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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Produção Didático-Pedagógica
Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE
VOLU
ME I
I
1
O PEDAGOGO COMO ARTICULADOR DAS POLÍTICAS
PEDAGÓGICAS NA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO
NOTURNO.
EDILMARES SILVA DALMAZ
Orientadora: Monica Ribeiro da Silva
Caderno Pedagógico Pedagogia
CURITIBA – PARANÁ
3
DADOS DE IDENTIFICAÇÃO DO PROFESSOR PDE
NRE: CURITIBA.
MUNICÍPIO: CURITIBA.
PROFESSOR PDE: EDILMARES SILVA DALMAZ.
PROFESSORA ORIENTADORA: MONICA RIBEIRO DA SILVA.
IES VINCULADA: UFPR.
ESCOLA DE IMPLEMENTAÇÃO: COLÉGIO ESTADUAL JAYME CANET –
ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO.
PÚBLICO OBJETO DE INTERVENÇÃO: PROFESSORES E PEDAGOGOS.
ÁREA: PEDAGOGIA.
TÍTULO DO PROJETO: O PEDAGOGO COMO ARTICULADOR DAS POLÍTICAS
PEDAGÓGICAS NA ESCOLA DE ENSINO MÉDIO NOTURNO.
TEMA: O PAPEL DO PEDAGOGO NO ENSINO MÉDIO NOTURNO.
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APRESENTAÇÃO
Prezados professores e professoras.
Por entender a importância da ação docente na educação dos alunos do
Ensino Médio Noturno e a necessidade de apoio aos profissionais da educação para
aperfeiçoamento das ações didáticas, apresento este Caderno Pedagógico. Trata-se
de um instrumento, que vem compor um conjunto de pesquisas realizadas durante
minha inserção no Programa de Desenvolvimento educacional para formação
continuada de professores da rede pública de ensino da secretaria de Educação do
Estado do Paraná.
O propósito deste material é permitir, de forma especial, estabelecer a
relação entre as teorias da organização da prática escolar e o trabalho pedagógico
desenvolvido na escola com vista a enfatizar a inserção do pedagogo neste trabalho.
As sugestões de encaminhamento metodológico proposto neste material
estão relacionadas às Práticas Pedagógicas contempladas nas Diretrizes
Curriculares Estaduais para o Ensino Médio.
Inicialmente este documento será constituído pela fundamentação teórica,
textos que subsidiam a análise do trabalho pedagógico na escola. Em seguida serão
descritas atividades, sugestões e referências bibliográficas.
Desejo que este material seja motivo para estudo e aprimoramento de
metodologias e práticas pedagógicas que venham de encontro com as necessidades
da escola.
Bom trabalho!
Edilmares Silva Dalmaz
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SUMARIO
INTRODUÇÃO............................................................................................................6
1.TEXTO I - ELEMENTOS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA..........................................9
1.1 PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADES:
O QUE É FAZER ESTA ARTICULAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO?...........11
2. TEXTO II - RELAÇÕES: JUVENTUDE / ESCOLA...............................................12
2.1 PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADES........................................................................16
2.2 RECURSOS DIDÁTICOS - TEXTO PARA REFLEXÃO.....................................17
3. TEXTO III - PLANEJAMENTO EM AÇÃO.............................................................19
3.1 PROPOSIÇÃO DE ATIVIDADES........................................................................21
3.1.1 ATIVIDADE.......................................................................................................21
3.1.2 ATIVIDADE.......................................................................................................22
3.1.3 ATIVIDADE.......................................................................................................22
REFERÊNCIAS..........................................................................................................23
6
INTRODUÇÃO
As evidentes mudanças científico-tecnológicas, sociais, econômicas,
políticas e culturais que ocorrem no mundo moderno, têm influenciado a organização
da sociedade conseqüentemente refletindo em seus processos educacionais. E
visualizando essas mudanças, percebe-se que, as empresas passaram por três
etapas distintas; a era industrial clássica, era industrial neoclássica e a era da
informação.
