seu
processo de aprendizagem” (LUCKESI, 2002, p. 81).
O objetivo desse questionário é conhecer os alunos, identificando o que eles
pensam em relação à matemática – seu ensino e sua aprendizagem – fornecendo
elementos ao professor para repensar sua prática avaliativa e planejar novas ações
educativas.
QUESTIONÁRIO 3
1. IDENTIFICAÇÃO
Nome: Idade:
2. QUESTIONÁRIO PRÉVIO
2.1 Você gosta de Matemática?
2.2 Você acha importante estudar Matemática?
2.3 Você usa a Matemática no seu dia-a-dia? Em caso afirmativo, em que
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situações?
2.4 Quais as formas de avaliações aplicadas para sua turma?
2.5 Você gosta do tipo de avaliação aplicada? Por quê?
2.6 Você estuda todos os dias ou somente na semana ou no dia da avaliação?
2.7 O que você acha mais difícil em Matemática? Por quê?
2.8 Seus pais ajudam você nas atividades da escola? Como?
2.9 O que é necessário para aprender Matemática?
2.10 Você observa algum sentimento diferente na hora da avaliação? Qual?
( ) ansiedade;
( ) medo;
( ) preocupação;
( ) tranquilidade;
( ) outro. – Qual? _________
3ª ETAPA: ANÁLISE DE RESULTADOS
Será realizada uma análise crítica e reflexiva registrando a visão dos pais,
professores e alunos sobre as diferentes concepções da avaliação e a sua
importância para a aquisição e desenvolvimento da aprendizagem.
Pretende-se fazer uma apresentação detalhada dos resultados dos
questionários aplicados na elaboração do artigo final.
4ª ETAPA: SUGESTÕES DE AÇÕES
FILME: A história de Ron Clark / O Triunfo
Gênero: drama
Tempo de Duração: 95 minutos
Ano de lançamento: 2006
Site Oficial: http: //www.tnt.tv/title/?oid=633246
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Sinopse: Matthew Perry é um jovem professor impaciente, porém talentoso, que
deixa sua casa na zona rural da Carolina do Norte para se aventurar a dar aulas nas
escolas de Nova York. Enquanto luta para manter seu otimismo ao se defrontar com
um obstáculo após o outro, ele desistirá de tudo para retornar a sua casa com o rabo
entre as pernas, ou realizará sua ambição de transformar o futuro de alguns dos
mais difíceis e vulneráveis garotos da cidade?
Reflexão: - Qual era a concepção de avaliação da escola? Quais os critérios de
avaliação utilizados pelo professor?
- Que contribuições a avaliação praticada pelos professores de Matemática têm
oferecido para a aprendizagem Matemática dos alunos?
MÚSICA: “Estudo Errado” ,de Gabriel O Pensador
“... Manhê! Tirei dez na prova
Me dei bem tirei um cem e eu
Quero ver quem me reprova
Decorei toda lição
Não errei nenhuma questão
Não aprendi nada de bom
Mas tirei dez (boa filhão) ...”
A letra dessa música retrata muitas vezes a ideia que muitos dos alunos e seus
pais possuem da avaliação, valorizando apenas a nota e não como um processo de
construção do conhecimento.
VÍDEO: Avaliação e contexto social
Tempo de duração: 16 min.
Site:http://midiaseducacao-videos.blogspot.com/2007/12/avaliao-e-contexto-
social.html
Sinopse: A série trata das diversas metodologias utilizadas para avaliar o
aprendizado dos alunos: avaliação diagnóstica, formativa e somativa. Mostra que
não há um modelo a ser seguido. É preciso desenvolver um processo de avaliação
de acordo com o projeto político pedagógico da escola. A série também levanta
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questões como "O que é avaliação? Por que avaliar? O que e como avaliar?", além
de abordar critérios para a construção do processo de avaliação e as dificuldades
cotidianas encontradas para implementar uma nova cultura avaliativa.
