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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4 Cadernos PDE VOLUME I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · É no ato de jogar e no brincar, “que a criança internaliza toda a sua ação de ser e de conviver” (CORRÊA, 2003, p. 28-29). É por meio

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O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE

VOLU

ME I

UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ - SEED

SUPERINTENDÊNCIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO

DIRETORIA DE POLÍTICAS PÚBLICAS E PROGRAMAS EDUCACIONAIS

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL - PDE

JOGOS E BRINCADEIRAS: O CORPO QUE BRINCA E APRENDE

CURITIBA

2011

NEUSA TEREZINHA FERRONATO PELLE

ARTIGO FINAL

JOGOS E BRINCADEIRAS: O CORPO QUE BRINCA E APRENDE

Artigo Final apresentado ao Programa de Desenvolvimento Educacional - PDE - PR. Área: Educação Física, IES vinculada: Universidade Tecnológica Federal do Paraná - UTFPR. Professor Orientador: Fábio Mucio Stinghen

CURITIBA

2011

1

JOGOS E BRINCADEIRAS: O CORPO QUE BRINCA E APRENDE

Autora: Neusa Terezinha Ferronato Pelle1 Orientador: Fabio Mucio Stinghen2

Resumo

O presente artigo refere-se à implementação do Projeto “Jogos e brincadeiras: O Corpo que Brinca e Aprende” para intervenção na disciplina de Educação Física com uma concepção emancipadora, voltada para a formação integral do aluno, compreendendo como princípios norteadores três aspectos: convivência, para o autoconhecimento e conhecimento do outro; consciência, para reflexão e modificação do comportamento; e transcendência, para tomada de decisões em consenso, sustentadas na disposição para o diálogo e para as mudanças necessárias. O objetivo da proposta foi oportunizar a vivência de diferentes práticas corporais através dos jogos e brincadeiras como meios para a construção da autonomia dos educandos e o exercício da cidadania, com o desenvolvimento de valores éticos de cooperação, afetividade e solidariedade. As atividades realizadas enfatizaram a diversidade sócio-cultural e a importância da articulação facilitadora e benéfica do brincar e aprender no ambiente familiar e escolar, como atividade recreativa e didática, ou seja, que promove prazer e aprendizagem. Na conclusão, evidenciaram-se resultados como: a redução da agressividade e a promoção de atitudes de sensibilidade, empatia, estima, confiança, perseverança e unidade quanto ao foco no êxito do grupo; envolvendo a substituição do espírito competitivo pelo espírito construtivo e a substituição das relações interpessoais exclusivas pelas relações inclusivas, próprias do trabalho em equipe.

Palavras-chave: Jogos; Brincadeiras; Aprender; Autonomia; Cidadania.

1 Professora do Colégio Estadual São Paulo Apóstolo. Pós-graduação em Formação de Professores de 1.º e 2.º graus (Instituto Brasileiro de Pós Graduação e Extensão, Faculdades Integradas “Espírita”), Graduação em Educação Física (Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Arapongas FAFICLA)

2 Mestre em Engenharia da Produção UFSC, Graduado em Educação Física pela UFPR. Professor e Coordenador de Estágios da UTFPR.

2

FUN AND GAMES: THE BODY THAT PLAY AND LEARN

Abstract

This article refers to the implementation of the Project "Games and play: The Body, Play and Learn" for intervention in Physical Education with an emancipatory conception, focused on the education of the student, including guiding principles on three aspects: living, for self-knowledge and knowledge of the other, consciousness, for reflection and behavior modification, and transcendence, for making decisions by consensus, supported by the provision for dialogue and for the necessary changes. The objective of the proposal was to chance the experience of different bodily practices through games and play as means to build the student's autonomy and citizenship, with the development of ethical values of cooperation, affection and solidarity. The activities emphasized the socio-cultural diversity and the importance of coordination and facilitation of beneficial play and learn in the family and school environment, teaching and as a recreational activity, or that promotes enjoyment and learning. In conclusion, results showed up as: reduction of aggression and promoting attitudes of sensitivity, empathy, respect, confidence, perseverance and unity as to focus on the success of the group, involving the substitution of competitive spirit by constructive sprit and the substitution of exclusive relations interpersonal by inclusive relationships, proper of the teamwork.

Key words: Games; Jokes; Learning; Autonomy; Citizenship.

3

1 Introdução

Os conteúdos estruturantes de Educação Física são elementos articuladores

que tratam o corpo como interface entre a natureza e a cultura, eles apresentam

vetores de comportamentos relacionados a gênero, etnia, classe social, religião,

migrações etc. Tais atitudes indicam o modo como se dá as relações entre o sujeito

com os demais. Portanto, os conteúdos esporte, jogos e brincadeiras, ginástica,

dança e lutas devem ser compreendidos como Educação Física transformadora que

intensifica o diálogo entre os diversos ambientes socioculturais e envolve os valores

do cotidiano dos alunos.

