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DESAFIO 2016 Atletismo busca qualificar o maior número de atletas para os Jogos do Rio, fazer finalistas e lutar por lugar no pódio DERICK DE SOUZA E PAULO ANDRÉ Jovens velocistas, exemplos de esperança de futuro para o esporte nacional

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DESAFIO 2016Atletismo busca qualificar o maior número de atletas para os Jogos do Rio, fazer finalistas e lutar por lugar no pódio

DERICK DE SOUZA E PAULO ANDRÉJovens velocistas, exemplos de esperançade futuro para o esporte nacional

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CBAt [3

EDITORIAL – Palavra do Presidente ..................................................... 06RIO 2016 – Programa de Preparação Olímpica .................................... 08LEGADO OLÍMPICO – Jovens atletas garantem o futuro ...................... 10A TEMPORADA – Um ano de muitas emoções .................................... 111º TRIMESTRE – Copa Brasil Caixa de Cross abre o calendário ............. 13NÚMEROS – O Atletismo Brasileiro em 2015 ....................................... 14CALENDÁRIO 2016 – Campeonatos Oficiais ......................................... 16BRASIL OLÍMPICO – Fabiana Murer eleita a melhor do Atletismo ........ 19NA ARGENTINA – Seminário de Marketing Esportivo .......................... 20GOVERNANÇA – Um prêmio para o Atletismo ..................................... 21RANKING – Brasileiros entre os melhores do mundo .......................... 22SÁUDE – Psicologia aplicada ao Atletismo ........................................... 24DOPING ZERO – Programa de compate às drogas ilegais ..................... 25SALTO TRIPLO – Um história de sucesso .............................................. 26DOSSIÊ: 100 m – A prova mais nobre do Atletismo ............................. 32HERÓI – José Bento de Assis Junior ..................................................... 37ESTRELA – Rosangela Cristina de Oliveira Santos ................................. 38FUTURO – Paulo André Camilo de Oliveira .......................................... 39TREINADOR – José dos Santos Primo .................................................. 40ÁRBITRO – Márcio José Zanetti Bodziak .............................................. 41MULHER – Silvina das Graças Pereira da Silva ..................................... 42CLUBE – ASA-Sorriso ........................................................................... 43FEDERAÇÕES – Lista das Filiadas ......................................................... 44INCLUSÃO SOCIAL – Uma “Corrida pela Cidadania”............................. 46

Nesta edição

Foto da Capa: Wagner Carmo/CBAt

ÍNDICE

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4] CBAt

REALIZAÇÃOCONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO (CBAt)

Presidente: José Antonio Martins Fernandes

Vice-Presidente: Warlindo Carneiro da Silva Filho

Diretor Administrativo/Financeiro: Eduardo EsteterDiretor de Relações Públicas: Luiz Roberto RodriguesDiretor Técnico: José Haroldo Loureiro Gomes

Superintendente de Alto Rendimento: Antonio Carlos GomesSuperintendente Geral: Antonio de Figueiredo FeitosaSuperintendente Técnico: Martinho Nobre dos Santos

Gerente de Alto Rendimento: Clovis Alberto FrancisconGerente de Projetos Especiais: Georgios Stylianos HatzidakisGerente de Projetos e Licitações: João Gabriel Silva LeiteGerente de Seleções: Harley Maciel da SilvaGerente Técnico: Anderson Moraes Leme Rosa

EDIÇÃOCoordenação Editorial: Benê Turco – Novamente Comunicações

Pesquisa e Textos: João Pedro Nunes, Benê Turco, Arnaldo Jubelini Jr., Maiara Dias BatistaFotos: Arquivo CBAtDesign Gráfico: Clóvis ZanelaCoordenação da Produção: Maiara Dias BatistaDesenho do título: Josué VianaImpressão: YMPRESSOGRAF

PODIUM é uma publicação inscrita no ISSN sob o número: 2358-6095.

Rua Jorge Chammas, 310 – Vila MarianaCEP: 04016-070 – São Paulo (SP)Telefone: (11) 5908-7488 E-mail: [email protected] / Site: www.cbat.org.brTwitter: bra_atletismo / Facebook: oficialcbat

CBAt

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6] CBAt

PALAVRA DO PRESIDENTE

A análise e a aprovação serão feitas pela Assembleia Geral da CBAt, como manda o estatuto. Mas, nesse espaço, já podemos revelar alguns detalhes do re-

sultado da gestão financeira da entidade ao longo de 2015 e, também, abordar o Orçamento Geral de 2016. Todos sabem que o Brasil enfrenta forte crise financeira, cuja ori-gem é internacional.

A crise assombra o mundo desde 2008, mas só no apa-gar das luzes de 2014 seu curso chegou ao nosso País, com fortes reflexos em 2015. A direção da CBAt imediatamente avisou a família do Atletismo brasileiro quanto às dificulda-des da economia, que vêm trazendo problemas em todas as áreas de atividade da nação.

No segmento esportivo, a situação, complexa, também se fez presente. E obriga a todos os gestores da área a rea-dequar seu planejamento. A verdade é que todos os atores do Atletismo entenderam a gravidade da crise e partiram para a ação. Cada um à sua maneira, todos lutaram para manter a Confederação nos trilhos. Provaram do remédio,

CBAt mantém Atletismo nos trilhosAdministração equilibrada faz Confederação driblar a crise que afeta o País

amargo, e foram os principais responsáveis por terminar-mos o ano com resultados satisfatórios.

Vale ressaltar que 2015 teve um calendário de ativi-dades expressivo, especialmente em nível internacional, com a realização de eventos como os Jogos Pan-Ameri-canos de Toronto e o Mundial de Pequim. Para melhor preparar os nossos atletas diante de tantos desafios, a CBAt realizou diversos campings, além de inúmeras ou-tras iniciativas.

Um fato que pode, sim, ser atrelado à crise foi a sensível valorização do dólar. A receita da CBAt é em reais. Mas, no exterior, a moeda americana é quem estabelece o pa-drão de mercado. Portanto, o preço de passagens aére-as, hospedagem, compra de materiais e equipamentos, tornou-se bem mais pesado em relação a anos anterio-res. O que nos obrigou a fazer difíceis exercícios de ges-tão administrativo-financeira que, aliados à criatividade, alcançaram êxito.

É lógico, gostaríamos de ter navegado em mar tran-quilo. Seria ótimo para o desenvolvimento do esporte, especialmente às vésperas dos Jogos do Rio 2016, ponto final de todo o planejamento que, de forma democrática e participativa, pretendíamos sustentar. Todavia, os tempos, difíceis, exigiram – e continuam a exigir – fortes medidas de contenção.

Estamos à frente de uma entidade privada das mais sérias, que trabalha com dinheiro público. As rédeas de comando precisam ser adequadas, sempre privilegiando o equilíbrio entre receitas e despesas.

O Orçamento de 2016 não apresentará alterações signi-ficativas em nossa filosofia administrativa, até porque con-tinuaremos equacionando os reflexos da crise internacio-nal que aportou em nosso País. Em tal cenário, o positivo é que fizemos a lição de casa com absoluto esmero em 2015 e já conhecemos o caminho a ser trilhado.

A falta de alternativas maiores deve-se ao fato de que

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CBAt [7

CBAt mantém Atletismo nos trilhos

a receita da Confederação permanecerá inalterada. Já as despesas, não, pois estão sujeitas a processo inflacionário e às oscilações do preço do dólar. Como receitas, temos o patrocínio da CAIXA, o repasse de verba feito pelo COB através da Lei Agnelo/Piva. Até o final de 2015, tivemos o convênio com o Ministério do Esporte para a manutenção dos Centros Nacionais de Treinamento de São Paulo, Rio de Janeiro, Uberlândia e Fortaleza. Tal convênio foi firma-do em 2011 e aditado em julho de 2015 por seis meses. Agora, passará por novos estudos.

Há, também, a receita do direito de imagem paga pela Rede Globo, referente à transmissão de eventos, e o forne-cimento de uniformes pela Nike. Por uma questão de justi-ça, ressaltamos que sem tais patrocínios à CBAt, teríamos enfrentado problemas ainda maiores. Por isso, demonstra-mos a nossa maior gratidão e reconhecimento aos parceiros acima mencionados, que acreditam no Atletismo e dele são incentivadores.

A mais forte proposta contida no Orçamento 2016 será a de manter os programas sob patrocínio da CAIXA. Como em 2015, teremos pela frente também nesta temporada um calendário de competições e eventos muito forte. Es-taremos organizando torneios internacionais como o Ibe-ro-Americano no Rio, que será o evento-teste dos Jogos Olímpicos, além de Meetings internacionais. Continuare-mos a ter campings no Brasil e no exterior. Tudo, é claro, visando a Olimpíada do Rio.

Prevendo tudo isso, estamos ultimando preparativos para a implantação de nova ferramenta de gestão finan-ceira. O Orçamento contemplará departamento por depar-

tamento, o que aumentará ainda mais a transparência de gastos. Acreditamos que a possibilidade de se economizar é mais eficaz quando se tem um controle rígido de despe-sas consideradas menores. E que essa economia poderá ser utilizada em eventos maiores.

Salientamos que estaremos extremamente atentos aos acontecimentos de 2016. Cada competição de caráter in-ternacional terá seu impacto devidamente analisado pela direção da CBAt. Voltamos a destacar que não podemos submeter a saúde de nosso Orçamento a aventuras, sob pena de perdermos o já citado equilíbrio das despesas frente às receitas, pois quando isso ocorre pode terminar em problemas estruturais, e a organização encontrará difi-culdade para se reequilibrar.

A CBAt presta contas, de forma permanente, a órgãos fiscalizadores do Governo Federal, como a CGU (Controlado-ria Geral da União) e TCU (Tribunal de Contas da União). A prestação de contas aos órgãos internos da CAIXA é mensal. E somente após a aprovação o valor é repassado à entidade. Temos, ainda, a atuação de uma auditoria independente, es-pecialmente contratada para a avaliação das demonstrações financeiras e do Balanço Patrimonial da CBAt.

Continuamos contando com o empenho e a compreensão madura e definitiva da família do Atletismo brasileiro, seus co-laboradores e patrocinadores. Na Assembleia Geral da CBAt, no próximo mês de abril, apresentaremos os resultados de 2015, assim como o Orçamento pormenorizado de 2016.

Desejamos a todos um 2016 repleto de paz, harmonia e conquistas.

Boa leitura!

(*) José Antonio Martins Fernandes, Presidente da Confederação Brasileira de Atletismo, é Secretário Nacional de Esportes da União Geral dos Trabalhadores e Presidente do Sindicato dos Profissionais de Educação Física de São Paulo e Região. Foi Presidente da Federação Paulista de Atletismo, Vice-Presidente de Esportes da ADC Eletropaulo e membro do Comitê Paralímpico Brasileiro. Começou no esporte como atleta profissional de futebol.

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8] CBAt

Seguindo as diretrizes aprovadas pelo Fórum e Assembleia Geral, a Confederação Brasileira de Atle-tismo deu início à fase final de preparação da Seleção

Nacional para os Jogos do Rio 2016. Esse período começou em novembro de 2015 e termina em julho deste ano, às vésperas da primeira Olimpíada marcada para a América do Sul. A abertura oficial dos Jogos está prevista para 5 de agosto, no Maracanã, e o torneio de Atletismo começa no dia 12 do mesmo mês, no Estádio Olímpico do Engenhão.

Para alcançar os objetivos propostos para o esporte, foi

Programa de Preparação OlímpicaCBAt define atletas que participarão dos campings de treinamento

RIO 2016

elaborado o PROGRAMA DE PREPARAÇÃO OLÍMPICA do Rio 2016. A coordenação do Programa é da CBAt e de sua patrocinadora máster, a CAIXA, com suporte do Governo Federal, por meio do Ministério do Esporte, e do Comitê Olímpico do Brasil, o COB.

Em busca das metas fundamentais do Atletismo, fixa-das no “Programa de Preparação Olímpica”, uma das ações mais importantes é o “Plano de Campings”. Assim, no pe-ríodo de novembro-2015/julho-2016, nada menos que 46 campings serão realizados. Oito desses campings aconte-cerão no Brasil. Os demais estão marcados para os Estados Unidos, México, Cuba, Colômbia, Portugal, Espanha, Polô-nia, Suécia e Eslovênia. (VER QUADRO À PARTE)

“Todo o esforço da CBAt, do COB e do Governo Federal é para nosso País atingir suas metas principais”, explica o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes, o Toninho. “Especificamente no Atletismo, o objetivo ge-ral é, obviamente, a conquista de medalhas”, prossegue Toninho Fernandes. “Há, porém, objetivos específicos a perseguir”, afirma.

“Três pontos integram estes objetivos específicos”, ar-gumenta o presidente da CBAt:1. Buscar a qualificação olímpica do maior número de atletas;2. Colocar o maior número de atletas nas finais olímpicas;3. Propiciar a preparação adequada para que cada represen-tante brasileiro possa fazer seu melhor resultado no torneio olímpico.

“Para alcançar as metas, anunciadas pelo presidente Toninho Fernandes, definimos que entram no Programa inicialmente os que já têm o índice de qualificação para os Jogos, e os 30 primeiros do Ranking Mundial de 2015”, afir-ma o superintendente de Alto Rendimento da CBAt, Anto-nio Carlos Gomes. “Consideramos o Ranking Olímpico, isto é, com até três atletas por país em cada prova”, continua Antonio Carlos.

O titular da Superintendência de Alto Rendimento (SAR) diz, ainda, que haverá atendimento especial conforme a colocação dos Atletas no Ranking Mundo: “Há o Grupo 1

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Érica Rocha de Sena foi a sexta no Mundial de Pequim

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PREPARAÇÃO OLÍMPICA

Atletas com direito a participar dos Campings

1 – Finalistas no Campeonato Mundial de Pequim em 2015 (a)2 – Atletas top 10 no Ranking Olímpico de 2015 (a)3 – Atletas que estejam da 11ª à 20ª posição do Ranking Olímpico 2015 (b)4 – Atletas que estejam da 21ª à 30ª posição do Ranking Olímpico 2015 (c)5 – Atletas com o índice olímpico e que não entram nos critérios acima (d)6 – Atletas medalhistas no PAN de Toronto 2015 e ainda sem o índice olímpico (e)7 – Quem fizer o índice em 2016 até maio terão resultados analisados pela SAR

(a) Atletas terão dois campings internacionais – pode haver um terceiro, conforme resultados alcançados até abril próximo.(b) Atletas terão um camping internacional – pode haver um segundo, de acordo com análise dos resultados até abril deste ano.(c) Atletas terão direito a receber um camping internacional.(d) Atletas terão direito a receber dois campings nacionais.(e) Receberão um camping nacional ou internacional, conforme avaliação da SAR.

(atletas entre os 10 primeiros colocados), Grupo 2 (atle-tas colocados da 11ª à 20ª posição) e Grupo 3 (atletas que estão da 21ª à 30ª posição). O Programa contempla, tam-bém, os atletas finalistas em Campeonatos Mundiais nos últimos dois anos.”

“Estes atletas estão no Programa de Campings e re-cebem acompanhamento especial. Há os Programas que

concedem benefícios financeiros mensais, caso do Bolsa Pódio, do Governo Federal, e o Programa CAIXA de Alto Nível, da CBAt. As ações do Programa de Preparação Olím-pica são complementares”, explica Antonio Carlos.

