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Ministério da Educação Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia Goiano Curso de Agronomia ATLAS DE DESCRIÇÕES MICOLÓGICAS Turma 2º. Semestre 2011. 1

Descrições Micológicas

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Page 1: Descrições Micológicas

Ministério da EducaçãoSecretaria de Educação Profissional e Tecnológica

Instituto Federal de Educação Ciência e Tecnologia GoianoCurso de Agronomia

ATLAS DE DESCRIÇÕES MICOLÓGICAS

Turma 2º. Semestre 2011.

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Page 2: Descrições Micológicas

Urutaí, 01 de fevereiro de 2012.

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Page 3: Descrições Micológicas

SUMÁRIO

Aspectos gerais e morfológicos de Pythium aphanidermatum ............................ 3

Aspectos gerais e morfológicos do fungo Aphanomyces euteiches Drechsler .... 9

Aspectos gerais e morfológicos de Beltrania sp. ............................................... 12

Aspectos gerais e morfológicos de Bipolaris cynodontis ................................... 15

Aspectos gerais e morfológicos de Bipolaris sorokiniana .................................. 20

Aspectos gerais e morfológicos de Alternaria padwickii. .................................... 25

Aspectos gerais e morfológicos de Colletotrichum truncatum ........................... 29

Aspectos gerais e morfológicos do fungo Monilia fructicola (Wint.) Honey ....... 33

Aspectos gerais e morfológicos do fungo Alternaria dianthicola ....................... 35

Aspectos gerais e morfológicos de Cylindrocladium pteridis ............................. 39

Aspectos gerais e morfológicos de Coemansia aciculifera ................................ 46

Aspectos gerais e morfológicos de Bipolaris spicifera ....................................... 49

Aspectos gerais e morfológicos de Colletotrichum falcatum .............................. 54

Aspectos gerais e morfológicos de Nectria galligena ......................................... 57

Aspectos gerais e morfológicos de Coniothyrium sp. ........................................ 61

Aspectos gerais e morfológicos de Cylindrocarpon destructans ....................... 66

Aspectos gerais e Morfológico de Fusarium solani ............................................ 70

Aspectos gerais e morfológicos de Fusarium semitectum ................................. 74

Aspectos gerais e morfológicos de Fusarium graminearum .............................. 80

Aspectos gerais e morfológicos de Fusarium decemcellulare ........................... 83

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Page 4: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Pythium aphanidermatum

AdrianoMartins Barbosa

INTRODUÇÃO.

Foi descrito pela primeira vez por Edson Fitzp, em 1923 e sua

classificação taxonômica se dispõe da seguinte forma:, pertencente ao reino

Chromista. sub-reino Chromobiota, filo Oomycota, domínio Eukaryota, família

Pythiaceae, classe Oomycetos, ordem Pythiales. Possui como sinonímias

Nematosporangium aphanidermatum Fitzp (1923) e Rheosporangium

aphanidermatum Edson (1915) (INDEXFUNGORUM, 2011)

Apresenta como forma teleomórfica, Thanatephorus cucumeris, não é

conhecida forma anamórfica para este fungo. (ITFNET, 2011)

Se trata de um patógeno cosmopolita (ocorre em todo o mundo), com

uma ampla gama de hospedeiros.

O Pythium aphanidermatum produz uma proteína que as vezes

apresenta semelhanças estruturais com toxinas citolítica produzida por

organismos marinhos (actinoporins).(NCBI, 2011)

Na ausência do hospedeiro, sobrevive saprofiticamente

(Obtendo os nutrientes necessários para seu desenvolvimento a partir de

tecidos mortos) em restos culturais ou permanece dormente no solo, através de

seu oósporo. Apresentam celulose em sua parede celular ao invés de quitina

(BERGAMIN & KIMATIET al., 1995).

O gênero Pythium apresenta em torno de 210 espécies, dentre as

quais, as 100 mais conhecidas são P. abappressorium, P. acanthicum, P.

acanthophoron, P. acrogynum, P. adhaerens, P. afertile, P. akanense, P.

amasculinum, P. anandrum, P. anguillulae, P. anguillulae-aceti, P. angustatum,

P. aphanidermatum, P. apleroticum, P. aquatile, P. aristosporum, P.

arrhenomanes, P. ascophallon, P. attrantheridium, P. australe, P. betae • P.

bifurcatum, P. boreale, P. borealis, P. buismaniae, P. butleri, P. campanulatum,

P. canariense • P. capillosum, P. carbonicum, P. carolinianum, P. catenulatum, P.

chamaehyphon, P. chlorococci, P. chondricola, P. circumdans, P. citrinum, P.

coloratum, P. complens, P. conidiophorum, P. connatum, P. contiguanum, P.

cryptoirregulare, P. cucurbitacearum, P. cylindrosporum, P. cystogenes, P.

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Page 5: Descrições Micológicas

cystosiphon, P. dactyliferum, P. daphnidarum, P. de-baryanum, P. debaryanum,

P. deliense, P. destruens, P. diacarpum, P. diameson • P. dichotomum • P.

diclinum • P. dictyospermum • P. dictyosporum • P. dimorphum, P. dissimile, P.

dissotocum, P. drechsleri, P. echinocarpum, P. echinulatum, P. elongatum, P.

epigynum, P. equiseti , P. erinaceum, P. fabae, P. fecundum ,P. ferax , P.

fimbriatum • P. flavoense • P. flevoense • P. fluminum var. flavum • P. fluminum

var. fluminum ,P. folliculosum, P. fragariae, P. gibbosum, P. globosum, P.

glomeratum, P. gracile • P. graminicola • P. grandilobatum • P. grandisporangium

• P. helicandrum • P. helicóides, P. hemmianum, P. heterothallicum, P.

hydnosporum, P. hydrodictyorum, P. hypoandrum, P. hypogynum, P.

imperfectum, P. incertum, P. indigoferae, P. inflatum,P. insidiosum, P.

intermedium. (ZIPCODEZOO, 2011)

É uma espécie agressiva de Pythium, suas ações de patogenia em

plantas incluem tombamento de raiz, caule e também apodrecimento, é

também praga de gramíneas e frutas. É de preocupação econômica na maioria

dos anuários. O fungo prefere temperaturas entre 27 e 34°C e piso molhado

(potencial hídrico de 0 a -0,01 bars). Tem uma ampla gama de hospedeiros,

provoca perdas econômicas na produção de beterraba, pimentão, crisântemo,

cucurbitáceas, algodão e gramíneas. Sobrevive e cresce melhor em solos

úmidos. Temperaturas quentes favorecem seu desenvolvimento, o que o torna

um problema na maioria estufas. (CALS, 2011)

Existem no mundo 576 relatos de Pythium aphanidermatum em 236

hospedeiros diferentes, estes casos ocorreram nos seguintes países: África do

Sul, Austrália, Brasil, Bulgária, Canadá, Chile, China, Costa Rica, Espanha,

França, Geórgia, Gana, Grécia, Havaí, Honduras, Hong Kong, Índia, Inglaterra,

Indonésia, Israel, Itália, Jamaica, Japão, Kênia, Koreia, Malauí, Península

Malaia, Malásia, México, Nepal, Noruega, Panamá, Polônia, Porto Rico,

Rússia, Sudão, Taiwan, Tanzânia, Tailândia, Venezuela, Ilhas Virgens, Zâmbia

e Zimbábue. (FARR E ROSSMAN, 2011).

No Brasil P. aphanidermatum foi encontrado nos seguintes

hospedeiros: Arachis hypogaea, Capsicum sp., Citrus sp., Cucumis sativus,

Luffa acutangula, Lycopersicon esculentum, Phaseolus vulgaris, Saccharum

officinarum, Solanum gilo, Solanum melongena, Stapelia grandiflora, Vigna

unguiculata e Zea mays (FARR E ROSSMAN, 2011).

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Page 6: Descrições Micológicas

Podridões radiculares causadas por espécies de Pythium

aphanidermatum são um importante problema em cultivos hidropônicos.

Sintomas de subdesenvolvimento são observados nas plantas parasitadas pelo

patógeno, sendo muitas vezes não diagnosticados pelo produtor. A inoculação

das plantas com Pythium aphanidermatum ocasionou o subdesenvolvimento,

sendo essa diminuição de 20%. (CORRÊA, BETTIOL, SUTTON, 2010)

As podridões de raízes e de colos de plantas encontram-se entre os

problemas fitossanitários de maior importância mundial. Vários são os

fitopatógenos de solo associados às podridões e ao tombamento de plântulas,

e algumas espécies do gênero Pythium estão entre as mais preocupantes, pois

estão amplamente distribuídas e afetam uma grande variedade de culturas de

importância econômica (MARTIN & LOPER, 1999 apud LUCON et al. 2008).

Quando as condições ambientais encontram-se favoráveis aos patógenos e

adversas às plantas, esses podem causar grandes prejuízos aos produtores,

principalmente nas fases iniciais de desenvolvimento da cultura (KUCHAREK,

2000; TANAKA et al., 2003 apud LUCON et al. 2008).

Canagallo (2009) lista Pythium aphanidermtum (Edson) Fitzpatrick, P.

aristoporum Vanterpool, P. arrhenomanes Drechs, P. Subrum graminicola, P.

Irregulare, P. myriotylum Drechs, P. volutum, P. vanterpooli Kouy & Kouy, como

espécies de Pythium que podem infectar raízes e coroas de espécies de

gramíneas na estação inverno. Os sintomas podem aparecer em qualquer

época do ano, embora são mais associados com períodos de chuvosos, ou

com irrigação excessiva, também solos com pouca drenagem ou muito

compactados.

As cucurbitáceas, principalmente o pepino, são bastante suscetíveis ao

ataque de Pythium spp.; em condições de temperaturas mais elevadas, a

espécie P. aphanidermatum é encontrada com grande freqüência (Kucharek,

2000).

Os principais agentes causais da prodidão incluem Pythium

aphanidermatum, Pythium dissotocum, Pythium ultimum var. Ultimum.

Atcacam diversas culturas hidropônicas, dentre as quais incluem-se pepino,

tomate, pimentão, espinafre, alface, capuchinha, rúcula, rosa, e crisântemo.

(SUTON, et al.2006)

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Page 7: Descrições Micológicas

O gengibre é uma importante cultura comercial em países tropicais e

subtropicais. O caule (rizoma),é utilizado mundialmente como uma especiaria

para aromatizar uma infinidade de alimentos e derivados. Ele também é usado

em medicamentos, especialmente em medicamentos tradicionais da Índia

(LAWRENCE 1984;. SELVAN et al 2002) apud (P.G. KAVITHA & G. THOMAS).

A Índia é o maior produtor e exportador de gengibre do mundo, seguido pela

China, Nigéria, Indonésia, Bangladesh e Tailândia. Na Índia,o estado de Kerala

ocupa o primeiro lugar em termos de área plantada e produção total (SELVAN

et al. 2002 apud (P.G. KAVITHA & G. THOMAS 2004)

A podridão mole é uma doença altamente destrutiva no gengibre; em

algumas áreas do mundo, a podridão mole é conhecida por destruir 80 a 90%

da safra anual (LAWRENCE 1984; DAKE, 1995) apud (P.G. KAVITHA G.

THOMAS). Muitas espécies do patógeno Pythium têm sido associadass a

podridão mole, mas, deles, a espécie mais prevalecente e amplamente

distribuída é Pythium. aphanidermatum (DAKE E EDISON 1989) apud (P.G.

KAVITHA G. THOMAS)

É uma espécie agressiva de Pythium, causando tombamento de raiz,

caule e também apodrecimento, é também praga de gramíneas e frutas. É de

preocupação econômica na maioria dos anuários O fungo prefere temperaturas

entre 27 e 34°C e piso molhado (potencial hídrico de 0 a -0,01 bars). Tem uma

gama de hospedeiros muito ampla, provoca perdas econômicas na produção

de beterraba, pimentão, crisântemo, cucurbitáceas, algodão e gramíneas. Ele

sobrevive e cresce melhor em solos úmidos. Temperaturas quentes favorecem

o patógeno, tornando-se um problema na maioria estufas. (CALS, 2011)

Como praga, pode ser combatido com controle biológico, utilizando

microrganismos como as Pseudomonas fluorescens, Clonostachys rósea,

Bacilluss subtilis, Trichoderma spp.(PORTALHIDROPONIA, 2011)

Não existem relatos oficiais a respeito de infecções em seres humanos

causadas a partir de P. aphanidermatum. (JCM, 2011)

Não existem relatos oficiais a respeito de infecções causadas a

partir de Pythium aphanidermatum em seres humanos. (JCM, 2011)

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos

do fungo Pythium aphanidermatum

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Page 8: Descrições Micológicas

2. MATERIAIS E MÉTODOS.

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Microbiologia do Instituto

Federal Goiano Campus Urutaí, sob a supervisão do professor Dr. Milton Luiz

da Paz Lima.

Os propágulos fungicos foram extraídos de uma amostra de pepino

contaminada que foi enviada ao laboratório, com o uso do microscópio

estereoscópico, observou-se a região lesionada, depois de observada, a

amostra foi levada a bancada.

Com o auxílio de uma pinça, uma lâmina foi flambada no bico de

Bunsen e colocada sobre a bancada, e no seu centro foi gotejada uma gota de

corante azul de algodão lactophenol. Com uma agulha esterilizada em bico de

Bunsen, extraíram-se os propágulos por meio de raspagem, em seguida os

propágulos foram depositados na gota de corante presente no centro da

lâmina.

Logo em seguida uma lamínula foi sobreposta a região da lâmina

aonde se encontrava os propágulos, o excesso de corante removido com papel

higiênico, e a lamínula vedada a lâmina com o uso de esmalte.

Após preparada, a lâmina semi-permanente foi levada ao microscópio

óptico, onde se utilizou da objetiva menor de 4x para a localização das

estruturas fungicas presentes na lâmina. Depois de localizadas, foram

observadas com objetivas maiores, de 10x e posteriormente de 20x e também

de 40x.

Utilizando uma objetiva métrica, foram também medidas as estruturas

fungicas, e estabelecida uma média para o tamanho das mesmas.

Fazendo uso de uma câmera digital modelo Canon PowerShot a580,

as estruturas foram microfotografadas e comparadas a literaturas e imagens,

com base nas comparações, identificou-se o fungo pertencente ao gênero

Pythium aphanidermatum.

As microfotografias foram editadas com o software Paint, e com o auxílio do

também software PowerPoint, foi confeccionada uma prancha para facilitar a

visualização da descrição micológica.

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Page 9: Descrições Micológicas

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO.

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A B C

D

E

G

HBarbosa, A. M & Paz Lima, M.L

I

F

C1

c2

d1 d2

i1

i2

Page 10: Descrições Micológicas

Figura 1. Aspectos morfológicos de Pythium aphanidermatun em folhas de pepino A – Esporângio maduro (bar= 16,8 µm), B- Esporângio jovem (bar= 17,5 µm), C. Esporângios (c2) em diferenciação para formação de zoósporo (c1)(bar= 11,25 µm), D. Oogônio (d1)(bar= 19,28 µm) esporângio (d2), E. Hifas e esporângios (bar= 15 µm), F. Esporângios imaturos, maduros e diferenciados (bar= 3,71 µm), G – Esporângios em processo de liberação de zoósporos (bar= 5,45 µm), H. Esporângios (bar= 15,6 µm), I. Oogônios (i1) e anterídios (i2) (bar= 12,6 µm).

Descrição Micológica:

Esporângios(FIG.A, FIG.B, FIG.C, c2) lobulados, simples ou

ramificadas. Oogônio(FIG.D.d1) terminal, principalmente, tendo um único

anterídio por oogônio. Oósporos apleuríticos. Anterídios cilíndricos ou em forma

de barril, muitas vezes intercalados e terminais.

Dimensões: esporângios (FIG.C) 107-200 x 7-13,4 μ m; Vesículas 30-

50 μ m de diâmetro. Oogônio 25-32,5µm de diâmetro, oósporos 17,5-25 µm de

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Page 11: Descrições Micológicas

diâmetro, oósporo parede 0,5-2,8 μ m de espessura. Anterídio(FIG.I. i2) 10-

22,5 x 10-12,5 μm.

Micélios brancos, bem desenvolvidos, mas não tão abundantes e

robustos como Pythium butleri. Hifas(FIG.E) até 7,5 μ m de diâmetro.

Zoosporângio produzido apenas na cultura líquida, geralmente menor e menos

e ramificados que aqueles Pythium butleri. Zoósporos(FIG.G)(FIG.H) Encistado

diâmetro 9 μm. Oogônios(FIG.I.i1) normalmente abundantes na cultura e no

hospedeiro terminal, sobre as hifas(FIG.E) laterais, 19-29μm, parede lisa.

Anterídio terminais ou intercalados, em forma de barril e amplamente clavados,

9-11 x 10-14μm, mais geralmente produzido ao lado do oogônio. Oósporo

muito solto no oogônio, parede 2μm grosso, liso

Quadro comparativo

Estruturas Barbosa, A.M. (2011) FITZP, E.

Esporângios 95-210x11-14,6 µm 107-200x7-13,4 µm

Oogônio 20-28 µm diâmetro 25-35,5 µm diâmetro

Oósporo 14,75-27 µm diâmetro 17,5-25 µm diâmetro

Anterídio 7-20,5x8,5-12 µm 10-22,5x10-12,5

LITERATURA CITADA.

BUZINA, W.; BRAUN, H., SCHIMPL, K., & Heinz STAMMBERGER, H. Bipolaris

spicifera Causes Fungus Balls of the Sinuses and Triggers Polypoid Chronic

Rhinosinusitis in an Immunocompetent Patient. 2003

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Page 12: Descrições Micológicas

CALLS, Pythium aphanidermatum. Disponível em <

http://www.cals.ncsu.edu/course/pp728/Pythium/Pythium_aphanidermatum.html

>. Acessado em outubro de 2011.

CANEGALLO, A. Enfermedades en céspedes. Tropical plant pathology volume

34 (suplemento) i a liii - s1 a s370 - agosto 2009

CORREA, E. B.; BETIOL, W.; SUTON, J.C. Controle biológico da podridão

radicular (Pythium aphanidermatum) e promoção de crescimento por

Pseudomonas chlororaphis 63-28 e Bacillus subtilis GB03 em alface

hidropônica. Summa phytopathol. vol.36 no.4 Botucatu Oct./Dec. 2010

FARR E ROSSMAN, Banco de dados para consulta de taxons fungicos.

Disponível em < http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/>. Acessado em

dezembro de 2011.

ITFNET, Diseases of Papaya. Disponível em

< http://www.itfnet.org/contents/fruit/fruitInfo/html/trdLevel848.html >. Acessado

em outubro de 2011.

JCM, Pythium aphanidermatum Infection following Combat Trauma. Disponível

em < http://jcm.asm.org/cgi/content/abstract/49/10/3710 >. Acesso em outubro

de 2011.

KAVITHA, P.G & G. THOMAS, G. Evaluation of Zingiberaceae for resistance to

ginger soft rot caused by Pythium aphanidermatum (Edson) Fitzp. Issue

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LUCON, C. M. M.; AKAMATSU, M. A.; HARAKAVA, R. Promoção de

crescimento e controle de tombamento de plântulas de pepino por

rizobactérias. Pesq. agropec. bras. v.43 n.6 Brasília jun. 2008

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Page 13: Descrições Micológicas

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em outubro de 2011.

PORTALHIDROPONIA, Pythium aphanidermatum em Sistema Hidroponico.

Disponível em

<http://www.portalhidroponia.com.br/index.php?

option=com_content&task=view&id=175&Itemid=30 >.Acessado em outubro de

2011.

SUTTON, J. C.; SOPHER, C. R.; OWEN-GOING, T. N.; LIU, W.; GRODZINSKI,

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BERGAMIN F., A. KIMATI, H. AMORIM, L. et al. Manual de Fitopatologia.3

ed.São Paulo -SP:Agronômica Ceres LTda. 2005.

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Page 14: Descrições Micológicas

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Page 15: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos do fungo Aphanomyces euteiches Drechsler

Caio Abdalla Kehdy

Alguns fungos oomicetos podem ser considerados os patógenos mais

destrutivos da natureza e de plantas domesticadas. Um acontecimento de

grande importância associado à um fungo oomiceto foi a fome da batata, em

1845, na Irlanda, onde a presença do agente etiológico, causador da requeima

da batata, desencadeou uma epidemia da doença, levando à grandes perdas

nas lavouras e a morte de mais de dois milhões de irlandeses (AGRIOS, 1988).

Os oomicetos se assemelham a fungos verdadeiros (pertencentes ao

Reino Fungi) em morfologia (crescimento micelial) e no estilo de sobrevivência

de muitas espécies patogênicas. No entanto, há muito tempo se sabe que eles

diferem dos fungos verdadeiros em muitos aspectos fisiológicos, por exemplo,

sua parede celular é composta principalmente de celulose em vez de quitina

(BALDAUF et al., 2000).

O gênero Aphanomyces pertence a uma ordem de oomicetos

(Saprolegniales) que é filogeneticamente separados de outras ordens, como a

Peronosporales e Pythiales, onde outros patógenos de plantas importantes são

encontrados (PETERSEN e ROSENDAHL, 2000).

O fungo Aphanomyces euteiches Drechsler é um teleomorfo pertence à

classe Oomycota, ordem Saprolegniales, gênero Aphanomyces, espécie A.

euteiches (INDEX FUNGORUM, 2011).

De acordo com o Index Fungorum (2011), não há descrição e/ou

identificação da fase anamórfica e nenhuma sinonímia para fungo em questão

(INDEX FUNGORUM, 2011).

A espécie A. euteiches foi relatada infectando hospedeiros como Avena

byzantina, Avena sativa, Festuca elatior, Festuca rubra, Setaria viridis, Stipa

viridula, Phaseolus vulgaris, Capsicum frutescens, Linum usitatissimum,

Lycopersicon esculentum, Monochoria korsakowii, Spinacia oleracea, Viola sp,

Equisetum palustre, Lathyrus palustris, Rorippa amphibia e Beta vulgaris, em

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Page 16: Descrições Micológicas

países como EUA, Nova Zelândia, Austrália, Taiwan, Coréia, Japão, África do

Sul, Colômbia, Rússia, Reino Unido e Brasil (FARR E ROSSMAN, 2011).

A. euteiches é o patógeno responsável por causar em plantas, uma

doença chamada podridão radicular. Espécies deste patógeno podem infectar

uma grande variedade de legumes (MALVICK e PERCICH, 1998).

Os sintomas geralmente são semelhantes entre os vegetais infectados,

no entanto o ciclo da doença pode diferir entre plantas anuais e perenes. A

podridão de Aphanomyces raramente resulta em podridão de sementes e/ou

tombamento pré-emergente (PERSSON e OLSSON, 2000).

A podridão radicular causada por A. euteiches é um exemplo de uma

doença monocíclica, causando danos apenas em um ciclo de infecção por

temporada, ao contrário de doenças policíclicas, que podem infectar novos

hospedeiros e produzir ciclos múltiplos de doença dentro de uma única

temporada. A. euteiches geralmente não é um saprófita na natureza e podem

ser cultivados em meio de cultura em laboratório (WAKELIN et al., 2006).

O patógeno pode potencialmente infectar hospedeiros a qualquer

momento na estação de crescimento, mas a infecção normalmente começa

durante a emergência das plântulas. A principal fonte de inóculo são os

oósporos, que podem ser encontrados tanto no solo ou em restos de plantas

hospedeiras infectadas (WAKELIN et al., 2006).

Os sintomas na planta aparecem dentro de 10 dias após a infecção do

patógeno, e oósporos podem ser formados entre 7 e 14 dias. Os oósporos se

tornam dormentes depois de ser formado, e pode sobreviver por mais de 10

anos (LEVENFORS et al., 2003).

De acordo com a Embrapa Banco de Dados Brasileiro de Micologia

(2011), já houve relatos de A. euteiches no Brasil em lentilha. E segundo a

Secretaria de Defesa Agropecuária, Ministério da Agricultura, Pecuária e

Abastecimento (2011), atualmente, o Brasil encontra-se livre da doença

causada pelo patógeno durante o ciclo da cultura da lentilha, podendo ser

exportador de sementes e grãos.

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Page 17: Descrições Micológicas

A. euteiches desenvolve-se em condições de clima quente e solo úmido,

mas podem sobreviver a uma gama de temperaturas moderadas. A infecção é

mais comum quando as plantas hospedeiras estão em fase de mudas, e

quando as temperaturas ficam entre 22-28ºC. A infecção torna-se mais fácil na

presença de água, que favorece a movimentação do oósporos (LEVENFORS

et al., 2003).

O objetivo deste trabalho foi apresentar aspectos gerais e morfológicos do

fungo Aphanomyces euteiches.

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Microbiologia do Instituto

Federal Goiano Campus Urutaí, onde foi analisado em microscópio óptico,

uma lâmina semi- permanente, pertencente à coleção micológica do

Laboratório de Microbiologia. Nesta lâmina semi-permanente estavam

presentes as estruturas do fungo, colocadas em corante azul de algodão, sob

lamínula e vedadas com esmalte.

As lâminas foram visualizadas em microscópio óptico 10x e 40x para

identificação das estruturas do fungo presentes na lâmina. Foram feitas as

medições das estruturas do patógeno em microscópio óptico e tiradas fotos

com câmera digital Canon® modelo Power Shot A580, dos frutos de pêssego

com os sintomas e sinais do patógeno em microscópio estereoscópio e das

estruturas do fungo presentes nas lâminas visualizadas no microscópio óptico

em ocular 40x. A prancha de fotos foi confeccionada utilizando o programa

Microsoft Office Power Point e programa de edição de imagens PhotoScape.

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Page 18: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

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Page 19: Descrições Micológicas

Descrição micológica

A. euteiches é um oomiceto hialino (Fig. 1CD), apresentando oósporos

de 20-35 μm de diâmetro, com paredes espessas (Fig.1A) (Tab.1)

(NECHWATAL, WIELGOSS e MENDGEN, 2007).

A germinação do oósporo pode ser de forma direta ou indireta. De

qualquer maneira, infecção começa na célula da extremidade da raiz da planta

hospedeira. Na germinação direta, o oosporo produz hifas que penetram

diretamente nas células da planta hospedeira (Fig. 1B). Na germinação

indireta, o oosporo produz esporângios que liberam zoósporos. Os zoósporos

então encistam sobre as células da planta hospedeira, e germinar. Após a

germinação direta ou indireta, as hifas A. euteiches colonizam o tecido

hospedeiro através de crescimento inter e intra-celular. Para a reprodução

sexual, as hifas desenvolvem gametângios masculino e feminino chamado,

respectivamente, anterídio e oogônio (BERGAMIN FILHO et al., 1995).

Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de Monilia fructicola do isolado em estudo com os descritos por Assis et al.. (2011).

Descrição morfológica e morfométrica

Isolado em estudo Assis et al. (2011)

Coloração Hialino Hialino

Paredes Espessas nd

Diâmetro dos oósporos 20-35 μm 28 (22-32) μm

19

Page 20: Descrições Micológicas

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22

Page 23: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Beltrania sp.

Carlos Alessandro de FreitasAcadêmico do Curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

De acordo com KIRK et al. (2001) Beltrania sp. foi registrada em 1882

por Penz, e é a forma anamórfica de um ciclo desconhecido da divisão

Ascomycota. Sendo, um fungo pertencente ao Reino Fungi, Insertae sedis

(grupo incerto), Fungos Mitospóricos, subgrupo Hyphomycetes, e não

apresenta sinonímia (INDEX FUNGORUM, 2011).

Estima-se que, em termos mundiais, os Fungos Mitospóricos sejam

constituídos por 2.600 gêneros e 15.000 espécies (GRANDI, 2011). Dentre

esses gêneros está Beltrania, que, segundo INDEX FUGORUM (2011),

atualmente apresenta, 15 espécies válidas descritas, como: Beltrania africana

S. Hughes (1951), B. circinata Bhat & W.B. Kendr (1993), B. concurvispora

Matsush (1975), B. eremochloae M. Zhang & T.Y. Zhang (2003), B. indica

Subram (1952), B. magnoliae M. Morelet & Vivant (2001), B. malaiensis Wakef

(1931), B. mangiferae Munjal & J.N. Kapoor (1963), B. muelleri V.G. Rao &

Varghese (1978), B. multispora H.J. Swart (1958), B. mundkurii Piroz. & S.D.

Patil (1970), B. onirica Lunghini (1981), B. querna Harkn (1884), B. rhombica

Penz (1882) e B. santapaui Piroz. & S.D. Patil (1970). Além dessas espécies,

há uma variedade: B. rhombica var. rhombica Penz (1882).

De acordo com FARR e ROSSMAN (2011) existem 165 registros de

ocorrência no mundo em 90 espécies de plantas hospedeiras de Beltrania, que

são: Alchornea triplinervia Müller (Pau-óleo), Ananas comosus L. (abacaxi),

Apeiba sp. (pau-jangada amazônico), Archontophoenix alexandrae (F. Muell.)

H. Wendl. & Drude (palmeira real), Artocarpus communis Forst (fruta do pão),

A. heterophyllus Lam. (jaca), Averrhoa carambola L. (carambola), Bonnetia sp.,

Caesalpinia pulcherrima L. (flamboianzinho), Camellia sinensis L. (chá-verde),

Canavalia sp.; Castanopsis cuspidata Thumb., Castanopsis cuspidata var.

sieboldii Makino, C. fissa Champ., Chrysalidocarpus lutescens H. Wendl.

(palmeira-areca), Chrysophyllum cainito L. (caimito ou abio-do-pará), Cicer

arietinum L. (grão-de-bico), Cinnamomum burmannii Blume., C. osmophloeum

23

Page 24: Descrições Micológicas

Kaneh., C. zeylanicum Blume (canela), Citrus limonum Risso (limão), Clusia

rosea Jacq. (clúsia miniatura), Cocos nucifera L. (coco), Cornus controversa

Hemsl. (variegata), Cunninghamia lanceolata (Lamb.) Hook. (pinheiro chinês),

Delonix regia (Bojer ex Hook.) Raf. (flamboyant), Dichopsis gutta (Hook.) Benth.

(isonandra), Diospyros discolor Willd. (caqui), Eichhornia crassipes (Mart.)

Solms (aguapé), Eperua falcata Aubl. (espadeira), Eremochloa ciliaris (L,)

Merr., Esenbeckia macrocarpa Hub. (angelim do cerrado), Eucalyptus

camaldulensis Dehnh. (eucalipto), E. grandis W. Hill (eucalipto), E. robusta Sm.

(eucalipto), Eucalyptus sp. (eucalipto), E. tereticornis Sm. (eucalipto), Eugenia

aromatica O. Berg (cravo-da-índia), Eugenia sp. (pitanga), Euphoria longana

Lamk (longan), Exostema sp. (pers.) Rich., Ficus cuspidatum-caudata Hayata

(ficos), F. pleurocarpa F. Muell. (ficos), Ficus sp. (ficos), Garcinia spicata Hook.

(fukuyi), Gossypium herbaceum L. (algodão), Gyranthera caribensis Pittier

(imbiriçu-vermelho), Juncus roemerianus Scheele (junco), Laurus nobilis L.

(louro), Liquidambar macrophylla Oerst, L. styraciflua L. (liquidambar), Livistona

chinensis (Jacq.) R. B. (palmeira-de-leque), Magnolia denudata Desr.

(magnólia), Mangifera indica L. (manga), Miconia cabussu Hoehne (cabussú,

fruta de mico), Musa paradisiaca L. (banana-da-terra), Myrica nagi Thumb.,

Ochrocarpos longifolius Benth. & Hook, Ocotea leucoxylon (Sw.) Menz.(itaúba),

O. nemodaphne Menz., Palaquium gutta (Hook.) Burk (gutta-percha), Pasania

edulis Makino, Persea caerulea (Ruiz &Pav.) Mez (canela rosa), Phoenix

hanceana Naudin (palmeira fênix), Pimenta dioica (L.) Merr. (pimenta-da-

jamaica), Pinus caribaea Morelet (pinus), P. elliottii Engelm. (pinus), P. khasya

Royle ex Hook. F., P. merkusii Jungh. & de Vriese (pinus), Podocarpus sp.

(pinheiro), Poeciloneuron indicum Bedd., Psidium guajava L. (goiaba), Quercus

agrifolia Née (carvalho), Q. coccifera L. (carvalho), Q. germana Schltdl. &

Cham. (carvalho), Q. ilex (azinheira), Q. myrsinaefolia Blume., Q. sartorii

Liebm., Quercus sp. (carvalho), Q. virginiana Mill., Q. xalapensis Bonpl.,

Roystonea regia (Kunth) O. F. Cook (palmeira-real), Sassafras albidum (Nutt.)

Nees. (sassafrás), Sterculia apetala (Jacq.) H. Karst. (mandovi), Swietenia

macrophylla King (mogno), Syzygium cumini (L.) Skeels (jambo), Terminalia sp.

(sete-copas-africana), Theobroma cacao L. (cacau) e Thuja orientalis L. (tuia).

Em café (Coffea arabica L.) Beltrania sp. foi registrado por URTIAGA (2004) na

Venezuela. Além dessas, ainda existem mais sete registros de Beltrania sp. em

24

Page 25: Descrições Micológicas

seis espécies hospedeiras e substratos apresentados por: Heredia-Abarca (1994) em Belize e no Peru, Heredia-Abarca e Mercado Sierra (1998) no

México e Castaneda-Ruiz et al. (2003) na Venezuela em folhas mortas e

deterioradas de vegetais terrestres; Heredia-Abarca e outros (1997) no

México em serapilheira; Pirozynski (1963) em Moçambique em soja; Heredia-Abarca (1997) no Congo e na Costa do Marfim e por e Zhuang (2001) em

Hong Kong em espécie desconhecida. Vale ressaltar que das espécies que

hospedam Beltrania sp. o maior número de registros incide sobre os gêneros:

Cinnamomum sp., Eucalyptus sp., Ficus sp., Pinus sp. e Quercus sp.. E ainda

que, as espécies Beltrania rhombica, B. querna e B. africana são as mais

citadas nesses registros (FARR e ROSSMAN, 2011).

Beltrania sp. é muito difundido e comumente encontrado em folhas

mortas e restos de plantas em áreas subtropicais para tropical (AEROTECHPK,

2011). De modo geral, Beltrania sp. já foi descrito nos seguintes países:

Austrália, Belize, Brasil, China, Congo, Costa do Marfim, Cuba, Estados

Unidos, Inglaterra, Guiana Francesa, Geórgia, Gana, Grécia, Havaí, Hong

Kong, Índia, Indonésia, Itália, Japão, Península da Malásia, Malásia, México,

Moçambique, Nova Caledônia, Serra Leoa, Ilhas Salomão, Taiwan, Tailândia,

Reino Unido, Rússia e Venezuela. No Brasil foram descritos os fungos: B.

malaiensis, B. querna e B. rhombica (FARR e ROSSMAN, 2011).

No Brasil, segundo MENDES e URBEN (2011), Beltrania sp. já foi

encontrado em folhas em decomposição de: Alchornea triplinervia Müll.

(tanheiro, capuva, copuva ou tapiá); Caesalpinia peltophoroides Benth. (sibipira

ou coração-de-negro); Miconia cabussu Hoehne. (Pixiricuçú, cabuçí, pixirica,

pixiricão, quina-brava, cabussú ou fruta de mico); e, Tibouchina pulchra Cogn.

(Jacatirão ou Manacá-da-Serra). No estado do Ceará foi encontrado em

Anacardium occidentale L. (cajueiro); e, em Manilkara achras Mill. Fosberg.

(zapoti). Também foi observado em Esenbeckia sp. (guarantã). No Estado do

Pará foi encontrado em Apeiba sp. Aubl. (pau-jangada amazônico).

