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O objetivo do curso Especialização em SPED na Prática éentregar um conteúdo tão valioso de uma forma tãoassustadora que qualquer aluno consiga sair de uma pessoaque não tem conhecimento nenhum sobre o SPED e setorne um consultor tributário que tem condições de fecharcom clientes prestar consultoria tributária com SPED, fazerelaboração de SPED, fazer correções de erros e levantarcréditos tributários de maneira muito prática.

Nessa versão atualizada, o Formação SPED 2.0 será umaverdadeira Especialização em SPED na Prática, e você podeter certeza que esse será o curso mais completo sobre SPEDdo país, aonde junto com professor Marcos Lima nós vamosabordar todos os subprojetos do SPED de maneira prática.

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®Editora Fortes, 2017

Textos: FellipeGuerra

Capa e Diagramação: CQueiroz

Revisão:Ana Luzia e Marcos Lima

Impressão: Tecnograf

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS

É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio,

salvo com autorização por escrito do autor. A violação dos direitos do autor (Lei nº

9.610/98)é crime estabelecido pelo artigo 184do Código Penal

Editora Fortes LtdaRua Antônio Fortes, nº 340, Luciano Cavalcante, Fortaleza-Ce - CEP 60.813-460.

Contato: (85)4005-1111

E-mail: [email protected]

Home Page:www.editorafortes.com.br

Catalogação na Fonte: Bibliotecária Jacquelline Campelo Jucá CRB 3/677

D485 Descomplicando o SPED: aspectos operacionais do Sistema Público de

Escrituração Digital / Fellipe Guerra (organizador). – Fortaleza: Fortes, 2017.

284 páginas.

ISBN 978-85-5541-006-2

1.Contabilidade. 2. SPED. 3. Documentos fiscais. 4. Tecnologia da informação.

5. Escrituração contábil I. Fellipe Guerra (Professor). III. Título.

CDD657

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Agradecimento

A realização deste projeto foi possível graças, primeiramente,

a Deus, que está presente em toda a minha jornada, além de

decidir o rumo dela, e consequentemente me tornando um ser

humano capaz de acreditar veementemente na vida. Aprodu-

ção dessa obra, além de todas as minhas conquistas, não se-

riam sem sua divina permissão e benção.

Na sequência de agradecimentos destaco aqui o amor, parce-

ria e força incentivadora de minha companheira de vida, Vitó-

ria Guerra e as minhas amadas filhas, Alice e Letícia Guerra.

Agradeço também aos meus familiares, especialmente aos

meus pais, João Guerra e Luzia Matos, que são minhas maio-

res referências de vida e educação. Meus pilares de existência.

Registro também agradecimentos ao meu sócio, Marcos Lima,

que tecnicamente ajudou muito como revisor dessa obra, além

de ter sido um grande motivador dela. Foi fundamental contar

com crivo dele, que é um dos grandes especialistas da área con-

tábil de nossoEstado.

Por fim, agradeço ao apoio prestado pela empresa cearense,

Fortes Tecnologia.

Professor Fellipe Guerra

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Prefácio

É com muita honra e gratidão que prefacio o primeiro livro do

professor Fellipe Guerra, um especialista do universo tributá-

rio brasileiro e em especial dos impactos das novas tecnologias

fiscais no dia a dia contábil.

No ano de 2013 fui convidado a coordenar cientificamente um

fórum de SPED na linda cidade de Fortaleza, Ceará. Durante o

evento tive a honra de conhece-lo pessoalmente e ver o quanto

o mesmo era alguém especial.

Firme e com uma grande capacidade técnica e de comunica-

ção, ficou ali o início de um relacionamento fraterno que per-

dura até hoje. Confesso que sou suspeito a elogiar o seu tra-

balho mas suas realizações corroboram com a minha opinião.

