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Revista Eletrônica de Educação Física A DANÇA DE SALÃO COMO QUALIDADE DE VIDA PARA A TERCEIRA IDADE Diego Emanuel Gobbo Orientadora. Prof. Daisy Carvalho SUMÁRIO 1- Introdução 2- Referencial Teórico 2.1- Envelhecimento 2.2- Dança e o Idoso 2.3- Histórico da Dança de Salão 3- Metodologia 3.1- Caracterização da Pesquisa: 3.2- População e Amostra 3.4- Coleta de Dados 3.5- Tratamento dos Dados 4- Resultado e Discussão dos Dados 4.1- Perfil dos Idosos 4.2- Características Sócio-Econômicas dos Idosos Praticantes de Dança de Salão 4.3- Qualidade de Vida na Percepção dos Idosos Praticantes de Dança de Salão 4.4- Motivos que Levaram A Prática da Dança de Salão 4.5- Benefícios Adquiridos Através da Dança De Salão 4.6- Tempo de Prática de Dança de Salão 5- Considerações Finais 6- Referências PDF created with pdfFactory Pro trial version www.pdffactory.com

dança de salão 3 idade

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Revista Eletrônica de Educação Física

A DANÇA DE SALÃO COMO QUALIDADE DE VIDA PARA A TERCEIRA IDADE

Diego Emanuel Gobbo Orientadora. Prof. Daisy Carvalho

SUMÁRIO

1- Introdução

2- Referencial Teórico

2.1- Envelhecimento

2.2- Dança e o Idoso

2.3- Histórico da Dança de Salão

3- Metodologia

3.1- Caracterização da Pesquisa:

3.2- População e Amostra

3.4- Coleta de Dados

3.5- Tratamento dos Dados

4- Resultado e Discussão dos Dados

4.1- Perfil dos Idosos

4.2- Características Sócio-Econômicas dos Idosos Praticantes de Dança de Salão

4.3- Qualidade de Vida na Percepção dos Idosos Praticantes de Dança de Salão

4.4- Motivos que Levaram A Prática da Dança de Salão

4.5- Benefícios Adquiridos Através da Dança De Salão

4.6- Tempo de Prática de Dança de Salão

5- Considerações Finais

6- Referências

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1- INTRODUÇÃO

A expectativa de vida vem sofrendo modificações ao longo dos anos.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (2002) a conseqüência natural disto foi o

aumento da vida média do homem que hoje se situa em torno de 66 anos (20 anos a

mais do no ano de 1950). Atualmente estima-se que a cada 10 indivíduos no mundo,

um tenha mais de 60 anos, idade acima da qual o indivíduo é considerado idoso no

Brasil.

O envelhecimento populacional é um fenômeno mundial que se repete

também aqui no Brasil. A população de idosos representa um contingente de quase

15 milhões de pessoas com 60 anos ou mais de idade (8,6% da população

brasileira). As mulheres são maioria, 8,9 milhões. Grande parte dos idosos são

responsáveis pelos domicílios e tem, em média, 69 anos de idade e 3,4 anos de

estudo. Nos próximos 20 anos, a população idosa do Brasil poderá ultrapassar os 30

milhões de pessoas e deverá representar quase 13% da população ao final deste

período (IBGE, 2004 p.02).

A Dança na vida do idoso é responsável por uma série de benefícios na vida

cotidiana (BOURCIER, 1987 p. 16).Mas é o fator social, ou seja, nas relações

interpessoais onde ela atua com uma maior eficácia. O idoso, devido a todo um

histórico biológico (músculos, articulações, osso, etc), não procura a dança de salão

por exibicionismo ou profissionalismo (aprendizagem de seqüência de passos,

coreografias, etc); mas pelo simples fato de que a dança pode suprimir desejos

retraídos, o encontro com uma nova pessoa do sexo oposto, a fuga da solidão em

casa, e por uma gama de opções para superarem todas as suas dificuldades.