As múltiplas possibilidades de interação nos jogos e brincadeiras cumprem a

percepção de maneiras diferenciadas de interpretar a realidade e de se mover entre

a liberdade e os limites estabelecidos pelo grupo. O acesso à prática recreativa

privilegia o individual e o coletivo, pressupõe o compromisso com a solidariedade e o

respeito humano.

Partindo do pressuposto de que a escola é também um lugar de formação

da cidadania e da ética humana, é essencial a sua vinculação com as questões

sociais presentes na realidade comunitária e com os valores democráticos. Portanto,

torna-se necessária a oportunidade de promover meios para a construção da

autonomia dos educandos, viabilizar princípios éticos de cooperação, afetividade,

solidariedade e respeito.

Com base nestes princípios, são definidos os objetivos para ensinar certos

valores sociais através do jogo e das brincadeiras como conteúdos componentes da

Educação Física Escolar nas Diretrizes Curriculares Estaduais, e aplicados de forma

a estimular a cooperação e o respeito entre os sujeitos envolvidos na aprendizagem.

Dentro da concepção da Educação Física, o aluno é visto como um todo

integrado, historicamente situado e dono de um saber importante para sua vida em

sociedade. Neste sentido, esta disciplina tem grande valor quando oportuniza ao

aluno vivenciar diferentes práticas corporais, principalmente através dos jogos e

brincadeiras, que motivam e estimulam o aluno a buscar soluções ou adaptações a

situações-problema. Nesse contexto, as práticas corporais podem modificar as

relações sociais e promover o respeito à diversidade cultural através dos jogos e

4

brincadeiras.

O objetivo principal foi proporcionar aos educandos, momentos de liberdade,

espontaneidade, ludicidade e criatividade, que pudessem favorecer a tomada de

consciência de seu corpo, de suas atitudes e de suas ações.

Os objetivos específicos consistiram em despertar o prazer de aprender com

jogos e brincadeiras dentro da disciplina de Educação Física; entender a

necessidade de cooperação como componente para o êxito na execução dos jogos

e brincadeiras, por meio de uma estratégia de ensino; promover um resgate cultural

dos jogos e brincadeiras tradicionais no ambiente escolar, na família e comunidade;

e refletir sobre as atividades lúdicas presentes no dia a dia da escola e seus

momentos de aplicação.

2 Jogos e brincadeiras no âmbito da educação física escolar

A palavra “jogo” tem origem no vocábulo latino locus, locare que significa

brinquedo, folguedo, divertimento, passatempo sujeito a regras, ou uma série de

coisas que forma um todo ou uma coleção (FERREIRA, 2004).

Segundo Huizinga (2005, p. 3), “o jogo faz parte daquelas coisas em comum

que o homem partilha com os animais.” O autor afirma ainda, que o jogo faz parte

tanto da natureza humana como da animal, é anterior à cultura, uma vez que antes

mesmo de surgir a sociedade, já havia brincadeiras entre os animais.

No âmbito da educação escolar, segundo Tezani (2004), “o jogo ocupa lugar

de extraordinária importância”. Nesse sentido, a autora pondera que o jogo não se

constitui somente num passatempo com o intuito de divertir os alunos, pois demanda

“...uma profunda exigência do organismo [...] Estimula o crescimento e o

desenvolvimento, a coordenação muscular, as faculdades intelectuais, a iniciativa

individual. Estimula a observar e conhecer as pessoas e as coisas do ambiente em

que se vive.”

Na mesma linha de raciocínio de Tezani (2004), Brunelli (1996) considera

que o jogo é uma atividade poderosa; por meio dele é possível estimular o

pensamento, a ação construtiva e criativa da criança, proporcionando-lhe “a

afirmação da personalidade e a valorização do eu”.

5

Na concepção de Vygotsky3 (1998 apud SESNIK, 2008, p. 7)

O jogo facilita o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, portanto, jogo e brincadeira são atividades que permitem à criança assimilar e recriar as experiências sócio-culturais. É um fato social, espaço privilegiado de interação infantil e de constituição da criança como ser humano, produto e produtor de história e cultura.

Tendo em vista que a aquisição de valores pelas crianças parece ter perdido

a importância, o propósito, há que se considerar que os jogos podem ser um

caminho para tornar a prática destes valores significativa, conectando o discurso ao

fazer pedagógico, possibilitando aos educandos a compreensão, o propósito e

significado dos valores no decurso de suas vidas.

