Upload
trinhdat
View
214
Download
0
Embed Size (px)
Citation preview
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE
2009
Versão Online ISBN 978-85-8015-054-4Cadernos PDE
VOLU
ME I
1
ANÁLISE DA BACIA HIDROGRÁFICA COMO RECURSO DIDÁTICO PARA O
APRENDIZADO DE GEOGRAFIA: ESTUDO DE CASO DA BACIA HIDROGRÁFICA
DO RIO SÃO JORGE, PONTA GROSSA/PR
Autor: Manoel Angelo Prochmann1
Orientador: Tiago Damas Martins 2
Resumo
Desde a antiguidade a humanidade mostra preocupação em conhecer os recursos hídricos do
planeta Terra. No entanto, nos últimos anos temos assistindo a verdadeiras tragédias
provocadas pela poluição e consequente degradação ambiental. A busca pela água potável
passa a ser desafio a ser enfrentado pela população mundial. Diante dessa situação as nações
começaram a reavaliar o verdadeiro valor da água e sua importância estratégica para o
desenvolvimento econômico e para a sobrevivência da humanidade. Contudo, o elevado
consumo de água e a contaminação de mananciais por diferentes agentes poluidores
prenunciam, num futuro próximo, sérios problemas aos recursos hídricos. A opção de estudar
o lençol subterrâneo e as fontes de água da Bacia do Rio São Jorge, na cidade de Ponta
Grossa, no Estado do Paraná, se deve ao fato de que a cidade a cada ano que passa aumenta
gradativamente o nível de poluição devido ao seu crescimento desordenado em sua
organização espacial o que, consequentemente, contribui para a contaminação das águas
subterrâneas do perímetro urbano. O objetivo foi diagnosticar a condição atual de degradação
dos recursos hídricos da Bacia do Rio São Jorge, por meio de uma pesquisa de intervenção
com alguns alunos do Ensino Fundamental e Médio do Colégio Estadual Professor Meneleu
de Almeida Torres. Como estratégias de ação os alunos foram a campo e fizeram
levantamentos geográficos, cartográficos e de forma multidisciplinar, obtiveram dados
hidrogeológicos da região de estudo e, posteriormente, fizeram a análise descritiva e analítica
dos dados coletados. Como resultado podemos dizer que nesse contexto a contribuição dos
conhecimentos geográficos adquiridos nas saídas de campo possibilitou ao aluno o
desenvolvimento de uma consciência crítica que lhe amplia a visão dos conhecimentos
geográficos.
Palavras-chave: Recursos hídricos, Bacia Rio São Jorge, sustentabilidade hídrica
1 Formado em Geografia, com especialização em Educação Ambiental.
2 Professor do Departamento de Geociências/UEPG.
2
Introdução
Tem-se assistido nas últimas décadas a uma acelerada expansão das edificações
urbanas nas cidades. Esse crescimento, que se mostra desordenado no município de Ponta
Grossa, estado do Paraná, durante décadas, vem determinando prejuízos contínuos ao bem
estar da população e, consequentemente, tem aumentado os problemas ambientais,
principalmente, no tocante à poluição hídrica dos seus mananciais.
A água de um manancial é resultado da drenagem da bacia correspondente e sua
qualidade será a resultante das ações que se realizarem no solo dessa bacia. Assim, as
atividades que se desenvolvem nas proximidades dos cursos d’água e os resultados do uso
incorreto da ocupação do solo das bacias hidrográficas causam a poluição dos recursos
hídricos e levam à degradação, as quais tendem a se agravar a médio e longo prazo.
Conforme, Lara (2003, p. 387), ''os mananciais de abastecimento são áreas especiais
onde a principal prioridade é o fornecimento de abastecimento de água de boa qualidade à
população''.
A busca por água potável passou a ser um grande desafio para a população mundial,
fazendo com que nações reavaliem o verdadeiro valor da água e sua importância estratégica
para o desenvolvimento econômico e para a sobrevivência da humanidade.
O elevado consumo de água e a poluição dos mananciais por esgotos domésticos e
industriais são indicadores de graves problemas nos recursos hídricos urbanos.
A destruição dos mananciais em áreas que ocorrem as nascentes de corpos d’água,
que devem ser ocupadas com vegetação natural é um dos fatores da dificuldade de se obter
águas superficiais.
