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ANO 8 - Número 1604 Brasília-DF, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006 www.camara.gov.br [email protected] Fone: (61) 3216-1666 Fax: (61) 3216-1653 Impresso Especial 11204/2002-DR/BSB CÂMARA DOS DEPUTADOS CORREIOS 7 COMISSÃO 8 TRABALHO 5 4 PLENÁRIO BENEFÍCIO Deputados da CPMI da Imigração Ilegal vão às cidades de Tóquio e Nagóia, na próxima se- mana, manter contatos com órgãos do governo japonês para viabilizar parcerias que facilitem a permanência de crianças e adolescentes, filhos de brasileiros, nas escolas japonesas. Segundo o deputado Takayama, atualmente há mais de 1.300 filhos de brasileiros presos por não se in- tegrarem socialmente à cultura japonesa. A Comissão de Relações Exteriores vai criar um grupo de trabalho para acompanhar, fiscalizar e propor soluções para o tráfico de mulheres brasileiras na fronteira do Acre com a Bolívia. A comissão aprovou, também, requerimentos para que o Itamaraty se pro- nuncie sobre a situação dos brasileiros pre- sos em Boston, nos Estados Unidos, à espera de deportação. A comissão convidou o estu- dante Rodrigo Antenor Nunes de Souza a prestar informações sobre o espancamento que sofreu no balneário australiano Gold Coast, na passagem de ano de 2005. Deputados investigam situação de brasileiros no Japão, Bolívia e EUA O relator-geral do Orçamento 2006, de- putado Carlito Merss, anunciou que seu subs- titutivo aumenta em 48% os recursos para investimentos no País. O texto encaminha- do pelo Executivo previa R$ 14,33 bilhões e o substitutivo apresentado à Comissão Mis- ta de Orçamento (CMO) elevou para R$ 21,2 bilhões. O acréscimo é de 48%. Entre as principais modificações propos- tas por Merss, está, também, a destinação de R$ 42,1 bilhões para serem investidos no Bra- sil pelas empresas estatais; e mais R$ 3 bilhões que integram o Projeto Piloto de Investimen- tos (PPI), destinados a novos investimentos. Substitutivo de Merss dobra recursos para investimentos ORÇAMENTO O relator destacou ainda que setores historicamente pouco beneficiados rece- beram um importante reforço, como a cultura, cuja dotação final ficou em R$ 639,36 milhões, um crescimento de 24,6% sobre o número original; e o esporte e la- zer, onde se abriu espaço para o financia- mento da infra-estrutura dos Jogos Pa- namericanos de 2007, que teve um in- cremento de 132,6% no orçamento, che- gando a quase R$ 900 milhões. O substi- tutivo reserva recursos ainda para ações em áreas como Educação, Saúde, Agricul- tura e Direitos Humanos. Página 2 O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, dis- se que poderá consultar a Comissão de Consti- tuição e Justiça e de Cidadania (CCJC) sobre as conseqüências jurídicas e políticas da conces- são de aposentadoria ao deputado José Janene. Decisão sobre Janene pode ir à CCJC A justiça norte-americana autorizou, ontem, a pedido da Promotoria Distrital da cidade de Nova Iorque, o acesso aos dados sobre as contas do publicitário Duda Mendonça pela CPMI dos Correios. A co- missão poderá compartilhar as provas re- metidas pelos Estados Unidos ao Minis- tério da Justiça em novembro de 2005. O deputado Tarcísio Zim- mermann, relator da Refor- ma Sindical (Projeto de Lei 1.528/89), disse, em bate- papo promovido pela Agência Câmara, que não há garan- tias de que a matéria seja aprovada ainda neste ano, em função das divergências sobre o tema entre emprega- dos e empregadores, e entre os próprios trabalhadores. O fim da unicidade sindi- cal, previsto na PEC 369/05, do Poder Executivo, que tra- mita na Câmara paralela- mente ao PL 1.528/89, foi um dos pontos mais questiona- dos pelos participantes do bate-papo. Falta acordo para aprovação da Reforma Sindical Justiça norte-americana autoriza acesso a dados de Duda Mendonça Página 2 Integrantes da Comissão de Orçamento discutem o relatório de Carlito Merss (E) GILBERTO NASCIMENTO Chico Sardelli defende projeto que permite conversão de aposentadoria Para Mourão, Governo fortaleceu relações do Brasil com outros países Luiz Couto avalia crescimento de Lula em pesquisas na Paraíba O parlamentar é acusado de envolvimento no suposto esquema de mensalão e sofre de doença cardíaca, o que tem atrasado o pro- cesso a que responde no Conselho de Éti- ca. Janene está licenciado desde setembro. Deputados voltam a analisar projeto que regulamenta profissão de motoboy O embaixador da Argentina, Juan Pablo Lohlé, prometeu empenho para investigar a denúncia da CPI do Tráfico de Armas sobre indícios de envolvimento de oficiais das for- ças armadas da Argentina, do Paraguai e do Uruguai com o comércio ilegal de armas na fronteira com o Brasil. O anúncio foi feito on- tem, depois de encontro com o presidente da Câmara, Aldo Rebelo. Lohlé destacou, no en- tanto, que não tratou do assunto com Aldo Rebelo. Segundo o embaixador, o motivo da visita foi convidar o presidente da Câmara para encontro parlamentar do Mercosul, entre 25 e 27 de março, em Buenos Aires. Argentina vai apurar tráfico de armas Página 3

Deputados investigam situação de brasileiros no Japão ...tas por Merss, está, também, a destinação de R$ 42,1 bilhões para serem investidos no Bra-sil pelas empresas estatais;

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Page 1: Deputados investigam situação de brasileiros no Japão ...tas por Merss, está, também, a destinação de R$ 42,1 bilhões para serem investidos no Bra-sil pelas empresas estatais;

ANO 8 - Número 1604Brasília-DF, sexta-feira, 24 de fevereiro de 2006 www.camara.gov.br • [email protected] • Fone: (61) 3216-1666 • Fax: (61) 3216-1653

ImpressoEspecial

11204/2002-DR/BSBCÂMARA DOS

DEPUTADOS

CORREIOS

7COMISSÃO

8TRABALHO

5

4

PLENÁRIO

BENEFÍCIO

Deputados da CPMI da Imigração Ilegal vãoàs cidades de Tóquio e Nagóia, na próxima se-mana, manter contatos com órgãos do governojaponês para viabilizar parcerias que facilitem apermanência de crianças e adolescentes, filhosde brasileiros, nas escolas japonesas. Segundo odeputado Takayama, atualmente há mais de1.300 filhos de brasileiros presos por não se in-tegrarem socialmente à cultura japonesa.

A Comissão de Relações Exteriores vaicriar um grupo de trabalho para acompanhar,fiscalizar e propor soluções para o tráfico demulheres brasileiras na fronteira do Acrecom a Bolívia. A comissão aprovou, também,requerimentos para que o Itamaraty se pro-nuncie sobre a situação dos brasileiros pre-sos em Boston, nos Estados Unidos, à esperade deportação. A comissão convidou o estu-dante Rodrigo Antenor Nunes de Souza aprestar informações sobre o espancamento quesofreu no balneário australiano Gold Coast,na passagem de ano de 2005.

Deputados investigam situação debrasileiros no Japão, Bolívia e EUA

O relator-geral do Orçamento 2006, de-putado Carlito Merss, anunciou que seu subs-titutivo aumenta em 48% os recursos parainvestimentos no País. O texto encaminha-do pelo Executivo previa R$ 14,33 bilhões eo substitutivo apresentado à Comissão Mis-ta de Orçamento (CMO) elevou para R$ 21,2bilhões. O acréscimo é de 48%.

Entre as principais modificações propos-tas por Merss, está, também, a destinação deR$ 42,1 bilhões para serem investidos no Bra-sil pelas empresas estatais; e mais R$ 3 bilhõesque integram o Projeto Piloto de Investimen-tos (PPI), destinados a novos investimentos.

