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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
Disponível em: http://www.ifch.unicamp.br/ael/imagens/websie-ael_c_oc/oc-r1331.gif. Acesso em 12/11/2009
O discurso feminino: um olhar para o que dele transborda
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO – SEEDPROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO DA EDUCAÇÃO - PDE
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA – UEL
Autora:Cristina Polimeni Góes
PDE – Língua PortuguesaNRE – Londrina
Orientadora:Mariângela Peccioli Galli Joanilho
Londrina - Paraná2009/2010
Apresentação ao Professor …...................................................................................04
Apresentação ao Aluno …..........................................................................................06
Unidade 1 - Representação midiática da imagem feminina até a década de 60 ..…07
Unidade 2 - Como a mídia dava e dá visibilidade à liberdade feminina.....................12
Unidade 3 - Revolução Feminina …...........................................................................24
Unidade 4 – A mulher e o trabalho …........................................................................ 34
Referências …............................................................................................................42
4
Caro(a) Professor(a),
O presente caderno pedagógico é uma atividade didático-metodológica e de
linguagem e faz parte de um projeto de pesquisa mais amplo que busca investigar se o
aluno adolescente é capaz de perceber como são construídas as discursividades que
representam o imaginário feminino. Oportunizar momentos de reflexão acerca da
condição da mulher nas últimas décadas e de análise do processo de construção
ideológica do papel feminino na sociedade moderna e contemporânea vislumbra-se como
um dos objetivos do presente trabalho. As atividades aqui propostas serão trabalhadas de
forma a promover um maior conhecimento do feminino e de sua importância no
desenvolvimento da ampliação dos horizontes culturais dos alunos.
A linha de pesquisa adotada para o desenvolvimento das atividades aqui
apresentadas é a da Análise do Discurso Francesa. A escolha dessa concepção deu-se
por considerar que essa linha teórica de estudos da linguagem pode contribuir
significativamente para a formação de leitores competentes, que configura-se como o
objetivo principal desse trabalho.
Torna-se imprescindível, no momento atual do trabalho de leitura com turmas da
Educação Básica, considerar o papel do leitor como significativo no processo de recepção
do autor no processo de produção, mas, também, as influências das condições de
produção com o intuito de não se correr o risco de a leitura se tornar uma prática ingênua
diante da multiplicidade de sentidos nos discursos. Dessa forma, este caderno
pedagógico intenciona um processo de “convergência” entre todos os atores do processo
de produção de um texto.
Como suportes para o desenvolvimento das atividades de leitura com enfoque
discursivo serão utilizados como recursos didáticos textos de mídia escrita que datam do
início dos anos 60 até textos atuais que podem ser utilizados em sala de aula, para a
melhor participação dos alunos em termos de subjetividade e da objetividade que a língua
possui.
Tais pressupostos encontram embasamento nas Diretrizes Curriculares Estaduais
5
para a Educação Básica proposta pelo Estado do Paraná, no que se refere ao trabalho
com a prática de leitura. Desta forma, espera-se contribuir para uma qualidade de ensino,
por meio do desenvolvimento de Unidades Didáticas que privilegiem a análise dos
discursos, das vozes que constituem os textos que abordam o universo feminino.
A autora.
6
Caro(a) Aluno(a),
Ler é uma atividade bem mais complexa do que parece. É preciso saber até
mesmo o que o texto não diz ou, então, saber escolher o que interessa.
É incontestável que “quem lê é o leitor”; mas de que leitor estamos falando? De
que forma é realizada essa leitura? Quais são os caminhos percorridos por esse leitor?
Esses caminhos vão levá-lo a uma leitura crítica, posicionada ou a uma leitura ingênua e
desavisada?
A resposta parece ser óbvia: todos desejam formar leitores competentes, capazes
de uma leitura crítica, posicionada, que vai além do que está escrito. Todos desejam
leitores capazes de produzir sentidos, desvelar discursos e ideologias. Contudo, essa
tarefa fica ainda mais difícil quando se trata de formar leitores competentes que serão
formadores de outros leitores competentes, como é o caso de vocês, alunos do curso de
Formação de Docentes.
Para essa missão, a Análise do Discurso de linha francesa foi escolhida como
vertente teórica de estudos da linguagem por estar comprometida com todo o processo de
formação do leitor competente acima descrito. Essa nova prática de leitura que enfatiza o
processo discursivo consiste em considerar o discurso, o contexto de produção, a
ideologia e o sujeito histórico. Dessa forma, a leitura não se transforma em uma atividade
desavisada, ingênua e descuidada, desenvolvendo, assim, a competência linguística
desejada por todos.
O tema desse Caderno Pedagógico é outro aspecto a ser esclarecido. Falaremos
durante quatro unidades sobre o discurso feminino para que vocês, mulheres e homens
que sabem respeitar e honrar as mulheres e seu papel na sociedade, como futuros
professores, percebam e compreendam que discursos socialmente legitimados, como os
publicados pelas revistas femininas, têm como princípio veicular e impor “verdades” que
atuam sobre a vivência da feminilidade e constituíram-se como padrão nas últimas
décadas.
A partir daqui, só posso desejar a todos uma ótima viagem pelos caminhos do
feminino a bordo da nau da Análise do Discurso.
Boa Viagem a todos!
A autora.
7
Unidade 1 – Representação Midiática da imagem feminina até a década de 60
Observe:
Disponível em: http://eupublicidade.wordpress.com/2009/04/06/propagandas-antigas/ Acesso em: 26/01/2010
1) Para qual público esse anúncio é dirigido?
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2) Quais são imagens que esse texto nos traz?
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3) Ainda em relação às imagens, qual a mensagem que elas nos transmitem?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
É miraculosa a potência de limpeza de OMO!
É que OMO penetra fundo no tecido – V. Não precisa esfregar tanto. E, enxaguando uma só vez, tôda sujeira fica na água. OMO lava, quara, alveja e dá brilho numa só operação. Tôda sua roupa terá uma alvura jamais conseguida com sabão.
8
4) Qual a imagem de mulher que esse texto publicitário traz ao público?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
5) No trecho em que há a descrição de tudo o que o sabão em pó faz pelas roupas, é
possível perceber que a propaganda propõe uma substituição de papéis. Que substituição
é essa?
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6) Por que o anúncio propõe essa substituição?
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_______________________________________________________________________
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Onde tudo começou
E viva os anos 60! Sem o que aconteceu na década de 1960, certamente, não
estaríamos aqui. Ou ainda estaríamos lendo o Jornal das Moças e nos deliciando com
nosso papel de mãe-esposa-rainha-do-lar. Sem a revolução sexual, sem a pílula
anticoncepcional, sem a abertura da universidade para mulheres.
