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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

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ME I

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Ficha catalográfica Produção Didático-Pedagógica

Professor PDE/2009

Título Monteiro Lobato : um diálogo entre os textos midiáticos, literários e artísticos

Autor EDIMARA OSACHUKI

Escola de Atuação Colégio Estadual Pedro Macedo

Município da escola Curitiba

Núcleo Regional de Educação Curitiba

Orientador Profª. Drª Claudia Madruga Cunha

Instituição de Ensino Superior UFPr

Área do Conhecimento Educação/ Filosofia

Produção Didático-Pedagógica (indicar o tipo de produção conforme Orientação 03/2008 disponível na página do PDE)

Caderno Pedagógico

Wiki modelo

Relação Interdisciplinar (indicar, caso haja, as diferentes disciplinas compreendidas no trabalho)

A proposta é a Literatura, no caso, de Monteiro Lobato, como elo entre as diversas áreas do conhecimento

Público Alvo ( indicar o grupo com o qual o professor PDE desenvolveu o trabalho: professores, alunos, comunidade...)

Professores de Ensino Médio

Localização (identificar nome e endereço da escola de implementação)

Av. República Argentina, 2 376, Portão 80.610-260

Apresentação: (descrever a justificativa, objetivos e metodologia utilizada. A informação deverá conter no máximo 1300 caracteres, ou 200 palavras, fonte Arial ou Times New Roman, tamanho 12 e espaçamento simples)

Utilizar livros da obra de Monteiro Lobato para mostrar que o texto literário pode ser trabalhado, na escola, de modo menos estrutural, mais livre, em forma de interpretação através de imagens.

Um caderno pedagógico que visa apresentar atividades numa proposta de estranhamento, menos estrutural, ousando na interpretação, utilizando como fundo um recorte da literatura adulta de Monteiro Lobato, onde professores de ensino médio podem encontrar atividades

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para explorar a literatura como elo entre as diversas áreas do conhecimento . Para isso propomos a utilização de textos midiáticos , dotados de uma linguagem mais simples, mais popular, portanto mais digerível para o aluno. São mais curtos e permitem uma percepção temática mais visível. Incita a manifestação de opiniões, desde que se permita um espaço para a expressão do leitor. Já os literários , embora mais complexos, não impõem limites à interpretação, motivo pelo qual são considerados abertos, quer dizer, permitem maior plasticidade e trânsito entre as diversas áreas do conhecimento. Por fim, o artístico é esteticamente livre, permite na plasticidade da linguagem da arte manifestar uma interpretação que une os conhecimentos vivenciados, com os conhecimentos lidos, adidos da reflexão- que na metodologia serão trabalhados passo a passo. Por fim, visa tirar a literatura do papel para a vida do leitor, tornando-a útil e aplicável à formação dele como cidadão. Para o planejamento coletivo, propusemos, como ferramenta, uma wiki como modelo de efetivação intrínseca da interdisciplinaridade, onde os docentes podem interagir efetivando a proposta. Todas as atividades trazem a explicação teórica, pautadas na teoria do discurso dos autores: Artaud e Blanchot.

Palavras-chave ( 3 a 5 palavras) Releitura, estranhamento, interpretação por imagem, leitor, midiático, literário e artístico

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MONTEIRO LOBATO: UM DIÁLOGO ENTRE OS DISCURSOS MIDIÁTICOS,

LITERÁRIOS E ARTÍSTICOS

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Ilustração de Denise Jacob

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AUTORA: EDIMARA OSACHUKI Graduada em Letras e Jornalismo pela UEL; pós-graduada em Ensino Fundamentall e Médio pela Faculdade Espírita e pós-graduada em Literatura Brasileira Moderna pela UNOPAR. Atua como professora de Ensino Fundamental e Médio no Colégio Estadual Pedro Macedo e Paula Gomes, possui experiência docente na área de Língua Portuguesa e Literatura há mais de vinte anos.

ORIENTADORA: CLAUDIA M. CUNHA Licenciada em Filosofia UFPEL; Mestre em Filosofia PUCRS; Doutora em Educação UFRGS. È prof. Adjunta da UFPR, atua na PROGRAD como Coord. Pedagógica da Coordenação de Políticas da Educação Profissional.

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APRESENTAÇÃO:

Esse material didático como Caderno Pedagógico propõe um caminho alternativo para

trabalhar com a literatura na escola. Utiliza algumas obras de Monteiro Lobato ( O presidente

Negro, Urupês, O escândalo do petróleo e do ferro), as que permitem abordagem temática

facilmente correlata a atualidade. Numa releitura destas obras, procura-se a interação entre as

diferentes épocas. Escolhe-se Lobato por entendê-lo como um autor cuja literatura opera

visões de mundo para além do seu tempo. Tal amplitude tende a uma interação entre as

diversas áreas do conhecimento o que, conseqüente, pode chegar a indicar certa

interdisciplinaridade.

Este projeto intitulado - Monteiro Lobato: um diálogo entre os textos midiáticos,

literários e artísticos - , utiliza os autores Artaud (1970) e Blanchot(1987) na possibilidade

de fazer-se um trabalho despojado, que refere a uma relação da literatura em diálogo com a

arte. São traçados que buscam outras possibilidades ou caminhos para que o leitor faça a

relação do ficcional literário com o real. Estimular-se-á uma leitura como provável espaço de

mudança e alteridade, no desejo que se faça não apenas o resgate, mas a alteração ou

transformação dos valores, contribuindo expansão das consciências infantis, juvenis s adultas.

Utilizam-se estes pensadores que desconfiam dos limites impostos á literatura. São

estudiosos dos discursos literários que propõem à linguagem artística uma ausência de

fronteiras ou de barreiras com outros conhecimentos. Na verdade a vêem como um elo que

permeia todas as áreas e tendo por proposta uma leitura ou interpretação por imagens, que

saem do papel para fazer parte da vida do leitor/aluno, deseja-se fazer revelar que a arte em si

é o fruto de conhecimentos diversos. Tanto os que se expõem para além das palavras, em

cenas, em imagens e, ainda, outros que vem da diluição do discurso. As formas diversas de

exercício de intradiscurso tendem a permitir que o leitor internalize a obra de outrem como

parte de sua vida. Tal configuração o conduz enquanto pessoa ao contato com a arte ou artes

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na tendência de sensibilizá-lo. Destacando a Literatura como arte da palavra, nela se abstraem

conhecimentos que internalizados pelo leitor, que reformulados sob diversos aspectos o

amparam para compreender melhor o que se passa.

Naturalmente se deixa os estudos estruturais da Literatura para um segundo momento.

Entende-se necessário começar por atrair o leitor. Usando, numa primeira parte, um texto

mais próximo de temática correlata, na qual se faz o texto midiático, por ser de uma

linguagem mais simples e próxima. Num segundo momento se sugere o texto literário de

Monteiro Lobato, para que o leitor/aluno faça a relação com a temática anterior de já

facilitado pelo professor. Num ultimo e terceiro momento, se propõe a atividade de criação/

interpretação por imagem. Esse produto aparece na atualidade como algo mais próximo ao

mundo dos jovens leitores, praticamente imerso pelo visual. Sem preterir os estudos

estruturais e escritos, que ficarão para um segundo momento, prioriza-se a conquista do leitor

jovem.

Este caderno traz quatro módulos que propostos como atividades interdisciplinares

para professores de literatura e não-literatura, na intenção de interagir entre áreas tendo a

literatura como elo. As atividades desenvolvidas com professores do Ensino Médio visam

uma dinâmica na qual o estranhamento é parte de uma espécie de deslocamento, para que se

possa repensar a prática da literatura na escola, tendo por base esses exercícios que se

sustentam numa fundamentação teórica que implica autores como Artaud (1970) e Blanchot

(1987). A análise destes autores permite recriar as idéias a literatura de Monteiro Lobato de

modo diferente, focado no leitor e não no autor. Esta mudança de foco produz uma releitura

que revive a obra lida sob a ótica referencial, social, econômica, cultural e política do leitor.

A estrutura das atividades nos módulos:

-Uma dinâmica de estranhamento;

-Descrição da atividade;

-Um texto midiático (figurativo ou escrito);

-Um dos livros de Monteiro Lobato;

-Uma atividade de interpretação por imagem (seja artística ou utilizando de recursos

tecnológicos).

-Tópicos explicativos do projeto implícito na atividade.

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Observação: nas atividades serão indicados dados complementares, sites indicativos e

referencias na forma de comentários, em geral à direita do assunto tratado no texto. Usa-se

este recurso, na tentativa de ampliar a possibilidade de trabalho de diversas disciplinas. São

materiais de consulta úteis para o professor que quer aprofundar um conhecimento ou

programar um passeio cultural com seus alunos.

No Módulo 1, há uma apresentação sobre Monteiro Lobato, sua vida e obra,

diversidade temática, literária e artística. Nesse módulo serão encontradas atividades sobre o

livro: O presidente Negro de Monteiro Lobato, obra considerada de ficção, mas que aborda

assuntos bem atuais, como um presidente negro na América do Norte, a diversidade racial, as

diversas tecnologias de hoje, entre outros assuntos.

No Módulo 2, se oferece uma wiki modelo, como ferramenta para o planejamento

interdisciplinar de atividades. Por ser um instrumento de elaboração coletiva, permite que haja

a interação dos professores de literatura e não-literatura para atividades coletivas visando um

conhecimento mais holístico, no sentido de ampliar esse conhecimento e suas relações para

com os alunos. Tendo por objetivo colocá-la a serviço de uma interdisciplinaridade que, na

literatura, faz dialogar diferentes áreas do conhecimento convida-se o professor na autonomia

a propor atividades e buscar parcerias. Basta utilizar a ferramenta no modelo desenvolvido

desse material onde se incluem instruções desde a criação da ferramenta até um modelo de

planejamento de aula.

A wiki se apresenta como meio para trabalhar a literatura num caminho despojado.

Nomeia um modo de interpretar sem a preocupação com o estrutural do texto, reforçando a

idéia de produzir um intra-texto que possibilita remeter a interpretação como vivência do

leitor. Esse material é destinado a professores de literatura e de não-literatura torna-se recurso

tecnológico ou teórico-metodológico para docentes que queiram usar outro caminho para

trabalhar a literatura.

Nesse módulo se explora a obra Urupês de Monteiro Lobato, focando no Jeca Tatu,

personagem que rendeu outros livros e as mais diversas campanhas de saúde e ambientais,

transformando-se em Zé Brasil. Destaca-se ainda diversas facetas de Lobato, fazendeiro,

criador, carpinteiro, artista, e o consolida como autor visionário, alguém que acreditava que a

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leitura pode modificar o mundo, tendo investido em editoras para divulgar a literatura

brasileira.

No Módulo 3, as atividades propostas utilizam o livro O escândalo do petróleo e do

ferro. Nesse livro apresentamos Lobato nacionalista, defendendo o progresso do Brasil

engajado na política, na economia do país e do exterior, porém incompreendido em suas

idéias naquela época e reconhecido pela atualidade de suas propostas. O módulo foca a

interpretação visual produzida artística ou tecnologicamente, como um vídeo-livro, por

exemplo.

No Módulo 4, dá um encerramento a estas atividades numa exposição das ações

desenvolvidas na implementação do projeto. Esta exploração da literatura e da interpretação

através das imagens permite alocar uma gama de variada de instrumentos que se incluem

como produção de possíveis resultados nesse trabalho. Alem disso, apresenta um fechamento

das atividades desenvolvidas pelos professores em suas salas de aula, como um feedback do

engajamento na proposta do projeto.

