Decreto-Lei 316-95

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  • 8/6/2019 Decreto-Lei 316-95

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    MINISTRIO DA ADMINISTRAO INTERNA

    Decreto Lei n. 316/95 de 28 de Novembro

    O desenvolvimento desregulado de actividades marginais economia legal tem gerado

    um ambiente de reprovao pblica e, em alguns casos, um sentimento de inseguranaque se fica a dever no s ao desvalor absoluto de algumas dessas actividades como circunstncia de a sua prtica estar associada proliferao de comportamentosdesviantes, situaes j delicadas.

    Admitir-se a manuteno daquelas prticas significaria permitir a sua impunidade.

    Ora, quanto a rgos tradicionalmente competentes para a tomada de medidasadministrativas em matria de polcia, torna-se necessrio dotar os governadores civisdos instrumentos legais que lhes permitam condicionar o acesso quelas actividades,

    bem como reprimir os excessos ou a sua prtica ilegal, reforando assim o seu poder deinterveno.

    Deste modo, entre as prticas que, por interferirem com a ordem pblica e atranquilidade social, passam a ficar sujeitas a licenciamento do governador civil dodistrito inclui-se a actividade de arrumador de automveis e a de guarda-nocturno.

    O regime do licenciamento e de explorao de mquinas de diverso j existia, sendoagora actualizado, mantendo-se o regime do registo das mquinas e oscondicionamentos sua explorao, designadamente no que diz respeito s restries aonmero de mquinas e interdio da prtica de jogos a menores de 16 anos quando

    no acompanhados por quem exercer o poder paternal.

    Com as alteraes operadas, os governadores civis ficam com o exerccio das suascompetncias sujeito a um diploma com fora de lei, como acontece com todos osrgos administrativos, retirando-se-lhes competncias regulamentares em matrias nosuficientemente densificadas por lei, obstando com o ensejo subsistncia deregulamentos independentes.

    Procede-se, concomitantemente, habilitao legal do poder de delegao dacompetncia de licenciamento nos comandantes da Polcia de Segurana Pblica ou daGuarda Nacional Republicana e, no que concerne s denominadas medidas de polcia,

    a que subjazem razes de ordem pblica, a sua previso no presente diploma cumpreno s a mera precedncia legislativa mas ainda o princpio da sua tipicidade, em estritaobedincia lei fundamental.

    O presente diploma reala assim as competncias do governador civil como rgoadministrativo que, na rea do distrito, intervm como representante do Governo parafins de manuteno da ordem, tranquilidade e segurana pblicas.

    Foram ouvidos os rgos de governo prprio das Regies Autnomas dos Aores e daMadeira.

    Assim:

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    Nos termos da alnea a) do n. 1 do artigo 201. da Constituio, o Governo decreta oseguinte:

    Artigo 1

    Objecto

    aprovado, em anexo ao presente diploma, que dele faz parte integrante, o regimejurdico do licenciamento do exerccio das seguintes actividades:

    a) Guarda-nocturno;

    b) Venda ambulante de lotarias;

    c) Arrumador de automveis;

    d) Realizao de acampamentos ocasionais;

    e) Explorao de mquinas automticas, mecnicas, elctricas e electrnicas dediverso;

    f) Realizao de espectculos desportivos e de divertimentos pblicos nas vias, jardins edemais lugares pblicos ao ar livre;

    g)Venda de bilhetes para espectculos ou divertimentos pblicos em agncias ou postos

    de venda;

    h) Realizao de fogueiras e queimadas;

    i) Realizao de leiles.

    Artigo 2

    Estatuto dos governadores civis

    Os artigos 2., 4., 7. e 24. do Decreto-Lei n. 252/92, de 19 de Novembro, passam ater a seguinte redaco:

    Artigo 2.

    []

    O governador civil o rgo que representa o Governo na rea do distrito e que, nessembito geogrfico, exerce as competncias que a lei lhe confere.

    Artigo 4.

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    []

    1-.....................................

    2-.....................................

    3-.....................................

    a) Tomar as providncias necessrias para manter ou repor a ordem, a segurana e atranquilidade pblicas, requisitando, quando necessria, a interveno das foras desegurana, aos comandantes da PSP e da GNR, instaladas no distrito;

    b) Conceder as autorizaes ou licenas previstas na lei para o exerccio de actividades,tendo sempre em conta a segurana dos cidados, a preveno de riscos ou de perigosvrios que quelas sejam inerentes;

    c) Assegurar a observncia das leis e regulamentos e garantir a execuo dos actosadministrativos e das decises judiciais;

    d) Propor ao Ministro da Administrao Interna a elaborao dos regulamentosnecessrios execuo das leis que estabelecem o modo de exerccio das suascompetncias.

    4-.....................................

    5-.....................................

    a)........................................

    b)........................................

    c)........................................

    c)........................................

    d)........................................

    e)........................................

    f) Aplicar as medidas de polcia e as sanes contra-ordenacionais previstas na lei.

