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DELIMITAÇÃO DE ÁREAS DE INFLUÊNCIA NO SUL DE MINAS UTILIZANDO-SE O MODELO POTENCIAL EM SISTEMAS DIGITAIS JOSÉ FLÁVIO MORAIS CASTRO JOÃO FRANCISCO DE ABREU Introdução A revolução tecnológica, representada principalmente pela informática, tem provocado profundas transformações técnicas e metodológicas nas ciências em geral, e na geografia, em particular. Os recursos oferecidos atualmente, principalmente pelos Sistemas de Infor- mações Geográficas (SIG’s), pela Cartografia Digital, pela Estatística Multivariada e pelos Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD), têm proporcionado elevado nível de precisão, eficiência e rapidez na manipulação de grande volume de dados, para fins de Análise Espacial e de Representação Gráfica de Informações Espaciais. A utilização dos SIG’s nas pesquisas geográficas tem mostrado a eficiência destes sistemas como poderosos instrumentos de análise e síntese de informações espaciais, que envolvem manipulação e integração de grande volume de dados que se modificam e que devem ser atualizados em velocidade cada vez maior(Gerardi et al., 1991, p. 37). Apesar da eficiência dos SIG’s, surgem alguns problemas e dificuldades de ordem técnico-operacionais, relativas à estrutura de software, quando se pretende integrar dados do quadro sócio-econômico. Segundo Gerardi et al. (op. cit., p. 38), estes problemas e dificuldades são decorrentes da “natureza diversa desses dados e sua relação com as formas de representação que dominam a absoluta maioria dos SIG’s - raster ou vetorial. Os dados do quadro sócio-econômico (população, renda per capita, entre outros) são armazenados em Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD), como resultantes de levantamentos sistemáticos, desenvolvidos em intervalos regulares de tempo, dispostos na forma de tabelas e espacializados na forma de cartogramas coropléticos e isopléticos. A integração desses dados possibilita ava- liações e diagnósticos da evolução dos fenômenos no espaço e no tempo.

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DELIMITAÇÃO DE ÁREAS DE INFLUÊNCIA NO SUL DEMINAS UTILIZANDO-SE O MODELO POTENCIAL

EM SISTEMAS DIGITAIS

JOSÉ FLÁVIO MORAIS CASTROJOÃO FRANCISCO DE ABREU

Introdução

A revolução tecnológica, representada principalmente pela informática, temprovocado profundas transformações técnicas e metodológicas nas ciências emgeral, e na geografia, em particular.

Os recursos oferecidos atualmente, principalmente pelos Sistemas de Infor-mações Geográficas (SIG’s), pela Cartografia Digital, pela Estatística Multivariada epelos Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD), têm proporcionadoelevado nível de precisão, eficiência e rapidez na manipulação de grande volume dedados, para fins de Análise Espacial e de Representação Gráfica de InformaçõesEspaciais.

A utilização dos SIG’s nas pesquisas geográficas tem mostrado a eficiênciadestes sistemas como poderosos instrumentos de análise e síntese de informaçõesespaciais, que envolvem manipulação e integração de grande volume de dados“que se modificam e que devem ser atualizados em velocidade cada vez maior”(Gerardi et al., 1991, p. 37).

Apesar da eficiência dos SIG’s, surgem alguns problemas e dificuldades deordem técnico-operacionais, relativas à estrutura de software, quando se pretendeintegrar dados do quadro sócio-econômico. Segundo Gerardi et al. (op. cit., p. 38),estes problemas e dificuldades são decorrentes da “natureza diversa desses dadose sua relação com as formas de representação que dominam a absoluta maioriados SIG’s - raster ou vetorial”.

Os dados do quadro sócio-econômico (população, renda per capita, entreoutros) são armazenados em Sistemas de Gerenciamento de Banco de Dados (SGBD),como resultantes de levantamentos sistemáticos, desenvolvidos em intervalosregulares de tempo, dispostos na forma de tabelas e espacializados na forma decartogramas coropléticos e isopléticos. A integração desses dados possibilita ava-liações e diagnósticos da evolução dos fenômenos no espaço e no tempo.

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402 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

A pesquisa no Sul de Minas justifica-se pela localização estratégica emrelação ao Estado de Minas Gerais, à Região Sudeste e ao País, revelando grandecomplexidade sócio-econômica, seja pela população, pela renda per capita, entreoutros elementos; seja pela rede viária, por onde circula volume considerável decarga; seja pelo potencial turístico, tecnológico, industrial e agropecuário.

Uma região que, tradicionalmente, mantinha sua base econômica voltadapara os setores agrícolas e turísticos, e que, a partir da década de 70 e, com desta-que, na de 80, sofreu pesados investimentos em educação, ciência e tecnologia,constituindo-se em importante Pólo Tecnológico do Estado de Minas Gerais, repre-sentado pelos principais centros regionais como Poços de Caldas, Varginha, PousoAlegre e Itajubá e por cidades menores, como Santa Rita do Sapucaí, por exemplo.

Na definição destes pólos e, conseqüentemente, na delimitação das áreas deinfluência, recorreram-se aos métodos de regionalização, em particular, o ModeloPotencial, utilizando-se 12 variáveis sócio-econômicas, para 169 municípios queintegram o Sul de Minas, com base no Atlas do Desenvolvimento Humano noBrasil - 1970, 1980, 1991 (IPEA/FJP, 1998), organizadas na forma de indicadorespor blocos.

Estas variáveis foram reduzidas a scores, através dos recursos oferecidospela estatística multivariada, principalmente pela Análise de Componentes Princi-pais (ACP). Esses scores foram considerados como “massa” sócio-econômica naaplicação do modelo. Os scores obtidos na ACP sintetizaram, a partir da correlaçãoentre as variáveis, a Infra-Estrutura Sócio-Econômica da Região; já os potenciaisobtidos, além das polarizações inerentes ao modelo, ofereceram a tipologia e ahierarquia dos centros regionais, sugerindo prioridades para tomadas de decisões.

Caracterização Sócio-Econômica do Sul de MinasEntre as macrorregiões estratégicas econômicas definidas pela Secretaria de

Planejamento da Presidência da República (SEPLAN/PR), são quatro aquelas quese encontram em território mineiro (Fig. 1):

a) Macrorregião Estratégica Econômica Centro-Sudeste (base: porto de San-tos);

b) Macrorregião Estratégica Econômica Sudeste (base: porto de Sepetiba);c) Macrorregião Estratégica Econômica Centro-Leste (base: porto de Tuba-

rão);d) Macrorregião Estratégica Econômica Baixo Nordeste (base: porto de

Aratu).

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403Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

Figura 1 - Mapa de localização da área de estudo noEstado de Minas Gerais

Desta forma, adota-se como “recorte” espacial de estudo, parte daMacrorregião Estratégica Econômica Centro-Sudeste, ou Sul de Minas. O Sul deMinas localiza-se entre os paralelos 20º e 23º de latitude sul e os meridianos 44º e 47ºde longitude oeste. A região conta com 169 Municípios (Fig. 2).

A Macrorregião Estratégica Econômica Centro-Sudeste envolve o Eixo Fer-roviário Brasília-Santos e o Macroeixo Rodoviário Belo Horizonte-São Paulo. Estamacrorregião foi concebida, segundo a Fundação João Pinheiro (1995, p. 98) a partirda visão integrada de uma área portuária em São Paulo e de um conjunto de eixos detransporte, onde incluem-se rodovias, ferrovias e hidrovias. A área de abrangênciaeconômica desta macrorregião constitui-se do sul do Mato Grosso, norte e leste deMato Grosso do Sul, centro-sul de Goiás abrangendo até o leste da Bolívia. Osportos considerados em São Paulo são o de Santos e os futuros portos de SãoSebastião e Cubatão.