Ilustração de Wilton Anderson Oliveira

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SUMÁRIO:

Página

Contextualização ............................................................................... 11 Fundamentação Teórica .................................................................... 17 Objetivos ............................................................................................ 22 Atividades e Procedimentos .............................................................. 23 Módulos ............................................................................................. 25 Módulo 1............................................................................................. 26 Módulo 2............................................................................................. 35 Módulo 3 ............................................................................................ 52 Módulo 4 ............................................................................................ 64 Bibliografia ......................................................................................... 70

Ilustrações no material são do cartunista Wilton Anderson de Oliveira e da designer gráfica Denise Jacob

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O home co

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O homem com o mundo na cabeça Caricatura de Wilton Anderson Oliveira

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CONTEXTUALIZAÇÃO:

Propor a utilização da imagem como forma expressar uma interpretação mostra-se

como algo interessante para trabalhar determinados conteúdos. A imagem apesar da sua

fugacidade, também pode ser vista como expressão estética, como arte quando permite sua

representatividade por meio de outras ferramentas tecnológicas. Espera-se que o professor

embarque nesta aventura da interpretação da literatura através de outros meios, menos

estruturais, dando-se o direito de exercitar a liberdade na interpretação.

Tal expansão tende a instigar o aluno para que esse se torne um leitor expressivo.

Aquele que consegue dar outros formatos as suas inquietudes, suas indignações, suas

concordâncias ou discordâncias perpassadas no momento da leitura e suas relações de saberes.

A interpretação possui uma carga subjetiva e trabalhar com ela é desafio que nos impele a

quebrar padrões. Logo, conduzir uma relação entre literatura e imagem é envolver algo entre a

internalização e a externalização do entendimento, é uma forma de aproximar o leitor da

literatura.

Reforça-se quer esse projeto trabalhar a literatura em sala de aula, fazendo com que o

professor busque despertar o aluno/leitor na sua classe. O objetivo centrado na aprendizagem

do estudante aponta para um processo que um entendimento da literatura como leitura

desafiadora, aquela que possibilita uma relação de alteridade entre leitor e autor. Dessa ação

se conduz uma seguinte que visa á produção de um diálogo, no qual o autor evoca do leitor

seu outro, sem perder-se de si nessa alteridade. Tal relação dialógica possibilita traçar

temporalidades correlatas numa interpretação que se tece por imagem. Direcionando a

elaboração de analogias entre assuntos atuais com assuntos tratados pelo autor; nesse

interstício, parece oportuno considerar, que o aluno/leitor tanto pode recuperar o mundo do

autor como o seu e, no mesmo ato, investir-se de uma inquietação que o leve a uma autoria

expressiva, como algo significativo para sua vida.

Para produzir este efeito se sugere trabalhar uma literatura específica vinda de um

recorte da obra de Monteiro Lobato. São elas: Urupês, O escândalo do petróleo e de ferro, O

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presidente negro. Obras que destinadas ao público adulto permitem essa flexibilidade

temporal. Nelas o autor projeta sua temática de modo a permitir um “inter-discurso” num viés

sócio-político e filosófico-cultural. O resgate de fatos outrora ficcionais que, de algum modo,

se tornaram real no mundo contemporâneo podem inspirar uma diversidade temática.

Contexto que deve ser facilitado pelo professor para compreensão dos alunos. Cabe ao

docente também selecionar temas como instrumentos para um trabalho que pretende reunir

literatura e imagens.

A utilização da imagem na interpretação possibilita identificar e processar as

informações lidas. Durante a leitura, momento em que ocorre o processo mental, objeto do

entendimento e associação de conhecimentos e saberes empíricos, o leitor poderá remeter-se à

sua vida real, sentindo-se parte integrante da obra lida. Na elaboração do dado interpretado se

utilizando expressão através da Arte, podendo reconhecer nisso um entendimento. Algo que

se faz por associação e torna-se possível de realização, a partir de uma análise associativa do

texto midiático, somado ao texto literário e aos saberes empíricos do leitor. Esse caso mostra

um processo expressivo que propõe a quebra de estruturas já consolidadas sobre análise

textual. No entanto, deve-se conceber e exibir a análise desse resultado através de imagens.

Convoca-se o professor que trabalha a literatura expressando e traduzindo a obra

literária através de textos ora midiáticos, ora literários, ora artísticos, diferindo entre um

formato e outro. Estes textos possibilitam um trabalho criativo, se entendidos da seguinte

maneira: os midiáticos são dotados de uma linguagem mais simples, mais popular, portanto

mais digerível para o aluno. São mais curtos e permitem uma percepção temática mais visível.

Incita a manifestação de opiniões, desde que se permita um espaço para a expressão do leitor.

Já os literários, embora mais complexos, não impõem limites à interpretação, motivo pelo

qual são considerados abertos, quer dizer, permitem maior plasticidade e trânsito entre as

diversas áreas do conhecimento. Por fim, os artísticos são esteticamente livres e permitem, na

plasticidade da linguagem da arte, manifestar uma interpretação que une os conhecimentos

vivenciados com os conhecimentos lidos. Reunidos numa reflexão, na metodologia, serão

trabalhados passo a passo.

Mesmo produzida em diferentes formatos, à interpretação proposta através da obra

literária de Monteiro Lobato terá por base conceitual autores do estranhamento que buscam

desautomatizar a leitura do texto; ou seja, impedir a reação usual à linguagem e às imagens

literárias. Estranhamento, por sua vez, está ligado ao método utilizado pelo autor para abordar

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um fato conhecido de maneira nova; tais como, Maurice Blanchot (s.d.) e Antoine Artaud

(1987). Estes artistas das palavras rompem com as estruturas da linguagem e submetem a

linguagem à arte, sem necessariamente negar a primeira. Afirmam a literatura como arte, fato

que a torna viva, e, portanto, possível de ser expressa de maneira a comungar com o real da

vida que grita por dentro e por fora por uma significação.

O leitor pode ver a literatura como possibilidade de entender-se internamente

comungando de um coletivo. Sendo e não sendo parte deste todo de indispensável existir,

dessa necessidade de ser voz, mesmo que expressa em um livro produz dialogo e sensibiliza.

Sem ter o compromisso de expressar-se de maneira estrutural, esse leitor tende a entender que

tem seu espaço de expressão e a perceber a literatura como um despojo, um aliviar-se de

idéias mobilizadoras.

Para o professor trabalhar com a literatura e digeri-la, encantá-la, estando na escola se

sugere resgatar velhos moldes. Para que esse profissional busque leitores que possam

processar a literatura em algo substancial, coisa que contribua e acrescente à relação que se

explicita numa sala de aula, se recomenda que depois de arrebatado por uma obra, depois de

iniciado o processo de leitura seja o momento de expressar a sensibilidade do aluno por outra

coisa que não a simples repetição das idéias do autor, sem a participação daquele que

interpreta, sem significação para sua compreensão das coisas a sua volta.

Essa inquietação permeou Blanchot (s.d.) que disse que a literatura não é apenas

imagem senão uma linguagem em imagens. Uma linguagem que seria a imagem de si mesma,

imaginária e por ninguém falada, já que ela própria falaria a partir de sua ausência. Esse autor

propõe um caminho no qual a imagem pode ser expressa como interpretação. Aceitando sua

convicção de que o visual, em si mesmo, abraça a viabilidade de expressar seu estranhamento

da leitura literária, algo que enxerta na interpretação uma relação entre o autor e aluno/leitor,

convoca aquele que lê a comunicar suas impressões reais de uma obra de forma artística.

Usando a inspiração que vem destes autores dialoga-se aqui buscando ou formas de

expressão. Tendência de achar um equivalente da uma obra numa outra obra/forma, numa

obra/imagem, numa obra/história ou em outras obras/palavras – algo que o faça participar

com sua visão de outra próxima a sua.

Tanto Blanchot (s.d.) como Artaud (2001) dando sustentação teórica a este material

explicam como a arte é uma forma ou parte do discurso. Da maneira como quebram as

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estruturas textuais permitem mostrar um texto enquanto expressão artística. Falam de uma

arte a partir da expressão, seja esta em forma de texto ou de imagem. Traduzidos para uma

sala de aula, permitem dar vazão a que o aluno/leitor interiorize um conhecimento implícito

na intertextualidade, como saber novo. Tal procedimento visualiza um todo histórico-

filosófico-social que se depreende das informações/assimilações formais investidas na

temática da obra estudada.

Na busca de anelar os conhecimentos literários às demais áreas, esse trabalho resgata,

num certo sentido um viés literário proposto em outra época. Quando as obras da literatura

eram estudadas de modo mais livre, associadas ao cotidiano do aluno, não se propunham

como um estudo estruturado, temporalmente vinculado. O viés dado aqui a interpretação

prima por uma busca de identidade entre o leitor e a obra; o leitor e as diversas áreas do

conhecimento. A idéia é tencionar um diálogo com a literatura propondo-a como uma base

que beirando a filosofia e a arte, na composição da vida do cidadão. Hoje, esse conhecimento

ficou atrelado à Língua Portuguesa, o que na verdade nega o princípio literário de ser a arte da

palavra e, como tal, não se desvincula de ser sorvida, apreciada e entendida em sua

magnitude. A literatura perpassa os mais variados conhecimentos e a ela se agregam os

saberes do autor, adidos de uma leitura de mundo, num universo cultural de conhecimentos

que se inscreve no resultado da sua obra.

A proposta entende que entre o texto e o leitor existe o espaço escolar. Nele se faz o

papel motivador do professor. O professor é a peça fundamental para que esse projeto alcance

um bom resultado, pois ele será o elo entre as áreas do conhecimento, o elemento que

mobilizará o leitor. No uso de atividades específicas, poderá obter o interesse dos

leitores/alunos como parte ativa do ensino-aprendizagem.

Por fim, não se deseja nesse projeto excluir os métodos já utilizados, mas apontar nas

mídias um caminho diferente. Na intenção de ressignificar a leitura literária, resgatar o

aluno/leitor; e, nesse mesmo ensejo, atualizar a obra de Monteiro Lobato bem como a imagem

como arte/textual.

Na proposta de aplicar os estudos literários sob o foco do aluno/leitor visa-se

contextualizar informações a partir de textos midiáticos de temática correlata ao texto literário

de Monteiro Lobato. Propor uma leitura que possibilite a reflexão temática e uma re-

contextualização da obra na forma de imagem. Essa abordagem visual como forma de

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interpretação expressa o entendimento dos alunos de modo mais espontâneo. Algo que visto

de outro modo, pode significar a entrevisão de valores que incluem outro sentido do belo.

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Lobato na visão atual do cartunista Wilton Anderson Oliveira

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FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA:

Quando se toma a obra literária em seu sentido mais amplo, percebe-se que a escola

não tem dado espaço para a incorporação imagética da literatura como arte. Isso implica em

não haver uma significação aplicável ao mundo real do aluno/leitor, sob uma perspectiva mais

político-social. Entendendo a importância desse processo como forma de resgatar o

aluno/leitor reflexivo, bem como a leitura como desafiadora, tomaremos como base teórica os

autores Maurice Blanchot e Antoine Artaud que, com propriedade, explicam esse caminho

possível entre a literatura, como arte do discurso e, a própria arte quanto significação estética,

“não fazer diferença entre a vida e a arte”, bem como, entender a literatura como “a fronteira

do vivenciável e o limite do dizível”. O processo metabólico de entendimento pode permitir

uma maior significação à leitura literária, pois essa é interna, mas intrinsecamente relacionada

a processos externos do autor e do aluno/leitor. (1987 e 1970)

É esse o espaço que a obra traz, entre o mundo em que o autor se encontra inserido e a

obra lida, espaço que permite uma mudança de foco. Ao invés de focar como o escritor

expressa esse mundo, se propõe que o aluno/leitor entre em contato com a obra, acrescida de

informações e conhecimentos empíricos, que vivenciados trarão acréscimo de informações

pertinentes a um tema.

