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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Fisioterapia Débora Miyuki Takeichi Francieli Aparecida Mariotto de Jesus TREINO DE EQUILÍBRIO NOS PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON UTILIZANDO O CONSOLE NINTENDO WII ® Bragança Paulista 2011

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Fisioterapia

Débora Miyuki Takeichi Francieli Aparecida Mariotto de Jesus

TREINO DE EQUILÍBRIO NOS PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON UTILIZANDO O CONSOLE

NINTENDO WII®

Bragança Paulista 2011

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UNIVERSIDADE SÃO FRANCISCO Fisioterapia

Débora Miyuki Takeichi R. A.: 001200800929 Francieli Aparecida Mariotto de Jesus R. A.: 001200800478

TREINO DE EQUILÍBRIO NOS PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON UTILIZANDO O CONSOLE

NINTENDO WII®

Monografia apresentada ao Curso de Fisioterapia da Universidade São Francisco, como requisito parcial para obtenção da graduação em Fisioterapia.

Orientadora: M.ª Gianna Carla Cannonieri Nonose

Bragança Paulista 2011

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Débora Miyuki Takeichi Francieli Aparecida Mariotto de Jesus

TREINO DE EQUILÍBRIO NOS PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON UTILIZANDO O CONSOLE

NINTENDO WII®

Monografia aprovada pelo curso de Fisioterapia, da Universidade São Francisco, para obtenção da graduação em Fisioterapia. Data da aprovação: 12/12/2011

Banca Examinadora

__________________________________

Profª. M.ª Gianna Carla Cannonieri Nonose- Orientadora Temática

Universidade São Francisco

__________________________________

Profª. D.ra Rosimeire Simprini Padula- Orientadora Metodológica

Universidade São Francisco

___________________________________

Profª. M.ª Carolina Camargo Oliveira- Examinadora

Universidade São Francisco

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Dedico este trabalho, em especial às minhas orientadoras, professoras Mestre Gianna e

Doutora Rosemeire, que com seus conhecimentos, ajudaram na realização deste

trabalho. Aos meus pais, Mitugu e Sadako, por terem me proporcionado os estudos e

acima de tudo, serem a referência em minha vida; às minhas irmãs, Adriana e Érica,

pela compreensão, atenção e ajuda, quando precisei; à Francieli, pelo carinho,

compreensão, ajuda e, acima de tudo, a amizade.

Débora Miyuki Takeichi

Gostaria de dedicar este trabalho especialmente ao meu marido, que sempre esteve ao

meu lado, escutando e aconselhando-me nos momentos de indecisão, às minhas

orientadoras professoras Mestre Gianna e Doutora Rosimeire, mostrando-me que

devemos ser persistentes com os nossos objetivos. Aos meus pais, Benício e Dercília,

que são os pilares da minha estrutura e que acreditaram em mim, sempre; à minha irmã

Danitieli, que sempre esteve ao meu lado; e a minha maravilhosa companheira e amiga,

Débora, com quem eu sempre pude contar.

Francieli Aparecida Mariotto de Jesus

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus, por ter me dado força para enfrentar as dificuldades

encontradas durante minha jornada até este momento. À minha família, por ter

contribuído para minha formação; a orientadora, professora Gianna, pelo incentivo ao

estudo da neurologia e reabilitação associada à Wii reabilitação, a dedicação e

disponibilidade em nos atender nas horas incertas; aos docentes do Curso de

Fisioterapia da Universidade São Francisco que transmitiram seus conhecimentos e

foram fundamentais no processo de minha graduação; aos pacientes que colaboraram

para a realização deste trabalho; aos colegas de curso, pelo companheirismo no dia a

dia; ao Cezar, pela paciência, incentivo, preocupação com o desenvolvimento do

trabalho e por estar ao meu lado nas horas de dificuldade; a minha amiga e companheira

de todas as horas, Francieli; e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para a

realização deste trabalho.

Débora Miyuki Takeichi

Em primeiro lugar, quero agradecer a Deus que sempre me deu forças para seguir em

frente e nunca desistir; quero agradecer também a todas aquelas pessoas que

participaram de maneira direta ou indiretamente para a realização deste trabalho; aos

nossos pacientes, que foram também nossos companheiros durante a elaboração do

trabalho; a toda a minha família pela compreensão e pelas palavras de carinho nos

momentos de aflição. Agradeço também aos professores do Curso de Fisioterapia da

Universidade São Francisco, que com os seus ensinamentos, ajudaram na minha

formação. Quero agradecer em particular, a minha parceira de trabalho pelos bons

momentos que compartilhamos juntas.

Francieli Aparecida Mariotto de Jesus

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“A mente que se abre a uma nova

idéia jamais voltará a seu tamanho

original.”

Albert Einstein

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RESUMO

Introdução: A Doença de Parkinson (DP) é uma doença neurológica crônica e

progressiva caracterizada pela degeneração preferencial dos neurônios dopaminérgicos

da substância negra. Clinicamente caracteriza-se por tremor, rigidez, bradicinesia e

alterações da postura, do equilíbrio e da marcha. A fisioterapia busca diminuir a

disfunção física e permitir ao indivíduo realizar atividades do seu dia-a-dia com a maior

eficiência e independência possível. Com os avanços tecnológicos, criam-se novos

instrumentos de intervenção e, neste contexto, o uso do Wii na reabilitação de pacientes

neurológicos está sendo alvo de diversos estudos. Objetivos: Avaliar o efeito e a

aplicabilidade do treino de equilíbrio utilizando o console da Nintendo Wii®

em

pacientes com DP. Método: Participaram deste estudo piloto dois pacientes portadores

da DP, ambos no estádio 1,5 da escala de Hoehn e Yahr e idades de 60 e 64 anos. O

equilíbrio foi avaliado pré e pós-tratamento com aplicação da escala de equilíbrio de

BERG, alcance funcional, TUGO e giro 360º. Um paciente foi submetido a 10 sessões

(Paciente A) e outro a 7 sessões (Paciente B), com duração de 1 hora cada sessão, sendo

que 30 minutos eram empregados no tratamento convencional e 30 minutos utilizando o

Console Nintendo Wii®

. Resultados: O paciente A obteve pequena melhora no alcance

funcional, passando de 20 para 21 cm, diminuiu o tempo de execução da TUGO, de 13

para 11 segundos e no giro 360º, de 4 para 3 segundos, manteve a pontuação inicial de

50 pontos na escala de equilíbrio de BERG. O Paciente B obteve melhora na escala de

equilíbrio de BERG, passando de 42 para 48 pontos, pequena melhora no TUGO

diminuindo de 18 para 16 segundos e no giro 360º diminuindo de 9 para 8 segundos,

porém com piora no alcance funcional, diminuindo de 14 para 16 cm. Conclusão: Os

pacientes com DP possuem comprometimento do equilíbrio, ficando susceptíveis a

quedas. Ambos os pacientes conseguiram realizar o treinamento utilizando o Nintendo

Wii®

e obtiveram pequena melhora nos testes aplicados.

Palavras Chaves: equilíbrio, Wii reabilitação, Doença de Parkinson

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ABSTRACT

Introduction: Parkinson's disease (PD) is a chronic and progressive neurological

disease characterized by preferential degeneration of dopaminergic neurons of the

substantia nigra. Clinically characterized by tremor, rigidity, bradykinesia and changes

in posture, balance and gait. Physical therapy attempts to decrease the physical

dysfunction and allow the individual to perform activities of your day to day with the

greatest efficiency and independence. With technological advances, it creates new

methods of intervention and in this context, the use of the Wii in the rehabilitation of

neurological patients are the target of several studies. Objectives: To evaluate the effect

and applicability of balance training using the Wii console from Nintendo ® in patients

with PD. Method: In this pilot study two patients with PD, both at the stadium 1.5 in

the Hoehn and Yahr and ages of 60 and 64 years. Balance was assessed before and after

treatment with application of the Berg balance scale, functional reach, TUGO and spin

360 degrees. One patient underwent 10 sessions (Patient A) and another seven sessions

(Patient B), lasting 1 hour each session, and 30 minutes were employed in conventional

treatment and 30 minutes using the Nintendo Wii ®. Results: Patient A obtained

slightly improved functional range from 20 to 21 cm decreased the running time of

TUGO of 13 to 11 seconds and turn 360 degrees, from 4 to 3 seconds, kept the initial

score of 50 points the Berg balance scale. Patient B had an improvement in the balance

scale BERG, from 42 to 48 points, slightly improved TUGO decreasing from 18 to 16

seconds and turn 360 degrees decreased from 9 to 8 / 2, but with worsening in

functional range, decreasing from 14 to 16 cm. Conclusion: PD patients have impaired

balance, becoming susceptible to falls. Both patients were able to conduct training using

the Nintendo ® Wii and achieved little improvement in the tests applied.

