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    DECRETO N. 96.044, DE 18 DE MAIO DE 1988Aprova o Regulamento para o Transporte Rodovirio de Produtos Perigosos e d outrasprovidncias Publicado no DOU de 19/5/88 p. 8.737/41

    DECRETO N. 96.044, DE 18 DE MAIO DE 1988

    Aprova o Regulamento para o TransporteRodovirio de Produtos Perigosos e doutras providncias.

    OPRESIDENTE DA REPBLICA, usando das atribuies que lheconfere o art. 81, item III, da Constituio, e considerando o disposto na Lei n.7.092, de 19 de abril de 1983, e no Decreto-lei n. 2.063, de 6 de outubro de1983,

    D E C R E T A :

    Art. 1 Fica aprovado o Regulamento para o TransporteRodovirio de Produtos Perigosos que com estes baixa, assinados peloministro de Estado dos Transportes.

    Art. 2 O transporte rodovirio de produtos perigosos realizadopelas Foras Armadas obedecer legislao especfica.

    Art. 3 O Ministro de Estado dos Transportes expedir, medianteportaria, os atos complementares e as modificaes de carter tcnico que sefaam necessrios para a permanente atualizao do Regulamento e obteno

    de nveis adequados de segurana nesse tipo de transporte de carga.Art. 4 O art. 103, e seu 1, do Regulamento baixado com o

    Decreto n. 62.127, de 16 de janeiro de 1968, continua a vigorar com a redaodada pelo decreto n. 88.821, de 6 de outubro de 1983.

    Art. 5 Este Decreto entra em vigor na data de sua publicao.

    Art. 6Revogam-se as disposies em contrrio.

    Braslia, 18 de maio de 1988; 167 da Independncia e 100 daRepblica.

    JOS SARNEY

    Jos Reinaldo Carneiros

    Tavares

    REGULAMENTO PARA O TRANSPORTE RODOVIRIODE PRODUTOS PERIGOSOS

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    Captulo IDAS DISPOSIES PRELIMINARES

    Art. 1 O transporte, por via publica, de produto que seja perigosoou represente risco para a sade de pessoas, para a segurana pblica oupara o meio ambiente, fica submetido s regras e procedimentos estabelecidos

    neste Regulamento, sem prejuzo do disposto em legislao e disciplinapeculiar a cada produto.

    1 Para os efeitos deste Regulamento produto perigoso orelacionado em Portaria do Ministro dos Transportes.

    2 No transporte de produto explosivo e de substncia radioativasero observadas, tambm, as normas especficas do Ministrio do Exrcito eda Comisso Nacional de Energia Nuclear, respectivamente.

    Captulo IIDAS CONDIES DO TRANSPORTE

    Seo IDos Veculos e dos Equipamentos

    Art. 2 Durante as operaes de carga, transporte, descarga,transbordo, limpeza e descontaminao os veculos e equipamentos utilizadosno transporte de produto perigoso devero portar rtulos de risco e painis desegurana especficos, de acordo com as NBR-7500 e NBR-8286.

    Pargrafo nico. Aps as operaes de limpeza e completadescontaminao dos veculos e equipamentos, os rtulos de risco e painis desegurana, sero retirados.

    Art. 3 Os veculos utilizados no transporte de produto perigosodevero portar o conjunto de equipamentos para situaes de emergnciaindicado por Norma Brasileira ou, na inexistncia desta, o recomendado pelofabricante do produto:

    Art. 4 Os veculos e equipamentos (como tanques e conteineres)destinados ao transporte de produto perigoso a granel devero ser fabricadosde acordo com as Normas Brasileiras ou, na inexistncia destas, com normainternacionalmente aceita.

    1 O Instituto Nacional de Metrologia, Normalizao e Qualidade

    Industrial - INMETRO, ou entidade por ele credenciada, atestar a adequaodos veculos e equipamentos ao transporte de produto perigoso, nos termosdos seus regulamentos tcnicos.