Recebem benefícios financeiros mensais 42 atletas – 27 que integram o Programa Bolsa/Pódio do Governo Fede-ral, e 15 do Programa CAIXA para Atletas de Alto Nível, as-sim como seus treinadores.

Além dos benefícios acima, os atletas receberão do COB um Plano de Saúde Bradesco, além do apoio da equipe multidisciplinar da CBAt, com médicos, fisiote-rapeutas, massoterapeutas, nutricionistas, psicólogos, fisiologistas.

Definidos os nomes, a SAR chamou os treinadores pessoais dos atletas relacionados. E cada treinador pro-jetou a evolução que seu atleta deve alcançar, em março, abril, maio, junho e julho. “As ações começaram em no-vembro, então faremos uma avaliação geral em março”, promete Antonio Carlos. “Eu e o Clovis Franciscon (ge-rente da SAR) vamos acompanhar os campings até lá”, conclui o dirigente.

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Thiago Braz saltou 5,92 m, novo recorde sul-americano

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Vitória Rosa tem índice olímpico nos 200 m Thiago André: número 1 nos 800 m e 1.500 m Derick de Souza Silva: prata em Cáli

LEGADO

Jovens atletas garantem o futuroAs boas perspectivas do Atletismo para os próximos ciclos olímpicos

Preparar a seleção brasileira na busca do melhor desempenho possível nos Jogos do Rio é o traba-lho fundamental da CBAt em 2016. Tão importante,

porém, é fazer com que as ações e experiências acumu-ladas para este fim sejam, igualmente, úteis para os ci-clos olímpicos posteriores. “Essa é uma missão nossa, o grande legado da Olimpíada do Rio para o Atletismo na-cional”, diz o presidente da Confederação, José Antonio Martins Fernandes, o Toninho.

Estudos da Superintendência de Alto Rendimento (SAR) mostram atletas de várias faixas etárias, desde a categoria menor (16, 17 anos), passando por juvenis (18, 19 anos) até a principal com potencial para defender o Brasil nos grandes eventos do futuro, especialmente as Olimpíadas.

Por isso, a CBAt – assim como faz na categoria princi-pal – tem um Programa de Apoio a Jovens Talentos e seus treinadores, patrocinado pela CAIXA. Nos eventos interna-cionais Sub-20 e Sub-18, a CBAt procura oferecer a melhor preparação e apoio às equipes.

A qualidade das novas gerações pode ser observada em atletas que já estão entre os melhores do mundo, mas que, por serem jovens, poderão competir nos Jogos de Tóquio,

no Japão, em 2020, e mesmo depois.Thiago Braz da Silva, de 22 anos, número 4 do mundo

em 2015 com 5,92 m no salto com vara, é um exemplo. É o caso também de Thiago do Rosário André, de 20 anos, número 1 do Brasil dos 800 m e 1.500 m, quarto colocado no Mundial de Juvenis de Eugene nas duas provas. Outro nome é o decatleta Felipe Vinícius dos Santos, de 21 anos, que no PAN de Toronto no ano passado superou a marca de 8.000 pontos (fez 8.019). “Tudo isso mostra que as pers-pectivas para o futuro são boas”, afirma Antonio Carlos.

Entre os juvenis, com apenas 19 anos, vários atletas se destacam e têm condições de alcançar o nível olímpico: é o caso, por exemplo, de Vitor Hugo dos Santos, é o líder na-cional dos 100 m com 10.22; Núbia Soares, que tem 14,22 m no triplo como melhor marca, foi campeã do PAN Juvenil em 2015, e Vitória Rosa, que já está qualificada nos 200 m para os Jogos do Rio 2016.

Na categoria sub-18, Paulo André Camilo de Oliveira, de 17 anos, em 2015 estabeleceu novo recorde sul-americano nos 100 m, com 10.30. E Derick de Souza Silva, também com 17 anos, foi prata nos 100 m no Mundial Sub-18 na Colômbia, em julho último, tem 20.85 nos 200 m.

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A TEMPORADA

A temporada 2016 será agitada. A grande competição será a Olimpíada do Rio, em agosto. Mas, vários ou-tros eventos internacionais já estão confirmados e

a maioria deles servirá de preparação dos atletas e equipes brasileiras para a Olimpíada.

Dos Campeonatos organizados pela Associação Inter-nacional das Federações de Atletismo (IAAF), o mais im-portante será o Mundial Indoor (pista coberta). O evento será realizado de 18 a 20 de março, na cidade de Portland, no Oregon, nos Estados Unidos.

Para integrar a Seleção Brasileira, os atletas devem buscar os índices exigidos pela CBAt até o dia 6 de março próximo.

Fabiana de Almeida Murer e Augusto Dutra de Olivei-ra, ambos do salto com vara, já estão qualificados e têm participação confirmada no Mundial pelo treinador Elson Miranda de Souza. Fabiana conquistou o Mundial Indoor, disputado em 2010, em Doha, no Catar.

No Mundial de Sopot, na Polônia, em 2014, ela foi quar-ta colocada e, em 2015, terminou a temporada indoor em primeiro lugar no Ranking da IAAF, com a marca de 4,83 m (recorde sul-americano feminino em pista coberta).

No Mundial de Pequim, realizado ao ar livre, no Ninho do Pássaro, em agosto passado, na China, Fabiana con-quistou a medalha de prata, com 4,85 m, igualando seu melhor resultado.

Outro campeão mundial tentará a participação no do evento de Portland: Mauro Vinícius da Silva, o Duda. Ele ainda tem de conseguir o índice de 8,18 m para a prova do salto em distância.

Duda, na verdade, é o primeiro atleta nacional bicam-peão mundial no Atletismo. Ele ganhou os títulos das duas últimas edições do Mundial Indoor. O primeiro em 2012, em Istambul, na Turquia; depois, em 2014, em Sopot, na Polônia. Nas duas conquistas, Duda conseguiu 8,28 m como melhor resultado.

“Ele teve uma temporada irregular em 2015 por causa de lesões. Fez uma artroscopia no joelho em agosto, tiran-do fragmentos e agora está treinando normalmente. O ín-dice para o Mundial de Portland é mais forte do que o exi-

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Fabiana Murer ganhou prata no PAN e no Campeonato Mundial

Um ano de muitas emoçõesAtletas se preparam para as competições internacionais de 2016

gido para a Olimpíada (8,15 m), mas vamos correr a atrás”, comentou o técnico Aristides Junqueira, o Tide.

“Não é agradável ver seu atleta com problemas e fora de competições importantes como o PAN de Toronto e o Mundial de Pequim, mas por isso mesmo temos de lutar mais ainda”, concluiu o experiente treinador.

Outro torneio importante será o Ibero-Americano Caixa de Atletismo, evento-teste para os Jogos do Rio 2016. A competição será disputada de 14 a 16 de maio no Estádio Olímpico do Engenhão.

Por ser disputado três meses antes dos Jogos, o tor-

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Disputa dos 200 m no Campeonato Ibero-Americano de 2014, em São Paulo

Duda da Silva: bicampeão mundial indoor do salto em distância

neio deve receber grande número de participantes. A As-sociação Ibero-Americana (AIA) reúne 29 federações de países de língua portuguesa e espanhola das Américas, Europa e África.

Os dirigentes da AIA esperam a participação total de seus filiados, assim como a presença de seus principais atletas. Entre as forças da área estão Cuba, Espanha e Brasil. É certa também, a presença dos principais nomes do Brasil, como Fabiana Murer, Thiago Braz, Augusto Du-tra e outros.

A 16ª edição do torneio foi realizada no Estádio Ícaro de Castro Mello, no Ibirapuera, em São Paulo, em 2014, e o Brasil conquistou o oitavo título coletivo da história do Campeonato, disputado pela primeira vez em Barcelona, na Espanha, em 1983.

Cada país participante poderá ter até dois atletas por prova no Ibero-Americano. Os brasileiros devem obter os índices de qualificação até o próximo dia 24 de abril.

Os equipamentos do estádio, a arbitragem e o sistema de comunicação serão observados pelos integrantes do Comitê Organizador dos Jogos Rio 2016 e autoridades in-ternacionais.

O Mundial de Atletismo Sub-20 (nova denominação do Mundial de Juvenis) será outro torneio importante da tem-porada. E acontecerá de 19 a 25 de julho em sede a ser definida pela IAAF.

A equipe brasileira será formada pelos atletas que conse-guirem as marcas mínimas, de 1º de janeiro até 11 de junho, e que tenham participado das provas finais do Campeonato Brasileiro Caixa de Atletismo Sub-20 Interseleções. Na edição anterior, disputada em Eugene, nos Estados Unidos, em 2014,

o Brasil ganhou uma medalha de ouro com Izabela Rodrigues da Silva, no lançamento do disco feminino, e uma de bronze com Matheus de Sá, no salto triplo masculino.

Outros dois Mundiais estão previstos para 2016: o Mundial de Meia Maratona, que será disputado no dia 26 de março em Cardiff, País de Gales, na Grã-Bretanha. Devem ser convocados dois atletas, um no masculino e um no feminino, pelo Ranking Brasileiro em 26 de fe-vereiro.

Já o Mundial de Marcha por equipes nos dias 7 e 8 de maio, terá seu local ainda em janeiro. Serão chamados os atletas e as equipes campeãs dos Campeonatos Sul-Ame-ricanos de Marcha de 2016, no Rio de Janeiro (50 km), no dia 28 de fevereiro, e as outras provas em Salinas, no Equa-dor (nos dias 2 e 3 de abril).

A TEMPORADA

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1º TRIMESTRE

Cross Country abre o calendário Já o Sul-Americano de Marcha 50 km será evento-teste do Rio 2016

O calendário de competições da Confederação Brasilei-ra de Atletismo de 2016

será aberto com a disputa da Copa Brasil CAIXA de Cross Country, no dia 21 de fevereiro. Assim como em 2015, o evento acontecerá num circuito montado dentro do Parque Ecológico do Tietê, na Zona Leste de São Paulo. O programa terá corridas nas categorias adulta, Sub-20 e Sub-18, no masculino e no feminino, e premiação por equipes.

Os campeões de cada uma das categorias, no masculino e no fe-minino, serão chamados para representar o País no Cam-peonato Pan-Americano de Cross Country, previsto para os dias 5 e 6 de março, em Vargas, na Venezuela.

No Parque Ecológico, uma extensa área de lazer e de preservação ambiental em São Paulo, o mineiro Gilberto Silvestre Lopes e a piauiense Cruz Nonata da Silva foram os campeões do adulto em 2015.

Uma semana depois, será realizada a Copa Brasil CAIXA de Marcha Atlética, nos dias 27 e 28 de fevereiro, no Rio de Janeiro.

A prova dos 50 km, que fechará o torneio no domingo, será evento-teste oficial para os Jogos Olímpicos do Rio e válida pelo Sul-Americano. A disputa será num circuito de 2 km na Praia do Pontal, no Recreio dos Bandeirantes, mesmo local em que serão realizadas as provas olímpicas da modalidade, em agosto.

As outras provas da Copa Brasil serão disputadas num circuito de 1 km. As provas mais esperada é as dos 20 km, no masculino e feminino, que terão a presença de alguns dos principais marchadores do continente. Com exceção Copa Brasil Caixa de Cross Country 2015

Blumenau recebeu novamente a Copa Brasil Caixa de Marcha 2015

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do 50 km, as demais provas serão seletivas para o Cam-peonato Sul-Americano de Marcha, previsto Salinas, no Equador, em 2 e 3 de abril.

Os campeões do Sul-Americano do Equador, assim como o vencedor dos 50 km no Rio, estarão qualifica-dos para o Mundial de Marcha por Equipes, em maio.

Na parte internacio-nal, como falamos no texto anterior, o evento mais importante no pri-meiro trimestre será o Mundial Indoor, nos Es-tados Unidos. É certa a presença de importantes atletas do País, como a saltadora Fabiana Murer.

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14] CBAt

NÚMEROS

O Atletismo brasileiro em 2015CBAt organiza nove competições nacionais e forma Seleções para 14 eventos

Um ano pleno de Atletismo, assim foi 2015. A CBAt utilizou os recursos do Programa CAIXA de Sele-ções para mandar representantes do Brasil a 14

campeonatos oficiais no exterior, organizados por entida-des dirigentes do esporte internacional. Foram formadas equipes para quatro Campeonatos da IAAF. O Campeonato Mundial de Atletismo disputado em Pequim, na China, foi o principal evento esportivo da temporada, considerando todos os esportes.

O País ainda teve representantes no Mundial Sub-18 (antiga categoria menor), em Cáli, na Colômbia; o Mundial de Revezamentos, em Nassau, nas Bahamas; e o Mundial de Cross Country, em Guiyang, na China.

Também no âmbito continental houve quatro disputas, entre elas os Jogos Pan-Americanos de Toronto, no Cana-dá, que teve o torneio de Atletismo mais forte dois últimos 25 anos. Os outros três torneios foram o PAN Juvenil, em Edmonton, no Canadá; a Copa Pan-Americana de Cross Country, em Barranquilla, na Colômbia, e a Copa Pan-Ame-ricana de Marcha, em Arica, no Chile.

Houve, ainda, o Festival Ibero-Americano Sub-18, em Morélia, no México, e mais cinco torneios sul-americanos:

Sul-Americano de Adultos, em Lima, no Peru; Sul-Ameri-cano de Juvenis, em Cuenca, no Equador; Sul-Americano Sub-16, em Cáli, na Colômbia; Sul-Americano de Marato-na, em Assunção, no Paraguai; Sul-Americano de Meia Ma-ratona, em Montevidéu, no Uruguai.

No Programa CAIXA de Competições, a CBAt organizou o Troféu Brasil, o maior campeonato de clubes de Atletis-mo América Latina, e outros oito torneios nacionais. Com um calendário que atende a todas as categorias de idade e a todas as modalidades do Atletismo, a Confederação rea-lizou duas edições dos campeonatos nacionais de juvenis (Sub-20) e dois de menores (Sub-18), um interclubes e ou-tro por Seleções Estaduais.

O Troféu Brasil foi realizado em São Bernardo do Cam-po, assim como os quatro campeonatos das categorias juvenil e menor.

Houve, ainda, o Campeonato Brasileiro de Mirins Inter-clubes (Sub-16), em São Paulo (SP). E três Copas Nacionais CAIXA nas seguintes modalidades: Cross Country, em São Paulo (SP); Marcha, em Blumenau (SC); e a Copa de Provas Combinadas, em São Bernardo do Campo (SP).

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As principais velocistas do País participaram do Troféu Brasil Caixa de Atletismo 2015

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A entidade ainda apoiou a realização de quatro torneios regionais: o Troféu Norte-Nordeste Caixa de Adultos, em Recife (PE); o Norte-Nordeste de Menores em Natal (RN), o Norte-Nordeste de Mirins, em São Luís (MA), e o Centro-Oeste de Mirins, em Campo Grande (MS).

Os Campings são uma das principais ferramentas de preparação de atletas e equipes para os grandes eventos internacionais. E em 2015 tivemos a

principal competição esportiva do planeta na tempo-rada: o Mundial de Atletismo em Pequim, na China. E ainda o PAN de Toronto, no Canadá.

E passadas estas competições, começaram, em novem-bro, as atividades de preparação para 2016, especifica-mente para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

No total, em 2015, tivemos 23 campings de treinamen-to e competição, quatro realizados no Brasil e 19 em ou-tros 11 países das Américas e da Europa.

