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Defesa dos Trabalhadores  “Há mais de um séc ulo um grande poeta se dirigiu ‘Aos Homens da Inglaterra’. Seu poema pode servir como um sumário (...) sobre as condições que se seguiram à Revolução Industrial e reação dos trabalhadores a tais condições:  Homens da Inglaterra, por que arar para os senhores que vos mantêm na miséria? Por que tecer com esforço e cuidado as ricas roupas que vossos tiranos vestem? Por que alimentar, vestir e poupar do berço até o túmulo, esses parasitas ingratos que exploram vosso suor  ah, que bebem vosso sangue? Por que, abelhas da Inglaterra, forjar muitas armas, cadeias e açoites para que esses vagabundos possam desperdiçar o produto forçado de vosso trabalho? Tendes acaso ócio, conforto, calma, abrigo, alimento, o bálsamo gentil do amor? Ou o que é que comprais a tal preço com vosso sofrimento e com vosso temor?  A semente que semeais, outro colhe. A riqueza que descobris, fica com outro. As roupas que teceis, outro veste. As armas que forjais, outro usa. Semeai  mas que o tirano não colha. Produzi riqueza  mas que o impostor não a guarde. Tecei roupas  mas que o ocioso não as vista. Forjai armas  que usareis em vossa defesa.  Fonte: Poema de Shelley citado em Huberman, Leo, História da Riqueza do Homem, Zahar Editores, 17ª ed. 

Defesa Dos Trabalhadores

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texto que defende ideias sobre a mobilização trabalhista e so on and so on

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7/17/2019 Defesa Dos Trabalhadores

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Defesa dos Trabalhadores 

 “Há mais de um século um grande poeta se dirigiu ‘Aos Homens da Inglaterra’. Seupoema pode servir como um sumário (...) sobre as condições que se seguiram àRevolução Industrial e reação dos trabalhadores a tais condições: 

Homens da Inglaterra, por que ararpara os senhores que vos mantêm na miséria?Por que tecer com esforço e cuidadoas ricas roupas que vossos tiranos vestem?Por que alimentar, vestir e poupardo berço até o túmulo,esses parasitas ingratos queexploram vosso suor – ah, que bebem vosso sangue? 

Por que, abelhas da Inglaterra, forjarmuitas armas, cadeias e açoitespara que esses vagabundos possam desperdiçaro produto forçado de vosso trabalho?Tendes acaso ócio, conforto, calma,abrigo, alimento, o bálsamo gentil do amor?Ou o que é que comprais a tal preçocom vosso sofrimento e com vosso temor? 

A semente que semeais, outro colhe.A riqueza que descobris, fica com outro.As roupas que teceis, outro veste.As armas que forjais, outro usa.Semeai – mas que o tirano não colha.Produzi riqueza – mas que o impostor não a guarde.Tecei roupas – mas que o ocioso não as vista.Forjai armas – que usareis em vossa defesa.

 

Fonte: Poema de Shelley citado em Huberman, Leo, História da Riqueza do Homem,Zahar Editores, 17ª ed.