    6-O governador civil pode delegar no todo ou em parte a competncia prevista na alneab) do n. 1 nos comandantes do comando de polcia, de diviso, de seco ou deesquadra da PSP ou de brigada, de grupo, de destacamento territorial ou de posto daGNR.

    Artigo 7.

    Desobedincia

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    A desobedincia s ordens e aos actos praticados pelo governador civil constitui crimepunido nos termos do Cdigo Penal.

    Artigo 24.

    []

    1-.....................................

    a)........................................

    b)........................................

    c) 40% do produto das coimas aplicadas, revertendo os restantes 60% para o Estado;

    d)........................................

    2-.....................................

    Artigo 3

    Norma revogatria

    So revogados:

    a) O Decreto-Lei n. 103/84, de 30 de Maro;

    b) O Decreto-Lei n. 21/85, de 17 de Janeiro.

    Artigo 4

    Regies Autnomas

    1-Nas Regies Autnomas dos Aores e da Madeira compete aos Ministros daRepblica tomar, em articulao com o Ministro da Administrao Interna, asprovidncias necessrias para manter ou repor a ordem e a segurana pblicas, bemcomo exercer as competncias estabelecidas na seco I do captulo I do regime anexoao presente diploma.

    2-Salvo o disposto no nmero anterior, e sem prejuzo da competncia da Inspeco-Geral de Jogos, a aplicao nas Regies Autnomas do regime anexo ao presentediploma compete s respectivas administraes regionais.

    Artigo 5

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    Entrada em vigor

    O presente diploma entra em vigor a 1 de Outubro de 1995.

    Visto e aprovado em Conselho de Ministros de 6 de Julho de 1995.-Manuel DiasLoureiro-Mrio Fernando de Campos Pinto-Artur Aurlio Teixeira Rodrigues

    Consulado-Manuel Dias Loureiro-Walter Valdemar Pgo Marques - Lus FranciscoValente de Oliveira-Jos Manuel Cardoso Borges Soeiro - Lus Fernando Mira

    Amaral-Adalberto Paulo da Fonseca Mendo-Fernando Manuel Barbosa Faria deOliveira-Maria Teresa Pinto Basto Gouveia.

    Promulgado em 13 de Outubro de 1995.

    Publique-se.

    O Presidente da Repblica, MRIO SOARES.

    Referendado em 16 de Outubro de 1995.

    O Primeiro-Ministro,Anbal Antnio Cavaco Silva.

    ANEXO

    CAPTULO I

    Licenciamento do exerccio de actividades

    SECO I

    Guardas-nocturnos

    Artigo 1.

    Criao e extino

    A criao e a extino do servio de guardas-nocturnos em cada localidade e a fixao emodificao das reas de actuao de cada guarda so feitas por despacho dogovernador civil, ouvida a cmara municipal respectiva e os comandantes de brigada daGNR ou de polcia da PSP, conforme a localizao da rea a vigiar.

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    Artigo 2.

    Licena

    1- da competncia do governador civil a atribuio da licena para o exerccio de

    guarda-nocturno.

    2-A licena intransmissvel e tem validade anual.

    Artigo 3.

    Pedido de licenciamento

    1-O pedido de licenciamento dirigido, sob a forma de requerimento, ao governador

    civil e nele devem constar o nome e o domiclio do requerente.

    2-O requerimento deve ser instrudo com cpia do bilhete de identidade e do carto decontribuinte, certificado do registo criminal, documento comprovativo das habilitaesliterrias e demais documentos a fixar por portaria do Ministro da AdministraoInterna.

    Artigo 4.

    Indeferimento

    O pedido de licenciamento deve ser indeferido quando o interessado no forconsiderado pessoa idnea para o exerccio da actividade de guarda-nocturno.

    Artigo 5.

    Deveres

    O guarda-nocturno deve:

    a) Apresentar-se pontualmente no posto ou esquadra no incio e termo do servio;

    b) Permanecer na rea em que exerce a sua actividade durante o perodo de prestao deservio e informar os seus clientes do modo mais expedito para ser contactado oulocalizado;

    c) Prestar o auxlio que lhe for solicitado pelas foras e servios de segurana eproteco civil;

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    d) Frequentar anualmente um curso ou instruo de adestramento e reciclagem que fororganizado pelas foras de segurana com competncia na respectiva rea;

    e) Usar, em servio, o uniforme e o distintivo prprios;

    f) Usar de urbanidade e aprumo no exerccio das suas funes;

    g) Tratar com respeito e prestar auxlio a todas as pessoas que se lhe dirijam ou careamde auxlio;

    h) Fazer anualmente, no ms de Fevereiro, prova de que tem regularizada a sua situaocontributiva para com a segurana social;

    i) No faltar ao servio sem motivo srio, devendo, sempre que possvel, solicitar a suasubstituio com cinco dias teis de antecedncia.

    Artigo 6.

    Regime

    1-O regime da actividade de guarda-nocturno objecto de portaria do Ministro daAdministrao Interna.

    2-Fica a cargo dos governos civis a atribuio de um subsdio mensal de fardamentoequivalente ao atribudo s foras de segurana.

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