Em estudos realizados por BARBOSA et al. (2009) em fragmento de

Mata Atlântica, No Estado da Bahia, Brasil, o fungos Beltrania sp. foi um dos

mais frequentes, em relação aos demais encontrados, em folhelo de Clusia

melchiorii Gleason (Clúsia), e C. nemorosa G. Mey. (Orelha de Burro ou

pororoca). Também foi registrado por SILVA et al. (2008), quando identificava

25

Page 26: Descrições Micológicas

fungos associados ao germoplasma, presente em mudas de café (Coffea

arabica) procedentes da Guiana Francesa. Em estudos realizados por

NECHET et al., (2009), houve a ocorrência da associação de Beltrania sp. a

açaizeiro, no período seco e chuvoso, nas áreas de viveiro, nativas e

reflorestadas provenientes da Base Urucu em Coari-AM após exploração

petrolífera.

Embora Beltrania sp. esteja associado a vegetais em decomposição, em

pesquisa realizada por DIAS et al. (2004) juntamente com a Empresa

Brasileira de Pesquisas Agropecuária (EMBRAPA) no Centro de Pesquisa

Agroflorestal do Amapá, foi detectada, ao estudar o comportamento de

pupunheiras sem espinhos (Bactris gasipaes Kunth. var. gasipaes Henderson)

para a extração de palmito, no Município de Porto Grande – AM, a presença de

manchas foliares nas plantas, que progrediram produzindo um aspecto de

queima. Não foram identificados frutos infectados. A identificação do agente

causal foi baseada na classificação de Barnett & Hunter, concluindo que se

tratava do fungo Beltrania sp..

Em KIMATI et al. (2005) e FERREIRA (1989) Beltrania sp. não foi

encontrado causando doenças em plantas cultivadas. Segundo VIDOTTO

(2004) o gênero não foi relatado causando doenças em humanos. E, de acordo

com SAMSON et al. (2010) não está associado a alimentos e interiores.

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos de

Beltrania sp..

MATERIAIS E MÉTODOS

26

Page 27: Descrições Micológicas

Os propágulos do fungo foram retirados de folhas de café (Coffea

arabica L.). As mesmas foram levadas ao Laboratório de Micologia da Embrapa

Cenargem, Brasília - DF, em uma caixa do tipo Gerbox, onde foram

visualizadas em microscópio estereoscópico.

Em seguida, ocorreu o início do processo para a confecção da lâmina

microscópica através do método de pescagem direta. Após serem coletados,

com auxílio de uma pinça (flambada no bico de Bunsen), os propágulos do

fungo foram colocados na lâmina contendo uma gota do fixador azul de

metileno (acido lático, acido acético, glicerina, água destilada, etanol), de

acordo com protocolo utilizado na rotina de produção.

Os propágulos foram bem dispersos a fim de melhorar as estruturas

fúngicas no momento da visualização, colocou-se a lamínula, retirou-se o

excesso de corante com papel higiênico e fez a vedação da lâmina com

esmalte, para não ocorrer à remoção do liquido. Em posse da lâmina, levou-a

ao microscópio óptico.

A visualização e descrição do fungo foram realizadas no Laboratório de

Microbiologia do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Goiano –

campus Urutaí.

As estruturas observadas foram comparadas com as descritas em

literatura para identificar o fungo. Conclui-se que se tratava de Beltrania sp..

Para fazer a descrição morfométrica utilizou-se a ocular micrométrica

(WF10X/18), com as estruturas sendo visualizadas na objetiva de 40x. A

medida encontrada foi multiplicada pelo fator de correção da objetiva (2,5)

correspondente ao microscópio óptico utilizado. Foram medidas 50 unidades

de conídios e de apêndices de conídios e 10 conidióforos.

Para esse trabalho foram realizadas microfotografias das estruturas

fúngicas no microscópio óptico utilizando câmera digital: Canon® modelo Power

Shot A580. Para edição e confecção da prancha de fotos foram utilizados os

seguintes softwares: Microsoft Office Picture Manager e Microsoft Office Power

Point 2007, respectivamente.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

27

Page 28: Descrições Micológicas

Figura 1. Aspectos morfológicos de Beltrania sp. A-B. Hifa, conidióforos e

conídio (barA = 42 µm e barB = 11,4 µm), C. Conidióforo (cf) e conjunto de

conídios (cn) (bar = 30 µm), D. Conidióforo longo (cf) célula conidiogênica (cc)

e conídios (cn) apendiculados (bar = 14,1 µm), E. Conidióforo (cf) longo e

célula conidiogênica (cc) poliblástica (bar = 25 µm), F. Conidióforo (cf) curto,

célula conidiogênica (cc) discreta e conídio (cn) (bar = 8,6 µm), G. Conídio

28

Page 29: Descrições Micológicas

amerosseptado com apêndice (ap) e célula de separação (cs) hialina (bar = 5,6

µm).

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA

Existem, algumas características descritivas de Beltrania sp. que não

puderam ser observadas. Beltrania sp. se mostra em colônias espalhadas,

marrom ao preto. Possuem micélio todo imerso ou parcialmente superficial.

Geralmente traz estroma, muitas vezes confinado a epiderme. Apresenta

cerdas simples, escuras, lisas ou verrucosas, de paredes espessas,

decorrentes de planos, radialmente lobados. Hifopódio ausente (ELLIS, 1971).

Além dessas características Beltrania sp. se apresenta com conidióforo

(Fig. 1 A-F) macronematoso, mononematoso, reto ou ligeiramente flexuoso,

não ramificado, septado, castanho-claro, com as seguinte medida: >27 x 4-(5)-

9; célula conidiogênica (Fig. 1 D-F) poliblástica, terminal, integrada, simpodial,

lisa, subhialina; conídio (Fig. 1 A, B, C, D, F e G) solitário, amerosseptado,

bicônico, apendiculado, base em forma de “V”, liso, subhilino, com dimensões

de 17-(24)-30 x 7-(10)-15 µm e com uma célula de separação (Fig. 1G)

transversal, hialina; apêndice (Fig. 1 D e G) no ápice do conídio, pontiagudo,

hialino, apresentando 5-(9)-17 μm de comprimento.

Figura 2. Comparação de elementos morfométricos de Beltrania sp. com

os elementos de B. rhombica e B. africana descritos por Ellis (1971).

Estrutura Beltrania sp. (µm)

Beltrania rhombica *

(µm)

Beltrania africana *(µm)

Conidióforo >27 x 4-(5)-9 >130 x 4-8 20-80 x 5-7

Conídio 17-(24)-30 x 7-(10)-15 15-30 x 7-14 35-45 x 17-20

Apêndice 5-(9)-17 3-20 Não apresenta

* Realizadas por Ellis (1971).

Levando em consideração a descrição morfométrica de Beltrania sp. e

outras presentes em literatura (Fig. 2) além de comparações com visualização

em CARMICHAEL (1980), nota-se que a espécie desta descrição se trata de

Beltrania rhombica.

29

Page 30: Descrições Micológicas

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Page 33: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Bipolaris cynodontis

Danilo dos Santos OliveiraAcadêmico do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

O fungo Bipolaris cynodontis descrito por R. R. Nelson (1964), apresenta

a taxonomia da forma teleomorfa o Reino Fungi , divisão Ascomycota, subfilo

Pezizomycotina, subdivisão Dothideomycetes, classe dos Ascomicetos,

subclasse Pleosporomycetidae, ordem Pleosporales, família Pleosporaceae, e

gênero Bipolaris. O gênero Bipolaris sp. apresenta 115 espécies válidas em

literaturas, não apresenta formae especiales nem variedades segundo Index

Fungorum (2011). A anamorfa ou seja Bipolaris cynodontis pertence ao Reino

Fungi, Grupo dos Fungos Mitosporicos, subgrupo Hifomicetos. (KIRK et al.,

2001)

Segundo Index Fungorum (2011), Bipolaris cynodontis apresenta as

seguintes sinonímias: Helminthosporium cynodontis, Drechslera cynodontis. A

forma teleomorfa do gênero B. cynodontis é o Cochliobolus cynodontis.

Segundo Farr & Rossman (2011) o fungo Bipolaris cynodontis é

hospedeiro das seguintes hospedeiras: Arthraxon hispidus (Roane e Roane,

1996), Axonopus affinis (Sivanesan, 1987), Brachiaria brizantha (braquiaria)

(Macedo e Barreto, 2007), Brachiaria platyphylla (Pratt, 2006), Cynodon

dactylon (Mendes et al., 1998), Dactyloctenium aegyptium (Sivanesan, 1987),

Eleusine indica (Roane, 2009), Elymus riparius (Roane, 2004), Eragrostis

pectinacea (Roane, 2009), Hordeum sp. (Sivanesan, 1987), Hordeum vulgare

(aveia) (Sivanesan, 1987), Leptochloa fascicularis (Roane e Roane, 1997),

Microstegium vimineum (Roane, 2004), Miscanthus sinensis (Roane, 2004),

Miscanthus sinensis var. purpurescens (Roane, 2009), Muhlenbergia mexicana

(Roane, 2004), Muhlenbergia schreberi (Roane e Roane, 1997), Muhlenbergia

sylvatica (Roane, 2009), Muhlenbergia tenuiflora (Roane, 2009), Oryza sativa

(arroz) (Sivanesan, 1987), Panicum maximum (braquiarão) (Lenne, 1990),

Pennisetum clandestinum (Lenne, 1990), Pennisetum purpureum (milheto)

(Sivanesan, 1987), Senecio mesogrammoides (Caretta et al., 1999), Setaria

geniculata (Lenne, 1990), Setaria glauca (Pratt, 2006), Setaria pumila (Caretta

33

Page 34: Descrições Micológicas

et al., 1999), Sorghum halepense (sorgo) (Pratt, 2006), Triticum sp. (trigo)

(Sivanesan, 1987) e Zea mays (milho) (Sivanesan, 1987). Os registros de

ocorrência procederam na Austrália, Brasil, Guinea, Quênia, Malásia,

Nicarágua, Paquistão, Zâmbia, Zimbabwe, Índia, Turquia, Nova Zelândia,

Yugoslávia, Trinidad e Tobago, Brunei Darussalam e Estados Unidos da

América.

A ocorrência de fungos em sementes e plantas medicinais,

condimentares e aromáticas no Brasil é grande, porém, podem-se destacar

Alternaria, Aspergillus, Bipolares, Cladosporium, Curvularia, Epicoccum,

Fusarium, Mucor, Penicillium, Pestalotiopsis, Phoma, Rhizopus e

Tricoderma,como os de maior freqüência. As espécies dos gêneros Aspergillus,

Epicoccum, Mucor, Penicillium, Rhizopus e Tricoderma são considerados

contaminantes em sementes. Os gêneros Alternaria, Bipolaris, Fusarium e

Phoma possuem espécies que podem causar importantes doenças em plantas

conforme o hospedeiro envolvido (KRUPPA & RUSSOMANO, 2009).

A Produção de mirtilo (Vaccinium corymbosum) na Argentina tem

crescido notavelmente nos últimos oito anos, devido à alta demanda mundial

no mercado de entressafra fresco. Uma vez que é uma nova safra no país, as

doenças estão apenas começando a tornar-se problemáticas para os

agricultores. Levantamentos têm sido realizados desde 2000 para detectar

associações de novos patógenos e avaliar sua distribuição, incidência e

severidade em diferentes variedades de mirtilo e localidades.

Plantas de mirtilo cv. com queima do broto e ramo, foram observados no

inverno de 2006 em La Plata, província de Buenos Aires, após a analise

observou-se a presença do fungo B. cynodontis sendo este o primeiro relato do

mesmo sobre mirtilo na Argentina (SISTERNA et al., 2008).

Na região do Submédio São Francisco BA foi encontrada a espécie

Biporalis cynodontis infectando Heliconia spp. As características observadas

permitiram identificar o gênero como agente etiológico de manchas necróticas

em helicônias. . Este é o primeiro relato da mancha de Bipolaris em Heliconia

spp. Ainda não havia sido relatado na região do Submédio São Francisco

causando doença em espécies de helicônia. Outros relatos de Bipolaris

34

Page 35: Descrições Micológicas

cynodontis, associado a helicônias foi descrito em Pernambuco e no Distrito

Federal (SANTANA et al. 2009).

Uma amostra aleatória de lotes de sementes de seis regiões produtoras

de arroz no Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil, ano de colheita 2004, foi

examinada em teste blotter de sanidade de sementes. Fungos semelhantes a

espécies de Bipolaris e Drechslera foram isolados para identificação das

espécies. A observação de estruturas da fase permitindo a identificação de três

espécies (anamorfo/teleomorfo): Bipolaris cynodontis (Cochliobolus

cynodontis); B. curvispora (C. melinidis) e B. oryzae (C. miyabeanus). Todas as

espécies estavam distribuídas nas seis regiões produtoras no Rio Grande do

Sul. Este é o primeiro relato de B. cynodontis associada a sementes de arroz

no Brasil (FARIAS et al., 2011).

Isolados fúngicos com características de fungos causadores de

helmintosporiose foram encontrados associados à sementes de aveia preta

produzidas no Estado do Rio Grande do Sul. Observações de características

morfológicas permitiram a identificação das seguintes espécies: Bipolaris

sacchari, B. cynodontis, B. sorokiniana, Drechslera avenaceae, D. dematioidea

e D. gramineae. Sementes inoculadas artificialmente apresentaram redução

drástica de germinação no teste padrão em rolo de papel. Todas as espécies

demonstraram ser patogênicas à plântulas de aveia-preta, quando inoculados

com suspensão de conídios, causando sintomas típicos de helmintosporiose e

resultando em 20 a 50% de plântulas mortas (FARIAS et al., 2005).

De acordo com Vidotto (2004), não são encontrados doenças em

humanos causadas pelo fungo B. cynodontis.

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do

fungo Bipolaris cynodontis.

35

Page 36: Descrições Micológicas

MATERIAIS E METODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Micologia da Embrapa

Cenargem, localizada na Asa Norte, Brasilia-DF em 2006. Os propágulos de

semente de sorgo assim que chegaram foram plaqueados e deixados em

condição de câmara úmida, e após este processo foram analisadas em

microscópio estereoscópico para localizar suas estruturas fúngicas.

Essas estruturas foram pescadas com auxílio de um estilete ou uma

pinça ponta fina e transferidos para uma gota de fixador a base de lacto fenol

(composto por ácido lático, ácido acético, glicerina e água) em uma lâmina na

qual foi depositada uma lamínula. Logo depois foi levada ao microscópio óptico

onde foram localizadas as estruturas, as quais foram comparadas com

literatura constatando o gênero Bipolaris cynodontis, logo após a lâmina foi

vedada com esmalte e etiquetada.

No microscópio óptico a primeira objetiva a ser usada deve ser a menor

(4x) para que se possam focalizar os propágulos depositados na lâmina, após

a observação destes aumentou-se a objetiva para 10x e logo em seguida para

a objetiva de 40x onde se observou com mais detalhes as estruturas fúngicas.

Foram medidos os conidióforos, células conidiogênicas e conídios, utilizando a

lente micrométrica (WF10 X 118).

Para esse trabalho foram realizadas microfotografias das estruturas

fúngicas no microscópio ótico utilizando câmera digital Canon modelo Power

Shot A580. Para confecção da prancha de fotos que foram editadas com o

Windows Live Galeria de Fotos e a prancha confeccionada no Microsoft Office

PowerPoint 2007.

36

Page 37: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1. Aspectos morfológicos do fungo Bipolaris cynodontis. A. Conídios

presos à célula conidiogênica, (Bar=10µm) B. Conidióforo simples, pálido,

sinuosos e castanho médio, (Bar=6µm) C. Ascósporos muitas vezes rodeado

por uma fina bainha micilaginosa, (Bar=9 µm) D. Hilo bipolar germinação não

protuberantes, (Bar=5,2µm) E. Conídio fusiforme – elipsoidal arredondado em

ampla as extremidades de coloração escura (Bar=7,3µm).

Descrição micológica:

Ascomata preta, globosa a elipsóide, diametro 280-460 µm, com um bico

para subconical astiolar parabolóide. Pseudoparaphyses filiformes, hialinos,

septados, ramificados. Ascos cilíndricos a clavados (fig1-c), curto bitunicado, 1-

8-septos, 140-210 x 16-28 µm. Ascósporos septados, 160-320 x 5-10µm,

muitas vezes rodeado por uma fina bainha micilaginosa.

Conidióforos simples ou em grupos pequenos, sinuosos, pálido ao

castanho médio, simples, suave, septado, cilíndrico de até 170µm (fig1-b),

longa 5-7µm de espessura. Nos conidióforos e na parede superfície abaixo

deles verruculose. Conídios em sua maioria ligeiramente curvada, às vezes

quase cilíndrico, mais amplo geralmente no meio afinando em direção as

extremidades arredondadas, pálidas e meados marrom dourado, lisas, de

paredes finas (fig1-e), 3-9 (normalmente 7-8) distoseptate, 30-75 x 10 - 16µm.

Germinação de conídios é bipolar, mas as células incham final, por vezes, para

formar um mais ou menos globoso, vesícula de parede fina a partir do qual dá

origem os tubos germinativos. (SIVANESAN, 1987).

Figura 2. Comparação de elementos morfométricos de Bipolaris cynodontis.

Estruturas Oliveira (2011) Sivanesan (1987)Conídio 6-(14,4)-45 µm 10-(23)-75 µmConidióforo 31-(37)-68 µm até 170 µmNº de septos 8-14 7-8

37

Page 38: Descrições Micológicas

LITERATURA CITADA

FARIAS, C. R. J. de; AFONSO, A. P. S.; PIEROBOM, C. R.; DEL PONTE, E.M.

Levantamento regional e identificação de Bipolaris spp. associadas às

sementes de arroz no Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Ciência Rural

[online]. 2011, vol.41, n.3, pp. 369-372. Disponível em: <

http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-

84782011000300001&script=sci_abstract> acessado em 5 de novembro de

2011.

FARIAS, C. R. J. de; DEL PONTE, E. M.; LUCCA FILHO, O. A.; PIEROBOM, C.

R. Fungos causadores de helmintosporiose associados às sementes de aveia-

preta (avena strigosa, schreb). Disponível em:

<http://www6.ufrgs.br/agronomia/fitossan/epidemiologia/wp-

content/uploads/2009/09/2004-Farias_fungos_Agrociencia.pdf> acessado em 5

de novembro de 2011.

FARR, D.F., & ROSSMAN, A.Y. Fungal Databases, Systematic Mycology and

Microbiology Laboratory, ARS, USDA. Disponível em:< http://nt.ars-

grin.gov/fungaldatabases/> acessado em 5 de novembro de 2011.

INDEX FUNGORUM.Banco de dados para pesquisa de táxons fúngicos.

Disponível em: < http://www.indexfungorum.org/names/NamesRecord.asp?

RecordID=513895> acessado em 05 de novembro de 2011.

KIRK, P.M , CANNON, P.F , DAVID, J.C e STALPERS, J.A. Dictionary of the

Fungi, 9º Edition, CABI Publishing, 2001.

KRUPPA, P. C.; RUSSOMANO, O. M. R. Fungos em plantas medicinais,

aromáticas e condimentares – solo e semente. 2009. Disponível em:

38

Page 39: Descrições Micológicas

<http://www.infobibos.com/Artigos/2009_1/Fungos/index.htm> acesso em:

5/11/2011

SANTANA, C. V. S.; SANTOS, A. S.; ALMEIDA, A. C.; NASCIMENTO, A. R. P.;

FRANÇA, F. S. Mancha de Bipolaris em Helicônias (Heliconia spp.) no

Submédio São Francisco. Revista Verde (Mossoró – RN – Brasil) v.4, n.2, p.

05, 2009. Disponível em: <

http://www.gvaa.com.br/revista/index.php/RVADS/article/viewFile/182/182>

acessado em 5 de novembro de 2011.

SISTERNA, M. N.; PÉREZ, B. A.; DIVO DE SESAR, M. & WRIGHT, E. R.

Blueberry blight caused by Bipolaris cynodontis in Argentina. Disponível em:

<http://www.ndrs.org.uk/article.php?id=017034> acessado em 05 de novembro

de 2011.

SIVANESAN, A. Graminicolous Species of Bipolaris, Curvalaria, Drechslera,

Exserohilum and their Teleomorphs. Issued: CAB International Mycological

Institute, 1987. 260p.

VIDOTTO, V. Manual de Micologia Médica; Ribeirão Preto – SP, Ed. Tecmedd,

2004. 204 p.

39

Page 40: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Bipolaris sorokiniana

Danilo MessiasAcadêmico do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

A espécie Bipolaris sorokiniana foi descrita por Shoemaker (1959) não

exibindo nenhum revisor. O gênero Bipolaris apresenta 116 espécies, não

apresentando nenhuma formae especialis e nenhuma variedade descrita em

literatura Index Fungorium (2011).

B. sorokiniana apresenta as seguintes sinonímias, Cohlioboluss

tenospilus, Bipolaris Drechslera). Helminthosporium sorokinianum Sacc.

Descrito por Sorok e publicado na revista Transactions of the Society of

National University of Kazan 22:15,1890. Helminthosporium sativum

Pammel,descrito por King & Blake, 1910. Helmithosporium acrothecioides

descrito por Lindfors,1918. Helmithosporium californicum descrito por Mackie&

Paxton,1923 de acordo com Sivaneson (1990).

Segundo a taxonomia, sua fase anamorfo pertence ao Reino Fungi,Filo

Ascomycota ,Sub-Filo Dothideomycetes ,Ordem Pleosporomycetidae , Classe

Pleosporales, Família Pleosporacea.(INDEX FUNGORUM 2011).Não

possuindo assim fase teleomorfa pois se reproduz por esporos .

O fungo B.sorokiniana caracteriza-se pelo saprofitismo, a sobrevivência

pode ocorrer em sementes ou ainda na forma de conídios livres, dormentes no

solo.Pela miscostase, estes esporos podem manter sua variabilidade por um

período de até 37 meses nas condições do Rio Grande do Sul

40

Page 41: Descrições Micológicas

.Nutricionalmente dependem , portanto do hospedeiro , não trocando de

substrato saprofítico.(REIS &FORCELINI,1995).

Com base em literatura FARR E ROSSMAN que catalogam, ocorrências

fungicas no mundo inteiro, o fungo B. sorokiniana e fitopageno em

aproximadamente 210 hospedeiros pelo o mundo inteiro valendo destacar os

seguintes casos, Agropyron cristatum (gramíneas), tendo incidência no Canada

(Conners, I.L. 1966), Agrostis sp (gramíneas grande grupo de

monocotiledôneas), com ocorrência no Canada (Ginns, J.H. 1986), Virginia

(Roane, C.W., and Roane, M.K. 1996) e Hawaii(Raabe, R.D., Conners, I.L., and

Martinez, A.P. 1981.), Avena Byzantina( aveia amarela) registrando ocorrência

no Brasil e Avena Sativa (aveia-cultivada),o fungo B.sorokiniana também e

fitopatogéno em Brachiaria plantaginea, Digitaria sanguinalis (capim colchão),

Festuca arundinacea(gramínea), , Glycine max , ocorrendo também Oryza sativa

(arroz), Triticum secale(trigo),Triticum aestivum (trigo), (Mendes, M.A.S., da

Silva, V.L., Dianese, J.C., and et al. 1998), Soil na China estes são os

hospedeiros mais frequentes e importantes , infectados por B.sorokiniana, com

base neste mesmo pressuposto indica-se que o fungo B. sokiniana, é praga

comum em culturas como a de trigo aveia e em gramíneas tendo casos

esporádicos entretanto importante em culturas de arroz.

Em simpósios anuais de fitopatologia o fungo B. sorokiniana foi citado

com relação aos danos causando manchas foliares de cevada, e a

experimentos relacionados com a indução de resistência em plantas de

cevada, sendo tratadas co m extrato de gengibre é apresentando 90% de

resistência perante a variabilidade do fungo.(SILVA, A. A. & BACH, E. E ,2005).

No anual de 2006 MELO. E. R & TREZZI. R. C , o fungo B. sorokiniana

foi citado como praga chave na cultura de trigo.

O fungo B.sorokiniana é fitopatógeno em gramíneas, incluindo cereais

(cevada, aveia, centeio, trigo) e outras plantas.

Os efeitos mais notórios de B.sorokiniana é uma necrose causada pela

mancha - marrom que é notada no pé e na raiz de cereais de clima temperado.

A podridão de raízes causada por B. sorakiniana, é o mesmo agente da

moléstia em trigo e cevada. Todavia os sintomas em aveia são bem menos

intensos , uma vez que o fungo não se multiplica nesta cultura , o que permite a

41

Page 42: Descrições Micológicas

inclusão da aveia na rotação de culturas com trigo ou

cevada(SIVANESSON,1990).

Bipolaris sorokiniana é um fungo fitopatógenico também em

gramíneas(que também podem ser infectadas por mancha-parda), sendo mais

importante nas culturas de trigo e de cevada, ocasionando moléstias como a

podridão comum da raiz, carvão do nó, ponta preta dos grãos e mancha

marrom. No Brasil esse fitopatógeno encontra-se disseminado em todas as

regiões tritícolas. O uso de sementes sadias ou tratadas adequadamente com

fungicidas é de grande importância para o controle dofungo .Haja visto que o

diagnóstico é dificultado pela grande variabilidade fisiológica e morfológica que

o patógeno apresenta (LUME, 2011).

A patogenicidade de B. sorokiniana em trigo (Triticum vulgare) causa a

mancha –marrom(Triticuma estivum). As principais doenças que afetam o

sistema radicular do trigo são a podridão comum, causada por Bipolaris

sorokiniana.O controle mais eficaz para essas doenças é a utilização de

sementes sadias, pois Bipolaris é transmitido por sementes, e a rotação de

culturas, visando a redução do inoculo na palha (Santos et al., 1999).Como na

cultura do trigo estadoença apresenta duas fases distintas , caracterizadas pelo

ataque aos órgãos aéreos e ao sistema radicular. Em cultivares á mancha

reticular e a mancha – marrom tornam-se os principais fitopatógenicos.

Contudo na cevada o patógeno desenvolve- sena fase final da cultura

.Esta condição vem aliada ao fato que o produtor suspende a aplicação de

fungicida, isto determina a maior incidência de B.sorokiniana na semente

podendo chegar ate a 90%. As condições que favorecem a proliferação deste

fungo consistem em molhamento superior a 20 horas e temperaturas acima de

20º e 25ºC.(FORCELLINI e REIS, 1995).

Segundo VIDOTTO (2004) e LUZ (2009), em suas respectivas obras,

não foram descritos casos de B.sorokiniana causando doenças em seres

humanos, tendo em vista que o mesmo e fitopatógeno e saprófago .

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do

fungo Bipolaris sorokiniana.

MATERIAIS E MÉTODOS.

42

Page 43: Descrições Micológicas

O trabalho foi conduzido no laboratório de Micologia Cenargem,

localizada em Brasília, DF.

Os propágulos do fungo foram retirados de sementes de cevada. As

sementes foram colocadas em uma caixa do tipo Gerbox com papel filtro e

água destilada para o desenvolvimento das colônias fúngicas , após 48h

(quarenta e oito horas ) apanhou-se as sementes da caixa foram utilizadas

para a visualização em microscópio estereoscópio com a finalidade de se

encontrar propágulos fúngicos. As amostras foram colocadas em uma lâmina

contando uma gota de fixador a base de azul metileno. Logo foi colocada uma

lamínula sobre a lâmina preparada . Após esse procedimento vedou-se a

lâmina com esmalte .

A lâmina foi levada para a visualização no microscópio ótico .A primeira

objetiva a ser usada deve ser a menor(4x).Nessa objetiva faremos a

focalização dos propágulos fúngicos que estão depositados na lâmina . A

próximo objetiva a ser aproveitada será a de (10x) e posteriormente a de (40x),

com o intuito de observar as estruturas fúngicas com mais detalhes.

O fungo foi identificado e descrito com o apoio da literatura de Sivaneson

(1990) .O fungo identificado foi B.sorokiniana.

Para realizar a descrição morfometrica utilizou-se a ocular micrométrica

(WF 10x118 sendo medida as 50 unidades das dimensões dos conídios e

conidióforos.

Posteriormente foram realizados micro e macro fotografias das

estruturas fúngicas no microscópio e estereoscópio utilizando câmera digital

Sony® modelo Power Shot modelo N50 , do acadêmico Danilo Messias do

Vale. Para confecção da prancha de fotos que foram editadas com o Windows

Live Galeria de Fotos e a prancha confeccionada no Microsoft Office Power

Point 2007.

43

Page 44: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÕES

44

Page 45: Descrições Micológicas

Figura 1. Aspectos morfológicos de Bipolaris sorokiniana A.Conidióforo germinando o conídio (bar=1,16µm) ,B. Conidióforo e célula conidiogênica (bar=1,8µm), C.Conidióforo apresentando crescimento simpodial (bar=3,6µm), D.Conidióforo em crescimento simpodial (bar=2,84µm), E.Conídio mostrando em detalhe o hilo (bar=1,3µm),F. Seqüência de conídios (bar=2,8), G.Conídio sendo germinado(bar=1,1µm).

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA :

O fungo B.sorokiniana apresenta , Conidióforos solitários ou em

pequenos grupos, (fig. 1A), direto, às vezes geniculado. Conídio retilíneo com

proliferação simpodial (Fig. 1B), pálido(Fig. 1C) e meados de castanho escuro,

Células conidiogênicas(Fig.1B) , integrada, terminação, simpodial cilíndrica.

45

Page 46: Descrições Micológicas

Conídios pseudo-septados(Fig.1E), fusiformes amplamente elipsoidal. Conídios

pseudo septados com atividade metabólica(Fig1G). hilo na região basal do

conídio (Fig. 1E), os seu conídios apresentam uma coloração verde-oliva são

curvos afilados nas extremidades contendo de 3 a 13 pseudoseptos(Pereira

2005). (Fig. 1C e Fig. 1D), mostrando dois conidióforos em crescimento

simpodial evidencializando cicatrizes obtidas pela atividade metabólica de

formação de conídios, (Fig. 1F) conídios variando de 8 a 10 pseudo-septos.

Os aspectos morfológicos foram comparados com as informações

apresentadas por Sivaneson (1997).

Ascósporos hialinos a marrom claro,pseudo septados filiformes,

muitas vezes rodeado por uma fina bainha mucilaginosa.

Tabela 1.Elementos morfológicos e morfometricos de Bipolaris sorokiniana.

Diâmetro (µm) Sivanesan Pereira

Conídio

(µm)

55-(67,5)-82,5 x

12,5-(18,2)-22,5

160-360 x 6-9 10-17 x 30-115

Conidióforo

µm

132,5-(89,95)-50 x

17,5-(9,05)-5

220 x 6-10 130-340 x 6-9

As medidas descritas em literatura do autor Sivanesan (1997) pertencem

ao fungo Bipolaris sorokiniana e que foram utilizadas com o intuito de realizar-

se a comparação morfométrica.a Identificação com base em Bipolaris

sorokiniana não e pertinente segundo esta descrição .Entretanto a espécie

Bipolaris maydis descrito na etiologia de (Pereira 2005) e compatível com a

realizada neste trabalho.

46

Page 47: Descrições Micológicas

LITERATURA CITADA

INDEX FUNGORUM, Banco de Dados para Consulta de Táxons Fúngicos. Disponível em:http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=293701. Acessado em : Outubro de 2011.

FARR E ROSMAM, SBML Systematic Botany of Mycological

Resources.Disponível em:<http://nt.ars-

grin.gov/fungadatabase/fungushost.cfm>Acessado em: 26/10/2011.

FORCELLINI C.A. REIS E. M. Doenças da cevada. IN: KIMATI H.; AMORIM L. ; REZENDE J.A.M. ; BERGAMIN FILHO, A. Manual de Fitopatologia V. 2. 4º edição , ED. Agronômica Ceres São Paulo, 2005.

LUME. (Disponível em: http://www.lume.ufrgs.br/handle/10183/11233 acessado em 25-10-2011 as 20:40)

LUZ , W . C . Fungos de importância médica do Filo Ascomycota .IN : LUZ , W . C. ; INÁCIO , C. A. Micologia avançada . Taxonomia de Ascomiceto Ed. RAPP. Passo Fundo , RS. 400 p. , 2009

PEREIRA ET AL ,Doenças do milho, In : Kimati, H . et al , Manual de Fitopatologia 4° Ed, Ed. Agronômica Ceres Ltda. , São Paulo, SP , 2005 , vol. 2 , pg. 481- 482 .

REIS & FORCELINI In FILHO , A BERGAMIN et al .Manual de Fitopatologia volume 1 : princípios e conceitos terceira edição.Editora Agronômica Ceres Ltda. , São Paulo – SP .1995

REIS . M. E & CASA.T . R MANEJO SUSTENTADO DE DOENÇAS DO TRIGO. Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária , 2009 S 175.

SILVA, A. A. & BACH, E. E . Aumento de proteínas e beta-glucanase indicam indução de resistência em plantas de cevada tratadas com extrato de gengibre contra Bipolaris sorokiniana.. Fitopatol. bras. (Suplemento), agosto 2005 S 77.

47

Page 48: Descrições Micológicas

SIVANESAN, A. List of sets, index of species, and list of accepted names some obsolcie species names in , CMDI Descriptions of Pathogenic Fungi and Bacteria sets 1-100, nos. 1-1000 , Micropathelogia 111:91-108,1990).

48

Page 49: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Alternaria padwickii.

Aline Suelen da SilvaAcadêmica do Curso de Agronomia

1. INTRODUÇÃO

A agricultura brasileira é bastante diversificada e abrange praticamente

todo o território nacional, entre as cultivares que mais se destacam está o

arroz, produto de suma importância para a população, pois abrange metade da

ingestão energética de cada indivíduo (Naves e Bassinelo, 2006). Um dos

fatores que atinge sua produção é a ocorrência de pragas e doenças que

podem ser causadas por insetos, pássaros e fungos, entre outros (COUCEIRO,

1995).

Dentre os fungos que prejudicam a produção da cultura de arroz os mais

incidentes são: Pyricularia grisea, Bipolaris oryzae, Cercospora janseana,

Rhizoctonia solani, Gerlachia oryzae, Phoma sorghina, Alternaria padwickii,

Alternaria spp., Curvularia lunata e Nigrospora oryzae. Alguns desses

patógenos costumam causar as chamadas manchas dos grãos. No Brasil

existem registros da ocorrência dessa doença causada pelo fungo A. padwickii,

encontrada no Rio Grande do Sul em associações com sementes de arroz

(FARIAS et al., 2007).

As espécies de fungos do gênero Alternaria sp., que possuem como

planta hospedeira o arroz (Oryza sativa) são A. alternata, descrita por Shaw, D. E. publicado em Microorganismos em Papua Nova Guiné.Departamento

Primário Ind., Res. Touro. 33: 1-344 (1984) , A. longíssima, descrita por

Deighton, F. C., na revista de Micologia. 113: 1-15. (42123) (1968), A. oryzae,

descrita por Shaw, D. E. na revista Microorganismos em Papua Nova

Guiné.Departamento Primário Ind., Res. Touro. 33: 1-344. (6277) (1984), A.

padwickii, descrita por Richardson, M. J. na revista Uma lista anotada de

Seed-Borne Diseases. Quarta Edição. Teste internacional de Associação de

sementes, 387 (1990), A. raphani. Descrita por Tai, F. L. em Sylloge Fungorum

Sinicorum. (1979), A. tenuis, descrita por Wu, W. em A sobrevivência de

fungos nas sementes de arroz em Taiwan 78: 316. (1994) e A. tenuissima,

49

Page 50: Descrições Micológicas

descrita por Ahmad, S. et al em Fungos do Paquistão.,Sultan Ahmad

Sociedade Micológica do Paquistão(1997) (FARR & ROSSMAN 2011).

Entre os anos de 2004 e 2005 foram conduzidos estudos nas regiões de

Vilhena, em Rondônia, Sinop, no Mato-Grosso e em Santo Antônio de Goiás

com o obejtivo de avaliar a qualidade de sementes de arroz onde foi registrada

a ocorrência do fungo A. padwickii (LOBO et al., 2006).

