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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

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GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁSECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

UNIVERSIDADE ESTADUAL DO NORTE DO PARANÁNÚCLEO REGIONAL DE EDUCAÇÃO DE CORNÉLIO PROCÓPIO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL

CADERNO PEDAGÓGICO

DESENVOLVIMENTO MOTOR – IMPLICAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DA 5ª SÉRIE E SEU APRIMORAMENTO

ATRAVÉS DA GINÁSTICA OLÍMPICA.

ORIENTADOR: Msc. JULIO ALBERTO AGANTE FERNANDES

PROFESSORA: LUCIA MARIA PEREIRA

Cornélio Procópio, 2010

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INTRODUÇÃO

As Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação do Estado

do Paraná para a disciplina de Educação Física, retrata o movimento como

componente curricular e disponibiliza os conteúdos a serem trabalhados nas quatro

séries finais do Ensino Fundamental, divididos em estruturantes, básicos e

específicos, sendo que os estruturantes são impostos por serem considerados

fundamentais para compreender seu objeto de estudo/ensino, neles deverão ser

trabalhados o esporte, jogos e brincadeiras, ginástica, dança e lutas, todos em

complexidade crescente, em cada uma das séries.

Para que o aluno vivencie os fundamentos e técnicas dos conteúdos

estruturantes propostos nas Diretrizes Curriculares de Educação Física (2008), é

necessário que o aluno esteja na sequência do desenvolvimento motor chamado de

habilidades motoras especializadas, onde os movimentos que serão utilizados são

movimentos fundamentais que foram refinados ou combinados com outros

movimentos de forma complexa. Portanto só poderá ser atingido se ocorrer á

realização correta dos movimentos fundamentais.

É extremamente importante que o professor entenda como é o

desenvolvimento do aluno, como ele se move, como aprende e como manifesta

suas emoções e sentimentos, pois com base nessas características é que o

professor elabora seu plano de trabalho, tornando indispensável trabalhar sempre

com o estágio do desenvolvimento motor, procurando melhorar a qualidade de

controle do movimento do aluno, fator que contribuirá na melhoria do rendimento

dos conteúdos a serem desenvolvidos.

Um projeto educativo, nessa direção, precisa atender igualmente aos sujeitos, seja qual for sua condição social e econômica, seu pertencimento étnico e cultural e às possíveis necessidades especiais para aprendizagem. Essas características devem ser tomadas como potencialidades para promover a aprendizagem dos conhecimentos que cabe à escola ensinar, para todos. (DCE, 2008, p.15)

O aluno necessita de abundância de oportunidade de movimentação

e instrução, com o objetivo de desenvolver sua capacidade de movimento. Existem

várias atividades, que favorece o desenvolvimento motor, a opção aqui foi utilizar a

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ginástica olímpica por apresentar em seu conteúdo movimentos básicos de forma

variada e com combinações sequenciais mais complexas, aperfeiçoando as

habilidades fundamentais quando não foram desenvolvidas satisfatoriamente e

desenvolvendo as especializadas dando assim a estrutura necessária para o

aprendizado de todos os conteúdos propostos nas Diretrizes Curriculares de

Educação Física (2008), efetivando assim a aprendizagem.

No desenvolvimento motor ocorre uma mudança contínua do

controle motor, devido à maturação e as experiências motoras adquiridas, que terá

diversas peculiaridades influenciadas pelo ambiente social, econômico e cultural.

O adolescente que ingressa na 5ª série, cuja faixa etária é de 11 a

13 anos se encontra em uma fase de mudanças biológicas, psicológicas e sociais e

é nessa fase que ocorre o aprimoramento das habilidades fundamentais.

O desenvolvimento motor é melhor observado e problematizado nas

situações concretas dos conteúdos. Quando o aluno tem a oportunidade de se

movimentar, o professor de Educação Física tem a percepção de que ao chegarem

na 5ª série os alunos geralmente se encontram na fase elementar dos movimentos

fundamentais em determinados padrões motores, quando deveriam estar na fase

madura. Os conteúdos propostos pelas Diretrizes Curriculares de Educação Física

para o ensino na 5ª série são conteúdos que necessitam de combinações entre

padrões de movimentos fundamentais, como sustentação invertida, equilíbrio sobre

um pé, movimentos em torno do eixo, entre outros necessários principalmente na

prática dos esportes, mas geralmente o aperfeiçoamento dos movimentos é

prejudicado pela falta de flexibilidade, do rendimento articular e muscular, da

constância espacial e temporal, da coordenação, do ritmo e equilíbrio. Gallahue

(2005, p 368) afirma que: “O Desenvolvimento motor fundamental é pré-requisito

para a incorporação bem sucedida de habilidades motoras especializadas

correspondentes ao repertório motor de um indivíduo.”

O trabalho com o título “Desenvolvimento Motor - Implicações nas

Aulas de Educação Física da 5ª série e seu Aprimoramento Através da Ginástica

Olímpica” tem a finalidade de planejar o trabalho docente baseado no estudo por

base teórica de como ocorre o desenvolvimento motor, a classificação das

habilidades motoras, e como ocorre o aprendizado da mesma, explicitada e

discutida nas situações concretas no âmbito escolar e propor metodologias

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direcionadas às necessidades dos alunos, aprimorando o desenvolvimento das

habilidades motoras fundamentais.

Na busca de suporte para possíveis soluções, será usada no

processo de intervenção pedagógica a utilização da ginástica olímpica como meio

de aperfeiçoar o desenvolvimento motor nos escolares da 5ª série que

apresentarem um déficit no desenvolvimento motor quanto às habilidades básicas e

para o aprendizado das habilidades específicas, fornecendo atividades onde os

alunos tenham a oportunidade de participarem plenamente habilidosos ou não.

Neste processo, a estratégia de ação é investigar o estágio de desenvolvimento de

dois padrões fundamentais de movimento, o de rolamento do corpo e apoios

invertidos dos alunos da 5ª série “B” e “C” da Escola Estadual Professor Paulo

Mozart Machado – EF, situada na Alameda Professor Jean Fumiere, nº 135, Uraí,

Núcleo de Cornélio Procópio. Atualmente, com 703 alunos. Os dados serão filmados

e posteriormente analisados conforme protocolo do Gallahue e Ozmun (2005). Os

resultados mostrarão em que estágio dos padrões de movimentos os alunos se

encontram. Diante dos resultados coletados, os alunos participarão de um programa

de ginástica olímpica específico para o desenvolvimento motor, que ao final serão

submetidos aos pós-testes para investigar se houve mudança no estágio dos

padrões fundamentais de movimentos e se a intervenção pedagógica por meio da

ginástica olímpica contribuiu ou não para o desenvolvimento motor desejado.

A opção pelos dois movimentos do conteúdo da ginástica olímpica,

o de rolamento do corpo e apoios invertidos dos alunos, foram por esses dois

movimentos serem considerados movimentos de estabilização, sendo que: “A

estabilidade é o aspecto mais fundamental do aprendizado de movimentar-se,

porque todo movimento envolve um elemento de estabilidade”. Gallahue (2005

p.228).

Outro motivo seria pela atividade de rolamento do corpo ser uma das

ações mais espetaculares da ginástica, o girar sobre si está presente em todas as

série do solo e dos aparelhos desde a mais simples até a mais complexa e o

rolamento do corpo também é considerado tanto movimento de locomoção com

estabilização.

Hostal, P. (1977 p.10), corrobora com a escolha quando afirma que:

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Em ginástica, o corpo se encontra geralmente em situações e em posições incomuns. É o momento de dominar os elementos sócio-afetivo: emoção, atenção e concentração. Na realidade, cada indivíduo tem em si reflexos de defesa que são com freqüência, opostos à atividade planejada e se traduzem por uma recusa inconsciente do movimento; bloqueio devido à timidez, à apreensão, ao medo. A ginástica nos ensina a enfrentar progressivamente, a partir de situações seguras, situações mais perigosas, a lutar para vencer sozinho a dificuldade do problema proposto, a superar e a sentir o prazer se dar-se vitorioso.

Como material de pesquisa nos capítulos seguintes serão

apresentado os seguintes tópicos:

No primeiro capítulo, serão relatados os fundamentos teórico-

metodológigos da Educação Física.

O desenvolvimento motor e a aprendizagem motora serão

abordados no segundo capítulo. Nele será analisado o desenvolvimento do aluno,

como se move, como se aprende e se manifesta.

No terceiro capítulo será referenciado o conteúdo da ginástica

olímpica contendo seu histórico e sua aplicação como prática pedagógica.

No quarto capítulo, será apresentada a estratégia de ação para a

intervenção pedagógica.

No quinto capítulo serão propostas as sugestões de atividades para

o desenvolvimento motor apropriado.

No sexto e último capítulo as considerações finais.

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CAPÍTULO 1

FUNDAMENTOS TEÓRICO-METODOLÓGICOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA

Os fundamentos teórico-metodológicos que referenciam as

Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica do Estado do Paraná

(2008) são orientados por uma abordagem histórica e crítica que prioriza a

concepção de conhecimento em suas dimensões científica, filosófica e artística.

