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DESAFIO INTERMODAL: A experiência da cidade do Recife A experiência da cidade do Recife Introdução Considerando a importância de observar que: de quatro em cada cinco brasileiros vivem em áreas urbanas; o entendimento de qualidade de vida como “uma aspiração coletiva e individual a ser concretizada por meio de equidade de acessos e da ampliação de oportunidades em Metodologia ser concretizada por meio de equidade de acessos e da ampliação de oportunidades em diferentes dimensões coletivas e individuais” (NOVAES, 2006, p. 49); e como a população está acessando os direitos constitucionais, tem se a necessidade de desenvolver e estimular ações de promoção de discussões sobre a cidade almejada e como alcançá-la. Com isso, é importante compreender o cenário da realidade da capital pernambucana, considerada em 2010 como a capital brasileira com maior desigualdade social - GIN, 0,68 (BITOUN, 2013) e que, segundo o Índice de Bem Estar Urbano - IBEU (que analisa dez Regiões Metropolitanas do país) o Recife perde, atualmente, apenas para Manaus e Belém em termos de qualidade da moradia, realidade ambiental, serviços de infra-estrutura e mobilidade. 1ª Etapa : mobilizar/articular a equipe de coordenação do DIM, a partir de convite em alguns espaços, principalmente, nas mídias digitas; 2ª Etapa : Realização de encontros para fechar o trajeto do Desafio, mobilização dos meios de comunicação, parceiros, de participantes para representar os modais no dia do evento e a escolha dos modais. Além da revisão da proposta metodológica de se computar o resultado e da infraestrutura necessária. É importante destacar que o Desafio vai além de uma análise da velocidade dos modais, levando, também, em consideração a emissão do CO2; custo com o deslocamento e energia calórica gasta; 3ªEtapa : Realização do DIM; 4ªEtapa : Divulgação do resultado; 5ªEtapa : Apresentação do relatório à sociedade. Fazendo-se um recorte para a discussão da mobilidade urbana, relacionada com o direito de ir e vir do cidadão, historicamente nota-se no Brasil o foco no investimento do transporte individual e falta de prioridade no transporte público. Nos últimos dez anos a frota de automóveis aumentou 400% no Brasil (MOBILIZE, 2012); nos anos de 2002 a 2012 apenas R$ 1,3 bilhão foi investido em mobilidade no Brasil; e em 2013 tem previsão de investimento de 50 bilhões (CARPES, 2012). Essa tendência de focar o transporte individual motorizado em relação às outras formas de deslocamento, também se repetiu no Recife. Os resultados destas escolhas podem ser observados nas cidades: “cidades poluídas, espacialmente dispersas, transporte público precário, sensação de insegurança por parte de pedestres, ciclistas e portadores de necessidades especiais e engarrafamentos” (VALENCA, 2012, p.5). Resultados O principal resultado foi a boa adesão dos meios de comunicação do Recife com a realização do DIM, no primeiro ano mais como curiosidade e no segundo com uma maior compreensão do seu significado, utilizando as informações para promover matérias de mídia impressa, televisiva e digital. No segundo ano, a equipe de coordenação participou de espaços para apresentar a proposta do DIM e os questionamentos que se propõe a provocar sobre a qualidade de vida da cidade e de se pensar a cidade para as pessoas, com uma boa resposta dos participantes dos eventos a cerca do conteúdo gerado e de provocações. Com a sanção do Plano Nacional de Mobilidade Urbana em 2012, Lei Nº 12.587, o seu artigo 2º afirma: “A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem por objetivo contribuir para o acesso universal à cidade, o fomento e a concretização das condições que contribuam para a efetivação dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano, por meio do planejamento e da gestão democrática do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana”. Por isso, um grupo de pessoas voluntárias e inquietas com a situação atual da cidade sem foco nas pessoas decidiu realizar o desafio intermodal na cidade