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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 - … · Camilo Golgi em 1898 em seus estudos, ao colorir células de cérebro de coruja utilizando o nitrato de prata, observou e descobriu o que

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO UNIVERSIDADE ESTADUAL NORTE DO PARANÁ – UENP

CAMPUS JACAREZINHO

Material Didático

SUELY FERREIRA REZENDE

CADERNO PEDAGÓGICO

Elaboração de materiais didáticos de natureza experimental, para uso no ensino de Biologia.

CORNÉLIO PROCÓPIO - PARANÁ 2010

SUELY FERREIRA REZENDE

CADERNO PEDAGÓGICO

Elaboração de materiais didáticos de natureza experimental, para

uso no ensino de Biologia.

Material didático desenvolvido como requisito do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) da Secretaria de Estado da Educação do Paraná, na área de BIOLOGIA, com o tema Elaboração de materiais didáticos de natureza experimental para uso no ensino de Biologia. Orientação: Profº Ms Mateus Luiz Biancon.

CORNÉLIO PROCÓPIO - PARANÁ 2010

Conteúdo 1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO ........................................................................... 4

2. TEMA.................................................................................................................... 4 3. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 5

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ......................................................................... 5

5. DESENVOLVIMENTO ........................................................................................ 7 6. UNIDADE I ........................................................................................................... 7

6.1. CÉLULAS ...................................................................................................... 7

7. UNIDADE II ........................................................................................................ 12

7.1. Permeabilidade Celular ............................................................................. 12 8. UNIDADE III ....................................................................................................... 15

8.1. DNA ............................................................................................................. 15

9. UNIDADE IV ...................................................................................................... 18 9.1. Estrutura da Molécula de DNA ................................................................. 18

10. UNIDADE V .................................................................................................... 21

10.1. Duplicação Semiconservativa do DNA ................................................. 21

11. UNIDADE VI ................................................................................................... 26 11.1. Divisão celular ......................................................................................... 26

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1. DADOS DE IDENTIFICAÇÃO

Professor PDE: Suely Ferreira Rezende

Área PDE: Biologia

NRE: Cornélio Procópio

Professor Orientador IES: Mateus Luiz Biancon

IES vinculada: UENP – Campus Jacarezinho

Escola de Implementação: Colégio Estadual Floriano Landgraf Ensino

Fundamental e Médio

Município: Santo Antonio do Paraíso

Público objeto da intervenção: Alunos da 1ª série do Colégio Estadual

Floriano Landgraf Ensino Fundamental e Médio.

2. TEMA

Elaboração de materiais de natureza experimental, para uso no ensino de

Biologia.

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CADERNO PEDAGÓGICO

Elaboração de materiais de natureza experimental para uso no

ensino de Biologia.

3. INTRODUÇÃO

Todo conhecimento científico possui um contexto histórico que

foi construído através de observações, experimentações e análises até se

chegar ao conteúdo que trabalhamos em sala de aula, sendo então, de suma

importância o estudo da história dos conteúdos nos diferentes níveis de Ensino.

Com a descoberta de novas tecnologias, ocorrem avanços da

ciência, principalmente na área da Biologia e o conhecimento científico vai

sendo acumulado, havendo a necessidade de propor recursos didáticos para

que os alunos compreendam melhor os conteúdos.

Este material didático tem o objetivo de propor atividades

experimentais e servir como fonte de informação para compreender conceitos

científicos e estimular a aprendizagem, instigando os alunos à aquisição de

conhecimentos no campo da Citologia.

Na época de Aristóteles já se dava importância à experiência

como sendo essencial para se chegar ao conhecimento. Há mais de 2300

anos, ele defendia a experiência quando afirmava que “quem possua a noção

sem a experiência, e conheça o universal ignorando o particular nele contido,

enganar-se-á muitas vezes no tratamento” (Aristóteles, 1979 - apud artigo

Giodan).

4. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Para promover uma aprendizagem significativa e

contextualizada, o professor de Biologia precisa relacionar a teoria com a

prática em sala de aula. Para isso, não devemos desanimar-nos diante das

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dificuldades apresentadas nas escolas, como por exemplo, a falta de

laboratório ou material específico para se fazer uma determinada experiência

ou modelo didático experimental. A escola tem o papel de possibilitar o acesso

dos alunos ao mundo do saber sistematizado, o saber científico. “Ela necessita

organizar processos, descobrir formas adequadas a essa finalidade” (Saviani –

2008 p.75).

Krasilchick (2005, p. 86) e Gaspar (2005, p. 24 e 25), defendem

a ideia que a atividade experimental se torna um momento em que os alunos

podem discutir ideias e interagir, havendo assim maior envolvimento no

processo de ensino aprendizagem, pois estes podem manipular, observar,

investigar e interpretar resultados.

Os conhecimentos foram sendo acumulados ao longo dos

séculos pela humanidade. Para compreensão dos conteúdos apresentados na

disciplina de Biologia no Ensino Médio, as atividades práticas relacionadas às

teóricas é uma das metodologias de ensino utilizadas a fim de tornar os

conceitos científicos mais significativos para o aluno. Saviani (2008, p. 141)

destaca que a teoria sem a prática é apenas espontaneísmo. “É o fazer pelo

fazer”.

Nas Diretrizes Curriculares de Biologia (2008 p. 66)

percebemos que as aulas práticas podem ser o ponto inicial para que o aluno

desenvolva e compreenda os conceitos discutidos em aula, como também

podem permitir ao professor perceber as dúvidas que são levantadas pelos

alunos. Através das atividades experimentais podemos criar possibilidades

para que os alunos participem e não atuem apenas como receptores de

informações.

Gasparim (2007, p.52), nos mostra que a aprendizagem

somente é significativa a partir do momento em que os alunos se apropriam do

conhecimento nas suas variadas relações, e somente a partir daí pode recriar o

seu conhecimento, rompendo a barreira entre o conhecimento do cotidiano e o

científico.

As atividades experimentais quando bem conduzidas, permite

ao aluno se envolver na atividade de aprender, tornando o aprendizado mais

significativo (Valadares – 2006).

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Em Oliveira (1997, p.57), percebemos a importância do contato

da realidade com o ambiente, para que o indivíduo adquira informações,

habilidades, atitudes e valores. Com as atividades práticas pretendemos que os

alunos adotem uma postura estimuladora na aprendizagem em que possam

criar um ambiente questionador para a compreensão da realidade dos

conhecimentos científicos.

5. DESENVOLVIMENTO

Ao trabalharmos os conteúdos científicos, faz-se necessário a

contextualização de sua perspectiva histórica, pois o conhecimento é uma

construção humana, que se fez ao longo dos tempos. Sendo assim em cada

unidade a ser trabalhada teremos uma introdução do conteúdo e logo após

sugestões de atividades, em que realizaremos práticas experimentais e

construção de modelos didáticos para que haja uma melhor compreensão dos

conteúdos em Citologia dentro da disciplina de Biologia

A apresentação dos conteúdos em cada unidade deste material

está baseada segundo Normann (2008), Amabis e Martho (2008), Junqueira e

Carneiro (2005), Cézar e Sezar (2005).

6. UNIDADE I

6.1. CÉLULAS

A título de curiosidade destacaremos aqui algumas datas e

descobertas importantes na história da microscopia, que é fundamental para o

estudo da célula.

No ano de 1611 o físico Kepler já sugeria a construção de um

microscópio composto.

Robert Hoock em 1.665, utilizando-se de um microscópio

composto empregou pela primeira vez o termo “célula” (pela semelhança com

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as celas de um mosteiro), para designar os pequenos poros observados em

cortes de rolhas de cortiça.

Mais tarde no ano de 1674, Leuwenhoek descobriu o mundo

dos protozoários e nove anos depois visualizou pela primeira vez uma bactéria.

Em 1833, Robert Brown em suas observações utilizando

orquídeas descreveu o núcleo celular.

Em 1838 Schleiden e Schwan, propuseram a teoria celular

afirmando que a célula é a unidade da estrutura e função de plantas e animais.

