De toda a festa de Natal vivi-da na família de Salete Wagner, em Linha Floresta, no interior de Vera Cruz, o que predomina é a espiritualidade ao cultivar a oração, a preparação do pi-nheiro, do presépio e os rituais que cercam a celebração cristã. Reúnem-se para celebrar nove irmãos, genros, noras, 19 netos e três bisnetos, ou seja, a casa fica cheia. “Na minha família a religiosidade é uma virtude herdada de nossos pioneiros e que trazemos presente durante todos os anos”, explica a pro-fessora. É um clima de refle-xão, agradecimento e reza que contagia, inclusive, as crianças, que normalmente, em todas as casas, são ligadas à distribuição de presentes.

Mas na família de Salete, as crianças, por incrível que pareça, entram num profundo silêncio, juntam as mãozinhas e contemplam o presépio. “En-tendem desde cedo que o me-nino Jesus nasceu pobre numa gruta porque não tinha lugar para nascer, mas que é o gran-

de presente de Deus para nós”, acrescenta Salete. Além das co-memorações em casa, a maioria dos familiares ainda participa de uma missa na véspera ou no dia de Natal, conforme o crono-grama da igreja.

E é esta herança que deve ser deixada para as novas gerações. “Acho que as pessoas, na grande maioria, perderam o verdadeiro significado do Natal. Pessoal-mente acredito que ainda va-mos tentar e mostrar às pessoas

que é necessário alimentar o lado religioso do Natal, inde-pendente da cultura religiosa, uma vez que todos lembram a data do Natal. Vamos evangeli-zar”, convida a professora para a reflexão.