No contexto da estratégia de desenvolvimento regional e da criaçãodos eixos de transportes nas diversas áreas do país, Minas Gerais aparece com suasregiões Sul e Triângulo ligadas a este sistema portuário, através do MacroeixoRodoviário Belo Horizonte/São Paulo, representado pela Rodovia Fernão Dias, e doEixo Ferroviário Brasília/Santos (Fundação João Pinheiro, op. cit., p. 99).

0 126 252 Km

FONTE: SEPLAN/MG, Plano Multimodal de Transportes, 1994.ORGANIZAÇÃO: J. F. M. CASTRO

MAPA DAS MACRORREGIÕES ESTRATÉGICAS ECONÔMICASESTADO DE MINAS GERAIS

CENTRO-SUDESTE

SUDESTE

BAIXO NORDESTE

CENTRO-LESTE

EIXOS RODOVIÁRIOS

ÁREA DE ESTUDO

BELO HORIZONTEUBERABA

SÃO PAULO

RIO DEJANEIRO

BRASIL

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404 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

Figura 2 - Mapa de localização dos municípios no Sul de Minas

1. Aguanil2. Aiuruoca3. Alagoa4. Albertina5. Alfenas6. Alpinópolis7. Alterosa8. Andradas9. Andrelândia10. Arantina11. Arceburgo12. Areado13. Baependi14. Bandeira do Sul15. Boa Esperança16. Bocaina de Minas17. Bom Jardim de Minas18. Bom Jesus da Penha19. Bom Repouso20. Bom Sucesso21. Borda da Mata22. Botelhos23. Brasópolis24. Bueno Brandão25. Cabo Verde26. Cachoeira de Minas27. Caldas28. Camanducaia29. Cambui30. Cambuquira31. Campanha32. Campestre33. Campo Belo34. Campo do Meio

35. Campos Gerais36. Cana Verde37. Candeias38. Capetinga39. Capitólio40. Careaçu41. Carmo da Cachoeira42. Carmo da Mata43. Carmo de Minas44. Carmo do Rio Claro45. Carmópolis de Minas46. Carrancas47. Carvalhópolis48. Carvalhos49. Cássia50. Caxambu51. Claraval52. Conceição da Aparecida53. Conceição da Pedra54. Conceição do Rio Verde55. Conceição dos Ouros56. Congonhal57. Consolação58. Coqueiral59. Cordislândia60. Córrego do Bom Jesus61. Cristais 62. Cristina63. Cruzilia64. Delfim Moreira65. Delfinópolis66. Dom Viçoso67. Elói Mendes68. Espírito Santo do Dourado

73. Gonçalves74. Guapé75. Guaranésia76. Guaxupé77. Heliodora78. Ibiraci79. Ibitiúra de Minas80. Ibituruna81. Ijaci82. Ilicínea83. Inconfidentes84. Ingaí85. Ipuiúna86. Itajubá87. Itamogi88. Itamonte89. Itanhandu90. Itapeva91. Itaú de Minas92. Itumirim93. Itutinga94. Jacui95. Jacutinga96. Jesuânia

69. Estiva70. Extrema71. Fama72. Fortaleza de MInas

97. Juruaia98. Lambari99. Lavras100. Liberdade101. Luminárias102. Machado

103. Maria da Fé104. Marmelópolis105. Minduri106. Monsenhor Paulo107. Monte Belo108. Monte Santo de Minas109. Monte Sião110. Munhoz111. Muzambinho112. Natércia113. Nepomuceno114. Nova Divisa115. Nova Resende116. Olímpio Noronha117. Oliveira118. Ouro Fino119. Paraguaçu120. Paraisópolis121. Passa Quatro122. Passa Tempo123. Passa Vinte124. Passos125. Pedralva126. Perdões127. Piracema128. Piranguçu129. Piranguinho130. Poço fundo131. Poços de Caldas132. Pouso Alegre133. Pouso Alto134. Pratápolis135. Ribeirão Vermelho136. Santa Rita de Caldas

152. São Tomás de Aquino153. São Tomé das Letras154. São Vicente de Minas155. Sapucaí-Mirim156. Senador Amaral157. Senador José Bento158. Seritinga159. Serrania160. Serranos161. Silvianópolis162. Soledade de Minas163. Toledo164. Três Corações165. Três Pontas166. Turvolândia167. Varginha168. Venceslau Bras169. Virgínia

145. São João da Mata146. São José do Alegre147. São Lourenço148. São Pedro da União149. São Sebastião da Bela Vista150. São Sebastião do Paraíso151. São Sebastião do Rio Verde

137. Santa Rita do Sapucaí138. Santana da Vargem139. Santana do Jacaré140. Santo Antônio do Amparo141. São Bento Abade142. São Francisco de Paula143. São Gonçalo do Sapucaí144. São João Batista do Glória

44º46º

70

5178

65

49

38 124

152

150

134

91

72

94 18

87108

11

75 76111

97

115

107

25

12

7

52

44

5

35

34

82

151

61

33

58

7439

6

144

37 142

42

117

140139

36 126

113138

165

71

119 67167159

1023222

131

8

27

4

95109

11883

136

21

85

56157

132

68

145130

2419

156110

161

166

59

143

10647

163 90

114

148

41

45

20

122

127

13581

99

164

80

92 9384

46101

153

63105

1549

17

12316

100

160158

48

2

10

3

88

13

69

31

7740 112

53137

26

55

12057

23

28 155

7360

29 128

86 64 104121

169103

6266

125

43

9698

3054

16250

133151

89

147

0 100 Km

FONTE: IGA/CETEC, Mapa Geopolítico do Estado de Minas Gerais, 1994. DER/MG, Mapa Rodoviário do Estado de Minas Gerais, 1997.ORG. J. F. M. CASTRO

20º

22º

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405Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

Esta rodovia divide ao meio um quadrilátero formado por quatro grandesrodovias federais: a BR 040 (Belo Horizonte/Rio de Janeiro), a BR 116 (Rio de Janei-ro/São Paulo), a SP 330 (São Paulo/Uberaba) e a BR 262 (Belo Horizonte/Uberaba).A convergência destas vias na direção de São Paulo mostra a relevância dacapital paulista na estruturação do eixo em questão e sinaliza a posição privile-giada dos portos que lhes são vizinhos (Fundação João Pinheiro, op. cit., p. 103).

Após sua inauguração no final da década de 50, a rodovia Fernão Diastornou-se um símbolo de progresso, de integração e de união nacional. Atravésdela, os três maiores centros econômicos do País fazem intercâmbio de produtos,serviços e mão de obra.

O processo de desenvolvimento e acumulação de capital no Sul de Minas,tendo como suporte principal sua posição geográfica estratégica em relação a SãoPaulo e a centros regionais como Ribeirão Preto e Campinas, atraiu um grandenúmero de indústrias nas décadas de setenta e oitenta, principalmente nos setoresde eletroeletrônica e mecânica. Apesar desta forte atração de indústrias, um dosproblemas que poderia afetar a continuidade do processo é a relativa precariedadede sua infra-estrutura (Fundação João Pinheiro, op. cit., p. 105).

Com a duplicação da BR 381, o perfil de geração de cargas na região serámodificado em um prazo não muito longo. O maior volume de carga gerada na áreade influência em estudo situa-se nos produtos de extração mineral, concentradosem grande parte na bauxita, extraída na zona de tráfego de Poços de Caldas; osprodutos de origem agropecuária, aparecem em segundo plano, com participaçãodo leite, café e hortigranjeiros (Fundação João Pinheiro, op. cit., p. 106).

Segundo DER/MG (1999), pela rodovia Fernão Dias circulam 43% da econo-mia mineira, e só de produtos agrícolas são cerca de 3 milhões de t/ano; 20% daprodução do parque industrial de Minas Gerais e de São Paulo dependem destarodovia; 25% da população mineira vivem e trabalham em sua área de influência;cerca de 60% da produção nacional de ferro-gusa são transportados na rodovia; acirculação média de veículos/dia passa de 15.000, entre ônibus, caminhões e auto-móveis; é a principal via de acesso entre os Estados do Norte e Nordeste para oCentro-Sul e para os países do Mercosul.

