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Discursiva para TRF 3ªl Prof. Patrik Loz Aula 00 ________________________________________________________________ ____________________________________________________________________________________ www.supremaciaconcursos.com.br 1 Discursiva TRF 3ª Aula 00 Prof. Patrik Loz

d26lpennugtm8s.cloudfront.netd26lpennugtm8s.cloudfront.net/stores/078/795/rte/Aula demonstrativa... · Desenvolvida, em 1885, por um psicólogo alemão, Herman Ebbinghaus, a curva

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Patrik Loz é Auditor Fiscal do Trabalho

do Ministério do Trabalho e Emprego

aprovado em 19º lugar no concurso de

2013. Já ocupou o cargo de Técnico de

Finanças e controle da Controladoria

Geral da União - CGU. Foi 1º colocado

no concurso do MPU para Analista de

Orçamento e 2º colocado para Analista

Administrativo do TRF da 1ª Região.

Formado em Administração na

Universidade Federal do Tocantins -

UFT.

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Palavras do Supremacia

Antes de você começar a aula do Prof. Patrik Loz,

vamos dar uma olhada em algumas táticas de estudos!

Primeiramente, quero parabenizá-lo (a) por escolher o

Supremacia como seu parceiro. Eu sou o Prof. Roberto Witte,

coordenador didático, e conte conosco para alcançar seu sucesso! A seguir, tenho a

satisfação de demonstrar, sucintamente, os pilares que balizam a produção dos

cursos do Supremacia Concursos (informações mais detalhadas e bem

interessantes você encontra no site www.supremaciaconcursos.com.br. Vale muito a

pena!).

Seja bem-vindo à família Supremata. Agora você é um (a) guerreiro (a)

Supremata, então vamos à guerra.

Metodologia

O Supremacia entende e respeita o processo de aprendizagem do adulto

(concurseiros e concurseiras são adultos) e busca a excelência ao oferecer

ferramentas para alcançar o objetivo do aprendiz. Para isso, baseia seus cursos em

6 pilares principais. Os primeiros 4 pilares são:

1. Andragogia;

2. Curva do Esquecimento;

3. Espiral da Aprendizagem.

1. Andragogia

Andragogia é definida como “a arte de ensinar e orientar adultos a

aprender”. Pedagogia, por sua vez, é “a arte de ensinar e orientar crianças e

adolescentes a aprender”.

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Andragogia baseia-se, principalmente, no seguinte princípio:

Os adultos aprendem aquilo que eles decidem aprender, não o que lhes é

imposto (e que têm aplicação prática imediata em sua vida, caso contrário, perdem

o interesse rapidamente).

Em outras palavras: adultos querem soluções para seus problemas. E se você

decidiu melhorar sua vida e ter a qualidade de vida, você está no lugar certo. Todo

o material do Supremacia é desenvolvido para solucionar seus problemas. Conte

conosco, pois queremos ver seu nome na lista de aprovados o mais breve possível.

2. Curva do Esquecimento

Desenvolvida, em 1885, por um psicólogo alemão, Herman Ebbinghaus,

a curva do esquecimento (Forgetting Curve) ilustra a capacidade cerebral que

temos para armazenar as informações recém-adquiridas.

Ebbinghaus conseguiu, através de várias experiências, mensurar o efeito do

tempo na memória. Observe o gráfico a seguir:

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Note que, na curva, a recomendação é de que você revise horas depois. Mas,

baseado em estudos mais modernos, recomendamos que você revise a matéria

antes de passar uma noite de sono (explico isso em um vídeo que está no site do

Supremacia...é bem interessante...e o vídeo é curto).

Para você ter uma ideia, 24h após uma aula, esquecemos entre 60%-80% do

que foi ensinado. Em outras palavras, lembramos somente entre 20%-40%. E após

30 dias, sem revisões programadas, esquecemos 97% do conteúdo daquela aula.

Uma outra coisa interessante é que nas primeiras 24 horas se esquece mais

do assunto do que nos 29 dias seguintes. Então tente, pelo menos, ler suas

anotações de aula antes de dormir (no mais tardar, no dia seguinte). Sabemos que

nem sempre será possível, mas faça uma “forcinha”...seu cérebro agradecerá. Bom,

não é nada agradável saber que é normal esquecermos o que o professor falou na

aula. Aí, você pergunta: “Prof. Roberto Witte, existe solução para todo esse

esquecimento? Lógico que existe. A solução está no item a seguir.

3. Espiral da Aprendizagem

A Espiral da Aprendizagem é um nome bonito para revisões constantes,

recomendadas por Ebbinghaus. Reitero que, se possível, a primeira revisão seja

feita no mesmo dia, antes de dormir, mesmo que seja uma leitura rápida em suas

anotações de aula (se não for possível, no dia seguinte). Para ajudar você nesse

processo de revisões, utilizaremos várias técnicas em nossos materiais. Entretanto,

você precisa perceber qual o seu “ritmo” de esquecimento e, assim, determinar

quando você deve revisar uma determinada matéria (não existe regra fixa para a

frequência de revisões, cada um tem a sua). Nossa recomendação é que você

programe suas revisões de acordo com sua rotina semanal e siga o cronograma

estipulado. Montar uma grade de horário semanal e disciplinar-se a segui-la é um

bom começo (e uma questão de hábito. No site do Supremacia você encontra um

vídeo meu ensinando como você adquire esse hábito). Se você estiver utilizando o

serviço de Coaching, seu Coach o (a) auxiliará nessa tarefa. O Supremacia entende

perfeitamente a vida atribulada que você leva e está à sua disposição para ajudar

você a organizar seu estudo de modo a alcançar seu objetivo. Bom, faltam ainda os

dois últimos pilares, certo? Pois bem, os dois últimos pilares são:

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5. Cone (ou Pirâmide) da Aprendizagem; 6. Tempo de estudo contínuo sem perder a efetividade.

Mas, para saber sobre os pilares acima, eu convido você a entrar no nosso

site...vale a pena, pois lá você saberá qual é um tempo ideal para você ficar

sobre os livros e cadernos sem perder a efetividade e quais nosso tipos de

memória e como estudar de forma mais efetiva.

Estas considerações foram apenas para você perceber que nosso material segue

uma diretriz certeira. Isto foi apenas uma “palhinha” de nossa metodologia, e

colocamos o assunto de forma muito resumida. Portanto, acesse nosso site e tenha

todas estas informações de forma completa, assim você se tornará um verdadeiro

Supremata.

Estamos juntos...ou se preferir “Tamujunto” .

Prof. Roberto Witte

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Aula 00 – Discursiva para TRF 3ª

Bem-vindo (a), caríssimo concurseiro (a)! Eu sou o professor Patrik

Loz. Será uma satisfação estar com vocês nessa batalha pela aprovação no

Concurso do TRF 3ª.

Se você está acessando este material, significa que assumiu um

compromisso de se dedicar arduamente ao concurso do TRF 3ª, estudando

conosco e tendo correções com padrões de resposta no estilo da banca que

está realizando o concurso (FCC)

ESSE CURSO É TEMÁTICO E COM CORREÇÕES. Isso significa que iremos

ensinar como fazer uma discursiva elaborando modelos de resposta para várias

questões discursivas da FCC (ou outras bancas, mas sempre com padrões de

resposta estilo FCC).

Iremos demonstrar a vocês o quanto pode ser fácil produzir uma boa

discursiva. Durante o curso haverá a correção de 04 (QUATRO) discursivas de

cada aluno. Nossa correção será aprofundada e não apenas superficial. Digo

isso porque faço observações a cada parágrafo que o aluno elaborou. Isso para

que no dia da prova haja o mínimo de descontos na nota. Procuramos ensinar

ao aluno como tirar nota máxima na discursiva. Logicamente que o

aprendizado da macro estrutura para discursivas deve ser acompanhado do

estudo do conteúdo constante no edital.

RESSALTO QUE NÃO SERÁ UM CURSO GRAMATICAL. Aqui a preocupação

é com a estrutura macro da discursiva. Aprender como fazer a discursiva da

forma que o examinador pediu e dentro do tempo. Ao saber como e o que

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fazer no dia da sua prova, você não perderá tempo pensando em como iniciar

os parágrafos, a forma como deve abordar a questão, se haverá uma

introdução ou não, se houver introdução como fazer a introdução, como deixar

o texto coerente, claro e coeso etc.

