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1 DEPARTAMENTO DE POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL DPRF ILMO. COORDENADOR-GERAL DE RECURSOS HUMANOS DE POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL 01) ÁLVARO EDUARDO GONÇALVES DE SOUZA, brasileiro, casado, investigador de polícia civil do Estado de São Paulo, portador da cédula de identidade n.º 26.400.452-8 SSP/SP e inscrito no CPF sob o n.º 161.877.138-85, residente e domiciliado na Rua Takeo Maruyama, n.º 66, Apto. 28, Bairro Fragata, Marília SP, CEP: 17.519-130, telefone: (14) 98175-5555, e-mail: [email protected]; 02) BRUNA GAMA BACELAR, brasileira, solteira, advogada, portadora da cédula de identidade n.º 0236924320038 SSP/MA e inscrita no CPF sob o n.º 044.767.893-07, residente e domiciliada na Avenida Mario Andreazza, Edifício Village Palmeiras III, Bloco 4, Apto. 505, São Luís MA, CEP: 65.068-500, telefone: (98) 98203-8554, e- mail: [email protected]; 03) CLÁUDIO FERREIRA DA SILVA, brasileiro, casado, policial civil, portador da cédula de identidade n.º 814233147 SSP/BA e inscrito no CPF sob o n.º 935.631.405-53, residente e domiciliado na Rua São Jorge, n.º 310, Centro, Paulo Afonso BA, CEP: 48.601-340, telefone: (75) 98836-2357, e- mail: [email protected]; 04) FÁBIO JUNIOR TANENO, brasileiro, casado, estudante, portador da cédula de identidade n.º 33.969.131 SSP/SP e inscrito no CPF sob o n.º 296.994.848-61, residente e domiciliado na Alameda Mario Amaral Vieira, n.º 544, Campos de Mairiporã, Mairiporã SP, CEP: 07.600-000, telefone: (11) 97194-3334, e-mail: [email protected]; 05) ISIS MENEZES LAGO, brasileira, solteira, estudante, portadora da cédula de identidade n.º 1277683000 SSP/BA e inscrita no CPF sob o n.º 036.486.585-73, residente e domiciliada na Rua José Rotandano, n.º 134, Bairro Jequiezinho, Jequié BA, CEP: 45.208-123, telefone: (73) 99101-5856, e-mail: [email protected]; 06) JOSÉ EVANDI SALES FILHO, brasileiro, casado, advogado, portador da cédula de identidade n.º 97002234141 SSP/CE e inscrito no CPF sob o n.º 016.054.463-78, residente e domiciliado na Rua Visconde de Mauá, n.º 1661, Apto. 1501, Ed. Rodin, Fortaleza CE, CEP: 60.125-160, telefone: (85) 99953-6790, e-mail: [email protected]; 07) JULIO KANICHIRO BELENS IMAI, brasileiro, solteiro, servidor público federal, portador da cédula de identidade n.º 0977266648 SSP/BA e inscrito no CPF sob o n.º 824.566.905-91, residente e domiciliado na Rua Maria de Lourdes Coutinho, Condomínio Parque Encontro das Águas, Quadra P, Lote 47, Bairro Portão, Lauro de Freitas BA, CEP: 42.700-000, telefone: (71) 98853-2394, e-mail: [email protected]; 08) MARCELO

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DEPARTAMENTO DE POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL – DPRF

ILMO. COORDENADOR-GERAL DE RECURSOS HUMANOS DE POLICIA

RODOVIÁRIA FEDERAL

01) ÁLVARO EDUARDO GONÇALVES DE SOUZA, brasileiro, casado, investigador

de polícia civil do Estado de São Paulo, portador da cédula de identidade n.º

26.400.452-8 SSP/SP e inscrito no CPF sob o n.º 161.877.138-85, residente e

domiciliado na Rua Takeo Maruyama, n.º 66, Apto. 28, Bairro Fragata, Marília – SP,

CEP: 17.519-130, telefone: (14) 98175-5555, e-mail: [email protected]; 02)

BRUNA GAMA BACELAR, brasileira, solteira, advogada, portadora da cédula de

identidade n.º 0236924320038 SSP/MA e inscrita no CPF sob o n.º 044.767.893-07,

residente e domiciliada na Avenida Mario Andreazza, Edifício Village Palmeiras III,

Bloco 4, Apto. 505, São Luís – MA, CEP: 65.068-500, telefone: (98) 98203-8554, e-

mail: [email protected]; 03) CLÁUDIO FERREIRA DA SILVA, brasileiro,

casado, policial civil, portador da cédula de identidade n.º 814233147 SSP/BA e

inscrito no CPF sob o n.º 935.631.405-53, residente e domiciliado na Rua São Jorge,

n.º 310, Centro, Paulo Afonso – BA, CEP: 48.601-340, telefone: (75) 98836-2357, e-

mail: [email protected]; 04) FÁBIO JUNIOR TANENO, brasileiro,

casado, estudante, portador da cédula de identidade n.º 33.969.131 SSP/SP e inscrito

no CPF sob o n.º 296.994.848-61, residente e domiciliado na Alameda Mario Amaral

Vieira, n.º 544, Campos de Mairiporã, Mairiporã – SP, CEP: 07.600-000, telefone: (11)

97194-3334, e-mail: [email protected]; 05) ISIS MENEZES LAGO, brasileira,

solteira, estudante, portadora da cédula de identidade n.º 1277683000 SSP/BA e

inscrita no CPF sob o n.º 036.486.585-73, residente e domiciliada na Rua José

Rotandano, n.º 134, Bairro Jequiezinho, Jequié – BA, CEP: 45.208-123, telefone: (73)

99101-5856, e-mail: [email protected]; 06) JOSÉ EVANDI SALES FILHO,

brasileiro, casado, advogado, portador da cédula de identidade n.º 97002234141

SSP/CE e inscrito no CPF sob o n.º 016.054.463-78, residente e domiciliado na Rua

Visconde de Mauá, n.º 1661, Apto. 1501, Ed. Rodin, Fortaleza – CE, CEP: 60.125-160,

telefone: (85) 99953-6790, e-mail: [email protected]; 07) JULIO KANICHIRO

BELENS IMAI, brasileiro, solteiro, servidor público federal, portador da cédula de

identidade n.º 0977266648 SSP/BA e inscrito no CPF sob o n.º 824.566.905-91,

residente e domiciliado na Rua Maria de Lourdes Coutinho, Condomínio Parque

Encontro das Águas, Quadra P, Lote 47, Bairro Portão, Lauro de Freitas – BA, CEP:

42.700-000, telefone: (71) 98853-2394, e-mail: [email protected]; 08) MARCELO

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LOURENÇO, brasileiro, casado, servidor público federal, portador da cédula de

identidade n.º 5688841-1 SSP/PR e inscrito no CPF sob o n.º 855.993.959- 87,

residente e domiciliado na Rua Fagundes Varela, n.º 900, Sobrado 04, Jardim Social,