SÍTIOS
http://www.luckesi.com.br
http://revistaescola.abril.com.br
Estes sítios apresentam sugestões de leituras, artigos e outros.
SUGESTÃO DE LEITURA
HOFFMANN, Jussara. Avaliação Mediadora: uma prática em construção,
da pré-escola, à universidade. 24 ed. Porto Alegre: Mediação, 2005.
Essa obra trata do verdadeiro sentido da avaliação na escola, levando os
educadores a repensarem a sua prática avaliativa, apontando alguns princípios
coerentes a uma ação avaliativa mediadora.
MORETTO, Vasco Pedro. PROVA, momento privilegiado de estudo –
não um acerto de contas. 3ª ed. Rio de Janeiro: DP&, 2002.
O autor pondera que é necessário dar ao processo de avaliação um novo
sentido, transformando-o em oportunidade para o aluno ler, refletir, relacionar,
operar mentalmente e demonstrar que tem recursos para abordar situações mais
elaboradas.
5ª ETAPA: ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS
A avaliação é a reflexão transformada em ação. Ação esta que nos impulsiona a novas reflexões.
Reflexões permanentes do educador sobre sua realidade e acompanhamento
passo a passo do educando, na sua trajetória de construção do conhecimento.
Jussara Hoffmann
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Avaliar os alunos é uma das tarefas mais problemáticas para o professor em
qualquer grau de ensino. Apesar de muitos educadores matemáticos se debruçarem
sobre o tema ultimamente, os conceitos e práticas de avaliação em Matemática não
têm evoluído satisfatoriamente.
Segundo Luckesi (2002), “sabemos e temos evidências de que a avaliação,
na grande maioria das escolas, ainda tem o papel de disciplinar através de ameaças
e de provas”, entende-se com isso que a avaliação da aprendizagem na maioria das
escolas tem como principal característica ser de controle aversivo aos alunos,
quando o papel da avaliação deveria ser o de diagnosticar para poder então
reorientar o ensino.
A finalidade da avaliação é proporcionar aos alunos novas oportunidades
para aprender e possibilitar ao professor refletir sobre o seu próprio trabalho, bem
como fornecer dados sobre as dificuldades de cada aluno (ABRANTES, 1994, p.15
apud DCEs).
Luckesi (2002) assegura que a avaliação deve ser diagnóstica, para que se
possa ter um ponto de partida, fazer um programa de estudo a partir de uma
identificação dos conhecimentos prévios dos alunos, observando, analisando,
pesquisando, com um embasamento teórico que possa reconstruir a aprendizagem.
Nesse contexto, sabe-se que se deve atribuir novo significado na forma de
avaliar e consequentemente na forma de ensinar.
Hoffmann (2005, p.56-57) indica, alguns princípios coerentes a uma ação
avaliativa mediadora.São eles:
Oportunizar aos alunos momentos de expressar suas ideias;
Oportunizar discussão entre os alunos a partir de situações
desencadeadoras;
Realizar várias tarefas individuais, menores e sucessivas, investigando
teoricamente, procurando entender as razões para as respostas
apresentadas pelos estudantes;
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Ao invés do certo/errado e da atribuição de pontos, fazer comentários sobre
as tarefas dos alunos, auxiliando-os a localizar as dificuldades, oferecendo-
lhes oportunidades de descobrirem melhores soluções;
Transformar os registros de avaliação em anotações significativas referentes
ao acompanhamento dos alunos em seu processo de construção de
conhecimento;
Oportunizar aos alunos momentos de expressar suas ideias.
Com base nesses princípios se desenvolverá o teste de sondagem como
avaliação diagnóstica, observando o desempenho individual de cada aluno no
processo de construção do conhecimento, para, a partir daí, poder auxiliá-los em
sua trajetória. O professor, deve rever sua prática educativa e buscar caminhos para
auxiliar o aluno a se desenvolver.