Keys words: balance, Wii rehabilitation, Parkinson's Disease

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SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO...........................................................................................................10

1.1 Doença de Parkinson........................................................................................10

1.2 Controle Postural e Equilíbrio..........................................................................13

1.3 Equilíbrio da Doença de Parkinson..................................................................15

1.4 Tratamento Fisioterapêutico na DP..................................................................16

1.5 Treino de Equilíbrio com a Wii terapia............................................................17

2. OBJETIVO..................................................................................................................19

Objetivo geral.........................................................................................................19

Objetivo específico.................................................................................................19

3. MÉTODO....................................................................................................................20

Desenho do Método...............................................................................................20

Sujeitos...................................................................................................................20

Critérios de inclusão...............................................................................................20

Critérios de exclusão..............................................................................................20

Materiais e equipamentos.......................................................................................20

4. PROCEDIMENTOS....................................................................................................21

5. ANÁLISE DE DADOS...............................................................................................22

6. RESULTADOS...........................................................................................................23

7. DISCUSSÃO.............................................................................................................. 27

8. CONCLUSÃO ............................................................................................................31

9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.......................................................................32

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ANEXOS.........................................................................................................................39

Anexo 1..................................................................................................................40

Anexo 2..................................................................................................................42

Anexo 3..................................................................................................................43

Anexo 4..................................................................................................................50

Anexo 5..................................................................................................................51

Anexo 6..................................................................................................................52

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1. INTRODUÇÃO

1.1 Doença de Parkinson (DP)

A DP é uma doença neurológica crônica e progressiva caracterizada pela

degeneração preferencial dos neurônios dopaminérgicos da substância negra. Há uma

perda dos axônios que partem desta região cerebral e se projetam para o neoestriado. A

lesão da via dopaminérgica nigroestriatal determina diminuição da neurotransmissão

dopaminérgica no corpo estriado, especialmente no putâmen (MACHADO, 2000; SHIH

et al., 2006). É a principal doença decorrente de alterações nos núcleos da base (CARR

e SHEPHERD, 2008).

A primeira descrição da DP foi realizada em 1817, por James Parkinson. Ele

observou um grupo de seis pacientes que possuíam em comum os sintomas de braços e

mãos trêmulas, dificuldade de locomoção, acentuada lentidão de movimentos nas pernas

e sinais de fraqueza muscular. Parkinson concluiu, após análise criteriosa, que os

pacientes eram portadores de uma nova doença, que ainda não havia sido descrita até

aquela época. Tendo em base suas observações, Parkinson publicou o trabalho

intitulado “Um ensaio sobre a paralisia agitante” (An Essay on Shaking Palsy), no qual

o autor definiu de uma forma geral a doença. Porém, foi apenas em 1860, na França,

com os estudos de Jean Martin Charcot, que os conhecimentos clínicos da doença

tomaram maior impulso. Charcot destacou o tremor como uma manifestação cardinal e

inicial da doença e ressaltou sua presença no repouso unilateral, afetando o membro

superior. Descreveu, ainda, o espectro clínico da doença, distinguindo duas formas

polares: “a tremulante” e a “rígido- acinética” e relatou com detalhes a disautonomia e

as alterações secundárias ao quadro neurológico, tais como dor e anormalidades

articulares. Charcot reconheceu os estudos já realizados, valorizando a originalidade do

trabalho de Parkinson e propôs o nome de “Doença de Parkinson”. Entre 1865 e 1880,

Charcot identificou outros sinais da doença e estabeleceu que um grupo de substâncias

“anti- colinérgicas” eram úteis no tratamento da DP (ANDRADE, 1999; FLORES,

2009).

Durante a primeira guerra mundial e nos dez anos seguintes, ocorreu uma

pandemia de encefalite, que causou milhares de óbitos. Tempos depois, os

sobreviventes manifestaram sinais e sintomas semelhantes aos da DP, mas que não se

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enquadravam totalmente no seu quadro clínico. Este conjunto de sinais e sintomas

denominou-se Parkinsonismo e seu estudo possibilitou um avanço no entendimento da

DP (FLORES, 2009).

Segundo Godwin- Austen e Jones (2000) a dopamina é uma substância química

e uma das aminas neurotransmissoras que transmitem impulsos de um neurônio para o

outro na sinapse. No parkinsonismo há uma redução específica da concentração de

dopamina na sinapse. Essa falta de dopamina resulta da degeneração de neurônios na

DP, das síndromes degenerativas do parkinsonismo (como a doença de Alzheimer), ou

ainda, de lesão focal pós encefalite. A DP é a principal doença decorrente da disfunção

dos núcleos da base (CARR e SHEPHERD, 2008).

Os núcleos da base são compostos por cinco grandes núcleos subcorticais: o

núcleo caudado, putâmem, globo pálido, núcleo subtalâmico e substância negra, que

participam do controle motor. Estes núcleos não fazem conexão direta ou recebem

aferências da medula espinal. Sua aferência primária é com o córtex cerebral e sua

eferência é dirigida, através do tálamo, de volta aos córtices pré- frontal, pré- motor e

motor. Eles estão envolvidos nos aspectos superiores do controle motor, isto é, o

planejamento e execução do desempenho motor complexo. A área motora suplementar e

os núcleos da base podem trabalhar associados para elaborar sequências de movimentos

bem aprendidas e previsíveis. Doenças que afetam os núcleos da base produzem tipos

característicos de disfunção motora: tremor e outros movimentos involuntários, pobreza

e lentidão de movimento sem paralisia, mudança no tônus muscular e na postura. A DP

é um exemplo transtorno hipocinético (CARR e SHEPHERD, 2008).

Para Pinheiro (2006) a incidência tem aumentado cerca de 1,5% em pessoas

acima de 65 anos, e de 2,5%, nos acima de 85 anos. Segundo Tanner (1989 apud Carr e

Shepherd 2008, p. 321) dados epidemiológicos recentes baseados em comunidades

sugerem que a DP possa ser mais prevalente na Europa e na América do Norte do que

em alguns países, tais como China e África. Para Kuopio (2000) e Reis (2004 apud

Flores 2009, p. 18) a DP tem caráter universal, podendo acometer ambos os sexos,

brancos e negros, independente da classe social. Atualmente, nos Estados Unidos,

estima-se que existem 800.000 pessoas com DP, sendo que a incidência é de 4,5 a 20,5

e a prevalência é de 31 a 347 por cada 100.000 habitantes (COELHO; PATRIZZI;

OLIVEIRA, 2006). A prevalência no Brasil chega a 150 casos por 100.000 habitantes.

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Pode-se expressar a prevalência pelo valor de 2% da população em geral, com idade

acima de 65 anos (FLORES, 2009).

A causa da DP permanece desconhecida, mas provavelmente existem múltiplos

fatores que se somam, como genéticos, ambientais e do próprio envelhecimento. Entre

os diversos mecanismos implicados na degeneração celular da DP, estudos destacam a

ação de neurotoxinas ambientais, produção de radicais livres, anormalidades

mitocondriais, predisposição genética e envelhecimento cerebral. O diagnóstico clínico

da DP baseia-se na história da doença do paciente, no exame clínico e epidemiologia

(FILHO et al., 2007). Clinicamente, a DP caracteriza-se por tremor, rigidez,

bradicinesia e alterações da postura, do equilíbrio e da marcha (GOULART e

PEREIRA, 2004).

