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1 FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN DE PRODUTO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO CARLA FERNANDES DE LIMA DA TEMPERATURA À ESTÉTICA: PROJETO DE CHUVEIRO VISANDO POSSIBILIDADES DE ESCOLHA DO USUÁRIO VOLTA REDONDA 2011

DA TEMPERATURA À ESTÉTICA: PROJETO DE CHUVEIRO VISANDO POSSIBILIDADES DE ESCOLHA DO USUÁRIO

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trabalho de conclusao de curso

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN DE PRODUTO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CARLA FERNANDES DE LIMA

DA TEMPERATURA À ESTÉTICA: PROJETO DE CHUVEIRO VISANDO POSSIBILIDADES DE ESCOLHA DO USUÁRIO

VOLTA REDONDA 2011

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FUNDAÇÃO OSWALDO ARANHA CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VOLTA REDONDA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DESIGN DE PRODUTO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

DA TEMPERATURA À ESTÉTICA: PROJETO DE CHUVEIRO VISANDO POSSIBILIDADES DE ESCOLHA DO USUÁRIO

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao curso de Design de Produto como requisito à obtenção do título de bacharel em Design de Produto. Aluna: Carla Fernandes de Lima Orientador: Prof. Moacyr Ennes Amorim

VOLTA REDONDA 2011

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FOLHA DE APROVAÇÃO

Carla Fernandes de Lima

DA TEMPERATURA À ESTÉTICA: PROJETO DE CHUVEIRO VISANDO POSSIBILIDADES DE ESCOLHA DO USUÁRIO

Orientador: Moacyr Ennes Amorim

Banca Examinadora:

____________________________________________ Prof. Mestre Moacyr Ennes Amorim

____________________________________________ Prof.

____________________________________________ Prof.

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Para minha família, namorado e amigos com carinho.

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A Deus, a minha família pela dedicação, ao namorado Matheus, ao orientador Moacyr Ennes pela confiança e dedicação e a todos que, de alguma forma, ajudaram nesse projeto.

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RESUMO

Desenvolvimento de chuveiro elétrico baseado em problemas encontrados no dia-a-

dia das casas brasileiras e que ainda não forma completamente solucionados pela

indústria. Analisa-se também a baixa evolução estética dos chuveiros elétricos

propondo uma linha temática de chuveiros inspirado em cenas de banho no cinema.

Palavras chave: Chuveiro, Termostato, Cinema

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ABSTRACT

Development of electric shower based on problems encountered in day-to-day Brazilian houses and not yet a completely solved by the industry. It also analyzes the low aesthetic evolution of electric showers proposing a thematic line of showers bath scenes inspired by the movies. Keywords: shower, thermostat, Movies

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1. Introdução

Se existe um objeto em nossas casas capaz de fazer você relaxar ou deixá-lo

completamente furioso, esse objeto é um chuveiro.

Seu conceito já estava presente nas antigas civilizações, nos banheiros

da nobreza do Egito ou Grécia. Os similares do chuveiro atual, por vezes com

tubulações de cobre e reservatórios para aquecimento, já garantiam a higiene

das populações. Os romanos por sua vez, criaram as casas de banho onde a

socialização entre as pessoas era mais importante que a própria higienização,

transformando o banho em lazer.

Com os povos indígenas, o brasileiro herdou o hábito de tomar banho

diariamente, o que torna esse aparelho indispensável em qualquer residência.

Esse hábito faz com que, em cada casa, pessoas com idades diferentes,

classes sociais diferentes, pensamentos diferentes e gostos pessoais

completamente distintos tenham um chuveiro em seus banheiros. Mas a gama

de usuários, que inicialmente teriam aparelhos diferentes, um para cada

necessidade, acaba encontrando pouca variedade nas gôndolas,

principalmente quando o fator de decisão da compra é a estética. Essa

variedade de usuários não parece gerar nas indústrias a mesma variedade de

produtos.

Em casas cada vez mais personalizadas, onde a pasteurização dos

objetos pessoais vem sendo combatida cada vez mais por designers e

arquitetos, está o chuveiro elétrico que nos deparamos todos os dias. Por

vezes, parece replicar as mesmas propriedades da água que derrama - ser

insípido, incolor e inodoro. É necessário rever a forma do chuveiro.

Podemos perceber nitidamente a disparidade da forma quando um

modelo adequado ao cliente que investe em chuveiros elétricos é aplicado a

um banheiro decorado com detalhes em madeira ou motivos vintage por

exemplo. Considerando a grande quantidade de revestimentos para as paredes

e os diversos temas para porta itens de banheiro, o comprador, por falta de

opção, é inibido a pendurar em sua parede um aparelho semelhante a um pote

plástico ou a um disco voador. Quando consideramos ainda que o grande

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público do chuveiro elétrico é a classe média, com seus banheiros azulejados

cheios de objetos pessoais, chuveiros com linhas quase automotivas e

futurísticas não são uma alternativa coerente. Falta a forma do objeto a mesma

personalidade do cômodo indispensável em qualquer construção.

Além da particularidade estética, deve-se considerar que as

possibilidades de construção de moradias no Brasil são enormes. Respeitando

ou não os parâmetros da construção civil, adequando as condições climáticas

ou a quantidade de membros da família toda casa tem suas necessidades

especiais. Nesse aspecto, a temperatura e a vasão de água podem ficar

debilitadas, sendo preciso reavaliar a regulagem de aquecimento e de jato de

água dos produtos que estão no mercado.

Quando as marcas presentes se preocupam em resolver esses detalhes

tão relevantes, o nomeiam de inovação e com isso aumentam o valor dos

aparelhos, criando praticamente uma nova linha de aparelhos da empresa. Um

chuveiro habitual com três opções de temperatura custa em média 35 reais.

Por que um de quatro temperaturas que apenas substitui a chave deslizante da

parte superior do produto por uma vareta plástica que rotaciona, custa entre 50

e 70 reais? E ainda, esse novo dispositivo foi elaborado tão bem como poderia

ser, respeitando a ergonomia e valendo-se de alguma qualidade estética?

Com o ato de tomar banho sendo associado a outros conceitos que

ultrapassam a higiene, tornar a função agradável é o mínimo que pode ser feito

em respeito ao comprador. Não se trata necessariamente de atender a um

mercado de nicho, os que moram em lugares frios, os que moram em lugares

quentes ou os que gostam de cores e de enfeites pela casa, só de atender bem

um público que já está cativo.

O benefício de desenvolver produtos pensando em funcionalidade em

cada detalhe e no visual que esse objeto proporciona é posicionar-se como

pessoa interessada em produzir objetos para pessoas.

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2. Justificativa

Para abordar a relevância do desenvolvimento de um chuveiro elétrico, é

necessário inicialmente afirmar que todo projeto de produto criado sobre o

regimento de uma metodologia de Design é benéfico não só para a indústria,

que se beneficia com um produto inovador e diferenciado, como para o

consumidor, que certamente utilizará uma peça dedicada a seu conforto e

necessidade.

É importante para o setor industrial que renovações técnicas e científicas

apareçam. Propor melhorias estéticas e funcionais também transforma o

consumidor, que passa a ser mais exigente. Justifica-se também a participação

do designer e sua relevância, já que o design é um investimento que

desenvolve toda a linha comercial, da fabricação ao uso. Trata-se de um

profissional apto a solucionar desafios projetuais, que sempre deve ser

consultado.

Chuveiros elétricos que são instalados logo abaixo da caixa d’água

normalmente fazem com que a temperatura do banho fique potencializada, ou

seja, a água sai do reservatório exatamente da temperatura que estava, passa

por uma tubulação muito curta e cai, hora frias em excesso, hora quentes

demais quando somada ao aquecimento do aparelho. Esses aparelhos com

apenas três modos de temperatura, inverno – desligado – verão, acabam

desconsiderando a opinião do consumidor quanto ao gosto do banho. Cabe

então ao usuário tentar regular o fluxo da água no registro como um paliativo à

temperatura desconfortável, mas o resultado dessa compensação normalmente

são minutos de uma estressante e milimétrica batalha. O mesmo se aplica a

residências onde a tubulação divide a água quente da água fria, normalmente

usada para aquecimento a gás e solar.

Verificando esse impasse, o mercado de chuveiros elétricos visualizou a

possibilidade de mudança perante o problema apresentado e oferece novas

opções de controle de temperatura. Deve se considerar que algumas são muito

precárias, com baixo apelo estético e por vezes sem melhoria definitiva, mas,

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em todo caso, se existe a explosão de lançamentos desses aparelhos como

podemos verificar todos os dias nas lojas, certamente existe a demanda.

A responsabilidade atual na criação desses aparelhos, já que teremos

que corresponder a essa benéfica alteração, é rever os modelos que saem com

tanta urgência das fabricas para acompanhar a tendências, que usam

adesivações baratas e soluções preguiçosas. Devem-se combater os

pequenos erros que estão passando despercebidos.

Outro detalhe é que o design dos chuveiros encontrados no mercado

não correspondem à ampla possibilidade de formas e temas, diferenciais que

poderiam agradar o cliente.

Por ser o usuário a parte mais relevante no processo de

desenvolvimento de qualquer produto esse projeto defende que se tenha mais

preocupação com a criação de chuveiros. O banho não é apenas uma forma de

higienização e esse aspecto tem carência de ser analisado.

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3. Objetivos

Criar um chuveiro elétrico com regulagem sensível de temperatura que possa

ser usado em residências onde a proximidade com o reservatório de água

altere a eficácia do sistema de aquecimento.

O regulador deve facilitar o controle da temperatura e aumentar a

sensação de controle do usuário em seu banho, o que gera maior conforto.

É necessário avaliar o design das principais marcas de chuveiro no

mercado nacional para concluir se linhas de criação são relevantes ou não, se

seguem algum tipo de conceito e se tem o objetivo de combinar com o estilo de

residência de seu consumidor.

Outro ponto que pode ser avaliado é o custo. Embora dificilmente se

encontram dados industriais sobre o custo de produção de um chuveiro e

dados sobre o tipo de equipamento que encareceria a confecção, é necessário,

sempre que possível, indicar meios mais baratos de produção.

Avaliar a atividade é importante, não só pela possibilidade de servir de

base para a criação de novas funções ou da estética do produto, mas também

da ergonomia, já que ações relativas a pegas, botões, teclados e mostradores

comandam a relação entre o usuário com o objeto.

Buscar tecnologias que possam melhorar o banho e causar menos

impacto no meio ambiente, seja por economia elétrica, de água, reciclagem,

reutilização ou até mesmo de logística.

3.1 Objetivos operacionais

Desenvolver chuveiro elétrico dentro dos padrões estabelecidos por

normas, viabilizando a produção.

Considerar a inclusão de um mostrador digital da temperatura da água com

controle remoto ou painel digital para seleção da temperatura.

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Levantar produtos já existentes que estejam dentro da categoria de

chuveiros elétricos com regulagem de temperatura.

Fazer análise da tarefa. Fotografar a pega no registro e nos reguladores de

temperatura, manuseio para limpeza, troca de resistência e instalação.

Levantar materiais para a

produção do produto garantindo o melhor funcionamento e o apelo estético.

Avaliar as formas de

usinagem e montagem, avaliando a viabilidade de moldes e encaches bem

como uma boa relação entre custo e benefícios.

Considerar o público brasileiro como primeiro foco de consumidor.

Considerar particularidades da população tanto em seus hábitos de higiene

quanto os detalhes de sua residência.

Conceituar o desenvolvimento do processo criativo com referências do

cinema, onde encontramos com frequência cenas que replicam a atividade

de tomar banho, sejam reais ou caricaturadas.

Propor a melhor solução para o projeto baseado nos resultados das

matrizes de decisão e metodologia adotada.

Produzir Mock up em tamanho real simulando o máximo possível a real

aplicação de componentes eletrônicos e outros componentes.

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4. Requisitos

Para a definição de requisitos, considera-se adequado o sistema de

avaliação de Moraes (1993), que contempla a utilização das definições

Sensório-formais, Significação, Usabilidade, Espaciais, Ecossistêmicos,

Resistência, Estruturais e Moventes, Produtividade e Manufaturabilidade e de

Custo e Análise de Valor na composição de um produto.

Sensório-formais

- Adotar a chuveiro modelo SS Cornona como menor dimensão; - Favorecer superfícies lisas para facilitar limpeza exceto áreas de pega; - Considerar cor em todo o conjunto ou em algumas peças; - Considerar texturas que pareçam outros materiais além de plástico; - Qualidade de acabamento principalmente em detalhes como adesivos, posição de ícones, leds, relevos entre outros; - Forma inovadora no mercado; - Estética adequada as cinco categorias de filmes usados como temática; - Materiais agradáveis ao toque; - Desenvolver e indicar forma ou utilização de todas as peças do sistema de um chuveiro elétrico.

Significação

- Ser irreverente e cativante; - Jovem; - Cult; - Leve; - Personalizável; - Conceitual e temático; - Aplicável ao estilo do banheiro brasileiro; - Diferenciar forma sem perder o entendimento do objeto; - Desejável.