Nela, a escola assume o seu papel básico de proporcionar ao aluno o acesso ao

conhecimento produzido pela humanidade vinculado pelos conteúdos das

disciplinas escolares com o objetivo de construir uma sociedade justa, onde as

oportunidades sejam iguais para todos. Ao definir qual a formação a escola quer

proporcionar ao aluno, ela contribui de forma responsável pela apropriação crítica e

histórica do conhecimento, como instrumento de compreensão das relações sociais

para a transformação da realidade. Dessa forma, a escolarização preocupa-se não

apenas com o saber como resultado, mas com o processo de sua produção e as

tendências de sua transformação com base no sujeito da escola pública, de onde

vem e quais os seus referenciais sociais e culturais.

Nesse sentido, a escola deve incentivar a prática pedagógica

fundamentada em diferentes metodologias que priorizem diferentes formas de

ensinar, aprender e avaliar.

Nas Diretrizes Curriculares da Rede Pública de Educação Básica

do Estado do Paraná, destaca-se a importância dos conteúdos disciplinares e do

professor como autor de seu plano de ensino.

É importante reconhecer que a Educação Física Escolar tem

dificuldades para definir a sua função na educação escolarizada, falta identidade

clara como uma área de conhecimento no que se refere à aprendizagem de

conhecimentos acadêmicos sobre o movimento nas dimensões e implicações

biológicas, psicológicas, sociológicas e culturais.

A histórica da Educação Física nos mostra o quanto ela foi

influenciada por mudanças teórico-metodológicas no decorrer dos anos, por vezes

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perdeu sua identidade para se adequar às tendências e concepções da época o que

a desqualificou como área de conhecimento, tornando-a uma disciplina coadjuvante

de atuação de subordinação e compensação das demais disciplinas, sendo

facultativa conforme os interesses de ordem administrativa e pessoal.

Segundo Shardakov (1978 apud DCE, 2008 p. 50) relata alguns dos

principais problemas que ainda hoje desqualifica a Educação Física como área de

conhecimento e compromete sua legitimidade:

•A persistência do dualismo corpo-mente com base científico-teórico da

Educação Física que mantém a cisão teoria-prática e dá origem a um aparelho

conceitual desprovido de conteúdo real, dentre eles o conceito a-histórico de esporte

e das suas classificações;

•A banalização do conhecimento da cultura corporal, pela repetição

mecânica de técnicas esvaziadas da valorização subjetiva que deu origem a sua

criação;

•A restrição do conhecimento oferecido aos alunos, obstáculo para que

modalidades esportivas, especialmente as que mais atraem às crianças e jovens,

possam ser apreendidas na escola, por todos, independentemente de condições

físicas, de etnia, sexo ou condição social;

•A utilização de testes e medidas padronizadas, não como forma de

acesso aos conhecimentos oriundos do esporte de rendimento, mas com objetivos

exclusivos de aferir o nível das habilidades físicas, ou como instrumentos de

avaliação do desempenho instrucional dos alunos nas aulas de Educação Física;

•A adoção da teoria da pirâmide esportiva como teoria educacional;

•A falta de uma reflexão aprofundada sobre o desenvolvimento da

aptidão física e sua contradição com a reflexão sobre a Cultura Corporal;

A Educação Física, deve ter clara a sua função no contexto da

educação escolarizada, interagir com as demais disciplinas curriculares e participar

efetivamente das discussões e decisões do projeto pedagógico da escola, como

uma disciplina que fornece sustentação aos seus procedimentos didáticos baseados

em fundamentação teórica.

Go Tani, em seu artigo de opinião, publicado na revista de Educação

Física da UEM, v. 19, n 2, p. 313-331, 3. Trim. 2008 com o título: Abordagem

Desenvolvimentista: 20 anos depois, afirma:

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É importante reconhecer que uma das grandes dificuldades para a EFE definir a sua função na educação escolarizada tem sido a falta de uma identidade clara da Educação Física como uma área de conhecimento. (TANI, 1991; TANI; MANOEL, 2004; TANI, 2007). Se olharmos o currículo escolar como um todo, observaremos que existe uma correspondência inequívoca entre as disciplinas curriculares e as respectivas áreas de conhecimento - por exemplo, entre o ensino da física e a Física, entre o ensino da matemática e a Matemática, e assim por diante. Isso quer dizer que, se eventualmente o ensino da física ou da matemática deixassem de fazer parte da grade curricular escolar, nem por isso a Física e a Matemática deixariam de existir como área de conhecimento.

Segundo o mesmo autor, a Educação Física tem seu objeto de

estudo próprio que é a aprendizagem do movimento e através do movimento, que

deve ser enfatizado em todos os mecanismos e fatores que afetam o seu

funcionamento, como o cognitivo, afetivo, social e motor.

TANI, G. (1991). Também descreve em: Perspectivas para a

Educação Física Escolar. Revista Paulista de Educação Física, v.5, n.1/2, p.61-69

que:

Entretanto existe uma outra dimensão da aprendizagem relacionada ao movimento, além da aprendizagem do e através do movimento, que é a aprendizagem sobre o movimento (figura 1), ou seja, a aquisição do corpo de conhecimentos racionais e objetivos sobre o movimento humano.

Figura 1: Diferentes tipos de aprendizagem relacionados ao movimento humano.

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APRENDIZAGEM

DO MOVIMENTO

ATRAVÉS DO MOVIMENTO

SOBRE O MOVIMENTO

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Com o questionamento sobre os problemas, o autor expõe sua visão

baseando-se em três pontos que julga essenciais para uma perspectiva melhor para

a Educação física escolar que é:

1- A conquista da autenticidade: com o desenvolvimento de um

corpo de conhecimento através de estudos e pesquisas para a sua utilização na

melhoria da qualidade da prática profissional;

2- A mudança de paradigma em relação ao movimento humano:

com uma prática diversificada e de complexidade que possibilita explorar ao máximo

a potencialidades motoras, respeitando as características individuais.

3- A definição da especificidade: definir a função da Educação Física

no desenvolvimento da criança no contexto educacional, estipulando o que cabe a

ela resolver e de que maneira.

Cabe ao professor o compromisso com o projeto de escolarização e

o domínio do conhecimento o que significa ter condições de analisar o atual modelo

de ensino e reconhecer os critérios educacionais adequados às expectativas e

necessidades dos alunos.

Assim, o ensino da Educação Física deve fazer parte do projeto

geral da escola, e como tal devidamente articulada ao projeto político pedagógico

ser norteada para um propósito maior de educação, buscando relações do

conhecimento teórico científico, conteúdos, metodologias, práticas e reflexões, para

a formação de um estudante capaz de reconhecer o próprio corpo, adquirindo uma

expressividade corporal consciente e refletir criticamente.

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CAPÍTULO 2

DESENVOLVIMENTO MOTOR

O desenvolvimento motor, como uma área de estudo é de grande

interesse para estudiosos e educadores, com origem no século XVIII, baseados em

duas disciplinas, a biologia e a psicologia, mas é, a partir de 1928 com os estudos

descritivos de Gesell e Mcdraw em 1935, bem como os trabalhos de Marry Shirley

em 1931 e Nancy Bailey em 1935 que segundo Gallahue, (p.6, 2005), forneceram

conhecimentos sobre a sequência da aquisição de habilidades motoras infantis.

É possível identificar pelo ciclo da vida do ser humano uma

sequência normal no processo de crescimento baseado nas mudanças

comportamentais observadas, onde há um progresso de movimentos simples e não

organizados para a realização de habilidades altamente complexas.

Para Gallahue (2008, p. 36) “Desenvolvimento motor é um processo

contínuo de mudanças ao longo do tempo que se inicia na concepção e cessa

somente na morte”.

O ser humano não nasce com a capacidade de movimentar-se já

desenvolvida, mas com um potencial a ser explorado com a aprendizagem do seu

domínio, ampliação e aperfeiçoamento.

Go Tani, (1988, p. 65) explica o desenvolvimento motor como sendo

um processo ordenado e seqüencial, em que a sequência dificilmente se altera, mas

a velocidade de desenvolvimento difere de indivíduo para indivíduo. Por mais que se

“treine” uma criança, ela jamais correrá antes de andar, mas no desenvolvimento do

andar e do correr, diferentes crianças apresentam padrões diferentes de

desenvolvimento no que se refere à velocidade.

Essa diferença na velocidade resulta da influência de fatores

biológicos e ambientais. Esse princípio do desenvolvimento motor possibilita a

identificação de várias fases características no decorrer do processo, o que

possibilitou a proposição de modelos descritivos sobre as mudanças de movimentos

no decorrer da vida.

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Os modelos teóricos que explicam o comportamento motor abaixo

apresentados são do Gallahue, (2005 p. 56).

O movimento observável pode ser agrupado em três categorias:

• Movimento de estabilidade;

• Movimento de locomoção;

• Movimento de manipulação;

A estabilidade refere-se a qualquer movimento que tenha como

objetivo obter a manter o equilíbrio em relação à força da gravidade. Assim,

movimentos axiais (outro termo, algumas vezes usados para os movimentos não-

locomotores) e posturas invertidas e de rolamento corporal são considerados

movimentos estabilizadores.

Movimentos locomotores referem-se a movimentos que envolvem

mudanças na localização do corpo relativamente a um ponto fixo na superfície.

Caminhar, correr, pular, saltitar ou saltar um obstáculo é desempenhar uma tarefa

locomotora. Em nosso uso, atividades como rolar para frente e para trás podem ser

consideradas tanto movimentos locomotores como movimentos estabilizadores:

locomotores porque o corpo está se movendo de um ponto a outro; estabilizadores

porque têm como objetivo a manutenção do equilíbrio em situação de equilíbrio

incomum.