Kölliker no ano de 1857 estudando células de músculo

descreveu a mitocôndria.

Utilizando anilina para corar microrganismos, Koch em 1882

identificou as bactérias que são causadoras da tuberculose e da cólera.

Camilo Golgi em 1898 em seus estudos, ao colorir células de

cérebro de coruja utilizando o nitrato de prata, observou e descobriu o que viria

a ser o que hoje conhecemos como complexo golgiense, em sua homenagem.

Em 1902 estudando o comportamento dos cromossomos

durante a reprodução sexual, Boveri chegou à conclusão que estes estão

relacionados com a hereditariedade.

O retículo endoplasmático foi nomeado no ano de 1941 por

Porter, Claude e Fullam.

A estrutura bilaminar da membrana plasmática foi descrita em

1957 por J. David Robertson, utilizando-se de um microscópio eletrônico.

Em 1997 o escocês Ian Wilmout, produziu o primeiro clone de

um mamífero a ovelha Dolly, através da introdução de um núcleo de célula da

glândula mamária em um óvulo de ovelha.

Em 2003 pesquisadores brasileiros e americanos - Maria de

Fátima Leite, Mateus Tavares Guerra, Wihelma Echevarría, Warren Zipfel e

Michael H. Nathanson do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e Yale

University School of Medicine (Estados Unidos), descobriram o retículo

nucleoplasmático, uma nova organela intranuclear que é fundamental no

armazenamento do cálcio dentro da célula.

Podemos perceber que, a invenção do microscópio ocorrida há

mais de 400 anos, trouxe uma nova dimensão para a Ciência, no século XVII e

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a própria história da Citologia (parte da Biologia que estuda a célula)

acompanhou a história do microscópio. Os estudos ainda continuam, havendo

ainda muito que se descobrir dentro das células.

Apesar das primeiras observações com células tenham

acontecido somente no século XVII, foi necessário esperar o século XIX para

se chegar à conclusão de que todos os organismos vivos são constituídos de

células, a chamada Teoria Celular, enunciada por Schleiden e Schwann e um

pouco mais tarde, Virchow veio a completar essa teoria, afirmando que

qualquer célula provém de outra já existente.

O surgimento da Citologia, parte da biologia que estuda as

células, permitiu compreender e explicar como os organismos funcionam e com

isso também descobrir o tratamento de muitas doenças.

Quanto ao número de células, os seres vivos podem ser

constituídos por uma única célula (unicelulares – bactérias, protozoários etc.),

ou por várias células (Multicelulares ou pluricelulares – animais, vegetais,

algas e fungos multicelulares).

Quanto à organização, existem fundamentalmente duas

classes de células: procariontes (pro, primeiro, e cario núcleo), cujos

cromossomos não estão separados do citoplasma por membrana, e

eucariontes (eu, verdadeiro, e cario, núcleo), com um núcleo bem

individualizado e delimitado pelo envoltório nuclear. As bactérias são células

procariontes, os vegetais, animais, protozoários e fungos são constituídos por

células eucariontes.

Nesta unidade realizaremos duas atividades, que nos levará a

compreensão da estrutura celular, dando a noção tridimensional da célula e

também sua organização em procariontes e eucariontes.

ATIVIDADES

CONSTRUÇÃO MODELO DE CÉLULA TRIDIMENSIONAL CÉLULA PROCARIONTE. Retirado do endereço eletrônico

http://labbioiee.blogspot.com/search/label/Experi%C3%AAncias%20educacionais

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Material necessário:

- garrafa pet pequena. - Gel. - Lã para representar o material genético e flagelos. - Pequenas bolinhas, podem ser feitas com massa de modelagem.

Foto de Suely Ferreira

Foto de Suely Ferreira

Modelo retirado do endereço eletrônico e confeccionado por Suely

Ferreira. http://labbioiee.blogspot.com/search/label/Experi%C3%AAncias%20educacionais

CONSTRUÇÂO MODELO DE CÉLULA TRIDIMENSIONAL CÉLULA EUCARIONTE

Adaptado e modificado de http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/2203/experimento.pdf?sequence=1

Esta atividade propõe a construção de um modelo didático para

visualização das estruturas de uma célula animal, em que os alunos irão

construir o modelo, podendo adaptar materiais para a confecção da mesma.