O objetivo deste nosso trabalho é o de identificar, como a Dança de Salão

pode beneficiar a qualidade de vida para os idosos, inserido no contexto de que a

educação física, com seus programas de atividades físicas, voltada aos idosos,

possibilita-os redescobrir seu próprio corpo através do íntimo contato corporal e as

relações que afloram desta conquista. “a dança desenvolve a coordenação motora, agilidade, ritmo e percepção espacial, desperta e aprimora a musicalidade corporal de forma inteligente e natural, permitindo uma melhora na auto-“estima e a ruptura de diversos bloqueios psicológicos, possibilita convívio e aumento do rol de relações sociais, torna-

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se uma opção de lazer e promovo inclusive melhora de doenças e outros problemas” (FLORES, 2002, p. 08).

2- REFERENCIAL TEÓRICO 2.1- Envelhecimento

O envelhecimento é um processo fisiológico e não está necessariamente

ligado à idade cronológica. É nessa perspectiva que encaminhamos nosso trabalho,

no sentido de compreender a fim de amenizar os problemas inerentes à Terceira

Idade.

Antigamente, nas sociedades tradicionais, os velhos eram muito

considerados, por serem sinônimo de lembranças e sabedoria. Atualmente o

descaso e o desprezo os excluem da sociedade, que os julgam improdutivos. É

comum encontrar idosos abandonados e ignorados dentro da própria família.

Geralmente, a velhice está ligada às modificações do corpo, com o aparecimento

das rugas e dos cabelos brancos, com o andar mais lento, diminuição das

capacidades auditiva e visual, é o corpo frágil. Essa é a velhice biologicamente

normal, que evolui progressivamente e prevalece sobre o envelhecimento

cronológico.

O envelhecimento, hoje, é um fenômeno universal, tanto nos países

desenvolvidos como nos países em desenvolvimento. No Brasil, impressiona a

rapidez com que tem ocorrido, visto que, segundo a Organização Mundial de Saúde

(OMS), até o ano de 2025, a população idosa no Brasil crescerá 16 vezes, contra

cinco vezes da população total. Isso classifica o país como a sexta população do

mundo em idosos, correspondendo a mais de 32 milhões de pessoas com 60 anos

ou mais de idade.

A mudança na composição populacional já começou a provocar

conseqüências sociais, culturais e epidemiológicas preocupantes hoje, e talvez

alarmantes no futuro. Consideramos que a conseqüência epidemiológica de maior

expressão é a transição epidemiológica, fenômeno responsável pela mudança do

perfil de doença, no qual as doenças infecto-parasitárias cedem lugar

progressivamente às doenças crônicas não-transmissíveis, mais complexas e

onerosas, típicas das faixas etárias mais avançadas.

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Com o declínio gradual das aptidões físicas, o impacto do envelhecimento e

das doenças, o idoso tende a ir alterando seus hábitos de vida e rotinas diárias por

atividades e formas de ocupação pouco ativas. Os efeitos associados à inatividade e

a má adaptabilidade são muito sérios. Podem acarretar numa redução no

desempenho físico, na habilidade motora, na capacidade de concentração, de

reação e de coordenação, gerando processos de auto-desvalorização, apatia,

insegurança, perda da motivação, isolamento social e a solidão.

A reabilitação do idoso deverá ser também pensada como um processo

unitário que envolva níveis orgânicos, motores, afetivos, intelectuais e sociais.

A elaboração de um programa de atividade física para a terceira idade deve levar

basicamente em consideração o preparo para que o idoso possa cumprir suas

necessidades básicas diárias (necessidades impostas pelo cotidiano), ou seja, tentar

impedir que o idoso perca a sua auto-suficiência, através da manutenção de sua

saúde física e mental.

“o envelhecimento está associado a uma variedade de limitações físicas e psicológicas. Freqüentemente, isso torna difícil para os indivíduos desempenhar certas ações. Dependendo de sua motivação, circunstânciais ambientais e reações à incapacidade, aqueles que são assim afetados podem também ficar inválidos (incapazes de desempenhar as atividades desejadas). A conseqüência de tal invalidez é uma deterioração na qualidade de vida”.(MATSUDO. 2001, p.19).

2.2- Dança e o idoso

Dança é a arte que se expressa através do movimento do corpo seguido de

ritmos. Segundo GARAUDY a dança precedeu o ser humano, pois há milhões de

anos os animais dançam para sua procriação ou alimentação. O ser humano

dançou antes de saber falar (1980, p.65).