Entre os Programas CAIXA da CBAt, está o que apoia as Fe-derações Estaduais de Atletismo. Com os recursos repassados pela Confederação, as filiadas podem organizar seus Campeo-natos, além de torneios abertos para atletas de outros Estados.

O Programa tem apresentado resultados. Tanto que, na temporada de 2015, todas as 27 Federações filia-das organizaram competições. No total, foram realiza-dos 263 torneios, sendo 94 Campeonatos oficiais, nas categorias adulta, Sub-20 (juvenil), Sub-18 (menor) e Sub-16 (mirim). Algumas Federações fizeram também eventos para atletas jovens (Sub-23) e para atletas com menos de 14 anos (pré-mirim).

O presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernan-des , comemora os resultados: “O número de competi-ções organizadas pelas filiadas mostra que o Programa de

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Camping de treinamento do 4x400 m nos Estados Unidos Curso de Oficiais Técnicos Nível I - IAAF

A CBAt EM 2015

Seleções Nacionais 14Competições Nacionais 9Competições Regionais 4Campings Nacionais 4Campings Internacionais 23Campings de Revezamento 9Campeonatos Estaduais 94Torneios Estaduais Abertos 169Cursos e Clínicas 27Controles de Doping 436

Apoio tem surtido efeito. Claro que as entidades dirigen-tes também devem buscar novas parcerias e patrocínio.”

A habilitação, reciclagem e aperfeiçoamento são ele-mentos fundamentais para o avanço do esporte-base do País. Os trabalhos são levados no âmbito do Programa CAIXA de Cursos e Clínicas. Foram 27 cursos realizados em 2015, que aconteceram em 17 cidades de 16 Estados de todas as regiões do País.

Seis desses 27 cursos foram para a formação de “Ofi-ciais Técnicos Nacionais – IAAF”, para qualificar árbitros que poderão trabalhar nos Jogos do Rio 2016. Foram ainda realizados oito Cursos Básicos de Arbitragem, oito Cursos para Treinadores – IAAF I, dois Cursos para Trei-nadores – IAAF II, além de três Clínicas de MiniAtetismo.

Outra ação importante do Atletismo nacional é o Pro-grama CAIXA de Combate ao Doping. Em 2015, até me-ados de novembro, a Comissão Nacional de Controle da CBAt (CONAD) realizou 436 testes, em eventos e fora de competição.

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16] CBAt

CALENDÁRIO 2016

Campeonatos oficiaisCompetições organizadas pela CBAt ou com participação de Seleções nacionais

Fevereiro 21 Copa Brasil Caixa de Cross Country São Paulo (SP) 27 Copa Brasil Caixa de Marcha Atlética Rio de Janeiro (RJ) 28 Copa Brasil Caixa de Marcha Atlética 50 km (Evento Teste - Jogos Olímpicos Rio 2016) Rio de Janeiro (RJ)28 Campeonatos Sul-Americanos de Marcha Atlética - 50km Rio de Janeiro (RJ)

Março 05/06 Campeonatos Pan-Americanos de Cross Country Vargas (VEN)18/20 Campeonatos Mundiais de Atletismo Indoor Portland (EUA) 26 Campeonatos Mundiais de Meia Maratona Cardiff (GBR)

Abril 02/03 Campeonatos Sul-Americano de Marcha Salinas (ECU) 10 Campeonatos Sul-Americanos de Maratona Montevideo (URU)15/17 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo de Juvenis Interclubes A determinar

Maio 07/08 Campeonatos Mundiais de Marcha Atlética por Equipes A determinar 14/16 Campeonatos Ibero-Americanos Caixa de Atletismo (Evento Teste - Jogos Olímpicos Rio 2016) Rio de Janeiro (RJ)27 -29 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo de Menores Interclubes A determinar Junho 11/12 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo de Juvenis Interseleções A determinar 21/22 Copa Pan-Americana de Provas Combinadas Ottawa (CAN) 19 Grande Prêmio Caixa São Paulo de Atletismo São Paulo (SP) 24 Campeonato Sul-Americano de Milha de Rua A determinar 26 Grande Prêmio Brasil Caixa de Atletismo A determinar 29 Campeonatos Sul-Americanos de Meia Maratona Assunção (PAR) 30 XXXV Troféu Brasil Caixa de Atletismo A determinar

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CBAt [17

Julho01/03 XXXV Troféu Brasil Caixa de Atletismo A determinar 19/24 Campeonatos Mundiais de Atletismo de Juvenis A determinar

Agosto 12/21 XXXI Jogos Olímpicos Rio de Janeiro (RJ)

Setembro 24/25 Campeonatos Sul-Americanos de Atletismo Sub-23 Lima (PER) 20/29 Jogos Escolares da Juventude - 12 a 14 anos A determinar

Outubro 08/09 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo de Menores Interseleções A determinar 21/23 Campeonatos Brasileiros Caixa de Atletismo de Mirins Interclubes A determinar 23 Circuito Sul-Americano de 10km - 1ª Etapa Georgetown (GUY) 30 Circuito Sul-Americano de 10km - 2ª Etapa Paramaribo (SUR)

Novembro 04/06 Campeonatos Sul-Americanos de Atletismo de Menores Concórdia (ARG)10/17 Jogos Escolares da Juventude - 15 a 17 anos A determinar 13 Circuito Sul-Americano de 10km - 3ª Etapa Panamá (PAN)

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CBAt [19

A 17ª edição do Prêmio Brasil Olímpico, realizada no dia 15 de dezembro, no Rio de Janeiro, foi, mais uma vez, uma grande homenagem aos atletas. E

também um reconhecimento ao trabalho de todos os en-volvidos na estrutura que move o esporte do País.

Organizado pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), o evento teve a presença de autoridades, como o ministro do Esporte, George Hilton. O presidente José Antonio Mar-tins Fernandes, o Toninho, representou a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt).

Aliás, o Atletismo teve importante participação na festa, considerada o Oscar do esporte brasileiro. Fabiana Murer, que concorreu ao prêmio principal no feminino, recebeu o troféu de Melhor Atleta da modalidade na temporada 2015. Ela foi vice-campeã mundial do salto com vara em Pequim, em agosto, e levou a prata também no PAN de Toronto, em ju-lho, e na Liga Diamante, encerrada em setembro, em Zurique.

O velocista Paulo André Camilo de Oliveira foi premiado como o melhor atleta da categoria masculina dos Jogos Esco-lares da Juventude. Ele bateu, durante a competição, realiza-da em novembro, em Maringá (PR), o recorde sul-americano

Destaque para o AtletismoFabiana Murer recebe prêmio como a melhor da modalidade em 2015

dos 100 m da categoria Sub-18, com 10.30.Um antigo atleta e treinador de Atletismo, Edson Bindi-

latti, também foi premiado. Integrante da equipe brasileira de bobsled, foi eleito o melhor do ano no desporto no gelo.

O Troféu Adhemar Ferreira da Silva, criado em home-nagem ao bicampeão olímpico do salto triplo, foi entregue pelo ex-maratonista Vanderlei Cordeiro de Lima, bronze nos Jogos de Atenas-2004 e ganhador do prêmio de 2014. O vencedor de 2015 foi Gustavo Kuerten, o Guga, tricam-peão de Roland Garros.

Na homenagem aos ganhadores de medalhas do Pan-Americano de Toronto, Adriana Aparecida da Silva recebeu oficialmente o ouro da maratona das mãos de Cláudio Castilho, seu treinador. Adriana havia conquis-tado a prata, mas herdou o ouro após a desqualificação da peruana Gladys Tejeda, que deu positivo no exame de controle de dopagem.

O Prêmio Atleta do Ano foi ganho pelo canoísta Isaquias Queiroz, no masculino, e por Ana Marcela Cunha, da ma-ratona aquática, no feminino. O Atleta da Torcida foi para o nadador Thiago Pereira, após eleição nas redes sociais.

BRASIL OLÍMPICO

Fabiana Murer foi eleita a melhor do Atletismo e Guga recebeu o Troféu Adhemar Ferreira da Silva

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20] CBAt

NA ARGENTINA

Seminário de Marketing EsportivoCRD realiza encontro em Santa Fé com apoio da IAAF

Em mais uma ação dos países Sul-Americanos na busca da popularização do Atletismo na região, o Centro Regional de Desenvolvimento de Santa Fé

(CRD), na Argentina, realizou o Seminário Internacional de Marketing Esportivo, em outubro de 2015, com represen-tantes de 12 dos 13 países do continente. O evento foi pa-trocinado pela Associação Internacional das Federações de Atletismo (IAAF). O especialista alemão Christoph Bertling foi o ministrante.

Bertling falou dos “movimentos estratégicos” com realce para a evolução e compreensão dos desafios do marketing esportivo e os processos de intercâmbio. Ele sugeriu as ferramentas básicas de marketing e os processos de co-municação integrada aplicados ao esporte.

O gerente de Marketing da CBAt, Antonio de Figueire-do Feitosa, representou a entidade no Seminário. “O Dr. Bertling abordou os fundamentos, as orientações, as es-tratégias, os objetivos, os princípios e as particularidades mais relevantes do marketing esportivo, e sua relevância no contexto mundial”, explica Feitosa.

Outro ponto em que houve abordagem do ministrante foi o processo de Marketing Esportivo Estratégico. Ele discorreu sobre as organizações desportivas no que se relacionam aos produtos, bens, serviços, hospitalidade, além de imagem e muitos outros aspectos que cercam esta atividade.

“Para o Dr. Bertling trata-se de um processo de planifica-ção, planejamento, implementação e controle das iniciati-vas de marketing para cumprimento de objetivos da organi-zação e, concomitantemente, satisfazer as necessidades dos consumidores”, prossegue Feitosa. No encontro, debateu-se a participação das empresas e dos produtos relacionados ao esporte, bem como a publicidade, o patrocínio, espectado-res, consumidores e toda a cadeia produtiva.

Outro assunto foi a segmentação do consumidor com ên-fase para focalização e posicionamento crítico e participativo. O ministrante expôs a transformação de novos conhecimen-tos em desafios individuais de marketing. Comentaram-se casos de ídolos do esporte, da indústria esportiva, do código de ética, do licenciamento e da comercialização de produtos.

O marketing esportivo foi conceituado como uma ati-vidade que envolve instituições, processos de criação, de comunicação, entrega e intercâmbio de ofertas. Sobre o patrocínio, Bertling define como a aquisição de direitos para associar, de forma direta, com um produto/pessoa/organização com o propósito de obter benefícios, visibi-lidade, vendas etc.

Ele também falou sobre código de ética em que os comercializadores desportivos devem aceitar a respon-sabilidade pelas consequências de suas atividades. Re-conheceu a importância das estratégias de comunica-ção, de promoção, das mídias e dos meios sociais como ferramentas de marketing.

“Nos debates e trabalhos, com todos os participan-tes, o seminário ensejou a apresentação das realidades de cada país, em relação ao marketing esportivo, patro-cínios estatais e da iniciativa privada, clientes, entre ou-tros”, finaliza Feitosa.

Antonio de Figueiredo Feitosa, gerente de Marketing da CBAt

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GOVERNANÇA

Ministro George Hilton e José Antonio Martins Fernandes

Divulgação

Um prêmio para o AtletismoCBAt é top 5 na avaliação dos procedimentos de 29 Confederações

Todos que atuam no esporte devem ser igualmente respeitados. Seja atleta, treinador, árbitro, dirigente, patrocinador, divulgador. Todos os que fazem parte

da comunidade têm o direito de apresentar sua posição perante a entidade responsável, neste caso, as Confedera-ções nacionais dos esportes olímpicos.

Todos devem ter suas propostas analisadas com isenção e senso de justiça. Por sua vez, as comunidades que formam as organizações esportivas devem agir com bom senso e de forma respeitosa em relação a toda a sociedade.

Os apontamentos acima podem ser resumidos numa palavra: EQUIDADE. A expressão representa um dos princí-pios da boa Governança das organizações em geral e serve às instituições esportivas.

A plataforma “Sou do Esporte” criou um prêmio para as entidades esportivas que se destacam na avaliação de suas ações, feita pela empresa Sport Business. Além da Equi-dade, outros quatro princípios foram considerados: Trans-parência, Prestação de contas, Integridade Institucional e Modernização. A Confederação Brasileira de Atletismo foi uma das entidades que obtiveram os melhores resultados na análise de cada quesito e na avaliação geral.

Por isso, em 2 de dezembro último, o presidente da CBAt, José Antonio Martins Fernandes, foi homenageado em even-to no Rio de Janeiro, e recebeu, em nome da Confederação, o “Prêmio Sou do Esporte / Inspire de Governança no Esporte”.

Por feliz coincidência, o prêmio foi recebido no dia em que CBAt completou 38 anos.

No encontro, estiveram presentes também os presi-dentes do Comitê Paralímpico Brasileiro, Andrew Par-sons; da Confederação Brasileira de Rugbi, Samir Arap; da Confederação de Remo, Paulo Carvalho; o professor Lamartine DaCosta; a campeã mundial de remo, Fabiana Beltrame; Rafael Plastina (Dream Factory), entre outros.

No princípio Equidade, a CBAt obteve a melhor avalia-ção e a nota 9,09, entre as 29 Confederações analisadas. Os criadores do Prêmio de Boa Governança explicam a avaliação do Atletismo: “A CBAt apresentou um estatuto muito claro e coerente em relação a Equidade e aos pro-

cedimentos de votação nas decisões internas. Os meda-lhistas olímpicos, por exemplo, participam da Assembleia Geral e seus votos têm peso equivalente e justo.”

Além do primeiro lugar no princípio Equidade, a CBAt foi top 5 em outros três quesitos: foi a segunda no princípio Inte-gridade Institucional, a terceira em Modernidade e, na Análise Geral, foi a quarta. No vetor Integridade Institucional, os ana-listas observam este enunciado para a avaliação: “Os adminis-tradores das entidade devem zelar pela sustentabilidade da or-ganização, de modo propiciar a sua longevidade, incorporando nas ações diárias conceitos de ordem social e ambiental.”

Já no princípio Modernidade, os responsáveis pela ava-liação sintetizaram assim seu trabalho: “O ponto focal de nossa análise foi entender como é compartilhado e, prin-cipalmente, controlado o poder decisório das entidades.”

O presidente da CBAt lembrou que a entidade busca permanentemente a transparência de suas ações e a de-mocratização dos poderes internos: “Ficamos felizes com o prêmio”, diz José Antonio Martins Fernandes. “Creio que isso é resultado do trabalho de toda a família do Atletismo brasileiro”, comenta o dirigente.

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RANKING

Brasileiros entre os melhores do mundoNas listas da IAAF, País tem 48 atletas entre os melhores de 2015

A versão olímpica do Ranking Mundial do Atletismo outdoor em 2015 – com até três atletas por país em cada prova – tem a presença de 48 brasileiros na ca-

tegoria principal. Estes atletas – 28 homens e 20 mulheres – aparecem 55 vezes, pois há atletas que disputam mais de uma prova. No total, representantes do Brasil entram nas listas em 31 provas individuais. O País entra também nas quatro provas oficiais do revezamento.

Dez dos ranqueados estão entre os top 20 do Ranking em provas individuais. Na mesma condição estão as qua-tro equipes de revezamento. Entre os homens, a melhor classificação foi alcançada por Thiago Braz, quarto no salto com vara, com 5,92 m.