Usabilidade

- Facilitar controle de temperatura d’água com um termostato; - Reduzir necessidade de um manuseio fino no registro para regular a temperatura da água; - Retirar o controle do modo de temperatura do corpo

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do aparelho, acabando com ações feitas acima da cabeça do usuário; - Garantir conforto postural; - Adequação dimensional de botões e painéis digitais; - Restringir temperatura mínima e máxima do sistema de aquecimento para segurança do banho; - Simplificação do processo de instalação e minimização de esforços; - Comunicação de funções por botões, painéis e ícones com mensagens claras e limpas; - Facilidade na troca de resistências e reparos;

Espaciais

- Interação com o espaço arquitetônico; - Adequável a qualquer tipo de decoração de banheiro; - Possibilidade de correção dos problemas que ocorrem pela localização do reservatório de água e outras configurações da construção civil

Ecossistêmicos

- Oferecer sistema simples de troca de resistência aumentando o tempo de vida útil do produto e evitando descartes; - Oferecer modo de trocar o corpo do chuveiro, reduzindo o descarte de peças ainda ativas tal qual câmeras fotográficas, onde se o mecanismo da máquina estragar permanecemos com a lente; - Desenvolver partes personalizáveis que o consumidor não queira descartá-las; - Verificar a utilização de outros materiais em peças decorativas reduzindo a quantidade de ABS; - Reduzir, sempre que possível, a quantidade de componentes do produto; - Considerar outras formas de energia junto à elétrica e utilização de pilhas e bateria para peças adicionais;

Resistência

- Possibilidade de instalação em áreas sujeitas ao tempo; - Quedas durante trocas e instalações; - Resistência a superaquecimento, vapor de água; - Reduzir degradação estética do produto; - Preocupação com isolamento dos sistemas elétricos e hidráulicos garantindo segurança contra choques.

Estruturais e Moventes

- Estruturação do sistema hidráulico; - Estruturação do sistema elétrico; - Definição de dimensionamento dos sistemas; - Utilização de termostato; - Definição de tubulação adequada; - Definição de uma resistência existente no mercado; - Opção entre resistência molhadas ou blindada; - Peças desencaixáveis;

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- Peças para revestimento. - Tipos de botões e displays - Limitação de áreas acessíveis e inacessíveis à intervenção do consumidor;

Produtividade e Manufaturabilidade:

- Avaliação de produção frente ao modelo escolhido; - Considerar apenas produção em larga escala; - Preferencia do material ABS por seus atributos e garantida viabilidade de produção; - Alteração de design baseado principalmente em novas configurações de estilo e conceito, alterando pouco os métodos e processo da empresa; - Preferência pela utilização de tecnologias existentes e viáveis, mas ainda não aplicadas a chuveiros elétricos;

Custo e Análise de Valor

- Prezar pelo menor custo de produção possível; - Indicar peças para a reposição que ofereçam valores atraentes para a manutenção; - Posicionar produto como um produto inovador onde vale investir um pouco mais; - Valor adequado ao público-alvo definido; - Comercialização preferencial em loja de material de construção e decoração onde o apelo visual possa ser facilmente contemplado; - Indicações de distribuição e logística; - Analise do valor de venda da concorrência; - Atenção a valores de possíveis componentes importados e suas alternativas nacionais, se houverem.

É importante frisar que muitos desses requisitos pertencem a mais de

uma categoria, mas não serão repetidos. Durante o desenvolvimento do

produto, tais tópicos serão compridos da melhor forma possível, cabendo a

cada um, justificativas sobre a escolha.

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5. Restrições

Norma NBR 5410: Instalações Elétricas de Baixa Tensão – Para o

desenvolvimento de chuveiro elétrico é necessário ter conhecimento das

normas de energia elétrica para residências e estabelecimentos.

“Esta Norma fixa as condições a que devem satisfazer as instalações elétricas aqui estabelecidas, a fim de garantir seu funcionamento adequado, a segurança de pessoas e animais domésticos e a conservação dos bens.” (NBR 5410, 1997, p.1)

PBE – Programa Brasileiro de Etiquetagem, Etiquetagem Resp/002-AAQ

“Grupo Técnico de conservação de energia e etiquetagem em eletrodomésticos

– aparelhos elétricos fixos de aquecimento instantâneo de água: Chuveiros,

torneiras e aquecedores elétricos” – Trata-se de uma avaliação de consumo de

energia inspecionada pelo INMETRO para qualificar o produto considerando

desde a finalidade técnica da informação até seu beneficio publicitário. “A

ENCE – Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – tem por objetivo

informar o consumo de energia de aparelhos elétricos fixos de aquecimento de

água.” (PBN – INMETRO, 1991)

Em cidades onde a queda de energia é frequente, o sistema elétrico do

chuveiro pode ser danificado. Em locais onde o frio é mais rigoroso, banhos

demorados com pouco volume de água podem queimar a resistência caso o

disjuntor não esteja preparado para desarmar.

Abastecimento de água tratado com muito cloro pode gerar desgaste

nas peças internas do chuveiro. Quando mesmo tratada, a água apresenta

partículas de terra e sujeira pode ocasionar o entupimento dos furos.

Algumas regiões rurais podem utilizar geradores o que faz necessário

verificar se causam qualquer impacto no aparelho.

Verificar restrições de tecnologia e viabilidades de produção e

implantação sempre que for sugerido algo.

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6. Métodos e técnicas

Como todo projeto de design, esse desenvolvimento demanda métodos e

técnicas para a garantia de um processo de criação acertado, centrado do

usuário e com resultado coerente à problemática apresentada.

Segundo Munari (1981, p.10), o método de projeto não é mais do que

uma série de operações necessárias, dispostas em ordem lógica, ditada pela

experiência. Seu objetivo é o de atingir o melhor resultado com o menor

esforço. É essa experiência que auxilia a produção de um novo projeto. Seguir

um método avaliado anteriormente reduz os percalços que estamos sujeitos a

passar quando projetamos algo. O método também é o que diferencia a prática

profissional do desenvolvimento empírico de um objeto. Só de seguir um

método, estamos otimizando o tempo de projeto, reduzindo as tentativas e

erros. Esse é um dos maiores benefícios de se traçar caminhos sobre uma

metodologia certificada.

Para isso, foi adotada como diretriz a metodologia defendida por Munari

(1981) que se baseia no conceito inicial de existência de um problema de

design e uma solução para tal. No entanto, é um erro pensar que a solução

direta é a mais adequada ou certa. A solução mais imediata certamente ignora

uma série de dados que necessitariam de uma avaliação mais profunda e pode

também ignorar a possibilidade de criar produtos inovadores frente a uma

adversidade. Para chegar a um melhor resultado, é necessário decompor o

problema para ampliar a quantidade de informações. Conhecendo os

subproblemas oriundos do grande problema, parte-se a levantar dados que, de

alguma forma, tenham relevância para o projeto. Ao analisar esses dados,

temos informações do que se pode fazer, de que tipo de solução investir, o que

os concorrentes estão produzindo e, principalmente, o que não se deve fazer

no projeto. Com uma base solida sobre o tema, cria-se o objeto

desenvolvendo-o não como uma mera ideia, sujeita a erros e irrealidades, mas

como criatividade, uma solução cabível e confeccionável. Ainda assim, com o

resultado criativo em mãos, é necessário avaliar a tecnologia disponível para a

execução, experimentar os materiais e técnicas disponíveis e construir modelos

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para a demonstração funções e aplicações. Uma verificação do produto, ainda

antes de sua solução fechada, é necessária. Sempre que possível, é ideal que

o objeto seja testado com usuários para que uma coleta de dados funcionais

seja recolhida e considerada. O último passo é produzir os desenhos de forma

clara e legível para a produção de um protótipo, modelo de teste que faz todas

as funções que os produzidos em série farão. Só passando por todo esse

processo, desde seu levantamento de dados até a conclusão de um modelo

replicável, é que podemos certificar de fato a solução de um problema de

design.

Como funciona a Metodologia de Munari

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Em todo caso, uma metodologia nunca é fechada o suficiente que não

precise de adaptações e inclusões em seu avanço. “O método de projeto, para

o designer, não é absoluto nem definitivo; pode ser modificado caso ele

encontre outros valores objetivos que melhorem o processo.” (Munari, 1981, p

11) Notando a possibilidade de situações adicionais de métodos e técnicas,

principalmente quanto à conceituação estética do produto e o que sua forma

deseja transmitir, foi adotada a técnica de brainstorming que segue descrita

abaixo. Provavelmente, outras técnicas aparecerão no decorrer do

desenvolvimento do produto, como caixa morfológica, matriz de decisão e

avaliação e mind map. Nessa situação, qualquer outra técnica ou metodologia

aplicada mediante necessidade durante o projeto terá sua defesa e

exemplificação apresentada junto a sua aplicação nesse trabalho.

“O brainstorming não é necessariamente a melhor técnica para gerar

ideias [...] mas demonstra seu valor quanto à meta é abrir uma ampla

variedade de ideias” (Brown, 2009, p.74)

A técnica do Brainstorming é geralmente aplicada a grupos, mas é

também funcional para qualquer pessoa motivada a criar ideias. Trata-se de

um momento exclusivo para pensar no foco de um problema e gerar ideias

soltas, completamente descomprometidas e sem avaliação de crítica

inicialmente, que podem dar o pontapé inicial para soluções definidas mais à

frente.

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7. Problematização

Mediante as atualizações constantes da maioria dos produtos considerados

eletro-eletrônicos no mercado, o chuveiro elétrico, com tantas configurações e

funcionalidades similares a outros utensílios, pouco evoluiu.

Frente a esse fato, é fácil concluir que trata-se de um produto

subestimado até mesmo pelos próprios fabricantes. Na maioria dos casos,

empresas de outros produtos que investem nesse diferencial proporcionado

pelo design, transformam suas fábricas em casos de sucessos. Falta ao setor

incluir funcionalidades inesperadas a seus produtos em busca de diferencial.

“É difícil desenhar produtos por focus groups. Muitas vezes, as pessoas não sabem o que querem até você mostrar para elas”

(Jobs, 1995)

Para adequar o produto a uma situação ideal, devem-se considerar os

problemas como desafios, esses, elevarão os padrões quando solucionados.

7.1. Reconhecimento do Problema

Chuveiros elétricos apresentam problemas de regulagem de temperatura, e

embora os fabricantes desse mercado já tenham apresentado soluções para

sanar essa situação, tão dependente do ambiente em que se encontra e não

do objeto em si, muitos aparelhos ainda não estão à altura do que poderia ser

proposto como solução.

Pode-se perceber avaliando modelos distintos que diversas empresas

acompanharam essa primeira evolução de controle de temperatura fazendo

mera cópia da empresa pioneira. Portanto, pouco foi proposto, não havendo

diversidade de soluções do mesmo problema.

A montagem e instalação também são problemas em potencial a serem

averiguados. Dar autonomia ao comprador de montar seu próprio aparelho sem

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a necessidade de contratação de terceiros é gerar um benefício. Garantir sua

segurança e conforto nesse processo é um dever da marca.

A forma futurista ou como simples revestimento do equipamento pouco

colabora para uma escolha planejada do aparelho. Chuveiros elétricos ainda

são vistos como uma necessidade e não como uma opção e por isso o apelo

visual é facilmente ignorado.

Chuveiros elétricos pouco inovam em formas, diferentemente das

duchas, onde o sistema elétrico não é presente no corpo do objeto e por isso,

ficam mais livres de restrições. Não se adaptam a tendências de decoração e

revestimentos de sua área de aplicação, portanto raramente são peças

relevantes nesse contexto.

Não apresentam linhas de criação e grandes demonstrações de conceito

em sua forma. Por vezes apresentam linhas futurísticas que nem sempre são

coerentes ao espaço arquitetônico da maioria das casas brasileiras.

Deixam a desejar quanto à usabilidade e ergonomia. Os controles de

temperaturas são restritos na maioria dos modelos e seu ajuste é feito acima

da cabeça do usuário. Por vezes é necessário segurar no corpo do aparelho

para manusear os botões de ajuste. Outras vezes a transferência é feita com o

sistema de uma haste que reduz o esforço da troca de temperatura, mas que

não beneficia o modelo em estética. Não existe facilidade em regular a

temperatura minunciosamente, e geralmente essa responsabilidade fica mais a

cargo do controle de fluxo de água no registro do que no sistema de

aquecimento do aparelho. A interação limitada sugere a submissão do usuário

ao objeto quando o efeito deveria ser contrário.

7.2. Delimitação e Formulação do Problema

Problema: O chuveiro elétrico é um produto que pouco desenvolveu.

Apresenta aspectos negativos diversos, mas passivos de solução e atualização.

Delimitação do

Problema Formulação do Problema

Sensório-formais

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- Qual é o espaço mínimo para o sistema elétrico que deve ser respeitado? - Como prezar pela superfície lisa sem reduzir possibilidades estéticas? - Como incluir cor sem obviedades e problemas de produção? - O que fazer para que a aparência fuja da aparência do plástico? - Onde incluir tecnologia e funcionalidades adicionais e que componentes serão esteticamente adequados? - Deve-se prezar por uma forma completamente inovadora? - Como desenvolver chuveiros elétricos baseados em cenas do cinema? - Quais materiais são mais agradáveis ao tato? - Como será a personalização desse chuveiro?

