22
O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOS DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 Produção Didático-Pedagógica Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7 Cadernos PDE VOLUME I I

DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

O PROFESSOR PDE E OS DESAFIOSDA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE

2009

Produção Didático-Pedagógica

Versão Online ISBN 978-85-8015-053-7Cadernos PDE

VOLU

ME I

I

Page 2: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

SECRETARIA DE ESTADO DA EDUCAÇÃO DO PARANÁ SUPERINTENDÊNCIA DA EDUCAÇÃO

PROGRAMA DE DESENVOLVIMENTO EDUCACIONAL – PDE UNIVERSIDADE ESTADUAL DE MARINGÁ

DHI DHI DHI DHI

DEPARTAMENTO DE

HISTÓRIA

Maria Marlene da Silva Borsari

Orientador

Itamar Flávio da Silveira

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

A ÁFRICA ATRAVÉS DA FILMOGRAFIA

Maringá - PR

2010

Page 3: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

“Hoje é pobre, mas não porque lhe tenham tirado tudo, sim pela recusa de tudo. Que lhe importa?! Está habituado a encontrar. Os pobres compreendem mal sua voluntária pobreza” (Friedrich Nietzsche).

“Todas as misérias verdadeiras são interiores e causadas por nós mesmos. Erradamente, julgamos que elas vêm de fora, mas nós é que as formamos dentro de nós, com a nossa própria substância” (Anatole France).

Page 4: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

2

PRODUÇÃO DIDÁTICO-PEDAGÓGICA

NRE: Cianorte Professora PDE: Maria Marlene da Silva Borsari Escola: Colégio Estadual Marechal Costa e Silva – Ensino Fund. e Médio Município: Cidade Gaúcha Disciplina: Geografia Tema: A História da África Título: A África Através da Filmografia Email: [email protected] Fone residencial: 44-3675-1635

Page 5: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

Este projeto será desenvolvido no:

COLÉGIO ESTADUAL MARECHAL COSTA E SILVA

ENSINO FUNDAMENTAL E MÉDIO.

CIDADE GAÚCHA – PARANÁ

2010

Page 6: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

3

SUMÁRIO

APRESENTAÇÃO ......................................................................................................... 04

INTRODUÇÃO............................................................................................................... 05

HISTÓRIA E CINEMA.................................................................................................... 07

TRÁFICO DE ESCRAVOS (DOCUMENTÁRIO)............................................................ 09

AMOR SEM FRONTEIRAS ............................................................................................10

LÁGRIMAS DO SOL.......................................................................................................11

DIAMANTE DE SANGUE................................................................................................12

O SENHOR DAS ARMAS ..............................................................................................14

HOTEL RUANDA ...........................................................................................................15

CONSIDERAÇÕES FINAIS ...........................................................................................17

REFERÊNCIAS ............................................................................................................18

REFERÊNCIAS CINEMATOGRÁFICAS ......................................................................19

Page 7: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

4

APRESENTAÇÃO

Quem busca uma forma mais didática para trabalhar os obrigatórios conteúdos de Cultura

Africana e História da África encontrará em A África Através da Filmografia uma interessante

alternativa. Podemos dizer que este trabalho tem dois grandes objetivos. O primeiro é mostrar a

História Africana por um olhar diferente. É uma abordagem que destoa da perspectiva que

geralmente é apresentada pelos materiais didáticos das áreas de Ciências Humanas, que sempre

responsabilizam as nações mais desenvolvidas pelas mazelas que afligem aquele continente. O

segundo aspecto, também muito interessante, é a utilização da filmografia produzida

comercialmente, e de boa qualidade, para trabalhar conteúdos que fazem parte das Diretrizes

Curriculares Nacionais. Lembrando que os professores hoje são carentes de bibliografia

disponível que versam sobre o assunto.

Page 8: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

5

INTRODUÇÃO

A África corresponde a 20,1% das terras do globo, possuindo 30.210.372

quilômetros quadrados e colocando-se em terceiro lugar quanto à extensão continental

do planeta, atrás apenas da Ásia e das Américas. Possui cerca de um sétimo da

população do mundial, aproximadamente 900 milhões de pessoas que estão divididas

em um total de 53 países ou Estados, marcados por milhares de conflitos étnicos,

religiosos, políticos e econômicos. Recentemente prevista em lei como disciplina

obrigatória nas grades curriculares nacionais, sua história é hoje um conteúdo

obrigatório no ensino fundamental e médio no Brasil. Contudo, ainda são poucas as

alternativas viáveis disponíveis para estudarmos aquele continente.