Substitutivo de Merss dobrarecursos para investimentos

ORÇAMENTO

O relator destacou ainda que setoreshistoricamente pouco beneficiados rece-beram um importante reforço, como acultura, cuja dotação final ficou em R$639,36 milhões, um crescimento de 24,6%sobre o número original; e o esporte e la-zer, onde se abriu espaço para o financia-mento da infra-estrutura dos Jogos Pa-namericanos de 2007, que teve um in-cremento de 132,6% no orçamento, che-gando a quase R$ 900 milhões. O substi-tutivo reserva recursos ainda para açõesem áreas como Educação, Saúde, Agricul-tura e Direitos Humanos.

Página 2

O presidente da Câmara, Aldo Rebelo, dis-se que poderá consultar a Comissão de Consti-tuição e Justiça e de Cidadania (CCJC) sobre asconseqüências jurídicas e políticas da conces-são de aposentadoria ao deputado José Janene.

Decisão sobre Janene pode ir à CCJC A justiça norte-americana autorizou,ontem, a pedido da Promotoria Distritalda cidade de Nova Iorque, o acesso aosdados sobre as contas do publicitário DudaMendonça pela CPMI dos Correios. A co-missão poderá compartilhar as provas re-metidas pelos Estados Unidos ao Minis-tério da Justiça em novembro de 2005.

O deputado Tarcísio Zim-mermann, relator da Refor-ma Sindical (Projeto de Lei1.528/89), disse, em bate-papo promovido pela AgênciaCâmara, que não há garan-tias de que a matéria sejaaprovada ainda neste ano,em função das divergênciassobre o tema entre emprega-dos e empregadores, e entreos próprios trabalhadores.

O fim da unicidade sindi-cal, previsto na PEC 369/05,do Poder Executivo, que tra-mita na Câmara paralela-mente ao PL 1.528/89, foi umdos pontos mais questiona-dos pelos participantes dobate-papo.

Falta acordo paraaprovação da

Reforma Sindical

Justiça norte-americanaautoriza acesso a dados

de Duda Mendonça

Página 2

Integrantes da Comissão de Orçamento discutem o relatório de Carlito Merss (E)

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Chico Sardelli defendeprojeto que permite

conversão deaposentadoria

Para Mourão,Governo fortaleceurelações do Brasilcom outros países

Luiz Couto avaliacrescimento de Lula

em pesquisasna Paraíba

O parlamentar é acusado de envolvimentono suposto esquema de mensalão e sofre dedoença cardíaca, o que tem atrasado o pro-cesso a que responde no Conselho de Éti-ca. Janene está licenciado desde setembro.

Deputados voltam aanalisar projeto

que regulamentaprofissão de motoboy

O embaixador da Argentina, Juan PabloLohlé, prometeu empenho para investigar adenúncia da CPI do Tráfico de Armas sobreindícios de envolvimento de oficiais das for-ças armadas da Argentina, do Paraguai e doUruguai com o comércio ilegal de armas nafronteira com o Brasil. O anúncio foi feito on-tem, depois de encontro com o presidente daCâmara, Aldo Rebelo. Lohlé destacou, no en-tanto, que não tratou do assunto com AldoRebelo. Segundo o embaixador, o motivo davisita foi convidar o presidente da Câmara paraencontro parlamentar do Mercosul, entre 25 e27 de março, em Buenos Aires.

Argentina vai apurartráfico de armas

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Brasília, 24 de fevereiro de 200622

Mesa da Câmara dos Deputados - 52a Legislatura

Diretor: William França (61) 3216-1500 - Fax: (61) 3216-1505

Editores: (61) 3216-1666Luís Castro, Renata Torres,Roberto Seabra e Rosalva Nunes

SECOM - Secretaria de Comunicação Social

Endereço: Câmara dos Deputados - Anexo I - Sala 1508 - CEP: 70160-900 Brasília - DF

Diretora:Amneres Pereira(61) 3216-1651Editor-chefe:Marcondes Sampaio

Jornal da Câmara

Diagramadores: (61) 3216-1667Guilherme Rangel Barros, JoséAntonio Filho, José Alberto eRoselene Guedes de Figueiredo

Presidente:Aldo Rebelo (PCdoB-SP)1º Vice-Presidente:José Thomaz Nonô (PFL-AL)2º Vice-Presidente:Ciro Nogueira (PP-PI)1º Secretário:Inocêncio Oliveira (PL-PE)2º Secretário:Nilton Capixaba (PTB-RO)

3º Secretário:Eduardo Gomes (PSDB-TO)4º Secretário:João Caldas (PL-AL)Suplentes:Givaldo Carimbão (PSB-AL),Jorge Alberto (PMDB-SE),Geraldo Resende (PPS-MS)e Mário Heringer (PDT-MG)

Procuradoria Parlamentar:Ney Lopes (PFL-RN)

Ouvidoria Parlamentar:Custódio Mattos (PSDB-MG)

Diretor-Geral:Sérgio Sampaiode Almeida

Secretário-Geral da Mesa:Mozart Vianna de Paiva

Revisoras: Aparecida Bispo eMay Wolf

O acesso dos brasileirosque vivem no Japão à educa-ção de qualidade é uma dasprincipais preocupações dosparlamentares que vão visi-tar as cidades de Tóquio eNagóia na próxima semana.Os integrantes da CPMI daEmigração Ilegal pretendemmanter contatos com órgãosdo governo japonês para vi-abilizar parcerias que facili-tem a permanência de crian-ças e adolescentes, filhos debrasileiros, nas escolas japo-nesas.

Segundo o deputadoTakayama (PMDB-PR),muitos dekassegui - como sãochamados os imigrantes noJapão - não têm condições demanter seus filhos nas esco-las devido aos altos custosdas mensalidades. O resulta-do é um grande número debrasileiros sem instruçãoformal, seja em português ou

em japonês, e com dificuldadesde se integrarem socialmente.“A delinqüência juvenil brasi-leira é muito grande no Japão.O índice é alarmante: são maisde 1.300 presos filhos de brasi-leiros que estão lá por não se in-tegrarem socialmente à culturajaponesa, por serem discrimina-dos, por não serem japoneses.Esses meninos acabam se tor-nando adultos ali, juntam-secom seus iguais e acabam en-trando no crime. Com essa si-tuação, acaba se criando umadificuldade, pois eles vão se tor-nar analfabetos japoneses e, como tempo, voltarão ao Brasil e setornarão um problema socialtambém aqui no Brasil”, expli-cou o deputado.

Takayama ressaltou que oMinistério da Educação do Bra-sil já estabeleceu alguns conta-tos com o governo do Japão, paraampliar o acesso dos brasileirosàs escolas de lá.

Além de Takayama, integrama comitiva os deputados JoãoMagno (PT-MG), NeucimarFraga (PL-ES) e Dr. Heleno(PSC-RJ), e o senador MarceloCrivela (PMR-RJ). Eles preten-dem também conversar com asautoridades japonesas sobre for-mas de coibir a ação de agencia-dores de imigrantes, que provi-denciam documentos, passa-gens, empregos e alojamentospara brasileiros, agindo de modoque o imigrante esteja sempreendividado.

Como forma de punir essetipo de profissional, conhecidocomo coiote, e mais comum namigração de brasileiros para osEstados Unidos e para a Europa,a CPMI elaborou um projeto delei para incluir no Código Penalo crime de tráfico internacio-nal de pessoas para fins de emi-gração. A pena para quem co-meter o crime é reclusão de doisa seis anos. A matéria foi apro-

vada pelo plenário do Senado emprimeiro turno. O segundo tur-no de votação está previsto para

CPMI da Emigração Ilegal vai conhecer realidade dos dekassegui

Disputa não deve prejudicarvotações, diz presidente

O presidente Aldo Rebelo defendeu que a oposição tem o direi-to de obstruir as votações e disse que é uma prerrogativa da basedo Governo reunir maioria para aprovar as matérias em discussão.Aldo Rebelo não acredita que a disputa eleitoral vá prejudicar asvotações na Câmara. “Eu não temo que isso se transforme emguerra eleitoral porque a Casa atua sob a vigilância, a fiscalizaçãoe o acompanhamento do povo brasileiro, do País inteiro. Então eunão creio que alguém ultrapasse os limites daquilo que seja razo-ável para a população e para o País”, avaliou.

