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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO
PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL
Fundação Universidade Estadual de Maringá
MATERIAL DIDÁTICO: CADERNO PEDAGÓGICO
ÁREA: Física NOME DA PROFESSORA PDE: Marcia Aparecida Fritola Presendo
NOME DO ORIENTADOR: Profª. Drª. Polônia Altoé Fusinato
MARINGÁ 2010
2
1 IDENTIFICAÇÃO
1.1 ÁREA: Física
1.2 PROFESSORA PDE: Marcia Aparecida Fritola Presendo
1.3 PROFESSOR ORIENTADOR: Profª. Drª. Polônia Altoé Fusinato
1.4 IES VINCULADA: Universidade Estadual de Maringá
1.5 NRE: Umuarama
1.6 ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: Colégio Estadual de Iporã-EFMP.
1.7 PÚBLICO OBJETO DA INTERVENÇÃO: Professores do Ensino
Fundamental e Médio
1.8 PROJETO: PDE 2009
3
2 TEMA DE ESTUDO DA INTERVENÇÃO:
O DESENVOLVIMENTO DE LEITURA CIENTÍFICA POR DOCENTES:
UMA MELHORIA NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM NA DISCIPLINA
DE FÍSICA
3. TITULO:
A INTEGRAÇÃO DA LEITURA DE TEXTOS CIENTÍFICOS NA
DISCIPLINA DE FÍSICA
4. MATERIAL DIDÁTICO SELECIONADO:
CADERNO PEDAGÓGICO
4
1 APRESENTAÇÃO
O presente trabalho refere-se à produção didático-pedagógica (Caderno
Pedagógico), que visa à utilização de textos paradidáticos e científicos no ensino
de Física, com abordagens do cotidiano do aluno.
Esse material didático foi elaborado para ser desenvolvido diretamente com
professores do Colégio Estadual de Iporã, do ensino fundamental e médio, das
disciplinas de Física, Ciências, Português, Geografia e Biologia.
A proposta visa atender aos anseios de professores preocupados com o
que observam diuturnamente em sua sala de aula, isto é, o desinteresse e
indiferença do estudante em construir seu próprio conhecimento. Os
conhecimentos básicos de Física, como os de outras áreas de exatas, são
geralmente abordados em sala de aula, restringindo-se a exercícios com cálculos
e resolução de exercícios, na maioria das vezes, não entendidos pelo aprendiz.
Segundo SANTOS e MORTIMER, (2001, p.98):
Se desejarmos preparar os alunos para participar ativamente das decisões da sociedade precisamos ir além do ensino conceitual, em direção a uma educação voltada para a ação social responsável, em que haja preocupação com a formação de atitudes e valores.
Sabe-se que, a construção de um espaço dialógico em sala de aula
também requer uma mudança de postura do professor superando o discurso
autoritário, normalmente utilizado em aulas tradicionais. Acredita-se que a
possibilidade da utilização de textos com abordagens que articulem os conteúdos
de Física com o cotidiano do aluno, possa contribuir para viabilizar o tratamento
interdisciplinar, bem como a formação do aluno, motivando-o a refletir, criar,
imaginar e entender melhor os conceitos trabalhados.
Para CARVALHO JUNIOR (2002, p.57):
No campo da análise de conceitos, leis e hipóteses e de todas as relações decorrentes, a construção dos conhecimentos deve ser feita mediante um diálogo constante entre todos os atores da prática educativa. Essa concepção de ensino entende o professor como mediador entre os vários saberes estabelecidos, cada qual com suas particularidades, fundamentações e campos de validade. São eles: saber do aluno (conceitos prévios), científico, escolar e social.
De acordo com BENJAMIN (2000), esses textos podem se converter em
um material bastante rico propiciando a articulação entre os aspectos científicos,
5
tecnológicos e sociais, bem como o estabelecimento da inter-relação entre
diferentes e importantes temas relacionados à Física. Além disso, determinados
textos fazem a articulação entre conteúdos de várias disciplinas, o que os tornam
elementos didáticos mediadores da interdisciplinaridade.
Nesse sentido, acreditamos que os textos paradidáticos podem se
converter em uma forte ferramenta didática, capaz de viabilizar a compreensão do
aluno acerca dos conceitos apresentados, produzindo com isso contextos de
aprendizagem, bem como em instrumentalizar o estudante, a fim de que o mesmo
possa interagir reflexiva e criticamente com o seu meio social, desenvolvendo e
vivenciando a sua cidadania.
A realidade de sala de aula, onde mostra o desinteresse e a desmotivação
do aprendiz em dedicar-se ao estudo, será tomado como base para análise e
estudo da comunicação e interação professor-aluno-texto. Nossa proposta
consiste em desenvolver uma análise da dimensão da comunicação entre
professor e aluno em sala de aula, por meio da utilização de textos científicos.
Supondo-se, a priori que, se os referidos textos forem trabalhados de acordo com
uma perspectiva dialógica, pode-se recuperar na escola e particularmente nas
aulas de Física o interesse por parte dos alunos em conhecer, e assim, produzir
contextos de aprendizagem.
Segundo Almeida e Mozena (1998), a utilização de textos, além de tornar
as aulas mais interessantes e com uma maior participação do aluno, melhora a
―relação dialógica entre professor e aluno‖ (p. 256).
Muitos autores defendem a utilização de textos científicos em aulas de
física no sentido de promover uma relação mais dinâmica em sala de aula e, com
isso, viabilizar a aprendizagem significativa por parte do aluno.
Segundo Mercer (1987, p.14), a educação ―é um processo discursivo sócio
histórico no qual os resultados, do ponto de vista da aprendizagem, são
determinados conjuntamente pelos esforços de professores e alunos‖. Assim, o
papel do professor em sala de aula é fundamental no sentido de introduzir ―o
aluno no contexto cultural, a partir de um processo de mediação entre as ideias e
as concepções do aluno e o saber formal‖.
O professor, por meio de seus argumentos, pode levar o aluno a
compreender os conceitos científicos, a racionalidade da ciência através de seu
6
processo de evolução, bem como formar um indivíduo reflexivo e crítico, capaz de
optar entre as argumentações que lhes são apresentadas.
Mas, é importante salientar que, para tal, não se aplica o discurso
autoritário, mas sim o diálogo, partindo-se da fala e do conhecimento cotidiano do
aluno de modo que ele seja levado à reflexão por meio de experiências
significativas.
Especificamente, com relação às teorias que fundamentam os
conhecimentos relativos à Física, é imprescindível que o professor torne claro
para os alunos que, segundo Cudmani e Sandoval (1991, p.201)
A Física estrutura seu conhecimento em sistemas conceituais cujos referenciais são modelos simplificados da realidade. O caráter sistêmico de tal elaboração permite avaliação cruzada de suas proposições, dando lugar a uma rede de interconexões que lhe ourtoga, ao mesmo tempo, dinamismo e firmeza.
Dessa forma, é fundamental o modo como o professor administra esse
processo através de seus argumentos, a fim de dar suporte para que o aluno
construa o conhecimento.
2 METODOLOGIA
Verifica-se em nossas escolas, a falta do gosto pela leitura, bem como a
inabilidade docente em estimular e incentivar a mesma. Entendemos que o
estímulo para a realização desta prática, deve ser a responsável pela formação
de um leitor competente por meio do desenvolvimento sistemático e progressivo
das habilidades de leitura, além de incentivar e motivar a leitura como prazer e
lazer, tornando-se uma âncora na construção do saber em todas as áreas do
conhecimento.
Diante disto, serão enfocadas nesse trabalho, algumas contribuições
relacionadas ao entendimento dos conceitos trabalhados mediante a utilização de
textos, bem como focando algumas dificuldades vivenciadas pelo professor na
condução da atividade, relativas aos domínios conceituais.
Entre os conceitos que se pretende trabalhar por meio dos textos,
destacam-se: astronomia, energia, massa, gravidade e relatividade. Serão
abordadas ainda as contribuições proporcionadas pelo texto relacionadas às
7
interações entre professor-aluno, contribuições essas centradas no
esclarecimento de três questões, ou seja: Como o professor pode superar o
discurso autoritário em aulas de Física? Pode o uso de texto paradidático e
científico contribuir para a criação do hábito de leitura nos alunos? Como o
professor procede mediante as dificuldades decorrentes da utilização do texto
com seus alunos?
A avaliação dar-se-á no decorrer de todo o processo e não somente como
requisito para o resultado final.
3 RESULTADOS ESPERADOS
Espera-se com este trabalho que os professores possam perceber que a
importância da leitura na vida do estudante e ao utilizá-la como recurso, o
aprendiz possa descobrir que e leitura é um caminho excepcional por meio do
qual o cidadão consegue o pleno exercício da autonomia.
Espera-se que esta proposta possa proporcionar a oportunidade para a
comunidade escolar, corpo docente e discente, em buscar na leitura orientada,
motivação e prazer e que por este meio, possam adquirir o hábito e o
compromisso de buscar na a leitura, uma fonte inesgotável de conhecimento.
Pretende-se, que na leitura dos textos, seja percebida pelo leitor, a
intencionalidade de cada texto, dotando-se da capacidade de compreensão e
interpretação.
Espera-se contribuir para formar sujeitos leitores críticos capacitados a
decodificarem a linguagem científica e a aproximá-los da história da Física por
meio da compreensão dos textos estudados e com abordagem interdisciplinar.
5 RECURSOS A SEREM UTILIZADOS
Para o desenvolvimento das atividades elaboradas a seguir, prevê-se a
utilização da TV multimídia, laboratório de informática, internet, textos digitados ou
xerocados, power point, entre outros.
6 CRONOGRAMA
8
A produção didático-pedagógica será desenvolvida no segundo semestre
do ano letivo de 2010, no Colégio Estadual de Iporã, com professores do ensino
fundamental e médio, das disciplinas de Física, Ciências, Português e Geografia.
7 UNIDADES
7.1 Unidade 01
Carga horária – 4 horas aulas
Vídeo
Seguidores de Einstein = O bem e o mal – Este vídeo estará disponível no
site, http://www.youtube.com/watch?v=x9nMuUg7wds, para que possa ser
acessado e assistido por todos os participantes do grupo. Podendo ser no
laboratório de informática ou com projeção.
Assistir ao vídeo sem nenhuma preparação prévia e após apresentação do
vídeo os participantes do grupo iniciarão a reflexão entre o conhecimento
científico e o senso comum. Sendo propostos os seguintes pontos para
discussão:
Aspectos positivos e negativos do vídeo.
Ideias principais que passa.
O que mudariam neste vídeo.
O que chamou a atenção visualmente.
O que destacaria no diálogo.
Mensagens não questionadas (pressupostos ou hipóteses aceitos de
antemão, sem discussão).
Como cada participante julga esses valores (concordâncias e discordâncias
nos sistemas de valores envolvidos). A partir de onde cada um de nós julga
a história.