A nomenclatura atual do patógeno causador da doença conhecida como

mancha do grão é A. padwickii, que foi descrita por M.B. Ellis, publicada na

revista Índex of Fungi 4: 55 (1971-1980) (INDEX FUNGORUM 2011).

Apresenta como sinonímias Trichoconiella padwickii (Ganguly) BL Jaiin

1976 e Trichoconis padwickii Ganguly 1948 (Zipcodezoo 2011) e Lewia

scrophulariae (Desm.) ME Barr & EG Simmons, em Simmons (1986) (INDEX

FUNGORUM, 2011).

A forma teleomórfica de A. padwickii pertence ao filo Ascomycota, classe

Ascomycetes, ordem Pleosporales, família Hypogastruoidea e gênero

Alternaria (ZIPECODEZOO, 2011).

De acordo com o Index Fungorum (2011) a forma anamórfica pertence

ao reino Fungi, filo Ascomycota, classe Dothideomycetes, ordem

Pleosporomycetidae, sub-ordem Pleosporales, família Pleosporaceae e ao

gênero Lewia.

A doença da mancha nos grãos de arroz é causada por a mais de um

fungo ou bactéria. As espécies de patógenos mais ocorrentes são Dreschslera

oryzae (Breda de Haan) Subram & Jain, Phoma sorghina (Sacc.) Boerema,

Dorenbosch & Van Kesteren, A. padwickii (Ganguly) Ellis (EMBRAPA, 2011a).

Os sintomas aparecem desde o surgimento de panículas até o

amadurecimento. As condições climáticas interferem no agravamento da

doença sendo os principais fatores umidade e precipitação, que favorecem o

surgimento de manchas (EMBRAPA, 2011a).

Milheto e Sorgo são espécies hospedeiras de A. padwickii,

apresentando as mesmas características da doença que ocorrem no

50

Page 51: Descrições Micológicas

arroz(Ufpel, 2011). Outras hospedeiras encontradas foram Brachiara

Decumbens e Pinus khasya (FARR e ROSSMAN 2011).

De acordo com Vidotto (2004) não houve nenhum registro de

A.padwickii em micologia médica, como era de se esperar, pois este fungo é de

importância fitopatogênica uma vez que provoca a mancha nos grãos de arroz

(Oryza sativa), causando perdas significativas na cultura do arroz em diversos

estados nacionais e internacionais.

Os primeiros relatos da doença foram registrados em Paiva, no norte da

Itália, em 1995. A doença foi identificada pelas colônias presentes em

sementes incubadas em meios agar batata dextrose e pela sua morfologia de

conídios (APSNET, 2011).

A mancha nos grãos de arroz estão associadas a mais de um patógeno.

Os principais são Drechslera oryzae, Phoma sorghina, Pyricularia grisea,

Microdochium oryzae, Sarocladium Pyricularia grisea, Microdochium oryzae,

além de dIferentes espécies de Sarocladium, Nigrospora e Fusarium

(EMBRAPA, 2011a).

Segundo a Embrapa (2011b), entre as cultivares recomendadas para

plantio no estado do Tocantins nenhuma oferece total resistência a doença da

mancha nos grãos, existem apenas variedades que apresentam moderada

resistência, como as cultivares BRS Alvorada e BRSGO Guará, moderada

suscetibilidade nas cultivares Mética 1, BRS Formoso, BRS Biguá e BRS

Jaçanã, e suscetibilidade, apresentada apenas na BRS Jaburu.

Os métodos de controle existentes para o tratamento da doença são a

aplicação de fungicidas, como estratégia para diminuir o inóculo inicial, e a

utilização de práticas culturais já empregadas em outros cultivos, buscando

diminuir a incidência das manchas nos grãos (EMBAPA, 2011a).

Nas literaturas não foram encontrados registros do uso industrial do

fungo A. padwckii.

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos de

Alternaria padwickii.

MATERIAIS E MÉTODOS

51

Page 52: Descrições Micológicas

O trabalho foi realizado no laboratório de micologia da EMBRAPA

Cenargem, localizada na Asa Norte, Brasilia-DF,2010.Os propágulos de

semente de arroz foram plaqueados e deixados em condição de câmara úmida,

e após este processo foram analisados em microscópio estereoscópico onde

foram encontradas estruturas fúngicas.

Essas estruturas forma pescadas com auxílio de um estilete ou uma

pinça de ponta fina e transferidas para uma lâmina contendo uma gota de

fixador a base de lacto fenol (composto por ácido lático, ácido acético, glicerina

e água) na qual logo após foi depositada uma lamínula e levada ao microscópio

óptico, onde foram encontradas estruturas, as quais comparadas com a

literatura constatou-se que eram do fungo pertencente ao gênero Alternaria da

espécie padwickii, após isso a lâmina foi vedada com esmalte e etiquetada.

Os fungos foram classificados, conforme as suas características

morfológicas e morfométricas, medindo o tamanho dos conidióforos, células

conidiogênicas, conídios e rostros, utilizando a ocular micrométrica (WF10 X

118), totalizando 25 medições para cada estrutura diferente encontrada, e

confeccionando fotos micrométricas das estruturas citadas.

No microscópio óptico a primeira objetiva a ser usada deve ser a menor

(4x) para que se possam focalizar os propágulos depositados na lâmina, após

a observação destes aumentou-se a objetiva para 10x e logo em seguida para

a objetiva de 40x onde se observou com mais detalhes as estruturas fúngicas.

Para esse trabalho foram realizadas microfotografias das estruturas

fúngicas no microscópio ótico utilizando câmera digital Canon® modelo Power

Shot A580 do professor Milton Luiz da Paz Lima para confecção da prancha de

fotos que foram editadas com o Windows Live Galeria de Fotos e a prancha

confeccionada no Microsoft Office Power Point 2007.

52

Page 53: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1. Aspectos morfológicos de Alternaria padwckii em folhas de arroz. A. conídio ovalado com septos tranversais, ligado a conidióforo (bar = 81 µm), B. Conidióforo em formação e célula conidiogênica (bar = 143 µm), C. Conídio jovem com formato ovóide, com septos tranversais e rosto (bar = 86 µm), D. Conídio maduro feodicto com septos tranversais (bar = 104 µm).

53

Page 54: Descrições Micológicas

54

Page 55: Descrições Micológicas

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA

Apresenta conidióforos com até 260 μm (Figura 1A), muitas vezes

minunciosamente equinulados. Conídio em linha reta (Figura 1C), fusiforme,

obclavado e rostrado, muitas vezes o bico é mais da metade com comprimento

dos conídios, primeiro hialino (Figura 1C), depois cor-de-palha ao marrom

dourado(Figura 1D), lisas ou minunciosamente equinulado, muitas vezes

equinulado somente perto da cicatriz, 40-92,5 (64,75)μm de comprimento, 10-

17,5 (12)μm de espessura na parte mais larga, com 3-6 (mais comum 4) septos

transversais(Figura 1 A).

O fungo cresce bem em cultura de batata em dextrose-ágar, formando

colônias acinzentadas, muitas vezes rosa ou roxa o sentido inverso, livre

esporulação, especialmente quando expostos a radiação UV próxima.

Esclerócios pretos e pequenos com paredes distintamente reticuladas e

são formados em culturas antigas.

Manchas necróticas nas raízes e coleóptilos levam a morte de mudas.

As manchas foliares são circulares ou ovais, até um centímetro fraca, com uma

margem escura, o centro torna-se pálido e tem os esclerócios negros. As

sementes são invadidas e se tornam descoloridas ou murchas. Os esclerócios

são formados em toda a área infectada (SIVANESAN, 1990)

55

Page 56: Descrições Micológicas

Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de

Alternaria padwickii com os elementos morfológicos e morfométricos

descritos por outros autores.

Caracterí

sticasIsolado encontrado

Ellis,

(1971).

Resultad

o

Dimensõe

s de

Conídio

(µm)

40-92,5 (64,75) x 10-17,5 (12) 95-170 (130) x 11-20 (15,7)

A

diferença

foi pouca

Conidiófo

ro (µm)80-260 (151,5) 180x3-4

A

diferença

foi pouca

Rosto

(µm)25-317,5 (126,5) ________

Não foi

possível

realizar

compara

ção

LITERATURA CITADA

APSNET. Disponível em:

<http://www.apsnet.org/publications/PlantDisease/BackIssues/Documents/1996

Abstracts/PD_80_1208D.htm> Acessado em: 26/10/2011.

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região Bragantina N.Agron.,Belém, 2(2) : 17-24, dezembro.,1995 In:

56

Page 57: Descrições Micológicas

EMBRAPA, Arroz, Resumos Informativos vol.1 Ed. Embrapa, Goiânia, GO,

1981.

ELLIS, M. B.; Dematiaceous Hyphomycetes. England: Commonwealth

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do Tocantins. Disponível em:

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Ocorrência de Alternaria padwickii (Ganguly) em arroz (oryza sativa L)

(Poaceae) produzida em quatro regiões orizícolas do Rio Grande do Sul e seu

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26/10/2011.

57

Page 58: Descrições Micológicas

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Disponível em: <http://www.indexfungorum.org/names/Names.asp> Acessado

em:26/10/2011.

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58

Page 59: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Colletotrichum truncatum

José Carlos Marra FilhoAcadêmico do curso de agronomia

INTRODUÇÃOColletotrichum truncatum (Schwein) possui apenas uma espécie descrita

em literatura, não possuindo subespécie, e quem o descreveu pela primeira

vez foi Andrus e W. D. Moore (1935). A sua posição quanto à classificação na

forma anamórfica é Glomerellaceae, Incertae sedis, Sordariomycetidae,

Sordariomycetes, Ascomycota, Fungi (INDEX FUNGORUM, 2011).

O C. truncatum é um fungo mitospórico, cujo teleomorfo pertence ao

gênero Glomerella classificado como pertencente ao filo Ascomycota, ordem

Phyllachorales, família Phyllacoraceae (HAWKSWORTH ET AL., 1995).

Segundo Cannon (2005), C. truncatum possui alguns sinônimos como,

Vermicularia truncata, Colletotrichum dematium f. truncatum.

Existem 265 registros de ocorrência de C. truncatum infectando diversas

hospedeiras no mundo. Deste total de registros ocorridos no mundo, 118

hospedeiras de C. truncatum foram encontradas registradas no banco de

dados Farr e Rosmman (2011).

As famílias botânicas que são infectadas com maior frequência por C.

truncatum são: Fabaceae, Poaceae, Solanaceae, Malvaceae (FARR E

ROSMMAN, 2011).

No Brasil, 20 hospedeiras encontram-se registradas, segundo Farr e

Rosmman (2011), representadas por Aeschynomene paniculata (LENNE,

1990), Galactia striata (LENNE, 1990), Glycine max (MENDES ET AL., 1998),

Lupinus albus (MENDES ET AL., 1998), Lupinus luteus (MENDES ET AL.,

1998), Phaseolus lunatus (Anthracnose.) (MENDES ET AL., 1998), Phaseolus

lunatus var. macrocarpus (MENDES ET AL., 1998), Phaseolus

vulgaris (Anthracnose; stem anthracnose) (MENDES ET AL., 1998) , (DAMM,

2009), Stylosanthes capitata (LENNE, 1990), Stylosanthes guianensis (LENNE,

1990), Stylosanthes hamata (LENNE, 1990), Stylosanthes humilis (LENNE,

1990), Stylosanthes pilosa (LENNE, 1990), Stylosanthes scabra (LENNE,

1990), Stylosanthes sp. (MENDES ET AL., 1998), Vigna unguiculata (MENDES

59

Page 60: Descrições Micológicas

ET AL., 1998), Zornia glabrata (LENNE, 1990), Zornia glochidiata (LENNE,

1990), Zornia latifolia (LENNE, 1990), Zornia sp. (LENNE, 1990).

A antracnose é uma das principais doenças do cerrado. Em ambiente de

alta umidade ela causa a abertura das vargens, o apodrecimento das vargens e

sementes da soja, à morte prematura das vargens e germinação dos grãos em

formação (YORINORI ET AL., 1993).

O fungo pode atacar também regiões como, São Paulo, Minas Gerais e

sul do Brasil. Apesar de causar bastantes danos em locais com umidade alta,

plantios densos ou em caso da planta madura ficar no campo por questão de

chuvas, a antracnose de modo geral não se mostra como prejuízo sério de

maneira geral para as lavouras. Em tais condições observam-se plantas

amareladas o que é referido como “mosqueado” (ELKE, 1980).

A doença pode prejudicar também a haste e outras partes das plantas

causando manchas castanho-escuras, além de possivelmente ser causadora

da podridão do pecíolo que, nos últimos anos, tem trazido muitos danos e

perdas nas lavouras do cerrado (YORINORI ET AL., 1993).

Segundo Yorinori, et al. (1993), na região sul, em épocas com um

prolongamento maior da chuva, após o plantio direto da soja sobre a palhada

do trigo, há bastante morte entre os trinta dias de plântulas, dependendo das

vezes tendo que fazer o replantio do mesmo. Alta incidência de morte de

plântulas por antracnose tem sido observada nas variedades Primavera e

Invicta. Algumas observações feitas no campo mostram que, a doença não

atinge a cultura por inteiro mais sim alguns grupos de plantas, o que alguns

pesquisadores pensam que certas plantas têm resistência genética.

Inóculo proveniente de restos de cultura e sementes infectadas pode

causar necrose dos cotilédones, que pode acabar se estendendo para o

hipocólito, causando o tombamento de pré e pós-emergência. O fungo ataca as

partes laterais da planta, pecíolos e vargens em qualquer estagio de formação.

A doença pode causar a queda total das vargens ou deterioração das

sementes em colheita retardada. Nos estágios R3-R4 as plantas começam a

adquirir as manchas e ficam retorcidas. Em altas umidades o fungo já começa

a ser visível por pontuações negras na planta, ou seja, são as frutificações do

fungo (ALMEIDA ET AL., 2005).

60

Page 61: Descrições Micológicas

No período de março de 2004 a janeiro de 2005 foi avaliada a

resistência de 48 cultivares comerciais de soja a Colletotrichum

truncatum. Plântulas de soja foram inoculadas no estádio V1/V2 e, após as

inoculações, foram mantidas em casa de vegetação, sob condições de

umidade relativa do ar acima de 95%, durante 10 dias. Após esse período, as

plântulas foram avaliadas para determinar a reação das cultivares. A

severidade dos sintomas foi obtida pela avaliação das lesões nas folhas,

determinando-se os graus de resistência das plântulas através de uma escala

de notas de severidade, com valores de 1 a 9. Somente as cultivares Tabarana,

Cometa e EMGOPA 316 foram suscetíveis a Colletotrichum truncatum

(SCIELO, 2011).

C. truncatum é um patógeno de plantas que vem mostrando resultados

como um bio-herbicida contra a planta daninha Sesbania exaltata. Estudos

anteriores mostraram uma quantidade similar de esporos produzidos por

mililitros de meio de cultura em fermentação líquida e em estado sólido. Neste

estudo, os esporos do fungo foram produzidos em líquido (LC), sólido por

vermiculita (SV) e sólido por perlite, fubá e ágar (SP). Após a secagem à

temperatura ambiente com fluxo de ar, SV e SP manteve com mais viabilidade.

Cada produto foi então armazenado há 4º, 15º e 25º C. Dos três produtos

armazenados, SP manteve maior viabilidade. Eficácia com base em ensaios

utilizando o mesmo número de esporos viáveis, os esporos do meio SV e SP,

mostraram sintomas da doença mais grave do que no meio LC (SCIENCI

DIRECT, 2011).

O fungo C. truncatum não é utilizado em alimentos e não tem

importância industrial, pois ele é um patógeno vegetal, não fazendo mal algum

a animais e seres humanos (PAUL, 2005).

A espécie em estudo é um parasita obrigatório podendo ocorrer em

variadas espécies de plantas (SBFITO, 2011).

O gênero desse fungo possui aproximadamente 706 espécies válidas

em literatura, onde a maioria são fitopatogênicos (INDEX FUNGORUM, 2011).

O objetivo deste trabalho é apresentar os aspectos gerais e morfológicos

do fungo Colletotrichum truncatum.

61

Page 62: Descrições Micológicas

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi feito no Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal

Goiano campus Urutaí.

O processo para encontrar os propágulos do e verificar suas estruturas é

a visualização em microscópio estereoscópico.

Após a visualização dos propágulos devemos coletá-los da superfície

foliar com o auxílio de uma pinça e colocá-los em uma lâmina contendo uma

gota de fixador lactofenol cotton-blue, em seguida colocar-se uma lamínula

sobre a lâmina. Retirar-se o excesso de corante com papel higiênico, logo após

vedar-se com esmalte e levar o conjunto para visualização em microscópio

ótico. No microscópio a primeira objetiva a ser usada deve ser a menor (4x),

para que possamos observar se os propágulos foram depositados na lâmina,

após a observação destes, aumentamos as objetivas para os aumentos de 10x

e 40x, para se observar as estruturas fúngica com mais detalhes.

Para esse trabalho foram realizadas microfotografias das estruturas

fúngica no microscópio ótico e das frutificações fúngica no microscópio

estereoscópico, utilizando câmera digital Canon® modelo Power Shot A580 do

professor Milton Luiz da Paz Lima.

62

Page 63: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1. Aspectos morfológicos de Colletotrichum truncatum. A., B. e C. setas

(s) (bar = 62c µm) e acérvulos (ac), D. e E. Conídios hialinos (c) (bar = 17,5c

µm x 51 µm).

63

Page 64: Descrições Micológicas

Descrição Micológica:O fungo Colletotrichum truncatum possui ciclo sexual ou forma

teleomórfica desconhecida ou ausente (NEYLSON, 1993).

Na amostra analisada foi encontrado o fungo na sua forma anamórfica,

onde os acérvulos eram circulares (Fig. 1B e C). Os conídios podem ser em

formato hialino, oval, oblongo ou falcado. Na figura o fungo tem formato hialino

(Fig. 1D e E). A massa de conídios com coloração rósea. Podem estar

presentes no acérvulo com setas longas, septadas e pigmentadas podendo se

formar juntamente ao tecido de seu hospedeiro, setas escuras com tonalidades

pretas (Fig. 1A) com célula basal arredondada (CARDOSO, 1978).

Os conídios são levemente curvos, mais largos no centro e

gradativamente mais finos em direção às extremidades, onde a largura

corresponde a aproximadamente metade da região central. Quando maduros,

possuem coloração marrom e freqüentemente germinam através das células

apicais e basais. Os tubos germinativos originários destas células formam

apressório. O número de núcleos presentes em cada célula do conídio pode

variar de 1-14, sendo mais comumente encontradas células binucleadas

(UESB, 2011).

Alguns fatores do ambiente podem influenciar o desenvolvimento do

fungo. A temperatura ótima para esporulação está em torno de 28°C, embora

possa ocorrer esporulação desde 10 até 35°C. A liberação de esporos não é

muito influenciada pela temperatura e normalmente ocorre na faixa de 15 a

35°C. Em relação à germinação, temperaturas compreendidas entre 25 e 28°C

favorecem o processo. Quanto à umidade, a produção de conídios sobre as

lesões tem início quando a umidade relativa atinge no mínimo 93%. Para a

germinação, há necessidade de água livre, pois raramente o esporo germina

sob condições de ar saturado. O desenvolvimento do micélio é favorecido por

umidade relativa próxima de 93% também. A luz também pode ter influência

sobre o micélio e os esporos. Embora o crescimento do micélio, a germinação

de conídios e a elongação do tubo germinativo sejam processos inibidos pela

luz, a alternância da mesma tem um papel importante sobre a produção de

esporos. Estes começam a ser liberados tão logo escureça, alcançam um

64

Page 65: Descrições Micológicas

máximo em poucas horas e praticamente cessam na alvorada; sob condições

de luz ou escuro contínuo, a esporulação cai a níveis muito baixos, voltando a

aumentar quando os períodos de luz e escuro novamente voltarem a se

alternar (UESB, 2011).

Tabela 1. Comparação dos elementos morfométricos de C. truncatum.

Descrição Morfológica

Marra (2011) Eken e Demirci (2000)

Paz Lima (2011)

Conídios 15-19,5 x 3-5,1 16,3-20,6 x 3,1-4,5 8-16 x 2-5,5

Setas 60,5-72 x 6,3-8 - 62-70,3 x 6-8,3

Eken e Demirci (2000) desenvolveram um estudo sobre o fungo C.

truncatum na Turquia onde eles observaram o primeiro caso do mesmo em

alfafa. Ao desenvolverem o estudo eles fizeram a descrição micológica e a

medida das estruturas (Fig. 2) como os conídios, que se apresentavam

hialinos, unicelulares, falcados e quase reto, com uma área de destaque clara

no centro do citoplasma altamente granular (APS, 2011).

Com base na tabela pode-se dizer que as medidas ficaram

proporcionais, ou seja, não houve uma variação muito grande entre as medidas

de cada autor.

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consulta de publicações. Disponível em:<www.apsnet.org>, acessado em

dezembro de 2011.

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Phytopathol. Pap. 31: 1-162. 1990.

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Editora Berkeley Toronto – USA, 2005.

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SCIELO – SCIENTIFIC ELECTRONIC LIBRARY ONLINE, banco de dados

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Page 67: Descrições Micológicas

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67

Page 68: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos do fungo Monilia fructicola (Wint.) Honey

Amauri de Queiroz Júnior

Os fungos constituem um grupo numeroso de organismos, bastante

diversificado filogeneticamente e de grande importância ecológica e

econômica. Um grupo numeroso e diversificado infecta as plantas e seus

produtos, causando os mais variados tipos de sintomas, acarretando prejuízos

na produção (alimentos, fibras e energia) (BERGAMIN FILHO et al., 1995).

Fungos mitospóricos são também denominados de fungos imperfeitos

pois há a ausência ou não constatação de estruturas sexuais de reprodução. A

classe Hiphomycetes, pertencente à divisão dos fungos mitospóricos, se

caracteriza pela ausência de corpo de frutificação e presença de conídios que,

quando presentes, são livres (BERGAMIN FILHO et al., 1995).

O gênero Monilia possui espécies como M. acremonium, M. alpina, M.

angustior, M. aureofulva, M. brunnea - (Raffaelea brunnea), M. carbonaria, M.

cinerea - (Monilia laxa), Monilia cinerea f. americana - (Monilia fructicola), M.

concentrica, M. corni, M. coryli, M. crassa, M. crataegi, M. cydoniae, M.

fragrans, M. fructicola, M. fructigena, M. geophila, M. hammonis, M. implicata -

(Acremonium implicatum), M. laxa, M. linhartiana, M. martinii, M. mespili, M.

peckiana, M. pistaciae, M. polystroma, M. pruinosa, M. roreri - (Moniliophthora

roreri), M. sitophila - (Chrysonilia sitophila), M. urediniformis, M. vaccinii-

corymbosi e M. versiformis (FARR e ROSMAN, 2011).

Monilia fructicola (Wint.) Honey é um teleomorfo pertence à classe dos

Hyphomycetes, ordem Moniliales (Hyphales), família Moniliaceae, gênero

Monilia, espécie M. fructicola (INDEX FUNGORUM, 2011).

De acordo com o Index Fungorum (2011), não há descrição e/ou

identificação da fase anamórfica do fungo em questão.

Para M. fructicola, são descritas as seguintes sinonímias: Ciboria

fructicola G. Winter, Monilia fructicola L.R. Batra, Sclerotinia americana

(Wormald) Norton & Ezekiel e Sclerotinia fructicola (G. Winter) Rehm (INDEX

FUNGORUM, 2011).

68

Page 69: Descrições Micológicas

A espécie M. fructicola foi relatada infectando hospedeiros como

Manihot esculenta, Saccharum officinarum, Cydonia oblonga, Prunus sp. Vitis

vinifera, Theobroma cacao, Malus asiatica, Chaenomeles japonica e Corylus

avellana, em países como Canadá, Itália, Polônia, Ucrânia, Estados Unidos,

Austrália, Japão, Coréia, China, África do Sul e Brasil (FARR e ROSMAN,

2011).

M. fructicola é um patógeno saprófita, responsável por causar em

plantas, uma doença chamada moniliose ou podridão parda, que incide

principalmente em frutas, como pêssego e nectarina. As frutas são excelentes

substratos para o desenvolvimento de patógenos, com açúcares, ácidos,

vitaminas e água e, à medida que vão amadurecendo, sofrem uma série de

modificações em sua morfologia e metabolismo, que explicam a sua maior

sensibilidade aos processos patológicos que originam as podridões (KLUGE et

al., 2002).

O consumo excessivo de frutos infectados com o patógeno pode causar

intoxicações alimentares e infecções intestinais (BASSETTO, 2006).

A podridão causada por M. fructicola pode causar sérios danos atacando

ramos, flores e principalmente frutos, diminuindo consideravelmente a

quantidade e qualidade da produção (MARTINS et al., 2006).

Os sintomas da infecção de M. fructicola em flores são necroses das

anteras, prosseguindo para o ovário e pedúnculo. As infecções podem se

estender internamente até o ramo, resultando no desenvolvimento de cancros,

anelando-o e conseqüentemente ocasionando a morte da parte terminal. Flores

infectadas murcham, tornam-se marrons e fixadas ao ramo por uma goma

exsudada. Na fase de pré-colheita, frutos infectados apresentam lesões

pequenas pardacentas, com aspecto encharcado que evoluem para manchas

marrons (FITOPATOLOGIA.NET, 2011).

Frutificações acinzentadas das estruturas do patógeno são facilmente

vistas no campo, sobre a podridão. Com o passar do tempo os frutos

infectados tornam-se completamente cobertos de esporos, que contribuem com

inóculo para novas infecções no pomar. Infecções quiescentes podem ocorrer

69

Page 70: Descrições Micológicas

nos frutos verdes. Os frutos maduros depois de colonizados desidratam-se,

ficando mumificados e presos à planta ou caem sobre o solo

(FITOPATOLOGIA.NET, 2011).

O desenvolvimento de M. fructicola é favorecido por temperaturas de

25°C e umidade acima de 80%. Um período de no mínimo 18 horas a 10°C e 5

horas a 25°C é necessário para a ocorrência de infecção do patógeno na

planta. Os conídios são facilmente dissemidados pelo vento, água e insetos

(mosca das frutas, afídeos, entre outros), se constituindo em uma importante

fonte de inóculo (ABREU, 2006).

Sob certas condições, os escleródios do fungo são formados e

germinam formando apotécios onde são produzidos os ascos. Por meio desta

estrutura, os ascósporos são projetados e disseminados (BASSETTO, 2006).

No Brasil a podridão-parda é causada pelo fungo M. fructicola, porém

em outros países da América do Sul e do Norte esta doença também pode ter

como agente causal fungos da espécie M. laxa e na Europa fungos das

espécies M. laxa e M. fructigena (ABREU, 2006).

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do

fungo Monilia fructicola.

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Microbiologia do Instituto

Federal Goiano Campus Urutaí, onde foi analisado em microscópio óptico,

uma lâmina semi- permanente, pertencente à coleção micológica do

Laboratório de Microbiologia. Nesta lâmina semi-permanente estavam

presentes as estruturas do fungo, colocadas em corante azul de algodão, sob

lamínula e vedadas com esmalte.

As lâminas foram visualizadas em microscópio óptico 10x e 40x para

identificação das estruturas do fungo presentes na lâmina. Foram feitas as

medições das estruturas do patógeno em microscópio óptico e tiradas fotos

com câmera digital Canon® modelo Power Shot A580, dos frutos de pêssego

com os sintomas e sinais do patógeno em microscópio estereoscópio e das

70

Page 71: Descrições Micológicas

estruturas do fungo presentes nas lâminas visualizadas no microscópio óptico

em ocular 40x. A prancha de fotos foi confeccionada utilizando o programa

Microsoft Office Power Point e programa de edição de imagens PhotoScape.

71

Page 72: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

72

Page 73: Descrições Micológicas

Descrição micológica

O fungo M. fructicola é um hifomiceto, com conidióforos e conídios

hialinos (Fig.1C), catenulados, com dimensões de 14,5-17 x 10-13 μm (Fig.1D)

(Tab. 1) (BERGAMIN FILHO et al., 1995).

Os frutos infectados apresentam lesões pequenas pardas, com aspecto

encharcado que evoluem para manchas marrons (Fig. 1A). Frutificações

branco-acinzentadas das estruturas do patógeno são facilmente vistas no

campo, sobre a podridão (Fig. 1B). Com o passar do tempo os frutos infectados

tornam-se completamente cobertos de esporos (FITOPATOLOGIA.NET, 2011)

No Brasil, há relatos de Monilia fructicola nos estados de São Paulo, Rio

Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul em pêssego,

nectarina e ameixa (EMBRAPA BANCO DE DADOS BRASILEIRO DE

MICOLOGIA, 2011).

Além do Brasil, houve relatos M. fructicola no Uruguai, Argentina,

Nigéria, Japão, Coréia, Canadá, Hungria e África do Sul, em Prunus mume,

Prunus pendula f. ascendens, Prunus pendula f. pendula, Prunus persica e

Manihot esculenta (FARR E ROSMAN, 2011).

Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos do isolado em estudo com os descritos por Batista et al. (2011).

Descrição morfológica e morfométrica

Isolado em estudo Batista et al. (2011)

Coloração Hialino Hialino

Disposição dos conídios

Catenulado Catenulado

Dimensões 14,5-17 x 10-13 μm14 (12-16) x 11 (9-12)

μm

73

Page 74: Descrições Micológicas

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ABREU, F.M. Quantificação de danos e controle pós-colheita de podridão parda

(Monolinia fructicola) e podridão mole (Rhizopus spp.) em pêssegos.

Piracicaba, 2006. 49p. Dissertação (mestrado) – Escola Superior de Agricultura

Luiz de Queiroz, 2006.

BASSETTO, E. Quantificação de danos ao longo da cadeia produtiva de

pêssegos e avaliação de métodos alternativos de controle de doenças pós-

colheita. Piracicaba, 2006. 126p. Tese (doutorado) – Escola Superior de

Agricultura Luiz de Queiroz, 2006.

BATISTA, D.C., BARBOSA, M.A., AMORIM, C.C., BARBOSA, J.S. Identificação

de fungos em frutos de pêssego e ameixa apresentando podridão. In: XLIV

Congresso Brasileiro de Fitopatologia, 2011. Bento Gonçalves - RS. Summa

Phytopatologica, 2011. v. 37.

BERGAMIN FILHO, A.; Kimati, H.; Amorim, L. Manual de Fitopatologia. 3 ed.

vol. 1. São Paulo. Agronômica Ceres, 1995.

EMBRAPA BANCO DE DADOS BRASILEIRO DE MICOLOGIA. Disponível em:

<http://pragawall.cenargen.embrapa.br/aiqweb/michtml/micbanco01a.asp>

Acessado em: 06/11/2011.

74

Page 75: Descrições Micológicas

FARR E ROSMAN, SBML Systematic Botany of Mycological Resources.

Disponível em: <http://www.ars.usda.gov/main/site_main.htm?modecode=12-

75-39-00>. Acessado em: 05/11/2011.

FITOPATOLOGIA.NET. Disponível em:

<http://www6.ufrgs.br/agronomia/fitossan/fitopatologia/ficha.php?id=111>

Acessado em: 04/11/2011.

INDEX FUNGORUM. Disponível em:

<http://www.indexfungorum.org/Names/Names.asp>. Acessado em:

03/12/2011.

KLUGE, R.A; NACHTIGAL, J.C.; FACHINELLO, J.C.; BILHALVA A.B. Fisiologia

e manejo pós-colheita de frutas de clima temperado. 2.ed. Piracicaba: Livraria e

Editora Rural, 214 p. 2002.

MARTINS, M.C.; LOURENÇO, S.A.; GUTIERREZ, A.S.D.; JACOMINO, A.P.;

AMORIM, L. Quantificação de danos pós-colheita em pêssegos no mercado

atacadista de São paulo. Fitopatologia Brasileira, v. 31, n1, p.5-10, 2006.

75

Page 76: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos do fungo Alternaria dianthicola

Alexandre José Rosa

Acadêmico do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

Alternaria dianthicola foi descrita em 1945 por Neerg, e apresenta como

forma anamórfica o fungo Lewia scrophulariae Simmons (1986), com a

seguinte classificação taxonômica: Fungi, Ascomycota, Dothideomycetes,

Pleosporomycetidae, Pleosporales, Pleosporaceae, Lewia, scrophulariaecom. A

forma teleomórfica possui a seguinte classificação taxonômica: Reino Fungi,

Insertae sedis (grupo incerto), Fungos Mitospóricos, subgrupo Hyphomycetes.

Não apresentando sinonímia (INDEX FUNGORUM, 2011).

Atualmente, existem, segundo Index Fungorum (2011), 636 espécies,

formae speciales e variedades descritas de Alternaria sp..

Alternaria dianthicola foi registrada em nove diferentes espécies de

hospedeiros, como: Dianthus barbatus, D. caryophyllus, D. chinensis, D.

plumarius, D. sinensis, D. superbus var. longicalycinus , Liquidambar styraciflua,

Withania somnifera (Farr e Rossman, 2011).

Sendo registrada 28 vezes, nos seguintes países: Armênia, Austrália,

Canadá, Chile, China, Dinamarca, Estados Unidos, Hawaii, Índia, Koréa, Líbia,

Malaui, Malásia, México, Nova Zelândia, Rússia, África do Sul e Zimbábue

(Farr e Rossman, 2011).

Em todo o mundo, as alternarioses, estão entre as mais comuns

doenças fúngicas em hortaliças. Causadas por fungos do gênero Alternaria

caracterizam-se por afetar plântulas, folhas, caules, hastes, flores e frutos de

várias hortaliças tais como solanáceas, apiáceas, aliáceas, crucíferas,

curcubitáceas e chichoriáceas. (TÖFOLI E DOMINGUES, 2010).

A alternaria sp é um fungo prejudicial a saúde humana, pois é um alérgeno

comum nos seres humanos, causando a chamada febre dos fenos ou reações

de hipersensibilidade que às vezes levam à asma. Prontamente podendo

causar ainda, infecções oportunistas em pessoas imunodeprimidas, como

doentes de AIDS. (Worldingo, 2010).

76

Page 77: Descrições Micológicas

As éspecies de alternaria maléficas ao homem, lembradas como agentes

de feohifomicoses descritas em literatura são: Alternaria alternata, A.

chartarum, A. dianthicola, A. infectoria, A. stemphyloides, A. Tenuissima, sendo

bem distrubuídas em todo o mundo. (Vidotto, 2002).

Uma característica comum, observada em algumas espécies de

Alternaria, está na baixa capacidade ou mesmo ausência de esporulação em

meio de cultura. Um grande número de trabalhos indica diferentes métodos

para induzir esporulação com variações quanto à luz utilizada, meios de

cultura, ferimentos do micélio, temperaturas e idades das colônias.(TÖFOLI E

DOMINGUES, 2010).

Os fungos causadores de manchas, por serem parasitas facultativos,

são capazes de sobreviver nos restos de cultura, na matéria orgânica do solo,

em sementes, em hospedeiros alternativos ou mesmo nos tecidos da planta no

caso de hospedeiro perene; as estruturas de sobrevivência envolvem

principalmente micélio e conídios.

A disseminação dos propágulos é mais comumente realizada pelo vento,

respingos de água e sementes contaminadas. O vento e as sementes são

responsáveis pela dispersão a longas distâncias enquanto a água promove a

distribuição do patógeno nas proximidades da fonte de inóculo.

Os conídios ou ascósporos, entando em contato com a superfície foliar

de um hospedeiro suscetível, iniciam a etapa de infecção. A germinação das

estruturas reprodutivas exige condições de alta umidade, geralmente na forma

de um filme de água sobre a lâmina foliar, o qual é normalmente decorrente da

deposição de orvalho. Os conídios germinam, formando um promicélio ou um

tubo germinativo que se fixa na superfície vegetal através de um apressório. A

hifa originária do apressório penetra de forma direta a superfície íntegra da

folha, com o auxílio de enzimas e pressão mecânica; os ferimentos e

estômatos também se constituem em portas de entrada para os patógenos.