Movimentos manipulativos referem-se à manipulação motora

rudimentar quanto à manipulação motora refinada. A manipulação motora

rudimentar envolve aplicar força sobre objetos ou receber força deles. As tarefas de

arremessar, apanhar, chutar e derrubar um objeto, bem como prender e rebater, são

movimentos manipulativos rudimentares. A manipulação motora refinada envolve o

uso complexo dos músculos da mão e do punho. Costurar, cortar com tesoura e

dirigir são movimentos manipulativos motores refinados.

Existem fases no desenvolvimento motor que se dividem em:

• Fase dos movimentos reflexivos;

• Fase dos movimentos rudimentares;

• Fase dos movimentos fundamentais;

• Fase dos movimentos especializados.

Gallahue (2005, p.57), no seu modelo de desenvolvimento motor

através do desenho de uma ampulheta, explica as fases do desenvolvimento

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reflexivo, rudimentar, fundamental e especializada conforme a idade demonstrada

na figura e seus estágios com características próprias de desenvolvimento para

cada idade.

Figura 2 – As fases do desenvolvimento motor.

A fase motora dos movimentos reflexivos vai da faixa etária

aproximada de: dentro do útero até 4 meses, onde o estágio de desenvolvimento

motor ocorre o estágio de codificação de informação; de 4 meses a 1 ano

compreende o estágio de decodificação de informação.

Fase motora rudimentar vai da faixa etária aproximada de: do

nascimento até 1 ano, onde ocorre o estágio de inibição; de 1 ano a 2 anos ocorre o

estágio de pré-controle.

Fase motora fundamental aproximadamente de: 2 a 3 anos com o

estágio inicial; de 4 a 5 anos com o estágio elementar e de 6 a 7 anos com o estágio

maduro de reflexo.

Fase motora especializadas de: 7 a 10 anos com o estágio

transitório; de 11 a 13 anos com o estágio de aplicação e de 14 anos acima com o

estágio de utilização permanente.

Na fase dos movimentos especializados, de 7 a 14 anos é onde se

encontram os alunos do ensino fundamental, onde nós professores de Educação

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Física temos a oportunidade de contribuir com o desenvolvimento motor apropriado

dos nossos alunos com os procedimentos de intervenção, baseados nos processos

de desenvolvimento do comportamento humano, vistos sobre o âmago da

educação, na sala de aula, quadra de esporte ou no campo.

A fase especializada ocorre em três estágios, segundo Gallahue

(2005):

• Estágio de transição;

• Estágio de aplicação;

• Estágio de utilização permanente.

O estágio de transição dos 11 aos 13 anos é caracterizado pelo

início da tentativa de refinamento e combinação de padrões motores maduros.

Nesta fase, nos seus 7 ou 8 anos para a criança não há limite a um esporte, e as

crianças líderes começam a enfatizar a precisão e as habilidades nos jogos e em

atividades de grande variedade de movimento no esporte.

No estágio de aplicação, o indivíduo passa a ter noção dos seus

limites e concentra-se em certos esportes. Nesse momento a ênfase está nas

competências. O treino é o alicerce para o desenvolvimento de níveis superiores de

habilidades. É nesse estágio que os padrões de movimento característico do

iniciante, no estágio de transição, se refinam.

No estágio de utilização permanente, por volta dos 14 anos, os

indivíduos buscam participar de atividades competitivas, recreativas ou da vida

diária regularmente, restringindo sua área de busca atlética. Muitas atividades são

escolhidas com interesses pessoais.

2.1 APRENDIZAGEM MOTORA

Segundo Afonso apud Schmitdt (2005, p.1),” aprendizagem motora

são mudanças em processos internos que determinam a capacidade de um

indivíduo para produzir uma tarefa”, tendo como objetivo facilitar ao praticante a

meta determinada.

Complementando, Go Tani (1988), diz que o processo de

aprendizagem motora necessita de prática sistemática para que as habilidades

sejam adquiridas e aperfeiçoadas, uma situação específica é andar de bicicleta. A

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maioria dos adultos sabem andar de bicicleta. Muitas vezes o fazem, ouvindo

música, cantando, conversando e assim por diante. Porém caso a pessoa não tiver

a prática sistemática, ela nunca saberá andar de bicicleta é o caso de adultos que

não sabe andar de bicicleta, pela falta de aquisição de habilidade motoras e pelo

controle de movimento adquiridos pelo “treino”.

A Aprendizagem Motora, como área de estudo, procura explicar o que

acontece internamente com o indivíduo, quando passa, por exemplo, de um

estado em que não sabia andar de bicicleta para um estado em que o faz

com muita proficiência. É, portanto uma área de estudo preocupada com a

investigação dos mecanismos e variáveis pela mudança no comportamento

motor de um indivíduo. (Go Tani, l988 p. 91).

Ainda sobre a aprendizagem motora, segundo Go Tani, (1988),

qualquer aprendizagem visa à obtenção de respostas corretas, porém a

aprendizagem motora é entendida como um processo de soluções dos problemas

motores que é contínuo e normalmente, as primeiras tentativas de execução

resultam em erros de performance. Com base no mecanismo de detecção e

correção dos erros, o processo é repetido até a obtenção do objetivo ou da

avaliação do problema. Para o professor, os erros cometidos pelos alunos, fornecem

informações importantes que o possibilita reverem os objetivos e os métodos

pedagógicos adotados para a efetivação da aprendizagem.

Neste aspecto, o processo de ensino de habilidades motoras é

muito importante o que Go Tani (1988, p.93) denomina de feedback, ou seja,

informações, basicamente visuais, sobre o resultado do movimento.

Na fase inicial da aprendizagem, os alunos percebem que algo está

sendo executado erradamente, porém muitas vezes são incapazes de detectar as

origens e as características dos erros cometidos.

O acompanhamento do professor no processo de aprendizagem tem

a função de auxiliar o feedback dos alunos, para que eles possam ser capazes de

identificar que o movimento não foi executado conforme o desejado e assim

introduzir mudanças que possam corrigir os erros nas próximas tentativas.

Para que o professor desempenhe adequadamente esta função é

necessário que o mesmo tenha conhecimento sobre o mecanismo da performance

humana e do processo de aprendizagem motora.

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CAPÍTULO 3

GINÁSTICA OLÍMPICA COMO INTERVENÇÃO PEDAGÓGICA PARA O DESENVOLVIMENTO MOTOR

A proposta é utilizar a ginástica olímpica como meio e não fim de

aperfeiçoar o desenvolvimento motor nos escolares da 5ª série, quanto às

habilidades básicas e para o aprendizado das habilidades específicas, fornecendo

atividades onde os alunos tenham a oportunidade de participarem plenamente,

habilidosos ou não, de forma lúdica e prazerosa.

Nas Diretrizes Curriculares de Educação Física (2008, p.67),

entende-se que a ginástica deve dar condições ao aluno de reconhecer as

possibilidades de seu corpo, ou seja, a ginástica em suas diversas formas devem

ser objetos de ensino nas aulas de Educação Física.

A implementação deste trabalho na escola tem como norteadores as

Diretrizes Curriculares de Educação Física (2008), que propõem que o conteúdo de

ginástica, deve cumprir um papel verdadeiramente educativo, devendo sua

organização levar em consideração: a origem da criança; o seu desenvolvimento e

não o adestramento; a valorização da criança no contexto social; evitar exercícios

mecânicos, repetitivos, extraídos de um rol de receitas, evitando a reprodução, sem

o entendimento e o ensino da história e a evolução da ginástica.

A prática pedagógica será por meio da criação espontânea de

movimentos, coreografias, jogos, brincadeiras e exercícios direcionados para o

desenvolvimento motor, baseadas em pesquisas bibliográficas.

O procedimento consistirá em fazer evoluir os comportamentos já

existentes, melhorando a eficácia dos aspectos cognitivos, afetivos e motores.

Philippe Hostal em seu livro Pedagogia da Ginástica Olímpica (1977

p.10), relata a importância da ginástica, quando afirma que:

Com efeito, a ginástica põe a criança em relação com seu próprio corpo, permite-lhe descobrir diversos segmentos, exercer o jogo das articulações, sentir e realizar melhor os vários movimentos que elas desencadeiam É uma conscientização geral da existência do corpo, dos deslocamentos em um espaço onde as distâncias, os intervalos, as direções e os sentidos são avaliados e controlados. Uma relação se estabelece entre as durações e as

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intensidades das atividades que se sucedem até constituir, dentro do equilíbrio entre ritmo e desgaste de energia, a harmonia que dá vida ao movimento.

Os materiais citados nas atividades poderão ser adaptados quando

não forem disponíveis na escola, bem como a intensidade e o volume das atividades

deve ser controladas pelo professor no momento de sua aplicação com os alunos. A

utilização dos espaços para a prática pode ser em locais livres como pátios,

campos, entre outros.

A ginástica olímpica é uma modalidade esportiva composta por

elementos técnicos e uma grande variedade de movimentos. A ginástica se baseia

em movimentos corporais que envolvem balançar, saltar, apoiar, onde o domínio

das movimentações básicas é fundamental. Exige de seus professores

conhecimento sobre a aprendizagem motora, desenvolvimento motor, psicologia,

pedagogia, fisiologia do exercício entre outras.