Significação

- Quão irreverente e cativante pode ser um chuveiro? - Como atingir o público jovem? - É valido atribuir à carga cultural cinematográfica a um produto? - Como transparecer leveza? - Como a personalização pode impactar o comprador? - Como desenvolver produto temático/conceitual e vendável? - É aplicável ao estilo de decoração dos banheiros brasileiros? - Deve-se manter limite de abstração da forma para garantir a leitura do objeto com um chuveiro elétrico? - Como despertar o desejo de compra?

Usabilidade

- Como facilitar a visualização da temperatura? - Como incluir o sistema de termostato? - Como retirar o incômodo da regulagem de temperatura no registo? - Qual o local mais adequado para o regulador de temperatura? - Como garantir o conforto postural? - A que público adequar as dimensões de pega e tamanho de letras em displays e botões? - Qual temperatura mínima e máxima saudável para o banho? - Como simplificação do processo de instalação e minimização de esforços; - Ícones e informações devem acompanhar possível temática ou permanecerem claras e objetivas? - Como fazer reparos com facilidade?

Espaciais - De que forma o chuveiro interage com o ambiente? Como será estabelecida a relação entre os dois?

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- Como solucionar os problemas encontrados nas residências referentes aos reservatórios de água e outras configurações da construção civil? Será incluído o modo turbo, Termostatos, resistência blindada?

Ecossistêmicos

- Como aumentar o tempo de vida útil do produto? - Como reduzir o descarte quando o produto estraga? - Como a personalização de peças pode evitar o descarte do produto todo? - Como reduzir a quantidade de ABS no produto? Isso é possível? - Como trabalhar com o mínimo de peças necessárias para cumprir as mesmas funcionalidades desejadas por um chuveiro elétrico? - Existe como utilizar outras formas de energia juntamente a energia elétrica no chuveiro ou em seus componentes adicionais? Qual a opção mais benéfica? Há como utilizar a água ou a própria força dela para gerar energia para o próprio produto?

Resistência

- O que é preciso para que o chuveiro resista se instalado em áreas sujeitas à ação do tempo? - Como reduzir a possibilidade de quedas na manutenção do produto, trocas de acessórios e outras funções? É necessária a adição de pegas marcadas? Incluir travas com resposta sonora? - Como deve ser a composição do produto para que ele se mantenha resistente à umidade e superaquecimento do ambiente? - Como reduzir degradação estética do produto no que se refere à poeira, alteração na cor original do material e ação de fungos? - Como tornar o produto mais seguro? O que é necessário isolar do contato com o usuário?

Estruturais e Moventes

- Quais os componentes que pertencem ao sistema hidráulico? - Quais os componentes que pertencem ao sistema elétrico? - Qual o espaço físico necessário para comportar cada sistema? - Quais os componentes que pertencem ao sistema de termostato? Quais partes estarão no corpo do chuveiro e quais estarão no controle de temperatura e display de visualização? - Qual o espaço físico necessário para comportar ambas as partes do sistema do termostato? - Qual a tubulação adequada para o produto? - Qual resistência elétrica existente no mercado fará parte

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do sistema elétrico? - Deve-se optar por resistência molhada ou blindada? - Como deve ser o sistema de encaixe do produto na parede? - Como deve ser o sistema de encaixe da resistência e as peças referentes ao seu processo de substituição? - Como deve ser o sistema de encaixe das peças personalizáveis? - Quais componentes precisam de revestimento estético? - Definir como será o estilo de botões, posição dos mesmos, estilo de display e posição do mesmo? - Quais componentes ou sistemas devem ser inacessíveis ao consumidor? - Como otimizar a troca de resistência?

Produtividade e Manufaturabilidade

- Qual a viabilidade do modelo de chuveiro escolhido? - O modelo é completamente reproduzido em linha de produção? Dispensa manufatura? - Como certificar se o ABS é o material mais viável para a produtividade? - Como criar um produto inovador sem alterar muito nos métodos, máquinas e processos vigentes nas industrias do segmento? - Como e quais tecnologias já existentes são possíveis empregar em um chuveiro elétrico?

Custo e Análise de Valor

- Como tornar o custo de produção o menor possível? - Quais peças de reposição tem valores mais atraentes para o usuário? - Como explicitar os benefícios do produto para que, no caso de custo mais alto, pareça mais vantajoso? - Como tornar o valor final do produto condizente com seu público alvo? - Como apresentar o produto para que ele tenha um apelo visual forte no ponto de venda? - Como prever detalhes que possam facilitar distribuição e logística do produto? - Como verificar se o valor do produto estará condizente com os da concorrência? - Quais componentes necessários são importados? Quanto custam com o valor de importação? Existem alternativas nacionais?

Espera-se que boa parte dessas perguntas seja respondida com as

análises das informações levantadas no decorrer da pesquisa. Análises de

similares serão úteis principalmente às questões subjetivas, onde a avaliação

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dos produtos responderá se outras formas e aplicações já foram capazes de

atingir tais necessidades.

8. Levantamento e Análise de Dados

8.1. Usuários

Algumas considerações devem ser feitas quando avaliamos o usuário dos

chuveiros. Se pensarmos em um jovem solteiro, essa pessoa não só usa o

produto, como escolhe o modelo ideal. Se pensarmos em uma família, algumas

pessoas irão apenas usar o produto. Isso faz com que o público dos chuveiros

seja enorme e suas diferenças de idade, peso, altura e opinião sejam difíceis

de tabular. Portanto vamos começar definindo um público além dos usuários.

Crianças, além de necessitarem do acompanhamento de um adulto no

banho, necessitariam de um repertório mínimo para compreender qualquer

conceituação estética voltada para os grandes compradores desses aparelhos:

os adultos. Mesmo que tivessem o entendimento de uma temática adulta,

certamente não teriam experiência para compreender voltagens, volume de

água e outros dados técnicos. Definitivamente o produto que será resultado

desse projeto não tem foco infantil.

O projeto é inicialmente voltado para o público brasileiro pela notável

mudança de expectativas desse consumidor, muitas vezes incentivado por

programas de televisão, apresentando referências em decoração. Outro motivo

claro é a facilidade de reunir pesquisas e publicações sobre o gosto e consumo

do brasileiro.

Somos diversos em etnia, em opiniões e em estilo de vida. Muitas vezes

a indústria ainda pensa em grandes séries de produtos e se esquecem de que

podem explorar cada parte de uma família.

“O tradicional arranjo de pai, mãe e filhos será minoria. Jovens solteiros, casais sem filhos, famílias lideradas por uma mulher, casais do mesmo sexo, casais de terceira idade, pessoas de idades diferentes sob o mesmo teto, filhos únicos, filhos de diferentes casamentos – a diversidade não tem fim” (SENAI, 2011)

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Nossos gostos e tradições também são pouco explorados. O povo

brasileiro gosta de cores vibrantes, junta uma enorme quantidade de objetos e

frequentemente colocam muito de sua personalidade nos objetos da casa.

Entre as definições de público, não convém definir segmentação

masculina ou feminina para um chuveiro. Embora até se imagine que um dos

dois gêneros tenha mais presença na compra de um chuveiro, limitar o sexo do

usuário é definir demais uma área de atuação o que pode cortar possibilidades.

Em pesquisas recentes, a classe C, renomeada com o termo “on the

pocket”1, começa a expressar suas necessidades próprias. O grupo que não

investia em decoração por motivos de baixa renda familiar, hoje com o

aumento do poder de compra, começa a visualizar que suas necessidades não

são atendidas como gostariam. Preferem o próprio conforto à adquirirem peças

para ostentarem valores, mas prezariam por ambos, se pudessem.

“Para os pesquisadores, ficou evidente que dentro desse grupo se desenha o cenário ideal para o design contemporâneo. É onde afloram as maiores e mais ricas possibilidades de intervenções, priorizando a relação função x estética x produção. O design, enquanto agente fundamental para o apelo estético, não ocupa papel principal para esse grupo, ao menos em nível consciente. Mas é ferramenta indispensável para que se alcance não apenas a aproximação com esse novos consumidores, como também a realização dos desejos criados a partir das mudanças econômicas e sociais” (SENAI, 2011, p.38)

Trata-se de uma nova oportunidade de mercado que fica cada vez mais

visível a mudança na postura das publicações de decoração, casas funcionais,

objetos baratos, mas confortáveis e belos.

1 SEBRAE ()

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É preciso nesse projeto, saber que, quando o termo usuário for utilizado,

é preciso pensar na pessoa para qual o design está orientado e não somente a

faixas etárias e dados antropométricos.

8.1.1. Web: redes sociais, blogs, sites, jornais, revistas etc.

Ao passo que as pessoas veem cada vez mais o banho como um

momento de relaxamento, outras necessidades são criadas para esse

aparelho.

Em uma pesquisa por sites e blogs de casa, decoração e bem estar, foi

possível encontrar adaptações no chuveiro elétrico para que ele passasse a ter

funções ou até mesmo significados diferentes da função prática de

higienização.

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Uma adaptação recorrente foi à bolsa com sais de banho. Como a

maioria das pessoas não possui banheira em casa, mas deseja relaxar

utilizando produtos para banheira, a alternativa e anexar uma pequena bolsa

de tule ou tecido de algodão que aromatize a água do banho. É difícil

compreender como até hoje não existem propostas no mercado de acoplem

essas soluções populares.

Outros produtos também buscam atender melhor a atividade baseado

em hábitos comuns durante o banho, como cantar, ouvir música e pensar em

alguma outra atividade.

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Tanto a esponja em forma de microfone quanto o caderno à prova

d’água são produtos baseados em brincadeiras, atividades que boa parte das

pessoas exerce durante o banho. É tão fácil se identificar com um produto

baseado nessas ideias cotidianas que as lojas que vendem esses “mimos” só

crescem.

8.1.2. Análise dos dados dos usuários

O público de chuveiros elétricos é em sua maioria composta pela classe média.

São pessoas com oportunidades diversas que talvez não tenham uma casa

nas condições que desejam, morem de aluguel ou talvez passem anos

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concluindo uma construção, mas isso não significa que elas não sabem o que

desejam e não tenham referencias do que é bom, bonito e novo.

Trata-se de brasileiros, adultos, de ambos os sexos, independente de

estado civil que presem por conforto, beleza e diferencial. São apegados aos

objetos e abertos a novidades.

8.2. Ambiência

Tendo o banheiro como ambiente do chuveiro, podemos descrevê-lo

como um cômodo de residências ou estabelecimentos destinados a

higienização do corpo. Se imaginarmos um banheiro, os itens que primeiro

vamos imaginar são a pia, o vaso sanitário e o chuveiro. Logo esses itens vão

sendo seguidos por demais objetos que também promovem a higienização,

como sabonetes, papel higiênico, toalhas, shampoos, pentes, entre outros. Se

continuarmos lembrando todos os itens de um banheiro, logo perceberemos

que as pessoas ainda remontam as ideias dos banhos romanos, prezando pelo

conforto e satisfação e transformando o espaço de limpeza em spas caseiros

abarrotados de cremes e perfumes. Isso certamente é esperado de um

chuveiro atual, que deve acompanhar os conceitos do seu entorno.

O banheiro deve ser destacado como um ambiente onde a segurança

deve ser reforçada. Juntamente à cozinha, o banheiro é grande causador de

acidentes nas residências. Portanto fatores do banho como estar com os pés

diretamente no chão, muitas vezes sem um tapete de borracha sob os pés

devem ser lembrados no desenvolvimento do objeto e suas tecnologias. O

tamanho reduzido dos banheiros, dado a redução das moradias alerta sobre o

tamanho total dos aparelhos, que mesmo estando no alto, podem atrapalhar o

ambiente se muito grandes.

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Publicação explica as distâncias seguras para qualquer banheiro

Como banheiros inicialmente são espaços muito funcionais, a maiorias

dos fabricantes, para valorizar seus produtos, acabam idealizando um

ambiente muito diferente do real.

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Dificilmente um banheiro brasileiro da classe C, grande usuária de chuveiros elétricos, será

assim.

O que essa idealização acaba gerando são projetos futurísticos de

chuveiros com formas espaciais e automotivas, acabamentos cromados pelo

vício do uso e pouca ou nenhuma intimidade com os revestimentos de parede

e armários desse ambiente. A variedade de texturas cerâmicas, cores e formas

de lousas e os revestimentos dos móveis destinados a esse espaço já deveria

ter inspirado o mercado de chuveiros a acompanhá-los.

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Banheiro tradicional, mais próximo da realidade das casas brasileiras.

8.3. Similares

Para gerar uma boa base de similares, três tipos de produtos foram

analisados, os chuveiros com regulagem de temperatura por controle digital, os

chuveiros com controle eletrônico e botões contínuos para a regulagem e os

chuveiros comuns, de três temperaturas. O objetivo é tanto observar os

modelos mais próximos do desejável, como visualizar benefícios até dos

modelos mais simples. Os itens avaliados nesse grupo são principalmente as

dimensões do produto, o peso, o tipo e a troca da resistência, a voltagem, o

consumo de energia, o consumo de água, os materiais, estética e

acabamentos, preço e características adicionais.