Em quase todas as análises que abordam a dramática situação do continente

africano, habitualmente visto como sofrido e humilhado, a responsabilidade pela sua

tragédia é sempre atribuída, seja no passado, ou até os dias hoje, à exploração das

potências ocidentais e à falta de união ou colaboração dos Estados mais ricos do

mundo, no sentido de ajudar a África a superar suas precárias condições políticas,

econômicas e sociais. Ou seja, são extremamente raras as opiniões que atribuem aos

valores culturais e internos africanos a responsabilidade por seus conflitos, pela fome e

pela falta de desenvolvimento que assola aquele povo.

Quando analisamos os países que tiveram sucesso econômico, sempre nos

deparamos com valores que parecem incomuns aos Estados africanos, onde, e apesar

de tudo, o maior número dos analistas insiste em poupar a cultura africana das críticas

e naturalmente, como responsável por suas próprias mazelas. Pelo contrário, nas

análises em relação aos países ocidentais, estes são quase sempre censurados por

darem pouco valor à cultura da “mama” África. Mas, o que será que a África teria

realmente a nos ensinar? Será que seus valores políticos, religiosos e humanos

poderiam ser adotados pelos países ocidentais?

Em um período em que se debatem políticas como os sistemas de cotas,

diversificados tipos de ajuda aos “menos favorecidos” histórica e socialmente, um

período em que, quase ad infinitum, nos deparamos com argumentos destacando que

Page 9: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

6

“os afros-descendentes são vítimas de discriminações nos países fora da África”,

ficamos imaginando qual seria a real condição de vida daqueles afros-descendentes se

eles tivessem permanecido em Ruanda, por exemplo? Ou em Estados assolados por

uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia?

Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

entender um pouco mais sobre as causas da pobreza e moléstias africanas. Entretanto,

propomos um estudo da África através da filmografia. Isso devido ao fato de que, não

só os filmes consistem em uma forma muito interessante de chamar a atenção dos

alunos para refletirem sobre o continente mais pobre do planeta, mas também, por ser

uma forma que vai ao encontro de um hábito que eles tanto gostam de fazer: assistir

filmes.

Nesse aspecto, por se tratar de um tema até então pouco estudado, nosso

trabalho terá de partir de uma premissa bastante peculiar. Pelo fato da nossa fonte de

estudos serem os filmes, preferencialmente os produzidos por diretores hollywoodianos,

o desenvolvimento do projeto terá uma dinâmica específica. Procedemos à escolha de

seis filmes, onde praticamente em nada, contribuirá retomar toda a literatura a respeito

da África. Nosso ponto de partida é exatamente os filmes, que indiscutivelmente, são

uma riquíssima fonte de informação.

Page 10: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

7

HISTÓRIA E CINEMA

Nas palavras de Marco Napolitano, o cinema pode ser considerado uma “nova”

linguagem centenária, pois ainda que tenha completado cem anos em 1995, a escola o

teria descoberto apenas tardiamente. Para o autor, isso significa que o cinema não foi

pensado, desde seus primórdios, como um elemento educativo (NAPOLITANO, 2006,

p. 11). Também, para Milton José de Almeida, o cinema não seria só uma matéria para

a fruição e a inteligência das emoções; ele seria, igualmente, matéria para inteligência

do conhecimento e para educação (ALMEIDA, 1993, p. 137).

Neste sentido, podemos perceber que a utilização de filmes como recurso

didático é extremamente importante, mesmo quando uma obra não tenha sido

produzida com fins estritamente didáticos ou educacionais. É necessário, por isso

mesmo, estarmos atentos para estes conteúdos, valorizarmos sua utilização.