Thiago Braz saltou três vezes acima do seu recorde sul-americano anterior, que era 5,83 m e fora obtido em Cartagena, na Colômbia, em 5 de julho de 2013. Em 2015, ele saltou duas vezes 5,86 m: em Roma, na Itália, em 4 de junho, e em Paris, na França, em 4 de julho. O seu melhor resultado – novo recorde da América do Sul – foi alcança-do em Baku, no Cazakistão, em 24 de junho, dia em que marcou 5,92 m.

Nas listas oficiais do Ranking da IAAF, em 30 de novem-bro, outros dois brasileiros estão entre os top 10 no mas-culino, ambos com o 10º lugar em suas provas: Augusto Dutra de Oliveira, também no salto com vara, e Darlan Ro-mani, no arremesso do peso.

Augusto Dutra: top 10 mundial no salto em altura

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ages Augusto marcou 5,81 m, em 25 de julho, em Lon-

dres, na Inglaterra. Darlan fez 20,90 m, em 4 de abril, em São Paulo, estabelecendo novo recorde brasileiro da prova. Outra boa colocação foi o 20º lugar de Luiz Alberto de Araújo, que fez 8.179 pontos em Toronto, no Canadá, em 23 de julho, quando ganhou a medalha de bronze.

Estão entre os top 20, ainda, os revezamentos. O 4x100 m, com 38.63, e o 4x400 m, com 3:00.95. O Brasil já está qualificado para a Olimpíada do Rio nestas provas, por ter sido finalista no Mundial de Revezamento de Nassau, nas Bahamas, em maio último.

No feminino, o grande destaque do Brasil na tempo-rada foi Fabiana Murer. Pela terceira vez em sua carreira, ela saltou 4,85 m, em pleno Campeonato Mundial de Pe-quim, na China, no dia 26 de agosto. Igualou, assim, pela segunda vez, seu recorde sul-americano no salto com vara. A marca deu a ela a medalha de prata no Ninho do Pássa-ro, o mesmo estádio onde, sete anos antes, sofrera grande decepção, com o sumiço de uma de suas varas, o que a impediu de lutar por uma medalha olímpica em condições normais.

Com o feito de Pequim, Fabiana, que já havia sido prata no PAN de Toronto, garantiu o segundo lugar no Ranking Mundial. Ela já havia começado bem o ano, pois na tem-porada indoor, estabelecera novo recorde sul-americano em pista coberta, com 4,83 m. A marca lhe deu o primeiro lugar no Ranking Mundial Indoor de 2015.

Mais cinco atletas ficaram entre as vinte melhores em suas provas. Andressa de Morais foi a 13ª no lançamento do disco, com 64,15 m. Na mesma prova, Fernanda Raquel Martins foi a 19ª, com 62,80 m.

Nas provas de velocidade, a melhor posição foi a de Ana Claudia Lemos, 14ª nos 100 m com 11.01 (recorde brasileiro), feito em Walnut, nos Estados Unidos, em 18 de abril. Rosangela Santos aparece duas vezes: em 16º lugar nos 100 m, com 11.04, e 19º nos 200 m, com 22.77. Desta-que, também, para Érica Rocha de Sena, 16ª na marcha 20 km, com 1:29:37 (recorde sul-americano).

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Nos revezamentos, o 4x100 m é top 10, com o nono lu-gar com 42.92, conseguido em maio, no Mundial das Baha-mas, com Ana Claudia Lemos, Rosangela Santos, Francie-la Krasucki e Vanusa dos Santos. O 4x400 m é o 17º no Ranking, com 3:29.38

BRASILEIROS LÍDERES DO RANKING SUL-AMERICANO DE 2015

MASCULINO100 m – Vitor Hugo Mourão dos Santos – 10.221.500 m – Thiago do Rosário André – 3:35.90 10.000 m – Daniel Chaves da Silva – 28:19.3110 m com barreiras – João Vitor de Oliveira – 13.45 400 m com barreiras – Hederson Estefani – 49.40Salto em altura – Talles Frederico da Silva – 2.28 mSalto em distância – Alexsandro do Nascimento – 8,12 mSalto triplo – Jean Cassimiro Rosa – 16,80 mSalto com vara – Thiago Braz – 5,92 mArremesso do peso - Darlan Romani – 20,90 mLançamento do disco – Ronald Julião – 64,65 mLançamento do martelo –Wagner Domingos – 74,20 mLançamento do dardo – Júlio Cesar de Oliveira – 83,67 mDecatlo – Luiz Aberto de Araújo – 8.123 pontos4x100 m – Brasil – 38.634x400 – Brasil – 3:00.96Maratona – Marilson dos Santos – 2:11:00

FEMININO200 m – Rosangela Santos – 22.77 400 m – Geisa Coutinho – 51.43800 m – Flavia Maria de Lima – 2:00.40Salto em altura – Ana Paula de Oliveira - 1,86 mSalto com vara – Fabiana Murer – 4,85 mSalto em distância – Keila Costa – 6,70 mLançamento do disco – Andressa de Oliveira – 64,15 mLançamento do dardo – Jucilene Sales – 61,23 mHeptatlo – Vanessa Chefer Spinola – 6.103 pontos4x100 m – Brasil – 42.924x400 m – Brasil – 3:29.3820 km marcha – Erica Rocha de Sena – 1:29:37

Nas categorias Sub-20 e Sub-18, 11 brasileiros conseguiram um lugar entre os top 10 em 13 provas. Des-ses atletas, cinco são Sub-20 – dois homens e três mu-lheres. No masculino, o velocista Vitor Hugo dos Santos e Ulisses Costa ocupam a mesma colocação, a sétima. Vitor Hugo nos 100 m com 10.22 e Ulisses no triplo, com 16,30 m.

No feminino, Vitória Rosa é a oitava nos 100 m com 11.36 e nos 200 m, com 23.11. A mesma posição tem Núbia Soares no triplo, com 13,52 m. Ana Paula de Oliveira é a nona no salto em altura, com 1,86 m.

Na categoria Sub-18, Paulo André Camilo de Oliveira, ter-ceiro nos 100 m, com 11.30. Heitor Coelho é o quarto nos 110 m com barreiras, com 13.49. Luís Pires, com 1:48.61 nos 800 m, e Eberson Matucari, com 7,76 m no salto em distância, es-tão na quinta colocação. Derick de Souza é o sétimo nos 100 m, com 10.38, e nos 200 m, com 20.85. Também em sétimo está Daniel do Nascimento, com 5:45.22, nos 2.000 m com obstáculos.

Em 2015, atletas brasileiros alcançaram a liderança no Ranking Sul-Americano em 29 das 47 provas olímpicas. (VER QUADRO NESTA PÁGINA)

Andressa de Oliveira, melhor brasileira no lançamento do disco

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Arquivo P

essoalSAÚDE

Psicologia aplicada ao AtletismoContribuições para a otimização do desempenho

POR SIMONE SANCHES*

No cenário esportivo atual, a preparação mental passa a ser compreendida como um diferencial que poderá auxiliar o atleta a enfrentar as pressões e

dificuldades intrínsecas dos treinamentos e alcançar o de-sempenho máximo nas competições.

Desta forma, é importante que a Psicologia do Espor-te busque propor intervenções de caráter aplicado a cada modalidade. No caso do Atletismo, é necessário considerar as características e especificidades das diferentes provas, identificando as habilidades psicológicas mais importan-tes. A seguir serão apresentados alguns exemplos, a partir do agrupamento das provas que possuem demandas psi-cológicas semelhantes:

Velocidade e barreiras: devido a importância do tem-po de reação, o nível de concentração e controle da ativa-ção na saída de bloco se tornam fundamentais na busca do equilíbrio entre a explosão necessária e a capacidade de focar na técnica. As técnicas de regulação da ativação, como o controle da respiração e de pensamentos, podem auxiliar no manejo da ansiedade e do foco atencional. Para os barreiristas a capacidade de recuperação mental peran-te as situações adversas (como bater na barreira ou no ad-versário) também é de grande importância.

Meio-fundo: essas provas exigem uma rápida toma-da de decisões, demandando assim grande controle emocional e da ansiedade, para que o atleta seja capaz de utilizar as informações do seu planejamento mas também seja capaz de analisar e se adaptar às situações da prova.

Fundo e marcha atlética: Por serem competições lon-gas o atleta deve ser capaz de administrar o seu foco aten-cional, utilizando as estratégias de concentração mais efi-cazes para ele. A motivação também é fundamental para

auxiliar na superação do esgotamento físico e da dor. O domínio de técnicas de treinamento mental pode auxiliar nesse enfrentamento.

Saltos, lançamentos/arremesso e provas combinadas: algumas das demandas psicológicas dessas provas se refe-rem à capacidade de administrar a ativação, a ansiedade, os pensamentos e a confiança durante as pausas. O contro-le emocional para analisar as informações e se comunicar com o treinador também é fundamental, buscando man-ter o foco nas metas para a próxima tentativa (ou prova).

Revezamentos: exigem uma boa eficácia grupal (confian-ça dos atletas na capacidade de desempenho da equipe) e uma comunicação adequada. Individualmente os atletas também precisam ter uma boa capacidade de concentra-ção (na sua corrida e na passagem do bastão) e controle das pressões internas e externa de competir em equipe.

Portanto, destaca-se a importância do treinamento dessas habilidades, com um programa de preparação men-tal que possa ser realizado ao longo de toda a temporada, possibilitando o aprendizado dessas técnicas nos treina-mentos, para serem aplicadas nas competições, na busca da otimização do desempenho.

(*) Simone Sanches, Doutora pela Universidade de São Paulo, psicóloga da CBAt, BM&FBovespa e Orcampi/Unimed.

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Marta Dallari, José Antonio Martins Fernandes e Marco Aurélio Klein

Divulgação

DOPING ZERO

Programa de combate às drogas ilegaisMeta é chegar ao Rio 2016 sem atletas com resultado positivo

Em seus 38 anos de existência, a CBAt sempre considerou a luta contra o doping uma de suas principais tare-fas. Nos últimos 15 anos, o combate foi intensificado

e passou a ser um dos principais programas da Confede-ração, graças ao patrocínio da CAIXA, iniciado em 2001. Na avaliação do médico Eduardo De Rose, autoridade nas ações de combate ao doping, o número de casos detecta-dos no Brasil está dentro do padrão internacional. Ele re-conhece que a CBAt é uma das Confederações nacionais que mais testes antidoping realiza no Brasil, ficando atrás apenas do futebol. Aliás, nos últimos dez anos, a CBAt re-alizou 4.259 testes, faltando ainda computar os meses de novembro e dezembro de 2015.

Também a Autoridade Brasileira de Controle de Do-pagem (ABCD), órgão do Governo Federal, ligado ao Mi-nistério do Esporte, reconhece o esforço e a qualidade do Programa da CBAt. Inclusive, em novembro, o presi-dente da Confederação, José Antonio Martins Fernan-des, esteve em Brasília, na sede da ABCD e conversou com o secretário nacional responsável pela entidade, Marco Aurélio Klein. Na pauta, a intensificação do pro-grama de testes, de modo a chegar aos Jogos Olímpicos do Rio 2016 com “doping zero” – um esforço para ne-nhum atleta brasileiro dar resultado positivo na próxima Olimpíada.

“Os programas educacionais e de informação são im-portantes, porque ajudam a evitar que atletas usem pro-dutos por desconhecer que podem conter substâncias proibidas”, diz Martinho Nobre dos Santos, operador da CONAD/CBAt.

O caminho da Confederação foi longo, para chegar à metade da segunda década do século XXI, como a organi-zação olímpica do País com maior atuação contra o uso de substâncias proibidas. Em 2005, com a intensificação do número de testes realizados, a CBAt formulou o Programa Nacional CAIXA Antidoping e criou a Agência Nacional An-tidoping (ANAD) – hoje renomeada como Comissão Nacio-nal de Combate ao Doping (CONAD).

A luta contra as drogas proibidas ganharam força com

a fundação da Agência Mundial Antidoping (WADA), em 1999, na cidade suíça de Lausane. Hoje, a sede fica em Montreal no Canadá.

O Atletismo nacional tem participado da maioria dos Seminários organizados pela WADA. Há mais de 10 anos, o presidente da CONAD/CBAt, o advogado Thomaz Mat-tos de Paiva, participa dos debates da WADA. E esteve inclusive na convenção de 2013, em Johanesburgo, na

CONTROLESDE DOPING

ANO EC FC TO2006 290 73 3632007 271 14 2852008 353 7 3602009 419 60 4792010 468 119 5872011 396 33 4292012 448 17 4652013 335 9 3442014 489 22 5112015** 399 37 436Total 4124 492 4616

(Realizados pela CBAt nos últimos 10 anos)

(EC) Testes feitos em competição(FC) Testes feitos fora de competição(**) Testes feitos até 13 de novembro

África do Sul, quan-do o Código Mun-dial Antidoping foi revisado e cerca de duas mil alterações foram aprovadas.

“A CONAD, em conjunto com a ABCD, está envi-dando os melhores esforços para a pre-venção e monitora-mento dos atletas ligados à CBAt”, diz Thomaz Mattos de Paiva. Além de Tho-maz e Martinho, integra a CONAD o médico Rafael de Souza Trindade.

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SALTO TRIPLO

Uma história de sucessoProva deu ao Brasil suas maiores conquistas nos Jogos Olímpicos

Na história do Atletismo nacional, há nomes importantes em praticamente todas as provas. Mas, uma em especial se destaca: o salto triplo, no masculino.

Nesta prova, três brasileiros conquistaram seis medalhas olímpicas e estabeleceram sete recordes mundiais. Estes atletas – Adhemar Ferreira da Silva, Nelson Prudêncio e João Carlos de Oliveira – têm, ainda, outras conquistas no currículo. Também há outros triplistas, que alcançaram posições honrosas em grandes competições, caso de Jadel Gregório, ganhador da prata em Campeonatos Mundiais.

Assim, neste ano olímpico de 2016, em que a PODIUM terá três edições regulares antes dos Jogos do Rio, publi-

caremos três reportagens sobre as provas em que brasilei-ros subiram ao pódio nos Jogos. E a primeira história teria mesmo de ser sobre as conquistas no triplo. Afinal, das 14 medalhas olímpicas do Atletismo brasileiro, seis foram ga-nhas no triplo, o que representa mais de 40% do total.

Neste número 7 da PODIUM, publicada neste mês de janeiro, falamos da importância do salto triplo na história olímpica do Brasil. Na edição seguinte, em abril, tratare-mos do salto em distância, salto em altura e revezamento 4x100 m. No número 9, em julho, no mês que antecede os Jogos do Rio 2016, abordaremos as provas de corrida, tanto de pista (800 m e 200 m) como de rua (maratona).

O Atletismo – assim como a maioria dos demais espor-tes – chega ao Brasil na segunda metade do século XIX. Vem, principalmente, com imigrantes ingleses, italianos e alemães. Seus principais portos de chegada, pela ordem, são o Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Outros Estados recebem, na época, praticantes das manifestações atléticas, mas em número menor.

No mundo, o triplo, com diferentes regras, é disputado desde os tempos antigos. “Os celtas são o primeiro povo a registrar sua prática, nos Jogos Tailtianos, já no século II de nossa era”, lembram os estudiosos Vidal Palacios Calderon e Marcelo Gonçalves Lemos, da Universidade do Paraná.