Curitiba – PR, CEP: 82.520-040, telefone: (41) 9644-3777, e-mail:

[email protected]; 09) MOISÉS MENEZES CORDEIRO MOTA, brasileiro,

casado, policial militar, portador da cédula de identidade n.º 0936926333 SSP/BA e

inscrito no CPF sob o n.º 842.511.315-68, residente e domiciliado na Rua Rubens

Francisco Dias, S/N.º, Condomínio Azul Ville Papagaio, Quadra F, Casa 78, Papagaio,

Feira de Santana – BA, CEP: 44.059-370, telefone: (74) 99969-3254, e-mail:

[email protected]; 10) RAPHAEL ALAPENHA FERRO, brasileiro, solteiro,

estudante, portador da cédula de identidade n.º 2.031.663 SSP/AL e inscrito no CPF

sob o n.º 051.698.354-77, residente e domiciliado na Rua Vidal de Negreiros, n.º 589,

Bom Conselho – PE, CEP: 55.330-000, telefone: (87) 99908-1736, e-mail:

[email protected];11) RODRIGO GOMES DOS SANTOS, brasileiro, solteiro,

inspetor penitenciário no Estado do Rio de Janeiro, portador da cédula de identidade

n.º 20.061.461-8 DETRAN/RJ e inscrito no CPF sob o n.º 056.393.177-95, residente e

domiciliado na Rua Lobango, n.º 170, Curicica, Rio de Janeiro – RJ, CEP: 22.775-470,

telefone: (21) 99523-0674, e-mail: [email protected]; 12) SAMUEL DIAS

GONÇALVES, brasileiro, casado, estudante, portador da cédula de identidade n.º

9859563-64 SSP/BA e inscrito no CPF sob o n.º 987.283.775-91, residente e

domiciliado na Avenida Independência, n.º 2948, Montes Claros – MG, CEP: 39.404-

286, telefone: (38) 99182-9188, e-mail: [email protected]; 13) TIAGO

NOGUEIRA BANDEIRA DE MELO, brasileiro, solteiro, estudante, portador da cédula

de identidade n.º 2.411.972 SSP/DF e inscrito no CPF sob o n.º 007.170.001-33,

residente e domiciliado no Condomínio Jardins do Lago 02, Conjunto B, Casa 04,

Jardim Botânico, Brasília – DF, CEP: 71.680-376, telefone: (61) 98304-3113, e-mail:

[email protected]; 14) FRANCISCO LUSIMAR MARINHO ROCHA JÚNIOR,

brasileiro, solteiro, policial civil, portador da cédula de identidade n.º 106515919

SSP/RJ e inscrito no CPF sob o n.º 780.748.944-87, residente e domiciliado na Rua

Frederico de Andrade, n.º 371, Alvaro Weyne, Fortaleza – CE, CEP: 60.335-380,

telefone: (85) 99912-4611, e-mail: [email protected]; 15) JOSUÉ

EVANGELISTA DE JESUS SILVA, brasileiro, união estável, policial civil, portador da

cédula de identidade n.º 734.146 SSP/RO e inscrito no CPF sob o n.º 686.512.102-30,

residente e domiciliado na Quadra 209 Sul, Lote 2, Bloco A, Apto. 601, Brasília – DF,

CEP: 71.930-750, telefone: (61) 98142-4973, e-mail: [email protected], todos

neste ato representados por MOISÉS MENEZES CORDEIRO MOTA, já qualificado

acima, vem expor e ao final requerer o que segue.

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1. DOS FATOS:

Em 11/06/2013, por meio do Edital 01 (DOC.01), este r. Departamento Nacional da

Polícia Rodoviária Federal - DPRF, com base no disposto na Portaria nº 100, de 8 de

abril de 2013, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão - MPOG (DOC.02),

abriu concurso público para o provimento de 1.000 (mil) vagas e formação de cadastro

de reserva no cargo de Policial Rodoviário Federal - PRF, do qual os ora Requerentes

participaram e foram aprovados em todas as etapas de primeira fase. Porém, em

razão de suas colocações, permaneceram no cadastro de reserva.

Inicialmente – tal qual determinava o Edital 01- foram convocados os primeiros 1.000

(mil) candidatos aprovados para realização do Curso de Formação Profissional - CFP,

os quais foram nomeados em duas etapas, tão logo o MPOG autorizou o provimento

dos cargos, por meio das Portarias nº 255 (DOC.03) e nº 25 (DOC.04).

Dada a notória a falta de efetivo da referida carreira, por meio do Processo

Administrativo nº 08650.001261.2013-16 (DOC.051), o DPRF solicitou abertura de

1.000 novas vagas, o que permitiria o aproveitamento de TODOS os candidatos

aprovados na primeira fase do certame de 2013. Neste processo foi minuciosamente

demonstrado que a PRF sofre séria crise de falta de pessoal, o que vem

comprometendo a segurança nacional.

No entanto, apesar das sérias razões apontadas pelo DPRF, que justificariam o

chamamento de todos os aprovados, o MPOG, por meio da Portaria 533, de 26 de

novembro de 2015, (DOC.06) autorizou o provimento original de 79 (setenta e nove)

cargos de PRF e a nomeação adicional de apenas 500 (quinhentos) candidatos, o

fazendo de forma vinculada à suprarreferida Portaria nº 100 e, ao Edital do

Concurso. Ou seja, ao todo foram criadas 1.500 (um mil e quinhentas) vagas para

preenchimento com candidatos aprovados no certame regido pelo Edital 01/2013.

Por certo, contando com as históricas desistências, reprovações e desligamentos que

sobreviriam durante o curso de formação profissional, tal qual ocorrido no primeiro

CFP , bem como em razão da Recomendação do Ministério Público Federal de

1 Anexado apenas partes relevantes do documento e vinculadas a presente discussão, visto que é deveras extenso e extrapolaria o tamanho admitido pelo sistema E-Proc.

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Pernambuco, o DPRF convocou todo cadastro de reserva para realização do curso de

formação, o qual teria 760 (setecentas e sessenta) horas presenciais e, se realizaria

entre as datas 15/02/2016 e 20/05/2016, na cidade de Florianópolis/SC, em regime de

dedicação exclusiva, mesmo tendo conhecimento que extrapolaria o número de vagas

criadas pela suprarreferida Portaria.

Em 12/04/16, por meio do Edital 46 (DOC.09), foi retificado o Edital 31,

esclarecendo o termo a quo para computo da validade do certame seria dia 26

de maio de 2015, na medida em que RESULTADO FINAL (leia-se, da primeira turma

de formação) foi publicado no Diário Oficial da União no dia 26 de maio de 2014, na

Seção 3, nº 98, página 108 e seguintes, o que poria termo ao certame em 26 de maio

de 2016.

