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1 DEGENERAÇÃO DEGENERAÇÃO Patologia básica

Degeneração

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PATOLOGIA

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DEGENERAÇÃODEGENERAÇÃO

Patologia básica

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INTRODUÇÃOINTRODUÇÃO

Estímulo lesivo: aparecimento de respostas celulares:

Adaptação Degeneração Morte celular (necrose)

As respostas celulares à um estímulo seguem 

duas vias: Regressão celular  Crescimento celular

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Enquanto algumas alterações degenerativas 

constituem alterações funcionais temporárias ou adaptações, outras são graves e implicam na progressão em direção da morte celular.

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CONCEITOCONCEITO

Literalmente: deterioração (célula doente ou moribunda)

Alteração regressiva das células e tecidos, caracterizada pela anormalidade na sua função e estrutura.

Degeneração celular consiste em alterações morfológicas e funcionaiscelulares, considerada reversível onde

ocorre o acúmulo de substâncias como água e gordura no citoplasma.

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NOMENLATURANOMENLATURA

Sufixo OSE - lesões degenerativas: Nefrose Artrose Osteocondrose

Paciente, 58 anos, com acentuada lesão degenerativa: artrose.

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PADRÕES DE DEGENERAÇÃO PADRÕES DE DEGENERAÇÃO CELULARCELULAR

As alterações degenerativas são encontradas nas três respostas celulares básicas:1.Alterações do balanço hidro-eletrolítico (edema

celular).2.Sobrecarga de produtos catabólicos

(glicogênio, lipídeos e proteínas).3.Acúmulo de produtos complexos não degradá-

veis (alterações no processamento/ excreção celular): pigmentos, minerais e subst.exógenas.

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ACÚMULO DE ÁGUAACÚMULO DE ÁGUA

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DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA/ EDEMA DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA/ EDEMA CELULARCELULAR Termo utilizado para descrever o edema das células. O

edema celular é a resposta mais comum e importante às agressões celulares e a primeira manifestação de quase todas as formas de injúria celular.

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DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA/ EDEMA DEGENERAÇÃO HIDRÓPICA/ EDEMA CELULARCELULAR

Como principal conseqüência ocorre a perda do controle da entrada de água no interior da célula e aumento do volume celular.

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O EDEMA CELULAR AGUDO É A EXPANSÃO DO VOLUME CELULAR DEVIDO À PERDA DO CONTROLE DA ENTRADA DA ÁGUA

Em relação à patogenia do edema celular agudo, o evento básico subjacente à todas as formas de edema, ocorre na superfície celular. A membrana plasmática torna-se permeável, o sódio (Na+) e o cálcio (Ca++) entram na célula, o potássio (K+) é perdido e a água entra na célula, diluindo o citoplasma.

Para causar o edema celular, uma substância nociva deve possuir a capacidade de lesar a barreira representada pela membrana plasmática, a qual controla o transporte de água e eletrólitos na superfície celular; a injúria pode ser direta ou indireta,inibindo os processos metabólicos dos quais a membrana  depende para a manutenção de sua integridade.

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MORFOLOGIA DO EDEMAMORFOLOGIA DO EDEMAMacroscopicamenteMacroscopicamente

Palidez,

Aumento de turgor, e do peso do órgão.

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MORFOLOGIA DO EDEMAMORFOLOGIA DO EDEMAMicroscopicamenteMicroscopicamenteAumento do volume celular (limites celulares pouco nítidos), 

Citoplasma aparentemente inchado e 

turvo, 

Núcleos deslocados para periferia 

celular, 

Alterações nucleolares 

(hipercromatose, picnose, cariólise ou cariorrexe) e, 

em estágios mais avançados o apare-cimento de vacúolo citoplasmáticos.

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ACÚMULO DE ACÚMULO DE METABÓLITOSMETABÓLITOS

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ACÚMULO DE METABÓLITOSACÚMULO DE METABÓLITOS

O acúmulo de quantidades anormais de várias substâncias (água, lipídeos,proteínas,carboi-dratos,minerais, pigmento,produtos infecciosos) cons-titui uma das manifesta-ções celulares de perturbação metabólica na patologia.

Tipos de degeneração e infiltração: em A, vemos uma alteração hídrica; em B, alteração lipídica; em C, uma infiltração de natureza protéica e em D, uma degeneração protéica.