A colonização desenvolve-se com a produção de toxinas e enzimas que

matam o tecido vegetal e promovendo a sua decomposição, liberando os

nutrientes requeridos para o crescimento do patógeno. Várias toxinas de

77

Page 78: Descrições Micológicas

origem fúngica tem sido identificadas, como a toxina produzida por Alternaria.

(FILHO, et al., 1995).

Relatos sobre Alternaria dianthicola são encontrados na Áustria, Chile,

Dinamarca, França, Alemanha, Itália, Jamaica, Malawi, Malásia, Holanda, Nova

Zelândia, EUA, (Ellis M. B., 1971). No Brasil não e comum relatos sobre essa

espécie de Alternaria.

Sobre as espécies Dianthus incluindo cravo; causa comum de botão de

flor pálida rot. Induces esbranquiçada a amarelo acastanhado, escuro com

bordas, manchas geralmente oval 5-10mm de comprimento, áreas, por vezes

confluentes e formando vários centímetros de comprimento , nos caules,

folhas, e brotos e produzindo imediatamente sobre a exposição das pétalas

densas manchas verde-oliva de conídios que tornam botões florais

invendáveis.Botões florais atacados em um estágio inicial girar o marron e

murchar, sem abertura, o interior sendo completamente destruídos pelo

patógeno. (ELLIS, 1971).

De maneira geral, as alternarioses são doenças típicas de primavera e

verão, todavia podem causar danos importantes em outonos e invernos

atípicos. Os sintomas aparecem primeiramente nas folhas mais velhas e

evoluem posteriormente para as partes mais novas da planta. A doença

costuma apresentar alto poder destrutivo em condições de altas temperaturas e

umidade. A ocorrência de epidemias severas da doença está sempre associada

à temperaturas diárias de 25 a 32º C. A literatura cita que as temperaturas

mínimas, ótimas, e máximas necessárias para a germinação dos conídios são

as de 5 - 7, 25 - 27 e 30 - 32º C, respectivamente. A umidade, fator importante

na germinação de conídios, pode ser conferida pela chuva, água de irrigação

ou orvalho. A presença de água livre na superfície foliar é fundamental para a

germinação, infecção e esporulação do fungo. De maneira geral, os maiores

índices de mancha de alternaria ocorrem em condições de 40% de umidade

relativa durante o dia e 95% durante a noite. A esporulação abundante do fungo

ocorre na faixa de 14 a 26ºC, com umidade relativa de 100% durante 24 horas

(INSTITUTO BIOLÓGICO, 2011).

A adoção conjunta de diferentes práticas é fundamental para o efetivo

controle das alternarioses em hortaliças. O estabelecimento de um programa

de manejo para a doença deve incluir medidas como: plantio de sementes

78

Page 79: Descrições Micológicas

sadias, plantio de cultivares e híbridos tolerantes, rotação de cultura, redução

do estresse das plantas pela correta adubação e irrigação, bem como a

aplicação de fungicidas. (INSTITUTO BIOLÓGICO, 2011)

Este trabalho tem como objetivo descrever os aspectos físicos e

morfológicos do fungo Alternaria dianthicola.

MATERIAIS E MÉTODOS

79

Page 80: Descrições Micológicas

O trabalho foi realizado no laboratório de micologia da EMBRAPA

CENARGEM, localizada na Asa Norte, Brasilia-DF,2010.Os propágulos de folha

de fumo assim que chegaram foram plaqueados e deixados em condição de

câmara úmida, e após este processo foram analisadas em microscópio

estereoscópico onde encontrou-se estruturas fúngicas.

Essas estruturas forma pescadas com auxílio de um estilete ou uma

pinça ponta fina e transferidos para uma gota de fixador a base de lacto fenol

(composto por ácido lático, ácido acético, glicerina e água) em uma lâmina na

qual logo após foi depositada uma lamínula, levada ao microscópio óptico onde

foram encontradas estruturas, as quais comparadas com a literatura constatou-

se que eram do fungo da gênero Alternaria espécie dianthicola,após isso a

lâmina foi vedada com esmalte e etiquetada.

Os fungos foram classificados, conforme as suas características

morfológicas e morfométricas ,medindo o tamanho dos conidióforos, células

conidiogênicas, conídios e rostros, utilizando a micrométrica (WF10 X 118)

confeccionando fotos micrométricas das estruturas citadas .

No microscópio óptico a primeira objetiva a ser usada deve ser a menor

(4x) para que se possam focalizar os propágulos depositados na lâmina, após

a observação destes aumentou-se a objetiva para 10x e logo em seguida para

a objetiva de 40x onde se observou com mais detalhes as estruturas fúngicas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO:

80

Page 81: Descrições Micológicas

Figura 1. Estruturas microscópicas do fungo Alternaria dianthicola. A. Ramificação e septação da hifa(bar = 20 µm), B. Conidióforo e células

conidiogênicas(bar = 10 µm), C. Conidio imaturo e apêndices ligados ao rostro

(bar = 13 µm),D. Conidióforo, célula conidiogênica e conídio dictioseptado ( bar

= 14 µm), E. Conídio maduro dictiseptado com germinação lateral( bar = 22

µm).

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA

81

Page 82: Descrições Micológicas

Algumas características da Alternaria dianthicola, por serem fungos

mitospóricos apresentam hifa como estruturas reprodutivas neste caso hifa

septada (Figura 1A) conidióforos decorrentes individuais ou em grupos, eretos

ou ascendentes 75 µm x 09 µm ,dando origem a células conidiogênicas (Figura

1B) , conídio imaturo apresentando apêndice, ligado ao rostro (Figura 1C)

conídioforo dando origem a um conidio dictiseptado e a uma célula

conidiogênica ( Figura 1D) conidio ja na fase madura dictioseptado 35 µm x 08

µm(Figura 1E).

Colônias efusas, geralmente cinza escuro, castanho-escuro ou preto.

Micélio todos imersos ou parcialmente suerficial; hifas incolores, verde-escuro

ou marrom ( Figura 1 A). Estroma raramente formado. Cerdas e hifopodio

ausente. Conidióforos (Figura 1B,D) macronematoso, mononematoso, simples

ou de forma irregular e pouco ramificada, septos incolor ou marrom, solitários

ou em células conidiogênicas terminais, integrado tornando-se, poliblastica,

simpodial, ou às vezes monoblastica, cicatrizada.(ELLIS, 1971).

Dimensões do fungo Alternaria dianthicola

Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de

Alternaria com os elementos morfológicos descritos por outros autores:

Descrição morfológica Diâmetro (µm) Ellis, (1971)Conidióforo 75 µm x 09 µm até 150 µm x 4-6 µmConidio 35 µm x 08 µm 93 µm x 13 µmRostro 23 µm x 05 µm ___________________

LITERATURA CITADA

82

Page 83: Descrições Micológicas

ELLIS, M. B. Dematiaceous Hyphomycetes. Ed. CAB - Commonwealth

Mylocogical Institute Kew, Surre, England. 1971.

FARR E ROSMAM, SBML Systematic Botany of Mycological

Resources.Disponível em:<http://nt.ars-

grin.gov/fungadatabase/fungushost.cfm>Acessado em: 26/10/2011.

FILHO et. al. Manual de Fitopatologia. Principios e Concetos .Editora

Agronimica Ceres Ltda. São Paulo- Sp. 1995.

INDEX FUNGORUM disponível em: <

<http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=7106>

acesso em : 07/10/2010.

INSTITUTO BIOLÓGICO disponível em:

<http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?id_artigo=11acesso>

em:01/11/2011.

VIDOTTO, V.Manual de Micologia médica.São Paulo: Novo conceito. 2002.

WORLDLINGO ALTERNARIA. Disponivel em: <http://www.ipm.ucdavis.edu/PMG/r108100911.html> Acesso: 04/11/2011.

Aspectos gerais e morfológicos de Cylindrocladium pteridis

83

Page 84: Descrições Micológicas

Lucas Macedo MarçalAcadêmico do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

O fungo Cylindrocladium pteridis decrito por F. A. Wolf (1926) segundo

sua taxonomia pertence ao reino Fungi, filo Ascomycota, subfilo

Pezizomycotina, subdivisão Sordariomycetes, classe dos Ascomicetos,

subclasse Hypocreomycetidae, ordem Hypocreales, família Nectriaceae e

gênero Cylindrocladium apresentando 93 espécies, 11 variedades e 1 formae

speciales descritas em literatura INDEX FUNGORUM (2011).

De acordo com Crous (2002) o gênero Cylindrocladium pteridis apresenta

como forma teleomorfa o gênero Calonectria. Espécies deste anamorfo são

patógenos extremamente devastadores em folhas de espécies florestais e

também de espécies de interesse agronômico no mundo.

O gênero Cylindrocladium pteridis apresenta aproximadamente 54

espécies: C. angustatum, C. asiaticum, C. avesiculatum, C. avesticulatum, C.

buxicola, C. camelliae, C. canadense, C. candelabrum, C. chinense, C. citri, C.

clavatum, C. colhounii var. macroconidiale, C. colhounii var. multiphialidicum, C.

multiseptatum, C. musae, C. naviculatum, C. oumaiensis, C. ovatum, C.

pacificum, C. parasiticum, C. parvum, C. pauciramosum, C. penicilloides, C.

perseae, C. peruvianum, C. pini, C. pseudogracile, C. pseudonaviculatum, C.

pseudospathiphylli, C. pteridis, C. reteaudii, C. rumohrae, C. scoparium, C.

scoparium var. brasiliense, C. scoparium var. brasiliensis, C. scoparium var.

scoparium, C. spathiphylli, C. sumatrense (ZIPCODEZOO, 2011).

Farr et al. (2011) registraram 64 fungos associados à palmeira Cariota no

mundo, dentre estes observa-se o registro de C. pteridis.

A palmeira rabo-de-peixe ou cariota-de-touceira [Caryota mitis Loureiro

(Arecaceae)] é uma espécie originária da Índia e da Malásia, bastante utilizada

no Brasil com fins paisagísticos. No ano de 2002, em viveiro e em plantas

adultas na cidade de Manaus, AM, foi observada a ocorrência de manchas

foliares circulares a elipsoidais ou irregulares, de coloração parda, com bordas

escuras, terminada por um halo clorótico (COELHO et al., 2003).

84

Page 85: Descrições Micológicas

Em inspeções realizadas em floriculturas e viveiros de plantas

ornamentais, verificou-se que a mesma doença ocorrida em Palmeira de

Manilla [Veitchia merrilli (Becc) H.E. Moose] causando manchas necróticas de

coloração marrom avermelhadas, afetando grandes áreas do tecido foliar.

Testes de patogenicidade em mudas de palmeira da Califórnia e palmeira de

Manilla comprovaram etiologia da doença. Cylindrocladium pteridis tem sido

relatado em representantes da família Palmae no Brasil, tais como coqueiro

(Cocos Nucifera L.; Mauritia flexuosa L.; Cariota mitis Loureiro). Este e o

primeiro relato de C. pteridis causando doença em W. filifera e Veitchia (SILVA

et al., 2005).

Em maio de 2006, foram coletados em uma floricultura no município de

Paço do Lumiar, Maranhão, mudas e folhas de palmeira princesa

[Dictyosperma album (Bory) Scheff.], sabão anão Sabal minor (JAcq.) Persoon

e palmeira da Califórnia (Washingtonia filifera H. Wendl) que apresentavam

lesões foliares de aspecto úmido (anasarca) circulares ou ovais e de tamanho

variado que ao coalescerem comprometem grandes porções do limbo foliar.

Plantas mais jovens chegaram a morrer em razão da queima generalizada das

folhas. O exame direto dos materiais revelou a presença de conídios e

vesículas características de C. pteridis (SILVA & PEREIRA, 2006).

Há muito se reconhece a importância de espécies de Cylindrocladium

como patógeno de essências florestais no Brasil. Todavia, nos últimos oito anos

tem sido feitas varias constatações de doenças por Cylindrocladium em

culturas agronômicas, causadas principalmente por C. clavatum e C. pteridis

(FERREIRA, 1989).

Os grupos de essências florestais apresentam atualmente inegável

importância econômica, principalmente para alguns estados do país, como por

exemplo, na região sul. Não obstante disso, pouco se sabe a respeito dos

problemas fitossanitários dessas plantas, particularmente o estudo das

doenças que ocorrem sobre eucaliptos e sobre Pinus sp. tem sido relegado a

um plano secundário, apesar da importância dessas espécies florestais. Entre

os diversos fungos que causam danos às espécies florestais as espécies de

Cylindrocladium sp. se destaca por causar grandes prejuízos principalmente

em áreas de viveiros (ROMERO, 1968).

85

Page 86: Descrições Micológicas

No Estado do Pará a queima de acículas de Pinus spp. tem sido

observada em viveiros e plantações da espécie C. pteridis mais sempre de

maneira esparsa, sem a mínima importância no que se refere aos danos às

plantas.Cylindrocladium pteridis Wolf, ataca também Pinus oocarpa e P. keshia,

além de causas manchas foliares em outros hospedeiros, como Polystichum

adiantiforma, Washingtonia robusta e Eucalyptus cinérea (FERREIRA, 1989).

A queima de acículas causadas por C. pteridis tem sua ocorrência

limitada às regiões Nordeste e Norte, onde foi observada em viveiros e plantios

de Pinus caribaea var. hondurensis e Pinus oocarpa. O patógeno possui outros

hospedeiros, como os eucaliptos e palmáceas podendo afetar grande

porcentagem de árvores em alguns casos e causar severa desfolha,

notadamente em plantios jovens. Entretanto, a ameaça não e grande para a

cultura, pois mesmo árvores intensamente atacadas recuperam-se com

facilidade (KRUGNER & AUER, 2005).

Os sintomas iniciais, em quaisquer porções das acículas, são lesões de

coloração amarelo-amarronzada, medindo 2-5 mm de comprimento. Mais

tarde, a lesão anela, constrigentemente, a acícula. A porção desta, além da

lesão, morre e adquire coloração marrom-avermelhada. Por isso, as plantas

intensamente atacadas aparentam ter sido chumascadas por fogo.

Posteriormente, as acículas tornam-se marrom-pardas e finalmente caem. Em

plantação fortemente atacada observam-se plantas totalmente sadias rodeadas

por outras muito atacadas, o que sugere a possibilidade de se controlar a

doença por meio de resistência de plantas (FERREIRA, 1989).

As espécies de fungos de solo que causam doenças em plantas

pertencem aos gêneros Cylindrocladium, Fusarium, Phytophthora, Pythium,

Rizoctonia, Rosellina, Sclerotium e Verticillium. São parasitas facultativos que

sobrevivem, na ausência do hospedeiro, em restos de cultura e na matéria

orgânica do solo. Alguns são considerandos habitantes do solo, outros são

invasores. O patógeno penetra nas raízes através de ferimentos de natureza

mecânica ou provocados por insetos e nematóides. As ocorrências mais

freqüentes de fungos de solo que causam doenças em plantas medicinais,

condimentares e aromáticas no Brasil. Pode ser encontrado também em

espécies de chá-preto (Camellia sinensis), cupuaçu (Theobroma grandiflorum),

86

Page 87: Descrições Micológicas

erva-mate (Ilex paragueriensis) e guaraná (Paullinia cupana) (KRUPPA &

RUSSOMANO, 2009).

De acordo com Vidotto (2004), não foram relatados casos de

Cylindrocladium pteridis causando doenças em humanos. Esse gênero é de

importância fitopatogênica provocando doenças somente em plantas de

espécie florestal e ornamental.

Em Gasga (1997) não há relatos de ocorrência de micotoxinas

relacionadas com alimentos causadas pelo gênero Cylindrocladium.

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do

fungo Cylindrocladium pteridis.

87

Page 88: Descrições Micológicas

MATERIAIS E MÉTODOS

Os propágulos do fungo foram coletados na cidade de Taguatinga-DF em

visita a uma propriedade de comercialização de mudas de Palmeira Cariota,

observou-se a incidência de manchas necróticas. Estas foram coletadas e

analisadas no Laboratório de Micologia em microscópio estereoscópico e

composto. As folhas permaneceram em condições de câmara úmida por um

período de 48 horas. Observou-se na região central da lesão estruturas do

patógeno. Após a observação, exsicatou-se uma parte do material e a outra foi

examinada diretamente em microscópio estereoscópico, preparando-se assim

lâminas semi-permanentes (corante azul de algodão). Com base em

morfometria e morfologia das estruturas encontradas e com auxílio de

literaturas especializadas, identificou-se o fungo como pertencente ao gênero

Cylindrocladium.

Embora a fase teleomórfica do fungo tenha sido descrita como

Calonectria pteridis Crous, no presente estudo as estruturas sexuais não foram

encontradas.

Em seguida as lâminas foram levadas ao microscópio composto para

identificação e caracterização morfológica e morfométrica das estruturas com

finalidade de identificação da espécie.

Com base nas características morfológicas, morfométricas e

comparações com literaturas, o espécime analisado foi identificado como

sendo Cylindrocladium pteridis.

Uma das lâminas foi trazida para o Instituto Federal Goiano Campus

Urutaí pelo professor Dr. Milton Lima, que foram guardadas no laboratório de

Microbiologia da Instituição, aonde foram levadas ao microscópio óptico, para

serem novamente analisadas. Inicialmente utilizamos a objetiva de 4x, no

intuito de adquirir uma visão macrométrica da lâmina, a fim de localizar a

estrutura fúngica presente na mesma. Após devidamente localizada, foi

utilizada uma objetiva de 10x, e depois também uma de 40x, buscando uma

visualização mais detalhada das estruturas fungicas presentes. À medida que

as estruturas eram localizadas no microscópio, eram devidamente fotografadas

com uma câmera digital modelo Canon® modelo Power Shot SD750

7.1megapixels.

88

Page 89: Descrições Micológicas

Em seguida as fotos foram editadas com o auxilio do software PowerPoint

2007, confeccionou-se uma prancha com as imagens adquiridas, a fim de

possibilitar uma melhor descrição.

89

Page 90: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1. Aspectos morfológicos de Cylindrocladium pteridis infectando folhas de palmeira cariota. A. Mancha foliar, B. detalhe da lesão de formato esférico a elíptica, e sinais de coloração esbranquiçada e pulverulenta, C. Células conidiogênicas blástica (Bar=23µm), D. Conídios unisseptados, hialinos, filiformes (Bar=20µm), E. Conídio com extremidades obtusas (Bar=26µm).

Descrição micológica:

A folha atacada da pameira cariota apresenta necroses arredondadas de espaçamentos menores entre elas de acordo com o grau de infestação (figura 1A) mancha foliar da Palmeira Cariota possui micélio de coloração esbranquiçado e pulverulento (Figura 1B) de formato esférico a elíptico, hialino e septado. Apresenta célula conidiogênica blástica (Figura 1C), enteroblástica, filídica e apresentou as variações de comprimento. Os conídios são unisseptados (Figura 1C), cilindricos, hialinos, filiformes e com extremidades obtusas (Figura 1D) reunindo-se em cabeças úmidas, apresentando as dimensões de 5-(6,2)-7µm.

Figura 2. Comparação de elementos morfométricos de Cylindrocladium pteridis.

Estruturas MARÇAL (2011) PAZ LIMA FERREIRA (1989)Conídios 5-(6,2)-7µm 3,6-(2,7)-2,4µm 7-(5,5)-4,5µm

Célula Conidiogênica 1,6-(0,5)-0,3µm 1,8-(0,8)-0,5µm ------------------

90

Page 91: Descrições Micológicas

LITERATURA CITADA

COELHO NETO, R. A.; FERREIRA, F. A.; ASSIS, L. A. G. Cylindrocladium pteridis, agente causal de mancha foliar em Caryota mitis. Fitopatologia Brasileira, v.28, n. 5, p. 569, 2003.

CROUS, P.W. Taxonomy and pathology of Cylindrocladium (alonectria) and allied genera. APS press, St. Paul, Minnesota, 2002.

FARR, D. F.; ROSSMAN, A. Y.; PALM, M. E. & MCCRAY, E.B. Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology laboratory, ARS, USDA. Disponível em: <http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/> acessado em: 5 de novembro de 2011.

FERREIRA, F. A. Patologia Florestal: Principais Doenças Florestais no Brasil. Viçosa, MG. Ed. Sociedade de Investigações Florestais, 1989.

GASGA. Micotoxinas em grãos. Publicado por: CTA Centro Técnico para a Cooperação Agrícola e Rural ACP-EU, Postbus 380 6700 AJ Wageningen Países Baixos, n.3.1997. Disponível em: <http://www.fao.org/WAIRDOCS/X5012O/X5012o01.htm#2. Micotoxinas relacionadas com alimentos> acessado em: 5 de novembro de 2011.

INDEX FUNGORUM. Banco de dados para consulta de táxons fungicos. Disponível em: <http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=275533> acessado em 26 de outubro de 2011.

KRUGNER, T. L. & AUER, C. G. Manual de Fitopatologia. Doenças das Plantas Cultivadas. Ed. Agronomias Ceres. 4º edição. São Paulo, 663 p. 2005.

KRUPPA, P. C.; RUSSOMANO, O. M. R. Fungos em plantas medicinais, aromáticas e condimentares – solo e semente. 2009. Disponível em: <http://www.infobibos.com/Artigos/2009_1/Fungos/index.htm> acessado em: 5 de outubro de 2001.

91

Page 92: Descrições Micológicas

ROMERO, J. P. Manual de Fitopatologia. Doenças das Plantas e seu Controle. Ed. Agronômica Ceres. São Paulo, 640 p. 1968.

SILVA, G. S.; ALFENAS, A. C.; ALFENAS, R. F. & ZAUZA, E. V. Cylindrocladium pteridis em Palmeiras Ornamentais. Fitopatologia Brasileira, v. 30, n. 3, p. 313, 2005.

SILVA, G. S. & PEREIRA, A. L. Novas ocorrências de Cylindrocladium pteridis em Palmeiras Ornamentais. Fitopatologia Brasileira, v.31, n. 4, p. 412, 2005.

VIDOTTO, V. Manual de Micologia Médica. Ed. Tecmedd. Ribeirão Preto, p. 204, 2004.

ZIPCODEZOO. Disponível em: <http://zipcodezoo.com/Fungi/C/Cylindrocladium_pteridis/> acessado em 21 de outubro de 2011.

92

Page 93: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Coemansia aciculifera

Marianne Monteiro Silva Mota

Acadêmica do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

O fungo Coemansia aciculifera foi descrito por Linder (1943) é um fungo

cosmopolita, que apresenta como sinonímia Coemansia

aciculifera var. aciculifera e Coemansia aciculifera var. suhagensis B. R.

Mehrotra & Kakkar 1971 (ZIPCODEZOO, 2011; INDEX FUNGORUN, 2011).

Os zigomicetos são fungos terrestres formados por hifas de paredes

quitinosas. Alguns são parasitas, mas na sua maioria são saprófitas, vivendo

no solo e alimentando-se de matéria orgânica morta. Dentre dessa grande

gama de microrganismos saprófitas Coemansia aciculifera é o membro mais

comum da família Kickxellaceae. Não possuem esporos flagelados e na

reprodução sexuada produzem zigósporos, ou seja, zigotos de parede espessa

e resistente, podendo sobreviver em condições adversas (INFOPEDIA 2011.).

O fungo Coemansia sp, pode ser encontrados no esterco, solo, e menos

comumente em insetos mortos, poucas espécies parasitas ou parasitas

facultativas em outros fungos. A família é, intimamente relacionada com o

Dimargaritaceae por causa da maneira de formação de zygosporos e o número

reduzido de esporos. Algumas espécies podem ser relativamente comuns,

como C. aciculifera. E, portanto, pode ser isoladas em várias localidades por

ser um fungo saprófito. Os gêneros são diferenciados com base na natureza

dos esporangióforos e esprocládio.

93

Page 94: Descrições Micológicas

A maioria das nossas informações sobre Coemansia sp, é baseada nos

estudos de Linder (1943) e Benjamin RK (1958). Coemansia aciculifera possui

estrutura taxonômica da seguinte forma: Seu posicionamento e categorização

taxonômica são representados por: Reino Fungi, Divisão Zygomycota,

Subdivisão Kickxellomycotina, Classe Zygomycetes, Ordem Kickxellales,

Família Kickxellaceae, Gênero Coemansia, Espécie aciculifera. Apresentando,

assim, como nome científico Coemansia aciculifera Linder 1943

(ZIPCODEZOO, 2011).

O fungo Coemansia possui a forma anamórfica que pertence ao Reino

Fungi tendo como sua divisão zygomycota(INDEX FUNGORUM 2011). Não

foram encontrados registros da forma teleomórfica.

De acordo com Index Fungorun (2011), o fungo Coemansia aciculifera,

Coemansia suhagensis, Reino Fungi, Filo Zigomycota, Subfilo

Kickxellomycotina, Ordem Incertae sedis, Subordem Incertae sedis, Familia

Kickxellaceae. ( INDEX FUNGORUN, 2011).

Em 1943 foi descrito por Linder o fungo Coemansia sp. Sendo

pertencente á família Kickxellaceae. Existem registrados em literaturas 22

espécies variadas que podem sem observadas a seguir.

O fungo Coemansia aciculifera var. suhagensis descrito por B.R.

Mehrotra & Kakkar (1971). C. alma-atensis foi descrito por Schwarzman

( 1957). C.bainier foi descrito por Kwásna, M. J. Richardson & G.L. Bateman

(2002). C. brasiliensis foi descrito por Thaxt. Ex Linde (1943). C breviramosa foi

descrito por Linder (1943). C.ceylonensis foi descrito por Linde (1943). C.

erecyta foi descriito por Bainier (1906). C. furcata foi descrito por Kurihara,

Tokum & C. Y. Chien (2000). C.guatemalensis foi descrito por Linder (1943) C.

interrupta foi descrito por Linder (1943). C. Kamerunensis foi descrito por Linder

(1943). C. linderi foi descrito por Kwásna, M. J. Richardson & G.L. Bateman

(2002). O fungo C. mojavensis foi descrito por R.K. Benj. (1958). O fungo C.

nantahalensis foi descrito por C.Y. Chien (1971). O Fungo C. pectinata foi

descrito por Bainier (1906). C. reversa foi descrito por Tiegh. & G. Le Monn.

(1873). O fungo C. scorpioidea por Linder (1943).O fungo C. spiralis foi

descrito por Eidam (1888). O fungo C. spiralis foi descrito por Bainier (1906). O

fungo C. thaxteri foi descrito por Linder (1943) ( INDEX FUNGORUM 2011).

94

Page 95: Descrições Micológicas

Em FARR ROSSMAN não foi encontrado nenhum registro de ocorrência

a respeito do fungo Coemansia aciculifera. Indicando que não se trata de um

fungo de tamanha impôrtancia fitopatogênica, e que possui incidência e não

cosmopolita como a maioria dos fungos reconhecidos.

Hesseltine e Ellis (1973) em chave de identificação de famílias e gêneros

de mucorales apontaram que para se identificar Coemansia sp. há necessidade

de verificar esporângios formando pseudofiálides arranjadas transversalmente

da superfície septada do esporocládio. Esporocládio acrógeno, contudo pode

ser pleurógeno, sendo observada a continuação do esporangioforo em relação

ao ápice. Esporangiósporos alongados-elípticos ou alongado ovóide. As

pseudofiálides organizam-se transversalmente ao esporangíolo. Apresenta

septação no esporocládio. Esporangióforo indeterminado. Esporocladio

formado lateralmente ou apicalmente (axial). Esporangióforo reto ou

ligeiramente curvado ou ramificado. A fase imperfeita apresenta um esporângio

que produz apenas um esporangiósporo. Este microrganismo não produz

esporângios propriamente ditos. Este microrganismo não produz esporângios

ou esporocarpos em raízes de plantas superiores.

A nomenclatura atual do fungo descrito Coemansia aciculifera, que foi

descrita por Linder (1943) publicado na revista Index of fungi 1:78 (1941-1950)

( INDEX FUNGORUM 2011).

No Congresso Brasileiro de Fitopatologia não foram encontrados

nenhum registro do fungo Coemansia aciculifera.

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos de

Coemansia aciculifera.

95

Page 96: Descrições Micológicas

MATERIAIS E MÉTODOS .

O trabalho foi realizado no laboratório de micologia da EMBRAPA

Cenargen, localizada na Asa Norte, Brasília-DF, 2010. As amostras de solo

assim que chegou foram plaqueados e deixados em condição de câmara

úmida, e após este processo foram analisadas em microscópio estereoscópico

onde se encontrou estruturas fúngicas.

Essas estruturas foram pescadas com auxílio de um estilete ou uma

pinça ponta fina e transferida para uma gota de fixador a base de lacto fenol

(composto por ácido lático, ácido acético, glicerina e água) em uma lâmina na

qual logo após foi depositada uma lamínula, levada ao microscópio óptico onde

foram encontradas estruturas, as quais comparadas com a literatura constatou-

se que, era um fungo, do gênero Coemansia espécie aciculifera, após isso a

lâmina foi vedada com esmalte e etiquetada.

Os fungos foram classificados, conforme as suas características

morfológicas e morfometrias, medindo o tamanho dos esporangióforos,

esporangiosporos e esporangíolos, utilizando à micrométrica (WF10 X 118)

confeccionando fotos micrométricas das estruturas citadas.

No microscópio óptico a primeira objetiva a ser usada deve ser a

menor (4x) para que se possam focalizar os propágulos depositados na lâmina,

após a observação destes aumentou-se a objetiva para 10x e logo em seguida

para a objetiva de 40x onde se observou com mais detalhes as estruturas

fúngicas.

96

Page 97: Descrições Micológicas

Descrição Micológica

Na amostra analisada foi observada a fase assexual ou imperfeita do

microrganismo. Este microrganismo não produz esporângios propriamente

ditos. Este microrganismo não produz esporângios ou esporocarpos em raízes

de plantas superiores.

Esporangióforo indeterminado, reto ou ligeiramente curvado ou

ramificado e suas dimensões podem ser de 10,3-(13,5)-12,5 µm.

Foi observado esporangíolos ou esporocládios formando pseudofiálides

arranjadas transversalmente (Figura C) na superfície septada do esporocládio

(Figura D). Esporocládio acrógeno, contudo pode ser pleurógeno, sendo

observada a continuação do esporangioforo (Figura A) em relação ao ápice.

Apresenta septação no esporocládio. Esporocladio formado lateralmente ou

apicalmente (axial), e estas estruturas apresentam as dimensões de 1,8-(2,5)-

1,8 µm.

A pseudofiálide que produz apenas um esporangiósporo.

Esporangiósporos podem ser alongados-elípticos (Figura E, F) ou

alongado-ovóide, e apresentam as dimensões de 2,5-(3.8)-3,8µm. As

pseudofiálides organizam-se transversalmente ao esporangíolo.

A descrição foi realizada sensu Hesseltine e Ellis (1973).

Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de

Coemansia aciculifera com os elementos morfométricos descritos por outros

autores.

Descrição

morfológic

Diâmetro (µm) Ellis,

97

Page 98: Descrições Micológicas

a (1973).

Não foram

encontrado

s dados

para

realizar

comparaçõ

es.

Dimensões

do

Esporangió

foro

10,3-(13,5)-12,5 µm. __________

Esporoclád

io

1,8-(2,5)-1,8 µm.__________

Esporangió

sporo2,5-(3.8)-3,8µm. __________

LITERATURA CITADA.

EMBRAPA CENARGEN. Disponível em: <http://www.cenargen.embrapa,br>, acessado 23/10/2011.

FARR E ROSSMAN, Disponível em:<http://www.nt.ars-grin.gov>, acessado outubro de 2011.

HESSELTINE, C.W., ELLIS, J.J. Mucorales. In:AINSWORTH, G.C., SPARROW, F.K., SUSSMAN, A.S. The fungi – an advanced treatise. A taxonomix review with keys: basidiomicetes and lower fungi. Academic Press, New York, USA, 1973.

INDEX FUNGORUM, Banco de Dados para consulta de táxons fúngicos. Disponível em:<http://www.indexfungorun.org>, acessado 15/10/ 2011.

INFOPEDIA. Disponível em <:http://www.infopedia.pt, acessado 23/10/ 2011.

SANSON, R. A.; HOUBRAKEN, J; THRANE, U, FRISVAD, J. C; ANDERSEN. B, Food and Indor Fungi. Utrich, Necrherlandes, CBS-RNAW, Fungal Biodiversity Centre 2010.

98

Page 99: Descrições Micológicas

VIDOTTO, V. Manual de micologia médica; Ribeirão Preto-SP, Editora Tecmedd, 2004.

ZIPECODEZOO. Disponível em: <http://zipcodezoo.com/Fungi/A/Coemansia_aciculifera/> acessado 23/10/ 2011.

Aspectos gerais e morfológicos de Bipolaris spicifera

Fabrício SantanaAcadêmico do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

Bipolaris é um dos vários fungos graminicolous (que vivem em plantas,

principalmente gramíneas) e é uma causa freqüente de Phaeohyphomycosis.

Muitas vezes é apontado como agente causal de sinusite fúngica, meningite,

peritonite e doença disseminada em recém-nascido. O gênero Bipolaris

atualmente acomoda três espécies, como B. Australiensis, hawaiiensis B. e B.

spicifera. Sua morfologia colônia em SDA se assemelha a Drechslera. O teste

de tubo germinativo é de grande importância para diferenciar Bipolaris e

Drechslera.B. spicifera é uma causa incomum de abscesso da córnea, a

precisa identificação do fungo causador da estratégia e instituição de

tratamento adequado pode salvar o olho por esta causa evitável de cegueira.

Patil, 2011.

Um homem de 38 anos apresentou-se no departamento de oftalmologia

com dor, vermelhidão e secreção aquosa do olho direito durante oito dias.

Havia histórico de trauma vegetativo no olho direito sofrido na atividade de

corte de cana, quatro dias antes do início dos sintomas. No exame, houve leve

edema palpebral, conjuntiva congestionadas, e a visão parcialmente

prejudicada. O exame biomicroscópico mostrava abscesso corneano medindo

3 mm × 2 mm na área pupilar, com raia de hipópio e presença de lesões

satélites. Raspados de córnea foram coletados sob condições assépticas e

foram submetidos a microscopia e isolamento em meio de cultura. Em meio de

cultura observou-se o surgimento de estruturas que foram identificadas como

99

Page 100: Descrições Micológicas

pertencentes a espécie Bipolaris spicifera com base na morfologia dos

conídios. Patil, 2011.

Isolamento e identificação de fungos tem contribuído para um rápido

estabelecimento do diagnóstico dessa entidade clínica. Fungos dematiáceos

responsável por 7-16% dos casos de keratomicosis. [1] Há relatos escassos na

Bipolaris spicifera como causa de keratomicosis na literatura. Hemashettar et

al. (Apud patil, 2011) e Koshy et al. (Apud patil, 2011) relataram um caso cada

em 1992 e 2002, respectivamente, em pacientes com hanseníase. Patil, 2011.

Como B. spicifera é uma causa incomum de abscesso da córnea, a precisa

identificação do fungo causador da estratégia e instituição de tratamento

adequado pode salvar o olho por esta causa evitável de cegueira.Patil, 2011.

Em julho de 2009, uma doença foi observada em plantações de sorgo na

província de Sakarya, causando manchas foliares. A incidência e severidade da

doença foi avaliada em 45% e 25-75%, respectivamente. Os sintomas típicos

são, cor de palha, lesões necróticas com margens mais escuras. As lesões

eventualmente se fundiram, resultando na secagem das folhas. Um fungo foi

isolado das lesões em ágar batata dextrose (PDA) incubadas sob luz

ultravioleta próximo para 12 h por dia a 22 ° C por 2 semanas. O fungo causal

foi identificado como Bipolaris spicifera que possui como teleomorfo

Cochliobolus spicifer Nelson . Ünal, et al,2011.