Aproximando-se o prazo para o término do concurso e, vendo que remanesceram

mais candidatos aprovados do que o número de vagas inicialmente abertas pela

Portaria 533, o DPRF solicitou ao MPOG autorização para nomeação extraordinária

de 28 (vinte e oito) candidatos aprovados, o fazendo dentro do já declinado

Processo nº 08650.001261.2013-16, através do Ofício 1733/2016 (DOC.05 – fls. 35).

Dita autorização permitiria a nomeação de todos os candidatos aprovados e formados

policiais, pela Academia Nacional da Policia Rodoviária Federal – ANPRF, o que,

minimizaria os efeitos nefastos da falta de efetivo na referida carreira e, poria fim ao

concurso em voga.

Ao analisar dito pleito, os órgãos e departamentos competentes assim se

manifestaram:

a) A Secretaria de Orçamento Federal, por meio da Nota Técnica 5968/16,

atestou a existência de disponibilidade orçamentária suficiente para

atender a demanda (DOC.05 – fls. 47/52);

b) A Advocacia Geral da União, por meio do Parecer 00511/2016, atestou que o

pleito atendia aos aspectos de juridicidade, podendo ser submetida a

elevada consideração do Exmo. Min. Do Planejamento, Orçamento e

Gestão para assinatura (DOC.05 – fls 54/57) , o que foi ratificado pelo

Despacho de Aprovação nº 1191/2016 da CONJUR (DOC.08 – fls.58).

Em 10/05/16, por meio de Comunicado (DOC.10), o CESPE convocou todos os

candidatos que permaneceram aptos durante o Curso de Formação a classificar e

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optar pelas unidades de lotação, em ordem de preferência, por meio de link específico,

disponível no endereço eletrônico http://www.cespe.unb.br/concursos/dprf_13.

Referido link não se encontra mais disponível no site porém, este apontava que

existiam 635 vagas, distribuídas em 41 (quarenta e uma) unidades de lotação. E,

dando atendimento à determinação do Comunicado, os Requerentes listaram suas

ordem de preferências.

Em 18/05/16, por volta das 21:00h, chegou a ser publicado no site da PRF,

https://www.prf.gov.br/portal (o que também não está mais disponível) uma listagem

com a lotação de todos os candidatos aprovado no CFP, inclusive, dos ora

Requerentes.

Em 19/05/16, por meio do Edital 50, foi divulgada a listagem final dos aprovados no

CFP e, via de consequência, no Concurso em questão, o que – subtraindo-se os

candidatos sub judice – totalizou 632 (seiscentos e trinta e dois) aprovados.

E, em 20/05/16, referidos aprovados formam devidamente formados policiais em

solenidade oficial, da qual estavam presentes inúmeras autoridades, inclusive o

Ministro da Justiça, oportunidade em que receberam Certificado de Formação

Profissional.

Mas, apesar da notícia de que existiam 635 (seiscentos e trinta e cinco) vagas

disponíveis, portanto, mais do que suficientes para alocar os 632 (seiscentos e trinta e

dois) aprovados, qual não foi a surpresa dos Requerentes, apesar de devidamente

aprovados em todas as fases do concurso e formados pela PRF! Em 25/05/16,

penúltimo dia da validade do concurso, foi publicado no Diário Oficial da União,

Seção 02, nº 99, páginas 38 a 45, a Portaria nº 181 do DPRF, nomeando para o cargo

de Policial Rodoviário Federal, apenas 616 (seiscentos e dezesseis) candidatos,

excluindo-se, portanto os últimos 16 (dezesseis) aprovados, dentre estes, o ora

Requerente!

Tal situação casou estranheza aos Requerentes, que, procuraram informações

perante a Administração Pública sobre o que teria ocorrido para não haver mais vagas

para si e, qual não foi a surpresa! Foi detectado que isso se deu porque a

Coordenadoria Geral do MPOG, em data de 24 de maio de 2016, deixou de dar

andamento ao requerimento do DPRF para provimento excepcional de 28 (vinte e oito)

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vagas para o cargo de PRF, porque ERRONEAMENTE entendeu que estaria expirado

o prazo de validade do concurso (DOC. 05 – fls.68).

Neste ato se verificou uma incomensurável desídia da Administração Pública que não

se ateve ao fato de que o Edital 31 havia sido retificado pelo Edital 46 para o fim

de ajustar o termo a quo para computo da validade do certame para 26 de maio

de 2015 – o que, levaria a termo dito certame em 26 de maio de 2016.

Aqui, é de chamar a atenção ao fato de que o DPRF, ao pleitear a abertura destas

28 (vinte e oito vagas) dedicou um parágrafo inteiro, tal seja o nº 13, do Ofício

1733/2016, conclamando ‘atenção para outro tema que é a validade do presente

certame, essa encerrando-se no próximo dia 26 de maio, não havendo mais a

possibilidade de nova prorrogação (...)’.

Ocorre que, inobstante a tais questões, dos 616 candidatos nomeados, é fato que

vários deixaram de tomar posse do respectivo cargo, fato recorrente de conhecimento

e argumento do DPRF na solicitação de vagas sobrejacentes. O que, gera vacância

dos cargos e, deveria gerar automaticamente o direito de nomeação aos Requerentes,

respeitada a ordem de classificação.

Ocorre que o Egrégio Supremo Tribunal Federal ao decidir o RExt 837311/PI, em

Repercussão Geral, Tema 784, firmou questão no sentido de há direito subjetivo

de nomeação dos candidatos devidamente aprovados em concurso público

quando, dentro do prazo de validade do processo seletivo E, TAMBÉM LOGO

APÓS SUA EXPIRAÇÃO, surgirem vagas, para provimento. (DOC.11)

Daí a razão do presente requerimento, para que, após análise das questões jurídicas

abaixo, se proceda a nomeação dos ora Requerentes nas vagas não ocupadas pelos

candidatos em melhor posição.

2. DO DIREITO LÍQUIDO E CERTO À NOMEAÇÃO NAS VAGAS SURGIDAS

DURANTE O PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME:

Eventual entendimento de que não se pode nomear os candidatos aprovados em

todas as etapas do concurso, para as vagas surgidas dentro do seu prazo de validade,

mas não ocupadas efetivamente pelos candidatos melhores classificados, em razão

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da expiração do certame é equivocado e não encontra guarida na legislação pátria e

nos entendimentos jurisprudenciais.

Primeiramente, há de se enfatizar que embora o edital de abertura do concurso -

vinculando-se a Portaria do MPOG, nº 100, de 08/03/13 - tenha inicialmente ofertado

1.000 (mil vagas), o direito subjetivo dos Requerentes, aprovados e formado, não se

restringe a este número, visto que, as Portarias do MPOG, nº 255; nº 25 e, nº 533,

que deram o provimento para criação dos cargos, expressamente se vincularam à

suprarreferida Portaria nº 100, que deu origem ao Edital. Senão, veja-se:

PORTARIA Nº 100, DE 8 DE ABRIL DE 2013

Art. 1º Autorizar a realização de concurso público para o provimento de mil (1.000)

cargos de Agente da Carreira de Policial Rodoviário Federal para o Quadro de Pessoal

do Departamento de Polícia Rodoviária Federal.