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Material necessário:

-massa de modelar.

- gel para cabelo

- recipiente (plásticos ou vidro) para representar o modelo da célula.

O recipiente de plástico (um pote, por exemplo) pode ser

utilizado para abrigar as organelas, devendo ser preenchido com gel (incolor)

que representará o citoplasma.

Os alunos irão construir o modelo tridimensional podendo

substituir por outros materiais se acharem necessários. Cabendo a eles

decidirem, por outros materiais disponíveis que mais se assemelham às

organelas celulares.

A montagem do modelo pode ser feita como descrito abaixo:

Uma vez de posse do recipiente escolhido e das organelas

confeccionadas com a massa de modelar, organize as organelas e o gel em

camadas. Coloque uma primeira camada de gel e distribua algumas organelas

sobre esta camada. Cubra novamente com gel e distribua outras organelas e

cubra completamente com gel.

Foto de Suely Ferreira

Fotos de Suely Ferreira

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Fotos de Suely Ferreira

Após a montagem do modelo de células fazer uma pesquisa sobre a função das organelas citoplasmáticas.

7. UNIDADE II

7.1. Permeabilidade Celular

Muitos modelos já foram propostos quanto a composição e

estrutura da membrana plasmática, mas o que é mais aceito, é a

representação proposta por Singer e Nicolson em 1972, conhecido como

modelo do mosaico fluido. Segundo esse modelo, a membrana é composta por

duas camadas de fosfolipídios onde estão depositadas as proteínas. Algumas

dessas proteínas ficam aderidas à superfície da membrana, enquanto outras

estão totalmente mergulhadas entre os fosfolipídios; atravessando a membrana

de lado a lado.

A membrana plasmática delimita o espaço interno da célula,

isolando-a do ambiente ao redor. Para viver a célula precisa permitir a entrada

de substâncias úteis (água, gás oxigênio, alimento, etc.) e também a saída de

outras como o gás carbônico e substâncias tóxicas (excreções). Pelo fato de

permitir a passagem de determinadas substâncias, mas não de outras se diz

que a membrana plasmática é semipermeável, ou que possui permeabilidade

seletiva.

A passagem de substâncias através da membrana pode ser

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por transporte passivo – as substâncias atravessam a membrana sem que a

célula gaste energia e por transporte ativo – a célula gasta energia para

absorver ou expulsar ativamente certas substâncias.

A osmose é uma forma de transporte passivo em que ocorre a

passagem de água (solvente) através de uma membrana semipermeável, do

meio onde a concentração do soluto é menor, chamado meio hipotônico, para

meio hipertônico, concentração do soluto mais elevada. Isso acontece pelo fato

da molécula de água ser muito pequena, então ela se difunde com facilidade

através da membrana semipermeável.

A água passa para o meio de maior concentração (hipertônico)

na tentativa de diluir esse meio, igualando as concentrações intra e

extracelular, ou seja, para que os meios fiquem isotônicos.

Atividade

Prática osmose em células vegetais - pimentão

Adaptado e modificado de http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1842

Material necessário

- 1 Pimentão

- 3 Placas de Petri ou outro recipiente um pires, por exemplo

- 1 Estilete

- 1 colher pequena

- 300 ml de água

- 100g de sal

Procedimento

Com um bisturi ou faca, corte cuidadosamente alguns filetes de

pimentão, retos, do tamanho equivalente mais ou menos 8 cm. Mantenha a

película em uma das faces do filete. Ela é praticamente impermeável. Por ali

não haverá troca de água com o meio externo. Em 30 minutos mais ou menos,

você irá observar as diferentes curvaturas dos filetes que indicará a entrada ou

saída de água nas células do pimentão.

Em uma placa de pétri coloque água pura, em outra placa,

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água e uma pitada de sal e na outra água com mais de duas pitadas de sal.

Dissolva o sal em cada uma das placas tomando o cuidado com o objeto que

mexer as soluções para que estas não entrem em contato com as soluções das

outras placas.

