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A formação de contratos está diretamente contido no código civil, mais especificamente no Título V – Dos Contratos em Geral nos arts. 427 à 435 na seção II, muito embora podemos englobar os dispositivos previstos no mesmo título, seção I, arts. 421 à 426 que trata das disposições gerais preliminares. Há subsidiariamente, outros artigos em outros diplomas que também complementam e contemplam a formação dos contratos dentre os quais podemos citar os arts. 30 e 49 do CDC, arts. 402 à 405 do próprio CC, bem como o art. 9º, § 2º da LICC. Da formação dos contratos DA FORMAÇÃO DOS CONTRATOS * A manifestação da vontade é o primeiro e o mais importante quesito da existência do negócio jurídico. * O contrato é um acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos. * NEGOCIAÇÕES PRELIMINARES * O contrato resulta de duas manifestações de vontade: a proposta e a aceitação. * A proposta é também chamada de oferta, policitação ou oblação – dá inicio à formação do contrato e não depende de forma especial. * A oferta é antecedida de uma fase, às vezes, prolongada – negociações preliminares, também denominada de fase de puntação. * Na fase de puntação – as partes ainda não manifestaram a sua vontade, não há nenhuma vinculação ao negócio. * Qualquer das partes pode afastar-se simplesmente alegando desinteresse, sem responder por perdas e danos. * A responsabilidade só ocorrerá se ficar demonstrada a deliberada intenção, com a falsa manifestação de interesse, de causar dano ao outro contraente. * O fundamento para o pedido de perdas e danos d parte lesada não é o inadimplemento contratual, mas a prática de um ilícito civil – art. 186 CC. * As negociações preliminares não gera obrigações, mas faz surgir deveres jurídicos para os contraentes – decorrentes da incidência do princípio da boa-fé. art. 422 CC * PROPOSTA * Identificam-se três fases na formação do contrato: * 1 - fase das negociações preliminares ou da puntação; * 2 – fase da proposta (oferta, policitação, oblação); * 3 – fase da aceitação ouda conclusão do negócio – celebrado mediante contrato preliminar ou definitivo.

Da Formação Dos Contratos

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Formação dos Contratos - Direito CIVIL

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A formao de contratos est diretamente contido no cdigo civil, mais especificamente no Ttulo V Dos Contratos em Geral nos arts. 427 435 na seo II, muito embora podemos englobar os dispositivos previstos no mesmo ttulo, seo I, arts. 421 426 que trata das disposies gerais preliminares.H subsidiariamente, outros artigos em outros diplomas que tambm complementam e contemplam a formao dos contratos dentre os quais podemos citar os arts. 30 e 49 do CDC, arts. 402 405 do prprio CC, bem como o art. 9, 2 da LICC.

Da formao dos contratosDA FORMAO DOS CONTRATOS* A manifestao da vontade o primeiro e o mais importante quesito da existncia do negcio jurdico.* O contrato um acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos.* NEGOCIAES PRELIMINARES* O contrato resulta de duas manifestaes de vontade: a proposta e a aceitao.* A proposta tambm chamada de oferta, policitao ou oblao d inicio formao do contrato e no depende de forma especial.* A oferta antecedida de uma fase, s vezes, prolongada negociaes preliminares, tambm denominada de fase de puntao.* Na fase de puntao as partes ainda no manifestaram a sua vontade, no h nenhuma vinculao ao negcio.* Qualquer das partes pode afastar-se simplesmente alegando desinteresse, sem responder por perdas e danos.* A responsabilidade s ocorrer se ficar demonstrada a deliberada inteno, com a falsa manifestao de interesse, de causar dano ao outro contraente.* O fundamento para o pedido de perdas e danos d parte lesada no o inadimplemento contratual, mas a prtica de um ilcito civil art. 186 CC.* As negociaes preliminares no gera obrigaes, mas faz surgir deveres jurdicos para os contraentes decorrentes da incidncia do princpio da boa-f. art. 422 CC* PROPOSTA* Identificam-se trs fases na formao do contrato:* 1 - fase das negociaes preliminares ou da puntao;* 2 fase da proposta (oferta, policitao, oblao);* 3 fase da aceitao ouda concluso do negcio celebrado mediante contrato preliminar ou definitivo.* A oferta traduz uma vontade definitiva de contratar , portanto, um negcio jurdico unilateral, constituindo elemento da formao contratual.* A proposta uma declarao receptcia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra (com quem pretende celebrar um contrato), por fora da qual a primeira manifesta sua inteno de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar.* Constitui impulso decisivo para a celebrao do contrato, consistindo em uma declarao de vontade definitiva.* A proposta distingue-se das negociaes preliminares, que no tem o carter de uma declarao de vontade definitiva e no passam de estudos e sondagens, sem fora obrigatria.* A proposta cria no aceitante a convico do contrato em perspectiva.* A proposta vincula o policitante ou proponente, que responde por todas as consequncias se injustificadamente retirar-se do negcio.* A proposta deve conter:* 1 todos os elementos do negcio proposto;* 2 deve ser sria e consciente, pois vincula o proponente( art.427 CC);* 3 deve ser clara, completa e inequvoca.* A oferta um negcio jurdico receptcio sua eficcia depende da declarao do oblato.* Art. 429 CC.* A OFERTA NO CDIGO CIVIL* A FORA VINCULANTE DA OFERTA* Art. 427 CC.* Proponente ou policitante aquele que faz a proposta de um negcio.* Oblato ou aceitante aquele que aceita aproposta.* A proposta uma declarao manifesta de vontade que obriga o proponente a assumir a responsabilidade quanto sustentao e validade do negcio, revestindo-se tal proposta de fora vinculante diante da aceitao da outra parte (oblato).* O proponente no pode retira-la imotivadamente, sob pena de responder por perdas e danos.* A proposta se transmite aos herdeiros.* Morte ou interdio do policitante herdeiros e o curador do incapaz, respondem, respectivamente, pelas consequncias jurdicas do ato.* PROPOSTA NO OBRIGATRIA EXCEES ART. 427 CC* A proposta de contratar obriga o proponente ou policitante, que no poder voltar atrs, ressalvadas apenas as excees definidas na prpria lei (arts. 427 e 428 CC).* Trata-se do princpio da vinculao ou da obrigatoriedade da proposta ligada ao dogma da segurana jurdica.* Da anlise do dispositivo (art. 427 CC), o legislador reconheceu a perda da eficcia cogente da oferta, nas seguintes situaes:* 1 se o contrrio ( a no-obrigatoriedade) resultar dos termos dela mesma o proponente na sua declarao de vontade (oferta) reserva-se ao direito de retratar-se ou arrepender-se de concluir o negcio;* 2 se o contrrio ( a no-obrigatoriedade) resultar da natureza do negcio art. 429 CC propostas abertas ao pblico, que se consideram limitadas ao estoque existente;* 3 se o contrrio (a no-obrigatoriedade) resultar das circunstncias do caso so as circunstancias que a lei confere esse efeito, as mencionadas no art. 428 CC.

