Das Paginas Da Literatura Infantil Universal Para a Tela Da Realidade as Fases

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Das Paginas Da Literatura Infantil Universal Para a Tela Da Realidade as Fases

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  • XI CONGRESSO DE EDUCAO DO NORTE PIONEIRO Educar para a Emancipao:

    a Reorganizao da Escola e do Espao Pedaggico UENP-CCHE-CLCACAMPUS JACAREZINHO

    ANAIS 2011 ISSN 1808 -3579

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    DAS PGINAS DA LITERATURA (INFANTIL) UNIVERSAL PARA A TELA DA REALIDADE: AS FASES HISTRICAS DA EDUCAO ESPECIAL RETRATADAS NAS ENTRELINHAS DA OBRA O CORCUNDA DE NOTRE DAME, DE VICTOR HUGO

    Ederson da Paixo (Especialista em Educao Especial Integrante do Projeto de Pesquisa Os Primeiros

    Dramas Elisabetanos GP A Arte Teatral: Conceituao, Histria e Reflexes CLCA UENP/CJ.)

    [email protected]

    RESUMO

    O objetivo desta pesquisa apresentar de forma superficial algumas das fases histricas da Educao Especial presentes nas entrelinhas da obra O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo, e atravs da mesma, relatar e discutir as dificuldades encontradas pelas pessoas especiais graas ao preconceito gerado por grande parte da sociedade. Sabendo que o preconceito um mal que acompanha as sociedades desde a sua origem, verifica se ao longo da histria da Educao Especial que as pessoas que apresentam algum tipo de deficincia eram as mais perseguidas e, para chegarmos hoje aos avanos que encontramos na rea, tivemos que passar por algumas fases histricas marcantes, dentre elas a fase do extermnio, do assistencialismo, da integrao e da incluso, nas quais o presente estudo encontra se embasado. A presente pesquisa no ter o propsito de esmiuar as questes aqui apresentadas, mas deixar transparecer o fato de que podemos encontrar diversos aspectos aparentemente ocultos em diversos textos ou livros, neste caso no que concerne s dificuldades e, consequentemente, aos direitos das pessoas com necessidades especiais. Palavras chave: Literatura Universal. Educao Especial. Fases Histricas.

    Desde a antiguidade at os dias atuais pode se perceber as dificuldades

    enfrentadas pelas pessoas com necessidades especiais na luta por seus direitos perante a

    sociedade e a nao s quais esto inseridas.

    Nos dias atuais, mesmo enfrentando diversas barreiras, os indivduos que

    apresentam alguma necessidade especial ainda conseguem (atravs de muito esforo),

    conquistar gradualmente o seu espao no mercado de trabalho, nas universidades, nas

    grandes e pequenas empresas de todas as reas profissionais, graas ajuda e o

    incentivo de pessoas que lutam pela garantia de direitos iguais a todos os indivduos, e

    sua prpria fora de vontade.

    Na Constituio da Repblica Federativa do Brasil (de 1988), encontram-se

    medidas importantes no que diz respeito aos direitos das pessoas com necessidades

    especiais, tal como o atendimento especializado aos portadores de deficincia, em

    especial, na rede regular de ensino (Ttulo VIII, captulo III, seo I, art. 208 inciso III).

    Folhando as pginas de tal documento, encontramos, ainda, no artigo 203 (Ttulo

    VIII, captulo II, seo IV, inciso IV), a afirmao de que cabe assistncia social a

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    habilitao e reabilitao das pessoas portadoras de deficincia e a promoo de sua

    integrao comunitria.

    De acordo com este documento, feito um pedido s pessoas para que as

    formas de se abordar as necessidades especiais sejam mudadas, e que cada vez mais

    integrem os portadores de alguma deficincia no meio social, visto que todos devem ter

    os mesmos direitos (e deveres), que as demais pessoas.

    Esta caracterstica pode ser vista como um marco recente na histria da Educao

    Especial, pois foi s a partir do sculo XX que avanos significativos foram registrados a

    respeito do direito de ser diferente e de viver e conviver em comunidade, a chamada

    etapa da incluso.