- Água sem sal, as células recebem água e aumenta de tamanho. Filetes

curvados para fora.

- Água com uma pitada de sal, as células ganham e perdem a mesma

quantidade de água. Os filetes permanecem retos.

- Água com duas pitadas de sal, as células perdem água para o meio e

encolhem. Filetes curvados para dentro.

Célula está ganhando água Célula mantém-se estável

Fotos de Suely Ferreira

Célula está perdendo água

Foto de Suely Ferreira

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Discussão

a) Qual a importância da osmose para os seres vivos?

b) Por que a tira de pimentão do primeiro recipiente curva-se na direção da casca, a do segundo recipiente não se curva e a do terceiro recipiente se curva para a direção da parte interna do pimentão?

c) Osmose: passagem da água do meio hipotônico para um meio

hipertônico. Explique?

8. UNIDADE III

8.1. DNA

No núcleo das células da maioria dos organismos está o DNA

– ácido desoxirribonucléico (do inglês desoxirribonucleic acid). É nele que

estão contidas as informações relativas à construção e ao funcionamento de

nosso organismo. Por exemplo: se temos cabelos cacheados ou lisos, se

nossos olhos são castanhos, verdes ou azuis, essas características são

definidas pelas informações genéticas que estão contidas no DNA. O DNA tem

a forma de uma dupla-hélice composta por duas fitas de nucleotídeos

complementares. Estas fitas são antiparalelas, ou seja, correm em direções

opostas. A molécula de DNA tem duas características fundamentais para a

perpetuação da vida. A primeira é sua capacidade de fazer cópias de si

mesma. Neste processo, uma das fitas é usada como molde para a produção

de uma nova fita de DNA. Assim, novas fitas de DNA podem ser transmitidas

para as gerações seguintes. A segunda é possibilitar que a sua informação seja

transmitida para outra molécula chamada RNA mensageiro. É o RNA

mensageiro que leva a mensagem do DNA para fora do núcleo da célula, onde

as proteínas são produzidas.

O DNA é conhecido há mais de 100 anos. Na segunda metade

do século XIX, o cientista suíço Johan Friederich Miescher (1844-1895), retirou

do núcleo de glóbulos brancos uma substância rica em fósforo e nitrogênio,

que ele denominou de nucleínas, e mais tarde foi adotado o nome de “ácidos

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nucléicos”. Ambos os termos revelam a antiga crença de que essas

substâncias existiam apenas no núcleo celular.

Em 1953 Watson e Crick propuseram que o DNA era uma

molécula com duas fitas arrumadas em forma de dupla-hélice, esse modelo

permitiu que se entendessem muitas de suas propriedades entre as quais a

capacidade de autoduplicar-se, produzindo moléculas idênticas a si própria, e a

de fabricar o RNA. Esta descoberta abriu novos horizontes principalmente para

a genética. Para desvendar o mistério, os dois cientistas analisaram fotografias

de raios-X da forma cristalizada da molécula de DNA, tiradas pela cientista

Rosalind Franklin.

Watson e Crick receberam o Prêmio Nobel alguns anos após

desvendarem a estrutura do DNA.

Atividade

Extração de DNA de morango

Adaptado do folhas DNA a longa cadeia da vida do livro de Biologia Ensino Médio p.170 1ª

edição

Material necessário

- 4 morangos

- Béquer ou outro recipiente de vidro

- Álcool preferencialmente bem gelado

- Detergente incolor

- Cloreto de sódio (sal de cozinha)

- Filtro de papel ou gaze

- Saco plástico ou qualquer recipiente para esmagar o morango

- Bastão de vidro ou de madeira

Procedimentos:

Colocar o morango em um saco plástico ou em um outro

recipiente e amassá-lo completamente. Coloque em um béquer e adicione 20

ml de detergente incolor e uma colher (chá) de cloreto de sódio (sal de

cozinha), mexa a mistura e coe com um pedaço de gaze o filtro de papel. À

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mistura coada adicionar 40 ml de álcool preferencialmente bem gelado. As

estruturas esbranquiçadas que sobem são filamentos de DNA.