De acordo com Crea-PR (2002, p.21), “a água subterrânea é a alternativa do futuro”.
Enfatiza, ainda, que conforme dados estatísticos divulgados pelo IBGE (apud Crea-PR, 2002,
p.21) “no Brasil, 61% da população se abastecem com água subterrânea, distribuída da
seguinte forma: 43% por intermédio de águas tubulares, 12% por meio de poços e, 6% através
de fontes”.
Ainda para Magnoli, et al (1997, p. 232), ''muitas cidades já dependem da água
subterrânea para suprir as suas necessidades básicas”. Dessa forma, no dizer da autora, “o
excesso de poços e o bombeamento, dessa água, causam novas alterações no ciclo
hidrológico”. Para a autora, “grande parte dos rios depende do lençol freático para manter os
seus cursos e, o bombeamento em excesso, causa a diminuição da vazão fluvial” (MAGNOLI
et al, 1997, p. 232).
3
De acordo com Agência Nacional da Água - ANA (2002, p. 22), ''O Estado do
Paraná, possui 45% do volume de águas subterrâneas do país. Boa parte da população, cerca
de 80% das sedes municipais, é abastecida pelos dez aqüíferos localizados no Estado do
Paraná.
A utilização de águas subterrâneas como alternativa para o futuro em relação às
águas superficiais é uma tendência cada vez mais forte. As necessidades de água aumentam
dia a dia, mas há, também, providências em relação às águas subterrâneas, no sentido de
manter a sua disponibilidade.
Embora a tecnologia tenha expandido a capacidade humana de encontrar novas
formas de obtenção e aproveitamento dos recursos hídricos (aqüíferos) para captar água, a
disponibilidade relativa tornou-se critica. E, para isso, é preciso um programa permanente e
coordenado de observações e estudos científicos.
As reservas de água doce são muito restritas no subsolo do que na superfície e,
justamente, por não serem vistas é possível que faça um juízo reduzido delas. Por ter a
exploração dessas águas subterrâneas uma importância muito grande, é preciso que ela não
seja utilizada de maneira desordenada. Por outro lado, quando se considera o problema da
qualidade da água, vê-se que também é necessária uma pesquisa científica.
Assim, procuramos integrar o trabalho com base nos documentos já existentes,
formando grupos de discussão, com o conteúdo administrado em sala de aula abordando
temas interdisciplinares como: Cartografia, Hidrografia, Geologia, Climatologia e introdução
à Geofísica.
Caracterização fisiográfica da área de estudo
A insistência do homem em ocupar a terra sem levar em conta o suporte
geoecológico vem provocando problemas ambientais de variadas grandezas. Desde a mais
remota antiguidade a humanidade vem se preocupando em conhecer os recursos Hídricos do
planeta.
No entanto, nos últimos anos temos assistindo a verdadeiras tragédias provocadas
pela poluição ambiental. A busca pela água potável passou a ser um grande desafio a ser
enfrentado pela população mundial. Diante dessa situação as nações começaram a reavaliar o
verdadeiro valor da água e sua importância estratégica para o desenvolvimento econômico e
4
para a sobrevivência da Humanidade.
Contudo, o elevado consumo de água e a poluição dos mananciais por esgoto
doméstico e industrial prenunciam um futuro próximo com sérios problemas em relação aos
recursos hídricos. A opção de estudar o lençol subterrâneo e as fontes de água da Bacia do Rio
São Jorge no município de Ponta Grossa, no Estado do Paraná, se deve ao fato de que a
cidade, a cada ano que passa, aumenta gradativamente o nível de poluição devido ao seu
crescimento desordenado em sua organização espacial o que, conseqüentemente, contribui
para a contaminação das águas subterrâneas do perímetro urbano.
As Bacias Hidrográficas são apontadas “como a unidade ambiental mais adequada
para o tratamento dos componentes e da dinâmica das inter-relações concernentes ao
planejamento e à gestão do desenvolvimento, especialmente no âmbito regional”
(CARVALHO, 2005, p. 35).
Por Bacia Hidrográfica entende-se a área drenada por um determinado rio ou por um
sistema fluvial caracteriza a bacia de drenagem. Ainda para Christofoletti (1980, p.65), “os
rios constituem os agentes mais importantes no transporte dos materiais intemperizados das
áreas elevadas para as mais baixas e dos continentes para o mar”. Para o referido autor (1980,
p.65), “Os rios funcionam como canais de escoamento. O escoamento fluvial faz parte
integrante do ciclo hidrológico e sua alimentação se processa através das águas superficiais e
das subterrâneas”.
