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UFOP - CETEC - UEMG REDEMAT REDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS UFOP – CETEC – UEMG Dissertação de Mestrado “Reciclagem de resíduos visando à produção de lã mineral” Autor: Girley Ferreira Rodrigues Orientadora: Profª. Drª. Denise Crocce R. Espinosa Julho de 2009

REDEMAT de... · 3.7.2 Propriedades e Aplicações das Lãs de Rocha de Vidro e de Escória 29 3.7.3 Composição Química das Lãs de Rocha, Lãs de Vidro e Lãs de ... TABELA III.9:

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UFOP - CETEC - UEMG

REDEMATREDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

UFOP – CETEC – UEMG

Dissertação de Mestrado

“Reciclagem de resíduos visando à produção de lã

mineral”

Autor: Girley Ferreira Rodrigues

Orientadora: Profª. Drª. Denise Crocce R. Espinosa

Julho de 2009

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UFOP - CETEC - UEMG

REDEMATREDE TEMÁTICA EM ENGENHARIA DE MATERIAIS

UFOP – CETEC – UEMG

Girley Ferreira Rodrigues

“Reciclagem de resíduos visando à produção de lã mineral”

Dissertação de Mestrado apresentada ao

Programa de Pós-Graduação em Engenharia

de Materiais da REDEMAT, como parte

integrante dos requisitos para a obtenção do

título de Mestre em Engenharia de Materiais.

Área de concentração: Processos de Fabricação

Orientadora: Profª. Drª. Denise Crocce Romano Espinosa

Co-orientador: Prof. Dr. Jorge Alberto Soares Tenório

Ouro Preto, julho de 2009

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Catalogação: [email protected]

R696r Rodrigues, Girley Ferreira.

Reciclagem de resíduos visando à produção de lã mineral [manuscrito] / Girley Ferreira Rodrigues. – 2009. xiv, 84 f. : il. color., graf., tabs. Orientadora: Profa. Dra. Denise Crocce Romano Espinosa. Co-orientador: Prof. Dr. Jorge Alberto Soares Tenório. Dissertação (Mestrado) - Universidade Federal de Ouro Preto. Rede Temática em Engenharia de Materiais. Área de concentração: Processos de fabricação.

1. Resíduos - Teses. 2. Mármore - Teses. 3. Granito - Teses. 4. Escória - Teses. I. Universidade Federal de Ouro Preto. II. Título.

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iv

DedicoDedicoDedicoDedico

À toda minha família pelo À toda minha família pelo À toda minha família pelo À toda minha família pelo aaaapoio e incentivo.poio e incentivo.poio e incentivo.poio e incentivo.

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v

AGRADECIMENTOS Agradeço a DEUS por estar sempre presente em minha vida.

À Profª. Drª. Denise Crocce Romano Espinosa pela orientação neste trabalho e

ensinamentos passados;

Ao Prof. Dr. Jorge Alberto Soares Tenório pela motivação, incentivo, aprendizado,

por sua grande ajuda e pela acolhida em seus laboratórios durante a minha estadia

na USP;

Ao Joner pelos conhecimentos compartilhados e ajuda neste trabalho.

A República Tigrada pelos bons momentos vividos em Ouro Preto.

Aos professores da REDEMAT,

Aos técnicos do Departamento de Metalurgia e Materiais da USP: Danilo, Lívio e

Rubens pela grande ajuda na realização da parte experimental;

À Ana, por seu sempre cordial atendimento na REDEMAT;

Aos colegas da pós-graduação da REDEMAT,

Aos novos (as) colegas do Laboratório de Análises Térmicas do Departamento de

Metalurgia e Materiais da USP: Viviane, Victor, Dani, Flávia, Luciana, Olívia, Isabela,

Hugo, Luís, Kameoca, Kellie e Eduardo;

Ao Departamento de Metalurgia e Materiais da Escola Politécnica da Universidade

de São Paulo (USP) pela disponibilidade dos laboratórios utilizados neste trabalho;

À CAPES pelo apoio Financeiro.

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SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS ............................................................................................... VIII

LISTA DE TABELAS ................................................................................................ XI

RESUMO................................................................................................................. XIII

ABSTRACT.............................................................................................................XIV

1 INTRODUÇÃO ........................................................................................................ 1

2 OBJETIVOS............................................................................................................ 3

3 REVISÃO BILBIOGRÁFICA................................................................................... 4

3.1 ROCHAS ORNAMENTAIS ....................................................................................... 4

3.2 BENEFICIAMENTO E GERAÇÃO DE RESÍDUOS DE ROCHAS ORNAMENTAIS ................ 7

3.3 CLASSIFICAÇÃO DOS RESÍDUOS ......................................................................... 11

3.4. O RESÍDUO DE MÁRMORE ................................................................................. 13

3.5 O RESÍDUO DE GRANITO .................................................................................... 15

3.6 ESCÓRIA DA PRODUÇÃO DE FERRO SILÍCIO MANGANÊS ....................................... 21

3.7 LÃ MINERAL...................................................................................................... 24

3.7.1 Produção das Lãs de: Rocha, Vidro e Escória .................................... 25

3.7.2 Propriedades e Aplicações das Lãs de Rocha de Vidro e de Escória29

3.7.3 Composição Química das Lãs de Rocha, Lãs de Vidro e Lãs de

Escória ............................................................................................................. 31

4 MATERIAIS E MÉTODOS .................................................................................... 34

4.1 AS MATÉRIAS–PRIMAS ...................................................................................... 35

4.2 A PREPARAÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS............................................................. 36

4.2.1 Elaboração das Composições Químicas ............................................. 37

4.3 FUSÃO DO MATERIAL......................................................................................... 42

4.3.1 O Forno Detroit ....................................................................................... 43

4.3.2 O Pirômetro Óptico ................................................................................ 45

4.3.3 Viscosímtro Herty................................................................................... 45

4.4 RESFRIAMENTO RÁPIDO..................................................................................... 47

4.5 CARACTERIZAÇÃO DO MATERIAL FORMADO ........................................................ 48

4.5.1 Análise Química...................................................................................... 49

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4.5.2 Análise de Difração de Raios-X............................................................. 49

4.5.3 Análise Microestrutural.......................................................................... 49

4.5.4 Análise Térmica Diferencial................................................................... 50

4.5.5 Ensaio de Fluidez Herty ......................................................................... 50

5 RESULTADOS E DISCUSSÃO ............................................................................ 52

5.1. ANÁLISES QUÍMICAS DOS RESÍDUOS DO CORTE DE MÁRMORE E GRANITO E DA

ESCÓRIA DE FERRO SILÍCIO MANGANÊS ................................................................... 52

5.2 COMPOSIÇÕES QUÍMICAS NOMINAL DOS MATERIAIS PRODUZIDOS ........................ 54

5.3 ASPECTO FÍSICO DO MATERIAL PRODUZIDO ........................................................ 56

5.4 ANÁLISE MICROESTRUTURAL DO MATERIAL PRODUZIDO ...................................... 57

5.5 DIFRATOMETRIA DE RAIOS-X DO MATERIAL PRODUZIDO ...................................... 60

5.6 ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL......................................................................... 66

5.7 FLUIDEZ HERTY................................................................................................. 70

6 CONCLUSÕES ..................................................................................................... 73

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 74

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viii

LISTA DE FIGURAS

FIGURA 3.1: CONSUMO INTERNO APARENTE DE ROCHAS ORNAMENTAIS NO BRASIL 2007. ......... 5

FIGURA 3.2: EVOLUÇÃO ANUAL DO FATURAMENTO DAS EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DE ROCHAS

ORNAMENTAIS. .................................................................................................................... 6

FIGURA 3.3: EXTRAÇÃO DE PEÇAS DE GRANITO NA PEDREIRA. .................................................... 7

FIGURA 3.4: SEQÜÊNCIA DE OPERAÇÕES PARA A SERRAGEM DOS BLOCOS. ................................. 8

FIGURA 3.5: A) TANQUE DE DECANTAÇÃO DO RESÍDUO, B) DESCARGA DA LAMA NA BARRAGEM

DE REJEITO C) RESÍDUO SÓLIDO SECO NO FUNDO DE UMA LAGOA........................................ 9

FIGURA 3.6: CORTE COM FIO DIAMANTADO .............................................................................. 10

FIGURA 3.7: LAGOA DE RESÍDUO DE MÁRMORE......................................................................... 13

FIGURA 3.8: : DISTRIBUIÇÃO DE TAMANHO DE PARTÍCULAS DO RESÍDUO DE ROCHA GRANÍTICA.

.......................................................................................................................................... 18

FIGURA 3.9: MORFOLOGIA DAS PARTÍCULAS DO RESÍDUO DO CORTE DE ROCHA GRANÍTICA ..... 18

FIGURA 3. 10: EVOLUÇÃO DA PRODUÇÃO DE LIGAS DE FERRO-MANGANÊS NO BRASIL DE 1996 A

2004.................................................................................................................................. 22

FIGURA 3. 11: ESQUEMA DA PRODUÇÃO DE LIGAS DE FERRO-MANGANÊS DA EMPRESA VALE... 23

FIGURA 3.12: REPRESENTAÇÃO ESQUEMÁTICA DA PRODUÇÃO DE LÃ DE VIDRO E LÃ DE ROCHA.

.......................................................................................................................................... 27

FIGURA 3.13: A) FUNDIDO CAINDO SOBRE O DISCO PRIMÁRIO B) FIBRAS DE LÃ MINERAL.......... 28

FIGURA 3.14: FORMAS PRODUZIDAS DE LÃ MINERAL: A) PAINÉIS, MANTAS E FLOCOS E EM B)

FORMAS CILÍNDRICAS BIPARTIDAS..................................................................................... 28

FIGURA 4.1: FLUXOGRAMA DAS ATIVIDADES REALIZADAS. ...................................................... 34

FIGURA 4.2: IMAGENS DOS RESÍDUOS DO CORTE: A) GRANITO, B) MÁRMORE. ........................... 35

FIGURA 4.3: IMAGEM DA ESCÓRIA DE FERRO SILÍCIO MANGANÊS. ............................................. 36

FIGURA 4.4: FUNÇÕES RELATIVAS DOS ÓXIDOS NO VIDRO......................................................... 38

FIGURA 4.5: ORGANOGRAMA MOSTRANDO A UTILIZAÇÃO DO RESÍDUO DO CORTE DE MÁRMORE.

.......................................................................................................................................... 39

FIGURA 4.6: ORGANOGRAMA MOSTRANDO A UTILIZAÇÃO DOS RESÍDUOS DE MÁRMORE E

GRANITO............................................................................................................................ 40

FIGURA 4.7: ORGANOGRAMA DA UTILIZAÇÃO DA ESCÓRIA DE FERRO SILÍCIO MANGANÊS. ....... 41

FIGURA 4.8: ESQUEMA DOS ELETRODOS PARA A PRODUÇÃO DO ARCO NO FORNO ELÉTRICO A

ARCO. ................................................................................................................................ 43

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FIGURA 4.9: FORNO ELÉTRICO A ARCO VOLTAICO DETROIT. ..................................................... 44

FIGURA 4.10: DESENHO ESQUEMÁTICO DE UM VISCOSÍMETRO HERTY EM ESCALA DE

LABORATÓRIO. .................................................................................................................. 46

FIGURA 4.11: VISCOSÍMETRO DE HERTY A) FECHADO E B) VISCOSÍMETRO ABERTO MOSTRANDO

O CANAL DE VAZAMENTO E A BACIA DE VAZAMENTO........................................................ 46

FIGURA 4.12: VOLUME ESPECÍFICO EM FUNÇÃO DA TEMPERATURA PARA UM MATERIAL. ......... 48

FIGURA 5.1: MATERIAL PRODUZIDO A PARTIR DA ESCÓRIA A) DESTACANDO AS FIBRAS E B)

ASPECTO GERAL DO MATERIAL. ......................................................................................... 57

FIGURA 5.2: MATERIAL PRODUZIDO A PARTIR DOS RESÍDUOS DO CORTE DE MÁRMORE E

GRANITO............................................................................................................................ 57

FIGURA 5.3: IMAGEM DE ELÉTRONS RETRO-ESPALHADOS OBTIDAS POR MICROSCOPIA

ELETRÔNICA DE VARREDURA DOS MATERIAIS PRODUZIDOS: A) MATERIAL OBTIDO

ATRAVÉS DA MISTURA “A” (RESÍDUO DE MÁRMORE VISANDO A PRODUÇÃO DE LÃ DE

VIDRO), B) MATERIAL OBTIDO DA MISTURA “B” (RESÍDUO DE MÁRMORE VISANDO A

PRODUÇÃO DE LÃ DE ROCHA), C) MATERIAL OBTIDO ATRAVÉS DA MISTURA “C” (RESÍDUO

DE MÁRMORE E DE GRANITO VISANDO A PRODUÇÃO DE LÃ DE VIDRO), D) MATERIAL OBTIDO

DA MISTURA ATRAVÉS DA MISTURA “D” (RESÍDUO DE MÁRMORE E DE GRANITO VISANDO A

PRODUÇÃO DE LÃ DE ROCHA) E E) MATERIAL OBTIDO DA ESCÓRIA DE FERRO SILÍCIO

MANGANÊS VISANDO A PRODUÇÃO DE LÃ DE ESCÓRIA. ..................................................... 58

FIGURA 5.4: MAPEAMENTO DA COMPOSIÇÃO QUÍMICA REALIZADO POR MICROSSONDA

ELETRÔNICA A) MATERIAL A, B)MATERIAL B E C)MATERIAL D......................................... 60

FIGURA 5.5: DIFRATOGRAMAS DA MISTURA DO RESÍDUO DO CORTE DE MÁRMORE E OUTROS

REAGENTES PARA A PRODUÇÃO DE LÃ DE VIDRO VAZADOS EM TRÊS TEMPERATURAS:

A)1400 ºC, B)1450 ºC E C) 1500ºC..................................................................................... 61