Para a prática da ginástica é essencial, que a fase de iniciação seja

bem trabalhada, onde os iniciantes deverão ter uma boa base dos movimentos para

gradativamente aumentar seu nível de dificuldade. Por isso é necessário um grande

aprofundamento teórico e uma boa metodologia de ensino, baseada na faixa etária

do aluno, nas experiências anteriores, no grau de coordenação na maturação que

permita ao professor sistematizar a prática de forma coerente e progressiva.

Segundo Go Tani (2002, apud Aleixo & Vieira, 2004), o conteúdo da

ginástica olímpica deve se encaixar às características da criança, à tarefa e ao

ambiente social de maneira que o esporte seja um fator de inserção e não de

exclusão.

Faz-se necessário conhecer um pouco da história da modalidade,

para que possamos dar a devida importância à atividade como uma forma de

aumentar a eficiência e o controle corporal e desenvolver as habilidades motoras.

3.1 HISTÓRICO DA GINÁSTICA OLÍMPICA

A ginástica de solo era praticada em danças sacras por civilizações

antigas, sendo praticada por Saltimbancos. Por serem praticadas por pessoas das

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classes baixas, para diversão de seus amos, sofreu discriminação durante um

grande período.

A ginástica olímpica, nome popularizado no Brasil e oficializado e

publicado no Diário Oficial da União de 16 de março de 1979, também conhecida

por: ginástica de solo e aparelhos, ginástica em aparelhos, ginástica desportiva e

ginástica artística.

A ginástica olímpica teve sua origem propriamente dita com Johann-

Friedrich-Ludwing-Christoph-Jahn, que adotou o prenome de Friedrich, filho de

pastor protestante, nasceu em Lanz, nas Cercanias de Lenzen, em 11 de agosto de

1778 e morreu a 15 de outubro de 1852, em Freyburg tido como propagador da

ginástica em aparelhos pelo mundo inteiro, sendo considerado o “Pai da Ginástica

Olímpica”, inventor da barra fixa, paralelas, cavalo com alças e carneiro. Sua

ginástica era militarista, visando formar homens capazes de defender a Pátria. A

atividade de Jahn foi proibida na Alemanha por motivos políticos, sua participação

na preparação e na execução da luta nacional de libertação contra o domínio

napoleônico, em 1813/1815 fez com que os voluntários engajassem um movimento

de oposição, visando à construção da unidade alemã, assim Jahn foi vítima de

perseguição e acusado de conspiração como revolucionário de direita e de fazer

propaganda subversiva à nação, ficando detido por cinco anos.

Publio (2002 p. 45) explica a importância de Jahn para a Educação

Física no mundo e principalmente nos Estados Unidos quando relata que a prisão

de Jahn foi uma explosão para o movimento Turnen. O engajamento por demais

político de Jahn e de sua ginástica originou o “Bloqueio Ginástico” na Alemanha, de

1820 a 1842. Durante esse período, diversos alemães emigraram para o mundo,

difundindo a ginástica de Jahn com uma forte inclinação e disciplina para exercícios

físicos sistemáticos.

A origem da ginástica olímpica no Brasil teve seu início com a

colonização alemã no Rio Grande do Sul, em 1824. A ginástica fazia parte das

festas das colônias.

Com os objetivos de formação moral, conservar e aprimorar a força

física da juventude e, ao mesmo tempo, cultivar uma harmonia social, junto com

uma recreação útil, foi fundada a mais antiga sociedade de ginástica da América do

Sul em Joinville-SC, em 16 de novembro de 1858, denominada “Sociedade

Ginástica de Joinville” (PÚBLIO p.177).

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Em 1832, foi fundada a primeira Sociedade Federal de Ginástica, na

Suíça. A Federação Internacional de Ginástica (FIG) teve inicio com quatro

federações , em 1881, e possui hoje mais de uma centena de filiados é ela quem

organiza as competições, sendo seis aparelhos para o sexo masculino (solo, cavalo

com ações, argolas, salto sobre o cavalo longitudinal, barras paralelas e barra fixa) e

quatro para o sexo feminino (salto sobre o cavalo transversal, paralelas

assimétricas, trave de equilíbrio e solo com acompanhamento musical).

No Paraná a ginástica teve início em Rolândia, no norte do estado,

na década de 50, sob influência dos colonos alemães. As aulas eram ministradas no

ginásio do clube de Rolândia e tinha como objetivo a preparação física e a

recreação.

Nos anos 70, a professora Lia Lima em Jacarezinho, os Professores

Viscélia Florenzano e Eduardo Arraia em Curitiba e a professora Elci Bittencourt, em

Paranavaí, difundiram a ginástica olímpica no Estado.

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CAPÍTULO 4

ESTRATÉGIA DE AÇÃO

Neste capítulo será apresentado para implementação pedagógica, a

estratégia de ação que será utilizada, a função do professor e atividade da criança,

método pedagógico e estudo progressivo de uma atividade e o material para a

prática da ginástica olímpica.

4.1 PÚBLICO ALVO

O presente estudo ocorrerá na Escola Estadual Professor Paulo Mo-

zart Machado – EF, situada na Alameda Professor Jean Fumiere, nº 135, Uraí, Nú-

cleo de Cornélio Procópio. Atualmente, conta com 703 alunos matriculados.

A turma que participará da implementação da proposta pedagógica

será de 5ª série, turma “B” com 30 alunos, 14 meninos e 16 meninas com idade de

10,11 e 12 anos e a 5ª série “C” com 29 alunos, sendo 12 meninas e 17 meninos de

10, 11,12 e 14 anos, ambas do período vespertino. Os testes serão aplicados em to-

dos os alunos, sendo divididos em dois grupos: um “grupo de controle” onde os alu-

nos serão avaliados, porem não participarão do processo de intervenção pedagógi-

ca e um “grupo da prática” que também serão avaliados e participarão da interven-

ção pedagógica com atividades da ginástica olímpica.

4.2 PROCEDIMENTOS

O objetivo é investigar o estágio de desenvolvimento de dois pa-

drões fundamentais de movimento, o de rolamento do corpo e apoios invertidos dos

alunos da 5ª série “B” e “C”. Os dados serão filmados e posteriormente analisados,

conforme protocolo do Gallahue e Ozmun (2005), para a classificação de indivíduo

nos estágios inicial, elementar e maduro, pela professora e por uma acadêmica de

Educação Física da Universidade Estadual de Londrina, com experiência nos testes

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a serem aplicados. Os resultados mostrarão em que estágio dos padrões de movi-

mentos os alunos se encontram. Diante dos resultados coletados, os alunos partici-

parão de um programa de ginástica olímpica específico para o desenvolvimento mo-

tor, que ao final serão submetidos aos pós-testes para investigar se houve mudança

no estágio dos padrões fundamentais de movimentos. A partir dos resultados obti-

dos, será feita a análise para verificar se a intervenção através da ginástica olímpica

contribuiu ou não para o desenvolvimento motor desejado.

4.3 SEQUÊNCIA PARA A REALIZAÇÃO DAS ATIVIDADES

Em meados de agosto, data para o retorno do professor PDE na

escola, será realizado os primeiros testes, nas duas turmas 5ª série “B” e “C”. Na

sequência serão ministradas as aulas da intervenção pedagógica somente na 5ª

série “B” “grupo da prática” e a 5ª série “C’” grupo de controle”, só participará

novamente no final da intervenção pedagógica, quando será realizado os pós-testes

em ambas as turmas. Os dados coletados serão analisados para a verificação dos

resultados com a intervenção e sem a intervenção. As aulas para o “grupo da

prática” serão alternadas, sempre uma do conteúdo básico da 5ª série e duas aulas

de ginástica olímpica, sendo que as aulas do “grupo de controle” serão do conteúdo

básico da 5ª série. Ao todo serão em torno de trinta e duas aulas de intervenção

pedagógica com cinquenta minutos cada.

4.4 OS TESTES A SEREM APLICADOS

As duas tabela a seguir, a da seqüência de desenvolvimento para

rolamento do corpo e da seqüência de desenvolvimento para apoios invertidos foi

criada de acordo com Gallahue (2005), para os estágios do desenvolvimento inicial,

elementar e maduro e adaptada com o período aproximado de idade de

desenvolvimento para cada estágio para maior compreensão.

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SEQUÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO PARA ROLAMENTO DO CORPO

Figura 3 – fonte Gallahue, 2008, p.233.

ESTÁGIO INICIAL

1- Cabeça entra em contato com a superfície.

2- Corpo curvado em posição “C” solta.

3- Inabilidade para coordenar o uso dos braços.

4- Não consegue rolar para trás ou para as laterais.

5- Curva-se para a posição “L” depois de rolar para frente.

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ESTÁGIO ELEMENTAR

1- Depois de rolar para frente, as ações parecem segmentadas.

2- Cabeça conduz a ação em vez de inibi-la.

3- Topo da cabeça ainda toca a superfície.

4- Corpo curvado em posição “C” apertada no início da rolagem.

5- Curva-se para a posição “L” ao completar a rolagem.

6- Auxilio das mãos e dos braços sem técnica, mas fornecendo ligeiro impulso.

7- Pode executar apenas uma rolagem de cada vez

ESTÁGIO MADURO

1- Cabeça conduz a ação.

2- Parte de trás da cabeça toca a superfície bem levemente.

3- Corpo permanece em “C” apertado durante todo o movimento.

4- Braços auxiliam na produção de força.