Texto para Leitura e debate
9
Este texto será apresentado no formato de Power point, para dar continuidade
à reflexão proposta aos professores.
Einstein: Uma breve cronologia
1879 – Em 14 de março nasce Albert Einstein em Ulm, Alemanha na casa
dos pais Hermann e Pauline Koch.
1880 – A família muda-se para Munique.
1881 – Nasce sua irmã Maja.
1884 – Ganha uma bússola de seu pai que lhe causou profunda impressão.
1885 – Ingressa na escola primária católica (Petersschule). Interessa-se
pela religião judaica a partir de ensinamentos de um tio. Tem aulas de
violino.
1888 – Freqüenta a escola secundária (Luitpold-Gymnasium) em Munique.
1894 – A família muda-se para a Itália, mas Albert permanece em Munique.
No final do ano abandona o Gymnasium e se reúne à família.
1895 – Não consegue admissão precoce no Instituto Politécnico Federal
(ETH) em Zurique, apesar do bom desempenho em matemática e ciências.
O diretor sugere que antes conclua a escola secundária. Freqüenta a
escola de Aarau morando na casa de um dos seus professores.
1896 – Renuncia à cidadania alemã porque detestava a mentalidade
militarista alemã. Conclui o ensino médio em Aarau e no final de outubro
ingressa na ETH.
1900 – Conclui o curso, mas não é escolhido como assistente na ETH.
1901 – Torna-se cidadão suíço. Procura emprego. Trabalha como
professor substituto numa escola técnica em Winterthur e como tutor numa
escola particular em Schaffhausen. Mantém relacionamento amoroso com
Mileva Maric, uma colega da ETH. Seu primeiro artigo científico é
publicado na prestigiosa revista Annalen der Physik. Submete à
Universidade de Zurique uma tese de doutorado sobre forças moleculares
em gases.
1902 – Nasce sua filha Lieserl. Retira sua tese de doutorado e inicia
trabalho provisório como perito técnico no escritório de patentes em Berna,
10
1903 – Casa-se com Mileva em Berna onde fixam residência. Não existe
menção a Lieserl depois que contrai escarlatina. Parece que Einstein
nunca viu a filha.
1904 – Nasce seu filho Hans Albert em Berna. Seu emprego torna-se
permanente.
1905 – Annus mirabilis de Einstein. Em 30 de abril submete para
publicação sua tese de doutoramento ―Uma nova determinação das
dimensões moleculares‖. Em seguida, publica três de seus mais
significativos trabalhos científicos: ―Sobre um ponto de vista heurístico a
respeito da produção e transformação da luz‖ (publicado em 9 de junho)
em que propõe o conceito do quantum de luz sugerindo que a radiação
eletromagnética interage com a matéria como se possuísse uma estrutura
granular (o efeito foto-elétrico); ―Sobre o movimento de pequenas
partículas em suspensão dentro de líquidos em repouso como exigido pela
teoria cinético-molecular do calor‖ (publicado em 18 de julho), seu trabalho
sobre o movimento browniano que provocou a realização de experimentos
comprovando a validade da teoria cinética do calor e a consolidação da
hipótese atomística da matéria; e ―Sobre a eletrodinâmica dos corpos em
movimento‖ (publicado em 26 de setembro), seu trabalho seminal sobre a
teoria da relatividade especial. A famosa equação E = mc2, em sua forma
original, é introduzida em um artigo curto ―A inércia de um corpo depende
de seu conteúdo energético?‖ (publicado em 21 de novembro).
1906 – Recebe formalmente o título de doutor da Universidade de Zurique.
1907 – Introduz a teoria quântica na física do estado sólido. Publica seu
primeiro artigo de revisão e especula sobre uma possível extensão da
teoria da relatividade para sistemas acelerados.
1908 – Torna-se Privatdozent (docente remunerado por aulas dadas) na
Universidade de Berna.
1909 – É designado Professor Extraordinário de Física Teórica na
Universidade de Zurique e se demite do escritório de patentes e da
Universidade de Berna. Recebe o título de doutor ―honoris causa‖ da
Universidade de Genebra. Participa de importante conferência em
11
Salzburgo onde sugere o conceito de dualidade onda-partícula para a
radiação.
1910 – Nasce seu segundo filho Eduard. Termina seu mais importante
trabalho em mecânica estatística clássica: ―Sobre opalescência crítica e a
cor azul do céu‖.
1911 – Em abril assume o cargo de diretor do Instituto de Física Teórica na
Universidade Alemã de Praga e pede demissão da Universidade de
Zurique. Em outubro participa do primeiro Congresso Solvay em Bruxelas.
1912 – Troca cartas amorosas com sua prima divorciada Elsa Lowenthal e
a relação com Mileva começa a se deteriorar. Demite-se de sua posição
em Praga e torna-se Professor de Física Teórica da ETH.
1913 – Em novembro é eleito para a Academia Prussiana de Ciências. É
convidado para ser diretor do recém fundado Instituto de Física Kaiser
Wilhelm e para assumir uma cátedra de pesquisa, sem obrigação de dar
aulas, na Universidade de Berlim, onde Elsa morava.
1914 – Em abril, chega em Berlim. Mileva vem depois com os filhos, mas
logo retorna a Zurique porque alega não gostar de Berlim.
1915 – Assina sua primeira declaração pública, o ―Manifesto aos
Europeus‖, em prol de uma cultura européia. Em novembro termina seu
trabalho sobre a estrutura lógica da teoria da relatividade geral.
1916 – O artigo ―As origens da teoria geral da relatividade‖ é publicado no
Annalen der Physik. Em maio é escolhido Presidente da Sociedade Alemã
de Física. Finaliza seu livro de divulgação científica A Teoria da
Relatividade Especial e Relatividade Geral. Publica três artigos sobre teoria
quântica.
1917 - Escreve, em fevereiro, seu primeiro artigo sobre cosmologia. Fica
prostrado com icterícia e úlcera e Elza cuida dele. Em outubro assume a
direção do Instituto de Física Kaiser Wilhelm. Depois da 1ª Guerra Mundial
mantém cidadania dupla: suíça e alemã.
1919 – Divorcia-se de Mileva em fevereiro, concordando com a cláusula
que destinava qualquer dinheiro advindo de futuro prêmio Nobel para a
manutenção dos filhos. Em 29 de maio, durante o eclipse solar, em Sobral
e na ilha de Príncipe, expedições britânicas confirmam a deflexão da luz
12
pelo Sol conforme previsto pela teoria da relatividade geral. Em 6 de
novembro, os resultados são apresentados por Arthur Eddington na
reunião conjunta da Royal Society e Royal Astronomical Society. A notícia
corre o mundo e Einstein torna-se uma figura pública. Contrai matrimônio
em 2 de junho com Elza que tem duas filhas solteiras Ilse (22 anos) e
Margot (20 anos). Inicia seu interesse pelo sionismo.
1920 – Aparecem as primeiras manifestações de anti-semitismo e contra a
teoria da relatividade entre os alemães, mas Einstein ainda permanece leal
a Alemanha. Começa a se envolver em assuntos não científicos.
1921 – Em abril e maio realiza sua primeira viagem aos Estados Unidos.
Recebe títulos honorários e faz quatro palestras em Princeton que se
transformam no livro The Meaning of Relativity. Ajuda a levantar fundos
para a criação da Universidade Hebraica de Jerusalém.
1922 – Termina seu primeiro trabalho sobre uma teoria de campo
unificado. De outubro a dezembro, viaja ao Japão, com outras escalas no
Oriente. Em Xangai, recebe a notícia de que ganhara o prêmio Nobel de
1921 por seu trabalho sobre o efeito fotoelétrico.
1923 – Visita a Palestina e Espanha.
1924 – A enteada Ilse casa com o jornalista Rudolf Kayser, que veio a ser o
primeiro biógrafo de Einstein. Há indícios de que Einstein, por certo tempo,
esteve apaixonado por ela, antes de ter se casado com a mãe.
1925 – De março a maio viaja para a América do Sul, com visitas à
Argentina, Uruguai e Brasil. Em solidariedade a Ghandi, assina um
manifesto contra o serviço militar obrigatório. Torna-se um pacifista
fervoroso. Até
1928 participa do Conselho Curador da Universidade Hebraica.
1926 – Ganha a medalha de ouro da Royal Astronomical Society da Grã-
Bretanha.
1928 – Tem problemas cardíacos e permanece acamado por um ano.
Helen Dukas torna-se sua secretária e governanta pelo resto da vida.
1929 – Inicia amizade duradoura com a Rainha Elizabeth da Bélgica. Em
junho recebe a Medalha Planck.
13
1930 – Assina o manifesto em prol do desarmamento mundial. Em
dezembro visita Nova York e Cuba e permanece até março de 1931 no
Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) em Pasadena.
1931 – Profere palestras em Oxford e recebe título honorífico. Passa uma
temporada de vários meses em sua casa de campo de Caputh, perto de
Berlim.
1932 – De janeiro a março visita o Caltech. Volta a Berlim e em dezembro
retorna aos Estados Unidos.
1933 – Em Janeiro, os nazistas assumem o poder. Desliga-se daAcademia
Prussiana de Ciências, renuncia à cidadania alemã e nunca mais retorna à
Alemanha. Dos EUA, vai para a Bélgica, visita Oxford para proferir
palestras. Em setembro, deixa definitivamente a Europa com Elsa e Helen
Dukas e chega em Nova York em 17 de outubro. Publica, com Sigmund
Freud, Por que Guerra? E assume a cátedra no Instituto de Estudos
Avançados de Princeton.
1935 – No outono, muda-se para a casa na Rua Mercer 112, Princeton,
onde Einstein, Elsa, Margot, Maja, e Helen Dukas viverão até a morte.
Recebe a medalha Franklin.
1936 – Hans Albert conclui o doutorado em ciências técnicas na ETH (em
1947 torna-se professor em Berkeley). Em dezembro, Elza falece.
1938 – Publica com Leopold Infeld seu segundo livro de divulgação
Evolução da Física que se torna umbest seller.
1939 – Em agosto, assina a famosa carta ao Presidente Roosevelt acerca
das implicações militares da energia atômica.
1940 – Torna-se cidadão americano.
1943 – Torna-se consultor do Escritório Naval de Artilharia dos EUA.
1944 – Uma cópia do manuscrito re-escrito do artigo original de 1905 sobre
a teoria especial da relatividade é leiloada por 6 milhões de dólares como
contribuição ao esforço de guerra.
1945 – Aposenta-se oficialmente do Instituto de Estudos Avançados,
recebe uma pensão, mas mantém uma sala de trabalho até sua morte.
14
1946 – Einstein torna-se Presidente do Comitê Provisório dos Cientistas
Atômicos. Conclama as Nações Unidas a formar um governo mundial,
declarando que seria a única maneira de manter a paz mundial.
1948 – Em agosto, Mileva morre em Zurique. Médicos de Einsten
descobrem um grande aneurisma na aorta abdominal.