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8.3.1. Similar Nº 1 - Bello Banho Lorenzetti

Troca da resistência – não informa Potencia / Consumo de energia

Consumo de água – Não informa

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8.3.2. Similar Nº 3 – Tradicional Fame

Potência / Consumo de energia

Troca da resistência – Não informa Consumo de água – Não informa

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8.3.3. Similar Nº 3 – TermoSystem

Potência / Consumo de energia

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Troca da resistência

Consumo de água – Não informa

8.3.4. Similar Nº 4 - Délus Digital TermoSystem

Produto divulgado no site da empresa por curto período de tempo e depois

retirado. Não é possível encontra-lo para compra.

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Potência / Consumo de energia 220V - 5500W Troca da resistência Consumo de água – Não informa

8.3.4. Análise Diacrônica

Para compreender melhor sobre os chuveiros elétricos é necessário conhecer

não só seus componentes e funcionalidade, mas também a história das suas

formas e funcionalidades.

Essa análise só foi possível com as informações e fotografias da coleção

pessoal de aparelhos eletrônicos de “Gugue”, membro do site de portfólio

fotográfico Flickr.

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1050 - Sintex Automático (1957) - Modelo da Sintex lançado em 1957, feito de

latão com acabamento cromado. O cabo superior é a chave para alterar o nível

de aquecimento. Um diafragma dentro sobe e liga o aquecedor

automaticamente quando a água flui, desligar-se o dispositivo fechando a água.

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1060 – Robot, Canhos - feito de aço esmaltado em várias cores. Feito pela

empresa brasileira Canhos que inventou o sistema automático de “liga/desliga”

do aquecedor elétrico. A saída de banho é feito de aço inox. Com duas bobinas

de aquecimento, fornece quatro níveis de temperatura combinando as duas

chaves simultaneamente. As combinações viáveis eram 0-0, 0-1, 0-2, 1-2,

sendo que a combinação de chaves 1-2 ligava as duas bobinas para

trabalharem juntas para um banho muito quente.

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1070 - Novaducha Lorenzetti (1977) - chuveiro elétrico de plástico com

registencia imersa no fluxo d’água. O trabalho elétrico desse chuveiro produzia

um som estranho devido ao Efeito Joule.

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1080 - Ducha Thoroh (1080) – O chuveiro elétrico redondo tinha cintura preta e

várias cores para combinar com os acabamentos e sanitários das casas

brasileiras. A saída de água era pequena, de aproximadamente sete

centímetros de diâmetro. Segundo comentários do dono do exemplar, isso

proporcionava um jato forte mais muito estreito para as dimensões do corpo,

logo, desconfortável. O fabricante anunciava em sua embalagem “Não queima,

não usa resistência – põe a resistência por água abaixo”. O texto publicitário se

refere ao fato de que o chuveiro realmente não era aquecido por uma mola

niquelada – resistência – e sim por um dispositivo que fechava o contato em

placas de aço inoxidável para aquecer a água.

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Para produzir chuveiros elétricos compativeis a 220 volts, colocavam

mais chapas de aço inoxidavel nos slots do circuito eletrico. Se o chuveiro

fosse compatível para 110 volts, incluiam mais placas com a metada da

distância de distribuição. Se o chuveiro aquecesse demais, bastava retirar

algumas placas para reduzir a potencia do aparelho.

Esse chuveiro, no entanto, exigia mais cuidados na sua instalação do

que um chuveiro elétrico comum. Não funcionava bem se a água estivesse

com muitas particulas de sujeira e precisava de um equipamento auxiliar para

controlar a potência. As complicações do aparelho fizeram com que ele fosse

abandonado pouco depois do lançamento.

1090 – Lorenzetti Jet-set (1990) – Chuveiro elétrico com formato de caixa com

um bico direcionado para saída de água. Disponível nas cores marfim, marrom,

branco, cinza e cromado. O Jet-set teve um modelo anterior com três

temperaturas, mas seu relançamento chegou aos mercados com quatro

temperaturas e botão liga/desliga acima do controle de temperatura.

Se aberto, o modelo era basicamente um chuveiro elétrico sem

acabamentos que direcionava e atendia as funções feitas em uma casca.

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2000 - Lorenducha (2005) – Esse chuveiro elétrico já tinha versões anteriores à

versão de 2005. Nessa atualização, o nome também foi atualizado para

“Lorenducha” em vez da grafia antiga com “x”. Esse modelo tem a opção de

uma peça que cobre o cano da água, direciona os fios elétricos dando

acabamento e cobre as possíveis falhas da parede no entorno do cano. Possui

a versão branca e mais três combinações de cores com branco: cinza, azul

escuro e rosa claro. É composto por dois botões deslizantes, o de temperatura

e o liga/desliga. A saída de água do chuveiro de mão – chuveirinho – ganhou a

opção de formatos de bichinhos.

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2010 - Lorenzetti Ducha Fashion – O atual substituto da Lorenducha tem o

formato de um disco voador, por isso sua saída de água é maior que o do

chuveiro anterior. Além dá versão branca e branca com bege, existe a opção

de cromada. Tem aproximadamente 20 cm de diâmetro e oito centímetros de

altura e quatro opções de temperatura.

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8.3.5. Análise Sincrônica

Ao contrário dos chuveiros elétricos, as duchas muito evoluíram em forma e

funcionalidade. Como dispensam sistemas de aquecimentos, fica mais fácil

usar nas formas finas e nos materiais. Não há viabilidade de tentar se

equiparar as duchas, mas, como são a representação do mais atual no mundo

dos banhos, é válido avaliá-las.

Os modelos mais irreverentes são os mais relevantes para essa análise,

que por não partir de produtos encontrados facilmente no comercio, se limitara

a estética e algumas curiosidades conforme encontradas.

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Megabanho XL – Corona – Ducha fria de Policarbonato, colorido, para

piscinas.

Linha Lumina – Docol – Ducha flexível e colorida.

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Doccia – Arblu – Ducha com a palavra Doccia que envolve o registro e o

chuveiro de mão.

Square – Quasar – Adaptação de ducha-lustre com contas de cristal

imitando gotas de água.

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Loren Air – Lorenzetti – Versões redondo e quadrado. Com arejador

acoplado, que ao misturar o ar à água, dá a impressão de maior vazão durante

o banho, sem aumentar a pressão e o consumo de água.

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Sculpture – Newform – Com tentáculos que podem ser moldados pelo

usuário.

Lounge – Newform – Com rádio MP3 e cromoterapia. Com controle

para regular as funções. Não regula a temperatura da água.

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Sharmrock – Drummonds – Ducha cromada com detalhes e controle de

temperatura em estilo antigo. O estilo vintage deixa a peça luxuosa.

8.3.6. Análise de novos conceitos

Analisando o histórico dos chuveiros elétricos é possível visualizar a

necessidade de criar mais temperaturas de banho para atender as

necessidades do cliente. Certamente, isso se deve tanto as condições da

construção onde o aparelho está instalado, quanto à temperatura de cada

região brasileira e suas variações climáticas.

Ouve uma tentativa de retirar a resistência, que queima com o passar do

tempo, e trocar por um sistema de aquecimento mais duradouro, mas como o

método acabava por complicar o sistema elétrico do chuveiro, acabou não

sendo viável no mercado.

Muitas duchas já incluem itens que melhoram a qualidade do banho

quanto à diversão, mas isso ainda não existe para o público dos chuveiros.

Entre as pequenas alterações estão à inclusão de leds para cromoterapia –

terapia que utiliza a sensação que as cores provocam nas pessoas – e rádios.

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Frente aos similares avaliados, a nova tecnologia mais relevante é a

inclusão de ar junto ao fluxo de água. Isso possibilita que a pressão se

mantenha sem alterar a quantidade de água derramada. A sensação do

usuário é a de um banho agradável, sem jatos fortes demais, e com bastante

água. Bem aplicado, pode ser uma boa oportunidade para a redução do

consumo de água.

8.3.7. Análise dos Similares

É notável que o controle de temperatura que fornece maior possibilidade

de escolha do usuário é um segmento de mercado que provavelmente ficará e

evoluirá. A indústria brasileira já começa a investir em chuveiros com controle.

A empresa Termosystem, que não fabrica aparelhos com regulagem no corpo,

foi a primeira a divulgar um modelo.

Em todos os chuveiros elétricos imperam as formas arredondadas e cor

branca. Já nas duchas as formas são mais livres e exploram mais formatos

quadrados. A maioria delas tem acabamento é cromado.

É possível verificar que os chuveiros elétricos eram produzidos em

muitas cores, mas com o passar do tempo às opções foram reduzidas e muitas

marcas só oferecem o aparelho em branco.

As duchas tem aspectos mais luxuoso que os chuveiros elétricos. Sair

das formas arredondadas dos chuveiros brasileiros pode ser uma boa

alternativa.

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9. Técnicos e Tecnológicos

9.1. Materiais

Devido à característica de suportar a temperatura do banho e isolar a

condução de eletricidade, poucos materiais se aplicam ao chuveiro elétrico.

Inicialmente foram levantados materiais naturais, mas que por suas

características inflamáveis e absorção de água foram descartados do processo.

Metal e vidro não são materiais adequados para receber eletricidade.

São usadas em outro segmento de mercado, as duchas. Por terem sistema

central de aquecimento, sem a necessidade de qualquer equipamento elétrico,

o vidro e o metal podem ser usados com maior facilidade, eliminando

preocupações como condutividade elétrica e calor, beneficiando apenas a

estética. O inox e o vidro são aplicados em larga escala em eletrodomésticos

contemporâneos e por isso são esteticamente familiares ao consumidor. Suas

propriedades, o efeito cromado e a transparência, tem certa luxuosidade no

mercado e podem ser replicados por pinturas e aplicação de acrílico.

Abaixo, segue um panorama sobre os materiais que possivelmente irão

atender às demandas criadas quando for definida a forma do produto. Qualquer

outro tipo de material que venha a surgir com o decorrer do projeto, será

definido junto à sua aplicação.

9.1.1 Fichas dos materiais

Vidro

O vidro quando puro é límpido como cristal, mas é fácil de colorir com a

adição de óxidos metálicos. A adição desses óxidos metálicos produz vidro

colorido. O níquel, por exemplo, dá um matiz púrpura, cobalto dá azul, cromo

dá verde, urânio dá amarelo esverdeado e o ferro dá verde azulado. Partículas

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não metálicas, sem cor são adicionadas na proporção 5-15% para produzir

uma opalescência branca translúcida ou quase opaca em vidros e

revestimentos de vidro. Vidro fotocrômico muda de cor quando exposto a UV

ou aquecido.

Vidro Borossilicato: Tem ponto de fusão mais alto do que o do vidro de cal de

soda e é mais difícil de ser trabalhado; entretanto, tem coeficiente de dilatação

mais baixo e resistência a choque térmico, o que permite seu uso pra vidraria e

equipamentos de laboratório.¹

Vidro de Sílica: É praticamente SiO2 puro, tem ponto de fusão

excepcionalmente alto e é difícil de ser trabalhado, porém, mais do que

qualquer outro vidro, resiste à temperatura e ao choque térmico.²

Polímeros

Sintetizados do petróleo e resultado de combinação de átomos, os

polímeros são divididos entre Termoplásticos, que amolecem quando

aquecidos e retornam a seu estado original quando resfriados possibilitando a

reciclagem, os Termofixos, que uma vez conformados não sofrem novas

alterações, e os Elastômeros, vulgas borrachas, que tendem a preservar sua

forma quando são estirados e voltam a seu comprimento original.

Acrilonitrila butadieno estireno (ABS): O ABS é rígido, resiliente e fácil de

moldar. Normalmente é opaco, mas pode ser transparente, e pode ser colorido

em cores vívidas. Ligas ABS-PVC são mais rígidas do que o ABS padrão e, em

graus autoextintores, são usadas para carcaças de ferramentas elétricas.

O ABS tem a mais alta resistência ao impacto de todos os polímeros. É bom

para colorir. É possível obter metálicos integrais. O ABS é resistente à radiação

UV. Tem boa resistência química e à temperatura e ao impacto em baixas

temperaturas. Alguns graus de ABS podem ser reciclados.³

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Polimetilacrilato (PMMA), acrílico: É o termoplástico que mais se assemelha

ao vidro em transparência e resistência a intempéries. É duro e rígido mais

sensível a tensões. Risca com maior facilidade que o vidro, mas isso pode ser

parcialmente contornado com revestimentos.4

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Polipropileno (PP)

Tipo de plástico termoplástico que pode ser reciclável. Entre suas

características principais estão o baixo custo, a fácil moldagem, fácil coloração,

alta resistência a solventes e químicos, quedas, flexões e desgaste. Se

adicionado à matéria prima, conserva cor e aroma, pode ser transparente,

brilhante e resistente bem a mudanças de temperatura.

Suas principais aplicações no mercado são em brinquedos, copos

plásticos, recipientes alimentícios e, atualmente, em peças do interior de

automóveis.

9.1.2 Análise

Avaliando as propriedades de cada material, fica clara a melhor

utilização do polietileno ABS para o chuveiro elétrico graças a sua resistência,

durabilidade e propriedades estéticas.