A citação abaixo, exprime muito bem, o pensamento de filósofos, sociólogos,

antropólogos entre outros que entendem o jogo como uma atividade que objetiva

[...] desafiar os enigmas da vida e construir um momento de entusiasmo e alegria na rigidez da aprendizagem e da caminhada humana pela evolução biológica. [...] Assim, brincar significa extrair da vida nenhuma outra finalidade que não seja ela mesma. Em síntese, o jogo é o melhor caminho de iniciação ao prazer estético, à descoberta da individualidade e a meditação individual (ANTUNES, 2000, p. 38).

Quando a criança brinca, prepara-se para apreender novos conceitos, fazer

novas descobertas, adquirir novas informações, desenvolver a sociabilidade, fazer

amigos, aprender a conviver, respeitando a diversidade e o direito de cada um que

faz parte do seu grupo. Assim sendo, as brincadeiras são “...excelentes

oportunidades de relacionamento, convívio e respeito entre as diferenças, de

desenvolvimento de idéias e de valorização humana, para que seja levado em conta

o outro” (PARANÁ, 2008, p. 29).

É interessante lembrar, que independentemente da condição social ou física,

a criança recebe estímulos ao brincar, os quais proporcionam o seu

desenvolvimento nos domínios emocional, psíquico, social e cognitivo. “Brincar se

torna tão importante quanto comer, dormir ou falar” (AMORIM, 2009).

Por isso, torna-se necessário que as escolas apresentem uma proposta

pedagógica, que incorpore o lúdico como eixo norteador no ensino fundamental,

unindo a motivação à interação social com as características pessoais, e aos

3 VYGOTSKY, 1998 apud SESNIK, 2008, p. 7.

6

contextos nos quais as tarefas escolares se desenvolvem.

Diante do que foi exposto, é interessante investigar as atividades lúdicas

presentes na dinâmica escolar como parte do processo de aprendizagem.

É no ato de jogar e no brincar, “que a criança internaliza toda a sua ação de

ser e de conviver” (CORRÊA, 2003, p. 28-29). É por meio do lúdico que o indivíduo

se apropria do seu papel social, busca o desenvolvimento do respeito ao próximo,

torna-se capaz de compor sua vida de modo harmonioso e significativo. “É brincando

que ela reconhece o outro e o seu espaço, é brincando que ela aprende as regras

sociais, pois necessita esperar a sua vez” (CORRÊA, 2003, p. 28-29).

No que diz respeito à prática de jogos e brincadeiras no espaço escolar,

Sesnik (2008, p. 14) entende que:

Os jogos e brincadeiras são importantes instrumentos de manifestação da sociabilidade. Eles pressupõem uma aprendizagem social, com diferentes padrões, vocabulário, regras e habilidades específicas a sua execução. Por meio de tais elementos cada cultura tem a possibilidade de exprimir as suas tradições, valores, crenças e costumes.

E Carvalho4 (2005 apud SESNIK, 2008, p. 14) afirma que:

[...] os jogos e brincadeiras, são atividades lúdicas muito ricas, já que fornecem informações valiosas a respeito das crianças, sobretudo, no que se referem as suas emoções, a maneira como se relaciona com os demais, a habilidade motora, o nível de desenvolvimento, a capacidade lingüística e a formação moral.

Assim sendo, de acordo com Almeida (1992), é imprescindível que o

educador tome consciência de que desenvolver o conteúdo programático, por

intermédio do ato de brincar, não significa que está havendo negligência quanto à

aprendizagem do conteúdo formal. Ao contrário do desenvolver o conteúdo

mediante a reposição de atividades lúdicas, o professor está trabalhando com o

processo de construção do conhecimento, considerando o estágio do

desenvolvimento em que a criança se encontra e de uma forma agradável e

significativa.

4 CARVALHO, 2005 apud SESNIK, 2008, p. 14.

7

Portanto, a importância do brincar no que diz respeito à realidade social do

aluno e no seu processo de aprendizagem pode-se dizer que tal atividade implica

oportunidades

[...] de praticar, escolher, perseverar, imitar, imaginar, dominar, adquirir competência e confiança, adquirir novos conhecimentos, habilidades, pensamentos e entendimentos coerentes e lógicos, de criar, observar, experimentar, movimentar-se, cooperar, sentir, pensar, memorizar e lembrar, comunicar, questionar, interagir com os outros e ser parte de uma experiência social mais ampla em que a flexibilidade, a tolerância e a autodisciplina são vitais, conhecer e valorizar a si mesmo e as próprias forças, e entender as limitações pessoais, ser ativo dentro de um ambiente seguro que encoraje e consolide o desenvolvimento de normas e valores sociais (MOYLES, 2002, p. 32).

E mais, segundo FROEBEL5 (1912 apud KISHIMOTO, 2002, p. 68):

O brincar, em qualquer tempo, não é trivial, é altamente sério e de profunda significação. [...] A brincadeira é uma atividade espiritual mais pura do homem [...] Ela dá alegria, liberdade, contentamento, descanso externo e interno, e paz com o mundo [...] A criança que brinca sempre, com determinação auto ativa, perseverando, esquecendo sua fadiga física, pode certamente tornar-se um homem determinado, capaz de auto-sacrifício para a promoção de seu bem e dos outros.