Entretanto, as mudanças não ocorrem assim: pá-pum. Num dia era de um jeito,
uma semana depois tudo está diferente. O início da década de 1960 mantinha padrões
estabelecidos nas décadas passadas. A “boa mulher” era a boa esposa, a boa dona-de-
casa. Havia a submissão ao casamento, a extrema preocupação com a “reputação” – o
tabu da virgindade dividia as moças entre as “de família” e as “de fora”. A sensibilidade
era a principal característica feminina. Disponível em: http://www.bolsademulher.com/especiais/anos-60-a-decada-da-virada-67892.html
Acesso em : 26/01/2010
9
7) Considerando o anúncio publicitário e o texto acima, o que significa, para a mulher da
década de 60, a frase “Agora, lavo sem sabão”?
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_______________________________________________________________________
8) Diante da exposição do anúncio, é possível traçar um perfil da mulher nessa época?
Que mulher seria essa?
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9) Você saberia dizer se o nome dado ao produto tem relação com a imagem feminina
que se desejava construir, ou melhor dizendo, manter nessa época?
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10) Observe:
O nome do produto é constituído das iniciais da expressão inglesa “Old mother owl” – velha mãe coruja.
A Metonímia consiste no emprego de uma palavra por outra com a qual ela se
relaciona. Aqui temos uma expressão empregada com um sentido com o qual ela deseja
se relacionar. Qual significação a expressão inglesa traz em si?
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10
11) Qual ou quais discursos que se desenvolvem na determinação de um nome como
esse para um produto como um sabão em pó?
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Observe este outro anúncio:
Disponível em: http://www.propagandasantigas3.blogger.com.br/ Acesso em: 26/01/2010
1) O que você visualiza na imagem maior?
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2) Há relação entre o discurso desenvolvido pelo primeiro anúncio e o segundo? Explicite-
a.
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11
3) É possível dizer que a imagem feminina expressa no primeiro anúncio é a mesma que
se apresenta aqui? Por quê?
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4) Os dois anúncios vendem um produto que começava a fazer parte do desejo do
público feminino: liberdade. De qual liberdade estamos falando? Qual é o discurso que
deixa isso claro?
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5) Você acredita que as letras iniciais bordadas na frase “Lar com Arno, Lar Feliz” foram
desenvolvidas somente para enfeitar o texto? Qual o real discurso por trás do bordado
dessas letras?
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6) Comente a expressão “Ela é a rainha do lar” a partir do modo como estão
representadas as figuras femininas nas duas propagandas
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Unidade 2 – Como a mídia dava e dá visibilidade à liberdade feminina
Em tempos não tão remotos, o ideal das moças e dos pais destas moças consistia
na segurança, obtida por meio do casamento. O objetivo era ter um marido que proveria o
lar com comida, roupas, filhos, ideias e decisões. Ela cuidaria da manutenção desse lar,
doce lar, com carinho, dedicação, renúncia e sobremesas. O que mais esperar da vida?
A mídia da época reforçava esse modo de ver o mundo feminino e um exemplo
disso é o Jornal da Moças, revista voltada para o público feminino e que circulou
semanalmente entre 1914 e 1965, trazia linguagem e valores daquele momento histórico
e as temáticas abordadas não eram muito diferentes das tantas outras revistas que
circulam hoje (fofocas de cinema e televisão, cosméticos, moda, culinária). Contudo, será
interessante dedicarmos um pouco de nosso tempo à análise da Coluna de
Comportamento Feminino dessa revista.
Observe:
Disponível em: http://www.hephesto.com/agrega/?p=2017 . Acesso em 11/05/2010
Jornal das Moças, 1955:
“A esposa deve vestir-se depois de casada com a mesma elegância de solteira, pois é preciso lembrar-se de que a caça já foi feita, mas é preciso mantê-la bem presa”
13
Disponível em: http://www.hephesto.com/agrega/?p=2017 . Acesso em 11/05/2010
Disponível em: http://www.hephesto.com/agrega/?p=2017 . Acesso em 11/05/2010
E ainda há outros conselhos:
✗ “Não se deve irritar o homem com ciúmes e dúvidas” - Jornal das Moças 1957.
Jornal das Moças, 1965:
“A desordem em um banheiro desperta no marido a vontade de ir tomar banho fora de casa”
Jornal das Moças, 1958:
“Sempre que o homem sair com os amigos e voltar tarde da noite, espere-o linda, cheirosa e dócil”
14
✗ “A mulher deve fazer o marido descansar nas horas vagas, servindo-lhe uma cerveja bem gelada. Nada de incomodá-lo com serviços ou notícias domésticas” -
Jornal das Moças 1959.
✗ “Se o seu marido fuma, não discuta pelo simples fato de cair cinzas no carpete. Tenha cinzeiros espalhados por toda casa.” Jornal das Moças 1957.
✗ “É fundamental manter sempre a aparência impecável diante do marido” -
Jornal das Moças 1957.
E se vocês pensam que esses conselhos eram apresentados apenas no Jornal da
Moças, vejam algumas revistas que percorrem o universo feminino até hoje:
Revista Cláudia, 1962:
“Se desconfiar da infidelidade do marido, a esposa deve redobrar seu carinho e provas de afecto, sem questioná-lo” Disponível em: http://www.hephesto.com/agrega/?p=2017 . Acesso em 11/05/2010
“O lugar de mulher é no lar. O trabalho fora de casa masculiniza”. - Revista Querida,
1955.
1) Vamos analisar, primeiramente, o discurso ou até mesmo os discursos que estão
presentes nas imagens que compõem as capas dessas revistas. Que tipo de mulher está
ali representada?
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2) As imagens representadas nas capas das revistas oferecem alguma indicação do
“pertencimento” das mulheres a alguma classe social? Por quê? Quais seriam os
elementos indicativos dessa indicação?
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3) As mulheres dessas capas representam o desejo de ascensão que povoa o universo
feminino. Qual é este desejo?
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4) Ao analisarmos os textos que acompanham as capas, observamos um discurso que
reduz a mulher a um nível de submissão muito grande. Que discurso é esse?
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5) As “receitas” dadas pelas revistas para o bom comportamento feminino à frente do lar
funcionavam naquela época, mas será que funcionariam nos dias de hoje? Por quê?
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6) As revistas são femininas e escritas para o público feminino, contudo, o discurso
desenvolvido tem como objetivo o universo feminino ou o masculino? Justifique sua
resposta.
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7) É comum vermos o discurso feminino ser atravessado por discursos masculinos? Cite
um exemplo atual desse fenômeno.
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8) Por que você acha que esse tipo de fenômeno ocorria e ainda ocorre?
