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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
Secretaria de Estado da Educação
Superintendência da Educação
Departamento de Políticas e Programas
Educacionais
Coordenação Estadual do PDE
ELIETE DO CARMO MOYSA FERREIRA
ESTUDO DAS ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICO-DISCURSIVAS DO GÊNERO FOLDER
Universidade Estadual de Maringá – UEM
Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão – FECILCAM
Orientadora: Profª Doutora Elizabeth Labes
Campo Mourão 2010
Secretaria de Estado da Educação
Superintendência da Educação
Departamento de Políticas e Programas
Educacionais
Coordenação Estadual do PDE
ELIETE DO CARMO MOYSA FERREIRA
ESTUDO DAS ESTRATÉGIAS LINGUÍSTICO-DISCURSIVAS DO GÊNERO FOLDER
Material Didático (Unidade Didática), para Intervenção Pedagógica na escola,
apresentado à Secretaria Estadual do Paraná, como requisito parcial à obtenção
do título de professor PDE, sob a responsabilidade da Faculdade Estadual de Ciências e Letras de Campo Mourão -
FECILCAM, tendo como orientadora, a Professora Drª Elizabeth Labes
Campo Mourão
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO
Professor PDE: Eliete do Carmo Moysa
Área PDE:Língua Portuguesa e Literatura
NRE: Campo Mourão
Professora Orientadora IES: Profª. Drª Elizabeth Labes.
IES vinculada: FECILCAM
Escola de Implementação: Escola Estadual Rui Barbosa
Público alvo da intervenção: Alunos da 8 ª série do Ensino Fundamental
TEMA DE ESTUDO DO PROFESSOR PDE
O texto publicitário como subsídio para o ensino de língua materna: leitura e
produção de textos
TÍTULO: Estudo das Estratégias Linguístico-discursivas do Gênero Folder
INTRODUÇÃO
O ensino de Língua Portuguesa tem como um dos principais objetivos
levar o aluno a estudar sistematicamente a língua para compreender o seu
funcionamento em situações concretas. Porém, o que presenciamos, muitas
vezes, é que tal objetivo não tem sido alcançado satisfatoriamente, pois se
observa, em alguns contextos escolares, que as práticas usuais de leitura e
escrita não refletem sobre o fenômeno de interação, preocupam-se com questões
mais voltadas ao código e ao modo correto de usar a língua.
Desde os anos 80 do século XX, admite-se de forma quase unânime que o
texto é o melhor ponto de partida e chegada para o estudo da língua em sala de
aula. Com base em textos, pode-se trabalhar a discursividade da língua,
deslocando o ensino da gramática, da norma, da frase isolada, para os processos
e funcionamento desta, em situações concretas de uso.
Na perspectiva bakthiniana, os textos materializam-se em formas diversas
e funcionam de modos diversificados em situações sociais do dia-a-dia. Essas
materializações dão-se em gêneros discursivos que para Bakthin(1992), são
toda produção de linguagem oral e escrita, identificada e nomeada pelos
participantes da situação de comunicação com base em seu propósito
comunicativo, suas condições de produção e circulação, sua temática, seu estilo,
suas características e seus elementos composicionais.
Nesse contexto, as Diretrizes Curriculares da Educação Básica de Língua
Portuguesa do Estado do Paraná (DCEs), com intuito de mobilizar novas
propostas, dando um novo norte às práticas de ensino, assumem uma concepção
de linguagem que não se fecha na sua condição de sistema de formas, mas que
se abre para a sua condição de acontecimento social. Ou seja, apontam para
atividades que privilegiem o contato do aluno com a multiplicidade de gêneros
que circulam socialmente, para que desse modo, seja possível desenvolver no
educando a capacidade crítico -reflexiva diante do uso da linguagem.