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SUBTÂNCIAS SUBTÂNCIAS ARMAZENADASARMAZENADAS

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As substâncias armazenadas classificam-se em 3 categorias:

1. Constituinte celular normal acumulado em excesso;

2. Acúmulo de substância anormal endógena ou exógena e,

3. Um pigmento ou produto infeccioso.

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Os acúmulos intracelulares anormais, podem ser divididos em três tipos gerais:

1. Uma substância endógena normal é produzida em uma velocidade normal ou aumentada, mas a velocidade do metabolismo é inadequada para removê-la, como ocorre por exemplo, na metamor-

fose gordurosa no fígado, o acúmulo intracelular de triglicerídeos.

Retardo metabólico!

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2. Uma substância endógena normal ou anormal acumula-se porque ela não pode ser metabolizada ou é depositada intracelularmente sob forma amorfa ou filamentosa, como nas doenças de armazenamento.

3. Uma substância exógena anormal é depositada e  acumula-se devido à ineficiência celular para degradar a

substância ou transportá-la para outros locais, como por exemplo o acúmulo de partículas de

  carvão, sílica e inclusões virais.

Não é metabolizada!

Substância anormal acumula-se na célula!

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TIPOS DE DEGENERAÇÃOTIPOS DE DEGENERAÇÃO

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ESTEATOSE (Metamorfose gordurosa)ESTEATOSE (Metamorfose gordurosa)

Acúmulo anormal de triglicerídeos dentro de cé-lulas parenquimatosas, frequëntemente visto no fígado, podendo ocorrer também no coração, músculos e rins.

O termo metamorfose gordurosa substitui outros termos 

mais antigos,como degeneração gordurosa ou infiltração gordurosa.

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Etiologia: toxinas, subnutrição protéica, diabetes mellitus, obesidade, anóxia (ausência de O2) e alcoolismo crônico.

Alimentar, anóxia ou tóxica

Mecanismo normal: Os lipídeos são transportados para o fígado do tecido adiposo e dieta. Do tecido adiposo , eles são liberados e transportados como ácidos livres e, da dieta, ou como quilomícrons ou ácidos graxos livres.

Os AGL (ácidos graxos livres) entram na célula hepática e a maioria é esterificada em triglicerídeos, enquanto outrossão convertidos em colesterol, incorporados em fosfolipídeos ou 

oxidados nas mitocôndrias em corpos cetônicos1.

Alguns ácidos graxos são sintetizados a partir do acetato dentro do fígado. Para ser excretado pelo fígado, o triglicerídeo deve formar um complexo com moléculas específicas de proteínas, chama-das “proteínas aceptoras de lipídeos” para formar lipoproteínas.

1Três substâncias que são produtos derivados da quebra dos ácidos graxos para fornecer energia:  acetoacetato, beta-hidroxibutirato e acetona.

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Patogenia: vários mecanismos podem contribuir para o acúmulo de triglicerídeos no fígado, desde que ocorram defeitos em qualquer um dos eventos na seqüência desde a entrada de ácidos graxos até a saída de lipoproteínas. Vários destes defeitos são induzidos pelo álcool, por alterações nas funções mitocondriais e microssomais; o CCl4 e a subnutrição protéica, atuam diminuindo a síntese de proteínas aceptoras de lipídeos; a anóxia inibe a oxidação de ácidos graxos e a inanição1 aumenta a mobilização de tecido adiposo e, portanto, a síntese de triglicerídeos.

1 Estado de extremo enfraquecimento – por falta de alimento ou por não digerí-lo.

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Mecanismos básicos da esteatose(1) Entrada excessiva de AGL para o fígado

(jejum prolongado, uso excessivo de corticosteróides, diabetes mellitus);

(2) Aumento na síntese de AGL e

(3) Diminuição na oxidação dos AGL (hipóxia devido à ICC crônica e/ou hipertensão);

(4) Aumento na concentração de glicerofosfatos(alimentação rica em carboidratos e alcoolismo);

(5) Redução na síntese de proteínas(CCl4, fósforo, má nutrição e aflatoxinas) e

(6) Secreção de lipoproteínas prejudicada no fígado.

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CONSEQUÊNCIAS DA ESTEATOSECONSEQUÊNCIAS DA ESTEATOSE

As conseqüências dependerão da causa e da gravidade do acúmulo: quando branda,ela pode não ter nenhum efeito

sobre o funcionamento celular, quando severa, pode prejudicar o

funcionamento celular e,

 a menos que algum processo intracelular vital esteja irreversivelmente prejudicado (CCl4), a metamorfose gordurosa em si é reversível.