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16
Observe alguns anúncios publicitários das décadas de 60 e 70 que vislumbram uma certa
independência feminina:
Disponível em: http://museudapropaganda.blogspot.com/2008_10_01_archive.html
Acesso em 11/05/2010
Para uma mulher que vivia para o marido, para os filhos, para o lar, ganhar um
informe publicitário voltado para as suas necessidades era uma conquista e tanto. A
mulher começava a sair da cozinha para ganhar o volante e as ruas e com eles uma
maior independência. Fantástico!
O Romi Isetta chega para ajudar nas tarefas e nas atividades diárias dessa mulher
que começa a ganhar a liberdade.
1) De acordo com o texto da propaganda, que representa um contexto de produção
bastante expressivo, quais são as necessidades dessa mulher independente?
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2) Qual é o discurso ali sugerido ao colocarem lado a lado, uma mulher saindo da gaiola e
depois saindo do Romi Isetta?
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3) Diante do contexto de produção e do contexto histórico da mulher, o que representa a
gaiola?
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Agora sou livreO ROMI-ISETTA é o carro que faltavapara meu transporte às compras,visitas e passeios.
17
4) Agora, compare a representação da gaiola com o texto apresentado pela propaganda.
O discurso mudou ou foi a representação desse discurso que sofreu adaptações?
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5) A mensagem é a mesma? Quais os progressos conseguidos ao sair da gaiola?São
esses ganhos reais? Por quê?
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Vejamos mais algumas expressões da mídia das décadas de 60 e 70 sobre a
liberdade feminina:
Disponível em: http://lucynthesky.wordpress.com/2008/08/18/naqueles-dias/.Acesso em: 11/05/2010
É uma líder – nas idéias, no vestir, no viver. Em proteção higiênica, ela exige MODESS.
Porque ela exige conforto e segurança em todos os dias do mês. Sua maciez ...umm
Absorvência sem igual e – mais que tudo – a higiene de MODESS (usa-se uma vez e joga-se fora) fazem-no indispensável. É o suficiente para um mês custa menos que um vidrinho de esmalte.
18
1) Compare esse texto publicitário com o da Romi Isetta. Há diferença nos discursos
sobre a liberdade feminina. Qual?
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2) Como é a representação do feminino nessa propaganda?
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3) “Usa-se uma vez e joga-se fora”. Esta descrição do produto contrapõe-se aos
costumes das mulheres do início do século XX que usavam toalhas higiênicas para sua
proteção durante a menstruação. Onde está a expressão de liberdade da mulher nessa
frase? Qual o discurso aí vinculado? É possível dizer que nessa passagem não há
interferência do discurso masculino? Por quê?
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4) Apesar da aparente maior e real independência feminina, o mundo da mulher ainda se
resume ao espaço do lar e “das coisas de mulher”. Qual a frase utilizada pelos
marqueteiros que denuncia uma visão masculina do universo feminino? Qual a
consequência dessa escolha na produção final do discurso apresentado?
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5) “Ela exige...”. O verbo exigir produz um efeito quando usado nesse contexto. Que
efeito é esse?
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6) Diante do estudado até aqui, a expressão desse verbo era uma realidade da mulher?
Justifique sua resposta.
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E hoje...
19
Disponível em: http://www.portaldapropaganda.com/comunicacao/2008/07/0060
Acesso em 11/05/2010
1) Estamos diante uma jovem mulher, independente e contemporânea. De acordo com o
texto publicitário, o que mudou na vida das mulheres? Quais são as diferenças entre a
mulher de hoje e a das décadas de 60 e 70? Como esta independência vem
representada?
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2) Realmente houve uma facilitação da vida feminina proposta pela propaganda. Qual é a
facilitação?
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3) É possível afirmar que algumas visões sobre o universo feminino continuam as
mesmas de antes? Por quê?
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E lá vai mais uma …
Uma coisa a menos para você ficar procurando dentro da bolsa: vitaminas.
20
Disponível em < http://www.rostinhosbonitos.com/2009/07/as-propagandas-mais-machistas-de-todos.html> .
Acesso em 12/05/2010.
Estamos diante de inúmeros discursos que atravessam estes informes publicitários.
Há a necessidade de um olhar bastante atento porque cada um deles emite uma
mensagem que, aqui, acabam se contradizendo. Vamos a eles!
1) Descreva como seria a nova geração de mulheres a quem a propaganda se refere.
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2) Faça um paralelo entre essa nova geração e a geração vista como ultrapassada.
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3) A nova geração de panelas traz uma série de facilidades para essa nova mulher.
Correto? Quais facilidades seriam essas, levando em consideração o contexto de
produção da propaganda?
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4) Agora, analise mais profundamente! Quem é que continuará a ir para a cozinha e
utilizar as panelas? Qual mudança significativa ocorreu nas tarefas realizadas pelas
gerações anteriores e a atual? Discorra sobre a questão.
Uma nova geração
de panelas
para uma nova
geração de mulheres
21
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________________________________________________________________________
Não são poucas as vezes em que os discursos masculinos e machistas
transpassavam e transpassam os textos midiáticos dirigidos ao público feminino e ao
público em geral, criando uma visão machista das características femininas.
Observe:
Disponível em < http://www.rostinhosbonitos.com/2009/07/as-propagandas-mais-machistas-de-todos.html >
Acesso em: 12/05/2010
1) Ao ler a mensagem do texto publicitário, qual é a conquista da mulher contemporânea
apresentada?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2) A propaganda apresenta um produto bastante conhecido. Qual é?
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3) Qual a relação existente entre a fita crepe e a liberdade de expressão da mulher?
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________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
4) Qual o discurso vinculado pela propaganda?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Vamos além...
Disponível em <http://www.rostinhosbonitos.com/2009/07/as-propagandas-mais-machistas-de-todos.html >
Acesso em: 12/05/2010
1) O produto veiculado pela propaganda é um ___________________________________
2) Esse tipo de produto é destinado ao tratamento dos ____________________________
3) Contudo, a imagem em destaque no primeiro plano são os ______________________
4) Discurso veiculado pela propaganda ________________________________________
________________________________________________________________________
23
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Concluindo...
1) É possível afirmar categoricamente que a visão deturpada da imagem feminina mudou
muito na transposição do século XX para o século XXI? Discorra sobre o tema.
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
2) Pesquise e cole a seguir um outro exemplo de manutenção do discurso machista em
textos atuais da mídia nacional.
24
Unidade 3 – Revolução FemininaNos últimos 50 anos, não foi apenas a tecnologia que alçou voos transcendentais,
num boom de novas descobertas e evoluções. As pessoas também traçaram outros
rumos, revolucionando conceitos e valores. Nossas mães que o digam! E nessa avalanche
de mudanças, é o papel da mulher, no meio social, o exemplo real de que o mundo está
em constantes mudanças.