    2 Sem prejuzo das vistorias peridicas previstas na legislao detrnsito os veculos e equipamentos de que trata este artigo sero vistoriados,em periodicidade no superior a trs anos, pelo INMETRO ou entidade por elecredenciada, de acordo com instrues e cronologia estabelecidos pelo prprioINMETRO, observados os prazos e rotinas recomendadas pelas normas de

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    fabricao ou inspeo, fazendo-se as devidas anotaes no Certificado deCapacitao para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel" de que trata oitem I do art. 22.

    3 Os veculos e equipamentos referidos no pargrafo anterior,quando acidentados ou avariados, devero ser vistoriados e testados pelo

    INMETRO ou entidade pelo mesmo credenciada, antes de retornarem atividade.

    Art. 5 Para o transporte de produto perigoso a granel os veculosdevero estar equipados com tacgrafo, ficando os discos utilizados disposio do expedidor, do contratante, do destinatrio e das autoridades comjurisdio sobre as vias, durante trs meses, salvo no caso de acidente,hiptese em que sero conservados por um ano.

    Seo IIDa Carga e seu Acondicionamento

    Art. 6 O produto perigoso fracionado dever ser acondicionadode forma a suportar os riscos de carregamento, transporte, descarregamento etransbordo, sendo o expedidor responsvel pela adequao doacondicionamento segundo especificaes do fabricante.

    1 No caso de produto importado, o importador ser o responsvelpela observncia ao que preceitua este artigo, cabendo-lhe adotar asprovidncias necessrias junto ao fornecedor estrangeiro.

    2 No transporte de produto perigoso fracionado, tambm asembalagens externas devero estar rotuladas, etiquetadas e marcadas deacordo com a correspondente classificao e o tipo de risco.

    Art. 7 proibido o transporte de produto perigoso juntamentecom:

    I animais;

    II alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ouanimal, ou com embalagens de produtos destinados a estes fins;

    III outro tipo de carga, salvo se houver compatibilidade entre osdiferentes produtos transportados.

    Pargrafo nico. Entende-se como compatibilidade entre dois oumais produtos a ausncia de risco potencial de ocorrer exploso,desprendimento de chamas ou calor, formao de gases, vapores, compostosou misturas perigosas, bem assim alterao das caractersticas fsicas ouqumicas originais de qualquer um dos produtos transportados, se postos emcontato entre si (por vazamento, ruptura de embalagem, ou outra causaqualquer).

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    Art. 8 vedado transportar produtos para uso humano ou animalem tanques de carga destinados ao transporte de produtos perigosos a granel.

    Seo IIIDo Itinerrio

    Art. 9 O veiculo que transportar produto perigoso dever evitar o

    uso de vias em reas densamente povoadas ou de proteo de mananciais,reservatrios de gua ou reservas florestais e ecolgicas, ou que delas sejamprximas.

    Art. 10. O expedidor informar anualmente ao DepartamentoNacional de Estradas de Rodagem DNER os fluxos de transporte de produtosperigosos que embarcar com regularidade, especificando:

    I classe do produto e quantidades transportadas;

    II pontos de origem e destino.

    1 As Informaes ficaro disposio dos rgos e entidades domeio ambiente, da defesa civil e das autoridades com jurisdio sobre as vias.

    2 Com base nas Informaes de que trata este artigo, oMinistrio dos Transportes, com a colaborao do DNER e de rgos eentidades pblicas e privadas, determinar os critrios tcnicos de seleo dosprodutos para os quais solicitar informaes adicionais como freqncia deembarques, formas de acondicionamento e itinerrio, incluindo as principaisvias percorridas.

    Art. 11. As autoridades com jurisdio sobre as vias poderodeterminar restries ao seu uso, ao longo de toda a sua extenso ou parte

    dela, sinalizando os trechos restritos e assegurando percurso alternativo, assimcomo estabelecer locais e perodos com restrio para estacionamento,parada, carga e descarga.

    Art. 12. Caso a origem ou o destino de produto perigoso exigir o usode via restrita, tal fato dever ser comprovado pelo transportador perante aautoridade com jurisdio sobre a mesma, sempre que solicitado.