Além do eixo da Fernão Dias, o Sul de Minas conta com outro importanteeixo de desenvolvimento, a BR 459. Localizada no extremo sul de Minas Gerais, arodovia conta em seu trajeto com cidades médias (Amorim Filho et al. 1999, p. 17)como Poços de Caldas, Pouso Alegre, Santa Rita do Sapucaí e Itajubá; e, interliga aFernão Dias à Via Dutra.

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406 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

A partir de iniciativas de lideranças locais e em decorrência da infra-estrutu-ra oferecida pelas referidas cidades como educação, ciência e tecnologia, a BR 459tem sido denominada como Rota Tecnológica 459 (CREA/MG, 1999, p. 7; Barbosa,1999, p. 22); cujo objetivo é o de promover, através do desenvolvimento, o cresci-mento sócio-econômico regional, em uma “área de influência” distante até 50 Kmda rodovia.

Com base nestas premissas, foi criado um Fórum de Desenvolvimento Regi-onal Integrado da Rota Tecnológica 459, com três câmaras temáticas: desenvolvi-mento, educação e infra-estrutura; outras cinco se encontram em vias de criação:meio ambiente, turismo, ciência e tecnologia, desenvolvimento rural e desenvolvi-mento urbano.

A população do Sul de Minas, cerca de 2,3 milhões de habitantes em 1991,apresentou taxa de crescimento de 1,43% (inferior à taxa do Estado - 1,49%, e inferiorao crescimento vegetativo - 2,0%), caracterizando a região como exportadora líqui-da de população. A população urbana representa 72% do total, com taxa de cresci-mento de 2,61%, e a população rural representa 28%, com taxa de crescimentonegativo de -0,96% (Fundação João Pinheiro, 1995.

A renda per capita da região (US$ 2.060,00), bastante elevada em relação àmédia do Estado e sua distribuição mais equilibrada, com reflexos na qualidade devida, são identificadas como fortes elementos de atração regional (Fundação JoãoPinheiro, 1995, p. 105). Estes são fatores que impulsionaram o processo de desen-volvimento regional.

Entre as atividades econômicas do Sul de Minas, a agropecuária e a industri-al são aquelas que se destacam, representando 19,8% e 33,9%, respectivamente, doPIB estadual.

O setor agropecuário, segundo Rocha (1999, p. 20), tem na exploração leiteirae na cafeicultura as suas principais atividades. A agricultura tem presença marcantenas zonas de tráfego de Alfenas (laranja, feijão, arroz, café e batata inglesa),Andrelândia (milho e produção animal), Campo Belo (café, milho e feijão), Guaxupé(café, cana e produção animal), Itajubá (milho, batata e produção animal), Lavras(produção animal, fumo, milho, arroz e café), Oliveira (milho, café, tomate e produçãoanimal), Passos (cana, milho e produção animal), Poços de Caldas (uva, café, batatainglesa, alho e milho), Pouso Alegre (uva, produção animal, batata inglesa, alho,milho e banana), Santa Rita do Sapucaí (café, arroz e tomate), São Lourenço (milho,arroz e produção animal), São Sebastião do Paraíso (café, arroz e laranja) e Varginha(café, cana e produção animal).

O Sul de Minas apresenta um parque industrial desenvolvido e diversifica-do, representando cerca de 12% do PIB do Estado. Os setores industriais maisrepresentativos são os de eletroeletrônica, informática, mecânica, auto-peças,

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metalúrgico, minerais não metálicos, químico, plástico e a agroindústria (latícinio,massas e torrefação de café). O setor de serviços do Sul de Minas é bastanteimpulsionado pelo turismo e pelo fator locacional (São Paulo, Rio de Janeiro e BeloHorizonte), representando cerca de 11% do PIB do Estado.

Metodologia

A Análise Espacial do Sul de Minas Gerais realizada neste trabalho, envol-veu conceitos como: análise locacional, espaço, região, pólos de crescimento e dedesenvolvimento, potencial, hierarquias, áreas de influência, entre outros. A litera-tura especializada apresenta inúmeras obras abordando, com riqueza de detalhes,conceitos e métodos empregados na Análise Espacial.1

Para a aplicação dos métodos de Análise Espacial no Sul de Minas, foramutilizados bancos de dados e documentos de fontes diversas. 2

Variados softwares foram utilizados para cada finalidade: entrada de dadosvetoriais e transformação em raster: Autocad, SGI/INPE e Idrisi; análise estatísticae interpolação de dados: Statistica e Surfer; operações booleanas e associaçõescom banco de dados: Idrisi, MapInfo e Excel; representação gráfica: Coreldraw eAdobe Photoshop; e aplicações do modelo potencial: Poten.

Para representar graficamente os resultados da Análise Espacial do Sul deMinas, seja na delimitação de áreas de influência por potencial, seja na aplicaçãodos métodos de classificação e regionalização, foram aplicados recursos daSemiologia Gráfica (Bertin, 1967) e da Cartografia Digital, capazes de comunicar aanálise de forma dinâmica, de acordo com o nível de distribuição espacial da infor-mação: contínua (o fenômeno só admite valores inteiros) ou discreta (o fenômenoadmite qualquer número real).

1 Veja mais detalhes em: Boudeville (1958, 1973); Perroux (1967, 1977); Chorley & Haggett (1967); Berry &Marble (1968); Harvey (1969); Grigg (1973); Isard (1973); Richardson (1973, 1975); Richardson (1975);Moseley (1977); Ceron (1977); Haggett et al. (1977); Schwartzman (1977); Mello e Silva (1977); Isnard(1978); Hilhorst (1981); Abreu (1982); Haddad & Schwartzman (1972); Diniz (1971, 1984); Mello e Silva(1981, 1982); Tomlin (1990); Tomlinson (1990); Maguire, Goodchild & Rhind (1991); Teixieira, Moretti &Christofoletti (1992); Cromley (1992); Clarke (1995); entre outros.

2 Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) e Fundação João Pinheiro (FJP): Atlas do Desenvolvimen-to Humano no Brasil (1970, 1980 e 1991) - dados sócio-econômicos.Fundação João Pinheiro (FJP) e Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA): Condições de Vida nosMunicípios de Minas Gerais (1970, 1980 e 1991).Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Malha Municipal Digital do Brasil de 1994, 1999.Instituto de Geociências Aplicadas (IGA) / Centro Tecnológico do Estado de Minas Gerais (CETEC), MapaGeopolítico do Estado de Minas Gerais, 1994.

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408 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

O estudo partiu de uma visão geral dos problemas, dificuldades e carências,tanto metodológicas quanto técnico-operacionais, enfrentadas na análise espacialde dados sócio-econômicos por procedimentos digitais; em particular, os métodosde delimitação de áreas de influência de centros regionais. Neste sentido, fortemen-te influenciada pelos trabalhos de Abreu (1982 e 1991) e Ferreira (1989), esta pesqui-sa pretendeu oferecer subsídios metodológicos para a Análise Espacial de dadossócio-econômicos por procedimentos digitais, a partir da aplicação do modelo po-tencial.

Assim, a abordagem envolveu a integração de consagrados métodosda Análise Espacial às tecnologias digitais, comprovando a importância e a eficiên-cia deste recurso técnico, como instrumento dinâmico de análise e síntese de infor-mações sócio-econômicas.

Do ponto de vista metodológico, adotaram-se inicialmente, como fonte deinformações para a realização desta pesquisa, as vinte e duas (22) variáveis sócio-econômicas que integram o banco de dados do IPEA/FJP (1998), organizadas naforma de indicadores por blocos.

A partir da análise da matriz de correlação entre as variáveis e sucessivasintervenções no banco de dados, por meio da aplicação de componentes principaispara inúmeros arranjos destas, obtiveram-se 12 variáveis que apresentaram expres-siva representatividade na caracterização da Infra-Estrutura Sócio-Econômica doSul de Minas em 1970, 1980 e 1991.

