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CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO Estudo da Lagoa de Albufeira Dados da monitorização do fitoplâncton na Lagoa de Albufeira Entregável 3.2.2.2.a Junho 2013

Dados da monitorização do fitoplâncton na Lagoa de Albufeira...CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO

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    MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA

    ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA

    REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

    Estudo da Lagoa de Albufeira

    Dados da monitorização do fitoplâncton na

    Lagoa de Albufeira

    Entregável 3.2.2.2.a

    Junho 2013

  • CRIAÇÃO E IMPLEMENTAÇÃO DE UM SISTEMA DE

    MONITORIZAÇÃO NO LITORAL ABRANGIDO PELA

    ÁREA DE JURISDIÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA

    REGIÃO HIDROGRÁFICA DO TEJO

    Este relatório corresponde ao Entregável 3.2.2.2.a do projeto “Consultoria para a Criação e

    Implementação de um Sistema de Monitorização do Litoral abrangido pela área de Jurisdição da

    ARH do Tejo”, realizado pela Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL), para a

    Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. / Administração da Região Hidrográfica do Tejo (APA, I.P.

    /ARH do Tejo).

    AUTORES

    Vanda Brotas (1), (2)

    Carolina Beltran (2)

    Ana Margarida Dias (2)

    (1) Departamento de Biologia Vegetal (FCUL)

    (2) Centro de Oceanografia da Universidade de Lisboa

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    4 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

    REGISTO DE ALTERAÇÕES

    Nº Ordem Data Designação

    1 Junho de 2011 Versão inicial

    2 Dezembro de 2011 Atualização de conteúdos

    3 Dezembro de 2012 Atualização de conteúdos

    4 Junho de 2013 Revisão geral de formatos e atualização de conteúdos

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    Entregável 3.2.2.2.a 5 Junho de 2013

    Componentes do estudo da Lagoa de Albufeira

    3 Estudo da Lagoa de Albufeira

    3.1 Estudo da dinâmica da barra de maré e das suas relações com a agitação marítima incidente e as marés

    3.1.1 Levantamentos topo-hidrográficos da barreira e sistema lagunar em situação de barra fechada

    Entregável 3.1.1.a Batimetria de todo o sistema lagunar

    3.1.2 Levantamentos topo-hidrográficos da área mais próxima do canal de maré após a abertura da barra

    Entregável 3.1.2.a Topo-hidrografia da área próxima do canal

    3.1.3 Cartografia das modificações morfológicas da secção da barra de maré

    Entregável 3.1.3.a Cartas de diferenças entre levantamentos sucessivos

    3.1.4 Avaliação das características e modificações geométricas da secção da barra ao longo da sua existência

    Entregável 3.1.4.a Perfis topográficos da secção da barra da Lagoa de Albufeira

    3.1.5 Estudo das relações entre morfologia da barra de maré e magnitude do prisma de maré lagunar, e

    3.1.6 Caracterização da evolução morfodinâmica da embocadura através de modelação

    Entregável 3.1.5.a e 3.16.a Morfodinâmica da embocadura da Lagoa de Albufeira

    3.1.7 Caracterização da hidrodinâmica e das trocas entre a laguna e o mar

    Entregável 3.1.7.a Caracterização das trocas entre a Lagoa de Albufeira e o mar com o modelo ELCIRC e cálculo dos tempos de residência para várias configurações da embocadura

    3.1.8 Medição das correntes de maré na barra

    Entregável 3.1.8.a Séries temporais de dados de velocidade de corrente integrada na coluna de água, séries temporais de valores de velocidade de escoamento superficial

    3.1.9 Integração dos dados: modelo do comportamento morfodinâmico da barra de maré da Lagoa de Albufeira e estabelecimento das condições favoráveis à abertura da barra de maré

    Entregável 3.1.9.a Síntese do comportamento morfodinâmico da barra de maré da Lagoa de Albufeira, incluindo relações empíricas específicas deste sistema e orientações conducentes à maximização da eficácia das trocas de água entre a laguna e o oceano em cada abertura artificial

