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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
ESTRATÉGIAS ALTERNATIVAS PARA O ENSINO DE BIOLOGIA
Autora: Ivaneide Merlini Felipim1
Orientador: José Flávio Cândido Júnior
2
Resumo
A Biologia se depara com uma gama de nomenclatura pouco acessível e aplicável no dia a dia. Percebendo esta dificuldade no ensino-aprendizagem, o presente estudo tem como objetivo investigar o problema na compreensão dos conteúdos apresentado pelos alunos, quanto à nomenclatura científica comumente usada durante as aulas, bem como estimular a pesquisa, facilitar e aprimorar práticas pedagógicas para o ensino de Biologia através da escrita de um material didático-pedagógico. Os dados para comprovação do objeto de estudo e elaboração do material didático-pedagógico foram obtidos por meio da aplicação de questionários investigativos quanto ao uso da nomenclatura científica e vocabulário versado por esta disciplina. Participaram da pesquisa alunos da segunda série do ensino médio, professores de Ciências/Biologia e equipe pedagógica. Também foram considerados como dados relevantes para este trabalho as preferências de leituras dos alunos. Os resultados desta pesquisa nortearam a produção de uma unidade didática escrita sob a forma de história em quadrinhos. A metodologia consistiu na elaboração de uma história em quadrinhos contemplando incentivo à leitura, pesquisa, compreensão da nomenclatura, acesso à internet, TV multimídia e realização de atividades. Mediante avaliação das pesquisas realizadas a partir da proposta metodológica e unidade didática, constatou-se que deve haver mudança no processo ensino-aprendizagem da nomenclatura usada nos cursos de Ciências e Biologia. Tais mudanças foram propostas na implementação da unidade didática que trouxe como resultado principal o entusiasmo do educando em estudar o conteúdo.
Palavras-chave: Nomenclatura; ensino-aprendizagem; conteúdo; metodologia, história em quadrinho.
1 Introdução
Levando em consideração a importância da nomenclatura para a Ciência,
porque divulga informação legítima, é preciso fornecer subsídios para que os
educandos compreendam a nomenclatura específica da Biologia. Scheid (2006, p.
120) salienta que, “apesar de praticamente todos os alunos terem algo a dizer sobre
1 Professora especialista em Biologia e Administração, Supervisão e Orientação Educacional. SEED –
Secretaria de Estado de Educação. 2 Professor doutor em Ciências Biológicas – Zoologia. UNIOESTE Universidade Estadual do Oeste
do Paraná.
o tema, a maioria deles usa a terminologia científica confundindo o sentido dos
diferentes termos, configurando-se num pseudo-saber.” Nesse sentido, Santos
(2006) esclarece:
O que se, vê na prática, é uma tendência à simples memorização de nomes científicos, citações de “botânicos famosos” e um emaranhado de datas e sistemas classificatórios confusos. Tal procedimento parece desmotivar tanto alunos quanto professores, transformando a Botânica, então, em uma seção da Biologia meramente decorativa e destituída de seu real papel histórico na construção do conhecimento biológico. (SANTOS, 2006, p. 223).
Santos (2006) ainda faz referência à nomenclatura, alegando que na
Botânica e na Biologia os nomes difíceis não são para serem memorizados
temporariamente, mas compreendidos:
Ao invés de concretizar uma visão estática da Botânica, seus conceitos e princípios básicos, deveriam ser ressaltados no sentido de permitir a interpretação dos fatos, em vez de apenas memorizá-los. Desta maneira, o educando é levado a exercitar seu espírito de observação, a ser um ordenador e sintetizador de informações; deixa, também, de ser um mero memorizador de informações contidas em um “armazém de dados” sem sentido [...]. (SANTOS, 2006, p. 226).
Em aulas de Biologia é corriqueira a utilização de termos científicos para
explicar os conteúdos ou nomear as estruturas dos seres vivos, termos estes muitas
vezes de difícil compreensão e/ou assimilação pelos alunos. Aliado a este fato,
muitos conteúdos da Biologia, se forem apresentados de forma tradicional (utilizando
apenas o livro didático), tornam as aulas desinteressantes e o rendimento dos
alunos cai (não garante aprendizagem satisfatória). Como o professor não pode
ignorar a nomenclatura nem negligenciar o pouco aproveitamento que se percebe no
ensino de Biologia, o que se pretende com este trabalho é estimular o uso adequado
do vocabulário científico, melhorar a qualidade das aulas e potencializar a
aprendizagem, tornando compreensíveis os termos usados e contribuir para que o
processo ensino-aprendizagem seja contextualizado e significativo. A contribuição
se dá por meio da proposição de estratégias alternativas, que promovam a
comunicação e a compreensão dos conteúdos e nomenclatura científica comumente
usada nos livros didáticos de Biologia.
Fundamentado na DCE - Diretriz Curricular da Educação Básica - de
Biologia (PARANÁ, 2008, p. 66) que “valorizam estratégias de ensino como aula
dialogada, a leitura, a escrita, a atividade experimental, o estudo do meio, os jogos
didáticos, entre tantas outras”, este trabalho relata a experiência da implementação
de um material didático-pedagógico para uso na escola. O material didático-
pedagógico aqui tratado constitui-se numa unidade didática, escrita sob a forma de
história em quadrinhos intitulada por Sr. Schistosoma mansoni e D. Taenia
saginata em: uma vítima e duas inimigas amigas e tem como objetivo facilitar a
compreensão da nomenclatura científica usada nas aulas de Biologia que trate deste
tema através de um material que prende a atenção do leitor.
A unidade didática contempla uma história em quadrinhos que aborda o
conhecimento científico da morfologia e ciclo de vida do Schistosoma mansoni.