Desta forma, a organização escolar mediada por essas relações refletiu, em
contextos históricos diferentes, gestões pedagógicas e administrativas que
buscaram em variados espaços referências sobre seu papel social. Para entender o
papel do pedagogo e suas mediações entre essas políticas e a escola é importante
considerar as mudanças no mundo do trabalho, que influenciaram significativamente
nas políticas públicas. A gestão escolar situa-se sob a ótica burocratizada e
tecnizada tornando um espaço legitimador da ideologia mercadológica tendendo
para uma educação massificadora, com a intenção de formar força de trabalho para
o mercado em desenvolvimento.
Essa pedagogia foi dando origem a propostas que ora se centraram nos conteúdos, ora nas atividades, sem nunca contemplar uma relação entre aluno e conhecimento que verdadeiramente integrasse conteúdo e método, de modo a propiciar o domínio intelectual das práticas sociais e produtivas. Em decorrência, a seleção e a organização dos conteúdos sempre tiveram por base uma concepção positivista de ciência, uma concepção de conhecimento rigorosamente formalizada, linear e fragmentada, em que a cada objeto correspondia uma especialidade, a qual, ao construir seu próprio campo, se automatizava, desvinculando-se das demais e perdendo também o vínculo com as relações sociais e produtivas (KUENZER, 1999, p. 167).
É possível verificar a relação existente na estrutura de organização do
trabalho de forma burocrática, apesar de ser uma característica das sociedades
modernas, não significa que só nestas é que ela se verifica. Contudo, o movimento
da própria história mobilizou, na tentativa de deslocar o conceito burocrático de
gestão, especialmente nas décadas de 80 e 90, um conjunto de ações em prol da
escola pública e democrática, abarcado pela Constituição Federal de 88, que
determinava em seus artigos:
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Art. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho. Art. 206. O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios:
I - igualdade de condições para o acesso e permanência na escola;
II - liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber; 111 - pluralismo de idéias e de concepções pedagógicas, e coexistência de instituições públicas e privadas de ensino;
IV - gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais;
V - valorização dos profissionais da educação escolar, garantidos, na forma da lei, planos de carreira, com ingresso exclusivamente por concurso público de provas e títulos, aos das redes públicas;
VI - gestão democrática do ensino público, na forma da lei; VII - garantia de padrão de qualidade.
A partir de então, o sistema educacional passa por uma nova organização
do trabalho pedagógico, que tenta redefinir a função do pedagogo na escola,
ampliando as possibilidades e debates em torno do conceito e práticas democráticas
de gestão de educação e de políticas públicas fortalecidas a partir da Lei de
Diretrizes e Bases 9394/96. O pedagogo, para tanto, passa a ser um instrumento de
mudança, colocando-se a serviço da autêntica aprendizagem e do desenvolvimento
mais pleno do ser humano, o exercício do ser cidadão, pautado num projeto que
possibilite uma prática pedagógica voltada para a qualidade e a democratização
educacional. Esta produção tem como objetivo entender o papel do pedagogo suas
mediações entre essas políticas e a escola.
A intenção desta produção didática pedagógica é exemplificar como a
organização do trabalho pedagógico na escola pode ser desenvolvida de forma
concreta e dinâmica. Para isso, o caderno pedagógico está com textos e atividades,
que auxiliam os debates sobre práticas educacionais realizadas nas escolas.
Na primeira parte, contem uma visão geral dos temas que compõem a
organização do trabalho pedagógico, articulando seus sujeitos, tempos e espaços,
seguidos de questões para debates. Em seguida, textos e sugestões de atividades
que contemplam conteúdos relacionados aos sujeitos desta articulação, juventude e
escola. Por fim, serão discutidas as formas de gestão presentes na escola pública,
8
bem como as relações de poder inerentes a este processo. Segue proposições de
atividades para analise do projeto político pedagógico da escola.
Saliento que este caderno pedagógico representa mais um passo no sentido
de contribuir para o Plano Integrado de Formação Continuada PDE.
Ao produzir este material, procurei subsidiar á pratica pedagógica por meio
de conhecimento e sugestões de encaminhamento seguindo os procedimentos
previstos nas Orientações Curriculares para o Ensino Médio. Desejo que este
trabalho oportunize, nas escolas, variado experiências de apreensão de
conhecimentos.