    3.2 Estudo e caracterização da qualidade da água no espaço lagunar baseada em parâmetros físico-químicos e biológicos (macroinvertebrados bentónicos, fitoplâncton, peixes, macrófitas)

    3.2.1 Monitorização dos parâmetros físico-químicos in situ e análises laboratoriais

    3.2.1.1 Monitorização dos parâmetros físico-químicos in situ

    Entregável 3.2.1.1.a Parâmetros físico-químicos medidos in situ na Lagoa de Albufeira

    3.2.1.2 Análises laboratoriais

    Entregável 3.2.1.2.a Análises laboratoriais da água da Lagoa de Albufeira

    3.2.1.3 Monitorização da qualidade da água das ribeiras

    Entregável 3.2.1.3.a Qualidade da água das ribeiras afluentes à Lagoa de Albufeira

    3.2.2 Monitorização dos parâmetros biológicos

    3.2.2.1 Biomonitorização das ribeiras (qualidade da água e grau de stress)

    Entregável 3.2.2.1.a Dados de poluentes e parâmetros fisiológicos das ribeiras afluentes à Lagoa de Albufeira

    3.2.2.2 Monitorização do fitoplâncton

    Entregável 3.2.2.2.a Dados da monitorização do fitoplâncton na Lagoa de Albufeira

    3.2.2.3 Monitorização do estado da flora e da vegetação na Lagoa de Albufeira e zona envolvente

    Entregável 3.2.2.3 Relatório com o estado da flora e da vegetação na Lagoa de Albufeira e zona envolvente

    Entregável 3.2.2.3.a Lista das unidades de vegetação representativas da Lagoa de Albufeira e zona envolvente

    Entregável 3.2.2.3.b Lista com a composição florística de cada unidade de vegetação

    Entregável 3.2.2.3.c Lista de espécies da Diretiva Habitat ou por outros motivos relevantes para a conservação

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    6 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

    Entregável 3.2.2.3.d Lista anotada das ameaças identificadas para a vegetação da Lagoa de Albufeira e zona envolvente

    Entregável 3.2.2.3.e Índices QBR

    Entregável 3.2.2.3.f Dados e gráficos de síntese de biomassa e parâmetros fisiológicos das macrófitas

    3.2.2.4 Caracterização da comunidade bentónica

    Entregável 3.2.2.4.a Dados de caracterização da comunidade bentónica

    3.2.2.5 Caracterização da comunidade de peixes

    Entregável 3.2.2.5.a Dados de caracterização da comunidade de peixes

    3.2.3 Integração de toda a informação obtida

    Entregável 3.2.3.a Síntese das características físico-químicas do hidrossoma lagunar e das características biológicas do sistema

    3.3 Estudo da capacidade de suporte do sistema lagunar face à atividade de miticultura ali instalada

    3.3.1 Monitorização da qualidade dos sedimentos do fundo lagunar

    Entregável 3.3.1.a Contrastes texturais e composicionais decorrentes da atividade da miticultura e cartografia dos parâmetros analisados

    3.3.2 Monitorização do fitoplâncton

    Entregável 3.3.2.a Monitorização do fitoplâncton

    3.3.3 Monitorização dos invertebrados bentónicos

    Entregável 3.3.3.a Avaliação da influência das plataformas de mexilhão na comunidade bentónica

    3.3.4 Estudo da componente parasitológica

    Entregável 3.3.4.a Relação entre a comunidade de macroparasitas e indicadores parasitológicos, e sua influência no sistema lagunar

    3.3.5 Integração da monitorização dos parâmetros físico-químicos do corpo aquoso

    Entregável 3.3.5.a Monitorização dos parâmetros físico-químicos do corpo aquoso

    3.3.6 Definição da capacidade de carga da Lagoa de Albufeira para a miticultura

    Entregável 3.3.6.a Definição da capacidade de carga da Lagoa de Albufeira para a miticultura

    3.4 Definição das zonas de dragagem das áreas assoreadas

    3.4.1 Comparação de levantamentos topo-hidrográficos

    Entregável 3.4.1.a Carta de diferenças topo-hidrográficas: zonas assoreadas/erodidas