Outra característica do nosso curso é que seremos sempre muito

objetivos. Não trarei informações desnecessárias tendo em vista que já há

muita matéria a ser estudada. Apenas serei, às vezes, um pouco repetitivo em

pontos que julgo importante que vocês aprendam.

Bom, irei rapidamente me apresentar. Sou Auditor Fiscal do Trabalho

aprovado em 19º lugar no último concurso de 2013. Anteriormente trabalhei

na Controladoria Geral da União. No concurso em que fui aprovado para AFT,

foram 300 candidatos para a segunda fase (discursiva – CESPE). Desses, após o

resultado final, apenas 102 fizeram o mínimo. Isso significa que quase 2/3 ou

66% foram REPROVADOS (198 candidatos). Eram 08 discursivas: 03 questões

de 20 linhas, 03 questões-problema de 20 linhas, 01 dissertação de 30 linhas e

01 parecer técnico de 60 linhas. Na fase objetiva eu era o 28º, depois da

discursiva fiquei em 19º.

Antes de expor os modelos de resposta, vamos apresentar um pequeno

guia de como fazer uma discursiva. Vocês poderão perceber que de forma geral

é muito simples. Por mais complexa que seja a questão, com esses

ensinamentos básicos e com o conhecimento do conteúdo, você será capaz de

responder todas as questões e dentro do tempo. Perceba que o examinador

apenas quer que você demonstre conhecimento técnico sobre determinado

assunto. Ele não quer que você faça uma discursiva que depois vire um Best-

seller, e muito menos chorar de emoção ao ler a sua discursiva. Esses

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ensinamentos servem para todo e qualquer tipo de questão discursiva (estudos

de caso, questões, questões-problemas, dissertações, pareceres técnicos,

peças práticas) e com qualquer quantidade de linhas.

Sem demora, segue o roteiro básico que você deve seguir em todo tipo

de discursiva.

LEITURA ATENTA DA QUESTÃO. Esse é o ponto mais importante. A

leitura atenta é o que leva você a expor exclusivamente o que o

examinador pediu na questão e da forma que ele exigiu que fosse

respondida. Atente-se para cada uma das palavras chave contidas e aos

verbos. Quantas perguntas há na questão. Com base em que

fundamentos a banca está exigindo a resposta (doutrina, legislação,

jurisprudência). Se o examinador pedir a resposta com fundamento na

jurisprudência e você responder com base na legislação a sua nota será

zero, por melhor que seja a sua resposta. Verifique se o texto que o

examinador trouxe é apenas motivador ou faz parte da questão. Algumas

questões trazem textos complexos sem, no entanto, servirem para a

resposta da questão. Servem apenas para “preocupar e confundir” o

candidato. Caso o texto faça parte da questão, grife, marque cada

palavra chave, cada ponto importante e que tenha relação com as

perguntas que seguem. EM ESTUDOS DE CASO, MUITA ATENÇÃO PARA

NÃO TIRAR CONCLUSÕES QUE NÃO ESTEJAM EXPLICITAS NA QUESTÃO.

ENTÃO SE ATENTE AOS FATOS EXPLICITAMENTE TRAZIDOS.

CERTIFIQUE-SE QUE TUDO FOI RESPONDIDO. A pontuação da discursiva

e dividida pela quantidade de tópicos contidos na questão. Sendo assim,

havendo uma questão valendo 100 pontos e com 05 tópicos, cada tópico

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valerá em média 20 pontos. Caso você responda 04 tópicos de forma

perfeita com toda doutrina, jurisprudência e legislação sobre o assunto,

mas esqueça de responder a um tópico, o examinador irá descontar os

20 pontos correspondentes a esse tópico. Simples assim. Outro fato é

que caso um dos tópicos seja para dar exemplos (no plural) e você der

apenas um exemplo, você irá perder 10 pontos (porque o tópico pediu

exemplos – pelo menos dois – e você trouxe apenas um). Se o

examinador pedir que você responda com base na Constituição Federal e

você responder com base na lei, por exemplo, você irá zerar a questão.

Mesmo a resposta estando certa conforme fundamentos da lei. Mais um

fato é que se a questão pedir que você responda com fundamento na

legislação e você responder com fundamento na legislação, na doutrina e

na jurisprudência, você não ganhará nada a mais por isso. MUITA

ATENÇÃO PARA TÓPICOS QUE TRAZEM MAIS DE UMA PERGUNTA.

ORGANIZAÇÃO. Marque no texto, grife, numere tudo o que é

importante e que tenha correlação com as perguntas. Isso é mais

importante em questões com textos grandes. Faça uma espécie de check

list.

SIGA A SEQUÊNCIA DETERMINADA PELO EXAMINADOR NOS TÓPICOS.

Quando ele for corrigir tenderá a procurar as respostas na mesma

sequência. Isso facilitará a correção, tendo em vista que ele não é um

especialista no assunto. Ele corrige tendo em mãos um padrão de

resposta. Então ele pontua conforme a sua resposta contenha tudo que

consta no modelo de resposta ou não. Estando na mesma sequência e de

forma organizada, isso facilita a correção.

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SEMPRE USE NAS RESPOSTAS PALAVRAS CHAVE DA PERGUNTA, E SE

POSSÍVEL INICIE O PARÁGRAFO COM ELAS. Não se preocupe em como

iniciar os parágrafos. Simplesmente inicie usando as próprias palavras

chave contidas na pergunta. Perde-se muito tempo tentando imaginar a

melhor forma de iniciar as resposta. Não procure palavras sinônimas

para não repetir as mesmas constantes na pergunta, use as mesmas

palavras. Isso ainda ajuda que você se certifique que tudo foi

respondido. Grife as palavras chave contidas nos tópicos e depois veja se

constam na sua resposta.

DÊ RESPOSTAS CLARAS, OBJETIVAS, IMEDIATAS, DIRETAS. As bancas

têm favorecido ao candidato que vai direto ao que está sendo pedido, ao

núcleo da questão. O candidato não deve fazer introduções que

abordem a questão de modo superficial e tardar a responder ao núcleo

do que está sendo pedido. A resposta deve ser imediata (sem

abordagens superficiais). Não faça abordagens históricas, morais, sociais

e não dê opinião pessoal. As palavras chave de cada tópico devem ser

retomadas na resposta de cada um deles. Dê respostas diretas (não

deixe a resposta implícita, seja sempre explícito, afirmativo). Já na

primeira linha responda a pergunta. Em seguida traga os fundamentos

que sustentam a sua afirmação.

CONFORME O EDITAL: A Prova Estudo de Caso destinar-se-á a avaliar o

domínio de conteúdo dos temas abordados, a experiência prévia do candidato

e sua adequabilidade quanto às atribuições do cargo e especialidade. Constará

de 03 (três) questões práticas, para os quais o candidato deverá apresentar,

por escrito, as soluções. Os temas versarão sobre conteúdo pertinente a

Conhecimentos Específicos, conforme programa constante do Anexo IV deste

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Edital, adequados às atribuições do Cargo/Área/Especialidade para o qual o

candidato se inscreveu. A Prova Estudo de Caso terá caráter eliminatório e

classificatório. Cada uma das questões será avaliada na escala de 0 (zero) a 100

(cem) pontos, considerando-se habilitado o candidato que obtiver,

concomitantemente, nota maior do que 0 (zero) - em cada uma das 03

questões e, ainda, média igual ou superior a 60 (sessenta) – no conjunto das 03

(três) questões.

Conforme o edital os temas serão sobre os conhecimentos específicos do

cargo. Isso significa que a resposta será sempre técnica. Não traga fatos

históricos, morais, sociais, opinião pessoal etc. Salvo se assim a questão pedir.