EDITAL Nº 01/2013 - DPRF

A DIRETORA-GERAL DO DEPARTAMENTO DE POLÍCIA RODOVIÁRIA FEDERAL

(PRF), no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o disposto na Portaria nº

100, de 8 de abril de 2013, do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e

nos termos da Lei nº 9.654, de 2 de junho de 1998, e suas alterações, da Lei nº 11.358,

de 19 de outubro de 2006, da Lei nº 12.775, de 28 de dezembro de 2012, da Lei nº

8.112, de 11 de dezembro de 1990, e do Decreto nº 6.944, de 21 de agosto de 2009,

torna pública a realização de concurso público para provimento de vagas e formação de

cadastro de reserva no cargo de Policial Rodoviário Federal, padrão I da Terceira

Classe, mediante as condições estabelecidas neste edital.

PORTARIA Nº 255, DE 15 DE AGOSTO DE 2014

Art. 1º Autorizar o provimento de 500 (quinhentos) cargos de Policial Rodoviário Federal

para o Quadro de Pessoal do Departamento de Polícia Federal, no âmbito do concurso

público autorizado por meio da Portaria MP nº 100, de 8 de abril de 2013, publicada

no Diário Oficial da União de 9 de abril de 2013, Seção 1, pág. 61.

PORTARIA Nº 25, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2015

Art. 1º Autorizar o provimento de 421 (quatrocentos e vinte e um) cargos de Policial

Rodoviário Federal para o Quadro de Pessoal do Departamento de Polícia Rodoviária

Federal, no âmbito do Concurso Público autorizado pelo Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão por meio da Portaria MP nº 100, de 8 de abril de

2013, publicada no Diário Oficial da União de 9 de abril de 2013.

PORTARIA Nº 533, DE 26 DE NOVEMBRO DE 2015

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Considerando a necessidade de modernização das práticas de fiscalização preventiva e

repressiva nas regiões Norte e Centro-Oeste do país nas ações de combate aos crimes

transnacionais, com foco no enfrentamento aos crimes de tráfico de drogas e armas,

contrabando e outros correlatos.

Considerando a redução do efetivo ocorrida nas regiões Norte e Centro-Oeste do país

em decorrência da evasão de pessoal.

Considerando a previsão de despesa com a realização do provimento em tela na Lei

Orçamentária Anual - LOA-2015, resolve:

Art. 1º Autorizar para o Quadro de Pessoal do Departamento de Polícia Rodoviária

Federal, no âmbito do Concurso Público autorizado pelo Ministério do

Planejamento, Orçamento e Gestão por meio da Portaria MP nº 100, de 8 de abril de

2013, publicada no Diário Oficial da União de 9 de abril de 2013:

I - o provimento original de 79 (setenta e nove) cargos de Policial Rodoviário Federal; e

II - a nomeação adicional de 500 (quinhentos) candidatos aprovados e não convocados

para o cargo de Policial Rodoviário Federal

Da leitura dos textos normativos, tornam-se incontestes três fatos:

a) Que foram ofertadas 1.500 (um mil e quinhentas) vagas para o cargo de PRF,

vinculadas ao certame ora debatido;

b) Que o provimento de tais vagas encontra respaldo orçamentário na LOA-2015;

c) Que há necessidade latente de preenchimento destas vagas, em face da

crise de segurança que o país enfrenta.

Outrossim, demonstra que vagas que não que foram preenchidas em sua

integralidade, faz com que cargos devidamente criados dentro do prazo de validade

do concurso não sejam ocupados, mesmo existindo candidatos aprovados em

TODAS as etapas do certamente, aptos a ocupa-las. Enfatize-se aqui,

devidamente formados e titulados policiais pela Academia Nacional da Policia

Rodoviária Federal – ANPRF!

2.1. Da subsunção do caso em análise à questão dirimida em sede de

Repercussão Geral pelo E. Supremo Tribunal Federal:

Esta situação amolda-se integralmente à questão dirimida pelo E. Supremo Tribunal

Federal, em Repercussão Geral, no RExt 837.311/PI, cuja ementa, acórdão e voto do

Ministro Relator seguem anexos (DOC.11), assim ementado:

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.

REPERCUSSÃO GERAL RECONHECIDA. TEMA 784 DO PLENÁRIO

VIRTUAL. CONTROVÉRSIA SOBRE O DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO DE

CANDIDATOS APROVADOS ALÉM DO NÚMERO DE VAGAS PREVISTAS NO EDITAL

DE CONCURSO PÚBLICO NO CASO DE SURGIMENTO DE NOVAS VAGAS

DURANTE O PRAZO DE VALIDADE DO CERTAME. MERA EXPECTATIVA DE

DIREITO À NOMEAÇÃO. ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA. SITUAÇÕES EXCEPCIONAIS.

IN CASU, A ABERTURA DE NOVO CONCURSO PÚBLICO FOI ACOMPANHADA DA

DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DA NECESSIDADE PREMENTE E INADIÁVEL DE

PROVIMENTO DOS CARGOS. INTERPRETAÇÃO DO ART. 37, IV, DA

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988. ARBÍTRIO. PRETERIÇÃO. CONVOLAÇÃO

EXCEPCIONAL DA MERA EXPECTATIVA EM DIREITO SUBJETIVO À NOMEAÇÃO.

PRINCÍPIOS DA EFICIÊNCIA, BOA-FÉ, MORALIDADE, IMPESSOALIDADE E DA

PROTEÇÃO DA CONFIANÇA. FORÇA NORMATIVA DO CONCURSO PÚBLICO.

INTERESSE DA SOCIEDADE. RESPEITO À ORDEM DE APROVAÇÃO. ACÓRDÃO

RECORRIDO EM SINTONIA COM A TESE ORA DELIMITADA. RECURSO

EXTRAORDINÁRIO A QUE SE NEGA PROVIMENTO. 1. O postulado do concurso

público traduz-se na necessidade essencial de o Estado conferir efetividade a diversos

princípios constitucionais, corolários do merit system, dentre eles o de que todos são

iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza (CRFB/88, art. 5º, caput). 2. O

edital do concurso com número específico de vagas, uma

vez publicado, faz exsurgir um dever de nomeação para a

própria Administração e um direito à nomeação titularizado

pelo candidato aprovado dentro desse número de vagas.