    Antes disso a Educao Especial e seus protagonistas tiveram que enfrentar

    rduas fases para que hoje tivssemos estes considerveis avanos na rea, e as

    pessoas pudessem ter o devido cuidado e auxlios dependendo de suas restries, o que

    as tornam diferentes das demais pessoas.

    Para uma melhor contextualizao, faz se necessria a descrio e uma breve

    reflexo a respeito de tais fases acima mencionadas, para posteriormente desenvolver o

    objetivo deste trabalho.

    1 Fase do Extermnio Antiguidade

    Como o prprio nome j sugere, esta fase caracterizada pelo extermnio

    (execuo), das pessoas que apresentavam algum tipo de deficincia.

    Nesta etapa histrica as pessoas com deficincia no tinham direito vida e, por

    isso eram banidas do meio social com a morte, j que eram tidas como uma forma de

    castigo celeste para com os seus pais, ou criaturas possudas por maus espritos.

    De acordo com Stratford (1997, p. 23), ainda nos primrdios do cristianismo as

    pessoas acreditavam que

    (...) a deficincia mental se originava no pecado. Se a criana nascia com defeitos evidentes, isto se devia a comportamentos no convencionais dos pais. Alguns chegavam a dizer que a me estivera com o diabo. O que mais poderia explicar o nascimento de um monstro, ou de uma criana to diferente das outras?

    Se analisarmos os preceitos do filsofo e poeta romano Sneca (4 a. C.),

    perceberemos que este j se manifestava sobre o assunto ao afirmar (sobre a Ira):

    (...) Ns matamos os ces danados, os touros ferozes e indomveis, degolamos as ovelhas doentes, com medo que infectem o rebanho,

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    asfixiamos os recm-nascidos mal constitudos; mesmo as crianas, se forem dbeis ou anormais, ns as afogamos: no se trata de dio, mas da razo que nos convida a separar as partes ss, aquelas que podem corromp-las, (SEESP, 1997, p. 14).

    De acordo com as reflexes de Sneca, fica evidente que os recm nascidos no

    teriam a chance de atingir a fase adulta por serem considerados capazes de contagiar as

    demais pessoas sua volta com a suas deficincias.

    Por esta razo, eram eliminados da mesma forma que um co danado ou um

    touro feroz. A pessoa era colocada ao lado de animais selvagens como um ser selvagem,

    intil e indomvel.

    1.1 Fase do Assistencialismo (Segregao) Idade Mdia

    Atravs do advento cristo houve significativas mudanas na organizao poltica

    e administrativa das sociedades.

    Dessa forma, qualquer pessoa com alguma necessidade especial era reconhecida

    como detentora de alma e, por esta razo, eram reconhecidas como filhos de Deus.

    A viso crist impunha s sociedades o ideal de amar ao prximo como a si

    mesmo. Em vista disso, as pessoas com deficincias eram acolhidas por caridade em

    instituies religiosas, por serem vistas pelas famlias e pelas sociedades como indivduos

    invlidos, incapazes e doentes, verdadeiros empecilhos.

    Tais indivduos, excludos da sociedade e da vida familiar, geralmente eram

    atendidos em instituies religiosas ou filantrpicas, e tinham pouca ou nenhuma

    ateno. Alguns deles chegaram a passar a vida inteira dentro das instituies (SASSAKI,

    1999, p.112).

    Esta forma de excluso da sociedade original tem, portanto, um profundo cunho

    assistencialista por parte do clero. por este motivo que esta fase recebe esta

    denominao.

    Como foi visto as pessoas doentes, defeituosas ou mentalmente comprometidas

    no poderiam mais ser exterminadas de acordo com a imposio dos ideais religiosos e

    cristos. Por este motivo, eram ignoradas e abandonadas nas portas de igrejas, catedrais

    e mosteiros, dependendo da caridade humana para garantir a sua sobrevivncia, como

    o caso da histria do Corcunda de Notre Dame, que ser brevemente estudada mais

    adiante.