Napolitano (2006, p. 12), argumenta que

analisar e discutir obras que não foram produzidas diretamente para o uso didático em sala de aula, mas para a fruição estética na sala de projeção. Obras que foram produzidas para a chamada “película” de filme e depois convertidas para o formato VHS ou DVD (...) trabalhar com o cinema em sala de aula é ajudar a escola a reencontrar a cultura ao mesmo tempo cotidiana e elevada, pois o cinema é o campo no qual a estética, o lazer, a ideologia e os valores sociais mais amplos são sintetizados numa mesma obra de arte.

Também concordamos com Marc Ferro, para quem no filme, a câmera revela

seu funcionamento real, diz mais sobre cada um do que seria desejável mostrar,

desvendando os segredos, apresentando o avesso de uma sociedade, seus lapsos,

atingindo suas estruturas. Para o autor, o filme, imagem ou não da realidade,

documento ou ficção, intriga autêntica ou pura invenção, é História (FERRO, 1992, p.

86).

Pois bem, ainda é importante pensar que um filme, educativo ou não, é sempre

uma obra produzida com um propósito político e ideológico e, evidentemente, não se

trata de algo neutro. Quando falamos especificamente de filmes comerciais, temos que

considerar que existe nele um interesse de mercado que a obra tem que alcançar para

Page 11: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

8

poder ressarcir seus profissionais e financiadores. Kátia Pereira Helena (2007, p. 17),

lembra que

no ato criador da imagem, são postos em cena os elementos conhecidos pelo sujeito que cria. Ao criar, ele os transforma em algo novo que adquire significado na obra produzida. Como um jogo, o criador transforma o percebido em linguagem plástica e reconstrói a forma, dando-lhe significado.

Por fim, não desconhecemos a vasta bibliografia que se ocupa do assunto e que

também é muito importante para discussão da filmografia, tal como, as observações de

Danielle Heberle Viegas, em seu artigo África como pretexto: um ensaio de História &

Cinema:

A pergunta mais freqüente feita em relação ao trabalho com filmes é paralela a sua justificativa. É através dela que iniciamos esse texto: Afinal, por que pesquisar as relações entre cinema e pesquisa historiográfica? Fábrica de sonhos e fantasias, instrumento de poder, difusor ideológico, o cinema foi reconhecido por Walter Benjamin (1985), já na década de 1930, como um agente da história, refletindo e fazendo refletir dinâmicas sociais a partir das telas (VIEGAS, 2009, p. 35).

Feitas estas considerações, vamos iniciar o projeto, a partir da análise da própria

filmografia. Partiremos de um conjunto de filmes que abordam os conflitos africanos.

Pois, sempre quando pensamos na utilização dos chamados filmes não educativos,

fazemos a escolha de um conjunto de vídeos e pensamos na temática que será

abordada, visando dar conta do conteúdo que queremos abranger. Como argumenta

Carlos Alberto Vesentini:

Em primeiro lugar, pensou-se o conjunto do curso a ser oferecido e em sua temática, procurou-se uma relação de filmes que se relacionam com a mesma. Neste sentido, são experiências em que a fita se localiza dentro de um curso e de uma temática específica (In: BITTENCOURT, 1997, p. 163).

É através da análise de seis filmes que remontam à temática escolhida que

construiremos nossos resultados, mostrando uma leitura alternativa da História da

África e da natureza dos conflitos africanos.

Page 12: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

9

TRÁFICO DE ESCRAVOS (DOCUMENTÁRIO)

Produzido por Steven Allan Spielberg, no ano de 1997, e tomando por base uma

estimativa de que entre os séculos XVI e XIX cerca de 12 milhões de africanos

atravessaram o Atlântico para servirem como escravos (o que representaria a maior e

mais longa migração forçada da História), o documentário propõe duas questões

extremamente claras: como os africanos caíram nas mãos dos europeus? E seriam os

europeus os culpados?

Desmanchando o discurso da supremacia da pólvora e canhões dos europeus, a

análise do material nos permite uma abordagem em que o tráfico de escravos aparece

claramente provido pelas guerras intertribais na África e contando com a participação

maciça das mesmas. As tribos mais fortes aprisionavam e vendiam os mais fracos para

traficantes de escravos, onde o equilíbrio de poder, indiscutivelmente, passava pelo

conhecimento e apoio dos governantes africanos. Apoiado por fontes e historiadores

locais, diferentemente de uma visão tradicionalista, o material aborda a impossibilidade

de ação européia sem a colaboração africana. Aqui, a África, descrita até mesmo como

um “cemitério de brancos” ─ devido aos perigos enfrentados pelos traficantes europeus

em territórios africanos ─ é revelada no primitivismo de sua cultura interna da

escravidão; que como um resultado cultural e histórico, não era algo novo no continente

africano, nem mesmo, a exportação de escravos.

