27
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · aparecem na idade adulta, passam a ter origem na infância e na adolescência ... educação física tornou-se a principal promotora de

  • Upload
    vodieu

  • View
    216

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

ELEMENTO ARTICULADOR CULTURA CORPORAL E SAÚDE E A

PERCEPÇÃO DO ALUNO TRABALHADOR DO ENSINO

PROFISSIONALIZANTE SOBRE O ESTILO DE VIDA SAUDÁVEL

Autor: Luci Maria Vançan Prata1

Orientador: Sérgio Roberto Molletta2

Coorientador: Fábio Múcio Stinghen3

Resumo

Estudos apontam que algumas doenças crônicas degenerativas, que

aparecem na idade adulta, passam a ter origem na infância e na adolescência

em conseqüência da aquisição de comportamentos inadequados que

favorecem o aparecimento dos chamados fatores de risco, dentre eles a

redução nas suas atividades físicas diárias. Este estudo de caso procurou

analisar a percepção que o aluno trabalhador, do ensino profissionalizante, tem

sobre o estilo saudável de vida após aplicação de Material Didático

experimental do elemento articulador Cultura Corporal e Saúde. A amostra foi

composta por alunos matriculados na disciplina de Educação Física, do Curso

de Administração do Colégio Estadual Professor Loureiro Fernandes, Curitiba.

Os resultados foram analisados a partir da implantação deste material,

produzido especificamente para esta pesquisa, e que compõe o Programa de

Desenvolvimento da Educação – PDE, do Estado do Paraná. Constatou-se que

esta produção, direcionado à promoção da saúde: O estilo de vida do aluno

trabalhador do ensino profissionalizante - revelou-se um recurso

pedagógico estratégico para estimular a conscientização de hábitos saudáveis

propostos na disciplina de educação física, também, promovendo a saúde dos

1 Professora de Educação Física do Colégio Estadual Professor Loureiro Fernandes, Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, Curitiba - PR. Email: [email protected] 2 Professor MSc. de Educação Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Email: [email protected] 3 Professor MSc. de Educação Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Email: [email protected]

alunos de cursos profissionalizantes, tornando-os agentes transformadores da

própria realidade e de seus familiares. Destacando-se que 100% dos alunos

consideraram importantes, para as suas vidas, os conhecimentos trabalhados

neste material.

Palavras chave:

Aluno trabalhador; Curso profissionalizante; Estilo de vida ativo; Qualidade de

vida; Doenças crônico-degenerativas.

1 INTRODUÇÃO

O final do século XX e o início deste século foram marcados por grandes

mudanças demográficas, pelo avanço tecnológico e o avanço da ciência nos

aspectos da prevenção e do combate a doenças (NAHAS, 2006).

Guedes & Guedes (1995) discorrem que o avanço da tecnologia está

contribuindo, de forma significativa, para melhorar o conforto e o padrão de

vida do homem contemporâneo. Afirmam, também, que estas inovações vem

afetando diretamente seu organismo, num precedente jamais visto,

ocasionando uma série de riscos a saúde.

Pesquisas científicas apontam para o sentido de que algumas doenças

crônico-degenerativas, que aparecem na idade adulta, possam ter origem na

infância e na adolescência em conseqüência da aquisição de comportamentos

inadequados que favorecem o aparecimento dos chamados fatores de risco,

fundamentalmente, hábitos alimentares inadequados e falta de atividade física

(GILLIAM & MACCONNIE, 1984, SIMONS-MORTON et al, 1991).

Convém salientar que, atualmente, as condições de vida dos alunos

trabalhadores geram stress, baixa autoestima, o cansaço físico e intelectual,

dificuldades de aprendizagem, redução no rendimento escolar e

conseqüentemente, para alguns, o abandono escolar. Esses aspectos são

confirmados pelos índices de reprovação, abandono e aprovação por conselho

de classe em diversos estabelecimentos de ensino, dentre eles o Colégio

Estadual Loureiro Fernandes, em Curitiba.

Apesar de tantos obstáculos na trajetória dos alunos trabalhadores,

muitos permanecem na escola ou retornam após um período de afastamento

em busca de qualificação profissional para mudar sua condição de vida, e

assim melhorar sua remuneração. Conciliam o estudo com o trabalho e

sonham com seus projetos futuros para modificar a realidade do seu dia a dia.

No ensino fundamental e o médio profissionalizante, ao longo dos 08

anos de duração destas modalidades de ensino, em média, ministram-se duas

aulas de Educação Física por semana, com duração de 50 minutos. Assim,

totalizam-se, aproximadamente, 1.024 horas aulas. Nesse sentido, nota-se que

é através da educação física escolar que o aluno mantém contato com o

esporte, jogos e brincadeiras, ginástica, lutas e a dança. Tendo em vista a

escassez de espaços físicos, especialmente nos centros urbanos, a disciplina

educação física tornou-se a principal promotora de atividades físicas para

muitos destes estudantes.

Assim, entende-se que o ambiente escolar e as aulas da disciplina de

Educação Física representam um espaço privilegiado para a reflexão do estilo

de vida contemporâneo, para a promoção da saúde e da qualidade de vida.

Este estudo de caso procurou analisar a percepção que o aluno

trabalhador, do ensino profissionalizante, tem sobre o estilo saudável de vida

após aplicação experimental do elemento articulador Cultura Corporal e Saúde.

A amostra foi composta por alunos matriculados na disciplina de Educação

Física, do Curso de Administração do Colégio Estadual Professor Loureiro

Fernandes, Curitiba. Os resultados foram analisados a partir da implantação do

material didático, produzido especificamente para esta pesquisa, e que compõe

o Programa de Desenvolvimento da Educação – PDE, do Estado do Paraná.