5- Impulso do movimento leva a criança à posição inicial.

DIFICULDADES DE DESENVOLVIMENTO

1- Cabeça tocando superfície fortemente

2- Falha em curvar suficientemente o corpo

3- Inabilidade de empurrar o corpo com os braços

4- Empurrar o corpo com um só braço

5- Falha em manter-se em posição fletida

6- Inabilidade de executar rolagens consecutivas

7- Sentir tontura

8- Falha em rolar em linha reta

9- Impulso insuficiente para completar o rolamento.

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SEQUÊNCIA DE DESENVOLVIMENTO PARA APOIO INVERTIDO.

Figura 4 – fonte Gallahuer, 2008, p.233

ESTÁGIO INICIAL

1- Capaz de manter, em nível básico, posição de equilíbrio em três apoios.

2- Capaz de assumir posturas de três apoios, invertidas por três segundos.

3- Sensação sinestésica insuficiente para partes do corpo não vistas.

4- Controle de movimentos minimamente coordenados.

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ESTÁGIO ELEMENTAR

1- Pode manter equilíbrio controlado em três apoios e dois apoios inferiores de

contato com a superfície.

2- Capaz de manter equilíbrio por três segundos ou mais, com frequência e breve

adição de outro ponto de equilíbrio.

3- Gradual melhora na monitoração de partes do corpo não vistas.

ESTÁGIO MADURO

1- Boa posição do contato com a superfície.

2- Bom controle da cabeça e do pescoço.

3- Boa sensação sinestésica de localização de partes do corpo.

4- Parece estar com bom controle do corpo.

5- Mantém equilíbrio em posição de dois e três apoios em nível baixo e elevado por

três segundos ou mais.

6- Sai da postura estática sob controle.

DIFICULDADES DE DESENVOLVIMENTO

1- Inabilidade para sentir acuradamente localização e posição de partes do

corpo não vistas.

2- Inabilidade para manter a linha de gravidade dentro da base de apoio.

3- Base de apoio anadequada ou exagerada.

4- Excessivo esforço de equilíbrio pela transferência do peso corporal muito para

a frente.

5- Falta de habilidade para permanecer na posição de equilíbrio invertido por

três segundos ou mais.

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4.5 FUNÇÃO DO PROFESSOR E A ATIVIDADE DA CRIANÇA

Figura 5: Hostal, P (1977 p.15)

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4.6 MÉTODO PEDAGÓGICO E ESTUDO PROGRESSIVO DE UMA ATIVIDADE

Figura 6: Hostal, P (1977) p. 14)

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4.7 MATERIAL PARA A PRÁTICA DA GINÁSTICA OLÍMPICA

A relação abaixo apresentada tem o objetivo de conhecimento dos materiais utilizados para a prática da ginástica olímpica e sua possível adaptação por material alternativo adequado ao uso escolar.

Figura 7: Hostal, P. p.30

Figura 8: Hostal, P. p.31

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CAPÍTULO 5

SUGESTÕES DE ATIVIDADES DE GINÁSTICA OLÍMPICA PARA A 5ª SÉRIE DO ENSINO FUNDAMENTAL.

Na tentativa de elaborar uma metodologia sistematizada no

conteúdo da ginástica, contemplados nas Diretrizes Curriculares, e nos referenciais

teóricos no qual tem como relevante o desenvolvimento motor, afetivo e cognitivo,

buscou-se organizar sugestões de atividades inseridas no contexto social. Serão

abordados no primeiro momento, atividades de forma lúdica visando a obtenção da

familiarização e intimidade com a ginástica olímpica. Nesta fase outro objetivo é

buscar trabalhar a força de impulsão e força de apoio antes de iniciar o processo de

aprendizagem, do contrário, ocorre o risco de que, o sucesso da aprendizagem seja

notado em poucos alunos.

Para a segunda fase as atividades se concentram em treinamento

científico e especializado, onde as progressões pedagógicas buscam o

aperfeiçoamento das ações motoras que serão utilizadas nos comportamentos já

existentes, podendo, transformar-se pela prática diferenciada e ganhar em

eficiência.

Para a fase final da intervenção as atividades serão de

enriquecimento por meio de ligações onde os movimentos são combinados com

outros, formando séries mais complexas no solo.

As ações mais características no solo são: rolar, saltar, amortecer,

passar pelo apoio invertido, manter equilíbrio, deslocar-se em bipedia e passar

próximo ao solo. Se integramos estas diferentes ações pelo menos uma vez, ( e

para rolar, em diferentes sentidos ) teremos uma série simples, porém completa.

Alguns exemplos como: exercícios em série de duas ou mais

ações, com situações variadas e com dificuldades crescente , série curta com pouco

material e série longa, estarão nas sugestões de atividades.

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SUGESTÕES DE ATIVIDADES

5.1 FORMAS LÚDICAS DE ATIVIDADES EM GINÁSTICA OLÍMPICA

ATIVIDADE 1EM CIMA DO APARELHO ESTÁ SALVO

Figura 9: Francisco, W.P. p.86

Organização:Montam-se pela quadra (ou espaço disponível), dispersos plintos ou barcos

(ou similares) de várias alturas e dimensões. Os alunos estão sentados entre estes

aparelhos. Um aluno é designado caçador.

Execução:Ao sinal do professor, os alunos movimentam-se livremente entre os

aparelhos, a um novo sinal, todos procuram “salvar-se” o mais rápido possível para

cima de um aparelho, trepando ou saltando. Quem não o faz a tempo ou não arranja

lugar é agarrado. Designa outro caçador na corrida seguinte.

Qual é o caçador que consegue agarrar o maior número de alunos?

Variação: Quem for agarrado é o próximo pegador.

Quem for agarrado, vira pegador também e assim sucessivamente até o

último a ser pego.

Dança dos bancos, vai retirando os bancos até ficar um, estipula quantos

pessoas por banco.

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ATIVIDADE 2TROQUEM DE BANCO!

Figura 10: Francisco, W.P. p.86

Organização:Colocam-se 4 bancos (ou cadeiras) a formar um circulo. Divide-se a turma

nos bancos. Estes alunos sentam-se sobre os bancos.

Execução:De acordo com a direção apontada pelo braço do professor que se encontra

fora do circulo, os alunos que se encontram no lado oposto, trocam de lugares.

Variações:a) Os alunos têm de transpor primeiro o banco e depois passar por baixo

dele.

b) A troca é feita engatinhando.

c) Os alunos estão em competição entre si. A troca dos bancos é feita no

sentido dos ponteiros do relógio.

d) Os bancos são dispostos na forma de um quadrado, a turma dividida em

quatro grupos, cada grupo deverá ficar sentado em um banco e ao sinal do

professor trocam de banco, tentando se livrar do pegador, quem for pego será o

próximo pegador.

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ATIVIDADE 3GATO E RATO UTILIZANDO APARELHOS

Figura 11: Francisco, W.P. p.80

Organização:Os alunos formam um círculo. Entram os alunos neste círculo, montam-se

também alguns aparelhos. Um aluno é nomeado pelo professor, o rato e o outro o

gato.

Execução:Ao sinal do professor, o gato sai e tenta pegar o rato, esse terá que correr por

fora do círculo dos alunos e transpor os aparelhos (banco, cadeira, caixa) por baixo

ou entre eles, até chegar ao seu lugar de origem.

Variação:Se o gato agarrar o rato, este será o rato.

O gato tem que passar por cima dos obstáculos para pegar o rato.

ATIVIDADE 4ESTAFETA “ENGATINHA” SOBRE BANCOS SUECOS

Figura 12: Francisco W.P. p.38

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Organização:Os alunos formam colunas atrás dos bancos (muretas ou similares) dispostos

longitudinalmente. O número de grupos depende do número de bancos existentes.

Se houver apenas um banco, dá-se a competição por tempo.

Execução:Os alunos percorrem o banco engatinhando e regressam por meio de corrida

(ao lado do banco, no chão) ao seu grupo, onde batem na mão do seguinte como

sinal de partida.

Qual é o grupo que atravessa mais depressa o banco engatinhando?

ATIVIDADE 5CORRIDA EM GRUPO COM PASSAGENS ENTRE CAIXAS DE PLINTO.

Figura 13: Francisco W.P. p.36

Organização:Os alunos formam colunas atrás de uma linha, a frente de cada grupo, plintos

dispostos no sentido longitudinal , mais adiante um bastão ou outro marco qualquer.

Execução:Ao sinal do professor, o grupo de alunos, passam por dentro dos “obstáculos”

(da forma que quiser, mas utilizando as mãos), saem correndo até tocar o bastão ou

o marco final.

Qual é o grupo que termina primeiro o percurso?

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Variação:A partida pode ser dada individualmente. Um a um corre e passa pelo

“obstáculo”. Vai até o marco e retorna correndo por fora tocando a mão do

companheiro para que ele inicia o percurso e assim sucessivamente até o último.

Qual o aluno mais rápido?

ATIVIDADE 6ESTAFETAS DE IDA, COM OU SEM TRANSPORTE DE APARELHOS

PORTÁTEIS, SOBRE BANCOS SUECOS

Figura 14: Francisco W.P p. 39

Organização: Alunos são colocados em frente a dois bancos ligados a uma extremidade

mais alto.

Execução:Com a bola de medicine ball (ou similar) percorrer o obstáculo de uma

extremidade a outra, em estafeta de uma só ida.