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    1.2 Fase da Integrao

    Integrao o nome dado ao processo de participao de pessoas em um

    contexto de integrao propriamente dito nos grupos sociais, independentemente de

    quais sejam os sujeitos.

    No que diz respeito s pessoas com deficincias, tal fato remete ao direito de

    estar na comunidade e ser til na execuo de tarefas junto aos demais indivduos,

    sendo a sua individualidade e diferenas respeitadas.

    O processo de integrao est intimamente relacionado aos valores de igualdade,

    participao ativa e respeito aos direitos e deveres estabelecidos pela sociedade. Ser

    respeitado por sua diferena e conviver em sociedade sem ser segregado em escolas

    especiais (hospitais e residncias clnicas, por exemplo), a meta para uma sociedade

    mais justa e digna para estas pessoas.

    O movimento de integrao chegou ao Brasil na dcada de 80. Nesta fase duas

    formas de atendimento especializado destacam se:

    Classes Especiais: Para o atendimento de crianas e jovens em

    idade escolar menos prejudicados;

    Escolas Especiais: Para o atendimento de casos com maior

    gravidade.

    Esta fase transformou as instituies de ensino em verdadeiros depsitos de

    indivduos que no se enquadravam no sistema escolar (MAZZOTTA, 1994).

    Aps esta fase, vivemos hoje o chamado perodo da incluso, que refere se ao

    direito de viver em comunidade e a ter os mesmos direitos e deveres que as demais

    pessoas, perodo este que no cabe a esta pesquisa.

    2 A Histria Infantil O Corcunda de Notre Dame e as Fases da Educao

    Especial

    Como mencionado anteriormente, o foco deste estudo ser realizar breves

    reflexes sobre a obra mencionada acima, contextualizando uma aparente simples

    historinha com as fases da histria da Educao Especial descritas acima. A histria

    tomada para esta pesquisa segue se abaixo:

    O Corcunda de Notre Dame

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    Nas escadarias da Catedral de Notre Dame, foi abandonado um beb muito feio,

    com um dos olhos arregalado e outro que quase no se abria; tinha os cabelos ruivos,

    muitas verrugas e uma deformidade j aparecia em suas costas. Ningum queria criar

    um beb to feio.

    Mas ento algum disse: - Eu o criarei!

    Era Claude Frollo, um jovem padre. Ele batizou a criana de Quasmodo e dela

    cuidou por muitos anos. Ensinou o menino a ler e escrever, abrigando o na catedral.

    Anos depois, quando Frollo foi nomeado Arcebispo, ele fez do corcunda o sineiro da

    catedral.

    Quasmodo vivia sozinho e adorava a catedral, onde ningum falava de sua feira

    e onde passava os dias tocando os sinos. Certa vez, Quasmodo observava um grande

    festival que ocorria perto da catedral. Curioso, desceu da torre e foi passear pelas ruas.

    Para seu espanto, em vez de fugirem dele as pessoas que participavam do festival

    na rua o aclamaram Papa dos Tolos. A multido carregou Quasmodo pelas ruas, dando

    vivas e acenando.

    Nos braos da multido, Quasmodo avistou uma bela cigana, chamada

    Esmeralda, danando para uma atenta platia. Ele caiu de amores por ela. No apenas

    ele, mas tambm o Arcebispo Frollo, que observava a cigana distncia.

    Frollo queria a cigana para si, mas ela o recusou. Ento ele ordenou que

    prendessem Esmeralda, dizendo a todos que se tratava de uma bruxa!

    Vendo que a cigana seria presa, Quasmodo a salvou e a escondeu na catedral.

    Esmeralda ficou escondida por vrios dias, at que em uma manh ensolarada,

    conheceu Phoebus, um jovem capito da guarda. Os dois jovens se apaixonaram na

    mesma hora! O corcunda ficou triste, mas entendeu que seria melhor assim.

    Quando Claude Frollo descobriu que Esmeralda estava viva, e pior, enamorada de

    Phoebus, ficou furioso. Reuniu um exrcito de vagabundos e ladres e mandou que

    invadissem a Catedral de Notre Dame.

