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DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA- FEIRA, 11, 12 E 13 DE ABRIL DE 2015 7 Negócios Indústria A fabricante de produtos para higiene bucal não planeja reajustes até o segundo semestre, com objetivo de ganhar participação de mercado. A meta é aumentar o faturamento em 40% neste ano Dentalclean mantém preço para vender mais HIGIENE Jéssica Kruckenfellner São Paulo [email protected] A Dentalclean planeja ga- nhar participação no segmen- to de higiene bucal, oferecen- do itens com preços mais acessíveis. Com o orçamento das famílias mais pressionado pela alta da inflação, produtos mais baratos devem se desta- car frente à concorrência. A estratégia da fabricante de escovas de dentes, fio dental e enxaguante bucal é não aplicar reajustes na tabe- la de preços até o segundo semestre deste ano. Depois de elevar preços em 10% no início do ano, a Dentalclean quer segurar os novos reajus- tes para atrair a atenção dos consumidores e ampliar sua participação no mercado. Este ano, a meta é chegar a 5% de market share na cate- goria de escovas. “A alta generalizada de preços levará a procura por outras marcas e, depois de conhecer o produto, o consu- midor vai perceber a quali- dade e permanecer na nossa marca”, diz o diretor-geral da empresa, Marcelo Teixeira. O executivo conta que a estratégia de manutenção dos preços só foi possível pe- lo investimento em hedge (proteção à variação cam- bial) e a compra antecipada de matéria-prima importada, antes da incidência dos rea- justes. “Nós compramos toda a matéria-prima do mercado e, com isso, temos estoque para produzir por todo o pri- meiro semestre”, afirma ele. Apesar do esforço para ga- nhar participação na catego- ria, Teixeira reconhece que as vendas nas linhas de produ- tos com maior valor agrega- DIVULGAÇÃO Linha de produção das escovas de dentes em fábrica de Londrina - PR GE prevê avanço apesar de turbulência INFRAESTRUTURA A General Electric (GE) pro- jeta crescimentos de um dígito alto em suas receitas na Amé- rica Latina em 2015, apesar das dificuldades no Brasil e na Venezuela, disse o presidente executivo da empresa para a região, Reinaldo Garcia. “Provavelmente teremos crescimentos de um dígito neste ano no Brasil, o que é uma boa performance consi- derando que esse provavel- mente será um ano difícil”, disse Reinaldo Garcia à Reu- ters, durante um evento de negócios na América Latina. As receitas da GE na Amé- rica Latina cresceram 7% em 2014, com a companhia pra- ticamente dobrando seus ne- gócios na região em relação a quatro anos antes. A GE também dobrou o ta- manho de suas operações brasileiras nos últimos qua- tro anos. Na Venezuela, onde a GE atua no setor petroleiro e de geração de energia, o negó- cio deve permanecer estável em 2015 após receitas de cerca de US$ 600 milhões em 2014. Diversos participantes do evento comentaram sobre a falta de infraestrutura da Amé- rica Latina, o que representa uma oportunidade para a GE e é um motivo pelo qual Garcia mantém uma perspectiva po- sitiva para a região. Imóveis A GE venderá seu portfólio imobiliário e determinou a re- compra de US$ 50 bilhões de ações. A empresa disse que venderá a maior parte de seu portfólio de imóveis para in- vestidores incluindo o fundo Blackstone e o banco Wells Fargo por US$ 26,5 bilhões, a maior transação de imóveis comerciais desde 2007. A companhia, que vem reali- nhando o foco em seus negó- cios industriais, disse também que seu Conselho autorizou um programa de recompra de ações de até US$ 50 bilhões. O plano permite que a GE faça a recompra de quase 2 bi- lhões de suas ações em circula- ção, com base no preço do fe- chamento na quinta-feira (9). A GE tem vendido seus in- vestimentos imobiliários no mundo conforme foca em me- lhorar os lucros das vendas de produtos como turbinas de ja- tos, geradores, equipamentos de redes elétricas e para cam- pos de petróleo. A companhia disse também que espera que o lucro de seus negócios nos segmentos de aviação, energia elétrica e água, e outras indústrias res- pondam por cerca de 90% do lucro total até 2018. Essas uni- dades representavam pouco mais da metade do lucro da companhia em 2013. A GE disse que terá encargos após impostos de cerca de US$ 16 bilhões relacionados à rees- truturação no primeiro trimes- tre, sendo que US$ 12 bilhões não serão em dinheiro. A Blackstone e o Wells Fargo disseram que vão comprar a maior parte dos ativos da GE Capital Real Estate num acor- do avaliado em US$ 23 bilhões. O acordo é a maior transa- ção em imóveis comerciais desde a aquisição da proprie- tária de escritórios Equity Offi- ce Properties Trust em 2007 pela Blacktone por cerca de US$ 39 bilhões, incluindo dívi- das. /Reuters CNI: custo cresce 5% em 2014 INDICADOR O custo da indústria em 2014 cresceu 5% em relação a 2013, informou a Confederação Na- cional da Indústria (CNI). O re- sultado foi puxado pela alta de 6,3% no custo com produção e pelo avanço de 20,8% no custo de capital de giro. No componente da produ- ção, um dos destaques é a elevação de 12,6% do custo de energia. O aumento é fru- to da expansão de 16,5% no custo com óleo diesel e de 11,4% com energia elétrica. Os gastos com pessoal su- biram 7,9%. Apenas o custo tributário registrou queda em 2014, com redução de 0,8%. Os números fazem parte da pesquisa Indicador de Custos Industriais, divulgada na última sexta-feira (10) pela CNI. /Estadão Conteúdo “Provavelmente cresceremos um dígito no Brasil” REINALDO GARCIA, PRESIDENTE DA GE NA AMÉRICA LATINA do deve recuar esse ano. “Por isso, queremos investir para oferecer opções de menor pre- ço, para as vendas dessas li- nhas compensarem a perda em outras”, diz o executivo. Ele espera que, mesmo que o consumidor queira migrar das linhas de maior valor agre- gado da empresa, ele ainda vai consumir os produtos da mar- ca. “Nosso objetivo é diversifi- car a oferta por preços o máxi- mo possível, para não perder em vendas totais. Então temos novidades de maior valor agre- gado, mas também a escova de preço baixo”, revela o diretor. A expectativa da fabricante é encerrar o ano com alta de 40% no faturamento. Segundo o executivo, o volume produzi- do também deve crescer em percentual semelhante. De acordo com Teixeira, a produção para marcas pró- prias deve ajudar a incremen- tar o faturamento em 2015. “Embora não seja essencial, as vendas para marca própria ajudam na redução dos nossos custos fixos, já que nessa cate- goria ganhamos em escala e não margem”, explica ele.