Qual das equipes termina primeiro a sua tarefa?

Variações:a) Os alunos em equilíbrio sobre os bancos, de mãos livres.

b) A bola é transportada sobre a cabeça.

c) A bola é rolada enquanto se faz o percurso.

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ATIVIDADE 7ESTAFETAS COM OBSTÁCULOS

Figura 15: Francisco W.P. p. 40

Organização:Montam-se dois percursos utilizando a barra ou a trave do gol.

Execução:O primeiro de cada grupo sai percorrendo o obstáculo pendurado pelas mãos

e retornar para seu grupo, saindo o segundo e assim sucessivamente até o último.

Qual grupo é mais rápido?

Variação:A corrida pode ser do grupo todo, sendo para isto que o segundo do grupo só

começa a correr quando o primeiro já transpôs o percurso e assim sucessivamente.

ATIVIDADE 8CORRIDA DE BANCOS

Figura 16: Francisco, W.P p.38

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Organização:Colocam-se 4 bancos dispostos em quadrado, dois no chão e dois sobre os

dois bancos (em sua extremidade). Os alunos em dois grupos.

Execução:Dar a volta nos bancos, transpondo-os ora engatinhando, ora saltando sobre

eles. Um aluno por vez.

Vence a equipe que for mais rápida.

Variações:a) Pode sair o grupo todo ao mesmo tempo.

b) Pode sair um de cada grupo ao mesmo tempo.

c) Pode sair um de cada grupo ao mesmo tempo mais em direção contrária.

ATIVIDADE 9ENGATINHAR SOBRE O BANCO SUECO TRANSPONDO OBSTÁCULOS

Figura 17: Francisco W. P. p 90

Organização:Dois bancos dispostos á frente de cada grupo longitudinalmente. O número

de grupos depende do número de bancos. Sobre os bancos estão bolas de medicine

ball e arcos (seguros pelos alunos).

Execução:Ao sinal do professor, o primeiro de cada grupo sai engatinhando sobre o

banco, passa pelos arcos e sobre as bolas sem derrubá-las.

Vence a equipe que terminar primeiro. Se derrubar um obstáculo, recoloca-o

no lugar e volta para o início do banco.

Variações:a) Pode ser feito o trajeto em pé.

b) Pode sair o grupo todo de uma vez, um a frente do outro.

c) O percurso pode ser feito de costas para o final do banco.

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ATIVIDADE 10ROLAR E DAR CAMBALHOTAS SOBRE COLCHÕES

Figura 18: Francisco W. P. p.35

Organização:Colocam-se os colchões em fila, em sentido longitudinal. Os alunos em fila.

Execução:Rolar lateralmente sobre os colchões.

- Qual o grupo mais rápido?

- Qual o aluno mais rápido?

- Outro jeito de rolar.

ATIVIDADE 11TRANSPONDO BANCOS SUECOS COM CAMBALHOTAS

Figura 19: Francisco, W.P. p.43

Organização:Coloca-se um banco e à sua frente colchão, mais adiante, outro banco e mais

colchões. Os alunos poderão estar em uma fila inicialmente e após em duas filas.

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Execução:Os joelhos sobre o banco apóiam as mãos no colchão e fazem uma

cambalhota.

ATIVIDADE 12ESTAFETAS COM OBSTÁCULOS

Figura 20: Francisco W. P. p.36

Organização:Colocam-se bancos em linha reta. Os alunos poderão estar em uma fila.

Execução:De joelhos apóiam as mãos no chão e engatinhando passam por baixo dos

bancos fazendo o movimento de zigue zague por entre os bancos.

Qual o grupo que atravessa mais depressa os bancos engatinhando?

ATIVIDADE 13CORRIDA DENTRO DOS OBSTÁCULOS

Figura 21: Francisco W.P p.36

Organização:Colocam-se caixas em linha reta. Os alunos poderão estar em uma fila.

Execução:Os alunos percorrem os obstáculos passando por dentro das caixas

Qual é o grupo que atravessa mais depressa?

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ATIVIDADE 14CORRIDA DE OSBSTÁCULOS

Figura 22: Francisco W.P. p.36

Organização:Montam-se dois percursos conforme o desenho acima.

Execução:O primeiro de cada grupo sai correndo, transpondo o primeiro obstáculo,

passando-o por cima e o segundo por baixo e retorna para o seu grupo.

ATIVIDADE 15CORRIDA DOS BANCOS

Figura 23: Francisco, W.P. p. 36

Organização:Colocam-se os bancos dispostos longitudinalmente com espaços curtos entre

eles. Os alunos formam fila atrás de uma linha.

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Execução: Ao sinal do professor, os alunos saem correndo, passando por cima dos

bancos, até o marco.

Qual é o grupo que termina primeiro o percurso?

Variações:Passar pelos bancos engatinhando.

Passar pelo banco em apoio invertido.

Passar pelos bancos em dupla.

Passar por baixo dos bancos

ATIVIDADE 16PASSAR PELO BANCO EM ZIQUE ZAQUE

Figura 24: Francisco, W. P. p.38

Organização:Colocam-se os bancos dispostos em linha reta, com espaços entre eles. Os

alunos formam fila atrás de uma linha.

Execução:Os alunos do grupo saem, saltando por cima do banco, nos dois sentidos ora

para a direita e ora esquerda, fazendo um movimento de zique zaque. E assim, até

todos, passarem pelos obstáculos.

Qual o grupo mais rápido?

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ATIVIDADE 17SUBIR E DESCER MONTANHA

Figura 25: Francisco W.P. p. 38

Organização:Um plinto na posição transversal, dois bancos suecos, um em cada

extremidade e levada até o topo do plinto (aclive e declive). Os alunos em grupos.

Execução:Um aluno por vez, sobe pelo banco engatinhando e desce pelo outro lado,

também engatinhando, toca o solo e retorna pelo mesmo trajeto, após tocar a mão,

o próximo do grupo sai.

Quem é mais rápido?

Qual grupo mais rápido?

5.2 FORMAS MOTORAS DE ATIVIDADES EM GINÁSTICA OLÍMPICA

Neste item as atividades são agrupadas seguindo um progressão pedagógica

baseada na prática docente e que foi adaptada conforme a proposta por Jacques

Leguet em seu livro As Ações Motoras Em Ginástica Esportiva, que tem o objetivo

de abordar o conteúdo motor considerando os problemas observados nas situações

do rolamento do corpo e do apoio invertido, estruturando às atividades para uma

melhor adaptação e eficiência.

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ROLAMENTO DO CORPOCaracterísticas típicas de todos os movimentos de rolamento no solo são:

1) O corpo na fase principal é enrolamento semelhante a uma bola, o queixo

deve estar encostado no peito.

2) As mãos apóiam na largura dos ombros, enquanto os dedos apontam para

frente (levemente oblíquo para fora).

3) A pressão principal é amortecida pelos braços, para que o rolamento possa

ser efetuado sobre a nuca e costas arredondadas.

4) As mãos pressionam o solo e impulsionam rapidamente à posição à frente, a

fim de alcançar a posição firme com pernas grupadas sem outro apoio no solo.

5) No rolamento para trás, as mãos devem ser colocadas o mais cedo possível

ao lado da cabeça para contrabalançar a pressão sobre a parte posterior da cabeça.

No rolamento de peixe ou rolamento saltado mantém as mesmas

características do rolamento, apenas na fase principal o corpo é esticado até um

ângulo perna - tronco de 90-130 graus. Os braços estendidos serão levados com

amplitude para frente, a vista é dirigida para o lugar onde se efetuará o movimento.

ERROS COMUNS NO ROLAMENTO PARA FRENTEa) Joelhos afastados;

b) Ao levantar cruzar as pernas;

c) Não grupar o corpo suficiente ao executar o rolamento;

CORREÇÃO DOS ERROSa) Colocar um lenço entre o queixo e o peito;

b) Prender uma bola entre os joelhos;

c) Lançar a bola por entre as pernas;

d) Dar as mãos ao companheiro.

O rolamento de acordo com a postura pode ser grupada, carpada,

estendida, intermediária (puck) pernas afastada.

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Grupado Carpado Estendido Puck Pernas fastadasFigura 26. Leguet, J. p. 68

Quanto ao sentido da ação pode ser para frente, para trás, lateralmente e

longitudinalmente.

Para frente Para trásFigura 27: Francisco, W. P. p.42 Figura 28: Francisco, W. P. p.47

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Lateralmente LongitudinalmenteFigura 29: Leget, J. p.79 Figura 30: Leget, J. p.71

ROLAMENTO PARA FRENTEATIVIDADE 1

GANGORRINHAS

Figura 31: Leguet, J. p.70

Organização: Os alunos livremente dispostos pela quadra, de frente aos colchões.

Execução:

Em decúbito dorsal, fazer o movimento de gangorra.

ATIVIDADE 2CAMBALHOTA SOBRE UM PLANO INCLINADO

Figura 32: Francisco, W.P. p.42

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Organização:Os alunos em fila, a sua frente um colchão com uma das extremidades

elevadas, estando sobre um caixote ou pinto (ou similar).

Execução:Um aluno por vez apóia as mãos na parte mais elevada e rola até a parte

mais baixa.

ATIVIDADE 3ROLAR A PARTIR DO CARRINHO DE MÃO

Figura 33: Francisco, W. P. p.42

Organização:Os alunos em duplas, à sua frente, um colchão.