O presente trabalho pretende ser mais uma fonte de informação e apoio

para os docentes de educação física, atuantes no Ensino Fundamental e

Médio. Aqui ampliado para os alunos dos Cursos Técnicos Profissionalizantes.

Considerando que o tema Cultura Corporal e Saúde, deva ter destaque

nas aulas da disciplina de Educação Física, em especial nas escolas da Rede

Pública do Estado do Paraná, tornam-se relevantes os questionamentos:

O aluno do curso profissionalizante compreende que algumas doenças

crônico degenerativas, que aparecem na idade adulta, tem origem na

infância e na adolescência em conseqüência da aquisição de

comportamentos inadequados que favorecem o aparecimento dos

chamados fatores de risco, dentre eles a redução nas suas atividades

físicas diárias?

O aluno do curso profissionalizante percebe a Educação Física como

disciplina que promove sua saúde?

2 REFERÊNCIA TEÓRICA

2.1 Educação física: a cultura corporal e a saúde

Vivemos num mundo em constantes mudanças. Nele, as novas

tecnologias ao mesmo tempo em que disponibilizam conforto ao ser humano

também produzem facilidades que induzem este mesmo cidadão para males

que lhe tiram saúde.

Para o Ministério da Saúde (2003), atualmente a qualidade e a

expectativa de vida das pessoas são fortemente influenciadas pelo

comportamento e pela maneira que escolhemos viver. Os recentes estudos

indicam que hoje as doenças que mais levam ao óbito e a invalidez precoce,

são as crônico-degenerativas e que elas ocorrem mais freqüentemente e

antecipadamente em pessoas com estilo de vida menos saudáveis.

Interpretar estas conseqüências e buscar recursos/alternativas, que

promovam a sua saúde, passou a ser um desafio do homem contemporâneo e

em especial nos meios escolares.

Segundo Nahas (2006) a escola faz parte da sociedade e como tal está

inserida na comunidade. Ela torna-se um local privilegiado de atuação na

promoção de saúde possibilitando atingir grande número de pessoas. A escola

deve garantir a difusão de informações, possibilitarem reflexões com

metodologias que estimulem o espírito crítico diante da realidade das pessoas.

Devem, ainda, desenvolver práticas educativas e motivadoras que promovam a

autonomia consciente para adoção de hábitos saudáveis no cotidiano das

pessoas.

Assim, refletir sobre este desafiador cenário globalizado, onde a

tecnologia e a ciência cruzam dados continuamente para a promoção da

saúde, e de modo especial nos meios escolares, a expectativa e qualidade de

vida da população estão diretamente ligada aos hábitos adquiridos a partir dos

primeiros anos do ensino regular.

O documento Fundamentos Políticos e Pedagógicos da Secretaria

Estadual de Educação - SEED (2005) estabelece que a escola, para a maioria

da população, representa a alternativa concreta de acesso ao conhecimento

produzido pela humanidade, oportunizando a formação necessária para a

transformação da realidade social, econômica e política.

Desta perspectiva, propõe-se que:

Tais conhecimentos contribuam para a crítica às contradições sociais, políticas e econômicas, presentes nas estruturas da sociedade contemporânea e propiciem compreender a produção científica, a reflexão filosófica, a criação artística, nos contextos em que elas se constituem. Essa concepção de escola orienta para uma aprendizagem específica, colocando em perspectiva o seu aspecto formal e instituído, o qual diz respeito aos conhecimentos historicamente sistematizados e selecionados para compor o currículo escolar (Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná, 2008, p 14).

Para Campos (2004), a autonomia implica na construção de maiores

capacidades de análise e co-responsabilização pelo cuidado consigo, com os

outros, com o ambiente, nesse sentido, com a vida.

A dimensão histórica abordada pelas Diretrizes Curriculares do Estado

do Paraná (2008) para disciplina de Educação Física reporta que ela foi

utilizada com finalidades diversas, ou seja, como instrumento ideológico e de

manipulação. Esteve associada às teorias oriundas da Europa e com a

preocupação com o desenvolvimento da saúde e a formação moral e patriótica

do cidadão brasileiro. Teve como modelo as práticas militares, associada à

classe médica e higienista, a educação sexual, a melhora da capacidade de

produção do trabalhador, ao desempenho físico e técnico do indivíduo, ao

desenvolvimento psicomotor, a competitividade além de um período

subordinada as outras disciplinas sendo reduzida a um fator colaborador de

aprendizagem de conteúdos. Esses aspectos traçaram uma renovação do

pensamento pedagógico da disciplina de Educação Física, ao longo de sua

história. Nesse sentido a prática de atividade física sempre foi associada à

classe dominada, pois a classe dominante historicamente só se dedicava as

atividades intelectuais.

O mesmo documento estabelece ainda que com o passar do tempo, e

dos regimes políticos, a comunidade científica da Educação Física se

fortaleceu e a disciplina passou por um processo de reformulação do

pensamento pedagógico. Houve grande avanço para a disciplina como

componente curricular. A partir dessa nova concepção a disciplina passou a

exercer seu papel fundamental de contribuir no desenvolvimento e na formação

da criança e do jovem.

Glaser (1981) define a Educação Física como um aspecto da educação,

por parte de um todo, portanto, tem os mesmos fins da educação, isto é, formar

o indivíduo físico, espiritual e moralmente sadio.

Para Pereira (1988), a Educação Física é a parte da educação do ser

humano que acontece a partir, com e para o movimento. A educação física é

um meio de educação social que ocorre através e para a prática consciente,

processual, metódica de atividades físicas gimino desportivas, que valorizam o

conhecimento do corpo humano e objetivam o seu desenvolvimento.

Medina (1983) apud Oliveira (1994) define Educação Física como sendo

a arte e a ciência do movimento humano que, através de atividades

específicas, auxiliam no desenvolvimento integral dos seres humanos,

renovando-os e transformando-os no sentido de sua auto-realização e em

conformidade com a própria realização de uma sociedade mais justa e livre.