FIGURA 5.6:DIFRATOGRAMAS DA MISTURA DO RESÍDUO DO CORTE DE MÁRMORE E OUTROS

REAGENTES PARA A PRODUÇÃO DE LÃ DE ROCHA VAZADOS EM ÁGUA A TRÊS

TEMPERATURAS: A)1400 ºC, B)1450 ºC E C) 1500ºC.......................................................... 62

FIGURA 5.7: DIFRATOGRAMAS DA MISTURA DO RESÍDUO DO CORTE DE MÁRMORE E DE GRANITO

COM OUTROS REAGENTES PARA A PRODUÇÃO DE LÃ DE VIDRO VAZADOS EM ÁGUA A TRÊS

TEMPERATURAS: A)1400 ºC, B)1450 ºC E C) 1500ºC.......................................................... 63

FIGURA 5.8 DIFRATOGRAMAS DA MISTURA DO RESÍDUO DO CORTE DE MÁRMORE E DE GRANITO

COM OUTROS REAGENTES PARA A PRODUÇÃO DE LÃ DE ROCHA VAZADOS EM ÁGUA A TRÊS

TEMPERATURAS: A)1400 ºC, B)1450 ºC E C) 1500ºC.......................................................... 64

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x

FIGURA 5.9: DIFRATOGRAMAS DO MATERIAL PRODUZIDO A PARTIR DA ESCÓRIA DE FERRO

SILÍCIO MANGANÊS VISANDO PRODUÇÃO DE LÃ DE ESCÓRIA VAZADOS EM ÁGUA A TRÊS

TEMPERATURAS: A)1400ºC, B)1450ºC E C) 1500ºC. .......................................................... 65

FIGURA 5.10: ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL DO MATERIAL OBTIDO DA MISTURA A............. 66

FIGURA 5.11: ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL DO MATERIAL OBTIDO DA MISTURA B.............. 67

FIGURA 5.12: ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL DO MATERIAL OBTIDO DA MISTURA C.............. 68

FIGURA 5.13: ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL DO MATERIAL OBTIDO DA MISTURA D. ............ 69

FIGURA 5.14: ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL DO MATERIAL OBTIDO DA MISTURA E.............. 69

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xi

LISTA DE TABELAS

TABELA III.1: CONCENTRAÇÃO DE ELEMENTOS QUÍMICOS NO EXTRATO DO TESTE DE

LIXIVIAÇÃO DA AMOSTRA DE RESÍDUO DE ROCHA GRANÍTICA. .......................................... 19

TABELA III.2: CONCENTRAÇÃO DE ELEMENTOS QUÍMICOS NO EXTRATO DO TESTE DE

SOLUBILIZAÇÃO DA AMOSTRA DE RESÍDUO DE ROCHA ORNAMENTAL................................ 20

TABELA III.3: FAIXA DE COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS MÁRMORES DA MARSAL S.A................... 13

TABELA III. 4: COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO MÁRMORE. ............................................................... 14

TABELA III.5: COMPOSIÇÃO QUÍMICA DOS RESÍDUOS................................................................ 16

TABELA III.6: MASSA ESPECÍFICA REAL DOS RESÍDUOS............................................................. 17

TABELA III.7: DISTRIBUIÇÃO GRANULOMÉTRICA POR PENEIRAMENTO E SEDIMENTAÇÃO DOS

RESÍDUOS. ......................................................................................................................... 17

TABELA III.8: TEMPERATURA MÁXIMA DE UTILIZAÇÃO DE ALGUNS MATERIAIS ISOLANTES. .... 30

TABELA III.9: COMPOSIÇÃO QUÍMICA, EM % DE PESO, DA LÃ DE VIDRO SEGUNDO DIFERENTES

AUTORES........................................................................................................................... 31

TABELA III.10: COMPOSIÇÃO QUÍMICA, DE % DE PESO,DA LÃ DE ROCHA SEGUNDO DIFERENTES

.......................................................................................................................................... 32

TABELA III.11: COMPOSIÇÃO QUÍMICA, DE % EM PESO DA LÃ DE ESCÓRIA SEGUNDO DIFERENTES

AUTORES. .......................................................................................................................... 33

TABELA IV. 1: COMPOSIÇÃO QUÍMICA MÉDIA (EM % DE MASSA) DAS LÃS DE ROCHA E DE VIDRO.

.......................................................................................................................................... 37

TABELA IV. 2: QUANTIDADE DE RESÍDUOS E REAGENTES QUÍMICOS ADICIONADOS AS MISTURAS

A E B................................................................................................................................. 40

TABELA IV.3: QUANTIDADE DO RESÍDUO DE MÁRMORE E GRANITO E DOS ELEMENTOS

ADICIONADOS À MISTURA PARA A PREPARAÇÃO DO MATERIAL. ........................................ 41

TABELA IV. 4: COMPOSIÇÃO NOMINAL EM % EM MASSA DAS MISTURAS ELABORADAS. ........... 42

TABELA V.1: COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO RESÍDUO DO CORTE DE MÁRMORES. ........................... 52

TABELA V.2: COMPOSIÇÃO QUÍMICA DO RESÍDUO DE CORTE DO GRANITO. ............................... 53

TABELA V.3: COMPOSIÇÃO QUÍMICA DA ESCÓRIA DE FERRO SILÍCIO MANGANÊS...................... 53

TABELA V. 4: COMPOSIÇÃO NOMINAL DOS MISTURAS PRODUZIDOS EM % DE MASSA. .............. 54

TABELA V. 5: TEMPERATURA DE FUSÃO DAS MISTURAS. .......................................................... 70

TABELA V. 6: FLUIDEZ HERTY DOS CINCO MATERIAIS A TRÊS TEMPERATURAS......................... 71

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TABELA V. 7: VALORES DE TEMPERATURA DE FUSÃO E FLUIDEZ DOS MATERIAIS. .................... 71

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xiii

RESUMO

A reciclagem de resíduos sólidos industriais desempenha um importante papel na

economia de matérias-primas brutas e na diminuição da quantidade de resíduos

descartados no meio ambiente. Este trabalho visa à produção de lãs minerais a

partir de resíduos do corte de mármore, granito e escória de ferro silício manganês.

Os resíduos em questão possuem características químicas que propiciam a adição

destes resíduos em formulações de lãs minerais. As caracterizações sobre as

composições químicas dos resíduos foram realizadas através da técnica de

Espectrometria de Fluorescência de Raios-X. Com os valores das composições

químicas encontrados procedeu-se uma verificação dos ajustes necessários nas

composições dos resíduos visando uma aproximação das composições das lãs

minerais constantes na literatura. Foram elaboradas cinco composições com os

resíduos, que posteriormente foram fundidas em um forno elétrico a arco, em escala

de laboratório. Os produtos obtidos com a fusão das misturas foram vazados nas

temperaturas de 1400ºC, 1450ºC e 1500ºC, primeiro sobre um recipiente com água,

visando um resfriamento brusco e com isso uma aproximação do método de

produção das lãs minerais. No segundo vazamento foi feito o ensaio de viscosidade

Herty. Amostras dos materiais produzidos foram caracterizadas por técnicas de

Difração de Raios-X, Microscopia Eletrônica de Varredura e Análise Térmica

Diferencial sendo que, os resultados obtidos foram comparados aos valores

encontrados na literatura. Os resultados encontrados neste trabalho mostram que a

reciclagem dos resíduos para a produção de lãs minerais é bastante promissora,

pois o reaproveitamento da escória de ferro silício manganês e dos resíduos do

corte de mármore e granito, pode permitir a transformação destes resíduos em

subprodutos através da incorporação dos resíduos na produção de lã mineral, que

possui amplo mercado como isolante térmico, acústico e inibidor de propagação de

chamas.

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xiv

ABSTRACT

The recycling of solid industrial waste plays an important role in the economy of raw

and reduced the amount of waste discarded in the environment. This work aims to

produce mineral wool waste from the cutting of marble, granite and iron slag silicon

manganese. The waste in question have chemical characteristics that provide the

addition of these residues in formulations of mineral wool. The characterizations of

the chemical compositions were performed by the technique of fluorescence

spectrometry X-ray. With the values of chemical compositions found there has been

a verification of the necessary adjustments in the composition of the waste to an

approximation of the compositions of minerals in the literature. Five compositions

were prepared with the waste, which later were merged into one the electric arc

furnace in laboratory scale. The products obtained with the fusion of the mixtures

were cast at temperatures of 1400ºC, 1450°C and 1500°C, first on a container with

water, cooling to a sudden and with an approximation of this method of production of

mineral wool. The second leak was the test of viscosity Herty. Samples of the

materials produced were characterized by means of X-ray diffraction, scanning

electron microscopy and differential thermal analysis and that the results were

compared to values found in literature. The results in this paper show that the

recycling of waste for the production of mineral wool is very promising, because the

reuse of slag from iron and silicon manganese waste cutting of marble and granite,

may allow the processing of waste by-products in incorporation of waste in the

production of mineral wool, which has broad market as thermal insulation, acoustic

and inhibitor of spreading flames.

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1

1 INTRODUÇÃO

A introdução de resíduos para a produção de um produto pode ser uma

maneira de diminuir a quantidade de resíduos jogados no ambiente e também

prolongar o uso das reservas de matérias-primas naturais, visto que ao longo de sua

existência, o homem sempre utilizou os recursos naturais do planeta e ao

transformar matérias-primas, de modo a torná-las úteis para a sociedade, o homem

produz resíduos que acabam por comprometer o meio ambiente. (PONTES, 2005).

Na Conferência sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente das Nações Unidas

foi consolidado, através da Agenda 21, o conceito do desenvolvimento sustentável,

de maneira a garantir para as gerações futuras iguais condições de

desenvolvimento, a igualdade entre gerações, e também uma maior equidade aos

acessos, aos benefícios do desenvolvimento, igualdade e integração (GONÇALVES,

2000). A proteção do solo e da água, a limitação da produção de perdas e a

reutilização de materiais são itens chaves para o conceito de desenvolvimento

sustentável (GONÇALVES, 2000).

O volume de recursos naturais consumidos e a geração dos resíduos nos

processos industriais fazem da reciclagem uma boa alternativa. A reciclagem é o

conjunto das técnicas cuja finalidade é aproveitar rejeitos e reintroduzi-los no ciclo

de produção. A reciclagem de resíduos, independentemente do seu tipo, apresenta

várias vantagens em relação à utilização de recursos naturais, dentre as quais se

tem: redução do volume de extração de matéria-prima, redução do consumo de

energia, menores emissões de poluentes e melhoria da saúde e segurança da

população. A vantagem mais visível da reciclagem é a preservação dos recursos

naturais, reduzindo a destruição da paisagem, fauna e flora.

Neste contexto, este trabalho visou obter bases sobre o conhecimento para

utilização de três resíduos industriais como matéria-prima para serem introduzidas

no meio produtivo, para a produção de um produto com uma grande variedade de

aplicações. Desta forma diminuindo a quantidade de resíduos que são lançados no

meio ambiente, e também diminuindo a extração de matéria prima natural utilizada

na produção deste produto.

Nessa dissertação os resíduos utilizados foram resíduos oriundos do corte de

rochas ornamentais (resíduos do corte de granito e resíduos do corte de mármore) e

escória de ferro silício manganês.

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2

A indústria de beneficiamento de mármore e granito vem despertando cada

vez mais o interesse dos ambientalistas devido ao impacto ambiental causado pelo

descarte dos resíduos no meio ambiente e em parte dos casos, não existe por parte

das empresas nenhuma preocupação com o meio ambiente, sendo o rejeito jogado

diretamente em lagoas e rios, sem nenhum tratamento prévio.

Esse trabalho procurou também investigar mais uma aplicação para a escória

oriunda da produção de ferro silício manganês.

Neste trabalho é apresentada uma revisão bibliográfica sobre o processo de

beneficiamento do mármore e do granito e a geração dos resíduos quando estas

rochas são beneficiadas.

Cita a produção das diversas ligas de ferro silício manganês e a escória

oriunda desta produção.

Discute-se também as características de um produto que possui uma

variedade de aplicações, que são as lãs minerais (lã de vidro, lã de rocha e lã de

escória).

Este trabalho foi realizado como uma continuidade dos trabalhos de Alves

(2008) que estudou sobre a incorporação de resíduos do corte de granito puro e

escória de aciaria na produção de lã de vidro e lã de rocha.

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3

2 OBJETIVOS

Os objetivos deste trabalho são:

� Investigar o uso dos resíduos de corte de mármores e da mistura de resíduos

do corte de mármores e granitos como matéria–prima para a fabricação de lã

de vidro e lã de rocha.

� Investigar o uso da escória da produção de ferro silício manganês como

matéria-prima para a produção de lã de escória, através de caracterizações

dos materiais obtidos com a incorporação destes resíduos.

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3 REVISÃO BILBIOGRÁFICA

É apresentada uma introdução à produção de rochas ornamentais no Brasil,

os processos de beneficiamento e a geração de resíduos no corte de mármores e

granitos, apresenta-se a classificação dos resíduos sólidos, discute-se sobre a

geração de escória de ferro silício manganês e sobre os produtos que se pretende

adicionar os resíduos em sua produção: lã de vidro, lã de rocha e lã de escória.

3.1 Rochas Ornamentais

Os termos rocha ornamental, pedra natural, rocha lapídea, rocha dimensional,

e material de cantaria é usado para designar pedras extraídas e beneficiadas,

visando a obtenção de dimensões, especificações e formas de uso na construção

civil, arte funerária, arte de decoração, revestimento de elementos urbanos. O termo

rocha ornamental está associado tanto a blocos de rocha bruta como o material já

acabado, polido e com lustre (FALCÃO, 2000).

O Brasil é reconhecido pela geodiversidade mineral, inclusive nas rochas

ornamentais, com destaque para seus materiais silicáticos (granitos e similares) e

silicosos (quartzitos e similares) (CHIODI FILHO, 2008).

As principais rochas usadas para atender o segmento de rochas ornamentais

são os mármores, granitos, gnaisses, calcários, quartizitos, ardósias e serpentinitos

(CHIODI FILHO, 2008). Sendo que neste trabalho serão considerados os resíduos

de mármores e granitos por serem os de maior importância no Brasil e no mercado

internacional.

A Figura 3.1 mostra o consumo interno aparente de rochas ornamentais no

Brasil em 2007.

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Figura 3.1: Consumo interno aparente de rochas ornamentais no Brasil 2007 (CHIODI

FILHO, 2008).

Conforme se verifica na Figura 3.1, o consumo interno de mármores e granitos

era responsável por mais de 65% do consumo de rochas ornamentais no Brasil em

2007.

E conforme apresentado por Chiodi Filho (2008) o Brasil é:

� 4º maior exportador de rochas processadas especiais (5,1% do total

mundial);

� 2º maior exportador de granitos brutos (11,8% do total mundial);

� 5º maior exportador em volume físico (6,3% do total mundial);

� 4º maior produtor (8,1% da produção mundial).

A Figura 3.2 mostra evolução anual do faturamento das exportações

brasileiras de rochas ornamentais.

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Figura 3.2: Evolução anual do faturamento das exportações brasileiras de rochas

ornamentais (ABIROCHAS, 2008).

Como se pode observar na Figura 3.2, nos últimos dez anos houve um

crescimento das exportações de rochas ornamentais processadas o que elevou o

total de exportações.