1950 – Em março escreve seu ultimo testamento.
1952 – Declina o convite para ser Presidente de Israel.
1955 – Em 11 de abril, escreve sua última carta para Bertrand Russel
concordando em assinar um manifesto conclamando as nações a renunciar
ao uso de armas nucleares. Na madrugada de 18 de abril, Einstein morre
devido à ruptura do aneurisma. Nelson Studart DF/UFSCar.
Baseado em Excertos de The Expanded Quotable Einstein, editado por Alice Calaprice, Princeton U.P., Princeton, (2000) e Sutil é o Senhor... A Ciência e a Vida de Albert Einstein, A. Pais, Nova Fronteira, Rio de Janeiro, 1995.
(Retirado da Revista Física na Escola, v. 6, n. 1, 2005- Disponível em: http://pcsbf1.sbfisica.org.br/fne/. Acesso em: 14/06/2010)
7.2 Unidade 02
Carga horária – 8 horas aulas
Texto
Episódio 1
O Sonho de Ícaro
Triiiim!Triiim!Triiiim!
– Pô, que saco... já é de manhã...mais um dia...
Enquanto se arrumava, Ícaro ia repassando o dia que vinha pela frente. O mesmo
café da manhã... de bom mesmo só o "bom dia" de sua mãe.
– Como será que ela aguenta? Todo dia a mesma coisa: rotina, rotina, rotina...
Acho melhor arrumar o material. Hoje eu tenho 5 aulas: duas de Matemática...
Oba, Educação Física!... Vai "dá" para bater uma bolinha! Em compensação, para
terminar, Física. Espero que a aula seja um pouco mais interessante. Ícaro, como
15
qualquer outro adolescente, sentia-se perdido e em dúvida com uma série de
transformações que ocorriam, não só em sua vida, mas também em seu corpo,
que o deixavam confuso em busca de respostas que não encontrava. Naquele
dia, porém, algo parecia conspirar a seu favor; sua sensibilidade parecia aflorar,
pois sentia que algo começaria a mudar em sua vida. Não via a hora de fugir das
aulas para chegar mais cedo em casa. O tempo se apressou em realizar a tarefa
e tudo aconteceu muito rápido. Chegou logo em sua casa, onde se deparou com
o melhor e o mais emocionante momento do dia, quando tudo se transformou e
sua vida pareceu ter mais sentido. Ali, ele estava diante de seu computador,
considerado seu melhor amigo, seu fiel companheiro, sua realidade virtual. Era
assim todo o dia, insistentemente. Aquele dia, entretanto, parecia brilhar mais
intenso que o próprio brilho das estrelas. Sua imaginação parecia ir mais além,
quando o inesperado aconteceu. Ao entrar em uma sala de bate papo, a mesma
de sempre, estava todo mundo lá: o Bip-bip, Xmen, apaixon@da, Keridinha,
@riskinh@ e Ícaro, a fina flor da net, que foi surpreendido por uma mensagem de
um novo visitante que logo lhe interessou. Era algo que realmente o incomodava
e ao mesmo tempo parecia dar mais sentido e empolgação a sua vida. A
mensagem apresentava a letra de uma música, algo muito diferente, porém
extremamente poético que logo mexeu com sua imaginação. Existiam trechos da
música realmente fortes, um deles dizia: ―Eu sou feito de resto de estrelas...‖.
MÚSICA: Tubi Tupy (Lenine/Carlos Rennó)
Eu sou feito de resto de estrelas como o corvo o carvalho e o carvão As sementes nasceram das cinzas De uma delas depois da explosão Sou o índio da estrela veloz e brilhante O que é forte como o jabuti O de antes de agora em diante E o distante galáxias da aqui O meu nome é tupi, Guaykuru Meu é Peri de Ceci Eu sou neto do Caramuru Sou Galdino, Juruna e Raoni E nos cosmo de onde eu vim Com a imagem do caos
Canibal tropical, qual o pau Que da nome à nação, renasci Natura, analógico e digital Libertado astronauta tupi Eu sou feito do resto de estrelas, Daquelas primeiras depois da explosão. Sou semente nascendo das cinzas Sou o corvo, o carvalho e o carvão. Me projeto futuro sem fim Pelo espaço num tour sideral Minhas roupas estampam em cores A beleza do caos atual As misérias de mil esplendores Do planeta Neanderthal
16
Letra extraída da tese de doutorado de ALICE ASSIS Leitura, argumentação e ensino
de física: análise da utilização de um texto paradidático em sala de aula. 2005. Universidade
Estadual paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖ de Bauru. 2005.
Melodia em vídeo extraído do site http://www.youtube.com/watch?v=TQQEE8L4rMA
Episódio 2 Continuação da leitura do texto.
– Legal! Quem enviou? – exclamou Ícaro curioso – O que ele quer dizer com isto?
Rapidamente Ícaro envia uma mensagem perguntando:
Ícaro: De onde vc está tc ?
Dédalo: De algum lugar do seu universo.
Ícaro: Por que vc mandou esta msg ?
Dédalo: Porque ela pode responder algumas dúvidas.
Ícaro: Somos feitos de resto de estrelas? Tá maluco?
Dédalo: Todas as coisas, tudo... tudo mesmo, inclusive nós," o corvo, o carvalho e
o carvão” somos feitos de uma mesma substância que veio das estrelas, como diz
a letra da música.
Ícaro: Isto é uma música? Legal! Como eu faço para ouvir?
Dédalo: Vá até www.com. br – rádio uol – Buscar CD Na pressão – música Tubi
Tupy(1).
Dédalo: Ouça a música e, se vc estiver por aqui mais tarde ou outro dia, nós
conversaremos mais sobre este assunto.
Ícaro: Legal! Vou buscar esta música.
Ícaro sai da sala de bate papo e vai em busca da música.
Enquanto ouve a música, acaba pegando no sono e começa a sonhar.
Naquele momento o que parecia ser real transpunha-se para o mundo do
imaginário, e começava a viajar pelo universo.
– Nossa! Meu corpo criou asas, será que estou sonhando? Não é possível! Este
mundo não é real.
As imagens com que se deparava eram fascinantes, porém inconcebíveis, pois
sua visão estava limitada pelo que simplesmente tinha até então observado da
Terra. As cores que conseguia observar de seu próprio planeta o fascinavam e se
questionava como tudo poderia ter ficado desta forma, e a cada momento novas
17
imagens e situações intrigantes surgiam. Começava a ter a sensação de leveza.
Ícaro percebe que já não batia suas asas para voar e o silêncio era absoluto, algo
que não conseguia explicar e ao mesmo tempo o amedrontava.
___________________
(1) Ver apêndice
Episódio 3
Leitura do texto – Por que estou tão leve? Por que será que a sensação aumenta ao me afastar
da Terra?
Momentos após essa sensação, algo novamente estava mudando, a sensação de
leveza parecia diminuir, pois se aproximava da Lua.
LUA
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Site
— Que linda! Aí está você, por onde andou a noite passada? Onde estava? Pois
não te vi entre as estrelas. (2) De súbito, como se surgisse do nada, um brilho
mais intenso vinha em sua direção e se espalhava por todo o espaço.
— Puxa é o Sol! (3) – exclama Ícaro ofuscado com tanta luz.
Apesar de toda luminosidade, ele consegue perceber dois planetas ao longe.
– Olha lá dois planetas! Será que eu me lembro quais são... na aula era tão chato
ter que decorar os seus nomes, se eu soubesse que eram tão bonitos teria
prestado mais atenção. Um deles parece ser tão pequeno, será que estou muito
distante?
___________________
(2) e (3) Ver apêndice
18
VÊNUS
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Site
MERCÚRIO
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Site
Como se isso fosse possível, Ícaro, da Terra, estaria observando Vênus e
Mercúrio. (4)
A viagem continuava e Ícaro ia descobrindo o novo mundo que observava. E tinha
sua curiosidade aumentada a cada instante. E mais planetas surgiam a sua
frente.
- Se bem me lembro, o próximo é Marte (5). Marte não é o planeta vermelho?
Porque é tão vermelho deste
jeito? Não é lá que as pessoas dizem ser possível a existência de vida? Por que
tanta dúvida a respeito deste planeta e da possível existência de vida? E os
outros planetas... Serão tão diferentes assim?
Assim, após ter passado pelo planeta vermelho, começa a observar uma região
totalmente desconhecida para ele, mas profundamente bela.
JÚPITER
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Site
19
MARTE
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Site
De repente, ele se depara com o maior de todos os planetas do nosso sistema
solar.
- Que droga! Não me lembro deste planeta. Nossa, é tão grandão, será que é
Plutão? Ah!...Não, como poderia ter esquecido. É Júpiter (6), será o maior de
todos?
Assim Ícaro continua sua viagem.
_______________________
(4), (5) e (6) Ver apêndice
- Como são bonitas aquelas faixas, por que são de cores diferentes? Será que
aqueles em volta dele são luas como a nossa? Parece que estou sendo puxado
com uma força estranha. Ufa! Consegui sair dessa. Como ele puxava forte.
Continuando sua viagem, deparou-se com uma beleza surpreendente, um outro
grande planeta.
– Cara, aquele parece um chapéu... Ah! Deve ser Saturno com seus famosos
anéis... Que coisa linda!
SATURNO
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Site
20
E, aproximando-se ainda mais, consegue observar a diversidade de cores de sua
superfície e as dimensões de seus anéis. Continuando a navegar pelo espaço
afora, observa um outro grande planeta, porém um pouco menor que o anterior.
– Que manero! Ele é diferentão, de cor verde e também muito grande... por que
será? Esse é mais fraquinho, não puxa tão forte quanto os outros. Se eu não
estiver errado deve ser... Urano. Devo estar chegando ao fim do sistema solar.
Distanciando-se mais um pouco, fica maravilhado com o que vê.
URANO
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Site
– Puxa, esse planeta é azulão, lembra a Terra, que saudades. Seria este o último
planeta do Sistema Solar? Teria mais algum? Estou tão longe, será que nunca
vou conseguir voltar para casa? Os meus amigos, minha namorada, minha
família, que saudades!...Estou ficando com medo, está me dando calafrios...
NETUNO
Imagem extraída de http://pt.wikipedia.org/wiki/Site
E o despertador toca.
Ícaro acorda assustado, mas logo se tranqüiliza por se tratar apenas de um
sonho. Toma seu banho, seu café, arruma seu material, sem, contudo deixar de
pensar no que acabara de sonhar. Eram muitas as suas dúvidas. Até a sua
própria existência estava sendo questionada. Durante as aulas, não conseguia se
concentrar nos estudos. Sua perturbação era tão grande que não conseguiu
21
deixar de questionar o professor de Física sobre os anseios que lhe corroíam a
mente.
– Professor, tô com uma baita dúvida. Por que o sistema solar tem tantos
planetas e uns são tão diferentes dos outros? Lá tem mais alguma coisa além
desses planetas?