Nesse ponto, vale destacar o papel e a postura do professor de Educação

Física como orientador, mediador e incentivador, para o desenvolvimento dos

conhecimentos e habilidades do aluno, através do ato de brincar, do jogo, levando-

se em conta que a brincadeira é uma atividade profundamente significativa, de

inestimável contribuição para o crescimento pessoal, intelectual, cultural e social do

educando, consequentemente, tornando-o um indivíduo mais crítico, mais

consciente quanto à tomada de decisões eficientes, diante da complexidade de

situações que permeiam as sociedades atuais, como por exemplo, a intolerância, a

violência e a questões ambientais, entre outras.

No que diz respeito aos Jogos e Brincadeiras Tradicionais, segundo

Huizinga (2005, p. 33)

[...] é uma atividade ou ocupação voluntária, exercida dentro de certos e determinados limites de tempo e de espaço, segundo regras livremente consentidas, mas absolutamente obrigatórias, com fim em si mesmo,

5 FROEBEL, 1912 apud KISHIMOTO, 2002, p. 68.

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acompanhado de um sentimento de tensão e de alegria e de uma consciência de ser diferente da ‘vida cotidiana’. Abrange jogos de força e de destreza, jogos de sorte, de adivinhação, exibições de todo gênero.

Entre alguns jogos tradicionais, têm-se: peteca, amarelinha, bolinhas de

gude, 5 marias, bete-ombro, corda, elástico, barra-manteiga, cabo de guerra,

queimada, gato e rato, lenço-atrás, passa-anel, perna-de-pau, catavento, pião,

peteca, corrida de saco, gato e rato, pega-pega, cabra-cega, estátua, alerta, pé na

lata, entre outros.

A importância pedagógica dos jogos tradicionais está nos dias de hoje,

constantemente em estudos e debates pelos profissionais de Educação Física, uma

vez que diversos argumentos que sustentam o objeto de pesquisa dessa área estão

fundamentados na cultura corporal, no sentido de envolvê-la às relações corpo-

sociedade (MOREIRA; RAMOS; CARDOSO, 2008).

Para ilustrar o pensamento das autoras citadas acima é interessante

mencionar que o relacionamento social desenvolve-se na vivência de situações

estratégicas de liderança e cooperação a fim de se obter objetivos comuns ao grupo.

Os jogos poderão ser, assim, redutores das tensões do grupo, permitindo a

participação, integração, resolução de problemas, tomada de decisão e, ao mesmo

tempo, a manutenção das tradições transmitidas de geração a geração

(AGRUPAMENTOS DE ESCOLAS DA VENDA DO PINHEIRO, 2004, p. 6).

Kishimoto (1993, p. 15) relata que os jogos tradicionais foram transmitidos

“...de geração em geração através de conhecimentos empíricos e permanecem na

memória infantil. Explica-se a força e a tradição de tais jogos pelo poder da

expressão oral”. Contudo, a origem desses jogos não é bem conhecida, sabe-se,

apenas que são oriundos de elementos que compunham romances, contos, ritos

místicos e religiosos. O que se sabe é que cantigas de roda, advinhas, papagaio,

bolinhas de gude, amarelinha, saquinhos de pedrinhas, entre outros, foram trazidos

e difundidos no Brasil pelos colonizadores portugueses (KISHIMOTO, 1992, p. 25).

A autora deixa claro que, apesar de alguns jogos terem sido modificados em

seus conteúdos, diversos deles ainda mantêm sua estrutura inicial e com

características semelhantes no mundo todo.

Kishimoto (1993, p. 15) afirma que os jogos tradicionais, “enquanto

manifestação da cultura popular, têm função de perpetuar a cultura infantil e

desenvolver formas de convivência social.”

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O relacionamento social desenvolve-se na vivência de situações estratégicas de liderança e cooperação a fim de se obter objetivos comuns ao grupo. Os jogos poderão ser, assim, redutores das tensões do grupo, permitindo a participação, integração negociada e, ao mesmo tempo, a manutenção das tradições (AGRUPAMENTOS DE ESCOLAS DA VENDA DO PINHEIRO, 2004, p. 6).

Grande parte dos docentes de Educação Física, entende que a prática dos

jogos tradicionais infantis estimula o desenvolvimento do espírito cooperativo e de

equipe, o respeito pelos outros e pelas regras, além da ação motora.

Reforçando o pensamento acima, Costa e Silva, Gonçalves e Araújo (2010),

acrescentam que os jogos tradicionais infantis relacionados à aprendizagem

envolvem as crianças em diversas situações e momentos prazerosos.