Estudo de caso é nada mais do que uma dissertação que tem uma narrativa fictícia com a exposição de problemas que devem ser respondidos. A FCC não exige uma estrutura que deva ser seguida. Como já dito, não se preocupe em tentar expor algo que seja extraordinário. A resposta deve ser sempre muito objetiva e simples. O ponto mais importante do estudo para uma discursiva de concurso é o estudo do conteúdo. Leia todos os normativos que constam no edital (Constituição Federal, Lei 8112, 8666, LRF etc.), pois esses sempre são sempre excelentes fundamentos. Ainda deve ler os informativos de jurisprudência do STF e STJ e as Súmulas e OJ do TST. São outras excelentes fontes para a resolução de discursivas. Sempre muita atenção em qual fonte a banca pede que seja fundamentada a resposta.

Na resolução do estudo de caso, no primeiro parágrafo pode ser feito

um resumo da narrativa fictícia. Não precisa inverter a ordem da historia e muito menos inventar palavras novas. Apenas vai eliminando palavras e frases desnecessárias que não fazem parte dos problemas apresentados. Não há necessidade de resumir com suas próprias palavras. Use as próprias palavras trazidas na questão (você também pode optar por já responder diretamente os tópicos, sem fazer o resumo da história hipotética). Nos parágrafos seguintes você responde os tópicos/problemas apresentados na forma como indicamos no roteiro acima. Bom, para melhor entendimento vamos aos temas com os padrões de respostas. IMPORTANTE QUE NOS PADRÕES DE RESPOSTA APRESENTADOS VOCÊS NÃO OBSERVEM APENAS O CONTEÚDO, MAS SIM A FORMA DE ESTRUTURAR A RESPOSTA.

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Vamos aos temas com os padrões de resposta.

TEMA 01

Considere a seguinte situação hipotética: o Tribunal Regional Federal

da 3ª Região instituiu uma comissão incumbida de apontar as alternativas

juridicamente viáveis para o oferecimento de programas de capacitação a

seus servidores, além de atividades continuas de aperfeiçoamento

profissional e acadêmico. As alternativas aventadas foram: 1-Instituição de

uma Fundação federal custeada com recursos orçamentários; 2-Criação de

um centro de estudos, como órgão público integrante da estrutura do próprio

Tribunal; ou 3-Contratação de uma instituição privada, com ou sem fins

lucrativos, para a prestação dos serviços pretendidos.

Considere o disposto na Constituição Federal e na legislação aplicável à

espécie, responda, fundamentalmente, às seguintes indagações:

a. As alternativas I e II dependem de lei específica ou prévia autorização

legislativa ou podem ser implementadas, exclusivamente, por ato do Poder

Judiciário ou do Poder Executivo?

b. Qual o regime jurídico e o procedimento para admissão dos

servidores contratados para a execução das atividades pretendidas nos

modelos previstos nas alternativas I e II? Na hipótese de criação de Fundação,

os servidores que venham a atuar, simultaneamente, nesta e no Tribunal,

assumindo-se que exista compatibilidade de horários, poderão receber

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ambas as renumerações? Na hipótese de criação de um órgão do próprio

Tribunal, em quais situações é possível atribuir gratificação ou

adicional aos servidores que desempenham as atividades mencionadas no

enunciado e como referidas parcelas são tratadas para fins de incorporação

aos vencimentos e proventos?

c. Caso a alternativa seja a contratação de instituição privada para

prestação de serviços técnicos especializados de capacitação e

aperfeiçoamento, qual(is) a(s) modalidade(s) licitatórias(s) prevista(s) para a

seleção da referida instituição? Admite-se que tal instituição subcontrate

parcela do objeto do contrato?

Notem que nesse tipo de questão a organização é fundamental. Caso não

sejamos extremamente organizados, certamente iremos esquecer de algum

tópico exigido pela banca. E nesse caso, por melhor que esteja a sua discursiva,

o desconto será, normalmente, proporcional à pontuação total dividida pela

quantidade de tópicos. Então vamos numerar o que o examinador está

exigindo:

1) Considere o disposto na Constituição Federal e na legislação aplicável à

espécie, responda, fundamentalmente, às seguintes indagações (aqui ele já

deixou claro que quer que seja fundamentada a resposta na CF e nas leis.

Conhecimento técnico).

2) As alternativas I e II dependem de lei específica ou prévia autorização

legislativa ou podem ser implementadas, exclusivamente, por ato do Poder

Judiciário ou do Poder Executivo?

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3) b. Qual o regime jurídico e

4) o procedimento para admissão dos servidores contratados para a execução

das atividades pretendidas nos modelos previstos nas alternativas I e II (notem

que ele quer o regime jurídico e o procedimento. São dois itens. E mais: para os

modelos I e II. Caso traga apenas para um dos modelos irá perder metade dos

pontos referente ao tópico).

5) Na hipótese de criação de Fundação, os servidores que venham a atuar,

simultaneamente, nesta e no Tribunal, assumindo-se que exista

compatibilidade de horários, poderão receber ambas as renumerações?

6) Na hipótese de criação de um órgão do próprio Tribunal, em quais situações

é possível atribuir gratificação ou adicional aos servidores que desempenham

as atividades mencionadas no enunciado e

7) como referidas parcelas são tratadas para fins de incorporação aos

vencimentos e proventos?

8) c. Caso a alternativa seja a contratação de instituição privada para prestação

de serviços técnicos especializados de capacitação e aperfeiçoamento, qual(is)

a(s) modalidade(s) licitatórias(s) prevista(s) para a seleção da referida

instituição?

9) Admite-se que tal instituição subcontrate parcela do objeto do contrato?

Temos então 09 tópicos a serem respondidos. Vejam que o que fizemos

pode ser feito perfeitamente no próprio caderno de questões. Dessa forma,

você evita esquecer algum item.

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PADRÃO DE RESPOSTA

Com o objetivo de capacitar servidores do Tribunal, foram dadas as

seguintes alternativas: 1) a instituição de uma Fundação federal custeada com

recursos orçamentários; 2) a criação de um centro de estudos, como órgão

público integrante da estrutura do Tribunal; ou 3) a contratação de uma

instituição privada, com ou sem fins lucrativos, para a prestação dos serviços

pretendidos.

Ao que se refere às alternativas 01 e 02, essas não podem ser

implementadas exclusivamente por ato do Poder Judiciário. A Constituição

Federal (CF) dispõe no artigo 37 que somente por lei específica poderá ser

autorizada a instituição de fundação. No caso de órgão público a CF em seu

artigo 48, também exige lei para a sua criação. Observe-se que em ambos os

casos o regime jurídico dos servidores do Tribunal e o daqueles

admitidos na Fundação é o mesmo, regime jurídico público, conforme artigo 39

da Constituição Federal, e está consolidado na Lei nº 8.112/90.

Já quanto ao procedimento para admissão, ainda dos dois primeiros

casos, exige-se que a admissão seja precedida de concurso público, conforme

artigo 37 da Constituição Federal, salvo em se tratando de cargo em comissão.

Por sua vez, na hipótese de criação da fundação os servidores que venham a

atuar, simultaneamente, nesta e no Tribunal, assumindo-se que exista

compatibilidade de horários, poderão ou não receber ambas as renumerações.

Isso porque a acumulação renumerada de cargos, funções ou empregos

pressupõem a compatibilidade de horários, mas somente é admitida nas

hipóteses previstas no artigo 37 da Constituição Federal: dois cargos de

professor; um cargo de professor e um técnico ou científico e dois cargos de

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profissional da saúde. Ou seja, na situação em exame, a acumulação será

permitida se o servidor se enquadrar na segunda situação.

Verifica-se que na hipótese de criação de um órgão do próprio Tribunal, é

possível atribuir adicional em função da natureza e local do trabalho, assim

dispondo a Lei 8.112. As gratificações e adicionais incorporam-se aos

vencimentos e proventos nas hipóteses e condições previstas em lei, o mesmo

não ocorrendo com parcelas indenizatórias. Já no que tange a alternativa de

contratação de instituição privada a modalidade licitatória depende do valor

estimado para a contratação: até R$ 80.000,00 a modalidade é o convite; até

R$ 650.000,00 a modalidade é a tomada de preços e acima deste valor é

obrigatória a adoção da modalidade concorrência, conforme artigo 23 Lei nº

8.666/93, admitindo-se sempre a modalidade concorrência, conforme o mesmo

artigo.