do Recife para provocar reflexões no pensar o desenvolvimento sustentável da cidade e enfrentar os seus desafios, a partir de “como tornar a mobilidade urbana da cidade do Recife, ou melhor, da Região Metropolitana do Recife, sustentável? Quais modais devem ter uma atenção especial? Como ocorre a integração Recife, sustentável? Quais modais devem ter uma atenção especial? Como ocorre a integração entre os diferentes modais na cidade do Recife? Qual é a infra-estrutura necessária para desenvolver uma mobilidade urbana de qualidade para todos?” (VALENCA, 2012, p.4). Conclusões Observa-se que a organização de pessoas em uma rede em prol da melhoria da qualidade de vida da cidade é possível e provoca muitos resultados positivos, a partir de articulação e mobilização de pessoas inquietas e que desejem viver numa cidade melhor. Claro que existem os desafios de ser uma ação de voluntários, mas tudo bem administrado alcança bons resultados. E o exercício de se promover ações de cidadania é revigorante para a população se conectar com a sua cidade. Agradecimentos Equipe do I DIM Resultado do I DIM Objetivos Objetivo Geral Sensibilizar a população local sobre a qualidade da mobilidade da cidade, comparando diferentes formas de deslocamento dos diversos modais, levando em consideração os prós e os contras que estes trazem nos aspectos pessoal, social e ambiental. Objetivos Específicos a. Publicizar informações qualitativas sobre o uso de modais da cidade do Recife; Agradecimentos O Desafio Intermodal é uma realização voluntária surgida a partir de participantes da Massa Crítica/Bicicletada Recife. Além de um corpo de voluntários independentes, conta com a participação de movimentos/organizações. Em suas duas edições a parceria do Observatório do Recife se fez presente. Na segunda ainda contou com o apoio do Grupo Direitos Urbanos; Ameciclo; e a empresa Brisa Comunicação & Arte; além do patrocínio do Shopping Center Recife. A todos estes que fizeram possível a realização do I e II Desafios Intermodais do Recife, fica o nosso agradecimento. Referências BITOUN, J.; MIRANDA, L.; SOUZA, M.; . Bem-estar urbano na Região Metropolitana do Recife. Rio de Modais Utilizados no DIM I e no DIM II (adicionados em vermelho) Dados de crescimento da frota de carros no Brasil a. Publicizar informações qualitativas sobre o uso de modais da cidade do Recife; b. Sensibilizar o cidadão recifense para a necessidade de se desenvolver uma mobilidade sustentável; c. Contribuir com proposições de alternativas viáveis para a gestão pública. BITOUN, J.; MIRANDA, L.; SOUZA, M.; . Bem-estar urbano na Região Metropolitana do Recife. Rio de Janeiro, RJ: Observatório das Metrópoles, 2013. Disponível em: <http://www.observatoriodasmetropoles.net/images/abook_file/ibeu_recife.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2013. Brasil. Lei nº 12.587, 03 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade Urbana. CARPES, G. Investimento em mobilidade no Brasil é vergonhoso, diz especialista sobre Pnad. UOL. Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/09/28/investimento-em- mobilidade-no-brasil-e-vergonhoso-diz-especialista-sobre-pnad.htm>. Acesso em: 24 nov. 2013. MOBILIZE. Mobilidade Urbana Sustentável. Mobilize. 2012. Disponível em: < http://www.mobilize.org.br/sobre-o-portal/mobilidade-urbana-sustentavel/>. Acesso em: 24 nov. 2013. NOVAES, R. de et al. Política nacional de juventude: diretrizes e perspectivas. São Paulo: Conselho NOVAES, R. de et al. Política nacional de juventude: diretrizes e perspectivas. São Paulo: Conselho Nacional de Juventude, Fundação Friedrich Ebert, 2006. VALENCA, D. ; LIMA, L. ; FLAUSINO, L. ; LYRA, M. B. ; NEGROMONTE, M. . I Desafio Intermodal Recife - DIM Recife. 2012. Disponível em: < http://www.observatoriodorecife.org.br/site/wp- content/uploads/RelatorioDIM_final_1306.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2013. Autores: Daniel Valença, Lucio Flausino, Marcelo Negromonte, Mariana Lyra. Instituição: Integrantes da equipe de Coordenação do Desafio Intermodal