O principal setor consumidor de rochas ornamentais é a construção civil

(revestimento interno e externo de paredes, pisos e pilares, colunas, soleiras etc.).

Outros setores com expressivo consumo são o de revestimento de elementos

urbanos (pavimentação de vias, praças, parques, jardins, fontes, bancos ou

assentos, calçadas e meios-fios), e o de artes e decorações. Independente da

aplicação apresentam uma similaridade que é o ciclo produtivo, este engloba três

principais etapas: mineração (pedreira), beneficiamento primário (serraria) e

acabamento final (polimento e lustre) (FALCÃO, 2000).

1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 20070

100

200

300

400

500

600

700

800

900

1000

1100

1200

US

$ M

ILH

ÕE

S

ANO

RSB (ROCHAS SILICÁTICAS BRUTAS)

RCB (ROCHAS CARBONÁTICAS BRUTAS)

RP (ROCHAS PROCESSADAS)

TOTAL

0 2 4 6 8 10

0

2

4

6

8

10

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3.2 Beneficiamento e Geração de Resíduos de Rochas Ornamentais

O processo de extração do mármore e do granito começa nas pedreiras, onde

essas rochas são encontradas em suas formas naturais. Podendo ser extraídas de

varias maneiras. Conforme citado por Falcão, (2000), existem vários tipos de lavras

para a extração de rochas ornamentais:

� a lavra de matacães,

� a lavra de maciços e subterrânea,

� lavra com fio helicoidal,

� lavra com tecnologia usando perfuração e explosivos,

� lavra utilizando Jato térmico (Flame Jet),

� lavra utilizando cortador a corrente,

� lavra utilizando Jato de Água (Water Jet) e

� lavra utilizando fio diamantado.

Nos últimos anos tem se observado a substituição crescente das técnicas de

extração baseada na perfuração e explosivo associado ao maçarico (flame-jet) pela

combinação de fio diamantado e massa expansiva que por si só, garante a

preservação das características geológicas e tecnológicas da rocha e volume de

produção (PEITER et al., 2001).

A Figura 3.3 mostra a extração de blocos de granito em uma pedreira.

Figura 3.3: Extração de peças de granito na pedreira (SILVA, 2004).

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Após a extração dos blocos de rochas nas pedreiras, seguem outras etapas

para o beneficiamento do granito e do mármore, conforme está representado no

fluxograma da Figura 3.4.

Figura 3.4: Seqüência de operações para a serragem dos blocos (FALCÃO, 2000).

O beneficiamento das rochas ornamentais após estarem nas serrarias segue

para a etapa de desdobramento em chapas, neste processo é possível a obtenção

de chapas com espessuras variadas, esta etapa é realizada principalmente por dois

métodos (FALCÃO, 2000):

� corte com fio diamantado e

� corte em teares.

Após a obtenção das chapas estas seguem para o beneficiamento secundário

(corte e acabamento de peças) esta etapa é geralmente realizada em unidades

chamadas marmorarias.

Durante a serragem, gera-se uma lama constituída por: fragmentos dos

blocos, água e uma polpa abrasiva conforme o processo de corte utilizado.

A Figura 3.5 mostra três imagens dos resíduos que são gerados na etapa de

beneficiamento do mármore, em a) observa-se o tanque de decantação dos

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resíduos para o aproveitamento da água, em b) está mostrando o descarte do

resíduo em um lago de resíduos e em c) resíduo sólido seco no fundo de uma lagoa.

Figura 3.5: a) Tanque de decantação do resíduo, b) Descarga da lama na barragem de

rejeito c) Resíduo sólido seco no fundo de uma lagoa (PONTES, 2000).

A lama gerada nos processos de corte é drenada por um sistema de

esgotamento, seguindo para tanques de decantação, onde a água é reaproveitada e

o material sólido é retirado e depositado nos pátios das empresas.

3.2.1 Corte com Fio Diamantado

Conforme cita Stellin Jr., (1998), o corte com fio diamantado é aplicado

basicamente ao esquadrejamento de blocos e de peças curvas. Os fios diamantados

são compostos por cabo de aço inox de tipo flexível, com diâmetro de 5mm, sobre o

qual são enfiadas pérolas (bead) diamantadas, de 11mm de diâmetro, separadas

por anéis de borracha e/ou molas espaçadoras. O número de pérolas pode variar de

32 a 40 por m. Os trechos de cabo são emendados por conexões de rosca ou

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conexões de pressão. O cabo pode variar em comprimentos de 50 a 70 m com

trechos de 5 a 10 m (FALCÃO, 2000).

A Figura 3.6 mostra um bloco de granito sendo cortado utilizando a técnica do

fio diamantado.

Figura 3.6: Corte com fio diamantado (ROCHAS DE QUALIDADE, 2007).

Os resíduos oriundos deste tipo de corte possuem uma granulometria fina e

apresentam a mesma composição química da rocha que esta sendo serrada.

3.2.2 Corte com Teares

O tear de multilâminas é o equipamento de corte de blocos mais antigo e mais

utilizado para produção de chapas, por associar característica como: o menor custo

de produção e a mais alta produtividade de chapas se comparado com o corte por

fios diamantados (STELLIN JUNIOR., 1998, FALCÃO, 2000).

O procedimento de corte com teares envolve uma polpa composta de

fragmentos do bloco, água, cal e granalha. A polpa utilizada no processo possui os

seguinte objetivos: lubrificar e esfriar as lâminas de serragem, evitar a oxidação das

mesmas, limpar os canais entre chapas e servir como abrasivo para facilitar a

serragem. O processo de corte se dá pela ação do elemento abrasivo (polpa

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abrasiva) conduzido pelo conjunto de lâminas movimentadas pelo tear. Esta polpa é

despejada continuamente na parte superior do bloco. A granalha, ou o elemento

abrasivo adicionado à polpa é misturado com água e cal; e a granulometria ideal dos

seus grãos deve ser de 0,7mm a 1,2mm, com 30% na forma esférica e 70% angular

(FALCÃO, 2000).

A velocidade de corte que os teares alcançam depende da rocha a ser

cortada e do tipo de lâmina. Sendo a dureza do mármore menor que a do granito, o

mármore apresenta velocidade de corte maior que o granito, e se comparando o tipo

de lâmina, as lâminas diamantadas atigem velocidades de corte de até duas vezes a

velocidade de corte de lâminas de aço (FALCÃO, 2000).

A circulação da polpa em cada tear é feita por uma bomba submersa de eixo

vertical, situada num poço de recolhimento e que cria uma chuva abrasiva que se

distribui nas lâminas e nos blocos (STELLIN JUNIOR, 1998).

O desgaste das lâminas poderá produzir pequenos fragmentos metálicos que

será incorporado ao resíduo (STELLIN JUNIOR, 1998).

3.3 Classificação dos Resíduos

A NBR 10004 (2004), estabelece a classificação de resíduos sólidos. A

classificação de resíduos sólidos envolve a identificação do processo ou atividade

que lhes deu origem, de seus constituintes e características, e a comparação destes

constituintes com listagens de resíduos e substâncias cujo impacto à saúde e ao

meio ambiente é conhecido.

A norma NBR 10004 (2004), classifica os resíduos sólidos da seguinte maneira:

-CLASSE I: PERIGOSOS

-CLASSE II: NÃO PERIGOSOS

CLASSE II A: NÃO INERTES

CLASSE II B: INERTES

Esta classificação tem por objetivo determinar qual a disposição

ambientalmente correta para o resíduo.

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RESÍDUOS CLASSE I:

São definidos como CLASSE I os resíduos que, em função de suas

propriedades físicas, químicas ou infecto contagiosas, apresentarem:

� Risco à saúde pública, provocando mortalidade, incidência de doenças ou

acentuando seus índices;

� Riscos ao meio ambiente, quando o resíduo for gerenciado de forma

inadequada.

� Ou uma das características abaixo:

• inflamabilidade

• corrosividade

• toxidade

• reatividade

• patogenidade

RESÍDUOS CLASSE II:

� CLASSE II A - Não inertes,

Apresentam um ou mais elementos acima do limite permitido no teste de

solubilização (NBR 10006) e ou propriedades como:

• combustibilidade

• biodegradabilidade

• solubilidade em água

� CLASSE II B - Inertes,

Quaisquer resíduos que quando amostrados de uma forma representativa,

segundo a ABNT NBR 10007; e submetidos a um contato dinâmico e estático com

água destilada ou deionizada, à temperatura ambiente, conforme ABNT NBR 10006;

não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores

aos padrões de potábilidade de água, excetuando-se aspecto, cor, turbidez, dureza

e sabor.

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3.4. O Resíduo de Mármore

O mármore é uma rocha carbonática, e o resíduo do corte de mármore

apresenta a mesma composição química da rocha que lhe deu origem.

No processo de corte dos blocos de rochas são gerados resíduos que em sua

maioria são descartados em lagoas de decantação e aterros.

A Figura 3.7 mostra a imagem de uma lagoa de resíduos de corte mármore.

Figura 3.7: Lagoa de resíduo de mármore (NETO, 2005).

Conforme pode ser visto na Figura 3.7, a lagoa de resíduos causa um impacto

visual na paisagem.

A faixa de composição química do mármore indicada na Tabela III.1 indica um

alto teor de CaO e baixos teores de sílica.

Tabela III.1: Faixa de composição química dos mármores da Marsal S.A.

Composição CaO MgO SiO2 Al

2O

3 Outros TiO

2 PF

Peso(%) 38,0-49,8 3,6-13,6 0,2 0,06 1,53 0,01 44,6

*PF: perda ao fogo

Este resíduo, devido à sua composição química, mostrada na Tabela III.1,

pode ser utilizado em algumas aplicações, pois possui entre 38,0% e 49.8% de CaO.

Além da composição química apresentada na Tabela III.1, é apresentado

também mais uma composição química do mármore apresentada por Yavuz et al.,

(2005).

A Tabela III. 2 indica outros resultados de análise química de mármores.

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.

Tabela III. 2: Composição química do mármore.

Composição CaO MgO SiO2 Al

2O

3 Na

2O MnO TiO

2

Peso(%) 47,80 0,61 8,88 1,76 0,42 0,35 0,11

Nota-se na Tabela III. 2 que o mármore possui 47,8% de CaO que é uma

quantidade significativa quando comparado com os outros elementos.

O resíduo de mármore gerado durante o corte dos blocos de mármores, numa

etapa chamada de desdobramento quando este corte é feito principalmente com fio

diamantado, o resíduo tem praticamente a mesma composição do bloco de mármore

(JUNCA, 2007)

Quando o corte dos blocos é feito com teares de lâminas o resíduo além de

apresentar os mesmos componentes do bloco de mármore, apresenta também óxido

de ferro que é devido a granalha de ferro contida na mistura abrasiva de corte.

Slater (1954) comenta que o mármore é uma rocha cristalina granular,

composta de grãos de calcita e outros minerais, às vezes cimentados por calcita fina

que enche os interstícios. A granulação varia desde a forma açucarada, até a de

cristalização grosseira. A rocha pura apresenta apenas as características ópticas da

calcita e a presença de outros minerais pode resultar na combinação da sílica com

cálcio, magnésio e alumínio.

Estudos sobre aplicações tecnológicas do resíduo de mármore e também a

composição pré-definida (mármore moído, cal e granalha de ferro ou aço) e a

inexistência de grãos mistos entre os componentes básicos dos resíduos de

mármore, impulsionaram estudos da viabilidade de utilização dos mesmos em

diversos setores da indústria de produção, principalmente na construção civil

(PONTES, 2000).

Construção civil:

� É possível aumentar o percentual de incorporação do resíduo à mistura de

argamassa (até 50%), substituindo a areia fina.

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� O resíduo beneficiado pode ser utilizado em até 30% nas formulações de

massa para cerâmica vermelha.

� Face sua granulometria, o resíduo beneficiado pode substituir com

vantagens a argila grosseira que os ceramistas normalmente misturam com

sua argila mais fina para diminuir a plasticidade.

� A incorporação de resíduos em agregados para a pavimentação de

estradas.

� No caso de lamas com maior concentração de mármores, é viável sua

utilização em quantidades limitadas a 16% (temperaturas mais elevadas) em

massas de cerâmica vermelha, isso devido tanto à queda de desempenho

com a sua adição na massa, quanto ao aspecto superficial que também é

comprometido em concentrações maiores (MELLO, 2006).

Na indústria siderúrgica: � A utilização de resíduo de mármore como dessulfurante e desfosforante é

termodinamicamente viável.

� Os índices de desfosforação e dessulfuração atingidos com o resíduo

equivalem aos valores obtidos nos processos onde se utiliza a cal (JUNCA,

2007).

� Estudos sobre o uso como insumo agrícola para a correção do pH do solo

(BALDOTTO, 2007)

3.5 O Resíduo de Granito

Para o setor de rochas ornamentais e de revestimento, o termo granito

designa um amplo conjunto de rochas silicáticas, abrangendo monzonitos,

granodioritos, charmokitos, sienitos, dioritos, diabásios/basaltos e os próprios

granitos. Os granitos são constituídos por cristais de feldspato, plagioclásio, quartzo

e mica (biotita e/ou muscovita), como seus minerais essenciais, podendo ocorrer

ainda a presença de anfibólio e piroxênio como minerais acessórios. As variações de

seus constituintes mineralógicos conferem cores e texturas distintas aos granitos.

(ABIROCHAS, 2008)

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Os resíduos da indústria do granito possuem seus constituintes químicos

majoritários, expressos na forma de óxidos: sílica (SiO2) e a alumina (Al2O3),

seguidos pela cal (CaO) e os óxidos alcalinos (Na2O, K2O). Também podem ser

encontrados teores de óxidos de ferro. (SILVA, 2005). A Tabela III.3 mostra a

composição química para os resíduos de 3 diferentes empresas apresentadas por

(FERREIRA et al., 2002).

Tabela III.3: Composição química dos resíduos.

* perda ao fogo

Ferreira et al, (2002) estudaram a incorporação de resíduos de granito como

matéria-prima cerâmica e verificaram que os resíduos apresentaram teores de SiO2

superiores a 59% e teores de Al2O3 variando de 6,40% a 13,80%. O teor de Fe2O3

situou-se em torno de 6%, não sendo observada sua presença no resíduo Caxambu,

o que está relacionado a particularidades do processo da Empresa Caxambu, que

faz uso de discos diamantados. A presença do CaO e do Fe2O3 encontrados nas

amostras são oriundos principalmente da granalha e cal utilizados como abrasivos e

lubrificantes respectivamente.