    Art. 13. O itinerrio dever ser programado de forma a evitar apresena de veculo transportando produto perigoso em vias de grande fluxode trnsito, nos horrios de maior intensidade de trfego.

    Seo IVDo Estacionamento

    Art. 14. O veculo transportando produto perigoso s poderestacionar para descanso ou pernoite em reas previamente determinadaspelas autoridades competentes e, na inexistncia de tais reas, dever evitar oestacionamento em zonas residenciais, logradouros pblicos ou locais de fcilacesso ao pblico, reas densamente povoadas ou de grande concentrao depessoas ou veculos.

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    1 Quando, por motivo de emergncia, parada tcnica, falhamecnica ou acidente, o veiculo parar em local no autorizado, deverpermanecer sinalizado e sob a vigilncia de seu condutor ou de autoridadelocal, salvo se a sua ausncia ror imprescindvel para a comunicao do fato,pedido de socorro ou atendimento mdico.

    2 Somente em caso de emergncia o veculo poder estacionarou parar nos acostamentos das rodovias.

    Seo VDo Pessoal Envolvido na Operao do Transporte

    Art. 15. O condutor de veculo utilizado no transporte de produtoperigoso, alm das qualificaes e habilitaes previstas na legislao detrnsito, dever receber treinamento especfico, segundo programa a seraprovado pelo Conselho Nacional de Trnsito (CONTRAN), por proposta doMinistrio dos Transportes.

    Art. 16. O transportador, antes de mobilizar o veculo

    dever inspecion-lo, assegurando-se de suas perfeitas condiespara o transporte para o qual destinado e com especial ateno para otanque, carroceria e demais dispositivos que possam afetar a segurana dacarga transportada.

    Art. 17. O condutor, durante a viagem, o responsvel pela guarda,conservao e bom uso dos equipamentos e acessrios do veculo, inclusiveos exigidos em funo da natureza especfica dos produtos transportados.

    Pargrafo nico. O condutor dever examinar, regularmente e em

    local adequado, as condies gerais do veculo, verificando, inclusive, aexistncia de vazamento, o grau de aquecimento e as demais condies dospneus do conjunto transportador.

    Art. 18. O condutor interromper a viagem e entrar em contato coma transportadora, autoridades ou a entidade cujo telefone esteja listado noEnvelope para o Transporte, quando ocorrerem alteraes nas condies departida, capazes de colocar em risco a segurana de vidas, de bens ou do meioambiente.

    Art. 19. O condutor no participar das operaes de carregamento,descarregamento e transbordo da carga, salvo se devidamente orientado e

    autorizado pelo expedidor ou pelo destinatrio, e com a anuncia dotransportador.

    Art. 20. Todo o pessoal envolvido nas operaes de carregamento,descarregamento e transbordo de produto perigoso usar traje e equipamentode proteo individual, conforme normas e instrues baixadas pelo Ministriodo Trabalho.

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    Pargrafo nico. Durante o transporte o condutor do veculo usar otraje mnimo obrigatrio, ficando desobrigado do uso de equipamentos deproteo individual.

    Art. 21. Todo o pessoal envolvido na operao de transbordo deproduto perigoso a granel receber treinamento especfico.

    Seo VIDa Documentao

    Art. 22. Sem prejuzo do disposto na legislao fiscal, de transporte,de trnsito e relativa ao produto transportado, os veculos que estejamtransportando produto perigoso ou os equipamentos relacionados com essafinalidade, s podero circular pelas vias pblicas portando os seguintesdocumentos:

    I Certificado de Capacitao para o Transporte de ProdutosPerigosos a Granel do veculo e dos equipamentos, expedido pelo INMETRO

    ou entidade por ele credenciada;

    II Documento Fiscal do produto transportado, contendo

    as seguintes informaes:

    a) nmero e nome apropriado para embarque;

    b) classe e, quando for o caso, subclasse qual o produto pertence;

    c) declarao assinada pelo expedidor de que o produto estadequadamente acondicionado para suportar os riscos normais

    de carregamento, descarregamento e transporte, conforme aregulamentao em vigor;

    III Ficha de Emergncia e Envelope para o Transporte, emitidospelo expedidor, de acordo com as NBR-7503, NBR-7504 e NBR-8285,preenchidos conforme instrues fornecidas pelo fabricante ou importador doproduto transportado, contendo:

    a) orientao do fabricante do produto quanto ao que deve ser feitoe como fazer em caso de emergncia, acidente ou avaria; e

    b) telefone de emergncia da corporao de bombeiros e dos rgosde policiamento do trnsito, da defesa civil e do meio ambiente aolongo do itinerrio.