A rigidez, segundo Umphered (1994) apud Haase, Machado e Oliveira (2008), é

uma das marcas da DP, podendo estar ausente na fase inicial da doença. Essa rigidez é

sentida uniformemente nos músculos e está presente independentemente da tarefa,

amplitude ou velocidade do movimento, sendo identificada em dois tipos: rigidez em

roda denteada ou cano de chumbo. A rigidez do tipo roda denteada é uma combinação

da rigidez em cano de chumbo com tremor. Na rigidez ocorre um aumento na

resistência ao movimento através de toda a amplitude em ambas as direções sem o

clássico reflexo do canivete tão característico da espasticidade. A rigidez é um sintoma

separado da bradicinesia.

Segundo Goetz e Weiner (2003), a bradicinesia é outro sinal característico da

DP, sendo responsável por boa parte das deficiências físicas que acompanham o

parkinsonismo. Ela se define como um distúrbio na relação amplitude-velocidade e

indica que os movimentos, envolvendo grandes amplitudes, são realizados em

velocidades anormalmente baixas. Dessa forma o movimento passa a ser descontínuo,

com vários movimentos segmentados e de pequena amplitude (SANDE e ALMEIDA,

2003).

O tremor geralmente é assimétrico ou unilateral. Esse tremor é máximo na

periferia e afeta os membros superiores com mais frequência que os inferiores. Para o

paciente, o tremor é mais embaraçador que a própria deficiência, porque é pior em

repouso, mas reduz ou desaparece com o movimento voluntário (GODWIN-AUSTEN e

JONES, 2000).

A instabilidade postural mostra-se como um dos sinais mais debilitantes da

doença de Parkinson (FILHO et al., 2007). De acordo com Isaacs (1992 apud Simpson,

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2000), a instabilidade é a falta de capacidade para corrigir o deslocamento do corpo,

durante seu movimento no espaço. Na instabilidade postural, os pacientes

experimentam dificuldades crescentes durante atividades dinâmicas desestabilizastes,

tais como: alcance funcional, andar e virar. Os pacientes assumem uma postura muito

característica com a cabeça em ligeira flexão, tronco ligeiramente inclinado para frente,

flexão moderada da perna sobre a coxa e do antebraço sobre o braço, com exagero da

pinça digital nas mãos e o tronco fletido ventralmente (FREITAS; PNLA; XAVIER

2008 apud HAASE; MACHADO; OLIVEIRA, 2008).

Outra alteração na DP é a presença de uma marcha festinada. Essa é uma marcha

caracterizada por um aumento progressivo na velocidade e encurtamento da passada

como se o indivíduo tentasse alcançar seu centro de gravidade. A festinação para frente

é chamada propulsão; a festinação para trás é conhecida como retropulsão. A marcha

festinada pode ser causada por respostas de equilíbrio diminuídas. Se a marcha é

constituída de uma série de quedas controladas e se as respostas normais para a queda

estão retardadas ou não são fortes o suficiente, o indivíduo irá cair completamente ou irá

continuar a dar passos curtos, como se estivesse correndo (UMPHRED, 1994).

1.2 Controle Postural e Equilíbrio

Para Carr e Shepherd (2008) o equilíbrio é definido como a habilidade de

controlar a massa corporal ou o centro de gravidade (CG) relativo à base de apoio e

surge de uma integração complexa dos sistemas sensoriais e musculoesquelético

integrados e modificados dentro do sistema nervoso central (SNC) em resposta a

mudanças nas condições ambientais internas e externas. Ghez (1991 apud Shepherd

2008) descreve o que ele chama de uma “família de ajustes” que é necessária a fim de

manter uma postura e mover-se. Estes ajustes têm três objetivos: sustentar a cabeça e o

corpo contra a gravidade e outras forças externas; manter o centro de massa corpóreo

(CMC) alinhado e equilibrado sobre a base de apoio; estabilizar as partes do corpo

enquanto outras partes do corpo estão em movimento.

O controle postural é o controle do arranjo dos segmentos corporais baseado

em informações sensoriais de diferentes fontes envolvendo o controle da posição do

corpo no espaço, para o objetivo duplo de estabilidade e orientação. O controle postural

utiliza os sistemas visual, vestibular e somatossensorial (AMADIO e MOCHIZUKI,

2003; SHUMWAY- COOK e WOOLLACOTT, 2003). As informações dos sistemas

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visual, somatossensorial e vestibular fornecem importantes dados sobre a posição do

corpo e o seu movimento no espaço em relação à gravidade e ao ambiente. Cada sentido

fornece ao SNC um tipo diferente de informação sobre a posição e o movimento do

corpo; portanto, cada um oferece uma estrutura de referência diferente para o controle

postural (SHUMWAY- COOK e WOOLLACOTT, 2003).

A estabilidade postural é a capacidade de manter o corpo em equilíbrio. Um

corpo está em equilíbrio quando se encontra em repouso (equilíbrio estático) ou em

movimento estável (equilíbrio dinâmico). Quando o equilíbrio estático é perturbado, a

recuperação da estabilidade exige estratégias de movimento eficientes para controlar o

centro de massa em relação à base de apoio (SHUMWAY- COOK e WOOLLACOTT,

2003).

O equilíbrio da massa corporal durante o movimento é alcançado por ativações

chamadas ajustes posturais. Os ajustes posturais antecipatórios (também chamados

preparatórios) ocorrem para manter a ligação segmentar de tal modo que, quando a mão

movimenta-se para frente para alcançar um objeto, por exemplo, o corpo permanece

parado e bem equilibrado (GHEZ, 1991 apud CARR e SHEPHERD, 2008). Eles são

ativados antes dos movimentos voluntários, a fim de minimizar os distúrbios potenciais

do equilíbrio que o movimento pode causar (SHUMWAY- COOK e WOOLLACOTT,

2003). Os padrões de movimento, usados para recuperar o equilíbrio a partir da

instabilidade do plano sagital, são denominados estratégias do tornozelo, do quadril ou

de suspensão, ou do passo. A estratégia de tornozelo restaura a posição de estabilidade

do centro de massa, por meio de um movimento corpóreo centralizado, principalmente

nas suas articulações. A estratégia do quadril controla o movimento do centro de massa

por meio da produção de um movimento amplo e rápido nas articulações do quadril,

com rotação dos tornozelos. Já a estratégia do passo é usada para alinhar novamente a

base de apoio sob o centro de massa (SHUMWAY- COOK e WOOLLACOTT, 2003).

A habilidade de equilibrar-se e manter uma postura estável é fundamental à

execução da maior parte dos movimentos. Os componentes funcionalmente

significativos do equilíbrio são a manutenção de postura, ajuste postural antes e durante

um movimento auto-iniciado e ajustes posturais feitos em resposta a um distúrbio

externo (YANG; WELLS; WINTER (1990 apud CARR e SHEPHERD, 2008, p. 161).

O equilíbrio é limitado pela dinâmica do corpo, incluindo mobilidade das articulações,

comprimento e força muscular, o ambiente físico e experiência prévia. Há um perímetro

além do qual, em pé, não podemos mover a massa corporal sem dar um passo (ou seja,

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formando uma nova base de apoio) ou nos desequilibramos. A área onde podemos

manter o equilíbrio durante o movimento é conhecida como “região de reversibilidade”

(NASHNER e McCOLLUM (1985 apud CARR e SHEPHERD 2008, p. 162).

Segundo Pedalini e Bittar (1999 apud Flores, 2009, p. 12) para que haja

manutenção do equilíbrio faz-se necessário que os elementos anatômicos e funcionais

estejam íntegros. Estes elementos compreendem o aparelho vestibular, a visão, os

centros nervosos, o sistema proprioceptivo e o aparelho locomotor (FILHO et al.,

2007).

1.3 Equilíbrio da Doença de Parkinson

Segundo FILHO et al., (2007), a maioria dos pacientes com a DP apresenta uma

inadequada interação dos sistemas responsáveis pelo equilíbrio corporal. Em

consequência dessa alteração esses pacientes têm a tendência característica de caírem

facilmente. Quando começam a caminhar, há dificuldade para desviar o centro de

gravidade de um pé para o outro, de modo que seus passos tornam-se curtos e

cambaleantes. Essa marcha é denominada aceleração anterior ou festinação.

(GODWIN- AUSTEN e JONES, 2000).