Apostilas:Formao dos Contratos,Momento de Formao dos Contratos

1. A Manifestao de Vontade

A manifestao da vontade o primeiro e mais importante requisito de existncia do negcio jurdico. A vontade humana se processa inicialmente na mente das pessoas. o momento subjetivo, psicolgico, representado pela prpria formao do querer. O momento objetivo aquele em que a vontade se revela por meio da declarao. Somente nesta fase ela se torna conhecida e apta a produzir efeitos nas relaes jurdicas. Por isso se diz que, em rigor, a declarao da vontade, e no ela prpria, que constitui requisito de existncia dos negcios jurdicos e, conseguintemente, dos contratos.O contrato um acordo de vontades que tem por fim criar, modificar ou extinguir direitos. Constitui o mais expressivo modelo de negcio jurdico bilateral.A manifestao da vontade pode ser expressa ou tcita. Poder ser tcita quando a lei no exigir que seja expressa (CC, art. 111).Expressa a exteriorizada verbalmente, porescrito, gesto ou mmica, de forma inequvoca. Algumas vezes a lei exige o consentimento escrito como requisito de validade da avena. No havendo na lei tal exigncia, vale a manifestao tcita, que se infere da conduta do agente.O silncio pode ser interpretado como manifestao tcita da vontade quando as circunstncias ou os usos o autorizarem, e no for necessria a declarao de vontade expressa (CC, art. 111), e, tambm, quando a lei o autorizar, como nos arts. 539 (doao pura), 512 (venda a contento), 432 (praxe comercial) etc., ou, ainda, quando tal efeito ficar convencionado em um pr-contrato. Nesses casos o silncio considerado circunstanciado ou qualificado.

2. Negociaes Preliminares

O contrato resulta de duas manifestaes de vontade: apropostae aaceitao. A primeira, tambm chamada de oferta, policitao ou oblao, d incio formao do contrato e no depende, em regra, de forma especial.Nem sempre, no entanto, o contrato nasce instantaneamente de uma proposta seguida de uma imediata aceitao. Na maior parte dos casos a oferta antecedida de uma fase, s vezes prolongada, de negociaes preliminares caracterizada por sondagens, conversaes, estudos e debates (tractatus, trattative, pourparlers), tambm denominadafase da puntuao. Nesta, como as partes ainda no manifestaram a sua vontade,no h nenhuma vinculao ao negcio. Qualquer delas pode afastar-se, simplesmente alegando desinteresse, sem responder por perdas e danos. Mesmo quando surge um projeto ou minuta, ainda assim no h vinculao das pessoas. Tal responsabilidade s ocorrer se ficar demonstrada a deliberada inteno, com a falsa manifestao de interesse, de causar dano ao outro contraente, levando-o, por exemplo, a perder outro negcio ou realizando despesas. O fundamento para o pedido de perdas e danos da parte lesada no , nesse caso, o inadimplemento contratual, mas a prtica de um ilcito civil (CC, art. 186).Embora as negociaes preliminares no gerem, por si mesmas, obrigaes para qualquer dos participantes, elas fazem surgir, entretanto, deveres jurdicos para os contraentes, decorrentes da incidncia do princpio da boa-f, sendo os principais os deveres de lealdade e correo, de informao, de proteo e cuidado e de sigilo. A violao desses deveres durante o transcurso das negociaes que gera a responsabilidade do contraente, tenha sido ou no celebrado o contrato. Essa responsabilidade ocorre, pois, no no campo da culpa contratual, mas da aquiliana, somente no caso de um deles induzir no outro a crena de que o contrato ser celebrado, levando-o a despesas ou a no contratar com terceiro etc. e depois recuar, causando-lhe dano. Essa responsabilidade tem, porm, carter excepcional.O art. 422 do Cdigo Civil no inviabiliza a aplicao, pelo julgador, do princpio da boa-f nas fases pr e pscontratual. Pode-se afirmar que, mesmo com a redao insuficiente do aludido art. 422, nela esto compreendidas as tratativas preliminares, antecedentes do contrato, que podem acarretar a responsabilidade pr-contratual.O princpio da boa-f, durante as tratativas preliminares, fonte de deveres de esclarecimento, situao que surge seguidamente quando uma das partes dispe de superioridade de informaes ou de conhecimentos tcnicos, que devem ser repassados amplamente e de forma compreensvel contraparte, para que esta possa decidir com suficiente conhecimento de causa. Tambm surgem, nas tratativas, deveres de lealdade, decorrentes da simples aproximao pr-contratual. Censura-se, assim, quem abandona inesperadamente as negociaes j em adiantado estgio, depois de criar na outra parte a expectativa da celebrao de um contrato para o qual se preparou e efetuou despesas, ou em funo do qual perdeu outras oportunidades. A violao a esse dever secundrio pode ensejar indenizao, por existir uma relao obrigacional, independentemente de contrato, fundada na boa-f.