A água subterrânea, o lençol d’àgua, formado pela infiltração das águas superficiais,
é denominado lençol freático.
A Bacia Hidrográfica do Rio São Jorg (Mapa 1), está situada no município de Ponta
Grossa, Paraná, localizada na região dos Campos Gerais, a nordeste do perímetro urbano do
município, como mostra o mapa abaixo.
5
Figura 1 – Mapa de localização da Bacia Hidrográfica do Rio São Jorge. Fonte: SILVA, H. C.;
PROCHMANN, M. A.; OLIVEIRA, S. de., 2005.
Segundo Rocha (1995, p. 20), ''A bacia do rio São Jorge, está localizada a 12 Km, a
leste da cidade de Ponta Grossa, no limite oriental dos Campos Gerais”, unidade fisiográfica
identificada como Segundo Planalto Paranaense.
6
Ainda, segundo descreve Rocha (1995, p. 20), “As coordenadas geográficas,
aproximadas para as nascentes e a foz do rio são, respectivamente: 25º06'13''S/49º59'06''W e
25º01'29''S/50º04'00''W”.
Rocha (1995, p. 20), aponta que:
As nascentes localizam-se junto ao reverso da Escapa Devoniana, próximo
ao morro da Coroa, numa altitude aproximada de 1.100m, tendo sua foz
junto ao rio Pitangui em cota aproximada de 875m. Esta bacia compreende
superfície de drenagem de 2.671ha e está incluída nos mananciais de
captação de água para o abastecimento urbano de Ponta Grossa.
A seguir apresenta-se a vista da “nascente do Rio São Jorge”, área de reflorestamento
encobrindo a fonte (Figura 2).
Figura 2: Canal do Rio São Jorge próximo a sua nascente. Fonte: SILVA, H. C.; PROCHMANN, M.
A.; OLIVEIRA, S. de. 2005.
Esse curso d’água corre em direção norte-nordeste (NNO-SE), na maior parte de seu
trajeto ele está fortemente encaixado em seu leito, formando um total de 23 tributários
(pequenos cursos d’água que compõem sua bacia hidrográfica), de acordo com seu padrão de
drenagem é afluente do rio Pitangui e subafluente da Bacia do Rio Tibagi.
7
Característica hidrogeológica da Bacia do Rio São Jorge
De acordo com a MINEROPAR (1990, p. 94), em estudo intitulado “Programa
Levantamento das Potencialidades Minerais dos Municípios”, “os aquíferos ocorrentes no
município de Ponta Grossa podem ser subdivididos, regionalmente, em três unidades
hidrogeológicas: Pré-Cambriana, Paleozóica e Cenozóica” (Figura 3).
Figura 3: Unidades Aquíferas do Paraná Fonte: MINEROPAR, 1990.
MINEROPAR (1990, p. 94), destaca que “A unidade Paleozóica é representada pelas
Formações Furnas e Formação Ponta Grossa do Grupo Paraná e pelos depósitos flúvio-
glaciais da Formação Campo do Tenente (Grupo Itararé)”.
A Bacia do rio São Jorge está inserida no Aquífero Furnas e, a área do afloramento
do aquífero corresponde a uma faixa contínua de direção NW-SE. A Formação Furnas é a
parte inferior do Grupo Paraná. No município, constitui a porção basal da bacia sedimentar do
Estado do Paraná com predominância de arenitos médios a grossos de coloração clara,
relativamente homogênios, com grãos angulosos a subangulosos, cimentados por caulinita e
8
ilita (MELO, 2009).
Figura 4: Fonte: SILVA, H. C.; PROCHMANN, M. A.; OLIVEIRA, S. de. 2005,
A implementação
Estudos científicos têm mostrado que devido a essa problemática, hoje, o grande
desafio da humanidade é procura e o uso racional da água potável. Essa situação tem levado
as nações a reavaliar o verdadeiro valor da água e sua importância estratégica para o
desenvolvimento econômico e para a sobrevivência dos seres.