As quedas são as complicações mais sérias nos pacientes com a DP, sendo

responsáveis pelo aumento da incidência de fratura do fêmur e do punho, que

geralmente levam a internação e severas incapacidades funcionais. A porcentagem dos

pacientes que caem varia entre 38% a 68%. A presença da bradicinesia observada

nesses pacientes pode contribuir para o elevado risco de queda. Porém a rigidez postural

é um fator crítico na causa das quedas na DP; embora ela evite que o indivíduo exceda

os limites da estabilidade, há uma perda da flexibilidade necessária para responder a

situações de desequilíbrio (BARROS; LIMA; MATA, 2008).

Os déficits de equilíbrio e as alterações posturais que se instalam no indivíduo

com Parkinson exercem grande influência sobre as quedas, pois o declínio natural da

força muscular nos idosos, associado aos reflexos anormais do parkinsoniano, traz uma

grande propensão a quedas (ARAGÃO e NAVARRO, 2006). Por isso, o treino do

equilíbrio é fundamental para evitar quedas nesses indivíduos e manter, por maior

tempo possível sua independência funcional.

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1.4 Tratamento Fisioterapêutico na DP

Segundo Dias et al., (2005) apud Haase, Machado, Oliveira (2008), a

fisioterapia busca diminuir a disfunção física e permitir ao indivíduo realizar atividades

do seu dia-a-dia com a maior eficiência e independência possível. Torna-se importante

para amenizar e conduzir o paciente a um quadro de melhora do seu estado físico,

principalmente nas limitações funcionais de rigidez, bradicinesia ou acinesia e

comprometimento dos reflexos posturais, atuando na manutenção ou aumento das

amplitudes de movimento e função pulmonar, prevenindo contraturas, deformidades e

fraqueza muscular por desuso, melhorando assim o equilíbrio, a marcha, as atividades

funcionais e a coordenação motora fina. (CASTRO e CAMMARANO, 2000).

Especificamente para o tratamento da instabilidade postural, o mesmo autor explica que

a fisioterapia constitui uma ferramenta importante para prevenir ou minimizar os

déficits de equilíbrio freqüentes nos parkinsonianos.

Algumas abordagens específicas nas quais a terapia era direcionada ao SNC,

foram defendidas na década de 1960, em particular a facilitação neuromuscular

proprioceptiva (FNP) (KNOTT e VOSS (1968) apud CARR e SHEPHERD (2008).

Porém não existe evidência de que a FNP ou técnicas de relaxamento sejam efetivas

para reduzir a rigidez ou melhorar o desempenho funcional (CARR e SHEPHERD,

2008).

A fisioterapia tem um papel importante, promovendo exercícios que mantém

ativos os músculos e preservam a mobilidade, pois o programa para o paciente com DP

deve basear-se nos padrões de movimentos funcionais que envolvam prontamente

diversos segmentos corporais. Devem ser enfatizados movimentos extensores,

abdutores e rotatórios (HAASE; MACHADO; OLIVEIRA, 2008). Às vezes, o

treinamento da marcha consiste apenas em seguir um cliente que caminha inseguro em

direção a um alvo mal definido. Atualmente, os fisioterapeutas sabem que precisam

adotar uma abordagem de intervenção ativa na reabilitação (SIMPSON et al., 2000).

A fisioterapia, em longo prazo, visa retardar ou minimizar a progressão e

efeitos dos sintomas da doença, impedir o desenvolvimento de complicações e

deformidades secundárias, manter ao máximo as capacidades funcionais do paciente e

melhorar sua qualidade de vida, reintegrando-o a sociedade (MONTE; PEREIRA;

SILVA, 2004).

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1.5 Treino de Equilíbrio com a Wii reabilitação

Com os avanços tecnológicos, criam- se novos instrumentos de intervenção. A

Wii reabilitação é uma dessas áreas de avanço. Ela tem recebido crescente atenção de

pesquisadores e médicos que reconhecem benefícios terapêuticos potenciais devido à

natureza do meio envolvente (SCHULTHEIS e RIZZO, 2001 apud HALTON, 2008).

O Nintendo Wii® é o console da Nintendo que inovou o mercado com um

paradigma de interação diferenciado, trazendo uma nova forma de jogar. Através de um

controle sem fio, o aparelho capta os movimentos realizados pelo usuário, os interpreta

e depois transporta para o jogo. Existem assessórios que podem ser acoplados ao Wii e

com eles, podem ser trabalhados diversos grupos musculares. Para os membros

inferiores utiliza-se o acessório Balance Board® e o jogo Wii Fit®. Já para os membros

superiores utiliza-se o jogo Wii Sports®, por exemplo (DIAS; SAMPAIO; TADDEO,

2009). Atualmente o Nintendo Wii® vem sendo utilizado para ajudar na reabilitação de

pacientes com diversas alterações neurológicas. Porém ainda existem poucos estudos

comprovando a aplicabilidade e eficácia dessa forma de intervenção.

O Wii tem várias vantagens, além dos jogos de video games serem divertidos,

ele facilita a motivação para a terapia que por sua vez influencia no desempenho

(HALTON, 2008).

O eBaViR é um sistema virtual de reabilitação, que foi desenvolvido para

reabilitação do equilíbrio em pacientes portadores de lesão cerebral adquirida. É um

sistema baseado em jogos que usa uma interface de baixo custo, o Nintendo Wii®

Balance Board®. Os jogos foram projetados especificamente com a ajuda de

especialistas na reabilitação dos distúrbios do equilíbrio e pode ser adaptado para

pacientes de acordo com suas necessidades (ALCAÑIZ et al., 2010).

Fu et al., (2010) realizaram um estudo cujo o objetivo foi determinar a

viabilidade do Wii Fit® na melhora do equilíbrio, flexibilidade, força e aptidão para as

mulheres saudáveis com idade entre 30 e 60 anos. O equilíbrio e a força muscular dos

membros inferiores apresentaram melhora significativa, mas a propriocepção,

resistência cardiovascular e a mobilidade não melhoram. A atividade promovida por

Wii Fit® mostrou um efeito imediato sobre o equilíbrio, porém são necessários mais

estudos na área para confirmar a eficácia do Nintendo Wii® neste tipo de alteração.

Jenkinson et al., (2010) realizaram um estudo piloto para determinar se o Nintendo Wii

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Fit® era uma intervenção viável e aceitável em idosos com risco de quedas. Os pacientes

que receberam a intervenção do Wii obtiveram uma melhora na escala de equilíbrio de

Berg. Não houve melhora nos escores de equilíbrio no grupo com tratamento

convencional de fisioterapia. O estudo concluiu que o Wii Fit® tem o potencial de

melhorar o equilíbrio. Outro estudo de caso feito nos Estados Unidos utilizando o jogo

de boliche do Nintendo Wii® apresentou bons resultados. O estudo foi realizado com

uma paciente, de 89 anos de idade, com diagnóstico de déficit de equilíbrio não

especificado. A paciente foi submetida a seis sessões com o Nintendo Wii®, durante

sessenta minutos, por um período de duas semanas. O resultado foi uma melhora na

escala de equilíbrio de Berg (pré: 48 pontos e pós: 53 pontos) e no teste “levante e

ande” (TUGO) (pré: 14,9 segundos e pós: 10,5 segundos). Concluindo que a

intervenção do Nintendo Wii® pode ter diminuído o risco de queda (CLARK e

KRAEMER, 2009).

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2. OBJETIVO

Objetivo geral

Avaliar o equilíbrio e risco de queda dos pacientes portadores da doença de

Parkinson.

Objetivo específico

Avaliar a aplicabilidade do treino de equilíbrio utilizando o console da Nintendo

Wii® em pacientes com DP;

Avaliar se a fisioterapia convencional associado ao Nintendo Wii® melhora o

equilíbrio dos pacientes com a DP.

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3. MÉTODO

Desenho do Método

Estudo experimental com dois casos clínicos.

Sujeitos

Foram selecionados e avaliados 2 sujeitos com DP que já se encontram em

atendimento fisioterapêutico na Clínica Escola de Fisioterapia da Universidade São

Francisco e no Centro de Fisioterapia da Prefeitura de Bragança Paulista.

Critérios de inclusão

Pacientes com diagnóstico confirmado de Doença de Parkinson idiopática pelo

médico neurologista, com idade superior a 50 anos, de ambos os sexos e que não

apresentem qualquer outro distúrbio neurológico. Aceitação em participar da pesquisa

com a assinatura própria ou do familiar responsável, do Termo de Consentimento Livre

e Esclarecido (ANEXO 1).