Durante as cenas, esclarece as nomenclaturas científicas que aparecem e estimula
a pesquisa. No final da história em quadrinhos há sugestão de slides onde o
professor pode trabalhar a anatomia externa do Schistosoma mansoni, seus
estágios de desenvolvimento, o ciclo da esquistossomose, a circulação porta-
hepática e a anatomia externa da Taenia saginata. Apresenta curiosidades,
indicação de sites e vídeos, além de atividades.
O material centra preocupações na aprendizagem do aluno e supera a
simples memorização de termos. Foi intencionalmente produzido para facilitar a
compreensão da nomenclatura científica. Aborda metodologia que busca dinamizar
o trabalho pedagógico do educador com procedimentos que facilitem e aprimorem
suas práticas pedagógicas.
2 Referencial teórico
2.1 A Biologia e o contexto histórico esclarecem o uso de terminologias
complexas
Desde os primórdios da humanidade, estudiosos como os filósofos Platão
(428/27 a.C. – 347 a. C.) e Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.), deixaram contribuições
importantes ao sistema de classificação dos seres vivos. Nos séculos IX e X
surgiram as primeiras tentativas de organizar, sistematizar e agrupar os
conhecimentos produzidos pelo homem. Mais tarde, nos séculos XV e XVI os
animais além de serem descritos eram analisados de forma comparativa em seu
sistema natural. A invenção e aperfeiçoamento de instrumentos que possibilitaram
ampliar a visão anatômica e fisiológica dos seres vivos no século XVII e os avanços
tecnológicos do século XVIII promoveram a aquisição de novos dados biológicos.
Tais informações se tornaram alicerce de grandes descobertas científicas como o
conhecimento da estrutura e função das células, proposta da teoria celular,
mecanismos evolutivos explicados através de material genético e manipulação
genética, além da ampliação, diversificação e aplicação da Biologia na medicina,
agricultura, biologia molecular, bioquímica, biofísica e outras áreas que aconteceram
nos séculos XIX e XX (PARANÁ, 2008, p. 38 a 44).
Muitas descobertas científicas aconteceram fora do Brasil em épocas
longínquas. Quando chegaram neste país, muitas nomenclaturas não foram
traduzidas, mantiveram sua origem.
Em se tratando da linguagem científica, a nomenclatura usada tem origem
grega (língua praticada pelos gregos desde a antiguidade) ou latina. O latim é usado
nas regras de nomenclatura científica, onde obrigatoriamente o nome de qualquer
espécie deve ser escrito em latim. O nome científico é aceito em todas as línguas, e
cada nome aplica-se apenas a uma espécie.
Na morfologia das palavras, “estudo da formação e flexões das palavras”
(HOUAISS, 2009, p. 513), o significado da nomenclatura científica usada na Biologia
pode ser mais bem compreendido quando definido seu afixo. Assim, a palavra
“ESQUISTOSSOMOSE (Do gr. Shistos, „fendido‟; soma, „corpo‟; + suf. ose,
„doença‟)” significa “doença provocada pelo Schistosoma mansoni (...)”,
“PLATELMINTOS (Do gr. Platys, „chato‟; helmins, „verme‟)” significa verme de corpo
achatado (SOARES, 1993, p.148 - 371).
A importância do conhecimento da morfologia das palavras para entender
seu significado é reforçada por Krasilchik:
Também o conhecimento dos afixos que são usados com freqüência em termos biológicos facilitará a compreensão dos alunos, pois os termos passarão a ter significado, permitindo que os alunos progridam na hierarquia dos objetivos educacionais, passando do nível de memória para – pelo menos- o nível de compreensão. Sempre que no texto surgirem palavras compostas pelos prefixos epi-, inter-, homo-, micro-, fito- etc., os alunos deverão ser encorajados a deduzir seu significado. (KRASILCHIK, 2005, p. 69).
Portanto conhecer o significado e a origem da nomenclatura facilita tanto a
familiarização com as expressões quanto o entendimento do contexto a que ela se
reporta.
2.2 A Biologia na sala de aula
Explicar a origem da nomenclatura usada na Biologia definindo seus afixos
facilita a compreensão de conceitos. Se o aluno tiver clareza do significado deles,
fará associação com todas as nomenclaturas que empregarem a mesma morfologia.
“A mudança conceitual só é possível com a superação do obstáculo que sustenta
um sistema de explicações da pessoa” (TRIVELATO, 2002, p. 78).
A nomenclatura explica o raciocínio do processo que acontece dentro dos
estudos da Biologia e por mais complexo que seja, seria mais fácil sua compreensão
se a nomenclatura fosse usada com frequência pelos alunos. Seria necessário
ocorrer a mudança conceitual conforme propora Trivelato (2002) para que o aluno
aos poucos fosse se familiarizando com o uso da nomenclatura.
A insatisfação com os resultados obtidos sobre a compreensão da
nomenclatura nas aulas de Biologia no Ensino Médio é pauta de reflexão.
Observando a trajetória escolar do educando, percebe-se a longitude que fazem dos
textos propostos nos livros didáticos. Segundo a teoria ausubeliana difundida por
Moreira (1982), essa longitude constitui uma forma de aprendizagem mecânica,
onde as novas informações são armazenadas de forma arbitrária por não se
associarem à estrutura cognitiva, tornando-se pouco importante no processo da
aprendizagem. Nesse contexto, é preciso provocar a queda de uma postura passiva
de leitura meramente mecânica e insignificante, potencializando a aprendizagem.
As necessidades sociais, propulsoras dos avanços científicos, são
influenciadas por ideologias, valores, políticas, economia e tendências. Nesse
sentido, a Diretriz Curricular de Biologia “valoriza a construção histórica dos
conhecimentos biológicos, articulados à cultura científica, socialmente valorizada” e
ainda ressalta a importância da formação do sujeito crítico, reflexivo e analítico.