Execução:Um dos alunos da dupla segura o outro na altura das coxas. O que for seguro

apóia as mãos no solo (carrinho de mão). Caminhar até o colchão, soltar as pernas,

este rolará sobre o colchão.

Após, realizar o movimento proposto, inverter as posições da dupla.

Variações: A dupla, poderá percorrer uma distância pequena estipulada pelo professor e

no final rolar sobre o colchão.

A partir do carrinho de mão, o aluno que está sendo carregado, passar para o

apoios invertidos, com o auxílio do companheiro.

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ATIVIDADE 4ELEVAR AS PERNAS

Figura 34: Leguet, J. p. 104

Organização:Os alunos em fila, agacham e deitam nos colchões (ou no solo mesmo), em

sentido longitudinal.

Execução:a) Elevar uma perna e retornar.

b) Elevar as duas pernas e retornar.

c) Elevar as duas pernas e mantê-las elevadas por alguns instantes.

d) Elevar as duas pernas, passando-as por dentro do arco.

ATIVIDADE 5ROLAR APÓS O ESPAÇO

Figura 35: Leguet, J. p.73

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Organização:Os alunos em fila. Dois colchões em sentido longitudinal (quanto mais

espesso melhor), com um espaço entre eles.

Execução:Saltar de um colchão para outro, ultrapassando o espaço, amortecer com os

braços a rolar à frente.

ATIVIDADE 6ROLAMENTO COM SAÍDA E CHEGADA SOBRE O BANCO

Figura 36: Leguet, J. p.73

Organização:Um banco e um (ou mais) colchões sobre ele.

Execução:O aluno rolará sobre o banco com saída e chegada em pé.

Variações: O aluno rolará para trás com a saída e chegada em pé.

O aluno rolará com as pernas estendidas.

O aluno rolará lateralmente , sobre o dorso, os ombros.

O aluno rolará com os braços afastados (colocação do dorso das mãos).

O aluno rolará com as pernas afastadas.

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ATIVIDADE 7ROLAR EM UM PLANO INFERIOR

Figura 37: Leguet, J. p.73

Organização:Um banco ou um plinto, um colchão no chão em sua extremidade.

Execução:O aluno sobem no banco ou plinto de frente para o colchão, rola para frente

em nível inferior, amortecendo-se rolando ou então rolar no espaço, chegar sobre o

dorso, sobre o glúteos.

.ATIVIDADE 8ROLAR PARA TRÁS EM UM PLANO INFERIOR INCLINADO

Figura 38: Leguet, J. p.76

Organização:Um banco ou um plinto, com uma das extremidades elevadas, um colchão

sobre ele.

Execução:O aluno senta-se de costas para o aparelho, em sua borda mais elevada, rola

para trás e aterrissa em pé no solo.

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ATIVIDADE 9ROLAR EM PLANO SUPERIOR

Figura 39: Leguet, J. p.73

Organização:Um plinto com gaveta para a altura da cintura dos alunos. Os alunos em fila.

Execução:Um aluno por vez, impulsionar com as pernas, rodar sobre o plinto em plano

superior, com impulso das pernas.

ATIVIDADE 10ROLAR SOBRE UM OBSTÁCULO

Figura 40: Leguet, J. p. 77

Organização:Os alunos sobre os colchões:

Execução:Apoiar a cabeça e as mãos no solo (triângulo), rolar sobre um obstáculo,

amortecendo com os braços.

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ATIVIDADE 11SAÍDA DE JOELHOS

Figura 41: Leguet, J. p. 79

Organização:Os alunos em fila no colchão agacham e ficam de joelhos; à frente colchões

em fila, em sentido longitudinal.

Execução:Rolam sobre o dorso lateralmente até o final da fila de colchões.

Variações: Rolar lateralmente em um plano mais elevado, sobre o dorso, os ombros.

Girar lateralmente sobre os ombros, corpo alongado.

ROLAMENTO DO CORPO PARA TRÁS

ERROS COMUNS NO ROLAMENTO PARA TRÁSa) Não executar o rolo com o corpo bem grupado.

b) Afastar os joelhos.

c) Rolar sobre o ombro.

CORREÇÃO DOS ERROSa) Rolar para trás abraçando as pernas.

b) Rolar para trás sentindo o apoio entre as mãos.

c) Rolar para trás terminando ajoelhado.

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ATIVIDADE 12ROLAR PARA TRÁS TRANSPONDO O OBSTÁCULO

Figura 42: Leguet, J. p.77

Organização:O aluno de costas para um colchão. Sobre o colchão, uma bola (ou outro

objeto que sirva como obstáculo e não ofereça perigo).

Execução:O aluno sentará no início do colchão, rodará para trás, procura o impulso dos

braços, passando por sobre o obstáculo e saindo em pé ou de cócoras.

ATIVIDADE 13ROLAMENTO PARA TRÁS COM CHEGADA EM NÍVEL SUPERIOR

Figura 43: Leguet, J. p. 78

Organização:No chão, colchão para o inicio do rolamento e outro para amortecerem a

queda em um nível superior ao chão.

Execução:Um aluno por vez, sentados de costas para os colchões, rola para trás, com

chegada dos pés bem elevados, repulsão dos braços, mãos na nuca, chegada na

vertical.

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Variações:a) Rolar para trás diante de um plano vertical (parede) elevar as pernas

apoiadas na posição vertical.

b) Rolar para trás estimulado pelo apoio invertido, braços flexionados ou

estendidos.

ATIVIDADE 14ROLAR PARA TRÁS EM UM PLANO INCLINADO

Figura 44: Leguet, J. p. 71

Organização:Um banco ou um plinto, com uma das extremidades elevadas, um colchão

sobre ele.

Execução:O aluno senta-se de costas para o aparelho, em sua borda mais elevada, rola

para trás e aterrissar em pé no solo.

Variações:a) Rolar em nível inferior.

b) Rolar em nível superior.

c) Rolar duas vezes.

d) Rolar sobre um aparelho estreito (plinto, banco sueco)

e) Rolar longitudinalmente.

f) Rolar lateralmente.

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ATIVIDADE 15DESEQUILÍBRIO GIRO E ROLAMENTO

Figura 45: Leguet, J. p. 85

Organização:Um plinto com gavetas (ou similar), colchões para amortecerem a queda.

Execução:Um aluno por vez, em pé na extremidade do plinto e de costas para os

colchões. Desequilibra-se para trás, fazer meio-giro e executar, rolamento para

frente sobre os colchões.

APOIO INVERTIDOPARADA DE TRÊS APOIOS

Características típicas do movimento de parada de três apoios (parada de

cabeça):

a) O corpo em completo alinhamento e em tonicidade.

b) A cabeça e as mãos são apoiadas no chão estabelecendo um

triângulo;

c) As mãos apóiam no solo na largura dos ombros e os dedos devem estar

afastados e virados para frente.

d) A cabeça deve ser apoiada no chão com o topo do crânio.

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e) Elevação do quadril, em seguida eleva uma das pernas e depois a outra até a

extensão completa.

ERROS COMUNS NA PARADA DE TRÊS APOIOSa) Não executar o triângulo de base;

b) Elevar as pernas rapidamente;

c) Elevar as pernas com joelho e pernas afastadas;

d) Corpo flexionado ou carpado durante o apoio;

e) Falta de coordenação e ritmo.

CORREÇÃO DOS ERROSa) Fazer com que o aluno estabeleça um triângulo formado com a cabeça e as

mãos;

b) Colocar o joelho esquerdo sobre o cotovelo esquerdo;

c) Idem com o direito;

d) Com os joelhos sobre os cotovelos procurar o equilíbrio.

e) Procurar elevar um pouco as pernas unidas e flexionadas o quadril deve estar

elevado;

f) Com uma ou duas gavetas do plinto (plano elevado) fazer com

que o aluno estenda uma perna e retire a outra lentamente de cima do plinto;

g) Com apoio na parede, procurar ficar no equilíbrio;

h) Com auxílio do companheiro e em seguida fazer o rolamento.

ATIVIDADE 16ESCALAR A PAREDE APOIADO NA CABEÇA

Figura 46: Leguet, J. p.103

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Organização:Os alunos próximos a uma parede sobre um colchão.

Execução:Um aluno por vez, colocar o topo do crânio no colchão formando um triângulo

com as mãos a subir os pés na parede.

ATIVIDADE 17APOIO PARA A PARADA DE CABEÇA

Figura 47: Leguet, J. p. 103

Organização:Os alunos sobre os colchões e de costa para as caixas de plinto.

Execução:Apoiar a cabeça e as mãos no solo (triângulo). Com as duas pernas em cima

de uma ou duas gavetas do plinto (plano elevado) fazer com que o aluno estenda

uma perna e retire a outra lentamente de cima do plinto;

ATIVIDADE 18APOIO DO COMPANHEIRO PARA A PARADA DE CABEÇA

Figura 48: Leguet, J. p. 103

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Organização:Os alunos sobre os colchões e ao lado um companheiro.

Execução:Apoiar a cabeça e as mãos no solo (triângulo), fazer com que o aluno estenda

uma perna e depois, com apoio do companheiro e em seguida fazer o rolamento.