É sugerido que antes do contato com o texto literário se invista na apresentação de um

texto midiático que comungue com a temática da obra literária, com fins de dotar o

aluno/leitor de informações pertinentes à abordagem literária. Quando se toma a comunicação

como um sistema dotado de diversos tipos de textos com funções diferentes, tais como

emocionar, informar, etc., faz-se possível perceber que a maioria parte de um discurso que

permeia o político-social. No pressuposto de que é o autor que aparece engendrado num

mundo que lhe significa, entende-se que é possível resgatar o mesmo viés no aluno/leitor.

Nisso tornar a leitura significativa por um texto midiático, supostamente mais próximo do

aluno/leitor, que utiliza uma linguagem mais simples, mais popular, próxima a sua linguagem

habitual.

A abertura do texto, no uso dos meios de comunicação, aspira mostrar a temática

suscitada através de uma notícia ou reportagem coisas que permitam a discussão ampla do

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assunto. Oferta um espaço de debate na escola, como parte do processo de internalização dos

conteúdos. Pratica a temática abordada na obra literária e os saberes mediados junto com

textos midiáticos estudados na intenção de direcionar um diálogo do texto com o aluno/leitor.

No processo de leitura literária, após o contato com o texto, pelo aluno/leitor, teremos

o autor “como dublé dele próprio, unido à solene impessoalidade dele pela semelhança e pela

imagem”. (BLANCHOT, 1987, p.259) O aluno/leitor passa então a vivenciar a obra. A

literatura permite essa relação, que interiormente o aluno/leitor tome o sofrimento do autor

lido e vivencie um momento histórico-cultural único, pois o vivenciar a época evocada na

obra pode permitir que essa impressão o mude quanto ser contemporâneo.

Não significa deixar de lado o texto escrito e sim permiti-lo e um segundo momento.

Depois de cativar o aluno/leitor se configura outro processo, onde a escrita funciona como a

eternalização dos pensamentos mais elaborados pelo aluno/leitor. Disse Artaud que a imagem

fala por si, ou seja, não se trata de suprimir a palavra, mas de reduzir consideravelmente seu

emprego ou dela se servir em um sentido mágico, esquecido ou desconhecido. Nas palavras

deste autor se lê que “Trata-se, sobretudo de suprimir certo lado puramente psicológico e

naturalista do teatro e de permitir à poesia e à imaginação retornar seus direitos”(ARTAUD,

1970, p.83). Partilhando os pensamentos do autor, afinal permitir o novo, a despojo em forma

de imagem, é permitir a interpretação de uma forma inovadora, ressignificando a literatura, ou

seja, possibilitando uma nova forma de leitura, pelo viés da imagem. Sem, contudo desprezar

a escrita, mas tomá-la como ferramenta expressiva, somente depois que o sujeito sentir-se

cativado pela leitura literária e, quando entender que ela é acima de tudo uma forma de

expressão artística que permite dividir conosco uma relação análoga de sentimentos, de um

mundo possível e de um novo leque de conhecimentos trazidos para o mundo real de uma

forma a suscitar a opinião, munindo o aluno/leitor reflexivo de condições de se manifestar de

maneira segura sobre seus pensamentos e ideias.

Para finalizar, a proposta do material busca resgatar o interesse do aluno/leitor pelas

obras literárias, por meio de sua leitura e discussão, na busca de desperta-lo para uma vida

mais opinativa, participativa, menos passiva. Comungando das idéias de Artaud diz-se ainda

“Eu gostaria de fazer um livro que perturbasse os homens, que fosse como uma porta aberta e

que os levasse lá onde jamais consentiriam em ir, uma porta aberta para a realidade” (1970, p.

208).

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Esse material didático na forma de um tutorial1 visa abordar assuntos relacionados ao uso da

ferramenta wiki, como planejamento interdisciplinar enfoca a literatura de Monteiro Lobato, e

faz dela um meio para se trabalhar a literatura num caminho despojado.

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Lobato escreveu crônicas de futebol, aqui caricaturado por Wilton Anderson Oliveira

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OBJETIVO GERAL: Propõe trabalhar na escola parte da obra de Monteiro Lobato através de textos

midiáticos, artísticos e literários. Trata-se de uma abordagem que mesmo que considerada

ficcional, quer instigar o aluno/leitor a expressar-se sob múltiplas possibilidades intertextuais;

levando-o a considerar que não existe uma única forma de se ler, de se compreender e de se

interpretar um autor e sua obra.

OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

• Perceber que o discurso midiático pode sensibilizar o aluno/leitor, incitando-o a

refletir sobre temas atuais;

• Promover a leitura literária, buscando uma relação análoga com textos de mídia, com a

finalidade promover uma nova significação à leitura literária das obras de Monteiro

Lobato;

• Provocar o debate das temáticas atuais que permeia a obra do escritor Monteiro

Lobato, como possibilidade de uma interdisciplinaridade e intertextualidade;

• Dialogar sobre as relações contextuais possíveis entre os diferentes tipos de textos,

promovendo maior capacidade de envolver o aluno/leitor numa reflexão (aluno/leitor

reflexivo);

• Incentivar a interpretação advinda das relações entre os textos midiáticos e literários,

que, em forma de imagem, por meio de uma expressão estética da arte, ou por meio de

ferramentas tecnológicas, possibilitem a concretização da interpretação, em forma de

imagem, incentivada por meio de leitura e de reflexão na escola;

• Apresentar a proposta para professores tanto de literatura como de não-literatura e

discutir sobre o possível redespertar do interesse do aluno/leitor.

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ATIVIDADES E PROCEDIMENTOS:

Estas atividades implementar-se-ão através de uma oficina para professores com

conseqüente aplicação em sala de aula. Composta por quatro módulos, trabalhados um em

cada mês, tendo como data de início setembro. Dentre os módulos, será um deles dedicado à

ferramenta wiki, como planejamento de atividade em diversas áreas do conhecimento. No

final, em dezembro, haverá uma exposição do material produzido.

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Monteiro Lobato um incompreendido politicamente, não fora comunista, nem ativista político, apenas partilhava de algumas ideias que lhe renderam grandes problemas, inclusive prisão. Aqui caricaturado por Wilton Anderson Oliveira

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MÓDULOS

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MÓDULOS:

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MÓDULO 1 Data de aplicação: 11/9/2010 OBJETIVOS: - Apresentar a proposta para professores tanto de literatura como de não-literatura e discutir sobre o possível redespertar do interesse do aluno/leitor. -Dialogar num caminho de estranhamento com as teorias dos autores estudados com os textos de Monteiro Lobato, especialmente as temáticas atuais que possibilitam a interdisciplinaridade e intertextualidade. -Planejar atividades que utilizem esse caminho diferente para serem aplicadas em sala de aula, visando estabelecer a viabilidade do processo com os alunos. ATIVIDADE 1: OBJETIVO:

Levar a perceber que a primeira interpretação que se tem se dá por imagem. Quando algo causa estranhamento, o cérebro tenta relativizar uma explicação com o conhecimento que possui. EXPLICAÇÃO: O contato com simples objetos faz emergir questionamentos intrínsecos. O cérebro busca dar significação ao objeto remetendo seu portador a alguma cena, experiência, referência ou lembrança relativa ao mesmo. Nesse momento, pode mostrar que o conhecimento só fixa como novo for significativo, pois o cérebro tende a descartar o que já conhece ou apropriar-se do não se conhece. Dessa maneira estará quebrando uma rotina e preparando o aluno/leitor para que possa refletir. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: -Cada dupla de professores receberá uma caixinha de presente, fechada.

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http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.decarvalhojoias.com.br/images/ -provocar o manuseio dela, abrindo-a para encontrar os artefatos. Cada caixinha terá ou um pouco de argila, ou uma pedra, ou um pedaço de pano, um pedaço de fio de lã, ou um espinho, etc..(materiais que sejam estranhos ao conteúdo, no caso literatura e interdisciplinaridade.).

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/ http://pt.dreamstime.com/white-stones-image8139144 http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://farm4.static.flickr.com/3041/2971624725_b2c79a005a.jpg&imgrefurl=http://www.superziper.com/2008/ http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://i530.photobucket.com/albums/dd348/plicatilis2008/EuphorbiaMiliivarsplendens_espinhos.jpg&imgrefurl=http://estufa.com.pt/index.php - Observar a movimentação e experimentação dos participantes, passado alguns minutos, coloque a seguinte frase: A QUE IMAGEM LHE REMETEU ESSE OBJETO?

- Ouvir alguns dos relatos. -Após os relatos, coloque a seguinte frase: O que isso tem a ver com Literatura?

-A princípio os participantes terão dificuldade de relacionar isso com literatura. Provavelmente alguns relatarão sobre outras áreas do conhecimento. EXPLICAÇÃO DOS TÓPICOS RELATIVOS AO PROJETO:

Retomar e explicar sobre o processo da atividade. No caso, a primeira atitude foi de estranhar o objeto. Logo o cérebro remeteu a uma imagem relacionada ao objeto. Essa seria a primeira forma de interpretação. Depois estranhou novamente quando teve de relacionar com a literatura, pois estamos acostumados a relacionar apenas palavras à literatura e não objeto a

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ela, ou seja, apenas teorias e não a prática. Portanto, relacionar o objeto com matérias mais concretas acaba sendo mais fácil, como a biologia, a física, etc. Isso demonstra a maneira como se trabalha na escola: teoria e prática separadamente. A literatura deve funcionar como elo dessa prática, pois nela contém relatos que partem de práticas e isso pode relativizar os conhecimentos do abstrato ao concreto. ATIVIDADE 2: OBJETIVO: Apresentar o autor escolhido para o projeto, ressaltando e pontuando suas temáticas atuais e o diálogo estabelecido de suas obras com os dias de hoje. -Mostrar a teoria de encaminhamento do projeto de modo que justifique esses estudos e esse caminho diferente para a literatura como elo entre as disciplinas e como conteúdo fundamental para aplicação dos conhecimentos para a vida. EXPLICAÇÃO:

Essa atividade constará da apresentação de um Power-point com dados sobre o autor Monteiro Lobato. Pretende-se pontuar aspectos de sua formação literária e seus envolvimentos nas diversas áreas do conhecimento: Arte, política, economia, sociedade. Destacando seu espírito crítico fruto da formação leitora de diversos tipos de textos e em diversas línguas. Justificando a escolha do autor para o projeto.

http://www.monteirolobato.sp.gov.br/municipiohistoria.html Lobato era artista A vida de Lobato relato http://www.youtube.com/watch?v=fOfg4uZaKTI

[t1] Comentário: Nesse site é possível saber sobre a história da fazenda Buquira que virou cidade e ver uma foto de Lobato quando criança com as irmãs.