O roteiro metodológico (Fig. 3) apresenta, como primeira etapa, a criação dobanco de dados georreferenciados, alfanuméricos e layers. A Análise Espacial doSul de Minas foi estruturada, na forma de banco de dados, com 12 variáveis sócio-econômicas nos anos de 1970-1980-1991 para 169 municípios.

Desta forma, foram processados dados alfanuméricos (banco de dados só-cio-econômicos), cartográficos (layers temáticos: cartogramas coropléticos - distri-buição discreta da informação, cartogramas isopléticos - distribuição contínua) egeorreferenciados (projeção/coordenadas), com características de ponto (sede demunicípio), linha (rede rodoviária) e área (município).

Em seguida, as variáveis foram submetidas à Análise de Componentes Prin-cipais (ACP), no programa STATISTICA, visando reduzi-las a componentes oufactor scores, o que permitiu extrair três componentes (C 1, C 2 e C 3), sendo queo 1º componente (C 1) apresentou correlação alta entre os blocos demográfico,econômico, educação e infância; o 2º componente (C 2) no bloco saúde; e, o 3ºcomponente (C 3) no bloco habitação.

Os factor scores obtidos foram classificados e representados em cartogramascoropléticos, buscando outro nível de regionalização, através da representação darelação de predominância entre os três componentes, da classificação de Sturges e

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409Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

da aplicação da Análise de Agrupamento (Cluster Analysis), o que permitiu estabe-lecer a hierarquia e a tipologia dos municípios que integram a região.

Figura 3 - Roteiro metodológico para análise espacial de dadossócio-econômicos em sistemas digitais

ORGANIZAÇÃO: J. F. M. CASTRO

1. População total2. % da população urbana3. Renda familiar per capita média4. % da população com renda insuficiente5. Esperança de vida ao nascer (em anos)6. Taxa de mortalidade infantil (por mil nascidos vivos)7. Taxa de analfabetismo da população de 15 anos e mais (%)8. Número médio de anos de estudo (pop. de 25 anos e mais)9. % de crianças de 7 a 14 anos que não frequentam a escola10. Defasagem escolar média (em anos) das crianças de 10 a 14 anos11. % da pop. que vive em domicílio com abastecimento adequado de água12. % da pop. que vive em domicílio com instalações adequadas de esgoto

VARIÁVEL - 169 Municípios INDICADOR POR BLOCO

SAÚDE

ECONÔMICO

EDUCAÇÃO

INFÂNCIA

HABITAÇÃO

DEMOGRÁFICO

“MASSA” SÓCIO-ECONÔMICA

IDRISI

STATISTICA

ACPMatriz de Correlação

( )

Factor LoadingFactor Score

rank

CARTOGRAMASCOROPLÉTICOS:

- Predominância de Componentes- Classificação por Sturges

- Cluster Analysis

CORELDRAW

POTEN

POTENCIALSÓCIO-ECONÔMICO

Áreas de Influência

MODELOS 3D

CARTOGRAMASISOPLÉTICOS- Isopotenciais

CORELDRAW

SURFER

SUL

DE

MIN

AS

1970

/ 19

80 /

1991

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410 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

O passo seguinte caracterizou-se pela aplicação do Modelo Potencial, quan-do se adotaram os factor scores dos municípios como variável “massa” sócio-econômica, a área de cada município e as distâncias entre as sedes dos municípios,visando a identificação dos principais pólos regionais e a delimitação das áreas deinfluência. Os potenciais obtidos foram calculados no programa POTEN (Abreu,1991) e representados nos programas SURFER e CORELDRAW, através decartogramas isopléticos e modelos tridimensionais.

Discussão dos Resultados

Um dos aspectos fundamentais nos estudos geográficos é a compreensãoda organização do espaço. Na maioria dos casos, a análise se volta ora para ocomportamento de um lugar ou grupos de lugares segundo um elenco de variáveis,ora para o modo pelo qual o comportamento das variáveis é afetado pelo espaçoonde ocorrem; ou até mesmo, uma interação entre as duas abordagens.

Pode-se afirmar que a passagem de pólo para eixo, através da delimitação deáreas de influência, consiste em um processo empírico de análise, cuja definição vaisendo ajustada à medida que se aplicam variados métodos de análise da informa-ção.

Neste sentido, um dos procedimentos importantes neste ajustamento foi deanalisar o comportamento temporal e espacial das 12 variáveis sócio-econômicasutilizadas na Análise Espacial do Sul de Minas, buscando suas características desemelhanças e de diferenças em um lugar ou um conjunto de lugares, a adequaçãoao tema estudado e suas prováveis correlações (Castro, 2000).

A análise do comportamento temporal e espacial das variáveis mostrou quea População Total do Sul de Minas apresentou, no período analisado, populaçõesabaixo de 27.431 habitantes na maioria dos 169 municípios. Populações acima de27.432 habitantes estão ligadas aos grandes centros regionais como Poços de Cal-das, Pouso Alegre, Varginha, Itajubá, Passos, Lavras, etc., totalizando 19 municípi-os em 1991. Estes núcleos populacionais estão ligados aos centros regionais do Sulde Minas e aos eixos formados pelas rodovias Fernão Dias e BR 459 (RotaTecnológica 459). A análise dos cartogramas das diferenças, revela que em 1980houve grande número de municípios com variação negativa ou perda de população.Em contrapartida, variação positiva, acima de 17.781 habitantes, foram registradasem Poços de Caldas, Varginha e Pouso Alegre.

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411Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

O percentual da população urbana mostrou intensa urbanização da região,principalmente nos municípios que integram as áreas de influência de Varginha e dePassos, e no eixo formado pela rodovia Fernão Dias, onde registraram-se índicessuperiores a 74,1 %. De uma maneira geral, nota-se que a maioria dos municípios queintegram a região, apresentaram variação positiva nas duas décadas; exceto naRegião do Circuito das Águas em 1980 e na região de Andrelândia, onde foi registra-da variação negativa ou perda de população urbana.

A Renda Familiar Per Capita Média - com base no salário mínimo de se-tembro de 1991 (Cr$ 36.161,60 ou U$ 68,50) e o percentual da População com RendaInsuficiente, mostrou, em 1970, baixa renda per capita da maioria dos municípios(0,61 do salário mínimo), com exceção dos principais centros regionais como Poçosde Caldas, Pouso Alegre, Varginha, Itajubá, Lavras, Andradas e os municípios queintegram o circuito das águas, como Caxambu, São Lourenço e Itanhandu. O aumen-to da renda per capita foi significativo no ano de 1980 na região, destacando-se,além dos principais centros regionais, os municípios que integram suas áreas deinfluência. Em 1991, houve uma queda generalizada da renda na região; com varia-ção positiva no período 1970/1980 em toda região; e perda expressiva de renda, emquase toda região, no período 1980/1991.

O percentual da população com renda insuficiente foi extremamente alto em1970, com índices de pobreza superiores a 73%. Com o aumento da renda per capitaem 1980, o percentual se reduziu, de uma maneira geral, para índices abaixo de 53%.Em 1991, o percentual voltou a crescer, principalmente nos municípios situados aleste da região, na zona de Andrelândia.

A Esperança de Vida ao Nascer - em anos e a Taxa de Mortalidade Infantil- por mil nascidos vivos, mostraram que houve também alta correlação negativaentre os dois indicadores, enquanto o primeiro cresceu, o segundo apresentouqueda ao longo do período, com destaque para o ano de 1991, que registroulongevidade superior a 62 anos e mortalidade abaixo 46,6 por mil; ou seja, um cres-cimento de 11 anos em relação a 1970, cuja longevidade era de 51 anos. Destacou-se, também, um grupo de municípios que envolve o circuito das águas no Sul deMinas, com aumento de longevidade superior a 14 anos na década de 80.