Texto 1
Todas as mulheres do mundoReportagem Giovana Neiva
Estados Unidos, 8 de março de 1857. Na fábrica têxtil Cotton, em Nova York, 128
trabalhadoras entram em greve a fim de reivindicar redução da jornada de trabalho (de
então 10 horas diárias) e direito a descanso aos domingos. Do lado de fora do
estabelecimento, policiais e patrões que negavam os pedidos. Teriam sido eles os
responsáveis pelo fogo que pouco depois tomou conta do galpão e acabou por matar
todas aquelas operárias?
Na mesma Nova York, no mesmo 8 de março, dessa vez em 1908: mais de 14 mil
mulheres vão às ruas, com o slogan ‘Pão e Rosas’, protestar por melhores condições de
serviço, melhores salários e direito por voto. Na Rússia, reivindicam o fim da fome, da
guerra e do czarismo.
Finalmente na Dinamarca é realizada a Conferência Internacional das Mulheres
Socialistas, em 1910. Daí surgiriam os alicerces para a origem das comemorações do Dia
Internacional da Mulher.Disponível em <http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/node/2848> . Acesso em: 12/05/2010
1) No ano de 1857, há 153 anos, as mulheres lutavam por uma redução de jornada de
trabalho que eram de 10 horas diárias e direito a descanso no domingo. Ano de 2010, 153
anos depois, as condições históricas de trabalho da mulher mudaram? Por quê?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
25
2) “Dia Internacional da Mulher!” Quais são os discursos que estão nos
alicerces das comemorações desse dia?
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
________________________________________________________________________
Texto 2
Em defesa do 'sexo frágil'
Reportagem Luciane Belin
Edição Fábio Pupo
Luciane Belin
Delegacia da Mulher, em Curitiba: 350 casos registrados mensalmente
“Depois de anos de boa convivência, no ano passado oficializamos a união e
decidimos ter um filho. Este ano, grávida, apanhei dele. Mas não vou denunciar, é o meu
marido”. O depoimento é de uma mulher que não quer revelar o nome. Mas poderia ser
de inúmeras outras, que escondem não só o nome, mas toda a humilhação que sofrem na
mãos dos próprios companheiros.
A advogada Sandra Lia Barwinski explica por que essas mulheres se calam.
“Quando a violência acontece em casa, o agressor é alguém com quem ela divide tudo.
Denunciar seu agressor significa punir severamente o pai dos filhos, o provedor da casa,
o companheiro de longos anos”, afirma Sandra. Ainda por cima, foi só há um ano e meio
que a violência doméstica ganhou o status de crime. Não ter um respaldo legal não
incentivava denúncias.
A saga feminina pela igualdade é antiga. Somente em 1988 é que foi aceita na
Constituição brasileira uma cláusula que iguala homens e mulheres no ambiente
doméstico. E mesmo assim, não havia nada que lhes assegurasse ao menos integridade
física. Quando, em 1985, foi criada a primeira delegacia da mulher do Brasil, no estado de
São Paulo, o preconceito e o machismo, aliados à falta de incentivo, impediam a quase
totalidade de mulheres de procurar ajuda.
26
Ainda bastante tempo depois disso, a violência contra a mulher não era
considerada importante o suficiente para merecer constar como crime punível na
Legislação. Exemplo disso é um inciso que vigorou até o ano de 2005 no código penal,
que impedia a punibilidade de um estuprador se ele casasse com a vítima, ou se ela se
casasse com qualquer outro homem. Era praticamente indução a um futuro repleto de
cicatrizes e hematomas.
Segundo pesquisa de 2007:
- 15% das brasileiras entrevistadas haviam sofrido algum tipo de violência física ou
sexual;
- Em 58% dos casos, a agressão foi física;
- Em 19% dos casos, foi psicológica ou moral;
- Em 74% dos casos, o agressor é o companheiro;
- 26% das vítimas ainda vivem com o marido.
Fonte: Senado Federal
Quando a situação começou a mudar
Depois de anos de luta, grupos sociais conseguiram fazer com que as causas
femininas entrassem em pauta, e o assunto passou a ser discutido com mais firmeza.
Segundo a advogada Sandra Lia Barwinski, o que mudou foi a forma de ver a questão e
reconhecer o problema. “A violência doméstica era invisível, ou relegada a um plano
menor, e foi só a partir de 2006 que criou status de crime”, diz.
No dia 21 de setembro de 2010, a Lei Maria da Penha completará 4 anos. O
conjunto de artigos é um trecho da Constituição federal que tem por meta defender a
mulher brasileira de agressões praticadas em casa, e protegê-la contra violência física,
psicológica, emocional e moral.
Uma pesquisa da Organização Mundial da Saúde divulgada em 2005 mostra que,
no Brasil, 29% das mulheres relatam ter sofrido violência física ou sexual pelo menos uma
vez na vida. Naquele ano, mesmo com o baixíssimo índice proporcional de denúncias, as
340 delegacias da mulher não eram suficientes - já que existiam mais de cinco mil
municípios no país -, e não tinham suporte necessário para atender à demanda.
Uma pesquisa do Ibope e do Instituto Patrícia Galvão realizada em 2006 buscou a
opinião das mulheres sobre a denúncia de violência doméstica. A pergunta: Na sua opinião, dentre essas opções, qual é a principal razão para que as mulheres não
27
denunciem mais?
-para 28%, a denúncia só faz aumentar a violência em casa;
-para 24%, para preservar o casamento e a família;
-para 18%, porque não acontece nada com o agressor;
-para 18%, porque ela depende economicamente do companheiro;
-para 3%, porque elas não têm onde denunciar;
-para 1%, porque a família ou o delegado aconselharam a não denunciar;
-6% sugeriram outras razões;
-1% não soube responder ou não opinou.
A lei
A lei foi assinada pelo presidente da República em 7 de agosto de 2006. Os
objetivos dela são coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher e preservar sua
saúde física e mental.
A aplicação dessas medidas deveria acontecer através de uma série de novos
procedimentos e mudanças. Antes os crimes de agressão à mulher eram julgados pelo
mesmo juizado onde os acidentes de trânsito e outros de menor relevância são tratados.
Hoje há um juizado especial para este tipo de crime, que passou a ser encarado como
sendo de natureza grave.
Para a advogada Sandra Lia, o governo sancionou a lei sem ter os mecanismos
adequados para implementá-la. Justamente por isso, alguns dos processos demoram
muito tempo, e o atendimento a essa modalidade criminal acaba envolvendo muito mais
do que uma delegacia, um policial e uma cela. As mulheres precisam de proteção, de
apoio financeiro e social.