[t2] Comentário: http://www.unicamp.br/iel/monteirolobato/pinturas_desenhos/pinturas_desenhos13.html Nesse site da Unicamp é possível ver desenhos e obras de Monteiro Lobato. Nesse mesmo site é possível encontrar fotos antigas, http://www.unicamp.br/iel/monteirolobato/galerias/galeria01.htm algumas de Lobato e suas cartas. http://www.unicamp.br/iel/monteirolobato/projeto_tematico.htm http://lobato.globo.com/lobato_Biografia.asp

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Na sequência, se pontua um trabalho na literatura, embasado nas teorias e Maurice Blanchot e Antoine Artaud. Dentre elas o processo de transformação do conhecimento em vivência e a convergência dos conhecimentos empíricos, como base para reflexões de mundo e o emergir do leitor reflexivo, crítico. Slides dos tópicos do projeto com aporte teórico de Maurice Blanchot e Antoine Artaud http://www.slideshare.net/profedimara/teoria-do-projeto-com-artaud-e-blanchot EXPLICAÇÃO DOS TÓPICOS DO PROJETO: Os autores que deram suporte teórico ao projeto, mostram que a imagem nos entrega ao mais intrínseco das nossas interpretações, pois elas são metabolizadas através do cérebro que une nossos conhecimentos empíricos e nos faz transformar ideias adquiridas pela Arte e pela Literatura em algo mais concreto, ou seja, como algo que nos modifica para a vida, como seres melhores. ATIVIDADE 3: OBJETIVO: Perceber que um texto pode ser trabalhado em forma de imagem, possibilitando a expressão das mais variadas formas. EXPLICAÇÃO:

A palavra é plurissignificativa a partir do referencial empírico do leitor, portanto a leitura propiciará a multiplicidade interpretativa, partindo do mesmo objeto de leitura. Se na escrita isso já é possível, esse material se propõe em forma de imagens, buscado a diversidade elaborativa como processo de entendimento do leitor e sua expressividade. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: - O professor irá distribuir papéis em branco e oferecer lápis colorido ou tintas, para que a partir da leitura que será feita, façam a criação de um personagem. Lembrando que a leitura é só uma referência, pode ser acrescidas mais características. - O professor lerá uma descrição escrita de Monteiro Lobato feita por Emmanuel Guedes, que o encontrou no período em que viveu na fazenda Buquira que herdara do avô, como fazendeiro, proprietário. Nesse período ele virou marceneiro e desenhista, pouco produziu em termos literários. Trecho do texto: “...um trintão bem avançado, seco, tostado pelo sol, rosto miúdo e fino, de faces reentrantes, cortado por um ligeiro “rictus” comum aos piscatênicos...”

[t3] Comentário: O Texto está no livro CAVALHEIRO, Edgard. Vida e Obra de Monteiro Lobato. Pag.157. Nesse mesmo livro à pag. 142 existe outro texto descritivo de Lobato feito por D. ENgrácia Pena. Vide bibliografia

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-Após a leitura, dará mais alguns minutos (3min) para que terminem o desenho. Eles deverão ser mostrados à turma depois de nova leitura do texto. -Nesse momento se produz uma auto-avaliação individual a partir da retomada do objetivo da atividade e nova leitura -Após, os participantes vão se reunir em grupos de cinco pessoas e inserir esses personagens num contexto. Para isso será distribuída uma cartolina por grupo para a atividade. EXPLICAÇÃO DE TÓPICOS DO PROJETO:

Nessa atividade pode-se perceber que a pluralidade do desenho depende da referência dada pelo texto. Este se acrescido do referencial de cultura advindo do participante, possibilita aplicar apenas o figurativo pautado no conhecimento formal institucionalizado, sem o uso da imaginação. Para extrapolar esse referencial se parte para a formação de um personagem que contenha características do texto, indo além do figurativo. Mesmo respeitando diferentes formas de se interpretar um texto, faz-se uma atividade voltada para o aluno/leitor. Visando a interação e a percepção como algo além do convencional. Sugestão de Avaliação: Pode ser feita a partir desse referencial descrito acima atribuindo valores ou mesmo atrelando a esta a produção de um vídeo-livro com os personagens... ATIVIDADE 4: OBJETIVO: Estabelecer o diálogo entre as diversas áreas do conhecimento e a relação entre os textos midiáticos e literários, utilizando-se do livro: O presidente negro.

http://www.google.com/imgres?imgurl=http://dandonota.files.wordpress.com/2008/12/o-presidente-negro-031.jpg

RESUMO DO LIVRO: Em forma de livro-clip: http://www.youtube.com/watch?v=mnbNKoRYThk

[t4] Comentário: Essa produção poderá ser aproveitada pelo professor para desenvolvimento de uma história, reunindo em grupo participantes e personagens desenhados.

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Um dos assuntos previstos por Monteiro Lobato em seu livro: O presidente Negro, foi que o 88º presidente dos EUA seria um negro. Ele acertou. Mas a previsão era para o ano 2228. Ele chegou perto.

Wilton Anderson de Oliveira:cartunista DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: -Utilizaremos um texto visual. No caso, fotos do presidente Barack Obama, quando de sua posse. Elas serão aplicadas num tangram e recortadas. Tangram quadrado básico

[t5] Comentário: WIlton contato:[email protected]

[t6] Comentário: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tangram no endereço acima, mais informações sobre a origem do tangram e suas aplicações nas diferentes áreas do conhecimento.

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http://origamiecia.blog.com/2009/09/24/tangram-de-papel-ou-de-biscoito/ http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://ikkaro.canariculturacolor.com/files/u1/tangram.gif

-Os tangrams serão distribuídos em grupos para serem montados pelos participantes. É detalhe que a peça quadrada que compõe o tangram seja misturada com a peça de outra foto. O objetivo é mostrar que para conseguir o diálogo entre as diversas áreas do conhecimento é preciso trabalhar em equipe. Esta atividade deve-se constatar que há uma peça diferente do contexto, o que premedita uma busca pela peça certa nos outros grupos, suscitando o diálogo e a barganha. -Com as figuras montadas, vá aos comentários sobre o porquê da escolha das fotos, mostrando-as num slide. -As figuras a serem utilizadas visam a apontar numa foto o que é um texto visual. Um fotógrafo quando a produz com diferentes objetivos e dependendo da escolha do ângulo, possibilita diferenciadas interpretações. Trabalha-se aqui com a fotografia como algo que contextualizado permite diversas interpretações. -As fotos a serem aplicadas no tangram estão referendadas nos endereços abaixo: Foto 1: Nessa foto Barack Obama faz o juramento sobre a bíblia secular, mas o ângulo do fotógrafo não permite a visão da bíblia. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://emanuelmattos.com.br/wp-content/uploads/2009/01/obama-juramento.jpg Momento em que se pode abordar com os participantes algo sobre a origem do presidente e suas crenças. Essa foto pode suscitar a interpretação da religiosidade e se está publicada num veículo tendencioso permite o acompanhamento de um texto que aborda de modo sensacionalista essa ótica do presidente. Foto 2: Nessa foto Obama faz o juramento sobre a bíblia secular e o fotógrafo permite visualizar a bíblia . http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.bahianoticias.com.br/fotos/editor/Image/posse_obama.jpg Nesse caso a abordagem seria que o presidente apesar de sua origem, admite a utilização da bíblia e sobre ela faz seu juramento civil e de fé. Outra vez a fotografia permite outros tipos de comentários sobre a mesma cena. Foto 3: Nessa foto, o ângulo e a lente utilizadas pelo fotógrafo destacam as palmas das mãos do presidente e de sua esposa, acompanhados das filhas.

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http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.doucefrance.com.br/blog/wp-content/uploads/2009/01/barack-obama404_672648c.jpg / A Análise aqui poderia ser pelo trabalho honesto, mãos limpas. Pessoa que estima a família, sério. Como mostra obras de arte que destacam as mãos e pés de trabalhadores rurais como as de Cândido Portinari mostrando trabalho. Foto 4: Nessa foto também temos o destaque para as mãos do presidente e sua esposa. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://l.yimg.com/a/i/br/news/0109/obama_primeirodia2.jpg Aqui a análise poderia ser pela ótica da discriminação estabelecida há anos nos Estados Unidos, que apesar de descendente de muçulmanos, eles têm as mãos brancas. Aliás características da própria raça. Mas poderia ser dessa forma encaminhada a foto para um texto com comentários desse tipo. Mesmo as obras de Portinari destacam as mãos e pés de trabalhadores negros. Foto 5: Nessa foto o ineditismo do fato de um presidente negro (44º ), ter conseguido realizar o sonho de Martim Luther King - detalhe também previsto por Monteiro Lobato no livro do Presidente negro- faz com que a cena de milhões de americanos de todas as raças diante do Capitólio fosse representada em lego e eternizada historicamente.. http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.telegraph.co.uk/telegraph/multimedia/archive/01240/scene-wider_1240483i.jpg -Depois da análise das fotos, pode-se entender que elas também são uma forma de texto, de interpretação. Momento para o levantamento das temáticas possíveis. Algumas abordagens são aqui sugeridas. Logo abaixo, veja citação das fotos. - instante de apresentar o texto literário com temática correlata. No caso será um trecho do livro: O presidente Negro de Monteiro Lobato. -Nesse trecho do livro, os leitores podem correlacionar a temática com os textos midiáticos e assim entender melhor o texto literário de Monteiro Lobato. Isso permite relativizar e estabelecer uma ponte cultural entre duas épocas, a do leitor e a do autor. -Ao ler o trecho do livro, os alunos/leitores podem identificar com maior facilidade a temática abordada sobre a previsão de um presidente negro nos EUA, feita por Lobato. -No capítulo XI, aparece uma consideração sobre a raça negra e o destaque para o personagem Jim Roy “ Dez anos antes começara aparecer na cena americana um vulto de excepcional envergadura: Jim Roy, o negro de gênio. Tinha a figura atlética de senegalês dos nossos tempos, apesar da modificação craniana sofrida por influência do meio.” Cap XI.

[t7] Comentário: Sugestão de material sobre a luta de Martim Luther King e o trecho do discurso em que Obama o cita referendando a glória e conquistas dos negros. Vídeo do discurso de posse do Barack Obama10:00 http://www.youtube.com/watch?v=5_l0RlXayPw Martin Lutter king a Barack Obama 6:00 http://www.youtube.com/watch?v=qPXT8CNPw3w&feature=related video que mostra discriminação Americana aos negros http://www.youtube.com/watch?v=YS11MpYd4qU&feature=related musica rap sobre Martim Luther king até Obama 4:00 http://www.youtube.com/watch?v=qKlXLE14aCM&feature=related (esse vídeo tbem serve para as questões ambientais e históricas) Jornal nacional na data da posse de Obama (em português) 10 min http://www.youtube.com/watch?v=2h-Nf8pZ3Vs&NR=1

[t8] Comentário: O livro O presidente negro traz muitos outros temas que foram previstos pelo escritor e realmente aconteceram: liberação feminina, rede de transmissão sem fio, etc...

[t9] Comentário: Blog Chocolate city: the best American afro blog http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://emanuelmattos.com.br/wp-content/uploads/2009/01/obama-juramento.jpg&imgrefurl=http://emanuelmattos.com.br/archives/ texto em inglês sobre o livro de Lobato falando sobre a previsão da eleição do presidente negro

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No próximo capítulo aparece outra personagem Miss Jane! Ela vai disputar na política o cargo à presidência americana como representante dos brancos. Mas é o negro que ganha as eleições e assume seu cargo perante o Capitólio. -No cap. XV, com o pleito ganho, Jim é ameaçado e acaba sendo assassinado como conta a real história do líder negro Martin Luther King. Fotos dos líderes negros antes de Obama http://www.mindfully.org/Reform/2005/Malcolm-X-Advice1may05.htm http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.nosrevista.com.br/wp-content/uploads/2009/12/martin_luther_king.jpg COMENTÁRIO DE TÓPICOS DO PROJETO:

Monteiro Lobato fala de um líder, no caso se toma por base um cognominado MAlcon X, que conseguiu uma projeção entre os negros. Despois em 1925 foi Matin Luter King. Sendo Lobato um grande leitor a atualizar-se dos fatos de sua época pode prever, nesse livro, que um dia EUA teria um presidente negro. As outras previsões contidas na mesma obra possuem mesma origem. O que chama mais a atenção é que seu único livro de ficção como outros livros do gênero, aponta para a História dentro de uma história, antecipa fatos reais.