    1 admitido o Certificado Internacional de Capacitao dosEquipamentos para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel.

    2 O Certificado de Capacitao para o Transporte de ProdutosPerigosos a Granel perder a validade quando o veculo ou o equipamento:

    a) tiver suas caractersticas alteradas;

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    b) no obtiver aprovao em vistoria ou inspeo;

    c) no for submetido a vistoria ou inspeo nas pocas

    d) estipuladas; e

    e) acidentado, no for submetido a nova vistoria aps

    f) sua recuperao.

    3 As vistorias e inspees sero objeto de laudo tcnico eregistradas no Certificado de Capacitao previsto no item I deste artigo.

    4 O Certificado de Capacitao para o Transporte de ProdutosPerigosos a Granel no exime o transportador da responsabilidade por danoscausados pelo veculo, equipamento ou produto perigoso, assim como adeclarao de que trata a alnea "c" do item II deste artigo no isenta oexpedidor da responsabilidade pelos danos causados exclusivamente peloproduto perigoso, quando agirem com imprudncia, impercia ou negligncia.

    Seo VIIDo Servio de Acompanhamento Tcnico Especializado

    Art. 23. O transporte rodovirio de produto perigoso que, em funodas caractersticas do caso, seja considerado como oferecendo risco pordemais elevado, ser tratado como caso especial, devendo seu itinerrio e suaexecuo serem planejados e programados previamente, com participao doexpedidor, do contratante do transporte, do transportador, do destinatrio, dofabricante ou importador do produto, das autoridades com jurisdio sobre asvias a serem utilizadas e do competente rgo do meio ambiente, podendo ser

    exigido acompanhamento tcnico especializado (art. 50, I). 1 O acompanhamento tcnico especializado dispor de viaturas

    prprias, tripuladas por elementos devidamente treinados e equipados paraaes de controle de emergncia e ser promovido, preferencialmente, pelofabricante ou o importador do produto, o qual, em qualquer hiptese, fornecerorientao e consultaria tcnica para o servio.

    2 As viaturas de que trata o pargrafo precedente devero portar,durante o acompanhamento, os documentos mencionados no item III do art. 22e os equipamentos para situaes de emergncia a que se refere o art. 3.

    Captulo IIIDOS PROCEDIMENTOS EM CASO DE EMERGNCIA, ACIDENTE OUAVARIA

    Art. 24. Em caso de acidente, avaria ou outro fato que obrigue aimobilizao de veculo transportando produto perigoso, o condutor adotar asmedidas indicados na Ficha de Emergncia e no Envelope para o Transportecorrespondentes a cada produto transportado, dando cincia autoridade de

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    trnsito mais prxima, pelo meio disponvel mais rpido, detalhando aocorrncia, o local, as classes e quantidades dos materiais transportados.

    Art. 25. Em razo da natureza, extenso e caractersticas daemergncia, a autoridade que atender ao caso determinar ao expedidor ou aofabricante do produto a presena de tcnicos ou pessoal especializado.

    Art. 26. O contrato de transporte dever designar quem suportar asdespesas decorrentes da assistncia de que trata o artigo anterior.

    Pargrafo nico. No silncio do contrato o nus ser suportado pelotransportador.

    Art. 27. Em caso de emergncia, acidente ou avaria, o fabricante, otransportador, o expedidor e o destinatrio do produto perigoso daro o apoio eprestaro os esclarecimentos que lhes forem solicitados pelas autoridadespblicas.