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Porém, com seu alto custo e baixo potencial de reciclagem, sugere-se a

substituição desse pelo polipropileno (PP) – material mais barato e de maior

potencial de reciclagem - em peças plásticas decorativas ou peças que não

terão função direta junto a sistemas elétricos e hidráulicos.

Como o polipropileno tem características estéticas muito parecidas com

o ABS à estética não fica prejudicada no projeto.

A utilização dos demais materiais listados fica sujeito à geração de

alternativas, provavelmente se houver um projeto com peças muito específicas.

9.2. Processos Industriais

Inicialmente, quatro processos são esperados e mais relevantes para o

projeto de um chuveiro elétrico, a Termoconformação, a Extrusão, a Injeção e a

Decoração no molde.

Termoconformação: A moldagem de grandes chapas termoplásticas por

termoconformação é econômica. Na termoconformação a vácuo, uma chapa

termoplástica, aquecida até seu ponto de amolecimento, é sugada contra os

contornos de um molde e adquire seu perfil; em seguida é resfriada e se

solidifica contra o molde. A termoconformação com drapeado depende em

parte de vácuo e em parte do escorrimento natural do polímero quente para

obter a forma. A termoconformação auxiliada por tampão aumenta o vácuo

com um tampão de compressão. A termoconformação a pressão usa uma

pressão de várias atmosferas para forçar a chapa de um polímero quente

contra o molde. Moldes machos e fêmeas são possíveis e – para

termoconformação a vácuo – podem ser usinados de madeira, espuma de

polímero, ou alumínio (para lotes maiores). A baixa pressão na conformação a

vácuo não dá boa reprodução de detalhes delicados; a conformação a pressão,

que utiliza pressões mais elevadas, dá características mais definidas, porém, é

mais cara, porque não é possível usar moldes de madeira. A superfície da

chapa em contato com o molde tende a ficar marcada, portanto, normalmente a

ferramenta é projetada com o lado do acabamento longe do molde. Pode-se

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moldar chapas coloridas, texturizadas ou pré-decoradas, o que reduz os custos

de acabamento. Não possui problemas ambientais.5

Extrusão: O polímero é forçado mediante pressão a fluir pro um molde

conformado, adquirindo o perfil do orifício do molde. Na coextrusão, dois

materiais são extrudados ao mesmo tempo e ligados um ao outro – um truque

usado para criar listras de cores diferentes na pasta de dente. Funciona para

formas sólidas ou ocas. A extrusão de polímeros começa com pó ou grânulos;

a pressão é desenvolvida por meio de um eixo helicoidal giratório que força o

polímero a passar por uma câmara de aquecimento e por um molde. Para

polímeros, os custos de ferramental são relativamente baixos, embora os

custos de capital sejam altos e muitas vezes seja necessário um

processamento secundário.6

Injeção: Pelotas de plástico são alimentadas em um cilindro aquecido, a partir

de uma termonha. A rosca injeta o polímero nas portas e canais, que entram no

molde de aço onde o produto será feito. A máquina abre pronta para a ejeção

do componente por uma série de pinos.7 O processo de injeção gera produtos

com custo unitário muito baixo se as tiragens forem grandes.

Decoração no Molde: Permite que cores, gravuras e desenhos acuradamente

registrados sejam aplicados a componentes moldados por injeção sem

qualquer processamento secundário. A imagem, que pode ser multicolorida, é

impressa sobre um filme de poliéster ou policarbonato, chamada folha ou

chapa. Se o produto é plano ou levemente curvado, a chapa é alimentada

como uma tira contínua, ou cortada e colocada diretamente no molde. Para a

produção de peças verdadeiramente tridimensionais, em primeiro lugar a chapa

é moldada à quente segundo a forma da peça e então colocada na cavidade do

molde. Resina líquida quente é injetada por trás da folha, ligando sua superfície

à resina de moldagem e formando uma peça inteiramente decorada.8

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61

9.2.2 Análise

Como o principal componente material de um chuveiro elétrico é o

polímero ABS, a viabilidade de produção é alta graças à produção em larga

escala.

A extrusão e a injeção são as melhores opções para a conformação de peças

tridimensionais, principalmente se grandes e detalhadas. A adição de cores é

feita de maneira simples, no momento da adição dos flocos na matéria prima.

A inclusão de texturas também é possível, embora encareça a produção.

9.3. Componentes

Para compreender os componentes de um chuveiro é necessário

primeiro compreender seu funcionamento. Muitas peças variam de formato ou

mesmo são substituídas por outras dependendo da marca do chuveiro e sua

fabricação, mas, no geral o funcionamento é sempre o mesmo.

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A água é liberada pelo cano com a abertura do registro (1). Preenche o

corpo do chuveiro chegando até o diafragma, que sobe com a placa metálica e

faz o contato elétrico (2). A eletricidade passa a correr pelo sistema elétrico e

passa pela resistência, que se aquece e aquece a água (3). A eletricidade pode

correr de duas formas na resistência. Na posição verão, a eletricidade percorre

mais a resistência espalhando os elétrons e fazendo com que a água esquente

menos (4). Na posição inverno, concentra-se os elétrons em um trecho curto da

resistência, fazendo com que ele esquente mais e esquente mais a água (5).

Quando o registro é fechado, a água que está no chuveiro escoa e o diafragma

desce, cortando o fornecimento de energia para o aparelho, que se desliga

automaticamente.

Muitos dados técnicos são restritos nas normas de produção de

eletrônicos e na regulamentação dos sistemas elétricos residenciais.

É preciso conhecer os tipos de resistência. Cada empresa fabrica sua

própria resistência adequada aos padrões do seu chuveiro, por isso é comum,

em uma troca de resistência procurar o modelo compatível à marca do

aparelho. Isso faz com que existam inúmeras resistências no mercado.

Existem resistências molhadas (nuas) e blindadas, compatíveis ou não

com Disjuntores de Diferencial Residual, que isolam pequenas descargas

elétricas com o uso de fios terra que protegem mais o usuário.

Dentro dessa proposta de desenvolvimento de produto, cabe também

descrever os componentes hidráulicos e os demais componentes elétricos.

9.3.1 Fichas dos componentes

Para a descrição dos componentes de um chuveiro elétrico as peças

serão divididas de acordo com o sistema que pertencem. Para compreender

melhor a posição e funcionalidade de cada parte do chuveiro foi necessário

abrir o modelo “Maxi Ducha” da Lorenzetti, que guia esse fichamento de

componentes. No entanto, outras peças serão descritas tal forem a sua

relevância, mesmo se não estiverem presentes no produto analisado.

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Peças da forma

- Tampa: primeira peça do produto. Feita em ABS, serve de proteção

para o sistema elétrico, saída dos fios e a acabamento superior do produto.

Encaixa-se assentando em um degrau no corpo do chuveiro e trava com a

passagem de dois furos da tampa em dois ressaltos (pinos) no corpo plástico.

Nos casos de chuveiros com controle de temperatura simples, essa peça

contém também um botão deslizante de três ou quatro posições.

- Corpo: peça plástica (ABS) no formato final do chuveiro. Possui as

funções de recipiente da água fria, protetor da resistência elétrica, recipiente

para o diafragma hidráulico e suporte do sistema elétrico.

- Divisor plástico ou borracha de vedação: Essa peça possui duas

versões diferentes. A primeira é uma grande placa de borracha com furo no

centro. A segunda versão é um copo plástico com um canudo no certo e

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depende de um anel de borracha para completar sua função. Trata-se da peça

que além de evitar que a água vaze pela emenda da saída de água, separa a

água fria que está sendo aquecida na resistência da água quente, que vaza

aos poucos pelo furo central em direção a uma nova área para formar a

cascata. Se plástica, a peça é produzida em ABS ou Polipropileno. Tanto a

peça de borracha quanto o anel de vedação são produzidos com borracha

nitrílica.

- Fundo: Peça produzida em ABS com a função de reservatório de água

quente, que já passou pela resistência, e com os furos para a saída d’água. É

uma peça simples que pode ser rosqueada no corpo ou mesmo aparafusada.

Como recebe unicamente água quente, a saída do chuveirinho se dá sempre

por essa peça, garantindo um jato quente.

Peças adicionais

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- Canopla: Produzida em ABS ou PP, tem a finalidade estética de cobrir

o cano de PVC entre a parede e o aparelho e guiar os fios elétricos até a caixa

de luz, evitando que fiquem expostos de forma desordenada e desprotegida.

Quando é parte do kit na compra do chuveiro, deve ser instalada antes da

instalação do chuveiro.

- Tubo cobre fios: canudo fino de PP, maleável, que serve para unir e

revestir os fios de cobre que saem da carenagem da tubulação hidráulica em

direção à caixa de luz na parede. Com função apenas estética, basta reunir os

três fios e passar por dentro do tubo.

Peças da ducha de mão (chuveirinho)

- Mangueira: peça plástica com a funcionalidade de conduzir a água quente até

a ducha de mão quando acionada. (1)

- Base da ponteira: peça de polipropileno que se conecta a mangueira,

servindo de recipiente para a vazão de água do chuveirinho. (2)

- Tampa da ponteira: tampa que se encaixa na base da ponteira fechando,

vedando e servindo de saída d’água para formação do jato. (3)

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- Pino central: pino que liga a ducha de mão se foi puxado, desobstruindo a

mangueira e deixando a água vazar. Se empurrada, volta a obstruir a

mangueira e fecha a saída d’água. (4)

Peças da hidráulica

- Cano PVC: Tubulação em PVC para a passagem de água da instalação

hidráulica da casa para o chuveiro. Em uma extremidade a rosca fixa na

parede e na outra ponta a rosca recebe o chuveiro.

- Diafragma: peça em borracha dilata e se eleva com a pressão da água dentro

do chuveiro. (1)

- Pino do diafragma: pino plástico centralizado no diafragma. Quando a

borracha do diafragma se dilata e sobe com a água, ele sobe e toca as placas

de cobre. (2)

- O’ring: anel de borracha nitrílica, podendo ser de diversos tamanhos, para a

vedação. Evita o vazamento de água.

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Peças da elétrica

- Fios de cobre: Fiação flexível de cobre com cobertura isolante de composto

termoplástico para condução de eletricidade. (1)

“e) fiação mínima exigida: mencionar a seção dos fios em mm2;” (NBR 12483 PB 1545 - Chuveiros elétricos)

- Fio terra: Fio verde ou verde e amarelo que deve ser ligado ao sistema de

aterramento. (2)

- Chave da temperatura: peça plástica que serve de máquina por dentro do

botão de regulagem de temperatura. Geralmente possui três ou quatro

posições é responsável por isolar o setor da resistência que não for usado. (3)

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- Placa “A”: placa de cobre que une a resistência no ponto “A”, dentro de

reservatório de água, até a placa de contato no topo do chuveiro, onde entra

em contato com a eletricidade. (4)

- Placa “B” e Placa “C”: idem placa “A” para pontos “B” e “C” da resistência. (5)

- Placa de contato: Placa de metal que é levantada pelo diafragma e que fecha

o circuito automaticamente quando encosta-se às placas “A” ou “C”. (6)

- Parafusos: parafusos de cobre fixam as peças condutoras sem atrapalhar o

funcionamento. (7)

- Prendedor de fios: trava plástica, tipo pregador, que fixa e ordena a saída dos

fios elétricos. (8)

- Suporte de resistência: Suporte plástico com travas preso ao interior do corpo

do chuveiro para que a mola da resistência fique esticada e possa ser presa

nos pontos “A”, “B” e “C” com maior controle. (9)

- Resistência: fio confeccionado em liga de Níquel-Cromo, em forma de mola,

com alta resistência elétrica para que a eletricidade transite entre a mola

produzindo calor e esquentando a água. (10) Possui três pontos de contato

com a energia no modelo simples, e dois pontos no modelo blindado.

Os fabricantes atribuem à resistência brindada maior segurança e durabilidade.

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“Elemento resistivo - Conjunto constituído de fio resistivo, terminais de contato e suporte, destinado a gerar calor com a passagem de corrente elétrica e transferi-lo para a água. Elemento resistivo blindado - Elemento cujo fio resistivo é isolado da água por meio de um material dielétrico envolvido em blindagem metálica que está em contato com a água. Elemento resistivo nu - Elemento cujo fio resistivo está em contato direto com a água.

(NBR 12483 PB 1545 - Chuveiros elétricos)

Exemplo de resistência blindada

9.3.2 Análise

Os chuveiros possuem vários componentes, em sua maioria plásticos e

metálicos. Seu funcionamento é simples e seus sistemas trabalham em

conjunto sempre. O espaço físico que cada peça ocupa é pouco, sendo que os

fatores de espaço mais relevantes são a escolha da resistência e do tamanho

do reservatório de água.

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Como cada vez mais os produtos incluem outras funcionalidades além

de sua atividade principal, é necessário pensar como vedar bem outros

sistemas que não poderão receber água embora sejam manuseados nela.