Houve poucos relatos no Japão de pacientes com sinusite fúngica alérgica

(AFS). Descrevemos dois casos causados por Bipolaris spicifera e

Schizophyllum comungar. Os pacientes eram um homem de 70 anos (caso 1) e

uma mulher de 55 anos (caso 2). Amboss apresentaram obstrução nasal e

secreção nasal purulenta. Exames revelaram que cada um tem uma massa de

tecido mole que se estende desde o seio etmoidal para o seio esfenoidal. Além

disso, estudos patológicos sobre o conteúdo dos seios paranasais de ambos os

pacientes revelaram a presença de elementos fúngicos na mucina alérgica.

Estudos microbiológicos resultaram na recuperação de Bipolaris spicifera de

Caso 1 e de Schizophyllum comungar no Caso 2. Até o momento não houve

relatos de AFS. É muito importante o diagnóstico de AFS para demonstrar a

presença de elementos fúngicos na mucina alérgica. Tagushi, et al. 2004.

100

Page 101: Descrições Micológicas

Pela sua classificação taxonômica, Bipolaris specifira pertence ao reino

Fungi, filo Ascomycota, classe Euascomycetes, ordem Pleosporales, familia

Pleosporaceae, gênero Bipolaris. DOCTORFUNGUS, 2011

Bipolaris é um fungo, dematiáceos, cosmopolita por natureza e vive isolado

em detritos vegetais e solo. O gênero Bipolaris contém diversas espécies.

Entre estas, três espécies são conhecidas como patogênicas são elas,

Bipolaris spicifera, Bipolaris australiensis e Bipolaris hawaiiensis .

DOCTORFUNGUS, 2011

Não foram encontradas literaturas a respeito deste produzindo toxinas,

entretanto pode ser contaminante em laboratórios, medidas profiláticas para

este risco consistem apenas nos cuidados comuns dentro do laboratório.

DOCTORFUNGUS, 2011

Foi descrito pela primeira vez em 1971, por Bainier Subram.

(INDEXFUMGORUM, 2011)

Bipolaris specifira é a espécie mais comum de Bipolaris citada como agente

causador de doenças no homem, é uma uma causa freqüente de

Phaeohyphomycosis, também é frequentemente apontada como causa de

sinusite fúngica , especialmente no sul e sudoeste dos EUA, e outras áreas de

clima temperado. Tem sido relatado também como um agente de doença

cutânea , ceratite micótica, e sinusite fúngica alérgica . Em animais, há relatos

de causa de Torulopsis glabrata em um cão. (DOCTORFUNGUS, 2011)

Literaturas confirmam que Bipolaris spicifera produz a micotoxina

sterigmatocystin, que se mostrou causadora de danos ao fígado de animais de

laboratório.(EESINC, 2011)

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos físicos e morfológicos de

Bipolaris specifira.

MATERIAIS E MÉTODOS

Este trabalho foi conduzido no Laboratório de Micologia da Embrapa

Cenargen. Foram enviadas ao laboratório amostras de sementes de algodão

infectadas, estas foram levadas a bancada, e observadas em um microscópio

estereoscópico, a fim de se localizar o agente contaminante.

101

Page 102: Descrições Micológicas

Uma agulha foi esterilizada, e com a pinça, as sementes eram pegas, e

com a agulha por meio de raspagem os propágulos eram extraídos, e logo em

seguida depositados no centro da lâmina, aonde estava a gota de fixador. Após

depositados, foram devidamente macerados com a agulha, para diminuir o

tamanho dos propágulos e evitar quebra da lamínula que em seguida seria

sobreposta a região central da lâmina.

Após sobreposta a lamínula, utilizou-se de papel toalha para a remoção

do excesso de fixador, e esmalte para vedar a lamínula junto à lâmina.

Assim confeccionou-se a lâmina semi-permanente, que em seguida foi

levada ao microscópio óptico, onde se foi possível localizar as estruturas

graças a visão macro da mesma proporcionada pela objetiva menor, de 4x.

A medida em que as estruturas eram localizadas com a objetiva de 4x,

utilizava-se de objetivas maiores para uma visualização mais detalhada das

estruturas, que eram micro fotografadas com uma câmera digital Canon

modelo Power Shot A580.

Comparando a morfologia das estruturas encontradas a imagens e literaturas,

além de efeitos do indivíduo sobre seu hospedeiro, identificou-se sendo um

fungo, sendo ele Bipolares spicifera.

102

Page 103: Descrições Micológicas

As microfotografias foram editadas com auxílio do software paint, tiveram seu

tamanho reduzidas, para que a foto contemplasse as estruturas que eram

realmente importantes, em seguida,foram organizadas em forma de prancha no

software Power Point com a finalidade de ilustrar a descrição micológica. 3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1. Aspectos gerais e morfológicos de Bipolaris spicifera. A. Conídio pseudo septado com conidióforo retilíneo com proliferação simpodial, B. Conidioforo entre conídios pseudo septados C. Conidióforo retilinio com proliferação simpodial D. Conídios pseudo septados E.Conidio pseudo-septado em atividade metabólica.

Descrição micológica:Conidióforos 70-218 (96) x 7-10 (7) μm, macronemáticos, monemáticos, lisos,

septados, simples, flexuosos, geniculados no ápice com muitas cicatrizes

conidiais e marrons. Células conidiogênicas integradas, politréticas, terminais e

frequentemente intercalares, simpodiais e cicatrizadas.

As colônias crescem rapidamente, chegando a um diâmetro de 3 a 9 μm em

incubação a 25 ° C por 7 dias em ágar batata dextrose. A colônia torna-se

madura dentro de 5 dias. A textura é aveludada para lanoso. A superfície da

colônia é inicialmente de branca a castanho-acinzentada e torna-se verde-

azeitona a preto com uma periferia cinzenta, que é levantada à medida que

amadurece.

As hifas são septadas e marrons. Conidióforos (C)(4,5-6 μm de largura) são

marrom, simples ou ramificados, geniculados e simpodiais, dobrando os pontos

onde cada conídios surge(A, B). Esta propriedade leva ao aparecimento de

ziguezague do conidióforo. Os conídios, que são também chamados

poroconidia, são 3-6 μm, unicelulares, fusoides de forma cilíndrica, a luz de cor

marrom escuro(D) e têm padrão de crescimento simpodial geniculado. O

poroconidium (30-35 M x 11-13,5 mm) é distoseptado e tem um pouco

protuberante hilo, pigmentadas. Esta cicatriz basal indica o ponto de ligação ao

conidióforo. A partir da célula terminal do conídios, tubos germe podem se

desenvolver e alongadar na direção do eixo longitudinal do conídios(E).

LITERATURA CITADA.

103

Page 104: Descrições Micológicas

DOCTORFUNGUS, Bipolares specifira. Disponível em < http://www.doctorfungus.org/Thefungi/bipolaris.php>. Acessado em novembro de 2011.

EESINC, Descriptions of several individual mold species. Disponível em < http://www.eesinc.cc/downloads/MoldSpecies.pdf>. Acessado em novembro de 2011.

INDEXFUNGORUM, Bipolares spicifera. Disponível em < http://www.indexfungorum.org/names/NamesRecord.asp?RecordID=309557>. Acessado em outubro de 2011.

PATIl, S.; KULKARNI, S.; GADGIL, S.; JOSH, A. Corneal abscess caused by Bipolaris spicifera. Indian J Pathol Microbiol 2011 ;54:408-10

TAGUCHi, K.; OHARASEKI,T.; YOKOUCHI,Y.; KAWABATA, T. ; WAKAYAMA, M.; OGOSHI,T.; IWABUCHi, S.; SHIBUYA,K.; NISHIMURA, K.;TAKAHASH, K. Allergic fungal sinusitis caused by Bipolaris spicifera and Schizophyllum commune. Med Mol Morphol. 2006 Dec ;39 (4):187-192 17187180

ÜNAL, F.; TURGAY, E. B.; & YILDIRIM, A. F. First Report of Leaf Blotch on Sorghum Caused by Bipolaris spicifera in Turkey. Plant Disease, April 2011, Volume 95, Number 4Pages 495.2 - 495.2.

104

Page 105: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Colletotrichum falcatum

Gustavo Rodrigues da CunhaAcadêmico do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

Colletotrichum falcatum foi descrito em 1893 por Arch. Java

Suikerindustrie. (INDEX FUNGORUM, 2011).

Segundo Dictionary of the Fungi (2008) C. falcatum possui algumas

sinonímias como, Blennorella Kirschst., Colletostroma Petr., Colletotrichopsis

Bubák., Dicladium Ces.,

Didymariopsis Speg., Ellisiella Sacc., Ellisiellina Souza da Câmara, Fellneria

Fuckel, Fominia Girz., Gloeosporiopsis Speg., Lophodiscella Tehon, Peresia H.

Maia, Publções., Phellomyces A.B., Frank, Ber. dt. bot. Ges., Rostrospora

Subram. & K. Ramakr., Schizotrichella E.F., MorrisSteirochaete A. Braun &

Casp., Vermicularia e Tode.

O fungo Colletotrichum falcatum segundo sua taxonomia pertence ao

domínio Eukariota, reino fungi, subreino Dikarya, filo Ascomycota, subfilo

Pezizomycotina, classe Ascomycetos, ordem Phyllachorales, família

Phyllachoraceae, gênero Colletotrichum. (ZIPCODEZOO, 2011).

De acordo com Index Fungorum (2011) o Colletotrichum falcatum possui

706 espécies, 56 formae speciales e 81 variedades.

Existem, segundo Farr e Rossman (2011) 23 espécies descritas que

hospedam Colletotrichum falcatum, estas são: Carica papaya (mamão),

Cynodon dactylon, Dactylis glomerata, Dichorisandra sp., Echinochloa crus-

galli, Eremochloa ophiuroides, Erianthus giganteus, Imperata cheesemanii,

Ophiopogon japonicus, Pisum sativum var., Macrocarpon sp., Saccharum

officinarum, Saccharum sp., Sorghum arundinaceum var. sudanense, Sorghum

bicolor, S.halepense, S. vulgare, S. vulgare var. saccharatum, S. vulgare var.

susdanense, S. vulgare var. technicum, Syngonium sp., Zebrina pendula,

Soysia japônica, Z. tenuifolia.

O Colletotrichum falcatum foi resgistrado nos seguintes países: Australia,

Bangladesh, Brasil, China, Costa Rica, Cuba, República Dominicana, El

Salvador, EUA, Ghana, Guatemala, Hawaii, Honduras, Índia, Indonésia,

Jamaica, Japão; Malásia, Mauritius, México, Mississippi, Myanmar, Nepal,

105

Page 106: Descrições Micológicas

Holanda, Nova Caledonia, Nicaragua, Nigeria, Panama, Filipinas, Samoa, Ilhas

Salomon, África do sul, Southern Africa, Sri Lanka, Taiwan, Tonga, Trinidad and

Tobago, Vanuatu, Venezuela (FARR E ROSSMAN, 2011).

De acordo com Tokeshi e Rago (2005), o fungo Colletotrichum falcatum

é um parasita obrigatório causando em sua fase teleomórfica a Podridão

Vermelha – Glomerella tucumanensis na cana-de-açúcar. A doença causa

prejuízos importantes á cultura, principalmente pela inversão da sacarose. São

freqüentes os relatos de perda de 50 a 70% da sacarose em colmos atacados

simultaneamente pelo fungo e pela Broca da Cana – Diatraea saccharalis.

Reduções em toneladas de canas são bem menores, variando de 12 a 41,5% .

O agente causal é o Colletotrichum falcatum que corresponde, na fase

perfeita, a Glomerella tucumanensis. Produz acérvulos sub-epidérmicos

eruptivos com setas ou tortuosas, pardo escuras, septadas, abundantes e

facilmente visíveis com lupa manual. Na base das setas estão conidióforos

curtos, simples, hialinos, com conídios falcados (acanoados) unicelulares

hialinos, granulosos e envoltos em massa gelatinosa que dá ao conjunto tom

levemente rosado. Peritécios podem ser observados nas lesões foliares velhas

e senescentes onde apenas o rosto é visível, pois a base do peritécio está

embebida no tecido. Os ascósporos são hialinos, unicelulares, restos ou

ligeiramente fusóides.(TOKESHI; RAGO, 2005, p. 191).

No Brasil o C. falcatum também foi relatado causando doenças em

outros hospedeiros, tais como o lírio-da-paz (Spathiphyllum wallisii)

apresentando manchas necróticas irregulares no limbo foliar, Singônio

(Syngonium angustatum), milho (Zea mays), causando doenças como

antracnose (LACERDA et al., 2006).

O C.falcatum foi relatado causando a mancha- café em feijão-fradinho

na primavera-verão na zona da mata de minas gerais (Vieira et al., 2000).

Não foram encontrados relatos de que o fungo C. falcatum seja utilizado

na indústria farmacêutica, médica ou que ele possua alguma aplicação

industrial (VIDOTO, 2004).

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do

fungo C.falcatum.

106

Page 107: Descrições Micológicas

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho de identificação e descrição dos aspectos gerais e

morfológicos do fungo Colletotrichum falcatum foi conduzido no Laboratório de

Microbiologia do Instituto Federal Goiano, Campus Urutaí.

Inicialmente, foram enviadas ao laboratório, amostras de cana de açúcar

infectadas com alguma espécie de patógeno. Realizou-se cortes histológicos

para verificar as áreas lesionadas, em seguida, as amostras foram levadas ao

microscópio estereoscópico, proporcionando assim, uma visão macro

detalhada da região lesionada. Uma lâmina microscópica havia sido preparada

para receber os propágulos que seriam extraídos da lâmina, foi pega com uma

pinça esterilizada, flambada em bico de bunsen e colocada na bancada ao lado

do microscópio estereoscópico. No centro da lâmina foi gotejada uma gota de

corante azul de algodão lactofenol.

Com luvas nas mãos, utilizando uma agulha previamente esterilizada,

observando-se no microscópio estereoscópico, os propágulos foram

delicadamente extraídos por meio do uso da técnica de raspagem, e em

seguida despejados delicadamente sobre a região da lâmina aonde se

encontrava o corante.

Os propágulos foram cuidadosamente macerados sobre a lâmina, a fim

de se reduzir o risco de quebra da lamínula, e também facilitar a visualização

de um maior número de estruturas.

A lamínula foi sobreposta a região da lâmina onde se encontravam os

propágulos macerados em corante azul de algodão, o excesso de corante

observado após essa operação foi limpo utilizando papel toalha.

Após removido todo o excesso de corante, com o uso de esmalte, a

lamínula foi devidamente vedada a lâmina microscópica, aguardou-se alguns

minutos para a secagem do esmalte, então a lâmina semi-permanente foi

levada ao microscópio óptico.

Com a objetiva menor, de 4x, foi possível se ver quais espaços as

estruturas ocupavam dentro da lâmina, na medida em que eram localizadas,

eram acionadas objetivas maiores, no caso deste trabalho, utilizaram-se

objetivas de 10x e também de 40x, para possibilitar uma visão mais detalhada

107

Page 108: Descrições Micológicas

das estruturas. Estas foram micro fotografadas com o auxílio de uma câmera

digital Canon® modelo Power Shot A580.

As estruturas encontradas foram sendo comparadas com literaturas,

também a origem dos propágulos e sintomas, e no fim de tudo, acabou

identificando-se como agente causal daquela lesão na cana de açúcar o fungo

Colletotrichum falcatum.

Para a conclusão do trabalho, as microfotografias foram editadas com o

auxílio de softwares de fotografia, como o Paint, Photoscape, a fim de

contemplar na fotografia as estruturas mais importantes, e também reduzir o

tamanho dos arquivos, sem perder a qualidade, para a confecção de um

documento mais leve.

108

Page 109: Descrições Micológicas

Com o software Power Point, as microfotografias foram selecionadas e

organizadas em formato de prancha de fotos para possibilitar maior agilidade e

visibilidade a descrição micológica.RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1. Aspectos gerais e morfológicos de Colletotrichum falcatum. A. acérvulos sub-epidérmicos, conídios e setas (Bar=40µ) B. organização acervular, C. organização acervular emitida através das aberturas estomatais (Bar=88µ) D. Conídios hialinos E. Conídio hialino, falcado, amerosseptado e não gutulado(Bar=9µ).

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA:

Produz acérvulos sub-epidérmicos errompentes (Fig.1A.), com setas retas

ou tortuosas, pardo-escuras, septadas, abundantes e facilmente visíveis com

lupa manual (Fig.1B, b1). O fungo é um parasita obrigatório que infecta a planta

por meio de conídios e lesões nos tecidos vegetais. (Kimati,2005).O C.

falcatum apresenta colônias brancas acinzentadas com micélio aéreo espeso e

pequenas manchas densas, as massas de conídios são de cor rosa salmão

(Fig. 1D), algumas culturas apresenta abundante micélio branco acinzentado,

esporulação aérea branca pobre e não distintas dos acervulos. Escleródios

ausentes ambas as raças. Cerdas espesas. Na base das setas estão

conidióforos curtos, simples, hialinos, com conídios fusiformes unicelulares,

hialinos (Fig.1E), e envoltos em massa gelatinosa que dá ao conjunto tom

levemente rosado (Sutton, 1980).

Tabela 1: Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de Colletotrichum falcatum com os elementos morfológicos e morfométricos descritos por outro autor.

Características Da descrição CMI DESCRIPTIONS OF PATHOGENIC FUNGI

AND BACTÉRIADimensões do conídio 30x5µm 26.5x4Forma do conídio Falcada fusiforme Falcado fusiformeCor da colônia Branca acinzentada Branca acinzentadaCor da assa gelatinosa Salmão rosa Salmão RosaProdução de Escleródio Ausete Ausente

109

Page 110: Descrições Micológicas

Os Elementos morfológicos e morfométricos que sofreram sucessitivas medições foram comparados com os elementos morfológicos e descritos em CMI DESCRIPTIONS OF PATHOGENIC FUNGI AND BACTÉRIA e tiveram uma variação considerável entre as dimensões do conídio e não apresentou nenhuma variação entre os demais itens citados.

LITERATURA CITADA.

FARR E ROSSMAN, Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology

Laboratory, ARS, USDA. Disponível em < http://nt.ars-

grin.gov/fungaldatabases/fungushost/new_frameFungusHostReport.cfm/>.

Acessado em dezembro de 11.

INDEXFUNGORUM, Colletotrichum falcatum. Disponível em<

http://www.indexfungorum.org/names/NamesRecord.asp?RecordID=157602>.

Acessado em novembro de 2011.

INDEXFUNGORUM, Colletotrichum. Disponível em<

http://www.indexfungorum.org/names/Names.asp?pg=4>. Acessado em

Dezembro de 2001

LACERDA, J. P., SOUZA, R.M., PFENNING, L.H. &

ALVES, E. Ocorrência de Colletotrichum falcatum em lírio da paz e

singônio no Brasil.Revista oficial da Sociedade Brasileira de Fitopatologia,

vol.31, ano 2006. Lavras: MG, 2006.

SUTTON, B.C. The Coelomycetes. Surrey. CMI Kew. 1980.

TOKESHI, H E RAGO, A. Doenças da cana-de-açucar. In: KIMATI, H.,

AMORIM, L., REZENDE , J..A.M., BERGAMIM FILHO, A., CAMARGO, L.E.A.

Manual de fitopatologia – doença das plantas cultivadas. Editora Ceres, 4ª Ed.,

São Paulo, SP, Vol,2. 2005.

110

Page 111: Descrições Micológicas

VIEIRA R. F.; VIEIRA C.; CALDAS M. T., Comportamento do feijão-fradinho na

primavera-verão na zona da mata de minas gerais, Pesq. agropec. bras.,

Brasília, v.35, n.7, p.1359-1365, jul. 2000.

VIDOTO, V. Manual de Micologia médica. São Paulo: Tecmedd, 2002. 204 p.

ZIPCODEZOO, Colletotrichum falcatum. Disponível em

<http://zipcodezoo.com/Fungi/C/Colletotrichum_falcatum/>.Acessado em

novembro de 2011.

Aspectos gerais e morfológicos de Nectria galligena

Iara Silva Rocha

Acadêmica do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

A classificação dos fungos baseia-se em características morfológicas

das hifas, corpos de frutificação e esporos, assim como seus ciclos de vida. A

reprodução pode ser sexual ou assexual. Os fungos septados e que

apresentam estádio dicariótico (Ascomycota e Basidiomycota) são chamados

fungos superiores (Microbiologia e Bioquímica do Solo, 2006).

Nectria galligena Bres. 1901, forma teleomórfica, pertence ao reino

Fungi, filo Ascomycota, classe Ascomycetes, ordem Hypocreales, família

Nectriaceae e gênero Nectria (NATURDATA, 2011). A forma anamórfica,

Cylindrocarpon heteronema (Berk. & Broome) Wollenw., se classificada

segundo o Index Fungorum (2011) em reino Fungi, filo Ascomycota, classe

Sordariomycetes, ordem Hypocreales, família Nectriaceae.

O gênero é representado por 1062 espécies, 126 variedades, 3

subespécies e 1 formae speciale descritas em literatura (INDEX FUNGORUN,

2010).

111

Page 112: Descrições Micológicas

Os ascomicetos constituem o grupo mais numeroso de fungos. Ocorrem

nos mais variados habitats, exercendo saprofitismo ou parasitismo, causando

diversos tipos de doenças em plantas. Sua característica básica é a formação,

após a meiose, de esporos sexuais, os ascósporos, dentro de uma estrutura

em forma de saco, o asco (BERGAMIN FILHO et al., 1995).

Segundo o Index Fungorum (2011) Nectria Galligena apresenta como

variedades Nectria galligena var. galligena Bres. 1901 e Nectria galligena var.

major Wollenw. 1926, pertencentes a família Nectriaceae e como sinonímias

Dialonectria galligena (Bres.) Petch ex EW Mason & Grainger , em Mason &

Grainger,: 32 (1937) e Neonectria galligena (Bres.) Rossman & Samuels , em

Rossman, Samuels, Rogerson & Lowen,Stud. Mycol. 42 : 159 (1999).

De acordo com Farr e Rossman Nectria galligena está distribuído pela

Europa, América do Norte (Canadá, EUA), Ásia (Japão, China), África (África

do Sul, Madagascar). Também relatado na América do Sul (Argentina, Chile,

Uruguai) e da Nova Zelândia (CMI mapa 38) e tem como substratos para

desenvolvimento casca, madeira, frutas e provoca doenças como cancro, coroa

dieback e podridão de frutos de maçã e pêra.

A fase perfeita apresenta peritécios, estruturas esféricas de cor

avermelhada e tamanho semelhante ao do ovo do ácaro vermelho das

macieiras (Panonychus ulmi). Essas estruturas desenvolvem-se durante o

período de repouso das plantas, em grupos ou espalhados na superfície dos

cancros velhos e, as vezes, nos cancros novos.

A partir da primavera, os ascósporos podem ser ejetados e

disseminados pelo ar, ou acumulados no ápice do peritécio, formando uma

massa gelatinosa que dispersa os esporos, quando atingida por respingos de

água.

Outra forma deste fungo é a assexuada ou imperfeita que produz

aglomerados de esporos que podem apresentar cor branca, creme, amarela ou

rosa-claro formados de preferência sob condições de chuva ou de alta umidade

relativa, no centro das lesões dos ramos. Esta fase do fungo (Cylindrocarpon

heteronema) é disseminada pelo vento e pode ocorrer durante todo o período

de desenvolvimento da cultura na presença de temperaturas amenas e de

umidade (VALDEBENITO-SANHUEZA, 1998).

112

Page 113: Descrições Micológicas

O cancro europeu é também conhecido como cancro das macieiras ou

cancro por Nectria. Este fungo que tem como forma imperfeita Cylidrocarpon

heteronema é uma doença quarentenária para o Brasil. A infecção inicia-se,

geralmente, pela contaminação dos ferimentos da queda das folhas, da base

das gemas, nas feridas causadas pela poda no início do outono, ou em

qualquer outro tipo de lesão das plantas. Os sintomas são evidentes somente

na primavera, e consistem de manchas com margens definidas, de tonalidade

avermelhada e marrom-escura, que se encontram ao redor das cicatrizes

foliares, nos ramos novos, ou centros de frutificação, estrangulando, às vezes,

os ramos afetados. Na medida em que a lesão se desenvolve, forma-se um

cancro constituído por áreas concêntricas ao redor de um setor central mais

deprimido. Esses cancros podem afetar ramos de um mais anos e o tronco das

plantas. A casca nessas lesões rompe-se e nas margens pode ser observada a

epiderme solta como papel. Na presença de umidade, os frutos podem ser

contaminados pelo fungo em pré-colheita ou após caírem no chão,

desenvolvendo uma podridão firme, de cor marrom-escura, geralmente iniciada

pela infecção das lenticelas, cálice ou ferimentos. O controle desta doença é

fundamentado principalmente na poda dos ramos afetados, na proteção dos

cortes de poda e no uso de tratamentos com fungicidas. A poda e queima dos

ramos doentes devem ser feitas no verão, para diminuir a população do

patógeno no pomar quando se iniciar a queda das folhas. Os ramos infectados

devem se removidos do pomar e destruídos, para evitar que deles se originem

novas infecções. Calda bordalesa, outras formas de cobre, ziram, captan ou

benzimidazóis devem se aplicados nas doses recomendadas para cada

produto, durante a queda das folhas, e no estádio B, no início da brotação

(Manual de Fitopatologia, 2005).

Perdas de 10-60% na produção foram relatadas no

passado em várias partes do mundo (Embrapa Recursos Genéticos e

Biotecnologia, 2011). De acordo com SIR -

Sistema de Informação Rural, N. galligena pode infectar além das macieiras, as

pereiras européias e o marmeleiro. A susceptibilidade de cada variedade é

variável consoante o local.

Cortes de poda, cicatrizes foliares e galerias de insetos constituem

“portas de entrada” naturais e mais frequentes para a penetração do fungo.

113

Page 114: Descrições Micológicas

O desenvolvimento do fungo afeta o líber e o lenho, circunda o ramo e acaba

por provocar a sua morte (SAPEC AGRO, 2011).

É comum em pomares situados em zonas mais úmidas e em anos de

invernos amenos. A temperatura ótima 10 - 16ºC + umidade relativa elevada,

presença de feridas nas plantas. As fases mais susceptíveis são: início da

queda da folha (pomares atacados e/ou anos chuvosos) 50 % da queda, após

a queda total das folhas e após poda. Em resposta a infecção por

Nectria Galligena a macieira produz uma fitoalexina simples, o ácido benzóico.

Tais fitoalexinas são sintetizados através de três caminhos matabólicos:

acetato-mevalonato, acetato-malonato e acetato-shiquimato. Essas fitoalexinas

são definidas como compostos antimicrobianos de baixo peso molecular, que

são sintetizadas pelas plantas e que se acumulam nas células vegetais em

resposta à infecção microbiana (Manual de Fitopatologia, 1995).

Como estratégias de proteção SIR – Sistema

de Informação Rural cita o uso de variedades mais resistentes ou menos

susceptíveis, a eliminação dos restos da cultura, eliminar os órgãos da planta

atacado, não abusar das fertilizações azotadas, realizar adubações

equilibradas, podar com o tempo seco, implementar a poda em verde e a

desinfecção dos instrumentos de corte, concentrar as colheitas, pois colheitas

muito repartidas em períodos de chuva aumentam a possibilidade de

contaminações, pelas feridas que causam e combater as pragas que provocam

feridas ou galerias na árvore. Foi relatado por Hanada, R.E et al. na revista

Fitopatologia Brasileira em 2007, pela primeira vez, ocorrência de cancro em

rambutazeiro (Nephelium lappaceum L., família Sapindeceae) pelo agente

causal Nectria sp.. A espécie frutífera tradicional no sudeste asiático foi

introduzida no Estado do Amazonas em 1980 encontrando condições

favoráveis ao seu estabelecimento. No segundo semestre de 2006 foram

observados rambutazeiros apresentando cancros nos galhos e troncos e

secamento dos ramos mais finos. Foi realizada análise no Laboratório de

Patologia da Madeira do INPA e após estudos taxonômicos revelaram ser o

fungo.

Como hospedeiras foram encontradas Acer circinatum (Index…, 1960),

Acer macrophyllum (Index…, 1960), Acer palmatum (Spauliding, 1961), Acer

pseudoplatanus (Ginns, 1960-1980; Spauliding, 1961), Acer rubrum (bordo

114

Page 115: Descrições Micológicas

vermelho) (Ginns, 1960-1980; Index…, 1960; Manion & French, 1967), Acer

saccharum (Ginns, 1960-1980; Index…, 1960), Acer sp. (Conners, 1967),

Aesculus sp. (Dennis, 1978), Alnus incana (Index…, 1960), Alnus rubra

(Index…, 1960), Alnus sp. (Ginns, 1960-1980; Spauliding, 1961), Amelanchier

laevis (Index…, 1960), Betula alleghaniensis (Ginns, 1960-1980), Betula lenta

(Index…, 1960; Sylvia & Tattar, 1978; Anagnostakis & Ferrandino, 1998;),

Betula lutea (Conners, 1967), Betula nigra (Index…, 1960), Betula papyrifera

(Ginns, 1960-1980; Conners, 1967; Manion & French, 1967), Betula populifolia

(Sylvia & Tattar, 1978), Betula pubescens (Spauliding, 1961), Betula spp.

(Spauliding, 1961; Dennis, 1978), Carpinus betulus (Spauliding, 1961),

Carpinus caroliniana (Index…, 1960), Carpinus sp. (Spauliding, 1961), Carya

cordiformis (Index…, 1960), Carya glabra (Index…, 1960), Carya illinoensis

(Alvarez, 1976), Carya sp. (Index…, 1960), Carya tomentosa (Index…, 1960),

Cercis canadensis (Booth, 1967), Citrus sinensis (Alvarez, 1976), Cornus

nuttallii (Index…, 1960; Shaw, 1973), Corylus sp. (Conners, 1967), Crataegus

oxyacantha (Spauliding, 1961), Crataegus sp. (Shaw, 1973), Cydonia oblonga

(Index…, 1960; Shaw, 1973; Alvarez, 1976), Fagus grandifolia (Ginns, 1960-

1980; Index…, 1960; Booth, 1967; Cotter & Blanchard, 1981; Mielke et al.,

1982), Fagus sylvatica (Spauliding, 1961; Foister, 1961), Fraxinus bungeana

(Spauliding, 1961), Fraxinus excelsior (Spauliding, 1961; Foister, 1961),

Fraxinus mandshurica (Kobayashi & Zhao, 1989), Fraxinus nigra (Index…,

1960), Fraxinus spp. (Dennis, 1978; Spauliding, 1961), Ilex aquifolium (Foister,

1961; Shaw, 1973), Juglans cinerea (Index…, 1960), Juglans nigra (Grand,

1985; Thomas & Hart, 1986), Juglans regia (Booth, 1967; Grand, 1985),

Juglans sp. (Index…, 1960), Malus domestica (Grove 1997; Sampson & Walker,

1982), Malus domestica (Pennycook, 1989), Malus pumila (Mujica & Oehrens,

1967), Malus pumila var. domestica (List…, 1979), Malus sp. (Dennis, 1978),

Malus sylvestris (Nichols & Wilson, 1956; Index…, 1960; Foister, 1961;

McCartney, 1967; Pantidou, 1973; Shaw, 1973; Dubin & English, 1975; Grove,

1997), Pyrus malus (Alvarez, 1976), Pyrus pyrifolia (Pennycook, 1989), Pyrus

sp. (Dennis, 1978), Quercus alba (Index…, 1960), Quercus bicolor (Index…,

1960), Quercus borealis (Index…, 1960), Quercus coccinea (Index…, 1960),

Quercus garryana (Index…, 1960; Shaw, 1973), Quercus glandulifera

(Spauliding, 1961), Quercus montana (Index…, 1960), Quercus rubra

115

Page 116: Descrições Micológicas

(Spauliding, 1961), Quercus sp. (Booth, 1967), Rhus typhina (Index…, 1960),

Salix alba (Spauliding, 1961), Salix amygdalina (Spauliding, 1961), Salix

purpurea (Spauliding, 1961), Salix spp. (Spauliding, 1961; Shaw, 1973; Dennis,

1978), Sorbus aria (Spauliding, 1961), Tilia americana (Index…, 1960; Manion

& French, 1967), Tilia sp. (Spauliding, 1961), Ulmus americana (Index…, 1960),

Viola sp. (Index…, 1960), Wisteria sp. (Index…, 1960) (Embrapa recursos

genéticos e biotecnologia, 2011).

O fungo ocorre em toda a região produtora de pomáceas do Chile e,

ocasionalmente, no Uruguai e Argentina. No Canadá e nos Estados Unidos da

América, está presente em diversos estados. É bastante agressivo no noroeste

dos Estados Unidos e no norte da Califórnia. Diversos países europeus

produtores de pomáceas tem constatações de N. galligena. As maiores perdas

ocorrem na 'Red Delicious' e outras cultivares relacionadas. Austrália, Nova

Zelândia, África do Sul e Japão também apresentam esta doença

(VALDEBENITO SANHUEZA, 1998). Não foi encontrado nenhum registro de

doenças em humanos causadas pelo fungo Nectria galligena (Vidotto, 2004);

registro de uso industrial do fungo também não foram encontrados.

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e

morfológicos do fungo Nectria galligena.

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi feito no Laboratório de Microbiologia do Instituto Federal

Goiano campus Urutaí.

Os propágulos do fungo foram retirados de caule de maciera (Malus sp.)

coletado na cidade de Utrecht, localizada na Holanda. O caule com lesão foi

levado para a visualização em microscópio estereoscópico com a finalidade de

se encontrar propágulos fúngicos.

Após a visualização dos propágulos foram coletados da superfície caulinar

com o auxílio de uma pinça e colocados em uma lâmina contendo uma gota de

fixador lactofenol cotton-blue, em seguida colocou-se uma lamínula sobre a

lâmina. Retirou-se o excesso de corante com papel higiênico, logo após vedou-

se com esmalte e levou-se o conjunto para visualização em microscópio ótico.

No microscópio a primeira objetiva a ser usada deve ser a menor (4x), para que

116

Page 117: Descrições Micológicas

possamos observar se os propágulos foram depositados na lâmina, após a

observação destes, aumentamos as objetivas para os aumentos de 10x e 40x,

para se observar as estruturas fúngicas com mais detalhes.

Comparamos as estruturas observadas com estruturas descritas em

literatura para identificar o gênero ao qual o fungo pertence. Nesse trabalho o

fungo identificado pertenceu ao gênero Nectria.

Com o auxílio de uma objetiva métrica, foram medidas as estruturas e

estabelecidas médias de tamanho entre elas.

Ainda para esse trabalho foram realizadas microfotografias das estruturas

fúngicas no microscópio ótico e das frutificações fúngicas no caule de macieira

no microscópio estereoscópico, utilizando câmera digital Canon® modelo Power

Shot A580 do professor Milton Luiz da Paz Lima.

Por fim, as fotografias foram editadas no programa Microsoft Office Picture

Manager e organizadas na forma de prancha no programa Microsoft Office

Power Point 2007.

117

Page 118: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1. Aspectos morfológicos de Nectria galligena. A. Lesão de cancro

europeu em caule de macieira (Malus sp.). B. Peritécios do cancro por N.

galligena (bar = 1,06 µm). C. Peritécios (corpo de frutificação de teleomorfos)

118

Page 119: Descrições Micológicas

(bar = 1,06 µm). D. Ascos agrupados (bar = 1,36 µm). E. Asco e ascósporos

(esporos sexuais); paráfise (bar = 0.75 µm). F. Ascósporos hialinos,

didimoseptados (bar = 1,7 µm)

.

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA

Os peritécios, de cor vermelho-brilhante para alaranjado (Fig. 1B),

desenvolvem-se sobre os cancros velhos no inverno. Esta doença, além de

provocar a deformação (Fig. 1A) da planta devido à presença do cancro,

provoca a redução do crescimento ou a morte, além de facilitar a quebra dos

ramos pelo vento. O fungo também pode infectar o fruto por meio das

lenticelas, cálice e ferimentos, formando lesões necróticas com leve depressão.

Lesões originadas das lenticelas são circulares, necróticas e marrom, com

centro marrom-claro (Embrapa recursos genéticos e biotecnologia, 2011).