Na próxima semana, após o Carnaval, haverá apenas ses-sões de debates na quinta e na sexta-feira.

O presidente da Câmara,Aldo Rebelo, disse ontem que aComissão de Constituição e Jus-tiça e de Cidadania (CCJC) po-derá ser consultada sobre as con-seqüências jurídicas e políticasda concessão de aposentadoriaao deputado José Janene (PP-PR), que é acusado de envolvi-mento no suposto esquema demensalão e sofre de doença car-díaca que tem atrasado o pro-cesso que pede sua cassação.Aldo Rebelo reconheceu ontemo direito de Janene se aposentarpor invalidez, mas a decisão so-bre o assunto - que cabe à MesaDiretora - ainda não foi toma-da. Janene está licenciado desdesetembro.

Prorrogação da CPMIQuestionado sobre os efei-

tos políticos para o Governo deuma eventual prorrogação da

Comissão Parlamentar Mista deInquérito (CPMI) dos Correios,Aldo Rebelo disse que isso nãorepresentaria “um perigo dire-to”, pois “o Governo não deveter relação direta com o funcio-namento das CPMIs, que são doCongresso Nacional”.

O presidente da Câmaratambém minimizou as críticas daoposição, que acusa o presidenteLuiz Inácio Lula da Silva de usaro cargo para fazer campanha àreeleição. “Quando a reeleição foiaprovada, as regras foram esta-belecidas e adotadas por todos.O ex-presidente Fernando Hen-rique Cardoso fez isso, os gover-nadores fazem isso. Acho que aregra deve ter validade para to-

CCJC pode ser consultada sobre JaneneLUIZ CRUVINEL

dos”, afirmou. Segundo Aldo, ésaudável que, em ano eleitoral,os partidos e os líderes partidári-os envolvam-se na campanha. “É

bom para a democracia que cadaum defenda suas bandeiras, mas,no final, é o povo quem vai jul-gar”, concluiu.

Aldo Rebelo

Grupo investigará tráfico demulher brasileira na Bolívia

A Comissão de Relações Exteriores vai criar um grupode trabalho para acompanhar, fiscalizar e propor soluçõespara o tráfico de mulheres brasileiras na fronteira do Acrecom a Bolívia. O requerimento, da deputada Perpétua Al-meida (PCdoB-AC), foi aprovado na quarta-feira. A de-putada cita notícias da imprensa acreana de que centenasde brasileiras, entre elas um grande número de adolescen-tes, vão trabalhar em casas de prostituição bolivianas.

A comissão aprovou ontem outros dois requerimentospara apurar a situação de brasileiros no exterior. Um dospedidos, do deputado Nilson Mourão (PT-AC), é pelopronunciamento do Ministério das Relações Exterioressobre a situação dos brasileiros presos em Boston, nos EUA,à espera de deportação. O outro requerimento, de EdisonAndrino (PMDB-SC), convida o estudante Rodrigo Sou-za a prestar informações sobre o espancamento que sofreuem balneário australiano, na passagem de ano de 2005.

o dia 7 de março. Se aprovado, oprojeto segue para tramitação naCâmara.

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Brasília, 24 de fevereiro de 2006 3

O substitutivo ao projeto delei orçamentária 2006, que estána reta final para aprovação noCongresso, traz uma série demodificações introduzidas pelorelator-geral, deputado CarlitoMerss (PT-SC). Uma das maisvisíveis é o aumento dos recur-sos para investimentos. O tex-to encaminhado pelo Executi-vo previa R$ 14,33 bilhões e osubstitutivo apresentado pelodeputado ontem à ComissãoMista de Orçamento (CMO)elevou para R$ 21,2 bilhões. Oacréscimo é de 48%.

O aumento beneficia dire-tamente os estados brasilei-ros. A divisão dos recursosentre as regiões trouxe umaporte significativo para oNorte, onde a dotação pas-sou de R$ 918,9 milhões paraR$ 2,35 bilhões, um cresci-mento de 155,6%. Para as ou-tras regiões o acréscimo tam-bém é relevante: 68,7% para oCentro-Oeste, 58,2% para oNordeste, 69,5% para o Sudes-te e 69,6% para o Sul.

Além dos R$ 21,2 bilhões, osubstitutivo apresentado porMerss destina R$ 42,1 bilhõespara serem investidos no Paíspelas empresas estatais comoPetrobras (e suas subsidiárias),Furnas, Correios e Banco doBrasil. O valor é R$ 443 milhões

ORÇAMENTO

Recursos para investimento sobem 48%

A proposta do relator aumenta os recursos destinados a obras em rodovias

superior ao previsto inicialmen-te pelo Governo Federal.

Infra-estruturaO orçamento para novos in-

vestimentos inclui os R$ 3 bi-lhões que integram o ProjetoPiloto de Investimentos (PPI).Fruto de um acordo com o Fun-do Monetário Internacional(FMI), o PPI contempla proje-tos considerados prioritários naárea de infra-estrutura, cujasdotações não podem ser contin-genciadas pelo Executivo.

Os investimentos do PPI

vão ser direcionados para es-tudos de prospeção de petró-leo e gás natural, pavimenta-ção de rodovias federais, mo-dernização dos portos, proje-tos de irrigação, melhoria detrens urbanos e do transportecoletivo nas cidades brasilei-ras, entre outras áreas.

Cultura e esporteSetores historicamente

pouco beneficiados receberamum importante reforço no tex-to apresentado à CMO. É ocaso da Cultura, cuja dotação

final ficou em R$ 639,36 mi-lhões, um crescimento de24,6% sobre o número originalenviado pelo Executivo.

O caso mais emblemático,porém, é de esporte e lazer. Merssdecidiu abrir espaço para o finan-ciamento da infra-estrutura dosJogos Panamericanos de 2007,que serão realizados no Rio deJaneiro. O resultado é que aárea teve um incremento de132,6% no orçamento, che-

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TE Ao lado dos grandes nú-meros, o substitutivo ao pro-jeto orçamentário reservarecursos para importantesações em áreas como Edu-cação, Saúde, Agricultura eDireitos Humanos. Assim,foram destinados R$ 47 mi-lhões para a concessão debolsas para pesquisadoresdo Conselho Nacional deDesenvolvimento Científicoe Tecnológico (CNPq), R$47,7 milhões para o Hospi-tal Sarah Kubitscheck, R$64 milhões para o controlede doenças do gado bovi-no (como a febre aftosa) eR$ 5,9 milhões para pro-gramas de promoção da

Para relator,Orçamento é democrático

igualdade racial.“Este é um orçamento

democrático, republicano,feito com a participação dopovo”, disse Carlito Merss,que faz questão de ressal-tar o esforço que vem sen-do feito desde agosto do anopassado para a elaboraçãodo substitutivo da propostaorçamentária. Foram cente-nas de reuniões realiza-das com os mais diver-sos se tores soc ia is eeconômicos. O resultadopode ser visto nos quatrovolumes do substitutivo jádisponíveis na página daComissão de Orçamento(www.camara.gov.br/cmo).

gando a quase R$ 900 milhões.Outra área que recebeu aten-

ção do relator-geral foi a deTransportes, cujo orçamento fi-nal, de R$ 7,59 bilhões, é 11,8%superior ao previsto no texto en-viado pelo Executivo. O reforçoorçamentário é fruto da atuaçãode deputados e senadores, queapresentaram emendas ao texto,e da reestimativa da arrecadaçãotributária para este ano, que deua Merss mais R$ 15,6 bilhões.

A deputada Maria doCarmo Lara (PT-MG)afirmou que o Brasil mu-dou para melhor nestadécada, e que os indica-dores da economia bra-sileira são os melhoresdos últimos 10 anos. “Oinvestimento cresceu e ainflação está sob contro-le. O resultado dessa po-lítica é a maior retoma-da do emprego desde1992”, disse.

Segundo a parlamen-tar, a eficiência do Gover-no na área econômica foiobservada em índicescomo os de crescimentodo PIB, recuperação de re-servas internacionais eredução da variação cam-bial que melhorou a qua-

Maria do Carmo: Indicadores são os melhores dos últimos dez anoslidade de vida da população commais emprego, renda e consumo.