    3.4.2 Definição da volumetria e da área a dragar

    Entregável 3.4.2.a Relatório e mapa de perímetro de manchas de dragagem

    3.4.3 Realização de sondagens nas áreas a dragar

    Entregável 3.4.3.a Localização e logs das sondagens, boletins dos resultados analíticos e interpretação quanto ao grau de contaminação dos sedimentos

    3.4.4 Caracterização e comparação da hidrodinâmica da lagoa em diferentes configurações

    Entregável 3.4.4.a Contribuição para a definição das dragagens da embocadura da Lagoa de Albufeira

    3.4.5 Estudo de incidências ambientais nos fatores bióticos e abióticos

    Entregável 3.4.5.a Estudo de incidências ambientais nos fatores bióticos e abióticos; matrizes de impacto

    3.5 Definição dos locais de deposição dos dragados

    3.5.1 Avaliação de alternativas para a colocação de dragados de natureza vasosa

    Entregável 3.5.1.a Avaliação de alternativas para a colocação de dragados de natureza vasosa; mapas de deposição dos dragados

    3.5.2 Avaliação de alternativas para a colocação dos dragados de natureza arenosa

    Entregável 3.5.2.a Avaliação de alternativas para a colocação dos dragados de natureza arenosa; mapas de deposição dos dragados

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    Entregável 3.2.2.2.a 7 Junho de 2013

    Índice

    1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................................................... 9

    2 METODOLOGIA .................................................................................................................................. 10

    2.1 Matéria em suspensão .................................................................................................................. 10

    2.2 Biomassa fitoplânctónica – Clorofila a .......................................................................................... 10

    2.2.1 Caracterização da comunidade fitoplanctónica ........................................................................ 11

    2.3 Análise e quantificação dos pigmentos fotossintéticos ................................................................ 11

    2.4 Análise microscópica das espécies presentes ............................................................................... 12

    3 RESULTADOS ...................................................................................................................................... 13

    3.1 Matéria em suspensão .................................................................................................................. 13

    3.2 Biomassa fitoplanctónica – Clorofila a .......................................................................................... 15

    3.3 Caracterização da comunidade fitoplanctónica – pigmentos fotossintéticos ............................... 17

    3.4 Análise microscópica das espécies presentes ............................................................................... 20

    4 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................................................... 22

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    8 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

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    Entregável 3.2.2.2.a 9 Junho de 2013

    1 Introdução

    A Lagoa de Albufeira está situada na orla ocidental da Península de Setúbal, no Concelho de

    Sesimbra, cerca de 20km a sul de Lisboa. Ocupa atualmente em média uma superfície de

    aproximadamente 1.3km2 e apresenta uma geometria alongada com o eixo maior oblíquo

    relativamente à linha de costa, orientado SW-NE; tem um comprimento máximo de 3.5km e

    uma largura máxima de 625m.

    A Lagoa de Albufeira está separada do mar por uma barreira arenosa contínua, ancorada em

    terra em ambos os extremos, por vezes interrompida por uma barra de maré única, aberta

    artificialmente, em regra, com periodicidade anual.

    A laguna é formada por dois corpos contíguos - a Lagoa Pequena (assim designada na

    toponímia local) e o corpo lagunar principal a Lagoa Grande - ambos ligados por um canal

    estreito, sinuoso e pouco profundo. A Lagoa Grande é constituída por dois corpos elípticos,

    separados por duas cúspides arenosas aproximadamente simétricas, localizadas em margens

    opostas, sendo a da margem direita dupla.

    O fitoplâncton é constituído por microalgas de diversos grupos taxonómicos, que constituem a

    base da cadeia trófica dos sistemas aquáticos. As comunidades do fitoplâncton respondem

    muito rapidamente a mudanças no ambiente, em termos de acréscimo da sua biomassa ou

    alteração das concentrações relativas das espécies presentes, nomeadamente a modificações

    na concentração ou equilíbrio dos nutrientes. Por outro lado, algumas espécies

    fitoplanctónicas são tóxicas. Deste modo a monitorização das comunidades de fitoplâncton é

    essencial para estabelecer índices de qualidade ambiental, e o controlo da presença e

    abundância de espécies tóxicas é indispensável em ecossistemas onde se pratica a cultura de

    bivalves.