Direciona ao professor a função de práticas pedagógicas, capazes de desenvolver
no aluno a capacidade de intervir de forma intelectual e crítica na sociedade, para
superar estereótipos e pressões difusas da ideologia dominante (PARANÁ, 2008, p.
54).
A dificuldade de ensinar os conceitos atribuídos na disciplina de Biologia e
favorecer o “desenvolvimento do pensamento biológico” (PARANÁ, 2008, p. 44) está
associada à abrangência da complexa nomenclatura científica. As conexões que os
alunos fazem entre uma nomenclatura e outra pode ser associada a uma forma
significativa de aprendizagem, teoria ausubeliana descrita e interpretada por Moreira
(1982), que atribui ao cognitivismo3 o ato de aprender por associação a experiências
já vivenciadas. Esta, segundo ele, seria uma forma real de reter conhecimento, o
aluno aprenderia a partir do momento que constrói um significado próprio atrelado
ao seu cognitivo. Moreira (1982) ao analisar a aprendizagem significativa proposta
por Ausubel diz que:
A tarefa, no entanto, também não é aprender o significado dos conceitos (embora seja pré-requisito), e sim o significado das idéias expressas verbalmente por meio desses conceitos, sob forma de uma proposição. Ou seja, a tarefa é aprender o significado que está além da soma dos significados das palavras ou conceitos que compõem a proposição. (MOREIRA, 1982, p. 91)
Considerando que para aprender não basta saber o significado isolado das
palavras, mas o significado de ideias expressas por um conjunto de palavras, então
se pode afirmar que os termos e os conceitos usados pela de Biologia, só passam a
ter valor quando o aluno consegue usá-los de forma conveniente, dando a eles
novos significados, construindo suas próprias associações. Cabe ao professor
selecionar e dosar o número de termos apresentados ao educando, já que muitos
deles são desnecessários e raramente serão usados. A partir dessa reflexão
Krasilchik (2005, p. 56), ressalta que “os alunos não acompanham as aulas, porque
são usadas palavras desconhecidas, ou porque eles atribuem aos termos
significados diferentes dos atribuídos pelo professor”.
Ainda é oportuno afirmar que nomes complexos aparecem a todo o
momento na Biologia, e nem sempre os autores recorrem ao seu significado por
considerar que o leitor/educando já assimilou. Esquecem-se de que para o
educando essa nomenclatura faz parte de um novo „idioma‟, portanto precisa ser
esclarecida a todo o momento. Desta forma, por não compreenderem a enunciação
explícita do texto, os alunos acabam lendo sem ler, ficam na dependência de um
3 Entenda cognitivismo como ato de aprender por associação a experiências já vivenciadas através
de um processo dinâmico que está continuamente sendo modificado pelo armazenamento de informações organizadas na mente de quem aprende.
„esclarecimento‟ do texto pelo professor, não passando de meros espectadores da
aprendizagem. Quando esse „esclarecimento‟ acontece, para que a aprendizagem
se efetive, o professor precisa ir além do „esclarecimento‟, deve contextualizar a
nomenclatura evitando que o aluno relacione a Biologia a um conjunto de nomes
incompreensíveis. Ostentar com atenção a linguagem põe o professor numa
condição enaltecedora à construção do conhecimento por parte do aluno.
3 Metodologia e estratégias de ação
A experiência metodológica (utilização de história em quadrinhos na
disciplina de Biologia) realizada no Colégio Estadual Humberto de Alencar Castelo
Branco – Ensino Fundamental, Médio e Profissional no município de Jesuítas,
Paraná durante o ano letivo de 2010, teve como objetivo propor metodologia e
estratégia para facilitar a compreensão da nomenclatura científica, dinamizar e
aprimorar a prática pedagógica dos professores, contribuindo para que ocorra
aprendizagem significativa dos alunos.
A opção pelo encaminhamento do conteúdo utilizando a história em
quadrinhos foi por este tipo de texto ser bastante aceito pelos alunos.
Para alcançar os objetivos e direcionar os trabalhos de construção da unidade
didática4, vale salientar que a história em quadrinhos faz parte desta unidade
didática, requisito do PDE (Programa de Desenvolvimento Educacional). Como
instrumento de diagnóstico, foi aplicado um questionário semi-estruturado com
questões objetivas e subjetivas, específicas para cada grupo de alunos, equipe
pedagógica e professores participantes. O questionário foi aplicado a 81 alunos
matriculados no segundo ano do Ensino Médio, quatro professores de
Ciências/Biologia e dois membros da equipe pedagógica. O objetivo desse
questionário foi coletar dados sobre os tipos de leitura de maior interesse dos
alunos; constatar dificuldades de compreensão da nomenclatura usada na Biologia;
investigar junto aos professores se a nomenclatura da Biologia é fator que dificulta a
4 “material composta por abordagem de uma única unidade de um mesmo tema, contendo texto de
fundamentação com as respectivas atividades a serem desenvolvidas” em sala de aula. (SEED, 2008).
aprendizagem do aluno; pesquisar junto à supervisão quais as justificativas
apresentadas pelos alunos em relação a essa aprendizagem.
De posse dos resultados desse diagnóstico, foi elaborada a unidade didática
a qual contempla a história em quadrinhos. Para elaboração dessa unidade didática
foi preciso selecionar um conteúdo da disciplina. O conteúdo selecionado, filo
Platelminto, pertence a um tema mais amplo, o reino animal, um dos maiores reinos
estudados pela Biologia.
A opção pelo filo Platelminto vem de encontro com os objetivos deste
trabalho que é propor metodologia que facilite a compreensão da nomenclatura
científica. É um conteúdo associado a doenças parasitárias e exige do aluno o
conhecimento de várias nomenclaturas.
À história em quadrinhos foi nomeada Sr Schistosoma mansoni e D.