A nova lei assegura o afastamento remunerado do trabalho, quando necessário.
Garante a disponibilização de centros de recuperação psicológica, acompanhamento
posterior, proteção durante o período em que o agressor está sendo julgado, e também
quando não é condenado à prisão.
Para os acusados, o preço a pagar pela violência agora é maior. A lei Maria da
Penha prevê pena de prisão entre três meses e três anos, além do afastamento do lar,
restrição de visitas aos filhos, limites de distância, prestação de pensão alimentícia
provisória, além de outras medidas protetivas similares aplicadas de acordo com o tipo de
violência praticada. De acordo com a delegada Derli Rafael, em 2007 a Delegacia da
28
Mulher de Curitiba prendeu 300 agressores em flagrante. Pouco, se comparado à
quantidade de denúncias.
Maria da Penha
A mulher cujo nome batizou a lei não poderia estar mais envolvida com o problema.
Maria da Penha Maia Fernandes, hoje com 62 anos, foi vítima de agressões do marido
durante 18 anos. Duas vezes ele tentou matá-la, na primeira ela ficou paralítica, na
segunda quase foi eletrocutada. O caso foi considerado, pela primeira vez na história, um
crime de violência doméstica. O marido foi preso em 28 de outubro de 2002 e cumpriu
dois anos de prisão. Hoje, está em liberdade.
Maria é farmacêutica bioquímica pela Universidade Federal do Ceará e mestre em
Parasitologia Clínica pela Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade de São
Paulo, e é a prova de que os casos não se restringem apenas às classes sociais
inferiores.
Em Curitiba, segundo a delegada Derli Rafael, apesar de a maioria das agressões
domésticas acontecerem na periferia, as denúncias partem de mulheres de todas as
classes.
Em Curitiba e região metropolitana existem três delegacias da mulher. Uma na
capital, uma em Araucária e uma em São José dos Pinhais. Segundo a delegada, o
número de atendimentos cresceu significativamente desde a aprovação da lei. Só a
delegacia de Curitiba atende cerca de 350 casos mensalmente.
Centros de apoio
Dentre as medidas que constam na Lei, está a garantia de ajuda para recuperação
psicológica e emocional da mulher que passou por agressão. Em Curitiba, existe o Centro
de Referência em Atendimento a Mulheres em Situação de Violência.
Ali, há disponibilização de profissionais especialmente designados para a tarefa de
acompanhar e conversar com as mulheres. Para Terezinha, funcionária da unidade, o
objetivo é desmistificar a questão da mulher como um sujeito passivo. “Nós trabalhamos
para que ela tome as decisões a seu favor e rompa com o ciclo da violência”, diz.
Até porque os casos encaminhados ao centro não são somente os de violência
física, apesar destes representarem a maioria (31%). Violência psicológica, ameaça de
29
morte e violência moral somam 59% dos casos.
As mulheres sentem-se ainda menos encorajadas quando se trata de agressão
moral. “A maioria das mulheres deixa para denunciar depois de ser agredida pela
segunda vez”, diz a delegada. Para Sandra Lia, isso resulta do fato de que as marcas não
ficam expostas, como no outro caso. Por dentro ou por fora, a dor dessas mulheres é a
mesma. Disponível em <http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/node/2848> . Acesso em: 12/05/2010
1) A expressão “sexo frágil” imprime no sujeito mulher uma condição social muito clara.
Que condição é essa?
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2) Ao observarmos toda a caminhada histórica da mulher, a expressão “sexo frágil” é
condizente com a realidade? Por quê?
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3) Centremos nossas análises no 4º parágrafo do texto. De que forma a mulher, sujeito de
sua história, é ali retratada?
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4) O discurso machista de uma sociedade alicerçada em fundamentos também machistas
se faz presente em que frase do 4º parágrafo?
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5) Qual é a mensagem que este discurso transmite a toda sociedade?
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6) A partir de 2006, há apenas 4 anos, a violência doméstica criou status de crime. Mesmo
considerado crime, o comportamento violento de alguns homens para com suas esposas
ou namoradas pode ser considerado um produto histórico? Por quê?
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7) A Análise do Discurso de linha francesa defende que a ideologia (conjunto de ideias,
conceitos e comportamentos que prevalecem sobre uma sociedade) é a condição para a
constituição do sujeito e dos sentidos. De posse dessa afirmação, qual seria o real motivo
para as mulheres não denunciarem as agressões?
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8) As leis existem para garantir uma sociedade segura e pacífica na qual os direitos
individuais são respeitados. A base ideológica da Lei Maria da Penha constrói essa
mesma relação simbólica. O que precisa ser questionado é: na prática, essa lei garante o
respeito aos direitos individuais e coletivos? Pesquise em matérias recentes da mídia
escrita exemplos que comprovem a sua análise.
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9) Retome o último parágrafo e revele o que está implícito neste discurso.
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Texto 3
Pelo que lutam as mulheres hoje?
Equidade de direitos ainda é um desafio para a ação política feminina
Reportagem Juliana Karpinski
Edição Thaíse Mendonça
Este ano o Dia Internacional da Mulher completa 35 anos desde que foi oficializado
pela Organização das Nações Unidas (ONU). A data relembra as 130 operárias de uma
fábrica de tecidos norte-americana que morreram carbonizadas durante repressão a uma
manifestação por melhores condições de trabalho nos anos 50.
Tal como as tecelãs norte-americanas, as mulheres reivindicaram seus direitos,
31
queimaram sutiãs em praças públicas em defesa da liberdade sexual, conquistaram o
sufrágio universal. Hoje, leis são votadas devido à pressão dos movimentos, debates
sobre a questão da diferença salarial entre homens e mulheres têm importância na
economia, além do campo de estudo dos gêneros ser uma área em expansão. Para a
professora do departamento de ciências sociais especialista em relações de gênero
Mirian Adelmam, apesar das conquistas obtidas graças a atuação feminista, a resistência
cultural ao feminismo continua sendo enorme. “Prevalece o desconhecimento, idéias
estereotipadas, que revelam uma certa ignorância sobre o feminismo”, defende.
Para a deputada estadual Cida Borghetti, a mulher precisa fazer uso de seus
direitos e mostrar que a mulher pode e deve dar a sua contribuição nos mais diversos
segmentos da sociedade. O mesmo defende a deputada estadual Luciane Guzella
Rafagnin, que explica que o movimento feminista colocou para a mulher a consciência de
que ela precisa ocupar seu espaço tanto no campo social, econômico ou político. “É isso
que dá coragem para enfrentar os desafios que temos na sociedade ainda hoje”, completa
Luciana.