O detergente ajuda a dissolver a bicamada lipídica que compõe a

membrana plasmática e as membranas das organelas.

O sal ajuda a manter as proteínas dissolvidas no líquido extraído,

impedindo que elas precipitem com o DNA.

O DNA não é solúvel em etanol (álcool etílico).

Quando as moléculas são solúveis em um dado solvente, elas

se dispersam neste solvente não sendo, portanto, visíveis. Por outro lado,

quando as moléculas são insolúveis em um dado solvente, elas se agrupam,

tornando-se visíveis, (é o caso do DNA no etanol). Quanto mais gelado estiver

o álcool, menos solúvel o DNA vai estar. É importante que o etanol seja

mantido no freezer ou em um banho de gelo até a hora do experimento.

Fotos de Lucy Vana Koga (Curso de Atualização em Biologia – UENP – Campus C. Procópio).

Fotos de Lucy Vana Koga (Curso de Atualização em Biologia – UENP – Campus C.

Procópio).

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9. UNIDADE IV

9.1. Estrutura da Molécula de DNA

O DNA é uma macromolécula composta por subunidades

repetidas denominadas nucleotídeos, os quais por sua vez são compostos por

um grupamento fosfato; um açúcar de 5 carbonos (pentose); um composto

cíclico contendo nitrogênio denominado base. As bases são: adenina - A e

guanina – G (purinas), citosina - C e timina - T (pirimidinas).

As duas cadeias desoxirribonucleotídeos do DNA mantêm-se

unidas por meio de ligações de hidrogênio (pontes de hidrogênio) entre as

bases nitrogenadas. As pontes de hidrogênio ocorrem entre pares de bases

específicos: adenina liga-se com timina (A – T) e a citosina com a guanina (C –

G). Então as duas cadeias da molécula de DNA são complementares.

Todos os seres vivos, com exceção dos vírus, têm suas

informações genéticas codificadas na sequência de base nitrogenadas do

DNA.

Atividade

Confecção de uma molécula de DNA

Elaborado pelo Prof. Rogério F. de Souza

Depto. De Biologia Geral - UEL

Material necessário:

- 2 folhas do modelo “Moldes de pares de bases”, podem ser coladas em uma

cartolina para ficar mais firme.

- Canudos plástico de refresco

- Barbante

- 16 Palitos de Sorvete

- Cola

- Furadeira elétrica com broca para madeira ou outro material que perfure os

palitos.

- Tesoura, lápis de cor ou canetinhas hidrográficas

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Procedimentos

Colorir os moldes A-T e C-G (tomando cuidado para colorir cada tipo de

base nitrogenada com uma cor específica);

Recortar os moldes A-T e C-G;

Fazer um furo próximo a cada ponta dos palitos de sorvete;

Colar um molde A-T ou G-C em cada lado do palito de sorvete

(tomando o cuidado de não trocar nem inverter as posições das bases

nitrogenadas em cada palito);

Cortar os canudos de refresco em pedaços iguais de 3,5cm;

Cortar duas tiras de aproximadamente 1,5m de barbante e fazer um nó

em cada uma das pontas de cada tira;

Enfiar cada uma das tiras de barbante em um dos furos de um palito de

sorvete que não tenha molde colado:

Passar o barbante pelo canudinho cortado;

Enfiar um palito de sorvete com o molde colado;

Repetir este procedimento até acabarem todos os moldes;

Por fim colocar mais um palito sem o molde colorido e fazer um nó em

cada fita de barbante;

A figura a seguir é uma demonstração do procedimento

descrito.

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Prática de Confecção de uma molécula de DNA

Elaborado pelo Prof. Rogério F. de Souza - Depto. De Biologia Geral – CCB/UEL

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Fotos de Suely Ferreira

Fotos de Suely Ferreira

10. UNIDADE V

10.1. Duplicação Semiconservativa do DNA

O processo de reprodução do DNA é conhecido como

duplicação semiconservativa, pois cada uma das duas moléculas recém-

formadas conserva uma das cadeias da “molécula mãe” e forma uma cadeia

nova, complementar à que lhe serviu de molde.