Taenia saginata em: uma vítima e duas inimigas amigas, porque as cenas
contidas no material narram o diálogo entre o Schistosoma mansoni e Taenia
saginata como pode ser visto na figura 1 (APÊNDICE I). No decorrer das cenas a
história em quadrinhos esclarece a nomenclatura científica e estimula a pesquisa
conforme pode ser observado na figura 2 (APÊNDICE II), explica o conteúdo, a
morfologia e o ciclo de vida do Schistosoma mansoni. Apresenta curiosidades
(APÊNDICE III), indicação de sites e vídeos (APÊNDICE IV), além de proposição de
atividades a serem desenvolvidas pelos alunos.
A história em quadrinhos planejada é material para ser usado como
encaminhamento na revisão ou reforço do conteúdo desenvolvido. Nesta
perspectiva, os procedimentos para implementação da unidade didática tiveram
como primeira ação a explanação do conteúdo sobre filo Platelminto, destacando a
existência de três classes pertencentes a este filo, abordadas pela Biologia no
ensino médio.
Como segunda ação, foi proposta a leitura do texto sobre o conteúdo
indicado no livro didático (filo platelminto). Foi recomendado durante a leitura anotar
no caderno os termos desconhecidos, isto é, a nomenclatura específica da Biologia.
Logo após foi proposta uma pesquisa no dicionário de Biologia do significado da
nomenclatura desconhecida. Torna-se importante a mediação do professor para que
haja compreensão das definições pesquisadas.
Como terceira ação foi entregue a história em quadrinhos para leitura. Dado
o tipo de texto, trata-se de uma leitura prazerosa e agradável, ainda que contemple
os termos comumente tidos como difíceis. As curiosidades apresentadas no final das
cenas despertam atenção e complementam o conteúdo. Nas últimas páginas há um
espaço com uma relação de sites, textos, artigos e vídeos correlatos ao conteúdo.
Na quarta ação foram utilizados slides elaborados a partir do conteúdo, com
imagens e nomenclatura. O objetivo desses slides é ampliar a discussão do
conteúdo com outras por intermédio de informações e retomar a nomenclatura
(figura 6, APÊNDICE V).
Após explorar os slides foram trabalhadas atividades como: pesquisa,
tirinhas, cruzadinha e pranchas para pintura, entre outras. A atividade é um
momento de ação do educando, pois ele exerce sua capacidade à medida que a
atividade requer leitura, interpretação e registro.
No final da implementação do material didático-pedagógico foi aplicado um
novo questionário com questões objetivas e subjetivas a fim de verificar a opinião
dos alunos, tanto para aprimorar o material produzido, a história em quadrinhos,
como para verificar a aceitação dos alunos frente ao encaminhamento metodológico.
Para garantir a imparcialidade, a aplicação do questionário foi realizada pela equipe
pedagógica.
O questionário compunha-se de quatro questões objetivas de múltipla
escolha e uma subjetiva. As questões objetivas visavam verificar se o material
utilizado era atrativo, dinâmico e estimulava a leitura; se o material induzia à
pesquisa da nomenclatura científica; se as atividades eram atrativas e
esclarecedoras de dúvidas; se a proposta de sugestões na Web e Você Sabia no
final da história em quadrinhos como complemento contribuíram para a
aprendizagem. A questão subjetiva abriu possibilidade para o aluno opinar a respeito
da metodologia utilizada.
De posse dos dados levantados pelo questionário semi-estruturado com
questões objetivas e subjetivas aplicado aos alunos, professores e equipe
pedagógica, foi produzida a história em quadrinhos, reflexão sobre alternativas
metodológicas e ensino-aprendizagem. A partir do questionário aplicado para
verificar a aceitação dos alunos frente ao encaminhamento metodológico, foram
desenvolvidas análises e reflexões sobre a reação dos alunos e o êxito do
encaminhamento metodológico adotado.
4 Análise e discussão dos resultados
A análise e discussão dos resultados foram feitas a partir do instrumento de
diagnóstico aplicado ao grupo de alunos, professores e equipe pedagógica que
responderam ao questionário aplicado com o objetivo de nortear a construção da
história em quadrinhos contemplada na unidade didática.
Também foram analisadas e discutidas as respostas do questionário
aplicado aos alunos pela equipe pedagógica que visava verificar os apontamentos
sobre a unidade didática contemplada com história em quadrinhos.
4.1 Resultado da pesquisa que norteou a escrita da história em quadrinhos
A partir dos resultados do questionário aplicado aos alunos, professores e
equipe pedagógica do Colégio Estadual Humberto de A. C. Branco – Ens. Fund.
Médio e Profissional envolvidos na implementação pedagógica, foram feitas as
seguintes considerações:
A primeira questão: “Tipos de leitura que gosta de fazer”, abriu a
possibilidade para os alunos indicarem suas leituras de acordo com a ordem de
preferência.
Do universo de 81 alunos questionados, 53 indicaram preferir a leitura de
textos da internet, 46 assinalaram a opção história em quadrinhos e 49 preferem ler
livros escolares. Dos alunos questionados 56 indicaram outros tipos de leitura. Isso
implica afirmar que muitos alunos gostam de ler livremente. Considerando que o
contato com textos escolares os alunos têm frequentemente, pois este tipo de texto
lhes é apresentado no cotidiano escolar, a história em quadrinhos apresenta-se
como alternativa de leitura da preferência dos alunos, daí a opção por organizar um
material didático-pedagógico que contemplasse tanto este tipo de texto como as
indicações de leituras da internet, feitas pelos alunos com 53 indicações.
A segunda questão aborda a especificidade da leitura em Biologia: Quando
o professor de Biologia indica a leitura do texto sobre o conteúdo a ser estudado.