No decorrer do semestre, serão propostas atividades diversas aos alunos
para investigar o modo de pensar e fazer Matemática, as quais serão registradas
para poder acompanhá-los em sua aprendizagem.
Esses registros, ou seja, “comentários não podem significar censuras, mas
apontar seus avanços, idéias interessantes, encaminhar questões sobre algumas
repostas incompletas, apontar relações entre um exercício e outro” (HOFFMANN,
2005, p.87).
Os PCNs preconizam que existem certos instrumentos de avaliação que
poderão preferencialmente favorecer o desenvolvimento da capacidade de auto
avaliação e acompanhamento sobre o que o aluno realizou, o que aprendeu e como
progrediu. É, por exemplo, o caso do portfólio ou dossiê do aluno, no qual se inclui
uma diversidade de atividades desenvolvidas, que essa estratégia resulta no
acompanhamento da construção do conhecimento do aluno durante todo o processo
de ensino/aprendizagem. Esse material favorece a reflexão das produções mais
significativas, identificado os maiores desafios/dificuldades em relação ao objeto de
estudo e das formas encontradas para a superação.
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TESTE DE SONDAGEM:
AVALIAR
AVALIAR
PLANEJAR
PLANEJAR
ATUARATUAR
AVALIAR
AVALIAR
PLANEJAR
PLANEJAR
ATUAR
ATUAR
O teste de sondagem será aplicado como uma avaliação diagnóstica, porque
é um instrumento valioso para o professor acompanhar todo o processo de ensino-
aprendizagem.
Após a coleta de dados com os questionários serão aplicados dois testes de
sondagem com os seguintes objetivos:
Fornecer elementos relevantes para elaboração do planejamento;
Procurar conhecer o que os alunos já sabem e o que necessitam aprender;
Selecionar os conteúdos e atividades que serão desenvolvidos;
Repensar o processo para reforçar os pontos considerados deficientes e facilitar
a aprendizagem;
Permitir ao professor realizar intervenções reais e significativas através de
trabalhos diversificados.
SONDAGEM DAS IDEIAS MATEMÁTICAS:
Quais conhecimentos têm a respeito da escrita dos números;
Neste sentido, avaliação e planejamento
caminham juntos. Na escola não é diferente.
Avaliação e planejamento se unem à prática
pedagógica numa relação contínua. O (a)
professor(a) avalia para planejar, planeja para
atuar junto aos alunos, para voltar a avaliar,
novamente planejar, novamente atuar,... numa
onda sem fim.
(http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/ej
a_caderno4.pdf )
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Quais recursos utilizam para representar os cálculos que fazem ao
resolver situações problemas;
Quais mecanismos são utilizados ao resolver situações que exigem
pensamento lógico.
Nome do Aluno: _________________________________Nº ____Data: _______
Professora: ________________________________________________________
Escola: ___________________________________________________________
TESTE DE SONDAGEM DE MATEMÁTICA
1- Em que situações do dia a dia você usa números? Dê exemplos.
R:__________________________________________________________________
___________________________________________________________________
2- Você sabia?
a) A partir de 1937, a aviação evoluiu muito, depois que a hélice foi substituída pelo
motor a jato. Isso aconteceu há quantos anos?
R:__________________________________________________________________
b) A doença de Chagas, provocada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é
transmitida pelo inseto Triatoma infestaos (conhecido por barbeiro), é infecciosa e
parasitária. Foi o brasileiro Carlos Chagas (1879-1934) quem descobriu o agente
causador e sua forma de transmissão. Com quantos anos Carlos Chagas morreu?
R:__________________________________________________________________
3 - Escreva usando algarismos:
a) Seis mil trezentos e trinta e cinco:______________________________________
b) O sucessor de setecentos e nove:______________________________________
c) Nove centenas mais seis dezenas mais oito unidades:______________________
d) O antecessor de cinco mil e dez:_______________________________________
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4- Escreva todos os números naturais de três algarismos diferentes formados por 2,
3 e 4.