Nas informações levantadas por Spielberg, muito antes da chegada dos

europeus, os africanos já eram escravizados em suas próprias guerras internas e

levados através do Saara. Neste local, o comércio de escravos fornecia indivíduos para

sulcar poços, servir como eunucos árabes e mulheres para exploração sexual e

reprodução. Através de mercados como o de Salaga, em Gana, que chegavam a contar

com mercadores profissionais, teria chego a passar cerca de três milhões africanos,

que não só atenderam a uma demanda interna de escravos, mas teriam fortalecido e

tornado possível o cenário do tráfico que, com os europeus, teria se espalhado pela

costa ocidental da África.

Deste modo, a análise mais atenta ao chamado “castelo do tráfico”, também

revela o desconhecimento dos traficantes europeus quanto ao interior do continente

Page 13: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

10

africano. Pois, encastelados nas costas da África e em navios, não precisavam adentrar

o território. Eram os próprios africanos que traziam os seus prisioneiros e os trocavam

por gim, rum, roupas, pólvora, canhões e outros diversos tipos de armas. Neste

contexto, a própria abolição do tráfico de escravos pela Grã-Bretanha em 1807, seguida

gradativamente por outros países europeus, teria sido motivo de uma série de protestos

por parte de governantes negros contra a decisão. Fechado somente em 1906, durante

muito tempo o mercado do tráfico de escravos havia servido para o funcionamento à

economia da África ocidental, empregando produtores africanos que forneciam

alimentos, canoeiros e uma grande cadeia de trabalhadores envolvidos no processo.

A essas informações, poderíamos acrescentar fontes como os escritos de D.

José Joaquim da Cunha de Azeredo Coutinho, que em sua Concordância das leis de

Portugal e das bulas pontifícias: das quais umas permitem a escravidão dos pretos da

África e outras proíbem a escravidão dos índios do Brasil nos diz:

Os portugueses que primeiro descobriram a costa de Guiné já acharam muitas nações com algum gênero de governo, obediência e subordinação, comércio e agricultura, entre as quais já também se achava introduzida a escravidão: ou dos vencidos na guerra ou dos réis de certos crimes capitais. De tal sorte que, querendo eles comprar aos portugueses alguns gêneros de que eles necessitavam, ofereceram em troca a permutação alguns de seus escravos que, vindo para Portugal, foram comprados por aqueles que de seus serviços precisavam (AZEREDO COUTINHO, 1988, p. 20).

Em suma, Tráfico de Escravos, revela como a escravidão era um aspecto da

vida africana, de conhecimento geral, e em que todas as tribos estavam envolvidas no

tráfico. Como nos diz o documentário, “o tráfico uniu europeus e africanos”, pois, sem a

ajuda negra, este jamais teria sido tão fácil. Mostrada como fator cultural, social e

interno muito antes ao comércio de escravos com europeus, a escravidão não era, na

África, nenhuma novidade.

AMOR SEM FRONTEIRAS

“Fome e morte estão por toda parte”. A frase, pronunciada no filme Amor sem

fronteiras, de Martin Campbell, produzido em 2003, parece retratar bem a situação de

Page 14: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

11

um dos países onde atua Nick Callahan (Clive Owen), um médico que se dedica à

ajuda humanitária na África e diversos países assolados por diversos conflitos sociais e

políticos como Camboja e Chechenia. Passando um retrato da Etiópia, a causa de

Callahan acaba por chocar Sarah Jordan (Angelina Jolie), uma socialite que decide se

unir à causa do médico. Arrecadando fundos próprios, Sarah vai pessoalmente à

Etiópia levar mantimentos e vacinas para a comunidade de Callahan, onde se depara

com a dura realidade etíope.