    A monitorização do fitoplâncton foi efetuada nas estações de amostragem A, B, C, D, utilizadas

    noutros componentes do estudo (Figura 1). Em cada uma destas estações, foi colhida água da

    superfície e do fundo, sendo a água da superfície apanhada com um balde e a água do fundo

    colhida com garrafa Van Dorn. Adicionalmente, foi colhida água da superfície em três pontos,

    localizados perto da margem e perto da barra M1, M2 e JA. Este relatório apresenta os

    resultados obtidos durante todas as campanhas de amostragem realizadas durante o decurso

    do projeto (Tabela 1).

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    10 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

    Figura 1. Estações de colheita de fitoplâncton da Lagoa de Albufeira.

    Tabela 1. Datas das campanhas de monitorização do fitoplâncton. * Indica a barra aberta.

    Data da campanha

    2011

    Data da campanha

    2012

    Data da campanha

    2013

    11 de abril de 2011 31 de outubro de 2012 26 de março de 2013

    28 de junho de 2011*

    22 de setembro de 2011

    2 Metodologia

    2.1 Matéria em suspensão

    Para a determinação da matéria particulada em suspensão (SPM), foram recolhidas amostras

    de água em triplicado (volume entre 0.5 e 1 L), filtradas através de filtros de fibra de vidro

    GF/C 47 mm de diâmetro e 1.2 μm de abertura de poro (Whatman), que foram previamente

    pesados, sendo subsequentemente secos a 80º C durante 24 horas e posteriormente pesados

    novamente.

    2.2 Biomassa fitoplânctónica – Clorofila a

    A biomassa fitoplânctónica presente na lagoa foi determinada através da concentração de

    clorofila a por volume de água (i.e. μg Chl a L-1), de acordo com o protocolo de amostragem e

    análise para o fitoplâncton (INAG, 2009). À chegada ao laboratório, as amostras de água foram

    filtradas (volume entre 1 e 1.5 L) utilizando um filtro de fibra de vidro GF/F Whatman® (0.7 μm

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    Entregável 3.2.2.2.a 11 Junho de 2013

    de poro e 47 mm de diâmetro), imediatamente congelado a uma temperatura de -20º C para

    posterior análise.

    A extração da clorofila a foi feita em 6 mL de acetona a 90 %, sendo o filtro macerado

    manualmente com uma vareta de vidro e submetido a ultra-sons durante 1 minuto, seguindo-

    se um período de extração de 24 h a 4º C. Passado esse período, a amostra foi centrifugada a

    4000 rpm, durante 15 minutos a 4º C. O sobrenadante foi depois analisado num

    espectrofotómetro Shimadzu® UV 1603. Os valores da concentração de clorofila a e dos

    feopigmentos foram obtidos antes e depois da acidificação com 0.5 M HCl (12 μl de HCl para 1

    mL de extrato), respetivamente e seguindo o protocolo descrito por Lorenzen (1967). Com

    este método, a clorofila a ativa é distinguida dos seus produtos de degradação, os

    feopigmentos. A determinação destes últimos é aconselhável num ecossistema onde

    geralmente se acumulam detritos vegetais, como é o caso de lagoas costeiras.

    2.2.1 Caracterização da comunidade fitoplanctónica

    A caracterização da comunidade fitoplanctónica foi efetuada através de duas metodologias

    complementares, i) a identificação e quantificação de pigmentos fotossintéticos e ii) a análise

    microscópica das espécies presentes. A primeira metodologia tem a vantagem de ser mais

    rápida, independente do operador, e de quantificar os grupos de organismos que, por serem

    de muito reduzidas dimensões, não são observados em microscopia.