Precedente do Plenário: RE 598.099 - RG, Relator Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno,

DJe 03-10-2011. 3. O Estado Democrático de Direito republicano impõe à Administração

Pública que exerça sua discricionariedade entrincheirada não, apenas, pela sua

avaliação unilateral a respeito da conveniência e oportunidade de um ato, mas,

sobretudo, pelos direitos fundamentais e demais normas constitucionais em um

ambiente de perene diálogo com a sociedade 4. O Poder Judiciário não deve atuar como

“Administrador Positivo”, de modo a aniquilar o espaço decisório de titularidade do

administrador para decidir sobre o que é melhor para a Administração: se a convocação

dos últimos colocados de concurso público na validade ou a dos primeiros aprovados em

um novo concurso. Essa escolha é legítima e, ressalvadas as hipóteses de abuso, não

encontra obstáculo em qualquer preceito constitucional. 5. Consectariamente, é cediço

que a Administração Pública possui discricionariedade para, observadas as normas

constitucionais, prover as vagas da maneira que melhor convier para o interesse da

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coletividade, como verbi gratia, ocorre quando, em função de razões orçamentárias, os

cargos vagos só possam ser providos em um futuro distante, ou, até mesmo, que sejam

extintos, na hipótese de restar caracterizado que não mais serão necessários. 6. A

publicação de novo edital de concurso público ou o surgimento de novas vagas durante

a validade de outro anteriormente realizado não caracteriza, por si só, a necessidade de

provimento imediato dos cargos. É que, a despeito da vacância dos cargos e da

publicação do novo edital durante a validade do concurso, podem surgir circunstâncias e

legítimas razões de interesse público que justifiquem a inocorrência da nomeação no

curto prazo, de modo a obstaculizar eventual pretensão de reconhecimento do direito

subjetivo à nomeação dos aprovados em colocação além do número de vagas. Nesse

contexto, a Administração Pública detém a prerrogativa de realizar a escolha entre a

prorrogação de um concurso público que esteja na validade ou a realização de novo

certame. 7. A tese objetiva assentada em sede desta repercussão geral é a de que o

surgimento de novas vagas ou a abertura de novo concurso para o mesmo cargo,

durante o prazo de validade do certame anterior, não gera automaticamente o

direito à nomeação dos candidatos aprovados fora das vagas previstas no edital,

ressalvadas as hipóteses de preterição arbitrária e imotivada por parte da

administração, caracterizadas por comportamento tácito ou expresso do Poder

Público capaz de revelar a inequívoca necessidade de nomeação do aprovado

durante o período de validade do certame, a ser demonstrada de forma cabal pelo

candidato. Assim, a discricionariedade da Administração quanto à convocação de

aprovados em concurso público fica reduzida ao patamar zero

(Ermessensreduzierung auf Null), fazendo exsurgir o direito subjetivo à nomeação,

verbi gratia, nas seguintes hipóteses excepcionais: i) Quando a aprovação ocorrer

dentro do número de vagas dentro do edital (RE 598.099); ii) Quando houver

preterição na nomeação por não observância da ordem de classificação (Súmula 15 do

STF); iii) Quando surgirem novas vagas, ou for aberto novo concurso durante a

validade do certame anterior, e ocorrer a preterição de candidatos aprovados fora

das vagas de forma arbitrária e imotivada por parte da administração nos termos

acima. 8. In casu, reconhece-se, excepcionalmente, o direito subjetivo à nomeação

aos candidatos devidamente aprovados no concurso público, pois houve,

DENTRO DA VALIDADE DO PROCESSO SELETIVO E,

TAMBÉM, LOGO APÓS EXPIRADO O REFERIDO PRAZO,

manifestações inequívocas da Administração piauiense acerca da existência de

vagas e, sobretudo, da necessidade de chamamento de novos Defensores

Públicos para o Estado. 9. Recurso Extraordinário a que se nega provimento. (RE

837311, Relator(a): Min. LUIZ FUX, Tribunal Pleno, julgado em 09/12/2015,

PROCESSO ELETRÔNICO REPERCUSSÃO GERAL - MÉRITO DJe-072 DIVULG 15-

04-2016 PUBLIC 18-04-2016)

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A similitude do caso em analise com o julgado do STF fica clara na medida em que

se observa que:

O julgado firmou questão no sentido de que: No Presente caso :

A divulgação do numero de vagas por meio do

edital faz torna a nomeação um dever para

Administração pública e um direito para o

candidato aprovado em todas as etapas do

certame.

Foram ofertadas inicialmente 1.000 vagas por

meio do edital, entretanto, em ato vinculado,

foram disponibilizadas mais 500, totalizando

1.500 vagas a serem preenchidas pelos

aprovados no certame de 2013.

A discricionariedade da Administração quanto à

convocação de aprovados em concurso público

fica reduzida ao patamar zero quando restar

provada a necessidade de provimento imediato

das vagas criadas dentro do prazo de validade do

concurso, ainda que não mencionadas

inicialmente no edital.

O Processo nº 08650.001261.2013-16,

notadamente, o Ofício do DPRF nº 1733/16 e a

própria Portaria 533, que criou as últimas 500

vagas provam e comprovam que há

necessidade latente de ocupação das referidas

vagas, pois, o país enfrenta sério problema de

segurança pública.

O mesmo acontece quando a Administração

Pública, por má-gestão, deixa escoar o prazo do

certame sem a devida criação dos cargos a que

tem necessidade.

O não provimento dos cargos se deu por

desídia do MPOG, que deixou de dar o

necessário andamento ao pleito do DPRF

porque não observou corretamente a data de

expiração do certame.

O fato de o certame ter expirado não retira dos

candidatos aprovados o direito de nomeação,

quando as vagas tenham surgido na vigência do

certame ou logo após o seu encerramento.

As vagas foram criadas dentro do prazo de

validade do certame, porém, a sua vacância

surgiu em apenas 30 (trinta) dias após a

expiração do mesmo.

Para que não sobrevenham dúvidas acerca da subsunção do feito ao julgado do

Supremo Tribunal Federal, vale enfatizar os alguns pontos, a partir da observação

dos seguintes trechos do Voto do Eminente Ministro Relator Luiz Fux, no Recurso

Repetitivo 837.311/PI:

2.1.1. Da delimitação da tese debatida no repetitivo em analise:

Primeiramente o Exmo Ministro tratou de esclarecer que a tese em analise

diferenciava-se daquela em que a Corte Suprema já havia firmado questão porque

visava uniformizar o entendimento acerca da nomeação dos candidatos aprovados

em concurso público, além do número inicial de vagas ofertadas, ou seja, tratou do

direito do chamado ‘cadastro de reserva’.

(...) Como salientado quando da Manifestação pelo reconhecimento da Repercussão

Geral, este Supremo Tribunal Federal já teve a oportunidade de se debruçar, de maneira

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abrangente, sobre o tema do direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados em

concursos públicos dentro do número das vagas previstas no edital, o que ocorreu no RE

598.099, Repercussão Geral, Rel. Ministro Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe

30.10.2011. No referido recurso extraordinário, a Corte assentou a tese de que, em

regra, o candidato aprovado dentro do número de vagas previstas no edital tem direito

subjetivo de ser nomeado no cargo pretendido.