No filme, o país assolado pela guerra e pela seca, revela uma realidade

permeada pela falta de vacinas e onde doenças a muito, praticamente esquecidas em

países desenvolvidos, como sarampo e cólera; continuam a causar um alto índice de

mortalidade. A comunidade ajudada e sustentada por Nick na Etiópia se transforma

assim, no retrato da realidade de boa parcela da população africana, onde a

persistência da fome ou subnutrição crônica e a falta de políticas públicas não só na

área de saúde, mas sociais em geral, causam alto grau de mortalidade.

Segundo o Relatório do desenvolvimento humano de 2000, a Etiópia possui uma

expectativa de vida de 44,5 anos, um índice de mortalidade infantil de 114 entre mil

nascidos vivos, além de uma taxa de analfabetismo entre adultos de 61,6%. Em Amor

sem fronteiras, essa realidade aparece ainda mais clara, pois não só o governo africano

negligencia ajuda ao grupo de Nick, mas também, poderíamos refletir como as

chamadas ajudas humanitárias estrangeiras aos países africanos parecem minguar o

surgimento de um mercado produtor interno, principalmente de alimentos. Esse aspecto

torna-se pertinente quando, como mostrado no filme, grande parte dos produtos de

ajuda enviados à África por países estrangeiros acaba usurpado por facções criminosas

na luta pelo poder. Facções essas, em nada engajados para o desenvolvimento ou

resolução dos problemas internos de sua própria população.

LÁGRIMAS DO SOL

Produzido em 2003 por Antonie Fuqua e tendo como cenário a Nigéria, o tenente

da marinha americana A. K. Waters (Bruce Willis), juntamente com seu esquadrão tem

de resgatar a Dra. Lena F. Kendricks, norte-americana por casamento e colaboradora

Page 15: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

12

da ajuda internacional, que acaba refugiada em uma missão católica em local distante.

Contudo, a Dra. Kendricks se recusa a partir a menos que ele prometa ajudar os

aldeões a conseguirem asilo político na fronteira mais próxima. Pois, se eles forem

deixados para trás, estarão à mercê de um enorme exército rebelde.

Atrás da roupagem da coragem do tenente Waters e seus soldados, o filme de

Fuqua acaba por revelar vários aspectos da vida nigeriana, um país bastante populoso

e com mais de 250 grupos étnicos. Com o violento golpe de Estado orquestrado pelo

general Mustafa Yakubu, que derrubou o governo democrático do Presidente Samuel

Azuka, o país mergulha em um verdadeiro oceano de conflitos étnicos e religiosos,

marcado por batalhas curtas, cruéis e traços da disputa de um importante recurso

natural nigeriano, o petróleo.

Em uma das cenas mais impressionantes do filme, os soldados do tenente

Waters, tentando salvar uma população sendo dizimada, encontram uma mãe com seu

filho do lado e que tinha tido os dois seios arrancados. Essa seria uma das

características do conflito nigeriano, onde soldados das milícias, envolvidos nos

massacres de limpeza étnica, cortam os seios das mães para que não amamentem

seus filhos. Essas atrocidades, encontradas em vários dos conflitos africanos, parecem

dizer muito sobre um mundo onde não só o serviço pela morte está habitualmente

disseminado, mas ainda parece adquirir deliberadamente, um alto grau de sadismo.

Neste sentido, Lágrimas do sol nos mostra um dos traços que tem sido bastante

característico em diversos países africanos e não apenas na Nigéria: as infinitas

guerras tribais, étnicas e religiosas que tem dizimado milhares de pessoas na África e,

inevitavelmente, prejudicado sua economia. Rapidamente, valores fundamentais para a

prosperidade e o mantimento de um equilíbrio de paz, tais como a tolerância e a

liberdade de escolha, tão observados em países com maior grau de desenvolvimento,

aparecem absolutamente ausentes em países africanos e como no caso nigeriano,

relatado no filme de Fuqua.

Page 16: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

13

DIAMANTE DE SANGUE

Em Blood Diamond, do diretor Edward Zwiek (2006), encontramos uma

referência ao caos e a guerra civil que dominou Serra Leoa na década de 1990, como

uma verdadeira epidemia pelo controle das minas de diamantes. No conflito, milhares

de pessoas acabaram morrendo ou sendo refugiados, onde a dinâmica de um comércio

bilionário, como o de diamantes, é rapidamente traduzida na expressão: “na América

são diamantes, mas aqui, levam à morte”.