– Agora não é o momento oportuno para falarmos sobre esse assunto, espere um
pouco que no próximo bimestre estaremos estudando as Leis de Kepler, a
Gravitação Universal de Newton e, aí sim, poderemos discutir as suas dúvidas.
Tudo bem?
Ícaro não se conforma de ter que esperar tanto tempo para ter suas respostas. No
intervalo comenta com alguns amigos, o sonho que teve, e eles o ridicularizam.
– Pô! ... Você poderia sonhar com uma bela gata, cara, e vai sonhar com
planetas? Deixa disso, não quero nem saber dessas coisas, tô fora!
Na saída da escola, dois daqueles seus amigos que inicialmente zombaram de
seu sonho, o procuram dizendo que acharam as suas dúvidas interessantes e
também gostariam de saber mais sobre o assunto. Ícaro percebe que não está só
e que suas dúvidas e descobertas poderiam ser compartilhadas.
Atividades:
Partindo da leitura dos episódios do texto sugerido, da música e do clip
assistido os professores deverão:
Ouvir, cantar e assistir clip da música Tubi Tupy.
Ler e discutir o texto científico apresentado no apêndice da unidade 2.
Debater sobre a influência da Lua e do Sol sobre as marés.
Analisar e refletir sobre a possibilidade de existência de vida em Marte.
Assistir a uma apresentação de um colóquio por um professor de Geografia
sobre a origem e significado dos nomes dos planetas.
22
7.3 Unidade 03
Carga horária – 4 horas aulas
Texto
O PESO DO CONHECIMENTO
Como fazia todas as noites, Ícaro liga seu computador buscando no
mesmo site a música de Lenine e, ao som de Tubi Tupy, acessa a sala de bate-
papo na esperança de encontrar o seu amigo virtual. Começa a navegar quando,
de repente, é surpreendido por uma nova mensagem que aparece em sua tela.
Dédalo: Olá Ícaro estou aqui, como havia te prometido. E aí, ouviu a música?
Gostou?
Ícaro: Chocante, viajei na música, até sonhei que estava viajando pelo espaço e
visitei vários planetas. Não imaginava que fossem tão diferentes uns dos outros,
sempre achei que todos eles eram bem parecidos e no sonho não eram.
Dédalo: Ainda bem que foi um sonho!
Ícaro: Mas, por quê?
Dédalo: Porque no sonho tudo é possível. Na realidade existem algumas
condições para se viajar pelo espaço.
Ícaro: Que condições são essas?
Dédalo: Por exemplo: que roupa vc usava durante o sonho?
Ícaro: Usava roupas comuns e tinha asas.
Dédalo: Pois é, com roupas comuns você não agüentaria a variação de
temperatura (1) ao longo da viagem. E asas ah, ah, ah... Asas para que? Para
vencer a força da gravidade terrestre você teria que atingir uma velocidade maior
que 11,6 km/s, que é a chamada velocidade de escape (2). Já pensou você atingir
Obs.: A apresentação do colóquio será pela professora de geografia do Colégio
Estadual de Iporã-EFMP, professora CRISTINA ROSANA FERRARI
23
isso usando asas? Talvez fosse interessante que você utilizasse as asas para
direcionar o seu movimento.
Ícaro: Como assim? Sei que no espaço, não existe ar... então minhas asas não
serviriam para nada! E você ainda vem dizendo que poderia direcionar meu
movimento?
Dédalo: Pode sim! Uma possibilidade seria posicionar suas asas para o Sol.
Ícaro: E daí...
Dédalo: Ao direcionar as asas para o Sol a radiação exerceria uma pressão sobre
elas que o impulsionaria.
Ícaro: Isso funciona?
Dédalo: Claro que sim! Isso é bastante parecido com o funcionamento de um
radiômetro. Imagine um recipiente de vidro fechado, tipo um bulbo de lâmpada
incandescente comum, com vácuo em seu interior onde aletas são montadas
sobre um eixo, de tal forma que possam girar como um cata-vento quando a luz
incide sobre elas, mostrando que a radiação exerce pressão sobre os corpos.
Ícaro: Então, quer dizer que minhas asas seriam impulsionadas pela radiação
solar?
Dédalo: Sim! E tem mais, quanto maior a intensidade da radiação maior será o
impulso recebido. No caso do radiômetro a maior intensidade de luz, aumenta a
freqüência de rotação das aletas.
____________________________
(1), (2) Ver apêndice
Dédalo: Como diria Guimarães Rosa ―Professor não é aquele que ensina, mas
aquele que de repente aprende...‖ e, além do mais, tudo o que você aprende na
escola ou na vida pode não ter uma aplicação imediata, mas no futuro, ou em
algum momento, poderá ser útil. Afinal, conhecimento não ocupa espaço.
Ícaro: É... também não tem massa!
Dédalo: Bem lembrado!
Ícaro: Meu professor de Física adora essa frase.
Dédalo: E aí, gostou da música que mandei?
Ícaro: Gostei, mas tenho algumas dúvidas.
Dédalo: E quais são as suas dúvidas?
24
Ícaro: Aí vai a minha primeira dúvida: somos feitos de restos de estrelas? Que
negócio é esse?
Dédalo: Certamente, as estrelas são os berçários da vida, é lá que se dá início à
formação de qualquer tipo de elemento químico encontrado na natureza.
Ícaro: Berçário da vida, elemento químico? ...
Dédalo: Acho melhor, então, começar entendendo a formação do nosso sistema
solar. Vamos lá?
Ícaro: Estou curioso...
Dédalo: Tudo começou há mais ou menos cinco bilhões de anos atrás, quando
uma nuvem de gás e poeira começou a se contrair em algum ponto do universo.
Conforme se contraia, passava a girar cada vez mais rápido, adquirindo o formato
de um disco. Espere um pouco que estou lhe mandando uma imagem, mostrando
como isto poderia ter ocorrido.
Figura do livro “NÓS E O UNIVERSO” de Elisabeth Barolli e Aurélio Gonçalves Filho – Ed.
Scipione
Ícaro: Legal a imagem, mas ainda não entendi por que se contraia?
Dédalo: Bem, isso é devido à força da gravidade. Todos os corpos que têm
massa atraem-se uns aos outros. Por exemplo, quando vc conversa com um
colega vcs estão se atraindo.
Ícaro: Sai pra lá! tá louco ! Eu nunca senti nada. Ainda se fosse com a minha
mina...
25
Dédalo: Sabe por que você não sente nada? É porque, dos tipos de forças que
existem, esta é a mais fraca. Para que você tenha uma idéia, vamos usar um
exemplo. Qual é seu o peso?
Ícaro: Aproximadamente 70 kg.
Dédalo: O valor que vc me forneceu não é o peso, e sim a massa. Considere uma
outra pessoa de mesma massa que a sua, a uma distância de 1 m. Então a força
de atração é..., me dá um tempo...
Ícaro: Nossa! É mesmo! Eu já tava fazendo confusão, peso é diferente de massa,
peso é força.
Dédalo: Lembra do Newton? De um dos seus trabalhos resultou uma elegante Lei
que relaciona a força com a massa e a distância entre corpos. Existe uma
constante, válida para qualquer
lugar do universo, e por isso recebe o nome de ―constante universal da
gravitação‖. Então é só substituir os dados na expressão matemática que você
encontrará esse valor. Você disse que peso é força e isso é verdade, pois peso
nada mais é do que a força com que a Terra, por ter massa, atrai os corpos que
também têm massa.
Ícaro: Mas, afinal de contas, esse valor que vc achou é muito ou pouco?
Dédalo: Para entender melhor, se vc se lembrar que P = m.g, que sua massa é
70kg e considerando g=10m/s2, fazendo o cálculo, verá que seu peso é de 700N
na superfície terrestre. Comparando com o valor da força de atração entre você e
seu colega, é de 0,000000327N fica claro que esse valor passa despercebido no
nosso dia-a-dia.
Ícaro: Nossa! Então é um valor muito pequeno! É por isso que nós não
percebemos essa força. ...
Dédalo: Você ainda está aí? Ou já desistiu da conversa?
Ícaro: Que nada, até que está bem interessante.
Dédalo: Então vamos continuar. Estamos considerando a Terra com uma forma
perfeitamente esférica o que na realidade já é uma aproximação.
Ícaro: O que é força gravitacional e por que ela fez a nuvem de gás e poeira se
contrair eu entendi, mas por que quanto mais se contraía mais rápido girava? Não
foi isso que vc disse?
26
Dédalo: Bem, você já observou uma bailarina rodopiando? Quando ela quer girar
com maior velocidade, ela fecha os braços. Você pode fazer uma experiência
para confirmar o que estou te dizendo, por exemplo... sente-se com as pernas e
os braços abertos numa cadeira giratória e peça a um de seus colegas para fazê-
la rodar. Após começar a rodopiar, cruze os braços e encolha as pernas, vc verá
que a velocidade de rotação aumenta. Procure fazer essa atividade e depois
continuaremos, afinal não quero que você pense que Física é uma coisa chata.
Ícaro: O que irá acontecer? – Pergunta Ícaro curioso em saber o que poderia
acontecer.
A partir desse momento Ícaro não obtém mais respostas, pois Dédalo havia saído
da sala.
Ícaro inquieto com tudo que ocorrera naquela noite prepara-se para dormir, já
pensando como conseguirá realizar a experiência da cadeira giratória e quais os
resultados que obterá. (3)
________________
(3) Ver apêndice
Atividades:
1) Leitura e reflexão do texto.
2) Comparar o texto paradidático com o científico, citado no apêndice da
unidade 3.
3) Medir a massa de materiais diversificados e apresentar as conclusões.
7.4 Unidade 04
Carga horária – 4 horas aulas
Texto
UNIVERSO É ASSIM...
Logo pela manhã, mesmo com todo o seu entusiasmo e uma vontade imensa de
obter respostas para o que havia acontecido na noite anterior, Ícaro, como
27
qualquer jovem, tinha seus deveres e também outros interesses como jogar
futebol, namorar, ouvir música e etc.. e como era sábado, o dia era propício para
que tudo isso acontecesse.
De imediato, resolve então ligar para a Sandrinha, sua namorada.
– Oi gatinha! E aí, tudo bem? Estou morrendo de saudades de você.
– Ícaro, o que aconteceu com você? Não tem ligado com tanta freqüência, estou
preocupada, você não arrumou outra namorada... não é mesmo? – A namorada
desconfiada pergunta irritada.
Ícaro percebe que sua namorada tem razão, pois nos últimos dias seus
pensamentos encontram-se em outro mundo, o mundo da Física, e que para ele
ainda soava como algo novo e intrigante.
– Claro que não. – Responde Ícaro afetuosamente. – Você continua sendo a
minha preferida.
– Quer dizer que existem outras? – Pergunta à namorada.