Direitos ainda precisam ser garantidos
O empenho de mulheres e movimentos possibilitou conquistas, mas há pautas
femininas que ainda precisam ser debatidas. A dupla jornada de trabalho é um dos
problemas que as mulheres ainda enfrentam. Além do emprego, são elas que cuidam da
limpeza da casa e dos filhos. Bancária e secretária da mulher trabalhadora da Central
Única dos Trabalhadores (CUT-PR), Eliana Maria dos Santos defende que não é
necessário só reduzir a carga de trabalho que a mulher tem no mercado de trabalho, mas
que é preciso reduzir também a carga que ela tem dentro de casa. Já para a presidente
da comissão da mulher advogada da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Sandra Lia
Barwinski, é uma questão cultural em que as mulheres avançaram e os homens não.
“Eles ainda não sabem atuar dentro de casa” afirma.
Para a diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau
Público (SINDTEST), Carla Cobalchini, outro ponto que mostra a desvalorização da
mulher é a questão da remuneração menor em relação ao homem, em uma mesma
posição de trabalho. Segundos dados dos Registros Administrativos da Relação Anual de
Informações Sociais do Ministério do Trabalho e Emprego – RAIS, em 2006, o trabalho
feminino recebe em média 21% a menos que o masculino. “Isso representa realmente a
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discriminação da mulher”, afirma a integrante do SINDTEST.
Criada em 2006, a Lei Maria da Penha é considerada um avanço no combate a
violência doméstica pela advogada Sandra Barwinski. Ela explica que a lei traz uma série
de mecanismos que ainda precisam ser implementados, mas que já melhorou a
visibilidade do problema. “A partir de 2006, a violência contra a mulher ganhou status de
crime, antes ela era relegada a um plano menor”, complementa Sandra. A deputada
estadual Luciana Rafagnin ainda ressalta a necessidade de se investir em centros de
apoio, casas abrigos e delegacias.
Outro tema muito presente nos debates e reivindicação dos movimentos é a
descriminalização do aborto. Coloca-se a questão do direito sobre o próprio corpo que
está sobre a tutela do Estado, a partir do momento que é ele quem decide se o aborto é
crime e quem pode, ou não, fazê-lo. “O que o movimento feminista tenta, hoje, é
conquistar o direito da mulher decidir sobre o próprio corpo”, afirma Carla.
Como são as leis direcionadas as mulheres.
A principal reclamação das mulheres que lutam por seus direitos é a que o Estado
não oferece mecanismos para que as leis criadas sejam cumpridas e não cria políticas de
atenção à mulher. “O movimento feminista cresceu muito e tem sido decisivo na criação
de leis para as mulheres nos últimos anos” , afirma Sandra Barwinski. Já Carla Cobalchini
questiona os interesses do Estado na aprovação de leis reivindicadas pelo feminismo. “A
forma de implementação das leis é o que dá o tom se os movimentos de mulheres
conseguem ou não atingir o que eles pleiteiam”, afirma.
Segundo a advogada da OAB, há muita boa vontade por parte daqueles que estão
aplicando as leis. “Mas ainda falta muito o que ser feito e tudo isso depende de
orçamento”, afirma Sandra.
A importância do feminismo hoje
A inserção da mulher na sociedade, que aconteceu principalmente pela
contribuição do feminismo, abriu as portas para que novas mulheres pudessem reivindicar
outros direitos ainda não atendidos. “Hoje as mulheres estão participando e se
destacando na política, nos movimentos sindicais, no trabalho”, exemplifica Eliana dos
Santos.
33
O foco do movimento deixou de ser apenas a conquista da equidade dos direitos
entre os sexos. As mulheres passaram a ter reivindicações específicas como a igual
jornada de trabalho, igual remuneração, auxílios trabalhistas e a descriminalização do
aborto. Para Carla Cobalchini, as reivindicações feministas vêm recebendo apoio de
outros setores ligados direta ou indiretamente ao feminismo, que deixou de ser um
movimento isolado e passou a se diversificar trabalhando de forma coletiva. “Hoje a
percepção da opressão que a mulher sofre deixou de estar apenas nos movimentos
feministas e chegou a outros setores da sociedade e com isso o movimento ganhou
força”, defende.
A ação política do feminismo se orienta no sentido de consolidar o que já foi
alcançado, mas também de avançar e responder a novos desafios. Cida Boghetti acredita
também que apesar de termos evoluído bastante em todos esses pontos, o movimento
feminista não se esvazia. “Não se trata de exigir privilégios, apenas garantir que homens
e mulheres possam conviver em harmonia com o devido respeito às peculiaridades do
sexo feminino para que não regressemos em avanços já conquistados”, explica.Disponível em <http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/node/2848> . Acesso em: 12/05/2010
1) O texto traz a informação de que “o trabalho feminino recebe em média 21% a menos
que o masculino”. Existe uma memória que ressoa nesta afirmação. Para você, como
poderia ser resgatado esse sentido que aí se movimenta?
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2) Faça uma relação daquilo pelo o que as mulheres ainda lutam. Diante das conquistas e
do que ainda falta conquistar, explique porque a mulher pode ser considerada um sujeito
ao mesmo tempo livre e submisso.
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3) Qual ou quais o(s) sentido(s) do enunciado “Hoje as mulheres estão participando e se destacando na política, nos movimentos sindicais, no trabalho” na construção do
sujeito mulher na sociedade contemporânea?
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Unidade 4 – A mulher e o trabalho
Duas realidades, dois mundos, um só país, um só desejo. Mulheres guerreiras em
uma sociedade que não proporciona igualdade de oportunidades. Mas isso não as
impede de ser MULHERES!
Disponível em: < http://blog.estadao.com.br/blog/index.php?blog=1&m=20090925>. Acesso em 12/05/2010
1) O sujeito se faz e se significa na e pela história. Contextualize, pois, o dois grupos de
mulheres acima apresentados enquanto sujeitos históricos.
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2) Quais os efeitos de sentido que as duas imagens produzem quando analisadas
separadamente? E ao serem contrapostas?
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Texto 1Crônica de Karla Hack dos Santos (*)
Os homens, em sua maioria, não conseguem compreender porque tamanha
complicação existe na mulher quando o quesito é definir-se, amar-se, aceitar-se. Alguns
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até julgam tratar-se de pura frescura ou mesmo insanidade. Só que se esquecem da
quantidade de funções e pré-definições que cada uma acaba aglomerando ao longo do
tempo. A mulher não é apenas mulher: é mãe, é profissional, é amante, é amiga e mais
outras tantas subdivisões inclusas nisto. Complicado resta localizar-se nesta confusão
toda.