    2.3 Análise e quantificação dos pigmentos fotossintéticos

    Uma vez que cada classe taxonómica tem um conjunto de pigmentos associado (Figura 2), a

    determinação da composição taxonómica do fitoplâncton presente na Lagoa de Albufeira foi

    efetuada através da análise dos pigmentos fotossintéticos na coluna de água por HPLC,

    (Cromatografia Líquida de Alta Precisão) em todas as estações amostradas. Para tal, as

    amostras de água foram filtradas assim que chegaram ao laboratório, utilizando-se um filtro de

    fibra de vidro GF/F Whatman® (0.7 μm de poro e 47 mm de diâmetro), imediatamente

    transferido para uma temperatura de -80º C para posterior análise em HPLC. O equipamento

    utilizado consistiu num sistema Shimadzu®, equipado com bombas LC 10AVP, um detector de

    absorbância “conjunto de díodos” modelo SPD M10AVP e um detector de fluorescência RF

    10A×L; a coluna utilizada foi Supelcosil LC 18, de 25 cm de comprimento e diâmetro 4.6 mm,

    com partículas de 5 μm de tamanho. A extração de pigmentos foi efetuada em metanol 95 %

    (2 % acetato de amónio) durante 30 minutos a 20º C. Ao solvente de extração é adicionado um

    standard interno para controlo de qualidade, trans-beta-apo-8’-carotenal, na concentração de

    1 %. O gradiente dos solventes encontra-se de acordo com o método de Kraay et al. (1992)

    adaptado por Brotas e Plante-Cuny (1996) com um fluxo de 0.6 mL min-1 e um volume de

    injeção de 100 μl.

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    12 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

    Figura 2. Correspondência dos diversos pigmentos identificados por HPLC com as classes de algas fitoplânctónicas que os contêm. As espécies representadas são apenas exemplos da classe à qual estão

    anexas.

    Como indicadores das diversas classes, utilizou-se a Peridinina para os Dinoflagelados, a

    Fucoxantina para as Diatomáceas, a Clorofila b para as Clorófitas, a Aloxantina para as

    Criptófitas e a Zeaxantina para as Cianobactérias. A abundância relativa de cada uma destas

    classes é dada pela razão entre o respectivo pigmento diagnosticante e a soma do conjunto

    dos cinco pigmentos. Note-se que a Clorofila b pode ser proveniente não só das Clorófitas mas

    também de detritos vegetais. A interpretação dos resultados obtidos através desta

    metodologia foi ponderada pela informação obtida pela identificação microscópica das

    espécies presentes.

    2.4 Análise microscópica das espécies presentes

    Para estas amostras, a água foi colhida com o balde ou com a garrafa Van Dorn e colocada em

    frasco de vidro de 250 mL, ao qual foi acrescentado lugol. Antes da observação, as amostras

    são agitadas cuidadosamente cerca de 100 voltas cada frasco para uma razoável

    homogeneização dos organismos depositados no fundo. De cada amostra retirou-se uma

    subamostra de 5 mL para colunas de sedimentação de Hidro-Bios KIEL, cujo volume total é de

    10 mL (acrescentou-se 5 ml de água destilada para perfazer o volume da coluna), tapou-se

    com uma placa de vidro e colocou-se em repouso num plano direito durante 24h. Após o

    período de sedimentação, removeu-se o sobrenadante evitando ressuspender ou alterar a

    distribuição do material acumulado no fundo da câmara. Efetuou-se a análise da amostra e

    enumeração dos fitoplanctontes com base no método de Utermöhl (1958). A análise foi

    essencialmente dirigida a fitoplanctontes quantificáveis com base em microscopia de inversão,

    incluindo principalmente diatomáceas, dinoflagelados e outros fitoflagelados

    microplanctónicos. Contabilizaram-se separadamente as células com e sem conteúdo celular.

    Para a observação ao microscópio, seleccionaram-se as amostras com a maior concentração

    de clorofila a, ou seja, com maior biomassa.