    Quasmodo do alto da catedral atacava os invasores com pedras e tijolos. Foi uma

    grande luta! No meio dela, o Arcebispo tentou raptar a cigana, mas o capito Phoebus

    apareceu para salva la.

    Frollo, ento, venceu Phoebus em um duelo e fugiu com Esmeralda ele havia se

    esquecido do bravo corcunda. Quasmodo apareceu e lutou com Frollo no alto da torre da

    catedral. No meio da luta, Frollo escorregou e caiu. Quasmodo ainda tentou salvar o

    Arcebispo, mas infelizmente no conseguiu.

    Com o Arcebispo derrotado, Esmeralda e Phoebus puderam viver felizes juntos, e

    Quasmodo voltou em paz catedral, de onde todos podiam ouvi lo batendo, feliz, os

    sinos de Notre Dame.

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    3 Reflexes

    A obra descrita e narrada nas linhas acima relata claramente algumas das fases

    histricas da Educao Especial mencionadas nos tpicos anteriores.

    A primeira questo que fica ntida e que muito importante o aparecimento de

    Quesmodo nas escadarias da Catedral de Notre Dame. Ele fora abandonado por

    apresentar deficincias fsicas perceptveis: Um olho arregalado e o outro que quase no

    se abria, muitas verrugas pelo corpo e uma deformidade nas costas que j indicava que

    seria corcunda. Enfim, fatores que o tornava um beb feio, e que ningum queria cria

    lo.

    Essa primeira parte j remete fase Assistencialista, onde as crianas escapavam

    da morte graas introduo de ideais cristos, que pregavam que eles tambm

    possuam alma.

    J que no poderiam ser mortos, lutavam contra a sorte para serem acolhidos por

    algum quando abandonados principalmente nas Igrejas. Provavelmente a mentalidade

    da sociedade e das famlias era a seguinte: No podemos mata los, ento vocs

    cuidem deles!.

    Foi exatamente o que aconteceu com Quasmodo ao ser encontrado por Claude

    Frollo, um jovem padre da Catedral.

    Outro aspecto relevante a integrao que ele, o corcunda, recebe na catedral:

    fora educado, sabia ler e escrever e trabalhava como sineiro dentro da catedral, onde

    vivia isolado e ningum poderia fazer qualquer comentrio sobre a sua feia aparncia.

    Por este motivo podemos perceber que ele no estava incluso, j que no tinha

    contato com a sociedade que rondava as ruas ao redor da Catedral de Notre Dame.

    Mas certo dia ele se auto incluiu na sociedade, ao decidir participar do festival

    que avistara na rua. Ele foi bem acolhido pelas pessoas, mas recebeu um apelido que

    mostra o descaso e o desrespeito pelas pessoas com deficincias: Papa dos Tolos. A

    palavra Papa remete idia de pai, autoridade religiosa, pelo fato de morar em uma

    catedral. J Tolo, por ser visto como uma pessoa indefesa, incapaz, um verdadeiro

    brinquedo nas mos da populao, j que foi carregado pelas ruas como se fosse um

    boneco.

    Uma questo interessante que mostra que todas as pessoas com necessidades

    especiais devem ser tratadas como as demais (direitos e deveres), o fato de o

    corcunda ter se apaixonado pela cigana Esmeralda, e ter lhe dado abrigo na catedral

    para que esta pudesse ficar longe do Arcebispo Claude Frollo que a queria para si. (As

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    pessoas com necessidades especiais tambm se apaixonam, tambm possuem

    sentimentos.)

    Em s conscincia, para manter a cigana longe do arcebispo, foi capaz de abrir

    mo do seu amor e apoiar o seu relacionamento com o capito Phoebus, por quem se

    apaixonara. Esta reao pode ser atribuda aos seguintes fatores:

    1) Para afastar Esmeralda ainda mais do Arcebispo Claude Frollo;

    2) Pelo fato de Frollo talvez ter transformado se em uma pessoa no to boa

    quanto antes, quando resgatou o nas escadarias da catedral;

    3) Por se julgar uma pessoa muito feia e diferente para se apaixonar pela bela

    cigana. Quasmodo pode ter visto que a cigana seria muito mais feliz ao lado de um

    jovem muito belo;

    4) O casamento do Arcebispo seria contra os preceitos religiosos.