Esse livro publicado em 1926, ainda se mantém atual quando trata de um assunto que é pauta da mídia. Sua temática permite estabelecer um interdiscurso das diferentes áreas do conhecimento com a literatura. Nessa obra se analisa diversos tipos de conhecimentos tomando por referência O presidente negro americano. Há ainda, um espaço especial no livro, no capítulo VII intitulado futuro presente, onde o autor faz uma série de análises projetando o mundo do futuro e a modo de agir do ser humano. Já o capítulo anterior ao VI, ele cria um aparelho que permite visualizar o futuro. Tal instrumento permite ir além do tempo, quebrar a barreira temporal que o rotula em estudos literários, atitude que se prolonga até o cap.VIII. Nesses capítulos, cria-se um espaço neutro que deixa a visão de um personagem que comunga com a vida um tempo fora do tempo. Propiciar um dialogo onde o leitor faca uma releitura do autor refazendo uma releitura de mundo inspira este trabalho. Releituras que podem se realizar: O movimento feminista, aqui satirizado na charge de Wilton.

[t10] Comentário: http://pt.wikipedia.org/wiki/Malcolm_X texto sobre o líder negro.

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Wilton Anderson de Oliveira:cartunista OBSERVAÇÃO: Para a próxima atividade, deve ser distribuído o texto citado na wiki para que os participantes façam uma leitura prévia para utilizar esse material em atividades do segundo encontro.

MÓDULO 2 Data da aplicação: 16/10/2010 OBJETIVOS: -visa promover a leitura quando busca uma relação análoga com textos de mídia. Tem por finalidade uma nova significação à leitura literária das obras de Monteiro Lobato. -quer dialogar entre relações contextuais e diferentes tipos de textos, para promover a capacidade de envolver o aluno/leitor numa reflexão (aluno/leitor reflexivo). -almeja usar a ferramenta tecnológica wiki de modo a favorecer a interdisciplinaridade em processo de planejamento coletivo. Num segundo tempo aplica-se estas atividades em sala de aula, na busca de um retorno dos alunos. ATIVIDADE 1: OBJETIVO: Mostrar que à literatura não há limites, nem ao conhecimento, pois a interdisciplinaridade é intrínseca ao processo de interpretação de mundo. Explicação: Essa atividade visa mostrar que a arte é ilimitada e, por conseqüência, o conhecimento advindo da vivência possibilita que a obra literária seja entendida como atemporal. Ela pode

[t11] Comentário: [email protected]

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ser resgatada e lida de maneira diferente, sem deixa de colaborar para o crescimento cultural do leitor. O pensar ilimitado que converge para uma releitura e soma de épocas, repensando o presente e resgatando um passado para modificar o futuro, tendo em vista a formação do leitor reflexivo.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:MobiusStrip-01.png DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: O que representa melhor o infinito é o Anel de Moebius. Esta atividade consiste em construir um anel de moebius para provocar uma reflexão sobre o limitado e o ilimitado das coisas. -Entregar aos participantes uma folha de papel, pedir para que cortem dela uma tira de 3cm de largura por 28cm de comprimento. -Recorte e antes de colar as pontas de uma torcidinha. Pronto, terá então um símbolo do infinito. -Passe o dedo em um dos lados da tira colada e verá que, embora pareça ter dois lados, tem apenas um. -Na sequência recorte ao meio o anel e verá que ao invés de separar-se em duas tiras ele fica cada vez maior. Fita de Moebius EXPLICAÇÃO DOS TÓPICOS DO PROJETO: O conhecimento se faz através de relações. No caso da literatura, essa condição extrapola limites porque ela ser arte. Na expressividade do artista, no despojo de idéias algo se concretiza em forma de obra. Trabalhar essa concretização no caso de Monteiro Lobato, das suas idéias tão avançadas para época, faz uma conversão temporal capaz de unir mundos. Coisa que a literatura facilita. Unida às diferentes áreas do conhecimento, o leitor torna-se capaz de levar a leitura-mental em forma de associação de idéias recriando fatos da vida prática na reflexão.

[t12] Comentário: Informações sobre o anel de moebius http://pt.wikipedia.org/wiki/Fita_de_M%C3%B6bius#Propriedades Há também o anel paradrômico http://pt.wikipedia.org/wiki/Anel_paradr%C3%B4mico

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ATIVIDADE 2 : OBJETIVO: Refletir sobre o personagem Jeca Tatu de Monteiro Lobato e o que ele representou e representa para o meio ambiente e ambiente rural. Dessa maneira, mostrar que a literatura não possui limites e sim elos. E, unindo os diferentes tipos de discurso, apresentar o livro Urupês e a criação do personagem Jeca Tatu, este sendo o protótipo do caboclo brasileiro iniciado na coletânea de contos do livro Urupês, no conto de mesmo nome do livro, que é o resultado da observação desses matutos que passaram por sua vida desde a fazenda Buquira. livro Urupês

Capa interna do livro Urupês-2ª edição lançado pela editora de ML O livro é uma coletânea de contos que Lobato, ao longo das novas edições, foi acrescentando, retirando e modificando. Porém todas as histórias falam da convivência cabocla e suas rusgas. São contos dramáticos e geralmente com finais trágicos. Cabe ressaltar o conto Urupês, onde aparece pela primeira vez o personagem Jeca Tatu que rendeu ao escritor muitas novas ideias e o projetou nacionalmente até com campanhas de sanitarismo brasileiro. Mais tarde tornou-se Zé Brasil (outro conto de Lobato publicado em 1947) que é a modificação do personagem Jeca, mas agora com a preocupação com o meio ambiente. Urupês significa fungo, conhecido como Orelha de Pau.A primeira capa desenhada por MLobato trazia figurativamente a espécie.

[t13] Comentário: http://pt.wikipedia.org/wiki/Monteiro_Lobato mais,detsallhes sobre vida e obra do escritor.

[t14] Comentário: Urupês é considerado a obra-prima de Monteiro Lobato, e é um clássico da literatura brasileira. O livro é composto por 14 contos, que mostram a vida quotidiana e mundana do caboclo do interior de São Paulo, através de suas crenças, costumes e tradições. Têm, geralmente, um final trágico e inesperado. Os contos do livro são: •Os faroleiros •O engraçado arrependido •A colcha de retalhos •A vingança da peroba •Um suplício moderno •Meu conto de Maupassant •"Pollice Verso" •Bucólica •O mata-pau •Bocatorta •O comprador de fazendas •O estigma •Velha Praga •Urupês http://pt.wikipedia.org/wiki/Urup%C3%AAs_(Monteiro_Lobato)

[t15] Comentário: LOBATO. Monteiro. Urupês outros contos e coisas. 2ªedição,Companhia Editora Nacional, 1945. edição comemorativa.Consta na bibligorafia.

[t16] Comentário: Artigo falando do Jeca e do amarelão, como campanha sanitarista e motivos de estudos aprofundados http://www.projetoradix.com.br/arq_artigo/VI_07.pdf

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http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://3.bp.blogspot.com/_cw9fhrImNyg/Rg6kqWG5jQI/AAAAAAAAAAs/r3Iw45pKcJA/s400/lcpa6606.jpg

JECA TATU: Jeca de hoje, vestido, mas continua o mesmo caboclo. Desenho do cartunista Wilton Anderson de Oliveira Resumo do livro: http://www.sosestudante.com/resumos-u/urupes-monteiro-lobato.html No conto diz:

[t17] Comentário: ilustração autorizada. Contato com o cartunista [email protected]

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“ Jeca Tatu é um piraquara do Paraíba, maravilhoso epitoma de carne onde se resumem todas as caracaterísticas da espécie. Ei-lo que vem falar ao patrão. Entrou, saudou. Seu primeiro primeiro movimento após prender aos lábios a palha de milho, sacar o rolete de fumo e disparar a cusparada d’esguicho, é sentar-se jeitosamente sobre os calcanhares Só então destrava a língua e a inteligência.” COMENTÁRIOS SOBRE O LIVRO: -Baseado no conto de mesmo nome que o livro tem-se o filme e a representação do personagem por Mazzaropi, o Jeca. O link abaixo mostra a descrição do personagem de Monteiro Lobato e seu habitat. -No mesmo conto, é retratado o matuto sendo convencido a dar seu voto para candidatos dos patrões. -Detalhes sobre a falta de iniciativa do caboclo mostrado nos contos de Urupês. Tal ação faz parte da história do cinema Nacional. Também é interessante destacar a repercussão do personagem Jeca. Ele é tema de música, a Tristeza do Jeca até hoje é cantada! DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: Utilizar dos contos do livro Urupês, é nele que se tem o aparecimento do personagem JecaTatu. -Escolher um trecho significativo do conto. ( narração feita pó Paulo Betty do conto Jeca Tatu) http://www.youtube.com/watch?v=n6y0dDxAXeU -Escrever esse trecho com palavras em anagrama. Deve-se deixar impresso somente a parte de cima das letras substituindo as vogais por números ou ainda escrevendo sem espaçamento. Não é preciso fazer com todas as palavras, mas de modo que o leitor perceba como o cérebro lê melhor as frases que possuem palavras alteradas. Toma-se como exemplo o trecho do conto citado acima: “ J2c1 é um p3r1q51r1 do Banaípar, maravilhoso epitoma d2 necar 4nd2 se r2s5m2m datos 1s tecaracticasris das espécies. Ei-loquevem falaraopatrãoentrousaudouseuprimeiromovimentoapósprenderaoslábiosa palhademilhosacaroroletedefumoedispararacusparadad’esguichoesentar-sejeitosamente sobreoscalcanharesSóentãodestravaalínguaeainteligência.” COMENTÁRIOS DE TÓPICOS DO PROJETO: Quando as frases saem do convencional instigam o conhecimento. O cérebro se vê obrigado a colocar seus recursos empíricos em cheque, utilizando-se das pontes de conhecimentos. A correlação de saberes que evidenciar esta atividade, traduz-se na tentativa de solucionar, decifrar, entender o material a selecionado. Quando os participantes conseguem ao entender e interpretar o código visual, tendem a internalizar informações. Nisso é bom

[t18] Comentário: Para conseguir o conto todo, deve procurar o livro Urupês, e buscar o conto de mesmo nome. Nesse caso foi tirado da 2ª edição do livro. Consta na bibliografia. Página 125 a 134.

[t19] Comentário: http://www.youtube.com/watch?v=0p3VbfT6qOk (em preto e branco) 7min 20

[t20] Comentário: Isso é retratado com detalhes no filme de Mazzaropi noi link: http://www.youtube.com/watch?v=h4glcXxPt38&feature=related 9min37

[t21] Comentário: Aqui consta um material que pode ser utilizado para interdisciplinaridade com Arte, por exemplo. O vídeo fala do cineasta Mazzaropi em um museu sobre suas produções e o comentário da apropriação do personagem Jeca Tatu por ele em seus filmes. http://www.youtube.com/watch?v=2vvRnott7Ag&NR=1 10:47 - O museu fica no interior de São Paulo, na mesma cidade de Monteiro. No caso de agendamentol, no Hotel Fazenda Mazzaropi. Visite o Site de visitas http://www.museumazzaropi.com.br e saiba mais, sobre o artista e o museu (o Site é o museu virtual). Neste vídeo fotos do Museu e do Hotel Fazanda. Trecho do filme Tristeza do Jeca e Trecho de música cantada por Tonico e Tinoco, a maior dupla sertaneja do Brasil. Agora, em Campos do Jordão, o Hotel Villa Mazzaropi (http://www.mazzaropi.com.br/). :

[t22] Comentário: Veja o vídeo com uma gravação atual na voz do Padre Fábio de Melo: http://direcaoespiritual.blogspot.com/ Show de Pe. Fábio de Melo realizado no Retiro de Cura e Libertação na Canção Nova em Março/2008.