Como vemos, ao direcionarmos um trabalho pedagógico que priorize as
práticas sociais, manifestadas na leitura e produção de textos que façam sentido
aos alunos, estaremos formando leitores críticos e produtores de textos
autênticos. E mais do que isso, estaremos permitindo aos estudantes que
ampliem o conhecimento que tem de si e do outro, num processo dialógico, e
fazendo uso da linguagem como um processo de produção de significados.
Nesse aspecto a Análise de Discurso da linha francesa de Michel Pêcheux
apresenta-se como um dos caminhos para se entender o funcionamento da
linguagem publicitária, uma vez que a AD considera que a significação dos
discursos se dá pela sua inscrição na história e pelas condições em que foi
produzido, considerando as relações estabelecidas entre a língua e os sujeitos
que a empregam e as situações em que se desenvolvem o dizer.
“... a AD não trabalha com a língua enquanto sistema abstrato, mas com a língua no mundo, com maneiras de significar, com homens falando, considerando a produção de sentidos enquanto partes de suas vidas, seja
enquanto sujeitos seja enquanto membros de uma determinada
sociedade.”(ORLANDI, p.15, 2007)
No entanto, para se compreender o modo como a linguagem publicitária
suscita certos efeitos de sentido, devem-se considerar suas condições de
produção, seu contexto sócio-histórico e ideológico, o que requer do professor
saberes das mais diversas áreas do conhecimento. Segundo Orlandi (2007, p.30)
podemos considerar as condições de produção em sentido estrito e temos as
circunstâncias de enunciação: é o contexto imediato. E se considerarmos em
sentido amplo, as condições de produção incluem o contexto sócio-histórico,
ideológico.
Conforme Cardoso (1999) todo e qualquer discurso, seja ele político,
científico ou publicitário constitui em um espaço de regularidades associadas a
certas condições de produção. Conhecer e dominar regras que determinam o
exercício da função enunciativa dos discursos pode ser de fundamental
importância para o ensino/aprendizagem da língua materna.
Tendo em vista que a publicidade utiliza a linguagem como forma de
influenciar o interlocutor, e com esse intuito, apresenta um texto cuidadosamente
selecionado em componentes linguísticos e, na maioria das vezes, em
componentes visuais, explorar o gênero folder, objeto desse estudo, para
Karwoski( 2005 ) representa um bom recurso para o ensino de estratégias de
leitura, pois trata-se de um gênero portador de valores e presta-se ao serviço
para a realização de diversas atividades sócio-comunicativas e; para o
estabelecimento de habilidades de leitura e senso crítico do leitor.
Portanto, ao realizar-se a leitura do folder, deve-se partir para a prática do
letramento, lendo não apenas as palavras, mas também as imagens. Angela
Kleiman, citando pesquisadores estrangeiros, define letramento nos seguintes
termos: “Podemos definir hoje letramento “como um conjunto de práticas sociais
que usam a escrita, enquanto sistema simbólico e enquanto tecnologia, em
contextos específicos, para objetivos específicos”. (Kleiman, 2004, p.19)
Com o intuito de buscar alternativas para minimizar as dificuldades de
ensino-aprendizagem da língua portuguesa, nas escolas públicas apresentamos,
nesta Unidade Didática, atividades para a compreensão de um dos gêneros de
grande circulação social, o folder, que além de constituir-se em um rico material
para análise, uma vez que utiliza-se de diferentes formas de linguagem (verbal e
não verbal), produz a partir dessa multiplicidade de linguagens, efeitos de
sentido, impregnados de ideologias, com extraordinário poder de persuasão.
A referida Unidade Didática será aplicada aos alunos da 8ª série do Ensino
Fundamental da Escola Estadual Rui Barbosa, Mamborê-Pr, por meio de
atividades, cujo objetivo será desenvolver práticas de leitura e produção de
folders, explorando não somente os aspectos relativos a imanência linguística
mas também, os discursivos. Para tanto, estabeleceremos critérios que
ultrapassem o dado puramente verbal, com enfoque ao contexto de produção,
circulação, recepção, aos recursos lingüístico-discursivos utilizados, à estrutura
composicional e ao conteúdo temático.