Está evidente que o uso indevido da água e a poluição dos mananciais por esgoto
doméstico e industrial prenunciam para um futuro próximo sérios problemas em relação aos
recursos hídricos.
9
Um dos objetivos do ensino da Geografia é promover o conhecimento dosa fatores
que propiciam a poluição ambiental. Assim, a referida intervenção pedagógica na escola,
procurou desenvolver uma conscientização por parte dos alunos do 1º ano do Ensino Médio
do Colégio Meneleu de Almeida Torres sobre os recursos hídricos local, no perímetro urbano
e as relações e interrelações do homem com o espaço geográfico.
O estudo teve como foco referencial as superficiais e subsuperficiais da Bacia do Rio
São Jorge, no município de Ponta Grossa, no Estado do Paraná.
Esse estudo teve como justifica o fato de que a cidade, a cada ano, aumenta
gradativamente o nível de poluição devido ao seu crescimento desordenado em sua área
urbana o que, consequentemente, contribui para a contaminação das águas subterrâneas do
perímetro urbano. Toda a área onde está assentada a bacia do rio São Jorge integra o Aquífero
Furnas; manancial de águas subterrâneas na região da cidade de Ponta Grossa. Portanto, as
rochas areníticas da formação Furnas é área de recarga do Aquífero.
A interdependência dos vários elementos que compõem seu quadro físico, bem como
as relações de apropriação, que o homem estabelece com ele, definem o ambiente e suas
permanentes transformações. Portanto, conhecer esse espaço de vivência significa entender
seu funcionamento.
O Espaço Geográfico, objeto de estudo da Geografia, é dinâmico, não se apresenta
pronto e acabado. É necessário que o aluno compreenda essa dinamicidade do processo de
construção do espaço (CALLAI apud DCE, 2008).
As transformações do Espaço Geográfico podem ser percebidas através do estudo do
meio. Assim, o conhecimento geográfico resulta de um trabalho coletivo que envolve o
conhecimento de outras áreas. Decorre daí a necessidade de transcender seus limites
conceituais e buscar a interatividade com outras ciências sem perder sua identidade e
especificidade.
Procurou-se, nessa intervenção pedagógica, integrar a prática de campo que é de
fundamental importância no aprendizado de Geografia às áreas correlatas, como a Geologia e
a Geofísica. A aula de campo é um importante encaminhamento metodológico para analisar a
área em estudo (DCE, 2008). É na pratica de campo que os alunos poderão perceber e
aprender as diferentes maneiras que envolvem o estudo dessas ciências, tanto na área social
quanto na natural.
A Geografia procura explicar como os homens ocupam a superfície terrestre para
produzir a sociedade que existe hoje. Possibilita, ainda, prever como essa ocupação tenderá a
evoluir no futuro, o que dá margem às iniciativas de planejamentos e manejos do espaço
10
geográfico.
Entende-se que na organização do espaço geográfico não basta, apenas, um
aprofundamento teórico, mas, também um contato direto do investigador com o campo de
estudo, com o intuito de: observar, identificar, reconhecer, localizar, perceber, compreender e
analisar o espaço geográfico e a dinâmica de sua organização, por meio do trabalho de campo.
Por isso, pode-se dizer que o trabalho de campo tem por objeto possibilitar a prática
dos conceitos utilizados na ciência geográfica através da observação direta do meio em que se
encontra. Vale apontar que o trabalho de campo é um instrumento didático-pedagógico
fundamental para o ensino da Geografia. É no campo que o aluno poderá perceber e apreender
os vários aspectos que envolvem o seu estudo, tanto Físicos quanto Humanos.
Rodrigues et al (2001, p. 36) afirma que “o trabalho de campo como recurso didático
é de primordial importância, porque oferece potencialidades formativas que devem ser
levadas em conta no processo ensino-aprendizagem como uma das técnicas pedagógicas mais
acessíveis e eficazes ao professor”.
Nesta proposta de intervenção pedagógica na escola o trabalho de campo com os
alunos aconteceu por meio de uma visita na região das proximidades do curso médio do Rio
São Jorge para observar as condições dos recursos hídricos dessa Bacia.