No filme, esse pano de fundo se desenvolve sobre a vida de dois africanos com

histórias totalmente diferentes, um é Danny Archer (Leonardo DiCaprio), um ex-

mercenário do Zimbábue, e outro, Solomon Vandy (Djimon Hounsou), um pescador da

etnia Mende. Solomon, arrancado de seu lar e de sua família pela FRU (Frente

Revolucionária Unida), forçado a trabalhar nas minas de diamante, acaba encontrando

uma pedra muito rara, que resolve esconder ─ apesar de todos os riscos─ pois

sabendo de seu imenso valor, pretende utilizá-la para poupar sua família de uma vida

de refugiados e libertar seu filho, recrutado como soldado infantil pela FRU.

Já Archer, que vivia da troca de diamantes por armas, fica sabendo durante uma

passagem pela prisão por contrabando, da pedra escondida por Salomon, e resolve

buscá-la, sabendo de seu imenso valor e como ela poderia tirá-lo daquela condição de

vida na África. Logo aparece Maddy Bowen (Jennifer Connelly), uma jornalista

americana idealista que está em Serra Leoa para desvendar a verdade por trás dos

diamantes de sangue e pretende utilizar a Archer como fonte para seu artigo.

Deste modo, além das “aventuras” vividas pelo três para recuperar a pedra e

resgatar os familiares de Solomon, em Diamante de Sangue percebemos como o

comércio destas valiosas pedras de Serra Leoa, estipulado em cerca dois bilhões de

dólares, é desviado através do contrabando para a exportação por países vizinhos,

como a Libéria (não produtora de diamantes). Quanto ao comércio das pedras, em sua

grande maioria acaba sendo realizado através de armas por diamantes, que não só

parecem ser a única moeda aceitável, mas acabam responsáveis por financiar grupos

de milícias que edificam as guerras e massacres civis.

Page 17: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

14

Serra Leoa, segundo os dados do Relatório do desenvolvimento humano de

2000, possui uma expectativa de vida de 37,9 anos, com 63% da população analfabeta

e um índice de mortalidade infantil absolutamente gritante, 182 para cada mil crianças

nascidas vivas. Não diferentemente de outros países africanos detentores de

importantes recursos naturais, a luta por seus diamantes reflete outro capítulo de

histórias como a do ouro, marfim, petróleo e borracha. Esses produtos, sem dúvida,

geradores de riqueza, acabam utilizados para financiar guerrilhas como a FRU e gastos

desproporcionais em armamentos. A história de Serra Leoa é assim, um bom exemplo

de como em solo africano valores como a propriedade privada, a competência e a

liberdade dos membros da sociedade para empreender é praticamente inexistente.

Na África, ainda existem cerca de 200 mil soldados infantis, onde poderíamos

resumir boa parte de seus valores acumulados ao longo dos séculos, na frase de duas

personagens de Blood Diamond. Em “o governo é ruim, os rebeldes pior”, pronunciada

pela jornalista Maddy, e “espero que não achem petróleo aqui, ai teremos problemas de

verdade”, dita por um morador refugiado quando encontrado por Solomon e Danny.

Duras realidades que traduzem a triste metáfora tão citada por este último no filme, a

famosa EEAA, ou, “esta é a África”.

O SENHOR DAS ARMAS

O mesmo contexto acima descrito, continua na história de Yuri Orlov (Nicolas

Cage), um traficante de armas que realiza negócios nos mais variados locais do planeta

e com alguns dos seus mais famosos ditadores, enquanto luta para estar sempre na

dianteira de um agente da Interpol, Jack Valentine (Ethan Hawke). Com Yuri

constantemente negociando em zonas de perigosas guerras, está montada a trama de

O senhor das Armas, produzido por Andrew Niccol, em 2005.

Conseqüentemente, o principal mercado de Yuri acaba sendo a África, um

paraíso para os traficantes de armas, pois chegou a ter 11 conflitos envolvendo 32

países, em menos de uma década. Coincidentemente, Yuri negociava em países como

Costa do marfim, Libéria e Serra Leoa, onde acabava, como já vimos acima, recebendo

pagamentos com os chamados diamantes de sangue.