Na Tabela III.4 pode-se observar os resultados de massa específica real dos

estudos realizados por Ferreira et al., (2002) que avaliaram três amostras de

resíduos de granito oriundos de diferentes fábricas de beneficiamento de granito

(Poligran, Caxambu e Fuji) situadas no estado brasileiro da Paraíba. Nesta tabela

encontramos a distribuição granulométrica obtida por peneiramento e sedimentação,

sendo que todas as amostras possuíam 100% de massa acumulada na peneira

ABNT n° 200 (74µm).

Amostras Porcentagem em Massa (%) PF* SiO2 Fe2O3 Al2O3 CaO Na2O K2O

Poligran 4,44 59,61 5,98 11,77 4,48 2,7 3,63 Caxambu 2,93 88,91 - 6,64 - 0,14 0,06

Fuji 2,57 60,2 6,3 13,8 6,02 3,38 3,63

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Tabela III.4: Massa específica real dos resíduos.

Amostras Massa Específica Real (g/cm3)

Poligran 2,69 ± 0,0005 Caxambu 2,63 ± 0,0005

Fuji 2,70 ± 0,0014

A Tabela III.5 mostra o diâmetro médio das partículas do resíduo de granito de três empresas diferentes (FERREIRA et al., 2002).

Tabela III.5: Distribuição granulométrica por peneiramento e sedimentação dos resíduos.

Massa Acumulada (%) Diâmetro Médio das

Partículas (µm) 70 60 50 40 30 20 10 5 2

Poligran 99,0 97,0 96,0 90,0 86,0 77,0 57,0 34,0 15,0 Caxambu 89,0 85,0 79,0 73,0 63,0 48,0 34,0 17,0 7,0 Fuji 80,0 75,0 71,0 65,0 63,0 52,0 36,0 19,0 7,0

Ferreira et al., (2002) verificaram que os resíduos de granito apresentam

características físicas e mineralógicas semelhantes as das matérias-primas para a

produção de cerâmicas convencionais e que corpos cerâmicos formulados com até

50% de adição de resíduos apresentam características dentro das especificações da

normalização brasileira tanto para blocos como para revestimentos cerâmicos. Em

geral, o resíduo de granito apresenta um comportamento não plástico e apresenta

um fina granulometria, com 71,65% de materiais com dimensões inferior a 0,075mm

(MANHÃES, 2008).

Conforme citado por Manhães, (2008) a distribuição de tamanho de partículas

do resíduo apresenta larga distribuição de tamanho de partículas, com elevado teor

de partículas acima de 20 µm. Esta fração é rica em quartzo e feldspatos. O resíduo

em forma de pó apresenta partículas com morfologia irregular de formato angular.

Esta morfologia deve-se ao processo de corte/serragem dos blocos de rochas

ornamentais. A Figura 3.8 mostra a distribuição de tamanho de partículas do

resíduo.

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Figura 3.8: : Distribuição de tamanho de partículas do resíduo de rocha granítica (MANHÃES, 2008).

A Figura 3.9 mostra uma imagem de microscopia eletrônica de varredura do

resíduo do corte de rocha granítica (MANHÃES, 2008).

Figura 3.9: Morfologia das partículas do resíduo do corte de rocha granítica (MANHÃES, 2008).

Pode-se observar na Figura 3.9 que as partículas que constituem o resíduo possuem uma morfologia irregular de formato angular.

Segundo Chiodi Filho, (2008) o granito, em termos geológicos, é uma rocha

ígnea, uniforme, de textura granular, constituída predominantemente dos minerais

de quartzo, feldspato e mica.

Ferreira et al., (2002) investigaram as características minerálógicas de três

resíduos diferentes e estes apresentaram picos referentes ao quartzo (SiO2),

microclina (feldspato potásico . KAlSi3O8), albita (feldspato sódico .NaAlSi3O8), mica

moscovita e calcita (CaCO3), e a presença de caulinita. Verificaram que os

resultados obtidos através da difração de raios-X estão de acordo com os resultados

das análises térmica diferencial e gravimétrica.

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O quartzo é um dos minerais mais abundantes na crosta terrestre. Apresenta

muitas variedades, tais como o cristal de rocha ou quartzo hialino, que é incolor e

transparente; o quartzo de ametista, de cor roxa; o quartzo citrino, de cor amarela,

também conhecido como falso topázio. O quartzo hialino é usado na fabricação de

lentes. O quartzo pulverizado é matéria-prima para fabricação do vidro.O feldspato é

o mineral predominante no granito. Existem feldspatos brancos, leitosos, róseos,

amarelados ou cinzentos. Sua decomposição pela água das chuvas e pelo gás

carbônico do ar forma a argila (barro), um dos componentes do solo. A mica é o

mineral que aparece no granito como pequenas lâminas brilhantes. Dentro das

variedades de mica, a mais conhecida é a mica branca (moscovita). É empregada

como isolante elétrico e térmico (GONÇALVES, 2000).

A composição mineralógica dos granitos é assim definida por associações

muito variáveis de quartzo, feldspato, micas (biotita e muscovita), anfibólios

(sobretudo hornblenda), piroxênios (aegirina, augita e hiperstênio) e olivina

(ABIROCHAS, 2009).

A Tabela III.6 apresenta os resultados obtidos por MANHÃES, (2008) para o

ensaio de lixiviação da amostra de resíduo de rocha granítica. No trabalho citado

foram analisadas as concentrações de arsênio, bário, cádmio, chumbo e prata. Os

resultados do extrato do teste de lixiviação indicaram a presença desses elementos

no resíduo de rocha granítica. No entanto, as concentrações obtidas estão abaixo

dos valores limites máximos estabelecidos no anexo F da norma NBR – 10004.

Assim sendo, está descartada a classificação do resíduo de rocha ornamental

estudado como sendo Classe I - Perigoso.

Tabela III.6: Concentração de elementos químicos no extrato do teste de lixiviação da

amostra de resíduo de rocha granítica.

Parâmetros Analisados

Concentração no Lixiviado (mg/L)

NBR 10004 - Anexo F

Limite Máximo (mg/L)

Limite de Detecção

(mg/L)

Arsênio < 0,01 1,0 0,01 Bário 0,08 70,0 0,01 Cádmio < 0,001 0,5 0,001 Chumbo 0,09 1,0 0,01 Cromo total 0,06 5,0 0,01 Prata 0,02 5,0 0,001

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20

Na Tabela III.7 são apresentados os resultados de (MANHÃES, 2008)

relativos ao ensaio de solubilização. Os resultados mostram que o extrato

solubilizado apresentou resultados acima do limite estabelecido pelo anexo G da

norma NBR – 10004 para o chumbo (0,10 mg L-1), cromo total (0,07 mg L-1), ferro

(5,01 mg L-1) e manganês (0,13 mg L-1). Portanto, o resíduo de rocha granítica

estudado foi classificado como um resíduo de Classe II A – Não Perigoso - Não

Inerte, sendo imperativa a realização de estudos de impactos ambientais quando da

incorporação de resíduos de rochas ornamentais em produtos cerâmicos para

construção civil (MANHÃES, 2008).

Tabela III.7: Concentração de elementos químicos no extrato do teste de solubilização da

amostra de resíduo de rocha granítica.

NBR 10004 –Anexo G Parâmetros Analisados

Concentração no Solubilizado (mg/L) Limite Máximo (mg/L)

Alumínio 0,02 0,2

Arsênio < 0,01 0,01

Bário 0,09 0,7

Cádmio < 0,01 0,005

Chumbo 0,1 0,01

Cobre 0,04 2

Cromo total 0,07 0,05

Dureza (mg CaCO3/L)

101 500

Ferro 5,01 0,3

Manganês 0,13 0,1

Nitratos < 0,01 10

Prata < 0,01 0,05

Sulfatos 53 250

Surfactantes < 0,2 0,5

Zinco 0,03 5

A composição pré-definida (granito moído, cal e granalha de ferro ou aço) e a

inexistência de grãos mistos entre os componentes básicos dos resíduos de granito,

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21

impulsionaram estudos na viabilidade de utilização dos mesmos em diversos setores

da indústria de produção.

� argamassa (substituindo o calcário, matéria-prima normalmente utilizada nas

formulações (MORAES, 2006);

� tijolos (MORAES, 2006);

� telhas (MORAES, 2006);

� concentração de feldspatos para indústria de vidro e cerâmica (CARVALHO,

2006);

� bloquetes para calçamento de ruas e calçadas (CARVALHO, 2006);

� formulação com escória de aciaria para fabricação de lã mineral (ALVES,

2008).

3.6 Escória da Produção de Ferro Silício Manganês O manganês é um elemento que é adicionado no processo de fabricação dos

aços na forma de ligas de ferro-manganês, conferindo aos aços propriedades

específicas. E segundo Faria, (2008) as principais ferro ligas de manganês são

classificadas em três categorias de acordo com o seu teor de carbono:

� Ferro Manganês Alto Carbono, representado por FeMnAC (6-7% de carbono),

� Ferro Manganês Médio Carbono representado por FeMnMC (1-2% de

carbono)

� Ferro Manganês Baixo Carbono representado por FeMnBC (0,1-0,5% de

carbono).

São produzidas também ligas de ferro silício manganês (FeSiMn) que

apresenta teores que variam de 12 a 25% de silício.

A Figura 3. 11 mostra a evolução da produção das ligas de ferro-manganês

no Brasil desde o ano de 1996, nota-se que a liga FeSiMn é a que possui a maior

produção quando comparada com as ligas FeMnAC, FeMnMC e FeMnBC,

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22

observa-se também um crescimento da produção da liga de FeSiMn desde o ano

de 2002.

Figura 3. 10: Evolução da produção de ligas de ferro-manganês no Brasil de 1996 a

2004 (ABRAFE, 2004).

O processo de fabricação das ligas de ferro-manganês está

esquematizado na Figura 3. 10 onde é possível ver as várias etapas. Observa-se

que os minérios vão dar origem a diferentes ligas de acordo com o teor de

manganês, nota-se também que a escória da produção da liga FeMnAC, também

chamada de escória rica é utilizada como matéria-prima na produção da liga

FeSiMn (HOLAPPA; XIAO, 2004).

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23

Figura 3. 11: Esquema da produção de ligas de ferro-manganês da empresa Vale (VALE, 2005).

Holappa e Xiao, (2004), comentam em seu artigo de revisão sobre escória

ferro-manganês e ferro-cromo que a escória da produção de FeSiMn geralmente é

descartada e mostram um exemplo da faixa de composição dos elementos

majoritários desta escória que é mostrada na Tabela III.8.

Tabela III.8: Composição química majoritária da escória de FeSiMn.

Composição CaO MgO SiO2 Al

2O

3 MnO

Peso(%) 35 2-8 31 4-10 8-12 (HOLAPPA e XIAO, (2004)

Demidov et al., (2000), estudaram o uso da escória da produção de FeSiMn

na produção de aços com baixo teor de manganês, comentando que é possível o

uso da escória na produção deste tipo de aço, a escória utilizada em seus estudos

apresentavam a composição química mostrada na Tabela III. 9.

Minério Mn baixo

teor 20 – 30%

Minério Mn Alto Teor

30 – 60 %

FeSiMn

Escória Rica

FeMnAC

FeMn MC/BC

Mn Metálico

MnO

Siderurgia (Ferro Gusa e

Aço bruto)

Outras

Aplicações

Ferro-ligas Minério Consumidores

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Tabela III. 9: Composição química majoritária da escória de FeSiMn.

Composição CaO MgO SiO2 Al

2O

3 P2O5 MnO C S

Peso(%) 12-16 2,5-3,5 45-50 6-10 0,4-0,5 22-28 4-5 0,6-1,2

Nóbrega et al., (2004), realizaram um estudo sobre a avaliação ambiental da

escória de ferro-manganês que foi utilizada como revestimentos de pavimentos na

cidade de Salvador no estado da Bahia, e concluíram que os resíduos não podem

ser classificados como inerte conforme a NBR 10004.

3.7 Lã Mineral

Vidros ou materiais vítreos são definidos como sólidos amorfos que exibem

transições vítreas. Os vidros podem ser preparados a partir da fusão de materiais

inorgânicos resfriados sem cristalização ou orgânicos como o glicerol. (ROCHA,

1998)

Lã mineral é um nome geral para muitos materiais inorgânicos de isolamento

feito de fibras. O material é normalmente dividido em diferentes subgrupos

dependendo das matérias-primas que são feitos, como: a lã de rocha, lã de vidro, lã

de escória. Sendo a sua fabricação feita a partir de vidro, rocha ou outro mineral.

Devido às suas características termo-acústicas, este material atende aos mercados

de construção civil, industrial, automotivo, eletro-eletrônico, entre outros (LUOTO et

al., 1998).

Existem diversos tipos de lã (cerâmica, de amianto, de vidro e de rocha). Elas

possuem aplicações semelhantes, entretanto as lãs cerâmicas e de amianto se

encontram em desuso devido a sua ligação com diversas doenças, entre elas o

câncer (GUALTIERI et al., 2009).

As lãs de vidro, rocha e escória não possuem tal adversidade. Em outubro de

2001, a International Agency for Research on Cancer (IARC), órgão subordinado a

ONU, reclassificou estas lãs para o chamado grupo III de produtos, ou seja, os não

classificáveis como cancerígenos para os seres humanos. Antes disto, a IARC

classificava estas lãs como pertencentes ao grupo 2B, de produtos possivelmente

cancerígenos, no qual ainda se encontram as lãs cerâmicas e de amianto. Para

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25

chegar a esta conclusão, a IARC levou em conta a biossolubilidade das partículas

inaláveis das lãs (BAAN, 2004; N.T.P, 1994; WILSON et al., 1999).

Lã mineral é constituída por um elevado número de fibras muito finas em

conjunto, sob a forma de um cobertor, ou em outras formas. As fibras são

impregnadas com um agente aglutinante, como o fenol betume (TRDIC,1999). Os

produtos de lã são caracterizados por terem um elevado número de fibras, que são

aleatoriamente distribuídas dentro do produto. A fibra é o elemento básico de lã

mineral.

O ideal seriam fibras de pequeno diâmetro, cerca de 10 microns, com um

comprimento de poucos centímetros, tipicamente de 5 a 30 cm. As propriedades

térmicas de isolamento do material são dependentes da qualidade das fibras

individuais e da imperfeição da formação das fibras (TRDIC, 1999).

3.7.1 Produção das Lãs de: Rocha, Vidro e Escória

Os processos de produção das lãs de vidro, de rocha e de escória são

semelhantes, a diferença entre estes três materiais se deve à matéria-prima utilizada

em cada caso.

Lãs de vidro: são feitas a partir de vidro fundido de carbonato de sódio e cal.