Por fim, a subcontratação parcial é admitida se prevista no edital e

contrato. Caso contrário, enseja a rescisão contratual, ainda de acordo com a

Lei 8.666/93.

Notem como iniciamos a nossa resposta com o devido resumo dos fatos.

A organização de cada um dos fatos com as respectivas respostas. Usamos os

elementos de coesão em cada parágrafo fazendo com que o texto fique

coerente. Cada um dos 09 tópicos foram devidamente respondidos de forma

imediata, objetiva e clara.

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TEMA 02

O Estado do Pará pretende ampliar a oferta de serviços públicos à

população, implantando postos de atendimento eletrônico em diversas

localidades. Necessita, assim, realizar investimentos em obras e aquisições de

equipamentos, além da contratação de pessoal próprio ou terceirizado. Para

obter parte dos recursos orçamentários necessários ao financiamento do

programa, optou por alienar bens imóveis adjudicados em processos de

execução fiscal, não vocacionados para afetação ao serviço público.

Considerando a legislação aplicável, elabore parecer respondendo, de

forma fundamentada, às seguintes indagações: 1- De acordo com a lei nº

8.666/93 e com a lei nº 101/2000 (Lei da Responsabilidade Fiscal), quais os

requisitos e o procedimento para alienação dos imóveis mencionados e quais

as possibilidades legais de aplicação dos recursos obtidos para a finalidade

narrada no enunciado? 2- Caso o Estado pretenda que a iniciativa privada

realize as obras e aquisições necessárias e disponibilize à Administração, como

usuária direta ou indireta, os serviços em questão, qual a modalidade

contratual a ser utilizada? Quais os requisitos e características específicos desse

tipo de contratação?

PADRÃO DE RESPOSTA

O Estado do Pará pretende a oferta de serviços à população, implantando

postos de atendimento eletrônico em diversas localidades. Assim, necessita

realizar investimentos em obras e aquisição de equipamentos e contratação de

pessoal. O Estado optou por alienar bens imóveis.

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De acordo com a Lei nº 8.666, os requisitos e procedimentos para a

alienação são: avaliação dos bens alienáveis; comprovação da necessidade ou

utilidade da alienação e licitação, na modalidade leilão ou concorrência. Os

recursos obtidos com alienação dos imóveis caracterizam receita de capital,

como tal, não podem ser utilizados em despesas correntes, salvo se destinada

por lei aos regimes de previdência social, geral ou próprio dos servidores

públicos, conforme LRF. Ou seja, na situação narrada, essas receitas somente

poderão ser utilizadas para a realização de obras e aquisição de equipamentos,

não podendo suportar despesas de pessoal e de custeio.

Já ao que ser refere ao fato de caso o Estado pretenda que a iniciativa

privada realize as obras e aquisições e disponibilize à Administração, o Estado

poderá utilizar a parceria público privada, na modalidade concessão

administrativa, que a teor do disposto na Lei 11.079, é o contrato de prestação

de serviços nos quais a Administração figure como a usuária direta ou indireta,

ainda que envolva execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Essa

tal modalidade somente é cabível para contratações acima de R$

20.000.000,00 e com prazo mínimo de 5 e máximo de 35 anos.

São características de tais contratos, entre outras, repartição objetiva de

riscos entre parceiro privado; compartilhamento com a Administração dos

ganhos econômicos efetivos do parceiro privado decorrentes da redução do

risco de crédito e garantia, pela Administração, das obrigações pecuniárias

assumidas.

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TEMA 03

Analise de forma conclusiva, ao que se refere ao seguinte fato constante

de prestação de contas submetidas à apreciação jurídica, abordando os

aspectos administrativos, civis e penais: Tício, gestor público responsável,

autorizou, com dispensa de licitação, a contratação direta, bem como o

correspondente pagamento no montante de R$ 60.000,00, de técnico de

notória especialização para fazer o paisagismo do prédio básico de uma escola

estadual situada na periferia da capital, tendo proferido o seguinte despacho:

“Tendo em conta a notória especialização do técnico Z.X, considero inexigível a

licitação e autorizo a contratação direta.

PADRÃO DE RESPOSTA

Gestor público, autorizou, com dispensa de licitação, a contratação

direta, bem como o pagamento de R$ 60.000,00, de técnico de notória

especialização para fazer o paisagismo do prédio básico de uma escola

estadual, tendo considerada inexigível a licitação.

A regra geral impõe ao Administrador o dever de licitar. A dispensa e a

inexigibilidade são situações especiais. A Lei 8.666 dispõe ser inexigível a

licitação quando houver inviabilidade de competição. De acordo com a

doutrina, além da inviabilidade de competição, é necessário que o contrato

possua traços de singularidade, que o profissional ou empresa ostente notória

especialização, que se trate de serviço necessário à consecução do interesse

público e que seja o melhor meio para a obtenção do serviço.

No caso concreto, embora o profissional ostente notória especialização,

não estão presentes os demais requisitos, posto que se trata de edifício público

básico, sem traços de singularidade, inexistindo interesse público, não tendo

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sido a dispensa de licitação o melhor meio para a obtenção do serviço, tendo

em conta o elevado valor por ele pago.

Veja-se, ainda, que o despacho que autorizou a contratação direta não

está sequer fundamentado. Por todo o exposto, é ilegal a contratação direta

sem o devido processo licitatório, estando as contas irregulares, impondo-se a

instauração de tomada de contas especial para apuração de eventual dano ao

erário e identificação dos responsáveis. Tício cometeu ato de improbidade

administrativa, sujeitando-se às sanções previstas na Lei 8.429. Outrossim,

incidiu na conduta delituosa prevista na Lei 8.666.

TEMA 04

O Poder Executivo pretende estabelecer, por ato administrativo

normativo, a obrigação da realização de obras de conservação do patrimônio

público local, cuja execução durará, aproximadamente, três anos. Para tanto, a

administração estabeleceu que os recursos a serem utilizados para cobrir os

custos e compensar financeiramente a despesa serão advindos da

implementação do combate à sonegação fiscal. Foi realizada consulta à

procuradoria para análise. Considerando a situação hipotética acima, analise de

forma conclusiva, abordando, necessariamente, os seguintes aspectos: 1-

classificação do tipo da despesa que se deseja realizar, conforme a LRF; 2-

diferenças conceituais entre despesa compatível e despesa adequada, descritas

na LRF; 3- requisitos exigidos pela LRF para a autorização da despesa

pretendida; 4- possibilidade ou não de utilização da previsão do acréscimo de

receita pelo maior empenho no combate à sonegação fiscal como recurso

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possível de ser utilizado na cobertura da referida despesa pretendida.

Fundamente sua resposta.

PADRÃO DE RESPOSTA

O Poder Executivo pretende estabelecer, por ato administrativo

normativo, a obrigação da realização de obras de conservação do patrimônio

público, cuja execução durará três anos. A administração estabeleceu que os

recursos a serem utilizados para cobrir os custos e compensar financeiramente

a despesa serão advindos da implementação do combate à sonegação fiscal.

A classificação do tipo de despesa que se deseja realizar, conforme a LRF,

enquadra-se como despesa corrente e está prevista como despesa obrigatória e

de caráter continuado, dado ter sido estabelecida por ato administrativo

normativo, sendo despesa corrente em função de se tratar

de custeio para manutenção do patrimônio, cujas obras deverão ser executadas

por período superior a dois exercícios financeiros, de acordo com a LRF.

Quanto as diferenças conceituais entre despesa compatível e despesa

adequada, descritas na LRF, a despesa adequada se refere àquela que é objeto

de dotação específica e suficiente na LOA, ou que esteja abrangida por crédito

genérico, de forma que, somadas todas as despesas da mesma

espécie, realizadas e a realizar, previstas no programa de trabalho, não sejam

ultrapassados os limites estabelecidos para o exercício. Em relação à despesa

compatível, deve-se observar o previsto no PPA e na LDO, estando de acordo

com as suas diretrizes, objetivos, prioridades e metas.