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DESAFIO INTERMODAL:

A experiência da cidade do RecifeA experiência da cidade do Recife

IntroduçãoConsiderando a importância de observar que: de quatro em cada cinco brasileiros vivem em

áreas urbanas; o entendimento de qualidade de vida como “uma aspiração coletiva e individual a

ser concretizada por meio de equidade de acessos e da ampliação de oportunidades em

Metodologiaser concretizada por meio de equidade de acessos e da ampliação de oportunidades em

diferentes dimensões coletivas e individuais” (NOVAES, 2006, p. 49); e como a população está

acessando os direitos constitucionais, tem se a necessidade de desenvolver e estimular ações

de promoção de discussões sobre a cidade almejada e como alcançá-la.

Com isso, é importante compreender o cenário da realidade da capital pernambucana,

considerada em 2010 como a capital brasileira com maior desigualdade social - GIN, 0,68

(BITOUN, 2013) e que, segundo o Índice de Bem Estar Urbano - IBEU (que analisa dez Regiões

Metropolitanas do país) o Recife perde, atualmente, apenas para Manaus e Belém em termos de

qualidade da moradia, realidade ambiental, serviços de infra-estrutura e mobilidade.

1ª Etapa: mobilizar/articular a equipe de coordenação do DIM, a partir de convite em alguns espaços,

principalmente, nas mídias digitas;

2ª Etapa: Realização de encontros para fechar o trajeto do Desafio, mobilização dos meios de

comunicação, parceiros, de participantes para representar os modais no dia do evento e a escolha dos

modais. Além da revisão da proposta metodológica de se computar o resultado e da infraestrutura

necessária. É importante destacar que o Desafio vai além de uma análise da velocidade dos modais,

levando, também, em consideração a emissão do CO2; custo com o deslocamento e energia calórica

gasta;

3ªEtapa: Realização do DIM;

4ªEtapa: Divulgação do resultado;

5ªEtapa: Apresentação do relatório à sociedade.

Fazendo-se um recorte para a discussão da mobilidade urbana, relacionada com o direito de ir e

vir do cidadão, historicamente nota-se no Brasil o foco no investimento do transporte individual e

falta de prioridade no transporte público. Nos últimos dez anos a frota de automóveis aumentou

400% no Brasil (MOBILIZE, 2012); nos anos de 2002 a 2012 apenas R$ 1,3 bilhão foi investido

em mobilidade no Brasil; e em 2013 tem previsão de investimento de 50 bilhões (CARPES,

2012). Essa tendência de focar o transporte individual motorizado em relação às outras formas

de deslocamento, também se repetiu no Recife. Os resultados destas escolhas podem ser

observados nas cidades: “cidades poluídas, espacialmente dispersas, transporte público

precário, sensação de insegurança por parte de pedestres, ciclistas e portadores de

necessidades especiais e engarrafamentos” (VALENCA, 2012, p.5).

ResultadosO principal resultado foi a boa adesão dos meios de comunicação do Recife com a realização do DIM,

no primeiro ano mais como curiosidade e no segundo com uma maior compreensão do seu

significado, utilizando as informações para promover matérias de mídia impressa, televisiva e digital.

No segundo ano, a equipe de coordenação participou de espaços para apresentar a proposta do DIM

e os questionamentos que se propõe a provocar sobre a qualidade de vida da cidade e de se pensar a

cidade para as pessoas, com uma boa resposta dos participantes dos eventos a cerca do conteúdo

gerado e de provocações.

Com a sanção do Plano Nacional de Mobilidade Urbana em 2012, Lei Nº 12.587, o seu artigo 2º

afirma: “A Política Nacional de Mobilidade Urbana tem por objetivo contribuir para o acesso

universal à cidade, o fomento e a concretização das condições que contribuam para a efetivação

dos princípios, objetivos e diretrizes da política de desenvolvimento urbano, por meio do

planejamento e da gestão democrática do Sistema Nacional de Mobilidade Urbana”.