A dança é uma atividade lúdica, uma manifestação artística e forma de

comunicação que se faz através do próprio corpo humano, praticada em grupo, que

ajuda a expressar as emoções, estimula a memorização e a coordenação, além de

ser um bom exercício físico. A dança pode usar de temas, como por exemplo:

passeio de barco, dança do café, brincadeira da chuva, La Cucaracha entre outros,

que utilizam flores, bastonetes, cordas, lenços, cubos e outros objetos de espuma e

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de plástico para ajudar no desenvolvimento da dança. As coreografias mais

utilizadas misturam passos de polca, rancho , swing, tango, rock e samba. Assim, os

exercícios são feitos de forma elegante aonde exigem uma troca constante de pares,

incentivando dessa forma, a integração dos alunos.

"A própria palavra dança, em todas as línguas européias – danza, dance, tanz- , deriva da raiz “tan" que em sânscrito, significa “tensão”. Dançar é vivenciar e exprimir, com o máximo de intensidade, a relação do homem com a natureza, com a sociedade, com o futuro e com seus deuses (GARAUDY, 1980, p.14)

O objetivo da Dança é o de trabalhar com um mecanismo harmonizador,

respeitando as emoções, os estados fisiológicos, desenvolvendo habilidades de

movimentos, exercendo possibilidades de auto-conhecimento e possibilita os

seguintes benefícios: Prevenção e combate de situações estressantes, estimula a

oxigenação do cérebro, melhora no funcionamento das glândulas, reforço dos

músculos e proteção das articulações, conhecimento do seu corpo, melhora da

capacidade motora, melhora do desempenho cognitivo, melhora da memória,

concentração e atenção, proporciona cooperação e colaboração, contato social,

criatividade, melhora da auto-estima e auto-imagem e estimula o resgate cultural.

Qualquer idoso pode participar, e os benefícios são a curto prazo, a sua

única contra-indicação é para as pessoas que sofrem de osteoporose avançada e

alguns casos de angina no peito.

“o enriquecimento da dança na virada do século até nossos tempos, é ilimitado. O corpo é usado como um todo e as infinitas combinações de formas e movimentos são inúmeras, fazendo com que a dança seja uma das melhores formas de comunicação e expressão do ser humano”. (WOLFF, 1989, p. 12).

2.3- Histórico da Dança de Salão

As danças de salão, executadas por pares, são usadas para entretenimento

nas reuniões sociais. As primeiras danças sociais, como eram chamadas as danças

em casais, de que temos notícia, nasceram com os mestres da Renascença. A idade

média foi um período em que a dança, considerada pagã, era condenada pelo clero

e somente no final, com o início do período chamado na História de Renascimento

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Cultural, que começaram as manifestações sociais nas cortes dos reis e nobres

(ACHCAR, 1998, p 22).

A dança de salão enquadra-se na categoria de dança popular, que tem esse

nome por se originar de causas sociais, políticas e acontecimentos do momento em

destaque. A dança popular se difere da dança folclórica juntamente por ser uma

manifestação do momento, enquanto a folclórica é uma manifestação que se

mantém através dos tempos, originada por festas ligadas a diversos temas:

natureza, fatos históricos, acontecimentos religiosos ou tradição cultural transmitida

de geração em geração.

Concordando com o mesmo autor, dança de salão também é conhecida

como dança social por ser praticada com objetivos claros de socialização e diversão

por casais, proporcionando o estreitamento das relações entre seus praticantes.

Estas relações podem ser puramente sociais, românticas, apenas de amizade,

dentre outras. No que diz respeito ao tema “salão”, fica claro que se deve à

necessidade de salas grandes, ou grandes salões, para que possam ser realizadas

as evoluções da dança, festas e encontros de confraternizações dançantes.

3- METODOLOGIA

3.1- Caracterização da pesquisa:

Segundo GIL (1999, p. 33) este estudo foi de campo do tipo descritivo, pois

consistiu em coletar dados acerca de um meio e dos diversos aspectos da vida de

um modo formal e sistemático de desenvolvimento do método científico, que o

caracteriza, bem como conhecer as situações, costumes e atitudes predominantes

por meio da descrição da Dança de Salão.