R:__________________________________________________________________
5- Para escrever todos os números naturais de 0 até 60, quantas vezes você deve
escrever o algarismo 5?
R:__________________________________________________________________
6- Descubra como começou e continue:
a) 92, 94, 96, ____, _____, _____
b) 1027, 1028, 1029, _______, _______, ________
c) 1500, 1600, 1700, _______, _______, _________
d) 1245, 2245, 3245, _______, _______, _________
7- Vamos indicar o número 1000 (mil) de várias formas:
a) 900 + ______ b) 10000 : ______
c) 10 X _______ d) 999 + _______
e) 990 + ______ f) 2 X _______
8- Leia o texto :
Escreva por extenso os números que aparecem no texto.
R:__________________________________________________________________
Cabelos e pêlos
O corpo humano possui cerca de 5 milhões de pêlos, 150000 deles na
forma de cabelos. Eles são renovados a cada quatro anos, em média. Os
cabelos de fios finos crescem cerca de 2,5 centímetros a cada dois ou três
meses. Os grossos podem levar o dobro do tempo. Cada olho possui mais de
200 cílios, que duram de três a cinco meses. Depois disso, caem.
SUPERINTERESSANTE, São Paulo,
Abril, v. 9, n. 10, p.44, out. 1995.
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9- Observe o tabuleiro abaixo e verifique quantos quadrados: preto, chumbo e cinza
faltam para o tabuleiro ficar completo ? R:__________________________________
10- O desenho representa várias caixas de doce empilhadas, sabendo que cada
caixa pesa 2 kg. Qual será o peso de todas as caixas juntas? R:________________
29
Nome do Aluno: _________________________________Nº ____Data: _______
Professora: ________________________________________________________
Escola: ___________________________________________________________
TESTE DE SONDAGEM DE MATEMÁTICA
1- O time Tabajara jogou três partidas de futebol, na última semana. No sábado,
compareceram 12000 pessoas. Na quarta-feira, em torno de 6000 pessoas
assistiram à partida. E cerca de 9000 pessoas foram ao jogo de sexta-feira.
Aproximadamente, quantas pessoas foram assistir aos jogos?
R:__________________________________________________________________
2- Diariamente, Ana Carolina caminha de sua casa até um parque e retorna. O
parque está a 2 quilômetros de sua casa.
a) Quantos quilômetros Ana Carolina caminha em um dia?
R:________________________________________________________________
b) Quantos quilômetros Ana Carolina caminha em uma semana?
R:_______________________________________________________________
3- Um taxista está voltando para sua casa. Veja na semi-reta o quilômetro da
estrada onde ele se encontra e o quilômetro do local de sua casa.
220 322
Ilustração: Célio Pedrosa
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Quantos quilômetros o taxista ainda terá de percorrer até chegar a sua casa?
R:________________________________________________________________
4- Observe e leia o quadro abaixo:
a) Você concorda com o que disse André? Por quê?
R:_______________________________________________________________
b) Qual seria o troco que André receberia se tivesse dado apenas R$ 50,00?
R:_________________________________________________________________
São R$ 32,00,
André!
Vou te dar uma
nota de R$
50,00 e mais...
... R$ 2,00 para
facilitar o troco
Ilustração: Célio Pedrosa
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5- Leia:
Quantos ratinhos foram caçados?
R:_______________________________________________________________
6- Leonardo está pensando em comprar CD’s novos de videogame, conforme os
preços anunciados na tabela abaixo:
LOJA BOM PREÇO
TÍTULO VALOR (R$)
Carros Aventuras em Radiator Springs 29,00
Disney Festival Pop 1 42,00
Monstros S.A Clássicos 14,00
Os Incríveis 27,00
Peter Pan 18,00
a) Se ele decidir comprar dois Cd’s, em qual das opções ele gastaria menos?
R:________________________________________________________________
b) Ele possui R$ 150,00. Comprando um CD de cada tipo, quantos reais sobraria
para ele? R:__________________________________________________________
“No caminho à beira de um rio
Encontrei um homem com 7 sacos.