Ribeiro6 (2004 apud COSTA E SILVA; GONÇALVES; ARAÚJO, 2010),

descreve que as crianças ao praticarem os jogos tradicionais desenvolvem a

dimensão corporal, cognitiva e social, esclarecendo que:

1. A criança nos ensina que o seu processo de aquisição do mundo tem inscrição no corpo, acontece sempre no contexto do organismo como um todo; 2. A criança mostra a seriedade dessa atividade lúdica; 3. A criança desenvolve múltiplas qualidades e habilidades cognitivas, motoras e sócio-afetivas associadas às dimensões políticas e éticas; 4. A criança interage e conecta-se com o mundo, irradiando sua complexidade; 5. A criança transforma a realidade, criando e recriando a natureza, mostrando sua esteticidade; 6. A criança mostra que através dos jogos tradicionais, ela se inicia no prazer, descobre a própria individualidade; 7. A criança torna-se guerreira, criativa, resistente, portadora do prazer e da subjetividade, rica em valores humanos; 8. A criança demonstra o seu papel festeiro ao celebrar a vida e o mundo, com alegria e felicidade; 9. A criança vive suas histórias e sua cultura, experimentando suas possibilidades mais humanas; 10. A criança se organiza, a partir da desordem, discutindo e estabelecendo critérios e regulamentos; 11. A criança cria situações novas, sob influências de situações antagônicas, como a sorte e o azar, a segurança e o perigo, a inibição e a ousadia, entre outros; 12. A criança demonstra que seu corpo dominado pela sociedade produtiva é sedento de liberdade; 13. A criança é espontânea, desenvolvendo todas as suas possibilidades corporais; 14. A criança transforma sua ação lúdica numa celebração espaço-temporal de cidadania; 15. A criança mostra que o seu corpo produtivo, idealizado pela escola e sociedade, e essencialmente brincante.

Portanto, em função dos diversos benefícios e valores encerrados nos jogos,

torna-se importante implementá-los no espaço escolar, principalmente se for

considerado que, atualmente a tecnologia dos brinquedos modernos modificou os

hábitos das crianças no que diz respeito às brincadeiras infantis. Com isso, as

6 RIBEIRO, 2004, apud COSTA E SILVA; GONÇALVES; ARAÚJO, 2010.

10

crianças passam muito mais tempo, isoladas, no interior de suas casas, não

aproveitando a oportunidade, muitas vezes, de desenvolverem habilidades

corporais, criatividade entre outras ações, juntamente com a diversão, através de

jogos e brincadeiras realizadas em grupo. Por fim, convém lembrar que:

Jogo Tradicional é memória, mas é também presente. [...] Amarelinha, pião, papagaio, barra-manteiga, esconde-esconde e inúmeras outras brincadeiras estão hoje presentes na [atividade] lúdica, muitas vezes sob uma outra forma ou com outra denominação. Mas o conteúdo continua sendo o mesmo (FRIEDMANN, 1995, p. 55).

Na verdade, Friedmann (1995) assinala que o jogo tradicional deve ser

resgatado e preservado não apenas como “um patrimônio lúdico nacional”, mas

também como modo de valorizá-lo sob a ótica educacional, visando o

desenvolvimento integral do educando.

Segundo Kishimoto (1993, p. 15) os jogos tradicionais, “enquanto

manifestação da cultura popular, têm função de perpetuar a cultura infantil e

desenvolver formas de convivência social.”

A prática de jogos e brincadeiras tradicionais nas aulas de Educação Física

confirma o quanto é expressivo para os educandos desfrutar de momentos lúdicos,

de sociabilização, e proporciona condições de ação motora, cognitiva, estimula a

criatividade, o espírito cooperativo e de equipe, o respeito pelos outros e pelas

regras. Portanto, resgata a cultura dos jogos e brincadeiras no ambiente escolar e na

família, constitui-se na possibilidade de manter vivo o patrimônio lúdico tão

importante para o desenvolvimento de formas de convivência social.

No contexto dos jogos cooperativos, pode-se dizer, que estes são

considerados dinâmicas de grupo que têm como objetivos mostrar que a cooperação

é uma alternativa possível e saudável no âmbito das relações sociais, promover de

modo efetivo a cooperação entre as pessoas, na exata medida em que os jogos,

são, eles próprios, experiências cooperativas (BARRETO apud SOLER, 2006, p. 21).

Para Brotto (2001), os Jogos Cooperativos propiciam a tolerância, o

autoconhecimento, a autoestima, o respeito pelo outro e o reconhecimento de que é

possível viver em harmonia com as divergências. Na concepção de Fausto (2001),

possibilitam a recuperação e a descoberta da diversão e “com-tato” com o outro.