Peritécio, ostiolado e agregado na superfície e margens do

cancro (Fig. 1B). Ascos são clavados (Fig. 1D) e ascósporos (Fig. 1F), os quais

são hialinos, bicelulares, unitunicados, ovais, elipsóides ou longos e finos,

sendo que geralmente possuem uma leve constrição no septo central.

Apresenta peritécios como corpo de frutificação na fase teleomórfica ou

fase perfeita. Paráfises cilíndricas, retas ou curvas com extremidades

arredondadas (Fig. 1E). Filtrado de culturas mostram atividade pectolítica. 3-

Indolacético ácido é secretado por N. galligena e acredita-se ser a causa do

cancro de formação. Pequenas quantidades dessa substância estimula o

crescimento em cultura, mas as concentrações mais elevadas inibem o

crescimento. A presença de outros fungos ou a adição de anti-auxinic

metaboliza, como pirúvico, cítrico ou málico vai neutralizar o efeito de 3-

Indolacético ácido (CMI DESCRIPTIONS OF PATHOGENIC FUNGI AND

BACTÉRIA).

Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de

Nectria galligena com os elementos morfológicos e morfométricos descritos por

outros autores.

119

Page 120: Descrições Micológicas

Os elementos morfológicos e morfométricos que sofreram sucessivas

medições foram comparados com os elementos morfológicos descritos em CMI

DESCRIPTIONS OF PATHOGENIC FUNGI AND BACTÉRIA e tiveram uma

variação entre os ascos e menor variação quanto aos ascósporos.

120

Page 121: Descrições Micológicas

LITERATURA CITADA

BERGAMIN-FILHO, A.; KIMATI, H. & AMORIM, L.: Manual de fitopatologia.

Agronômica Ceres. 3. ed. São Paulo, 1995. v. 2.: il.

CMI DESCRIPTIONS OF PATHOGENIC FUNGI AND BACTÉRIA. nº. 147.

Nectria galligena. Mycopathologia. vol. 111.1990.

Farr, DF, & Rossman, AY Fungal Databases, Systematic Mycology e

Laboratório de Microbiologia, ARS, USDA. Disponível em: <http://nt.ars-

grin.gov/fungaldatabases/new_allViewGenBank.cfm?thisName=Nectria

%20galligena&organismtype=Fungus&CFID=6519854&CFTOKEN=39843260>.

Acesso em: 11/12/2011.

EMBRAPA CENARGEM. Fungos de Expressão Quarentenária para as

Fruteiras de Clima Temperado no Brasil.

<http://www.cenargen.embrapa.br/publica/trabalhos/liv004.pdf>. Acesso em:

21/11/2011.

HANADA, R.E.; ALENCASTRO FILHO, T.R.; DEZORDI, C.; LEITE, R.S.V.;

GASPAROTTO, L.; Ocorrência de cancro em rambutazeiro no Estado do

Amazonas. Fitopatologia Brasileira 32. p 159. Maringá, PR, 2007.

INDEX FUNGORUM Disponível em:

<http://www.indexfungorum.org/names/NamesRecord.asp?RecordID=184127>.

Acesso em: 02/11/2011.

INDEX FUNGORUM. Disponível em: <

http://www.indexfungorum.org/names/Names.asp?pg=2>. Acesso em:

11/12/2011.

INDEX FUNGORUM Disponível em:

<http://www.indexfungorum.org/names/NamesRecord.asp?RecordID=120617

>. Acesso em: 16/12/2011.

121

Page 122: Descrições Micológicas

MOREIRA, F. M. S.; SIQUEIRA, J. O.: Microbiologia e Bioquímica do Solo.

Editora UFLA. 2 ed. atual. e ampl. Lavras, 2006.

NATURDATA. Disponível em: <http://naturdata.com/Nectria-galligena-

11889.htm>. Acesso em: 20/11/2011.

SAPEC AGRO. Disponível em:

<http://www.sapecagro.pt/internet/webteca/artigo.asp?id=115&url_txt=&link=>.

Acesso em: 02/11/2011.

VALDEBINITO-SANHUEZA, R. M.; BETTI, J. A.: Doenças da macieira. Manual

de fitopatologia. Agronômica Ceres Ltda. 4. Ed. São Paulo, 2005. v. 2.

VALDEBENITO SANHUEZA, R. M.: Cancro europeu das pomáceas (Nectria

galligena). Embrapa Uva e Vinho. Circular Técnica, 23. Bento Gonçalves, 1998.

Disponível em:

<http://www.infoteca.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/538703/1/cir23.pdf>.

Acesso em: 03/11/2011.

VIDOTTO, V. Manual de micologia médica. Ribeirão Preto-SP: Tecmedd, 2004.

122

Page 123: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Coniothyrium sp.

Jean César da Silva GomesAcadêmico do curso de Agronomia

1. INTRODUÇÃO

O fungo coniothyrium sp, ,foi descrito por Sacc., (1884), possui como

sinonímia, Leptosphaeria (1863), Pezizomycotina (1891), Melanommataceae

(1970) e Schizoparme (1923) (INDEX FUNGORUM, 2011).

O Coniothirium sp, possui forma anamórfica e é classificado nessa

posição taxonômica no Reino: Fungi, Filo: Ascomycota, Classe: Ascomycetes,

Ordem: Pleosporales, Família: Leptosphaeriaceae. O gênero é representado

por 891 espécies descritas em literatura, 44 variedades e 23 formae speciales

(INDEX FUNGORUM, 2011).

Existem 265 registros de ocorrência de Coniothyrium sp, infectando

diversas hospedeiras no mundo. Deste total de registros ocorridos no mundo

118 hospedeiras de Coniothyrium sp foram encontradas registradas no banco

de dados Farr e Rosmman (2011).

As famílias botânicas que são infectadas com maior freqüência por

Coniothyrium sp são: Fabaceae, Poaceae, Solanaceae, Malvaceae.

Uma das doenças causadas pelo coniothyrium sp, é o cancro da haste

que é uma doença em plantas ornamentais. A doença afeta a haste da roseira

produzindo cancros, os quais iniciam-se por uma mancha avermelhada a

parda, com centro claro e bordas escuras. Nesse estádio surgem pequenas

fendas longitudinais na casca da área doente, de onde aparecem picnídios

(KIMATI et al., 1997).

No Brasil, 4 hospedeiras encontra-se registradas representadas

por Agave sisalana (LENNE, 1990), Astronium urundeuva (LENNE,

1990), Inga sp.(MENDES et al., 1998), Theobroma cacao (DAMM,

2009).

123

Page 124: Descrições Micológicas

Uma característica comum, observada em algumas espécies de

Coniothyrium, está na baixa capacidade ou mesmo ausência de esporulação

em meio de cultura. Um grande número de trabalhos indica diferentes métodos

para induzir esporulação com variações quanto à luz utilizada, meios de

cultura, ferimentos do micélio, temperaturas e idades das colônias. Os fungos

do gênero Coniothyrium sobrevivem entre um cultivo e outro em restos de

cultura infectados, e hospedeiros intermediários, podendo sobreviver ainda em

equipamentos agrícolas, estacas e caixas usadas ou mesmo nas sementes.

Além destas formas de sobrevivência, existe a possibilidade de o patógeno

permanecer viável no solo na forma de micélio, esporos ou clamidósporos. Os

conídios de Coniothyrium sp. São altamente resistentes a baixos níveis de

umidade, podendo permanecer viáveis por até um ano nestas condições

(TÖFOLI & DOMINGUES, 2010).

De acordo com Vidotto (2004), o fungo Coniothyrium sp, não apresenta

nenhum relato de importância médica não causando doenças em humanos ou

animais.

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do

fungo Coniothyrium sp.

124

Page 125: Descrições Micológicas

2. MATERIAIS E MÉTODOS

Foi observado em um jardim na Holanda, num canteiro de lírios,

algumas manchas presentes nas folhas destes. Foram coletadas amostras das

folhas de lírio com os sintomas visíveis e enviadas ao laboratório de

Microbiologia geral do Instituto Federal Goiano Campus Urutaí.

As amostras foram levadas ao microscópio estereoscópico, aonde

analisou-se cuidadosamente a área de sintoma, buscando-se localizar sinais

da presença do agente causador da mancha, após uma análise minuciosa,

encontrou-se sinais deste indivíduo.

A bancada foi então preparada para a confecção de uma lâmina semi-

permanente do indivíduo causador da mancha. Utilizando uma pinça, a lâmina

e também a ponta da pinça foram flambadas em um bico de bunsen, após

devidamente flambada, a lâmina foi levada a bancada, e em seu centro foi

gotejada uma gota de corante azul de algodão, em seguida colocada próxima

ao microscópio estereoscópico. Uma agulha também foi flambada no bico de

bunsen, e com o auxílio da visualização do microscópio estereoscópico, foi

possível se extrair propágulos do indivíduo com a agulha, através da técnica de

raspagem.

Os propágulos extraídos foram cuidadosamente colocados sobre a

região central da lâmina onde estava o corante azul, e com o auxílio da agulha,

foram macerados, a fim de reduzir o seu tamanho e tornar maior a visibilidade

das estruturas. Uma lamínula foi sobreposta a região central da lâmina, com o

uso de papel toalha, removeu-se o excesso de corante da lâmina, e com

esmalte sem cor, a lâmínula foi vedada a lâmina, aguardou-se então um

período de secagem.

Depois de passado o período de secagem, a lâmina foi levada ao

microscópio óptico, onde inicialmente utilizou-se uma objetiva de 4x buscando

uma visão macro da lâmina, a fim de localizar dentro da mesma, as estruturas

do indivíduo em questão. Após devidamente localizadas, utilizou-se de

125

Page 126: Descrições Micológicas

objetivas de 10x e também 40x, buscando uma visibilidade mais detalhada das

estruturas, a fim de tornar possível a caracterização do mesmo.

Com o uso de uma câmera digital Canon, modelo Power Shot A580, as

estruturas foram microfotografadas, em seguida comparadas com diversas

literaturas e ao fim de tudo, observou-se o indivíduo como sendo um fungo do

gênero Coniothyrium sp.

Estas microfotografias foram editadas no software photoscape, e

organizadas no software power point em formato de prancha, para tornar mais

visível a descrição micológica. A lâmina foi novamente levada ao microscópio

óptico, entretanto desta vez utilizou-se uma objetiva milimetrada, a fim de se

medir as estruturas fungicas e obter-se uma média dos seus respectivos

tamanhos, a fim de fornecer certo parâmetro na visualização.

126

Page 127: Descrições Micológicas

3. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1. Aspectos gerais e morfológicos de Coniothyrium sp. A. células

conidiogenicas, conídios e setas (Bar=30 u) B. C. massa de conídios

pigmentados (Bar= 80) D.Conídios, (Bar=10)

4. Descrição Micológica

Micélio imerso, septado, marrom ou hialino, ramificado(Fig. 1A). Conidiomas

picnídios, separados, globosos, marrom escuro ou claro, imerso unilocular, de

paredes finas; paredes marrons, de parede espessa textura angular ou

globulosa(Fig.1C).Ostiole circular, central, às vezes com papilas. Conidióforos

ausente. Células Conidiogeneous holoblásticos, annellidic, indeterminado,

discretas, doliiform para hialina cilíndrica ou castanho claro, liso, com 1-4 perto

ou annellations amplamente separados, formados a partir das células internas

da parede picnídios. Conídios marrom(Fig.1D), verruculose, ápice obtuso, base

truncada (às vezes com um folho marginal), cilíndrica, esférica, elíptica ou

amplamente clavada.

Dimensões do fungo Coniothyrium sp.

Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de

Coniothyrium sp, com os elementos morfológicos descritos por outros autores:

As medidas descritas em literatura do autor Watanabe (1994),

pertencem ao fungo Coniothyrium sp, e que foram utilizadas com o intuito de

127

Page 128: Descrições Micológicas

realizar-se a comparação morfométrica. Comparou – se a medição do fungo

estudado em laboratório com literatura pertinente descrita acima.

5. Referencias Bibliográficas

INDEXFUNGORUM, Coniothyrium sp. Disponível

em<http://www.indexfungorum.org/names/Names.asp>.Acessado em

novembro de 2011.

KIMOTI, H., REZENDE, A.M, BERGAMIN FILHO, A. Manual de fitopatologia,

vol. 2. 4 ed. São Paulo: Agronômica Ceres, 2005. 774 p.

ZIPCODEZOO, Coniothyrium sp. Disponível em <

http://zipcodezoo.com/Key/Fungi/Coniothyrium_Genus.asp>. Acessado em

novembro de 2011.

WATANABE, T. Atlas Pictórico de fungos de solos e de sementes. Tókio: Lewis

Publisher, 1994.

DOMINGUES R.J.; TÖFOLI, J.G. Alternarioses em hortaliças: sintomas,

etiologia e manejo integrado. <http://www.biologico.sp.gov.br/artigos_ok.php?

id_artigo=11#> acessado em 6 de novembro, 2010.

DAMM, U., WOUDENBERG, J.H.C., CANNON, P.F., AND CROUS, P.W.

Conoithyrium species with curved conidia from herbaceous hosts. Fung.

Diversity 39: 45-87.2009.

128

Page 129: Descrições Micológicas

FARR, D.F., & ROSSMAN, A.Y. fungal Databases, Systematic Mycology and

Microbiology Laboratory, ARS, USDA. Disponivel em: < http://nt.ars-

grin.gov/fungaldatabases/fungushost/new_frameFungusHostReport.cfm>

acessado em 12 de Dezembro de 2011.

LENNE, J. M.. World Listo f Fungal Diseases of Tropical Pasture Species.

Phytopathol. Pap. 31: 1-162. 1990.

MENDES, M.A.S., DA SILVA, V.L., DIANESE, J.C., AND ET AL. Fungos em

plants no Brasil. Embrapa-SP/Embrapa-Cenargen, Brasilia, 555 pages. 1998.

VIDOTTO, V. Manual de Micologia Médica. Ribeirão Preto, SP:Tecmedd, 2004.

204 p.

129

Page 130: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Cylindrocarpon destructansLuan Carlos Paiva

Acadêmica do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

O fungo Cylindrocarpon destructans foi descrito a primeira vez por Zinssm

Scholten em 1964, e pela sua taxonomya, pertence ao reino Fungi, filo

Basidiomycota, classe dos Basidiomycetos, ordem dos Polypolares, família

Meripilaceae, gênero Abortiporus. Existem atualmente 144 descrições de

Cylindrocarpon sp. Dentre espécies, formas especiais e variedades. E a

espécie C. destructans possui uma forma especial: Cylindrocarpon

destructans.sp. panacis. E três variedades: C. destructans var. coprosmae, C.

destructans var. crassum, C. destructans var. destructans.(INDEXFUNGORUM,

2011)

Apresenta como forma teleomórfica, Neonectria radicícola. (OLIVEITA,

2003)

Existem em torno de 64 espécies para este gênero: C. abuense, C.

aequatoriale,C. álbum, C. album var. álbum, C. album var. majus, C. angustum,

C. aquaticum, C. bambusicola, C. bonaerense, C. boninense, C. candidum, C.

candidum var. minus, C. carneum, C. chiayiense, C. chlamydosporium, C.

congoense, C. curtum,C. cylindroides · C. decumbens, C. destructans var.

coprosmae, C. destructans panacis, C. destructans var. coprosmae, C.

destructans var. crassum, C. destructans var. destructans, C. didymum, C.

effusum, C. faginatum, C. formicarium, C. fractum, C. fusiforme, C. gracile · C.

hederae, C. heteronemum, C. hydrophilum, C. ianthothele, C. ianthothele var.

ianthothele, C. ianthothele var. majus, C. ianthothele var. minus, C. ianthothele

var. rugulosum, C. lichenicola, C. liriodendri, C. luteoviride, C. macroconidialis,

C. macrodidymum, C. macrosporum, C. magnusianum, C. mali var. flavum, C.

mirum, C. musae, C. obtusisporum, C. olidum, C. olidum var. crassum, C.

olidum var. olidum, C. olidum var. suaveolens, C. orthosporum, C. ovatum, C.

panacis, C. peronosporae, C. reteaudii, C. sagittariae, C. sclerotigenum, C.

stilbophilum, C. supersimplex, C. tênue, C. theobromicola, C. vaginae, C.

willkommii var. willkommii. (ZIPCODEZOO, 2011)

130

Page 131: Descrições Micológicas

O fungo Cylindrocarpon spp. tem uma larga distribuição geográfica,

ocorrendo em todos os continentes, podendo ser encontrado desde as florestas

tropicais até em solo da tundra Ártica. É encontrado desde as camadas mais

superficiais do solo até vários centímetros de profundidade, podendo crescer

em baixas concentrações de oxigênio. Considerado como colonizador pioneiro

de raízes jovens devido à habilidade competitiva, rápida germinação dos

esporos e rápido crescimento micelial, além de certas características

fisiológicas, como a utilização de nitrogênio orgânico e inorgânico. A gama de

plantas hospedeiras varia dentro das espécies do gênero Cylindrocarpon.

Diferenças entre isolados, quanto a sua virulência, têm sido relatadas em C.

destructans . Por essas características se apresenta como um parasita

obrigatório. (BRAYFORD, 1993 apud GARRIDO, 2004).

Existem, segundo Farr e Rossman (2011) 86 espécies descritas que

hospedam Cylindrocarpon destructans, estas são: Abies alba, A. sp., Agrostis

sp., Allium sp., Ammophila sp., Anthurium andraeanum, Arachis hypogaea,

Ardisia crenata, Avena sativa, Betula pendula, Calluna vulgaris, Camellia

sinensis, Cocos sp., Cornus florida, Cryptomeria japonica, Dactylis glomerata,

Daucus carota, Eucalyptus sp., E. tereticornis, Foeniculum vulgare, Fragaria

sp., Fragaria ×ananassa, Gynoxys oleifolia, Heterodera glycines, Hevea sp.,

Hyoscyamus albus, Ilex aquifolium, Juglans regia, Lilium sp., Lupinus luteus,

Malus sp., Malus sylvestris, Musa sp., Musa textilis, Narcissus

pseudonarcissus, Narcissus sp., Paeonia lactiflora, Paeonia suffruticosa, Panax

ginseng, Panax quinquefolius, Panax schinseng, Panax sp., Pastinaca sativa,

Phleum sp., Phormium sp., Picea abies, Picea glauca, P. sp., Pinus densiflora,

P. nigra, P. parviflora, P pinaster, P. radiata, P. sp., P. sylvestris, P. thunbergii,

Poa pratensis, Populus balsamifera, Populus tremuloides, Prunus armeniaca,

P. cerasus, P. communis, P. mahaleb, P. mume, P. sp., Pseudotsuga menziesii,

Pteridium aquilinum, Pyrus communis, Quercus faginea, Q. ilex, Q. suber,

Rhododendron metternichii, Rhododendron sp., Robinia pseudoacacia, Rosa

sp., Saintpaulia ionantha, Secale cereale, Solanum sp., Solanum tuberosum,

Trifolium pratense, Triticum aestivum, Vitis sp., V. vinifera e Xanthosoma sp..

131

Page 132: Descrições Micológicas

Estes relatos aconteceram nos seguintes países: África do Sul, Austrália, Canadá, China, Equador, Estados Unidos, Inglaterra, França, Grécia, Holanda, Índia, Irã, Irlanda, Itália, Jamaica, Japão, Korea, Líbia, Malásia, Nova Zelândia, Nigéria, Polônia, Tanzânia e País de Galles (FARR E ROSSMAN, 2011)

Em 1966, Booth citado por Brayford (1993) dividiu as espécies do gênero

Cylindrocarpon em quatro grupos: Grupo 1 (clamidósporos ausentes e

microconídios presentes); Grupo 2 (clamidósporos ausentes e microconídios

ausentes); Grupo 3 (clamidósporos presentes e microconídios presentes) e

Grupo 4 (clamidósporos presentes e microconídios ausentes). Samuels &

Brayford (1990) discordaram dessa divisão, pelo fato de uma mesma espécie

poder se localizar em mais de um grupo. O anamorfo, C. destructans var.

destructans, é caracterizado pelo crescimento rápido em meio de cultura e pela

formação de clamidósporos discretos, enquanto que, C. destructans var.

coprosmae tem uma taxa de crescimento lento e não forma clamidósporos.

(GARRIDO, 2004)

O primeiro relato da doença da podridão radicular preta foi constatado na

década de 90 em viveiros comerciais no Chile, onde provocou a morte de mais

de 22000 plantas envasadas, num período de dois anos. Os sintomas na parte

aérea compreendem clorose e necrose foliar, perda de torgos nas folhas, seca

de ponteiros, evoluindo até a morte da planta. No sistema radicular, são

encontradas leões escuras. O agente causal identificado foi Cylindrocarpon

destructans. (PICCININ, 2005)

No ano de 2001, em 15 municípios da Serra Gaúcha foram observadas

diversas plantas de uvas americanas (Vitis labrusca L.) das variedades Bordô,

Niágara e Concord com menos de cinco anos de idade, apresentando

escurecimento na região do colo, redução do vigor, secamento da parte aérea,

declínio e morte. Desde 1999, já haviam sido constatados, em algumas plantas

de videira da região, estes mesmos sintomas. Por outro lado, o histórico de

ocorrência de outros patógenos de solo na região vitivinícola da Serra Gaúcha

como Fusarium oxysporum, Armilaria mellea, tem sido bastante comum,

principalmente do primeiro. Foi diagnosticada a doença “black foot”, e seu

agente causal, Cylindrocarpon destructans, foi este o primeiro relato de “black

132

Page 133: Descrições Micológicas

foot” no Brasil. (SCHECK et al., 1998; REGO et al., 2000 apud GARRIDO

2004).

Os mesmos sintomas foram observados em videiras de diversos países da

Europa, como em Portugal, onde o declínio de videiras jovens foi observado

em Portugal no início da década de 90, causado por Cylindrocarpon

destructans (Rego et al., 2000 apud Garrido 2004). Em 1975, foi relatado na

Itália, a morte de plantas causada por C. obtusisporum (Grasso & Magnano di

San Lio, 1975 apud Garrido 2004). Nos Estados Unidos, de amostras de

plantas de videiras novas com sintomas de declínio, também foram isolados C.

obtusisporum, além de Phaeoacremonium inflatipes, P. chlamydosporum.

(Scheck et al., 1998 apud Garrido 2004). Na Espanha, em 140 vinhedos, foram

identificadas as espécies de fungos presentes nas plantas que apresentavam

sintomas de declínio. As espécies encontradas foram: Botryosphaeria obtusa

(65,4%), Phaeoacremonium aleophylum (26,4%), Cylindrocarpon spp. (20%),

P. chlamydospora (18,6%) e Fomitiporia punctata (15%) e, ocorrendo em

menor freqüência Botryosphaeria dothidea (6,4%), Eutypa lata (2,1%) e

Stereum hirsutum (1,4%) (Armengol et al., 2001 apud Garrido 2004). Na

Grécia, no período de 1998 a 2001, amostras de diferentes cultivares

enxertadas em vários porta-enxertos apresentaram declínio alguns meses ou

anos depois de plantadas. Os fungos isolados foram: P. chlamydospora, F.

punctata, S. hirsutum, Phaeoacremonium sp., Cylindrocarpon sp. e

Botryosphaeria sp. (RUMBOS & RUMBOU, 2001 apud GARRIDO 2004).

O Brasil tem intensifi cado à introdução de genótipos de uva para os seus

programas de melhoramento. A Estação Quarentenária Vegetal Nível 1 (EQVN

1), da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia recebeu em 2006 mudas

de 27 variedades de V.vinifera procedentes da Itália com o objetivo de detectar,

identifi car e interceptar pragas exóticas. As amostras representativas deste

material foram submetidas a análises micológicas, sendo empregados os

métodos de exame direto e isolamento em meio de cultura BDA para a

detecção de fungos. Pelas características morfológicas e fisiológicas foram

identificados em 100 % das estacas (raiz e caule) Cylindrocarpon

obtusisporum, exótico para o Brasil e Cylindrocarpon destructans, “agentes da

podridão do pé”, além de Macrophoma sp. não registrado nesta cultura no

133

Page 134: Descrições Micológicas

Brasil. Por meio do trabalho realizado pela EQVN 1 tem-se evitado a introdução

de pragas exóticas ao Brasil. (MENDES, 2007)

Na Grécia, no período de 1998 a 2001, amostras de diferentes cultivares

enxertadas em vários porta-enxertos apresentou declínio alguns meses ou

anos depois de plantadas. Os fungos isolados foram: P. chlamydospora, F.

punctata, S. hirsutum, Phaeoacremonium sp., Cylindrocarpon sp. e

Botryosphaeria sp. (RUMBOS & RUMBOU, 2001).

Sobre a ação patógena deste fungo em humanos, existe o relato de um

homem de 39 anos de idade, natural de Antigua, nas Antilhas, conviveu por 12

anos com inchaço no pé esquerdo. Extrairam-se 3 amostras da biopsia, uma

amostra do material extraído foi levada a laboratório, cultivada em meio de

cultura e se viu crescer Cylindrocarpon destructans. O fungo foi identificado por

sua morfologia microconidial, a presença de clamidósporos, e um pigmento

marrom intenso. O principal efeito observado foi uma lenta destruição óssea.

(ZOUTMAN, 1991)

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos de

Cylindrocarpon destructans.

MATERIAIS EMÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido no Laboratório de Microbiologia do Instituto

Federal Goiano Campus Urutaí. Os propágulos fungicos foram extraídos a

partir de amostras de videira lesionadas.

As amostras foram levadas ao microscópio estereoscópico, a fim de se

obter uma visão de em qual região haveria maior possibilidade da extração do

agente causador da lesão.

Uma lâmina havia sido flambada no bico de bunsen com o auxílio de uma

pinça, colocada sobre a bancada, em seu interior gotejada uma gota de corante

azul de algodão lactofenol, colocada sobre a bancada ao lado do microscópio

óptico. Com uma agulha esterilizada, os propágulos foram cuidadosamente

extraídos por meio da técnica de raspagem, colocados sobre a gota de corante

e devidamente macerados, para reduzir seu tamanho e diminuir o risco de

quebra da lamínula.

134

Page 135: Descrições Micológicas

Em seguida, uma lamínula foi sobreposta à região da gota de corante, com

papel higiênico retirou-se o excesso, e a lamínula foi vedada junto a lâmina

com esmalte.

135

Page 136: Descrições Micológicas

Após confeccionada, a lâmina semi-permanente foi levada ao microscópio

óptico, com a objetiva de 4x, com uma visão macro da lâmina, pode se localizar

as estruturas, e com as de 10x e 20x pôde se oberva-las com maior riqueza de

detalhes. Usando uma câmera digital modelo Canon Power Shot A580, as

estruturas foram microfotografadas, com o software Picasa, foram devidamente

editadas, e no software Power Point organizadas em forma de prancha, para

tornar mais clara a visualização da descrição micológica. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Figura 1. Aspectos gerais e morfológicos de Cylindrocarpon destructans. Fig.A

e Conídios(a1) e hifas(a2) (bar=5,8µm), B Conídios e hifas, C. célula

conidiogenica (bar=6,5µm), D. Macroconídios (bar=5,1µm) cilíndricos com

extremidades arredondadas.

Descrição micológica:

Características da colônia. Moderadamente espalhadas, flocose,

esbranquiçadas, bege ao marrom pálido ou marrom, esporodóquios com cor de

creme . Macroconídios cilíndricos(22-55 x 4,8-10μm)(Fig.D) com extremidades

arredondadas, retas ou curvas e um pouco truncados na base, principalmente

1-3-septadas; microconídios claramente não diferenciado dos macroconídios,

1-2 unicelulares, 60-10 x 3,5-4,0 μm. Clamidósporosmarrom amarelado, ovate

ao elipsóide, muitas vezes abundantes, intercalados ou terminais, isolados ou

em cadeias, são esférico, 14,09 μm de diametro, acastanhadas ou lisas.

Conídios(Fig.A, a1; Fig.B) são terminais e dimórficos, podendo

apresentar de 1 a 4 células.

136

Page 137: Descrições Micológicas

Conidióforos(FIG.C) com65μmde comprimento, eretos, hifas aéreas, de

forma irregular branqueadas, septadas, tendo fiálides em seus ápices.

Macroconidiophoros formados como ramos laterais alongados, com

ápice da haste e frouxamente ramificado.

Hifas aéreas(Fig.A, a2 ; Fig. B), de forma irregular branqueadas,

septadas, tendo fiálides em seus ápices.

Fialosporos obliquamente em ambas as extremidades arredondadas.

.

Quadro comparativo

Estruturas Medidas PAIVA,L. Medidas WILTSHIRE, K.Conidióforos 58-67μm 65μmMacroconídios 18-47x5-12μm 22-55x4,8-10μmClamidosporos 13,5-20μm diâmetro 14,09μm

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138

Page 139: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e Morfológico de Fusarium solani

Marcos Felipe de Castro LourençoAcadêmico do Curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

O gênero Fusarium pertence a um grande e heterogêneo grupo de

fungos importantes para os campos de alimentos, medicamentos e agricultura

(Luginbuhl, 2010). Neste artigo a espécie de destaque comentada é a

Fusarium solani (Mart.) Sacc. que tem como forma anamórfica a seguinte

posição taxonômica: Reino Fungi, Insertae sedis (grupo incerto), Fungos

Mitospóricos, supgrupo, Hyphomycetes (KIRT et al.,2001). Sua forma

teleomorfica (Nectria haematococca) pertence ao Reino Fungi, Filo

Ascomycota, Subfilo Pezizomycotina, Classe Sordariomycetes, Subclasse

Hypocreomycetidae, Ordem Hypocreales, Familia Nectriceae que está

representada por 32 espécies e 18 variedades, e tem como sinonímia

denominada de Fusarium javanicum (INDEX FUNGORUM,2011).

Ele é fungo fitopatogênico que causa várias doenças em determinadas

culturas como apodrecimento do caule de ervilha, síndrome da morte súbita da

soja, podridão do pé de feijão e podridão seca de batata (LUGINBUHL, 2010).

A morfologia da espécie F. solani (Mart.) Sacc. foi no principio descrita

pelo pesquisador Von Martius em 1842 com o nome de Fusisporium solani de

tubérculos de batata, solanum turbesum. Com o passar do tempo à espécie de

fungo foi mudada para o gênero Fusarium pelo micologista A. Saccardo em

1881, e F. solani foi descrito por Snyder e Hansen em 1941, que completa um

amplo campo de espécies distribuídas por todo o mundo que apodrece raízes e

caules em varias espécie de plantas (LUGINBUHL, 2010).

A taxonomia utilizada neste vem baseada no desenvolvimento

taxonômico de Snyder e Hansen (2012) e utilizado por Nelson et al. O estudo

neste conceito de especie vem a cada dia pela analises filogenetica sendo

ampliados e se tornado mais complexo. Há algum tempo esta sendo

descobertas um grande numero de novas especie biologicas dentro de F.

139

Page 140: Descrições Micológicas

solani, espécie que tende a heterotálico e homotalico (LESLIE & SUMMERELL,

2006).

Cada especie é necessaria ser descrita de acordo com o conceito de

filogenetica de cada especie como conceitos de caracteristicas, pigmentação

em meios artificiais, produção de toxinas, virulência dos patógenos (LESLIE &

SUMMERELL, 2006).

O fungo F. solani pertence a um importantae grupo de fungos que

causam danos no sistema radicular em plantas cultivadas pelo mundo.

Segundo Farr e Rossman (2011). os paises que se á registros de infectaçao

em Phaseolus vulgaris são: Nebraska (Steadman et al., 1975), México

(McGuire Jr., 1967), Canáda (Ginns, 1986) China (Zhuang et al., 2005) África

do Sul (Gorter, 1977), Malawi (Allen, 1995), Brasil (Mendes, et al., 1998) ,

Grécia (Holevas et al., 2000) , Polônia (Mulenko et al., 2008), Fiji (Firman,

1972), Mauritius (Allen, 1995), Venezuela (Urtiaga, 1986), Costa Rica (McGuire

Jr., 1967), Nicarágua (McGuire Jr., 1967)( Delgado, 2011), Rwanda (Allen,

1995), Arábia Saudita (Abdel-Hafez, 1984), Bulgária (Bobev, 2009) e Burundi

(Allen, 1995).

F. solani é uma das poucas espécies de Fusarium que são encontrados

em vários tipos de solo, de florestas tropicais. São observados em campos

úmidos e áreas temperadas. Este fungo é consciderado um fitopapogenico que

atingi um número diversificado de plantas hospedeiras, como as leguminosas e

outras plantas tropicais (LESLIE & SUMMERELL, 2006). F. solani tem vários

registros de ocorrencia em muitas culturas encontradas no Brasil,

representadas por: Abelmoschus esculentus (quiabo) (MENDES et al.,1998),

Allium cepa (cebola) (MENDES et al.,1998), A. sativum (alho) (MENDES et

al.,1998), Anacardium occidentale (caju) (MENDES et al.,1998), Ananas sp.

(abacaxi) (MENDES et al.,1998), Arachis hypogaea (amendoim) (MENDES et

al.,1998), Asparagus officinalis (aspargo) (MENDES et al.,1998), Beta vulgaris

(beterraba) (MENDES et al.,1998), Capsicum annuum (pimenta) (MENDES et

al.,1998), Chrysanthemum sp. (margarida) (MENDES et al.,1998), Coffea

Arabica (café) (MENDES et al.,1998), Colocasia esculenta (inhame) (MENDES

et al.,1998), Cucumis sativus (pepino) (MENDES et al.,1998), Daucus carota

(cenoura) (MENDES et al.,1998), Glycine max (soja) (MENDES et al.,1998)

(ARRUDA et al., 2005), Gossypium hirsutum (algodão) (MENDES et al.,1998),

140

Page 141: Descrições Micológicas

Hevea sp. (seringueira) (MENDES et al.,1998), Hibiscus sabdariffa (vinagre)

(MENDES et al.,1998), H. sp. (hibisco) (RICHARDSON, 1990), Lycopersicon

esculentum (tomate) (MENDES et al.,1998), Manihot esculenta (mandioca)

(MENDES et al.,1998), Musa × paradisiaca (banana) (MENDES et al.,1998),

Oryza sativa (arroz) (MENDES et al.,1998), Passiflora edulis f.sp. flavicarpa

(maracujá) (MENDES et al.,1998), Phaseolus lunatus (feijão) (MENDES et

al.,1998), P. vulgaris (feijão) (MENDES et al.,1998), Piper nigrum (pimenta-do-

reino) (MENDES et al.,1998), Pisum sativum (ervilha) (MENDES et al.,1998),

Riccinus communis (mamona) (MENDES et al.,1998), Solanum tuberosum

(batata) (MENDES et al.,1998), Sorghum bicolor (sorgo) (MENDES et al.,1998),

Triticum aestivum (trigo) (MENDES et al.,1998), Urena lobata (malva-roxa)

(MENDES et al.,1998), Vigna sinensis (feijão) (MENDES et al.,1998), V.

unguiculata (feijão) (MENDES et al.,1998), Vitis vinífera (uva) (MENDES et

al.,1998) e Zea mays (milho) (MENDES et al.,1998) (FARR & ROSSMAN,

2011).

Na Europa e nas Americas onde pesquizas monstram redução de até

86% na produção de grão causado pelo insuficiencia radicular , quando o fungo

ataca as raizes da planta ele apresenta uma coloração avermelhada no

hipocótilo e na raiz primária, mas também pode se estender e torna-se marron

escuro até chega a superficie do solo (OLIVEIRA e COSTA, 2003).