Observou-se que aproximadamente 52% dos alunos escolheram a opção que lêem
e entendem o que lêem. Aqueles que começam a leitura e param porque não
entendem perfizeram um total próximo de 35%. Já os que lêem de forma desatenta
constituem aproximadamente 11%, e aproximadamente e 2% disseram que não
lêem o texto proposto.
Os resultados demonstram que o aluno gosta de ter “liberdade” na escolha
de suas leituras e entende o que lê. Esses dados são pauta de discussão: O
professor pode deixar a escolha da leitura por conta do aluno? Se eles entendem o
que lêem, como se explica o alto índice de notas baixas na disciplina de Biologia? É
nesse momento que começam os conflitos. Segundo Carniatto (2002, p. 56), os
alunos “não sabem ler, porque ler não é apenas buscar alguma informação em um
texto”. De acordo com a autora, os alunos devem ter acesso a fontes diferenciadas
sobre um mesmo tema, saber tirar dele a mensagem, o sentido, o significado, com
isso analisar e usufruir da informação para seu conhecimento e aplicar as
concepções apreendidas na realidade. Os conflitos surgem porque o professor de
Biologia ao selecionar os textos, direciona a leitura, que nem sempre é do agrado do
aluno, mas necessária para que haja compreensão do conteúdo trabalhado.
Os alunos também foram consultados sobre a nomenclatura empregada na
disciplina de Biologia (Tabela 01).
Tabela 01 – Opinião dos alunos quanto ao uso da nomenclatura empregada nas aulas, livros e textos de Biologia. A parte hachuriada da tabela corresponde às questões aplicadas.
Como você avalia a nomenclatura (vocabulários) específica usada na disciplina de Biologia? (Escolha somente uma alternativa).
Muito fácil Fácil Difícil Muito difícil Não opinou 00 06 62 11 02
Quanto ao uso de um vocabulário (glossário/dicionário) na hora de estudar, você considera: (Escolha somente uma alternativa).
Imprescindível Irrelevante (não ajudaria)
Ajudaria em parte
19 07 55
Quanto à reescrita do significado das palavras ou frases que não entende quando faz a leitura dos textos didáticos propostos nos livros de Biologia você: (Escolha somente uma alternativa).
Reescreve Não reescreve As vezes reescreve 11 19 51
Quanto à origem das palavras usadas na Biologia você: (Escolha somente uma alternativa).
Conhece Não conhece Conhece algumas 01 14 66
Quanto ao emprego das terminologias usadas nesta disciplina com o seu cotidiano (vivência do dia-a-dia) você: (Escolha somente uma alternativa).
As emprega com frequência Não consegue empregá-las habitualmente
As emprega ocasionalmente
04 23 54
Com base nesses resultados verificou-se que a maioria dos alunos acham
difícil a compreensão da nomenclatura empregada pela disciplina de Biologia; o uso
de um glossário (dicionário/vocabulário) na hora de estudar ajudaria em parte na
compreensão da nomenclatura e às vezes reescrevem o significado dela. Esse
resultado justifica-se porque muitas vezes, na hora dos autores definirem a
nomenclatura, as definem usando outros termos técnicos, não esclarecendo seu
significado.
No momento da leitura e explicação do conteúdo, é imprescindível o papel
do professor, que pode esclarecer ou até mesmo fazer analogias (comparações)
com a nomenclatura para favorecer a compreensão do conteúdo estudado. Estudos
realizados por Ferraz (2006), sobre o emprego das analogias usadas na disciplina
de Biologia dizem que “os cientistas utilizaram-se de metáforas e analogias para
explicar suas descobertas”. Ela ainda acrescenta que “a arte em usar analogias
consiste em saber contrabalançar o que se conhece das semelhanças com o que
sabe das diferenças”. Nesse contexto cabe ressaltar que as analogias devem ser
feitas com cautela, para que não incorram em erros conceituais que poderão ser
apreendidos pelo educando (FERRAZ, 2006, p. 65).
Outros pontos observados durante a pesquisa incidiram no conhecimento e
uso da nomenclatura. Quando questionados sobre o conhecimento da origem das
palavras usadas na Biologia, 66 alunos (dos 81 entrevistados) responderam que
conhecem algumas delas, 14 não conhecem e 1 conhece. Do total entrevistado, 54
as empregam ocasionalmente no seu dia a dia, 23 não conseguem empregá-las
habitualmente e 4 as empregam com frequência . Partindo da premissa de que o
verdadeiro significado da nomenclatura não é do conhecimento da maioria das
pessoas, pode-se explicar o fato delas não serem frequentemente usadas. Essa
situação se agrava quando muitas palavras não são encontradas nos dicionários
comuns. Estudo realizado por Candeias (1987), diz que a descoberta e
aplicabilidade dos conhecimentos no mundo científico caminham muito rápido, o que
justifica a ausência delas num dicionário comum, tornando essencial a publicação de
obras específicas capazes de orientar os interessados sobre o significado das
palavras comumente usadas na disciplina de Biologia. De fato, a posse desses
dicionários por parte das escolas seria interessante. No entanto, há de se considerar
que nem todas as escolas possuem esses dicionários e mesmo que viessem a
adquiri-los, seria questionável sua compreensão porque, conforme já fora
mencionado anteriormente, são usadas muitas definições técnicas para esclarecer o
significado da nomenclatura desejada.
Para verificar se a nomenclatura usada na Biologia influencia na
aprendizagem, foram distribuídos quatro questionários de igual teor a quatro
professores participantes da pesquisa. A primeira questão indagava a opinião do
grupo de professores participantes sobre a dificuldade de o aluno aprender o
conteúdo de Biologia pela constante nomenclatura científica exposta nos textos
contidos nos livros. O grupo foi unânime ao responder que a nomenclatura usada na
Biologia, dificulta a aprendizagem. A segunda questão indagou a dificuldade do
professor na compreensão da nomenclatura usada nos textos dos livros de Biologia.