(...) In casu, a questão jurídica central a ser analisada no Recurso Extraordinário sub

examine diz respeito ao direito subjetivo à nomeação de candidatos aprovados fora

do número de vagas previstas no edital, no caso do surgimento de novas vagas

dentro do prazo de validade do concurso.

(...) Dessa forma, o presente julgamento, além de pacificar a orientação desta Suprema

Corte sobre a matéria, proporcionando a necessária segurança jurídica almejada pelos

jurisdicionados, servirá a prescrever as balizas para o enfrentamento de um controverso

tópico acerca do valioso instrumento constitucional do concurso público (CRFB/88, art.

37, II).

Como já demonstrado alhures, não existem dúvidas de que os Requerentes foram

aprovado em TODAS as etapas do concurso, tendo inclusive sido formados Policiais

Rodoviário Federal, ante a participação, com êxito no CFP, senão, observe-se o Edital

50 e o respectivo Certificado de Conclusão do Curso.

Outrossim, não restam dúvidas que as vagas que os Requerentes buscam por meio

deste requerimento foram criadas durante à vigência do concurso e, vinculada a este,

como bem se deflui da Portaria 533 do MPOG e ofício do DPRF indicando que

inúmeros candidatos nomeados originariamente não tomaram posse. Assim,

perfeitamente demonstrada a similitude fática entre os feitos!

2.1.2. Do reconhecimento dos esforços dos candidatos aprovados em

concurso público:

Na sequência, como servidor público de carreira que o é, o Exmo. Ministro

reconhece que a carreira pública é para poucos, na medida em que exige inúmeros

esforços dos candidatos, notadamente, em abrir mão de vidas pessoais para se

dedicar a logos períodos de estudos.

(...) A Administração, ao iniciar um processo seletivo, manifesta uma evidente intenção e

necessidade de preencher determinados cargos públicos. Consequentemente, a partir

da publicação dos editais dos concursos, centenas ou, dependendo do caso, milhares de

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candidatos se inscrevem no certame e renunciam a diversos afazeres e prazeres da sua

vida pessoal para que possam se dedicar, física e espiritualmente, em prol da busca pelo

cargo que desejam ocupar. Passam horas de seu dia na preparação intelectual,

abstendo-se do lazer, do convívio com seus familiares em busca de uma posição que

lhes garanta uma vida mais condizente com os seus objetivos de vida.

No caso dos Requerentes, este esforço foi ainda maior, pois, além de dedicar alguns

anos de sua vida para estudar e assim obter aprovação como PRF, quando foram

convocado para participação no CFP, vendo a possibilidade real e concreta de

nomeação, deixaram suas famílias em suas respectivas cidades, solicitaram

desligamento dos seus empregos e mudaram-se para cidade de Florianópolis, para se

dedicar única e exclusivamente a esta nova empreitada.

Ou seja, fica demonstrado que, assim como no caso paradigma, os Recorrentes estão

sofrendo prejuízos em suas esferas de direitos pessoais e patrimoniais.

2.1.3. Da comprovação de necessidade do provimento de novos cargos:

Prossegue o voto registrando que a demonstração de necessidade de

preenchimento de vagas, durante a validade do concurso, retira do Administrador

Público à discricionariedade acerca da nomeação dos candidatos devidamente

aprovados:

(...) Desse modo, nenhum candidato, esteja ele dentro ou fora do número de vagas do

edital, pode ficar refém de condutas que, deliberadamente, deixem escoar,

desnecessariamente e, por vezes, de modo reprovável, o prazo de validade do concurso

para que sejam nomeados, apenas, os aprovados em novo concurso. Se a

Administração decide preencher imediatamente determinadas vagas por meio do

necessário concurso, e existem candidatos aprovados em cadastro de reserva de

concurso, ainda, válido, o princípio da boa-fé vincula a discricionariedade da

Administração e lhe impõe o necessário preenchimento das vagas pelos

aprovados no certame ainda em validade.

(...) Em casos como este, o espaço para a atuação discricionária da Administração

quanto à avaliação da oportunidade da nomeação fica tão reduzido que é considerado

nulo, em fenômeno identificado pela doutrina alemã como “redução da discricionariedade

a zero” (Ermessensreduzierung auf Null). A fim de que não haja dúvidas, o direito à

nomeação dos aprovados fora do número de vagas do edital só nascerá, e em

caráter excepcional, e mesmo que novo edital de concurso seja publicado, caso fique

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demonstrado que a Administração pretende e precisa efetivamente nomear

candidatos durante a validade do primeiro concurso.

A necessidade imediata de preenchimento das vagas abertas durante o prazo de

validade do certame é inconteste, bastando-se analisar os argumentos utilizados pelo

Ilmo. Coordenador-Geral de Recursos Humanos de Policia Rodoviária Federal no

Ofício 1733/2016 (DOC.05 – fls.35), abaixo sintetizados, para ver-se que há

inequívoco interesse da administração pública no aproveitamento dos ora

Requerentes.

a) O prazo de validade do concurso expiraria em 26/05/2016, sem a possibilidade

de nova prorrogação, pois a única possibilidade já havia sido utilizada;

b) Apesar de, ano de 2014, ter solicitado autorização para o aproveitamento de 1.000

candidatos inseridos na situação de excedente, esta quantidade foi novamente

apurada pelo DPRF no ano de 2015 em 766 candidatos, sendo que somente 662

candidatos excedentes efetivamente realizaram matrícula no curso de formação e

se apresentaram na Academia Nacional de Polícia Rodoviária Federal;

c) Transcorrido mais de 50% do curso de formação, muitos candidatos foram

eliminados ou pediram desligamento voluntário, associado às vacâncias existentes

no âmbito da PRF, foi apurada necessidade de provimento suplementar para

apenas 28 (vinte e oito) candidatos, e não mais o quantitativo de 187 (cento e

oitenta e sete);

d) Nas nomeações anteriores resultaram 60 (sessenta) vagas não preenchidas, em

razão do não comparecimento dos candidatos nomeados para tomar posse e/ou

entrar em exercício;

e) Sem a possibilidade de prorrogação do concurso e sem a criação das 28

(vinte e oito) vagas remanescentes, o DPRF não teria meios de

preencher nem mesmo as 1.500 (um mil e quinhentas)

vagas abertas em razão do certame em voga;

f) Isto implicaria na perda do investimento de mais de R$ 30.000,00 (trinta mil reais)

na formação de cada candidato inscrito no curso de formação, sem contar com

o valor do auxílio financeiro mensal de 50% da remuneração inicial para o cargo,

para cada candidato.

Portanto, inconteste a necessidade de provimento do cargo para o que os

Requerentes foram devidamente aprovados por meio de concurso público, tendo

superado TODAS as etapas do certame.