Para a autorização da realização da respectiva despesa, será necessário

observar os dispositivos previstos na LRF, ou seja, o ato deverá estar

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acompanhado da estimativa do impacto orçamentário-financeiro no exercício

em que deva entrar em vigor e nos dois subsequentes, bem como demonstrar a

origem dos recursos para seu custeio. Além disso, deverá acompanhar o ato

comprovação de que a despesa não afetará as metas de resultados fiscais

previstas no projeto da LDO e estar compatível com as normas descritas no PPA

e na LDO, bem como fazer a compensação, nos períodos seguintes, dos efeitos

financeiros por meio de aumento permanente da receita ou pela redução

permanente da despesa.

A conclusão é de que a utilização de previsão de acréscimo da receita

pelo maior empenho no combate à sonegação fiscal não pode ser meio

adequado para custear e compensar financeiramente a despesa pretendida,

uma vez que a LRF descreve que a compensação financeira

somente pode se dar pelo aumento permanente de receita, proveniente da

elevação de alíquotas, ampliação da base de cálculo, majoração ou criação de

tributo ou contribuição, o que não se encaixa na previsão de acréscimo de

receita pelo combate à sonegação fiscal, além de ser a despesa considerada

não autorizada, irregular e lesiva ao patrimônio público, pois não se observou o

descrito na LRF.

TEMA 05

Ricardo, servidor público ocupante de cargo efetivo em Tribunal Federal, utilizou veículo pertencente ao Tribunal para fins estranhos ao serviço, retirando-o, sem a devida autorização da garagem do edifício no qual funciona o Tribunal, para realizar, no final de semana, viagem ao litoral. Carlos, amigo de Ricardo, conduziu o veículo e transportou, além de Ricardo, mais quatro passageiros, cobrando dos mesmos R$ 50,00 (cinquenta reais) pelo traslado. Carlos conhecia a procedência do veículo. Saulo, chefe imediato de Ricardo, sabia do ocorrido e não adotou qualquer medida para impedir que Ricardo utilizasse o veículo oficial em proveito próprio e tampouco comunicou ao

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Diretor da repartição. Considerando as disposições da Lei no 8.112/90, que trata do regime jurídico dos servidores públicos civis da União, bem como a Lei no 8.429/92, que estabelece as sanções aplicáveis aos atos de improbidade administrativa, responda, fundamentadamente, às seguintes indagações: a. A que penalidade Ricardo está sujeito? Quem é a autoridade competente para aplicação da pena e quais são as fases do correspondente processo disciplinar? Qual o prazo prescricional da correspondente ação disciplinar? Esse prazo é passível de interrupção? Em caso positivo, em que hipótese(s)? b. Ricardo se sujeita, mesmo na hipótese de condenação na esfera administrativa, às sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa? Quais seriam essas sanções? Carlos, que não é servidor público, também está sujeito às referidas sanções? É determinante, para fins de configuração da(s) conduta(s) como ato de improbidade, a comprovação do dano ao patrimônio público? c. Saulo também pode responder por ato de improbidade? Admite-se que conduta omissiva seja configurada como ato de improbidade?

PADRÃO DE RESPOSTA

De acordo com a Lei 8.112 a pena é de demissão. A autoridade

competente para a aplicação da pena é o Presidente do Tribunal e as fases do processo disciplinar são: instauração, com a publicação do ato que instituir a comissão; inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório; e julgamento. O prazo prescricional é de 05 (cinco) anos, podendo ser interrompido com a abertura de sindicância ou instauração de processo disciplinar, até a decisão final proferida por autoridade competente.

Sim, Ricardo se sujeita também às sanções previstas na Lei de Improbidade, pois as sanções são independentes. As sanções passíveis de serem aplicadas a Ricardo são aquelas previstas na Lei 8.429/92, quais sejam, perda de bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano, quando houver, perda da função pública, suspensão dos direitos políticos de 8 (oito) a 10 (dez) anos, pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de 05 (cinco) anos. Carlos mesmo não sendo servidor também está sujeito às referidas sanções, pois, de acordo com Lei de Improbidade, as disposições da referida Lei são aplicáveis, no que couber, àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou concorra para a

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prática do ato de improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Não é determinante, para fins de configuração da conduta como ato de

improbidade, a comprovação do dano ao patrimônio público, pois a aplicação das sanções previstas na referida Lei independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento.

Sim, a conduta praticada por Saulo encontra-se prevista na Lei de

Improbidade Administrativa e admite-se conduta omissiva, pois de acordo com o aludido dispositivo legal, constitui ato de improbidade qualquer ação ou omissão que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres da Administração.

Observem o quanto formos diretos e objetivos. As respostas foram

sempre: sim ou não; uso das palavras chave e fundamentação.

TEMA 06

Em setembro de 2007, o Poder Executivo federal encaminhou ao Congresso Nacional mensagem por meio da qual submeteu à aprovação das Casas legislativas o texto da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e de seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova York , em 30 de março de 2007. Transformada em projeto de Decreto Legislativo, a proposição iniciou sua tramitação pela Câmara dos Deputados, em que foi aprovada, em primeiro turno, por 418 dos 429 presentes, e, em segundo turno, por 353 dos 357 presentes, de um total de 513 Deputados Federais, remetida ao Senado Federal, a proposição foi aprovada, em primeiro turno, por 59 dos 60 presentes, e, em segundo turno por todos os 56 presentes, de um total de 81 Senadores. Assim, em julho de 2008, foi promulgado o Decreto Legislativo nº186/2008, que aprova o texto da referida Convenção de seu Protocolo Facultativo. Considerando o quanto relatado acima, responda às seguintes indagações, justificando suas respostas: a- A Convenção em questão é compatível com a disciplina constitucional dos tratados internacionais em matéria de direitos humanos, no que se refere à competência e ao procedimento para sua aprovação? ; b- A aprovação, como é descrita, é suficiente para que a Convenção passe a produzir efeitos no ordenamento jurídico brasileiro? c- Qual status de integração de ato normativo dessa natureza ao ordenamento jurídico brasileiro?

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PADRÃO DE RESPOSTA A Convenção em questão é compatível com a disciplina constitucional dos

tratados internacionais em matéria de direitos humanos, no que se refere à competência e ao procedimento para sua aprovação, tendo em vista tratar de Convenção sobre os direitos da pessoa com deficiência. Conforme determinação constitucional, a competência para aprovação é do Congresso Nacional. O procedimento são dois turnos de votação, em cada Casa do Congresso Nacional, considerando-se aprovado se obtiver, em cada turno, 3/5 dos votos dos membros da Casa. Ademais, a aprovação como é descrita, é suficiente para a convenção produzir efeitos no ordenamento jurídico brasileiro, pois respeitou os turnos, os votos suficientes para aprovação e sua promulgação por Decreto do Presidente da República, de acordo com os mandamentos da CF.

O Tratado ou Convenção Internacional em matéria de direitos humanos

aprovado pelo procedimento previsto no art. 5º, da Constituição será equivalente a uma emenda constitucional, a exemplo do ocorrido com a Convenção de Nova York. O tratado internacional em matéria de direitos humanos, ainda que não seja aprovado por esse procedimento é considerado ato normativo de nível supralegal, havendo entendimentos tanto no sentido de ser de nível constitucional, como de que seja até mesmo supraconstitucional, como se depreende dos debates havidos por ocasião da aprovação pelo STF de Súmula Vinculante, relativa à prisão civil de depositário infiel, considerada ilícita, por afrontar dispositivo contido no Pacto de San José da Costa Rica.

Observem a sutileza no item “c”. A questão fala em qual é o status de ato

normativo dessa natureza. Qual ato normativo? Convenção sobre direitos humanos. Então você teria que perceber que deveria abordar o caso de a convenção ser aprovada pelo congresso nacional e o caso de não ser aprovada. Por isso que sempre falo que a leitura atenta da questão é muito importante.

