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  • Pedagogia do Futsal | www.pedagogiadofutsal.com.br Wilton Carlos de Santana

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    Treinamento Defesa de linha-goleiro: a tarefa ttica do lado fraco Wilton Carlos de Santana Professor Centro de Educao Fsica e Esporte da Universidade Estadual de Londrina (PR), Brasil Para enfrentar o jogo de linha-goleiro, isto , quando o ataque se posiciona com um jogador a mais na quadra ofensiva (5x4), as equipes tm optado por marcaes zonais. O desenho mais comum a criao de trs linhas defensivas, o que ficou conhecido como "defesa em losango". Esse desenho, ao oferecer mais linhas defensivas, tende a superar a "defesa em quadrado", que oferece duas linhas. Mas isso diferente de dizer que aquela superior esta. Defesa boa a que funciona, certo? Neste texto explicarei, sobretudo, a tarefa ttica defensiva do lado fraco contra o linha-goleiro. Vamos l. Em particular, as linhas defensivas se recompem para proteger a meta. Tudo funciona segundo o posicionamento da bola em trs situaes: (1) com a bola no centro; (2) com a bola na lateral e em cima; (3) com a bola no fundo da quadra. Com a bola no centro (figura 1), a 1 linha defensiva formada pelo jogador mais adiantado (cabea do losango ou "homem de descanso"). A 2 linha defensiva formada pelos alas. A 3 linha pelo fixo ou defensor mais recuado. No seria errneo adicionar a informao de que o goleiro forma a 4 linha defensiva, porque ele tambm ativo no sistema.

    Figura 1 As trs linhas defensivas do losango A funo da 1 linha impedir o chute frontal. Enquanto a 2 linha procura fechar as trajetrias de passe entre quem tem a bola e os atacantes do fundo (figura 2).

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    Figura 2 Atribuies primrias da 1 e 2 linha defensiva A 3 linha defensiva acionada quando a bola chega ao fundo da quadra (figura 3).

    Figura 3 A 3 linha defensiva acionada Exatamente neste momento entra o que considero a tarefa mais difcil de ser realizada pelo defensor da 2 linha defensiva (em destaque), isto , pelo ala oposto ao local em que est a bola, que consiste em se deslocar para o centro e para baixo, fazendo a cobertura do jogador da 3 linha defensiva que, agora, foi acionado e aborda o atacante de posse da bola. Com a bola na lateral e em cima, ele tem de fazer o mesmo (figura 4).

    Figura 4 Cobertura do ala oposto, que virou fixo

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    A tarefa ttica de cobrir espaos na defesa facilitada pelo jogador da 1 linha, que ao impedir que a bola atravesse a quadra de uma lateral para outra, confere tempo aos jogadores localizados na ala oposta ao local para aonde a bola ser passada de se deslocarem (figura 5).

    Figura 5 Jogador da 1 linha defensiva impede a bola de atravessar de uma ala para outra O fato que se a bola atravessar de uma lateral para outra, obrigar os dois jogadores mais afastados da bola a percorrem um espao maior para recompor a defesa, o que pode levar o sistema ao desequilbrio. O antdoto contra a superioridade numrica o equilbrio posicional. No fundo, o que se quer se mexer o menos possvel na defesa; apenas o suficiente.

    Figura 6 Jogadores do lado oposto bola percorrero maior espao (setas maiores) Um modo de ensinarmos a relevncia do lado oposto para o bom funcionamento do sistema dividir a quadra defensiva em duas grandes reas ou zonas. Por um lado, a zona forte; por outro, a zona fraca. A forte a que a bola se encontra; por onde a equipe recebe o ataque. para l que devem ir os jogadores posicionados na zona fraca. O lado fraco a zona em que a bola no est e, portanto, que deve ser esvaziada.

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    Observe na figura 7 que a bola est no fundo da quadra. O jogador da 3a linha defensiva caminha para abordar quem tem a bola; o ala oposto j est posicionado na zona forte. Perceba a concentrao de jogadores no lado atacado pelo adversrio (zona forte).

    Figura 7 Zonas ou reas defensivas: forte e fraca Observe na figura 8 onde est a bola e o bom posicionamento dos jogadores em destaque, que saram da zona fraca para a forte e se encontram onde tem de estar para proteger a sua meta. Embora para ambos os jogadores localizados no lado oposto onde se encontra a bola essa tarefa seja, igualmente, importante, ser mais difcil para o jogador da 2 linha defensiva (destaque em verde) do que para o da 1 linha ( em vermelho), porque o ala oposto tem de percorrer um espao maior de quadra.

    Figura 8 Bom posicionamento do lado oposto

    Fique atento a esses detalhes tticos. Caso contrrio, o sistema defensivo no funcionar bem nesse momento do jogo. Pode ter certeza.

    Para treinar isso, sugiro situaes prximas da realidade de jogo, ou seja, que envolvam o desenho

    ofensivo com vantagem numrica e a necessidade de os jogadores ajustarem seus movimentos. preciso,

    portanto, que todos pensem o mesmo nas trs situaes: (1) quando a bola est no centro; (2) quando est na

    lateral e em cima e (3) quando est na lateral e no fundo da quadra. O treinador precisa criar essa

    regularidade ttica.