É importante destacar que a prática dos Jogos Cooperativos pode contribuir

para a redução de manifestações de agressividade nos jogos, uma vez que por meio

11

deles promovem-se atitudes de sensibilidade, empatia, estima, confiança,

cooperação, comunicação, alegria e solidariedade. Joga-se para superar desafios ou

obstáculos e não para vencer o outro. Todos participam, ninguém é excluído, as

metas importantes são as coletivas, e não as individuais (BROWN, 1994).

No que tange à questão sócio-educativo da cooperação, Brotto (2000)

apresenta o seguinte conjunto de princípios:

− Convivência: compartilhar a vivência: experimentar para poder

reconhecer a sim mesmo e aos outros.

− Consciência: incentivo pela reflexão, sobre a modificação do

comportamento, relacionamento e até do próprio jogo, na perspectiva de melhorar a

participação, o prazer e a aprendizagem de todos.

− Transcendência: ajuda na sustentação da disposição para diálogo, para

a decisão em consenso, e experimentação de mudanças, integrando no jogo e na

vida as transformações desejadas.

Os Jogos Cooperativos buscam uma integração entre os participantes,

promovem o ato de compartilhar, a união de pessoas em torno de conseguir um

objetivo comum, com êxito para todos. O que uma pessoa faz beneficia ela própria e

também os demais parceiros. Por isso, os jogadores aprendem a ter um senso de

unidade e a compartilhar o sucesso. Um joga com o outro e não contra o outro

(BROTTO, 2000).

Portanto, a cooperação é coerente com o aprendizado do trabalho em

equipe na escola, uma vez que através dela é possível evitar a competição, a

exclusão, a rejeição e agressão física que é comum na prática de jogos

competitivos, além de desenvolver o espírito construtivo, a solidariedade, a

criatividade, a imaginação, facilitar o diálogo, fomentar a prática do lúdico, decidir em

consenso, modificar comportamentos, relacionamentos, entre outras perspectivas de

tornar melhor o ser humano como um todo.

3 Procedimento Metodológico

A implementação deste projeto foi realizada no Colégio Estadual São Paulo

Apóstolo, Ensino Fundamental e Médio do município de Curitiba, tendo como

12

sujeitos da pesquisa alunos da 5ª série turma F, do período da tarde, após análise

que foi desenvolvida através de questionários resgatando a cultura dos jogos e

brincadeiras que ocorreram nos meses de agosto a novembro de 2010; visando

alcançar os valores sociais e a consciência de corporeidade propostos nos objetivos.

O projeto contemplou jogos e brincadeiras no cotidiano escolar, no ambiente

familiar e a participação da família no ambiente escola. A proposta foi utilizar

brincadeiras que fazem parte da cultura dos educandos, com a orientação,

planejamento e desenvolvimento das aulas, justificando aos alunos a proposta de

cada uma das atividades e contextualizando-as após a prática. Foram realizadas

brincadeiras e jogos que fizeram e fazem parte da cultura da humanidade e dos

familiares dos educandos, sendo que a orientação, o planejamento e o

desenvolvimento das aulas estiveram sob coordenação da professora de Educação

Física, destacando que as atividades tiveram cunho cultural e educacional e foram

contextualizas após a prática das mesmas. Foi organizada uma gincana com a

realização de cinco jogos cooperativos, no período da manhã de um sábado, na qual

participaram pais e outros familiares dos alunos. O material para a torcida foi

confeccionado pelos alunos.

4 Implementação do Projeto

4.1 Levantamento das pesquisas

As brincadeiras da infância mais apontadas pelos pais e avós foram: futebol

21%, pula-corda 20%, bolinha de gude 12%, boneca 11%, pega-pega e vôlei

10%.Também foram muito indicadas as brincadeiras de passa-anel, pipa, carrinho,

ioiô e queimada (caçador).

Os questionários sobre a potencialidade e criatividade dos educandos

demonstraram que houve o desenvolvimento do trabalho em equipe com respeito,

solidariedade e paciência; observando a importância de tais potencialidades para os

demais contextos da vida. Em relação à criatividade foi fundamental a agilidade e a

capacidade de tomada de decisão.

13

Após a apresentação do filme “O Menino Maluquinho” no início da

implementação do projeto, a professora de Educação Física elaborou questionário

para a constatação da importância dos jogos e brincadeiras. Após aplicação do

questionário, seguiram-se reflexão e debate coletivo, sendo destacadas as seguintes

respostas: a possibilidade de se aprender brincando, se divertir, ser feliz, fazer

amizade e melhorar os relacionamentos. A mensagem principal que o filme passou

foi sobre a necessidade de aproveitar bem a infância, não desejar crescer rápido,

usar bem a imaginação e a capacidade de improvisar.

4.2 Jogos e brincadeiras na realidade social do aluno / no cotidiano escolar

• Queimada

− Descrição dos procedimentos do jogo.

− Destaque para a importância da destreza e agilidade nas escolhas de

estratégias enfatizando o espírito coletivo.