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DIÁRIO COMÉRCIO INDÚSTRIA & SERVIÇOS � SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA- FEIRA, 11, 12 E 13 DE ABRIL DE 2015 7

Negócios I n d ú st r i a

A fabricante de produtos para higiene bucal não planeja reajustes até o segundo semestre, comobjetivo de ganhar participação de mercado. A meta é aumentar o faturamento em 40% neste ano

Dentalclean mantém preço para vender maisHIGIENE

Jéssica KruckenfellnerSão Pauloj e s s i c a . m o ra e s @ d c i . c o m . b r

� A De n t a l c l e a n planeja ga-nhar participação no segmen-to de higiene bucal, oferecen-do itens com preços maisacessíveis. Com o orçamentodas famílias mais pressionadopela alta da inflação, produtosmais baratos devem se desta-car frente à concorrência.

A estratégia da fabricantede escovas de dentes, fiodental e enxaguante bucal énão aplicar reajustes na tabe-la de preços até o segundosemestre deste ano. Depoisde elevar preços em 10% noinício do ano, a Dentalcleanquer segurar os novos reajus-tes para atrair a atenção dosconsumidores e ampliar suaparticipação no mercado.Este ano, a meta é chegar a5% de market share na cate-goria de escovas.

“A alta generalizada depreços levará a procura poroutras marcas e, depois deconhecer o produto, o consu-midor vai perceber a quali-dade e permanecer na nossam a rc a”, diz o diretor-geral daempresa, Marcelo Teixeira.

O executivo conta que aestratégia de manutençãodos preços só foi possível pe-lo investimento em hedge(proteção à variação cam-bial) e a compra antecipadade matéria-prima importada,antes da incidência dos rea-justes. “Nós compramos todaa matéria-prima do mercadoe, com isso, temos estoquepara produzir por todo o pri-meiro semestre”, afirma ele.

Apesar do esforço para ga-nhar participação na catego-ria, Teixeira reconhece que asvendas nas linhas de produ-tos com maior valor agrega-

D I V U L G AÇ ÃO

Linha de produção das escovas de dentes em fábrica de Londrina - PR

GE prevê avanço apesar de turbulênciaINFRAE STRUTURA

� A General Electric (GE) pro-jeta crescimentos de um dígitoalto em suas receitas na Amé-rica Latina em 2015, apesardas dificuldades no Brasil e naVenezuela, disse o presidenteexecutivo da empresa para aregião, Reinaldo Garcia.