9.4. Inovações tecnológicas referentes ao produto

As inovações tecnológicas referentes ao produto não são necessariamente o

que existe de mais moderno no mundo tecnológico, mas representam um

grande avanço se adicionados a produtos que pouco se alteraram em tantos

anos. As propostas aqui descritas serão explicadas, tanto na sua

funcionalidade habitual como na função que exercerão no projeto desse novo

aparelho.

- Termostato: é o aparelho que impede que a temperatura de certos aparelhos

varie além do limite estabelecido. Normalmente oferece a opção do controle da

temperatura ao usuário. Tem um mecanismo composto por dois elementos: um

sensor que avalia e índica a variação térmica sofrida pelo sistema de

aquecimento e outro que corrige a temperatura mantendo dentro do esperado.

No chuveiro elétrico, dá mais controle a temperatura e assegurará que a água

não passe da temperatura tolerada.

- Arejador: pequeno instrumento que introduz bolhas de ar entre o jato de água

e reduzem o gasto de água, mas com a sensação de maior volume de água.

Também reduzem o gotejamento e chegam a 50% de economia em alguns

casos. Pode ser instalado em torneiras, duchas ou chuveiros. A peça, hoje

comprada separadamente e adicionada aos canos de saída de água, pode ser

facilmente incluída no interior do chuveiro.

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Arejador instalado em chuveiros e duchas

Como funciona

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9.4.1 Análise

Essas prioridades e muitas tecnologias podem ser adicionadas a um

chuveiro elétrico. Com a tendência da redução dos objetos, soluções não

faltarão para que tudo caiba no espaço de um chuveiro.

A principal preocupação que se deve ter com demais componentes além

do chuveiro é a vedação contra a água e umidade. É necessário para a

viabilidade desse projeto que tudo seja blindado com o’rings especiais tornando

as peças a prova d’água.

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10. Ergonômicos

10.1. Análise da Tarefa ou Análise Ergonômica do Trabalho

Para entender melhor o que o usuário precisa para utilizar o chuveiro,

precisamos avaliar três tarefas distintas: a instalação, o acionamento para ligar

e a regulagem de temperatura. A análise tem como base a reprodução da

atividade para que cada detalhe da ação fique explicitado, facilitando o

entendimento da tarefa.

- A instalação / manutenção

Para a instalação do chuveiro elétrico, o primeiro passo é desligar o disjuntor

para que a montagem não ofereça riscos ao montador.

1- Para a instalação hidráulica, passe a fita veda rosca em volta da área de

rosca do cano do chuveiro. Ela vai reduzir a possibilidade de vazamentos e

aumentar a fixação.

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2- Rosqueie o cano do chuveiro na saída de água dá parede.

3- Envolva a rosca da entrada de água do chuveiro elétrico com fita veda rosca.

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4- Encaixe e rosqueie o chuveiro na extremidade livre do cano. É necessário rolá-lo

até que fique bem preso e na posição correta, com os furos da cascata para baixo.

5 – Com o chuveiro no lugar correto já é possível instalar a parte elétrica. O chuveiro

apresenta sempre três fios, um positivo, um negativo e o aterramento. O fio terra é

representado pela cor verde, já o cabeamento das duas fases pode ou não vir

demarcado.

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6- Conecte os fios do chuveiro com o cabeamento elétrico que sai da caixa de luz na

parede.

7- Depois de unido os três fios com seus correlatos, envolva-os com fita isolante.

8- Com tudo pronto, basta religar o disjuntor e conferir o funcionamento do chuveiro.

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- Troca da Resistência

1- Para trocar a resistência em segurança é necessário desligar o disjuntor e

retirar o chuveiro da parede.

2- É ideal ter a mão chave de fenda ou Philips e alicate. Isso pode evitar que

você force algumas peças para soltá-las.

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3- Desaparafuse ou desenrosque a parte dos furos para abrir a peça.

4- Retire a borracha de isolamento. Ela pode ser completa ou apenas um anel

de vedação.

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5- Retire a resistência queimada.

6- Com o auxilio do alicate, prenda a resistência no primeiro ponto conforme a

indicação do fabricante. Estique a mola através das presilhas.

7- Com a resistência montada, retorne a borracha de vedação na posição

correta e feche o chuveiro rosqueando ou aparafusando o fundo.

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8- Prenda novamente o chuveiro na parede conforme a instalação habtual.

- O acionamento para ligar

1- O usuário necessita girar o registro repetidas vezes, para que o chuveiro libere a

água. A vasão é controlada conforme o registro é aberto.

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2- Alguns banheiros apresentam dois registros, sendo um para a água quente e outro

para água fria, onde o usuário acaba por utilizar as duas mãos para a regulagem de

água.

- Regulagem de temperatura

1- Para a regulagem da temperatura o usuário estende o braço até o chuveiro e

desliza o botão de temperatura, que geralmente tem opções definidas, de 3 a 5

temperaturas diferentes. Em determinados chuveiros, o regulador de temperatura

passou a ser em um tubo fino que desce do chuveiro e pode ser regulado, o girando,

com as pontas dos dedos.

- Utilização do Chuveirinho

Para a utilização do chuveirinho, o usuário retira de um suporte específico, puxa o pino

central e o usa apontando contra o corpo. Em alguns modelos, basta rodar a saída de

água. Há modelos com ajustes de quantidade de água, que são regulados girando

mais ou menos a saída d’água ou puxando mais ou menos o pino cental.

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10.2. Usabilidade

Durante o processo de avaliação de similares e levantamento de componentes,

foi possível reparar em muitos problemas de usabilidade. O principal motivo

pelo qual se deu o desenvolvimento desse projeto foi um problema de

usabilidade – o controle de temperatura.

A usabilidade visa à facilidade do uso de uma ferramenta ou objeto, sua

praticidade, uso intuitivo e acessível ao seu público. Porém, praticamente todas

as operações que exercemos em um chuveiro elétrico têm problemas de

usabilidade. Eles são: a montagem, a troca de resistência e a regulagem de

temperatura.

A montagem é a tarefa mais complicada de ser executada por um cliente

comum. Embora os chuveiros venham com manual de instalação, poucas

pessoas se sentem seguras em instalar seu próprio aparelho ou tem receio do

trabalho que terão para fazê-lo e preferem a contratação de um eletricista. Um

dos primeiros pontos falhos está na comunicação da necessidade de desligar o

disjuntor do ambiente antes da instalação. Essa informação fica no manual de

instruções, que muitas vezes é impresso apenas na cor preta, sem destacar a

informação. Pastava que os fios recebessem uma etiquetagem vermelha com a

advertência que envolvesse os fios elétricos, assim, para conseguir executar as

ligações o montador é obrigado ler a informação e retirar a etiqueta.

Em inúmeros modelos, principalmente nos mais populares, os fios de

cobre não possuem cores diferentes para positivo e neutro. Somente o fio terra

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se apresenta de cor verde na grande maioria dos produtos. Chuveiros que não

identificam duas fiações com cores diferentes induzem o montador ao erro na

montagem. A maioria dos tubos, chuveiros e outros produtos não tem indicação

de posição correta e não oferecem resposta sonora de travamento quando são

unidos por roscas. A dúvida da fixação correta e excesso de força exercido

para certificar que o produto está bem vedado poderem causar imperfeição de

alguma peça e, posteriormente, extrema dificuldade de retirar o aparelho ou

abri-lo para manutenções.

A mesma dificuldade de abertura acontece no fundo do chuveiro, onde a

saída constante de água e a importância da vedação acabam fazendo a peça

difícil de ser aberta quando possui junção por rosca. Quando a peça é

aparafusada, a pressão não exerce mais tanta influencia e fica mais fácil ter

acesso à parte interna do chuveiro. A dificuldade de abrir o fundo do chuveiro

dificulta o acesso à resistência.

Quanto à regulagem de temperatura, a usabilidade vária de produto para

produto. Os reguladores que ficam junto ao corpo do chuveiro geralmente são

difíceis de alcançar para a maioria das pessoas. Com a necessidade hidráulica

de fixar o chuveiro em aproximadamente de dois metros de altura, pessoas de

baixa estatura ficam excluídas da possibilidade de regulagem. Pessoas de

estatura mediana geralmente ficam na ponta dos pés em um ambiente

completamente molhado, favorecendo acidentes. Como o controle é feito acima

da cabeça, muitas vezes não existe o contato visual para acompanhar a

atividade, apenas a resposta sonora guia a atividade. Quando o aparelho

inverte o posicionamento do controle para baixo do aparelho e estende o botão

da pega com hastes e fiações com controle a dificuldade é reduzida, mas outro

problema é criado, a aplicação adequada das pegas. Hora são muito finas e

sem ranhuras, hora são rudimentares demais, fica difícil manusear com as

mãos molhadas. A necessidade de rotacionar peças inadequadas com as

mãos úmidas pode acabar excluindo pessoas com problemas no controle

motor fino como idosos entre outros.

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10.3. Dimensionamento Dinâmico – Esquemas Antropométricos da

Zona Interfacial e Informacional dos usuários extremos

Os esquemas antropométricos avaliados nesse projeto são apenas relativos a pegas e

botões, que pode facilitar o uso do sistema do chuveiro. Desconsidera-se a os

dimensionamentos estáticos, como altura, por exemplo, pois corresponde a padrões

hidráulicos, que instruem a instalação do aparelho a uma distancia de dois metros do

chão e até um metro da caída d’água, o que garante melhor vasão da água.

Utilizando como base os dados de DIFFRIENT (1981), é preciso saber as

medidas referentes às mãos da menor mulher e do maior homem. É necessário

também saber quais os tamanhos adequados para peça e digitação. Nesse processo,

desconsidera-se a medida máxima de botões. Como as referências de mínimo e ótimo

para tamanho de botões são válidas, tamanhos máximos podem deixar a aparência

exagerada e pesada.

Para garantir ainda a legibilidade de informações em displays e nas peças do

chuveiro, verificam-se os dados de Diffrient para tamanho de fonte e outras

orientações para a boa leitura em uma distância de 36 centímetros.

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Mãos e pegas – Mulher percentil 1

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Mãos e pegas – Homem percentil 99

Força de pega nos dedos – Mulher Fraca (esquerda) e Homem Forte (Direita)

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Botões de rotação continuo e discreto – Mínimo necessário para pega

Botões de rotação continuo e discreto – Padrão ótimo para pega

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Botões sensíveis - Padrão mínimo para pega

Botões sensíveis – Padrão ótimo para pega

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Dados de visualização de informações – Distância de 36 cm

Outra relevante informação é a de temperatura mínima e máxima tolerada da

água. Segundo os estudos de DIFFRIENT (1981) essa temperatura fica entre 13.3ºC

(mínima) e 40.6ºC.

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10.4. Análise dos fatores ergonômicos

Nessa avaliação, os dados referentes a tamanho das mãos serão úteis

no desenvolvimento do controle remoto.

Deve-se seguir as orientações de tamanho, principalmente as de botões

sensíveis e tamanhos de displays e legendas. O tamanho ideal botões de

painel sensível, como os de micro-ondas, por exemplo, é de no mínimo 1,5 cm

entre do centro de um botão ao centro do próximo botão. A medida ótima para

o mesmo teclado é de 1,9 cm entre os dois centros.

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11. Mercadológicos

Infelizmente, não existem informações sobre o setor industrial de

chuveiros elétricos no Brasil. O próprio site a ABINEE – Associação Brasileira

da Industria Elétrica e Eletrônica – não fornece informações específicas e inclui

apenas resultados do mercado de eletrodomésticos, da qual o chuveiro elétrico

pertence, mas possivelmente não é o único responsável por resultados

definitivos sobre ganhos, quedas e outros dados mercadológicos. Fica difícil ter

acesso a dados sobre esse aparelho. Nem mesmo matérias jornalísticas sobre

o assunto são encontradas. A última notícia que informava a queda no setor

por sobretaxação do governo e frequentes denúncias do chuveiro elétrico como

o grande vilão dos eletrodomésticos, pelo grande consumo de água e energia,

data de 2001. Essa matéria, certamente está defasada. Fica então o tema

restrito a indicações de como o chuveiro desenvolvido nesse projeto será

posicionado nesse projeto.

Como a estética do produto é o principal apelo na gondola de venda, o

chuveiro deve ficar o mais a mostra o possível para que o desenho fale

diretamente com o público e crie a sensação de objeto de desejo que se

propõe. Por propor a ideia de uma temática base para o desenvolvimento do

produto, haverão muitas opções de acessórios diferentes além do chuveiro

elétrico comum. Esse requisito acaba fazendo com que de dois a sete kits

sejam vendidos separadamente, um com o chuveiro conforme já acontece,

podendo variar a cor base, e outros kits, certamente menores e mais baratos,

para compor as peças básicas do chuveiro, conferindo originalidade e ideia de

personalização, por mais que seja restrita e controlada.

O produto base deve ser vendido montado e fazer referências às opções

de kit de acessórios para que o comprador se sinta curioso em verificar. É ideal

que seja vendido em lojas de decoração e grandes lojas de material de

construção, pois é necessário o uso de displays com o produto final montado

para que o público entenda e se habitue à nova proposta frente às antigas. Em

lojas menores, de bairro e materiais elétricos básicos, a venda fica mais a

cargo de necessidades e urgências em buscar determinadas peças. Por saber

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o que estão procurando, fica mais difícil o público perceber um produto tão

diferente do comum. Lojas com o perfil “Show Room” são mais adequadas,

pelo menos até que o produto esteja posicionado no mercado.