“O Governo Federal estácombatendo a fome, a miséria, ea desigualdade social com ins-trumentos mais poderosos e efi-cazes que os antigos programasassistencialistas, que só se pre-ocupavam em dar dinheiro ecesta básica. Os programas ado-tados atualmente têm um enfo-que mais abrangente: oferecemmais chances para as pessoasmelhorarem de vida”, observou.

Citando dados da FundaçãoGetúlio Vargas, a representantedo PT disse que a política de re-dução das desigualdades do Go-verno Lula retirou da faixa deextrema pobreza 3 milhões debrasileiros.

“O estudo revelou aindaque com o Governo Lula o Bra-

sil cresceu, começou a distri-buir renda e criou mais empre-go”, disse Maria do Carmo. Aspolíticas do Governo em2004, acrescentou, ampliaramo total de postos de trabalho,estabilizaram o rendimentodos trabalhadores, reduziram

o índice de desemprego para9% e promoveram uma efetivadesconcentração da renda na-cional, com os 5% mais ricosperdendo parte do bolo para os50% mais pobres. Disse aindaque em 2004 foram gerados 1,5milhões de empregos com vín-culo celetista que, computadoscom os criados no regime es-tatutário, chegam a 1,86 mi-lhões de empregos formais.

“Se considerados os três anosde Governo do presidente Lula,a média é de 95 mil postos detrabalho por mês. Nas duas ges-tões tucanas a média foi de ape-nas 8,3 mil vagas por mês, se-gundo a metodologia do cadas-tro geral de emprego e desem-prego”, frisou.

MulheresMaria do Carmo salientou

ainda que nunca houvetantas mulheres no mer-cado de trabalho quantoem 2004. De cada 100 mu-lheres, 45 estavam ocupa-das. Dos 2,7 milhões depostos de trabalho criadosem 2004, 1,5 milhão foiocupado por mulheres.

A deputada elogioutambém programas dogoverno, como o FomeZero. “O Fome Zero nãoé apenas um programa so-cial. É um conjunto depolíticas governamentaise não-governamentaispara erradicar a fome e adesnutrição”, ressaltou.“Temos ainda muitos de-safios, mas já podemos di-zer que estamos vencen-do a luta contra a fome.”

Maria do Carmo Lara

GILBERTO NASCIMENTO

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PINGA-FOGO

Brasília, 24 de fevereiro de 20064

O deputado Chico Sar-delli (PV-SP) defendeu aaprovação de projeto de suaautoria que permite a conver-são da aposentadoria propor-cional em aposentadoria in-tegral pelo trabalhador que,depois de aposentado propor-cionalmente, volta a traba-lhar e completa o tempo parareceber o provento integral.

Citando dados do Institu-to de Pesquisa EconômicaAplicada (Ipea), o parlamen-tar lembrou que pelo menos50% dos brasileiros aposenta-dos precisam exercer uma ati-vidade remunerada para sobre-viver - uma das maiores taxas

Chico Sardelli

Chico Sardelli defendeconversão de aposentadoria

do mundo. “A legislação é fa-lha em relação às pessoas quese aposentam em termos pro-porcionais e precisam retornar

ao mercado de trabalho comoforma de complementar o va-lor de sua renda”, disse.

Atualmente, o trabalha-dor aposentado que volta aomercado continua recolhen-do mensalmente suas contri-buições ao Instituto Nacio-nal de Seguridade Social(INSS), mas nada recebe emcontrapartida. “Para milha-res de aposentados, arrega-çar as mangas é sinal de lutapela sobrevivência”, acres-centou o deputado.

Sobrevivência familiarSegundo Sardelli, os ido-

sos contribuem em médiacom 53% da renda familiar.

Assim, a renda deles acabaatendendo a todos os familia-res, e é com esse dinheiro quemuitas famílias resistem à po-breza e às dificuldades que en-contram no dia a dia.

“Precisamos dar uma aten-ção especial a essas questões,porque o povo brasileiro estáenvelhecendo”, disse o depu-tado. De acordo com o IBGE,o percentual de pessoas com60 anos de idade ou mais pas-sou de 6,4% em 1981 para9,8% em 2004. “Esse é ummotivo a mais para buscarmosmelhorar a qualidade de vidados nossos aposentados”, aler-tou o deputado.

Ao comentar os pro-testos de muçulmanoscontra a divulgação decharges do profeta Mao-mé, o deputado JosuéBengtson (PTB-PA) afir-mou que o episódio re-sulta da tentativa detransformar problemaspolíticos em religiosos.Ele fez um apelo para queo episódio não se trans-forme em mais um moti-vo para a violência. “Averdadeira paz nunca seráconquistada no mundo pelo poderiodas armas. Quando alguém tenta im-plantar a paz pela invasão, como acon-teceu agora no Iraque, sempre haveráaqueles que irão se insurgir”, alertou oparlamentar.

Bengtson lembrou que, assimcomo a figura de Maomé, também a deJesus Cristo já foi ironizada muitasvezes. “Há pouco tempo, fizeram umfilme intitulado A Última Tentação deCristo. Não assisti a ele, mas fomos in-formados de que o filme insinua en-volvimento sentimental de Jesus comMaria Madalena”, disse. “Também hápouco tempo, vi publicada em um jor-nal brasileiro uma charge que retrata-va Jesus de maneira agressiva.”

A reação dos cristãos diante dessesfatos, na opinião do parlamentar, devese inspirar no seguinte ensinamento de

Josué Bengtson pede convivênciaentre as diferentes religiões

Jesus: “Se bate-rem na sua facedireita, ofereça aoutra; se alguémte quiser fazercaminhar umamilha, vá comele duas milhas;e se alguém qui-ser levar o teupaletó, dá tam-bém a camisa.”

O represen-tante do PTBdefendeu a con-

vivência entre as diferentes religiões.“Sejamos islamitas, cristãos, judeus, es-píritas, agnósticos ou ateus, temos derespeitar o direito de crer e o de nãocrer das pessoas”, afirmou. “Não é pelaimposição de teologias diversas que te-remos paz no mundo, mas pelo respei-to recíproco e o amor fraterno.”

TurismoBengtson elogiou ainda a atuação

do ministro Walfrido dos Mares Guia,afirmando que ele mudou a história doturismo no Brasil. Segundo o parlamen-tar, depois que o ministro lançou o Pla-no Nacional de Turismo, o número deestrangeiros que visitaram o País cres-ceu de 3,8 milhões em 2002 para 7 mi-lhões em 2005. “Acreditamos que o ob-jetivo do Governo Lula de trazer 9 mi-lhões de turistas será alcançado até aconclusão deste mandato”, previu.

CombustíveisMilton Barbosa (PSC-

BA) afirmou que o Governotem condições de fixar umvalor menor para os com-bustíveis, sem comprome-ter a lucratividade da Petro-bras. De acordo com o de-putado, se o preço cobradono Brasil fosse equiparadoao dos países vizinhos, o lu-cro da empresa cairia ape-nas R$ 2 bilhões. Por outrolado, Milton Barbosa afir-mou que a busca de lucrospela Caixa Econômica Fe-deral e pelo Banco do Bra-sil impede as duas institui-ções estatais de atende-rem áreas sociais impor-tantes, como o saneamen-to básico. Apenas com a co-brança de tarifas, segundoo parlamentar, o Banco doBrasil paga suas despesasoperacionais e a folha desalários dos servidores.

Josué BengtsonZequinha Marinho

O deputado Ze-quinha Marinho(PSC-PA) cobrouprovidências do Go-verno Federal paraos problemas en-frentados por maisde 300 servidores daantiga Sucam, atualFundação Nacionalde Saúde (Funasa),que foram intoxica-dos com DDT e ou-tros produtos pesti-cidas por falta deequipamentos eficazes de proteçãono trabalho. Segundo o parlamentar,os servidores doentes estão sem as-sistência e morrendo lentamente.