Por isso, um grupo de pessoas voluntárias e inquietas com a situação atual da cidade sem foco

nas pessoas decidiu realizar o desafio intermodal na cidade do Recife para provocar reflexões

no pensar o desenvolvimento sustentável da cidade e enfrentar os seus desafios, a partir de

“como tornar a mobilidade urbana da cidade do Recife, ou melhor, da Região Metropolitana do

Recife, sustentável? Quais modais devem ter uma atenção especial? Como ocorre a integraçãoRecife, sustentável? Quais modais devem ter uma atenção especial? Como ocorre a integração

entre os diferentes modais na cidade do Recife? Qual é a infra-estrutura necessária para

desenvolver uma mobilidade urbana de qualidade para todos?” (VALENCA, 2012, p.4). ConclusõesObserva-se que a organização de pessoas em uma rede em prol da melhoria da qualidade de vida da

cidade é possível e provoca muitos resultados positivos, a partir de articulação e mobilização de

pessoas inquietas e que desejem viver numa cidade melhor. Claro que existem os desafios de ser

uma ação de voluntários, mas tudo bem administrado alcança bons resultados. E o exercício de se

promover ações de cidadania é revigorante para a população se conectar com a sua cidade.

Agradecimentos

Equipe do I DIMResultado do I DIM

ObjetivosObjetivo Geral

Sensibilizar a população local sobre a qualidade da mobilidade da cidade, comparando

diferentes formas de deslocamento dos diversos modais, levando em consideração os prós e os

contras que estes trazem nos aspectos pessoal, social e ambiental.

Objetivos Específicos

a. Publicizar informações qualitativas sobre o uso de modais da cidade do Recife;

AgradecimentosO Desafio Intermodal é uma realização voluntária surgida a partir de participantes da Massa

Crítica/Bicicletada Recife. Além de um corpo de voluntários independentes, conta com a participação

de movimentos/organizações. Em suas duas edições a parceria do Observatório do Recife se fez

presente. Na segunda ainda contou com o apoio do Grupo Direitos Urbanos; Ameciclo; e a empresa

Brisa Comunicação & Arte; além do patrocínio do Shopping Center Recife. A todos estes que fizeram

possível a realização do I e II Desafios Intermodais do Recife, fica o nosso agradecimento.

ReferênciasBITOUN, J.; MIRANDA, L.; SOUZA, M.; . Bem-estar urbano na Região Metropolitana do Recife. Rio de

Modais Utilizados no DIM I e no

DIM II (adicionados em vermelho)

Dados de crescimento da frota de carros no Brasil

a. Publicizar informações qualitativas sobre o uso de modais da cidade do Recife;

b. Sensibilizar o cidadão recifense para a necessidade de se desenvolver uma mobilidade

sustentável;

c. Contribuir com proposições de alternativas viáveis para a gestão pública.

BITOUN, J.; MIRANDA, L.; SOUZA, M.; . Bem-estar urbano na Região Metropolitana do Recife. Rio de

Janeiro, RJ: Observatório das Metrópoles, 2013. Disponível em:

<http://www.observatoriodasmetropoles.net/images/abook_file/ibeu_recife.pdf>. Acesso em: 24 nov.

2013.

Brasil. Lei nº 12.587, 03 de janeiro de 2012. Institui as diretrizes da Política Nacional de Mobilidade

Urbana.

CARPES, G. Investimento em mobilidade no Brasil é vergonhoso, diz especialista sobre Pnad. UOL.

Disponível em: <http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2013/09/28/investimento-em-

mobilidade-no-brasil-e-vergonhoso-diz-especialista-sobre-pnad.htm>. Acesso em: 24 nov. 2013.

MOBILIZE. Mobilidade Urbana Sustentável. Mobilize. 2012. Disponível em: <

http://www.mobilize.org.br/sobre-o-portal/mobilidade-urbana-sustentavel/>. Acesso em: 24 nov. 2013.

NOVAES, R. de et al. Política nacional de juventude: diretrizes e perspectivas. São Paulo: ConselhoNOVAES, R. de et al. Política nacional de juventude: diretrizes e perspectivas. São Paulo: Conselho

Nacional de Juventude, Fundação Friedrich Ebert, 2006.

VALENCA, D. ; LIMA, L. ; FLAUSINO, L. ; LYRA, M. B. ; NEGROMONTE, M. . I Desafio Intermodal

Recife - DIM Recife. 2012. Disponível em: < http://www.observatoriodorecife.org.br/site/wp-

content/uploads/RelatorioDIM_final_1306.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2013.

Autores: Daniel Valença, Lucio Flausino, Marcelo Negromonte, Mariana Lyra.

Instituição: Integrantes da equipe de Coordenação do Desafio Intermodal