3. A Proposta

3.1 Conceito e Caractersticas

Nem toda iniciativa ou manifestao de vontade no sentido de dar vida a um contrato oferta em sentido tcnico, mas s a declarao de vontade dirigida por uma parte outra com a inteno de provocar uma adeso do destinatrio proposta.A oferta traduz uma vontade definitiva de contratar nas bases oferecidas, no estando mais sujeita a estudos ou discusses, mas dirigindo-se outra parte para que a aceite ou no, sendo, portanto, um negcio jurdico unilateral, constituindo elemento da formao contratual.Pode-se dizer, ento, que proposta, oferta, policitao ou oblao uma declarao receptcia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra (com quem pretende celebrar um contrato), por fora da qual a primeira manifesta sua inteno de se considerar vinculada, se a outra parte aceitar.Representa ela o impulso decisivo para a celebrao do contrato, consistindo em umadeclarao de vontade definitiva. Distingue-se nesse ponto das negociaes preliminares, que no tm esse carter e no passam de estudos e sondagens, sem fora obrigatria. Aquela, ao contrrio, cria no aceitante a convico do contrato em perspectiva, levando-o realizao de projetos e s vezes de despesas e cessao de alguma atividade. Por isso,vincula o policitante, que responde por todas essas consequncias, se injustificadamente retirar-se do negcio.A proposta deve conter todos os elementos essenciais do negcio proposto, como preo, quantidade, tempo de entrega, forma de pagamento etc. Deve tambm ser sria e consciente, pois vincula o proponente (CC, art. 427). Deve ser, ainda, clara, completa e inequvoca, ou seja, h de ser formulada em linguagem simples, compreensvel ao oblato, mencionando todos os elementos e dados do negcio necessrios ao esclarecimento do destinatrio e representando a vontade inquestionvel do proponente.A oferta um negcio jurdico receptcio, pois a sua eficcia depende da declarao do oblato. No tem, entretanto, fora absoluta, gerando desde logo direitos e obrigaes. No se pode assim dizer que equivale ao contrato. No perde o carter de negcio jurdico receptcio se for endereada no a uma pessoa determinada, mas assumir a forma de oferta aberta ao pblico, como nos casos de mercadorias expostas em vitrinas, feiras ou leiles com o preo mostra, bem como em licitaes e tomadas de preos para contratao de servios e obras.O art. 429 do novo Cdigo Civil declara que a oferta ao pblico equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrrio resultar das circunstncias ou dos usos. Em geral entende-se que limitada ao estoque existente. Acrescenta o pargrafo nico que pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgao, desde que ressalvada estafaculdadena oferta realizada. A oferta aberta ao pblico vale como proposta obrigatria, pois, quando contm todos os elementos essenciais do contrato.H negcios, com efeito, em que a oferta, pela sua natureza, aberta. Deixa de ser obrigatria se o policitante tiver a natural faculdade de mant-la ou no. Neste caso, haver apenas a potencialidade do contrato, que estar formado se at a sua aceitao ela ainda estiver vigente.

4. A Oferta no Cdigo Civil

4.1 A Fora Vinculante da Oferta

Dispe o art. 427 do Cdigo Civil:A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrrio no resultar dos termos dela, da natureza do negcio, ou das circunstncias do caso.Portanto, repetindo: desde que sria e consciente, a proposta vincula o proponente.A obrigatoriedade da proposta consiste no nus, imposto ao proponente, de mant-la por certo tempo a partir de sua efetivao e de responder por suas consequncias, por acarretar no oblato uma fundada expectativa de realizao do negcio.A lei abre, entretanto, vrias excees a essa regra.Dentre elas no se encontram, todavia, a morte ou a interdio do policitante. Nesses dois casos, respondem, respectivamente, os herdeiros e o curador do incapaz pelas consequncias jurdicas do ato. Com efeito, a morte intercorrente no desfaz a promessa, que se insere como elemento passivo da herana. A proposta se transmite aos herdeiros como qualquer outra obrigao. Estes somente podero retratar-se na forma do art. 428, IV, do novo diploma. O princpio, como adverte Slvio Venosa, evidentemente no se aplica a uma proposta de obrigao personalssima.As excees referidas no item anterior encontram-se na segunda parte do retrotranscrito art. 427. Desse modo, a proposta de contrato obriga o proponente, se o contrrio no resultar dos termos dela, da natureza do negcio, ou das circunstncias do caso.A oferta no obriga o proponente, em primeiro lugar,se contiver clusula expressa a respeito. quando o prprio proponente declara que no definitiva e se reserva o direito de retir-la.Muitas vezes a aludida clusula contm os dizeres: proposta sujeita a confirmao ou no vale como proposta. Neste caso a ressalva se incrusta na proposta mesma e o aceitante, ao receb-la, j a conhece e sabe da sua no obrigatoriedade. Se ainda assim a examinar e estudar, ser com seu prprio risco, pois no advir nenhuma consequncia para o proponente se optar por revog-la, visto que estar usando uma faculdade que a si mesmo se reservou.Em segundo lugar,a proposta no obriga o proponente em razo da natureza do negcio. o caso, por exemplo, das chamadas propostas abertas ao pblico, que se consideram limitadas ao estoque existente e encontram-se reguladas no art. 429 do novo diploma.E, por ltimo,a oferta no vincula o proponente em razo das circunstncias do caso,mencionadas no art. 428 do mesmo diploma. No so, portanto, circunstncias quaisquer, mas aquelas a que a lei confere esse efeito. O referido dispositivo declara que a proposta deixa de ser obrigatria:I - Se, feita sem prazo a pessoa presente, no foi imediatamente aceita....Quando o solicitado responde que ir estudar a proposta feita por seu interlocutor, poder este retir-la. pegar ou largar, e se o oblato no responde logo, dando pronta aceitao, caduca a proposta, liberando-se o proponente. Considera-se tambm presente aduz o dispositivo em tela a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicao semelhante.Presente, portanto, aquele que conversa diretamente com o policitante, mesmo que por algum outro meio mais moderno de comunicao a distncia, e no s por telefone, e ainda que os interlocutores estejam em cidades, Estados ou pases diferentes. Se a comunicao entre as partes feita pela Internet, estando ambas em contato simultneo, a hiptese merece o mesmo tratamento jurdico conferido s propostas feitas por telefone, por se tratar de comunicao semelhante, s se tornando obrigatria a policitao se for imediatamente aceita. Todavia, o mesmo no deve suceder com a proposta feita por via de e-mail, no estando ambos os usurios da rede simultaneamente conectados.II - Se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente.Cuida-se de oferta enviada, por corretor ou correspondncia, a pessoa ausente.Uma pessoa no considerada ausente, para esse fim, por se encontrar distante do outro contraente, visto que so considerados presentes os que contratam por telefone, mas sim devido inexistncia de contato direto.Para os fins legais, so considerados ausentes os que negociam mediante troca de correspondncia ou intercmbio de documentos.O prazo suficiente para a resposta varia conforme as circunstncias. o necessrio ou razovel para que chegue ao conhecimento do proponente e denomina-se prazo moral. Entre moradores prximos, no deve ser muito longo. Diferente ser o entendimento se os partcipes do negcio residirem em locais distantes e deacesso difcil e demorado.III - Se, feita a pessoa ausente, no tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado.Se foi fixado prazo para a resposta, o proponente ter de esperar pelo seu trmino. Esgotado, sem resposta, estar este liberado,no prevalecendo a proposta feita.IV - Se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratao do proponente.Malgrado a fora obrigatria da proposta,a lei permite ao proponente a faculdade de retratar-se, ainda que no haja feito ressalva nesse sentido. Todavia, para que se desobrigue, e no se sujeite s perdas e danos, necessrio que a retratao chegue ao conhecimento do aceitante antes da proposta ou simultaneamente com ela, casos em que as duas declaraes de vontade (proposta e retratao), por serem contraditrias, nulificam-se e destroem-se reciprocamente. No importa de que via ou meio se utiliza o proponente (carta, telegrama, mensagem por mo de prprio etc.).Por exemplo: antes que o mensageiro entregue a proposta ao outro contratante, o ofertante entende-se diretamente com ele, por algum meio rpido de comunicao, retratando-se. A proposta,in casu, no chegou a existir juridicamente, porque retirada a tempo.