Segundo Lobo Jr., M. et al.,(2005).O controle biológico tem sido indicado

para o controle de podridões radiculares do feijoeiro, mas há poucos resultados

de testes em campo. Para controlar F. solani e R. solani, foi instalado um

experimento no PAD-DF (DF), em outubro de 2004. Uma formulação de

Trichoderma harzianum em suspensão oleosa com 2 x 109 conídios/mL foi

aplicada em jato dirigido aos sulcos de plantio da cv. Pérola, nas dosagens de

0, 600, 800, 1000, 1200 e 2000 mL/ha. Todas as sementes receberam

tratamento fungicida, e foram comparadas a uma testemunha absoluta. Aos 30

dias após o plantio, foi observado que T. harzianum nas dosagens de 800 e

1000 mL/ha foi capaz de reduzir o inóculo de R. solani em até 85%, e de F.

solani em até 67%. Nos mesmos tratamentos, houve aumento do antagonista

no solo (LOBO JR., M. et al.,2005).

Na soja o F. solani causa uma doença conhecida como síndrome da

morte súbita, está doença foi identificada pela primeira vez em Minas Gerais na

141

Page 142: Descrições Micológicas

safra de 1981, e hoje em dia tem sido encontrada na região sul e nas regiões

altas do cerrado, os sintomas são as manchas avermelhadas nas raízes das

plantas (OLIVEIRA e COSTA, 2003).

As praticas agrícolas que causam alterações da temperatura, umidade,

matéria orgânica, densidade do solo, pH, macro e micronutrientes, além de

processos biológicos que ocorrem no solo. Estas variáveis podem ser

relacionadas às populações de patógenos e ao desenvolvimento de doenças

(LOBO, 2009)

A várias espécies de Fusarium que são consideradas patógenos

emergentes na espécie humana (VIDOTTO, 2004). Segundo Leslie e

Summerell, (2006). F. solani pode ser um patogeno de humanos, F. solani

recuperado dos olhos, unhas e pele, cavidades nasais, feridas infectadas, e

câncer sistemicamente infectadas e doentes com HIV. Pacientes com ceratite

resultante da infecção por F. solani também tinham maior probabilidade de ser

HIV positivo. F. solani também pode causar endocardite e doença pulmonar, e

foi monstrado para ser alergênicas. F. solani é mais resistente ao ataque de

fagócitos humanos do que a maioria dos outros são fungos, que poderiam ser

responsáveis por sua associação relativamente freqüente com infecção,

especialmente em pacientes imunossuprimidos.

O objetivo desse trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológico de

F. solani.

142

Page 143: Descrições Micológicas

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Instituto Federal Goiano - Campus Urutai no

Laboratorio de Microbiologia.

A amostra foi retirada de um tecido radicular de feijao (P. vulgaris L.), os

propagulos coletados da amostra ficaram em repouso em caixa Gerbox com

papel filtro e água destilada para o desenvolvimento das colônias fungicas,

apanhou-se o tecido radicular e levou-o para visualização com finalidade de

encontrar algum propagulo fungicos.

Após encontrar o propagulos fungicos no tecido vegetal coletou

amostras da superficie com auxilio de uma pinça e colocou os propagulos em

uma lamina contendo uma gota de fixador e corante , em seguida colocou uma

lamiluna sobre a lamina, retirou o excesso de corante com papel higienico

secando completamente a lamina para fazer a vedação da lamiluna na lamina

com ajuda de esmalte. Logo após que o esmalte secou levou o conjunto para a

visualização em microscopio otico. No microscópio para facilitar a focalização

do propagano utilizou a objetiva de 4X, quando conseguiu a visualizaçao do

propagulos aumentou para as objetivas de 10X e 40X para que fosse possivel

ser feita a visualização de estruturas fúngicas com maiores detales.

Após anlisar todo tipo de estruturas na placa foi comparada com as

estruturas ja descritas em literaturas para identificação do gênero que o fungo

pertence, depois de ser feito as comparações foi possivel indentificar que o

fungo presente no tecido radicular do feijão era do gênero F. solani.

Para realizar esse trabalho foram realizados microfotografias das

estruturas fúngicas no microscopio ótico utilizando camera digital Canon

modelo Shtot A580 e para a confeccionar a prancha de fotos foi utilizado o

progama Microsoft Office Power Point 2010.

143

Page 144: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÕES

Figura 01. Aspectos morfológicos F. solani. A. Conidioporos (bar =27,70 µm),

B. e C. clamidósporos (bar = 7,5µm), D. e F. microconídios e macroconidios

(bar =11,87µm), D. macroconidios. (bar = 20,78µm), G. microconídios (bar =

20,08µm).

144

Page 145: Descrições Micológicas

Descrição Micológica

F. solani nunca apresenta pigmentação rosea, ele produz massas de

esporos de cor marron claro (URBEN et. al,2009). O gênero F. solani possui

hifas septadas que forma um micélio branco-acinzentado, flocos variando de

esparso a denso. O fungo produz dois tipos de esporos assexuados,

denominados de microconídios e macroconídios (Fig. 1D).Os microconídios

(Fig.1G) são ovalados, uni ou bicelulados, são formados em grande

quantidade, nas extremidades de microconidióforos. Os macroconídios (Fig. 1E

e F) são fusiformes, multiseptados, originam-se a partir de conidióforos (Fig.

1A) emergentes de esporodóquios e são, em media, quatro vezes maiores que

os microconídios. Clamidósporos (estruturas de resistência) (Fig. 1B e C)

também são produzidos abundantemente pelas hifas, variam de globosos a

ovais, apresentam parede lisa ou rugosa e são formados no ápice de ramos

laterais curtos ou podem ser intercalares em relação á hifa. A forma

teleomórfica de F. solani corresponde a Nectria haematococca, um ascomiceto

que produz peritécios, no interior dos quais se formam os ascos. Os peritécios

são superficiais em relação aos tecidos de hospedeiro, ligeiramente globosos,

de cor laranja-claro a marrom-claro e ocorrem em profusão sob alta umidade

nas regiões tropicais. Os ascos são cilindros e formam oito ascósporos

elipsoidais, hialinos, que posteriormente, adquirem coloração marrom-claro

(BEDENDO, 1995).

Quadro 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de F.

solani com os elementos morfológicos descritos por outros autores.

Descrição morfológica

Dimensões(µm)

PPS (2011)(µm)

Leslie e Summerell (2006)

Samson (2010)

145

Page 146: Descrições Micológicas

(µm) (µm)

Macroconídios 39-48,5x5-7,5 35-55x4,5-8 39,70-50x4,41-7,35 8-16(24)x2-4(5)

Microconídios 7,5-17,5x2,5-5,5 8-16x4,5-8 7,35-22,05x2,2-5,88

27-52(65)x4,4-6,8

Septosmacroconídios 3-7 5-9 3-7 3-5(-7)

Septos microconídios 0-1 X 0-1 0-1

Os resultados obtidos foram comparados com resultados descritos por

Leslie e Summerell (2006), citados por PPS (2011) e por Samson (2010) e

percebeu-se uma pequena variação nas dimensões das estruturas fúngicas,

comprovando que o fungo encontrado na amostra era realmente de F. solani.

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Impresos en Impresos Nuevo Siglo. S.R.L., Barquisimeto, Venezuela, 202

pages. 1986.

ZHUANG,W.Y. Fungi of northwestern China. Mycotaxon, Ltd., Ithaca, NY, 430

pages.2005.

148

Page 149: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Fusarium semitectum

Mariana Silva P. de PaulaAcadêmica do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

O gênero Fusarium foi classificado e descrito pela primeira vez, pelo

micólogo alemão LINK, em 1809. (URBEN et al, 2009).

A classificação do gênero Fusarium, geralmente se baseia em estudos

morfológicos e fisiológicos, e mais recentemente em características

moleculares. O genêro Fusarium apresenta grandes dificuldades taxonômicas

devido sua grande variabilidade e mesmo à instabilidade de certas

características usadas em sua classificação. (URBEN et al, 2009).

Mais de mil espécies foram descritas para o gênero, muitas delas

indevidamente. Diversos sistemas de classificação foram propostos. Os mais

usados são o de Booth, que reconhece 51 espécies distribuídas em 12 seções

e o proposto por Snyder & Hansen, com 9 amplas espécies. A identificação de

espécies de Fusarium é baseada na morfologia dos macro e microconídios,

conidióforos, clamidósporos e na disposição dos conídios no conidióforo.

Marcante é o fato das características morfológicas sofrerem influência do

ambiente e das condições nutricionais do substrato. Especialistas no gênero

149

Page 150: Descrições Micológicas

utilizam meios de cultura e condições padronizadas para identificação.

(PORTAL PATOLOGIA DE SEMENTES, 2011).

Existem, atualmente, segundo INDEX FUNGORUM (2011), 1419

descrições, dentre espécies, formae speciales, variedades e subespécies de

Fusarium sp. A maioria das espécies de Fusarium sp. possuem a fase

anamórfica do fungo que é denominada Gibberella.

Em 1881, Cooke & Harkn descreveram o Fusarium acaciae. Em 1995,

Summerell descreveu o Fusarium babinda. Sacc. em 1906, descreveu o

Fusarium calidariorum. Já em 1974 o fungo descoberto foi o Fusarium

enterolobii, que foi descrito por P.K.S. Gupta. Em 1910 Appel & Wollenw

descreveram o Fusarium falcatum. Schwabe em 1839 descreveu o Fusarium

graminearum, que possui como a forma anamórfica a Gibberella zeae. O

mesmo descritor do F. calidariorum, quatro anos mais tarde em 1910,

descreveu o Fusarium heidelbergense. Oudem em 1889 descreveu o Fusarium

iridis. Em 1904 o Fusarium jaruanjum foi descrito por Henn. Peck em 1903

descreveu pela primeira vez o Fusarium laxum. O Fusarium mangiferae foi

descrito em 2002 por Britz. Em 1997, T. Aoki & Niremberg descreveram o

Fusarium nisikadoi. Oudem descreveu outro fungo, em 1902, o Fusarium opuli.

Sacc novamente em 1886 deu outra contribuição, descreveu o Fusarium

pandani. O Fusarium quercicola foi descrito em 1902 por Oudem, no mesmo

ano que foi descrito o F. opuli. Wollenw em 1914 descreveu o Fusarium

radicicoola. E outra contribuição dada por Sacc. foi a descrição do Fusarium

solani que não apresenta forma anamórfica, em 1881. O Fusarium tritici foi

descrito em 1981 por Ericks. Rostr em 1980 descreveu o Fusarium ustilaginis.

Alguns anos depois em 1982 o Fusarium vasinfectum foi descrito por G.F.Atk.

Lindau, em 1909 descreveu o Fusarium willkommii. O Fusarium xylarioides foi

descrito em 1948 por Steyaert (INDEX FUNGORUM, 2011).

Essas são apenas algumas espécies do fungo Fusarium sp. entre as

1419 descritas em literatura, as demais podem ser encontradas no site do

Index fungorum.

A maioria das espécies de Fusarium são parasitas facultativos de

plantas e, em alguma fase do ciclo de vida, são encontrados no solo,

associadas à matéria orgânica viva e morta, na forma de micélio, conídios ou

de clamidósporo. (URBEN et al, 2009).

150

Page 151: Descrições Micológicas

As espécies parasitas de plantas causam doenças de diferentes tipos

como: tombamento de mudinhas, podridões de frutos e de tecidos jovens,

murchas, superalongamento de colmos, podridões de raízes e do colo,

deformações e entre outros, além de produzirem toxinas importantes por

afetarem plantas (ácido fusárico, licomarasmina, etc.), micotoxinas

(tricoecanois, tricotecenos, zealearona,etc.) com graves efeitos sobre os

animais e o próprio homem, além de hormônio vegetal (ácido giberélico)

envolvido em processos patológicos resultando em distúrbios de alongamento

de colmos e outras alterações. De ocorrência cosmopolita, freqüentemente

estão associados com sementes. (URBEN et al, 2009).

As principais espécies encontradas em sementes são: Fusarium

acuminatum, Fusarium avenaceum, Fusarium acuminatum, Fusarium

avenaceum, Fusarium cerealis, Fusarium culmorum, Fusarium dimerum,

Fusarium equiseti, Fusarium graminearum, Fusarium moniliforme, Fusarium

nivale, Fusarium oxysporum, Fusarium Semitectum, Fusarium

rigidisculum, Fusarium poae, Fusarium roseum var. arthrosporioides, Fusarium

sambucinum, Fusarium solani, Fusarium sporotrichioide,s Fusarium

tricinctum, Fusarium fusarioides. Os hospedeiros mais comuns são: trigo, arroz,

soja, algodão, feijão, milho, sorgo, cenoura, tomate, girassol, azevém, ervilha e

cebola. (PORTAL PATOLOGIA DE SEMENTES, 2011).

Dentre estas espécies destacamos Fusarium semitectum, cuja

taxonomia variou ao longo do tempo. Foi descrita pela primeira vez em 1875 e

reconhecida por Wollenweber & Reinking, Booth, Gerlach & Nirenberg e Nelson

et al. Gerlach & Nirenberg descreveu três variedades, F. semitectum var.

semitectum, F. semitectum var. majus e F. semitctum var. violaceum. Trabalhos

preliminares com técnicas moleculares indicam que F. semitectum

provavelmente é uma espécie complexa, mas neste momento temos a

descrição restrita a uma única nomenclatura. Booth então propôs o nome F.

pallidoroseum para essa espécie, mas como apontado por Nirenberg o epíteto

incarnatum antecede pallidoroseum por aproximadamente 30 anos e se o

epíteto fosse mudado teria que ser F.incarnatum. Diante dessa dificuldade

nomenclatural eles preferiram usar o nome Fusarium semitectum, amplamente

mais reconhecido. (LESLIE e SUMMERELL, 2006).

151

Page 152: Descrições Micológicas

A forma anamórfica de Fusarium semitectum pertence ao Reino Fungi,

Divisão Ascomycota, classe dos Sordariomycetes, ordem Hypocreales, família

Nectriaceae, gênero Fusarium e espécie Fusarium semitectum. A espécie

apresenta 4 variedades descritas em literatura, em 1875 Berk. & Ravenel

descreveu Fusarium semitectum, Fusarium semitectum var. majus Wollenw em

1930, Fusarium semitectum var. semitectum Berk. & Ravenel em 1875,

Fusarium semitectum var. violaceum Batikyan & Abramyan em 1969, não se

conhece a forma teleomórfica e tem como sinonímias Fusarium pallidoroseum

e Fusarium incarnatum. (INDEX FUNGORUM, 2011).

Esta espécie pode ser confundida com F. subglutinans sensu lato, F.

polyphialidicum e F. sporotrichioides, pois todos produzem microconídios

fusiformes e vários fiàlides em meio carnation-leaf-ágar (CLA). Estes

microconídios normalmente são produzidos em pares e parece “orelha de

coelho”, portanto assemelha-se ao microconídio fusiforme do Fusarium

semitectum em CLA. Há várias características que distinguem estas espécies

incluindo a produção de pigmentos marrons em meio potato-dextrose-ágar

(PDA), o tamanho e a forma do microconídio e o macroconídio se assemelha

aos encontrados em F. equiseti e F. heterosporum, mas estes não produzem

microconídios que são comuns de F. semitectum. Descrição espécies atuais:

Gerlach e Nirenberg S Nelson et al. (LESLIE e SUMMERELL, 2006).

O fungo Fusarium semitectum comumente é isolado do solo e de

diversas partes da planta aérea em áreas tropicais e sub-tropical, por exemplo,

frutas da bananeira e folhas de palmeira, mas também podem ser recuperados

a partir de solos no Ártico e desertos. F. semitectum pode estar implicado em

várias doenças, muitas vezes, não é considerado um patógeno de plantas

importantes. Tem sido relatado por causar um cancro de nogueira, uma praga

da planta Pata de Canguru Ornamental e podridão de sementes de feijão a

germinação de sementes, reduz o crescimento das plântulas de sorgo,

podridão seca de melões, problemas de armazenamento, podridão de

cogumelos, bananas e outras frutas e é uma dos fungos dominante no grão de

milheto. Pólen de sorgo e milheto promover a germinação de conídios de F.

semitectum e poderia explicar a freqüente associação desta espécie com o

molde da cabeça e grãos desses hospedeiros. (LESLIE e SUMMERELL, 2006).

152

Page 153: Descrições Micológicas

A luz influência no controle químico de Fusarium semitectum patógeno

em sementes de soja. Ela causa eficiência no controle do fungo e da própria

semente. (GOULART e EMBRAPA, 2005).

Segundo SILVA et.al, (2006) houve incidência de doenças da mamoneira

no estado de Alagoas causada por Fusarium semitectum onde houve a

podridão dos racemos.

Há na literatura várias espécies de Fusarium relatados como agente

causal da fusariose, dependendo do órgão atacado. Em germinadores e

viveiros de café no estágio de “palito de fósforo” têm sido relatadas as

seguintes espécies: F. solani , F. oxysporum , F. equiseti , F. moniliforme e F.

semitectum . Tais espécies mostraram-se fitogênicas às cultivares Catuaí e

Mundo Novo. Portanto, são várias as espécies de Fusarium que podem atacar

o cafeeiro desde a fase de viveiro de crescimento das plantas no tronco até na

fase de frutificação. (KIMATI et al.,2005).

Segundo FARR e ROSSMAN, (2011) o Fusarium semitectum foi encontrado em 246 espécies de hospedeiros diferentes distribuídas por todo o mundo dentre elas: Acacia polyacantha na Zâmbia, Bellis perennis e Dactylis glomerata na Polônia, Cajanus cajan e Helianthus annuus e Vicia faba na Índia, Elaeis guineensis no Congo, na Malásia e Papua Nova Guiné, Ficus carica no Irã, Gloxinia sylvatica e Rhododendron sp., Ilex cornuta e Jasminum sp. e Washingtonia robusta na Florida, Lactuca indica na Malásia, Mangifera indica na Brunei Darussalam e West Indies, Ocimum sp. e Pelargonium sp. e Tectona grandis na Tanzânia, Ribes nigrum na USSR, Ricinus communis na Brunei Darussalam, na Tanzânia e na Venezuela, Saccharum officinarum no Barbados e na Venezuela, Theobroma cacao na Papua Nova Guiné e na Tanzânia, Zea mays na Brunei Darussalam, na Guinea, no Irã, na Malásia, na Polônia e nos Estados Unidos e de Fusarium semitectum var. semitectum temos: Dactylis glomerata na Russia, Helianthus annuus na Yugoslavia, Salix caprea na USSR e entre muitas outras espécies que podem ser encontradas no site dos autores (FARR e ROSSMAN, 2011).

O uso de F. semitectum como controle biológico e patógeno de aguapé e

Mimosa invisa em arroz tem sido proposto. F. semitectum pode ser um

153

Page 154: Descrições Micológicas

controle biológico da cravagem de milheto reduzindo a formação e

desenvolvimento de sclerotia e parasitismo de Rhizoctonia solani e

Sclerospora graminicola. Fusarium semitectum é resistente à maioria dos

antifúngicos por exemplo: itraconazol, miconazol e flucitosina, a anfotericina B

e natamicina relatado como o mais eficaz por causar endocardite na pele e

disseminar infecções imunocomprometedoras e queimar pacientes. (LESLIE e

SUMMERELL, 2006).

Segundo VIDOTTO, (2004) micetos do gênero Fusarium são agentes

comuns de ceratites, bem como possíveis agentes de infecção nas unhas

(onimicose), das quais são isolados com certa frequência. Às vezes estes são

respónsaveis por graves oftalmias supurativas, de decurso em boa parte dos

casos, dramaticamente rápido, com possivel perda de visão, em pouquissimos

dias. Várias espécies de Fusarium são consideradas patógenos emergentes na

espécie humana, mas a espécie F. Semitectum não foi relatada como patógeno

em seres humanos. (VIDOTTO, 2004).

Fusarium semitectum não foi relatado por FERREIRA, (1989) causando

doenças florestais no Brasil.

Segundo levantamento etiológico de fungos e bactérias feito por DUTRA

et.al,(2009) houve constatação de Fusarium semitectum associados à

podridão pré e pós colheita de rizomas de gengibre para expotação.

Fusarium semitectum está sendo utilizado na síntese extracelular de

nanopartículas de prata em solução de nitrato de prata (ou seja, através da

redução de Ag + para Ag0). Nanopartículas de prata altamente estável e

cristalinas são produzidas em solução, tratando-se o filtrado do fungo F.

semitectum com a solução aquosa de nitrato de prata. As formações de

nanopartículas são compreendidos a partir do UV-vis e estudos de difração de

raios X. Microscopia eletrônica de transmissão das partículas de prata

indicaram que variaram em tamanho 10-60 nm e são em sua maioria de forma

esférica. Curiosamente as suspensões coloidais de nanopartículas de prata

são estáveis por muitas semanas. Possíveis aplicações medicinais destas

nanopartículas de prata estão previstas (SCIENCEDIRECT, 2011).

Fusarium semitectum tem sido associada com enfisema pulmonar

bovina, uma doença normalmente associada a F. solani. Ele também pode

causar uma importante doença: um amolecimento da casca de tartarugas e

154

Page 155: Descrições Micológicas

pode parasitar os ovos do Toxocara canis. Fusarium semitectum é conhecido

por produzir apicidins, beauvericin, equisetin, fusapyrone, maniliformin,

sambutoxin, tricotecenos, zearalenona e alguns extratos de culturas de F.

semitectum têm atividade inseticida, mas os compostos responsáveis pela

atividade inseticida não foram identificados. F. semitectum também tem

atividade inseticida que não podem ser atribuíveis à atividade de toxina.

(LESLIE e SUMMERELL, 2006).

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos do

fungo Fusarium Semitectum

MATERIAIS E MÉTODOS

O trabalho foi realizado no Laboratório de Microbiologia do Instituto

Federal Goiano campus Urutaí.

Os propágulos do fungo foram retirados de sementes de soja. As

sementes foram colocadas em uma caixa do tipo Gerbox com papel filtro e

água destilada para o desenvolvimento das côlonias fúngicas, após 48h

(quarenta e oito horas) apanhou-se as sementes da caixa e levou-as para a

visualização em microscópio estereoscópico com a finalidade de se encontrar

propágulos fúngicos.

Após a visualização dos propágulos devemos coletá-los da superfície

das sementes com o auxílio de uma pinça e colocá-los em uma lâmina

contendo uma gota de corante fixador fuccina (ácido lático, ácido acético,

glicerina e água), em seguida colocou-se uma lamínula sobre a lâmina.

Retirou-se o excesso de corante com papel higiênico, logo após vedou-se com

esmalte e levou-se o conjunto para visualização em microscópio ótico. No

microscópio a primeira objetiva a ser usada deve ser a menor (4x), para que

possamos observar se os propágulos foram depositados na lâmina, após a

observação destes, aumentamos as objetivas para os aumentos de 10x e 40x,

para se observar as estruturas fúngicas com mais detalhes.

Comparamos as estruturas observadas com estruturas descritas em

literatura para identificar o gênero e a espécie ao qual o fungo pertence. Nesse

trabalho o fungo identificado foi de Fusarium Semitectum.

155

Page 156: Descrições Micológicas

Após a identificação do gênero e da espécie fungica foi feita medições

do macroconídio, microconídio, clamidósporo, fiálides e célula coniciogênica,

estrututras presentes nesta espécie, utilizando a ocular (WF10X/18), com as

estruturas sendo visualizadas na objetiva de 40x, utilizando como fator de

correção a medida encontrada na ocular multiplicada pelo fator correspondente

ao microscópio óptico utilizado (2,5)e compararam-se os resultados com outros

de literatura descrita.

Para esse trabalho foram realizadas microfotografias das estruturas

fúngicas no microscópio ótico utilizando câmera digital Canon® modelo Power

Shot A580 do professor Milton Luiz da Paz Lima para confecção da prancha de

fotos que foram editadas com o Windows Live Galeria de Fotos e a prancha

confeccionada no Microsoft Office Power Point 2007.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

156

Page 157: Descrições Micológicas

Figura 1. Aspectos morfológicos de Fusarium semitectum. A. Conidióforo, célula conidiogênica, macroconídios e microconídios de Fusarium semitectum (bar=20µm) B. Conidióforo (cf), célula conidiogênica (cc) (bar=7µm), C. Fiálide (f) clamidósporo (cl) (bar=2,75µm), D. Macroconídeo (mac) (bar=2,16µm) e microconídio (mic) (bar=1,20µm), E. Clamidósporo (cl) (bar=2,75µm), F. Macroconídio (mac) (bar=2,16 µm) e microconídio (mic) (bar=1,20µm ), G. microconídio (mic) (bar=1,20µm).

157

Page 158: Descrições Micológicas

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA

A espécie Fusarium semitectum (fig.1A) apresenta micélio aeréo

filamentoso, denso e cotonoso, inicialmente branco, passando a pêssego,

azulado e finalmente marrom, formado de hifas ramificadas, septadas com 3-5

septos; dois tipos de conídios; macro 20 - 30 x 5 - 7,5 e microconídeos 12,5 –

17,5 x 2,5 – 5 (fig.1F e fig.1D). Macroconídios são formados a partir fiálides

(fig.1C) típicos que são geralmente agrupados delgados e afinalados, curto e

pode ter uma abertura fértil (monofialide) ou várias aberturas férteis (polifialide).

Microconídios (fig.1G) são produzidos por conidióforos a partir da célula

conidiogênica (fig. 1B) não ramificados ou ramificados com moderação

decorrentes do micélio aéreo, ou diretamente a partir da superfície do ágar. Há

estruturas assexuadas de resistências; clamidósporos (fig.1E). Quando

presentes os clamidósporos podem ser terminais, intercalados, isolados ou em

cadeias, hialino tornando-se marrom claro. Estes elementos morfológicos se

adequaram às informações descritas para o gênero por LESLIE e

SUMMERELL (2006).

Dimensões do fungo Fusarium semitectum.Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de

Fusarium semitectum com os elementos morfológicos e morfométricos

descritos por outros autores.

Descrição

morfológica

Diâmetro (µm) Tamanho dos

conídios por

Sivanesan

Resultados

Conídios

Macro

Micro

20 - 30 x 5 - 7,5

12,5 – 17,5 x

2,5 – 5

22 - 40 x 3 - 4,5

17 - 28 x 2,5 - 4

Houve pequena variação de

tamanho dos conídios que

se foram medidos com a

literatura descrita.

158

Page 159: Descrições Micológicas

LITERATURA CITADA.

DUTRA, D. C.; MOREIRA, S. I.; RODRIGUES, A. C.; OLIVEIRA, J. R.; DHINGRA, O. D.; PEREIRA, O. L.; Levantamneto etiológico de fungos e bactérias associados às podridões pré e pós colheita de rizomas de gengibre para exportação Fitopatologia/ UFV Tropical Plant Pathology 34 ( Suplemento) S 222, 2009.

FARR, D.F., & ROSSMAN, A.Y. Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. Ddisponível em: <http:// http://nt.ars-grin.gov/fungaldatabases/fungushost/new_frameFungusHostReport.cfm >. Acessado em: 12/12/2011.

FERREIRA, F. A.; Patologia Florestal – Principais doenças florestais no Brasil

Viçosa, Sociedade de Investigações Florestais, 1989.

GOULART, A. C. P.; EMBRAPA – CPAO, C. P. 661, 79804-970, DOURADOS,

MS; Influência da luz no controle químico dos principais patógenos de

sementes de soja Fitopatol. Bras. 30 (Suplemento), S 127, 2005.

INDEX FUNGORUM Site para consultas de táxons fúngicos disponível em:

<http://www.indexfungorum.org/Names/Names.asp.> Acessado em 23 de

outubro de 2011.

KIMATI, H.; AMORIN, L.; REZENDE, J.A.M.; BERGAMIM, F.; CAMARGO,

L.E.A. Manual de Fitopatologia Doenças das plantas cultivadas Vol.2 Ed. 4°

Editora Agronômica, Ceres. SP, 2005.

LESLIE, J. F.; SUMMERELL, B. A. The Fusarium Laboratory Manual –

Blackwell Publishing, Oxford, UK; 2006.

PORTAL PATOLOGIA DE SEMENTES. Disponível em:

<http://faem.ufpel.edu.br/dfs/patologiasementes/cgibin/sementes/detalhes.cgi?

praga=96>Acessado em 23 de outubro de 2011.

SCIENCEDIRECT Extracellular biosynthesis of silver nanoparticles using the

fungus Fusarium semitectum Disponível em:

<http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0025540807002358>

Acessado em 18 de dezembro de 20011.

SILVA, A. P.; ASSUNÇÃO, I. P.; AMORIM, E. P. R.; LIMA, G. S. A.; Incidência de

doenças da mamoneira no estado de Alagoas Lab. de Fitopatologia,

159

Page 160: Descrições Micológicas

Universidade Centro de Ciências Agrárias, Campus Delza Gitaí, Rio largo, AL

Fitopatol. bas. 31 (Suplemento) S 156, 2006.

SIVANESAN, A. List of sets, index of species, and list of accepted names for

some obsolute species names in CMI description of pathogenie fungi and

bacteria nº 1-1000, MYCOPATHOLOGIA, 111:91-108, 1990.

UNBEN, A. F.; MENDES, M. A. S.; VENTURA, J. A.; PAZ LIMA, M. L. Curso

Taxonomia de Fusarium, Embrapa, Brasília-DF, 2009

VIDOTTO V. Manual de Micologia Medica, Ed.DreampixComunicaçao. Pg.

204, São Paulo, SP 2004.

160

Page 161: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Fusarium graminearum

Natália Santana RinconAcadêmica do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

A maioria das espécies de Fusarium sp. Link ex Fr. são parasitas

facultativos de plantas e, em alguma fase da vida, são encontradas no solo,

associadas à matéria orgânica viva ou morta, na forma de micélio, conídios ou

de clamidósporos (TORTORA et al., 2005).

Foram descritas 1419 espécies em literaturas (INDEX FUNGORUM,

2001).

As espécies parasitas de plantas causam doenças de diferentes tipos

como: tombamento de mudinhas, podridões de frutos e de tecidos jovens,

murchas, superalongamento de colmos, podridões de raízes e de colo,

cancros, deformações, etc., além de produzirem toxinas importantes por

afetarem plantas (ácido fusárico, licomarasmica, etc.), micotoxinas

(tricoecanos, tricotecenos, zealearona, etc.) com graves efeitos sobre animais e

o próprio homem, além de hormônio vegetal (ácido giberélico) envolvido em

processos patológicos, resultando em distúrbios de alongamento de colmos e

outras alterações. Por outro lado, proteína “não vegetal e não animal”,

produzida em cultura por Fusarium graminearum constitue-se em alimento

humano dietético comercializado na Inglaterra, sob o nome “Kuorn”.

(TORTORA et al., 2005).

O gênero Fusarium apresenta grandes dificuldades taxonômicas devido

à grande variabilidade e mesmo à instabilidade de certas características

usadas em sua classificação por certos autores como é o caso de tamanho de

conídios e septação de conídios. A coloração da colônia, apesar de instável é

usada em taxonomia de Fusarium, com devida padronização do meio de

cultura e das condições ambientais.

Em geral, pode-se dizer que Fusarium é um gênero de hifomiceto

moniliáceo com as seguintes características principais:

161

Page 162: Descrições Micológicas

1. Micélio e conidióforos hialinos, podendo estes serem ramificados e

terminando em tufos ou esporodóquios de fiálides, as quais dão

origem a dois tipos de conídios;

2. Macroconídios com 1 ou vários septos transversais, hialinos,

fusóides, acrógenos e frequentemente pedicelados;

3. Microconídios também hialinos, geralmente sem septos, produzidos

isoladamente, formando cabeças úmidas ou em cadeias;

4. Clamidósporos terminais ou intercalares, unicelulares ou com septo,

paredes grossas;

5. Teleomorfos nos gêneros Nectria, Colonectria, ou Giberella .

(TORTORA et al., 2005).

O Fusarium graminearum foi descrito por Schwabe (1839). Também

pode ser chamado de Gibberella zeae, (Schwein,1936), forma do teleomorfo.

Existem 2 formae speciales: Fusarium graminearum var. caricis ( Wollenw.

1931) e Fusarium graminearum var. graminearum (Schwabe 1839), (INDEX

FUNGORUM 2011).

O F. graminearum pertence ao Reino Fungi; Filo Ascomycota;

Classe Sordariomycetes; Ordem Hypocreales; Família Nectriceae; Gênero

Fusarium (ZIPCODEZOO, 2009).

Fusarium graminearum é um ascomiceto que produz esporos sexuais

em um saco conhecido como asca. A fase assexual do fungo produz esporos

denominados de macroconídios e a fase sexual produz esporos denominados

de ascósporos (APS NET, 2011).

As espécies de F. gramienarum são bastante difundidas, sendo

registrados em diversos países dos continentes Americano, Europeu, Asiático,

Africano e Oceania. Foram registradas 364 ocorrências de F. graminearum em

plantas hospedeiras. Uma das principais hospedeiras é a cevada (Hordeum

vulgare), com mais de 20 registros de ocorrências. (FARR & ROSSMAN, 2011).

Ocorrem em cereais e outras gramíneas, mas também em uma vasta

gama de plantas dicotiledôneas. (GARY J. SAMUELS, et. al., 2006)

Foram encontrados relatos de F. graminearum hospedando 164

espécies de plantas em por todo o mundo. No Brasil eles parasitam as

espécies de Brachiaria brizantha, B. plantaginea, B. ruziziensis, Digitaria

sanguinalis(capim colchão), Echinochloa crus-galli(capim-arroz), Hordeum

162

Page 163: Descrições Micológicas

vulgare (cevada), Oryza sativa (arroz), Pennisetum purpureum (capim

elefante), Richardia brasiliensis (poaia branca), Secale cereale (centeio),

Triticum aestivum (trigo), Triticum secale (trigo), Vigna unguiculata (feijão-de-

corda), Zea mays (milho) (FARR & ROSSMAN, 2011).

As condições climáticas das principais regiões produtoras de trigo, do

Brasil e de outros países tradicionalmente fornecedores, favorecem o

aparecimento de doenças importantes dessa cultura, dentre elas a fusariose

(ou giberela) causada principalmente pelo fungo Fusarium graminearum

(Schwabe). No Brasil a fusariose alcançou status de principal doença nas

regiões tritícolas, principalmente na região Sul do país (DEL PONTE et al.,

2004)

Além dos danos diretos à cultura causados pela doença, os grãos

infectados podem apresentar contaminação com micotoxinas, sendo tóxicas

tanto para o homem quanto para os animais. Dentre as micotoxinas, destacam-

se o desoxinivalenol (DON ou vomitoxina), que pode causar vômitos,

desordens intestinais e recusa alimentar no homem e em animais

principalmente suínos (RENATA ALMEIDA, 2006).

A quitosana, uma forma desacetilada da quitina, é um produto

biodegradável derivado do exoesqueleto de crustáceos e abundantes na

natureza. Tem sido utilizada com sucesso no controle fitonematóides e fungos

causadores de podridões radiculares como Fusarium sp. (FITOPATOL. BRAS,

2006)

O objetivo desse trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos

de Fusarium graminearum.

MATERIAIS E MÉTODOS

163

Page 164: Descrições Micológicas

O trabalho foi realizado no Laboratório de Microbiologia do Instituto

Federal Goiano campus Urutaí.

Os propágulos do fungo foram retirados de grãos de sorgo (Sorgum

bicolor). Os grãos foram colocados em uma caixa do tipo Gerbox com papel

filtro e água destilada, para o desenvolvimento das colônias fúngicas, após 48h

(quarenta e oito horas), apanhou-se os grãos para observação em microscópio

ótico, com a finalidade de se observar propágulos fúngicos.

Após a visualização dos propágulos devemos coletá-los da superfície

granular com o auxílio de uma pinça e colocá-los numa lâmina contendo uma

gota de corante fixador fuccina (ácido lático, ácido acético, glicerina e água),

em seguida colocou-se uma lamínula sobre a lâmina. Retirou-se o excesso de

corante com papel higiênico e em seguida a lâmina foi vedada com esmalte

levar o conjunto para ser observado em microscópio ótico. No microscópio a

primeira objetiva a ser usada deve ser a menor (4x), para que possamos

observar se os propágulos foram depositados na lâmina, após a observação

destes, aumentamos as objetivas para os aumentos de 10x e 40x, para se

observar as estruturas fúngicas com mais detalhes.