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ALTERAÇÕES MACRO E MICROALTERAÇÕES MACRO E MICRO

As alterações macroscópicas no fígado: incluem além do aumento do volume do órgão, aumento do peso e coloração amarelada, podendo até em casos mais graves mostrar-se como um órgão amarelo

brilhante, mole e gorduroso; pode ocorrer aflutuação do fragmento quando imerso em água.

Microscopicamente: a metamorfose gordurosa começa com: o desenvolvimento de diminutas inclusões

(lipossomos) delimitadas por membranas intimamente aderidas ao retículo endoplasmático,

surgem pequenos vacúolos de gordura no citoplasma ao redor do núcleo e, a medida que o processo progride,

o vacúolo cresce, criando espaços claros que deslocam o núcleo para a periferia da célula; ocasionalmente, células contíguas se rompem, formando portanto, cistos gordurosos.

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No coração, a esteatose pode ser visualizada de forma difusa (hipóxia mais profunda), onde o órgão encontra-se totalmente flácido e amarelado ou, de forma alternada (hipóxia moderada prolongada), quando a esteatose atinge apenas alguns feixes de fibras musculares, crian-do faixas grosseiras no miocárdio amarelado alternado com faixas mais escuras, vermelho-amarronzadas, não envolvendo o miocárdio (coração tigrado).

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HIALINIZAÇÃO (Degeneração hialina)HIALINIZAÇÃO (Degeneração hialina)

Os excessos de proteínas dentro das células, suficientes para causar acúmulos morfologicamente visíveis são menos comuns do que o acúmulo de lipídeos; eles apresentam-se como vacúolos ou massas arredondadas de gotículas eosinófilas1.

1 Vários astrócitos neoplásicos apresentavam no citoplasma material hialino refringente na forma de gotículas fortemente eosinófilas.

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Como exemplos, encontramos as gotículas de reabsorção nos túbulos proximais renais (doenças renais com vazamento de pro-teínas na filtração glomerular e subseqüente passagem para os túbulos proximais, onde são reabsorvidas por células epiteliais), imunoglobulinas em plasmócitos (produção de inclusões chamadas corpúsculos de Russel, pelo retículo endoplasmático) e alfa 1 -antitripsina em células hepáticas.

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O termo “hialino” é amplamente usado como um termo histológico descritivo, e não como um marcador específico de lesão celular.

Refere-se à uma alteração dentro das células ou no espaço extracelular, que confere um aspecto homogêneo, vítreo erosado, nos cortes histológicos rotineiros corados com hematoxilina-eosina.

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Hialinização intracelularHialinização intracelular

1.Glóbulos hialinos nas células epiteliais dos túbulos proximais do rim;

2.Depósitos hialinos em plasmócitos: infecções crônicas e virais e,

3.Cirrose hepática de origem nutricional: alcoólatras crônicos.

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Hialinização extracelularHialinização extracelular

1.Tecido fibroso colágeno em antigas cicatrizes;

2.Parede de arteríolas (pp/e. rim): hipertensão de longa duração e diabetes mellitus extravasamento de proteína do plasma e depósito membrana basal;

3.Hialinização do glomérulo renal: injúria renal crônica, e;

4.Algumas neoplasias: leiomiomas.

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Exemplo: formação glomerularExemplo: formação glomerular

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 Alteração hialina de Mallory: material grumoso hialino (homogêneo e eosinófilo) no citoplasma de hepatócitos, geralmente visualisável em meio aos vacúolos lipídicos. Resulta da condensação de filamentos do citoesqueleto por ação tóxica do álcool. A alteração hialina de Mallory geralmente é observada em ingesta recente e intensa de álcool. 

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DEGENERAÇÃO GLICOGÊNICADEGENERAÇÃO GLICOGÊNICA

Depósitos intracelulares excessivos de glicogênio são vistos em pacientes com uma anomalia ou de metabolismo da glicose ou do glicogênio; as massas de glicogênio aparecem como vacúolos claros dentro do citoplasma.

O glicogênio é melhor preservado em fixadores não aquosos, como o álcool absoluto e a coloração com carmin de Best ou a reação de PAS, conferem uma cor rosa-violeta ao glicogênio.