− Adequação das regras às necessidades e condições do grupo, por

exemplo, para salvar o companheiro, ou salvar a abelha rainha.

• Amarelinha

− Discussão sobre os procedimentos do jogo.

− Escolha do local mais apropriado.

− Sorteio para escolha da ordem dos jogadores.

− Organização para o período de espera da vez de cada um.

• Pular-Corda

− Discussão sobre as variações do desenvolvimento da brincadeira.

− Definição dos jogadores para segurarem as extremidades da corda.

− Definição quanto ao número de participantes (para pular) por vez.

− Destaque sobre a importância da coordenação, velocidade, deslocamento

e regularidade rítmica dos saltos.

• Bambolê

− Pesquisa de interesse e conhecimento sobre o brinquedo, sua história e

contexto.

14

− Experimentação espontânea oportunizada sem restrições.

− Seleção espontânea para uma simulação de campeonato.

− Definição dos critérios básicos: girar o bambolê na cintura e no braço,

parado e andando.

4.3 Jogos e brincadeiras tradicionais / na família e na escola

• Perna-de-Pau

− Levantamento da história sobre a origem do brinquedo.

− Conscientização sobre a importância da construção artesanal dos

brinquedos como uma opção criativa e barata.

− Apresentação da possibilidade de variar a brincadeira com pernas de lata.

− Confecção dos brinquedos.

− Esclarecimento sobre os benefícios da brincadeira: desenvolvimento

motor e psicossocial, da noção de espaço, lateralidade e equilíbrio.

• Cabo de Guerra

− Contextualização histórica.

− Divisão da turma em duas equipes de forma equilibrada.

− Estabelecimento do limite para a decisão.

− Conscientização sobre a necessidade de evitar os danos físicos ou

movimentos violentos.

− Observação sobre a importância da união para a concentração de força e

redução do tempo.

• Bete-Ombro

− Contextualização histórica.

− Determinação do espaço para o campo.

− Escolha dos equipamentos: tacos, casinha e bola.

− Destaque para a importância da destreza e agilidade nas escolhas de

estratégias, enfatizando o espírito coletivo.

− Prevenção a respeito da capacidade de superação do desgaste físico e

da queima de energia.

15

• Bolinha de Gude

− Contextualização histórica.

− Discussão sobre os procedimentos das diferentes modalidades.

− Definição dos participantes, conforme as modalidades preferidas.

− Esclarecimento a respeito das regras combinadas que implicam ganhar

ou perder as bolinhas.

− Valorização da socialização e dos benefícios da brincadeira: coordenação

motora fina, percepção e cognição para as jogadas.

4.4 Jogos cooperativos / participação da família na escola

• Gincana

− Sensibilização da família por meio dos filhos e das estratégias de

comunicação sobre a importância da disciplina, da aprendizagem através dos jogos

e brincadeiras, do envolvimento da família no ato educacional e na contribuição para

o trabalho da e na escola.

− Definição da série das atividades, suas regras e materiais necessários

(dança-das-cadeiras modificada, transporte sem mãos, dança da laranja, cabo da

cooperação e todos juntos).

− Determinação das equipes e dos participantes para cada jogo.

− Escolha do nome e do grito de guerra.

− Encerramento com a classificação das equipes e avaliação coletiva da

atividade.

5 Análise dos Resultados

Os resultados corresponderam aos objetivos propostos, tanto quanto aos

valores sociais e a consciência corporal. Em algumas atividades, foi possível a

verificação dos resultados a curto prazo; em outras, foi possível observar a evidência

16

dos efeitos a médio e longo prazo. O interesse por jogos e brincadeiras foi constante

e facilitou e a cooperação de todos. A importância da consciência corporal foi bem

trabalhada, juntamente com a ênfase na promoção dos valores sociais centralizados

principalmente no exercício da solidariedade, inclusão, tolerância, respeito,

paciência, perseverança, entre outros. Tudo isso garantindo a aprendizagem

significativa e prazerosa almejada no projeto: “Jogos e Brincadeiras: o Corpo que

Brinca e Aprende".

5.1 Jogos e brincadeiras na realidade social do aluno / no cotidiano escolar

• Queimada

Avanço considerável no desenvolvimento do espírito cooperativo e de

equipe característicos dos jogos coletivos: solidariedade, cooperação, compromisso,

coragem, empenho e perseverança.

• Amarelinha

Bom desenvolvimento da noção de respeito às regras e da necessidade de

esperar a vez. Desenvolvimento de habilidades motoras de saltar com um e dois

pés, arremessar, equilibrar; capacidades físicas de velocidade e força, etc.

• Pula-Corda

Real desenvolvimento da noção de democracia na alternância de papéis,

das habilidades de salto, de velocidade de deslocamento e de regularidade rítmica,

aperfeiçoando a coordenação temporal. As repetições de saltos desenvolveram a

resistência e a força da criança em relação a esse movimento.