Page 18: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

15

O filme, focado em grande parte de seu progresso nas vendas de Yuri com o

presidente André Baptiste da Libéria, nos proporciona um excelente retrato de um país

africano criado para abrigar escravos americanos libertos e que tem sido escravizado

por ditadores. Baptiste, famoso por amputar pernas e braços e de seus adversários,

torna-se, assim, um exemplo da política de diversos países africanos, resumida em

“uma campanha incansável de sadismo e violência impiedosa”.

Os diamantes do governo, financiados à custa de lastimáveis massacres de uma

população faminta e utilizados na compra de armas, são sintetizados em uma chocante

frase pronunciada por Baptiste, que no filme declara: “que ninguém pode deter esse

banho de sangue”. Entre outras coisas, essa dinâmica social demonstrada por Andrew

Niccol, descreve o que ditadores desta espécie, assumem como governos

“democráticos” em território africano.

A África torna-se, assim, um território, onde, como descreve Yuri, “todas as

facções adotam um nome nobre”. “Libertação disso, patriótica de lá, república

democrática daquilo”. Isso, por não poderem utilizar o nome do que realmente

costumam ser: “Federação de Opressores Piores do que o último Governo”, visto que,

como abrevia muito bem o bem sucedido traficante de armas, “as piores atrocidades

aconteciam quando ambos os lados diziam ser guerreiros da liberdade”.

HOTEL RUANDA

Produzido por Terry George em 2004, o filme retrata os conflitos entre hutus e

tutsis em 1994, duas das principais etnias que habitam Ruanda, e que em Kagali,

capital do país, foi palco de um verdadeiro genocídio civil. Paul Rosesabagina (Don

Cheadle) é o gerente do Hotel Des Mille Collines, que durante o conflito abrigou cerca

1200 tutsis e hutus refugiados.

“Política é poder e dinheiro”. A frase pronunciada por George Rutanga, líder da

milícia Interahamwe (hutu), poderia relatar alguns dos motivos que levaram à morte de

quase um milhão de pessoas. No filme, o jornalista Benedict, que seria o melhor

jornalista de Kigali, relata que as diferenças entre hutus e tutsis teriam começado pelos

colonizadores belgas, que criando a divisão por meio de medidas praticamente

Page 19: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

16

eugênicas, teriam utilizado os tutsis para governar o país. Quando os belgas se foram,

teriam deixado o poder para os hutus, que resolveram se vingar dos elitistas tutsis por anos de

opressão. Neste sentido, Ruanda é vista como a terra dos hutus, e Paul (ele mesmo hutu) se vê

a margem de muitos esforços para defender, inclusive, sua esposa, uma tutsi.

Em meio a este conflito étnico, logicamente não distante à briga pela tomada do poder,

Hotel Ruanda é um exemplo de como pessoas como Paul, acabam sendo uma das poucas

alternativas para um país em que o sistema político, que deveria garantir a liberdade e

segurança dos seus cidadãos, parco por natureza e desmantelado em meio a conflitos étnicos,

acarreta em horripilantes genocídios sociais. Em uma cena discreta, mas marcante, um repórter

estrangeiro ao indagar duas mulheres no saguão do Mille Collines sobre qual grupo étnico

pertenciam; é surpreendido pela resposta de uma delas: ser tutsi e a outra hutu, a que responde

com impressionante: mas, “podiam ser gêmeas”.

Resultando na morte de milhares de pessoas ─ incluindo uma infinidade de

crianças tutsis, com o fim de eliminar a nova geração─ o genocídio em Ruanda

somente acabou em julho de 1994, quando os rebeldes tutsis conseguiram levar o

exército hutu e a milícia Interahamwe ao Congo. O general do exército, Augustin

Bizimungo, acabou capturado na Angola e levado ao tribunal de Crimes de Guerra da

ONU, na Tanzânia, onde o líder da milícia Interahamwe, George Rutanga, foi

condenado à prisão perpétua.