Durante o processo de duplicação (também chamado

replicação) do DNA, as pontes de hidrogênio se desfazem e as cadeias se

separam. À medida que as bases de cada cadeia se desemparelham de suas

complementares, os nucleotídeos que estão livres na célula unem-se a elas,

respeitando a sequência de emparelhamento de bases (A – T), (G – C).

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Ao final do processo de duplicação existirão duas moléculas de

DNA idênticas, formadas por uma cadeia proveniente da molécula original e por

uma cadeia nova, sintetizada a partir da união dos nucleotídeos livre presentes

na célula.

Atividade

Duplicação da Molécula de DNA

Elaborado pelo Prof. Rogério F. de Souza

Depto. De Biologia Geral – UEL

Material

- Modelos em cartolina (ou em EVA com cores diferentes) representando os

componentes da molécula de DNA, uma folha de “Prática de duplicação de

DNA” e duas folhas de “Modelo de açúcar-fosfato”.

- Mais ou menos 90 cm de fita adesiva.

- Tesoura.

- Lápis de cor.

Procedimento

Pinte os modelos, utilizando uma única cor específica para cada base

nitrogenada, ou recortar em cores diferentes de EVA e escrever as

letras correspondentes das bases nitrogenadas;

Recortar os modelos representando os componentes da molécula de

DNA;

Monte uma sequência de molécula de DNA;

Afaste somente o equivalente a uns três nucleotídeos, das duas

cadeias complementares da molécula de DNA construída;

Inicie a cópia (duplicação ou replicação) da molécula encaixando os

nucleotídeos complementares em cada cadeia do seu modelo,

observando bem o sentido que estão sendo colocados os moldes de

açúcar-fosfato;

Afaste o restante das duas cadeias complementares e continue a

duplicação, encaixando os nucleotídeos complementares, observando

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bem o sentido que estão sendo colocados os moldes de açúcar-fosfato.

MODELO AÇÚCAR-FOSFATO

Elaborado pela Profª. Dra. Berenice Q. Jordão – Dep. De Biologia Geral – CCB/EUEL

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Prática duplicação da molécula de DNA

Elaborado pelo Prof. Rogério F. de Souza - Depto. De Biologia Geral – CCB/UEL

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Discussão

- Discuta o fato: o modelo de autoduplicação da molécula de

DNA é denominado de “duplicação semiconservativa”.

- Discuta a importância do DNA ter a capacidade de

autoduplicação.

Qual o resultado obtido depois de completada a

autoduplicação?

OBS. Para fazer a sua duplicação a molécula de DNA não se abre toda de uma

vez, ela vai fazendo cópias de trechos, até que se complete a duplicação.

Montagem de um pedaço molécula DNA Início da duplicação da molécula de DNA

Fotos de Suely Ferreira

Continuação da duplicação Duas novas moléculas idênticas a que lhe deu origem

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11. UNIDADE VI

11.1. Divisão celular

A divisão celular é o processo pelo qual uma célula se

transforma em duas, duplicando-se. É através dela que os organismos

unicelulares se reproduzem e as células dos organismos multicelulares se

multiplicam, possibilitando seu crescimento. A divisão celular desempenha

várias funções como à produção de novas células para a reprodução,

crescimento, recuperação de áreas lesadas e manutenção do indivíduo.

Algumas células perdem a capacidade de se dividir durante

sua especialização, são o caso dos neurônios, das hemácias, fibras

musculares cardíacas, entre outras. Porém, outras continuam a se dividir, como

as células ósseas, epiteliais, hepáticas e as dos meristemas vegetais.

A divisão da célula denomina-se ciclo celular, que se divide

em duas etapas: a divisão celular e a intérfase. A divisão celular compreende

a mitose (divisão do núcleo) e a citocinese (divisão do citoplasma).

Há dois tipos de divisão celular: a mitose e a meiose.