Marinho lembrou que o DDT pro-voca traumas no sistema nervoso cen-tral, resultando em alterações de com-portamento, problemas de equilíbrioe depressão de centros vitais, como arespiração. “Só no distrito sanitário deConceição do Araguaia, minha cida-de, 15 funcionários já morreram emdecorrência do envenenamento peloproduto”, informou.

O deputado criticou a atitude da Fu-nasa em relação ao problema. Ele disseque o órgão não cobre os custos com otratamento médico, nem paga os exa-mes dos funcionários doentes. Assim,eles não têm acesso ao tratamento to-xicológico correto que poderia salvarsuas vidas. “A Funasa faz questão de

apelar à Justiça paraevitar pagar direitosinalienáveis daquelespobres servidores. Elesestão morrendo por-que, no cumprimentodo dever, dedicaram-se ao extremo e arris-caram as próprias vi-das”, denunciou.

Famílias atingidasAo explicar o esta-

do em que se encon-tram os pacientes maisgraves, Marinho cha-

mou a atenção para a situação das famí-lias dos funcionários contaminados. “Éum terror o que sofrem os familiares dosque já morreram e dos que ainda estãovivos, mas com a saúde comprometidapela contaminação pelo DDT”, afirmou.

O parlamentar declarou que a Funa-sa tem responsabilidades para com os ser-vidores da antiga Sucam que foram ex-postos aos pesticidas. Ele citou o caso dosfuncionários do órgão no Pará. “Esses tra-balhadores estão sendo discriminados,jogados às traças e abandonados à pró-pria sorte pela instituição que os contra-tou quando ainda eram jovens, na flor dajuventude, da força e do vigor.”

Marinho apelou à presidência da Fu-nasa para que tome providências em re-lação ao assunto. “Que o presidente dafundação estenda a sua mão humana einstitucional aos servidores que se en-contram nessa situação de dificuldade.”

Zequinha Marinho cobra assistênciapara servidores da Funasa

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Brasília, 24 de fevereiro de 2006 5

PINGA-FOGO

O deputado Luiz Couto(PT-PB) anunciou que, segun-do pesquisa feita pelo Correio daParaíba, o presidente Lula de-tém hoje 48,20% das intençõesde voto dos paraibanos, comuma vantagem de 13,05% so-bre o segundo colocado, o pre-feito de São Paulo, José Serra.

Os números revelam, naavaliação do deputado, quenão está funcionando a estra-tégia do governador CássioCunha Lima, do PSDB, e deseus aliados do PFL. “O gover-nador é o implementador devários programas do GovernoFederal no estado, mas os di-vulga como se fossem exclusi-vamente seus”, disse, critican-do também o senador EfraimMorais, do PFL, que, segundoLuiz Couto, pauta sua açãopolítica pelo “ataque irres-ponsável” contra o presiden-te Lula e o PT.

Em contrapartida, afirmouo deputado, os candidatos da

Salário mínimoIntegrante da comissão

mista que analisa uma po-lítica permanente de valo-rização do salário mínimo,Vanessa Grazziotin(PCdoB-AM) disse que avalorização do mínimo éfundamental para desen-cadear o desenvolvimentoe crescimento econômicodo País. Para a deputada,o aumento no valor do sa-lário estimula o mercadointerno. Vanessa lembrouque o objetivo da comis-são é elaborar um projetoque estabeleça regras per-manentes para a recompo-sição do valor real do mí-nimo e, para isso, estãosendo feitas várias audiên-cias públicas com repre-sentantes de trabalhado-res, empresas e econo-mistas.

Vale-transporteJackson Barreto

(PTB-SE) criticou a medi-da provisória que propõeo fim do pagamento devale-transporte aos traba-lhadores por meio de tí-quetes. Para o deputado,a medida representa umretrocesso na luta pelosdireitos trabalhistas jáconquistados. O deputa-do também cobrou do Go-verno Federal a urgentedefinição de uma políticade subsíd ios para otransporte coletivo, como objetivo de baratear ovalor das passagens.“Hoje, 40 milhões de bra-sileiros não têm acessoao transporte colet ivopor falta de dinheiro parapagar o preço das pas-sagens”, afirmou.

Dívida agrícolaZonta (PP-SC) cobrou do

Governo Federal o cumpri-mento do acordo que garan-te o reajuste salarial para osfiscais agropecuários, agen-tes de inspeção e agentesadministrativos do Ministériodo Agricultura. Na opinião dodeputado, os trabalhadoresprestam um serviço de gran-de importância ao agronegó-cio, e a greve que fizeram noano passado ainda se refle-te no embargo à exportaçãode carnes e grãos brasilei-ros. Como os trabalhadoresameaçam a fazer nova gre-ve, Zonta pediu ao Governoque atenda as reivindicaçõespara não prejudicar os pro-dutores agrícolas do País.

O deputado Nilson Mou-rão (PT-AC) afirmou que oGoverno Lula inaugurou umanova fase histórica na políti-ca externa do Brasil ao esta-belecer relações sólidas comdiversas nações sem se subme-ter a regras que dividem omundo entre países podero-sos e países em desenvolvi-mento. “A oposição insisteem ignorar os avanços quali-tativos realizados nesses trêsanos, apesar de serem reco-nhecidos em todo o mundocomo um passo promissor naluta contra as assimetrias daglobalização”, frisou.

O governo anterior, afir-mou Nilson Mourão, buscavaintegrar-se ao processo deglobalização e, como resulta-do, a política macroeconômi-ca adotada aumentou a vul-nerabilidade externa do País,provocando grandes déficitsna balança comercial. Além

disso, acrescentou, a políticade relações exteriores fragili-zou os interesses nacionais nocenário mundial.

“O Governo Lula, ao con-trário, vem conseguindo ge-rar um círculo virtuoso entreuma política econômica quereduz a nossa vulnerabilidadeexterna e uma política exter-

na e de comércio exterior queproduz generosos superávits e,de modo soberano, resguardaos interesses nacionais no ce-nário mundial”, defendeu,

O deputado explicou quediversas ações do Governo Fe-deral, como a aproximaçãocom os países árabes por meioda Cúpula Países Árabes-América do Sul; a Coopera-ção Sul-Sul, que aproxima oBrasil de seus vizinhos; e a cri-ação do G-20, são vistas pelaoposição como ideologia ter-ceiro-mundista. “Por outrolado, propostas como a daAlca light, que privilegia inte-resses nacionais como agri-cultura, antidumpig e outraspolíticas, em contraposição àpauta norte-americana, sãotratadas como antiamerica-nismo”, criticou.

Essa posição, afirmou oparlamentar, ignora o fato deque o País não apenas conse-

gue estabelecer vínculos compaíses com os quais tem in-teresses comuns, como man-tém excelentes relações como governo dos Estados Uni-dos. “A articulação de algunspaíses em desenvolvimentonada tem de ideológica; épragmática e necessária paraequilibrar a correlação deforças nas negociações co-merciais”, avaliou.

Nilson Mourão criticoutambém os que defendem aidéia de que o Brasil não devepleitear um papel de protago-nista no cenário internacio-nal. Para o deputado, o Paísexerce liderança na Américado Sul e tem potencial paraocupar um lugar de destaquena política mundial. “Por isso,nossa política externa tem deser ousada, buscando a confor-mação de uma ordem mundialmultipolar e uma nova geogra-fia econômica”, afirmou.

Nilson Mourão aponta avançosna política externa do Governo

Luiz Couto diz que Lula tem 48,2%das intenções de voto na Paraíba

base aliada de Lula mantêm“confortável dianteira” nas pes-quisas tanto para o governo doestado como para o Senado. ParaLuiz Couto, isso mostra que oataque “sistemático e raivoso”ao Governo Lula não está sur-tindo o efeito desejado e seus au-tores não estão sendo favoreci-dos na avaliação dos paraibanos.

“Tenho boas razões paraconsiderar que o presidenteLula, o seu Governo e o PT

são bem mais fortes que a hi-pocrisia predominante emboa parte da oposição, parti-cularmente aquela oposiçãoraivosa, mesquinha e incom-petente”, frisou Couto.