Foi perguntado se eles têm necessidade de procurar com antecedência seu
significado. Dois responderam que sempre as procuram com antecedência e dois
responderam que às vezes as procuram com antecedência. Esse resultado remete
a reflexão de que não só o aluno, mas também os professores têm dificuldade na
compreensão da nomenclatura. Nesse sentido, Candeias, 1987 reforça:
Mais recentemente a sofisticação e complexidade da pesquisa biológica (...) expressam-se por uma terminologia só acessível aos especialistas, em determinadas áreas. Esta nova linguagem biológica veio sendo enriquecida e mantida, sem grandes preocupações de adaptação, (...). (CANDEIAS, 1987, v. 21)
Segundo o autor, essa dificuldade poderia ser solucionada se fosse criada
pela língua portuguesa nomenclatura com significado original, que descrevesse o
fenômeno estudado pela primeira vez no meio científico nacional.
Ao responder a terceira questão (subjetiva) sobre a construção de uma
unidade didática contemplada com história em quadrinhos, sugestões de vídeos e
textos informativos slides e atividades, os professores responderam:
Professor 01: Textos descritivos longos são muito cansativos e desestimulam os alunos. A diversificação dos textos apresentados a eles é uma maneira de procurarmos manter o interesse e a atenção dos mesmos. Professor 02: Toda forma lúdica facilita o aprendizado. Normalmente as histórias em quadrinhos são bastante ilustrativas e prendem a atenção dos leitores, e neste contexto podem ser inseridos diversos assuntos, tornando-os mais atrativos. Quanto às terminologias o mais complicado é que as mesmas não são usadas cotidianamente, por isso a dificuldade em sua compreensão. Professor 03: Os alunos estão muito desinteressados, apesar de todos os recursos utilizados. Professor 04: Porque todos esses recursos citados irão facilitar e atrair a atenção do educando para o ensino aprendizagem, que é o foco central do ensino.
A pesquisa realizada com as pedagogas reforçou a questão da dificuldade
evidenciada pelos alunos na compreensão da nomenclatura usada na Biologia. A
elas foi direcionada a seguinte pergunta: “Ao conversar com os alunos sobre a
disciplina de Biologia, o que eles evidenciam (relatam)”?
Pedagoga 01: Dificuldade em aprender e gravar os conteúdos devido a nomenclatura. Constata-se que, como a nomenclatura não é usada no dia-a-dia, a aprendizagem fica mais difícil. Pedagoga 02: Há muita informação complexa ao mesmo tempo, com palavras pouco usadas no dia a dia.
A partir dos resultados dos questionários foi produzida uma unidade didática
que contempla uma história em quadrinho em que, no decorrer das cenas, esclarece
a nomenclatura com naturalidade, atendendo aos anseios demonstrados pelos
alunos e professores nos questionários aplicados.
4.2 Resultado da pesquisa aplicada pela equipe pedagógica que avaliou a
implementação da história em quadrinhos
Entendendo a relevância de analisar a implicação desta produção no
sistema educacional vigente que ainda carrega consigo métodos tradicionais de
ensino, esta pesquisa teve como instrumento de avaliação dos resultados de sua
implementação, um questionário aplicado aos 23 alunos da segunda série do Ensino
Médio, período vespertino e noturno do Colégio Estadual Humberto de A. C. Branco
– E.F.M.P.. O questionário, instrumento desta pesquisa esteve pautado com
questões objetivas e relatório, cujo foco concentrou-se na aprendizagem, e no
material didático-pedagógico utilizado.
Por meio da observação e correção das atividades propostas na unidade
didática foi possível verificar o envolvimento, acertos e erros das questões
realizadas pelos alunos. Cabe salientar que a própria unidade didática serviu de
pesquisa para a resolução das atividades. Embora o resultado tenha sido
satisfatório, se faz necessário refletir se esses resultados seriam os mesmos se não
houvesse a pesquisa durante a resolução das atividades. Contudo foi possível
constatar que aulas dinâmicas contribuem para a assimilação do conteúdo
independente de sua complexidade. A nomenclatura (essência da discussão deste
trabalho), quando esclarecida adequadamente, não passa a fazer parte do cotidiano
0
2
4
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16
18
Excelente/bom Satisfatório InsatisfatórioNº
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Menção
Excelente/bom
Satisfatório
Insatisfatório
0
2
4
6
8
10
12
14
16
18
Estimula Estimula pouco Não estimula
Nº
de
alu
no
s e
ntr
evis
tad
os
Opinião
Estimula
Estimula pouco
Não estimula
do aluno como se esperava, mas contribui para o entendimento de uma linguagem
científica. Nesse contexto, é possível afirmar que os conceitos apreendidos passam
a ser usados na tomada de decisões e resoluções de problemas conforme prevê as
DCEs, 2008.
As questões objetivas tinham o intuito de obter contribuições para a melhoria
do material elaborado. Sendo assim foi perguntado aos alunos se o material era
atrativo, dinâmico e estimulava a leitura. Dos 23 entrevistados, 17 responderam que
acharam o material excelente e bom. Apenas 6 acharam o material satisfatório
conforme mostra o gráfico abaixo (figura 1).
Figura 01 – Ilustração do gráfico que evidencia resultados da pesquisa quanto à implementação da história em quadrinhos (material didático-pedagógico elaborado para a unidade didática).
Um dos objetivos na formatação da unidade didática era estimular a
pesquisa. O gráfico (figura 2) a seguir, revela resultados consideráveis sobre tais
objetivos.
Figura 02 – Ilustração do gráfico que apresenta os resultados sobre o estímulo à pesquisa de significado da nomenclatura científica contido nas cenas da história em quadrinhos (material didático-pedagógico elaborado para a unidade didática).