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1. TEXTO I - ELEMENTOS DA PRÁTICA PEDAGÓGICA
Dentro dos temas que compõem a organização do trabalho pedagógico, a
articulação entre as diferenças pessoais entre os sujeitos, talvez seja a que
apresenta a maior dificuldade. Baseado no contexto metodológico exposto, o papel
do pedagogo deve ser o de grande articulador das oportunidades e criação de
espaços para que esta construção se realize. O pedagogo ao ter a dimensão da
organização de seu trabalho no cotidiano da escola deve considerar a
descentralização do poder, estabelecer parcerias e, ainda refletir periodicamente
sobre as práticas pedagógicas, articulando os sujeitos, tempos, espaços e saberes.
Segundo Libanêo (1999), a pedagogia busca dar uma base para seus
docentes de maneira que estes possam interagir com seus educando utilizando-se
de práticas que busquem a emancipação dos sujeitos envolvidos no processo de
aprendizagem. Por tanto, é necessário que o pedagogo auxilie no desenvolvimento
das práticas docentes, visando à coerência e, principalmente, o objetivo do trabalho
escolar que são os estudantes. A atuação do pedagogo na escola deve ser de
subsidiar teórica e metodologicamente as discussões e reflexões acerca da
organização e efetivação do trabalho pedagógico escolar. Propiciando o
desenvolvimento da representatividade criando condições para a participação de
toda a comunidade escolar.
FRANCO (2003), vê no pedagogo um mediador do processo ensino-
aprendizagem, capaz de transformar a práxis educativo-foco de estudo da
pedagogia visando a emancipação. Para ele o pedagogo deve ser um pesquisador,
que investiga a realidade educacional e precisa contribuir para o enfrentamento das
questões postas nesta realidade. Portanto, deve-se estabelecer uma relação de
parceria entre os sujeitos do processo, a fim de buscarem juntos, relevando a
diversidade de pontos de vistas, as respostas aos problemas educacionais. Na rede
pública estadual do Paraná, em seu edital 10/07, que trata do concurso público para
pedagogos, destacam-se suas funções:
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Promover e coordenar reuniões pedagógicas e grupos de estudo para reflexão e aprofundamento de temas relativos ao trabalho pedagógico e para a elaboração de propostas de intervenção na realidade da escola; participar e intervir, junto à direção, da organização do trabalho pedagógico escolar no sentido de realizar a função social e a especificidade da educação escolar; sistematizar, junto à comunidade escolar, atividades que levem à efetivação do processo ensino e aprendizagem, de modo a garantir o atendimento às necessidades do educando; participar da elaboração do projeto de formação continuada de todos os profissionais da escola e promover ações para a sua efetivação, tendo como finalidade a realização e o aprimoramento do trabalho pedagógico escola. (PARANÁ SEED, 2007).
Então ao se pensar o pedagogo enquanto articulador das práticas da escola
cabe ressaltar a importância de seu papel como especialista do trabalho
pedagógico, que deve coordenar a elaboração coletiva e a implementação do
projeto político pedagógico, criando condições para a participação de toda a
comunidade escolar.
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1.1 PROPOSIÇÕES DE ATIVIDADES:
O QUE É FAZER ESTA ARTICULAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO?
OBJETIVO
Evidenciar o papel do pedagogo como articulador construindo junto ao
coletivo da escola um espaço educativo de forma crítico-reflexivo, intervindo de
maneira a interpretar as teorias vintes, para alcançar objetivos didático-pedagógicos
emancipatórios no Ensino Médio Regular noturno.
CONVERSANDO SOBRE
Um dos propósitos do trabalho com este conteúdo é promover uma reflexão
com a finalidade de discutir e analisar as práticas pedagógicas realizadas nas
escolas. A intenção é sugerir ações didáticas que possam contribuir para a
compreensão e construção de um trabalho no coletivo.
Nesta perspectiva, professores, alunos todos são sujeitos sociais, que estão
constantemente confrontando seus conhecimentos pessoais com os conhecimentos
científicos. Como articular então, pensamento e ação, entre teoria e prática? É
preciso teorizar para entender a prática para isto o pedagogo deverá ter
conhecimento das teorias pedagógicas. Planejar o trabalho pedagógico significa
oportunizar um repensar a própria prática com a intenção de avançar em direção a
um projeto educativo.
Sendo assim, precisamos refletir sobre:
1-Quem são os sujeitos deste processo?