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lembrar que as letras e números também são imagens associadas a conceitos, a objetos. Logo, decifrá-los e interpretá-los faz parte do entendimento. Disse Artaud(ano?) que é preciso ir além da linguagem para se vivenciar uma cena. Ter a literatura como um elo entre o mundo raso da informação pode atrair uma significação mais profunda do fazer literário e da interpretação. A literatura movimenta o interior das pessoas; quando se permite subverção do texto abre-se a porta para além das letras, outras linguagens e imagens. ATIVIDADE 3 : OBJETIVO: Desvendar o uso da ferramenta wiki como forma de planejar atividades coletivas interdisciplinares on-line. Visa permitir que o aluno perceba que o conhecimento é inter-relacionado e que a literatura pode reunir áreas do saber. EXPLICAÇÃO DA ATIVIDADE: Trabalha-se a interdisciplinaridade como coisa prática, entendendo-a como coisa intrínseca ao conhecimento. Através da ferramenta tecnológica wiki se incentiva que os professores planejem atividades comungando uma mesma ementa. A intenção é simular um planejamento no qual os participantes, cada qual com sua disciplina, possam elaborar uma atividade partindo da literatura ou de um ponto correlato a algum dos conteúdos específicos. Sem deixar de utilizar o texto midiático, como um facilitador da correlação temática para as diversas áreas do conhecimento.

http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://filosofiageral.wikispaces.com/file/view/logo_wiki_fg_gif.gif Para saber o porquê usar essa ferramenta para planejar atividades em parceria com seus colegas, e o que vem a ser wiki, desde quando existe, como funciona e como criar a sua, acesse o endereço da wiki que criamos como modelo para a concretização dessa proposta, no endereço:

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http://matapau.wikispaces.com Na ferramenta, há uma aula elaborada utilizando um trecho do conto Velha Praga, conto do livro Urupês de Monteiro Lobato A FERRAMENTA FUNCIONA ASSIM:

1) Quando acessa a wiki há um tutorial para criar sua própria ferramenta.

No final da página encontra-se a opção Apresentação . Você deve clicar para iniciar a modelo de wiki proposto nessa atividade. Vai abrir a seguinte página:

[t23] Comentário: Esse trecho foi tirado dolivro de Edgard Cavalheiro, pág 147 a 167. Constante da bibliografia.

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No final dessa página você terá acesso aos diferentes módulos. Na seqüência do modelo de wiki, clica-se no MÒDULO 2. Nesse se abre a seguinte página:

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Nela você achcará um MODELO da proposta da wiki que poderá ser copiada em sua escola.

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Se você deseja atuar nesta atividade, basta clicar no item PROPONENTE na página acima e preencher a proposta. Os demais professores interessados em participar coletivamente da proposta devem clicar no item PROFESSOR 1 e assim sucessivamente, conforme o número de professores interessados. A página do MODELO traz a seguinte página:

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A página do PROPONENTE traz um modelo de itens para serem preenchidos, como pode observar na página:

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Após preencher essa página, cada professor deve preencher a sua proposta co-participativa, conforme mostra a página exemplo do PROFESSOR 5:

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Assim sucessivamente os professores participantes: PROFESSOR 1, PROFESSOR2, PROFESSOR 3,... quantos forem participar da atividade. Posteriormente, o PROPONENTE enviará um relatório analisando todas as propostas, então o professor participante deve verificar a seguinte página com os comentários:

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Caso o professor queira alguma explicação ou questionar ou sugerir mudanças, deve acessar o item DISCUSSION nessa página que abrirá um fórum com o proponente. Observe onde clicar:

AQUI O PROFESSOR PODE DISCUTIR AS DECISÕES COM O PROPONEMTE

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Abrirá a seguinte página:

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Concluído o processo, se efetivam datas e inicia-se a aplicação das atividades. Que depois de concluídas podem ser publicadas nesse espaço.

As atividades dos demais módulos, estarão disponíveis na wiki na página HOME, logo a esquerda, conforme mostra a seta na página abaixo. É só clicar e você terá acesso a todo o material didático do projeto sobre Monteiro Lobato.

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Agora, monte a sua wiki, você vai perceber como o trabalho coletivo ajuda no conhecimento e interesse dos alunos!

Reciclar é importante. Desenho do cartunista Wilton Anderson de Oliveira COMENTÁRIOS DE TÓPICOS DO PROJETO:

[t24] Comentário: ilustração autorizada. Contato com o cartunista [email protected]

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A literatura interliga épocas e conhecimentos diversos, além de oferecer um enriquecimento dos saberes. A ela se faz intrínseca certa interdisciplinaridade, quando transita nas diferentes áreas do conhecimento, retratando um contexto. Objetiva este material envolver diversas áreas do conhecimento e professores de literatura e não-literatura. Problematiza o tempo escasso para um encontro presencial que impossibilita propostas interdisciplinares. Esta dificuldade no planejamento coletivo e interdisciplinar pode em parte ser superada usando uma ferramenta que facilita a construção coletiva.

MÓDULO 3 Data da aplicação: 06/11/2010. OBJETIVOS: -Perceber que as temáticas das obras de Monteiro Lobato permitem uma relação análoga com textos de mídia por serem atuais, rediscutindo e trazendo à tona assuntos políticos, sociais e econômicos. -Utilizar textos midiáticos como forma de sensibilizar o aluno/leitor, incitando-o a refletir sobre temas atuais, correlatos à temática literária, incentivando a leitura como contribuinte para o crescimento cultural e cidadão. -Incentivar a interpretação advinda das relações entre textos midiáticos e literários, os que em forma de imagem são expressão estética da arte. ATIVIDADE 1 : OBJETIVO: -Perceber a imagem como reveladora de significados associando idéias para buscar uma exposição plástica da reflexão. EXPLICAÇÃO: Atividade que visa o estranhamento do real. Primeiro se apresenta um objeto que cause estranheza por sua forma ou por não haver nenhuma associação da palavra à imagem. Depois força-se uma leitura desses objetos que fogem do usual. Compara-se seu desconhecimento, a não idéia do mesmo, há falta de registro dessas imagens, como exercício funcional. Tal exercício relaciona a interpretação aos significados prévios do leitor. Daí preparar um campo significativo de apropriação do leitor trabalhando com a cultura e seus formatos. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:

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-Apresentar aos professores um objeto e questionar a eles seu significado. (Será uma representação do porviroscópio, aparelho imagético de Monteiro Lobato que, no livro O presidente negro serviu para ver os acontecimentos futuros).

Porviroscópio criado pela designer gráfica Denise Jacob -Colocar os professores em grupos de grupos de três e entregar a eles um saquinho tirado do objeto- porviroscópio – contendo uma frase em linguagem céltica. - Cada um receberá uma quantidade de madeirinhas codificadas com a tarefa de ler a frase e significá-la. -Após alguns minutos, entregar a eles um texto histórico sobre o alfabeto. Aguardar mais alguns minutos para que os participantes efetuem a leitura. -Somente depois entregar a tabela dos símbolos contendo o equivalente às letras do alfabeto da Língua Portuguesa e de valores numéricos do alfabeto celta.

[t25] Comentário: Direito autoral liberado.Contato com a Denise Jacob [email protected]

[t26] Comentário: http://pt.wikipedia.org/wiki/Celtas Nesse endereço a história dos celtas alfabeto celta ogham Ogham é a mais antiga forma de escrita da Irlanda e Escócia. Atualmente, pode ser encontrada inscrita em centenas de pedras altas e estreitas, nas paredes de algumas cavernas, e também em objetos de ossos, marfim, bronze e prata. Originalmente, a escrita ogâmica foi especialmente desenvolvida para ser usada em bastões. A palavra “bastões” tem raiz etmológica na palavra “basco” para designar “alfabeto”. Na linguagem dos celtas, a palavra agaka é uma aglutinação de aga-aka-aga, que significa bastão ou vara, e akats, que significa entalhe. Todavia, em seu significado prático, a palavra agaka está mais para “escrita” do que para “alfabeto”. Mais especificamente, tratava-se de um bastão onde os entalhes ogâmicos transmitiam uma mensagem. Mais informações: http://bruxaria.net/2008/04/30/alfabeto-das-arvores-ogham/

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http://filosofia-esoterica.blogspot.com/2010/06/celtas-alfabeto-e-oraculo-ogham-e.html -As frases e expressões são tiradas do conto Lambeferas, de Monteiro Lobato (ano?). Esse romance foi fruto de uma brincadeira com um amigo para passar as horas entediadas na fazenda. Segundo Lobato, um romance absurdo de capítulos curtinhos e esquizofrênicos.

“Suprimindo a pedido do bom senso!”

“... nas cachoeiras a caranguejola se desfaz”

“onomatopéia ofídica”

“zona livre de imagens”

“água borbotar em gorgolhões esbravejantes”

“O meu rico traste estava meio submerso, e eu com ele.”

“sucção violenta nas botas couro de veado”

“O destino que teve uma dália murcha”

“ Cavanhaque é casa com apenas as valetas dos alicerces desenhados no

chão”

[t27] Comentário: Texto comentado no livro sobre a vida e obra de Monteiro Lobato de Edgard Cavalheiro, pág 104- 106, consta na bibliografia

[t28] Comentário: http://www.uniesp.edu.br/revista/revista8/pdf/artigos/02.pdf nesse artigo da revista multidisciplinar da UNESP, p.21

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-Após conseguir identificar as palavras, os participantes devem pegar uma cartolina ou folha de papel para recriar em forma de imagem, aquilo que leram. Traçar sua significação como forma de representar a interpretação da leitura. EXPLICAÇÃO DOS TÓPICOS RELATIVOS AO PROJETO Essas frases ou expressões utilizadas por Lobato(ano?) tentam mostrar que a imagem, a interpretação ou leitura literária remetem a formação de imagens na consciência como forma de interpretação. Convoca os conhecimentos empíricos do leitor na possibilidade de interpretar e interconectar imagens com o discurso literário. Não que a linguagem visual seja equivalente da linguagem escrita, mas são formas de divulgar a essência da linguagem, permitindo uma interpretação fora do estrutural com uma tradução e quebra de limites significativos. São ação quase que intuitiva do cérebro, como explica Artaud (ano?), numa explicação sobre a imagem. A interpretação propicia ir além da própria literatura e permite liberdade significativa encampada pelo foco da literatura ou arte da palavra. Não possui limites em um campo onde tudo é permitido. A imagem traz significações que às vezes palavras não nos trazem. Então é preciso criar, abrir-se ao novo, permitir se envolver e buscar uma significação que quebre com as estruturas intelectuais teóricas fundamentadas concretamente. Deixar falar o artista, mais que o professor. Perceber, como nesses momentos as imagens podem não nos desligar do evento visto e sim, nos entregar profundamente a nós mesmos”, como diz Artaud. Portanto visa esta atividade permitir que o leitor perceba que a criatividade é algo sem limites. ATIVIDADE 2: OBJETIVO: Provocar os professores a pensarem em atividades interdisciplinares. Motivar o interesse e a reflexão pela leitura, resgatando o leitor num interdiscurso ligado à interpretação por imagem. EXPLICAÇÃO: O mundo de hoje é mais imagem do que escrita, portanto, a interpretação em forma de imagem pode resgatar o interesse do leitor. Essa atividade utiliza o conto: Velha Praga, que descreve as queimadas feitas pelos caboclos em suas terras como forma de liberar espaço para iniciar novo plantio. Monteiro Lobato (ano) que não concorda com essa prática, preocupa-se em investir contra os queimadores de mato, numa vontade educadora e punitiva à prática. O escritor ressalta o visual da queimada em suas palavras, onde o leitor é capaz de ver a terra em chamas. O papel do professor como elo entre as diversas áreas do conhecimento é fundamental, de modo a resgatar o leitor reflexivo e criativo. De modo análogo a ação do autor o leitor deve liberar sua imaginação e num processo interpretativo criar imagens visuais desta obra. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:

[t29] Comentário: ARTAUD, 1970,p.159 e p.263 da bibliografia.