“Provavelmente teremoscrescimentos de um dígitoneste ano no Brasil, o que éuma boa performance consi-derando que esse provavel-mente será um ano difícil”,disse Reinaldo Garcia à Reu-ters, durante um evento denegócios na América Latina.

As receitas da GE na Amé-rica Latina cresceram 7% em2014, com a companhia pra-ticamente dobrando seus ne-gócios na região em relação aquatro anos antes.

A GE também dobrou o ta-manho de suas operaçõesbrasileiras nos últimos qua-

tro anos. Na Venezuela, onde aGE atua no setor petroleiro ede geração de energia, o negó-cio deve permanecer estávelem 2015 após receitas de cercade US$ 600 milhões em 2014.

Diversos participantes doevento comentaram sobre afalta de infraestrutura da Amé-rica Latina, o que representauma oportunidade para a GE eé um motivo pelo qual Garciamantém uma perspectiva po-sitiva para a região.

ImóveisA GE venderá seu portfólioimobiliário e determinou a re-compra de US$ 50 bilhões deações. A empresa disse quevenderá a maior parte de seuportfólio de imóveis para in-vestidores incluindo o fundoBl a c k s t o n e e o banco We l l sFa rg o por US$ 26,5 bilhões, amaior transação de imóveiscomerciais desde 2007.

A companhia, que vem reali-nhando o foco em seus negó-

cios industriais, disse tambémque seu Conselho autorizouum programa de recompra deações de até US$ 50 bilhões.

O plano permite que a GEfaça a recompra de quase 2 bi-lhões de suas ações em circula-ção, com base no preço do fe-chamento na quinta-feira (9).

A GE tem vendido seus in-vestimentos imobiliários nomundo conforme foca em me-lhorar os lucros das vendas deprodutos como turbinas de ja-tos, geradores, equipamentosde redes elétricas e para cam-pos de petróleo.

A companhia disse tambémque espera que o lucro de seusnegócios nos segmentos deaviação, energia elétrica eágua, e outras indústrias res-pondam por cerca de 90% dolucro total até 2018. Essas uni-dades representavam poucomais da metade do lucro dacompanhia em 2013.

A GE disse que terá encargosapós impostos de cerca de US$16 bilhões relacionados à rees-truturação no primeiro trimes-tre, sendo que US$ 12 bilhõesnão serão em dinheiro.

A Blackstone e o Wells Fargodisseram que vão comprar amaior parte dos ativos da GECapital Real Estate num acor-do avaliado em US$ 23 bilhões.

O acordo é a maior transa-ção em imóveis comerciaisdesde a aquisição da proprie-tária de escritórios Equity Offi-ce Properties Trust em 2007pela Blacktone por cerca deUS$ 39 bilhões, incluindo dívi-das. /Re u t e r s

CNI: custocresce 5%em 2014

I N D I CA D O R

�O custo da indústria em 2014cresceu 5% em relação a 2013,informou a Confederação Na-cional da Indústria (CNI). O re-sultado foi puxado pela alta de6,3% no custo com produção epelo avanço de 20,8% no custode capital de giro.

No componente da produ-ção, um dos destaques é aelevação de 12,6% do custode energia. O aumento é fru-to da expansão de 16,5% nocusto com óleo diesel e de11,4% com energia elétrica.

Os gastos com pessoal su-biram 7,9%. Apenas o custotributário registrou queda em2014, com redução de 0,8%.

Os números fazem parteda pesquisa Indicador deCustos Industriais, divulgadana última sexta-feira (10) pelaCNI. /Estadão Conteúdo

“Prova ve l m e n t ecresceremos umdígito no Brasil”

REINALDO GARCIA, PRE SIDENTEDA GE NA AMÉRICA LATINA

do deve recuar esse ano. “Po risso, queremos investir paraoferecer opções de menor pre-ço, para as vendas dessas li-nhas compensarem a perdaem outras”, diz o executivo.

Ele espera que, mesmo queo consumidor queira migrardas linhas de maior valor agre-gado da empresa, ele ainda vaiconsumir os produtos da mar-ca. “Nosso objetivo é diversifi-car a oferta por preços o máxi-mo possível, para não perderem vendas totais. Então temosnovidades de maior valor agre-gado, mas também a escova de

preço baixo”, revela o diretor.A expectativa da fabricante é

encerrar o ano com alta de40% no faturamento. Segundoo executivo, o volume produzi-do também deve crescer empercentual semelhante.

De acordo com Teixeira, aprodução para marcas pró-prias deve ajudar a incremen-tar o faturamento em 2015.“Embora não seja essencial, asvendas para marca própriaajudam na redução dos nossoscustos fixos, já que nessa cate-goria ganhamos em escala enão margem”, explica ele.