2- Qual é a sua concepção, sobre o teorizar para entender á pratica?
3-Que atividades são desenvolvidas na escola pelo pedagogo que
apresentam maior relevância, contribuindo para o avanço do projeto educativo?
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2. TEXTO II - RELAÇÕES: JUVENTUDE / ESCOLA
No contexto contemporâneo, um dos elementos que definem a função social
da escola é a garantia nos tempos e espaços disponíveis, a formação de indivíduos
capazes de exercer plenamente sua cidadania. Exercer a cidadania em um contexto
que impera a exclusão social e educacional deve ser entendido, como a capacidade
de se compreender o caráter histórico da realidade em que estão inseridos os jovens
com idade de escolarização, para poder agir sobre ela de maneira autônoma,
superando a exclusão social.
Em relação às dificuldades enfrentadas pelos jovens na atualidade, as
pesquisas apontam como fator de maior relevância a falta de oportunidade em
relação às possibilidades de mobilização social via políticas públicas voltadas para o
desenvolvimento social, cultural e econômico. Ausência que contribui cada vez mais
para a cultura da “marginalização e violência”.
Os jovens tendem a ocupar empregos mais instáveis e precários, é verdade
que a inserção no mundo do trabalho esta relacionada à identidade, autonomia, mas
ainda, nos segmentos menos favorecidos os jovens começam a trabalhar fora,
principalmente para ajudar a família.
Para tanto, os entraves não estão somente ligadas ao fator de emprego,
apesar de ser este apontado como o de maior índice, há fatores como a dificuldade
de aprendizagem e a socialização, em alguns casos ocasionados pela falta de
compromisso de muitos educadores que formam um grupo bastante relevante e que
se acomodam em culpar o sistema educacional, mesmo este, em muitos aspectos
precisando realmente melhorar, a escola deixa de ser o espaço de materialização do
conhecimento, gerando alunos desmotivados e como conseqüência vem o baixo
rendimento, a reprovação e muitas vezes o abandono da escola.
Nesse contexto, a escola de ensino médio noturno necessita eminentemente
do uma nova óptica, para atender os jovens da atualidade estabelecendo relações
com sua realidade e necessidade.
O ensino médio no Brasil sempre se configurou como um espaço de muito
questionamento. Ao contrario do ensino fundamental no qual o aluno deve se
apropriar de conteúdo básico e necessário e ensino superior que mesmo com seus
problemas, sempre tiveram de certa forma uma identidade. O ensino médio. Assim
13
como seus equivalentes históricos sempre apresentou uma dicotomia historicamente
marcada pela falta de identidade e estrutura curricular definida.
Construir uma identidade para o Ensino Médio exige que se tome em
perspectiva esse nível de ensino para compreender sua finalidade social, questão
que nos permanece diferentes momentos políticos e econômicos da história do
Brasil. Conforme relatado no texto referente a concepções de trabalho e anseios
econômicos da sociedade.
A identidade do Ensino Médio esteve, ao longo de sua história, retratada por
dois focos: um que privilegia a formação do aluno para o mercado de trabalho e
outro voltado para a continuidade dos estudos. Essas duas possibilidades
determinavam, para os diferentes indivíduos, a posição a eles reservada, na divisão
social e técnica do trabalho.
Na prática, apesar da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) de 1971 ter instituído a profissionalização obrigatória em nível de 2º grau atual ensino médio, essa oscilação pendeu muito mais para um caráter propedêutico. No entanto, a profissionalização obrigatória não se efetivou e a determinação da LDB de 1971 foi revogada em 1982, até ser superada pela atual LDB, promulgada em 1996. (ABRAMOVAY, 2003, p. 26).
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Partindo destes pressupostos, a lei n. 5.692/71 estabeleceu o ensino técnico
compulsório para o segundo grau. O curso propedêutico – Clássico Colegial –
deixou de existir. A tese central, subliminar ao discurso oficial da nova lei, era:
resolver dentro da escola a divisão entre trabalho intelectual e trabalho manual e as
diferenças de classe. Criava-se então um distanciamento entre a teoria da lei e a
realidade escolar o dualismo permaneceu acentuado. Porém da inicio a mobilização
de classes questionando os princípios de educação para o trabalho como relata a
Lei n 5692/71.