Nesse sentido a disciplina de educação física pode e deve contribuir

para informar sobre a “associação entre atividade física, aptidão física e saúde,

os princípios para uma alimentação saudável, as formas de prevenção de

doenças ou o papel das atividades físicas no controle do stress”. (NAHAS

2006, p. 9)

Entende este autor que para a grande maioria das pessoas, 80 a 90%, a

saúde e a longevidade, com qualidade de vida, dependem muito dos

comportamentos relacionados à saúde. Crianças e jovens deveriam estar mais

atentos, pois o estilo de vida e os hábitos são estabelecidos, em grande parte,

antes da vida adulta e podem influenciar significativamente sua saúde, por toda

a vida.

Dessa forma, a disciplina de Educação Física tem um importante papel

social no processo educativo para um estilo de vida mais saudável. Deve

contribuir para proporcionar a reflexão na construção do conhecimento,

estimular atitudes e mudanças de comportamento positivas que auxiliam as

pessoas a viverem mais felizes, com mais equilíbrio e qualidade,

independentemente da idade, do sexo, do nível socioeconômico ou condição

funcional (NAHAS, 2006).

Nesse sentido, estabelece-se que:

Partindo de seu objeto de estudo e de ensino, o eixo Cultura Corporal, a Educação Física se insere neste projeto ao garantir o acesso ao conhecimento e à reflexão crítica das inúmeras manifestações ou práticas corporais historicamente produzidas pela humanidade, na busca de contribuir com um ideal mais amplo de formação de um ser humano crítico e reflexivo, reconhecendo-se como sujeito, que é produto, mas também agente histórico, político, social e cultural. Propõe-se que a Educação Física seja fundamentada nas reflexões sobre as necessidades atuais de ensino perante os alunos, na superação de contradições e na valorização da educação (Diretrizes Curriculares do Paraná, 2008, p. 49).

A Disciplina de Educação Física, portanto, possui um campo de atuação

diretamente relacionado a estas questões e deve ser fundamentada nas

reflexões sobre as necessidades atuais de ensino perante os alunos, podendo

contribuir para coibir o avanço de futuros problemas com a saúde da

população, inibindo também os fatores de risco em crianças e jovens,

entendendo que estes riscos podem ser extensivos ao aluno trabalhador do

ensino profissionalizante.

Para tratar dos conteúdos referentes a saúde, esta Diretriz Curricular

apresenta como elemento articulador específico denominado Cultura Corporal

e Saúde.

No Congresso Mundial de Educação Física (Rio de Janeiro, 1997) da

Associação Internacional das Escolas Superiores de Educação Física –

AIESEP foi apresentado um simpósio com o tema “Formação Profissional em

Educação Física”. Nele, Corrêa (1997, p.110) enfatiza que o cidadão deve

caracterizar-se por "uma educação do corpo, dos sentimentos, da mente e do

espírito, completa e equilibrada que oferecerá à sociedade, como profissionais,

pessoas informadas a seu respeito e generosamente voltadas para ela".

Sendo assim esses futuros profissionais poderão entender o homem como um

todo, atuando na sua complexidade biológica, motora, intelectual, emocional,

social e espiritual, dentro do contexto histórico e concreto, empregando

intencionalmente o movimento humano como elemento que contribui na

formação integral do homem.

Gómez (1997) aponta para o fato de que o conhecimento teórico

extraído na investigação acadêmica não garante a melhora da qualidade da

ação, a menos que chegue a ajustar os argumentos práticos que funcionam na

mente do professor.

Já Nahas e Bem (1997) denotam uma preocupação com currículos que

evidenciam a formação técnico-esportiva em detrimento de conteúdos teóricos

e experiências consideradas importantes na preparação de um profissional,

salientando a interação destes com a realidade vivida. Entende-se, que é

necessário a aproximação do conhecimento ofertado nos cursos de formação

com a realidade atual. Ou seja, fundamentar o professor do ensino básico com

conteúdos voltados a obtenção de estilo de vida saudável. Deveria haver nos

cursos de formação maior ênfase em conscientizar, apoiar e estimular a

população da importância de incorporar o hábito da prática de atividade física

em suas vidas e menor destaque na valorização dos gestos técnicos.

Nesse sentido a formação profissional direcionaria para uma

participação atuante na sociedade, onde os professores atuariam como

agentes de transformação contribuindo para a melhoria da saúde e da

qualidade de vida. Contexto, que as Diretrizes Curriculares de Educação

Básica (2008), das escolas de ensino fundamental e médio, procuram adequar

às necessidades desta sociedade, fornecendo subsídios teóricos mais

consistentes para da disciplina de Educação Física e, consequente apoio para

produção de Material Didático voltado a esta prática.

Os alunos devem ser preparados para um estilo de vida

permanentemente ativo, em que à atividade física relacionada com a saúde

passam a fazer parte integrante do seu cotidiano ao longo da vida (GUEDES,

1999). Possibilitando que o currículo das escolas enfatize os objetivos centrais

da Educação Física: o desenvolvimento de habilidades motoras e a promoção

de atividades relacionadas à saúde, sendo a educação para a adoção de um

estilo de vida saudável, uma das tarefas fundamentais da Educação Física.

Segundo Nahas (2006) para atingir a esses e outros objetivos da

disciplina ele recomenda que os alunos precisem ser fisicamente ativos, na

escola e fora dela. O currículo deve atender as necessidades atuais e futuras

dos alunos e proporcionar uma cadeia de experiências seqüenciais e

progressivas. Para o autor, também, é fundamental que os alunos

compreendam os conceitos básicos relacionados à saúde e a aptidão física,

que sintam prazer na prática de atividades físicas e que desenvolvam certo

grau de habilidade motora, o que lhes dará a percepção de competência e

motivação para essa prática. Esta parece ser uma função educacional

relevante e de responsabilidade preponderante da Educação Física escolar.