Vale salientar que no processo da referida intervenção, precisamos alterar alguns dos
nossos objetivos, devido a não permissão para nossa entrada na área a ser estudada – a
montante do Rio São Jorge. No entanto, os alunos puderam observar a região próxima a essa
montante. Essa observação da realidade, aliada aos conceitos teóricos estudados nas oficinas,
permitiu que os alunos fizessem uma reflexão sobre as condições da área próxima da
montante da Bacia Hidrográfica do Rio São Jorge.
No processo de intervenção pedagógica, os alunos envolvidos, tiveram, aos sábados,
alternadamente, oficinas práticas com o objetivo de ensiná-los a manusear os instrumentos,
tais como: GPS para foto-interpretação e observação e orientação topográfica, elaboração de
um peagâmetro para medir o PH da água (das fontes), Manuseio de resistivímetro, Multi-Test
(Omímetro) para a elaboração de um Log-Diagrama de sondagem elétrica para a confecção
de um mapa do lençol freático da região; Disco de Secchi para medir a turbidez (a
transparência da água). Esses instrumentos permitiram que fosse verificado de forma
superficial da área próxima à montante do Rio São Jorge.
Nessas oficinas os alunos foram orientados de como deveriam proceder na
observação da área em estudo e, como deveriam registrar as observações realizadas na prática
de campo. De posse dos registros, foram orientados em como interpretar os dados que
11
emergiram por meio dos registros, os quais serão apresentados e discutidos a seguir.
As oficinas aconteceram da seguinte forma:
Primeiramente apresentou-se aos alunos do 1º ano do Ensino Médio, o projeto
“Análise da Bacia Hidrográfica como Recurso Didático para o Aprendizado de Geografia:
Estudo de Caso da Bacia do Rio São Jorge” para tomassem ciência do que iriam participar.
Em seguida, entregamos a eles os textos sobre o assunto que seriam lidos durante as oficinas.
Na primeira oficina os alunos assistiram ao filme “Aquária”. A estratégia objetivou
sensibilizá-los frente à temática abordada. Após esse primeiro momento, abrimos para a
discussão, momento em que os alunos puderam participar se posicionando criticamente sobre
o assunto, comentando o que sabiam sobre quíferos, perguntando e expondo suas
curiosidades.
Na 2ª oficina, os alunos entraram em contato com as fotos do rio São Jorge -
percurso comparando com o Google Earth, como ferramenta de apoio. Os alunos estudaram a
Bacia Hidrográfica do Rio São Jorge, observando as interferências do homem nessa região.
Na 3ª oficina iniciamos com os preparativos para a entrada no campo. Expusemos
sobre a importância de estudar o problema na sua realidade. A partir desse momento fomos
junto com os alunos criando uma metodologia para a coleta de dados no campo, o que
compreendeu o estudo do texto “Introdução à Cartografia: interpretando a Carta Topográfica
(Ministério do Exército Departamento de Engenharia e Comunicações-Diretoria de Serviços
Geográficos. Disposto em: Região Sul-Folha SG. 22.X.C.II/2 MI-2840/2. Nessa oficina além
da leitura do texto, houve discussão do que é uma Carta Topogáfica.
Na sequência da intervenção, 4ª oficina, a qual intitulamos de “Trilhas e Rumos”, os
alunos foram orientados a manusear o GPS e a Bussola, oficina prática.
A 5ª oficina, restringiu-se na Interpretação Geofisica, uma aula teórica sobre
Medição utilizando o Método da Resistividade (medição da resistência do solo e subsolo).
A 6ª oficina também foi teórica e abordou o tema “Medição Elétrica”, utilizando o
“Método da Resistividade”, (medição da Resistência do solo e subsolo) e “Métodos
Geoelétricos Aplicados a Hidrologia”.
A 7ª oficina “Circuitos eletrônicos” foi construído um mine alarme indicador de
umidade do solo.
A 8ª oficina “Medições Geoelétricas na Horta” de forma prática, os alunos foram ao
pomar da escola e lá aprenderam como utilizar o Resistivímetro-Amperimetro (Multíteste) e a
12
Formula deWernner.
Após essas oficinas os alunos foram observar as proximidades da montante da Bacia
Hidrográfica do Rio São Jorge, está situada no município de Ponta Grossa, Paraná, localizada
na região dos Campos Gerais. Salientamos que a montante não foi observada in lócus, devido
a não permissão da nossa entrada nessa área, mas mesmo assim, os alunos puderam verificar e
colocar em prática as experiências vivenciadas durante as oficinas em sala de aula.