Ao longo da década de 90 permaneceram muitas discussões sobre a
estruturação e identidade do ensino médio no Brasil. Em nenhuma das perspectivas
anteriores o projeto do Ensino Médio esteve centrado no ser humano. A partir da
nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB (Lei 9.394/96) o ensino
médio passou a fazer parte da educação básica no Brasil, abrindo aos jovens a
possibilidade de acesso a um nível de escolaridade mais elevado.
Promulgada em 1996, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação, estabelece para o ensino médio de um processo educativo com finalidades especificas garantindo ao aluno continuidade acadêmica. Em seu artigo 35 pode-se identificar como finalidades do ensino médio: I.a consolidação e o aprofundamento dos conhecimentos adquiridos no ensino fundamental, possibilitando o prosseguimento dos estudos; II. a preparação básica para o trabalho e a cidadania do educando, para continuar aprendendo, de modo a ser capaz de se adaptar com flexibilidade às novas condições de ocupação ou aperfeiçoamento posteriores; III. o aprimoramento do educando como pessoa humana, incluindo a formação ética e o desenvolvimento da autonomia intelectual e do pensamento crítico; IV. a compreensão dos fundamentos científico-tecnológicos dos processos produtivos, relacionando a teoria com a prática, no ensino de cada disciplina.
Houve então, um crescimento na demanda de matriculas para o ensino
médio, dados nos mostram que a maior procura é na rede pública.
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Em 1997, as três redes eram responsáveis por algo mais que 80% das matrículas no ensino médio, sendo que mais da metade dessas matrículas (55,9%) correspondiam a cursos noturnos. Também eram majoritários os alunos com idade acima do esperado para as séries do ensino médio (17 anos), resultando num corpo discente bastante heterogêneo com relação à composição etária. Ainda que não estejam disponíveis dados censitários nacionais a esse respeito, diversos levantamentos parciais indicam que uma grande parte desses alunos já está inserida no mercado de trabalho, conjugando o estudo com a atividade produtiva: em 1997, entre os quase 660 mil concluintes submetidos ao Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), em nove estados brasileiros, 60% exerciam alguma atividade remunerada. (ABRAMOVAY, 2003, p. 29).
Por fim, alinhando os argumentos problematizados nesta pesquisa
enfatizamos que as atividades pedagógicas devem estar centradas na atuação de
profissionais comprometidos com a Educação, que a partir das necessidades de
aprendizagens identificadas na escola, venham garantir que a socialização do
conhecimento cientifica e a construção do saber e permanência do aluno na escola
se efetive.
16
2.1 PROPOSIÇÕES DE ATIVIDADES
OBJETIVO
Analisar o contexto de articulações políticas, econômicas e educacional
onde esta inserida o aluno do Ensino Médio Noturno, discutindo o papel dos sujeitos
da educação e as práticas pedagógicas.
CONVERSANDO SOBRE
A prática pedagógica dos educadores no espaço escolar, só acontecerá
mudanças significativas, se houver total engajamento no coletivo da escola,
envolvendo todos os segmentos do colegiado, para analisar a forma como a
educação deve ser construída e quais ações realmente vão produzir mudanças
relevantes em favor dos alunos.Sugiro um encaminhamento utilizando a letra da
música do Legião urbana, para refletir sobre os interesses da juventude, na
seqüência assistir o filme “Escritores da Liberdade”, para discutirem a função da
escola e a importância do plano de ação de todos os envolvidos com a educação.
Refletir com os professores, sobre:
Quem é este jovem do Ensino Médio Noturno?
Qual é o papel da escola que atende este público? O que é, e como deve ser?
Para estes jovens qual é a intencionalidade de aprender aquilo que ensinamos?
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2.2 RECURSOS DIDÁTICOS - TEXTO PARA REFLEXÃO Disponíveis em http://letras.terra.com.br/ Tempo Perdido Legião Urbana
Composição: Renato Russo
Todos os dias quando acordo
Não tenho mais
O tempo que passou
Mas tenho muito tempo
Temos todo o tempo do mundo...
Todos os dias
Antes de dormir
Lembro e esqueço
Como foi o dia
Sempre em frente
Não temos tempo a perder...