Nesse contexto o trabalho do professor de educação física, durante os

anos de escolarização desta população escolar, deve proporcionar

fundamentação teórica e prática para a importância da adoção do estilo de vida

saudável.

Dessa forma o professor de educação física, também, atuará na

prevenção das doenças diagnosticadas na fase adulta, e que estão

aparecendo precocemente a esta. Mais que repassar informações estimula a

problematização crítica, levando o aluno a se tornar autônomo com seu próprio

conhecimento.

2.2 Aluno do Curso Profissionalizante & elementos articuladores dos

conteúdos

Torna-se importante, caracterizar a clientela do curso profissionalizante

como economicamente carente, considerando que em sua maioria os alunos já

ingressaram precocemente no mercado de trabalho e pertencem a famílias

onde os pais realizam atividade pouco remunerada.

“A década de 1990, em nosso país, foi marcada por políticas

educacionais que em nada favoreceram a formação humana dos

trabalhadores, que freqüentavam a escola pública de formação para o trabalho,

em sua perspectiva omnilateral, conforme atestam as análises registradas em

produções recentes sobre o tema” (SEED, 2005, p 07).

Matriculam-se nos cursos profissionalizantes em busca de melhores

condições sócio-econômicas, que interferirão na sua qualidade de vida e na

obtenção da ascensão social, ou a procura de um curso que os qualifique mais

rapidamente para o mercado de trabalho. Nota-se também que poucos

reconhecem que fizeram a opção do curso profissionalizante por este possuir

menor carga horária nas disciplinas exatas.

Nesta linha, Caporalini (1991) destaca que os alunos do curso

profissionalizante são diferenciados em fatores como: responsabilidade que

lhes são atribuídas no trabalho; baixa remuneração recebida, insuficiente para

suas necessidades; alimentação precária, pois é comum presenciar a escolha

entre guardar o dinheiro para o transporte ou alimentar-se na cantina; extensa

jornada que realizam e, devido a ela, necessitam carregar inúmeras sacolas

diariamente, ou vestem o uniforme da empresa junto com o da escola;

ausência na primeira aula, por saírem tardiamente do trabalho ou devido a

poucas horas de sono diárias.

A SEED (2005) em suas Coletâneas sobre Fundamentos Políticos

Pedagógicos da Educação Profissionalizante acrescenta, também, que estes

alunos sujeitam-se a períodos de horas extras impostas pelas empresas com

receio de serem dispensados do trabalho ou aumentar seus rendimentos.

Aceitando qualquer proposta de trabalho que possibilite, a eles ou suas

famílias, condições mínimas de sobrevivência. Bem como, em dados

momentos, optar entre os estudos ou a manutenção do emprego.

Constata-se ainda que os maiores índices de abandono sejam nas

séries iniciais. Pesquisas indicam que os alunos do sexo masculino

abandonam a escola, por exercerem atividades de maior desgaste físico.

Muitos têm a responsabilidade de ajudar a completar o orçamento familiar ou

até são os únicos responsáveis por seu próprio sustento. Já, as razões de

abandono para as alunas são: a gravidez precoce; o casamento; a

necessidade de cuidar dos filhos; cuidar de irmãos para os pais trabalharem; a

extensa jornada de trabalho e a violência urbana. Infelizmente percebe-se uma

relação conflitante entre escola e trabalho, como se um excluísse o outro.

Como cita Arroyo (1986) o fato de termos nas escolas, estudantes que

trabalham.

Segundo Frigotto (2002), o trabalho é humanamente imprescindível,

pode determinar na vida do aluno os limites do estudo, do lazer e do descanso

e isso se dá devido à necessidade de sobrevivência e ao nível sócio econômico

e cultural que pertencem.

Considerando as relações entre ciência, cultura e sociedade para a

educação profissionalizante e compreendendo a cultura como um dos solos

capazes de enraizar a escola à sua comunidade e área de abrangência:

...o projeto político pedagógico deverá contemplar os conteúdos

culturais que expressam as formas de vida compartilhados por uma

comunidade, e os significados produzidos e utilizados socialmente

pelos grupos humanos que experienciam tempos e espaços

semelhantes.......nesse sentido, pode-se enfatizar o compromisso da

educação profissional com a educação básica, compreendida como um

direito social e condição indispensável para a superação da perspectiva

direcionada para o simples adestramento e adaptação às demandas

ditadas pelo mercado e, portanto, pelo capital. Significa em última

instância a incorporação dos princípios de uma escola unitária e de

uma educação politécnica ou tecnológica (SEED, 2005, p 47 e 49).

Ao compreender este direito social, também, para o aluno do curso

profissionalizante cabe enfatizar a aplicabilidade dos fundamentos teóricos

metodológicos do ensino básico, e seus elementos articuladores dos conteúdos

estruturantes para a educação básica, mais especificamente a cultura corporal

e saúde.

A proposta dos Elementos Articuladores se aproxima daquilo que Pistrak (2000) denomina por Sistema de Complexos Temáticos, isto é, aquilo que permite ampliar o conhecimento da realidade estabelecendo relações e nexos entre os fenômenos sociais e culturais. A organização do trabalho pedagógico através de um sistema de complexo temático garante uma compreensão da realidade atual de acordo com o método dialético pelo qual se estudam os fenômenos ou temas articulados entre si e com nexos com a realidade atual mais geral, numa interdependência transformadora. O complexo, segundo Pistrak (2000), deve estar embasado no plano social, permitindo aos estudantes, além da percepção crítica real, uma intervenção ativa na sociedade, com seus problemas, interesses, objetivos e ideais (SEED, 2008, p 53).