Corrobora a tese o fato de o triplo ser muito praticado, ainda hoje, por irlandeses e escoceses, povos de origem celta. Por sinal, o primeiro recorde mundial reconhecido pela IAAF é do irlandês Daniel Ahearn, que em 30 de maio de 1911 saltou 15,52 m, na pista do Celtic Park, em Nova York, nos Estados Unidos (Progression of IAAF World Re-cords 2015 edition, by Richard Hymans e Imre Matrahazi).

O triplo entra de forma especial na história das Olimpía-das Modernas, pois na primeira disputa, em 1896, em Ate-nas, na Grécia, o primeiro campeão foi o norte-americano Ja-mes Connolly. A prova: o salto triplo. Mais tarde, Connolly foi professor na conceituada Universidade de Harvard. Roberto Luigi Quercetani, jornalista e historiador italiano, cita em sua Atletica 1860-2000, publicada pela IAAF, que James Connolly foi ganhador do importante Prêmio Pulitzer.

Adhemar Ferreira da Silva: bicampeão olímpico e cinco recordes mundiais

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Nas regras atuais, o triplista faz a corrida de aproxi-mação em uma pista de pelo menos 40 metros de com-primento e 1,22 m de largura. Para validar o salto, ele deve iniciar batendo o pé no chão, até a tábua, colocada a 13 metros da caixa de areia. Então, inicia o primeiro salto (hop), apoiando-se em um dos pés; na queda deve bater o mesmo pé no chão e subir novamente no segun-do salto (step); na queda, bate com o outro pé no chão e inicia o terceiro salto (jump), para cair na caixa de areia. A marca do atleta será o resultado da medição da tábua de impulsão até o lugar mais próximo que o atleta tocar na caixa de areia.

O triplo tem seu primeiro recorde brasileiro registra-do em 19 de novembro de 1920, quando Arthur Mat-te salta 11,08 m nos Jogos da ACM, em Porto Alegre, conforme pesquisa do historiador José Clemente Gon-çalves. Cyro Falcão (com 13,94 m), Dalmo de Almeida Teixeira (14,11 m) e João Rehder Neto (14,59 m) são os atletas que movimentam o recorde nacional da na dé-cada de 1930.

Nos anos 1940 o prestígio da prova se consolida no Bra-sil. Para isso contribuiu o título sul-americano, ganho em 1º de maio de 1941, em Buenos Aires, na Argentina, por Carlos Eugênio Pinto. Eugênio foi o primeiro brasileiro a superar a barreira dos 15 metros, ao saltar 15,10 m. Na década, surgem ainda três triplistas de nível mundial: os cariocas Geraldo de Oliveira e Hélio Coutinho da Silva, e o paulistano Adhemar Ferreira da Silva.

Geraldo de Oliveira bate três vezes o recorde nacional, chegando a 15,41 m em 19 de junho de 1948, em São Pau-lo, em seletiva para a Olimpíada de Londres, naquele mes-mo ano. Na capital britânica, Geraldo foi finalista olímpico, conseguindo o quinto lugar, aos 29 anos de idade. Hélio

João Carlos de Oliveira: recorde mundial vigorou por uma década

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TRIPLISTAS BRASILEIROS COM SALTOS ACIMA DE 17 M

MARCA ATLETA LOCAL DATA17,90 m (0.4) Jadel Gregório Belém (PA) 20/05/200717,89 m (0.0) João Carlos de Oliveira México (MEX) 15/10/197517,39 m (1.8) Jonathan Henrique Silva São Paulo (SP) 31/03/201217,32 m (1.5) Anísio Souza Silva Chaux-de-Founds (SWI) 08/08/199317,28 m (1.5) Jefferson Dias Sabino São Paulo (SP) 25/04/200817,27 m (2.0) Nelson Prudêncio México (MEX) 17/10/196817,00 m (-0.9) Rodrigo Gonçalves Mendes São Paulo (SP) 19/06/2005

NOTA – Brasileiros que saltaram acima de 17 m, mas sem informação sobre o vento: Jorge Teixeira da Silva (17,20 m) e Abcélvio Rodrigues (17,04 m).

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SALTO TRIPLO

Coutinho da Silva, com 25 anos, também foi à final e al-cançou a oitava posição. Aos 21 anos, Adhemar Ferreira da Silva estreou e foi o 11º colocado. Geraldo de Oliveira foi novamente à Olimpíada quatro anos depois, em Helsin-que, na Finlândia, e ficou outra vez entre os oito primeiros, com o sétimo lugar.

Hélio, por sua vez, em 1951 foi à primeira edição dos Jogos Pan-Americanos, disputada na capital argentina, Buenos Aires. Em 2 de março ele e Adhemar Ferreira da Silva – este, já então co-recordista mundial com 16,00 m – fizeram a dobradinha brasileira: Adhemar foi ouro com 15,19 m e Hélio ganhou prata, com apenas dois centíme-tros a menos.

No mesmo ano, no Campeonato Carioca, em 18 de no-vembro, Hélio atingiu o ápice em sua carreira de triplista. Ele venceu a prova com 15,99 m, terceira melhor marca

na história da prova, atrás apenas do recorde mundial de Adhemar, que em setembro, também no Rio, marcara 16,01 m, e do japonês Naoto Tajima, o campeão olímpico de Berlim, na Alemanha, em 1936, com 16,00 m.

Pois no grande momento de Hélio, que também era bom velocista e tinha 10.4 nos 100 m, ele quebrou o pé. Não pôde ir aos Jogos de Helsinque. Mas, ainda teve forças para voltar, e, em 1954, despediu-se dignamente das altas competições, com o vice-campeonato sul-americano, em São Paulo, com 14,86 m (15,21 m na qualificação), atrás apenas de Adhemar.

Adhemar Ferreira da Silva fecha a primeira grande fase do triplo nacional. Desde seu primeiro recorde brasileiro em 1948, quando a 4 de dezembro salta

15,44 m em São Paulo, até 16 de março de 1955, quando ganha ouro no PAN do México, com 16,56 m, ele estabe-leceu 11 recordes nacionais e cinco recordes mundiais. As-sim, desde 1948, ele permanecerá recordista nacional por 20 anos, até que, em 1968, também na Cidade do México, Nelson Prudêncio salta 17,27 m.

O paulistano da Casa Verde é o mais importante atleta da história olímpica brasileira. Desde a primeira participa-ção oficial do País nos Jogos de Antuérpia, na Bélgica, em 1920, até a Olimpíada de Londres, capital britânica, em 2012, ele permanece como o único representante nacio-nal a vencer a mesma prova em duas edições seguidas dos Jogos: Helsinque, na Finlândia, em 1952, e Melbourne, na Austrália, em 1956.

Lars Grael, velejador, medalhista olímpico e antigo se-cretário nacional de Esportes, explica que a importância do triplista não tem paralelo no País: “Pergunte a qualquer grande atleta no Brasil: quem é o maior da nossa história? E a resposta será uma só: Adhemar Ferreira da Silva.”

O saltador começou sua trajetória no esporte quase por acaso. Há várias histórias quanto ao motivo que o levou a procurar o treinador de Atletismo do São Paulo FC na década de 1940, pouco depois do fim da Segun-da Guerra Mundial. E graças à importância que o perso-nagem adquiriu, também não são poucas as lendas que cercam sua figura.

O fato é que em 1946 ele inicia seus treinamentos com aquele que seria seu mentor no esporte e um de seus con-

Nelson Prudêncio foi ao pódio no México 1968 e Munique 1972

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selheiros de vida: o técnico de origem alemã Dietrich Ger-ner. O Departamento de Atletismo do Tricolor, que à época tinha sede no Canindé, era fortíssimo e coincidia, também, com o domínio do time de futebol nos gramados do Estado.

Era comum uma brincadeira, que comparava o fabuloso time de futebol do Tricolor com a forte equipe de Atletis-mo: “Para cada craque do time de futebol do técnico Jore-ca, o Atletismo de Gerner apresenta um craque das pistas.” A comparação fazia todo sentido. O time de futebol tinha, por exemplo, Leônidas da Silva, maior jogador brasileiro das décadas de 1930 e 1940. O time foi campeão paulista em 1943, 1945, 1946, 1948, 1949 e 1953.

Pois o Atletismo tinha o velocista, barreirista e salta-dor José Bento de Assis Júnior, para citar seu nome mais famoso. O São Paulo venceu o Troféu Brasil de Atletismo,

instituído em 1945, e que logo se consolidou como a prin-cipal competição do esporte-base no Brasil. Para levantar o Troféu, a equipe venceu seis disputas das 10 realizadas entre 1945 e 1951.

O jornalista Roberto Petri, conhecedor da história do clube, defende que o São Paulo FC “tem uma efetiva ori-gem popular”. Os esportes em que o clube brilhou nas décadas de sua formação confirmam essa posição. É que, além do futebol e do Atletismo, o terceiro esporte mais importante do clube foi o boxe, que revelou Eder Jofre, o maior peso-galo da história mundial.

E naquele tempo, assim como agora na segunda década do século XXI, estes três esportes são importantes portas de entrada para a cidadania das camadas mais humildes da população brasileira. Adhemar morreu em 12 de janei-ro de 2001, aos 73 anos, em São Paulo.

Nelson Prudêncio e João Carlos de Oliveira completam a tríade do salto triplo nacional. Nelson bateu recorde mun-dial durante a Olimpíada disputada em 1968 na Cidade do México, em 17 de outubro, com 17,27 m. No total, o brasileiro, o italiano Giuseppe Gentili e o soviético Viktor Saneyev marcaram cinco recordes mundiais.

Prudêncio, que teve como técnico Clovis Nascimento, ganhou a medalha de prata. Em 1972, nos Jogos de Mu-nique, na Alemanha, abalados por um ataque à delegação de Israel, em que morreram 16 pessoas entre terroristas e atletas, Prudêncio – que então já iniciava sua vida acadê-mica como professor na Universidade Federal de São Car-los – ganhou a medalha de bronze.

Geraldo de Oliveira: primeiro triplista brasileiro a ser finalista olímpico

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MEDALHAS BRASILEIRASNO SALTO TRIPLO

EVENTOJogos OlímpicosCampeonato Mundial Mundial IndoorMundial de JuvenisCopa do MundoJogos Pan-AmericanosTOTAL

OURO2---36

11

PRATA112--7

11

BRONZE3--2-27

TOTAL61223

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SALTO TRIPLO

Assim como Adhemar Ferreira da Silva, que foi tri-campeão pan-americano, Prudêncio também subiu ao pódio do PAN: ganhou prata em Winnipeg, no

Canadá, em 1967, e Cáli, na Colômbia, em 1971. Nelson Prudêncio morreu aos 68 anos, em 23 de novembro de 2012, em São Carlos.

Em 15 de outubro de 1975, João Carlos de Oliveira en-cantou o mundo ao saltar 17,89 m no PAN do México. Foi campeão dos Jogos com um recorde mundial 45 cm me-lhor que o anterior, do soviético Viktor Saneyev. João Car-los ainda ganhou o salto em distância e em 1979, no PAN de Porto Rico, venceu novamente as duas provas. No salto em distância, deixou em terceiro lugar o norte-americano Carl Lewis, depois eleito o “Atleta do século XX”, pela IAAF.

Em Olimpíadas, João Carlos, treinado por Pedro Henrique Camargo de Toledo, ganhou bronze nos Jogos de Montre-al, no Canadá, em 1976, e Moscou, então capital soviética, em 1980. Foi também tricampeão da Copa do Mundo: em Dusseldorf, na Alemanha, em 1977, Montreal, no Canadá, em 1979, e Roma, na Itália, em 1981. Neste mesmo ano, ele sofreu um acidente de carro que levou à amputação de sua perna direita um ano depois. Foi deputado estadual em São

Paulo por duas legislaturas. Morreu em 29 de maio de 1999, em São Paulo, um dia após completar 45 anos.

Adhemar, Prudêncio e João Carlos estão entre os 10 maiores triplista do Jubileu da IAAF, comemorado em 1987, durante o Campeonato Mundial de Atletismo de Roma, na Itália. Na eleição, que teve a participação de cer-ca de 1.500 especialistas de todo o mundo, Adhemar foi o terceiro, João Carlos o quarto e Prudêncio, o oitavo. O primeiro foi Saneyev.

Outros triplistas também defenderam com brilho o Brasil em grandes eventos mundiais. O mais laureado, entre estes, é o paranaense Jadel Gregório. No Mundial de Atletismo de Osaka, no Japão, em 2007, Jadel foi o segundo colocado. Em Mundiais Indoor ele ganhou duas medalhas de prata: em Budapeste, na Hungria, em 2004, e em Moscou, na Rússia, em 2006.

Jadel foi, ainda, campeão dos Jogos Pan-Americanos do Rio em 2007 e vice-campeão em Santo Domingo, na Re-pública Dominicana, em 2003. Outro feito importante do atleta foi o recorde sul-americano estabelecido em 20 de maio de 2007, no Estádio do Mangueirão, em Belém. Na manhã daquele domingo, com mais de 35 mil espectado-res presentes, Jadel saltou 17,90 m.

Jadel Gregório, aqui vencendo o PAN 2007 no Rio, ganhou também três medalhas de prata em Campeonatos Mundiais

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Ele melhorou em um centímetro o recorde de João Carlos de Oliveira, que e vigorava desde 1975. Em de-zembro de 2015, graças a essa marca, Jadel é um dos 10 maiores triplistas da história e tem outras quatro marcas na casa dos 17,70 m: 17,73 m (2005); 17,72 m (2004); 17,71 m (2004); 17,70 m (2007). Ele também o recordista brasileiro indoor, com 17,56 m, feito em 12 de março de 2006, em Moscou.

O paulista de Guarulhos Anísio Souza Silva é mais um nome importante. No Mundial de Stuttgart, na Alemanha, em 1993, ele foi à final e conseguiu o sétimo lugar. Naquele mesmo ano, em 8 de agosto, na cidade suíça de Chaux-de-Founds, conseguiu seu recorde pessoal com 17,32 m, marca que lhe dá o quarto lugar no Ranking permanente do triplo no Brasil.

No feminino o Brasil também escreveu um capítulo importante no triplo. Treinada por Emerson Garcia, em 1986 a mineira Esmeralda de Jesus Freitas Garcia saltou 13,68 m em Indianápolis, nos Estados Unidos, recorde mundial da prova, que na época ainda não era disputada em Olimpíadas.

Depois, o primeiro resultado internacional de peso foi obtido pela pernambucana Keila da Silva Costa: em 2002, em Kingston, na Jamaica, ela – então treinada por Roberto Ribeiro de Andrade – ganhou a medalha de bronze na prova.