Nosso suor sagrado
É bem mais belo
Que esse sangue amargo
E tão sério
E Selvagem! Selvagem!
Selvagem!...
Veja o sol
Dessa manhã tão cinza
A tempestade que chega
É da cor dos teus olhos
Castanhos...
Então me abraça forte
E diz mais uma vez
Que já estamos
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Distantes de tudo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo
Temos nosso próprio tempo...
Não tenho medo do escuro
Mas deixe as luzes
Acesas agora
O que foi escondido
É o que se escondeu
E o que foi prometido
Ninguém prometeu
Nem foi tempo perdido
Somos tão jovens...
Tão Jovens! Tão Jovens!...
CONTEXTUALIZAÇÃO
A letra dessa música é um convite à reflexão sobre, quem são esses
jovens? Estamos vivendo tempos de contradições. Discutir a relação dos jovens
observando o seu tempo e espaço, questionando o sistema em que estão inseridos,
suas características sociais e suas necessidades Acreditar que, por meio da escola
as possibilidades aumentam, uma educação voltada à plena humanização
resgatando valores pode contribuir para uma sociedade melhor. É um caminho a ser
lapidado.
PARA REFLETIR SOBRE A FUNÇÃO SOCIAL DA ESCOLA E A ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO PEDAGÓGICO. FILME: ESCRITORES DA LIBERDADE http://www.espacoacademico.com.br/082/82lima.htm
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O filme Escritores da Liberdade mostra uma história, envolvendo
adolescentes criados no meio de tiroteios e agressividade, e a professora que
oferece o que eles mais precisam: uma voz própria. Quando vai parar numa escola
corrompida pela violência e tensão racial, a professora Erin Gruwell combate um
sistema deficiente, lutando para que a sala de aula faça a diferença na vida dos
estudantes. Agora, contando suas próprias histórias, e ouvindo as dos outros, uma
turma de adolescentes supostamente indomáveis vai descobrir o poder da
tolerância, recuperar suas vidas desfeitas e mudar seu mundo.
3. TEXTO III - PLANEJAMENTO EM AÇÃO
O sistema escolar assim como a nossa sociedade, vai avançando para o
ideal democrático a fim de garantir os direitos sociais, culturais e humanos. Mas
ainda há indagações que exigem respostas e propostas metodológicas educacionais
mais firmes que acompanhem estes avanços democráticos. A tarefa de captar essas
indagações e trabalhá-las cabe a todo o colegiado da escola. E ao pedagogo cabem
articular essas indagações e seus paradigmas, discutindo as formas de gestão
presentes na escola pública, bem como as relações de poder inerentes a este
processo.
Autores como Veiga (1998) afirmam que se faz necessário na escola a
presença de instancias colegiadas que distribuam as manifestações de poder que se
colocam nas relações estabelecidas no ambiente escolar. Este projeto está pautado
na prática do pedagogo (práxis) em fase de organização do Ensino Médio Regular
por Blocos de Disciplinas, bem como sua atuação na partilha de decisões referentes
à gestão escolar.
Para Muribeca (2002), o pedagogo deve ser um profissional capaz de
articular a sua ação pedagógica considerando os sujeitos do processo ensino-
aprendizagem, assim como o contexto no qual estão inseridos. Precisa-se conceber
a escola como instituição social e histórica, cujas funções atendem às demandas da
sociedade na qual se insere, e que ele – pedagogo – enquanto articulador do projeto
político pedagógico necessita contribuir para garantir maior qualidade ao processo
ensino-aprendizagem na escola. Segundo ela, essa melhoria só acontecerá se a
20
escola for democrática, assumindo coletivamente o compromisso de manutenção da
qualidade do ensino e de socialização dos saberes.
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3.1 PROPOSIÇÕES DE ATIVIDADES
ATIVIDADE: ANALISANDO O PROJETO POLITICO PEDAGÓGICO - COMO
CONSTRUIR POSSIBILIDADES PARA CHEGAR A REAL FUNÇÃO DA ESCOLA?
OBJETIVO
Atuar, junto ao coletivo da comunidade escolar na elaboração de projetos de
estudos articulando ás práticas pedagógicas a partir das necessidades de
aprendizagem identificadas na escola.