Desta forma, procura-se romper com as maneiras tradicionais como os

conteúdos apresentados na Educação Física têm sido tratados, integrando e

interligando as práticas corporais de forma mais reflexiva e contextualizada

através dos meios propostos nos Elementos Articuladores. Entendo a saúde

como construção que supõe uma dimensão histórico-social. Contrária à

tendência dominante de conceber a saúde como simples volição (querer)

individual.

Nestas Diretrizes, os cuidados com a saúde não podem ser atribuídos

tão-somente a uma responsabilidade do sujeito, mas sim,

compreendidos no contexto das relações sociais, por meio de práticas

e análises críticas dos discursos a ela relativos (SEED, 2005, p 54).

3 METODOLOGIA

Este estudo de caso procurou analisar a percepção que o aluno

trabalhador, do ensino profissionalizante, tem sobre o estilo saudável de vida

após aplicação experimental do elemento articulador Cultura Corporal e Saúde.

A amostra, retirada de uma população de 175 alunos, foi composta por 41

alunos, de ambos os sexos. A faixa etária está compreendida entre 15 a 22

anos, matriculados no Curso Profissionalizante de Administração, turno

matutino, na disciplina de Educação Física do Colégio Estadual Professor

Loureiro Fernandes, Curitiba,

Os dados obtidos a partir da aplicação de um questionário semi

estruturado, com questões fechadas, foram analisados em gráficos. Este, foi

aplicado após implantação do Material Didático, produzido especificamente

para esta pesquisa, e que compõe o Projeto de Intervenção Pedagógica do

Programa de Formação Continuada PDE (Programa de Desenvolvimento

Educacional do Estado do Paraná) para professores da rede pública do ensino.

Esta produção Didático-Pedagógica, elaborada para este processo de ensino

aprendizagem e direcionada à promoção da saúde foi a Unidade Didática: O

estilo de vida do aluno trabalhador do ensino profissionalizante. Este

material norteou o trabalho pedagógico do segundo semestre letivo de 2010.

A Unidade Didática foi organizada em 06 capítulos, compostos por

temas aderentes a promoção da saúde. Seguem os temas abordados:

CAPÍTULO TEMAS

1 A saúde no contexto escolar do ensino profissionalizante: Escola; Disciplina de educação física; Professor de educação física sua formação e o Currículo Acadêmico.

2 Curso Profissionalizante e o aluno Trabalhador.

3 Considerações sobre Saúde, Qualidade de Vida, Prevenção e Promoção da Saúde.

4 Genoma Humano e Estilo de Vida de Nossos Ancestrais.

5 Doenças Contemporâneas/ crônicas degenerativas: considerações sobre doenças cardiovasculares, diabetes, neoplasias, sedentarismo, obesidade e sobrepeso, stress, hipertensão, colesterol, alimentação.

6 Considerações sobre atividades proativas: exercícios físicos, atividades físicas e aptidão física; aderência aos programas de atividades físicas, estilo de vida ativo e lazer (ativo e passivo); incorporando um envelhecimento saudável.

TABELA 01 – Temas do Material Didático

Em cada capítulo os temas foram abordados e discutidos através da

fundamentação teórica pesquisada para elaboração do projeto de intervenção

pedagógica durante os primeiros meses do Programa PDE.

Para efetivação deste material didático estabeleceu-se uma sequência de

ações que seguem na tabela abaixo:

AÇÕES ESTRATÉGIAS

01

Atividade: apresentação do Projeto de Intervenção/ Material Didático para a Direção, Equipe Pedagógica e Professores do Colégio na Semana Pedagógica em junho de 2010.

02 Atividade: apresentação do Projeto de Intervenção/Material Didático para as turmas envolvidas. Objetivo: conhecimento, sensibilização e explanação das atividades que seriam realizadas ao longo do semestre. Atividade: entrega do Termo de Esclarecimento e aplicação do Questionário do Perfil Acadêmico e do Familiar.

03 Atividade: tabulação e analise dos dados do Questionário do Perfil Acadêmico e do Familiar.

04 Aula teórica: a saúde no contexto escolar do ensino

profissionalizante - escola, disciplina e professor de educação

física, currículo acadêmico e aluno trabalhador.

05 Aula teórica: considerações sobre saúde, qualidade de vida, prevenção. promoção da saúde e genoma humano.

06 Aula teórica: doenças contemporâneas/crônico degenerativas (cardiovasculares, diabetes, câncer).

07 Aula teórica: exposição dos índices das doenças crônico degenerativas no mundo e no Brasil; identificação dos fatores de risco e fórmulas de prevenção. Atividade: aplicação do Questionário Estilo de Vida Ativo, derivado do Pentáculo do Bem Estar (nutrição, atividade física, componente preventivo, relacionamentos e controle do estress).

08 Atividade: tabulação e analise de dados do Questionário de Estilo de Vida Ativo. Calcular o IMC (Índice de Massa Corpórea). Aula teórica: associar a circunferência abdominal ao elevado índice de doenças. Aplicação da atividade do Questionário de Vulnerabilidade ao stress.

09 Atividade: tabulação e análise de dados do Questionário de Vulnerabilidade ao Stress, aos fatores de risco, a alimentação desregulada. Atividade: aplicação da atividade do Questionário de Alimentação

10 Aula teórica: considerações sobre exercícios físicos, atividades físicas, aptidão física e aderência aos seus programas. Atividade: aplicação da atividade do Questionário de Atividade Física.

11 Atividade: tabulação e análise da atividade com os dados do questionário de alimentação. Aula teórica: estilos de vida, lazer e envelhecimento saudável.