Assim, ela tornou-se a primeira mulher brasileira a subir ao pódio em um campeonato mundial da IAAF (antes, Lu-ciana de Paula Mendes ganhara prata nos 800 m na Copa do Mundo de Londres em 1994 – a competição, porém, era disputada por seleções continentais e não por países). Keila da Silva Costa: recorde nacional do triplo

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BRASILEIRAS COM MELHORES MARCAS NO TRIPLO

MARCA ATLETA LOCAL DATA14,58 m (2.0) Keila da Silva Costa São Paulo (SP) 07/06/201314,53 m (0.7) Maurren Higa Maggi São Caetano do Sul (SP) 27/04/200314,28 m (-0.9) Gisele Lima de Oliveira São Paulo (SP) 16/04/200814,22 m (1.0) Núbia Aparecida Soares São Paulo (SP) 12/10/201414,11 m (1.8) Tânia Ferreira da Silva Uberlândia (MG) 06/05/200714,01 m (1.5) Luciana Alves dos Santos São Paulo (SP) 18/06/2000

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DOSSIÊ: 100 M

Prova mais nobre do AtletismoRobson Caetano e Ana Claudia Lemos são os recordistas brasileiros

Na história moderna do Atletismo, grandes atletas foram geniais em mais de uma prova. Um exemplo foi o norte-americano Jesse Owens, ganhador de quatro

medalhas de ouro na Olimpíada de Berlim, na Alemanha, em 1936. Importante lembrar que três das medalhas foram em provas afins: 100 m, 200 m e revezamento 4x100 m. O quar-to pódio, porém, foi em prova de campo, o salto em distância. Ademais, Owens estabeleceu recordes mundiais em todas.

Seu compatriota Carl Lewis repetiu o feito 48 anos de-pois, nos Jogos de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1984. “King Carl”, como chegou a ser chamado, foi eleito em pesquisa da IAAF o “Atleta do Século XX”.

Os especialistas lembram que cada atleta tem sua for-mação biológica, uma história de treinamento e mesmo de preferência por uma prova. Lewis sempre foi claro, que sua disputa preferida era a do salto em distância. E foi tetra-campeão olímpico. No entanto, nunca conseguiu o recorde mundial, o que obteve nos 100 m e no 4x100 m.

Lewis entra em uma comparação com outro fantástico atleta negro norte-americano: Michael Johnson. Enquan-to já vimos que o primeiro era um ás nos 100 m e 200 m,

Johnson foi igualmente bom nos 200 m e 400 m. Continu-ando, o cubano Alberto Juantorena foi ouro olímpico nos 400 m e 800 m, enquanto que o britânico Sebastian Coe – hoje presidente da IAAF – foi um grande nome tanto nos 800 m como nos 1.500 m. O marroquino Said Aouita fez sucesso nos 1.500 m e 5.000 m, o finlandês Lasse Viren nos 5.000 m e 10.000 m, e o português Carlos Lopes foi pódio olímpico nos 10.000 m e maratona.

Há, porém, atletas que em vez dos 100 m e salto em distância, fazem muito bem esta segunda prova e o triplo. Um exemplo foi o brasileiro João Carlos de Oliveira. Embo-ra com bons resultados nos 100 m, sua prova melhor era o triplo, secundado pelo salto em distância. Sem ir tão longe no salto em distância, João Carlos foi finalista olímpico e campeão pan-americano. Mas, no triplo ele foi grande: ga-nhou duas medalhas olímpicas e estabeleceu um recorde mundial que vigorou por 10 anos.

Os outros dois grandes triplistas brasileiros antes de João Carlos, Adhemar Ferreira da Silva e Nelson Prudêncio, faziam apenas esta prova, embora vez ou outra defendes-sem seus clubes no salto em distância.

Robson Caetano da Silva, em 2015 ainda recordista sul-americano dos 100 m, e antigo recordista dos 200 m, no início da carreira chegou a fazer salto em distância. E diz que gostaria de ter construído uma carreira também nesta prova. Considerado por vários especialistas como o mais completo velocista da história do Atletismo nacio-nal, Robson obteve marcas consistentes até nos 400 m.

Um estudo feito pela Federação Canadense nos anos 1990 considerou o velocista carioca – treinado por So-nia Risseti no início, depois por Carlos Alberto Lancet-ta e Carlos Alberto Cavalheiro – um dos cinco melho-res da época, na soma dos tempos nos 100 m (10.00), 200 m (19.96) e 400 m (45.06). Aliás, o grande nome do Atletismo nestes primeiros 15 anos do século XXI, o jamaicano Usain Bolt, inigualável nos 100 m e 200 m, praticamente desistiu de dedicar-se aos 400 m após os Jogos do Rio 2016.

Robson Caetano da Silva: um velocista completo

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Neste primeiro estudo sobre as provas com bons resultados de brasileiros, vamos tratar especifi-camente dos 100 m, prova mais nobre Atletis-

mo. Aqui voltamos a Robson Caetano: o único brasileiro a ficar entre os oito primeiros nas duas competições interna-cionais mais importantes do planeta. Foi o quinto colocado na Olimpíada de Seul, na Coreia do Sul, em 1988, e o séti-mo no Mundial de Tóquio, em 1991.

Apesar destes grandes resultados e de ter o melhor tem-po na prova entre todos os velocistas ibero-americanos desde 1988, quando estabeleceu seu recorde pessoal com 10.00, é justo dizer que a melhor prova de Robson sempre foi a dos 200 m. Nesta distância, foi medalhista olímpico e três vezes o quarto colocado no Campeonato Mundial de Atletismo. No entanto, é preciso reconhecer que são dele os melhores de-sempenhos de um atleta brasileiro também nos 100 m.

O primeiro recorde brasileiro oficialmente registrado foi 11.8, estabelecido em 20 de abril de 1919, em São Paulo, por Evaristo Oliveira Abrantes, atleta do Santos FC. Nesta época da fundação do esporte-base no País, ganha desta-que Ulisses Malagutti de Souza. Atleta do Flamengo, Ulisses escreve seu nome sete vezes na lista de recordes: começa com 11.0 em 2 de maio de 1920, no Rio de Janeiro, e chega a 10.8, em 21 de agosto de 1922, na mesma cidade.

Nos Jogos Olímpicos de 1924, Álvaro de Oliveira Ribeiro defendeu o Brasil nos 100 m. Disputou apenas a primeira fase, quando enfrentou o britânico Harold Abrahams, que terminaria campeão da prova e teria sua história contada no filme “Carruagens de Fogo”, ganhador do Oscar em 1981. Anos depois, Álvaro Oliveira Ribeiro deixou o esporte e assu-miu sua vocação religiosa, e entrou para a vida monástica.

Nos primeiros anos da década de 1930, o brilho nos 100 m é principalmente de José Xavier de Almeida, que inte-grou a equipe olímpica nacional nos Jogos de Los Angeles, nos Estados Unidos, em 1932. De 1930 a 1933 ele estabe-leceu sete vezes o recorde brasileiro da prova, chegando a 10.6 em 6 de abril de 1933, no Sul-Americano de Montevi-déu, no Uruguai.

EVOLUÇÃO DO RECORDE BRASILEIRO NOS 100 M*

MARCA ATLETA LOCAL DATA11.06 José Telles da Conceição México (MEX) 13/03/195510.76 José Telles da Conceição México (MEX) 14/03/195510.64 Afonso Coelho da Silva São Paulo (SP) 23/04/196310.57 Luiz Gonzaga da Silva Cáli (COL) 31/07/197110.36 Rui da Silva México (MEX) 13/10/197510.22 Nelson Rocha dos Santos México (MEX) 10/09/197910.22 Robson Caetano da Silva San Juan (PUR) 20/09/198510.02 Robson Caetano da Silva Havana (CUB) 27/09/198610.00 Robson Caetano da Silva México (MEX) 22/07/1988(*) Consideradas as marcas com cronometragem eletrônica.

José Telles da Conceição: finalista olímpico em Melbourne 1956

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DOSSIÊ: 100 M

Também em 1933, outro brasileiro, Ivo de Pádua Sallowicz, brilha no cenário internacional, ao marcar 10.5 em São Paulo, a 9 de setembro. Recorde do País

e marca top 10 mundial. No mesmo ano fez 10.3, tempo que igualaria o recorde mundial, mas que não pôde ser ho-mologado porque o vento a favor, no momento da disputa, estava acima de 2 m/s. Ivo depois trabalhou como estatís-tico na Federação Paulista de Atletismo e foi um dos mais importantes árbitros de partida do Brasil.

Quem aparece ainda nos anos 1930 é José Bento de Assis Júnior, um nome respeitado mundialmente. Em 4 de dezem-bro de 1937, no Rio de Janeiro, ele iguala pela primeira vez o recorde nacional da prova, com 10.5. Atleta do Vasco, depois do Espéria e, finalmente, do São Paulo, ele voltaria a fazer o mesmo tempo outras quatro vezes, entre 1941 e 1945.

Em 22 de maio de 1938, no Rio de Janeiro, um grande momento na carreira do velocista, então com 23 anos: ele

fez os 100 m em 10.2, tempo igual ao recorde mundial do grande Jesse Owens. Estudo do estatístico sueco radicado no Brasil Ulf Lagerstrom indica, porém, que a marca não foi homologada por não ter sido providenciada a medição do vento pela organização do torneio.

Igualou o recorde nacional, ainda, José Carlos de Figuei-redo Ferraz, com 10.5 em 1939 e 1940. Figueiredo Ferraz seria um importante engenheiro, que deu vida ao projeto da arquiteta Lina Bo Bardi para o prédio do MASP, mais im-portante museu brasileiro, na Avenida Paulista. Nos anos 1970, ele seria prefeito de São Paulo.

Nesta mesma década de 1970, aliás, surgem grandes velocistas em vários pontos do País, com destaque para o Rio e São Paulo. São nomes como Rui da Silva, Nel-son Rocha dos Santos, Katsuhico Nakaya, Altevir da Silva Araújo Filho, Milton Costa de Castro, Paulo Roberto Cor-reia e vários outros.

São estes atletas que vão movimentar o recorde da prova, quebrado três vezes nos anos 1950 pelo carioca José Telles da Conceição. Medalhista no salto em altura, na Olimpíada de Helsinque, na Finlândia, em 1952, e fi-nalista nos 200 m, em Melbourne, na Austrália, em 1956, ele foi o mais importante atleta polivalente de sua gera-ção. E, a 24 de novembro de 1957, em São Paulo, ele esta-beleceu o recorde brasileiro pela terceira vez, chegando a 10.2. A marca cairia apenas em 24 de agosto de 1978, em São Paulo, quando Nelson Rocha dos Santos venceu o Troféu Brasil com 10.1.

Foi José Telles da Conceição também quem teve ho-mologado os primeiros recordes nacionais da prova com tempo eletrônico: ele fez 11.06 e 10.76, em 13 e 14 de mar-ço de 1955, respectivamente na preliminar e na semifinal da prova nos Jogos Pan-Americanos da Cidade do México.

BRASILEIROS COM MELHORES MARCAS NOS 100 M

10.00 Robson Caetano da Silva México (MEX) 22/07/198810.06 André Domingos da Silva Bogotá (COL) 25/06/199910.11 Sandro Ricardo Rodrigues Viana Bogotá (COL) 24/07/200910.12 Arnaldo de Oliveira Silva México (MEX) 22/07/198810.12 Claudinei Quirino da Silva Americana (SP) 22/05/199910.13 Vicente Lenilson de Lima São Paulo (SP) 06/06/200410.14 Edson Luciano Ribeiro Lisboa (POR) 17/07/1998

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André Domingos da Silva: pódio olímpico no 4x100 m

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BRASILEIRAS COM AS MELHORES MARCAS NOS 100 M

MARCA ATLETA LOCAL DATA11.01 Ana Claudia Lemos Silva Walnut (USA) 18/04/201511.04 Rosangela Cristina Oliveira Santos Eugene (USA) 0/05/201511.13 Franciela das Graças Krasucki São Paulo (SP) 06/06/201311.17 Lucimar Aparecida de Moura Bogotá (COL) 25/06/199911.31 Esmeralda de Jesus Freitas Garcia Caracas (VEN) 24/08/1983

Afonso Coelho da Silva quebrou o recorde eletrônico de Tel-les no PAN de São Paulo, com 10.64 em 23 de abril de 1963.

Robson Caetano da Silva foi o último atleta a movi-mentar o recorde brasileiro (também sul-americano) dos 100 m. Primeiro, com 10.22, na Copa América de San Juan (Porto Rico), em 1985; 10.02 no Campeonato Ibero-America-no de Havana (Cuba), em 1986; e 10.00, feito no Estádio Olímpico Universitário, no Campeonato Ibero-Americano da Cidade do México, em 22 de julho de 1988.

A geração de Robson substitui a de Nakaya, Nelson, Altevir, Rui... Arnaldo de Oliveira Silva é contemporâneo de Robson. Arnaldo sempre foi mais corredor de 100 m que de 200 m. Dono de ótima largada, abriu a disputa do 4x100 m pelo Brasil, na final da prova na Olimpíada de Atlanta, nos Estados Unidos, em 1996, quando o time nacional levou a medalha de bronze. Seu amigo Robson estava na equipe, assim como Edson Luciano Ribeiro e André Domingos da Silva.

Depois de Robson surgiram vários bons velocistas. Es-pecificamente nos 100 m, quem teve o melhor tempo foi André Domingos da Silva, que fez 10.06 em Bogotá, na Co-lômbia, em 25 de junho de 1999. Nos anos 2000, o melhor tempo foi o obtido por Vicente Lenilson de Lima, que em 6 de junho de 2004, em São Paulo, fez 10.13.

A Confederação Brasileira de Atletismo vê, com muita esperança, o surgimento de jovens velocistas. Em 2015, por exemplo, Derick da Silva ganhou a medalha de prata nos 100 m no Mundial de Menores (Sub-18) em julho, na cidade colombiana de Cáli. Outro atleta da mesma geração, Pau-lo André Camilo de Oliveira, filho do antigo velocista Car-los Camilo de Oliveira, superou sucessivamente o recorde sul-americano na categoria, chegando a 10.30 nos Jogos Escolares da Juventude, disputados em novembro último, em Maringá (PR). Vitor Hugo dos Santos, ainda juvenil (Sub-20), é o número 1 do Brasil na temporada, com 10.22, marca obtida em 14 de maio, em São Bernardo do Campo.

“Alguns jovens atletas, como o Vítor Hugo, já têm aten-dido à Seleção Brasileira na categoria principal”, lembra Antonio Carlos Gomes, titular da Superintendência de Alto Rendimento da CBAt. “Mas é certo que para os dois próxi-mos ciclos olímpicos (1920 e 1924), o Atletismo nacional estará muito bem representado”, conclui.

Igualmente, no feminino o Brasil já tem histórias para contar. Data de 1937 o primeiro recorde registrado no País, feito por uma atleta da Sogipa, em Porto Alegre: aos 19 anos Loni Schweighoffer, marcou 14.4. A evolução ganharia força e velocidade na década de 1940, graças a Elisabeth Clara Muller. Eclética, com bons resultados em várias pro-vas, Clara estabeleceu seis vezes o recorde brasileiro nos 100 m, entre 1940 e 1949. Sua melhor marca foi 12.4, obti-do em São Paulo, aa 20 de novembro de 1949.

Em 1967 aparece uma atleta com marcas que a fizeram ser chamada de “Gazela Brasileira”, em alusão à norte-ameri-cana e campeã olímpica Wilma Rudolph, ouro em Roma, na Itália, em 1960, e chamada de “Gazela Negra”. Silvina das Graças Pereira da Silva fez 11.8, 11.7 e 11.5.