5. A Oferta no Cdigo de Defesa do Consumidor

O Cdigo de Defesa do Consumidor (Lei n. 8.078/90) regulamenta, nos arts. 30 a 35, a proposta nos contratos que envolvem relaes de consumo. Preceituam eles que deve ser sria, clara e precisa, alm de definitiva, como tambm o exige o Cdigo Civil. Entretanto, naquele a oferta mais ampla, pois normalmente dirige-se a pessoas indeterminadas. A distino bsica a destinao do Cdigo de Defesa do Consumidor contratao em massa, como regra geral.No tocante aos efeitos, a recusa indevida de dar cumprimento proposta d ensejo execuo especfica (arts. 35, I, e 84), consistindo opo exclusiva do consumidor a resoluo em perdas e danos. Alm de poder preferir a execuo especfica (CDC, art. 35, I), o consumidor pode optar por, em seu lugar, aceitar outro produto ou prestao de servio equivalente (II) ou, ainda, por rescindir o contrato, com direito restituio de quantia eventualmente antecipada, monetariamente atualizada, e a perdas e danos(III).O art. 34 do referido diploma, por sua vez, estabelece solidariedade entre o fornecedor e seus prepostos ou representantes autnomos.Em conformidade com o art. 30 do diploma consumerista, toda informao ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por qualquer forma ou meio de comunicao com relao a produtos ou servios oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor, integrando o contrato. A oferta deve ser clara, precisa,veiculada emlnguaportuguesa e de fcil entendimento. Se uma empresa construtora,verbi gratia, menciona na propaganda das unidades habitacionais venda que estas so dotadas de determinado acabamento (azulejos, metais e pisos de determinada marca ou qualidade, p. ex.), tais informaes erigem-se condio de verdadeiras clusulas contratuais.A proposta aberta ao pblico, por meio de exibio de mercadorias em vitrinas, catlogos, anncios nos diversos meios de divulgao etc., vincula o ofertante. O fornecedor deve assegurar no apenas o preo e as caractersticas dos produtos e servios, mas tambm as quantidades disponveis em estoque. Deve, assim, atender clientela nos limites do estoque informado, sob pena de responsabilidade.O art. 35 do diploma ora em estudo dispe que, se o fornecedor recusar dar cumprimento a sua oferta, o consumidor poder exigir, alternativamente, o cumprimento forado da obrigao, um produto equivalente ou ainda a resciso do contrato, recebendo perdas e danos.

6. A Aceitao

6.1 Conceito e Espcies

Aceitao ou oblao a concordncia com os termos da proposta. manifestao de vontade imprescindvel para que se repute concludo o contrato, pois, somente quando o oblato se converte em aceitante e faz aderir a sua vontade do proponente, a oferta se transforma em contrato.A aceitao consiste, portanto, na formulao da vontade concordante do oblato, feita dentro do prazo e envolvendo adeso integral proposta recebida.Para produzir o efeito de aperfeioar o contrato a aceitao deve ser pura e simples. Se apresentada fora do prazo, com adies, restries, ou modificaes, importar nova proposta (CC, art. 431), comumente denominada contraproposta. Como a proposta perde a fora obrigatria depois de esgotado o prazo concedido pelo proponente, a posterior manifestao do solicitado ou oblato tambm no obriga o ltimo, pois aceitao no temos e, sim, nova proposta. O mesmo se pode dizer quando este no aceita a oferta integralmente, introduzindo-lhe restries ou modificaes.A aceitao pode ser expressa ou tcita. A primeira decorre de declarao do aceitante, manifestando a sua anuncia; a segunda, de sua conduta, reveladora do consentimento.O art. 432 do Cdigo Civil menciona duas hipteses de aceitao tcita, em que se reputa concludo o contrato, no chegando a tempo a recusa: a) quando o negcio for daqueles em que no seja costume a aceitao expressa; b) ou quando o proponente a tiver dispensado.Se, por exemplo, um fornecedor costuma remeter os seus produtos a determinado comerciante, e este, sem confirmar os pedidos, efetua os pagamentos, instaura-se uma praxe comercial. Se o ltimo, em dado momento, quiser interromp-la, ter de avisar previamente o fornecedor, sob pena de ficar obrigado ao pagamento de nova remessa, nas mesmas bases das anteriores.Costuma-se mencionar, como exemplo da situao descrita na letra b, a hiptese do turista que remete um fax a determinado hotel, reservando acomodaes, informando que a chegada se dar em tal data, se no receber aviso em contrrio. No chegando a tempo a negativa, reputar-se- concludo o contrato.

6.2 Hipteses de Inexistncia de Fora Vinculante na Aceitao

Malgrado o contrato se aperfeioe com a aceitao, o Cdigo Civil trata de duas hipteses em que tal manifestao de vontade deixa de ter fora vinculante:a)Se a aceitao, embora expedida a tempo, por motivos imprevistos, chegar tarde ao conhecimento do proponente (CC, art. 430, primeira parte) Assim, se, embora expedida no prazo, a aceitao chegou tardiamente ao conhecimento do policitante, quando este, estando liberado em virtude do atraso involuntrio, j celebrara negcio com outra pessoa, a circunstncia dever ser, sob pena de responder por perdas e danos, imediatamente comunicada ao aceitante, que tem razes para supor que o contrato esteja concludo e pode realizar despesas que repute necessrias ao seu cumprimento. Assim o exige a segunda parte do mencionado art. 430.b)Se antes da aceitao, ou com ela, chegar ao proponente a retratao do aceitante Dispe, com efeito, o art. 433 do Cdigo Civil que se considera inexistente a aceitao, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratao do aceitante. Verifica-se que a lei permite tambm a retratao da aceitao. Neste caso, a declarao da vontade, que continha a aceitao, desfez-se, antes que o proponente pudesse tomar qualquer deliberao no sentido da concluso do contrato.

7. Momento de Concluso do Contrato

7.1 Contrato entre Presentes

Se o contrato for celebrado entre presentes, a proposta poder estipular ou no prazo para a aceitao. Se o policitante no estabelecer nenhum prazo, esta dever ser manifestadaimediatamente, sob pena de a oferta perder a fora vinculativa. Se, no entanto, a policitao estipulou prazo, a aceitao dever operar-sedentro nele, sob pena de desvincular-se o proponente.Constitui ponto relevante na doutrina da formao dos contratos a determinao do momento em que se deve considerar formado o contrato entre presentes e entre ausentes. Para que se possa estabelecer a obrigatoriedade da avena, ser mister verificar em que instante o contrato se aperfeioou, unindo os contraentes, impossibilitando a retratao e compelindo-os a executar o negcio, sob pena de responderem pelas perdas e danos.Se o contrato for realizadointer praesentesnenhum problema haver, visto queas partes estaro vinculadas na mesma ocasio em que o oblato aceitar a proposta.Nesse momento caracterizou-se o acordo recproco de vontades e, a partir dele, o contrato comear a produzir efeitos jurdicos.