12 Atividade: aplicação do questionário de verificação do material didático com tabulação e análise dos dados coletados.

13 Atividade: divulgação dos dados coletados. Estratégia: apresentação via mural exposto no pátio interno do colégio.

TABELA 02 – Ações desenvolvidas no Material Didático

Para fins de coleta de dados foi aplicado um questionário semi

estruturado de verificação da implementação do material didático. Os

resultados foram analisados e tabulados em percentuais na forma de gráficos e

tabelas.

Foram divulgados apenas os dados do perfil geral da amostra

previamente selecionada. Estes resultados foram apresentados a direção, a

equipe pedagógica e ficaram em exposição no estabelecimento de ensino.

ANÁLISE DE DADOS

O questionário aplicado para observação do envolvimento e aceitação

dos alunos, referente as atividades proposta e que constaram do Material

Didático, proporcionou dados que abaixo seguem analisados através de

gráficos.

Os objetivos do trabalho com o material didático foram apresentados aos

alunos como forma de questionamentos para reflexão o que gerou efetivo

interesse pelo tema: É possível ser plenamente feliz sem Saúde e Qualidade

de Vida? Vamos identificar classificar e refletir sobre o seu Estilo de Vida?

Você sabe fazer a opção consciente por um Estilo de Vida Ativo? Que tal

promover, melhorar ou manter a sua Saúde e a Qualidade de Vida? O seu

Colégio Promove a sua Saúde?

GRÁFICO 01: Importância destes conhecimentos para a vida.

O resultado da análise do gráfico 01 demonstra que somados os alunos

que concordam totalmente totalizaram 100% da amostra. De forma inequívoca

consideraram que os conhecimentos trabalhados neste material didático são

importantes para a escolha consciente por um estilo de vida mais ativo e

saudável.

Estes questionamentos, apresentados na questão anterior, e o trabalho

realizado com este material didático, favoreceram ao aluno atuar como

promotor de saúde em sua família?

GRÁFICO 02: Importância destes conhecimentos para a família.

Os dados evidenciados no gráfico 02 demonstram que 40 (98%) dos

alunos reconhecem totalmente a importância dos conhecimentos trabalhados

neste material didático também para as suas famílias e 01 aluno (2%)

reconhece parcialmente. Oportuno observar que a soma das opiniões

(concordo totalmente e concordo parcialmente) alcança o percentual de que

100% dos alunos consideram os conhecimentos trabalhados neste material

didático importantes também para a vida de seus familiares.

Quanto ao avanço da tecnologia, esta, contribuir de forma significativa

para melhorar o conforto e o padrão de vida do homem contemporâneo, ao

mesmo tempo, tem afetando diretamente seu organismo, num precedente

jamais visto e ocasionando uma série de riscos a saúde.

GRÁFICO 03: Reconhecimento da importância deste material didático.

Observando o gráfico 03, notamos que da amostra de 41 alunos, 40

(98%) concordam totalmente que este material didático é um recurso

importante na disciplina de educação física e apenas 01 aluno (2%) concorda

parcialmente. Convém destacar que a soma das opiniões (concordo totalmente

e concordo parcialmente) alcança o percentual de que 100% dos alunos que

reconhecem a importância do desenvolvimento deste material didático como

meio de reflexão que as inovações tecnológica auxiliam o homem e ao mesmo

tempo interferem diretamente na sua qualidade de vida. Dentre estas

interferências aparecem os fatores de risco a sua saúde. Confirmando os

autores Guedes & Guedes (1995) e Nahas (2006).

Em relação à análise dos conhecimentos trabalhados sobre o estilo de

vida e doenças apresentadas pelos familiares, comparadas as doenças já

precocemente apresentadas pelos alunos, possibilitou despertar acentuado

interesse.

GRÁFICO 04: Interesse pelo tema do Material Didático

Considerando o percentual de alunos no que se refere ao interesse pelo

tema abordado neste material didático, percebemos que 39 (95%) dos alunos

concordam totalmente e 02 (5%) dos alunos concordam parcialmente. Propício

realçar que a soma das opiniões (concordo totalmente e concordo

parcialmente) também, alcança o percentual de que 100% dos alunos que

demonstraram um efetivo interesse pelos temas abordados no material

didático.

Quanto a mudanças de comportamento, hábitos, atitudes e as escolhas

que fazemos, estarem relacionadas com a cultura e oportunidade que temos. A

escola é um lugar propício para se falar em saúde, qualidade e estilo de vida?

GRÁFICO 05: Acréscimo de conhecimentos sobre saúde, qualidade e estilo de vida.

A analise dos resultados obtidos com o gráfico 05, mantem os dados

significativos alcançado nas questões anteriores, ou seja, que 40 (98%) dos

alunos concorda totalmente que o material didático contribuiu para acrescentar

conhecimentos sobre saúde, qualidade e estilo de vida e 01 (2%) aluno

concorda parcialmente. Assim, a soma das opiniões (concordo totalmente e

concordo parcialmente) alcança o percentual de que 100% dos alunos

consideram que o trabalho com o este material didático beneficiou a

aprendizagem. Aqui mantem-se a abordagem teórica de GUEDES (1999) e

NAHAS (2006) de que é na Escola que estes conteúdos voltados à saúde

produzem grandes efeitos sobre o estílo de vida saudável que os alunos

adotarão quando atingirem idade adulta.

Considerando que as doenças que atualmente mais levam ao óbito e a

invalidez precoce, são as que ocorrem mais frequentemente e

antecipadamente em pessoas com estilo de vida menos saudável, torna-se

necessário trabalhar os conhecimentos sobre a promoção da saúde na escola?

GRÁFICO 06: Contribuição deste material para a prevenção de doenças crônico-

degenerativas.