ESTRATÉGIAS DE DESENVOLVIMENTO DAS ATIVIDADES
As atividades acontecerão em quatro momentos distintos, sendo o primeiro
destinado à troca informal de idéias, despertando o interesse do estudante para
a temática e para os objetivos propostos pelo trabalho. É o momento de
sensibilizá-los para que percebam alguma relação entre o tema do projeto e sua
vida cotidiana criando, dessa forma, um clima favorável à aprendizagem.
O segundo momento tem como finalidade sondar os conhecimentos
prévios dos alunos em relação à Propaganda e /Publicidade. Os alunos serão
oportunizados a mostrarem, não somente o conhecimento que possuem sobre o
assunto, como também as suas curiosidades, suas dúvidas, o que gostariam de
saber. Nessa etapa, os alunos serão convidados a coletarem, nos ambientes por
onde circulam, folders para posterior análise, e a lerem mais sobre publicidade.
No momento seguinte, serão realizadas as análises das condições de
produção, circulação e recepção inerentes aos folders constitutivos do corpus,
bem como os recursos linguísticos e visuais que o anunciante utiliza para
informar, convidar, persuadir, seduzir e convencer o público-alvo.
E, por fim, no quarto momento, os alunos farão a produção e exposição de
folders considerando o público-alvo e as características próprias do gênero. A
temática dos folders dependerá dos possíveis eventos que acontecerão na escola
provavelmente nos meses de setembro, outubro e novembro.
PROPONDO ATIVIDADES:
Atividade1
Propaganda X Publicidade
Propaganda e
publicidade são
a mesma coisa?
Causam influência
na vida das
pessoas?
Quais são os
diferentes suportes (veículos) que materializam a
linguagem publicitária?
De que formam elas se
materializam? Quais
são os suportes que
veiculam a
publicidade?
Alguma publicidade já
o influenciou a comprar
um produto? O que você entende
por publicidade?
De que maneira a publicidade
nos convence a consumir?
Atividade 1
Promova a discussão, em sala de aula, ativando os conhecimentos prévios dos
alunos sobre Propaganda e Publicidade. Em seguida, distribua cópias com
fragmentos de textos, referentes ao assunto, e peça aos alunos para que
expressem opiniões a respeito da maneira utilizada pela propaganda para
influenciar a vida das pessoas.
TEXTO B
Propaganda: Definições e Conceitos
Os termos propaganda e publicidade sempre correram em paralelo, o que
tem resultado em grandes divergências. Para VESTERGAARD e
SCHRODER(1988) a publicidade é usada para a venda de produtos e serviços e
propaganda é mais abrangente, sendo usada tanto “como propagação de ideias”
como no sentido de “publicidade”.
De acordo com o dicionário Aurélio a distinção que é feita pelos autores entre
Publicidade e Propaganda, lembram que o termo PUBLICIDADE vem do francês
publicité, significando a qualidade daquilo que se torna público, para fins comerciais
ou políticos. Já o termo PROPAGANDA vem da palavra latina propagare, que por
sua vez é gerúndio de propaganda, ficando propagare representado como o ato de
propagar, divulgar idéias, princípios ou teorias.
TEXTO A
Publicidade: uma forma de persuadir
No mundo altamente competitivo em que vivemos, tentar formar ou mudar a
opinião do outro é uma prática constante. A intenção de persuadir está presente em
quase todos os tipos de discursos, mesmo que de maneira não explícita.
Desde a escolha das palavras do texto, até a organização do texto, são
inúmeros os recursos para a produção do discurso persuasivo.
O texto publicitário é bastante representativo do discurso persuasivo. Por
meio das mais diferentes estratégias argumentativas, a publicidade, de modo geral,
busca predispor o leitor ao consumo.(...)
(fonte: Tudo é linguagem de Ana Borgatto, Terezinha Bertin e Vera Marchezi,p178,179.2010)
.