A Taxa de Analfabetismo da População de 15 anos e mais e o NúmeroMédio de Anos de Estudo da População de 25 anos e mais, apresentaram quedaacentuada da taxa de analfabetismo no período, com destaque no ano de 1991,principalmente no número médio de anos de estudo, para os municípios que envol-vem a Rota Tecnológica 459 (Poços de Caldas, Pouso Alegre e Itajubá), onde osinvestimentos em ciência, educação e tecnologia foram altos; destaque, também,

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412 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

para o Pólo Tecnológico formado pelo município de Varginha e para outros doisimportantes centros educacionais da região, constituídos pelos municípios de La-vras e Alfenas.

O percentual de Crianças de 7 a 14 anos que não Freqüentam a Escola e aDefasagem Escolar Média, em anos, de Crianças de 10 a 14 anos, apresentaramqueda acentuada dos índices desses indicadores no período, principalmente nosprincipais centros regionais. Já os cartogramas do Bloco Habitação, representadospelo percentual da População que Vive em domicílios com Abastecimento Ade-quado de Água e Instalações Adequadas de Esgoto, mostraram intensa melhoria nainfra-estrutra habitacional da região, principalmente no ano de 1991.

Uma análise integrada das variáveis revela posição de destaque para osmunicípios que envolvem os Eixos de Desenvolvimento formados pela rodoviaFernão Dias (Pouso Alegre, Varginha e Lavras) e pela Rota Tecnológica 459 (Poçosde Caldas, Pouso Alegre e Itajubá), como aqueles que apresentaram fortes correla-ções entre os indicadores sócio-econômicos e os maiores índices de crescimentonas variáveis analisadas, explicados, provavelmente, pela forte atração de indústri-as nas décadas setenta e oitenta, com fortes investimentos em ciência e tecnologia.

A infra-estrutura sócio-econômica dos municípios do Sul de Minas, nosanos de 1970, 1980 e 1991, foi caracterizada a partir da aplicação da Análise deComponentes Principais (ACP) para as 12 variáveis sócio-econômicas estudadas.

A ACP permitiu identificar a estrutura regional do Sul de Minas, através daanálise de correlação entre as variáveis, da variabilidade e da transformação dasvariáveis em factor scores, os quais sintetizaram, principalmente no componente 1(C 1), “Infra-Estrutura Sócio-Econômica” da Região. Estes, por sua vez, foramhierarquizados, classificados e agrupados visando estabelecer a tipologia, a partirda aplicação da predominância de componentes, da técnica de classificação deSturges e da Análise de Agrupamento.

Considerando representativa correlação de 60% entre as variáveis, obser-vou-se que, predominaram, nos três anos, em C 1, correlações positivas para asvariáveis: população total (1), % da população urbana (2), renda familiar percapita média (3) e número médio de anos de estudo (8); e, correlações negativaspara as variáveis: % da população com renda insuficiente (4), taxa de analfabetis-mo da população (7), % de crianças de 7 a 14 anos que não freqüentam a escola(9) e defasagem escolar média (10); em C 2, correlação positiva para a variável taxade mortalidade infantil (6) e negativa para esperança de vida ao nascer (5); e, emC 3, correlação positiva em 1970 e negativa em 1980 para % da população que vive

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413Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

em domicílio com abastecimento adequado de água (11) e instalações adequadasde esgoto (12).

Os factor scores passaram por um processo de ordenamento (ranking), paraos 169 municípios. A hierarquia formada pelos municípios no componente 1 (C 1),apresenta uma estreita relação com as localizações espaciais e com característi-cas regionais. Segundo Abreu (1999, Anexo), os “scores” calculados para oscomponentes principais são sempre medidos em uma escala ordinal e, por isso, sóindicam a posição relativa das cidades, isto é, o “score” de 3.782 (Juiz de Fora)não representa que esta cidade é três vezes mais “tecnológica” do que Itajubá(1.12), e sim que Juiz de Fora é a 1a do “ranking” e Itajubá é a 12ª.

Com o objetivo de simplificação, elaborou-se a tabela 1, que apresenta os 50municípios que ficaram melhor posicionados no ranking. A tabela mostra que omunicípio de Poços de Caldas liderou o ranking nos três anos, seguido dos muni-cípios de Varginha, Itajubá e Pouso Alegre, que apresentaram inversões deposicionamento durante os três anos. Destaca-se, nesta análise, o município deCaxambu, que apresentou queda vertiginosa no ranking, de 5º lugar, em 1970, para16º, em 1991.

Os cartogramas da predominância de componentes (Fig. 4), permitiram iden-tificar grupos de municípios semelhantes através da distribuição espacial e da evo-lução destes grupos no tempo. Assim, nota-se que, em 1970, havia grupos de muni-cípios em torno de Varginha, Alfenas e Passos que se destacaram no componente 1;ou seja, aqueles municípios que ofereceram melhores condições de infra-estruturasócio-econômica para a população. Os municípios de Poços de Caldas, Pouso Ale-gre e Itajubá, bem como, os municípios do Circuito das Águas, apresentaram desta-que no componente 1, porém de forma isolada, não exercendo influência nos muni-cípios vizinhos.

Em 1980, o espaço se modificou, com os principais centros regionais apre-sentando grupos de municípios com predominância do componente 1. Destacou-setambém, distribuição espacial significativa do componente 2 na região, caracteri-zando melhores condições de vida para a população.

Em 1991, formou-se uma faixa de municípios ao longo da Rota Tecnológica459, com predominância do componente 1, bem como, ao longo do limite do Sul deMinas com o Estado de São Paulo, o que vem reforçar a influência dos municípiosdo eixo Anhanguera sobre os municípios da região.

Esta forma de classificação, predominância de componentes, permite análi-ses generalizadas dos componentes. Para uma análise mais detalhada, elaboraram-se as classificações, com base na fórmula de Sturges, dos componentes 1 e 2; istoé, a representação do “peso” dos municípios com relação à Infra-Estrututra Sócio-Econômica e à Saúde respectivamente.

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414 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

Tabela 1 - Ranking de 50 municípios do Sul de Minas nocomponente 1 em 1970, 1980 e 1991