E Ícaro, com toda a cautela, responde:
– Só existe você em minha vida.
Sandrinha, realmente percebe que o garoto está falando a verdade e não hesita
em convidá-lo para sair à noite.
– Ícaro, eu ficaria muito contente se pudéssemos sair esta noite.
– Legal, lembra daquele lugar em que a moçada costuma ir? – Pergunta o garoto,
muito feliz com a atitude de sua namorada.
– Claro que sim!Pois foi lá que nos conhecemos.
– Ok! Então fica combinado. Estarei em sua casa às oito e trinta.
Neste instante Ícaro pensa – Eu deveria ter dito oito horas e trinta minutos,
esqueci das unidades de medidas. Meu Deus! Estou ficando viciado em Física.
Logo após desligar o telefone, Ícaro comenta com sua mãe que sua
namorada, apesar de um pouco desconfiada, convidou-o para sair. Nesse
momento Ícaro imagina como seria bom se pudesse não ir a pé.
E resolveu pedir o carro a sua mãe, pois sabia que ela conseguiria convencer seu
pai.
– Mãe, estou precisando de um favor da senhora. Prometo que é bem simples.
Sabe a Sandrinha, pois é, vou sair com ela hoje à noite. Será que o pai
emprestaria o carro? –Sua mãe responde logo de imediato:
28
– Ícaro, você sabe muito bem o que eu penso a respeito, você é menor de idade,
ainda não tem habilitação para dirigir. Você já imaginou se a polícia te pega ou se
acontece alguma coisa? O problema que daria para você e o seu pai.
Ícaro responde entre os dentes. – Não seja tão trágica! -Porém acaba entendendo
e se conformando.
Como o dia estava só começando, muitas surpresas ainda estavam por vir, pois
naquela tarde pretendia jogar bola com os amigos. Quando voltou do jogo estava
muito cansado e foi logo tomar um banho, preparando-se para o encontro.
– Ícaro não demore tanto no banho. – Fala sua mãe.
Pois Ícaro tinha o hábito de ficar horas e mais horas no chuveiro. Porém o que lhe
preocupava naquele momento é o fato de não poder decepcionar sua namorada,
desviando o seu pensamento para o que tinha ocorrido nos últimos dias, além do
mais já fazia um tempo que eles não se viam, e a garota andava um pouco triste e
desconfiada pela sua ausência.
Logo após o banho começou a se arrumar, até parecia que era a primeira vez que
estava se encontrando com sua namorada, pois não parava de olhar para o
espelho e se admirar.
– Imagina só se o pessoal está por aqui? O que eles não iriam pensar?
– Que tanto olha no espelho, Ícaro? – Indaga sua mãe ao passar em frente ao
seu quarto que estava com a porta entreaberta.
– Mãe! Tenho que ficar bem bonito, a senhora esqueceu que hoje encontro a
Sandrinha. Além do mais, a menina já está desconfiada por eu andar sumido.
Tenho que marcar presença, não é?
– Esta certo filho, só que pra mim você já é bonito de qualquer jeito.
– Ícaro fica com o rosto todo vermelho e sem graça.
– Ah!... Para com isso mãe! – Mas, se enche de satisfação com o elogio da mãe.
Logo em seguida Ícaro diz a sua mãe que está de saída.
E sua mãe em tom de alerta, afirma:
– Não demore filho, você sabe muito bem como é seu pai.
A caminhada era um pouco longa, pois a garota não morava tão perto de sua
casa.
Ao chegar na casa de Sandrinha, percebe a ansiedade da menina que já lhe
esperava no portão, toda satisfeita por rever o namorado.
29
– Oi, Ícaro, tudo bem! Que bom ver você.
– Pô!... Sandra não faz tanto tempo assim, do jeito que você falou parece que faz
uma eternidade que a gente não se vê.
– Que nada eu só estava com saudades. – Responde Sandra um pouco mais
entusiasmada com a presença do namorado.
– Mãe, já estou indo.
– Muito cuidado com minha filha Ícaro. – Responde sua mãe.
– Poxa vida, você me mata de vergonha!-Murmura Sandrinha.
Ao chegar na lanchonete, encontram–se com alguns amigos, batem um papo e
logo em seguida sentam-se para lanchar.
Nesse momento Ícaro pergunta para sua namorada:
– Você percebeu que tem algo diferente na lanchonete?
– O que Ícaro? Não percebi.
– A música ao vivo. – Comenta Ícaro.
– É verdade, assim o ambiente fica mais agradável.
Logo após o comentário feito por Sandrinha o garçom aproxima-se e entrega o
cardápio. A escolha é feita rapidamente, pois ambos estavam com muita fome.
Depois de ter lanchado, Ícaro pede licença a sua namorada e vai ao banheiro e
na volta percebe que as cadeiras do balcão são giratórias e resolve fazer o
experimento proposto por Dédalo e percebe que ele estava correto. (1)
Ao chegar na mesa, sua namorada curiosa comenta: – O que foi aquilo Ícaro?
– O que foi o que?
– Porque você estava girando naquela cadeira?
Meio envergonhado Ícaro responde: – Não é nada não
Sandrinha... eu só estava me divertindo um pouco.
A noite transcorre naturalmente para alivio de Sandrinha que temia pelo
relacionamento. Ícaro voltava a se comportar normalmente, porém durante o
trajeto de volta para casa estava pensativo demais, uma vez que aquela cadeira
giratória não saia de sua cabeça.
Despede-se de Sandrinha e vai para casa na expectativa de encontrar Dédalo e
buscar respostas para o que vivenciou.
30
________________________
(1) Ver apêndice
Algum tempo depois em seu quarto acessa a Internet ansioso para encontrar seu
amigo virtual. E naquela sala de sempre...
Ícaro: Olá! Hoje estive na lanchonete. Lá existe uma cadeira giratória, aquela de
balcão. Fiz a experiência que você havia sugerido. Por que quando fecho os
braços a velocidade do giro aumenta?
Dédalo: Da mesma forma que um objeto em repouso tende a permanecer em
repouso e quando em movimento tende a permanecer em movimento retilíneo
uniforme, um objeto em rotação em torno de um determinado eixo tende a
conservar o seu movimento de rotação em torno desse eixo, a menos que
sofra a ação de uma força externa (2). Com os braços e pernas encolhidos, a
distribuição da massa fica concentrada mais próxima ao eixo e mais rapidamente
você pode girar. Essa relação de dependência entre a rapidez de rotação e a
distribuição da massa é explicada pelo "Princípio de conservação de
quantidade de movimento angular” (3). Isso tudo explica o porquê da nuvem de
gás e poeira aumentar a sua velocidade de giro ao se contrair. Do mesmo modo
que acontece com a cadeira giratória, com os braços fechados a bailarina rodopia
com maior velocidade.
Ícaro: Legal! Acho que entendi! Agora continue a história por que eu já estou
cansado de forças.
31
Dédalo: Agora que você já fez a experiência da cadeira giratória, podemos
continuar falando a respeito da formação dos planetas. Lembra que esta era a
sua dúvida?
Ícaro: Lembro sim e devo reconhecer que isso não me sai da cabeça, tenho
percebido que nas últimas semanas muita coisa vem me intrigando... a formação
dos planetas, do Universo, a origem da vida...
____________________________
(2), (3) Ver apêndice
Dédalo: Ícaro, todos estes seus questionamentos vêm intrigando e despertando a
curiosidade de muita gente ao longo da História da humanidade. Filósofos,
cientistas e sonhadores gastaram grande parte de sua vida buscando respostas e
saciando suas curiosidades. Então não desanime, vá em frente.
Ícaro: Tudo bem! Fale um pouco mais a respeito da formação dos planetas?
Dédalo: Então vamos lá! Existe um modelo através do qual se acredita que,
devido à ação da força gravitacional, a massa dessa nuvem de gás e poeira foi se
concentrando, provocando um aumento de sua velocidade de rotação, como já
lhe falei. Isso fez com que parte do material se concentrasse num núcleo,
enquanto surgia um achatamento periférico fazendo com que o conjunto se
assemelhasse a um grande chapéu mexicano. Lembra da foto que te mandei?
Ícaro: Lembro sim!
Dédalo: Como resultado desse movimento cada vez mais rápido nas
proximidades do centro em comparação com a periferia, parte do material foi se
separando e formando pequenas concentrações que deram origem aos planetas
e satélites (4). Eu e muitas outras pessoas acreditamos ter sido assim que se
formou o nosso sistema solar e muito outros que existem no universo.
Ícaro: Durante a História da Humanidade as pessoas sempre acreditaram que foi
assim que o nosso sistema solar se formou? Ou já teve alguém pensando
diferente?
Dédalo: Esta História é muito longa e está ficando tarde, conversaremos sobre
isso numa próxima oportunidade.
Ícaro: Tudo bem, amanhã eu tenho que acordar cedo. A minha sala irá com a
professora de Português assistir a uma peça de teatro.
32
Dédalo: Bem, só para terminar, estou mandando para você o modelo atual do
sistema solar. Observe a relação de tamanho entre os planetas. Espero que você
goste da peça que irá assistir amanhã. Boa noite, Ícaro.
__________________
(4) Ver apêndice
Ícaro, Eis aqui o desenho que eu prometi!
Modelo atual do SISTEMA SOLAR. Observe a relação de tamanho entre os planetas.
Imagem extraída do site: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Solar
Atividades
1) Leitura e discussão, um grupo lerá o texto paradidático e o outro grupo o
científico, depois as informações serão confrontadas e cada grupo
apresentará suas conclusões.
2) Realizar o experimento da cadeira giratória.
3) Discussão do resultado.
4) Assistir ao filme: - ―Cosmos: A harmonia dos Mundos" - Carl Sagan, e como
sugestão do mesmo tema o filme:‖ O nome da Rosa‖.
33
7.5 Unidade 05
Carga horária – 12 horas aulas
Texto
Ciência e Arte
É notório o fato de como a dicotomia entre Ciência e Arte, corpo e alma, e
entre matéria e consciência é ainda o paradigma vigente em todos os campos do
conhecimento humano, até mesmo no educacional.
Há profundas relações entre Ciência e Arte que raramente são trabalhadas,
mas deveriam ser mais valorizadas, pois a maneira como se apresenta o contexto
cultural atualmente, decorrente da nova visão de mundo inaugurada pela física
moderna, pede que o homem construa novas formas de sentir, pensar e agir
possibilitando a construção de novas formas de ensinar e aprender.
Trabalhar a Ciência sem a Arte ou a Arte sem a Ciência é desprezar a
criatividade para inventar um futuro mais belo e humano que possibilite a
modificação das regras do jogo estabelecidas pelos detentores do poder.
Por esses motivos a união do teatro com a Física é mais do que bem vinda
e justificada, já que permite o diálogo, ou a ponte, entre essas duas áreas do
conhecimento.