Cada saco tinha 7 gatos.
Cada gato tinha 7 gatinhos.
Cada gatinho caçou 7 ratinhos.”
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7- Mariana comprou uma televisão que estava em promoção.
Quantos reais Mariana possuía?
R:_________________________________________________________________
8- Eduardo tem 39 figurinhas. Gabriel tem o dobro da quantidade de Eduardo e
Rodrigo tem 7 a mais do que Eduardo. Quantas figurinhas tem cada um? Qual deles
tem a maior quantidade?
R:_________________________________________________________________
OFERTA!!!
R$ 549,00
somente hoje
Paguei com o que
tinha e ainda fiquei
com R$ 51,00.
Ilustração: Célio Pedrosa
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9- O gráfico de barras e a tabela mostram a quantidade de geladeiras e televisores
vendidos durante o ano pela loja X.
mês Geladeiras Televisor
Janeiro 50 50
Fevereiro 25 40
Março 40 60
Abril 35 45
Maio 15 25
Junho 25 30
Julho 35 50
Agosto 40 70
Setembro 50 80
Outubro 60 95
Novembro 80 100
Dezembro 120 130
11-
Quantidade de Geladeiras e Televisores vendidos durante o ano pela loja X
0
20
40
60
80
100
120
140
Jane
iro
Fever
eiro
Mar
çoAbr
il
Maio
Junh
o
Julho
Ago
sto
Set
embr
o
Out
ubro
Nove
mbr
o
Deze
mbr
o
Geladeiras
Televisores
a) Quantos televisores foram vendidos no mês de setembro?
R:__________________________________________________________________
b) Em que mês que o número de geladeiras e televisores vendidos foi o mesmo?
R:__________________________________________________________________
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c) Quantas geladeiras foram vendidas no mês de agosto?
R:__________________________________________________________________
d) No mês de novembro, quantos televisores foram vendidos a mais que geladeiras?
R:__________________________________________________________________
10- Em uma escola, 320 alunos vão de ônibus a uma excursão, junto com 8
professores. Em cada ônibus, podem ir até 48 passageiros. Quantos ônibus serão
necessários?
R:__________________________________________________________________
PORTFÓLIO
É uma técnica de avaliação que permite registrar elementos significativos da
progressão da aprendizagem. Ele será produzido pelo aluno, sob a orientação do
professor, para relatar a evolução do processo de aprendizagem e as competências
adquiridas no decorrer do período.
A sua organização ocorrerá durante a implementação construída através de
textos, exercícios, jogos, documentos, dúvidas, certezas, relações da própria vida e
outros. É importante que sejam realizadas diversas observações, análises e
registros do crescimento e desenvolvimento no que se refere à autonomia
intelectual, à criatividade, à capacidade de organização e à participação, pois isso
possibilita ao professor e ao aluno uma visão da trajetória, ou seja, dos passos
percorridos na construção das aprendizagens.
O portfólio torna-se significativo pelas intenções de quem o organiza, porque
não são os instrumentos utilizados que caracterizam uma avaliação integrada no
processo ensino-aprendizagem, porém as formas como esses instrumentos são
usados e analisados.
A intervenção pedagógica deverá ocorrer no sentido de provocar mudanças,
novos jeitos de pensar e de fazer, novas interações e buscas, alusivos à progressão
do aluno.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Após a implementação, será realizada a coleta e análise dos resultados da
aplicação da proposta na quinta série do Ensino Fundamental, estabelecendo ainda
uma análise comparativa com outra turma de quinta série, objetivando obter o
histórico de desempenho das turmas comparadas.
A busca por respostas educativas adequadas deve ser uma atitude de todos
os envolvidos no processo educativo, tomando posição clara e definida que
direcione as providências para a remoção de barreiras na aprendizagem.