Sempre antecedendo um período de divisão celular ocorre um

momento de preparação, a Intérfase. É uma fase em que a célula não está se

dividindo, mas realiza intensa atividade metabólica. A interfase consiste em três

etapas:

G1: DNA – RNA – síntese protéica

S: DNA – duplicação

G2: DNA – RNA – síntese protéica

Mitose

O termo mitose deriva da palavra grega mitos que significa

“tecer em fios” e refere-se ao fato de os fios cromossômicos se tornarem cada

vez mais visíveis ao M.O. No decorrer da divisão.

A mitose é o tipo de divisão que produz duas células

semelhantes e com o mesmo número de cromossomos. Por este motivo a

mitose também é chamada de divisão equacional.

Durante a mitose o núcleo e os cromossomos sofrem

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sucessivas alterações morfológicas, estas foram divididas em quatro fases:

Prófase: a cromatina se enrola formando os cromossomos, os centríolos

duplicados migram aos pólos da célula surgindo assim, os filamentos (áster); a

membrana nuclear se fragmenta misturando os componentes do núcleo ao

citoplasma.

Metáfase: os centríolos ocupam os pólos opostos da célula (exceto nas células

vegetais, as quais não possuem centríolos); os cromossomos estão em seu

máximo grau de condensação; cada cromossomo com duas cromátides estão

presos ao fuso pelo centrômero no meio da célula formando a placa

equatorial; as cromátides irmãs se separam dirigindo-se aos pólos da célula.

Esta é a melhor fase para visualização dos cromossomos.

Anáfase: com a separação das cromátides, elas são puxadas pelas fibras do

fuso até os pólos da célula.

Telófase: tem característica contrária á prófase. Os cromossomos se

descondensam e uma nova carioteca se organiza ao redor de cada conjunto de

cromossomos, reconstituindo dois novos núcleos.

Atividade

Construindo modelo etapas da Mitose.

Adaptado de http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1895-8.pdf.

Busca de novas metodologias para facilitar o entendimento da reprodução celular

Material

- Fios de lã ou linha

- Canudinho

- Cola

- Palha de aço

- Algodão

- Também pode ser utilizada massa de modelar ou de biscuit

Procedimento

Observando em livros esquemas com figuras que demonstram

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as etapas da mitose, esquematize em uma folha de papel cada uma das

etapas e depois vá colando os materiais que representam as estruturas da

célula em divisão. Também pode ser esquematizada cada uma das etapas com

massa de modelar ou de biscuit.

Fotos de Suely Ferreira

Após confeccionarem os modelos das etapas da mitose, entregar aos alunos definições de cada uma das etapas da mitose para que encontrem o seu correspondente em cada etapa do modelo montado.

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REFERÊNCIAS

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edição. Ed. Moderna São Paulo, 2004. GASPAR, Alberto. Experiências de Ciências para o Ensino Fundamental. Ed Ática. São Paulo. 2005. GASPARIM, João Luiz. Uma Didática para a pedagogia histórico-crítica.

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revisada. edusp, 2005. JUNQUEIRA, Luiz C.; CARNEIRO, José. Biologia celular e molecular. 8ª edição. Ed Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2005.

OLIVEIRA, Marta Kohl de. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento: um processo sócio-histórico. São Paulo: scipione, 1997. (Pensamento e ação no magistério).

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Referências On-line

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http://objetoseducacionais2.mec.gov.br/bitstream/handle/mec/2203/experimento.pdf?sequence=1. Acessado dia 04/02/2010. Valadares, Jorge. O Ensino Experimental das Ciências: do conceito à prática: Investigação/Acção/Reflexão. Universidade Aberta, jan. 2006. Disponível em: http://www.proformar.org/revista/edicao_13/ensino_exp_ciencias.pdf. Acessado dia 29 nov. 2009. http://labbioiee.blogspot.com/search/label/Experi%C3%AAncias%20educacionais. Acesso em 04/02/2010. www.cienciamao.if.usp.br/.../_osmoseumprocessoimportan. Acessado dia 05/02/2010. http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/1895-8.pdf. Busca de novas metodologias para facilitar o entendimento da reprodução celular. Zulmira Aparecida Raitz Guzella e Onildes Maria Taschetto. Acessado dia 26/04/2010.