    Art. 28. As operaes de transbordo em condies de emergnciadevero ser executadas em conformidade com a orientao do expedidor oufabricante do produto e, sepossvel, com a presena de autoridade pblica.

    1 Quando o transbordo for executado em via pblica devero seradotadas as medidas de resguardo ao trnsito.

    2 Quem atuar nessas operaes dever utilizar os equipamentosde manuseio e de proteo individual recomendados pelo expedidor oufabricante do produto.

    3 No caso de transbordo de produtos a granel o responsvel pelaoperao dever ter recebido treinamento especfico.

    Captulo IVDOS DEVERES, OBRIGAES E RESPONSABILIDADES

    Seo IDo Fabricante e do Importador

    Art. 29. O fabricante de equipamento destinado ao transporte deproduto perigoso responde penal e civilmente por sua qualidade e adequaoao fim a que se destina.

    Pargrafo nico . Para os fins do disposto no art. 22, item I, cumpreao fabricante fornecer ao INMETRO as informaes relativas ao incio dafabricao e desativao especfica dos equipamentos.

    Art. 30. O fabricante de produto perigoso fornecer ao expedidor:

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    I Informaes relativas aos cuidados a serem tomados notransporte e manuseio do produto, assim como as necessrias aopreenchimento da Ficha de Emergncia; e

    II especificaes para o acondicionamento do produto e, quandofor o caso, a relao do conjunto de equipamentos a que se refere o art. 3.

    Art. 31. No caso de importao, o importador, do produto perigosoassume, em territrio brasileiro, os deveres, obrigaes e responsabilidade dofabricante.

    Seo IIDo Contratante, do Expedidor e do Destinatrio

    Art. 32. O contratante do transporte dever exigir do / transportadoro uso de veculo e equipamento em boas condies operacionais e adequadospara a carga a ser transportada, cabendo ao expedidor, antes de cada viagem,avaliar as condies de segurana.

    Art. 33. Quando o transportador no os possuir, dever ocontratante fornecer os equipamentos necessrios s situaes deemergncia, acidente, ou avaria, com as devidas instrues do expedidor parasua utilizao.

    Art. 34. O expedidor responsvel pelo acondicionamento doproduto a ser transportado, de acordo com as especificaes do fabricante.

    Art. 35. No carregamento de produtos perigosos o expedidoradotar todas as precaues relativas preservao dos mesmos,especialmente quanto compatibilidade entre si (art. 7).

    Art. 36. O expedidor exigir do transportador o emprego dos rtulosde risco e painis de segurana correspondentes aos produtos a seremtransportados, conforme disposto no art. 2.

    Pargrafo nico O expedidor entregar ao transportador osprodutos perigosos fracionados devidamente rotulados, etiquetados emarcados, bem assim os rtulos de risco e os painis de segurana para usonos veculos, informando ao condutor as caractersticas dos produtos a seremtransportados.

    Art. 37. So de responsabilidade:

    I do expedidor, as operaes de carga;

    II do destinatrio, as operaes de descarga.

    1 Ao expedidor e ao destinatrio cumpre orientar e treinar opessoal empregado nas atividades referidas neste artigo.

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    2 Nas operaes de carga e descarga, cuidados especiais seroadotados, especialmente quanto amarrao da carga, a fim de evitar danos,avarias ou acidentes.

    Seo IIIDo Transportador

    Art. 38. Constituem deveres e obrigaes do transportador:

    I dar adequada manuteno e utilizao aos veculos eequipamentos;

    II fazer vistoriar as condies de funcionamento e segurana doveculo e equipamento, de acordo com a natureza da carga a ser transportada,na periodicidade regulamentar;

    III fazer acompanhar, para ressalva das responsabilidade pelotransporte, as operaes executadas pelo expedidor ou destinatrio de carga,

    descarga e transbordo, adotando as cautelas necessrias para prevenir riscos sade e integridade fsica de seus prepostos e ao meio ambiente;

    IV transportar produtos a granel de acordo com o especificado no"Certificado de Capacitao para o Transporte de Produtos Perigosos aGranel" (art. 22, I);