A maioria dos chuveiros elétricos é vendida em finos sacos plásticos

lacrados por papelão impresso e grampos ou vendido em caixas de papelão

impresso, completamente fechada. Isso faz com que além dos materiais da

embalagem de proteção e exposição, o comprador ainda utilize alguma sacola

para garantir que o produto chegará intacto na sua residência. Como existe

uma temática que será explicitada mais adiante, fica a sugestão de uma

embalagem plástica mais resistente, impressa com decorações coerentes ao

produto, que possam ser reutilizadas pelo comprador, guardadas como

recordação do produto e objeto útil além do chuveiro. A intenção é que o

material não seja descartado como são os atuais revestimentos do produto,

principalmente porque o modelo gerado aqui possui duas embalagens, a

principal e a adicional. Com uma alça resistente e uma bela estampa, pode-se

incentivar também que o cliente recuse sacolas plásticas de loja reduzindo o

descarte das mesmas.

11.2 Análise

As preocupações descritas aqui vão ao encontro das ideias propostas no

quadro de requisitos, onde a preocupação com o mercado do produto, custos e

sustentabilidade eram necessidades básicas a serem cumpridas. Embora

essas diretrizes sejam as informações menos palpáveis de um projeto, ficando

sujeito a disponibilidade de informações, pequenas ideias, comuns, mas que

aplicada a novos produtos, podem fazer a diferença posicionando o produto

como inovador frente aos seus concorrentes, aumentando lucros e

correspondendo as preocupações ambientais.

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12. Síntese

Classes Problemas Requisitos Síntese

Sensório-

formais

- Adotar a chuveiro modelo SS Cornona como menor dimensão; - Favorecer superfícies lisas para facilitar limpeza exceto áreas de pega; - Considerar cor em todo o conjunto ou em algumas peças; - Considerar texturas que pareçam outros materiais além de plástico; - Qualidade de acabamento principalmente em detalhes como adesivos, posição de ícones, leds, relevos entre outros; - Forma inovadora no mercado; - Estética adequada as cinco categorias de filmes usados como temática; - Materiais agradáveis ao toque; - Desenvolver e indicar forma ou utilização de todas as peças do sistema de um chuveiro elétrico.

- Qual é o espaço mínimo para o sistema elétrico que deve ser respeitado? - Como prezar pela superfície lisa sem reduzir possibilidades estéticas? - Como incluir cor sem obviedades e problemas de produção? - O que fazer para que a aparência fuja da aparência do plástico? - Onde incluir tecnologia e funcionalidades adicionais e que componentes serão esteticamente adequados? - Deve-se prezar por uma forma completamente inovadora? - Como desenvolver chuveiros elétricos baseados em cenas do cinema? - Quais materiais são mais agradáveis ao tato? - Como será a personalização desse chuveiro?

- 5 centímetros para a parte elétrica e 3 cm para resistência e diafragma. - Utilizando estampa de texturas (Precesso de decoração em molde) - Incluindo texturas. - Trabalhar com estampas de madeira, usar acabamentos perolados, cromados e transparências. - MP3 com caixa de som, controle remoto com display, termostato. - Preferencialmente formas ainda não vistas em chuveiros elétricos. - Levantamento de cenas e análise. - Emborrachados e plásticos, mantêm temperatura estável. - Kit de cinema

Significação

- Ser irreverente e cativante; - Jovem; - Cult; - Leve;

- Quão irreverente e cativante pode ser um chuveiro? - Como atingir o público jovem?

- Irreverente o suficiente para que seja necessário reaprender sobre a forma de um

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- Personalizável; - Conceitual e temático; - Aplicável ao estilo do banheiro brasileiro; - Diferenciar forma sem perder o entendimento do objeto; - Desejável.

- É valido atribuir à carga cultural cinematográfica a um produto? - Como transparecer leveza? - Como a personalização pode impactar o comprador? - Como desenvolver produto temático/conceitual e vendável? - É aplicável ao estilo de decoração dos banheiros brasileiros? - Deve-se manter limite de abstração da forma para garantir a leitura do objeto com um chuveiro elétrico? - Como despertar o desejo de compra?

chuveiro. - Embalagem estampada, foco no sustentável, posicionamento como Cult. - Sim, a identificação aumenta com o reconhecimento da temática. Se não identificada não interfere tanto na escolha. - Transparência e fluidez. - Escolha por gênero cinematográfico, por cor ou por combinação com o banheiro. - Não caracterizando demais o estilo. São referencias e não amarras. - Sim. - Não. - Apelo visual.

Usabi-lidade

- Facilitar controle de temperatura d’água com um termostato; - Reduzir necessidade de um manuseio fino no registro para regular a temperatura da água; - Retirar o controle do modo de temperatura do corpo do aparelho, acabando com ações feitas acima da cabeça do usuário; - Garantir conforto postural; - Adequação dimensional de botões e painéis digitais; - Restringir temperatura mínima e

- Como facilitar a visualização da temperatura? - Como incluir o sistema de termostato? - Como retirar o incômodo da regulagem de temperatura no registo? - Qual o local mais adequado para o regulador de temperatura? - Como garantir o conforto postural? - A que público adequar as dimensões de pega e tamanho de letras em displays e botões?

- Com display digital. - Junto ao primeiro nível do sistema elétrico, fora do alcance da água. - Transferindo a regulagem do registro para o controle do termostato. - Regulador e sensor no topo do chuveiro. Painel de controle e transmissor no controle remoto. - Retirando os controles acima da cabeça. - A adultos. - Por volta de 13ºC (mínima) e 40°C (Máxima) - Principalmente

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máxima do sistema de aquecimento para segurança do banho; - Simplificação do processo de instalação e minimização de esforços; - Comunicação de funções por botões, painéis e ícones com mensagens claras e limpas; - Facilidade na troca de resistências e reparos;

- Qual temperatura mínima e máxima saudável para o banho? - Como simplificação do processo de instalação e minimização de esforços; - Ícones e informações devem acompanhar possível temática ou permanecerem claras e objetivas? - Como fazer reparos com facilidade?

alterando as travas. - Ícones e informações devem acompanhar possível temática ou permanecerem claras e objetivas? - Como fazer reparos com facilidade?

Espaciais

- Interação com o espaço arquitetônico; - Adequável a qualquer tipo de decoração de banheiro; - Possibilidade de correção dos problemas que ocorrem pela localização do reservatório de água e outras configurações da construção civil

- De que forma o chuveiro interage com o ambiente? Como será estabelecida a relação entre os dois? - Como solucionar os problemas encontrados nas residências referentes aos reservatórios de água e outras configurações da construção civil? Será incluído o modo turbo, Termostatos, resistência blindada?

- Combinação de cores, materiais e decoração. - Será incluído termostato. Não há necessidade

Ecossis-têmicos

- Oferecer sistema simples de troca de resistência aumentando o tempo de vida útil do produto e evitando descartes; - Oferecer modo de trocar o corpo do chuveiro, reduzindo o descarte de peças ainda ativas tal qual câmeras fotográficas, onde se o mecanismo da máquina estragar permanecemos com

- Como aumentar o tempo de vida útil do produto? - Como reduzir o descarte quando o produto estraga? - Como a personalização de peças pode evitar o descarte do produto todo? - Como reduzir a quantidade de ABS no produto? Isso é possível?

- Como aumentar o tempo de vida útil do produto? - Como reduzir o descarte quando o produto estraga? - Como a personalização de peças pode evitar o descarte do produto todo? - Como reduzir a quantidade de ABS no produto? Isso é possível?

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a lente; - Desenvolver partes personalizáveis que o consumidor não queira descartá-las; - Verificar a utilização de outros materiais em peças decorativas reduzindo a quantidade de ABS; - Reduzir, sempre que possível, a quantidade de componentes do produto; - Considerar outras formas de energia junto à elétrica e utilização de pilhas e bateria para peças adicionais;

- Como trabalhar com o mínimo de peças necessárias para cumprir as mesmas funcionalidades desejadas por um chuveiro elétrico? - Existe como utilizar outras formas de energia juntamente a energia elétrica no chuveiro ou em seus componentes adicionais? Qual a opção mais benéfica? Há como utilizar a água ou a própria força dela para gerar energia para o próprio produto?

- Como trabalhar com o mínimo de peças necessárias para cumprir as mesmas funcionalidades desejadas por um chuveiro elétrico? - Existe como utilizar outras formas de energia juntamente a energia elétrica no chuveiro ou em seus componentes adicionais? Qual a opção mais benéfica? Há como utilizar a água ou a própria força dela para gerar energia para o próprio produto?

Resistên-cia

- Possibilidade de instalação em áreas sujeitas ao tempo; - Quedas durante trocas e instalações; - Resistência a superaquecimento, vapor de água; - Reduzir degradação estética do produto; - Preocupação com isolamento dos sistemas elétricos e hidráulicos garantindo segurança contra choques.

- O que é preciso para que o chuveiro resista se instalado em áreas sujeitas à ação do tempo? - Como reduzir a possibilidade de quedas na manutenção do produto, trocas de acessórios e outras funções? É necessária a adição de pegas marcadas? Incluir travas com resposta sonora? - Como deve ser a composição do produto para que ele se mantenha resistente à umidade e superaquecimento do ambiente? - Como reduzir degradação estética do produto no que se refere à poeira, alteração na cor

- O que é preciso para que o chuveiro resista se instalado em áreas sujeitas à ação do tempo? - Como reduzir a possibilidade de quedas na manutenção do produto, trocas de acessórios e outras funções? É necessária a adição de pegas marcadas? Incluir travas com resposta sonora? - Como deve ser a composição do produto para que ele se mantenha resistente à umidade e superaquecimento do ambiente? - Como reduzir degradação estética do produto no que se refere à poeira, alteração na cor

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original do material e ação de fungos? - Como tornar o produto mais seguro? O que é necessário isolar do contato com o usuário?

original do material e ação de fungos? - Como tornar o produto mais seguro? O que é necessário isolar do contato com o usuário?

Estrutu-rais e

Moventes

- Estruturação do sistema hidráulico; - Estruturação do sistema elétrico; - Definição de dimensionamento dos sistemas; - Utilização de termostato; - Definição de tubulação adequada; - Definição de uma resistência existente no mercado; - Opção entre resistência molhadas ou blindada; - Peças desencaixáveis; - Peças para revestimento. - Tipos de botões e displays - Limitação de áreas acessíveis e inacessíveis à intervenção do consumidor;

- Quais os componentes que pertencem ao sistema hidráulico? - Quais os componentes que pertencem ao sistema elétrico? - Qual o espaço físico necessário para comportar cada sistema? - Quais os componentes que pertencem ao sistema de termostato? Quais partes estarão no corpo do chuveiro e quais estarão no controle de temperatura e display de visualização? - Qual o espaço físico necessário para comportar ambas as partes do sistema do termostato? - Qual a tubulação adequada para o produto? - Qual resistência elétrica existente no mercado fará parte do sistema elétrico? - Deve-se optar por resistência molhada ou blindada? - Como deve ser o sistema de encaixe do produto na parede? - Como deve ser o

- Quais os componentes que pertencem ao sistema hidráulico? - Quais os componentes que pertencem ao sistema elétrico? - Qual o espaço físico necessário para comportar cada sistema? - Quais os componentes que pertencem ao sistema de termostato? Quais partes estarão no corpo do chuveiro e quais estarão no controle de temperatura e display de visualização? - Qual o espaço físico necessário para comportar ambas as partes do sistema do termostato? - Qual a tubulação adequada para o produto? - Qual resistência elétrica existente no mercado fará parte do sistema elétrico? - Deve-se optar por resistência molhada ou blindada? - Como deve ser o sistema de encaixe do produto na parede? - Como deve ser o

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sistema de encaixe da resistência e as peças referentes ao seu processo de substituição? - Como deve ser o sistema de encaixe das peças personalizáveis? - Quais componentes precisam de revestimento estético? - Definir como será o estilo de botões, posição dos mesmos, estilo de display e posição do mesmo? - Quais componentes ou sistemas devem ser inacessíveis ao consumidor? - Como otimizar a troca de resistência?

sistema de encaixe da resistência e as peças referentes ao seu processo de substituição? - Como deve ser o sistema de encaixe das peças personalizáveis? - Quais componentes precisam de revestimento estético? - Definir como será o estilo de botões, posição dos mesmos, estilo de display e posição do mesmo? - Quais componentes ou sistemas devem ser inacessíveis ao consumidor? - Como otimizar a troca de resistência?