    Aloxantina

    Crocoxantina

    Clorofila c3

    Clorofila c1 + c2

    Diadinoxantina

    Diatoxantina

    Fucoxantina

    Chlorofila b

    Luteina

    Neoxantina

    Violoxantina

    Zeaxantina

    Criptófitas

    Cianobactérias

    Clorófitas

    Prasinófitas

    Clorófitas + Prasinófitas + Euglenófitas

    Dinoflagelados + Criptófitas

    + Diatomáceas + Crisófitas

    Diatomáceas + Crisófitas

    Primnesiófitas + Crisófitas

    Aloxantina

    Crocoxantina

    Clorofila c3

    Clorofila c1 + c2

    Diadinoxantina

    Diatoxantina

    Fucoxantina

    Chlorofila b

    Luteina

    Neoxantina

    Violoxantina

    Zeaxantina

    Criptófitas

    Cianobactérias

    Clorófitas

    Prasinófitas

    Clorófitas + Prasinófitas + Euglenófitas

    Dinoflagelados + Criptófitas

    + Diatomáceas + Crisófitas

    Diatomáceas + Crisófitas

    Primnesiófitas + Crisófitas

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    Entregável 3.2.2.2.a 13 Junho de 2013

    O microscópio de inversão utilizado foi da marca Zeiss, modelo Axiovert 200, com objetivas

    oculares de 10x. As células muito abundantes enumeraram-se em ½ câmara e as restantes

    enumeraram-se na câmara inteira, com a objetiva de 20x que correspondeu a uma ampliação

    final de 200x. As espécies mais pequenas (fitoflagelados) enumeraram-se em 51 campos com a

    objetiva de 40x que correspondeu a uma ampliação final de 400x. Utilizou-se uma ocular

    micrométrica, previamente calibrada, para efetuar algumas medições de modo a facilitar a

    identificação das espécies. Quando a identificação ao nível específico não foi possível,

    agruparam-se os indivíduos em grupos genéricos (ex. Dinoflagelado não identificado, Nitzshia

    sp.). Utilizaram-se as seguintes obras para identificação do fitoplâncton: Sournia (1986), Ricard

    (1987), Chrétiennot-Dinet (1990), Tomas (1997), Hoppenrath et al. (2009).

    Na Tabela 2 estão descritas as estações e datas nas quais se recolheram as amostras e os

    volumes observados na câmara de sedimentação. Estimaram-se os valores de abundância em

    cél L-1.

    Tabela 2. Lista de estações, datas de colheita e volumes observados na câmara de sedimentação.

    Estações Volume (mL)

    observado

    A Sup Jun11 5

    A Sup Out 12 5

    C Sup Out12 5

    D Sup Out12 5

    M1 Sup Out12 5

    A Sup Mar13 2.5

    B Sup Mar13 5

    B Fun Mar13 5

    C Sup Mar13 5

    C Fun Mar13 50

    D Sup Mar13 5

    M1 Sup Mar13 5

    3 Resultados

    3.1 Matéria em suspensão

    A Figura 3 representa os valores de matéria particulada em suspensão (SPM, mg L-1) para a

    cada uma das amostragens realizadas. Para cada amostragem, observam-se valores

    semelhantes em todas as estações, com um aumento da concentração em profundidade.

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    14 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

    O aumento considerável dos valores da amostragem de outubro 2012 atingindo cifras

    próximas a 50 mg L-1, indicia maior ressuspensão dos sedimentos, que pode ser causada pelo

    aumento da intensidade do vento em dias anteriores.

    Figura 3. Matéria particulada em suspensão (mg L-1

    ) à superfície e fundo da coluna de água, nos pontos de amostragem para cada uma das colheitas. Barras de erro referem-se ao erro-padrão, para 3

    replicados.

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    A B C D M1 M2

    Abril 2011 Superficie

    Fundo

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    A B C D M1 M2

    Junho 2011

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    A B C D M1 M2

    Setembro 2011

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    A B C D M1

    Outubro 2012

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    A B C D M1

    Março 2013

    SPM

    (m

    g L-

    1 )

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    Entregável 3.2.2.2.a 15 Junho de 2013

    3.2 Biomassa fitoplanctónica – Clorofila a

    A Figura 4 representa a variação da concentração de clorofila a (µg L-1) nos pontos de

    amostragem para cada uma das colheitas.