TEXTO C
Hoje acordei com uma vontade de comprar
pois ontem na TV vi pessoas a pedir porque eu não sei de nada mas na verdade finjo nem saber
pois quando estou angustiado eu sei o que vou fazer Comprar! Comprar
( trecho da música Compra! ( Dead Fish)
Fonte http://www.letrasdemusica.com.br
TEXTO D
(...) os vários grupos sociais identificam-se por suas atitudes, maneiras,
jeito de falar e hábitos de consumo, por exemplo, pelas roupas que vestem.
Dessa forma, os objetos que usamos e consumimos deixam de ser de ser meros
objetos de uso para ser transformar em veículos de informação sobre o tipo de
pessoas que somos ou gostaríamos de ser. (...)
VESTERGAARD, Torben; SCHRODER,Kim. A linguagem da propaganda. (p.5)
TEXTO 1
(...)
Em minha calça está grudado um nome Que não é meu de batismo ou de
cartório Um nome… estranho.
Meu blusão traz lembrete de bebida Que jamais pus na boca, nessa vida,
Em minha camiseta, a marca de cigarro Que não fumo, até hoje não fumei. Minhas meias falam de produtos
Que nunca experimentei Mas são comunicados a meus pés.
Meu tênis é proclama colorido De alguma coisa não provada
Por este provador de longa idade. Meu lenço, meu relógio, meu chaveiro, Minha gravata e cinto e escova e pente,
Meu copo, minha xícara, Minha toalha de banho e sabonete,
Meu isso, meu aquilo(...) Fonte: http://daltro.arteblog.com.br/151951/EU-
ETIQUETA/
Atividade 2
O trecho do poema: “Eu, Etiqueta” de Carlos Drummond de Andrade e o
texto publicitário: “Garoto propaganda” trazem uma crítica bem humorada ao poder das grandes marcas e ao comportamento dos consumidores, que entregam suas
personalidades em troca de outras compradas. O poema aborda o fato de que muitas pessoas são usadas como veículo para a publicidade e, sem se darem
conta, ao usarem uma roupa, bolsa ou sapato, estão promovendo um produto. Já no texto publicitário, enfatiza-se determinadas marcas estampadas no corpo de um bebê, demonstrando que desde muito cedo as pessoas se tornam alvo da
publicidade. Considerando o exposto, é possível estabelecer um diálogo entre os dois textos? De que forma? Justifique.
TEXTO 2
Fonte:
http://domfernando.files.wordpress.com/2009/05/g
aroto_propaganda15.jpg
Vamos ampliar nosso conhecimento:
O contexto histórico
O texto publicitário, como qualquer outro tipo de texto, está sujeito às
circunstâncias históricas e reflete, portanto, o contexto da época em que é produzido. Assim, há anúncios que podem ser expostos por um período de tempo maior, outros por períodos muito curtos.
O anúncio de um evento, por exemplo, terá como limite a data de sua
realização, tornando-se obsoleto logo em seguida. O mesmo vale para promoções referentes a datas comemorativas e campanhas políticas.
Alguns anúncios costumam fazer referência direta a elementos do contexto (como fatos políticos ou acontecimentos bizarros). Esse tipo de estratégia, embora
possa ser eficiente no sentido de chamar a atenção, pode não surtir o efeito desejado caso o público-alvo não chegue a tomar conhecimento dos fatos mencionados no anúncio.
Do ponto de vista da análise, texto e contexto não devem ser dissociados. E
as marcas históricas presentes em cada anúncio têm muito a dizer sobre a perspectiva ideológica adotada pelo publicitário. Otávio Schimieguel p14 2007
Para Holff(2005, p.5) “ A publicidade pode ser considerada uma espécie de crônica social, uma vez que estabelece um diálogo com os acontecimentos do
presente e com as tendências de comportamento, expectativas, desejos e percepções do público, o que torna possível considerar o discurso publicitário como
um “tradutor” da concepção econômico mercadológica da sociedade.http://www.ple.uem.br/defesas/pdf/hrsantos.pdf
TEXTO 1
.