3.2- População e amostra

A população contém os idosos praticantes de Dança de Salão da

Associação Paranaense de Idosos (API). A amostra será composta por 50

(cinqüenta) idosos de ambos os sexos, com uma faixa etária de 60 a 74 anos de

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idade, praticantes de Dança de Salão, selecionados intencionalmente: (a) idade, (b)

tipo de prática e (c) interesse e possibilidade de participar.

3.3- Instrumentos de pesquisa

Os instrumentos de medida que serão utilizados na realização deste estudo

envolverão: uma entrevista semi-estruturada: atributos pessoais e percepção da

qualidade de vida (Versão brasileira do SF-36 – Health Survey of the International

Quality of Life Assesment) para avaliar a Qualidade de Vida dos idosos e o

questionário de Critérios de Classificação Econômica do Brasil (ANEP, 2003, p.34).

O referente estudo foi submetido e Aprovado pelo comitê de ética – pesquisa em

seres humanos, aprovado no dia 27 de Abril de 2004.

Neste questionário estão incluídas perguntas relativas aos dados de

identificação (sexo, idade, estado civil), ao tempo de pratica da Dança, se praticam

outras atividades físicas e os motivos que os levaram a ingressar e a permanecer na

Dança de Salão.

3.4- Coleta de dados

Os dados foram coletados pelo pesquisador através da entrevista semi-

estruturada (versão brasileira do SF-36), e do questionário do Critério de

Classificação Econômica do Brasil.

Primeiramente foi feito o convite aos idosos, para participarem da pesquisa,

na qual o objetivo desta e a importância da sua participação foram esclarecidos,

tratando de que haveria sigilo total de identificação.

3.5- Tratamento dos dados

Os dados serão tratados mediante a estatística descritiva (distribuição de

freqüências e médias). Distribuídos através de freqüências, tabelas e gráficos.

4- RESULTADO E DISCUSSÃO DOS DADOS

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Neste capítulo serão apresentados os resultados desta pesquisa através

dos dados coletados pelo pesquisador. Serão apresentados os atributos pessoais

dos idosos praticantes de Dança de Salão.

4.1- Perfil dos Idosos Verificou-se através deste o gênero, a faixa etária, estado civil e

aposentadoria dos mesmos. Os resultados seguem em figura abaixo:

0

5

10

15

20

25

30

35

17 33

masc.Fem.

masc

Gráfico 1 Gênero dos idosos praticantes de Dança de Salão

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

No gráfico 1, observou-se que grande parte dos idosos praticantes de

Dança de Salão é do sexo feminino (33) e o restante do sexo masculino (17).

Segundo dados do (IBGE, 2004, p. 03), o contingente de homens diminuiu em

relação ao das mulheres, mostrando que a sobre vida feminina tem aumentado em

relação a dos homens.

0

5

10

15

20

10 15 20 5

60 à 64 anos 65 à 69 anos70 à 74 anos75 à 79 anos

Gráfico 2 Faixa etária dos idosos praticantes de Dança de Salão

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

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8

No gráfico 2 observou-se a distribuição dos idosos praticantes da Dança de

Salão através da faixa etária. Estes foram classificados mediante freqüência em

duas faixas etárias distintas: 65 à 69 anos de idade e 70 a 74 anos de idade. Cada

vez mais vem se notando a aderência de idosos à prática de atividades físicas, pois

existe um processo de conscientização por parte dessa população especial, que

passou a acreditar que o exercício ire contribuir para um processo de melhora da

qualidade de vida, na prevenção, e até mesmo no combate a algumas patologias

relacionadas ao envelhecimento.

0

5

10

15

20

10 9 11 20

ViúvoSeparadoDivorciadoCasado

Gráfico 3 Estado civil dos idosos praticantes de Dança de Salão

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

No gráfico 3 observou-se o estado civil dos idosos praticantes de Dança de

Salão. Grande parte dos idosos são viúvos (20), sendo na maioria mulheres (14). A

viuvez é o estado conjugal predominante entre as mulheres idosas. As mulheres

predominam também entre os solteiros. A proporção de viúvas cresce com a idade,

ao mesmo tempo em que decresce a de casadas. Esta mesma tendência é

verificada para os homens, mas a idade tem um efeito maior sobre o estado conjugal

das mulheres.