Levei muito tempo para compreender quem sou e mais outro tanto para permitir-me
ser/gostar de quem eu sou. Agora estou confortável em minha pele, sem demagogias,
sem frases feitas, estou de bem comigo. Para chegar neste ponto não foi nada fácil, vi-me
presa em idéias do que seria correto, bonito, aceitável, que em muitas ocasiões não se
encaixavam comigo e destruíram a minha auto-estima. Tenho certeza que não fui a única
que teve que atravessar o inferno para notar que o céu em mim já residia.
Logo de pequena aprendi que existem duas realidades competindo entre si: A
masculina e a feminina. Sendo que a primeira deveria brincar de bola, de carrinho,
enquanto a segunda seria delicada e adoraria bonecas. Nunca fui assim. Sempre gostei
de sujeira, de futebol e de brigar; Uma verdadeira moleca! Por um tempo ouvi
comentários de como minha postura era inadequada e de menino. O bom de criança é
isso, eu ouvia e não ligava. Só queria continuar como sempre.
Já na adolescência, continuei atípica. Não era de maquilar-me, ou de usar a última
moda, ou mesmo de sair paquerar e ter um chilique porque Aquele guri que todas
gostavam veio falar comigo. Usava roupas largas – algumas até do meu pai – num estilo
beirando ao grunge. Não era depressiva, só fechada. Comecei a duvidar de mim.
Neste âmbito de questionamentos percebi-me fraca perante o ambiente. O primeiro
ataque recai sobre a aparência. Pensava: “Não sou bonita. Desprovida de charme.
Gorda.” E mais outras tantas besteiras que não calavam. Depois, comecei a achar que
ser estudiosa também era um problema. Também via a sexualidade como algo até certo
ponto limitado.
Por muitos anos pensei sim que a mulher tinha que ser: Magra, esbelta, inteligente
– mas não demais –, delicada e sexualmente refreada. Dá para acreditar que na era
digital, após tantos anos de acontecimentos marcantes para o feminismo, o conceito que
me foi repassado era este! (Palhaçada, não é mesmo?)
O que me causa mais espanto é que ainda muitas mulheres entendem isto como
sinônimo de feminilidade. Senão na totalidade, em partes. Por alguma razão estamos
emperradas em quatro obstáculos, quatro papéis que, em separado, apenas servem para
barrar a magnitude pessoal de cada uma de nós.
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Nos prendemos a FÊMEA, exigindo que nossa aparência deve ser a mais perfeita
e padronizada possível. Quando é a diferença que nos torna atraentes, interessantes. Se
for magrinha, adore suas linhas retas, abuse das cores, arrase na sua miudeza. No caso
de ser gordinha, ressalte as curvas, caminhe como se o mundo devesse seguir cada
voltinha sua, idolatre sua abundância. Muito busto? Pouco Busto? Quadril largo? Fino?
Alta? Baixa? Seja você, valorize você. Afinal, temos sorte, somos naturalmente lindas!
Emperramos na MÃE/ESPOSA. Ao contrário do dito, nem todas as mulheres tem
os mesmos objetivos, a mesma idéia de família. Eu sonho em ser mãe, mas você pode
não querer isto e está tudo bem. É um espírito livre e não pensa em casar? Ou acha que
casar com seus 40/50/60 anos é o ideal? Ok. Ainda se critica as que escolhem um
caminho diferente, rotula-se. Ser mulher é estar além disto e não ligar para tais. Seguir
seu caminho conforme você julga certo; Isto sim é viver a sua infinidade.
Ficamos Congeladas na PROFISSIONAL. Ambicionamos muito e somos
incrivelmente capazes. Na expansão que vivemos, sabemos de nosso poder. Todavia,
ainda há quem se intimide com a figura de uma mulher bem-sucedida, inteligente e
decidida. Não devemos viver somente para o trabalho, isto é certo; Fechar os encantos
em prol de terceiros. Podemos e devemos ser profissionais e femininas. Afinal, um lado
não afeta o outro, não é verdade?
Travamos diante da VÊNUS. A sexualidade sempre será tabu e nem se sabe o
porquê. Acredite na sua e a explore de maneira saudável e segura. Pense em você e não
apenas no seu companheiro(a). Somos desejo somado a emocionalidade e devemos
provar da nossa amplitude.
O que é ser mulher hoje senão o encontro de todas estas áreas em harmonia?
Ainda estou muito longe do ideal; Vejo-me bem mais próxima, no entanto. Agora me sinto
mais segura, fiel aos meus princípios, adorando a beleza real que há nas particularidades
minhas. E todas nós merecemos este equilíbrio almejado. Como já se cantou em Pagu:
“Porque nem toda feiticeira é corcunda; Nem toda brasileira é bunda. Meu peito não é de
silicone, sou mais macho que muito homem...”. Somos iguais e opostas, corajosas e sem
medidas; Desejo que, nesta miscelânea toda, possamos aproveitar a magia de cada
aspecto, tornando-nos fortes como nascemos para ser. Afinal, somos guerreiras e deusas
do cotidiano.
(*) Transcrição fiel do original.Disponível em < http://recantodasletras.uol.com.br/cronicas/2116694>. Acesso em 13/05/2010
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1) O sujeito está determinado em relação ao seu contexto, seja ele social, cultural,
ideológico etc. O sujeito não é origem, é efeito. Os dois primeiros parágrafos exemplificam
claramente essa afirmação. Para a autora, a mulher é sujeito-efeito de quais contextos?
Qual é a consequência dessa relação?
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2) Os 3º e 4º parágrafos trazem a temática “masculino X feminino”. As colocações ali
expostas tecem um efeito metafórico. Que efeito é esse? Quais fundamentos ideológicos
carrega?
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3) “Não sou bonita. Desprovida de charme. Gorda”. Descreva as condições de produção,
na sociedade contemporânea para afirmações como estas.
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4) O discurso, como já visto, é a palavra em movimento. Com o estudo do discurso,
observa-se o homem falando. No 8º parágrafo, a sociedade fala e fala o quê? Qual é o
discurso ali apresentado?
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5) A autora coloca que ser mulher é o encontro de todas as dimensões femininas
descritas durante o texto. Qual é o efeito de sentido que uma afirmação como esta
provoca?
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6) No último parágrafo há a defesa de um aspecto ideológico bem delimitado. Qual?
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7) Trace um paralelo entre as facetas que o sujeito-mulher assume na sociedade hoje e o
papel de profissional dessa mulher.