Nelson Rocha dos Santos (à direita)

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DOSSIÊ: 100 M

EVOLUÇÃO DO RECORDE BRASILEIRO FEMININO NOS 100 M*

12.83 Helena Cardoso de Menezes Helsinque (FIN) 21/07/195212.41 Deyse Jurdelina de Castro México (MEX) 15/03/195512.33 Erica Lopes da Silva São Paulo (SP) 27/04/196312.20 Maria Nazareth Amorim México (MEX) 13/10/197511.80 Esmeralda de Jesus Freitas Garcia Montreal (CAN) 24/07/197611.77 Esmeralda de Jesus Freitas Garcia Montreal (CAN) 24/07/197611.58 Esmeralda de Jesus Freitas Garcia Maracaibo (VEN) 17/10/197611.48 Esmeralda de Jesus Freitas Garcia Walnut (USA) 15/05/197911.44 Esmeralda de Jesus Freitas Garcia Charlottesville (USA) 17/05/198111.31 Esmeralda de Jesus Freitas-Garcia Caracas (VEN) 24/08/198311.17 Lucimar Aparecida de Moura Bogotá (COL) 25/06/199911.17 Lucimar Aparecida de Moura Bogotá (COL) 25/06/199911.17 Ana Claudia Lemos Silva São Paulo (SP) 20/03/201011.15 Ana Claudia Lemos Silva São Paulo (SP) 04/09/201011.13 Ana Claudia Lemos Silva Campinas (SP) 04/05/201311.05 Ana Claudia Lemos Silva Belém (PA) 12/05/201311.01 Ana Claudia Lemos Silva Walnut (USA) 18/04/2015(*) Consideradas as marcas com cronometragem eletrônica.

Esmeralda de Jesus Freitas Garcia, em 1976, aos 17 anos, na Olimpíada de Montreal, no Canadá, já com cro-nometragem eletrônica, baixa pela primeira vez o recorde brasileiro dos 100 m a menos de 12 segundos, marcando primeiro 11.80 e depois 11.77. Seu melhor resultado foi alcançado nos Jogos Pan-Americanos de Caracas, na Vene-zuela, em 1983, quando foi campeã com 11.31. O recorde só seria superado 16 anos depois, quando Lucimar Apa-recida de Moura venceu o Campeonato Sul-Americano de Bogotá, em 1999, com 11.17.

As mulheres começaram depois no esporte e no Atle-tismo não foi diferente. Assim, é natural que a evolução chegue um pouco mais tarde. Isso também explica, por-que, ao contrário do masculino, que tem o último recorde estabelecido em 1988, no feminino a melhor marca caiu várias vezes depois disso.

Desde 2010, o recorde foi quebrado cinco vezes, sem-pre pela cearense Ana Claudia Lemos Silva. Seu atual re-corde é 11.01 e foi estabelecido em 12 de maio de 2015 em Walnut, nos Estados Unidos.

Depois de Ana Claudia, as melhores corredoras de 100 do País são Rosangela Cristina Oliveira Santos, que tem 11.04, e Franciela das Graças Krasucki, com 11.13. Rosan-

gela foi campeã pan-americana dos 100 m, em 2011, na ci-dade mexicana de Guadalajara. Na mesma edição do PAN, Ana Claudia foi campeã dos 200 m.

Ana Claudia Lemos, recordista nacional dos 100 m

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HERÓI

Muitos conhecedores do Atletismo brasileiro não têm dúvidas em afirmar

que José Bento de Assis Júnior, um dos melhores velocistas de todos os tempos do País, nasceu na época er-rada. Um exemplo disso é que viveu o auge da carreira entre 1939 e 1945, período da Segunda Guerra Mundial, que impediu a realização dos Jogos Olímpicos em 1940, previstos para Tóquio, no Japão, e 1944, marcados para Londres, na Grã-Bretanha.

Nascido em Campinas (SP), em 27 de agosto de 1915, José Bento não havia descoberto ainda o esporte em 1936, quando foi realizada a Olimpí-ada de Berlim, na Alemanha. Ele só começou, de fato, a treinar quando já

José Bento de Assis JúniorCampeão em tempos de Guerra, não disputou Jogos Olímpicos

tinha 22 anos, na ocasião em que fez um teste no Vasco da Gama. Ele morava no Rio de Janeiro, onde cursava a Escola de Medicina e Cirurgia.

Ele se inscreveu nas provas dos 100 m, 200 m e 300 m, salto em altura e salto em distância. Venceu a eliminatória dos 100 m em 11.8, se classificou em segundo no salto em distância com 6,10 m, ultrapassou 1,60 m no salto em altura obtendo o 3º lugar. Na final dos 100 m, com 11.3, chegou empatado com Nelson Allemandi, corredor já consagrado.

O desempenho, registra o historiador José Clemente Gonçalves, chamou a atenção do treinador Eugênio Rappa-port, do Vasco, que o convidou para integrar a equipe, certo de que o iniciante precisaria de ao menos dois anos antes de obter um lugar entre os destaques do esporte.

José Bento de Assis Júniior

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Apenas uma semana depois de inscrito, no entanto, José Bento marcou 10.9 nos 100 m e outros 15 dias mais tarde já era campeão brasileiro, com 10.8. Menos de um mês depois, ele integrava a Seleção Brasileira no Sul-Americano de São Paulo. Venceu os 100 m, com 10.6, dando início a inúmeras conquistas e recordes.

A ascensão meteórica levaria José Bento em julho de 1937 a integrar a equipe brasileira na edição experi-mental dos Jogos Pan-Americanos de Dallas, nos Estados Unidos (a primei-ra edição oficial foi realizada em Bue-nos Aires, em 1951). Em 1938, era o número 1 do País nos 100 m e 200 m. Nesse mesmo ano, fez os 100 m

em 10.2 no Rio de Janeiro. A prova não teve medida a ve-locidade do vento, o que impediu a homologação da marca que igualaria o recorde mundial em poder do grande atleta negro norte-americano, Jesse Owens, desde 1936.

Em 1942, no Ginásio do Pacaembu, em São Paulo, José Bento bateu o recorde brasileiro dos 50 m em pista cober-ta, com 5.6. Ainda hoje, em janeiro de 2016, este recorde do atleta permance inalcançável para os demais velocistas do País, 74 anos depois.

Em 1950 a Confederação Brasileira de Desportos (CBD) o indicou à Helms Foundation para o prêmio que aquela entidade conferia anualmente ao melhor atleta de cada continente. Ele foi eleito o esportista de maior expressão na América do Sul.

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Rosangela Cristina Oliveira Santos teve a melhor temporada de sua carreira em 2015. Ela conseguiu duas vezes o recorde pessoal nos 100 m, com o tem-

po de 11.04. A primeira vez foi em 30 de maio, em Eugene, nos Estados Unidos, e a segunda, em Toronto, em julho, durante os Jogos Pan-Americanos do Canadá. Os resul-tados, consistentes, serviram para consolidar a velocista como uma das melhores da história do País.

Ela começou cedo a vencer no Atletismo. Aos 16 anos, con-quistou a medalha de prata nos 100 m do Campeonato Mun-dial de Menores (Sub-18), em Ostrava, na República Tcheca, em 2007. Em 2008, ganhou bronze no 4x100 m do Mundial de Juvenis, em Bydgoszcz, na Polônia. No mesmo ano, qualifi-

ESTRELA

Rosangela Cristina Oliveira SantosVelocista viveu a sua melhor temporada em 2015

cou-se para a Olimpíada de Pequim, na China, quando fechou o 4x100 m, que alcançou o quarto lugar na final.

Tricampeã dos 100 m no Troféu Brasil Caixa de Atle-tismo (2008, 2012 e 2015) e campeã dos 200 m (2012), a atleta se orgulha das duas medalhas de ouro conquistadas nos Jogos Pan-Americanos de Guadalajara, em 2011: nos 100 m e no revezamento 4x100 m.

Antes dos 11.04 de 2015, Rosangela tinha 11.17, tem-po obtido nas semifinais da Olimpíada de Londres, em 2012, como o melhor resultado pessoal. Como integrante do revezamento, fez parte também da equipe recordista sul-americana, com 42.29, na preliminar do Campeonato Mundial de Moscou, na Rússia, em 2013.

Ela nasceu em 20 de dezembro de 1990, em Washing-ton, capital dos Estados Unidos, onde seus pais trabalha-vam como músicos. Rosangela veio ao Brasil com um ano de idade, quando precisou fugir do frio norte-americano para tratar de uma pneumonia. Foi criada pela tia Maria das Graças, junto com o irmão Nil, ao lado dos primos Gabriel e Ana Paula.

Rosangela é carioca de coração. Tem o sangue de Oro-zimbo de Oliveira, um dos fundadores da Escola de Sam-ba Mocidade Independente de Padre Miguel, e, apesar da consciência da responsabilidade que tem, sempre de-monstrou muita alegria nas delegações que integrou.

O ínicio da atleta no esporte aconteceu na escola no bairro carioca de Campo Grande, onde cursava o ensino básico. O professor de educação física percebeu que Ro-sangela poderia se tornar uma atleta e a encaminhou para treinamento. Aos 9 anos, após participar de um treino de basquete, a menina acompanhou o primo, que fazia Atle-tismo. Na pista, a treinadora Edileuzimar Medeiros a con-vidou para um teste. Desde o início, as provas escolhidas foram as de velocidade. O salto em distância só fez para pontuar nos Jogos Escolares.

A luta contra o cronômetro e os próprios limites terão uma edição muito especial nos Jogos Olímpicos do Rio 2016.

Rosangela Santos: novos recordes pessoais nos 100 m

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FUTURO

Paulo André Camilo de OliveiraSonhos que podem se tornar realidade

A temporada de 2015 revelou uma das promessas do Atletismo brasileiro. O paulista Paulo André Camilo de Oliveira, de 17 anos, conseguiu os melhores tempos de

sua vida. Ele agora é recordista brasileiro e sul-americano dos 100 m da categoria Sub-18, a nova designação definida pela IAAF para os atletas menores (até 17 anos).

Atleta da Vila Olímpica, de Vila Velha, no Espírito Santo, o velocista baixou cinco vezes o recorde pessoal nos 100 m. Só no Campeonato Brasileiro Caixa de Me-nores Interclubes, em setembro, em São Bernardo do Campo (SP), ele correu a eliminatória em 10.46 (0.4) e a semifinal em 10.38 (0.6). Na final, quebrou os recordes do Campeonato, do Brasil e da América do Sul, com o tempo de 10.33 (1.7).

Nos Jogos Escolares da Juventude, em Maringá (PR), voltou a ser mais rápido. Ganhou a prova com 10.30 (1.9).

Paulo André Camilo de Oliveira estabeleceu novo recorde sul-americano dos 200 m na categoria Sub-18

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“Não foi surpresa. Meu pai me havia dito que eu iria correr na casa dos 10.40 ou um pouco abai-xo, então a gente estava esperan-do um resultado assim”, comen-tou Paulo André, que é orientado pelo pai, o ex-velocista Carlos José Camilo de Oliveira, contemporâ-neo de Robson Caetano, e que competiu contra grandes atletas em eventos no exterior.

Animado, o atleta, que sentiu uma contusão na final do Mun-dial de Menores de Cáli, na Co-lômbia, em julho, e terminou em oitavo lugar, avisa que pretende buscar os índices exigidos para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos do Rio 2016. “Ainda sou novo, mas tenho de acredi-tar e tentar fazer o melhor”, dis-se o atleta nascido em Santo An-dré, no dia 20 de agosto de 1998.

O índice é de 10.16.Com 1,87 m e 77 kg, o velocista treina na pista do

Colégio Rubens José Vervloet Gomes. Ele vibrou mui-to quando superou a marca de 10.36, que era de Vitor Hugo dos Santos, desde 2013. “Foi um prêmio pela per-sistência. Depois do Mundial de Cáli, pensei em deixar a temporada. Depois com a sequência de treinos vi que dava e o recorde era o objetivo. Nos Jogos Escolares mantive o ritmo”, comentou.

Carlos Camilo, empolgado, acredita num bom futuro do filho no curto prazo. Ele quer que Paulo André realize os sonhos que não teve oportunidade de concretizar. “Estava qualificado para a Olimpíada de Los Angeles, em 1984, mas uma contusão me tirou da equipe brasileira”, lembrou. “Estou trabalhando agora para que o Paulo transforme em realidade os seus sonhos”, completou.

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Ele nasceu em Juazeiro, na Bahia. Adolescente viajou para São Paulo, para trabalhar e ajudar a família. José dos Santos Primo acabou por conhecer o Atletismo,

foi campeão nas pistas e virou treinador de sucesso na cidade de Araçatuba, no interior paulista, onde mora até hoje, aos 80 anos.

O maior orgulho de sua carreira está na ponta da lín-gua: treinou atletas de grande destaque – 15 participaram dos Jogos Pan-Americanos, 12 de Campeonatos Mundiais e seis representaram o País nos Jogos Olímpicos.

Entre os atletas com selo de qualidade do Professor Pri-mo estão o finalista olímpico e vice-campeão mundial dos 800 m, Zequinha Barbosa; o medalhista olímpico no 4x100 m e vice-campeão mundial dos 200 m, Claudinei Quirino da Silva; o finalista olímpico no 4x100 m e ex-recordista brasi-leiro dos 100 m, Katsuhico Nakaya. E muitos, muitos outros.

Quando jovem, disputou provas de rua e de pista. No currículo, constam um recorde brasileiro nos 1.500 m em

José dos Santos PrimoUma vida totalmente dedicada a lapidar talentos no Atletismo

TREINADOR

1957, e três títulos sul-americanos (1.500 m e 3.000 m com obstáculos), em 1961 em Lima, no Peru, e em 1963 em Cáli, na Colômbia.

Começou no Esporte Clube Vila Mariana, passou pelo Tietê, Vasco da Gama e Araçatuba. Trabalhou também como preparador físico em times de futebol (entre os seus pupilos estava o lateral Zé Maria, da Ferroviária de Botu-catu, depois Portuguesa, Corinthians e Seleção Brasileira).

No Vasco, treinou com Adhemar Ferreira da Silva, bi-campeão olímpico do triplo. E ganhou o título de Sócio Campeão do Vasco pelas vitórias alcançadas. É o sócio número 282.

Aposentado como funcionário municipal, Primo ainda dá expediente na equipe de Atletismo da cidade, como vo-luntário. Sem família, despojado, ajudou inúmeros atletas com dinheiro do próprio bolso. A riqueza maior é o reco-nhecimento e os amigos formados em tantas décadas.

“Nunca esqueço quantos cafés da manhã, com rapadu-ra, que ele pagou aos atletas”, lembra Lucimar Teodoro, recordista brasileira dos 400 m com barreiras. Sem forma-ção universitária, a inteligência do treinador é mencionada por Katsuhiko Nakaya. “Ele sempre esteve aberto a apren-dizados”, conta o ex-velocista, chamado até hoje de Katito por Primo. O treinador do ASA-Sorriso, Marcos Flademir, e o representante dos atletas na Assembleia da CBAt, Joel Lucas, divulgam o legado de Primo, que implantou novas técnicas de treinamento de velocidade, tiradas de um livro alemão, traduzido por salesianos a pedido do professor.

Nascido em 5 de março de 1935, mudou de vida quan-do se tornou amigo de Anubes Ferraz da Silva, corredor de 400 m, no Rio. Em 1960, a convite de Anubes, filho adotivo do prefeito de Araçatuba, João Batista Botelho, o Cuiaba-no, Primo substituiu o técnico húngaro Franz Gaspar, que se aposentara.