Critérios de exclusão

Outras patologias neurológicas, ortopédicas ou respiratórias graves associadas à

Doença de Parkinson que pudessem influenciar no desempenho motor desses pacientes.

Pacientes que se encontravam em estágio avançado da doença de Parkinson (Pontuação

5 na escala de Hoehn e Yahr) que impossibilitava a avaliação do equilíbrio desses

pacientes, por não permanecerem mais na posição ortostática.

Materiais e equipamentos

A pesquisa teve início após a aprovação do Comitê de Ética protocolo CAAE:

0002.0.142.000-11. Foram utilizados os materiais: Termo de Consentimento Livre e

Esclarecido, ficha de avaliação do paciente (ANEXO 2) escala de Equilíbrio de Berg

(ANEXO 3), escala modificada de Hoehn e Yahr (ANEXO 4), teste de alcance

funcional (ANEXO 5), teste “levante e ande” (TUGO) (ANEXO 6), fita métrica, molde

para colocação dos pés, Nintendo WiiFit®- Jogos de Balance Games (Soccer Heading,

Ski Slalom, Table Tilt, Balance Bubble, Penguin Slide), Plataforma WiiFit Plus®.

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4. PROCEDIMENTOS

Foram avaliados 2 pacientes, um do sexo feminino, solteira, de 60 anos de idade,

com início da doença em 2002 e em tratamento no Centro de Fisioterapia da Prefeitura

de Bragança Paulista e outro do sexo masculino, casado, de 64 anos de idade com início

da doença em 2010 e em tratamento na Clínica de Fisioterapia da USF.

Por ocasião deste trabalho de pesquisa, a paciente A foi submetida a 10 sessões

de fisioterapia, sendo cada sessão de 1 hora, composta de 30 minutos de fisioterapia

convencional e 30 minutos de treinamento para o equilíbrio, utilizando os jogos Soccer

Heading, Ski Slalom, Table Tilt, Balance Bubble, Penguin Slide.

O paciente B foi submetido a 7 sessões de fisioterapia, sendo cada sessão de 1

hora, composta de 30 minutos de fisioterapia convencional e 30 minutos de treinamento

para o equilíbrio, utilizando os jogos Soccer Heading, Table Tilt, Balance Bubble,

Penguin Slide.

Para a avaliação inicial e final foram utilizados a escala de Berg, teste “levante e

ande” (TUGO), giro 360º e alcance funcional em ambos os pacientes.

Os sujeitos foram avaliados através da escala de equilíbrio de Berg, que mede o

equilíbrio em 14 tarefas (incluindo sentar-se e ficar em pé sem apoio, passar de sentado

para em pé, pegar um objeto do chão estando em pé, girar 360º, e transferências), a

Escala modificada de Hoehn & Yahr, o Teste de Alcance Funcional, que mede a

diferença entre o comprimento do braço e seu alcance máximo à frente e em pé, é feito

com o paciente em pé próximo a uma parede, à qual um objeto é preso. A posição

inicial é com os pés discretamente separados e o braço fletido à frente no mesmo plano

horizontal do objeto, mas sem tocá-lo. O paciente fecha a mão e a posição do terceiro

metacarpo em relação ao objeto é anotada. Pede-se, então, que o paciente alcance à

frente o mais longe possível sem dar um passo e a posição do terceiro metacarpo é

novamente anotada. A distância alcançada é comparada a padrões relacionados à idade.

O teste é preditivo de quedas em idosos e o teste “levante e ande cronometrado”

(TUGO), onde se pede ao paciente para levantar da cadeira, caminhar por três metros,

virar e retornar. O desempenho é pontuado como normal, muito discretamente anormal,

discretamente anormal, moderadamente anormal e gravemente anormal. Todos os

resultados foram transcritos para ficha de avaliação do paciente.

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5. ANÁLISE DE DADOS

Os dados da ficha de avaliação foram computados pelo programa Microsoft

Office Excel 2007, onde foi feito uma análise descritiva. Os resultados estão

demonstrados em gráficos e tabelas.

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6. RESULTADOS

Os pacientes tinham as seguintes características, como mostra a tabela 1:

Tabela 1. Características dos pacientes

Pacientes Sexo Idade (anos) Início da doença

A F 60 2002

B M 64 2010

Podemos observar que o tratamento combinado com o Wii tem uma boa

aceitação pelos pacientes, pois eles ficam mais motivados, interagem e se adaptam aos

jogos propostos. Apesar do n de pacientes ser pequeno, o Wii pode ser aplicado como

uma ferramenta a mais na terapia.

Caso A

Paciente do sexo feminino, 60 anos de idade, com ensino médio completo.

Obteve diagnostico de DP em 2002. Encontra-se no estádio 1,5 da escala Hoehn e Yahr

e em tratamento medicamentoso com Cifrol e Prolopa.

Após o tratamento, a paciente apresentou os seguintes resultados (Tabela 2).

Tabela 2. Escalas para avaliação do paciente A

cm=centímetros; seg=segundos

Paciente A

Pré Pós

Berg (pontos) 50 50

Alcance funcional (cm) 20 21

TUGO (seg) 13 11

Giro (seg) 4 3

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Paciente manteve pontuação na escala de Berg (50 pontos) não apresentando

variação da pontuação antes e após o treino de equilíbrio com o Nintendo Wii. No teste

TUGO e giro 360º, a paciente apresentou diminuição no tempo de execução (Gráfico 1).

No alcance funcional, a paciente aumentou a distância após o tratamento (Gráfico 2).

Gráfico 1. Resultado obtido nos teste de TUGO e giro, pré e pós-

tratamento.

A paciente diminuiu 2 segundos no TUGO e 1 segundo no giro de 360º.

Gráfico 2. Resultado obtido no teste de alcance funcional pré e pós

tratamento.

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A paciente aumentou 1 cm no teste após o tratamento.

Caso 2

Paciente do sexo masculino, 64 anos de idade, com ensino fundamental

incompleto. Obteve diagnóstico de DP em 2010. Encontra-se no estádio 1,5 da escala

Hoehn e Yahr e em tratamento medicamentoso com Levodopa, Entacapona,

Amitripilina, Metazapina.

Após o tratamento, o paciente apresentou os seguintes resultados, como mostra a

Tabela 3.

Tabela 3. Escalas para avaliação do paciente B

Paciente B

Pré Pós

Berg (pontos) 42 48

Alcance funcional (cm) 14 12

TUGO (seg) 18 16

Giro (seg) 9 8

cm=centímetros; seg=segundos

O paciente apresentou melhora na Berg com aumento dos pontos após o treino

(Gráfico 3), melhora no teste TUGO e giro 360° com diminuição do tempo após o

treino (Gráfico 4), porém com piora no alcance funcional (Gráfico 5).

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Gráfico 3. Resultado da escala de Berg pré e pós tratamento.

O paciente aumentou 6 pontos na escala de Berg.

Gráfico 4. Resultado do giro de 360º e TUGO pré e pós tratamento.

O paciente revelou melhora no desempenho após o tratamento.

Gráfico 5. Resultado do alcance funcional pré e pós tratamento.

No alcance funcional, houve piora, com diminuição de 2 cm após o tratamento.

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7. DISCUSSÃO

A Wii reabilitação tem se destacado tratamento de pacientes neurológicos,

oferecendo vivência em diversas situações e de maneira individualizada, reforçando

assim sua participação, mesmo com alguma incapacidade física e/ou cognitiva,

propiciando um ambiente favorável para a aprendizagem, além da possibilidade de

feedback imediato para o paciente (SCHIAVINATO et al., 2011). A união da realidade

virtual com o feedback são fortes instrumentos para a motivação do paciente (SANTOS,

2010).

Nos resultados obtidos no presente estudo, observou-se a aplicabilidade do

treino de equilíbrio com o Nintendo Wii® nos pacientes participantes. Ambos os

pacientes se adaptaram ao treino e conseguirem realizar as atividades propostas pelos

jogos durante a terapia. Este é um ponto favorável, pois os pacientes com a DP

apresentam dificuldade ou lentidão no aprendizado motor (CARR e SHEPHERD 2008).