7.2 Contrato entre Ausentes

A dificuldade para se precisar em que momento se deve considerar formado o contrato aparece na avena inter absentes, efetivado por correspondncia epistolar (carta ou telegrama) ou telegrfica, com ou sem a interveno dos servios de correio. A correspondncia pode ser encaminhada pelo prprio interessado ou por algum contratado para essa tarefa.Quando o contrato celebrado entre ausentes, por correspondncia (carta, telegrama, fax, radiograma, e mail etc.) ou intermedirios, a resposta leva algum tempo para chegar ao conhecimento do proponente e passa por diversas fases.Divergem osautoresa respeito do momento em que a conveno se reputa concluda. Para ateoria da informao ou da cognio, o da chegada da resposta ao conhecimento do policitante, que se inteira de seu teor. Tem o inconveniente de deixar ao arbtrio do proponente abrir a correspondncia e tomar conhecimento da resposta positiva. No basta a correspondncia ser entregue ao destinatrio. O aperfeioamento do contrato se dar somente no instanteem que o policitante abri-la e tomar conhecimento do teor daresposta.A segunda teoria, a dadeclarao ou da agnio, subdivide-se em trs:

a) da declarao propriamente dita; b) da expedio; e c) da recepo.Para ateoria da declaraopropriamente dita, o instante da concluso coincide com o da redao da correspondncia epistolar. Obviamente, tal entendimento no pode ser aceito, porque, alm da dificuldade de se comprovar esse momento, o consentimento ainda permanece restrito ao mbito do aceitante, que pode destruir a mensagem em vez de remet-la.Para ateoria da expedio, no basta a redao da resposta, sendo necessrio que tenha sido expedida, isto , sado do alcance e controle do oblato. considerada a melhor, embora no seja perfeita, porque evita o arbtrio dos contraentes e afasta dvidas de natureza probatria.Por ltimo, ateoria da recepoexige mais: que, alm de escrita e expedida, a resposta tenha sido entregue ao destinatrio.Distingue-se da teoria da informao porque esta exige no s a entrega da correspondncia ao proponente, como tambm que este a tenha aberto e tomado conhecimento de seu teor.O art. 434 do Cdigo Civilacolheu expressamente a teoria da expedio, ao afirmar que os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitao expedida. Proclama, com efeito, o aludido dispositivo:Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitao expedida, exceto:I - no caso do artigo antecedente;II - se o proponente se houver comprometido a esperarresposta;III - se ela no chegar no prazo convencionado.Observa-se que o novo diploma estabeleceu trs excees regra de que o aperfeioamento do contrato se d com a expedio da resposta. Na realidade, recusando efeito expedio se tiver havido retratao oportuna, ou se a resposta no chegar ao conhecimento do proponente no prazo, desfigurou ele a teoria da expedio. Ora, se sempre permitida a retratao antes de a resposta chegar s mos do proponente, e se, ainda, no se reputa concludo o contrato na hiptese de a resposta no chegar no prazo convencionado, na realidade o referido diploma filiou-se teoria da recepo, e no da expedio.A terceira exceo apresentada no retrotranscrito art. 434 do Cdigo Civil (se a resposta no chegar no prazo convencionado) intil e injustificvel, como reconhece a doutrina, pois, se h prazo convencionado e a resposta no chega no intervalo determinado, no houve acordo e sem ele no h contrato.

8. Lugar da Celebrao

Dispe o art. 435 do Cdigo Civil:Reputar-se- celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.Optou o legislador, pois,pelo local em que a proposta foi feita.Aparentemente, tal soluo encontra-se em contradio com a expressa adoo da teoria da expedio, no dispositivo anterior.O problema tem relevncia na apurao do foro competente e, no campo do direito internacional, na determinao da lei aplicvel. Prescreve o art. 9, 2, da Lei de Introduo ao Cdigo Civil, atualmente denominada Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro (cf. Lei n. 12.376, de 30-12-2010), que a obrigao resultante do contrato reputa-se constituda no lugar em que residir o proponente. Tal dispositivo aplica-se aos casos em que os contratantes residem em pases diferentes e assumiu maior importncia com o recrudescimento dos contratos formados pela Internet.Denota-se que o legislador preferiu a uniformizao de critrios, levando em conta o local em que o impulso inicial teve origem. Ressalve-se que, dentro da autonomia da vontade, podem as partes eleger o foro competente (foro de eleio) e a lei aplicvel espcie.