Sua matéria-prima principal é o vidro borossilicato (fabricado através da adição de

boro aos componentes tradicionais do vidro), além de outros componentes utilizados

para dar características específicas (BUCK, 1997; ROCHA, 1998; TRDIC et al.,

1999).

Lã de rocha: a principal matéria-prima utilizada na produção deste material

são as rochas basálticas e a escória. Pode ser necessário adicionar calcário ou

outros elementos, de modo a corrigir eventuais desvios na composição química do

basalto (DNPM, 2001; JURY, 1997; TRDIC et al., 1999).

Lã de escória utiliza como matéria-prima principal escória oriunda da

produção de metais, sendo que é realizado o ajuste da composição química com

outras matérias-primas quando necessário e que a lã de escória contem em sua

composição pouco sódio (BUCK, 1997).

Hočevar et al., (2005), comentam que existem vários processos de fabricação

de lãs minerais e fibras com uma grande variação da qualidade e da quantidade do

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26

produto final sendo que o processo mais comumente utilizado de produção de lã

mineral é o processo de Melt Spinning. Nesse processo o material fundido cai

rapidamente em cilindros metálicos rotativos para a produção de fibras.

As características do processo podem ser descritas da seguinte forma:

quantidades de matérias-primas são medidas, homogeneizadas e enviadas a um

forno de fusão que opera a temperaturas de 1300°C a 1500°C.

Após a fusão, o material fundido é ejetado por orifícios, devido a pressão de

um gás (argônio ou nitrogênio), sobre um cilindro giratório de metal resfriado, que

gira com uma determinada velocidade angular. Assim, o material é resfriado

bruscamente, originando as fibras, estas são extraídas dos cilindros (através de um

jato de ar) e posteriormente lançadas em uma câmara coletora, na qual são

pulverizadas com aglutinante (dependendo do produto final desejado também pode

ser utilizada uma mistura de óleo solúvel, água e silicone). Esta técnica é conhecida

como Melt Spinning (LABRINCHA, 2006; ROCHA, 1998; TRDIC et al., 1999; UEDA

et al., 1999).

A Figura 3.12 mostra uma representação , esquemática da produção de lã de

vidro e lã de rocha.

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27

Figura 3.12: Representação esquemática da produção de lã de vidro e lã de rocha

(EURIMA, 2008).

Após isso, a lã mineral é serrada do tamanho e da forma exigida, ou é

moldada da forma desejada (tubos bipartidos, junções de tubos). As aparas e cortes

da lã mineral são recicladas no processo de produção (EURIMA, 2008).

A Figura 3.13(a) mostra o material fundido caindo sobre o disco primário no

processo de Melting Spinning e na Figura 3.13(b) o aspecto das fibras formadas

(HOČEVAR et al., 2005).

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Figura 3.13: a) Fundido caindo sobre o disco primário b) fibras de lã mineral (HOČEVAR,

2005).

A Figura 3.14 mostra algumas das possíveis formas de serem produzidas

com a lã mineral.

Figura 3.14: Formas produzidas de lã mineral: a) painéis, mantas e flocos e em b) formas

cilíndricas bipartidas (EURIMA, 2008).

Como se pode ver na Figura 3.14 as lãs minerais podem se moldadas em

diversas maneiras para as mais diversas aplicações e devido à sua elasticidade, as

lãs minerais podem ser compactadas para reduzir o seu volume durante o

acondicionamento, tornando-o mais barato e mais fácil de transportar e de manusear

(EURIMA, 2008).

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29

3.7.2 Propriedades e Aplicações das Lãs de Rocha de Vidro e de Escória

As lãs minerais são utilizadas em uma ampla gama de aplicações isso devido

a suas propriedades sendo o que diferencia a lã de vidro da lã de rocha da lã de

escória são suas composições química diferentes e a temperatura máxima de

trabalho. Entre as propriedades das lãs minerais podemos destacar:

� Isolamento térmico;

� Isolamento acústico;

� Proteção contra incêndios;

� Incombustibilidade;

� Quimicamente neutra;

� Resistente a água;

� Resistem ao crescimento de mofo, fungos e bactérias, porque é inorgânico (NAIMA, 2009).

As lãs minerais, por suas propriedades físicas e químicas, são um dos mais

tradicionais isolantes térmicos usados no mundo. Na construção civil, tem

contribuído para a obtenção do conforto térmico e acústico das edificações

comerciais e residenciais (EURIMA, 2009).

Além disso, o isolamento térmico também possibilita o uso racional de energia

nas edificações, principalmente nos sistemas de ar-condicionado, pois torna possível

o uso de equipamentos de menor porte (menor investimento), diminuindo o consumo

(EURIMA, 2009).

Por ser um material fibroso, as lãs minerais são uns dos melhores materiais

para o tratamento acústico, podendo ser usada na isolação acústica, que é a

construção de barreiras para evitar a transferência de uma onda sonora (ruído) de

um ambiente para o outro ou na absorção acústica, que é um tratamento aplicado

para melhorar a qualidade acústica dos ambientes (EURIMA, 2009).

Uma característica importante das lãs de: rocha, vidro e escória é a estrutura

do material quanto ao ordenamento atômico, ou seja conforme Gualtieri et al., (2009)

estes materiais são classificados como fibras inorgânicas não metálicas vítreas, e é

importante que estes materiais não apresentem fases cristalinas como a cristobalita

que causam danos a saúde.

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30

As lãs minerais são materiais incombustíveis, esse é um comportamento ao

fogo dos materiais isolantes, inclusive aqueles com revestimentos, deve ser o de

não contribuir e não propagar o fogo durante uma situação de incêndio (EURIMA,

2009).

Conforme apresentado por Labrincha, (2008) a Tabela III.10 mostra os valores

de temperatura máxima de trabalho para diferentes isolantes térmicos encontrados

no mercado. Nesta podemos observar que a lã de rocha suporta temperaturas três

vezes superiores a da lã de vidro, e que estas duas lãs destacam-se neste quesito

quando comparadas aos demais isolantes

Tabela III.10: Temperatura máxima de utilização de alguns materiais isolantes.

MATERIAL ISOLANTE TEMPERATURA MÁXIMA

DE UTILIZAÇÃO (°C)

LÃ DE ROCHA 750

SEM RESINA 500 LÃ DE VIDRO

COM RESINA 250

ESPUMA DE POLIURETANO 100

POLIESTIRENO EXPANDIDO 70

Entre aplicações específicas, em que é necessária a proteção passiva ao fogo,

por exemplo na proteção de estruturas metálicas, porta e paredes corta-fogo as lãs

minerais suportam a temperatura e o tempo de exposição direta ao fogo

Entre suas aplicações estão o uso:

Residencial:

� o uso em paredes;

� forros como isolantes térmicos e acústicos.

Comercial:

� Térmico (paredes e tetos);

� Isolação antichamas;

� Aplicações acústicas;

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31

� Teto acústico.

Industrial:

� Térmico (caldeiras, fornos, etc);

� Isolamentos antichamas;

� acústico (absorvedores de som);

3.7.3 Composição Química das Lãs de Rocha, Lãs de Vidro e Lãs de

Escória

Entre os componentes principais tanto da lã de vidro quanto da lã de rocha e

da lá de escória estão a SiO2 e o CaO sendo que a lã de vidro apresenta uma

relação SiO2/CaO maior que a lã de rocha. Conforme verificado na literatura

(LUOTO et al. (1998); BUCK (1997), BRAGA (1991)) as lãs de vidro apresentam as

composições químicas mostradas na Tabela III.11.

Tabela III.11: Composição química, em % em massa, da lã de vidro segundo diferentes

autores.

Lã de Vidro LUOTO et al. (1998) BUCK (1997) BRAGA (1991) LIDDELL;

MILLER (1991) SiO2 64,40 34,0 - 73,0 60,0 - 70,0 64,4 CaO 7,40 0,0 - 22,0 6,0 - 9,0 8,1 MgO 3,20 0,0 - 5,5 3,0 - 4,0 3,9 Al2O3 2,90 3,0 - 14,5 1,0 - 3,0 2,9 Fe2O3 0,30 0,0 - 2,0 0,2 - 0,4 0,3 Na2O 15,40 0,5 - 16,0 12,0 - 15,0 16,8 K2O 1,40 0,0 - 3,5 0,0 0,9 TiO2 0,10 0,0 - 0,8 0,0 --- B2O3 4,90 0,0 - 8,5 5,0 - 3,0 3,5

Conforme se pode verificar na Tabela III.11, a lã de vidro é constituída

principalmente por SiO2 (sílica) e possuindo ainda outros constituintes como CaO,

MgO, Al2O3, Fe2O3, Na2O, K2O, TiO2 e B2O3.

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32

A Tabela III.12 apresenta a composição química de porcentagem em % em

massa das lãs de rocha que foi citada por diferentes autores.

Tabela III.12: Composição química, em % em massa,da lã de rocha segundo diferentes

autores.

Lã de Rocha LUOTO et al. (1998) BUCK (1997) JURY (1997) LIDDELL;

MILLER (1991) SiO2 45,9 45,0 - 52,0 41,0 - 44,0 47,2

CaO 18,5 10,0 - 12,0 10,0 - 12,0 11,2

MgO 11,6 8,0 -15,0 6,0 - 7,0 10,7

Al2O3 11,9 8,0 - 13,5 14,0 - 15,0 14,0

MnO 0,0 0,1 - 0,3 0,0 - 0,2 ---

Fe2O3 8,2 5,5 - 6,5 12,0 - 13,0 11,7

Na2O 1,8 0,8 - 3,3 3,0 - 4,0 2,8

K2O 0,6 0,8 - 2,0 1,0 - 1,5 0,7

TiO2 0,9 1,5 - 2,7 3,0 - 3,5 2,6

Conforme podemos ver na Tabela III.12, a lã de rocha é composta

principalmente por SiO2 (sílica) seguida por CaO (cal) e podendo apresentar ainda

outros constituintes como MgO, Al2O3, MnO, Fe2O3, Na2O, K2O e TiO2.

Blagojevic et.al., (2004) em seus estudos sobre a simulação de composições

químicas para a produção de lã mineral e seu efeito sobre a espessura das fibras diz

que a viscosidade é fortemente dependente da composição química do material

fundido e que a viscosidade varia com a temperatura. Além disso, a composição

química restringe a tensão superficial do material fundido e que também as

propriedades como a densidade e a viscosidade influenciam a espessura das fibras.

A Tabela III.13 apresenta a composição química expressa em porcentagem em

massa das lãs de escória que foi citada por diferentes autores.

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Tabela III.13: Composição química, em % em massa da lã de escória segundo diferentes

autores.

Lã de Escória BUCK (1997) VUYST et al. (1995) EASTES (1993) LIDDELL; MILLER (1991)

SiO2 32-41 38-52 38-52 41,0 CaO 27-40 30-40 20-43 40,0 MgO 4-43 30-40 4-14 --- Al2O3 8-15 5-16 5-15 11,8 K2O 0-0,5 0,5-3 0,3-2 ---

Na2O 0-2 0-5 0-1 --- TiO2 0-0,5 <1 0,3-1 ---

Fe2O3 0-2 --- 8-15 0,9 S 0-2 --- 0-2 ---

P2O5 0-1 --- 0-0,5 --- MnO 0,1-0,5 --- --- ---

Conforme podemos ver na Tabela III.13, a lã de escória é composta

principalmente por SiO2 (sílica) seguida por CaO (cal) e podendo apresentar ainda

outros constituintes como MgO, Al2O3, MnO, Fe2O3, Na2O, K2O e TiO2.

Nota-se das Tabela III.11, Tabela III.12 e Tabela III.13 que as lãs minerais

podem apresentar variações em suas composições químicas, estas variações

podem ser devido a finalidade e uso que terá a lã, ao tipo de processo de fabricação

(BUCK, 1997; IARC, 2002).

Existe também lã mineral que possui a composição química preparada para

ter pouca biopersistência em organismos (IARC, 2002). Guldberg et al., (2000)

discutem a elaboração de lãs minerais com variações em suas composições

químicas para que estas apresentem alta biosolubilidade.

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4 MATERIAIS E MÉTODOS

Os procedimentos experimentais relacionados a este trabalho foram

realizados seguindo as etapas do fluxograma da Figura 4.1.

Figura 4.1: Fluxograma das atividades realizadas.

DIFRAÇÃO DE RAIOS-X

SELEÇÃO DAS MATÉRIAS-PRIMAS

CARACTERIZAÇÃO DO RESÍDUO

ESTUDO DAS COMPOSIÇÕES DOS RESÍDUOS E DAS LÃS

MINERAIS

MISTURA E HOMOGENEIZAÇÃO

FUSÃO

CARACTERIZAÇÃO DOS MATERIAIS

FUNDIDOS

ESTUDO DA FLUIDEZ HERTY

MICROSCOPIA ELETRÔNICA DE

VARREDURA

ANÁLISE TÉRMICA DIFERENCIAL

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4.1 As Matérias–primas

As matérias-primas utilizadas neste trabalho foram resíduos industriais do

corte de rochas ornamentais, sendo estes resíduos compostos por resíduo do corte

de granito e resíduo do corte de mármore, e a escória de ferro silício manganês.

Também foram utilizados alguns compostos químicos analíticos para adequar a

composição dos resíduos para a produção da lã mineral: sílica (SiO2), alumina

(Al2O3), óxido de magnésio (MgO), óxido de ferro (Fe2O3) e Bórax (16,25% de Na2O,

36,51% de B2O3 e 47,24% de H2O).

A Figura 4.2 mostra as imagens dos resíduos do corte de mármore e granito.

Figura 4.2: Imagens dos resíduos do corte: a) granito, b) mármore.

A Figura 4.3 mostra a imagem da escória de ferro silício manganês.

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Figura 4.3: Imagem da escória de ferro silício manganês.

Nota-se da Figura 4.2 que os resíduos do corte de granito e mármore

apresentam um aspecto de pó de granulometria fina, sendo que o resíduo de

mármores tem uma coloração branca e o resíduo de granito possui uma coloração

levemente avermelhada.

Na Figura 4.3 observa-se que a escória de ferro silício manganês possui uma

cor cinza escura e partículas com vários tamanhos e geometrias.

4.2 A Preparação das Matérias-Primas

Os resíduos do corte de mármore e de granito apresentam-se na forma de um

pó, não sendo necessário realizar a cominuição dos resíduos.