    Os valores mais elevados foram observados em março 2013 e abril 2011, correspondendo ao

    período de crescimento do fitoplâncton: a primavera. O valor máximo de clorofila, 23 µg L-1, foi

    obtido na estação mais a montante (#A), em março 2013. Os valores mais baixos são

    observados em junho 2011, quando a barra se encontrava aberta; esta observação é

    consistente com a entrada de água do mar na lagoa, com concentrações inferiores de

    biomassa fitoplanctónica.

    Nas amostragens de abril 2011, em particular os valores de clorofila a registados, indicam que

    a coluna de água se encontra muito estratificada, com valores consistentemente mais altos à

    superfície relativamente ao fundo.

    Nas amostragens de junho e setembro de 2011, os valores de clorofila a são maiores no fundo

    que na superfície, indicando também a existência de estratificação na coluna de água.

    Em todas as amostragens, com a exceção de setembro 2011, observa-se o mesmo perfil onde

    os valores de clorofila decrescem da estação mais a montante (estação A) para a estação mais

    a jusante (estação D). Este resultado é expectável e está relacionado com o facto de que a

    principal entrada de nutrientes na lagoa se efetua a montante.

    Na Figura 5 está representada a variação espacial da concentração de feopigmentos (µg L-1).

    São destacáveis os elevados valores nas amostragens de abril 2011 e março 2013 chegando

    respetivamente a 30 e 60 µg L-1, estas concentrações devem-se à acumulação de material

    vegetal de origem terrestre procedentes das margens da lagoa.

    Observa-se um perfil muito similar ao de clorofila onde as concentrações decrescem da

    estação mais a montante (estação A) para a estação mais a jusante (estação D).

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    16 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

    Figura 4. Variação espacial da concentração de Clorofila a (µg L-1

    ) à superfície e fundo da coluna de água, nos pontos de amostragem para cada uma das colheitas. Barras de erro referem-se ao erro-padrão, para

    3 replicados. Note-se a diferença nas escalas em março de 2013.

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    A B C D M1 M2

    Abril 2011 Superficie

    Fundo

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    A B C D M1 M2

    Junho 2011

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    A B C D M1 M2

    Setembro 2011

    0

    2

    4

    6

    8

    10

    12

    A B C D M1 JA

    Outubro 2012

    0

    5

    10

    15

    20

    25

    A B C D M1 JA

    Março 2013

    Clo

    rofi

    la a

    (µg

    L -1

    )

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    Entregável 3.2.2.2.a 17 Junho de 2013

    Figura 5. Variação espacial da concentração de Feopigmentos (µg L-1

    ) à superfície e fundo da coluna de água, nos pontos de amostragem para cada uma das colheitas. Barras de erro referem-se ao erro-

    padrão, para 3 replicados. Note-se a diferença nas escalas.

    3.3 Caracterização da comunidade fitoplanctónica – pigmentos

    fotossintéticos

    Na Figura 6 estão representados as percentagens das principais classes de algas

    fitoplântónicas registadas para cada estação, obtidas a partir da análise de pigmentos como

    indicadores.

    0

    10

    20

    30

    40

    A B C D M1 M2

    Abril 2011 Superficie

    Fundo

    0

    1

    2

    3

    4

    A B C D M1 M2

    Junho 2011

    0

    1

    2

    3

    4

    A B C D M1 M2

    Setembro 2011

    0

    1

    2

    3

    4

    A B C D M1 JA

    Outubro 2012

    0

    20

    40

    60

    80

    A B C D M1 JA

    Março 2013

    Feo

    pig

    me

    nto

    s

    g L-

    1)

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    18 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

    O grupo mais abundante em todas as épocas de amostragem são as diatomáceas. As

    cianobactérias e as criptófitas têm uma expressão reduzida.

    Em relação aos dinoflagelados, existe um aumento em outono, diminuindo nas estações de

    primavera e praticamente desaparecendo no verão.

    Figura 61. Abundância relativa das classes fitoplanctónicas a partir da composição pigmentar das amostras para cada uma das colheitas – continua –.