9. Formao dos Contratos pela Internet

Segundo Semy Glanz, contrato eletrnico aquele celebrado por meio de programas de computador ou aparelhos com tais programas. Dispensa assinatura ou exige assinatura codificada ou senha. A segurana de tais contratos vem sendo desenvolvida por processos de codificao secreta, chamados de criptologia ou encriptao. Tal mtodo vem sendo aperfeioado, porque foi verificado que certos tcnicos, mal-intencionados, chamados eminglshackers ou crackers, conseguem descobrir as senhas e penetrar nas contas ou operaes secretas, inclusive transferindo dinheiro de contas bancrias.No estgio atual, a obrigao do empresrio brasileiro que se vale do comrcio eletrnico para vender os seus produtos ou servios, para com os consumidores, a mesma que o Cdigo de Defesa do Consumidor atribui aos fornecedores em geral. A transao eletrnica realizada entre brasileiros est, assim, sujeita aos mesmos princpios e regras aplicveis aos demais contratos aqui celebrados.No entanto, o contrato de consumo eletrnico internacional obedece ao disposto no art. 9, 2, da Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro, que determina a aplicao, hiptese, da lei do domiclio do proponente. Por essa razo, se um brasileiro faz a aquisio de algum produto oferecido pela Internet por empresa estrangeira, o contrato ento celebrado rege-se pelas leis do pas do contratante que fez a oferta ou proposta.Assim, malgrado o Cdigo de Defesa do Consumidor brasileiro (art. 51, I), por exemplo, considere abusiva e no admita a validade de clusula que reduza, por qualquer modo, os direitos do consumidor (clusula de no indenizar), o internauta brasileiro pode ter dado sua adeso a uma proposta de empresa ou comerciante estrangeiro domiciliado em pas cuja legislao admita tal espcie de clusula, especialmente quando informada com clareza aos consumidores. E, nesse caso, no ter o aderente como evitar a limitao de seu direito.Da mesma forma, o comerciante ou industrial brasileiro que anunciar os seus produtos no comrcio virtual deve atentar para as normas do nosso Cdigo de Defesa do Consumidor, especialmente quanto aos requisitos da oferta. Podem ser destacadas as que exigem informaes claras e precisas do produto, emportugus, sobre o preo, qualidade, garantia, prazos de validade, origem e eventuais riscos sade ou segurana do consumidor (art. 31), e as que se referem necessidade de identificao dos fabricantes pelo nome e endereo (art. 33). Se as informaes transmitidas so incompletas ou obscuras, prevalece a condio mais benfica ao consumidor (CDC, arts. 30 e 47). E, se no forem verdadeiras, configura-se vcio de fornecimento, sendo que a disparidade entre a realidade do produto ou servio e as indicaes constantes da mensagem publicitria, na forma dos arts. 18 e 20 do mencionado Cdigo, caracteriza vcio de qualidade.Anote-se que essas cautelas devem ser tomadas pelo anunciante e fornecedor dos produtos e servios, como nico responsvel pelas informaes veiculadas, pois o titular do estabelecimento eletrnico onde feito o anncio no responde pela regularidade deste nos casos em que atua apenas como veculo. Do mesmo modo, no responde o provedor de acesso Internet, pois os servios que presta so apenas instrumentais e no h condies tcnicas de avaliar as informaes nem o direito de intercept-las e de obstar qualquer mensagem.O Cdigo Civil, em harmonia com o art. 9, 2, da Lei de Introduo, diz que o direito aplicvel aos contratos em geral aquele do lugar de onde emanou a proposta (art. 435). certo, porm, que o Cdigo de Defesa do Consumidor expressamente dispe que consumidores brasileiros tm o direito de promover quaisquer aes fundadas na responsabilidade do fornecedor perante o foro de seu prprio domiclio. Desse modo, o consumidor poderia promover a ao no Brasil, mas o direito a ser aplicado pela corte brasileira teria de ser o aliengena, do pas de onde originou-se a proposta.Enquanto tal no ocorre, o consumidor brasileiro ter dois caminhos a seguir, no caso de compra realizada pela rede, em que a empresa vendedora possua sede social em pas estrangeiro: a) mover a ao judicial no pas sede da empresa; ou b) ajuiz-la no Brasil, amparado que se encontra pela Constituio Federal (art. 5, XXXII), Lei de Introduo s Normas do Direito Brasileiro (art. 9, 2), Cdigo de Processo Civil (art. 88, II) e Cdigo de Defesa do Consumidor (art. 101, I).Outra questo relevante relacionada contratao eletrnica versa sobre a sua caracterizao como negociao entre ausentes ou entre presentes. Como foi visto no item n. 5.2 retro, difcil se saber quando se aperfeioa o contrato celebrado entre ausentes, reputando-se presentes os que contratam por telefone (CC, art. 428, I).Entende Slvio Venosa que, embora seja utilizada a linha telefnica, a contratao eletrnica no pode ser tida como realizada entre presentes, devido ausncia de colquio direto entre as partes. Somente pode ser reputada entre presentes quando cada pessoa se utiliza de seu computador de forma simultnea e concomitante, como se ocorresse uma conversa normal, com remessa recproca de dados: remetemos a proposta, o destinatrio est espera, l-a no monitor e envia a aceitao ou rejeio, ou formula contraproposta.Todavia, aduz o insigne civilista paulista, no isso que geralmente ocorre. As transmisses so normalmente decorrentes de pr-programao, com horrios acertados de transmisso, que procuram, por vezes, os momentos de menor sobrecarga na rede telefnica. Por sua vez, o receptor, o oblato no caso, raramente estar espera da mensagem, a postos diante de seu equipamento eletrnico. Destarte, a contratao, nesse caso, feita entre ausentes. Existem fases de apresentao da proposta e de aceitao bem ntidas. Desse modo, a contratao por computadores assim como pelos aparelhos de fax ser entre presentes ou entre ausentes, dependendo do posicionamento das partes quando das remessas das mensagens e documentos.A controvrsia j foi objeto de intensos estudos doutrinrios. Maristela Basso, ao analisar a formao dos contratos internacionais, manifesta opinio praticamente anloga externada por Slvio Venosa, formulando trs espcies de formao contratual: a) instantnea, em que o intervalo entre oferta e aceitao pode ser desconsiderado; b) ex intervallo, em que existe um intervalo considervel entre oferta e aceitao; e c) ex intervallo temporis, em que h troca de contrapropostas entre as partes.Nessa linha, assevera Lus Wielewicki: Considerando-se a brevidade do envio e recebimento de mensagens eletrnicas, possvel concluir que, independentemente da definio do binmio ausentes versus presentes, a formao dos contratos eletrnicos sujeita-se a regimes distintos, de acordo com a durao do perodo existente entre a oferta e aceitao contratuais... Na formao contratual instantnea, o vnculo contratual eletronicamente formado d-se de imediato, com o envio de pronta aceitao. Na formao contratual ex intervallo, o emissor da aceitao eletrnica envia a mensagem confirmatria aps um prazo considervel de reflexo. J na formao ex intervallo temporis, o emissor da aceitao tornase remetente de nova proposta, sob a forma de uma contraproposta.Um dos grandes problemas com que se defronta o comrcio eletrnico diz respeito autenticidade dos documentos. Para a sua validade jurdica necessrio que seja devidamente assinado, dentro do seu ambiente, qual seja, o digital ou virtual. Essa espcie de assinatura, na realidade, nada tem que ver com a manuscrita, que conhecemos e utilizamos frequentemente. Na categoria de assinaturas eletrnicas podem-se enquadrar vrios tipos diferentes de processos tcnicos, que precisam dos meios informticos para serem aplicados, como, por exemplo: cdigo secreto, assinatura digitalizada, assinatura digital (criptogrfica), criptografia com chave privada (simtrica, com utilizao de uma senha comum), criptografia com chave pblica (assimtrica, com utilizao de uma senha ou chave privada).A doutrina, em face do elevado grau de certeza jurdica da autenticidade da assinatura digital, tem preconizado a sua equiparao, desde logo, a um original escrito e assinado de forma autgrafa pelo seu subscritor, independentemente de lei especfica ou lei complementar.

10. Resumo

Bibliografia:Gonalves, Carlos Roberto. Direito Civil Brasileiro v. 3. So Paulo: Saraiva, 2013.Gonalves, Carlos Roberto. Direito Civil Esquematizado. So Paulo: Saraiva, 2013.Strauss, Thiago. Direito Civil em Mapas Mentais. So Paulo: Ponto dos Concursos, 2012.