Page 20: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

17

CONCLUSÃO

Através da análise dos filmes, continuamos a pensar em quais seriam realmente

as condições de vida e material daqueles afros-descendentes se eles ainda hoje

habitassem países como Ruanda, Etiópia, Serra Leoa, Nigéria ou Libéria? Quais dos

valores africanos ─ tão duramente criticados por seu ostracismo em países estrangeiros

─ não são, realmente, as causas de suas mazelas? O que será que a África tem a nos

ensinar? Seus valores culturais, sociais, políticos, religiosos e humanos podem ser

adotados pelos países ocidentais?

A comissão independente sobre Assuntos Humanitários (formada com base em

uma proposta da Assembléia das Nações Unidas) apresentou dados informando que

em 1970 a fome e desnutrição eram o estado normal de saúde de 80 milhões de

africanos; em 1985 o número havia aumentado para 100 milhões. A África continua

sendo um continente onde as guerras intertribais pelo poder têm dizimado milhares de

pessoas e a prejudicar sua economia. O continente possui 90% dos casos de malária

do mundo e 70% dos de AIDS ocorrem na África subsaariana. Isso, somado a uma

infinidade de outras epidemias ou doenças que assolam grande parcela da população

africana.

Nas palavras de Friedrich A. Von Hayek (ganhador do Prêmio Nobel de

economia, em 1974), “quando o curso da civilização toma um rumo inesperado −

quando, ao invés do progresso contínuo que nos habituamos a esperar, vemo-nos

ameaçados por males que associamos à barbárie do passado − naturalmente

atribuímos a culpa a tudo, exceto a nós mesmos” (HAYEK, 1990, p. 38).

Portanto, entendemos que aquela visão teórica que procura mostrar os

africanos como vítimas da exploração das potências capitalistas ocidentais não

correspondem à realidade. Ela serve muito mais para dar fundamentação teórica para

organizações políticas de afro-descentes, interessados em repassar os ônus dos seus

possíveis infortúnios que eles enfrentam no Brasil aos não afros, do que uma

preocupação em fazer um resgate histórico das causas da pobreza africanas e de suas

guerras de extermínios.

Page 21: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

18

REFERÊNCIAS

AZEREDO COUTINHO, D. José J. da Cunha de. Concordância das leis de Portugal e das bulas pontifícias: das quais umas permitem a escravidão dos pretos da África e outras proíbem a escravidão dos índios do Brasil. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1988.

BITTENCOURT, Circe (Org.) O Saber Histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1997. FALCÃO, Antônio Rebouças; BRUZZO, Cristina (Org.). Coletânea lições com cinema. São Paulo: FDE, 1993. FERRO, Marc. Cinema e história. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1992. KAMEL, Ali. Não somos racistas. Rio de Janeiro. Nova Fronteira. 2006. HAYEK, Friedrich August Von. O caminho da servidão. Rio de Janeiro: Instituto Liberal, 1990.

HEBERLE, Danielle Viegas. África como pretexto: um ensaio de história & cinema. Disponível em: <http://periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/article/view/7179/4950>. Acesso em: 22 jul. 2010. MAGNOLI, Demétrio. Gotas de sangue: história do pensamento racial. São Paulo. Editora Contexto. 2009. MENDOZA, Plínio A. Manual do perfeito idiota latino americano. Rio de Janeiro. Bertrand. 2005.

NAPOLITANO, Marcos. Como usar o cinema na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2006.

PAZOS, Luiz. Del socialismo al mercado: las enseñanzas del siglo. México: Editorial Diana, 1991.

PERREIRA, Kátia Helena. Como usar as artes visuais na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2007.

Page 22: DA ESCOLA PÚBLICA PARANAENSE 2009 · uma série de atrocidades como Libéria, Serra Leoa, Nigéria ou Etiópia? Nesse trabalho procuramos fornecer algumas das respostas a estas questões,

19

REFERÊNCIAS CINEMATOGRÁFICAS

CAMPBELL, Martin. Amor sem fronteiras. (EUA), 2003.

FUQUA, Antonie. Lágrimas do sol. (EUA), 2003.

NICCOL, Andrew. O senhor das armas. (EUA), 2005.

SPIELBERG, Steven Allan. Tráfico de escravos. (Amistad), 1997.

TERRY, George. Hotel Ruanda (Itália, Reino Unido e África do Sul), 2004.

ZWICK, Edward. Diamante de sangue. (EUA), 2006.