Aliando essas perspectivas à necessidade de desenvolver um bom
trabalho na escola, é que optamos por apresentar aos participantes uma peça de
teatro com linguagem simples e divertida, para trabalhar, através da História da
Ciência, alguns conceitos de Física e Astronomia. A peça se desenvolve através
do diálogo entre um avô idoso e seus dois netos, sentados perto de um monte de
areia. Durante o diálogo os personagens, que contribuíram com suas idéias e
descobertas, se apresentam no palco (Pitágoras, Aristarco de Samos, Claudio
Ptolomeu, Nicolau Copérnico, Tycho Brahe, Johannes Kepler, Galileu Galilei,
Isaac Newton e Albert Einstein). Foram abordados os conceitos, geocentrismo,
heliocentrismo, leis de Kepler, gravitação de Newton e as teorias da relatividade
de Einstein.
34
O ponto de partida dessa atividade é o caráter conceitual e histórico da
Ciência, geralmente omitido pelo ensino atual. O que permitirá, junto aos
participantes, importantes discussões a respeito da produção científica, tais
como: a falibilidade e transitoriedade da Ciência, a visão do cientista como um
homem comum e a finalidade da produção científica.
Texto do Teatro:
UMA VIAGEM PELO CÉU
Cenário: palco com luzes e pano preto, dando a impressão de uma noite
estrelada, monte de areia em um canto. Os personagens entram olhando para as
luzes que representam as estrelas.
Personagem 1 (neto/a): - Olha que céu maravilhoso.
Personagem 2 (neto/a): - É mesmo, dá vontade de ficar a noite inteira admirando
essa beleza.
Personagem 3 (vovô): - Vocês estão vendo este monte de areia? (P3 pega um
punhado de areia nas mãos)
P2: - Estamos sim vovô, mas o que isso tem a ver com o céu estrelado?
P3: - É que este céu estrelado é apenas um pedacinho do Universo em que
vivemos, cheio de milhões de estrelas, galáxias e planetas, assim como este
monte de areia contém milhares de grãozinhos.
P1: - Como podemos saber essas coisas sobre o Universo?
P3: - Através de uma ciência que se chama Astronomia, que começou há muito
tempo atrás, quando o homem percebeu que o Sol era fonte de calor, que a Lua
ia e vinha em ciclos regulares, que determinadas estrelas apareceriam nas
épocas das chuvas, outras no período da colheita de suas plantações e que
formavam figuras no céu.
P2: - Ah! É por isso então que deram nomes às estrelas?
P3: - É sim P2. Acreditavam que eram seus deuses e que o céu era sua morada,
lugar perfeito, nada de novo ali acontecia.
P1: - Mas não é verdade, lá ocorrem coisas interessantes, não é mesmo?
35
P3: É sim, coisas que só puderam ser conhecidas depois que os homens
começaram a estudar o céu.
P2: - Quando foi isso, P3?
P3: - Foi há muito tempo. Os povos babilônicos, chineses e egípcios tinham
grande interesse pelos fenômenos celestes, mas foram os gregos, por volta do
século VI a.C. que começaram a estudá-lo de forma racional, desvinculado da
mitologia.
P1: - Conta pra nós essa história.
P3: - Bem, começou praticamente com um tal de Pitágoras. Entra Pitágoras com
um modelo de Terra plana (disco grande de vinil - LP) em uma das mãos e na
outra um modelo esférico.
Pitágoras: - Sabe, na minha época, praticamente todo mundo pensava que a
Terra era plana, rodeada de abismos. Eu avisei pra eles: não é bem assim, a
Terra é redonda e que o Universo é regido por leis harmoniosas. Poucos
acreditaram em mim.
P3: - Pensavam que a Terra era o centro do Universo.
P2: - Mas ela não é, não é mesmo?
P3: Vamos ver. Um tal de Aristarco de Samos, que viveu na Grécia depois de
Pitágoras, teve um palpite feliz.
Entra Aristarco carregando um modelo heliocêntrico.
Aristarco: - Fui o primeiro a falar que o Sol ocupa o centro do Universo, só que
meus conterrâneos acharam que eu estava biruta. Demorou muito tempo para as
pessoas verem que eu estava certo.
P1: - Como puderam ser tão estúpidos e continuar achando que a Terra estava no
centro?
P3: - Você imagina que estamos viajando a 108.000 km/h em volta do Sol?
P2: - Puxa, tudo isso! Parece que estamos parados.
P3: - Pois é, era o que pensavam, viam o Sol passando e achavam que ele é que
se movia. Não podemos chamá- los de estúpidos. Além de não possuírem
instrumentos precisos de observação, acreditavam no que viam. Imagine daqui a
algum tempo nos chamarem de bobos por acreditarmos em coisas que achamos
que estão completamente certas hoje. A Ciência é cheia de novas descobertas
36
que podem encontrar falhas nas velhas e até contradizê-las, por isso não
podemos achar que a Ciência chega à verdade absoluta dos fatos.
P1: - Vamos, me conta mais desta
história. Quem mais pensava assim?
P3: - Aristóteles, grande filósofo grego e seu amigo Eudoxo bolaram um modelo
de Universo cheio de esferas ocas e transparentes com a Terra ocupando o lugar
central. Essa idéia correu o mundo por muito tempo por causa de um livro escrito
por Cláudio Ptolomeu, no ano 150 da nossa era.
Entra Ptolomeu com um livro na mão e o modelo geocêntrico na outra.
Ptolomeu: - Oi, sou autor de um livro chamado O Almagesto. Neste livro explico
direitinho como é o Universo com a Terra no centro. Esta obra-prima foi um
grande livro de Astronomia. Todo mundo acreditou nele por quase 1500 anos, até
aparecer um tal de Copérnico e propor um novo modelo de Universo.
Entra Copérnico com um livro na mão e com um modelo heliocêntrico na outra.
Copérnico: - Não leiam o livro que esse cara escreveu. Comprem o meu, Sobre a
Revolução das Esferas Celestes, é mais atualizado. Se eu soubesse que ele ia
ficar tão famoso (mostrando o livro) não teria tanto receio de publicálo.
P2: - Por que o medo de falar que o Sol estava no centro do Universo?
P3: - Porque para as pessoas da época, principalmente para a igreja, o homem
era a criação máxima de Deus, portanto deveria ocupar o centro do Universo.
Falar o contrário era blasfemar contra Deus e a Bíblia.
P1: - Então este livro deve ter causado uma revolução!
P3: - Causou mesmo, uma grande revolução que teve outros colaboradores.
P2: - Quem mais?
P3: - Tycho Brahe foi um deles. Entra Tycho com nariz encapado de papel
alumínio.
Tycho: - Sou um nobre dinamarquês e ganhei uma ilha de presente do rei onde
construí um observatório celeste. Um belo dia, quando voltava para casa, olhei
para o céu e vi uma estrela que nunca havia estado naquele lugar. Será possível?
- Bem, tinha tanto trabalho em observar e anotar o que via no céu que precisei de
um assistente. Veio um tal de Johannes Kepler. O cara era meio tinhoso, até
acreditava que a Terra se movia em torno do Sol, mas fez bom uso de minhas
37
observações que por sinal eram bem completas. - Ah, querem saber o que
aconteceu com meu nariz? Perdi a ponta em um duelo na época de estudante.
Entra Kepler segurando uma figura elíptica.
Kepler: - Já ouviram minha fama. Sou realmente um cara esquisito. Também
pudera, fiquei viúvo com um monte de filhos para cuidar, minha mãe quase foi
queimada na fogueira porque achavam que ela era bruxa. - Bem, vamos ao que
interessa. Com as anotações de Tycho somadas às minhas observações,
descobri coisas que ninguém conhecia. Descobri que a órbita dos planetas não é
um circulo perfeito, como se imaginava, mas sim uma elipse (mostra a figura nas
suas mãos) com o Sol ocupando um dos focos. Portanto os planetas ora passam
mais perto do Sol, ora mais longe. Quando estão mais afastados do Sol andam
mais devagar e quando mais perto andam mais rápidos.
Tycho: - Então é por isso que existem as estações do ano, uma hora o planeta
está mais longe e outra hora mais perto do Sol.
Kepler: - Não é nada disso, se fosse assim seria inverno na Terra toda, ou verão
na Terra toda e não é isso o que acontece. Enquanto no hemisfério Sul é verão,
no Norte é inverno. As estações do ano acontecem por causa da inclinação do
eixo da Terra.
Kepler: - Voltando às minhas leis, descobri também outra coisa: quanto mais
longe do Sol está o planeta, mais longo é o seu ano. Por isso a Terra demora 1
ano para dar a volta em cobertas que contradizem ou acham falhas nas antigas
descobertas?
P2: Sim, e que por isso a Ciência não pode ser considerada a verdade absoluta
dos fatos nem responde a todas as questões humanas.
P3: - Pois é, as leis de Newton foram e são as respostas satisfatórias para muitos
fenômenos da natureza, mas a Lei da Gravitação Universal não dava conta de
explicar satisfatoriamente a órbita do planeta Mercúrio.
P2: - Puxa, então como se explica esse enrosco?
P3: - Vamos convidar um cara muito legal, que além de ser grande cientista, foi
um grande ser humano preocupado com a paz e o respeito entre os povos, para
explicar isso.
Entra Einstein com um relógio grande pendurado no pescoço.
38
Einstein: - Olá pessoal, vou lhes falar um pouco sobre minhas descobertas. As
Leis de Newton explicam muitos bem os fenômenos que acontecem aqui na
Terra, onde a velocidade dos corpos é relativamente pequena se comparada à
velocidade da luz, já as minhas teorias dizem respeito ao mundo do muito
pequeno, o mundo do átomo, e também ao mundo do que é muito grande, tais
como as dimensões do Universo e a velocidade da luz.
Entra Newton.
Newton:- Olá senhor Einstein, tenho grande prazer em conhecer pessoa tão
ilustre, não tanto quanto eu é lógico. Conta esse negócio direito, eu não estou
entendendo.
Einstein: - Vou lhe contar, Sir Isaac Newton. Nas minhas teorias da relatividade,
explico que a matéria pode se transformar em energia e vice versa
(vira o relógio e mostra atrás deste a famosa equação E = mc2).
Newton: - Como assim? O senhor é louco!
Einstein: - Não Sir, isto acontece no Sol. Lá, átomos de hidrogênio se fundem,
uma parte se transforma no gás hélio e outra se transforma nessa energia
maravilhosa que propicia a vida na Terra.
Newton: - Ah, meu pai! Era só o que me faltava. Fale mais. torno do Sol enquanto
Júpiter demora 11 anos. As leis que regem o Universo são harmoniosas como
melodias celestes (Toca a música de Contatos Imediatos).
P1: - Por que Tycho Brahe se assustou ao ver uma estrela que nunca tinha visto
no céu?
P3: - Porque o céu era considerado a morada de Deus, o lugar da perfeição, nada
mudava.