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2.1.4. Da caracterização de desídia no escoamento do prazo de validade

sem a respectiva nomeação dos candidatos aprovados:

Outrossim, o Exmo. Ministro enfatiza que, para se falar em direito subjetivo de

nomeação nas vagas surgidas durante a vigência do concurso, é necessário

demonstrar que o Administrador Público não agiu corretamente, deixando escoar

dolosamente o prazo de validade daquele sem a respectiva criação das vagas.

(...) Quando um Administrador Público atua com má-fé e deixa escoar dolosamente o

prazo de validade de um concurso para favorecer, indevidamente, os aprovados no novo

certame, exsurge o direito de nomeação em favor dos candidatos aprovados na primeira

seleção (...).

(...) Na medida em que a Administração Pública possui vagas e demonstra a

necessidade de prover imediatamente os cargos, não pode deixar escoar o prazo

de validade do concurso para nomear outras pessoas que não os concursados já

aprovados no concurso válido.

(...) Verdadeiramente, entender de modo diverso seria, data venia, permitir judicialmente

que a Administração Pública pudesse tornar-se indiferente para com o candidato,

deixando escoar o prazo de validade do concurso com vagas abertas e sem

preenchimento. Essa orientação, além de burlar a Constituição da república, em

especial o art. 37, inciso II e IV, nega vigência aos princípios da impessoalidade,

eficiência, moralidade e da proteção da confiança.

Pois bem, a desídia da Administração Pública é a questão central do presente caso e,

devidamente comprovada por meio da manifestação Coordenadoria Geral do MPOG, quando,

numa atitude de total descaso com a coisa pública – em 24 de maio de 2016 - deixou de dar o

andamento ao requerimento para provimento das 28 (vinte e oito) vagas sobressalentes porque

o concurso teria expirado o prazo de validade.

Ao relegar informações de vital importância, constante do próprio processo administrativo, de

que o concurso em voga teria data final em 26 de maio de 2016 (feriado de Corpus

Christi), simplesmente fez letra morta dos mais elementares princípios da administração

pública, notadamente:

a) Da legalidade, pois ao desprezar o texto do Edital 46 (DOC.09) que faz lei entre os

candidatos do certame e a administração pública;

b) Da finalidade, posto que ao impedir que toda sociedade brasileira recebesse novos

Policiais Rodoviários Federais, quando esta passa por uma crise de segurança pública

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gravíssima, tal qual relatado no requerimento do DPRF, para que fosse convocado

todo cadastro de reserva (DOC.05 – fls. 05 à 34);

c) Da eficiência, visto que, se tivesse agido de forma imparcial, neutra, transparente,

participativa, eficaz, sem burocracia e buscando a melhor utilização dos recursos

públicos, de maneira a evitarem-se desperdícios e garantir-se maior rentabilidade

social, teria tido mais cuidado antes de praticar ato que descartou os candidatos

aprovados no certame em que a Administração Pública já vinha investindo desde o

curso de formação.

Ora quando o Administrador Público deixa de agir dentro dos estritos termos da lei e contrário

aos princípios basilares do Estado Democrático de Direito, fica mais que evidenciada a

ilegalidade de seu ato! Portanto, também neste aspecto demonstrada a subsunção do feito ao

julgado no repetitivo em análise.

2.1.5. Da irrelevância do prazo final do certame para a data de nomeação

dos candidatos quando as vagas surgiram antes de seu

encerramento:

Por fim, o Exmo. Ministro adentra a questão prática que poderia ser apontada pelo

DPRF como óbice a nomeação administrativa do Requerente a vaga não ocupada por

candidatos que obtiveram melhor nota no certame, tal seja, a validade do concurso:

(...) Os impetrantes, ora recorridos, foram aprovados no certame, tendo alcançado a

média final exigida. Todavia, ficaram, na classificação final, além do número de vagas

previstas no Edital. Acontece que, certo tempo depois, mas, ainda, dentro da validade do

mencionado concurso, o Estado manifestou inequívoco interesse (inclusive existindo a

previsão orçamentária para tanto) de realizar novo concurso para o mesmo cargo.

(...) Constata-se, dessarte, que, MENOS DE SEIS MESES APÓS O TÉRMINO DA

VALIDADE DO CONCURSO EM TELA, a própria Defensoria Pública do Estado do

Piauí reconheceu, expressamente, que deveriam ser nomeados 40 defensores. A

instituição não poderia, portanto, ter deixado escoar o prazo do concurso sem nomear os

recorridos,

(...) Acertada, portanto, o entendimento do TJ do Piauí que entreviu o direito

subjetivo de nomeação dos recorridos diante dessa seqüência de circunstâncias:

comprovação da existência de vagas de Defensor Público, a declaração do

Defensor Público-Geral da necessidade de novo concurso e a Resolução que,

AINDA QUE EXARADA LOGO APÓS O TÉRMINO DA VALIDADE DO CONCURSO, já

previa a necessidade, desde 2007, desses novos defensores.

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Pois bem, de todo apanhado fica claro que a Corte Suprema tratou o termo ad quem

do concurso para fins de nomeação como uma questão menor, que pode ser

relegada se restar provado que as vagas surgiram dentro de sua vigência e o

respectivo provimento não se deu por desídia do Administrador Público, como visto

acima, ambas as questões presentes na demanda em apreço.

2.1.6. Do efeito vinculante das decisões proferidas em Repercussão Geral

aos processos administrativos:

Relevante salientar que as decisões proferidas em sede de Repercussão Geral

devem produzir efeitos vinculantes também na esfera administrativa, pois qualquer

entendimento diferente de disso seria fazer letra morta do princípio constitucional da

eficiência, na medida em que se levaria ao judiciário questões fadadas ao insucesso.

Não é por outra razão que a Portaria da AGU, n. 380/2014, expressamente

estabelece em seu art. 2, inciso VIII, que os Ilmo. Procuradores Federais não

deverão recorrer em casos em que existir tese firmada pelo Supremo Tribunal

Federal em Repercussão Geral. É o texto da norma:

Art. 2º. Os Advogados da União e Procuradores Federais deverão observar as

orientações expedidas pelo Secretário-Geral de Contencioso e pelo Procurador-Geral

Federal ao não interporem recurso extraordinário ou o recurso de agravo previsto no

artigo 544 do Código de Processo Civil, nas seguintes hipóteses:

VIII - julgamento, com trânsito em julgado, de recurso extraordinário com repercussão

geral reconhecida, nos termos do artigo 543-B do Código de Processo Civil.

Dito entendimento também tem guarida no novo CPC, na medida em que o artigo 15

estabelece a aplicabilidade subsidiária do diploma dos ritos aos processos

administrativos e, o artigo 927, inciso III expressamente determina a observância às

decisões proferidas em demanda repetitivas.

Art. 15. Na ausência de normas que regulem processos eleitorais, trabalhistas ou

administrativos, as disposições deste Código lhes serão aplicadas supletiva e

subsidiariamente.