Enquanto que a escória de ferro silício manganês apresenta partículas com

distribuição de tamanho variada e com tamanhos que não era possível colocá-la no

forno, sendo necessário realizar a cominuição da escória. O processo de cominuição

da escória foi realizado utilizando-se um Britador de Mandíbulas modelo BM 2010

marca Furlan, em seguida o material foi peneirado em uma peneira do tipo ABN

5/16” com abertura de 7,93mm da marca Granutest, utilizou-se o material que

passou pela malha da peneira.

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37

Para a preparação das matérias-primas foi necessário realizar a

caracterização química dos resíduos, esta caracterização foi realizada pela técnica

de Espectrometria de Fluorescência de Raios-X. De posse dos resultados da análise

química dos resíduos, e conforme resultados da literatura sobre a composição

química das lãs de rocha e lãs de vidro, e sobre a propriedade dos óxidos presentes

nas amostras dos resíduos e das lãs de minerais iniciou-se a fase de elaboração das

composições.

4.2.1 Elaboração das Composições Químicas

As misturas foram elaboradas visando ajustar a composição das misturas dos

resíduos e compostos químicos à composição das lãs de vidro e das lãs de rocha

conforme os dados da Tabela III.11 e Tabela III.12 respectivamente obtidos da

literatura (LUOTO et al 1998; BUCK 1997; BRAGA 1991;JURY 1997). Para isso foi

elaborada a Tabela IV com as composições médias das lãs de vidro e lãs de rocha a

partir dos dados das Tabelas III.9 e III.10.

A Tabela IV.1 mostra a composição química média em % em massa das lãs

de vidro e lãs de rocha.

Tabela IV. 1: Composição química média (em % de massa) das lãs de rocha e de vidro.

Lã de Rocha

SiO2 CaO MgO Al2O3 MnO Fe2O3 Na2O K2O3 TiO2 B2O3

Média (% em massa)

45,50 11,00 9,00 12,63 0,15 9,25 2,78 1,33 2,68 0,00

Lã de Vidro

SiO2 CaO MgO Al2O3 MnO Fe2O3 Na2O K2O3 TiO2 B2O3

Média (% em massa)

60,97 8,64 3,14 4,55 0,00 0,54 12,42 1,06 0,15 4,90

Para realizar o cálculo das composições levou-se em conta a composição dos

resíduos de mármore e granito objetivando-se aproximar a composição química das

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misturas às composições médias das lãs de vidro e rocha da Tabela IV.1 utilizando-

se a maior quantidade possível de resíduos, pois os resíduos de mármore e granito

possuem óxidos componentes que também fazem parte das composições das lãs de

vidro e lãs de rocha mas não nas mesmas proporções.

Para os calculos dos ajustes das composições químicas das misturas,

procedeu-se com a utilização do software Excel e de acordo com as propriedades

dos óxidos ilustradas na Figura 4.4 (AKERMAN, 2000) que mostra o esquema de

maneira qualitativa, como variam as propriedades dos vidros em relação ao aumento

ou a diminuição de um de seus componentes óxidos.

Figura 4.4: Funções relativas dos óxidos no vidro (ARKEMAN, 2000).

As propriedades dos materiais vítreos dependem das suas características

estruturais que por sua vez dependem de sua composição, sendo que os óxidos que

compõe estes materiais podem ser divididos de acordo com a função que cada um

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exerce na composição final do material vítreo. Sendo assim, podemos dividi-los em

(MAGELLA, 1999):

� Vitrificantes: SiO2, B2O3, P2O5;

� Fundentes: Na2O, CaO, K2O, PbO, B2O3, Li2O;

� Estabilizantes: BaO, MgO, PbO, Al2O3, ZnO;

� Devitrificantes: ZnO, MgO, BaO, Zr2O, TiO2.

Foram elaboradas quatro tipos de composições diferentes com as

matérias-primas visando ajustar a composição química para a lã de rocha e lã de

vidro. E foi realizada também a fusão da escória para estudar suas propriedades

visando a produção de lã de escória.

A Figura 4.5 apresenta o organograma que mostra os reagentes adicionados ao

resíduo do corte de mármore para a produção de lã de vidro e lã de rocha.

Figura 4.5: Organograma mostrando a utilização do resíduo do corte de mármore.

A Tabela IV.2 relacionam as misturas com o material a ser produzido e a

quantidade do resíduo de mármore e dos elementos adicionados para a preparação

do material. Nota-se que a mistura visando a produção de lã de vidro o resíduo do

corte de mármore representa 11.7% da massa da mistura, e 14.6% da massa da

mistura visando a produção de lã de rocha.

RESÍDUO DO CORTE DE

MÁRMORE

MATERIAL ADICIONADO: SiO2,

MgO, Al2O3 e Fe2O3

MATERIAL ADICIONADO: SiO2,

MgO, Al2O3,Fe2O3 e Boráx

MATERIAL PRETENDIDO:

LÃ DE ROCHA

MATERIAL PRETENDIDO:

LÃ DE VIDRO

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Tabela IV. 2: Quantidade de resíduos e reagentes químicos adicionados as misturas A e B.

Quantidade dos elementos (em gramas)

Mistura Material a ser

Produzido Resíduo

de mármore

Al2O3 SiO2 MgO Fe2O3 Bórax

A Lã de Vidro 150 60 900 45 10 160

B Lã de Rocha 230 251 910 90 93 ---

A Figura 4.6 apresenta o organograma que mostra os reagentes adicionados

a mistura dos resíduos do corte de mármore e granito para a produção de lã de vidro

e lã de rocha. Nota-se que para a mistura de resíduos de granito e mármore são

adicionados dois compostos (Fe2O3 e Bórax).

Figura 4.6: Organograma mostrando a utilização dos resíduos de mármore e granito.

A Tabela IV.3 relacionam as misturas com o material a ser produzido e a

quantidade dos resíduos de mármore e de granito e dos elementos adicionados para

a preparação do material. A soma massas dos resíduos do corte de mármore e

granito representam 78,3% e 91,6% da massa respectivamente nas misturas

visando a produção de lã de vidro e lã de rocha.

MISTURA DOS RESÍDUOS DO CORTE

DE MÁRMORE E GRANITO

MATERIAL ADICIONADO: Fe2O3

MATERIAL ADICIONADO: Boráx

MATERIAL PRETENDIDO:

LÃ DE ROCHA

MATERIAL PRETENDIDO:

LÃ DE VIDRO

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Tabela IV.3: Quantidade do resíduo de mármore e granito e dos elementos adicionados à

mistura para a preparação do material.

Quantidade dos elementos (em gramas)

Mistura Material a ser

Produzido Resíduo

de Mármore

Resíduo de

Granito Fe2O3 Bórax

C Lã de Vidro 250 750 --- 277

D Lã de Rocha 200 900 100 ---

A Figura 4.7 apresenta o organograma que mostra a utilização da escória

sem adição de outros reagentes para a produção de lã de escória.

Figura 4.7: Organograma da utilização da escória de ferro silício manganês.

Para elaboração do material foi realizada a pesagem dos componentes

utilizando uma balança da empresa Marte modelo AS 5500C, com menor divisão de

0,01g. Após a pesagem dos componentes da mistura foi realizada a

homogeneização da mistura em um agitador do tipo Erich. Os materiais foram

misturados durante dez minutos na velocidade de rotação 1 do equipamento.

ESCÓRIA DE

FERRO SILÍCIO MANGANÊS

MATERIAL PRETENDIDO:

LÃ DE ESCÓRIA

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Tabela IV. 4: Composição nominal em % em massa das misturas elaboradas.

Composição Nominal em % em massa das misturas

MISTURA A MISTURA B MISTURA C MISTURA D MISTURA E

SiO2 76,27 63,56 46,13 51,12 43,13

CaO 4,39 4,03 15,93 12,97 20,79

MgO 6,16 8,42 7,99 6,34 6,19

Al2O3 5,09 17,48 13,25 14,71 14,79

MnO -- -- 0,02 0,03 12

Fe2O3 0,86 6,48 1,62 10,04 --

Na2O 2,23 0,01 4,97 1,04 --

K2O -- -- 0,37 0,42 --

TiO2 -- -- 0,18 0,2 --

B2O3 4,98 -- 9,54 0,6 --

Outros 0,02 0,27 0,02 2,53 3,1

A Tabela IV.4 mostra a composição nominal calculada a partir das

quantidades dos resíduos e reagentes químicos adicionados em cada mistura,

considerando a perda ao fogo dos resíduos do corte de mármore e granito e a perda

de água do bórax.

4.3 Fusão do Material

Para a obtenção do produto desejado é necessário realizar a fusão das

misturas, sendo para isso necessário temperaturas em torno de 1400°C a 1500°C.

Conforme varia a composição química da matéria-prima. Devido às características

das amostras de resíduos, foi feita a escolha de usar um forno elétrico a arco

voltaico. Este forno atinge temperaturas acima de 1700ºC, além de possuir uma

facilidade de vazamento do material (o que é bastante interessante, pois facilita o

resfriamento brusco).

A Figura 4.8, mostra a seqüência de funcionamento do forno elétrico a arco

que funciona quando dois eletrodos estão em contato e estão submetidos a uma

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tensão elétrica, passa corrente através deles, como acontece com um condutor

nestas condições, ao se afastar um pouco um dos eletrodos do outro, surge a

resistência do ar entre eles. Se a tensão elétrica entre os eletrodos for suficiente

(30000 Volt por cm) para vencer a resistência do ar, o ar entre os elétrodos ioniza-se

(as moléculas de ar tornam-se condutoras elétricas) e salta um arco elétrico entre os

dois eletrodos, passando a corrente de um eletrodo para o outro através do ar. O

interessante nesse processo é que se desenvolvem grandes temperaturas no arco

elétrico e isso é utilizado em fornos para fundir metais e outros materiais.

Figura 4.8: Esquema dos eletrodos para a produção do arco no forno elétrico a arco.

4.3.1 O Forno Detroit

Para a fusão das misturas, foi utilizado o forno Detroit monofásico, modelo 10,

tipo N, série 912-K, de 15 kW de potência máxima, fabricação pela Detroit Electric

Furnace Division, Kuhlman Electric Co, Bay City, Michigan, Estados Unidos.

Eletrodos

Arco Elétrico

Eletrodos

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Neste trabalho foi utilizado um par de eletrodos de grafite (grau BEPC)

fornecidos pela empresa Egyper Carbon Ltda que possuíam diâmetro de 1” por

1000mm de comprimento (os eletrodos são desgastados com a utilização). O

revestimento utilizado nos experimentos com o forno Detroit é composto por: MgO

(82 - 88%), SiO2 (3 - 5%) e Fe2O3 (3 - 6%), elementos que não atacam o material a

ser produzido. Tal refratário suporta uma temperatura máxima de trabalho de cerca

de 1800ºC.

Para a fusão das misturas iniciava-se com a preparação do forno e do

sistema de resfriamento dos eletrodos, ligava-se o forno Detroit vazio por 15 minutos

para aquecimento e estabilização do arco, em seguida o forno era desligado e

carregado com 1kg de carga (mistura) e novamente ligado para fusão do material,

que durava em torno de 50 minutos, após o material estar fundido, com o uso do

pirômetro óptico conferia a temperatura do material fundido para iniciar o vazamento

no viscosímetro Herty e em água. Os procedimentos de vazamento foram realizados

por 3 pessoas, sendo uma medindo e falando a temperatura e duas realizavam o

basculamento do forno, o basculamento iniciava-se na temperatura mais alta

(1500ºC) e assim sucessivamente até atingir a temperatura mais baixa (1400ºC).

No fim das experiências, que compreenderam ao todo 15 corridas, o

revestimento ainda se achava em condições de ser usado.

A Figura 4.9 mostra uma imagem do forno Detroit usado neste trabalho.

Figura 4.9: Forno elétrico a arco voltaico Detroit.

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As misturas das matérias-primas foram fundidas e vazadas no viscosímetro

de Herty para medir a fluidez e também em água para obter um resfriamento rápido

a partir de três temperaturas diferentes: 1400°C, 1450°C e 1500°C. Nas indústrias

produtoras de lã de rocha e de vidro a temperatura de vazamento pode variar

dependendo da composição química da mistura ou da aplicação do produto final. A

escolha por estas três temperaturas visou uma aproximação dos valores praticados

nas indústrias produtoras das lãs de rocha e de vidro.

4.3.2 O Pirômetro Óptico

Para a medida da temperatura do material fundido durante seu vazamento no

viscosímetro e em água, foi utilizado um pirômetro óptico, Minolta Land modelo

Ciclops 52 fabricado pela Minolta Câmera CO. Ltda. O pirômetro óptico foi ajustado

para a sensibilidade 4.2, a mira do pirômetro era apontada para o local onde se

desejava medir a temperatura com o gatilho acionado a temperatura era lida em um

display no pirômetro.

4.3.3 Viscosímtro Herty

O viscosímetro desenvolvido por Herty e seus colaboradores (SANTOS,

1995) para estudos de escórias de refino de aço, consiste essencialmente em molde

metálico de ferro fundido, usinado de forma a resultarem as dimensões indicadas na

Figura 4.10. Esse molde, colocado na posição horizontal na ocasião de receber a

escória líquida, compreende essencialmente uma bacia cônica, na qual é vazado o

material fundido de uma maneira convencionada, ligada em sua parte inferior a um

canal de secção circular, a distância que percorre o material fundido nesse canal até

solidificar, expressa em centímetros a partir da origem do canal, é tomada como

medida da fluidez. Essa medida é influenciada pela altura com que é vazada a

escória e pela velocidade do vazamento; por isso, é necessário fixar a altura de

vazamento e a velocidade de alimentação da escória.

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A Figura 4.10 mostra o desenho esquemático de um Viscosímetro Herty em

escala de laboratório (KEENE, 1995).

Figura 4.10: Desenho esquemático de um Viscosímetro Herty em escala de laboratório

(KEENE, 1995).

A Figura 4.11 mostra duas imagens do viscosímetro de Herty utilizado neste

trabalho.

Figura 4.11: Viscosímetro de Herty a) fechado e b) viscosímetro aberto mostrando o canal

de vazamento e a bacia de vazamento.

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O aparelho não fornece uma medida da fluidez no sentido rigoroso, uma vez

que, além da viscosidade, interferem com a medida o calor específico, a temperatura

do aparelho, a tensão superficial da material fundido e seu superaquecimento ou

capacidade de sub-resfriamento.

Trata-se assim de uma indicação prática de fluidez, a qual não pode ser

correlacionada com o coeficiente de viscosidade.