Em relação aos percentuais obtidos no gráfico 06, notamos que 39

(95%) dos alunos concordam totalmente que a aplicação deste material

didático pode auxiliar na prevenção de doenças crônico-degenerativas e 02

(5%) dos alunos concordam parcialmente. Mais uma vez, a soma das opiniões

(concordo totalmente e concordo parcialmente) alcança o percentual de que

100% dos alunos que reconhecem as contribuições de aprofundamento e

atualização de conhecimentos oportunizados pelo Material Didático.

O estilo de vida e os hábitos e costumes a serem adotados quando

atingirem a idade adulta serem estabelecidos, em grande parte, na infância e

adolescência podem influenciar nossa saúde por toda a vida?

GRÁFICO 07: Innfluência dos habitos e costumes adquiridos na infância e

adolescência.

Observando o gráfico 07, notamos que a 39 (95%) dos alunos

concordam totalmente que este material didático possibilitou identificar,

classificar e refletir sobre o estilo de vida que será adotado na idade adulta

estar relacionado diretamente a formação obtida na infância e na adolescência.

E, 02 (5%) concordarem parcialmente. Aqui, a amostra confirma o Material

Didático utilizado como facilitador dos conteúdos direcionados a promoção da

saúde.

A atividade física é fator preponderante para a promoção da saúde e

estilo de vida ativo?

GRÁFICO 08: Promoção de mudança no estilo de vida.

Considerando a análise do gráfico 08, podemos perceber que 38 (93%)

dos alunos concordam totalmente que a participação nesta implantação do

material didático promoveu mudanças no estilo de vida e 03 (7%) concordam

parcialmente. Mesmo, com pequena diminuição no percentual dos que

concordam totalmente a amostra manteve 100% de adesão que a atividade

física é fator preponderante na promoção do estilo de vida saudável.

A elaboração e apresentação dos conhecimentos e índices oficiais de

doenças apresentados no Material Didático Pedagógico estimulou-os para o

aprendizado dos conteúdos voltados a saúde?

GRÁFICO 09: Atendimento as expectativas de qualidade.

Conforme os percentuais registrados no gráfico 09, percebemos que 40

(98%) dos alunos concordam totalmente em considerar que o material didático

atendeu as expectativas de qualidade e 01 (2%) aluno concorda parcialmente.

Significativamente, para 100% da amostra, o trabalho desenvolvido através do

Material Didático atendeu as expectativas em relação aos conteúdos voltados

para a saúde.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Preocupante, mas necessário, é a abordagem em relação a estudos que

apontam para algumas doenças crônicas degenerativas, que aparecem na

idade adulta, e que tem origem na infância e na adolescência. Conseqüência

da aquisição de comportamentos inadequados que favorecem o aparecimento

dos chamados fatores de risco, dentre eles a redução nas suas atividades

físicas diárias.

Assim, ao estudar a percepção que o aluno trabalhador, do ensino

profissionalizante, tem sobre o estilo de vida saudável, após aplicação

experimental de Material Didático que contem fundo teórico voltado ao

elemento articulador Cultura Corporal e Saúde, produzido para o Programa de

Desenvolvimento da Educação – PDE, do Estado do Paraná. E, cuja amostra

composta por alunos matriculados na disciplina de Educação Física, do Curso

de Administração do Colégio Estadual Professor Loureiro Fernandes, Curitiba,

pode-se evidenciar que:

- o material utilizado revelou-se um recurso pedagógico estratégico para

estimular a conscientização de hábitos saudáveis, auxiliando sobremaneira o

processo ensino aprendizagem. Destacando-se que 100% dos alunos

consideraram importantes os conhecimentos trabalhados neste material para

as suas vidas;

- o reconhecimento à evolução da disciplina de Educação Física,

demonstrando sua valorização por oportunizar o aprender sobre saúde,

qualidade e a importância da escolha consciente por um estilo de vida saudável

e ativo propiciado pela disciplina, através deste pelo Material Didático;

- a análise e comparação da Educação Física realizada pelos familiares

dos alunos, quando estudantes, permitiu identificar quantos ainda praticam

atividades físicas na vida adulta;

- a amostra concluiu que viver mais e com qualidade voltada à velhice

saudável, é um ideal relacionado com o autocuidado e com a saúde enquanto

jovem;

- as atividades foram bem aceitas e o crescente interesse e participação

positiva dos alunos, durante as aulas, garantiram o sucesso da implementação

Material do Didático proposto:

- o Material didático proposto obteve aprovação, também pela forma

como foi encaminhado, pela direção, equipe pedagógica, colegas professores e

funcionários do colégio.

- após todas as ações realizadas os alunos do ensino profissionalizante

concluíram que levarão, da disciplina de educação física, para as suas vidas,

muito conhecimento sobre saúde, qualidade de vida e estilo de vida ativa e

saudável.

- ao final da aplicação do Material Didático proposto, que o aluno do

curso profissionalizante compreende que algumas doenças crônicas

degenerativas, que aparecem na idade adulta, tem origem na infância e na

adolescência em conseqüência da aquisição de comportamentos inadequados

que favorecem o aparecimento dos chamados fatores de risco, dentre eles a

redução nas suas atividades físicas diárias.

- este aluno do curso profissionalizante percebe a Educação Física como

disciplina que promove sua saúde;

Considerando a efetiva aceitação deste Material Didático, convém

evidenciar que se revelou um recurso pedagógico estratégico para estimular a

conscientização de hábitos saudáveis, auxiliando sobremaneira o processo

ensino aprendizagem.

Diante dos índices oficiais de doenças crônico-degenerativas expostos

aos alunos neste material didático, percebe-se a necessidade em aprofundar o

tema saúde nas escolas.

Os dados analisados confirmam que a disciplina de educação física,

também, promover a saúde dos alunos de cursos profissionalizantes, tornando-

os agentes transformadores da própria realidade e de seus familiares.