TEMA 07

Pretendendo obter certidão para esclarecimento de situação de interesse pessoal em repartição pública municipal, foi exigido do cidadão interessado o prévio pagamento de uma taxa de expediente. Inconformado com esta exigência, o cidadão impetrou habeas data, com base no art. 5º, XXLII, da CF/88, ao argumento de que tal remédio constitucional tem cabimento para assegurar o conhecimento de informações relativas à sua

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pessoa e que estejam em banco de dados de ente público, sendo certo que a exigência de taxa cerceia seu direito a estas informações, além de ser inconstitucional, já que a CF/88 assegura isenção ao pagamento de taxas para obtenção de certidões com esta finalidade. Considerando este caso hipotético, analise a correção da medida e dos fundamentos apresentados pelo cidadão.

PADRÃO DE RESPOSTA Diante da situação que se apresentou, o remédio constitucional cabível

não seria o habeas data, mas o mandado de segurança, eis que o cidadão tem direito liquido e certo de obter certidão para esclarecimento de situação de interesse pessoal independentemente do pagamento de taxa. Neste caso, a exigência da taxa de expediente é inconstitucional por força do artigo 5º.

O Habeas Data é remédio constitucional que tem cabimento quando

existe recusa por parte de entidades governamentais ou de caráter público em divulgar para o cidadão os registros ou banco de dados sobre ele. No caso apresentado, não houve recusa em fornecimento de dados, mas apenas condicionamento à emissão da certidão ao pagamento de taxa. É equivocado o argumento de que para obtenção da certidão pretendida existe isenção assegurada constitucionalmente, pois trata-se, no caso de imunidade, visto que a CF/88, enquanto carta de competências, fixa as competências constitucionais tributárias e, por outro lado, as imunidades, que são situações onde não há competência, como no caso do artigo 5º da CF.

TEMA 08

Servidor, titular de cargo efetivo de professor em rede pública municipal de ensino, ainda não gozando da garantia de estabilidade, adere à greve da categoria, pleiteando melhores condições de trabalho e aumento remuneratório. Baseado nessa conduta, a Administração, após garantir ao referido servidor o exercício da ampla defesa, procede à sua exoneração, explicitando que tal decisão se justifica pela participação do movimento paredista. Argumenta a autoridade responsável pela exoneração do exercício do direito de greve não foi objeto de regulamentação legal, e, portanto o servidor paralisou de forma ilegal suas atividades, configurando assim inassiduidade compatível com o exercício de tal função pública. Analise juridicamente a decisão da Administração, no tocante à exoneração do referido servidor e os fundamentos por ela invocados.

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Note que nessa questão para uma resposta completa voce terá que ter

conhecimento da legislação e da jurisprudencia sobre o caso. Nesse tipo de questão em que não há itens a serem respondidos mas apenas deverá ser feita uma analise juridica do caso, é extremamente importante que o candidato traga todos os fundamentos essenciais ao caso. Pois como já dito, o examinador não é um especialista no assunto e tem em mãos um padrão de resposta elaborado pela banca. Esse padrão de resposta ele irá comparar com a resposta do candidato, atribuindo maior pontuação para aquele que a resposta mais se aproxime do padrão de resposta. Tendo em vista que as questões são técnicas, por isso que sempre digo que não há necessidade de se trazer fatos históricos, morais, sociais etc. (exceto se a questão assim exigir).

PADRÃO DE RESPOSTA O direito de greve dos servidores públicos é garantido na Constituição

Federal, em seu art. 37, devendo ser exercido nos termos e nos limites definidos em lei específica. Tal dispositivo tem sido tradicionalmente interpretado como veiculador de uma norma de eficácia limitada, dependente, portanto, de lei regulamentadora para que se possa exercer o referido direito.

Todavia, o Supremo Tribunal Federal, em decisões proferidas em mandados de injunção acabou por adotar a chamada “posição concretista geral” no tocante ao uso desse instrumento jurídico, e garantiu, com eficácia erga omnes, o exercício do direito de greve a todos os servidores públicos. Nessaocasião, a Suprema Corte determinou a aplicação subsidiária da Lei Geral de Greve, com as adaptações necessárias à natureza e à essencialidade do serviço prestado. Ademais, já decidiu o STF a respeito de que ao considerar o exercício do direito de greve como falta grave ou fato desabonador da conduta, em termos de avaliação de estágio probatório, que enseja imediata exoneração do servidor público não estável, o dispositivo impugnado viola o direito de greve conferido aos servidores públicos no art. 37.

TEMA 09

Dois homossexuais, que vivem em união estável, estavam andando de mãos dadas ao redor da piscina do clube que frequentam (tido como pessoa jurídica de direito privado, sendo uma associação sem fins lucrativos) quando um associado, sentindo-se incomodado com tal comportamento, formulou reclamação escrita perante o Conselho de Sindicância do clube. O referido

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Conselho, cujas decisões são irrecorríveis conforme o estatuto social do clube decidiu pela aplicação da pena de suspensão de seis meses para o casal frequentar o clube, por considerar que o comportamento teria sido nos termos do estatuto, atentatório à moral e aos bons costumes. Diante do caso acima apresentado, responda: a- indique, justificando, quatro fundamentos, com base na Constituição Federal Brasileira, que poderiam ser invocados para questionar a aplicação da pena acima descrita em face do clube. b- a eventual invocação, em favor do casal, de direitos fundamentais em face do clube remete a qual tema tratado pela doutrina de Direito Constitucional? c – em relação ao tema referido no item anterior (item b), indique quais seriam as teorias a ele aplicáveis, explicando-as.

PADRÃO DE RESPOSTA Dois homossexuais estavam andando de mãos dadas em um clube,

quando um associado formulou reclamação escrita perante o clube. O clube, cujas decisões são irrecorríveis, conforme o estatuto social, decidiu pela aplicação de pena de suspensão, por considerar que o comportamento teria sido atentatório à moral e aos bons costumes.

À vista do caso apresentado, e com objetivo de questionar a pena

imposta ao casal homossexual, é possível alegar a violação aos seguintes fundamentos da Constituição Federal Brasileira: dignidade da pessoa humana, uma vez que assegura aos indivíduos a autonomia de vontade e a liberdade para dispor da própria sexualidade; promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, já que a imposição da penalidade em questão decorre de uma visão preconceituosa sobre o comportamento do casal.

Ainda podemos destacar que todos são iguais perante a lei, sem distinção

de qualquer natureza, tendo em vista a autonomia privada relativa à orientação sexual do casal (princípio da liberdade), assim como a inexistência da justificativa para a diferenciação; por último, o fundamento do devido processo legal e o direito à ampla defesa, já que o casal não foi previamente ouvido acerca dos fatos, não lhe sendo oportunizado o direito de recorrer em face da penalidade que lhe foi imposta, a qual, inclusive teria ferido os princípios da proporcionalidade e razoabilidade, visto que o comportamento adotado pelo casal não deteve qualquer grau de reprovabilidade a justificar sua aplicação.

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Por sua vez, a eventual invocação, em favor do casal, de direitos

fundamentais em face do clube remete ao tema que diz respeito à eficácia horizontal dos direitos fundamentais. Vale dizer, a incidência dos direitos fundamentais nas relações entre particulares, visto que o casal homossexual (particulares) estaria invocando certos direitos fundamentais em face do clube, tido como um ente também particular( pessoa jurídica de direito privado , sendo uma associação sem fins lucrativos). Ao tratar da eficácia horizontal dos direitos fundamentais, a doutrina elenca duas teorias, a saber: a eficácia imediata ou direta dos direitos fundamentais e a eficácia mediata ou indireta dos direitos fundamentais.

A teoria da eficácia mediata sustenta que os direitos fundamentais

deveriam ser diretamente aplicáveis nas relações entre os participantes, gerando, assim, direitos subjetivos oponíveis a entes privados. Os adeptos a essa teoria indicam que ela foi adotada por nosso texto constitucional ao prever, em seu artigo 5º, que as normas definidoras do direito e garantias fundamentais tem aplicação imediata. A teoria da eficácia imediata, defende que os direitos fundamentais aplicam-se apenas de forma indireta nas relações entre os particulares, por meio da intervenção do legislador ao prever, no ordenamento civil, cláusulas gerais e conceitos indeterminados.