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    A sup B sup C sup D sup M1 sup M2 sup

    Abr 2011

    Clorófitas

    Cianobactérias

    Criptófitas

    Diatomáceas

    Dinoflagelados

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    A sup B sup Bfundo

    C sup Cfundo

    D sup Dfundo

    M1sup

    M2sup

    Jun 2011

    Clorófitas

    Cianobactérias

    Criptófitas

    Diatomáceas

    Dinoflagelados

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    Entregável 3.2.2.2.a 19 Junho de 2013

    Figura 62. Abundância relativa das classes fitoplanctónicas a partir da composição pigmentar das amostras para cada uma das colheitas.

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100% Set 2011

    Clorófitas

    Cianobactérias

    Criptófitas

    Diatomáceas

    Dinoflagelados

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100% Out 2012

    Clorófitas

    Cianobactérias

    Criptófitas

    Diatomáceas

    Dinoflagelados

    0%

    10%

    20%

    30%

    40%

    50%

    60%

    70%

    80%

    90%

    100%

    A sup Afundo

    B sup C sup D sup Dfundo

    M1sup

    JA sup

    Mar 2013

    Clorófitas

    Cianobactérias

    Criptófitas

    Diatomáceas

    Dinoflagelados

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    20 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

    3.4 Análise microscópica das espécies presentes

    A Figura 7 representa a relação que existe entre o valor de clorofila a analisado pelo método

    de HPLC e a contagem das células totais no microscópio, para 1 estação da amostragem de

    junho 2011, 4 estações de outubro 2012 e 7 estações de março 2013.

    Observa-se que existe uma correlação significativa entre ambos os métodos.

    Figura 7. Gráfico de correlação entre Clorofila a (µg L-1

    ), medida na HPLC e a Abundância de Fitoplâncton (cél L-

    1) analisada no microscópio das amostragens de Junho 2011, Outubro 2012 e Março 2013, n=12.

    Na Figura 8 representam-se os 3 principais grupos de fitoplâncton (fitoflagelados,

    dinoflagelados e diatomáceas), para 1 estação da amostragem de junho 2011, 4 estações de

    outubro 2012 e 7 estações de março 2013 (ver Tabela 2).

    A observação microscópica confirmou os resultados obtidos dos pigmentos fotossintéticos,

    dado que mostra as diatomáceas como o grupo mais abundante, no geral. Os fitoflagelados,

    sobretudo das classes Chrysophyceae e Cryptophyceae, apresentam valores em média

    superior a 20 %, para a maior parte das estações de amostragem.

    Os dinoflagelados foram mais abundantes em 2011 e 2012 do que em 2013.

    y = 2E-06x + 0.2998 R² = 0.561

    0.00

    2.00

    4.00

    6.00

    8.00

    10.00

    12.00

    14.00

    0 1000000 2000000 3000000 4000000 5000000

    Ch

    l a H

    PLC

    g L-

    1 )

    Abundância (cél L-1)

    Clorofila a (HPLC) - Abundância

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    Entregável 3.2.2.2.a 21 Junho de 2013

    Figura 8. Abundância (cél L-1

    ) dos principais grupos fitoplânctónicos das amostras analisadas no microscópio das amostragens de junho 2011, outubro 2012 e março 2013.

    De entre das espécies mais abundantes, destacam-se, para as diatomáceas: Chaetoceros sp. (>

    20 %) e Cerataulina sp. (9-15 %) nas estações:A, B, C, D superfície e B fundo de 2013;

    Cylindrotheca closterium (> 20 %) em M1 superfície de 2012 e B, C, D superfície e B, C fundo

    de 2013; Diploneis sp. com 17 % na estação D Sup 2013, Nitzshia sp. com cerca de 26 % na

    estação M1 Sup 2013.

    Em relação aos dinoflagelados, destaca-se a espécie Scripsiella trochoidea cf, espécie

    potencialmente tóxica, que representou cerca de 20 % na estação A superfície 2011.

    0

    1000000

    2000000

    3000000

    4000000

    5000000A

    bu

    nd

    ân

    cia

    cél L

    -1

    Fitoflagelados

    Diatomáceas

    Dinoflagelados

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    22 Entregável 3.2.2.2.a Junho de 2013

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