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Nesse endereço há o comentário do conto Velha Praga http://www.uniesp.edu.br/revista/revista8/pdf/artigos/02.pdf -uso de materiais midiáticos sobre o problema das queimadas ocorridas no Brasil, nos dias de hoje. Percebida a atualidade do tema que compromete o ambiente e os ecossistemas. Deve-se ler e depois permitir a discussão temática, abordando a amplitude do problema no pais.

Governo Federal lança alternativas para a prática das queimadas na agricultura Embrapa

A prática de queimadas na agricultura, sobretudo na região tropical, tem atingido dimensões alarmantes, causando preocupações em âmbito nacional e internacional.

Com objetivo de evitar o uso dessa técnica rudimentar, prejudicial ao homem e ao meio ambiente, o Governo Federal está lançando a campanha "Alternativas para a prática de queimadas na agricultura".

A campanha será desenvolvida pelo Ministério da Agricultura e do Abastecimento e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Para executá-la, serão estabelecidas parcerias com os ministérios do Meio Ambiente, do Desenvolvimento Agrário, governos estaduais, prefeituras, setor privado, organizações não-governamentais (ONGs), cooperativas e órgãos de assistência técnica e extensão rural.

Por intermédio da campanha, o Governo Federal quer conscientizar a população urbana e rural sobre os riscos e prejuízos das queimadas no Brasil.

Para tanto, pretende estimular o uso de alternativas tecnológicas na agricultura que substituam as queimadas.

Com isso, deverá ser reduzido o número de queimadas registradas anualmente no país, em especial nas regiões Norte e Centro-Oeste, uma das áreas mais atingidas por essa prática.

Durante a campanha, a Embrapa treinará 400 técnicos multiplicadores em tecnologias alternativas a queimadas.

Eles vão atuar nos estados do Mato Grosso, Maranhão, Pará e Tocantins, onde serão realizados cerca de 2000 treinamentos de produtores, em 80 mil estabelecimentos rurais. O programa beneficiará cerca de 150 mil agricultores

-Após apresentar o problema, mostrar alternativas para evitar o empobrecimento do solo. Ssugere-se um vídeo feito pela Embrapa de 8 min e 20, que mostra a cobertura verde para

[t30] Comentário: SABER ACADÊMICO - n º 08 - Dez. 2009/ ISSN 1980-5950 REVISTA MULTIDISCIPLINAR DA UNIESP

[t31] Comentário: A notícia foi retirada do jornal on-line http://www.itaporanews.net/noticias/2010-04-11as05h00-governo-federal-lanca-alternativas-para-a-pratica-das-queimadas-na-agricultura-id17797/

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proteção do solo, que consiste no aproveitamento das plantas já colhidas como forração para a próxima safra. http://www.youtube.com/watch?v=QMUKqxOMwHM -Mostrar um vídeo do problema de propriedades rurais em áreas urbanas. Nesse vídeo terá um trator passando agrotóxico ao lado de uma via asfaltada onde pessoas caminham aspirando o veneno. Discutir os problemas ambientais. http://www.youtube.com/watch?v=WlHrPL0H6Qw -Mostrar outros materiais que sugerimos, como os cuidados necessários para a lida com esses venenos rurais. Trata-se de um desenho instrucional sobre o trabalho com agrotóxicos. Campanha para o trabalhador nos primeiros 4 minutos. http://www.youtube.com/watch?v=S3BQPgLtenE&NR=1

Cartum elaborado por Denise Jacob, designer gráfico - Organizar os cursistas em duplas. Cada dupla receberá uma cartolina.

[t32] Comentário: Há sobre o assunto uma matéria publicada no site do Ministério da Agricultura, pecuária e abastecimento. http://hotsites.sct.embrapa.br/diacampo/programacao/2009/uso-de-especies-vegetais-com-adubacao-verde

[t33] Comentário: Outros vídeos sobre o assunto: vídeo para crianças menores sobre queimadas http://www.youtube.com/watch?v=3myvJeYmumE&feature=PlayList&p=FE2CD7FFB0091C0C&playnext=1&index=54 No planeta Terra em 2057 filme com o nome : Nós sabíamos, produzido pelo Green Peace idéia para ummtrabalho interdisciplinar http://www.youtube.com/watch?v=Utn0brbzq-U&feature=PlayList&p=FE2CD7FFB0091C0C&index=57 questões históricas de extinções- globo ecologia parte1 http://www.youtube.com/watch?v=LPqKMEb86vc&feature=PlayList&p=FE2CD7FFB0091C0C&index=4 Embalagens de agrotóxicos central de recebimentos de embalagens em Santa Catarina http://www.youtube.com/watch?v=ck30YFzZUGE Sugestão interdisciplinar: Física e matemática: construir um aquecedor solar de garrafa pet ou modelos de Energia eólica Química os componentes que produzem o efeito estufa Os componentes a partir do bagaço da cana Como é feito o etanol a partir do milho

[t34] Comentário: Elaborado e liberado pela deisgner. Contato no e-mail: [email protected]

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-No espaço da atividade, deixar disponível os materiais: tintas, canetas coloridas, lápis de cor, aquarelas, diferentes objetos para colagem, papéis coloridos, enfim, materiais para a montagem visual/interpretativa do que estarão ouvindo. -Sugere-se a leitura do trecho abaixo, para realizar esta atividade: “Minutos após crepita a labareda inicial, medrosa, numa touça mais seca; oscila incerta; ondeia ao vento , mas logo encorpa, cresce, avulta, tumultua ,infreme e, senhora do campo, estruge fragosa com infernal violência, devorando as tranqueiras, estorricando as mais altas frondes, despejando para o céu golfões de fumo estrelejado de faíscas. (...) para no dia seguinte, ao esquentar do sol, prosseguir na faina carbonizante.” - Ao mesmo tempo em que o professor lê, pausadamente, o texto, os alunos/leitores vão desenhando para montar uma obra de arte, com base nessa leitura. Não se deve usar palavras, apenas desenho e colagem. - Depois da interpretação visual, o professor lê novamente o texto. - Num segundo momento, trabalha o vocabulário utilizado pelo escritor. E, retoma com os leitores/artistas as obras realizadas para uma auto-avaliação interpretativa. -Vocabulário do texto: Capetingas ralas: capins de certas matas, realmente ralos por falta de sol, pernudos, espichados, longe um do outro. Moita de taquaruçu: planta com gomos (o fogo nelas as faz explodir feito bombas) Passo lento e traiçoeiro: porque o fogo numa encosta acentuada, um cupim velho com acúmulo de capim em redor, reacende o fogo que parecia moribundo. Alapa-se na piúcas, quieto, invisível: piúcas são velhas árvores e restos de troncos caídos já pururucas e se esfarelando por dentro, o fogo entra ali e fica em forma de brasa, queimando lá dentro enquanto a chuva cai. Fica dias às vezes. E, quando a chuva para e vem o sol e seca os capins, a brasa vira chama novamente e sai da piúca e incendiando os capins. Infreme:sem freio, desordenado Estruge fragosa: barulhento, estrondo no penhasco de difícil acesso Frondes: leque, nas copas Golfões: fogo que sobe e estrala Aceiro: terreno desgastado para evitar propagação de incêndios Inflete: dobrar, curvar, inclinar Flancos: lados Faina: tarefa, lida, serviço. Observação: Com esse estudo os leitores poderão perceber sua capacidade interpretativa do texto e vocabular, através da imagem. Pode apresentar fotos sobre queimadas que ainda hoje acontecem com o mesmo objetivo, para análise coletiva.

[t35] Comentário: O trecho citado pode ser encontrado também no livro de Edgard Cavalheiro, vida e obra de Monteiro Lobato, pag. 165 a 166, constante da bibliografia.

[t36] Comentário: Sugere-se aqui uma atividade interdisciplinar com o estudo das espécies de flora e fauna da região de Taubaté/SP. Cabem conteúdos de Biologia, História, Química, Matemática, entre outras.

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Fotos liberadas de direitos autorais, feitas pela autora do projeto, Edimara Osachuki - Um vídeo sobre queimadas na Amazônia e feito estufa no Brasil, gravadas pelo Green Peace: http://www.youtube.com/watch?v=viwodQ-nob8&feature=PlayList&p=FE2CD7FFB0091C0C&index=55&playnext=2 EXPLICAÇÃO DOS TÓPICOS DO PROJETO: Partindo da premissa da articulação temática através de textos midiáticos, associar ao texto de um modo mais visual, é permitir uma condição de reler a literatura como um terreno artístico em que, ao mesmo tempo, permeia as mais variadas áreas do conhecimento, pois cabe a ela o esteio desse conhecimento. A literatura possibilita a interpretação nas mais diversas formas e gêneros, pois é maleável e adaptável ao contexto. A multiplicidade significativa é resgatada dependendo da aplicação interpretativa dela pelo leitor/aluno. Ela é um espaço onde o autor se despoja de seus desejos, de seus ideais, onde ele se mostra verdadeiramente ao leitor que o resgata com olhares do presente num passado que se permite reler. No caso, Monteiro Lobato estabelece essa ponte de um modo particular, por ser visionário e versátil, sua temática aborda variados assuntos que ainda hoje se permitem analisar social, cultural, politica e economicamente. ATIVIDADE 3: Objetivo: Estabelecer a ponte atemporal da literatura e as diversas épocas que permitindo resgatar a escrita de escritor Monteiro Lobato que data do início do século XX, com os diversos problemas econômicos, sociais, políticos e culturais existentes ainda hoje. LIVRO ESCÂNDALO DO PETRÓLEO E DO FERRO

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Resumo dos livros obra adulta de Lobato http://lobato.globo.com/biblioteca_Geral.asp Vídeo do livro: O escândalo do petróleo e do ferro. http://www.youtube.com/watch?v=9z4JFHpaXW4&NR=1 Nesse livro, Monteiro Lobato expõe anos de negociação entre o governo brasileiro e a economia internacional. Quando se lê esse livro cuja narrativa reclama da burocracia, da falta de visão brasileira, do interesse dos empresários internacionais em embargar o desenvolvimento nacional, e negociatas interesseiras por parte de políticos que querem permanecer na liderança da máquina pública por interesses particulares, percebe-se sua atualidade. Nessa obra intitulada: O escândalo do petróleo e do ferro mostra-se um documentário das correspondências e pesquisas realizadas em prol do desenvolvimento de uma indústria nacional de extração do ferro e do petróleo. Disse Lobato: “O petróleo dará o combustível pra exploração do ferro que construirá máquinas e estradas”, enfim o progresso e divisas para o Brasil. Surgido de um dossiê que o autor enviou para o presidente em exercício Getúlio Vargas, com intuito de mostrar o potencial brasileiro para o desenvolvimento econômico, essa obra permite muitas analogias com atualidade.