Atividade 3
Pesquise na internet publicidades (antigas e atuais) do mesmo produto.
Leve para a sala de aula cópias desses textos, e explique aos alunos que para
entendermos o sentido de uma publicidade, não devemos nos preocupar apenas com o significado das palavras, a pontuação, os parágrafos. Faz-se necessário ampliarmos as possibilidades de leitura, conhecendo também as condições de
produção, pois os textos publicitários refletem um momento, uma história, uma intenção, uma postura, sendo, portanto, determinados pelo seu contexto histórico.
Agora sim. Vamos às atividades com textos publicitários antigos e atuais. Mas
antes, vejamos como a linguagem foi trabalhada nos textos que tratam de um mesmo produto: tintura para cabelos.
B) Quais são os valores enfatizados
no texto publicitário?
C) A força argumentativa está focada
mais na imagem ou no enunciado
verbal?
D) Uma das características muito presente em textos publicitários é a
ambigüidade (duplicidade de sentidos). Como ela se expressa neste texto?
Fonte: http://propagandatranscendental.blogspot.com/search/label/publicidade%20e%20propaganda
TEXTO 2
Fonte: http://www.grecin.com.br
a) Quais os sentidos que podem ser depreendidos em relação ao local e
momento em que o texto publicitário foi produzido?
b) Que argumentos foram utilizados para persuadir/convencer o público-
alvo?
c) A expressão: “Bem-vindo” utilizada no texto publicitário é também comum em
outros contextos. Você lembra algum?
d) Tudo o que aparece em um texto publicitário tem um porquê, uma vez que sua
função é, em geral, convencer/seduzir o público-alvo. Aponte dois dos possíveis motivos que o produtor do texto tenha apresentado as quatro caixas do Grecin 5.
Agora, vamos observar como a linguagem foi trabalhada nas publicidades da
Aspirina.
TEXTO 4
TEXTO 3
Fonte:http://diasquevoam.blogspot.com/2009/09/aspirina-em-cenario-ikeano.html
A) Como já vimos, com a linguagem transmitimos “ideologias” que, de modo amplo, são concepções de mundo, valores, princípios... Na publicidade da
aspirina, que idéias são veiculadas e como elas são apresentadas?
B) Como se dá a relação entre enunciados verbais e imagens?
C) Que argumentos foram uti lizados para persuadir/convencer o público-alvo?
D) É comum na linguagem publicitária o uso de adjetivos. Neste texto, explique que
efeitos de sentido eles exercem?
TEXTO 4
Fonte: http://www.aspirina.com.br
TEXTO 4
A) Vimos no início das nossas atividades que a publicidade pode ser considerada como “uma espécie de crônica social” por estabelecer um
diálogo com os acontecimentos da contemporaneidade e com os comportamentos, desejos e percepções do público-alvo. Comparando os textos publicitários( antigo e atual) da aspirina, como é abordado o
contexto familiar?
B) Como foram utilizados os tipos e tamanhos das letras ( caracteres) que
compõem os enunciados contidos na publicidade ( atual ) da aspirina? E que efeitos de sentido podem ser depreendidos da forma como feita essa utilização?
C) Que recursos visuais e verbais foram utilizados na composição da
publicidade (atual) da aspirina e com que finalidade?
FOLDER
Agora vamos especificar mais o nosso estudo sobre a linguagem publicitária.
Um dos gêneros que emprega as estratégias próprias da linguagem publicitária é o gênero folder. Vamos conhecê-lo melhor?
Atividade 4
Leve para a sala de aula os folders coletados pelos alunos. Se possível, leve você
também outros exemplares para que os alunos possam manuseá-los. Nesse
momento, procure explicar a diferença entre panfletos e folders, pois, alguns
alunos poderão não ter muita clareza quanto a esse gênero. Em seguida, discuta
com os alunos sobre:
Exemplo de folder
Fonte: http:// http://goldinginf.atspace.com/folder.jpg
Em relação às condições de produção, em que locais vocês encontraram com mais
facilidade os folders?