    A capacidade das pessoas com deficincias foi demonstrada ainda de maneira

    mais clara no final da histria, quando o Arcebispo tenta fugir com a jovem e impedido

    pelo bravo corcunda, que acaba derrotando o em uma luta quando Frollo acaba

    escorregando e caindo (talvez de cima da torre da catedral, ou no).

    Estas breves palavras sobre a obra O Corcunda de Notre Dame so

    superficiais, e tiveram o propsito de realizar um breve estudo, traando um paralelo

    entre as fases histricas da Educao Especial, e uma histria da literatura infantil

    conhecida no mundo todo.

    4 Consideraes Finais

    De acordo com o que foi constatado at aqui, pode se perceber que desde a

    Antiguidade as pessoas com necessidades especiais sofrem diversos preconceitos e

    passam por diversas dificuldades, fruto tanto das sociedades nas quais esto inseridas,

    quanto do prprio seio familiar.

    Mesmo passando por muitas fases com ideais diferentes e chegando hoje etapa

    da incluso, percebe se que no foi possvel ofertar a garantia dos direitos e deveres

    estabelecidos por lei a esta pessoas de forma satisfatria, uma vez que as sociedades

    ainda detm de diversas formas de preconceito contra estes indivduos, da mesma forma

    que para com ndios, negros, homossexuais e pessoas das classes menos favorecidas, j

    que so a minoria e no se enquadram nos moldes dos padres sociais.

    Muito, porm, j foi feito, mas ainda h muito que fazer. Se todas as formas de

    preconceito acabaro, se os governantes passaro a dar maior ateno a todos os

    cidados com os quais se comprometeram, e se todas as pessoas um dia tero seus

    direitos e deveres garantidos, algo que no pode se afirmar com clareza.

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    O que pode ser mencionado que tudo depender de todos. Somente quando

    todas as pessoas se colocarem nos lugares umas das outras e tentar sentir na pele o

    sofrimento muitas vezes invisvel aos olhos humanos, talvez tudo se torne diferente.

    Ao propor esta breve e sinttica abordagem contextualizando e lendo as

    entrelinhas de uma simples histria infantil, no teve se o propsito de esmiuar os

    dados aqui relatados. O assunto trabalhado nesta pesquisa no se esgota, portanto,

    nesta simples abordagem.

    5 Referncias

    BRASIL. Constituio: Repblica Federativa do Brasil. Braslia: Senado Federal, Centro Grfico, 1988. BRASIL. Ministrio da Justia. Declarao de Salamanca e Linha de Ao sobre Necessidades Educativas Especiais. 2. ed. Braslia: CORDE, 1997. HUGO, Victor. O Corcunda de Notre Dame. Textos de Guilherme M. dos Santos. Starke Design Editora. 2007. 10 p.

    MAZZOTTA, Marcos Jos da Silveira. Direito do Portador de Deficincia Educao. Revista Integrao, 5. 1994. SASSAKI, Romeu Kazumi. Incluso: Construindo uma Sociedade para Todos. Rio de Janeiro: WVA, 1997. STRATFORD, Brian. Crescendo com a Sndrome de Down. Braslia: CORDE, 1997. Para citar este artigo: PAIXO, derson da. Das pginas da literatura (infantil) universal para a tela da realidade: as fases histricas da educao especial retratadas nas entrelinhas da obra O Corcunda de Notre Dame, de Victor Hugo. In: XI CONGRESSO DE EDUCAO DO NORTE PIONEIRO Jacarezinho. 2011.Anais...UENP Universidade Estadual do Norte do Paran Centro de Cincias Humanas e da Educao e Centro de Letras Comunicao e Artes. Jacarezinho, 2011. ISSN 18083579. p. 214 221.