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9

0

10

20

30

40

50

47 3

AposentadosNorte

Gráfico 4 Aposentadoria dos idosos praticantes de Dança de Salão

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

No gráfico 4 observou-se a aposentadoria dos idosos praticantes de Dança

de Salão. A grande maioria já esta aposentada (47), enquanto que apenas 3 idosos

continuam na ativa.

Com o aparecimento da aposentadoria em 1923, surgiu o conceito de

termino das atividades de um trabalhador, onde inicia - se o período em que se

esgotam as capacidades físicas e surgem as doenças crônicas, impedindo e

limitando o indivíduo nas tarefas cotidianas.

4.2- Características sócio-econômicas dos idosos praticantes de Dança de Salão

A seguir, serão apresentadas as classes onde estes idosos se encontram,

mediante as respostas coletadas.

Tabela1:

Classificação econômica dos idosos praticantes de Dança de Salão segundo o

Critério de Classificação Econômica do Brasil (ANEP).

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

C l a s s e P o n t o s I d o s o s ( F r e q u ê n c i a )A 1 3 0 - 3 4 0A 2 2 5 - 2 9 6B 1 2 1 - 2 4 1 0B 2 1 7 - 2 0 4C 1 1 - 1 6 9D 6 - 1 0 2 1E 0 - 5 0

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Os idosos praticantes de Dança de Salão encontram-se classificados em

maior número, segundo Critérios de Classificação Econômica do Brasil (ANEP,

2002) na classe “D”, viúvas, pensionistas, tendo estudado de um a três anos

escolares, com uma renda que varia de um a dois salários mínimos mensais.

4.3- Qualidade de vida na percepção dos idosos praticantes de Dança de Salão

Com intuito de investigar a qualidade de vida do idoso praticante de dança

de salão, verificam-se as atividades realizadas pelos mesmos, suas dificuldades e

êxito na sua realização, bem como fatores psicológicos, internos e externos que

prejudicassem o desempenho de suas tarefas.

0

5

10

15

20

25

7 25 15 3

ExelenteMuito boaBoaRuim

Gráfico 5 Saúde atual dos idosos praticantes de Dança de Salão

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

0

510

15

20

2530

35

30 5 15

Melhor agora

Um poucomelhorQuase na mesma

Gráfico 6 Saúde há um ano dos idosos praticantes de Dança de Salão

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

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11

Nos gráficos 5 e 6 observou – se a percepção dos idosos praticantes de

Dança de Salão em relação a sua saúde atual e há um ano atrás. Segundo a

percepção dos mesmos pode-se notar que os idosos que afirmam ter uma saúde

muito boa (25) são a maioria, sendo baixa a expectativa de que a sua saúde vai

piorar, como podemos ver posteriormente no gráfico seguinte, quando a maioria

afirma que a saúde se manteve quase a mesma (30). Esta expectativa dos idosos,

se deve, e parte devido à prática sistematizada de atividades físicas.

4.4- Motivos que levaram a prática da Dança de Salão Foram atribuídos 5 motivos para esta pergunta, apresentados a seguir

0

5

10

15

20

25

21 9 5 5 10

Prazer

Necessidadede exercícioCuriosidade

Não saberdançarSolidão

Gráfico 7 Distribuição por freqüência dos principais motivos que levam os idosos

praticantes de Dança de Salão

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

No gráfico 7 observo-se a distribuição por freqüência dos principais motivos

que levam os idosos a praticarem dança de salão. O prazer em realizar uma

atividade , no caso dançar, foi o motivo mais respondido pelos idosos, quando

perguntados do porque em fazer dança de salão. O segundo fator mais citado pelos

idosos foi o fator solidão, principalmente pelos viúvos.

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4.5- Benefícios adquiridos através da dança de salão

0

5

10

15

20

8 11 19 12

BenefíciosfísicosAlegria

NovasamizadesAutonomia

Gráfico 8 Benefícios adquiridos pelos idosos praticantes de Dança de Salão

Fonte: Dados coletados pelo pesquisador.

No gráfico 8 observou-se a distribuição por freqüência dos benefícios

adquiridos pelos idosos através da prática da dança de salão. A maioria da

população citou como principal benefício adquirido e experiência de conhecer novas

pessoas (19). Também a questão da autonomia (12) foi muito abordada, levando em

consideração o fato de que os idosos perdem sua identidade com passar do tempo.