O estudo piloto mostrou que a Paciente A manteve pontuação na escala de Berg

(50 pontos), embora não obtendo a pontuação total (56 pontos), não apresentou risco

para quedas, visto que uma pontuação menor que 45 pontos indica déficit de equilíbrio e

uma pontuação menor que 36, apresenta risco de quedas (TAKEUTI et al., 2011). O

Paciente B apresentou déficit de equilíbrio na avaliação inicial (42 pontos) e ao final

somou 48 pontos, melhorando sua performance no teste e saindo da faixa de pontuação

indicativa de déficit de equilíbrio. Shumway-Cook e Woollaccot (2003) relatam que, na

amplitude entre 56 a 54, cada ponto a menos na escala corresponde a um aumento de 3 a

4% no risco de quedas. Já na amplitude de 54 a 46, uma alteração de um ponto foi

associada a um aumento de 6 a 8% no risco de quedas, mostrando que a relação não é

linear. Portanto, o paciente B, após a intervenção, diminuiu em 14% o risco de quedas.

A escala de Berg é eficaz na detecção de risco de quedas nos pacientes com a

DP, sendo um instrumento de avaliação rápido e confiável para a avaliação do equilíbrio

funcional (TAKEUTI et al., 2011).

O TUGO combina ações motoras sequenciais que exigem componentes como

força, flexibilidade e agilidade. No teste TUGO e giro 360º, os pacientes A e B

obtiveram melhora, porém o TUGO do paciente B apresentou valor acima de 13

segundos, o que indica risco de queda. Idosos que realizam o TUGO em menos de 13

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segundos são considerados independentes em tarefas que envolvam mudança de direção

(GOBBI et al., 2009). Outros estudos vêem mostrando que embora a DP tenha caráter

progressivo, um treino específico de equilíbrio, realizado isoladamente ou em um

contexto mais lúdico, pode melhorar o equilíbrio desses pacientes, diminuindo o risco

de quedas e melhorando a sua funcionalidade.

GOBBI et al., (2009) realizaram estudos utilizando as escalas de Berg e o

TUGO para avaliar a eficácia dos exercícios de equilíbrio e mobilidade funcional em

pacientes com DP, sendo avaliados antes e após as intervenções. Trinta e quatro

pacientes com DP idiopática que variaram na escala de Hoehn e Yahr, foram divididos

em dois grupos. Ao final das intervenções, ambos os grupos apresentaram melhora na

mobilidade e no equilíbrio, porém não houve diferença entre os grupos.

HACKNEY et al. (2007) realizou um estudo, onde avaliou a mobilidade

funcional em pacientes com DP, utilizando a escala de equilíbrio de Berg e TUGO, pré

e pós intervenção. Dezenove pacientes foram divididos aleatoriamente em dois grupos:

um grupo foi submetido a aulas de tango e outro a cinesioterapia convencional. Ambos

os grupos apresentaram melhora na mobilidade funcional, porém o grupo submetido ao

tango obteve melhora nos resultados da Berg (de 46.8 para 50.6 pontos) e TUGO (de

10.7 para 9.8 segundos). Já os submetidos aos exercícios aumentaram as pontuações na

Berg (de 45.4 para 47.1 pontos) e no TUGO mantiveram 11 segundos no pré e pós

tratamento. Isto demonstra a importância de atividades mais lúdicas e contextualizadas

para a melhora do paciente com DP.

Embora não foi encontrada na literatura treino específico com o Wii na DP, o

game tem sido utilizado com bons resultados no treino de equilíbrio de pacientes idosos

sem comprometimento neurológico, mas que apresentam déficit de equilíbrio e em

pacientes com outras disfunções neurológicas.

Estudos com Wii terapia em idosos tem demonstrado resultados positivos quanto

à aplicabilidade e aceitação por parte dos pacientes. Williams et al., (2010) realizou um

estudo piloto avaliando 21 indivíduos idosos moradores da comunidade-moradia, sendo

divididos em dois grupos: grupo que realizou exercícios baseados em computador

(n=15) e grupo de tratamento padrão (n=6). Verificou-se que a intervenção com o

Nintendo WiiFit apresentou ser aceitável para pessoas acima de 70 anos. Outro estudo

realizado em cinco semanas, com a participação de 9 idosos de um centro comunitário

utilizando a intervenção com a balance board, demonstrou melhoras no equilíbrio e

diminuiu potencialmente o risco de quedas dessas pessoas (DOUGHERTY et al., 2011).

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Gil- Gómez et al., (2011) realizaram um estudo com 17 pacientes com lesão

cerebral adquirida (Trauma cranioencefálico, AVE e tumor cerebral) submetidos a

treino com o Nintendo Wii. O grupo submetido ao treino com o Wii (n=9) apresentou

melhora do equilíbrio estático em comparação com pacientes submetidos à terapia

convencional (n=8). Concluiu-se neste estudo que o treino com Wii reabilitação é uma

alternativa segura e eficaz para a melhora do equilíbrio nessa população.

Em outro estudo foram selecionados 12 pacientes hemiparéticos pós AVE,

divididos aleatoriamente em dois grupos. Um deles realizou a fisioterapia convencional

pelo período de uma hora, o outro realizou por trinta minutos e mais trinta minutos de

treino de equilíbrio com auxílio do Wii Fit, duas vezes por semana durante cinco

semanas, completando dez sessões. O equilíbrio foi avaliado antes e após as

intervenções, por meio da aplicação da Escala de Equilíbrio de Berg e pela

estabilometria e por uma plataforma de pressão em duas condições: de olhos abertos e

olhos fechados. De acordo com a Berg, os pacientes, de ambos os grupos obtiveram

maior controle do equilíbrio estático e dinâmico. Concluiu-se que fisioterapia associada

ao treino de equilíbrio com o Wii Fit apresenta resultados significantes na reabilitação

dos indivíduos hemiparéticos (BARCALA et al., (2011).

Embora a game terapia, com a utilização do Nintendo Wii e da plataforma de

equilíbrio (Wii Balance board) seja uma forma de intervenção recente e que necessite de

estudos maiores, os trabalhos iniciais apontam que ela pode ser utilizada como

ferramenta no atendimento fisioterapêutico, principalmente em pacientes crônicos, que

já se encontram há muito tempo em terapias, encorajando a participação ativa destes

pacientes, propiciando um ambiente motivador, com feedback imediato, tornando o

próprio paciente, exigente com a sua melhora e evolução no jogo (BALDAN, 2011).

Apesar de a população idosa estar crescendo e com isso, gerando um aumento da

incidência da DP, no presente estudo encontramos dificuldades para recrutar

voluntários. Tanto na Clinica de fisioterapia da USF quanto no Centro de Fisioterapia

da Prefeitura Municipal de Bragança Paulista poucos pacientes com Parkinson

encontram-se em atendimento fisioterapêutico. Algumas hipóteses levantadas para

justificar a pouca freqüência desses pacientes no serviço de reabilitação seriam o não

encaminhamento desses pacientes para o serviço de reabilitação após o diagnóstico da

doença ou a desistência do paciente em manter-se em um serviço de reabilitação,

sabendo da característica progressiva da doença. Percebemos também dificuldades

financeiras de alguns pacientes e/ou de suporte do serviço público para o transporte até

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local da fisioterapia. Seria importante averiguar a presença de atendimento desses

pacientes em grupos na atenção primária o que facilitaria a participação desses

indivíduos em um programa de reabilitação.

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8. CONCLUSÃO

Os pacientes participantes do presente estudo apresentaram algum grau de

déficit de equilíbrio, embora em intensidade diferente e ambos foram beneficiados com

o tratamento com o Console Nintendo Wii® associado à terapia convencional.

Embora seja uma intervenção recente, o Console Nintendo Wii® e a plataforma

de equilíbrio mostraram-se mais uma ferramenta para o atendimento fisioterapeutico

nestes pacientes. Apesar dos sinais presentes da DP e da dificuldade no aprendizado,

eles mostraram motivação, colaboraram e aceitaram os jogos propostos.

Na maioria dos testes realizados houve melhora do equilíbrio, porém mais

estudos são necessários, com um número maior de pacientes e tempo maior de

intervenção para averiguar se a Wii reabilitação associada à terapia convencional pode

melhorar o equilíbrio dos pacientes com DP e se estes pacientes conseguiriam transferir

as habilidades adquiridas no jogo para as atividades funcionais cotidianas.