Percebemos que os alunos registravam de forma curiosa e atenciosa tudo o que viam e
acontecia com o uso dos aparelhos que levamos nessa prática.
Considerações finais
Essas estratégias de ação utilizadas com os alunos se justificam pelo prescrito nas
Diretrizes Curriculares Estaduais do Estado do Paraná (DCE, 2009), que apregoam a
necessidade de o professor de Geografia trabalhar a referida disciplina de forma que essa
venha a contribuir para o entendimento das inter-relações entre homem e natureza, homem e
sociedade. O objetivo esteve em esclarecer a importância dessas inter-relações para que o
aluno entenda o espaço de vigência e as contradições do mundo atual, levando-o a fazer uma
reflexão crítica sobre os problemas ambientais.
A presente proposta de intervenção pedagógica contribuiu para que os alunos
compreendesse melhor o valor do ensino de Geografia dentro da escola. Pois, quando o
aluno é levado a vivenciar experiências de situações reais ele se motiva e aprende com maior
facilidade aquilo que parecia ser difícil. Quando o professor solicitou aos alunos que
observassem a área próxima da montante da Bacia Hidrográfica do Rio São Jorge, permitiu
que esses vivenciassem experiências na prática de como se faz uma análise dos fenômenos
hídricos. Essas experiências, com certeza, contribuíram para que eles compreendessem a
necessidade da preservação do meio ambiente, mais especificamente a conscientização dos
recursos hídricos.
13
Bibliografia
CARVALHO, S. M. O Diagnóstico Físico-Conservacionista – DFC Como Subsídio À
Gestão Ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Quebra-Perna, Ponta Grossa – PR.
Presidente Prudente, 2004. 169f. Tese (Doutorado em Geografia) – Faculdade de Ciência e
Tecnologia, Universidade Estadual Paulista.
CHRISTOFOLETTI, A. Geomorfologia. São Paulo: Edgard Blücher, 1980.
CREA-PR. Aquífero Guarani: a maior reserva subterrânea do planeta. Nov/Dez. 2002, p. 21.
MAGNOLI, D. et al. Geografia:Paisagem e território,Geografia Geral e do Brasil. 2 ed.
São Paulo: Moderna,1997.
MELO, M. S. Aquífero Furnas - urgência na proteção de mananciais subterrâneos em Ponta Grossa, Pr. Seminário internacional “Experiências de agendas 21: os desafios do nosso tempo”. Brasil: Ponta Grossa, Pr, 2009. Disponível em: http://eventos.uepg.br/seminariointernacional/agenda21parana/trabalho_cientifico/TrabalhoCientifico006.pdf. Acesso em: 13/05/2011.
MINEROPAR, Minerais do Paraná S/A. Gerência de fomento e economia mineral.
Levantamento das potencialidades minerais do município de Ponta Grossa. Curitiba,
1990.
MINEROPAR, Minerais do Paraná S/A. SUDERHA, 1998; SEMA, 2004; SRH-MMA,
Projeto Guarani, 2006. Elaboração: ATIGISUSUDERSA, 2007.
ROCHA, C. H. Ecologia da paisagem e manejo sustentável em bacias hidrográficas:
estudo do rio São Jorge nos Campos Gerais do Paraná. Curitiba, 1995, 176 p. Dissertação de
pós-graduação (Mestrado em Agronomia)-UFPR.
ROCHA, G. A. Um copo d água. Universidade do Vale do Rio dos Sinos. Rio Grande:
Unisinos.
SANTOS, D. P. dos. Física: dos experimentos à Teoria. 2 ed. São Paulo: Ibrasa, 1978.
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da
Educação Fundamental da Rede de Educação Básica do Estado do Paraná-Geografia. Governo do Paraná: Departamento de Educação Básica. Curitiba, 2008.
SECRETARIA DO ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ. Diretrizes Curriculares da
Educação Básica do Estado do Paraná-Geografia. Governo do Paraná, Curitiba, 2008.
SILVA, H. C.; PROCHMANN, M. A.; OLIVEIRA, S. de. Proposta de Monitoramento
ambiental do Rio São Jorge: uma contribuição para a política ambiental de Ponta
Grossa. Ponta Grossa, 2005. Monografia. (Curso de Pós-graduação em Educação
Ambiental).