    V requerer o Certificado de Capacitao para o Transporte deProdutos Perigosos a Granel", quando for o caso, e exigir do expedidor osdocumentos de que tratam os Itens II e III do art. 22;

    VI providenciar para que o veculo porte o conjunto de

    equipamentos necessrios s situaes de emergncia, acidente ou avaria (art.3), assegurando-se do seu bom funcionamento;

    VII instruir o pessoal envolvido na operao de transporte quanto correta utilizao dos equipamentos necessrios s situaes de emergncia,acidente ou avaria, conforme as instru3es do expedidor;

    VIII zelar pela adequada qualificao profissional do pessoalenvolvido na operao de transporte, proporcionando-lhe treinamentoespecfico, exames de sade peridicos e condies de trabalho conformepreceitos de higiene, medicina e segurana do trabalho;

    IX fornecer a seus propostos os trajes e equipamentos desegurana no trabalho, de acordo com as normas expedidos pelo Ministrio doTrabalho, zelando para que sejam utilizados nas operaes de transporte,carga, descarga e transbordo;

    X providenciar a correta utilizao, nos veculos e equipamentos,dos rtulos de risco e painis de segurana adequados aos produtostransportados;

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    XI realizar as operaes de transbordo observando osprocedimentos e utilizando os equipamentos recomendados pelo expedidor oufabricante do produto;

    XII assegurar-se de que o servio de acompanhamento tcnicoespecializado preenche os requisitos deste Regulamento e das instrues

    especficas existentes (art. 23);XIII dar orientao quanto correta estivagem da carga no veculo,

    sempre que, por acordo com o expedidor, seja co-responsvel pelas operaesde carregamento e descarregamento.

    Pargrafo nico. Se o transportador receber a carga lacrada ou forimpedido, pelo expedidor ou destinatrio, de acompanhar carga e descarga,ficar desonerado da responsabilidade por acidente ou avaria decorrentes domau acondicionamento da carga.

    Art. 39. Quando o transporte for realizado por transportador

    comercial autnomo, os deveres e obrigaes a que se referem os itens VI aXI do artigo anterior constituem responsabilidade de quem o tiver contratado.

    Art. 40. O transportador solidariamente responsvel com oexpedidor na hiptese de receber, para transporte, produtos cuja embalagemapresente sinais de violao, deteriorao, mau estado de conservao ou dequalquer forma infrinja o preceituado neste Regulamento e demais normas ouinstrues aplicveis.

    Captulo VDA FISCALIZAO

    Art. 41. A fiscalizao para a observncia deste Regulamento e desuas instrues complementares incumbe ao Ministrio dos Transportes, semprejuzo da competncia das autoridades com jurisdio sobre a via por ondetransite o veculo transportador.

    Pargrafo nico. A fiscalizao compreender:

    a) exame dos documentos de porte obrigatrio (art. 22);

    b) adequao dos rtulos de risco e painis de segurana (art. 2),bem assim dos rtulos e etiquetas das embalagens (art. 6, 2),

    ao produto especificado no Documento Fiscal; ec) verificao da existncia de vazamento no equipamento de

    transporte de carga a granel e, em se tratando de cargafracionada, sua arrumao e estado de conservao dasembalagens.

    Art. 42. Ao ter conhecimento de veculo trafegando em desacordocom o que preceitua este Regulamento, a autoridade com jurisdio sobre a via

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    dever ret-lo imediatamente, liberando-o s apssanada a infrao, podendo,se necessrio, determinar:

    I a remoo do veculo para local seguro, podendo autorizar o seudeslocamento para local onde possa ser corrigida a irregularidade;

    II o descarregamento e a transferncia dos produtos para outroveculo ou para local seguro;

    III a eliminao da periculosidade da carga ou a sua destruio,sob a orientao do fabricante ou do importador do produto e, quando possvel,com a presena do representante da seguradora.