P2: - Puxa, deve ter sido uma surpresa para quem pensava desse jeito...
P3: - Vocês não viram nada, surpresa mesmo veio com o famoso Galileu Galilei,
na Itália, em uma época de grande atividade cultural, o Renascimento.
Entra Galileu segurando uma luneta.
Galileu: - Não fui eu quem inventou a luneta, mas fui o primeiro que a apontou
para o céu para verificar o que realmente acontecia por lá. Por isso sou
considerado o pai da ciência moderna. Vi tanta coisa que não dava para acreditar,
aliás, ninguém acreditava mesmo. Vi manchas na Lua, no Sol, descobri luas em
Júpiter e também que o tal de Copérnico poderia estar certo, é a Terra que gira
39
em torno do Sol. Mas estas descobertas me causaram um problemão com a
Igreja da época.
Entra uma menina vestida de longo, um crucifixo no peito e um livro
representando a Bíblia na mão.
Igreja: - Senhor Galileu, o senhor está falando abominações contra as Sagradas
Escrituras.
Galileu: - Não estou! Apenas falo o que vejo e, além disso, a Bíblia mostra o
caminho para o céu, não os caminhos que o céu segue e é sobre estes que falo.
Igreja: - Lembre-se que o senhor poderá ser queimado na fogueira por falar
heresias.
Galileu: - O que? Ser queimado vivo como foi o tal de Giordano Bruno?
Igreja: - Então desminta tudo o que o senhor afirmou.
Galileu: - Tá bom, por livre e espontânea pressão, eu abjuro, amaldiçôo e deploro
todos os erros e heresias contra a Santa Igreja, e juro que no futuro jamais
mencionarei oralmente ou por escrito qualquer coisa que levante suspeitas
semelhantes contra mim.
P1: - O que aconteceu com ele?
P3: - Teve que cumprir uma pena, ficar trancafiado dentro de casa e nunca mais
tocar no assunto até morrer, aos 78 anos, cego de tanto olhar para o Sol com sua
luneta.
P2: - E as pessoas continuaram acreditando que o Sol e os planetas giravam em
torno da Terra?
P3: - Bem, acho que até hoje tem gente que pensa assim, mas não demorou
muito para que a maioria das pessoas mudasse de idéia. Curiosamente, no ano
em que Galileu morreu, em 1642, nasceu na Inglaterra Isaac Newton.
Entra Newton jogando uma maçã.
Newton: - Podem me chamar de Sir Isaac Newton. Sou muito vaidoso, também
pudera, descobri algumas leis que praticamente explicam o funcionamento do
Universo. Desvendei os mistérios que fazem as águas dos oceanos subirem e
descerem, a Lua aparecer e desaparecer no céu e os planetas orbitarem o Sol.
Se vi mais longe do que outros homens, foi porque estava sobre ombros de
gigantes (vêm para perto de Newton, Kepler, Copérnico e Galileu).
40
- A consagração de meu nome como um dos maiores cientistas de todos os
tempos ocorreu em 1846, quando descobriram o planeta Netuno usando minha
Lei da Gravitação Universal, que diz o seguinte: ―matéria atrai matéria, na razão
direta das massas, na razão inversa do quadrado da distância‖. - Foi um arraso e
a confirmação do que está escrito em minha lápide: ―A natureza e suas leis jaziam
ocultas na noite. Deus disse: Que Newton exista! E tudo se fez luz‖.
P1: - Nossa, o homem foi grandioso mesmo!
P3: - Foi e é, mas você se lembra quando te falei que na Ciência há des-
Einstein: - Ah! Também descobri oura coisa. Além das três dimensões
do espaço, há outra, a do tempo. Por isso o tempo é relativo.
Newton; - O senhor está enganado, o tempo não é relativo, e sim absoluto.
Einstein: - Deixe-me explicar. Imagine que o senhor tem um irmão gêmeo que fica
aqui na Terra enquanto o senhor vai fazer uma excursão pelo Universo afora,
viajando próximo à velocidade da luz que é de 300.000 km/s.
Newton: - Como se isso fosse possível!
Einstein: - Realmente ainda não é, mas vamos lá. Quando o senhor retornasse
dessa viagem, o senhor poderia ter uma grande surpresa. Seu irmão, que ficou na
Terra, estaria muito mais velho que o senhor porque o tempo passa mais rápido
para quem está a velocidades normais, estas a que estamos acostumados, mas
passa muito lentamente para quem viaja próximo à velocidade da luz.
Newton: - Cruz credo, o homem é tam-tam mesmo, se bem que estaria ai a
solução para sermos sempre jovens.
Einstein: Tem mais, companheiro, descobri como se explica melhor a gravidade
dos planetas.
Newton: - O que é isso, está querendo me afrontar?
Einstein: - Não, só ajudar.
Newton: - Então fala.
Einstein: - Vamos pedir ajuda aos nossos ilustres companheiros de caminhada,
por favor, Copérnico, Kepler e Galileu, venham nos ajudar. Segure cada um uma
ponta deste lençol. - Newton, me empresta tua maçã, vou colocá-la no meio do
lençol, representando o Sol. Agora prestem atenção, quando solto esta pequena
bola que representa um planeta qualquer, reparem que ela circunda a bola maior
porque esta afunda o lençol.
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Galileu: - Bem, o que essa coisa tem a ver com a gravidade?
Einstein: - Pois é assim que acontece. Os corpos pesados deformam o espaço
em sua volta, fazendo com que os corpos menores fiquem circulando em torno de
si, como os planetas em torno do Sol. Não é mesmo Copérnico?
Copérnico: - É isso mesmo, amigo.
Einstein: - Pois é Sir Newton, minhas descobertas foram um passo muito grande
para o avanço das modernas tecnologias, mas também foram um impulso para a
construção da bomba atômica. Por que será que temos que usar a Ciência para
tão tristes fins?
P2: - Eu concordo com Einstein, o homem à vezes utiliza a Ciência para fabricar
coisas que destroem a vida e o planeta.
P3: - Isso não deixa de ser verdade, só que não podemos nos esquecer do
quanto a Ciência já fez por nós. Através da Ciência aprimoramos a prevenção e a
cura de muitas doenças, aprendemos sobre os planetas próximos e distantes,
sobre a Lua, o Sol, as estrelas e as galáxias longínquas. Do ponto de vista da
Astronomia, a Terra é um astro entre todos os astros que povoam o espaço
cósmico, como se fosse apenas um grãozinho deste monte de areia.
P1: - É, mas acontece que a Terra é nosso lugar, e isso a faz especial para nós.
Devemos cuidar desse grãozinho, pois para onde iremos se destruirmos a nossa
morada.
Extraído da Revista Física na Escola, v. 7, n. 1, 2006- Física, Astronomia, Teatro e Dança-
Disponível em: http://pcsbf1.sbfisica.org.br/fne/. Acesso em: 14/06/2010.
Atividade 01
Este teatro será apresentado por alunos do Colégio Estadual de Iporã em
parceria com a professora de Língua Portuguesa, Rosana Aparecida Santana
dos Santos.
Os ensaios com os alunos serão em contra-turno e farão a apresentação aos
participantes do grupo em dia e hora marcado pela coordenadora do material
pedagógico.
42
Atividade 2
Esta atividade será no último dia do encontro do grupo, onde os mesmos
farão:
1) Reflexão sobre as informações repassadas na apresentação do teatro.
2) Relato dos participantes acerca dos temas discutidos nesse Caderno
Pedagógico. Ressaltando pontos positivos e negativos.
43
REFERÊNCIAS
ALMEIDA, M.J.P.M.; MOZENA, E. R. Leituras em Linguagem Comum no Ensino do Conhecimento de Física. In: ENCONTRO DE PESQUISA EM
ENSINO DE FÍSICA, 6, p. 254-256, 1998. (Resumo). ASSIS, A. Leitura, argumentação e ensino de física: análise da utilização de um texto paradidático em sala de aula. 2005. 286f. Tese (Doutorado em
Educação para a Ciência, Área de Concentração: Ensino de Ciências) – Faculdade de Ciências, Câmpus de Bauru, Universidade Estadual paulista ―Júlio de Mesquita Filho‖. 2005. BAROLLI, Elisabeth; GONÇALVES FILHO, Aurélio. Nós e o universo. 2. ed., São Paulo: Scipione, 1991. BENJAMIN, A.A. Análise do uso de um Texto Paradidático sobre Energia e Meio Ambiente. 2000. 184f. Dissertação (Mestrado em Educação para a Ciência, Área de Concentração: Ensino de Ciências) – Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista, Bauru, 2000. CARVALHO JÚNIOR, G. D. de; As concepções de ensino de física e a construção da cidadania. Caderno Brasileiro de Ensino de Física. v. 19, n.1,
p. 53-66, abril, 2002. CUDMANI, L. C.; SANDOVAL, J. S. Modelo físico e realidade: importância epistemológica de sua adequação quantitativa. Implicações para a aprendizagem. Caderno Catarinense de Ensino de Física. v. 8, n.3, p.193-204, dez, 1991. MERCER, N. As perspectivas socioculturais e o estudo do discurso em sala de aula. In:Ensino, aprendizagem e discurso em sala de aula. Buenos
Aires/Barcelona, Paidos 1987. SANTOS, W.L.P.; MORTIMER, E.F. Tomada de decisão para ação social responsável no ensino de ciências. Revista Ciência є Educação. Bauru, v.7, n.1,
p.95-111, 2001.
REFERÊNCIAS DE VÍDEOS MúsicaTubi Tupy (Lenine/Carlos Rennó) <http://www.youtube.com/watch?v=TQQEE8L4rMA>. Acesso em 21/06/2010.
Seguidores de Einstein = O bem e o mal: Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?v=x9nMuUg7wd>): acesso em: 22/06/2010
44
REFERÊNCIAS ONLINE
EINSTEIN: Uma breve cronologia, extraído da Revista Física na Escola, v. 6, n. 1, 2005- Cronologia- Disponível em: <http://pcsbf1.sbfisica.org.br/fne/>. Acesso
em: 14/06/2010. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_Solar>. Acesso em: 12/06/2010.
Imagens extraídas de <http://pt.wikipedia.org/wiki/Site>. Acesso em: 14/06/2010. Teatro Uma Viagem pelos Céus, extraído da Revista Física na Escola, v. 7, n. 1,
2006- Física, Astronomia, Teatro e Dança. Disponível em: <http://pcsbf1.sbfisica.org.br/fne/>. Acesso em: 14/06/2010.
45
APÊNDICE – Unidade 2
Ícaro
"Os homens não têm asas. Mas nós as construiremos...". A princípio, Ícaro achou
ousado o plano do pai. Começou a procurar um meio de construir as asas que os
salvariam. O primeiro passo foi colecionar penas de aves e juntá-las segundo
tamanhos. Em seguida, amarraram-nas com fios de linho, e sob elas colocaram
cera para que ficassem coladas umas nas outras.