CONVERSANDO SOBRE
Buscando tornar o processo do ensino e de aprendizagem no Ensino Médio
Noturno mais estimulante e motivacional para os professores, alunos e pedagogos
propõem-se a produção e analise coletiva do projeto político pedagógico. O
planejamento da escola se concretiza pela elaboração do seu Projeto Político
Pedagógico, onde buscamos a unidade entre teoria e prática. Sugiro a leitura e
analise da proposta pedagógica da escola, tendo como base o texto, O pedagogo
poderá trabalhar conceito e estrutura do Projeto Político Pedagógico, refletir sobre
os pressupostos que o sustentam, tomando por referência o texto - Propostas
pedagógicas ou curriculares: Subsídios para uma leitura crítica, Sonia Kramer, que
encontra-se disponível no site http://cev.org.br/biblioteca/propostas-pedagogicas-
curriculares-subsidios-para-uma-leitura-critica .
3.1.1 ATIVIDADE
Pode ser realizada em grupo ou com um professor ou pedagogo e tem o
objetivo, através da leitura do texto indicado, de discutir a ação do pedagogo
articulando as políticas pedagógicas na escola. A autora aponta possibilidades para
analise de currículo, técnica para subsidiar educadores sobre a leitura critica de
textos. Sonia Kramer propõe um conjunto de critérios a serem observados na
elaboração da proposta pedagógica curricular.
22
3.1.2 ATIVIDADE
Relacione as principais idéias discutidas nos textos e procure sintetizar, de
que formas poderão ser evidenciadas num projeto de planejamento participativo.
3.1.3 ATIVIDADE
Pesquise no projeto Político Pedagógico de sua escola o modo como esta
descrita à função social da escola. Redija um texto explicativo mostrando como ela
se evidencia e como você se posiciona diante dela.
De que maneira estão descritas as funções e atribuições de cada envolvido
no trabalho pedagógico?
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REFERÊNCIAS
ABRAMOVAY, M.; CASTRO, M. G. Ensino médio: múltiplas vozes. Brasília: UNESCO, MEC, 2003. CENTRO ESPORTIVO VIRTUAL, http://cev.org.br/biblioteca/propostas-pedagogicas-curriculares-subsidios-para-uma-leitura-critica (acesso em 12/06/2010).
FRANCO,M.A.S. Pedagogia como ciência da educação. Campinas-SP:Papirus,2003 FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro-RJ: Paz e Terra,1967. KUENZER, A. Ensino médio: construindo uma proposta para os que vivem do trabalho. São Paulo: Cortez, 2000. KUENZER, A. Ensino de 2º grau: o trabalho como princípio educativo. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2001. LIBANÊO, J.C. Pedagogia e pedagogos, para quê?. -2.ed. São Paulo-SP: Cortez, 1999. MURIBECA, M. L. M. A pedagogia, o pedagogo e a prática escolar. In: ROSA, D. E. e SOUZA, V. C. de. Políticas organizativas e curriculares, educação inclusiva e formação de professores. Rio de Janeiro: DP&A, 2002. PARANÁ secretaria de Estado da Educação. Diretrizes curriculares para o Ensino Médio. Paraná: Governo do Estado do Paraná, 2008. PARANÁ, Secretaria de Estado da Educação. Edital n.º 10/07, de 27 de setembro de 2007. Resolve tornar pública as normas relativas à realização do Concurso Público para o provimento de vagas no cargo de Professor Pedagogo. http://www.pedagogia.seed.pr.gov.br. (acesso em 12/04/2010).
POCHMANN, M. Emprego e desemprego juvenil no Brasil: as transformações nos anos 1990. Revista Movimento, n. 1, maio de 2000.
SOARES, L. et al. Diálogos na educação de jovens e adultos. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2007. SOARES, Solange Toldo. Políticas públicas de formação dos professores para a educação básica e as relações com a prática pedagógica do professor universitário. Curitiba-PR:PUC/PR, 2007 (Monografia de curso de especialização). TERRA http://letras.terra.com.br/ (acesso em 29/05/2010).
VEIGA, Zilah de Passos Alencastro. As instâncias colegiadas da escola. In: VEIGA, I.P.A. e REZENDE, L.M.G de. Escola: o espaço do Projeto Político pedagógico. Campinas-SP: Papirus, 1998.