Ao comentar também osdados da recente pesquisa elei-toral do instituto Datafolha,Luiz Couto afirmou que a opo-sição apostou “na denúncia ir-responsável e vazia” e quis fa-zer do denuncismo sua plata-forma eleitoral. “Faltou combi-nar com o povo”, avaliou Cou-to, acrescentando que o Gover-no soube construir as condi-ções para dinamizar a econo-mia e os investimentos em po-lítica social. ‘É uma revoluçãona história do País, com progra-mas que, muito além de políti-cas compensatórias, incentivamos beneficiários a desenvolversuas capacidades e iniciativas,promovendo o indispensável edesejado crescimento humano eprofissional”, enfatizou.

Luiz Couto

Nilson Mourão

GILBERTO NASCIMENTO

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Gouveia creditacrescimento de Lula

a política socialNa avaliação do depu-

tado Roberto Gouveia (PT-SP), o bom desempenhoconseguido pelo presiden-te Lula nas últimas pesqui-sas de intenção de votopara a próxima eleição deveser creditado a conquistasdo Governo, principalmen-te na área econômica, comoo aumento do salário míni-mo de R$ 300 para R$ 350a partir de abril e o saldo dabalança comercial, superi-or a 40 bilhões de dólares.“Estamos gerando empre-go e inclusão social e te-mos o maior salário míni-mo da nossa história nosúltimos 25 anos”, afirmou.

Roberto Gouveia credi-tou também a avaliaçãopositiva do Governo Lula aimplementação de progra-mas na área social, comoo Bolsa Família que, se-gundo ele, estabelece umprocesso de inclusão e fazcom que as crianças te-nham condições reais defreqüentar a escola.

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PINGA-FOGO

Brasília, 24 de fevereiro de 20066

Violência no RSMarco Maia (PT-RS) pro-

testou contra a ameaça demudança no sistema de pa-gamento do vale-transporteaos trabalhadores. As cen-trais sindicais, segundo ele,já se manifestaram contra asmudanças propostas peloGoverno Federal por meio demedida provisória. O deputa-do também alertou para osíndices elevados de crimina-lidade na cidade gaúcha deCanoas. O município ocupao segundo lugar no númerode assassinatos no estado,com 103 mortes registradasno ano passado.

Raposa Serra do SolMaria Helena (PSB-RR)

cobrou o cumprimento detodas as promessas feitaspelo Governo Federal àsfamílias que vão ser retira-das da área indígena Ra-posa Serra do Sol. A reser-va foi homologada no anopassado, mas até agora asfamílias não foram indeni-zadas nem assentadas emoutra localidade, segundoa deputada.”O prazo paradesocupação da área indí-gena expira no dia 15 deabril, mas não há sequerrecursos orçamentáriosprevistos para o desloca-mento de famílias que mo-ram há mais de 100 anosna região”, afirmou, infor-mando que o Orçamentoda União prevê apenas R$900 mil para indenizaçãodos proprietários.

Vale do Rio DoceMarcus Vicente (PTB-

ES) enfatizou a importânciade se averiguar os pontosobscuros sobre o processode privatização da Compa-nhia Vale do Rio Doce, emmaio de 1997, sob o argu-mento de que ela pode tercausado prejuízos ao patri-mônio público. Para o depu-tado, há dúvidas sobre a de-sestatização da empresa,como o baixo valor estipula-do para sua venda, a suba-valiação das reservas de fer-ro anunciadas no edital devenda; e a suposta cobran-ça de propina por membrosdo Banco do Brasil para fa-cilitar a privatização. “Hásuspeitas ainda de improbi-dade administrativa de auto-ridades envolvidas no pro-cesso”, afirmou Vicente, aocomunicar que, de acordocom o Ministério Público doRio de Janeiro, o patrimônioda empresa foi subavaliado.

Acidentes com óleo em alto-marA Comissão de Relações Exteriores aprovou a Mensa-

gem 718/05, do Executivo, sobre convenção internacionalque prevê a intervenção de países em casos de acidentes compoluição por óleo em alto-mar. A convenção foi assinada em1969 e estabelece as normas de ação e define os casos depoluição marítima. O protocolo da convenção, de 1973, es-pecifica as substâncias e as ações a serem adotadas.

Pelo texto, os países podem intervir em alto-mar paraprevenir ou eliminar perigos graves de poluição ou ameaça depoluição por óleo. O texto proíbe, no entanto, que açõesprejudiquem direito, dever, privilégio ou imunidade ou re-presentem prejuízo monetário para pessoa física ou jurídica.

O relator, deputado Fernando Gabeira (PV-RJ), apre-sentou parecer favorável à matéria. Ele citou trecho dolivro Poluição Marítima por Óleo, de Maria Helena Rolim,para explicar que esse tipo de poluição provoca danos àsaúde humana, a todas as atividades marítimas e à flora efauna marítimas, interferindo em outros usos legítimosdo oceano e causando desequilíbrio ecológico.

A mensagem ainda será analisada pelas comissões de MeioAmbiente e Desenvolvimento Sustentável; e de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania, antes de ser votada pelo Plenário.

A Comissão de Constituiçãoe Justiça e de Cidadania apro-vou o Projeto de Decreto Legis-lativo (PDC) 3.001/03, da Co-missão de Relações Exteriores ede Defesa Nacional, que ratificamodificações feitas em 2002 emacordo entre os governos doBrasil e do Chile sobre Seguri-dade Social, assinado em 1993.O relator, deputado CarlosMota (PSB-MG), considerouas modificações no acordo cons-titucionais e jurídica e tecnica-mente adequadas.

NegociaçõesAs alterações adaptam o

texto anterior do acordo às no-vas necessidades dos cidadãosde cada um dos países que resi-dem no território da outra par-te contratante. A negociaçãofoi feita pela Comissão MistaBrasil/Chile, presidida pelosrespectivos ministérios da Pre-vidência Social. As modifica-ções introduzidas alteram nor-

mas para a exportação de pres-tações pecuniárias; as disposi-ções sobre assistência médica;a totalização dos períodos deseguro; a moeda de pagamentode prestações e a realização deexames de incapacidade.

A matéria será votada peloPlenário da Câmara.

CCJC aprova mudanças em acordosobre seguridade com o Chile

A Câmara analisa o Proje-to de Lei 6.371/05, do deputa-do Antonio Carlos Biscaia(PT-RJ), que estende a pesso-as jurídicas a gratuidade da as-sistência judiciária prevista naLei 1.060/50. A assistência ju-diciária gratuita pode ser exer-cida por advogado indicadopelo juiz ou pela DefensoriaPública.

Segundo a lei, a parte teráos benefícios da assistência ju-diciária mediante simples afir-mação, na própria petição ini-cial, de que não está em condi-ções de pagar as custas do pro-cesso e os honorários de advo-gado, sem prejuízo próprio oude sua família.

O projeto inclui entre osbeneficiários as pessoas jurídi-cas que não possam arcar comas mesmas despesas, sem pre-juízo à sua atividade empresa-rial, e restringe o benefício àsempresas que estejam em situ-

ação regular. Conforme o tex-to, também terão direito à as-sistência judiciária sindicatose organizações filantrópicas.

O deputado cita três casosem que o Superior Tribunal deJustiça (STJ) autorizou pesso-as jurídicas a se valerem da De-fensoria Pública - um em 2004e dois em 2005 - por falta de

condições financeiras. Na opi-nião de Biscaia, a medida “é maisdo que justa e respalda o anseiosocial por uma maior coberturaàs empresas de cunho assisten-cial e de pequeno porte”.

O projeto tramita em ca-ráter conclus ivo nas Co -missões de Desenvolvimen-to Econômico, Indústria eComércio; e de Constituiçãoe Justiça e de Cidadania.

Empresa pode ter acesso aassistência judiciária gratuita

Direito de porte de arma defogo a auditores fiscais

De autoria do deputado Nelson Pellegrino (PT-BA), tramita naCâmara o Projeto de Lei 6.404/05, que autoriza o porte de arma defogo para os auditores, auditores fiscais e técnicos da ReceitaFederal; e os auditores fiscais do Trabalho. A proposta altera a Lei10.826/03, que trata do registro, posse e comercialização de ar-mas de fogo e munição.