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O diabetes mellitus é o principal exemplo de um distúrbio do metabolismo da glicose. Nesta doença, o glicogênio é encontrado nas células epiteliais das porções distais dos túbulos contornados proximais, dentro das células hepáticas, células beta das ilhotas de Langerhans e células musculares cardíacas.

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ACÚMULO DE PIGMENTOSACÚMULO DE PIGMENTOS

Os pigmentos são substâncias coloridas, algumas constituintes normais das células (melanina), enquanto outras são anormais, acumulando-se nas células apenas em circunstâncias especiais; podem ser exógenos ou endógenos (lipofuscina, melanina e alguns derivados da hemoglobina).

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LIPOFUSCINALIPOFUSCINA

A lipofuscina é um pigmento insolúvel, também conhecido como lipocromo ou pigmentos de desgaste ou de envelhecimento, composta de polímeros de lipídeos e fosfolipídeos conjugados à proteínas, sugerindo que sejam derivados de peroxidação lipídica.

 Não é lesiva à célula ou suas funções e sua importância está relacionada ao fato de ser um indicativo de lesões por radicais livres e peroxidação de lipídeos.

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O termo é derivado do latim (fuscus= marrom), e portanto, nos cortes de tecidos,ela aparece como sendo um fino pigmento intracitoplasmático finamente granular,em geral perinuclear, de coloração marrom-amarelada; é vista nas células que estão sofrendo alterações regressivas lentas, particularmente proeminente no fígado e coração de pacientes idosos ou pacientes com grave subnutrição e caquexia do câncer; geralmente acompanhada de diminuição do órgão (atrofia parda).

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CARVÃOCARVÃO

É o pigmento exógeno mais comum, poluente do ar na vida urbana que quando inalado, é captado pelos macrófagos dentro dos alvéolos e transportado pelos canais linfáticospara os linfonodos regionais, escurecendo os  tecidos pul-monares (ANTRACOSE) e os linfonodos envolvidos.

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Em operários de minas de carvão e pessoas que vivem em ambientes muito poluídos, os agregados de partículas de carvão podem induzir à formação de uma reação fibroblástica ou mesmo enfisema, causando uma doença grave, conhecida como pneumoconiose dos trabalhadores de carvão.

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A tatuagem é uma forma de pigmentação localizada e exógena da pele. Os pigmentos inoculados são fagocitados por macrófagos dérmicos,

nos quais residem pelo resto da vida da pessoa.

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MELANINAMELANINA A melanina (grego

=melas, negro) é um derivado não hemoglobínico endógeno,sendo um pigmento marrom-enegrecido, formado quando a enzima tirosinas e catalisa a oxidação de tirosina em diidroxifenilalanina nos melanócitos.

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HEMOSSIDERINAHEMOSSIDERINA

É um pigmento derivado da hemo-globina, de cor amarelo-dourada a marrom,granular ou cristalino, forma na qual o ferro é estocado nas células.. Este é normalmente levado por proteínas de transporte, as transferrinas.

Quando houver um excesso local ou sistêmico de ferro, a ferritina forma grânulos de hemossiderina, que são facilmente vistos ao microscópio óptico.

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Os excessos de ferro fazem com que a hemossiderina se acumule dentro das células-(HEMOSSIDEROSE), seja como um processo localizado (resultantes de grandes hemorragias) ou sistêmico (aumento de absorção de ferro dietético, distúrbios no uso do ferro, anemias hemolíticas e transfusões sanguíneas).

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CONTUSÃO COMUMCONTUSÃO COMUM

Após a hemorragia local, a área é inicialmente vermelho-azulada; com a lise dos eritrócitos a hemoglobina transforma-se em hemossiderina,sendo o reflexo de tais transformações as mudanças de cor da lesão, um. A cor original vermelho-azulada da hemoglobina é transformada em tons variados de verde-azulado, pela formação local de biliverdina (bile verde), então em bilirrubina (bile vermelha), e em seguida a fração de ferro da hemoglobina é depositada como hemossiderina amarelo-dourado.

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Morfologicamente: o pigmento apresenta-se de forma grosseira, granular, dourado,no citoplasma da célula.

Na hemossiderose sistêmica, é encontrado inicialmente nos fagócitos mononucleares do fígado, medula óssea, baço e linfonodos, e disperso em macrófagos em outrosórgãos como pele, pâncreas e rins. Com o acúmulo pro-gressivo, as células parenquimatosas por todo o corpo ficam pigmentadas; o ferro pode ser visualizado nos tecidos pela reação histoquímica de azul-da-prússia.