TEMA 10

Em maio de 2006, foi requerida em juízo a proibição da exibição, no país, do filme O Código da Vinci, inspirado no Best Seller homônimo de autoria de Dan Brown. Consoante registros jornalísticos da época, o autor da ação alegou que os efeitos da exibição do filme seriam perniciosos, a despeito de se tratar de obra de ficção, uma vez que a obra em questão afrontaria a fé cristã, colocando em xeque as histórias oficiais de Jesus Cristo e de toda a Igreja Católica, ao concentrar-se na tese de que Jesus Cristo casou com Maria Madalena, com quem teve um filho, e cuja descendência continuou até a atualidade, protegida por uma ordem secreta, razão pela qual um determinado grupo religioso estaria assassinando seus integrantes e descendentes para manter tal segredo. A ação em questão, movida em face da distribuidora do filme, Sony Pictures, foi julgada improcedente pelo juiz competente. Considerada a disciplina constitucional das liberdades, quais os fundamentos jurídicos existentes para a decisão pela improcedência da ação? Justifique sua resposta.

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PADRÃO DE RESPOSTA Foi requerida em juízo a proibição da exibição, no país, do filme O Código

da Vinci. O autor da ação alegou que a obra em questão afrontaria a fé cristã. A ação em questão movida em face da distribuidora do filme foi julgada improcedente pelo juiz competente.

Considerando a disciplina constitucional das liberdades, temos como

fundamentos jurídicos existentes para a decisão pela improcedência da ação: a Constituição assegura, em seu art. 5º, que é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias, e em seu art. 19, a vedação de o Estado estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, ou impedir-lhes o funcionamento, ou ainda manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, excetuada a colaboração de interesse público. Eventual decisão de membro do Poder Judiciário, como órgão do Estado, que visasse à tutela dos fundamentos de uma crença religiosa específica representaria uma afronta à laicidade do Estado, consagrada na Constituição.

Ainda destaque-se que a CF assegura a liberdade de expressão do

pensamento, em especial da atividade artística, intelectual, cientifica e de comunicação, independentemente de censura ou licença. Determinação judicial que impedisse a veiculação de obra cinematográfica de ficção representaria ato de censura, que não é admitido pela disciplina constitucional da matéria. Há também mandamento constitucional que assegura a todos a liberdade de consciência, no sentido de que dispõem os indivíduos de liberdade para formar suas próprias convicções – inclusive em matéria de educação formal, prevê a Constituição que o ensino se pauta pela liberdade de aprender e pelo pluralismo de concepções pedagógicas.

Não cabe ao Estado-juiz decidir de antemão o que pode ou não ser visto

pelos indivíduos, para que esses forjem seus pensamentos. Por fim, em matéria de diversões e espetáculos públicos, compete ao poder público tão somente informar sua natureza, as faixas etárias a que não se recomendem, locais e horários em que sua apresentação se mostre inadequada. É mandamento da FC que a manifestação do pensamento, a criação, expressão e a informação, sob qualquer forma, processo ou veículo, não sofrerão qualquer restrição, sendo

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expressamente vedada qualquer censura de natureza política, ideológica e artística.

Mais uma vez notem que em questões abertas, que pedem apenas que

respondam uma pergunta e explique, o candidato deve ter em mente tudo que é importante sobre o assunto. Vejam que a questão fala em fundamentos jurídicos. Não tragam opiniões pessoais, fatos históricos, morais etc. A questão da margem a esse tipo de redação, mas deve ser evitada, a não ser que a própria questão peça que isso. Por fim, a exposição dos fundamentos deve ter uma sequencia lógica, elementos de coesão e palavras chave.

TEMA 11

Lauro, representante legal da empresa Rápido Distribuidora de Alimentos Ltda., procurou auxílio de profissional de advocacia, ao qual relatou ter sido citado para manifestar-se a respeito de reclamação trabalhista ajuizada por ex empregado que desenvolvia a função de vendedor externo da empresa. Disse que o vínculo empregatício em questão ocorrera entre 17/3/2000 e 15/12/2009. A contra fé apresentada por seu interlocutor demonstra, além da data de propositura da demanda (12/3/2010), a elaboração de pedido de pagamento de horas extraordinárias por todo o liame empregatício, dada a alegação de prestação de serviços das 8 h às 20 h, de segunda-feira a sexta-feira. Também estão relatados descontos efetuados no salário do empregado, relativos a multas de trânsito a ele atribuídas quando em uso de veículo da empresa na realização de seu mister.

Em face disso, o empregado requereu a devolução dos valores deduzidos

do salário, alegando que tais penalidades são ínsitas ao risco da atividade econômica a cargo do empregador. Lauro apresentou contrato de trabalho firmado entre as partes, no qual constam a data de contratação, a função que deveria ser exercida, o valor salarial pactuado e a forma de responsabilização do empregado quanto aos danos que viessem a ser praticados, por culpa ou dolo deste, no uso do veículo da empresa. Apôs a fotocópia da CTPS e a folha de registro do empregado reclamante, na qual constam as informações do contrato, excetuando-se a informação concernente ao uso de veículo da empresa. Apresentou, ainda, multas de trânsito que demonstram ter sido o empregado flagrado, por três vezes, conduzindo veículo a 100 km/h em vias em que a velocidade máxima permitida era de 60 km/h.

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Considerando essa situação hipotética, e tendo em vista as disposições

da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), analise a [im]procedência dos pedidos acima, abordando necessariamente os assuntos prescrição, controle de jornada e descontos salariais.

PADRÃO DE RESPOSTA

Conforme a Constituição Federal de 1988 (CF/88), é direito do trabalhador a ação quanto aos créditos resultantes da relação de emprego referentes aos últimos 05 anos do contrato de trabalho, desde que a ação não seja proposta após 02 anos da extinção do contrato. Ressalte-se que de acordo com o Tribunal Superior do Trabalho os 05 anos a que tem direito o empregado de requerer os créditos é contado da propositura da ação, e não do fim do vinculo empregatício. No tocante à situação hipotética o empregado não incorreu em prescrição, tendo em vista que propôs a ação antes de completar 02 anos de ultimada a relação de emprego.

Relativamente ao pedido de horas extraordinárias não procede a

alegação do empregado. Isso porque a CLT determina que nos casos em que sejam incompatíveis o controle de jornada não serão devidos os pagamentos de horas extras. Como se trata de vendedor externo esse seria um claro exemplo o qual a CLT excepciona o pagamento de horas extras.

Já no que diz respeito aos descontos salariais realizados, a CLT é explícita

que no caso de danos causados pelo empregado em que aja dolo o empregador poderá efetuar descontos salariais com a finalidade de repor o prejuízo causado. Por outro lado, havendo apenas culpa o empregador somente poderá descontar caso essa situação tenha sido prevista no contrato de trabalho.

Na situação apresentada o contrato de trabalho traz a forma de

responsabilização quanto a danos dolosos ou culposos no uso do veículo da empresa. Sendo assim, também não procede a alegação do empregado quanto a ilicitude do desconto efetuado, pois a responsabilização estava prevista em contrato.

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TEMA 12

José ingressou com uma reclamação trabalhista contra a empresa Lua Nova Ltda., formulando pedido de pagamento de horas extras. Afirmou que cumpria uma jornada de trabalho de 8 às 20 horas, com duas horas de intervalo, de segunda a sexta feira. A empresa contestou o pedido, alegando, em sua defesa, que José não laborava em jornada extraordinária, e juntou os cartões de ponto de José. Todos os cartões juntados pela empresa registravam jornada de trabalho de 8 às 18 horas, com duas horas de intervalo, de segunda a sexta-feira. A empresa não produziu nenhum outro tipo de prova, a não ser os cartões de ponto de José. O juiz julgou procedente a demanda e condenou a empresa a pagar a José as horas extras, considerando a jornada de trabalho informada na inicial, ou seja, de 8 às 20 horas, com duas horas de intervalo, de segunda a sexta-feira.

Na situação apresentada, está correto o posicionamento do juiz?

Fundamente, juridicamente, a sua resposta.

PADRÃO DE RESPOSTA José alegando que cumpria jornada de 8 às 20 horas, com duas horas de

intervalo, de segunda a sexta, ingressou com reclamação trabalhista formulando pedido de pagamento de horas extras. A empresa em sua defesa somente apresentou os cartões de ponto os quais registravam jornada de 8 às 18 horas, com duas horas de intervalo, de segunda a sexta. O juiz julgou procedente a demanda de José.