De acordo com o deputado, o porte de arma não assegura aintegridade física desses servidores, mas pode inibir crimes con-tra a categoria. “Ainda pesa na memória dos auditores fiscais doTrabalho o morticínio ocorrido na cidade de Unaí (MG), em 2004, enão é possível que o sacrifício dos servidores brutalmente assas-sinados permaneça sem conseqüência no ordenamento jurídi-co”, afirmou Pelegrino, referindo-se ao episódio em que fiscais doTrabalho foram mortos em uma emboscada em Unaí.

O projeto tramita em caráter conclusivo e deverá ser analisadopelas comissões de Segurança Pública e Combate ao CrimeOrganizado; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

Antonio Carlos Biscaia

Carlos Mota

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PINGA-FOGO

A Comissão de Viação eTransportes voltará a analisaro Projeto de Lei 6.302/02, doSenado, que regulamenta a ati-vidade dos motoboys e moto-taxistas, após o dia 7 de mar-ço, quando haverá uma reu-nião entre o relator da maté-ria, deputado Wellington Ro-berto (PL-PB), representan-tes da categoria, do Ministériodas Cidades, da Casa Civil edo Departamento Nacional deTrânsito (Denatran) para dis-cutir o assunto.

O projeto estava na pautada comissão na quarta-feira(22) mas, apesar de trabalha-dores do setor lotarem o ple-nário onde se realizava a reu-nião em defesa da regulamen-tação, o deputado Mauro Lo-pes (PMDB-MG) pediu veri-ficação do quorum. Diante dapresença insuficiente de par-lamentares, o presidente dacomissão, deputado MárioAssad Júnior (PSB-MG), en-

Aumento do álcoolOs constantes reajus-

tes no preço do litro deálcool combustível preju-dicam os proprietários dosautomóveis, que acredita-ram no desenvolvimentoda tecnologia nacional. Aavaliação é do deputadoBabá (PSOL-PA) ao infor-mar que, em menos de umano, o litro do álcool su-biu 40%. “Os grandes usi-neiros receberam incenti-vos do Governo para am-pliar a produção do com-bustível e, mesmo assim,utilizam trabalho pratica-mente escravo em suaspropriedades”, af irmouBabá. Segundo o deputa-do, 12 trabalhadores mor-reram no ano passado, ape-nas no interior de São Pau-lo, devido às precárias con-dições de trabalho.

PolissonografiaDiante do número ele-

vado de acidentes de trân-sito causados pelo cansa-ço dos motoristas, Zelin-da Novaes (PFL-BA) su-geriu ao Departamento Na-cional de Trânsito (Denatran)que torne obrigatório o exa-me de polissonografia noscandidatos à Carteira Nacio-nal de Habilitação (CNH) nascategorias C, D e E.

De acordo com a de-putada, como o exame per-mite avaliar eventuais distur-bios de sono do candidato àcarteira, a obiigatoriedade desua realização conta com oapoio de diversos especia-listas na área.

Carga nas estradasPara Geraldo Resen-

de (PPS-MS), o GovernoFederal entra em contradi-ção ao realizar obras de re-cuperação das estradas aomesmo tempo em que per-mite o aumento do pesobruto total nos veículos decarga para 57 toneladas.Na avaliação do deputado,as estradas brasileiras nãosuportam uma tonelagemtão alta nos caminhões decarga. Geraldo Resendelembrou que a maioria dasrodovias foi construída nadécada de 50. Na época,explicou, a classificaçãodo limite máximo da cargaera de apenas 24 toneladaspor veículo.

Comissão volta a examinar projetosobre motoboy e mototaxista

Motoboys fizeram manifestação pela aprovação do projeto

As montadoras de automó-veis instaladas no Brasil pode-rão ser obrigadas a utilizar 70%de peças produzidas no País nacomposição dos veículos. A exi-gência está prevista no Projetode Lei 6.357/05, do deputadoVicentinho (PT-SP), que estáem análise na Câmara.

Segundo o deputado, os li-mites para a utilização de peçasproduzidas nacionalmente naindústria de automóveis, emgeral, são estabelecidos por acor-dos comerciais entre os países,mas os textos nem sempre sãorespeitados porque não têm aforça de uma lei aprovada peloCongresso. Se a proposta fortransformada em lei, as monta-doras instaladas no Brasil terãodois anos para se adaptar à nor-ma, mas a forma de fiscalizaçãoe as penalidades para as infra-ções deverão ser regulamenta-das pelo Executivo.

Vicentinho afirmou que aglobalização econômica esti-mula as grandes montadoras a

cerrou os trabalhos.Mauro Lopes explicou que

tomou a decisão motivado pelofato de o projeto “mexer comvidas humanas”, sendo neces-sária a análise de uma quanti-dade mais expressiva de parla-mentares. “Para um motoci-clista transportar outra pessoa,ele precisa ser muito experien-te. É preciso definir uma regu-

lamentação bem responsável,porque se trata de transportede vidas humanas”, declarouo deputado.

O relator do projeto reite-rou sua disposição de conti-nuar lutando pela aprovaçãoda proposta e lembrou que, se-gundo o texto, o mototaxistadeve ter habilitação mínimade três anos na categoria A.

Além disso, o projeto exigemedidas de segurança e de hi-giene, como o uso de capacetese coletes com faixas refletivase o fornecimento de toucashigiênicas para os passageiros.

PressãoDe acordo com Rodrigo

Ferreira, um dos diretores daFederação dos Motofretistasdo Brasil (Fenamoto), cerca de2 mil trabalhadores de 17 es-tados e do Distrito Federal es-tiveram na Câmara pedindo aaprovação do projeto. Para ele,as estatísticas sobre acidentesenvolvendo motoboys não sãoconfiáveis, pois precisam demais detalhes sobre as pessoasenvolvidas. “O policial, se es-tiver fardado, nós sabemos queé policial; o médico, se estiverde branco, também, sabemos.Então, só com a regulamenta-ção e a padronização dos pro-fissionais do setor nós vamossaber realmente qual é esse ín-dice”, avaliou.

Proposta fixa cota para peças nacionais em automóveis

importar peças de diversas na-cionalidades para a fabricação decarros, o que prejudica a geraçãode empregos no País. Para o par-lamentar, esse processo tem sidoresponsável pela perda de mui-tos postos de trabalho, tanto naindústria automobilística quan-to na indústria de autopeças.

O deputado acredita que aestratégia de estabelecer umacota mínima de peças produzi-

das internamente vai valorizara indústria nacional e estimulara transferência de tecnologia,além de abrir espaço para ino-vações e para a geração de em-prego e renda.

A proposta tramita em cará-ter conclusivo nas comissões deDesenvolvimento Econômico,Indústria e Comércio; e de Cons-tituição e Justiça e de Cidadania.

Trabalhadores temporáriosTambém de autoria de Vi-

centinho, está em tramitação oProjeto de Lei 6.363/05, que as-segura ao trabalhador temporá-rio, durante o período em queestiver à disposição da empresatomadora de serviços, os mes-mos direitos e garantias conce-didos aos outros empregados. Oprojeto altera a Lei 6.019/74, queregula o trabalho temporário emempresas urbanas.

Na justificativa do deputado,a terceirização, apesar de ter es-timulado a criação de novosempregos, tem contribuído paraa precarização das relações tra-

balhistas. Isso ocorre porque asempresas podem conceder umasérie de benefícios aos seus fun-cionários, que não se estendemaos empregados terceirizados outemporários, criando uma situ-ação discriminatória.

“Os trabalhadores temporá-rios, por serem empregados deum outra empresa, não sãoabrangidos pelos benefíciosconcedidos pela empresa toma-dora de serviços, não lhes sendogarantidos os mesmos direitos”,criticou Vicentinho. Na opiniãodele, não há justificativa para queos contratados e os terceirizados,que trabalham lado a lado, te-nham direitos trabalhistas dife-rentes. “A saída é equiparar o tra-balhador temporário ao empre-gado da empresa tomadora deserviços, durante o período emque nela trabalhar”, explicou.