Novamente, 17 dos pesquisados revelaram que o material estimula a
pesquisa, sendo que 5 opinaram pela alternativa que estimula pouco e 1 se
contrapôs a esses resultados achando que o material não estimula.
Ao serem questionados sobre as atividades de fixação, responderam, em
sua maioria, que estas tinham caracteres atrativos e esclarecedores de dúvidas,
sendo confirmado pelo gráfico que segue (figura 3).
Figura 03 – Ilustração gráfica contendo resultados da pesquisa que avaliou se as atividades de fixação (impressas à parte da história em quadrinho - material didático-pedagógico elaborado para a unidade didática) eram atrativas e esclarecedoras de dúvidas.
Sobre os itens “Você Sabia” e “Você na Web” como complemento da
aprendizagem, 56% dos alunos consideraram essa parte do material boa, 35%
consideraram excelente e 9% consideraram razoável. Essas duas configurações
usadas como complemento de aprendizagem foram propositalmente planejadas
porque tanto as leituras sugeridas quanto os vídeos atraem a atenção do aluno.
Consistem numa boa forma de aprender e ensinar.
Além dos resultados das avaliações objetivas, foram analisadas as
argumentações pessoais escritas como relatório. De forma generalizada é possível
afirmar que houve satisfação por parte dos alunos em relação ao material
desenvolvido, conforme se observa nos ANEXOS I e II.
A avaliação feita pelos alunos a respeito do material didático-pedagógico
elaborado e implementado permitiu averiguar as falhas, os acertos, fazer correções
e repensar o aprendizado. Os dados obtidos dessa avaliação permitiram enriquecer
o material elaborado.
5 Considerações Finais
O desenvolvimento de qualquer atividade no âmbito escolar requer
considerações que fortaleçam e redirecionem a continuidade do objetivo proposto.
65%
35%
0%
Atrativas e esclarecedoras de dúvidas
Pouco atrativas e esclarecedoras de dúvidas
Partindo dessa premissa, o objetivo desse estudo propõe metodologia e estratégias
alternativas de ações que dinamizem, facilitem e aprimorem as práticas pedagógicas
dos professores, através da produção de material didático-pedagógico constituído
por uma unidade didática que contempla história em quadrinhos em que durante as
cenas estimulam a pesquisa, esclarecem a nomenclatura e ainda apresenta
curiosidades e sites com endereços de textos e vídeos, tendo os mesmos a função
de contribuírem para que a aprendizagem se efetive. O objetivo foi alcançado com a
implementação da unidade didática, que permitiu observar nos alunos apreciação da
história em quadrinhos, concentração na leitura, facilidade na compreensão do
material, esclarecimento de dúvidas na forma oral e escrita, interesse à pesquisa na
web, ajuda mútua na resolução das atividades, expectativa para acessar os vídeos
e empenho em aprender o conteúdo.
A análise dos dados apresentados neste estudo mostra que alunos do
ensino médio do Colégio Estadual Humberto de A. C. Branco – Ensino Fundamental
Médio e Profissional, situado no oeste do Paraná, têm dificuldade para apreender os
conceitos da Biologia devido à complexidade da nomenclatura científica empregada
pela disciplina. Além das pesquisas realizadas, a análise dos depoimentos dos
professores e membros da equipe pedagógica contribuiu para a comprovação dessa
premissa.
As informações apresentados neste estudo enfatizam a necessidade de
mudança no processo ensino-aprendizagem e da nomenclatura usada na Biologia.
Mudanças estas que transcendem as paredes escolares e passam pela adequação
dos livros didáticos e das metodologias empregadas durante a aula de Biologia. É
necessário buscar novas estratégias que possam contribuir para a elaboração de
conceitos, a formação do pensamento biológico e ajudar os estudantes a tomarem
posição sobre questões críticas, culturais, sociais e éticas que envolvam a aplicação
da nomenclatura científica.
Contudo, o estudo apresentado não se encerra, ele dá margem para
continuidade de outras pesquisas e produções didáticas. Constitui um modelo que
pode ser construído e reconstruído, adaptado e atualizado pelos profissionais da
educação.
6 Referências bibliográficas
CANDEIAS, José Alberto Neves. Problemas a enfrentar na criação da terminologia científica. Revista Saúde Pública, vol.21 no.2 São Paulo Apr. 1987. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89101987000200002 acesso em 12 de junho de 2011.
CARNIATTO, Irene. A formação do sujeito professor: investigação narrativa em Ciências/Biologia. Cascavel: Edunioeste, 2002.
CHIZZOTTI, Antonio. Pesquisa em ciências humanas e sociais. São Paulo: Cortez, 1991.
FERRAZ, Daniela Frigo. O uso de analogias como recurso didático por professores de biologia no ensino médio. Cascavel: Edunioeste, 2006.
GIL, Antonio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 4.ed. São Paulo: Atlas, 2002.
HOUAISS, Antônio & VILLAR, Mauro de Salles. Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. 3.ed. ver. E aum. Rio de janeiro: Objetiva 2009.
TIVELATO Júnior, José. Um obstáculo à aprendizagem de conceitos em Biologia: geração espontânea x biogênese, in: QUESTÕES ATUAIS NO ENSINO DE CIÊNCIAS/Roberto Nardi org. – São Paulo: Escrituras Editora,1998. – (Educação para a ciência). Vários autores.
KRASILCHIK, Miriam. Prática de ensino de biologia. 4. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005.
MOREIRA, Marco Antônio & MASINI, Elcie F. Salzano. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. São Paulo: Moraes,1982.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projeto de pesquisas, TGI, TCC, monografias, dissertações e teses. 2. ed. São Paulo: Pioneira,1997.
PARANÁ. Secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares de biologia para a educação básica. Curitiba, 2008.