O controle da jornada é obrigação do empregador. A CLT estabelece que as empresas que contenham mais de dez empregados devem manter registros dos horários de trabalho por meios manuais, mecânicos ou eletrônicos. Entretanto, observa-se no cotidiano trabalhista a prática de formalizar cartões de ponto que não correspondem com os horários efetivamente praticados pelos empregados, através do chamado ‘ponto britânico’.

Este foi o caso da presente questão, onde o empregado José

invariavelmente laborava das 8 às 18 horas. Por sua vez, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) tem súmula reconhecendo que nos casos em que a empresa somente apresente cartões de ponto com horários uniformes, sem a apresentação de outras provas, devem ser consideradas verdadeiras as alegações do empregado.

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Dessa forma, como a empresa unicamente apresentou os cartões de

ponto uniformes, não há dúvida de que na situação apresentada o posicionamento do juiz foi correto, se alinhando a jurisprudência do TST.

TEMA 13

Pedro estava cumprindo o período referente ao aviso prévio quando registrou sua candidatura a cargo de dirigente sindical. Nessa situação específica, deveria ser aplicada a Pedro a regra da estabilidade prevista no art.543, § 3.º, da CLT? Fundamente, juridicamente, a sua resposta.

PADRÃO DE RESPOSTA

A Constituição Federal de 1988 (CF/88) assegurou ao dirigente sindical

estabilidade no emprego desde o registro da candidatura e se eleito até um ano após o mandato. No mesmo sentido já era a previsão da CLT.

No entanto, nem a CF/88 nem a CLT previram o que aconteceria caso o

registro da candidatura ocorresse durante o aviso prévio. Por oportuno vale destacar que o período de aviso prévio é contado como tempo de serviço, ou seja, o vinculo empregatício ainda não foi desfeito.

O Tribunal Superior do Trabalho (TST) em casos como de gestante e de

empregado que tenha sofrido acidente do trabalho tem admitido a estabilidade provisória mesmo no caso de essas situações terem ocorrido durante o aviso prévio.

Mas no tocante ao caso em análise, o TST tem súmula que prevê que

caso o registro da candidatura aconteça durante o aviso prévio o empregado não terá direito a estabilidade provisória. Por todo o exposto, Pedro por ter registrado a sua candidatura durante o aviso prévio não possui direito à estabilidade sindical.

TEMA 14

Os empregados de determinada empresa iniciavam seu trabalho, durante o ano de 2013, às 08h00min. O empregador, amparado em acordo coletivo da categoria, determinou o intervalo de almoço em 30 minutos, após o

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que os empregados retornavam ao expediente, laborando 8 horas por dia. Considerando a situação proposta, disserte sobre o caso apresentado abordando necessariamente: Validade da redução do intervalo; Validade da cláusula do acordo coletivo de trabalho; Consequência da redução do intervalo.

PADRÃO DE RESPOSTA Empregados de determinada empresa laboram 08 horas por dia. O

empregador, amparado em acordo coletivo da categoria, determinou intervalo de almoço em 30 minutos. Nesse caso é invalido a redução do intervalo. Conforme Mauricio Godinho Delgado as normas que garantem intervalo de jornada mínima são normas de segurança e higiene do trabalho, não podendo ser reduzidas.

No tocante à validade da cláusula do acordo coletivo de trabalho essa é

inválida. A Constituição Federal de 1988 garantiu aos sindicatos poderes de negociação com empregadores de forma a melhor adequar a realidade às condições de trabalho. Todavia, quanto ao intervalo de jornada essa não pode ser reduzida nem mesmo mediante acordo coletivo. Assim, tem entendido o Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Por fim, a consequência da redução do intervalo, conforme súmula do

TST, será o pagamento de todo o período mínimo de intervalo como hora extra, e não apenas o período suprimido. A CLT também determina que a não concessão do intervalo mínimo de descanso terá como consequência o pagamento desse como hora extra.

TEMA 15

Tício ingressou na Cooperativa KL e passou a prestar serviços, na

qualidade de médico, para o Estado X em 01/10/2005, junto ao Posto de Saúde Vila Souza. Após ser aprovado em concurso público, foi contratado pelo regime da CLT, como médico, pelo Estado X, em 01/10/2009, lotado no Hospital Capitão Amaral. Em 20/03/10, a Justiça do Trabalho, ao julgar uma ação civil pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, entendeu que a contratação da Cooperativa KL se deu de forma irregular e determinou a extinção imediata do termo de cooperação administrativo celebrado entre as partes. Não houve recursos contra a decisão judicial. Até a decisão judicial

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proferida, Tício prestava seus serviços de forma regular e habitual no Posto de Saúde e no Hospital. Em setembro de 2010, o Governador do Estado sancionou a Lei Estadual no 10.100, a qual determinou uma nova sistemática no pagamento dos salários dos servidores regidos pela CLT. Os empregados recebiam seu salário no 25o dia de cada mês, sendo que a partir de setembro, passaram a receber seu salário no 5o dia útil do mês seguinte, com adiantamento salarial no dia 20 de cada mês. Por força da Lei Estadual no 12.000, de 05/01/2012, o Estado X editou o Estatuto do Servidor Público Estadual (regime administrativo) e adotou o regime jurídico único para todos os servidores a partir do dia 01/02/12, com novo plano funcional e novas regras sobre o pagamento dos salários. Sentindo-se lesado em seus direitos, Tício ingressou com uma ação trabalhista em 19/04/14 pleiteando: (i) o reconhecimento do vínculo empregatício com o Estado a partir de outubro/2005, com a devida anotação da carteira de trabalho (CTPS) e as verbas trabalhistas desse período, sob o argumento de que saúde é atividade fim do Estado, existia pessoalidade e subordinação, e ainda que a relação jurídica com a Cooperativa foi considerada nula pela Justiça do Trabalho; (ii) a ilicitude da alteração da data do pagamento do salário pela Lei no 10.100. Em contestação, a Reclamada aduziu a prescrição das pretensões iniciais e impugnou as demais pretensões. A partir do caso apresentado, analise fundamentadamente: a. A prescrição trabalhista de cada uma das pretensões do reclamante. b. A pretensão de reconhecimento de vínculo empregatício perante o ordenamento jurídico vigente. c. A licitude da alteração da data de pagamento de salário unilateralmente pelo empregador.

PADRÃO DE RESPOSTA Não existe prescrição para postular reconhecimento de vinculo

empregatício. Conforme a CLT a prescrição não se aplica às ações que tenham por objeto anotações para fins de prova junto à Previdência Social. Havendo mudança no regime jurídico de contratação do servidor público (celetista para estatutário), opera-se a rescisão do contrato de trabalho. No caso concreto, tem se a prescrição total. De acordo com o art. 7º da Constituição Federal, a ação quanto aos créditos resultantes das relações de trabalho prescrevem em dois anos após a extinção do contrato de trabalho. No caso em análise Tício entrou com a ação após mais de dois anos da extinção do contrato trabalhista. Dessa forma, todas as pretensões referentes aos créditos trabalhistas (inclusive FGTS) estão prescritas.

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Quanto a pretensão de reconhecimento de vínculo empregatício, existe um óbice intransponível para o reconhecimento do vinculo de emprego do medico com a Administração Pública, ou seja, o concurso público de provas e/ou títulos, ainda que se tenha uma terceirização fraudulenta, conforme súmula do TST. Por fim a licitude da alteração da data de pagamento de salário unilateralmente pelo empregador não encontra óbice no ordenamento jurídico, uma vez que a CLT determina que o pagamento do salário não deve ser estipulado por período superior a um mês e que esse deverá ser pago até o quinto dia útil do mês subsequente ao vencido.

“Pergunte a si mesmo: o que você vai sacrificar pelo que acredita.”

“Toda fadiga é lucrativa, mas limitar-se apenas a palavras leva apenas

à pobreza.”

“Quando penso que já cheguei ao meu limite, descubro que tenho

forças para ir além.”

“Construirei o meu império com trabalho, lágrimas, sangue e suor.”

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