[t37] Comentário: http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://img1.mlstatic.com/s_MLB_v_S_f_141028516_6117.jpg&imgrefurl=http://lista.mercadolivre.com.br/

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Wilton Anderson de Oliveira:cartunista EXPLICAÇÃO DA ATIVIDADE: Essa atividade pretende mostrar que escrever literatura não necessita apenas de palavras. Pode-se utilizar de outros materiais que representem visualmente a história com sua lógica narrativa ou informativa. Para isso sugerimos a utilização de materiais alimentícios. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: -Colocar numa mesa no centro da sala potes com vários tipos de alimentos: grãos, legumes, verduras, frutas, pães, palitos em diversos tamanhos, papéis, canetas, tesouras e cola. Vasilhas e tabuleiros para a montagem do ambiente da história e personagens em três dimensões. -Distribuir os cursistas em grupos de no máximo cinco pessoas. -Explicar para eles sobre o livro de Monteiro Lobato: O escândalo do petróleo e do ferro e o que motivou o escritor a produzi-lo. -Direcionar um dos episódios em que a empresa de petróleo fundada por Lobato contava com a venda de ações compradas especialmente por pessoas comuns e não empresários Resumidamente fala de pessoas humildes que como um bilhete de loteria adquiriam, investindo suas economias nas ações da companhia de petróleo de Monteiro Lobato. Ressalta a história de um trabalhador negro que foi até ao escritório da companhia e queria comprar trinta ações. A quantia de três contos de réis, a época considerada uma fortuna, parecia tratar-se de um negócio de risco e era nítido que seria a economia de uma vida investida ali. Depois de muito argumento, pergunta Lobato se o trabalhador queria ser rico e, para sua surpresa, ele responde que não! E ainda afirma,: “-É que eu quero ajudar o Brasil...” Resposta que mexeu

[t38] Comentário: WIlton contato: [email protected]

[t39] Comentário: O texto está no livro de Edgard Cavalheiro pág.413 e 414 Livro com citação na bibliografia

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ainda mais com a teimosia e luta de Lobato(ANO?) para conseguir fazer do petróleo realmente um negócio rentável para honrar o investimento daquela gente humilde que acreditava no progresso do país.

Wilton Anderson de Oliveira:cartunista -Distribuir trechos do livro que iniciou de um relatório sobre o assunto petróleo e ferro feito de Monteiro Lobato para o presidente Getúlio Vargas. São os trechos :

1) O caso de Alagoas (pag.37 a 40) 2) OS interesses estrangeiros (pág. 61 a 64) 3) O que somos e o que precisamos ser (pag. 70 e 71) 4) O “conto do petróleo” (pag. 72 a 75) 5) Monopólio petrolífero (pag. 93 a 96) 6) Raciocínio sui generis (pág. 102 a 105) 7) A confissão dos interesses ocultos (pág. 106 a 108)

- Tomando por base um texto informativo, estabelecer um diálogo contendo tema pertinente ao texto lido. Anotar as cenas e diálogos. - Encená-lo com personagens e cenários criados com alimentos. A cada quadro, haverá uma foto para a criação de um vídeo-livro. Cada grupo fotografará suas produções e apresentarão.

[t40] Comentário: WIlton contato: [email protected]

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http://www.google.com.br/imgres?imgurl=http://2.bp.blogspot.com/_oPrS-kRjDiM/StTqQMavnVI/AAAAAAAABrw/Y1Xa5Lyguq0/s400/esculturas_com_alimentos_05.jpg&imgrefurl=http://acasinhadarita.blogspot.com/2009/10/e-mais-esculturas-com-alimentos.html EXPLICAÇÃO DOS TÓPICOS DO PROJETO: Para criação artística não há limites nem temporalidade. Fazer arte mostra-se como o transformar idéias em algo com forma, imagens, sinais, símbolos, palavras. É isso que dá à literatura a condição de caminhar por entre as diversas áreas do conhecimento e nunca desvanecer ao tempo, pois a cada leitura, uma releitura se faz possivel. No ato de abrir o livro num outro tempo, estabelece o diálogo entre as épocas e emerge uma obra que re-afirma sua narrativa sob os olhos leitor que a resgata. A imagem pode ser artística ou utilizar-se de ferramentas tecnológicas para expressar a idéia interpretada, permite ao leitor um rol de opções no intuito de deixar fluir sua imaginação. Indo além das palavras do texto, além das idéias concretizadas, da vazão a novas formas e cores que possam formatar um contexto. ATIVIDADE 4: OBJETIVO: Criar um atividade interdisciplinar para ser aplicada em sala de aula visando a interpretação por imagem. EXPLICAÇÃO DA ATIVIDADE: A atividade será um planejamento de atividades utilizando os mesmos textos da atividade anterior, visando a interdisciplinaridade. No livro do o escândalo do petróleo e do ferro, traz uma série de especificações de elementos químicos, das questões ambientais, de cálculos matemáticos e estatísticos, permeados pelos estudos e máquinas para a extração do petróleo( métodos. Coisa que ainda hoje são utilizados para a exploração em águas profundas, implica ainda as questões históricas e geológicas envolvidas. Essa multipla exploração permite se pensar numa interdisciplinaridade para trabalhar esta obra. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE:

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- Retomar os textos lidos. -Pensar em um objetivo comum. Articular as atividades a serem desenvolvidas, incluindo uma forma de avaliação. Descrever metodologicamente para aplicar na sala de aula. -O resultado dessa atividade deve ser em forma de interpretação visual ou concretizada em criações para a exposição que será realizada no próximo módulo. EXPLICAÇÃO DOS TÓPICOS DO PROJETO: Planejar coletivamente é um desafio que nos engrandece a cada atividade, pois quem ganha é o aluno. Principalmente quando se entende que os conteúdos literários dialogam efetivamente com áreas de diferentes conhecimentos, envolvendo uma abertura à interpretação. Visualizar um texto é o primeiro passo para a criação. A idéia é desafiar o leitor permitindo que ele vivencie os conhecimentos que a obra abarca. Por isso que o projeto frisa que a interdisciplinaridade é algo inerente ao processo educacional. Afinal não se pode continuar a apresentar a literatura como algo separado do contexto em que se vive.

Módulo 4 Período de implementação: 1 a 4 de dezembro OBJETIVOS: - Divulgar Monteiro Lobato. Como escritor que permite um trabalho literário despojado. -Ampliar o conhecimento das obras trabalhadas no projeto pela comunidade escolar. -Despertar o interesse pela leitura, vislumbrando a possibilidade de interpretação por imagem. -Possibilitar o feedback das atividades interdisciplinares desenvolvidas por professores (durante a oficina) e por alunos nas salas de aula. -Divulgar os resultados obtidos durante a implementação do projeto na escola. EXPLICAÇÃO DA ATIVIDADE: Esse módulo consiste na divulgação das atividades desenvolvidas nos módulos anteriores, durante a implementação do projeto. A intenção é colocar em exposição as atividades desenvolvidas pelos professores inscritos na oficina de implementação, bem como,

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as atividades planejadas coletivamente e desenvolvidas pelos professores em suas respectivas turmas. Seria uma forma de incetivar a continuação de divulgar esse caminho diferente para estudar literatura que o projeto mostrou, bem como para que se divulguem mais os livros, considerados de literatura adulta de Monteiro Lobato. Pois o escritor é mais conhecido nessa escola, como escritor infanto-juvenil. Tendo em vista que a escola é grande, a exposição pretende ser itinerante, permitindo que a comunidade escolar possa visitar e conhecer o trabalho desenvolvido. Em locais como pátio em diferentes períodos, no CELEM, no prédio administrativo e no prédio dos funcionários. DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE: -As atividades desenvolvidas com os professores inscritos na oficina, durante os módulos 1, 2 e 3 serão coletadas e expostas. Elas constam de painéis, cartazes, maquetes, desenhos e outros tipos de imagens. -Essas atividades farão parte da exposição. -Durante o módulo 2, os professores irão planejar atividades coletivas e interdisciplinares para serem desenvolvidas em suas salas e aula com alunos. O resultado dessas atividades serão divulgadas na wiki, porque a ferramenta configura um espaço para a planejamento e também para apresentar os resultados delas, como modelo. -As atividades serão divulgadas na escola, nessa exposição, utilizando-se de diferentes materiais, conforme a proposta desenvolvida pelos alunos e conjunto com seus docentes. Pois todas as atividades prevêem a interpretação por imagem, então podem ser materiais desde um cartaz, a atividades que necessitem de materiais tecnológicos, como computadores e data-shows. O importante é a divulgação. -Colocar os materiais em exposição e, mudá-la de lugar a cada dia, variando os espaços para divulgar mais e melhor. EXPLICAÇÃO DOS TÓPICOS DO PROJETO: Tendo em vista que Artaud(1970) e Blanchot(1987), autores que dão o suporte teórico, dizem que a imagem nos entrega , nos expõe, nos permite materializar as ideias independente de serem ou não direcionadas. As imagens filtradas e produzidas funcionam como uma realização do universo empírico acrescido dos estudos desenvolvidos com Lobato em diferentes livros. Roubar a cena, numa linguagem mais artística, motiva a leitura além dela mesma. Amplia a possibilidade e, convida o leitor a participar mais desse universo artístico-literário que abrange toda a gama de conhecimentos das diferentes áreas. Coloca a literatura como elo capaz de unir diferentes saberes num universo leitor.

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PERSONAGEM Jeca Tatu foi recriado anos depois com a proposta ambiental e passou a se chamar Zé Brasil. Criação Wilton Anderson Oliveira

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BIBLIOGRAFIA: ARTAUD, Antonin. Linguagem e vida. São Paulo: Perspectiva,1970.

BAKHTIN, Mikhail M. Estética da criação verbal. 2ª ed. São Paulo: Martins Fontes, 1997.

BLANCHOT, Maurice. O espaço literário. Tradução de Álvaro Cabral. Rio de Janeiro:

Rocco,1987.

______. A conversa inifinita: a palavra plural (palavra da escrita). Tradução de Aurélio

Guerra Neto. São Paulo: Escuta, 2001.

______. O Livro do Por Vir. Tradução Maria Regina Louro. (s.ed.) (s. r.)

BRASIL, Padre Sales. A literatura infantil de Monteiro Lobato ou comunismo para crianças.

2ª ed. São Paulo: Edições Paulinas, 1958.

CANDIDO, Antonio. A literatura e a formação do homem – Ciência e Cultura. São Paulo,

24:803-809. set. 1972.

______. Literatura e sociedade – Estudos da teoria e história literária. 8ª ed. São Paulo:

T.A. Queiroz, 2000.

CAVALHEIRO, Edgard. Monteiro Lobato: vida e obra. vol.1. São Paulo: Companhia Editora

Nacional, 1955.

______. Monteiro Lobato: vida e obra. 3ª ed., 2° tomo, São Paulo: Brasilense, 1962.

JUCA E JOYCE. Memórias da neta de Monteiro Lobato. Série imagens e texto. São Paulo:

Moderna, 2007.

LAJOLO, Marisa. Do mundo da leitura para a leitura do mundo. 6ª ed. São Paulo: Ática,

2006.

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LOBATO, Monteiro. Urupês. 2ª, série 4, vol.18, Biblioteca do Espírito Moderno. São Paulo:

Companhia Editora Nacional, 1945.

_______. O presidente negro. São Paulo: Globo, 2008.

_______. O escândalo do petróleo e do ferro. vol. 7, 1ª série. São Paulo: Editora Brasilense,

1964.

Revista Letra Magna. Revista eletrônica de Divulgação Científica em Língua Portuguesa e

Literatura-Ano 3-nº 5 – segundo semestre de 2006. ISSN1807-5193.

http://www.overmundo.com.br/overblog/filosofia-e-sociologia-no-ensino-medio

http://www.revistavoos.com.br/edicoes/2009/volume2/Caderno_Letras/Linguisticos/PDFs/03_Vol2_VOOS2009_CL1.pdf