O projeto tramita em cará-ter conclusivo nas comissões deTrabalho, Administração e Ser-viço Público; e de Constituiçãoe Justiça e de Cidadania.

VIAÇÃO E TRANSPORTES

Vicentinho

BERNARDO HÉLIO

ARQUIVO SECOM

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Brasília, 24 de fevereiro de 20068

Relator aponta dificuldades para aprovaçãoO deputado Tarcísio Zim-

mermann (PT-RS), relator daReforma Sindical (Projeto deLei 1.528/89), informou quenão há garantias de que a maté-ria seja aprovada ainda nesteano pela Câmara. Durante bate-papo promovido pela AgênciaCâmara com internautas, o de-putado apontou como principalobstáculo para a votação as di-vergências sobre o tema entreempregados e empregadores, eentre os próprios trabalhadores.

A unicidade sindical foi umdos aspectos mais polêmicos abor-dados no chat. O fim desse insti-tuto está previsto na Proposta deEmenda à Constituição 369/05,do Poder Executivo, que tramitana Câmara paralelamente ao PL1.528/89. A PEC suprime o inci-so constitucional que proíbe a cri-

trais, na minha interpretação,não têm garantias constitucio-nais de unicidade”, afirmou odeputado. “Portanto, nós cria-mos normas para que sindica-

tos possam organizar federaçõese essas possam criar confedera-ções. Para as centrais, que têmuma representação estritamen-te política no nosso projeto, nãohá normas.”

Contribuição sindicalOutro ponto polêmico do

bate-papo foi a contribuiçãosindical. Tanto a PEC do Execu-tivo como o substitutivo deZimmermann prevêem a subs-tituição do imposto por umacontribuição baseada na parti-cipação em negociação coletiva,com valor fixado em assembléia.

O internauta João sugeriu ofim de qualquer contribuição.“Acho que chegou a hora de ossindicatos encontrarem manei-ras de atraírem seus associadossem depender de uma contribui-ção forçada.” Tatiana, porém,

ação de mais de um sindicato re-presentativo de uma categoria namesma base territorial.

Muitos dos participantes dodebate se mostraram preocupa-dos com essa possibilidade. “Apluralidade onde não existe agarantia de emprego só servepara prejudicar as organizaçõese os trabalhadores. Por que oGoverno Federal insiste na plu-ralidade sindical?”, criticou oparticipante Seeb. O internau-ta Rafael, por sua vez, quis saberse o fim da unicidade não bene-ficiaria os patrões no caso de ca-tegorias menos organizadas.

Zimmermann esclareceuque seu substitutivo não modi-fica a garantia constitucional deunicidade, que fica mantidapara os sindicatos. “Já as fede-rações, confederações e cen-

lembrou que a medida poderiainviabilizar sindicatos de cate-gorias com menor capacidade demobilização. Tarcísio Zimmer-mann respondeu que o impostoé antidemocrático e “permite aexistência de inúmeros sindica-tos de carimbo, que não têm ne-nhuma atuação em defesa dosdireitos dos trabalhadores”.

O parlamentar, no entanto,defendeu a existência de umafonte de recursos para as enti-dades sindicais. Ele explicouque o mecanismo de financia-mento proposto no substituti-vo leva em consideração a as-sembléia dos representados. “Otrabalhador terá todo o direitode discutir o percentual dentrodo limite proposto (1% ao mês).Depois da decisão da assembléia,todos deverão acatar”, disse.

Anuidade dos conselhos deEducação Física pode ter limite

REFORMA SINDICAL

Tarcísio Zimmermann

Nader propõe benefício paratrabalhadores de lixões

As empresas concessionárias de ser-viço de coleta de lixo poderão ser obri-gadas a contratar mão-de-obra para tra-balhar na separação e na classificação demateriais nos aterros sanitários. É o queprevê o Projeto de Lei 6.374/05, dodeputado Carlos Nader (PL-RJ).

Para o parlamentar, a medida possi-bilitará o tratamento adequado da par-te reciclável do lixo, reduzindo o tama-nho e a quantidade de lixões nas cida-des. Com isso, segundo Nader, haverábenefícios para o meio ambiente urba-no e para os catadores de lixo, que po-

Tramita na Câmara o Projeto de Lei 6.364/05, que limita os valores das anuidadescobradas dos integrantes dos conselhos federal e regionais de Educação Física.Apresentada pelo deputado André Figueiredo (PDT-CE), a proposta fixa em R$ 380 olimite da anuidade para os profissionais e em R$ 800 o teto para as empresas queoferecem atividades físicas, desportivas e similares, como as academias de ginástica.

O projeto estabelece ainda que as contribuições serão corrigidas anualmente combase na variação do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), calculado peloInstituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Figueiredo lembrou que a Lei 9.696/98, que regulamentou a profissão de Educa-ção Física e criou os conselhos, não definiu o valor da contribuição. Como a JustiçaFederal considera que as anuidades têm natureza tributária, torna-se necessária aaprovação de uma lei fixando os valores, afirmou o parlamentar.

A proposta tramita em caráter conclusivo nas comissões de Trabalho, Ad-ministração e Serviço Público; de Finanças e Tributação; e de Constituição eJustiça e de Cidadania.

derão sair da informalidade.Se a proposta for aprovada, as con-

cessionárias deverão priorizar a contra-tação das pessoas que já trabalham deforma autônoma nos aterros. Os traba-lhadores que forem admitidos deverãoreceber das empresas treinamento es-pecífico e equipamentos de proteçãoindividual.

Submetido a tramitação conclusi-va, o projeto será analisado pelas co-missões de Trabalho, de Administra-ção e Serviço Público; e de Constitui-ção e Justiça e de Cidadania.

A Comissão de Seguridade Sociale Família aprovou na terça-feira (21)o Projeto de Lei 3.835/04, do Senado,que aumenta de 14 para 16 anos o li-mite de idade do trabalhador menor,salvo na condição de aprendiz. De ini-ciativa do senador Paulo Paim (PT-RS), o projeto altera os artigos 60 e 64do Estatuto da Criança e do Adoles-cente (ECA).

A relatora, deputada Almerindade Carvalho (PMDB-RJ), apresen-tou parecer favorável à matéria, afir-mando que os artigos alterados peloprojeto contrariam a Constituição e aConsolidação das Leis do Trabalho. “Aproposta uniformiza as regras sobre otrabalho do menor, ao mesmo tempoem que promove a harmonia dos tex-tos legislativos.”

Ainda segundo a relatora, o proje-to “substitui a anacrônica garantia debolsa de aprendizagem pelo direito àpercepção do salário mínimo”.

Sujeito à apreciação conclusiva, oprojeto seguiu para exame da Comis-são de Trabalho, de Administração eServiço Público.

Saúde vocalA Comissão de Seguridade tam-

bém aprovou o Projeto de Lei 1.128/03, do deputado Carlos Abicalil (PT-MT), que cria o Programa Nacional

Seguridade aprova regras para trabalhodo menor e benefício para professor

de Saúde Vocal do Professor da RedePública de Ensino. Em parecer favo-rável à matéria, o relator, deputadoDarcísio Perondi (PMDB-RS), afir-mou que o projeto revela “preocupa-ção social e compromisso com a edu-cação e com os professores”. Para Pe-rondi, os recursos vocais dos profissi-onais que dependem da voz devem serprotegidos.

Dados da Secretaria de Educaçãode São Paulo apontam que 60% dosprofessores da instituição apresentamalterações vocais, como rouquidão,perda da voz, pigarro e cansaço parafalar, o que ocasiona constantes afas-tamentos e licenças. “Assim, há quese envidar esforços no sentido de pro-teção e recuperação dos recursos vo-cais da laboriosa categoria dos profes-sores”, disse o relator.

De acordo com o projeto, o Pro-grama de Saúde Vocal será adotado narede pública de ensino, tendo comoclientela os respectivos professores.Ele tem quatro vertentes: prevenção,capacitação, proteção e recuperaçãoda voz dos professores.

A proposta, já aprovada pela Co-missão de Educação e Cultura, foi en-caminhada ao exame da Comissão deConstituição e Justiça e de Cidadania,onde aguarda designação de relator.

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