Art. 927. Os juízes e os tribunais observarão:

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III - os acórdãos em incidente de assunção de competência ou de resolução de

demandas repetitivas e em julgamento de recursos extraordinário e especial repetitivos;

2.2. Da previsão legal para nomeação dos candidatos aprovados em

posições subsequentes nas vagas vinculadas ao edital que, por

ventura não forem ocupadas:

Com base nesta última situação – tal seja, a nomeação dos Requerentes se dar

após expiração do certame – convém registrar que, além do julgado pelo Supremo

Tribunal Federal, as disposições legais aplicáveis à espécie lhe asseguram o direito

de nomeação. Senão, veja-se o que diz a Lei 8.112/90 em seus artigos 13, § 6º e 15,

§ 2º:

Art. 13 (...)

§ 6o Será tornado sem efeito o ato de provimento se a posse não ocorrer no prazo

previsto no § 1o deste artigo.

Art. 15 (...)

§ 2o O servidor será exonerado do cargo ou será tornado sem efeito o ato de sua

designação para função de confiança, se não entrar em exercício nos prazos previstos

neste artigo, observado o disposto no art. 18.

Dita redação foi reproduzida pela Portaria 181/2016, que nomeou os 616 (seiscentos

e dezesseis) melhores colocados neste último curso de formação, o que torna ainda

mais enfática a vinculação do administrador público ao ato que praticou. Veja-se:

Por meio do Parecer nº AGU/WM-04/97, de 13 de maio de 1997, a Advocacia Geral

da União, ratificado pelo Exmo. Senhor Presidente da República e Publicado na

íntegra no Diário Oficial de 02 de outubro de 1997, p. 21928, restou definido – entre

outras questões - que:

(...) Tornar sem efeito um ato administrativo é maneira sutil de anulá-lo. O "tornar

sem efeito" ou a anulação retroagem à data de vigência do ato anulado, produz

efeitos ex tunc (...).

Por força do disposto no art. 40, § 1º, da Lei Complementar nº 73/93, o parecer do

Advogado-Geral da União quando aprovado pelo Presidente da República e

publicado juntamente com o despacho presidencial adquire caráter normativo

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e vincula todos os órgãos e entidades da Administração Federal, que ficam

obrigados a lhe dar fiel cumprimento.

Pois bem, com base neste diapasão jurídico há de se considerar que a publicação

de nomeação dos aprovados se deu em 25 de maio de 2016, portanto, dentro do

prazo de validade do certame, que tinha como data de expiração, nos termos do

artigo 66, § 1º da Lei 9.784/99, o dia 26 de maio de 2016.

Não tendo os candidatos nomeados exercido tempestivamente o seu direito de

posse e entrada em exercício do cargo público em questão, automaticamente o ato

de nomeação tornar-se-á SEM EFEITO, ou seja, foi anulado com EFEITO EX TUNC,

retroagiu à data de sua prática!

Esta anulação com efeitos ex tunc torna a vaga disponível aos demais candidatos,

dentro do prazo de validade do concurso, que, – conforme ordem de aprovação –

deverão ser nomeados com efeitos retroativos à data em que o ato originário foi

praticado.

Não é por outra razão, que também o E. Superior Tribunal de Justiça possui

entendimento pacificado no sentido de que a classificação do candidato dentre dos

números de vagas ofertadas no certame não gera apenas expectativa de direito, mas

sim, direito subjetivo de nomeação e, que o ato da Administração Pública de deixar o

concurso caducar sem realizar o provimento das vagas existentes ofende aos

primados boa-fé administrativa, da razoabilidade, da lealdade, da isonomia e da

segurança jurídica. Veja-se o seguinte julgado:

ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. APROVAÇÃO EM CONCURSO

PÚBLICO. NOMEAÇÃO. DIREITO SUBJETIVO. 1. A classificação de candidato

dentro do número de vagas ofertadas pela Administração gera, não a mera

expectativa, mas o direito subjetivo à nomeação. 2. A administração pratica ato

vinculado ao tornar pública a existência de cargos vagos e o interesse em provê-los.

Portanto, até expirar o lapso de eficácia jurídica do certame, tem o poder-dever de

convocar os candidatos aprovados no limite das vagas que veiculou no edital,

respeitada a ordem classificatória. Precedentes. 3. A MANUTENÇÃO DA POSTURA

DE DEIXAR TRANSCORRER O PRAZO SEM PROCEDER AO PROVIMENTO DOS

CARGOS EFETIVOS EXISTENTES POR AQUELES LEGALMENTE HABILITADOS

EM CONCURSO PÚBLICO IMPORTARIA EM LESÃO AOS PRINCÍPIOS DA BOA-FÉ

ADMINISTRATIVA, DA RAZOABILIDADE, DA LEALDADE, DA ISONOMIA E DA

Page 22: DEPARTAMENTO DE POLICIA RODOVIÁRIA FEDERAL DPRF … · 4 1. DOS FATOS: Em 11/06/2013, por meio do Edital 01 (DOC.01), este r.Departamento Nacional da Polícia Rodoviária Federal

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SEGURANÇA JURÍDICA, OS QUAIS CUMPRE AO PODER PÚBLICO OBSERVAR.

4. Afasta-se a alegada conveniência da Administração como fator limitador da

nomeação dos candidatos aprovados, tendo em vista a exigência constitucional de

previsão orçamentária antes da divulgação do edital (art. 169, § 1º, I e II, CF). 5.

Recurso ordinário provido para conceder a segurança. (RMS 27.311/AM, Rel. Ministro

JORGE MUSSI, QUINTA TURMA, julgado em 04/08/2009, DJe 08/09/2009)

Neste julgado, se vê que Judiciário deu um importante passo à frente, no sentido de

evitar a prática administrativa de deixar o concurso caducar sem o preenchimento

das vagas que o próprio Estado tem necessidade de preenchimento, como é o caso

dos autos.

Dessa forma não há dúvidas de que o candidato aprovado tem direito subjetivo de ser

nomeado segundo a ordem classificatória nas vagas que ofertadas durante a validade

do concurso, não foram devidamente ocupadas, ainda que tal vacância se de

posteriormente a expiração deste.

3. DO REQUERIMENTO:

Assim, considerando-se que:

a) Existem as vagas a serem preenchidas;

b) Existe a necessidade latente de preenchimento imediato destas, reconhecido

pela própria Administração Pública;

c) Existem candidatos devidamente aprovados e formados.

Mas, por uma questão meramente temporal estes não estariam sendo aproveitados

devidamente para as funções que foram preparados, sendo que, o Supremo Tribunal

Federal já se manifestou – de forma vinculante – no sentido de que esta formalidade

pode ser abstraída, requer que este r. Departamento de Policia Rodoviária Federal

proceda à nomeação e posse dos Requerentes, em vagas não ocupadas por

candidatos anteriormente nomeados que não tomaram posse tempestivamente e/ou

não entraram em exercício.

Nestes termos, pede deferimento.

Feira de Santana - BA, 27 de junho de 2016.

MOISÉS MENEZES CORDEIRO MOTA