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Texto 2
O sustento que vem do lixo
Em casa, dona Cleonice reaproveita roupas de cama, tapetes e móveis retirados
do aterro ao longo de 30 anos de catação. Quando a situação aperta, trabalha dobrado,
vende o que tiver amealhado do lixo e capricha no brechó que faz aos domingos, na porta
de casa, com os vestidos que tira do aterro e consegue limpar e reformar aos sábados. O
brechó, aliás, ganhou mais importância na vida de Cleonice após a eclosão da crise
financeira mundial, que derrubou pela metade o valor dos materiais recicláveis. Vinculada
à Coopergramacho, ela recebeu exatos R$ 212 em junho, descontados os benefícios.
“Agora já é mais um pouquinho, mas não chega a um salário mínimo. Assim tem que ser
criativo mesmo”, diz.
Para quem depende da catação de material reciclável há mais de 40 anos, como é
o caso de dona Cleonice, o risco de desativação do aterro metropolitano de Jardim
Gramacho não chega a ser uma novidade. Catadora desde os 13 anos, ela testemunhou
por dentro o fechamento do lixão de Sapucaia do Caju, em 1971. Tinha 15 anos quando
se viu obrigada a seguir a nova rota do lixo carioca até a rodovia Rio-Petrópolis. Lá
trabalharia por sete anos na catação até a multiplicação dos urubus colocar em risco a
segurança das aeronaves que trafegavam pelo Aeroporto Internacional Antônio Carlos
Jobim. A saída, diz, foi seguir mais uma vez a trilha dos resíduos, que passariam a ser
despejados, a partir de 1978, no município de Duque de Caxias. “Cheguei logo no
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primeiro ano e acabei me mudando pra cá. Sempre fui atrás de onde o lixo estava, sem
vergonha e sem medo”, avisa.
Pioneira, Cleonice começou a trabalhar em Gramacho quando a entrada de
mulheres não era sequer permitida. “Prendia o cabelo, botava um boné, um sapato e uma
calça de homem, rezando para nenhum vigia perceber”, lembra. Na época, a estratégia
para fugir da vista dos fiscais era se esgueirar com amigas por trilhas no mangue, que
contornavam a entrada do aterro até atingir as rampas de vazamento do lixo. Ser pega
podia significar a apreensão do material coletado, bem como a expulsão do aterro. “No
mangue não dava para ir sozinha. A gente às vezes ficava com lama até a cintura e
precisava de uma mão para seguir em frente”. lembra.
O que tira do lixo, diz, ainda é suficiente para pagar a um dos 10 filhos a
mensalidade de um curso de formação para a Petrobras, que tem uma refinaria vizinha ao
próprio aterro. A filha mais nova, explica, espera na fila para fazer um curso de desenho.
“É uma felicidade ver os filhos indo pra frente. É o que ela gosta e quer fazer da vida,
então apoio com tudo. Só não posso pagar assim tudo de uma vez. Aqui tem de ser
assim, vai um de cada vez, na medida da possibilidade”, conta.Disponível em < http://www.mulherescomdilma.com.br/?p=3478>. Acesso em 13/05/2010
1) “Sempre fui atrás de onde o lixo estava, sem vergonha e sem medo”. Nesta frase de
uma mulher simples e humilde há a conjugação de língua e história que produz sentido.
Demonstre o sentido produzido pela fala de dona Cleonice ao optar pelas expressões
“sem medo” e “sem vergonha”.
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2) O discurso é efeito de sentidos entre locutores. Discorra sobre o efeito de sentido
produzido pela locução verbal em destaque nessa fala de dona Cleonice: “Ser pega podia
significar a apreensão do material coletado, bem como a expulsão do aterro”
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3) O lixo, assim como diversas outras questões, possui conotações diferentes de acordo
com a situação social e cultural na qual o homem esta inserido. Entretanto de uma
maneira geral é possível destacar que ele o lixo é aquilo que se coloca para “fora de
casa”, ou seja, o que não se quer ter contato. Dona Cleonice, por sua vez, corre atrás de
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onde o lixo está há 30 anos. Diante desse contexto histórico, demonstre como a
discursividade de Dona Cleonice auxilia na determinação de sua identidade.
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Texto 3
Vídeo: Representação da imagem feminina no mercado de trabalhoDisponível em: <http://economia.estadao.com.br/videos/videos,dia-internacional-da-mulher-carreira-nao-
atrapalha-a-vida-pessoal,92108,,0.htm . >Acesso em 18/06/2010
1) O discurso da Srª Chieko Aoki retrata a realidade vivida pela grande parcela das
mulheres na sociedade brasileira de hoje? Por quê?
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2) Regina Nunes expõe, a uma altura da entrevista, que as mulheres não ocupam cargos
executivos de alto nível porque não aceitam fazer certas concessões. Delimite o discurso
que está por trás dessas “certas concessões”.
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3) Na fala de Chieko Aoki fica claro um discurso machista por parte da empresária. Que
discurso é esse?
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4) Quais são os discurso masculinos que atravessam os discursos das duas
empresárias?
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5) Destaque os sentido produzidos pelos discursos das empresárias nos momentos em
que eles não foram atravessados pelo discurso masculino.
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Texto 4
Vídeo: Uma mulher modernaDisponível em: <http://videolog.uol.com.br/video.php?id=297939.> Acesso em 18/06/2010
1) A personagem, ao enfatizar o adjetivo “grande”, produz um efeito de sentido. Qual
efeito é esse no contexto histórico apresentado?
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2) O vídeo cômico faz uma ironia com a igualdade conquistada pelas mulheres junto aos
homens. Retrate a ideologia presente na ironia.
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3) Durante o vídeo, fica clara a dupla jornada feminina. Apesar da comicidade, o tema é
bastante sério. Busque, entre as mulheres que você conhece, depoimentos de quem faz
essa dupla jornada.
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4) O chefe de nossa personagem apresenta um discurso tipicamente machista. Que
discurso é esse?
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5) O discurso do chefe de nossa personagem condiz com toda a realidade do contexto
histórico apresentado? Por quê?
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Referências:
ANTUNES, I. Língua, texto e ensino: outra escola possível. São Paulo: Parábola Editoria, 2009.
BELIN, L. Em defesa do 'sexo frágil'. Disponível em: <http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/node/2848> . Acesso em 12 mai 2010.
BESSA, K.A.M. Papel da mulher na sociedade ao longo da história/2007. Disponível em: <http://shvoong.com/social-science/sociology/1653449> Acesso em: 24 mar 2010.
CFEMEA, Violência contra a mulher. Brasília, DF, 2010. Disponível em: <http://www.cfemea.org.br/violencia/noticias/detalhes.asp?IDNoticia=84>. Acesso em 21 mar 2010.
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http://eupublicidade.wordpress.com/2009/04/06/propagandas-antigas/ Acesso em 26 jan 2010.
http://www.bolsademulher.com/especiais/anos-60-a-decada-da-virada-67892.html.Acesso em 26 jan 2010.
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