FORMAO DOS CONTRATOSDom, 24 de Janeiro de 2010 00:54 |FORMAO DOS CONTRATOSProposta / aceitao / consentimentoProposta ou oblaoVinculao da propostaObrigatoriedade de vinculao da propostaCaducidade Hipteses.Formao dos contratosOcorre quando bilateralmente h a existncia do plo passivo e ativo prevendo direitos e obrigaes e interesses contrapostos, sendo que para a celebrao total do contrato dever existir o consentimento das partes.BilateralDireitos e obrigaes para ambas partes e interesses contrapostosUnilateralDireitos e obrigaes para uma das partes e cabe a outra parte aceitar.Dentre a formao do contrato teremos a parte de negociao, intermediao, ou seja, a oblao contratual. Assim at o momento da oblao eventuais propostas no so obrigatrias, sendo que somente se tornaro obrigatrias aps o consentimento das partes. De acordo com o princpio da vinculao ou da obrigatoriedade da proposta, as partes ficam vinculadas a proposta com fora contratual.As propostas no mundo contratual dividem-se em trs hipteses: expressa, tcita ou verbal. Em relao a proposta tcita, geralmente existe a ligao com o lapso temporal.Momento em que a proposta torna-se obrigatriaA formao dos contratos tem incio com a proposta efetuada pelo policitante, a regra geral a de que proponente fica vinculado a proposta, conforme estabelecido no artigo 427 do Cdigo CivilArt. 427 C.C. A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrrio no resultar dos termos dela, da natureza do negcio, ou das circunstncias do caso.Existem duas teorias principais quanto ao momento em que se forma o contrato, uma entende que o contrato se forma quando o proponente toma conhecimento da aceitao (teoria da cognio), e de outro lado a que v o nascimento do contrato a partir da manifestao de aceitao do oblato (teoria da agnio).Princpio da oblao /ou teoria da oblaoOblaoOferta contratual, do policitante ao oblatoOblatoAquele que aceita uma oferta de contratoO contrato como sabemos resulta de duas manifestaes de vontade: de um lado a proposta e do outro a aceitao. Estes dois elementos so indispensveis formao do contrato.

A proposta tambm conhecida como policitao ouoblao, a oferta de negcio feita a algum, pendente de aceitao, mas que, salvo poucas excees, obriga desde logo o proponente. a partir da proposta que tem incio a formao do contrato.Momento da Concluso dos contratosAto perfeito e acabadoO momento da concluso dos contratos efetivamente quando h o cumprimento total em relao a direitos e obrigaes, ou seja, dever haver entre as partes o uso e gozo do direito estipulado e perfeito cumprimento da obrigao ora estipulada. A concluso dos contratos poder restar prejudicada quando houver pendncia de estipulao perante terceiros e tambm quando houver pendncias em relao as partes. Poder eventual pendncia ser superada se a obrigao imposta entre as partes foi celebrada aps o cumprimento total do contrato principal.Teremos uma exceo quanto as pendncias de obrigaes entre as partes, eis que se eventual obrigao for celebrada aps.Ex: Comprar um terreno e pagar ao vendedor, porm mesmo no paga a comisso relativa venda a imobiliria. O contrato foi concludo, pois a comisso um outro contrato, entre vendedor e imobiliria, porm se no contrato ficou avenado que tanto o vendedor quanto o comprador pagariam a comisso solidariamente, o contrato s ser concluso com o pagamento da comisso imobiliria.Contratos entre presentes (intra praesentes)Contratos entre ausentes (inter absentes)Teoria epistolarCognioAgnioProposta obrigatriaEntre ausentes e presentesArt. 428.Deixa de ser obrigatria a proposta:I - se, feita sem prazo a pessoa presente, no foi imediatamente aceita. Considera-se tambm presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicao semelhante;OBSProposta sem prazo entre presente e no foi imediatamente aceita (princpio da imediatidade, no obrigatriaSegundo a doutrina considera-se tambm presente a pessoa que contrata por fax, carta registrada desde que para localidades prximasII - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;OBSAcesso, facilidade ou dificuldade de comunicao com a parteEx: O vendedor encontra-se em So Paulo e o comprador em Salvador.No h a materialidadeda parteIII - se, feita a pessoa ausente, no tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratao do proponenteOBSEx: Algum encaminha atravs de Sedex o consentimento de uma proposta para o ofertante em Campo Grande MS, porm decide no mais aceit-la e encaminha um fax retratando-se. Como o fax chegar antes do Sedex, a proposta no ser mais obrigatria.Obrigatoriedade da propostaTorna-se obrigatria a proposta, quando geralmente h o consentimento voluntrio e bilateral, porem o artigo 428 do C.C., prev as hipteses em que a proposta no se torna obrigatria.Primeiramente teremos proposta entre ausentes e entre presentes, sendo que a distino versa, que ausente tido como a proposta que se torna prejudicada de cincia ou manifestao pelo decurso do tempo ou localidades distantes.J entre presentes considera-se quando existe a materialidade, ou seja, existe a perfeita inteno entre plo ativo e plo passivo. O Inciso I do Artigo 428 C.C., pondera sobre o princpio da imediatidade no que diz respeito a proposta entre presentes.A ltima exceo est prevista no inciso IV quanto retratao da proposta, eis que a mesma aceita, se conter cincia da retratao antes do recebimento da proposta. nica exceoDo momento da formao do contratoThiago Garcia de Menezes Santos