Quais os temas explorados nos folders? Quais chamaram mais atenção?
Em termos de formatos, número de dobras,
vocês encontraram variações? Quais?
O QUE É UM FOLDER?
VOCÊ SABE DEFINIR O QUE É UM FOLDER?
1-
2- 3-
4- EM RELAÇÃO ÀS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO, EM QUE LOCAIS VOCÊS
Qual a importância dos folders em nossa
vida? Qual a função deles na sociedade?
CARACTERÍSTICAS DO GÊNERO FOLDER
De acordo com o Dicionário Houaiss da língua portuguesa,
Folder é um “impresso de pequeno porte, constituído de uma
só folha de papel com uma ou mais dobras, e que apresenta
conteúdo informativo ou publicitário; folheto” ou ainda
“prospecto dobrável”. Num exame etimológico da palavra
folder, de origem inglesa, aparecem referências como “folheto
dobrado”, “o que dobra” ou ainda a derivação deste vocábulo
do verbo to fold, ou seja, dobrar.
Vamos às atividades com os folders
Atividade:5
Retome com os alunos as características do gênero folder. Depois faça cópias dos
folders que mais despertaram a atenção deles . Peça para que façam uma leitura atenta dos
enunciados, relacionando o texto verbal com as imagens.
Atualmente a pedofilia vem aumentando de forma considerável no mundo e
preocupando autoridades políticas, religiosas, institucionais, que estão somando
forças para combater esse crime. Com o intuito de mobilizar o governo e a
sociedade para combater essa forma cruel de violência contra meninos, meninas e
jovens brasileiros, foi instituído, pela Lei Federal nº 9970, o dia 18 de maio como o
Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e jovens
adolescentes.
Considerando o contexto sócio histórico em que foi produzido o folder 1, responda :
.
1) Sobre o que trata o folder?
2) Qual é abrangência da temática tratada no folder ? Como isso se apresenta nos
enunciados?
3) Em geral, o folder tem com finalidade: informar, convidar, persuadir. Enfim,
convencer o interlocutor a comprar um determinado produto, mudar um
comportamento, adquirir um serviço, ou até mesmo aderir a uma ideia. Levando em
conta as informações dos enunciados verbais e das imagens presentes no folder, a
que conclusão você chegou com relação a sua finalidade?
4) Baseado na imagem contida na parte frontal do folder, que efeitos de sentido são
produzidos ? Que relação podemos estabelecer da imagem com o texto verbal?
5) Que efeitos de sentido podem ser depreendidos do uso do pronome possessivo
“você” no enunciado: “ VOCÊ PODE POUPAR O SOFRIMENTO DE UMA VIDA
INTEIRA”?
6) As expressões “ Não se cale.” “Denuncie! ” Apresentam que função no texto?
Você já participou da festa do Carneiro no Buraco?
Ouviu falar? Conhece alguém que aprecia essa
iguaria? Pois bem! “Carneiro no Buraco” é um prato
típico de Campo Mourão-Pr, tendo sido inspirado em
um filme exibido no início da década de 1960, onde
vaqueiros preparavam carne dentro de buracos em
cima de brasas. O prato símbolo vem sendo servido
na tradicional Festa Nacional do Carneiro no Buraco
que recebe a cada ano, cerca de 150 mil visitantes .
Com base no folder(2), responda:
1) O folder, sendo um gênero que emprega estratégias da linguagem publicitária,
muitas vezes, utiliza-se de recursos visuais para possibilitar ao interlocutor uma
melhor interpretação e compreensão do texto publicitário. O folder do “Carneiro no
Buraco” apresenta na parte interna (lateral direita) uma sequência de imagens. Que
efeitos de sentido essas imagens produzem?