SANTOS, Fernando Santiago. A Botânica no ensino médio: será que é preciso apenas memorizar nomes de plantas? In: SILVA, Cibelle Celestino, (Org), vários autores, Estudos de História e filosofia das ciências: subsídios para aplicação no ensino. São Paulo, Editora Livraria da Física, 2006.
SCHEID, Neusa Maria John. A Biologia e a necessária (re)organização curricular para o ensino dessa Ciência no século XXI, in: ASSUNPÇÃO Eracilda de (Org.), COSTA Marinês Ulbriki (Org.) Organização curricular da educação básica. PIEB- Programa Interinstitucional de Integração da Universidade com a Educação Básica.Universidade Regional Integrada de Alto Uruguai e das Missões, Campus de Frederico Westphalen, URI, 2006, p. 115 – 129.
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SOARES, José Luis. Dicionário etimológico e circunstanciado de Biologia. São Paulo: Scipione, 1993.
THIOLLENT, Michel. Metodologia da pesquisa-ação. 11. ed. São Paulo: Cortez, 2002.
APÊNDICES
APÊNDICE I – Cenas da história em quadrinhos
Figura 1- Página 03 da história em quadrinhos. Apresenta o título e as primeiras cenas que narram o início do diálogo entre o Schistosoma mansoni e Taenia saginata.
Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens3.php.
Modificada por: Ivaneide Merlini Felipim
APÊNDICE II – Cenas da história em quadrinhos
Figura 2- Página 13 da história em quadrinhos. Evidencia o conteúdo, sugestão de pesquisa e o informativo apresentado no transcorrer das cenas. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm_buscarImagens3.php. Modificada por: Ivaneide Merlini Felipim
APÊNDICE III - Curiosidades sobre o ciclo de vida do Shistosoma mansoni.
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Você Sabia?
Que o miracídio vive em média de 3 a 4 semanas e se não entrar em
contato com a água dentro desse prazo, morre?
Que o miracídio é recoberto por cílios?
Que o miracídio, assim que alcança a água alonga-se e passa a nadar
ativamente em círculos, buscando um molusco do gênero Biomphalaria
para penetrar e completar o ciclo?
Que o miracídio mantém-se vivo na água por cerca de oito a dez horas,
porém só é capaz de penetrar no molusco nas primeiras três ou quatro
horas depois que saiu do ovo?
Que a penetração de grande número de miracídios pode reduzir a
longevidade ou matar o molusco?
Que alojados no molusco, dentro de seis a oito dias, os miracídios se
reproduzem e originam os esporocistos primários?
Que cada esporocisto primário forma em seu interior cerca de vinte a
quarenta esporocistos filhos que são eliminados a partir de sua ruptura?
Que o esporocisto maduro (cercária) aparece cerca de um mês após a
penetração do miracídio no molusco?
Que cada fêmea pode colocar até quatrocentos ovos por dia e estes são
liberados nas fezes da pessoa doente?
Que o esquistossômulo permanece no ponto da penetração cutânea por
uns dois ou três dias até se adaptar as novas condições fisiológicas?
APÊNDICE IV – Você na Web
Textos e artigos
Vídeo
Para aprimorar seus conhecimentos, assista aos vídeos:
http://www.youtube.com/watch?v=fFpabQ9__ig&NR=1 acessado em 03/07/2010. Duração: 3:31 min. – Exibe o ovo de Schistosoma mansoni eclodindo. http://www.youtube.com/watch?v=nrkRtnEf9lE&feature=related acessado em 03/07/2010. Duração: 4:49 min. – Mostra o ciclo da esquistossomose. http://www.youtube.com/watch?v=7C93dBp_n5A&NR=1 acessado em 03/07/2010. Duração: 0:29 min. – Exibe imagem microscópica do Schistosoma mansoni em movimento. http://www.youtube.com/watch?v=bX-HXLBw8sg&feature=related acessado em 03/07/2010. Duração: 2:50 min. - Apresenta imagens microscópicas da cercária em movimento.
Portal Dia-a-dia Educação http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=15925 acessado em 04/07/2010. Duração: 8:51 min. – Aborda as doenças parasitárias: ancilostomíase e esquistossomose. http://www.diaadia.pr.gov.br/tvpendrive/modules/debaser/singlefile.php?id=14483 acessado em 04/07/2010. Duração: 2:12 min. – Apresenta uma reportagem sobre o mapeamento genético do Schistosoma mansoni.
Para saber mais, consulte os sites sugeridos abaixo: http://lucasqueirozsubrinho.blogspot.com/2009/10/equistossomose-schistosoma-mansoni.html acessado em 04/07/2010. Descreve a morfologia do Schistosoma. mansoni com suas fases de desenvolvimento e seu ciclo. http://lucasqueirozsubrinho.blogspot.com/2009/11/esquistossomose-schistosoma-mansoni-2.html acessado em 04/07/2010. Apresenta informações sobre: ciclo interno da esquistossomose, transmissão, patogenia, tipos de esquistossomose e epidemiologia.
http://www.biomania.com.br/bio/conteudo.asp?cod=2884 acessado em 04/07/2010. Faz uma breve descrição da doença (esquistossomose) e detalha seu ciclo evolutivo.
http://www.saberweb.com.br/doencas/esquitossomose.htm acessado em 04/07/2010. Trás informações históricas sobre a esquistossomose, epidemiologia, progressão e sintomas, diagnóstico e profilaxia.
APÊNDICE V – Slide
Figura 06 –Slide onde é possível explorar a anatomia externa do Schistosoma mansoni tanto do macho quanto da fêmea. Disponível em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/bancoimagem/frm buscarImagens3.php
ANEXOS
ANEXO I: Argumentação pessoal escrita na forma de relatório sobre a história em
quadrinhos (material pedagógico elaborado para a unidade didática).