Assim, os resultados comparativos obtidos após a implementação desta
proposta possibilitam um novo olhar e novos direcionamentos se assim necessário
for, em busca de um repensar as formas avaliativas que pratica a escola.
Esses resultados serão registrados na elaboração de um relatório final com
devolutiva para a escola com vista à tomada de decisões.
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CRONOGRAMA – IMPLEMENTAÇÃO DO PROJETO DE INTERVENÇÃO
DATA ATIVIDADES HORÁRIO TOTAL
13/08 Divulgação do Projeto aos Professores e coleta de dados através de questionário
8:00 às 10:00h 2h
24/08 Divulgação do Projeto aos pais (5ª B) e coleta de dados através de questionário
19:00 às 22:00h 3h
25/08 Divulgação do Projeto aos alunos (5ªB) e coleta de dados através de questionário
14:00 às 16:00h 2h
30/08 Análise da coleta de dados e tabulação 19:00 às 23:00h 4h
02/09 Aplicação de teste de sondagem 14:00 às 16:00h 2h
09/09 Aplicação de teste de sondagem 14:00 às 16:00h 2h
13/09 Análise dos testes e elaboração de atividades
19:00 às 23;00h 4h
29/09
Apresentação dos testes para os alunos e verificação das dificuldades com atividades de reposição do conteúdo
14:00 às 16:00h 2h
04/10 Apresentação dos testes para os alunos e verificação das dificuldades com atividades de reposição do conteúdo
14:00 às 16:00h 2h
20/10 Atividades diversas - portfólio 14:00 às 17:00h 3h
27/10 Semana Cultural – Apresentação das atividades realizadas pelos alunos
19:00 às 23:00h 4h
03/11 Análise do desempenho dos alunos com os pais (5ª B) e elaboração de um plano de ação
19:30 às 21:30h 2h
Obs. As atividades e avaliações na 5ª B no decorrer do segundo semestre no
horário normal, serão baseadas na metodologia do Projeto.
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REFERÊNCIAS
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BRASIL, Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB nº 9394/96 de
20/12/1996. Diário Oficial da União. Brasília: Gráfica do Senado.
______. Ministério da Educação. Lei n° 10.172/01. Plano Nacional de Educação.
Brasília, DF, 2001.
BURIASCO, Regina Luzia Corio de. Algumas considerações sobre Avaliação Educacional. Estudos em Avaliação Educacional. Fundação Carlos Chagas, n° 22, jul-dez, São Paulo, 2000. p. 155-177.
DANTE, Luiz Roberto. Avaliação em Matemática. In: Contexto e aplicações.
(Manual do Professor). São Paulo: Ática, 1999.
GUELLI, Oscar. Matemática, uma aventura do pensamento. 8 ed. 3ª impressão.
São Paulo: Ática, 2001.
HAYDT, Regina Cazaux. Avaliação: Conceitos e Princípios. In: Avaliação do
Processo de Ensino-aprendizagem. São Paulo: Editora Ática. 6 ed., 2008.
HOFFMANN, Jussara. Avaliação: Mito & Desafio – Uma perspectiva construtivista.
12 ed. Porto Alegre: Educação & Realidade, 1993.
________. Avaliação Mediadora: uma prática em construção, da pré-escola, à
universidade. 24 ed. Porto alegre: Mediação: 2005.
ISOLANI, Clélia Maria Martins, et al. Matemática & interação. Curitiba: Módulo,
1999.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e
proposições. 14 ed. São Paulo: Cortez, 2002.
PERRENOUD, Philippe. Avaliação – da excelência à regulação das aprendizagens:
entre duas lógicas. Artmed, 1999.
38
http://www.nead.unama.br/site/bibdigital/monografias/RELACAO_DELICADA.pdf.
Acesso em 19/04/2010.
http://portal.mec.gov.br/secad/arquivos/pdf/eja_caderno4.pdf.Acesso em 25/04/2010.
http: www.obm.org.br/olimpíadas brasileiras de matemática. Acesso em 25/04/2010.