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ANEXOS

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ANEXO 1

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO (1ª via)

TREINO DE EQUILIBRIO NO PACIENTES COM DOENÇA DE PARKINSON

UTILIZANDO O CONSOLE NINTENDO WII®

Eu,................................... ................................ ........................ ......................................,

RG........................., abaixo assinado, dou meu consentimento livre e esclarecido para

participar como voluntário do projeto de pesquisa supra-citado, sob a responsabilidade

do(s) pesquisador(es) Gianna Carla Cannonieri Nonose e de Débora Miyuki Takeichi e

Francieli Aparecida Mariotto de Jesus do Curso de Fisioterapia da Universidade São

Francisco.

Assinando este Termo de Consentimento estou ciente de que:

1- O objetivo da pesquisa é avaliar o efeito e a aplicabilidade do treino de

equilíbrio utilizando o console da Nintendo Wii® em pacientes com DP e se a

fisioterapia convencional associada ao Nintendo Wii® melhora o equilíbrio dos

pacientes com a DP.

2- Durante o estudo, os instrumentos utilizados serão escala de equilíbrio de

Berg, escala modificada de Hoehn e Yahr, teste de alcance funcional, teste “levante e

ande” cronometrado, Nintendo Wii Fit® com jogos de Balance Games e Plataforma Wii

Fit Plus®. Os procedimentos as quais serei submetido serão aplicação dos testes e aos

jogos do Nintendo Wii Fit®. O tempo estimado para coleta de dados será de fevereiro a

maio de 2011.

3 - Obtive todas as informações necessárias para poder decidir conscientemente

sobre a minha participação na referida pesquisa;

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4- A resposta a este (s) instrumento(s)/ procedimento(s) não causam riscos

conhecidos à minha saúde física e mental, não sendo provável, também, que causem

desconforto emocional.

5 - Estou livre para interromper a qualquer momento minha participação na

pesquisa, o que não me causará nenhum prejuízo;

6 – Meus dados pessoais serão mantidos em sigilo e os resultados gerais obtidos

na pesquisa serão utilizados apenas para alcançar os objetivos do trabalho, expostos

acima, incluída sua publicação na literatura científica especializada;

7 - Poderei contatar o Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade São

Francisco para apresentar recursos ou reclamações em relação à pesquisa pelo telefone:

(11) 2454-8981;

8 - Poderei entrar em contato com o responsável pelo estudo, Gianna Carla

Cannonieri Nonose sempre que julgar necessário pelo telefone (11) 2454-8236;

9- Este Termo de Consentimento é feito em duas vias, sendo que uma

permanecerá em meu poder e outra com o pesquisador responsável.

________________, _____________

Local data

Assinatura do participante _________________________________

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ANEXO 2- Ficha de avaliação do paciente

Data da Avaliação:

Nome:

Data de Nascimento: Idade:

Sexo: ( ) Masculino ( ) Feminino

Estado civil: ( )solteiro(a) ( )casado(a) ( )divorciado(a) ( )viúvo(a) ( )outros

Grau de instrução:

Início da Doença:

Medicação (horários):

Avaliação

Data: Data:

Teste Avaliação Inicial Avaliação Final

Escala de Equilíbrio de

Berg

Levante e Ande

Alcance Funcional

Estágio da Escala de

Hoehn e Yahr

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ANEXO 3

Escala de Equilíbrio de Berg

DESCRIÇÃO DOS ITENS Pontuação (0-4)

1. Sentado para em pé ________

2. Em pé sem apoio ________

3. Sentado sem apoio ________

4. Em pé para sentado ________

5. Transferências ________

6. Em pé com os olhos fechados ________

7. Em pé com os pés juntos ________

8. Reclinar à frente com os braços estendidos ________

9. Apanhar objeto do chão ________

10. Virando-se para olhar para trás ________

11. Girando 360 graus ________

12. Colocar os pés alternadamente sobre um banco ________

13. Em pé com um pé em frente ao outro ________

14. Em pé apoiado em um dos pés ________

TOTAL ________

INSTRUÇÕES GERAIS

� Demonstre cada tarefa e/ou instrua o sujeito da maneira que está escrito abaixo. Quando reportar a pontuação, registre a categoria da resposta de menor pontuação relacionada a cada item.

� Na maioria dos itens pede-se ao paciente manter uma dada posição por um tempo determinado. Progressivamente mais pontos são subtraídos caso o tempo ou à distância não sejam atingidos, caso o paciente necessite de supervisão para a execução da tarefa, ou se o paciente apóia-se num suporte externo ou recebe ajuda do examinador.

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� É importante que se torne claro ao paciente que estes devem manter seus equilíbrios enquanto tentam executar a tarefa. A escolha de qual perna permanecerá como apoio e o alcance dos movimentos fica a cargo do paciente. Julgamentos inadequados irão influenciar negativamente na performance e na pontuação.

� Os equipamentos necessários são um cronômetro (ou relógio comum com ponteiro dos segundos) e uma régua ou outro medidor de distância. As cadeiras utilizadas durante os testes devem ser de altura razoável. Um degrau ou um banco (da altura de um degrau) pode ser utilizado para o item 12.

1. SENTADO PARA EM PÉ

� INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé. Tente não usar suas mãos como suporte.

( ) 4 capaz de permanecer em pé sem o auxílio das mãos e estabilizar de maneira independente

( ) 3 capaz de permanecer em pé independentemente usando as mãos

( ) 2 capaz de permanecer em pé usando as mão após várias tentativas

( ) 1 necessidade de ajuda mínima para ficar em pé ou estabilizar

( ) 0 necessidade de moderada ou máxima assistência para permanecer em pé

2. EM PÉ SEM APOIO

� INSTRUÇÕES: Por favor, fique de pé por dois minutos sem se segurar em nada.

( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 2 minutos

( ) 3 capaz de permanecer em pé durante 2 minutos com supervisão

( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 30 segundos sem suporte

( ) 1 necessidade de várias tentativas para permanecer 30 segundos sem suporte

( ) 0 incapaz de permanecer em pé por 30 segundos sem assistência

� Se o sujeito é capaz de permanecer em pé por 2 minutos sem apoio, marque pontuação máxima na situação sentado sem suporte. Siga diretamente para o item 4.

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3. SENTADO SEM SUPORTE PARA AS COSTAS MAS COM OS PÉS APOIADOS SOBRE O CHÃO OU SOBRE UM BANCO

� INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se com os braços cruzados durante 2 minutos.

( ) 4 capaz de sentar com segurança por 2 minutos

( ) 3 capaz de sentar com segurança por 2 minutos sob supervisão

( ) 2 capaz de sentar durante 30 segundos

( ) 1 capaz de sentar durante 10 segundos

( ) 0 incapaz de sentar sem suporte durante 10 segundos

4. EM PÉ PARA SENTADO

� INSTRUÇÕES: Por favor, sente-se.

( ) 4 senta com segurança com o mínimo uso das mão

( ) 3 controla descida utilizando as mãos

( ) 2 apoia a parte posterior das pernas na cadeira para controlar a descida

( ) 1 senta independentemente mas apresenta descida descontrolada

( ) 0 necessita de ajuda para sentar

5. TRANSFERÊNCIAS

� INSTRUÇÕES: Pedir ao paciente para passar de uma cadeira com descanso de braços para outra sem descanso de braços (ou uma cama)

( ) 4 capaz de passar com segurança com o mínimo uso das mãos

( ) 3 capaz de passar com segurança com uso das mãos evidente

( ) 2 capaz de passar com pistas verbais e/ou supervisão

( ) 1 necessidade de assistência de uma pessoa

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( ) 0 necessidade de assistência de duas pessoas ou supervisão para segurança

6. EM PÉ SEM SUPORTE COM OLHOS FECHADOS

� INSTRUÇÕES: Por favor, feche os olhos e permaneça parado por 10 segundos

( ) 4 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos

( ) 3 capaz de permanecer em pé com segurança por 10 segundos com supervisão

( ) 2 capaz de permanecer em pé durante 3 segundos

( ) 1 incapaz de manter os olhos fechados por 3 segundos mas permanece em pé

( ) 0 necessidade de ajuda para evitar queda

7. EM PÉ SEM SUPORTE COM OS PÉS JUNTOS

� INSTRUÇÕES: Por favor, mantenha os pés juntos e permaneça em pé sem se segurar

( ) 4 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto

( ) 3 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente com segurança por 1 minuto, com supervisão

( ) 2 capaz de permanecer em pé com os pés juntos independentemente e se manter por 30 segundos

( ) 1 necessidade de ajuda para manter a posição mas capaz de ficar em pé por 15 segundos com os pés juntos

( ) 0 necessidade de ajuda para manter a posição mas incapaz de se manter por 15 segundos

8. ALCANCE A FRENTE COM OS BRAÇOS ESTENDIDOS PERMANECENDO EM PÉ

� INSTRUÇÕES: Mantenha os braços estendidos a 90 graus. Estenda os dedos e tente alcançar a maior distância possível. O examinador coloca uma régua no final dos dedos quando os braços estão a 90 graus. Os dedos não devem tocar a régua enquanto executam a tarefa. A medida registrada é a distância que os dedos conseguem alcançar enquanto o paciente está na máxima inclinação para frente

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possível. Se possível, pedir ao paciente que execute a tarefa com os dois braços para evitar rotação do tronco.