ID MUNICÏPIO C 1 R ID MUNICÏPIO C 1 R ID MUNICÏPIO C 1 R

131 Poços de Caldas 3.637 1 131 Poços de Caldas 3.394 1 131 Poços de Caldas 3.551 1

86 Itajubá 3.296 2 167 Varginha 3.002 2 167 Varginha 3.324 2

167 Varginha 2.698 3 86 Itajubá 2.797 3 132 Pouso Alegre 3.166 3

147 São Lourenço 2.663 4 132 Pouso Alegre 2.751 4 86 Itajubá 2.983 4

50 Caxambu 2.577 5 99 Lavras 2.508 5 99 Lavras 2.482 5

99 Lavras 2.459 6 147 São Lourenço 2.269 6 124 Passos 2.412 6

89 Itanhandu 2.404 7 5 Alfenas 2.254 7 5 Alfenas 2.323 7

132 Pouso Alegre 2.335 8 124 Passos 2.109 8 147 São Lourenço 2.258 8

76 Guaxupé 1.829 9 76 Guaxupé 1.917 9 76 Guaxupé 2.065 9

150 São Sebastião do Paraíso 1.659 10 50 Caxambu 1.888 10 91 Itaú de Minas 2.044 10

5 Alfenas 1.658 11 164 Três Corações 1.692 11 150 São Sebastião do Paraíso 1.679 11

164 Três Corações 1.658 12 91 Itaú de Minas 1.481 12 164 Três Corações 1.678 12

124 Passos 1.655 13 134 Pratápolis 1.481 13 8 Andradas 1.631 13

91 Itaú de Minas 1.652 14 89 Itanhandu 1.479 14 135 Ribeirão Vermelho 1.623 14

134 Pratápolis 1.652 15 150 São Sebastião do Paraíso 1.457 15 89 Itanhandu 1.598 15

31 Campanha 1.482 16 135 Ribeirão Vermelho 1.434 16 50 Caxambu 1.470 16

121 Passa Quatro 1.430 17 33 Campo Belo 1.264 17 111 Muzambinho 1.428 17

135 Ribeirão Vermelho 1.397 18 117 Oliveira 1.245 18 137 Santa Rita do Sapucaí 1.005 18

8 Andradas 1.277 19 31 Campanha 1.174 19 49 Cássia 0.898 19

118 Ouro Fino 1.145 20 137 Santa Rita do Sapucaí 1.152 20 31 Campanha 0.894 20

105 Minduri 1.113 21 121 Passa Quatro 1.146 21 33 Campo Belo 0.880 21

117 Oliveira 1.105 22 17 Bom Jardim de Minas 1.069 22 134 Pratápolis 0.848 22

98 Lambari 1.075 23 21 Borda da Mata 1.003 23 67 Elói Mendes 0.809 23

33 Campo Belo 0.972 24 118 Ouro Fino 1.002 24 39 Capitólio 0.804 24

111 Muzambinho 0.972 25 105 Minduri 0.940 25 165 Três Pontas 0.793 25

102 Machado 0.938 26 119 Paraguaçu 0.935 26 70 Extrema 0.793 26

12 Areado 0.934 27 8 Andradas 0.934 27 95 Jacutinga 0.780 27

137 Santa Rita do Sapucaí 0.926 28 111 Muzambinho 0.903 28 71 Fama 0.752 28

168 Venceslau Braz 0.790 29 143 São Gonçalo do Sapucaí 0.879 29 85 Ipuiúna 0.735 29

95 Jacutinga 0.775 30 30 Cambuquira 0.813 30 21 Borda da Mata 0.724 30

15 Boa Esperança 0.754 31 39 Capitólio 0.806 31 15 Boa Esperança 0.719 31

143 São Gonçalo do Sapucaí 0.749 32 126 Perdões 0.799 32 29 Cambuí 0.710 32

165 Três Pontas 0.693 33 15 Boa Esperança 0.794 33 156 Senador Amaral 0.710 33

88 Itamonte 0.661 34 109 Monte Sião 0.776 34 102 Machado 0.704 34

162 Soledade de Minas 0.643 35 102 Machado 0.749 35 6 Alpinópolis 0.637 35

161 Silvianópolis 0.598 36 165 Três Pontas 0.748 36 117 Oliveira 0.612 36

93 Itutinga 0.561 37 98 Lambari 0.729 37 118 Ouro Fino 0.602 37

119 Paraguaçu 0.557 38 6 Alpinópolis 0.716 38 119 Paraguaçu 0.563 38

92 Itumirim 0.528 39 44 Carmo do Rio Claro 0.598 39 143 São Gonçalo do Sapucaí 0.519 39

6 Alpinópolis 0.481 40 49 Cássia 0.591 40 120 Paraisópolis 0.518 40

49 Cássia 0.417 41 12 Areado 0.580 41 121 Passa Quatro 0.467 41

30 Cambuquira 0.404 42 88 Itamonte 0.574 42 17 Bom Jardim de Minas 0.447 42

126 Perdões 0.398 43 120 Paraisópolis 0.568 43 98 Lambari 0.432 43

85 Ipuiúna 0.369 44 32 Campestre 0.523 44 12 Areado 0.417 44

154 São Vicente de Minas 0.332 45 70 Extrema 0.496 45 130 Poço Fundo 0.417 45

79 Ibitiúra de Minas 0.307 46 63 Cruzília 0.494 46 109 Monte Sião 0.386 46

35 Campos Gerais 0.279 47 95 Jacutinga 0.454 47 112 Natércia 0.380 47

75 Guaranésia 0.259 48 67 Elói Mendes 0.432 48 30 Cambuquira 0.379 48

67 Elói Mendes 0.248 49 103 Maria da Fé 0.432 49 122 Passa Tempo 0.360 49

21 Borda da Mata 0.226 50 154 São Vicente de Minas 0.420 50 27 Caldas 0.358 50

1970 1980 1991

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415Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

Figura 4 - Predominância de Componente (C 1, C 2 e C 3) no Sulde Minas, nos anos de 1970-1980-1991

0 100 Km

( )predominância

Componente 1

Componente 2

Componente 3

SUL DE MINASPredominância de Componente

1970

0 100 Km

( )predominância

Componente 1

Componente 2

Componente 3

SUL DE MINASPredominância de Componente

1991

0 100 Km

( )predominância

Componente 1

Componente 2

Componente 3

SUL DE MINASPredominância de Componente

1980

ORGANIZAÇÃO: J. F. M. CASTRO

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416 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

Os cartogramas da figura 5 revelaram municípios com elevados índices de“Infra-Estrutura Sócio-Econômica” no Sul de Minas, destacando os principaiscentros regionais; ou seja, aqueles centros que apresentaram correlação e factorscores elevados nos indicadores sócio-econômicos ligados aos blocos demográfico,econômico, educação e infância.

A classificação do componente 1, de uma maneira geral, destacou a evolu-ção dos principais centros regionais no decorrer dos anos, bem como os municípiosque integram os eixos formados pelas rodovias Fernão Dias e BR 459, com altoíndice de “Infra-Estrutura Sócio-Econômica”, tendo no município de Poços deCaldas o Pólo Regional.

Em 1970, além do município de Poços de Caldas, destacaram-se também,nesta ordem, os municípios de Itajubá, Varginha, São Lourenço, Caxambu, Lavras,Itanhandu, Pouso Alegre, etc. O posicionamento dos municípios de São Lourenço,Caxambu e Itanhandu no ranking pode ser explicado pela forte influência do Cir-cuito das Águas na economia da região na década de 70. Percebeu-se, também, queem 1970, houve uma forte expansão da “área de influência” em torno dos municípiosde Poços de Caldas, de Passos e de Varginha.

No ano de 1980, houve uma queda nos índices do município de Poços deCaldas (queda nos scores do componente 1) e, principalmente, nos municípios deCaxambu e de Itanhandu.

No ano de 1991, verificou-se um considerável crescimento do município dePouso Alegre no ranking, de oitavo lugar, em 1970, para o terceiro lugar em 1991.Este posicionamento poderia ser explicado pela criação de um pólo tecnológico naregião, integrando-se aos municípios de Poços de Caldas e de Itajubá na educação,na ciência e na tecnologia, formando na rodovia que as interligam (BR 459), a chama-da Rota Tecnológica 459. Quando se considera o município de Varginha, nota-se aformação de uma espécie de triângulo tecnológico na região.

A classificação do componente 2 representou a evolução das condições desaúde para a população da região no ano de 1980, sendo que, em 1970, havia umnúmero significativo de municípios, na porção sul e sudeste da região (na área deinfluência do eixo formado pela via Dutra), apresentando índices positivos, prova-velmente pela influência do circuito das águas. Entretanto, foi expressivo na região,o número de municípios apresentando índices negativos, tanto em 1970, quanto em1980 e, principalmente, em 1991.