• Bambolê

Contribuição para o aperfeiçoamento do ritmo, do equilíbrio, da expressão

corporal, da coordenação motora e da capacidade de concentração. Apreciação

democrática das ideais apresentadas.

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5.2 Jogos e brincadeiras tradicionais / na família e na escola

• Perna-de-Pau

Apresentação de diversos benefícios para o desenvolvimento motor e

psicossocial das crianças, da noção de espaço, da lateralidade, de equilíbrio, entre

outras habilidades, envolvendo a autonomia na tomada de decisões na confecção

dos brinquedos.

• Cabo de Guerra

Melhoria da capacidade de concentração e atenção, ampliação da

coordenação motora ampla, do equilíbrio, da agilidade e da destreza, bem como a

valorização do espírito cooperativo.

• Bete-Ombro

Aquisição de autonomia, reflexão sobre suas ações, criatividade,

sociabilização, tomada de decisões, superação das dificuldades do desgaste físico.

• Bolinha de Gude

Significativo desenvolvimento da coordenação motora fina, percepção,

cognição, respeito às regras, sociabilização e prazer etc.

5.3 Participação da família na escola

• Gincana

Fortalecimento da consciência da responsabilidade compartilhada entre a

família e a escola, esforço na busca de promover um ambiente descontraído e

alegre; e interesse em resolver as divergências com respeito e harmonia.

Os alunos e suas respectivas famílias foram motivados e participaram

positivamente de todas as etapas descritas na implementação, possibilitando o bom

desenvolvimento das mesmas. Cooperaram com a aquisição e organização dos

materiais e no cumprimento das tarefas estabelecidas.

18

5.4 Relação dos resultados com os referencias teóricos

Confrontando os resultados alcançados com os pressupostos teóricos que

fundamentaram o projeto, pôde-se comprovar a eficácia dos principais aspectos

sintetizados abaixo.

• A aprendizagem com entusiasmo e alegria, analisada por Antunes (2000,

p. 38) e Kishimoto (2002, p. 68): foi verificada nos jogos e brincadeiras

propostos, no envolvimento geral durante a execução das atividades; e

na avaliação do desempenho quanto às competências adquiridas

relacionadas a cada ação.

• O benefício da interação social dos jogos e brincadeiras conforme

Vygotsky citado por Sesnik (2008, p.14): foi confirmado na relevância

dada ao espírito de cooperação, prevalecendo o interesse coletivo sobre

o individual, visando melhores resultados nas atividades.

• A exploração da criatividade por meio da imaginação, também abordada

na concepção de Vygotsky citado por (Sesnik, 2008, p. 7): foi utilizada na

preparação dos materiais e nas alternativas escolhidas durante a

implementação das ações demandadas pelos jogos e brincadeiras

desenvolvidos.

• A importância do aproveitamento ideal de cada fase da vida destacada

por, Kishimoto (2002, p. 68) segundo o teórico Froebel: foi reconhecida

pelos alunos e familiares na valorização da vivência plena da infância

para a formação da autonomia e maturidade desejadas.

6 Considerações Finais

O projeto buscou sugerir diversas atividades relacionadas aos jogos e

brincadeiras inseridas nas aulas de educação física, utilizadas também em

momentos de convivência lúdica e de lazer no ambiente escolar, no ambiente

familiar e com a participação de familiares na escola.

Demonstrou que os jogos e brincadeiras são importantes instrumentos de

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valor pedagógico, uma vez que proporciona a aquisição de conhecimentos e

habilidades motoras, intelectuais, sociais e culturais, afirmação da personalidade,

estímulo da afetividade, da criatividade, da imaginação. Possibilitou a reflexão sobre

a importância das relações interpessoais, para um bom convívio social, entre outros

benefícios saudáveis para o desenvolvimento humano.

No que diz respeito à participação da família nos jogos cooperativos, no

ambiente escolar, pode-se dizer que esta ação contribuiu para fortalecer sua relação

com a escola, partilhar valores, e desenvolver diversos domínios da atividade

humana, por exemplo, cognição, habilidades motoras, afetividade, sociabilidade,

lazer entre outros.

A maior dificuldade foi em relação à irregularidade da faixa etária dos

educandos. Problema que foi relativamente superado pelo fato de que os jogos

cooperativos oportunizaram uma integração entre os participantes, promoveram o

ato de compartilhar, a união de pessoas em torno de conseguir um objetivo comum,

com êxito para todos. “O que uma pessoa faz beneficia ela própria e também os

demais parceiros. Por isso, os jogadores aprendem a ter um senso de unidade e a

compartilhar o sucesso. Um joga com o outro e não contra o outro” (BROTO, 2001).

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