4.4 Resfriamento Rápido

Por definição um vidro apresenta estrutura amorfa quando o mesmo é

resfriado a partir de líquido e exibe um aumento contínuo da viscosidade. Quando o

material atinge uma determinada temperatura, definida como temperatura de

transição vítrea, Tg, o valor da viscosidade é da ordem de 1012 a 1013 Poise ( 1 Poise

= 0,1 N.s/m2). Este valor de viscosidade é semelhante aquele de materiais no estado

sólido. Nesta situação, devido ao limitado movimento atômico, o rearranjo dos

átomos não é possível e a cristalização do material não ocorre. Por outro lado se

durante tal resfriamento, a cristalização ocorre, a viscosidade do mesmo é

abruptamente alterada, atingindo valores próximos de 1012 Poise (ARKEMAN, 2000).

A Figura 4.12 mostra a curva volume específico versus temperatura para um

material.

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Figura 4.12: Volume específico em função da temperatura para um material (AKERMAN,

2000).

Na Figura 4.12 pode se observar que uma determinada massa de um vidro

que sofreu resfriamento rápido, por ter tido menos chance de se rearranjar, ocupa

um volume maior, ou seja, tem menor densidade que o mesmo vidro esfriado

lentamente. Pode-se observar que a temperatura de transição (Tg) é uma faixa, e

dentro desta faixa Tg pode assumir diversos valores de acordo com a velocidade de

resfriamento do material (AKERMAN, 2000).

Nesta situação para a obtenção de um material amorfo, a partir da

matéria-prima fundida é necessário altas taxas de resfriamento. Neste trabalho o

material fundido foi resfriado rapidamente em água a temperatura ambiente.

4.5 Caracterização do Material Formado

O material formado a partir da fusão e solidificação foi caracterizado a por

Difração de Raios-X com o intuito de verificar se o material formado era amorfo, foi

realizada também a caracterização microestrutural através da técnica de

Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) com o intuito de verificar a

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homogeneidade do material, a análise térmica diferencial foi realizada com o intuito

de determinar a temperatura de fusão dos materiais.

4.5.1 Análise Química

Neste trabalho a análise química dos resíduos foi realizada pela técnica de

Espectrometria de Fluorescência de Raios-X, em um espectrômetro de fluorescência

de raios-X por dispersão de comprimento de onda, Philips PW2404.

4.5.2 Análise de Difração de Raios-X

A técnica de difração de raios-X é importante para a caracterização de

materiais, neste trabalho essa técnica foi empregada com o objetivo de verificar que

o material obtido da fusão dos resíduos era amorfo.

A preparação das amostras foi iniciada com a pulverização destas em um

Pulverizador Fritsch, durante 10min no nível de intensidade 7 do equipamento. Em

seguida, as amostras em pó, com granulometria inferior a 45 µm, foram

compactadas em um porta-amostra para a leitura da superfície inversa à de

compactação, de modo a minimizar efeitos de orientação preferencial. O

equipamento utilizado foi um difratômetro Philips, modelo MPD 1880, com radiação

cobre Kα (λ= 1,5418 A), potência de 40 kV e 40 mA. As condições de análise foram:

passo de 2°, tempo de passo de 1s e intervalo de medida, em 2θ, de 10º a 70º. As

amostras foram submetidas a um feixe de raios monocromático. Durante este

procedimento, cada partícula do pó se comporta como um pequeno cristal, com

orientação aleatória em relação ao feixe de raios incidentes.

4.5.3 Análise Microestrutural

O equipamento utilizado para as análises foi o Microscópio Eletrônico de

Varredura da marca Philips, modelo XL-30, equipado com uma microssonda EDAX

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50

para análise espectrométrica de raios-X e câmera EBSD para difração de elétrons

retro-espalhados.

Os materiais produzidos e analisados neste trabalho não são condutores

elétricos, por tal motivo, foi utilizado o a aparelho Sputter Coater da Balzers, modelo

SCD 050, para o recobrimento com ouro das amostras.

4.5.4 Análise Térmica Diferencial

A Análise Térmica Diferencial é uma técnica onde a temperatura de uma

amostra, quando comparada com a de um material termicamente inerte, é registrada

em função do tempo, à medida que a amostra é aquecida ou resfriada, a uma

velocidade constante. As variações de temperatura registradas estão associadas a

fenômenos exotérmicos ou endotérmicos, como reações de desidratação, reações

de decomposição, mudança de fase, fusão, destruição da rede cristalina (ARAÚJO,

1998). Estas variações de temperatura são perceptíveis, graficamente, na forma de

picos a temperaturas determinadas, que podem, então, ser associadas ao evento

térmico correspondente.

Os materiais obtidos foram caracterizados através de análise térmica

diferencial com o objetivo de verificar características como o comportamento durante

o aquecimento, caracterizar a temperatura em que o material se fundia.

Foram analisados os materiais produzidos com cinco composições diferentes

e vazados em água a temperatura de 1450ºC, o equipamento utilizado para o estudo

do comportamento térmico dos materiais através de Análise Térmica Diferencial foi

um Netzsch, modelo 409 C. Ambos os cadinhos utilizados, porta amostra e de

referência, foram de alumina, sendo o ensaio realizado em atmosfera de ar com taxa

de aquecimento de 15°C/min até a temperatura de 1480ºC.

4.5.5 Ensaio de Fluidez Herty

Foram realizadas medidas de Fluidez Herty que ao todo somaram 15 corridas

com 5 composições diferentes e a 3 temperaturas (1400ºC, 1450ºC e 1500ºC), e em

todas as corridas a altura entre a calha do forno e o topo do viscosímetro estava em

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torno de 13cm e a velocidade de alimentação do viscosímetro foram aproximadas

para a mesma velocidade em todas as corridas.

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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Neste capítulo serão apresentados e discutidos os resultados obtidos durante

o decorrer deste trabalho. Primeiramente serão apresentados os resultados da

caracterização química dos resíduos do corte de mármore, resíduos do corte de

granito e da escória de ferro silício manganês. Em seguida, serão apresentados os

resultados das caracterizações dos materiais formados. Por fim, este capítulo traz

um tópico sobre os valores das viscosidades Herty (fluidez) encontrados.

5.1. Análises Químicas dos Resíduos do Corte de Mármore e Granito e da

Escória de Ferro Silício Manganês

A Tabela V.1 apresenta o resultado da análise química dos resíduos do corte

de mármore. Os resultados são apresentados na forma de óxidos e em porcentagem

massa dos óxidos a perda ao fogo foi realizado a temperatura de 1050ºC.

Tabela V.1: Composição química do resíduo do corte de mármores.

Elementos % em massa CaO 34,7 MgO 18,6 SiO2 2,05 Al2O3 0,17 Fe2O3 0,13 Na2O 0,25

Outros 3,9 Perda ao fogo 40,2

Conforme se pode observar na Tabela V.1 o resíduo do corte de mármore

apresenta como constituintes principais o CaO (34,7 %), o MgO (18,6 %) e

apresenta também um perda ao fogo de 40%.

A Tabela V.2 apresenta o resultado da análise química dos resíduos do corte

de granito. Os resultados são apresentados na forma de óxidos e em porcentagem

em massa.

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Tabela V.2: Composição química do resíduo de corte do granito.

Elementos % em massa SiO2 66,32 Al2O3 19,27 CaO 4,48

Fe2O3 2,29 MgO 1,58 Na2O 1,28 B2O3 0,80 K2O 0,55 TiO2 0,26 MnO 0,04

Outros 0,34 Perda ao fogo 2,75

Observando a Tabela V.2 nota-se que o resíduo possui aproximadamente

66% de sílica (SiO2) e 19% de Al2O3.

A Tabela V.3 apresenta o resultado da análise química da escória de ferro

silício manganês. Os resultados são apresentados na forma de óxidos e em

porcentagem em massa.

Tabela V.3: Composição química da escória de ferro silício manganês.

Elementos % em massa CaO 20,79 MgO 6,19 SiO2 43,13 Al2O3 14,79 MnO 12

Outros 3,1

Conforme se pode observar na Tabela V.3 a escória de ferro-manganês tem

como constituintes principais: SiO2 (43,13%), CaO (20,79%), Al2O3 (14.79%) e MnO

(12%).

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5.2 Composições Químicas Nominal dos Materiais Produzidos

Nesta parte é discutido sobre a composição química nominal dos diferentes

materiais produzidos.

A Tabela V.4 apresenta a composição nominal calculada a partir da

quantidade de resíduos e reagentes químicos utilizados em cada composição.

Tabela V. 4: Composição nominal das misturas produzidos em % de massa.

Composição Nominal em % em massa das misturas

MISTURA A MISTURA B MISTURA C MISTURA D MISTURA E

SiO2 76,27 63,56 46,13 51,12 43,13

CaO 4,39 4,03 15,93 12,97 20,79

MgO 6,16 8,42 7,99 6,34 6,19

Al2O3 5,09 17,48 13,25 14,71 14,79

MnO -- -- 0,02 0,03 12

Fe2O3 0,86 6,48 1,62 10,04 --

Na2O 2,23 0,01 4,97 1,04 --

K2O -- -- 0,37 0,42 --

TiO2 -- -- 0,18 0,2 --

B2O3 4,98 -- 9,54 0,6 --

Outros 0,02 0,27 0,02 2,53 3,1

Conforme observa-se na Tabela IV. 4 a composição química da mistura A

visando a produção de lã de vidro e a composição química da mistura B visando a

produção de lã de rocha possuem os elementos majoritários próximos da faixa de

composição das lãs que se desejava aproximar as composições.

A mistura A é composta por 76,27% de SiO2 e este óxido é considerado

vitrificante, 6,16% de MgO que age como estabilizante, 4,39% de CaO, e este óxido

é considerado um componente fundente na formulação de vidros, 5,09% de Al2O3

um óxido estabilizante, 2,23% de Na2O e 4,98% de B2O3 que agem como fundentes

na formulação de vidros, e apresentou também um 0,86% de Fe2O3. Foi utilizado em

11,7% em porcentagem de massa do resíduo de mármore na mistura visando à

produção de lã de vidro.

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55

A mistura B é composta por 63,56% de SiO2 que é o principal óxido e

considerado vitrificante, 17,48% de Al2O3 um óxido estabilizante, 8,42% de MgO que

é um óxido estabilizante, 4,03% de CaO que é considerado um componente

fundente na formulação de vidros, 6,48% de Fe2O3 que é usada na indústria de vidro

para fornecer a cor verde aos vidros, há também a presença de outros constituintes

minoritários, a composição desta mistura é semelhante a composição das lãs de

rocha o que torna o resíduo do corte de mármore propício no uso como

matéria-prima parcial para a fabricação de lã de rocha.

O resíduo do corte de mármore possuindo como elemento majoritário o CaO

e contendo também outros elementos minoritário como: MgO, SiO2, Al2O3 e Na2O

todos estes elementos constituintes também das lãs de rocha e vidro possibilitou o

uso destes nas misturas visando a elaboração de lã de vidro e lã de rocha sendo

necessário melhores ajustes das composições. Os resíduos de mármore utilizado

em 11,6% como matéria-prima na produção de lã de vidro e 14,5% na produção de

lã de rocha se mostram como uma boa alternativa como matéria-prima parcial na

fabricação de lãs minerais.

Conforme se pode observar na Tabela IV. 4, a composição química da mistura

C visando a produção de lã de vidro e a composição química da mistura D visando a

produção de lã de rocha possuem os elementos majoritários próximos da

composição média das lãs de rocha e de vidro. A mistura C é composta por 46,13%

de SiO2 que é o principal óxido formador de vidros, 15,93% de CaO que é

considerado um componente fundente na formulação de vidros, 13,25% de Al2O3

um óxido estabilizante, 4,97% de Na2O e 9,54% de B2O3 que agem como fundentes

nas formulações de vidros e 7,99% de MgO que é um constituinte estabilizante em

vidros há também a presença de outros constituintes minoritários.

A mistura D é composta por 51,12% de SiO2 que é o principal óxido formador

de vidros, 12,97% de CaO que é considerado um componente fundente na

formulação de vidros, 6,34% de MgO que é um óxido estabilizante, 10,04% de Fe2O3

que é usada na indústria de vidro para fornecer a cor verde aos vidros 14,71% de

Al2O3 um óxido estabilizante, 1,04% de Na2O, 0,42% de K2O e 0,6% de B2O3 que

são fundentes, há também a presença de outros constituintes minoritários.

Os resíduos do corte de mármore e granito possuindo como elementos

majoritários o CaO e SiO2 respectivamente e contendo também outros elementos

minoritários como: MgO, Al2O3 e Na2O todos estes elementos constituintes também

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56

das lãs de: rocha e vidro possibilitou o uso destes nas misturas para elaboração de

misturas visando a produção de lã de vidro e lã de rocha, sendo os resíduos

utilizados neste trabalho conforme em 78,3% como matéria-prima na produção de lã

de vidro e 91,6% na produção de lã de rocha, sendo necessário realizar ajustes nas

composições.

A composição química do material fundido a partir da mistura E composta

pela escória de ferro silício manganês visando a produção de lã de escória é

composta por 43,13% de SiO2 que é o principal óxido formador de estrutura vítrea,

20,79% de CaO que é considerado um componente fundente na formulação de

vidros, 14,79% de Al2O3 um óxido estabilizante, 6,19% de MgO que é um

constituinte estabilizantes em vidros, 12% de MnO que está em excesso quando

comparado com a porcentagem de MnO nas lãs de escória, mas existem estudos

(FILHO, 1977; SOUZA, 1979) em vidros com alto teor de manganês nos quais foram

estudadas as propriedades de fotoluminescência. Lay et al., (2009) comentam que a

adição de modificadores tais como Al2O3 ou de óxidos de elementos de transição

tais como Fe2O3 ou MnO2 podem aumentar a durabilidade química do vidro.

5.3 Aspecto Físico do Material Produzido

O material produzido teve um aspecto de vidro, sendo que o material

produzido a partir dos resíduos do corte de mármore e de granito apresentaram uma

coloração esverdeada e o material produzido a partir da escória apresentou uma cor

ambar.

O material produzido apresenta várias características semelhantes aos vidros,

o material é: frágil, translúcido e quebradiço.

A Figura 5.1 mostra o material produzido resfriado em àgua e utilizando a

escória de ferro silício manganês como matéria-prima.

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57

Figura 5.1: Material produzido a partir da escória a) destacando as fibras e b) aspecto geral do material.

A Figura 5.2 mostra o material produzido a partir dos resíduos do corte de

mármore e de granito e resfriado em água.

Figura 5.2: Material produzido a partir dos resíduos do corte de mármore e granito.

5.4 Análise Microestrutural do Material Produzido

Neste tópico são apresentadas imagens de Microscopia Eletrônica de

Varredura dos diferentes materiais produzidos e vazados em água a temperatura de

1450ºC.