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417Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

Figura 5 - Factor Scores (C 1 e C 2), classificação por Sturges,do Sul de Minas, nos anos de 1970-1980-1991

SUL DE MINASComponente 1

1970SUL DE MINASComponente 2

1970

SUL DE MINASComponente 1

1980

SUL DE MINASComponente 2

1980

SUL DE MINASComponente 1

1991SUL DE MINASComponente 2

1991

0 100 Km

0 100 Km

-2.177 a -1.395(factor score)

-1.394 a -0.001

0

0.001 a 1.394

1.395 a 2.788

2.789 a 3.637

-2.177 a -1.395(factor score)

-1.394 a -0.001

0

0.001 a 1.394

1.395 a 2.788

2.789 a 3.637

-2.177 a -1.395

(factor score)

-1.394 a -0.001

0

0.001 a 1.394

1.395 a 2.788

2.789 a 3.637

0 100 Km

-2.599 a -1.253

(factor score)

-1.252 a -0.001

0

0.001 a 1.252

1.253 a 2.504

2.505 a 2.619

-2.599 a -1.253

(factor score)

-1.252 a -0.001

0

0.001 a 1.252

1.253 a 2.504

2.505 a 2.619

-2.599 a -1.253

(factor score)

-1.252 a -0.001

0

0.001 a 1.252

1.253 a 2.504

2.505 a 2.619

0 100 Km

0 100 Km

0 100 Km

ORGANIZAÇÃO: J. F. M. CASTRO

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418 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

Em 1980, a distribuição de municípios apresentando índices positivos sofreuexpressivas mudanças, principalmente ao longo da Fernão Dias e nos municípiosque integram a área de influência de Passos. Na análise do comportamento destecomponente, deve-se considerar o baixo percentual da variância apresentado, oque leva, consequentemente, a um baixo nível de explicação.

Na análise de agrupamento (cluster analysis), buscou-se, a partir dos scoresobtidos na ACP, o coeficiente de similaridade entre os casos no componente 1,visando estabelecer a hierarquia e a tipologia dos municípios, por similaridade,representada na figura 6.

Adotando-se perda de detalhe equivalente a 60%, sua análise revelou, nocomponente 1, uma diferenciação do espaço do Sul de Minas no decorrer dos anos.Esta diferenciação do espaço pode ser verificada, por exemplo, através dos gruposformados no componente 1, de 3 grupos em 1970, para 5 grupos em 1991.

Este comportamento foi representado na forma de cartogramas coropléticos,apresentados na figura 7, cujas classes foram identificadas conforme os gruposformados no dendograma.

Os cartogramas do componente 1 permitiram identificar, em 1970, um grupoformado pelos municípios de Poços de Caldas e de Itajubá, especializados em turis-mo e em educação respectivamente; outros dois grupos de municípios formados noeixo da Fernão Dias (Pouso Alegre, Varginha e Lavras) e no circuito das águas(Caxambu, São Lourenço e Itanhandu).

Em 1980, o município de Poços de Caldas se isola em um grupo, e os municí-pios de Pouso Alegre, Varginha e Itajubá, em um segundo grupo. Este comporta-mento pode ser decorrente dos investimentos em educação, ciência e tecnologianos referidos municípios. Nota-se também, neste ano, a perda de destaque dosmunicípios que integram o circuito das águas.

Em 1991, destacaram-se, no grupo 1, os principais centros regionais do Sulde Minas, revelando a importância e a influência que centros como Poços de Cal-das, Varginha, Pouso Alegre e Itajubá exercem sobre a economia do Sul de Minas.No grupo 2, destacaram-se municípios ligados à educação, como Lavras e Alfenas,e municípios ligados à indústria e à agropecuária, como é o caso dos municípios dePassos, Itaú de Minas e Guaxupé. No grupo 3, destacaram-se municípios ligados àárea de influência dos grandes centros regionais, como foi o caso dos municípios deItanhandu, Caxambu, Três Corações, Andradas e São Sebastião do Paraíso. Osmunicípios restantes apareceram no grupo 4, com exceção do município de SãoTomé das Letras, que se destacou no grupo 5, o que levou a caracterizá-lo comoaquele que apresentou o menor índice de infra-estrutura sócio-econômica da re-gião.

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419Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

Figura 6 - Dendograma do Componente 1 (C 1) no Sul de Minas,nos anos de 1970-1980-1991

20

40

60

80

100

1991

G 2

G 3

(Dlin

k/D

max

) x 1

00

G 5G 4

Grupo 1 - (131) Poços de Caldas (167) Varginha (132) Pouso Alegre ( 86) Itajubá

Grupo 2 - ( 91) Itaú de Minas ( 76) Guaxupé (124) Passos ( 99) Lavras (147) São Lourenço ( 5) AlfenasGrupo 3 - (111) Muzambinho ( 50) Caxambu (164) Três Corações (150) São Sebastião do Paraíso ( 89) Itanhandu (135) Ribeirão vermelho ( 8) Andradas

Grupo 4 - 151 municípios restantes do Sul de Minas

Grupo 5 - (153) São Tomé das Letras

1980

G 1 G 4

Grupo 1 - (131) Poços de Caldas

Grupo 2 - (167) Varginha (132) Pouso Alegre ( 86) Itajubá

Grupo 3 - ( 99) Lavras

Grupo 4 - 165 municípios restantes do Sul de Minas

20

40

60

80

100

(Dlin

k/D

max

) x 1

00

1970

G 1

G 2 G 3

Grupo 1 - (131) Poços de Caldas ( 86) Itajubá

Grupo 2 - (132) Pouso Alegre ( 99) Lavras ( 89) Itanhandu (167) Varginha (147) São Lourenço ( 50) Caxambu

Grupo 3 - 162 municípios restantes do Sul de Minas

20

40

60

80

100

(Dlin

k/D

max

) x 1

00

G 1

SUL DE MINASComponente 1

ORGANIZAÇÃO: J. F. M. CASTRO

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420 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

Figura 7 - Agrupamentos formados pelos municípios do Sulde Minas, no componente 1, nos anos de 1970-1980-1991

0 100 Km

Grupo 1

Factor Scores

Grupo 2Grupo 3

0 100 Km

Factor Scores

Grupo 1Grupo 2Grupo 3Grupo 4

ORGANIZAÇÃO: J. F. M. CASTRO

Factor Scores

0 100 Km

Grupo 1Grupo 2Grupo 3Grupo 4Grupo 5

1991Componente 1SUL DE MINAS

1970Componente 1SUL DE MINAS

1980Componente 1SUL DE MINAS

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421Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

O potencial sócio-econômico dos municípios do Sul de Minas, nos anos de1970, 1980 e 1991, foi analisado a partir da aplicação do Modelo Potencial, quepermitiu identificar as polarizações (ou pólos de atração) sócio-econômicas e asáreas de influência dos centros urbanos da região, que atraem intensos e variadosfluxos econômicos, sociais e políticos.

A análise dos cartogramas isopléticos e dos modelos 3D da figura 8 revela afunção polarizadora, no Sul de Minas, do município de Poços de Caldas. Tomando-se, como referencial de análise, as isopotenciais 2.9 e 3.1, percebe-se alternânciassignificativas nas áreas de influência dos principais centros regionais, entre osanos de 1970, 1980 e 1991. De uma maneira geral, estas áreas de influência estãovinculadas a qualidade de vida, educação, tecnologia, indústria e turismo (a esterespeito, veja maiores detalhes em Amorim Filho et al., 1999).

O ano de 1970, além de evidenciar o Município de Poços de Caldascomo Pólo Regional, evidenciou também polarizações nos municípios de Varginha,Pouso Alegre, Itajubá, Lavras, Passos, São Lourenço e Caxambu. Pela isopotencial2.9, notam-se áreas de influência em torno de centros urbanos, formando umadescontinuidade; evidentes no eixo da rodovia Fernão Dias, entre os municípios dePouso Alegre, Varginha e Lavras.

Assim, o Pólo Regional de Poços de Caldas teve sua área de influênciaexpandida para os municípios de Guaxupé, São Sebastião do Paraíso e Passos, aonorte, e os municípios de Pouso Alegre e Itajubá, a sudeste; sendo que este último,na hierarquia formada pelos municípios, figurou como o 2º centro regional. Poroutro lado, esta área de influência poderia estar diretamente relacionada à área deinfluência do eixo da via Anhanguera no Estado de São Paulo.

Ainda na isopotencial 2.9, foi delimitada uma área de influência liderada pelomunicípio de Varginha, 3º centro regional, que se expandiu para os municípios deAlfenas, a oeste, Lavras, a nordeste, São Lourenço e Caxambu ao sul; formou-setambém uma espécie de “ilha”, com baixas potencialidades sócio-econômicas, emtorno do município de São Tomé das Letras.