Comparamos as estruturas observadas com estruturas descritas em

literatura para identificar o gênero ao qual o fungo pertence. Nesse trabalho o

fungo identificado pertenceu ao gênero Fusarium graminearum.

Para esse trabalho foram realizadas microfotografias das estruturas

fúngicas no microscópio ótico e das frutificações fúngicas na epiderme dos

grãos no microscópio estereoscópico, utilizando câmera digital Canon® modelo

Power Shot A580.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

164

Page 165: Descrições Micológicas

Figura 1. Aspectos Morfológicos de Fusarium graminearum. A. Placa com meio de cultura contendo F. graminearum (bar = foto em tamanho real), B. Célula conidiogenica (bar =3,5-4x2 -3 µm), C. Conidiósporo (bar =2,5-4,5x2-3 µm), D. Conídio-macroconídio (bar =3,75-5,0x2,5-5,0 µm).

DESCRIÇÃO MICOLÓGICA:

O gênero Fusarium graminearum apresenta macroconídios

relativamente delgados em forma de foice para quase reta, com uma célula

apical cônica e uma célula basal em forma de pé (Fig. 1D). Os esporodóquios

são muitas vezes escassos, mas quando aparecem são de cor laranja pálido e

se escondem sob o micélio. Produz grande quantidade de micélio que pode

variar do vermelho marrom ao laranja (Fig. 1A). Não apresenta microconídios.

Possuem de 5 a seis septos que podem ser bem identificados. A formação de

clamidósporos varia, e muitas vezes eles são formados na macronídia. Possui

ascósporos hialinos à luz (Fig. 1 B). Ascos clavados 4-8 septos (Fig. 1C).

Tabela 1. Comparação dos elementos morfológicos e morfométricos de

Fusarium graminearum com os elementos morfológicos e morfológicos

descritos por outros autores.

Descrição

MicológicaDiâmetros (µm)

Tamanho dos

Conídios por

Sivanesan

Resultados

Dimensões dos

macroconídios.

3,37-5,0 x 2,5-

5,0

5,0-5,0 x 3,0-

4,0

Houve uma pequena

alteração nas medidas

dos conídios com as

descritas em literatura

165

Obj100

Page 166: Descrições Micológicas

Número de

septos5 a 6 5 a 6

O número de septos

apresentados é o

mesmo que está

descrito em literatura

LITERATURA CITADA

ALMEIDA, RENATA RODRIGUES – Ocorrência de Fusarium graminearum e desoxinivalenol em grãos de trigo utilizados no Brasil, 2006; Piracicaba.

Disponível em : <http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/11/11141/tde-

02032007-084649/pt-br.php> Acesso em : 25/10/2011.

APS NET Disponível em : <

http://www.apsnet.org/edcenter/intropp/lessons/fungi/ascomycetes/Pages/Fusar

iumPort.aspx> Acesso em : 25/10/2011.

DEL PONTE, E. M.; FERNANDES, J.M.C. ; PIEROBOM, C.R.;BERGSTROM,

G.C. Giberela do trigo- aspectos epidemológicos e modelos de previsão.

Fitopatologia Brasileira, Brasília, v. 29, n. 6, p. 587-606, 2004.

FARR, D.F., & ROSSMAN, A.Y. Fungal Databases, Systematic Mycology and Microbiology Laboratory, ARS, USDA. Ddisponível em: <http://nt.ars-

grin.gov/fungaldatabases/>. Acesso em: 08/10/2011.

GARY J, Samuel, Amy V. Rossman, Priscila Choverri, Bavie E. Overton e Kadri

; Hypocreales of the Southeostern United States: On Identification on Guide,

Utrecht, 2006.

166

Page 167: Descrições Micológicas

GILSON S. S.; In: Substancias Naturais: Uma alternativa para o controle de doenças; Fitopatol. bras. 31(Suplemento),; 14; São Luiz do Maranhão, MA,

2006

INDEX FUNGORUM Disponível em:

<http://www.indexfungorum.org/Names/NamesRecord.asp?RecordID=200256>.

Acesso em: 08/10//2011.

INDEX FUNGORUM Disponível em:

<http://www.indexfungorum.org/Names/Names.asp>. Acesso em: 08/10/2011.

SIVANESAN, A. List of sets, índex os species and list of accepted names for

some absolecete species names in description of pathogenie fungi and bacteria

sets 1-1000, nº 1-1000, Micopathologia 111: 91- 108, 1990

TORTORA, Gerald J. ; Funke, Burdell R. ; Case, Christine L. , Microbiologia, 8ª

ed. , Porto Alegre; Artemed, 2005.

ZIPCODEZOO Disponível em :

<http://www.zipcodezoo.com/Fungi/F/Fusarium_graminearum/> Acesso em :

25/10/2011.

167

Page 168: Descrições Micológicas

Aspectos gerais e morfológicos de Fusarium decemcellulare

Osvânio Lino Nunes JuniorAcadêmico do curso de Agronomia

INTRODUÇÃO

Existem atualmente, segundo Index Fungorum (2011), 1419 descrições,

dentre espécies, formae speciales, variedades e subespécies de Fusarium sp.,

dentre essas espécies está fungo Fusarium decemllulare foi descrito pela

primeira vez em 1908 por Angew Vereinigt, segundo sua taxonomia

pertencente aos fungos anamórficos, ordem Moniliales e família

Tuberculariaceae, possui como teleomorfo Albonectria rigidiuscula, sinonímia

Calonectria rigidiuscula. (INDEXFUNGORUM, 2011)

O gênero Fusarium abriga 725 espécies e subspécies, como: Species:

ZipcodeZoo has pages for 775 species and subspecies in the Genus Fusarium:

F. acaciae · F. acicola · F. acremoniopsis · F. acridiorum · F. acuminatum · F.

acuminatum armeniacum · F. acutatum · F. adesmiae · F. aecidii-tussilaginis · F.

aeruginosum · F. affine · F. agaricorum · F. ailanthinum · F. alabamense · F.

albertii · F. album · F. album var. album · F. aleurinum · F. aleyrodis · F.

alkanophilum · F. allescherianum · F. allii-sativi · F. ambrosium · F. amentorum ·

F. amethysteum · F. andinum · F. andiyazi · F. andropogonis · F. anguioides · F.

anguioides caudatum · F. anguioides var. anguioides · F. angustum · F.

annulatum · F. anomalum · F. anthophilum · F. apii var. apii · F. apii var. pallidum

168

Page 169: Descrições Micológicas

· F. apiogenum · F. aquaeductuum · F. aquaeductuum var. aquaeductuum · F.

aquaeductuum var. elongatum · F. aquaeductuum var. medium · F. aqueductum

· F. arachnoideum · F. arcuatum · F. arcuatum var. arcuatum · F. arcuatum var.

majus · F. arcuosporum · F. argillaceum · F. aridum · F. arthrosporioides · F.

arthrosporioides var. asporotrichum · F. arundinis · F. arvense · F. asclepiadeum

· F. asperifoliorum · F. atrovirens · F. audinum · F. aurantiacum · F. aureum · F.

avenaceum subsp. aywerte · F. avenaceum f. fabae · F. avenaceum nurragi · F.

avenaceum var. volutum · F. azedarachinum · F. babinda · F. baccharidicola · F.

bacilligerum · F. bactridioides · F. bagnisianum · F. bambusicola · F. baptisiae ·

F. barbatum · F. bartholomaei · F. batatas var. batatas · F. batatatis · F. batatatis

var. vanillae · F. begoniae · F. beomiforme · F. berenice · F. betae · F.

biasolettianum · F. biforme · F. bipunctatum · F. biseptatum · F. blasticola · F.

bonordenii · F. bostrycoides · F. botrycoides · F. brachygibbosum · F. brassicae ·

F. brevicatenulatum · F. briosianum · F. bucharicum · F. bufonicola · F.

bugnicourtii · F. buharicum · F. bulbicola · F. bulbigenum · F. bulbigenum var.

blasticola · F. bulbigenum var. coffeae · F. bulbigenum var. nelumbicolum · F.

bullatum · F. bullatum roseum · F. bullatum var. roseum · F. butleri · F. buxicola ·

F. calcareum · F. calidariorum · F. callosporum · F. camerunense · F.

camptoceras · F. candidulum · F. candidum · F. cannabis · F. capitatum · F.

caricis · F. caries · F. carneolum · F. carneoroseum · F. carneum · F. carpineum

· F. carpini · F. cataleptum · F. catenulatum · F. caucasicum · F. caudatum · F.

caudatum solani · F. caudatum volutum · F. cavispermum · F. celosiae · F.

celtidis · F. cepae · F. cerasi · F. cerealis · F. chaetomium · F. chilense · F.

chlamydosporium · F. chlamydosporum var. chlamydosporum · F.

chlamydosporum var. chlamydosporum · F. chlamydosporum var. fuscum · F.

chrysanthemi · F. ciliatum · F. cinctum · F. cinerea · F. cinereum (Imitator

Damsel) · F. cinnabarinum · F. circinatum · F. cirrosum · F. citrinum · F. citrulli ·

F. clavatum · F. clypeaster · F. coccidicola · F. coccinellum · F. coccineum · F.

coeruleum · F. coffeicola · F. commune · F. commutatum · F. compactum · F.

concentricum · F. concolor · F. conglutinans · F. conglutinans callistephi · F.

conglutinans var. citrinum · F. congoense · F. coniosporiicola · F. constrictum ·

F. corallinum · F. cromyophthoron · F. crookwellense · F. cubense · F.

cucumerinum · F. cucurbitariae · F. culmorum · F. culmorum leteius · F.

culmorum var. leteius · F. cuneiforme · F. cyclogenum · F. cydoniae · F.

169

Page 170: Descrições Micológicas

cymbiferum · F. cypericola · F. de-tonianum · F. decemcellulare · F.

decemcelulare · F. deformans · F. delacroixii · F. denticulatum · F. desciscens ·

F. dianthi · F. didymum · F. diffusum · F. dimerum · F. dimerum var. dimerum · F.

dimerum var. nectrioides · F. dimerum var. pusillum · F. dimerum var. violaceum

· F. dimorphum · F. diplosporum · F. discoideum · F. discolor · F. discolor

sulphureum · F. diversisporum · F. dlamini · F. dlaminii · F. effusum · F. elasticae

· F. elegans · F. elongatum · F. ensiforme · F. epicoccum · F. episphaeria · F.

episphaericum · F. epistroma · F. epithele · F. equinum · F. equiseti · F. equiseti

var. bullatum · F. equiseti var. caudatum · F. equiseti var. intermedium · F.

equiseticola · F. equisetorum · F. erubescens · F. eucalypticola · F.

eucalyptorum · F. eumartii · F. expansum · F. falcatum · F. falcatum fuscum · F.

ferruginosum · F. fijikuroi · F. filiferum · F. filisporum · F. fissum · F. flavidum · F.

flavum · F. flocciferum · F. foeni · F. foetens · F. foliicola · F. fractiflexum · F.

fractum · F. fragrans · F. fraxini · F. fructigenum · F. fujikuroi · F. fuliginosporum ·

F. funicola · F. fusariodes · F. fuscum · F. gaditjirri · F. gallinaceum · F.

gemmiperda · F. genevense · F. georginae · F. gibbosum · F. gigas · F. gladioli ·

F. glandicola · F. globosum · F. globulosum · F. gloeosporioides · F. glumarum ·

F. gracile · F. graminearum · F. graminum · F. granulosum · F. guttiforme · F.

gymnosporangii · F. hakeae · F. heidelbergense · F. heleocharidis · F.

helotioides · F. herbarum · F. heteronemum · F. heterosporoides · F.

heterosporum · F. heterosporum var. congoense · F. heveae · F. hibernans · F.

hippocastani · F. hordearium · F. hordei · F. hostae · F. hymenula · F.

hyperoxysporum · F. hypocreoideum · F. idahoanum · F. illosporioides · F.

inaequale · F. incarcerans · F. incarnatum · F. inflexum · F. inseptatum · F.

insidiosum · F. iridis · F. japonicum · F. javanicum · F. javanicum javanicum · F.

javanicum var. ensiforme · F. javanicum var. radicicola · F. juglandinum · F. junci

· F. juruanum · F. konzum · F. kyushuense · F. laboulbeniae · F. laceratum · F.

lacertatum · F. lactis · F. lagenariae · F. lagenarium · F. lanceolatum · F. laricis ·

F. larvarum var. rubrum · F. larvarum var. larvarum · F. larvarum var. rubrum · F.

lateritium · F. lateritium f. crotalariae · F. lateritium f. pini · F. lateritium var. buxi ·

F. lateritium var. minus · F. lateritium var. mori · F. lateritium var. tenue · F.

lateritium var. uncinatum · F. laxum · F. leguminum · F. leucoconium · F.

lichenicola · F. limonis · F. limosum · F. lineare · F. lini · F. loliaceum · F. lolii · F.

longipes · F. longisporum · F. longissimum · F. longum · F. lucidum · F.

170

Page 171: Descrições Micológicas

lunulosporum · F. luteum · F. lutulatum · F. lutulatum var. zonatum · F. lutulatum

zonatum · F. lycopersici · F. macroceras · F. maculans · F. magnusianum · F.

mali · F. malli · F. mangiferae · F. marginatum · F. martii · F. martii minus · F.

martii phaseoli · F. martii viride · F. matuoi · F. mauroi · F. maydiperdum · F.

maydis · F. medicaginis · F. melanochlorum · F. melonis · F. merismoides · F.

merismoides var. acetilereum · F. merismoides var. chlamydosporale · F.

merismoides var. crassum · F. merismoides var. merismoides · F. merismoides

var. violaceum · F. mesentericum · F. metachroum · F. microcera · F. microcera

var. cerasi · F. microphlyctis · F. micropus · F. microspermum · F. microsporium

· F. mikaniae · F. miniatulum · F. miniatum · F. minimum · F. minutissimum · F.

minutulum · F. miscanthi · F. moniliforme · F. moniliforme f. moniliforme · F.

moniliforme f. subglutinans · F. moniliforme var. fici · F. moniliforme var.

intermedium · F. moniliforme var. minus · F. moniliforme var. moniliforme · F.

moronei · F. moschatum · F. musarum · F. mycophilum · F. myosotidis · F.

napiforme · F. neglectum · F. nelsonii · F. neoceras · F. nervisequum · F.

nervisequum f. platani · F. nicotianae · F. nigrum · F. nisikadoi · F. nitidum · F.

nivale · F. niveum · F. nygamai · F. obtusatum · F. obtusisporum · F.

obtusiusculum · F. obtusum · F. ochraceum · F. oidioides · F. opuli · F.

orobanches · F. orthoceras · F. orthoceras triseptatum · F. orthoceras var. lathyri

· F. orthoceras var. longius · F. orthosporum · F. osiliense · F. ossicola · F.

osteophilum · F. oxydendri · F. oxysporum apii · F. oxysporum aechmeae · F.

oxysporum albedinis · F. oxysporum apii · F. oxysporum asclerotium · F.

oxysporum asparagi · F. oxysporum basilici · F. oxysporum batatas · F.

oxysporum betae · F. oxysporum bouvardiae · F. oxysporum callistephi · F.

oxysporum cannabis · F. oxysporum carthami · F. oxysporum cassiae · F.

oxysporum cattleyae · F. oxysporum cepae · F. oxysporum chrysanthemi · F.

oxysporum ciceris · F. oxysporum citri · F. oxysporum coffeae · F. oxysporum

conglutinans · F. oxysporum crotalariae · F. oxysporum cubense · F. oxysporum

cucumerinum · F. oxysporum cucurbitacearum · F. oxysporum cyclaminis · F.

oxysporum dianthi · F. oxysporum elaeidis · F. oxysporum f. apii · F. oxysporum

f. batatas · F. oxysporum f. betae · F. oxysporum f. callistephi · F. oxysporum f.

cepae · F. oxysporum f. conglutinans · F. oxysporum f. cubense · F. oxysporum

f. cucumerinum · F. oxysporum f. cyclaminis · F. oxysporum f. dianthi · F.

oxysporum f. fabae · F. oxysporum f. gladioli · F. oxysporum f. lini · F.

171

Page 172: Descrições Micológicas

oxysporum f. lupini · F. oxysporum f. lycopersici · F. oxysporum f. medicaginis ·

F. oxysporum f. melongenae · F. oxysporum f. melonis · F. oxysporum f. narcissi

· F. oxysporum f. nicotianae · F. oxysporum f. niveum · F. oxysporum f.

oxysporum · F. oxysporum f. passiflorae · F. oxysporum f. perniciosum · F.

oxysporum f. phaseoli · F. oxysporum f. pini · F. oxysporum f. pisi · F.

oxysporum f. psidii · F. oxysporum f. raphani · F. oxysporum f. spinaciae · F.

oxysporum f. tracheiphilum · F. oxysporum f. tuberosi · F. oxysporum f. udum ·

F. oxysporum f. vasinfectum · F. oxysporum fabae · F. oxysporum fatshederae ·

F. oxysporum fragariae · F. oxysporum gladioli · F. oxysporum glycines · F.

oxysporum hebes · F. oxysporum lagenariae · F. oxysporum lentis · F.

oxysporum lilii · F. oxysporum lini · F. oxysporum lupini · F. oxysporum

lycopersici · F. oxysporum matthiolae · F. oxysporum medicaginis · F.

oxysporum melongenae · F. oxysporum melonis · F. oxysporum narcissi · F.

oxysporum nicotianae · F. oxysporum niveum · F. oxysporum opuntiarum · F.

oxysporum oxysporum · F. oxysporum passiflorae · F. oxysporum perniciosum ·

F. oxysporum phaseoli · F. oxysporum pini · F. oxysporum pisi · F. oxysporum

psidii · F. oxysporum radicis-lycopersici · F. oxysporum ranunculi · F. oxysporum

raphani · F. oxysporum rauvolfiae · F. oxysporum resupinatum · F. oxysporum

rhois · F. oxysporum sesami · F. oxysporum spinaciae · F. oxysporum

tracheiphilum · F. oxysporum tuberosi · F. oxysporum tulipae · F. oxysporum

vanillae · F. oxysporum var. lycopersici · F. oxysporum var. medicaginis · F.

oxysporum var. meniscoideum · F. oxysporum var. nicotianae · F. oxysporum

var. redolens · F. oxysporum var. trifolii · F. oxysporum vasinfectum · F.

oxysporum zingiberi · F. pallens · F. pallidoroseum · F. pallidulum · F. pallidum ·

F. pampini · F. pandani · F. pannosum · F. parasiticum · F. paspali · F.

paspalicola · F. peckii · F. pelargonii · F. peltigerae · F. penicillatum · F.

pentaclethrae · F. personatum · F. pestis · F. pezizaeforme · F. pezizoides · F.

phacidioideum · F. phaseoli · F. phormii · F. phyllogenum · F. phyllophilum · F.

pisi · F. platani · F. platanoidis · F. poae · F. poincianae · F. polymorphum · F.

polyphialidicum · F. proliferatum · F. proliferatum var. minus · F. proliferatum var.

proliferatum · F. protractum · F. prunorum · F. pseudoanthophilum · F.

pseudocircinatum · F. pseudograminearum · F. pseudoheterosporum · F.

pseudonectria · F. pseudonygamai · F. pteridis · F. pulvinatum · F. punctiforme ·

F. putaminum · F. putrefaciens · F. pyriforme · F. pyrochroum · F. quercicola · F.

172

Page 173: Descrições Micológicas

radicicola · F. radicis-lycopersici · F. ramigenum · F. redolens · F. redolens

dianthi · F. redolens solani · F. reticulatum var. negundinis · F. reticulatum var.

negundinis · F. reticulatum var. reticulatum · F. rhabdophorum · F. rhizogenum ·

F. rhizophilum · F. ricini · F. rimicola · F. rimosum · F. robiniae · F. robustum · F.

rollandianum · F. rosae · F. roseolum · F. roseum · F. roseum f. cereale · F.

roseum var. avenaceum · F. roseum var. lupini-albi · F. rostratum · F.

roumegueri · F. ruberrimum · F. rubi · F. rubicolor · F. rubiginosum · F. rubrum ·

F. sacchari · F. sacchari var. elongatum · F. sacchari var. sacchari · F. salicicola

· F. salicicolum · F. salicinum · F. salicis · F. salmonicolor · F. samararum · F.

sambucinum · F. sambucinum var. coeruleum · F. sambucinum var. ossicolum ·

F. sambucinum var. sambucinum · F. samoense · F. sanguineum · F.

sapindophilum · F. sarcochroum · F. sarcochroum var. robiniae · F. schawrowi ·

F. schiedermayeri · F. schnablianum · F. schribauxii · F. schweinitzii · F. scirpi ·

F. scirpi var. caudatum · F. scirpisensu · F. sclerodermatis · F. sclerodermatis

var. lycoperdonis · F. sclerotioides · F. sclerotioides brevius · F. sclerotium · F.

scolecoides · F. secalis · F. semitectum · F. semitectum var. majus · F. setosum

· F. socium · F. solani · F. solani cucurbitae · F. solani cyanum · F. solani f.

cucurbitae · F. solani f. eumartii · F. solani f. mori · F. solani f. phaseoli · F. solani

f. piperis · F. solani f. pisi · F. solani f. radicicola · F. solani f. robiniae · F. solani

f. solani · F. solani f. xanthoxyli · F. solani fabae · F. solani minus · F. solani

phaseoli · F. solani piperis · F. solani pisi · F. solani solani · F. solani var.

javanicum · F. solani var. minus · F. solani var. petroliphilum · F. solaris · F.

sophorae · F. sorghi · F. spartinae · F. speiranthis · F. spermogoniopsis · F.

sphaeriae · F. sphaeroideum · F. sphaerosporum · F. spicaria-colorantis · F.

splendens · F. sporotrichioides · F. sporotrichioides var. minor · F.

sporotrichioides var. minus · F. sporotrichioides var. sporotrichioides · F.

staphyleae · F. stercorarium · F. stercoris · F. sterilihyphosum · F. sticticum · F.

stictoides · F. stilboides var. stilboides · F. stillatum · F. stoveri · F. striatum · F.

strobilinum · F. stromaticola · F. stromaticum · F. subcarneum · F. subglutinans ·

F. subglutinans var. subglutinans · F. sublunatum · F. sublunatum var.

elongatum · F. sublunatum var. sublunatum · F. subnivale · F. subpallidum · F.

subpallidum roseum · F. subtectum · F. subulatum · F. subulatum brevius · F.

subviolaceum · F. succisae · F. sulphureum · F. tabacivorum · F. tasmanicum ·

F. tenellum · F. tenue · F. tenuissimum · F. tenuistipes · F. thapsinum · F.

173

Page 174: Descrições Micológicas

theobromae · F. thuemenii · F. tomentosum · F. tortuosum · F. torulosum · F.

tracheiphilum · F. translucens · F. tremelloides · F. trichothecioides · F.

tricinctum · F. tritici · F. tubercularioides · F. tuberis · F. tuberivorum · F.

tucumaniae · F. tumidum · F. udum · F. udum solani · F. udum var. crotalariae ·

F. uncinatum · F. uredinicola · F. urticearum · F. ustilaginis · F. vasinfectum · F.

vasinfectum pisi · F. vasinfectum var. pisi · F. vasinfectum var. zonatum · F.

venenatum · F. ventricosum · F. versicolor · F. versiforme · F. vinosum · F.

violaceum · F. violae · F. virguliforme · F. viride · F. viticola · F. vogelii · F.

volutella · F. wilkomii · F. willkommii · F. xylaroides · F. zavianum · F. zeae · F.

zealandicum · F. ziziphinum · F. zizyphinum · F. zonatum. (ZIPCODEZOO,

2011)

O fungo Fusarium decemcellulare corresponde a um indivíduo com certas

particularidades em relação aos outros indivíduos da espécie Fusarium,

possuem uma grande macroconídia e características morfológicas que facilitam

sua identificação. ( LESLIE, J.F, 2006)

Fusarium decemellulare é normalmente encontrado em áreas tropicais e

subtropicais, onde ele é associado com superbrotamento e posterior morte de

uma série de árvores frutíferas como abacate, cacau, guaraná e manga.

(LESLIE, J.F, 2006)

O superbrotamento do guaranazeiro causado por Fusarium decemcellulare,

é um dos principais problemas do guaranazeiro que possui uma grande

importância econômica no Estado do Amazonas. (GASPAROTO, 2006)

De acordo com Farr e Rossman (2011) foram realizadas 31 registros de

ocorrência de Fusarium decemcellulare em 22 espécies de hospedeiros

diferentes: Annona xatemoya, Araucaria heterophylla (araucária), Bumelia

tenax, Carya illinoensis, Cedrelinga cateniformis, Centrosema pubescens,

Cordia alliodora, Cordia goeldiana, Crataegus flora, Ficus carica (figo) , F.

tinctoria, Gliricidia sepium, Mangifera indica (manga) , Manilkara bidentata,

Oryza sativa (arroz) , Paullinia cupana, Pinus resinosa, P. strobus, Psidium

guajava (goiaba) , Tectona grandis, Theobroma cacao (cacau) e Ziziphus

mauritiana. Estas descrições foram realizadas nos seguintes países: Austrália,

Brasil, Canada, Costa do Marfim, Equador, El Salvador, Estados Unidos,

Guatemala, Índia, Japão, Malásia, Nicarágua, Polônia, Porto Rico e Tanzânia.

No Brasil, Fusarium decemcellulare foi descrita nas seguintes hospedeiras:

174

Page 175: Descrições Micológicas

Cordia alliodora, C. goeldiana, Mangifera indica, Paullinia cupana, Psidium

guajava e Theobroma cacao.

Diversas variedades de fungos Fusarium, que são fungos comuns do solo,

hábitos saprófitas, produzem várias micotoxinas diferentes do grupo dos

tricotecenos, como o desoxinivalenol (DON), o nivalenol (NIV), a toxina T-2 e a

toxina HT-2, bem como outras toxinas (zearalenona e fumonisinas), entretanto

não foram encontradas informações referentes a produção de toxinas

especificamente por parte de Fusarium decemcellulare. (QUALFOOD, 2011)

Nas literaturas consultadas não foram encontrados relatos sobre Fusarium

decemcellulare agindo como patógeno humano ou de animais, nem deste

sendo comestível ou utilizado na indústria farmacêutica, entretanto inúmeros

são os relatos deste atuando como patógeno em plantas.

A cancrose é uma doença caracterizada pela formação de cancros nos orgãos

lenhosos da planta de qualquer idade. As plantas jovens podem morrer e, nas

adultas, acarreta rachaduras longitudinais e deformações nos galhos que, com

o tempo podem matar a planta ou torná-la inutil. É causada pela forma

anamórfica de Fusarium decemcellulare, Albonectria rigidiuscula, entretanto a

infecção inicial é feita pelos conídios ou esporos do próprio Fusarium

decemcellulare. É uma doença de grande expressão para a cultura da pinha no

cerrado de Goiás, Minas Gerais e Distrito Federal. (JUNQUEIRA, et al., 2001)

A erva-mate (Ilex paraguariensis) é uma espécie florestal cultivada no sul do

Brasil e, em alguns municípios, é a principal atividade econômica. Sua

ocorrência natural é restrita ao Brasil, Paraguai e Argentina, abrangendo cerca

de 540.000Km². No Brasil, sua área está dispersa, sobretudo nos estados do

Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.Em 2004 foram constatados

sintomas da doença podridão-de-raízes em ervais nos municípios da região

alta do Vale do Taquari, RS. Com o auxílio de técnicos da EMATER, fez-se um

levantamento dos municípios que possuíam ervais com sintomas. Em 10% dos

ervais afetados, coletaram-se amostras de raízes que foram enviadas para

análise no Laboratório de Fitopatologia pertencente ao Departamento de

Defesa Sanitária/CCR/UFSM. Foram isoladas e identificadas cinco diferentes

espécies do fungo Fusarium, dentre elas, Fusarium decemcellulare.

(POLETTO,et al.2004)

175

Page 176: Descrições Micológicas

O limão-de-Caiena (Averrhoa bilimbi L.) também conhecido por bilimbizeiro,

da família Averrhoaceae, produz frutos que geralmente são processados

salgados ou doces para confecção de conservas em picles, condimentos e

molhos. Quando maduros esses são utilizados em geléias e compotas,

constituindo boa fonte de vitamina C (Donadio et al., Frutas Exóticas, 1998

apud Bastos & Santos, 2001). Recentemente foi observado no município de

Icoaraci, Pará, pés de limão-de-Caiena apresentando anormalidade nas

inflorescências. Os sintomas se manifestam tanto no tronco, como nos ramos e

caracterizam-se pelo desenvolvimento anormal de superbrotamento das

inflorescências a partir do eixo floral, com inchamento dos talos florais. As

flores e frutos jovens, geralmente caem prematuramente e os talos ficam

totalmente secos. Material infetado foi coletado e levado para o laboratório de

Fitopatologia da Ceplac, em Belém, Pará, para isolamento do agente causal.

Os isolamentos procedidos em BDA, a partir de fragmentos de tecidos retirados

de ramos infetados, revelaram a constante presença de um fungo, cujas

características morfológicas identificou com agente causal Fusarium

decemcellulare. (BASTOS & SANTOS, 2001)

Cateniformis cedrelinga é uma árvore leguminosa indígena que ocorre

naturalmente nas regiões amazônicas do Equador, Peru e Colômbia. Esta

árvore é economicamente valiosa para a produção de madeira e também é

culturalmente importante para comunidades rurais e indígenas desses países

que utilizam a ultilizam medicinalmente e também religiosamente. Em 2002 e

2003 observou-se sintomas de cancrose nestas árvores no Equador, através

do isolamento de tecidos sintomáticos, descobriu-se a presença de Fusarium

decemcellulare, sendo este também o agente causal. (LOMBARD, et al.2008)

Nos Estados Unidos, em Miami, observou-se por 20 anos, galhas grandes

em árvores de manga, no pomar da USDA (United States Department of

Agriculture) em Miami, Florida. Eles variam de 45 cm de diâmetro, têm áspera,

exteriores escamosa, e normalmente são encontrados no tronco principal,

analisando os tecidos internos das galhas observou-se a presença do fungo

Fusarium decemcellulare, foi este o primeiro caso divulgado do indivíduo

infectando uma mangueira nos EUA. (PLOETZ, R. 1996)

No Amazonas um dos principais problemas do guaranazeiro vem sendo o

superbrotamendo das árvores de guaraná. A doença afeta ramos novos e

176

Page 177: Descrições Micológicas

inflorescências. Nos ramos ocorre emissão de brotações sucessivas formando

uma massa densa e desuniforme, em conseqüência da multiplicação

exagerada de células. Nas inflorescências ocorre multiplicação exagerada de

células, dando às flores um aspecto de cálice compacto e endurecido,

impedindo a polinização e causando o secamento precoce. (SBFITO , 2011)

O objetivo deste trabalho é apresentar aspectos gerais e morfológicos

do fungo Fusarium decemcellulare.

177

Page 178: Descrições Micológicas

MATERIAIS E MÉTODOS O trabalho foi conduzido inicialmente no Laboratório de Micologia da

Embrapa Cenargem e também no Laboratório de Microbiologia do Instituto

Federal Goiano Campus Urutaí.

Os propágulos fungicos foram extraídos de sementes de cacau que foram

enviadas ao Laboratório de Micologia da Embrapa Cenargem, a área lesionada

das sementes foram analisadas com um microscópio estereoscópico, após

verificada a área da lesão, tomou-se uma agulha previamente flambada no bico

de bunsen, e iniciou-se a extração dos propágulos por meio de raspagem da

região.

Com uma pinça, uma lâmina foi cuidadosamente flambada no bico de

bunsen, e no seu centro colocou-se uma gota de corante azul de algodão, na

região da gota foram colocados cuidadosamente os propágulos, em seguida

uma lamínula foi sobreposta à região, e o excesso de corante removido com o

auxílio de papel toalha, e por fim a lamínula foi devidamente vedada com o uso

de esmalte.

Levou-se então a lâmina para o microscópio óptico, inicialmente utilizou-

se objetivas menores, como a de 4x a fim de localizar as estruturas fungicas

presentes na lâmina, na medida em que eram localizadas, utilizava-se objetivas

maiores para uma visualização mais detalhada das estruturas, de 10X e 40X.

Após analisadas as estruturas e comparações com literaturas, identificou-se o

fungo como pertencente ao gênero Fusarium sp., sendo este da espécie

decemcellulare.

A lâmina semi-permanente foi trazida ao Instituto Federal Goiano

Campus Urutaí por intermédio do professor Dr. Milton Lima, foram levadas ao

microscópio óptico, com o objetivo de se micro fotografar as estruturas

fungicas. Após localizadas com as menores objetivas, a imagem era

aproximada com as objetivas maiores, e então fotografadas com uma câmera

digital Canon modelo Shot A580 para a confecção da prancha de fotos a fim de

tornar mais visível a descrição.

Com o auxílio do software paint, as fotos tiveram seu tamanho reduzido,

em seguida organizadas em formato de prancha no software Power point.

178

Page 179: Descrições Micológicas

Utilizando uma objetiva com unidades de medição, mediu-se também

algumas as estruturas fungicas, a fim de estabelecer uma média de tamanho

das estruturas.

179

Page 180: Descrições Micológicas

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Descrição micológica:

Figura 1. Aspectos morfológicos de Fusarium decemcellulare. A. Esporodóquio hialino (Bar=7,7 μm), B. Conídio, célula conidiogênica (bar=20 μm), C.Esporodóquio (bar=20 μm), D.Conidióforos com conídios (bar=14 μm),

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Page 181: Descrições Micológicas

E. Macroconidio septado, hialino e falcado (bar=62 μm), F. Microconídio hialino (bar=25,4 μm)

Descrição Micológica

Os macroconídios (Fig. E) raramente são confundidos com os de

qualquer outra espécie por serem muito grandes tanto longos quando largos,

em linha reta ou ligeiramente curvada e robusta com paredes espessas. Eles

apresentam entre 5 e 9 septações, com uma célula apical e uma célula em

forma de pé achatado. Macroconídios são produzidos em monophialides, em

conidióforos ramificados, em esporodóquios e nas hifas.

Microconídios são encontrados em longas cadeias, produzidos a partir

de monophialides, em conidióforos (Fig. D) ramificados ou diretamente a partir

das hifas, tem forma oval e normalmente não são septados. Ausência de

chlamidosporos. Esporodóquios hialinos (Fig. A), normalmente têm morfologia

geral de aredes muito longas, robustas e espessas. Geralmmente abundante

em esporodóquios, os macroconídios (Fig. E) de esporodóquios geralmente

são uniformes em tamanho e forma.

Microconídios (Fig. F) adormecidos tipicamente em esporodoquios (Fig.

C) onde eles dão origem a caracteristica em forma de massa.

Quadro comparativo:

Estruturas Dimensões NUNES, O.L.2011 (μm)

Dimensões VEREINIGT, A.1908 (μm)

Conídios 12-18,5x4-9,5 13-17,5x5-10,5

Microconidio 45-71,5x5,75 50-65 x 5-7

Esporodóquio 85-125x12-16 80-120x10-15

Macroconidios 37-49x6-8,5 39-48,5x5,75

As médias de Nunes, 2011 foram obtidas a partir da medição de 50 exemplares de cada estrutura, observasse uma leve variação em comparação as estruturas apresentadsa pelo autor Vereingt,1908

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Page 182: Descrições Micológicas

LITERATURA CITADA.

BASTOS, C.N., BASTOS & SANTOS, A. (2001). Superbrotamento de inflorescências do limão-de-caiena causado por Fusarium decemcellulare. Fitopatol. bras. 26(2), junho 2001.

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JUNQUEIRA, N.T.V¹; SANTIAGO, D.V.R²; PINTO, A.C.Q³; CHAVES, R.C. (2001). Principais doenças da fruteira-do-conde no cerrado. Circular técnico – Embrapa Cerrados Planaltina n.16, junho 2001.

LESLIE, J.F, Summerell, B.A. The Fusarium laboratory manual – Blackwell Publishing, Oxford. UK;2006.

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Page 183: Descrições Micológicas

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