4.6- Tempo de prática de Dança de Salão

O tempo médio de prática de Dança de Salão dos idosos foi de 3 a 4 anos.

A média foi obtida através da soma dos anos de prática da população (50 idosos)

dividida pela mesma.

5- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Quanto ao perfil dos idosos praticantes de dança de salão, podemos concluir

que esta população é predominantemente feminina, com uma média de idade de

65,73 anos de idade, pertencentes a duas faixas etárias distintas: 65 a 69 anos de

idade e 70 a 74 anos de idade, aposentados, viúvos, pertencentes a uma classe

econômica “D”;

Quanto a qualidade de vida dos idosos em relação a dança de salão, esta é

considerada “positiva” em suas percepções, tendo em vista o prazer, a

conscientização e a pouca interferência de fatores externos (sociais, psicológicos,

afetivos, etc)na prática de suas atividades físicas;

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Quanto ao grau de satisfação dos idosos e relação a dança de salão,

podemos concluir que esta trouxe benefícios ao longo da prática, podendo destacar

autonomia e o aumento das amizades (relações interpessoais), que são de extrema

importância no que diz respeito à procura pela prática e a satisfação com a mesma.

Após a prática da dança de salão , pode-se concluir que a vida destes idosos

melhorou significativamente em várias dimensões, foi na dança de salão que alguns

encontraram uma forma de reencontro com a vida após uma grande perda,

decepção, ou o simples fato de se isolarem completamente da sociedade por se

considerarem incapazes. Os depoimentos colhidos nas entrevistas realizadas

mostraram o quanto á dança de salão acrescentou em suas vidas, não apenas e tão

somente pelo gesto motor em executar passos e aprender ritmos diferenciados, mas

pela forma carinhosa e singular de aproximar as pessoas e possibilitar a chance de

um reencontro com o outro e com sigo mesmo.

A dança de salão pode contribuir na manutenção, melhora e regate de valores

na vida dos idosos. É preciso, porém, que aqueles profissionais que pretendem

investir seu tempo e futuro profissional com essa população estejam preparados e

conheçam alguns aspectos da vida dos mesmos. Através do conhecimento tanto de

sua área (a dança) quanto de sua população (idosos), o professor poderá intervir de

maneira benéfica, seja informando o idoso sobre a necessidade de praticar

atividades físicas, seja na prevenção contra doenças e possíveis transtornos físicos,

quanto na reabilitação física e emocional, tendo em vista que este público pode

chegar a ele com problemas emocionais devido à perda de alguém muito próximo,

como o simples fato de se sentir só. A interpessoalidade que a dança carrega

consigo pode ser a maior “ferramenta de trabalho” do professor de dança, haja visto

que este é um dos grandes motivos pelo qual o idoso vem procurando academias ou

programas especiais. Ao entrar em contato com o mundo da dança, o idoso perde

seus medos, incertezas e dúvidas, tornando-se uma pessoa mais receptiva a

relacionamentos e grupo, aprendendo o verdadeiro caráter das danças sociais e o

valor de um abraço.

REFERÊNCIAS

ACHCAR, D. Balé: uma arte. Rio de Janeiro: Ediouro, 1998.

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Revista Eletrônica de Educação Física

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BARBOSA, R.M. Educação Física Gerontológica. Rio de Janeiro: Sprint, 2000.

BOURCIER, P. História da dança no ocidente. São Paulo: Martins Fontes, 1987.

BODACHNE, L. Princípios básicos de geriatria e gerontologia. Curitiba: editora Universitária Champagnta, 1998.

FLORES, M. L. A dança e seus benefícios. Disponível no site www.dancadesalao.com/agenda/index.cgi?x=lauraflores.02htm Acessado em 28/09/2005.

GARAUDY, R. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.

GEIS, P.; RUBI, M. C. Terceira idade. Atividades criativas e recursos práticos. São Paulo: Artemed Editora, 2003.

MATSUDO, M.M. Envelhecimento e Atividade física. Londrina: Midiograf, 2001.

MAZO, G. Z; LOPOES, M. A; BENEDETTI, T. B. Atividade física e o idoso. Porto Alegre: Sulina, 2001.

PERNA, M. A. Samba de Gafieira. Rio de Janeiro, O autor, 2002.

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