Finalmente a obra está pronta. Dois enormes pares de asas brancas
esperam Dédalo, o pai, e Ícaro, o filho, para levá-los em longa viagem pelos céus
da Grécia. Com uma tira de couro, o arquiteto amarra o engenho ao corpo. Ícaro
segue-lhe o exemplo. E ambos saltam para o infinito.
Os primeiros momentos de vôo são penosos. Os corpos não encontram o
equilíbrio exato e tremem com o vento. Preocupado, o pai recomenda
carinhosamente ao filho que voe sempre numa altitude média: nem baixo demais,
para não mergulhar as asas no mar; nem alto demais, para não queimar as
frágeis penas no calor do sol.
Dédalo vai à frente, mostrando o caminho ao filho. O vento favorável ajuda-
os na difícil empreitada. Mas Ícaro, deslumbrado com a beleza do firmamento e
com a música dos pássaros, deixa-se chegar próximo demais do sol. Os raios
ardentes amolecem a cera que ligava umas penas às outras. As asas começam a
se desfazer. E o corpo de Ícaro mergulha no mar.
Quando Dédalo olha para traz, não encontra o filho. Na superfície mansa das
águas, duas asas brancas flutuam perdidas, como perdido estava seu sonho de
viver em liberdade como os pássaros.
(1) Carlos Rennó Lenine:
Pernambucano do Recife e cidadão carioca por opção, Lenine tem paixão pela
música, curte ficção científica e gosta de mar, tema constante nas canções que
faz. Talvez por isso tenha sido um dos primeiros a utilizar a Internet. Navegar é
preciso. (Fausto Rego-).
Disponível em: http://aqui.ca de.com. br/entrevista/20000329/20000329entre
46
vista.htm) acesso em: 25/04/2010.
(3) Ver ou não a Lua, depende de sua posição em relação à Terra e Sol (Fases
da Lua):
(3) Na realidade Ícaro não poderia apreciar o nosso Sol, pois, sem o filtro de
nossa atmosfera, a radiação seria de tal magnitude que destruiria seus olhos bem
como nosso personagem, caso não estivesse utilizando trajes especiais.
O NOSSO SOL: É a nossa estrela, aquela responsável pela dinâmica do nosso
Sistema Solar. Foi chamado de Hélio pelos gregos, Mitras pelos persas e Rá
pelos egípcios, citando apenas algumas culturas. Cinco séculos antes de Cristo,
Anaxágoras sugeriu que o Sol fosse uma bola de fogo, o que retrata alguma
semelhança com a realidade. Ele é a mais importante fonte de energia de que
dispomos, e fornece cerca de 99,98% da energia total existente na superfície da
Terra. É uma estrela G2 comum, com 1.390.000km de diâmetro e massa de 1,
989. 1030 kg, sendo sua composição principal: 91,2% de hidrogênio, 8,7% de
hélio, 0, 078% de oxigênio e 0, 043% de carbono, mas estes valores mudam,
conforme vão ocorrendo as reações no núcleo solar. A temperatura do núcleo
solar é de 15 milhões de kelvin e sua pressão é 250 bilhões de vezes maior que a
pressão da atmosfera terrestre. A energia emitida pelo Sol é gerada pelo
processo de fusão nuclear, onde, a cada segundo, 700.000.000 de toneladas de
hidrogênio são convertidas em aproximadamente 695.000.000 de toneladas de
hélio e 5.000.000 de toneladas de energia (=3,8.1033ergs), liberada na forma de
raios gama. Até chegar à superfície do Sol, essa energia sofre inúmeras
reabsorções, nas quais é novamente irradiada a temperaturas cada vez menores,
tanto que, quando chega à superfície, é basicamente luz visível. A superfície do
Sol tem temperatura de 5.800K, sendo que a zona mais fria, as ―Manchas
Solares‖, têm aproximadamente 3.800K.
Atenção professores, para maiores informações sobre a Lua visite o site
http://astro.if.ufrgs.br/lua/lua.htm.
47
(4) Ao sair da Terra, Ícaro para ver Vênus e Mercúrio deveria estar olhando em
direção ao Sol, mas sua forte luminosidade ofuscaria os raios refletidos por
aqueles planetas.
Mercúrio:
Posição em relação ao Sol: Primeiro.
Diâmetro equatorial: 4.878 km.
Distância máxima do Sol: 69.700.000 Km.
Distância mínima do Sol: 45.900.000 Km.
Velocidade orbital: 47,89 km/s
Massa: 3,30x 1023 kg.
Satélites: Nenhum conhecido.
Revolução em torno do sol: 87,97 dias (1 ano)
Rotação em torno de si mesma: 58,65 dias
Variação da temperatura: -170° a 430° C
Atmosfera: Hélio, Hidrogênio, Sódio, Oxigênio e
Traços de Neônio, Argônio e Potássio.
Vênus:
Posição em relação ao Sol: Segundo.
Diâmetro equatorial: 12.103 km.
Distância máxima do Sol: 109.000.000 Km.
Distância mínima do Sol: 107.400.000 Km.
Velocidade orbital: 35,03 km/s
Massa: 4,87x 1024 kg.
Satélites : Nenhum conhecido.
Revolução em torno do sol : 224,7 dias (1 ano)
Rotação em torno de si mesma : 243,01 dias
Variação da temperatura : 464° C
Observação: para maiores informações sobre o Sol visite o site:
http://astro.if.ufrgs.br/esol/esol.htm
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Atmosfera : Dióxido de Carbono 96%,Nitrogênio 3,5%
Monóxido de Carbono, Argônio, Dióxido de Enxofre e Vapor de água 0,5%.
(5) Conhecido como planeta vermelho, Marte ficou famoso pelas teorias que no
fim do século passado e início do atual deram como certa a existência de vida
inteligente em sua superfície. A olho nu este planeta se apresenta brilhante. Sua
cor avermelhada deve-se às enormes extensões de solo árido (deserto) que
existem em sua superfície. Seu relevo é marcado por inúmeras crateras de
origem meteoríticas, e algumas crateras vulcânicas.
É importante salientar que Marte possui um dos maiores vulcões do sistema solar,
―Monte Olimpo‖, cuja cratera tem 600 km de diâmetro e 25 km de altitude.
Marte:
Posição em relação ao Sol: Quarto.
Diâmetro equatorial: 6.786 km.
Distância máxima do Sol: 249.100.000 Km.
Distância mínima do Sol: 147.100.000 Km.
Velocidade orbital: 24,13 km/s.
Massa : 6,45.1023kg
Satélites: 2
Revolução em torno do sol: 1,88 anos terrestres.
Rotação em torno de si mesma: 24,62 h
Variação da temperatura : -40° C
Atmosfera Dióxido de Carbono 95%,Nitrogênio 2,7%,
Argônio 1,6%, Oxigênio,
Monóxido de Carbono e Vapor de água 0,7%.
(6) Júpiter é o maior planeta do sistema solar, quase 11 vezes maior que a Terra
e com massa aproximadamente 318 vezes maior. Por estar constantemente
recoberto por uma espessa camada de nuvens e gases, é praticamente
impossível sua observação direta. O que observamos por intermédio de um
telescópio é sua atmosfera. As diferentes colorações que surgem em faixas
paralelas ao equador Jupteriano são provenientes dos compostos de metano e
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amoníaco. A mancha vermelha em sua superfície acredita-se que seja o vértice
de uma enorme tempestade que se desenvolveu na atmosfera de Júpiter há
vários séculos.
Um dos modelos mais conhecidos de Júpiter supõe que, a uma
profundidade de 100 km na atmosfera, o hidrogênio se apresenta líquido até
46.000km do centro. Nesse nível, a pressão deve atingir 3.000.000 de atmosferas
e a temperatura de 11.000 kelvin.
Sua atmosfera é muito semelhante à que deve ter existido há bilhões de
anos na Terra, Júpiter pode ser considerado um planeta do futuro. Assim, quando
nossa Terra estiver gelada e morta, no planeta Júpiter poderá haver vida em
desenvolvimento.
Júpiter:
Posição em relação ao Sol : Quinto.
Diâmetro equatorial : 142.984 km.
Distância máxima do Sol : 815.700.000 Km.
Distância mínima do Sol : 740.900.000 Km.
Velocidade orbital : 13,06 km/s.
Massa : 1.900e27 kg.
Satélites : 16
Revolução em torno do sol : 11,86 anos terrestres.
Rotação em torno de si mesma : 9:55 h
Variação da temperatura : -120° C
Atmosfera : Hidrogênio 90%,Hélio 10%,Traços de
Amônia e Vapor de água.
APÊNDICE – Unidade 3
(1) A Própria atmosfera terrestre proporciona uma variação de temperatura muito
grande, ou seja, enquanto próximo ao nível do mar (troposfera) a temperatura
média é de 20o C, a 25km de altura a temperatura já caiu para –70o C, voltando
posteriormente a subir para +17o C e assim vai variando até chegar a +2000o C
no final da exosfera (camada final de nossa atmosfera).
50
(2) Velocidade de escape de um corpo em relação a um determinado planeta é a
velocidade necessária para que esse corpo atinja uma altura infinita em relação
ao referido planeta. Podemos calcular o seu valor através do ―Princípio da
conservação de energia‖.
(3) Os resultados obtidos ao se fazer a atividade da cadeira giratória, está
relacionada com o ―Princípio da conservação da quantidade de movimento
angular‖. Se nenhum torque externo atuar num corpo que está girando em torno
de um eixo, ele permanecerá girando.
APÊNDICE – Unidade 4
(1) O motivo da variação da velocidade, em virtude de se esticar ou encolher os
braços, está explicado na seqüência do texto. Este experimento fica muito
interessante se tivermos à mão uma roda de bicicleta. Sentados na cadeira
giratória e segurando a roda pelo eixo, pedimos a alguém que a gire com uma
grande velocidade. Se fizermos um rápido movimento com o eixo de modo que
este passe a fazer um certo ângulo com a sua direção inicial, começaremos a
girar através da cadeira.
(2) Forças internas de um sistema são consideradas as forças que as partículas
ou corpos constituintes do sistema exercem umas sobre as outras. Segundo a
terceira Lei de Newton, estas forças internas ocorrerão aos pares, cada par sendo
formados por duas forças de mesmo módulo, mesma direção e sentidos
contrários e, assim, elas não influenciam na resultante. Chamaremos de forças
externas ao sistema aquelas exercidas, no sistema, por partículas ou corpos que
não fazem parte do mesmo.
(3) "Princípio de conservação de quantidade de movimento angular": Um sistema
em rotação em torno de um determinado eixo tende a conservar o seu movimento
de rotação em torno desse eixo, a menos que sofra a ação de uma força externa
que cause um torque resultante não nulo.
(4) Esta teoria sobre a formação dos planetas, apesar de bem aceita pela
comunidade científica, ainda não pôde ser provada, deixando alguns
questionamentos em aberto.