( ) 4 capaz de alcançar com confiabilidade acima de 25cm (10 polegadas)

( ) 3 capaz de alcançar acima de 12,5cm (5 polegadas)

( ) 2 capaz de alcançar acima de 5cm (2 polegadas)

( ) 1 capaz de alcançar mas com necessidade de supervisão

( ) 0 perda de equilíbrio durante as tentativas / necessidade de suporte externo

9. APANHAR UM OBJETO DO CHÃO A PARTIR DA POSIÇÃO EM PÉ

� INSTRUÇÕES: Pegue um sapato/chinelo localizado a frente de seus pés

( ) 4 capaz de apanhar o chinelo facilmente e com segurança

( ) 3 capaz de apanhar o chinelo mas necessita supervisão

( ) 2 incapaz de apanhar o chinelo mas alcança 2-5cm (1-2 polegadas) do chinelo e manter o equilíbrio de maneira independente

( ) 1 incapaz de apanhar e necessita supervisão enquanto tenta

( ) 0 incapaz de tentar / necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda

10. EM PÉ, VIRAR E OLHAR PARA TRÁS SOBRE OS OMBROS DIREITO E ESQUERDO

� INSTRUÇÕES: Vire e olhe para trás sobre o ombro esquerdo. Repetir para o direito. O examinador pode pegar um objeto para olhar e colocá-lo atrás do paciente para encorajá-lo a realizar o giro.

( ) 4 olha para trás para ambos os lados com mudança de peso adequada

( ) 3 olha para trás para ambos os lados porém um lado mostra-se com menor mudança de peso

( ) 2 apenas vira para os dois lados mas mantém o equilíbrio

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( ) 1 necessita de supervisão ao virar

( ) 0 necessita assistência para evitar perda de equilíbrio ou queda

11. VIRAR EM 360 GRAUS

� INSTRUÇÕES: Vire completamente fazendo um círculo completo. Pausa. Faça o mesmo na outra direção

( ) 4 capaz de virar 360 graus com segurança em 4 segundos ou menos

( ) 3 capaz de virar 360 graus com segurança para apenas um lado em 4 segundos ou menos

( ) 2 capaz de virar 360 graus com segurança mas lentamente

( ) 1 necessita de supervisão ou orientação verbal

( ) 0 necessita de assistência enquanto vira

12. COLOCAR PÉS ALTERNADOS SOBRE DEDGRAU OU BANCO PERMANECENDO EM PÉ E SEM APOIO

� INSTRUÇÕES: Coloque cada pé alternadamente sobre o degrau/banco. Continue até cada pé ter tocado o degrau/banco quatro vezes.

( ) 4 capaz de ficar em pé independentemente e com segurança e completar 8 passos em 20 segundos

( ) 3 capaz de ficar em pé independentemente e completar 8 passos em mais de 20 segundos

( ) 2 capaz de completar 4 passos sem ajuda mas com supervisão

( ) 1 capaz de completar mais de 2 passos necessitando de mínima assistência

( ) 0 necessita de assistência para prevenir queda / incapaz de tentar

13. PERMANECER EM PÉ SEM APOIO COM OUTRO PÉ A FRENTE

� INSTRUÇÕES: (Demonstre para o paciente). Coloque um pé diretamente em frente do outro. Se você perceber que não pode colocar o pé diretamente

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na frente, tente dar um passo largo o suficiente para que o calcanhar de seu pé permaneça à frente do dedo de seu outro pé. (Para obter 3 pontos, o comprimento do passo poderá exceder o comprimento do outro pé e a largura da base de apoio pode se aproximar da posição normal de passo do sujeito).

( ) 4 capaz de posicionar o pé independentemente e manter por 30 segundos

( ) 3 capaz de posicionar o pé para frente do outro independentemente e manter por 30 segundos

( ) 2 capaz de dar um pequeno passo independentemente e manter por 30 segundos

( ) 1 necessidade de ajuda para dar o passo mas pode manter por 15 segundos

( ) 0 perda de equilíbrio enquanto dá o passo ou enquanto fica de pé

14. PERMANECER EM PÉ APOIADO EM UMA PERNA

� INSTRUÇÕES: Permaneça apoiado em uma perna o quanto você puder sem se apoiar

( ) 4 capaz de levantar a perna independentemente e manter por mais de 10 segundos

( ) 3 capaz de levantar a perna independentemente e manter entre 5 e 10 segundos

( ) 2 capaz de levantar a perna independentemente e manter por 3 segundos ou mais

( ) 1 tenta levantar a perna e é incapaz de manter 3 segundos, mas permanece em pé independentemente

( ) 0 incapaz de tentar ou precisa de assistência para evitar queda

( ) PONTUAÇÃO TOTAL (máximo = 56)

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ANEXO 4

Estágios da DP segundo a Escala de Hoehn e Yarh modificada

Estágio 0 Nenhum sinal da doença

Estágio 1 Doença unilateral

Estágio 1,5 Envolvimento unilateral e axial

Estágio 2 Doença bilateral sem déficit de equilíbrio

Estágio 2,5 Doença bilateral leve, com recuperação no

“teste do empurrão”

Estágio 3 Doença bilateral leve a moderada, alguma

instabilidade postural, capacidade para

viver independente

Estágio 4 Incapacidade grave, ainda capaz de

caminhar ou permanecer de pé sem ajuda

Estágio 5 Confinado à cama ou cadeira de rodas a

não ser que receba ajuda.

Fonte: Shenkman et al., (2001) apud Goulart e Pereira (2004)

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ANEXO 5

Teste de Alcance funcional

Realiza-se com o paciente em pé próximo a uma parede, à qual um mastro é preso. A

posição inicial é com os pés discretamente separados e o braço fletido à frente no

mesmo plano horizontal do mastro, mas sem tocá-lo. O paciente fecha a mão e a

posição do terceiro metacarpo em relação ao mastro é anotada. Pede-se, então, que o

paciente alcance à frente o mais longe possível sem dar um passo e posição do terceiro

metacarpo é novamente anotada. A distância alcançada é comparada a padrões

relacionadas à idade. O teste é preditivo de quedas em idosos.

Teste de alcance funcional: padrões relacionados à idade

Padrões Homens (cm) Mulheres (cm)

20-40 anos 42,50 + 4,92 37,19 + 5,54

41-69 anos 38,05 + 5,61 35,07 + 5,59

70-87 anos 33,43 + 3,94 26,60 + 8,97

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ANEXO 6

Teste “Levante e Ande” cronometrado (TUGO)

Pede-se ao paciente para levantar da cadeira, caminhar por três metros, virar e retornar.

O desempenho é pontuado como:

1- Normal

2- Muito discretamente anormal

3- Discretamente anormal

4- Moderadamente anormal

5- Gravemente anormal

A versão modificada do teste tem um componente de contagem de tempo e depende

menor de julgamentos qualitativos. Adultos saudáveis são capazes de realizar o teste em

menos de 30 segundos.

Referência: Mathias et al., (1986), Podsialo e Richardson (1991) apud Carr e Shepherd

(2008).