O ano de 1980 apresentou queda de potencial, de 3.9 em 1970 para 3.7 em1980, mas a área de influência apresentou expansão significativa. O município dePoços de Caldas mantém o posicionamento de Pólo Regional, seguido dos municí-pios de Varginha, Itajubá e Pouso Alegre; por outro lado, nota-se certo isolamentoda área de influência dos municípios ligados ao circuito das águas. Esta expansão ealternância de áreas de influência poderiam estar associadas ao aumento da rendaper capita verificada naquele ano, bem como, aos fortes investimentos em ciência etecnologia nos referidos centros urbanos.

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422 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

Figura 8 - Potencial Sócio-Econômico do Sul de Minas, nos anosde 1970-1980-1991

ORGANIZAÇÃO: J. F. M. CASTRO

SUL DE MINASPOTENCIAL SÓCIO-ECONÔMICO

1991

0 100 Km

0 100 Km

0 100 Km

SUL DE MINASPOTENCIAL SÓCIO-ECONÔMICO

1970

isopotencial

isopotencial

2.52.72.93.13.33.53.73.9

2.3

2.52.72.93.13.33.53.73.9

2.3

SUL DE MINASPOTENCIAL SÓCIO-ECONÔMICO

1980

isopotencial

2.52.7

2.93.13.33.53.7

2.3

2.9

2.9

Itajubá

Pouso Alegre

São LourençoPoços de Caldas

Varginha

Itajubá

Pouso Alegre

São LourençoPoços de Caldas

Varginha

Itajubá

Pouso Alegre

São Lourenço

Poços de Caldas

Varginha2.9

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423Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

Em 1991, a área de influência delimitada em 1980 ganhou em intensidade e emmagnitude, com os municípios de Poços de Caldas, Varginha, Pouso Alegre e Itajubámantendo o posicionamento de principais centros regionais, caracterizados pelaexcelência em ciência e tecnologia. A área de influência ligada ao circuito das águasse isolou definitivamente, o que induz a reflexões sobre os efeitos da tecnologia emrelação à tradicional vocação turística da região.

Neste processo empírico de delimitação de áreas de influência, deve-se con-siderar a natureza das informações quanto à distribuição espacial e à representação,isto é, o potencial sócio-econômico, distribuído de forma contínua no espaço, érepresentado por isopotenciais concêntricas e eqüidistantes.

A análise permitiu identificar os principais centros regionais e suas respec-tivas áreas de influência, com destaque para os municípios de Poços de Caldas e deVarginha, seguidos pelos municípios de Pouso Alegre, Passos, Itajubá, Lavras eSão Lourenço. Presença, também, de áreas potencialmente deprimidas em torno dosmunicípios de São Tomé das Letras, Andrelândia e Monte Belo, bem como, nosmunicípios localizados ao longo da barreira natural formada pela Serra da Mantiqueira.

Assim, a dinâmica sócio-econômica da região esteve fortemente vinculadaaos investimentos em educação, ciência, tecnologia e turismo, o que se refletediretamente na qualidade de vida da população, gerando polarizações. Em funçãodestas polarizações sócio-econômicas e das respectivas áreas de influência, foipossível estabelecer regionalizações para o Sul de Minas, representadas pelos se-guintes centros urbanos: Poços de Caldas - Pólo Regional, Varginha, Itajubá ePouso Alegre.

Considerações Finais

A metodologia desenvolvida consistiu em uma tentativa de se comprovar aeficiência dos métodos quantitativos de classificação e de regionalização na análiseespacial em sistemas digitais, bem como, das técnicas cartográficas para represen-tar a dinâmica da organização espacial. Contudo, para a otimização da metodologiaproposta, deve-se, fundamentalmente, constituir equipe multidisciplinar, dada acomplexidade que envolve a temática abordada.

A abordagem metodológica evidenciou a função polarizadora do municípiode Poços de Caldas no Sul de Minas, nos anos de 1970-1980-1991, com área deinfluência apresentando fortes indícios de ligações sócio-econômicas com a área deinfluência do eixo Anhanguera, no Estado de São Paulo, e com o eixo da rodoviaFernão Dias, no Estado de Minas Gerais; evidenciou, também, o papel polarizador

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424 Lúcia Helena de O. Gerardi e Iandara Alves Mendes (org.)

desempenhado pela tecnologia, quando comparado com a vocação turística daregião.

A análise evidenciou alguns tipos de polarizações, que necessitam de infor-mações adequadas para identificá-las e caracterizá-las, tais como: polarizaçõestecnológicas, técnico-científicas, turísticas e agroindustriais.

Outro aspecto, que deve ser ressaltado, consiste na Rota Tecnológica 459,integrando os municípios de Poços de Caldas, Pouso Alegre e Itajubá, em educa-ção, ciência e tecnologia. A este respeito, dada a importância revelada pelo municí-pio de Varginha nas análises sócio-econômica e mercadológica, sugere-se a adoçãodo termo Triângulo Tecnológico, uma vez que aquele município apresentou fortespolarizações com expressiva área de influência. Sugere-se, também, que os órgãoscompetentes invistam mais recursos na infra-estrutura básica; isto é, que as rodovi-as que integram estes importantes centros tecnológicos sejam dotadas de melhorescondições de pavimentação, sinalização, fiscalização, entre outros aspectos. O ide-al, neste caso, seria a adoção de auto-estradas interligando e integrando os municí-pios de Poços de Caldas, Varginha, Pouso Alegre e Itajubá.

A caracterização espacial evidenciou, também, a importância das represen-tações gráficas no tratamento da dinâmica das organizações espaciais, reforçando afunção de síntese desempenhada pelo mapa na comunicação da informação espaci-al.

Alguns problemas surgiram no desenvolvimento da pesquisa, que poderiamotimizar a proposta metodológica, tais como: indisponibilidade de dados em perío-dos regulares, mapeamento da intensidade de fluxos em variados softwares, limita-ções impostas pela variável área utilizada no modelo potencial, entre outros.

Desta forma, a partir dos resultados alcançados, surgem, naturalmente, pro-jetos para serem desenvolvidos futuramente, no sentido de se atualizar a metodologiaincorporando dados recentes, a partir da publicação do Censo do IBGE em 2001:incorporar outros indicadores sócio-econômicos, ligados, por exemplo, ao valor daprodução industrial, chamadas telefônicas, consumo de energia elétrica, volume depassageiros/dia; desenvolver algoritmo do modelo potencial e da análise de fluxosnos sistemas Idrisi e Spring; aplicar modelos ligados à teoria de grafos, às redesneurais e à lógica fuzzy; e, sobretudo, elaborar uma análise mais aprofundada dosaspectos econômicos e sociais, para a qual existe a necessidade de estudos maisdetalhados que exigem mais experiência científica e trabalhos de campo.

Quanto à utilização de variados sistemas digitais, pode-se afirmar que, atémeados da década de 90, era possível relacionar as vantagens que os softwaresofereciam na análise de informações espaciais. Neste período, o mercado já dispu-nha de programas específicos, com interfaces múltiplas, que satisfaziam grandeparte das etapas de uma pesquisa científica, tais como: entrada de dados vetoriais

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425Teoria, Técnica, Espaços e AtividadesTemas de Geografia Contemporânea

(por exemplo, o Autocad), criação de banco de dados (Excel), desenho digital(Coreldraw), modelagem numérica (Surfer), análise estatística (Statistica), análiseespacial (Idrisi), entre outras aplicações e softwares. Na prática, o interfaciamentoentre softwares se faz através de um processo incômodo de utilização de comandospara exportação/importação de arquivos, com suas respectivas extensões (TIF, DXF,etc.), ou copiar/colar imagens. Nos dias atuais, com o avanço da tecnologia, osanseios se voltam para a disponibilização de um SIG inteligente (Intelligent GIS –Birkin et al., 1996), que satisfaça todas aquelas etapas.

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