Que as ações propostas neste estudo constituem uma oportunidade de

relevância social e acadêmica, e de aprofundamento das Diretrizes

Curriculares Nacionais e Diretrizes Curriculares do Estado do Paraná.

Cabe o encaminhamento, como alternativa para futuro estudo:

- além do aluno trabalhador do ensino profissionalizante este Material

Didático seja aplicado aos alunos do ensino básico regular: fundamental e

médio.

- investigar se a proposição deste Material Didático pode reduzir os

índices de evasão escolar, da educação básica, em Cursos do Ensino

Profissionalizante.

DEPOIMENTO

Texto enviado pelo Diretor Geral do Colégio Estadual Professor Loureiro

Fernandes, Ensino Fundamental, Médio e Profissionalizante, Curitiba - PR e

Equipe Pedagógica, após implantação do Material Didático O estilo de vida do

aluno trabalhador do ensino profissionalizante:

Corroboramos com o exposto pela Professora Luci. A receptividade e expectativa foram muito significativas. Os resultados das ações refletiram além da sala de aula. As discussões e análises envolveram também outros profissionais. O trabalho com este Material Didático proporcionou valiosa contribuição. O trabalho foi divulgado e partilhado para todas as turmas do período matutino do Colégio, constatando mais uma vez o grande interesse pelo tema. Os Trabalhos foram significativos pela reflexão crítica e, por consequência, a própria autoavaliação feita pelos alunos. As análises e discussões (inclusive no âmbito familiar) contribuíram para a conscientização das mudanças necessárias no estilo de vida. O trabalho e seus resultados superaram a expectativa inicial. O colégio só tem a agradecer o privilégio proporcionado pelo trabalho pedagógico com o Material Didático desenvolvido pela professora Luci (AMILTON COSTA e SANDRA NUNES GAIO, 2011).

REFERÊNCIAS

ARROYO, Miguel G. (Org.) Da escola carente à escola possível. São Paulo:

Loyola, 1986. (Coleção Educação Popular).

BRASIL, Organização Pan-Americana da Saúde/Ministério da Saúde. Doenças

cônico-degenerativas e obesidade: estratégia mundial sobre alimentação

saudável, atividade física e saúde. Brasília, 2003. Disponível em:

http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/d_cronic.pdf Acesso em: 07 de maio

de 2009.

________________. Doenças cônico-degenerativas e obesidade:

estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde.

Brasília, 2003. Disponível em:

http://www.opas.org.br/sistema/arquivos/d_cronic.pdf Acesso em: 07 de maio

de 2009.

CAMPOS, G.W. et al. Avaliação de Política Nacional de Promoção da

Saúde. Ciência e Saúde Coletiva. Rio de Janeiro: 2004.

CAPORALINI, Maria Bernadete Santa Cecília. A transmissão do

conhecimento e o ensino noturno. Campinas: Papirus, 1991.

CONGRESSO, Mundial de Educação Física. AIESEP. Rio de Janeiro, 1997.

Disponível em:<http://www.confef.org.br/extra/conteudo/default.asp?id=21 >.

Acesso: em 05 de maio de 2009.

FRIGOTTO, G. e CIAVATTA, M. (orgs.). A experiência do trabalho e a

educação básica. Rio de Janeiro: DP&A, 2002.

GILLIAM, T.B. e MacCONNIE, S.E. Coronary heart disease risk in children

and their physical activity patterns. In: BOILEAU, R. A. Advances in Pediatric

Sport Sciences. Volume One: Biological Issues. Champaign, Illinois, Human

Kinetics Publishers, 1984.

GLASER, N. e Ribeiro, Z. R.. A educação física nas séries iniciais do

ensino de 1º grau em Curitiba. Curitiba: UFPR, 1981.

GÓMEZ, A. I. P. Qualidade do ensino e desenvolvimento profissional do

docente como intelectual reflexivo. Motriz - Revista de Educação Física,

1997.

GUEDES, Dartagnan P. Educação para a Saúde Mediante Programas de

Educação Física Escolar. Revista Motriz. São Paulo, v. 5, n.1, jun. 1999.

Disponível em:

http://www.crmariocovas.sp.gov.br/pdf/ccs/pebII/Dartagnam_revista_motriz.pdf

Acesso em: 03 de dezembro de 2009.

GUEDES, D. P. e GUEDES, J. E. R. P. Exercício Físico na Promoção da

Saúde. Londrina: Midiograf, 1995.

NAHAS, M. V. e BEM, M. F. L. Perspectivas e tendências da relação teoria e

prática na educação física. Motriz - Revista de Educação Física, 1997.

NAHAS, M. V. Atividade Física e Qualidade de Vida: Conceitos e sugestões

para um estilo de vida ativo. 4. ed. Londrina: Midiograf, 2006.

OLIVEIRA, Vitor M. Consenso e Conflito da Educação Física Brasileira.

Campinas: Papirus, 1994.

PARANÁ. Secretaria do Estado da Educação. Diretrizes Curriculares da

Educação Básica/Educação Física, 2008- Educação Física. Disponível em

<http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/diaadia/diadia/arquivos/File/diretrizes_2

009/out_2009/ed_fisica.pdf?PHPSESSID=ac358cfa8c91fb42a425ba474ec11fd

5>.Acesso em: maio de 2009.

________________ Fundamentos Políticos e Pedagógicos da Educação

Profissional. Curitiba, 2005. Disponível em:

<http://www.diaadia.pr.gov.br/det/arquivos/File/LEGISLACAO/COLETANEA/Fu

ndamentosPoliticosPedagogicosdaEducacaoProfissional.pdf>. Acesso em:

maio de 2009.

PEREIRA, F. M. Dialética da cultura física: Introdução à crítica da Educação

Física do Esporte e da Recreação. São Paulo: Ícone, 1988.