PARADA DE DOIS APOIOS

Características típicas do movimento de parada de dois apoios são:

a) Todos os apoios e repulsões devem suceder numa linha reta;

b) O corpo em completo alinhamento e em tonicidade;

c) As mãos apóiam no solo na largura dos ombros e os dedos devem estar

afastados e virados para frente;

d) A cabeça deve estar levantada, o olhar dirigido para frente (apoio das mãos e

local de fixação da visão fazem um triângulo de lados iguais);

e) Os membros superiores devem estar em extensão completa (ombros

“encaixados”, noção de impulsionar-se no solo);

f) O corpo em completo alinhamento e em tonicidade.

ERROS COMUNS NA PARADA DE DOIS APOIOS Mãos apoiadas muito afastadas ou muito unidas:

a) Pernas não unidas;

b) Impulso insuficiente;

c) Braços flexionados;

d) Corpo selado (forçado) ou carpado durante o apoio;

e) Falta de coordenação.

CORREÇÃO DOS ERROSa)Com as mãos apoiadas no chão fazer com que o aluno bata com as solas dos

pés 1,2,3, etc... vezes;

b) De costas para uma parede acocorar-se e ir subindo apoiando os

pés na mesma até ficar com o corpo próximo a parede. Rola para frente;

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c)Decúbito ventral sobre plinto: apoiar as mãos no chão e elevar uma perna na

vertical. Ir por tentativas retirando a outra perna e procurando o equilíbrio

lentamente;

d) Maneira correta com auxílio de um companheiro;

e)Execução da parada de dois apoios com impulso e rolo para frente.

ATIVIDADE 19PARADA DE MÃO COM AUXÍLIO DA PAREDE

Figura 49: Francisco, W. P. p. 60

Organização:Os alunos em frente a uma parede, em fila. dependendo do espaço, colocá-

los perfilados de modo que não batam um nos outros.

Execução: Com as mãos apoiadas no chão fazer com que o aluno eleve as pernas e

bata com as solas dos pés 1,2,3... vezes , permanecendo com o corpo reto e retorne

a posição inicial.

Variação:Iniciar a parada de mãos em um nível superior.

Subir a partir da parada de três apoios.

Elevar as pernas e permanecer por três segundos.

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ATIVIDADE 20ESCALADA COM OS PÉS

Figura 50: Francisco, W. P. p. 60

Organização:Os alunos de costas para uma parede.

Execução: De costas para uma parede acocorar-se e ir subindo com os pés apoiados

na parede até ficar com o corpo próximo a parede. Rolar para frente. Retorne a

posição inicial.

ATIVIDADE 21PARADA DE MÃO APARTIR DE UM PLANO SUPERIOR

Figura 51: Francisco, W. P. p. 60

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Organização:Os alunos em decúbito ventral sobre o plinto ou similar.

Execução: Apoiar as mãos no chão e elevar uma perna na vertical. Ir por tentativas

retirando a outra perna procurando o equilíbrio lentamente e finalizar com o

rolamento para frente.

ATIVIDADE 22APOIO DO COMPANHEIRO PARA A PARADA DE MÃO

Figura 52: Francisco, W. P. p. 60

Organização:Os alunos sobre os colchões e ao lado um companheiro.

Execução: O aluno apoiar as mãos no solo estendendo uma perna e depois a outra,

com apoio do companheiro e em seguida fazer o rolamento.

5.3 EXERCÍCIOS EM SÉRIE

Depois que o ensino da fase do desenvolvimento do indivíduo e da fase de

aperfeiçoamento das atividades for trabalhadas o que irá possibilitar o aluno

aprender e dominar cada ação, pode-se propor ajustar as ações com outras em

situações variadas, com dificuldades crescentes, oportunizando ao aluno exercer

sua motricidade. Pode-se propor combinações de ações em circuito de estações de

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curta e longa duração ou um percurso a fim de pôr em evidência as ações

trabalhadas. Outra sugestão é propor aos alunos a montagem de séries livre de

solo, estipulando os elementos básicos e demais itens que possam avaliar a

execução dos movimentos e posteriormente apresentar em um festival interno.

ATIVIDADE 1AÇÕES DUPLAS

1° 2°Figura 53: Hostal, P. p.88

1º- Rotação à frente, grupada;

2º- Rotação à frente, estendida.

ATIVIDADE 2

2° 1°Figura 54: Hostal, P. p.88

1º- Rotação para trás, grupada;

2º- Rotação para trás estendida.

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ATIVIDADE 3

1° 2° 3°Figura 55: Hostal, P. p.88

1º- Rotação à frente, grupada;

2º- Pirueta;

3º- Rotação para trás estendida.

ATIVIDADE 4

1° 2° 3°Figura 56: Hostal, P. p.88

1º- Rotação à frente, estendida;

2º- Meio giro;

3º- Rotação para trás em afastamento.

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ATIVIDADE 5

1° 2°Figura 57: Hostal, P. p.91

1º- Rotação à frente;

2º- Estrela.

ATIVIDADE 6

1° 2° 3° 4° 5°Figura 58: Hostal, P. p.91

1°- Apoio invertido;

2º- Rotação à frente estendida, em afastamento;

3º- Flexão facial;

4º- Apoio sobre o dorso, pernas estendidas para trás;

5º- Vela.

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ATIVIDADE 7SÉRIE CURTA COM POUCO MATERIAL

1° 2° 3° 4° 5° 6°Figura 59: Leguet, J. p. 34

1°- Passar pelo apoio invertido;

2°- Rolar para frente, meio giro, longitudinal e rolar para trás;

3°- Passagem pelo solo;

4°- Equilíbrio;

5°- Deslocar-se em bipedia;

6°- Saltar e aterrissar

ATIVIDADE 8SÉRIE MAIS LONGA

1° 2° 3° 4° 5° 6° 7° 8° 9°Figura 60: Leguet, J. p.34

1°- Saltar;

2°- Aterrissar;

3°- Girar longitudinalmente;

4°- Passar pelo apoio invertido;

5°- Rolar para frente;

6°- Passar pelo solo;

7°- Equilíbrio;

8°- Deslocar-se;

9°- Rolar para trás.

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CAPÍTULO 6

CONSIDERAÇÕES FINAIS No decorrer da vida, o ser humano passa por diversas mudanças, e o

desenvolvimento motor acompanha essas mudanças através das fases. Na maioria

das vezes cabe aos professores de Educação Física que trabalha com alunos de 11

a 13 anos, o aprimoramento das habilidades fundamentais, visto que a fase

correspondente a essa idade é considerada a fase onde os movimentos

fundamentais são agregados a outros, tornando-os mais complexos, chamados de

fase dos movimentos especializados.

O estudo do desenvolvimento motor abre um leque de conhecimentos,

sobre o movimento humano. Dentro desse contexto, ou seja, o estudo do movimento

humano em todos os seus aspectos, físico, psicológico e social, trás para a prática

pedagógica dos professores de Educação Física a estruturação como área de

conhecimento, onde os estudos e a aplicação do movimento humano estaria

devidamente adequados às necessidades e expectativas dos alunos. O que permite

ao professor estruturar melhor seu plano de ação tendo condições de ministrar suas

aulas de acordo com a real condição motora do aluno conhecendo suas

potencialidades e limitações, intervindo e melhorando-as.

A produção didático-pedagógica do projeto “Desenvolvimento motor-

Influência nas aulas de Educação Física da 5ª série e seu aprimoramento através da

ginástica olímpica”, foi elaborada no molde do caderno pedagógico, onde se

estrutura por primeiro a parte teórica dos conhecimentos que compõe a linha de

pesquisa, em seguida a identificação dos procedimentos escolhidos para o processo

de intervenção no caso a ginástica olímpica, a análise dos estágios do

desenvolvimento motor dos alunos e por fim as sugestões de atividades.

Importante, salientar que a estruturação das sugestões das atividades,

seguem um metodologia onde se buscou trabalhar desse o princípio da

aprendizagem, com formas lúdicas e ações motoras que propicia ensinar os

movimentos propostos, partindo do princípio que os alunos não tiveram a vivência

adequada. Caso os tenha, os primeiros passos da aprendizagem servirá como

motivação e preparação física, dando mais ênfase as atividades de aperfeiçoamento

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e enriquecimento, que seriam os exercícios propriamente dito e as combinações das

ações com séries curtas e longas.

A restrição dos movimentos a serem trabalhados, o rolamento do corpo e o

apoio invertido, parte do pensamento que ambos são considerados movimentos

tanto de locomoção como estabilização, estando a estabilidade presente em todos

os movimentos, buscou-se aprimorar a estabilidade como meio de alcançar os pré-

requisitos para o desenvolvimento de todos os movimentos a serem trabalhados nas

aulas de Educação Física. A comprovação poderá ser observada nas conclusões no

final da intervenção com o resultado dos testes e com o desenvolvimento das

atividades, ou seja, como saber, sem conhecer, planejar, intervir e concluir?

Meu muito obrigado, ao meu orientador, Júlio Alberto Agante Fernandes, os

meus professores e colaboradores durante esse ano de aprendizagem e

principalmente ao Governo do Estado do Paraná, por me propiciar fazer parte desse

Programa de Desenvolvimento Educacional, PDE, o qual me fez sentir orgulho de

ser PROFESSORA!

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7. REFERÊNCIAS ANTOSIEVICZ, Joseane e Simone de Miranda. A interferência do desenvolvi-mento motor nas aulas de Educação Física no 3° e 4° ciclo do ensino funda-mental. Congresso Paulistano de Educação Física Escolar de 2007. Disponível em

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