Resumo:Objetiva explanar de forma prtica e concisa qual vem a ser o real momento da formao do contrato, abordando a divergncia doutrinria acerca do tema, explicitando as teorias e sub-teorias que buscam defini-lo.Sumrio:1. Introduo 2. Desenvolvimento 2.1 Contratos entre Presentes 2.2. Contratos entre Ausentes 3. Concluso 4. Referncias bibliogrficas.1. Introduo:Hodiernamente, tem-se tornado cada vez mais necessria a preciso do momento da formao do contrato, devido s implicaes que a incerteza deste momento pode acarretar. Nos contratos entre ausentes onde se tem percebido maiores dificuldades, que so acentuadas pelas divergncias doutrinrias acerca do tema. Diversas teorias tm sido construdas visando determinar quando um contrato reputa-se formado, entretanto, a no pacificao do tema termina por confundir os contratantes.Tencionamos, pois, esclarecer os teorias e sub-teorias que se destinam a determinar este momento e ,assim, esclarecidamente evitar confuses e transtornos.2. Desenvolvimento:Inicialmente, faz-se mister a conceituao do termo contrato. Na interessante definio de Pablo Stolze, um negcio jurdico por meio do qual as partes, visando atingir determinados interesses, convergem as suas vontades, criando um dever jurdico principal, bem como deveres jurdicos acessrios, decorrentes da boa-f objetiva e da funo social do contrato. O elemento volitivo um dos requisitos mais importantes na formao do contrato e, s aps a declarao dessa vontade, que este negcio est apto a produzir efeitos jurdicos. Em geral, uma das partes faz a proposta, que tambm pode ser chamada de oblao, oferta ou policitao, e a outra, aps analisar essa proposta, aceita ou declina. Pode existir, tambm, uma fase de negociaes preliminares, que denominada de puntuao, porm essa fase no se constitui como regra, e, tambm, no produz nenhuma vinculao ao negcio. No instante do aceite que pode reputar-se concludo o contrato. Sendo assim, determinar com preciso este momento de grande relevncia para o negcio jurdico, e conforme seja o contrato, entre presentes ou ausentes, haver uma maneira peculiar de constatar sua concluso.2.1. Contratos entre PresentesO contrato entre presentes aquele em que as pessoas mantm contato direto, simultneo. Nessa modalidade de contrato no h maiores complicaes, visto que ambos contratantes estaro vinculados ao negcio na mesma ocasio. Se a proposta estipular prazo para a aceitao, esta dever acontecer dentro dele, sob pena de haver a desvinculao do oblato. Caso no haja prazo para a aceitao, esta dever se dar imediatamente.2.2. Contratos entre AusentesO contratointerabsentes aquele no qual os contratantes no tem contato direto, de forma que a aceitao se d por algum meio indireto carta, telegrama, fac-smile, radiograma, e-mail etc. Esta modalidade se reveste de uma maior complexidade, pois a resposta leva algum tempo para chegar ao conhecimento do ofertante, no instantnea, e isso dificulta a determinao do instante em que a avena tida por conclusa. Para estabelecer este momento, a doutrina elaborou duas teorias, a saber, Teoria da Cognio e Teoria da Agnio, desta ultima decorrem trs outras sub-teorias: a da declarao propriamente dita, da expedio e da recepo. analise:A) Teoria da CognioPara esta teoria, o contrato s pode ter-se por formado quando o aceite chega ao conhecimento do proponente. Vale ressaltar, ainda, que se esta resposta for apresentada fora do prazo, com adies, restries ou modificaes, importar nova proposta(CC, art. 431)B) Teoria da AgnioNesta teoria no h a necessidade que a resposta chegue ao conhecimento do proponente. Dela decorrem outras trs sub-teorias:B.1) Teoria da declarao propriamente ditaPara a teoria da declarao propriamente dita, o contrato concludo quando h a redao da resposta, ou seja, quando o aceitante redige a epstola que comunicar ao oblato a aceitao. Esta teoria no pode ser tida como a mais adequada, pois alm de difcil comprovao, deixa o consentimento ainda restrito ao mbito do aceitante, o que denota bastante insegurana jurdica. Imagine-se que o aceitante datilografasse uma carta expressando seu consentimento e no a remetesse, mas guardasse em uma gaveta, mesmo assim reputar-se-ia por efetivado o acordo de vontades. Isso no pode ser admitido, pois se estaria deixando o proponente ao inteiro alvedrio do aceitante.B.2) Teoria da expedioPara esta teoria no suficiente que a resposta seja apenas redigida, mas tambm expedida, s a ento dar-se-ia o acordo de vontades. Tem seu fundamento na no interferncia dos contratantes, uma vez que a resposta j teria sado do alcance e controle do oblato. Nela, bastaria que o aceitante redigisse e postasse uma carta comunicando sua resposta para que a avena estivesse concretizada. Esta teoria considerada por muitos a mais adequada e tambm a de maior potencial probatrio, apresenta-se, porm, um pouco falha, pois qualquer interveno ou interceptao da resposta durante seu trajeto rumo ao oblato seria suficiente para provocar maiores transtornos, uma vez que uma das partes saberia se o contrato havia sido concretizado ou no, devido natureza da resposta, e a outra ainda estaria aguardando sab-la.B.3) Teoria da recepoDas trs, esta a que apresenta maiores exigncias, visto que nela no basta que o aceitante tenha redigido uma resposta e expedido, precisa-se tambm que o oblato a tenha recebido. No significa dizer, contudo, que o contrato s ser formado quando este tomar conhecimento do contedo da resposta, porm o ser no instante do recebimento. Esta teoria tambm a que proporciona maior segurana jurdica, alm de ser de fcil comprovao, sendo para isso suficiente, por exemplo, apenas um AR (Aviso de Recebimento). assente na doutrina que a Teoria da Cognio foi rejeitada, tendo o Cdigo Civil adotado a da Agnio. A dissenso doutrinria, todavia, paira sobre qual das sub-teorias teria sido acolhida pelo novel diploma. Alguns afirmam que seria a Teoria da Expedio, calcados na redao do art. 434 que diz:Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitao expedida, exceto:I no caso do artigo antecedente;II se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;III se ela no chegar no prazo convencionado.Acreditamos ser isto um equivoco, pois, no obstante a palavra expedidater sido usada, podemos verificar que a inteno do legislador foi outra, percebemos isto claramente ao observar o inciso III do artigo supramencionado, que discorre que se a resposta no chegasse ao aceitante no prazo convencionado o contrato no estaria perfeito. Mas porque seria assim se j poderamos consider-lo perfeito no momento da expedio? O nosso cdigo adota na realidade a Teoria da Recepo, o que pode ser comprovado ao analisar tambm ocaputdo art. 433, que rege:Considera-se inexistente a aceitao, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratao do aceitante.Isso s ratifica o que fora dito, pois o contrato s se consuma de fato com a receptao da resposta por parte do proponente. Mais uma vez nos fica patente que o Cdigo aderiu Teoria da Recepo e, ao fazer tal afirmao, o legislador s mitiga a consistncia da Teoria da Expedio. Cremos nisso juntamente com parte da doutrina, principalmente as correntes de vanguarda. Essa posio s proporciona uma maior segurana jurdica e traz mais vantagens aos contratantes, devido sua facilidade probatria.3. ConclusoDe arremate, verificamos que a Teoria da Recepo aquela que melhor atende s necessidades da definio do momento da formao contratual. Entendemos tambm que oesprito da leiquis fazer meno a ela, mesmo tendo empregado o termo expedir. Esta teoria a que proporciona maior segurana jurdica e facilidade probatria.Referncias bibliogrficasGAGLIANO, Pablo Stolze; FILHO, Rodolfo Pamplona.NovoCurso de Direito Civil: Contratos.So Paulo: Saraiva, 2006.GONALVES, Carlos Roberto.Direito Civil Brasileiro, vol. III.So Paulo: Saraiva, 2007.DINIZ, Maria Helena.Cdigo Civil Anotado.So Paulo: Saraiva, 2006.