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Na maioria dos casos de hemossiderose sistêmica, o pigmento não danifica as células parenquimatosas ou prejudica o funcionamento do órgão; entretanto na hemocromatose (acúmulo extremo de ferro), ocorre um dano hepático e pancreático, resultando em fibrose hepática, insuficiência cardíaca e diabetes mellitus.

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BILIRRUBINABILIRRUBINA

É o principal pigmento normal encontrado na bile; derivada da hemoglobina, mas não contém ferro; sua formação e excreção são vitais para a saúde, e a icterícia é um distúrbio clínico comum devido ao excesso deste pigmento dentro das células e tecidos.

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A bilirrubina dentro das células e tecidos é visível morfologicamente apenas quando o paciente está muito ictérico por algum período de tempo, e apesar do pigmento estar distribuído por todos os tecidos e líquidos do corpo, os acúmulos são mais evidentes no fígado e rins.

Apresenta-se como um depósito mucóide, marrom-esverdeado a negro, globular e amorfo, dentro dos sinusóides biliares, células de Kupffer e hepatócitos, particularmente nas doenças causadas por obstrução da saída de bile (câncer de ducto biliar e pâncreas).

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CALCIFICAÇÃO PATOLÓGICACALCIFICAÇÃO PATOLÓGICA

É o depósito anormal de sais de cálcio, com menores quantidades de ferro, magnésio e outros sais minerais; pode ocorrer em células inviáveis ou que estão morrendo (CALCIFICAÇÃO DISTRÓFICA) ou em tecidos vitais

  (CALCIFICAÇÃO METASTÁTICA).

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A patogenia é um mecanismo complexo, ainda não totalmente esclarecido, mas sabe-se que a via final comum é a formação cristalina de fosfato de cálcio mineral sob a forma de apatita, em um processo que tem duas fases : iniciação e propagação. 1. iniciação → extracelular em vesículas delimitadas,

derivadas de células velhas ou degeneradas (afinidade do Ca pelos fosfolipídeos) ou intracelular nas mitocôndrias de células mortas ou que estão morrendo, e que acumulam cálcio.

2.propagação → dependente da [ ] de Ca++ e PO4, presença de inibidores minerais e da presença de colágeno.

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Morfologicamente: os sais de cálcio têm um aspecto basofílico, amorfo, granular, podendo às vezes, apresentar-se em grumos (aglomerados), ao microscópio óptico com a coloração usual de hematoxilina-eosina;

Macroscopicamente: aparecem grânulos ou grumos esbranquiçados finos, à palpação sentidos como depósitos arenosos, e ao corte a “faca range”.

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A calcificação distrófica ocorre em tecidos não viáveis ou mortos; em áreas de necrose; é inevitável 

nos ateromas de aterosclerose avançada e nas válvulas cardíacas envelhecidas ou danificadas.

Embora possa ser apenas um sinal de injúria celular prévia, é freqüentemente a causa de disfunção do órgão.

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A calcificação metastática ocorre em tecidos normais, sempre que houver uma hipercalcemia (hiperparatireoidismo, intoxicação  por vitamina D, sarcoidose sistêmica, hipertireoidismo, tumores ósseos disseminados, doença de Addison e falha renal com retenção de fosfatos);

Pode estar localizada em todo o organismo,mas afeta principalmente os tecidos intersticiais dos casos sanguíneos, rins, pulmões e mucosa gástrica; inicia-se nas mitocôndrias e em geral não causam disfunções clínicas, exceto nos casos de envolvimento maciço dos pulmões (deficiên-cias respiratórias) e rins (nefrocalcinose).

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GOTA ÚRICAGOTA ÚRICA

Doença caracterizada pelos depósitos de cristais de ácido úrico nos tecidos, devido ao metabolismo anormal das purinas; pode estar associada a um aumento 

na produção de ácido úrico ou diminuição de sua excreção.

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Morfologicamente , desenvolvem-se massas brancas calcárias de ácido úrico nos tecidos, com deposição de cristais de urato ( agulhas), ≅circundados por uma intensa reação inflamatória (“Tofo gotoso”).

As principais conseqüências são artrites, cálculos renais e insuficiência renal.