A Figura 5.3 mostra as imagens no modo elétrons retroepalhados dos

materiais produzidos.

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58

Figura 5. 3: Imagem de elétrons retro-espalhados obtidas por Microscopia Eletrônica de Varredura dos materiais produzidos: a) material obtido através da mistura “A” (resíduo de mármore visando a produção de lã de vidro), b) material obtido da mistura “B” (resíduo de mármore visando a produção de lã de rocha), c) material obtido através da mistura “C” (resíduo de mármore e de granito visando a produção de lã de vidro), d) material obtido da mistura através da mistura “D” (resíduo de mármore e de granito visando a produção de lã de rocha) e e) material obtido da escória de ferro silício manganês visando a produção de lã de escória.

Pela análise das imagens da Figura 5.3 nota-se o aspecto homogêneo dos

materiais observa-se também a presença de partículas com dimensões

micrométricas nas Figuras 5.3: (a), (b) e (d), estas partículas apresentam a

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59

composição química semelhante a matriz que foi confirmado pelo resultado do

mapeamento da composição química realizado pela microssonda eletrônica (EDS).

Na Figura 5.3 (c) as partículas aparecem em quantidade e dimensões

menores que nas imagens 5.3 (a), 5.3 (b) e 5.3 (d). A Figura 5.3 (e) apresenta um

aspecto homogêneo material sem a presença das partículas.

A Figura 5.4 mostra o mapeamento da composição química realizada por

microssonda eletrônica dos materiais A, B e D.

a)

Figura 5.4 a) Análise química do material A.

b)

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60

c)

Figura 5.4: Mapeamento da composição química realizado por microssonda eletrônica a) material A, b)material B e c)material D.

Os resultados do mapeamento da composição química das partículas que

aparecem nos materiais A, B e D mostram que essas partículas composição química

semelhante a da matriz.

5.5 Difratometria de Raios-X do Material Produzido

Neste tópico são apresentados os difratogramas dos diferentes materiais

produzidos e vazados a três diferentes temperaturas 1400ºC, 1450ºC e 1500ºC em

água.

A Figura 5.5 apresenta os difratogramas da mistura A composta por resíduo

do corte de mármore e reagentes para a produção de lã de vidro.

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61

a)

b)

c)

Figura 5.5: Difratogramas da mistura do resíduo do corte de mármore e outros reagentes

para a produção de lã de vidro vazados em três temperaturas: a)1400 ºC, b)1450 ºC e c)

1500ºC.

Pode-se observar que os difratogramas são característicos de um material

amorfo, isto é, formados por linhas sem picos marcantes associados à presença de

fases cristalinas.

Analogamente a Figura 5.6 mostra os espectros de difração de raios-X da

mistura B oriunda do resíduo do corte de mármore e reagentes para a produção de

lã de rocha.

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62

a)

b)

c)

Figura 5.6:Difratogramas da mistura do resíduo do corte de mármore e outros reagentes

para a produção de lã de rocha vazados em água a três temperaturas: a)1400 ºC, b)1450 ºC

e c) 1500ºC.

Pode-se observar que os difratogramas são característicos de um material

amorfo, isto é, formados por curvas sem picos marcantes associados à presença de

fases cristalinas.

A Figura 5.7 mostra difratogramas da mistura do resíduo do corte de mármore

e de granito com outros reagentes visando a produção de lã de vidro vazados em

água a três temperaturas diferentes.

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63

a)

b)

c)

Figura 5.7: Difratogramas da mistura do resíduo do corte de mármore e de granito com

outros reagentes para a produção de lã de vidro vazados em água a três temperaturas:

a)1400 ºC, b)1450 ºC e c) 1500ºC.

Observou-se através do difratograma que os materiais apresentaram

características estruturais derivadas de um processo de resfriamento

suficientemente rápido a fim de garantir a máxima ausência de ordenação, que é

uma característica estrutural dos materiais amorfos.

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A Figura 5.8 mostra difratogramas da mistura do resíduo do corte de mármore e

de granito com outros reagentes visando a produção de lã de rocha vazados em

água a três temperaturas diferentes.

a)

b)

c)

Figura 5.8 Difratogramas da mistura do resíduo do corte de mármore e de granito com

outros reagentes para a produção de lã de rocha vazados em água a três temperaturas:

a)1400 ºC, b)1450 ºC e c) 1500ºC.

A Figura 5.9 mostra difratogramas do material produzido a partir da escória de

ferro ligas de manganês visando a produção de lã de escória vazados em água a

três temperaturas diferentes.

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65

a)

b)

c)

Figura 5.9: Difratogramas do material produzido a partir da escória de ferro silício manganês

visando produção de lã de escória vazados em água a três temperaturas: a)1400ºC,

b)1450ºC e c) 1500ºC.

Notou-se dos resultados de difração de raios-X que todos os materiais

vazados em água nas três temperaturas: 1400ºC, 1450ºC e 1500ºC são materiais

predominantemente amorfos e que estas são características das fibras vítreas.

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66

5.6 Análise Térmica Diferencial

As curvas representadas nas Figuras 5.10 à 5.14 referem-se as Análises

Térmicas Diferenciais e mostram o comportamento térmico dos materiais vítreos

obtidos a partir das misturas que foram fundidas e vazadas em água a temperatura

de 1450ºC.

Figura 5.10: Análise Térmica Diferencial do material obtido da mistura A.

Conforme se pode observar a curva da Figura 5.1 apresenta um evento

exotérmico que se inicia em 800ºC correspondendo essa temperatura a temperatura

de cristalização do material, ou seja, acima desta temperatura o material inicial a

cristalização de alguma fase, observa-se também que a temperatura de fusão do

material é 1190ºC, nessa temperatura o material inicia sua fusão e esse evento de

fusão é caracterizado pelo pico endotérmico.

0 200 400 600 800 1000 1200 14000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

DT

A m

W/m

g

exo

TEMPERATURA (ºC)

800 ºC 1190ºC

0 2 4 6 8 10

0

2

4

6

8

10

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67

A Figura 5.11 apresenta a curva da análise térmica diferencial do material obtido da

mistura B.

Figura 5.11: Análise Térmica diferencial do material obtido da mistura B.

A curva da Figura 5.11 é caracterizada por um evento exotérmico que

corresponde a cristalização de uma fase do material e a temperatura de cristalização

é 809ºC e este material apresenta a temperatura de fusão em 1219ºC que é

caracterizado por um evento endotérmico.

A Figura 5.12 apresenta Análise Térmica Diferencial do material obtido a partir

da mistura C.

0 200 400 600 800 1000 1200 14000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

DT

A m

W/m

gex

o

TEMPERATURA (ºC)

809ºC

1219ºC

0 2 4 6 8 10

0

2

4

6

8

10

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68

Figura 5.12: Análise Térmica diferencial do material obtido da mistura C.

A curva da Figura 5.12 apresenta um evento exotérmico referente à

cristalização do material sendo que a temperatura de cristalização é 820ºC, a curva

apresenta também um evento endotérmico sendo que este evento é referente à

fusão do material e a temperatura de fusão do material é 1096ºC.

A Figura 5.13 apresenta a curva obtida da Análise Térmica Diferencial do

material obtido a partir da mistura D.

O evento exotérmico que a curva da Figura 5.13 corresponde a cristalização

do material e a temperatura de cristalização é 796ºC, e o evento endotérmico

caracteriza a fusão do material sendo que a temperatura de fusão é 1168ºC.

0 200 400 600 800 1000 1200 14000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

DT

A m

W/m

gex

o

TEMPERATURA (ºC)

820ºC

1154ºC

0 2 4 6 8 10

0

2

4

6

8

10

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0 200 400 600 800 1000 1200 1400

0,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

1,4

1,6D

TA

mW

/mg

exo

TEMPERATURA (ºC)

796ºC1168ºC

0 2 4 6 8 10

0

2

4

6

8

10

Figura 5.13: Análise Térmica diferencial do material obtido da mistura D.

A Figura 5.14 apresenta o gráfico da análise térmica diferencial do material

obtido a partir da mistura E.

Figura 5.14: Análise Térmica diferencial do material obtido da mistura E.

0 200 400 600 800 1000 1200 14000,0

0,2

0,4

0,6

0,8

1,0

1,2

DT

A m

W/m

gex

o

TEMPERATURA (ºC)

874ºC1095ºC

0 2 4 6 8 10

0

2

4

6

8

10

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70

A curva da Figura 5.14 é caracterizada pelo evento de cristalização do material

e a temperatura de cristalização do material é 874ºC, a curva apresenta um evento

endotérmico de fusão do material e a temperatura de fusão é 1095ºC.

A Tabela V. 5 mostra os resultados da temperatura de fusão das cinco

misturas.

Tabela V. 5: Temperatura de fusão das misturas.

MISTURAS TEMPERATURA DE

FUSÃO (ºC) A 1190 B 1219 C 1096 D 1168 E 1095

Todas as misturas apresentaram temperaturas de fusão entre 1090ºC e

1220ºC, sendo que a diferença das temperaturas de fusão das misturas produzidas

visando a produção de lã vidro (misturas A e C) se deve a diferença da composição

química apresentado por estes e também a diferença na temperatura de fusão das

misturas B,C e D também se deve a diferença na composição química apresentada

por estes materiais, conforme (KEENE, 1995) as escórias apresentam uma grande

variedade de propriedades que variam grandemente com a composição química e

temperatura devido diversidade estrutural.

5.7 Fluidez Herty

Uma característica essencial do material fundido para a produção de lã

mineral é sua fluidez em função da temperatura. A medida da viscosidade dos

materiais fundidos em função da temperatura constitui operação delicada, sendo a

medida da fluidez Herty uma maneira prática de se medir a fluidez. A Tabela V. 6

apresenta os resultados da fluidez Herty das diferentes misturas a três temperaturas

diferentes (1400ºC, 1450ºC e 1500ºC).

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71

Tabela V. 6: Fluidez Herty dos cinco materiais a três temperaturas.

MISTURA MATÉRIA-

PRIMA UTILIZADA

MATERIAL PRETENDIDO

TEMPERATURA DE VAZAMENTO

FLUIDEZ HERTY

(cm) 1400ºC 8 1450ºC 11 A

RESÍDUO DE MÁRMORE LÃ DE VIDRO

1500ºC 16 1400ºC 8 1450ºC 13 B

RESÍDUO DE MÁRMORE LÃ DE ROCHA

1500ºC 17

1400ºC 9

1450ºC 13 C

RESÍDUO DE MÁRMORE

+ RESÍDUO DE

GRANITO

LÃ DE VIDRO

1500ºC 15

1400ºC 8

1450ºC 14 D

RESÍDUO DE MÁRMORE

+ RESÍDUO DE

GRANITO

LÃ DE ROCHA

1500ºC 19

1400ºC 8 1450ºC 12 E

ESCÓRIA FeSiMn

LÃ DE ESCÓRIA

1500ºC 17

Conforme se nota na Tabela V. 6 todas as misturas apresentaram um aumento

da fluidez com o aumento da temperatura e todas as misturas também

apresentaram valores próximos de fluidez. Comparando os resultados de fluidez

com os resultados de fluidez de (ALVES, 2008), pois as condições dos ensaios

foram bastante próximas, os valores de fluidez apresentaram o mesmo

comportamento, ou seja, aumentaram com a temperatura e também valores são

próximos.

A Tabela V. 7 mostra os resultados da fluidez Herty e da temperatura de fusão

dos cinco misturas que foram vazados na temperatura de 1450ºC.

Tabela V. 7: Valores de temperatura de fusão e fluidez dos materiais.

MISTURA TEMPERATURA DE FUSÃO (ºC) FLUIDEZ HERTY (cm) A 1190 11 B 1219 13 C 1096 13 D 1168 14 E 1095 12

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72

Analisando a Tabela V. 7, pode-se dizer que as misturas A e C (que foram

elaborados visando à adequação da composição química para a produção de lã de

vidro), apresentaram temperatura de fusão e fluidez diferentes, sendo que a mistura

A apresentou a temperatura de fusão maior e a fluidez menor que o material C.

Verificando a nota-se que a mistura A possui quantidade significativa (20,8%) de

óxido de cálcio (CaO) e que é considerado um fundente e também um devitrificante

(AKERMAN, 2000) em pequena quantidade, mas que em quantidade como 20,8%

conforme Rocha, (1998) eleva a temperatura de fusão em composições para a

produção de vidro.

Em relação a fluidez da mistura C ser maior que a fluidez mistura A pode ser

relacionada com a maior quantidade dos óxidos K2O e Na2O no material C que

agem como fundentes e que favorecem a fluidez conforme mostrado

esquematicamente na Figura 4.4.

Conforme se pode observar na Tabela V. 6, as misturas B e D (que foram

produzidos e adequados as composições químicas para a produção de lã de rocha),

apresentam diferentes temperaturas de fusão e medidas de fluidez, observa-se

também que a mistura B apresentou maior temperatura de fusão e menor fluidez

que a mistura D, nota-se também da Tabela V. 4 que estas duas misturas possuem

pequenas diferenças em suas composições químicas e que essas pequenas

diferenças se relacionam com as diferenças que apareceram em relação a fluidez e

a temperatura de fusão. A mistura D possui uma quantidade maior de Na2O e K2O

que a mistura B e estes óxidos agem como fundentes nas composições e também

aumenta a fluidez do material vítreo conforme apresentado na Figura 4.4 adaptado

de (ARKEMAN, 2000).

A mistura E (produzida e caracterizada visando a produção de lã de escória) é

o que possui a menor temperatura de fusão e o seu valor de fluidez é intermediário

quando comparado com os outros materiais produzidos sendo este material muito

promissor para o uso como matéria-prima na produção de lã de escória mesmo

possuindo uma quantidade de MnO acima da desejada.

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73

6 CONCLUSÕES

Através da análise dos resultados encontrados neste trabalho pode-se concluir que:

1. O uso do resíduo do corte de mármore, sendo fonte de CaO e outros elementos

em quantidades minoritárias e utilizado em 11,7% como matéria-prima na produção

de lã de vidro e 14,6% na produção de lã de rocha apresentou resultados

significativos e promissores.

2. A mistura dos resíduos do corte de mármore e granito é promissora visto que o

resíduo de mármore é rico em CaO e o resíduo de granito é rico em SiO2, sendo

utilizado neste trabalho em até 78,3% e 91,6% em massa de resíduo como matéria-

prima para a fabricação de lã de vidro e de lã de rocha respectivamente.

3. O material obtido da escória de ferro silício manganês apresentou características

como ponto de fusão e fluidez semelhante aos outros materiais produzidos estas

características tornam possível o uso da escória como matéria-prima na fabricação

de lã de escória.

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