Produti-vidade

e Manufatu-rabilidade

- Avaliação de produção frente ao modelo escolhido; - Considerar apenas produção em larga escala; - Preferencia do material ABS por seus atributos e garantida viabilidade de produção; - Alteração de design baseado principalmente em novas configurações de estilo e conceito, alterando pouco os métodos e processo da empresa; - Preferência pela utilização de tecnologias existentes e viáveis, mas ainda não aplicadas a

- Qual a viabilidade do modelo de chuveiro escolhido? - O modelo é completamente reproduzido em linha de produção? Dispensa manufatura? - Como certificar se o ABS é o material mais viável para a produtividade? - Como criar um produto inovador sem alterar muito nos métodos, máquinas e processos vigentes nas industrias do segmento? - Como e quais tecnologias já existentes são possíveis empregar

- Qual a viabilidade do modelo de chuveiro escolhido? - O modelo é completamente reproduzido em linha de produção? Dispensa manufatura? - Como certificar se o ABS é o material mais viável para a produtividade? - Como criar um produto inovador sem alterar muito nos métodos, máquinas e processos vigentes nas industrias do segmento? - Como e quais tecnologias já existentes são possíveis empregar

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chuveiros elétricos; em um chuveiro elétrico?

em um chuveiro elétrico?

Custo e Análise de

Valor

- Prezar pelo menor custo de produção possível; - Indicar peças para a reposição que ofereçam valores atraentes para a manutenção; - Posicionar produto como um produto inovador onde vale investir um pouco mais; - Valor adequado ao público-alvo definido; - Comercialização preferencial em loja de material de construção e decoração onde o apelo visual possa ser facilmente contemplado; - Indicações de distribuição e logística; - Analise do valor de venda da concorrência; - Atenção a valores de possíveis componentes importados e suas alternativas nacionais, se houverem.

- Como tornar o custo de produção o menor possível? - Quais peças de reposição tem valores mais atraentes para o usuário? - Como explicitar os benefícios do produto para que, no caso de custo mais alto, pareça mais vantajoso? - Como tornar o valor final do produto condizente com seu público alvo? - Como apresentar o produto para que ele tenha um apelo visual forte no ponto de venda? - Como prever detalhes que possam facilitar distribuição e logística do produto? - Como verificar se o valor do produto estará condizente com os da concorrência? - Quais componentes necessários são importados? Quanto custam com o valor de importação? Existem alternativas nacionais?

- Como tornar o custo de produção o menor possível? - Quais peças de reposição tem valores mais atraentes para o usuário? - Como explicitar os benefícios do produto para que, no caso de custo mais alto, pareça mais vantajoso? - Como tornar o valor final do produto condizente com seu público alvo? - Como apresentar o produto para que ele tenha um apelo visual forte no ponto de venda? - Como prever detalhes que possam facilitar distribuição e logística do produto? - Como verificar se o valor do produto estará condizente com os da concorrência? - Quais componentes necessários são importados? Quanto custam com o valor de importação? Existem alternativas nacionais?

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13. Geração de Alternativas

13.1 Técnicas exploratórias do Processo Criativo Acreditando que a conceituação é indispensável para a criação de um

produto desejável, é preciso explicar as inspirações que guiaram o

desenvolvimento estético desse chuveiro elétrico.

Com o desejo de produzir um produto personalizável e que

representasse bem as sensações diversas que um banho proporciona

verificou-se a necessidade de avaliar o momento do banho, mas de que forma

fazer isso de uma forma mais lúdica, já que um simples registro de usuários

captaria exatamente o que um banho é e não o que se espera que ele seja.

Essa definição está relacionada diretamente ao imaginativo, a idealização que

se tem sobre um banho perfeito. Certamente, expressões artísticas conseguem

transformar em realidade momentos que só aconteceram em pensamento.

É por isso que a temática desse projeto, sugerida com requisito de

diferencial no produto, reaviva as cenas de banho do cinema para conduzir a

pesquisa de formas e funções adicionadas ao produto além de um chuveiro

habitual. Os filmes são repletos de cenas de banho, seja eles em banheira ou

chuveiro, que podem servir de inspiração.

O primeiro passo para esse desenvolvimento foi a seleção das cenas.

Ao pensar em cenas de chuveiro lembramos imediatamente de algumas

tomadas icônicas que ficarão imortalizadas para sempre. Outras foram

escolhidas pelo cenário que a compunha, outras pelo clima da cena. Com a

lista pronta, as cenas foram categorizadas em cinco grupos de quatro cenas:

Luxo, Drama, Sexy, Diversão e Terror. Esses grupos são as maiores

associações de clima de banho no cinema. Muitos deles têm relação direta

com os nossos sentimentos e ações cotidianas quando tomamos banho. Já a

classificação terror, embora não esteja enquadrada em nosso cotidiano, acaba

sendo tão divertida quanto às outras se lembrarmos do entretenimento.

O gênero de terror não é cotidiano dos banhos, mas é tão relevante na

temática do cinema que não pode ser esquecido.

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Feito isso, bastou assistir as cenas de cada grupo e retirar itens que

fizessem sentido na aplicação estética de peças de chuveiro. Essas peças,

provenientes das observações de cada grupo, formarão kits para a

personalização do chuveiro básico.

Os quadros a seguir estão organizados pelo gênero de filme/kit, quatro

filmes por gênero, com ficha técnica básica do filme e indicação dos principais

fatores que formam o ambiente da cena. Nem todos os filmes correspondem

completamente ao gênero que foram classificados, deve-se considerar a cena

isolada.

Luxo

1- Scarface (1983), Diretor: Brian de Palma, Atores: Al Pacino e Michelle

Pfeiffer.

Toalhas bordadas, controle remoto, colunas peroladas, estátuas barrocas, mobiliário antigo, taça de champanhe e balde de gelo.

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Enorme banheira de hidromassagem branca, lustre de cristal, bebidas, cortinas brocadas, cadeira antiga, várias televisões.

2- Psicopata Americano, American Psycho (2000), Diretor: Mary Harron,

Atores: Christian Bale e Justin Theroux.

Acabamento fino nas paredes e móveis. Torneira cromada. Nicho de madeira para toalhas, espelhos.

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Armário com porta de espelho, fundo iluminado, prateleiras de vidro e muitos produtos cosméticos.

3- O Pecado Mora ao Lado, The Seven Year Itch (1955), Diretor: Billy Wilder,

Atores: Marilyn Monroe e Tom Ewell.

Banheira branca, banho de espuma.

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Cosméticos, espelho, roupão cor de rosa.

4- Cidade dos Anjos, City of Angels (1998), Diretor: Brad Silberling, Atores:

Nicolas Cage e Meg Ryan.

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Bucha para sabonete líquido, banheira branca, velas, toalha felpuda, moveis de

madeira escura, bebida, meia luz.

Cortinas leves, tubulações cromadas.

Drama

1- 007 - Cassino Royale, Casino Royale (2006), Diretor: Martin Campbell,

Atores: Daniel Craig e Eva Green.

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Ambiente claro, vazio, chuveiro cromado, prateleiras com alças de segurança,

aspecto de chuva.

Aspecto frio, poucas peças, produtos claros, torneiras e outras peças

cromadas, clima monocromático.

2- Réquiem Para um Sonho, Requiem for a Dream (2000), Diretor: Darren

Aronofsky, Atores: Ellen Burstyn e Jared Leto.

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Luz indireta, ambiente simples, poucos objetos em cena, objetos claros, clima

acinzentado.

Sensação de afogamento, clima monocromático.

3- A Outra História Americana, American History X (1998), Diretor: Tony

Kaye, Atores: Edward Norton e Edward Furlong.

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Luz indireta e aspecto de chuva.

Banheiro simples, acabamento com cores claras (branco, amarelo, rosa), clima

monocromático.

4- O Olho do Mal, The Eye (2008), Diretor: David Moreau e Xavier Palud,

Atores: Jessica Alba e Alessandro Nivola.

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Luz indireta.

Clima monocromático, objetos em mesma cor, espelho embaçado.

Sexy

1- Beleza Americana, American Beauty (1999), Diretor: Sam Mendes, Atores:

Kevin Spacey e Annette Bening.

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Luz indireta, clima de mistério, silhueta, relaxante, contemplativo.

Luz indireta, pétalas de rosa, enevoado, cor avermelhada, romântico.

2- Machete (2010), Diretor: Ethan Maniquis e Robert Rodriguez, Atores: Danny

Trejo e Michelle Rodriguez.

Luz indireta e clima de mistério, sugere desarrumação, relaxante.

3- Último Tango em Paris, Ultimo tango a Parigi (1972), Diretor: Bernardo

Bertolucci, Atores: Marlon Brando e Maria Schneider.

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Tom avermelhado, relaxante.

Sugere desarrumação, contemplativo, cuidadoso.

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4- A Vida em Preto E Branco, Pleasantville (1998), Diretor: Gary Ross, Atores:

Tobey Maguire e Jeff Daniels.

Relaxante, sugere desarrumação.

Romântico, transparente.

Diversão

1- Charada, Charade (1963), Diretor: Stanley Donen, Atores: Cary Grant e

Audrey Hepburn.

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Plástico, descontraído, estúpido, inabitual.

Cores vibrantes e solares.

2- Curtindo a Vida Adoidado, Ferris Bueller's Day Off (1986), Diretor: John

Hughes, Atores: Matthew Broderick e Alan Ruck.

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Íntimo, divertido.

Brincadeira, imaginação, música, banho demorado, passatempo.

3- Uma Linda Mulher, Pretty Woman (1990), Diretor: Garry Marshall, Atores:

Richard Gere e Julia Roberts.

Banho demorado, música, radio, cor forte, solar.

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Deslumbramento, diversão.

4- Meet the Baron (1933), Diretor: Walter Lang, Atores: Jack Pearl e Jimmy

Durante.

Dança, divertimento, passatempo.

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Arte, brincadeira, espontaneidade.

Terror

1- It (1990), Diretor: Tommy Lee Wallace, Atores: Richard Thomas e Tim Reid.

Aprisionamento, pesadelo.

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Susto, pesadelo, perseguição, maligno.

2- Arachnophobia (1990), Diretor: Frank Marshall, Atores: Jeff Daniels e Julian

Sands.

Susto, fobia, distração, maligno.

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Patas, pesadelo, medo.

3- Psicose, Psycho (1960), Diretor: Alfred Hitchcock, Atores: Anthony Perkins e

Janet Leigh.

Susto, suspense.

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Mistério, maligno, assassino, medo.

4- O Chamado 2, The Ring Two (2005), Diretor: Hideo Nakata, Atores: Naomi

Watts e David Dorfman.

Sobrenatural, inusitado, assustador.

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Pesadelo, paranormal.

13.2 Geração de Alternativas Abaixo seguem as primeiras tentativas quanto a forma e

funcionalidades.

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14. Seleção da Alternativa

14.1. Matriz de Avaliação 14.2. Alternativa selecionada 14.2.1 Rendering 14.2.2 Descrição técnica preliminar

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15. Detalhamento Técnico

15.1. Desenhos Técnicos 15.1.1 Vistas ortogonais 15.1.2 Detalhes 15.1.4 Cotagem 15.2. Lista de itens 15.3. Ficha Técnica de Fabricação 15.4. Árvore estrutural do produto

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16. Referências Bibliográficas MUNARI, Bruno – Das Coisas Nascem Coisas - Roma-Bari: Martins Fontes, 1981.

ISBN: 85-336-0875-6

DIFFRIENT, Niels – Humanscale 4/5/6 – Massachusetts, 1981. ISBN: 0-262-04059-x

BROWN, Tim – Design Thinking: uma metodologia poderosa para decretar o fim

das velhas ideias – Editora Elsevier: 2009 – ISBN: 978-85-352-3862-4

LEFTERI, Chis – Como se faz: 82 técnicas de fabricação para design de produtos

– Editora Blucher, 2009 – ISBN: 978-85-212-0506-7.

ASHBY, Michael – Materiais e Design – Arte e ciência da seleção de materiais no

design de produto - Editora Elsevier, 2011. ISBN: 978-85-352-3842-6

PEQUINI, Suzi Marino. Ergonomia aplicada ao design de produtos: Um

estudo de caso sobre o Design de bicicletas. São Paulo: FAU-USP, Tese de

Doutorado, 2005.

SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL – Desejos &

Rupturas: Referências do mobiliário – Brasília: SENAI-DN, 2011.

JOBS, Steve. Revista BusinessWeek, 1995.

Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica

http://www.abinee.org.br/ - http://www.chuveiro.abinee.org.br/

Chuveiros

Doccia - http://www.arblu.it/

Square Quasar - http://www.quasar.nl

Drummonds - http://www.drummonds-uk.com

Newform - http://www.newform.it/en/

Informações de outros produtos

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Micro - http://www.worldwidefred.com/home.htm

O’ring - http://www.vedak.com.br/

Arejadores econômicos Draco - http://www.dracoeletronica.com.br/

Termostato

http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/termostato/termostato.php

Matérias

Sais de banho - http://pensebonita.blogspot.com/2010/09/dicas-de-banho-relax-

como-tornar-o.html

Programa Isso Disso – Como Funciona um chuveiro elétrico (infográfico

animado) – UOL Crianças

http://www.youtube.com/watch?v=A840I3IjzC8&feature=related

Instale um arejador no seu chuveiro -

http://delas.ig.com.br/casa/servicos/ja+arejou+sua+torneira+hoje/c1237765225

939.html

PP - Polipropileno

http://www.teclim.ufba.br/site/material_online/monografias/mono_angela_m_f_li

ma.pdf

Referências de filmes

http://www.imdb.com