    1 As providncias de que trata este artigo sero adotadas emfuno do grau e natureza do risco, mediante avaliao tcnica e, sempre quepossvel, acompanhamento do fabricante ou importador do produto,contratante, expedidor, transportador, representante da Defesa Civil e de rgodo meio ambiente.

    2 Enquanto retido, o veculo permanecer sob a guarda daautoridade, sem prejuzo da responsabilidade do transportador pelos fatos quederam origem reteno.

    Capitulo VIDAS INFRAES E PENALIDADES

    Art. 43. A inobservncia das disposies deste Regulamento einstrues complementares referentes ao transporte de produto perigososujeita o infrator a:

    I multa at o valor mximo de cem Obrigaes do TesouroNacional - OTN;

    II cancelamento do registro de que trata a Lei n. 7.092, de 19 deabril de 1983.

    1 A aplicao da multa compete autoridade com jurisdiosobre a via onde a infrao foi cometida.

    2 Ao infrator passvel de multa assegurada defesa, previamenteao recolhimento desta, perante a autoridade com jurisdio sobre a via, noprazo de trinta dias, contados da data da autuao.

    3 Da deciso que aplicar a penalidade de multa, cabe recursocom efeito suspensivo, a ser interposto na instncia superior do rgoautuante, no prazo de trinta dias, contados da data em que o infrator fornotificado, observados os procedimentos peculiares a cada rgo.

    4 A aplicao da penalidade de cancelamento no RegistroNacional dos Transportadores Rodovirios - RTB compete ao Ministro dosTransportes, mediante proposta justificada do DNER ou da autoridade comjurisdio sobre a via.

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    5 O infrator ser notificado do envio da proposta de que trata opargrafo anterior, bem assim dos seus fundamentos, podendo apresentardefesa perante o Ministro dos Transportes no prazo de trinta dias.

    6 Da deciso que aplicar a penalidade de cancelamento deregistro no RTB cabe pedido de reconsiderao a ser interposto no prazo de

    trinta dias, contados da data da notificao do infrator. 7 Para o efeito de averbao no registro do infrator as

    autoridades com jurisdio sobre as vias comunicaro ao DNER aspenalidades aplicadas em suas respectivas jurisdies

    Art. 44. As infraes punidas com multa classificam-se, de acordocom a sua gravidade, em trs grupos:

    I Primeiro Grupo as que sero punidas com multa de valorequivalente a 100 OTN;

    II Segundo Grupo as que sero punidas com multa de valorequivalente a 50 OTN; e

    III Terceiro Grupo - as que sero punidas com multa de valorequivalente a 20 OTN;

    1 Na reincidncia especfica, a multa ser aplicada em dobro.

    2 Cometidas, simultaneamente, duas ou mais infraes denatureza diversa, aplicar-se-o, cumulativamente, as penalidadescorrespondentes a cada uma.

    Art. 45. Ao transportador sero aplicadas as seguintes multas:

    I Primeiro Grupo, quando:

    a) transportar produto cujo deslocamento rodovirio seja proibidopelo Ministrio dos Transportes;

    b) transportar produto perigoso a granel que no conste doCertificado de Capacitao;

    c) transportar produto perigoso a granei em veculo desprovido deCertificado de Capacitao vlido;

    d) transportar, juntamente com produto perigoso, pessoas, animais,alimentos ou medicamentos destinados ao consumo humano ouanimal, ou, ainda, embalagens destinadas a estes bens; e

    e) transportar produtos incompatveis entre si, apesar de advertidopelo expedidor;

    II Segundo Grupo, quando:

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    a) no der manuteno ao veculo ou ao seu equipamento;

    b) estacionar ou parar com inobservncia ao preceituado no art. 14;

    c) transportar produtos cujas embalagens se encontrem em mscondies;

    d) no adotar, em caso de acidente ou avaria, as providnciasconstantes da Ficha de Emergncia e do Envelope para oTransporte; e

    e) transportar produto a granel sem utilizar o tacgrafo ou noapresentar o disco autoridade competente, quando solicitado:

    III Terceiro Grupo, quando:

    a) transportar carga mal estivada;

    b) transportar produto perigoso em veculo desprovido de

    equipamento para situao de emergncia e proteo individual;

    c) transportar produto perigoso desacompanhado de Certificado deCapacitao para o Transporte de Produtos Perigosos a Granel(art. 22, I);

    d) transportar produto perigoso desacompanhado de declarao deresponsabilidade do expedidor (art. 22, II, "c"), aposta noDocumento Fiscal;

    e) transportar produto perigoso desacompanhado de Ficha deEmergncia e Envelope para o Transporte (art. 22, III);

    f) transportar produto perigoso sem utilizar, nas embalagens e noveculo, rtulos de risco e painis de segurana em bom estado ecorrespondentes ao produto transportado;

    g) circular em vias pblicas nas quais no seja permitido o trnsitode veculos transportando produto perigoso; e

    h) no dar imediata cincia da imobilizao do veculo em caso deemergncia, acidente ou avaria.

    Pargrafo nico. Ser cancelado o registro do transportador que, no

    perodo de doze meses, for punido com seis multas do Primeiro Grupo.Art. 46. Ao expedidor sero aplicadas as seguintes multas.

    I Primeiro grupo, quando:

    a) embarcar no veculo produtos incompatveis entre si:

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    b) embarcar produto perigoso no constante do Certificado deCapacitao do veculo ou equipamento ou estando esseCertificado vencido;

    c) no lanar no Documento Fiscal as informaes de que trata oitem II do art. 22;

    d) expedir produto perigoso mal acondicionado ou com embalagensem ms condies; e

    e) no comparecer ao local do acidente quando expressamenteconvocado pela autoridade competente (art. 25);

    II Segundo Grupo, quando:

    a) embarcar produto perigoso em veculo que no disponha deconjunto de equipamentos para situao de emergncia eproteo individual;

    b) no fornecer ao transportador a Ficha de Emergncia e oEnvelope para o Transporte;

    c) embarcar produto perigoso em veculo que no esteja utilizandortulos de risco e painis de segurana, afixados nos locaisadequados;

    d) expedir carga fracionada com embalagem externa desprovida dosrtulos de risco especficos;

    e) embarcar produto perigoso em veculo ou equipamento que noapresente adequadas condies de manuteno; e

    f) no prestar os necessrios esclarecimentos tcnicos emsituaes de emergncia ou acidentes, quando solicitado pelasautoridades.

    Art. 47. A aplicao das penalidades estabelecidos nesteRegulamento no exclui outras previstas em legislao especfica, nemexonera o infrator das cominaes civis e penais cabveis.

    Captulo VIIDAS DISPOSICSES GERAIS

    Art. 48. Para a uniforme e generalizada aplicao desteRegulamento e dos preceitos nele estabelecidos, o Ministrio dos Transportesestimular a cooperao com rgos e entidades pblicas ou privadasmediante troca de experincias, consultas e execuo de pesquisas, com afinalidade, inclusive, de complementao ou alterao deste Regulamento.

    Art. 49. Integram o presente Regulamento, como Anexos, as NBR-7500, NBR-7503, NBR-7504, NBR-8285 e NBR-8286.

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    Art. 50. da exclusiva competncia do Ministro dos Transportes:

    I estabelecer, quando as circunstncias tcnicas o exijam, medidasespeciais de segurana no transporte rodovirio, inclusive determinaracompanhamento tcnico especializado;

    II proibir o transporte rodovirio de cargas ou produtosconsiderados perigosos que no devam transitar por, vias pblicas,determinando, em cada caso, a modalidade de transporte mais adequada;

    III dispensar, no todo ou em parte, a observncia desteRegulamento quando, dada a quantidade de produtos perigosos a seremtransportados, a operao no oferea riscos significativos.

    Art. 51. compete ao transportador a contratao do segurodecorrente da execuo do contrato de transporte de produto perigoso.

    Art. 52. Aplica-se o presente Regulamento ao transporteinternacional de produto perigoso em territrio brasileiro, observadas, no quecouber, as disposies constantes de acordos, convnios ou tratadosratificados pelo Brasil.