2) Para que um folder atinja seus objetivos deve estabelecer identidade com o
público-alvo. Os recursos escolhidos devem estar diretamente relacionados com as
características desse público: idade, posição social, sexo, ocupação, expectativas e
ideais de vida. Lendo as imagens e os enunciados verbais presentes neste folder, a
que público ele está destinado? Por quê?
3) Os folders, em geral, apresentam uma organização detalhada (aspectos gráficos,
linguagem verbal e visual, formato, tamanho, cores, número de dobras entre outros).
Analisando os folders 1 e 2, o que podemos observar quanto aos aspectos
mencionados?
4) Em relação às marcas patrocinadoras, o que podemos falar sobre a posição em
que elas se encontram nos folders 1 e 2 ?
Chegou o momento da produção de um folder!
Atividade 6
Apresente aos alunos o calendário escolar referente ao segundo semestre.
Incentive-os a produzirem um folder para divulgar os principais eventos culturais e
esportivos à comunidade escolar e local. Sugira também, uma exposição dos
folders em um mural da escola.
AVALIAÇÃO
A avaliação será contínua, diagnóstica e formativa e dar-se-á no decorrer de
todo o processo de ensino-aprendizagem, sendo determinada pela perspectiva de
investigar para intervir. Na prática da leitura serão avaliadas as estratégias que os
alunos empregam para a compreensão do texto lido; Posicionamento crítico;
Reconhecimento do gênero discursivo bem como as condições de
produção/circulação e recepção; Estabelecimento de relações dialógicas entre
textos; Reconhecimento de posicionamentos ideológicos no texto. É preciso avaliar
se o aluno ativa os conhecimentos prévios; Identifica informações implícitas e
explícitas a partir do contexto; analisa os recursos linguísticos e visuais que o
produtor do texto uti liza. Em relação à prática da escrita é preciso ver o texto do
aluno como uma fase em processo de produção, nunca como produto final. Nesse
sentido é preciso avaliar se o educando adéqua o texto escrito às circunstâncias de
produção, à temática e ao gênero solicitado; Reflete sobre as diferentes
possibilidades de uso da língua; Utiliza de recursos textuais como: coesão e
coerência, informatividade. E tal como na oralidade, observar se aluno posiciona-se
como avaliador tanto dos textos que o rodeiam quanto do seu próprio texto. Durante
o processo da avaliação, cabe ao professor acompanhar a aprendizagem dos alunos
respeitando as diferenças e promovendo uma ação pedagógica de qualidade a
todos.
REFERÊNCIAS
BAKHTIN, M. Os gêneros do discurso. In: BAKHTIN, M. Estética da Criação
Verbal. São Paulo, SP: Martins Fontes, 1992.
BERTIN, Terezinha; BORGATTO, Ana ; Marchezi, Vera. Livro didático: Tudo em linguagem. Editora atica,2010.
CARDOSO, Silvia Helena Barbi. Discurso e Ensino. Belo Horizonte, MG:
Autêntica,1999
Dicionário Aurélio. Editora Positivo. 4a. Ed. 2009.
Dicionário Houaiss. Editora Objetiva. Rio de Janeiro,RJ. Ed. 2005.
Diretrizes Curriculares da Educação Básica – Língua Portuguesa: SEED/PR 2008
HOFF, Tânia Márcia Cezar. O texto publicitário como suporte pedagógico para a
construção de um sujeito crítico. Dissertação da professora da Escola Superior
de Propaganda e Marketing- ESMP/SP. p. 5, 2005.
KARWOSKI, A. M. (Discente-Autor /Doutorado), 2005. O Folder Como Gênero Textual; UNIÃO DA VITÓRIA, Meio digital.
KARWOSKI, Acir Mário. Estratégias de leitura de folders. Estudos Lingüísticos
XXXIV, p. 698-701, 2005.
KLEIMAN, A. B. Modelos de letramento e a práticas de alfabetização na escola. In: ___. Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática da escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2004. p. 15-64.
ORLANDI, Eni Pucinelli. Análise de Discurso: princípios e fundamentos. 7. ed.
Campinas, SP. Pontes, 2007.