Conciliou durante um tempo a carreira de atleta e treina-dor. Foi o quarto colocado nos 1.500 m dos Jogos Pan-Ame-ricanos de São Paulo, em 1963. Em 1961, havia corrido a São Silvestre, ficando com o 16º lugar na tradicional corrida paulis-tana. Sobra respeito e reconhecimento.

José dos Santos Primo, um dos principais treinadores do País

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ÁRBITRO

Márcio José Zanetti BodziakExperiente, ele vai comemorar 30 anos de carreira nos Jogos do Rio 2016

O árbitro Márcio José Zanetti Bodziak é pioneiro em muitos aspectos no Atletismo. Ele foi o primeiro brasileiro formado num curso Internacional pela

IAAF. E também a ministrar cursos para formar novos ár-bitros. Em 2016, ele completa 30 anos de carreira e fará parte do quadro de oficiais do esporte nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro.

Ele começou a atuar como árbitro de Atletismo em 1986, depois de trabalhar no vôlei. Ainda era estudante do curso de Educação Física na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, a capital paranaense, cidade em que nasceu no dia 24 de janeiro de 1965.

Márcio Bodziak, como ficou conhecido no meio atlético do País, fez parte da equipe de arbitragem formada por Martinho Nobre dos Santos, atualmente superintendente Técnico da Confederação Brasileira de Atletismo e líder do torneio de Atletismo dos Jogos Olímpicos do Rio de Janei-ro, e que na época era o presidente da Federação de Atle-tismo do Paraná (FAP).

“Foi uma época de grande aprendizado por podermos participar de eventos de qualidade promovidos no Paraná, embora na época as entidades organizadoras não contas-sem com meios para pagar pelo trabalho”, lembrou Már-cio, diretor de arbitragem da FAP. Além de forte calendário estadual, a federação organizava eventos como o Torneio João Carlos de Oliveira, em homenagem ao antigo recor-dista mundial do salto triplo.

De sua geração, Márcio lembra vários nomes da equipe paranaense que continuam a trabalhar no esporte-base nacional: Ubiratan Martins Júnior atua na Superintendên-cia de Alto Rendimento da CBAt; Anderson Moraes Leme Rosa é gerente do Departamento Técnico; Nilton Ferst é especialista em leitura de fotofinish. “Havia e há muita gente boa”, diz.

Além de seu trabalho em campo, nos principais torneios realizados no Brasil e na América do Sul, ele tem uma ati-vidade importante como ministrante em cursos de forma-ção com certificação internacional, em todas as regiões do Brasil. “Tenho orgulho desse trabalho de desenvolvimento

Márcio José Zanetti Bodziak: 30 anos como árbitro de Atletismo

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do esporte em Cursos Básicos de Arbitragem da CBAt e de Oficiais Técnicos Nacionais – Nível I IAAF”, comentou.

Ele é um dos cinco brasileiros no painel de oficiais Téc-nicos Internacionais da área Sul-Americana, podendo ser convocado para trabalhar em qualquer evento da Confe-deração Sul-Americana (CONSUDATLE). No ano passado, Márcio esteve na Seletiva Sul-Americana para os Jogos Olímpicos da Juventude, realizada em Cáli, na Colômbia.

Márcio foi eleito presidente da Comissão Nacional de Árbitros de Atletismo (COBRAT), entidade criada para o de-senvolvimento e qualificação da arbitragem nacional e na formação de novos ministrantes de cursos básicos. Aliás, o representante da COBRAT integra a Assembleia Geral da CBAt, o principal poder da Confederação.

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MULHER

O esporte escreve sua história a partir dos feitos de seus heróis. E o Atletismo brasileiro tem histórias para mostrar. São as conquistas daqueles atletas

que desbravam caminhos e fixam o nome da modalidade em capítulos empolgantes. Um desses nomes é o de Silvi-na das Graças Pereira da Silva, nascida no dia 31 de outu-bro de 1948. Ela teve uma carreira diferenciada: defendeu apenas dois clubes: Botafogo e Vasco da Gama, além das Seleções do Rio de Janeiro e do Brasil. É uma referência de mulher no esporte-base do País.

Nascida na pequena localidade de Andrade Costa, no município de Paraíba do Sul, no Estado do Rio, apenas por detalhes, já que os pais moravam na cidade do Rio de Ja-neiro. Ela só não nasceu na Cidade Maravilhosa porque sua mãe decidiu trocar o bairro de Mangueira para enfrentar os últimos dias de gravidez no ambiente rural.

A velocista e saltadora teve boa formação, apesar das dificuldades da família. Estudou no Instituto Menino Je-sus, com severos padrões de educação. Já adolescente estudou no Colégio John Kennedy, no bairro de Riachue-lo. Nesta escola, descobriu o talento para o Atletismo. O pai só concordou com a ideia desde que defendesse o Botafogo, já que o clube da Estrela Solitária era também o time de seu coração.

Sob a orientação do técnico Genaro Simões, cresceu no esporte e surgiu como uma estrela de primeira grandeza. Logo em 1967, durante o Troféu Brasil, venceu os 100 m (12.0), os 200 m (24.8), o salto em distância (5,42 m) e o revezamento 4x100 m (49.3).

Em toda a carreira, Silvina somou inúmeros recordes brasileiros e sul-americanos, além de diversas medalhas em campeonatos brasileiros, sul-americano e luso-brasileiros.

O grande momento da vida da atleta foi o PAN de Cáli, na Colômbia, em 1971. Ela havia obtido qualificação para os 200 m e o salto em distância. Na disputa, havia coinci-dência de datas entre as eliminatórias de uma e a qualifi-cação de outra prova. Ela optou pelo salto em distância.

Na final da prova, no dia 1º de agosto, melhorou o seu resultado para 6,35 m (recorde brasileiro e sul-americano),

Silvina das Graças Pereira da SilvaA “Gazela Brasileira” marcou seu lugar na história do Atletismo nacional

mas a canadense também se superou e alcançou 6,43m, novo recorde dos Jogos Pan-Americanos. Com o seu se-gundo lugar, Silvina trouxe a prata para casa. Quatro anos depois, no PAN da Cidade do México, em 1975, levou o bronze nos 200 m, com 23.17 (0.0).

Ganhou o apelido de “Gazela Brasileira” e suas atuações a levaram a representar o Brasil nos Jogos Olímpicos de Mon-treal, no Canadá, em 1976, resgatando assim a frustação por não ter ido aos Jogos de Munique, em 1972.

Ela foi uma das três representantes femininas no Atle-tismo – com Esmeralda de Jesus Freitas Garcia e Maria Luiza Betioli – na Olimpíada. Depois de deixar as pistas por um tempo, voltou a competir pelo Vasco, aos 38 anos. Disputou provas em igualdade de condições com atletas mais jovens, demonstrando todo o potencial de uma vida consagrada ao esporte.

Silvina das Graças Pereira da Silva, a “Gazela Brasileira”

Revista de H

istória/Biblioteca N

acional

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CLUBE

A cidade de Sorriso, no Mato Grosso, passou a ser sinônimo de projeto social bem-sucedido, com a criação do Sementes de Ouro, e depois, com as re-

velações da iniciativa, nas categorias de base do Atletismo, da Associação Sorrisense de Atletismo, a ASA-Sorriso.

A história começou em 2001, com o professor e ex-atle-ta Marcos Flademir Vieira, que foi chamado pela Adminis-tração Municipal para trabalhar com o Atletismo, esporte ainda não era difundido na região.

Deu-se início então a um “trabalho de formiguinha”, indo às escolas e bairros da cidade, apresentando o esporte para as crianças e oferecendo a oportunidade de treinamento.

Com o sucesso do projeto social, houve então a neces-sidade de se criar uma associação para poder dar às crian-ças e jovens a possibilidade de participar de competições estaduais, nacionais e até mesmo receber patrocínio e su-porte. Em 2003, a ASA-Sorriso foi oficialmente criada.

A equipe é mantida pela Prefeitura Municipal de Sorriso, por meio da Secretaria Municipal de Esporte e Lazer. Ela con-ta também com o patrocínio da Cooperativa Sicredi, e tem como mentores os professores Marcos Thiago Stabile dos Santos (ex-aluno), Milka Juliana de Paula e Marcos Flademir Vieira, que é professor e atual presidente da instituição.

Ao longo de 14 anos já passaram pelo projeto mais de 1.500 alunos que ajudaram a equipe a conquistar títulos

Revelação de talentos na baseO projeto bem-sucedido da ASA-Sorriso no Mato Grosso

Marcos Flademir Vieira, treinador do ASA-Sorriso

Equipe do ASA-Sorriso, campeã brasileira interclubes de mirins

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estaduais e nacionais. Vários já integraram a Seleção Bra-sileira nas categorias de base em torneios internacionais. Desde então, a cidade de Sorriso, que fica a 412 km de Cuiabá, vem sendo destaque e modelo no Mato Grosso. Hoje a gestão fomenta o esporte e desenvolve diversos projetos sociais de forma pedagógica, abrangendo toda ci-dade em diversas atividades.

A última grande conquista foi o título de campeão ge-ral do Campeonato Brasileiro Caixa de Atletismo de Mirins (Sub-16), disputado em outubro, no Estádio Ícaro de Cas-tro Mello, no Ibirapuera, em São Paulo. A ASA-Sorriso so-mou 135 pontos e superou o tricampeão Centro Olímpico (SP), que desta vez foi o vice-campeão, com 100 pontos, seguido do SESI-SP, com 78,3.

Competitiva e com sucesso na revelação de valores, Sorriso terminou também como vice-campeã da catego-ria feminina do Campeonato Brasileiro Caixa de Menores (Sub-18), em setembro, na Arena Caixa, em São Bernardo do Campo (SP).

“Conseguimos belos desempenhos da equipe”, disse Francisco Antonio da Silva, presidente da Federação de Atletismo do Mato Grosso (FAMT), que também é profes-sor da Universidade Federal, em Cuiabá.

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FILIADAS

Federações Estaduais de AtletismoAs 27 Unidades da Federação que compõem a CBAt

Federação Acreana de Atletismo - FACAtPresidente: Afonso Alves da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Alagoana de Atletismo - FAAtPresidente: Mahebal de Vasconcelos Santos - E-mail: [email protected]

Federação Atlética Maranhense - FAMAPresidente: Marcio Batista Miguens da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Bahiana de Atletismo - FBAPresidente: Og Robson de Menezes Chagas - E-mail: [email protected]

Federação Capixaba de Atletismo - FECAtPresidente: Eliseu Lírio do Monte - E-mail: [email protected]

Federação Catarinense de Atletismo - FCAPresidente: Walmor José Battistotti Filho - E-mail: [email protected]

Federação Cearense de Atletismo - FCAtPresidente: Jerry Welton Barbosa Gadelha - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Mato Grosso - FAMTPresidente: Francisco Antonio da Silva - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Mato Grosso do Sul - FAMSPresidente: Valéria Cristina Gonçalves Calháo Silva - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo de Rondônia - FAROPresidente: Walter Alves Brasil Filho - E-mail:[email protected]

Federação de Atletismo do Amapá - FAApPresidente: Aldir de Azevedo Dantas - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Distrito Federal - FAtDFPresidente: Alfim Nunes de Souza - [email protected]

Federação de Atletismo do Estado do Rio de Janeiro - FARJPresidente: Carlos Alberto Lancetta - E-mail: [email protected]

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CBAt [45

Federação de Atletismo do Estado do Rio Grande do Sul - FAERGSPresidente: Marcos Paulo Garcia de Andrade - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Estado do Tocantins - FATOPresidente: Maurício Monteiro da Rocha Marques - [email protected]

Federação de Atletismo do Paraná - FAPPresidente: Lindomar Telles de Oliveira - E-mail: [email protected]

Federação de Atletismo do Piauí - FAPIPresidente: Márcia Cristiane Araújo - E-mail: [email protected]

Federação Desportiva de Atletismo do Estado do Amazonas - FEDAEAMPresidente: Marleide de Farias Leite Borges - E-mail: [email protected]

Federação Goiana de Atletismo - FGAtPresidente: Genivaldo José Caixeta - E-mail: [email protected]

Federação Mineira de Atletismo - FMAPresidente: Wellington de Souza - E-mail: [email protected]

Federação Norte-Rio-Grandense de Atletismo - FNAPresidente: Maria Magnólia Figueiredo - E-mail: [email protected]

Federação Paraense de Atletismo - FPAtPresidente: Ronaldo Estevão Lobato - E-mail:[email protected]

Federação Paraibana de Atletismo - FPbAPresidente: Antonio Gomes Filho - E-mail: [email protected]

Federação Paulista de Atletismo - FPAPresidente: Mauro Roberto Chekin - E-mail: [email protected]

Federação Pernambucana de Atletismo - FEPAPresidente: Edinilton José de Vasconcelos Aquino - E-mail: [email protected]

Federação Roraimense de Atletismo - FERAPresidente: Carmono Cunha da Silva - E-mail: [email protected]

Federação Sergipana de Atletismo - FSAtPresidente: José Orliandes de Barros - E-mail: [email protected]

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INCLUSÃO

O projeto social “Corrida pela Cidadania”, coordenado pelo professor Mário Gar-cia Kickhofel, e desenvolvido pela Ins-

tituição Evangélica de Novo Hamburgo (IENH) em parceria com a Prefeitura Municipal, é rea-lizado formalmente desde 2008, e já atendeu cerca de duas mil crianças e adolescentes.

Antes disso, já recebia alunos da rede pública da cidade gaúcha, mas foi a partir da parceria com a Prefeitura de Novo Ham-burgo, via Secretaria Municipal de Esporte e Lazer, que o Programa ganhou corpo.

O projeto social conta atualmente com 200 crianças, distribuídas em três núcleos, sendo dois deles em áreas periféricas da cidade com sérias dificuldades sociais. Não existe critério de seleção, basta frequentar aulas da rede pública de Novo Hamburgo para usufruir do projeto.

As crianças que se destacam no Progra-ma são promovidas à equipe de competição

Uma “Corrida pela Cidadania”Cidade gaúcha de Novo Hamburgo mantém projeto social

da IENH, com maior carga de treinamento e com foco no rendimento. A equipe conta com 60 atletas nas diversas categorias de idade e nas várias modalidades do Atletismo.

Apesar de dificuldades, os resultados já apareceram com diversas medalhas em conquistas em torneios estadu-ais, nacionais, sul-americanos e no Campeonato Mundial de Menores, em Lille, na França, em 2011.

Um dos destaques é Tauan Claudio Lyra, de 16 anos, recordista brasileiro do salto em distância com 7,14 m, na categoria mirim, em que competiu até 2014. Antes mesmo de treinar com Mário Garcia Kickhofel, Tauan tinha a certe-za de que seria saltador. Tanto que construiu sozinho uma

caixa de areia ao lado de um piso gramado em sua casa, na cidade de Araricá, para começar a se exercitar.

Entre outros destaques da equipe estão os recordistas gaúchos Evandro Henrique Martins, do lançamento do dardo, e Guilherme Scolari, dos 400 m com barreiras.

“O trabalho do professor Mário em Novo Hamburgo nos orgulha muito”, diz Marcos Paulo Garcia de Andrade, o Marquinhos, presidente da Federação de Atletismo do Estado do Rio Grande do Sul. “Além do inegável benefício para a cidade, com a integração de crianças e jovens à ci-dadania, vários atletas com potencial para evoluir foram revelados no projeto”, conclui o dirigente.

Tauan Lyra: revelação gaúcha do salto em distância

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