Sem relatar sob pena da prolixidade, seus inúmeros eventos

que abrilhantou em todo o Brasil, gostaria de ressaltar sua par-

ticipação como professor em uns dos melhores MBA na área

da Contabilidade e do Direito Tributário brasileiro no qual tive

a honra de coordenar seu trabalho.

Professor Fellipe Guerra tornou-se uma referência nacional,

um dos maiores especialistas brasileiros em minha opinião

do universo SPED, compartilhando conhecimento com muita

maestria usando uma linguagem leve, bem-humorada e prá-

tica. Seus alunos amam suas aulas e sua linda missão de com-

partilhar conhecimento.

A despeito da sua jovialidade, possui um currículo invejável:

Professor Fellipe Guerra é contador e consultor empresarial,

Pós graduado pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tribu-

tário – IBPT. Mestre em Administração e Controladoria pela

Universidade Federal do Ceará - UFC. Doutorando em Ciên-

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ós.

cias da Informação com ênfase em Sistemas de Informações

Tributárias pela Universidade Fernando Pessoa em Portugal,

além de possuir uma virtuosa carreira classista no sistema

CFC – CRC.

Seu primeiro livro é uma oportunidade de beberem desse co-

nhecimento acumulado e observarem seus insights sobre este

universo. Vivam na pratica as palavras da poetisa goiana Cora

Coralina: “Feliz aquele que transfere o que sabe e aprende o

que ensina”

Deus abençoe a todos n .

Professor EdgarMadruga

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APOIADORes

cação do livro Descomplicando o SPED se tornasse realidade.

A todos estes, que acreditaram nesse projeto, deixo aqui meu

agradecimento especial pela confiança e oportunidade.

FortesTecnologia

Participar da construção deste projeto, junto com um grande

parceiro nosso, é saber que estamos contribuindo com a difu-

são do conhecimento para os contadores de todo Brasil. O pro-

fessor Fellipe Guerra traz neste livro os aspectos operacionais

das obrigações contábeis de forma atual, didática, descompli-

cada e com uma condução dinâmica para tratar de um assunto

tão importante nas rotinas contábeis e fiscais das empresas

brasileiras. Assim, ficamos honrados em participar e contri-

buir com a disseminação do conhecimento, sobretudo junto a

classe contábil do nosso país.

José Carlos Fortes, presidente da FORTES TECNOLOGIA EM

SISTEMAS

A Fortes Tecnologia em Sistemas atua há mais de 25 anos em

âmbito nacional na área de tecnologia da informação, desen-

volvendo soluções para empresas contábeis e de gestão empre-

sarial.

Confira as organizações que foram essenciais para que a publi-

cação do livro Descomplicando o SPED se tornasse realidade.

A todos estes, que acreditaram nesse projeto, deixo aqui meu

agradecimento especial pela confiança e oportunidade.

FortesTecnologia

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Busca LegalTecnologia

Transformar informações em conhecimento é a principal ca-

raterística desta obra do professor Fellipe Guerra. É o que tam-

bém nos move na Busca Legal e por isso ficamos muito hon-

rados em apoiar e recomendar o livro DESCOMPLICANDO O

SPED, que preenche uma grande lacuna literária, ao simpli-

ficar os desafios do SPED, que tantas dúvidas ainda traz aos

profissionais da área contábil e tributária.

Paschoal Naddeo de Souza Filho, Co-Founder da BUSCA LE-

GALTECNOLOGIA

A Busca.Legal contempla um conjunto de soluções baseadas

em inteligência cognitiva. Unindo conhecimento tributário e

tecnologia, nosso objetivo é permitir o acesso de forma sim-

ples e eficiente a bases legais e conteúdos, transformando in-

formações em conhecimento para a tomada de decisões!

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Systax SistemasFiscais

Ficamos muito orgulhosos com a possibilidade de apoiar a ini-

ciativa dessa obra, já que o tema acaba por envolver também a

nossa atividade: descomplicar os desafios tributários de nos-

sos clientes.

Tornar o cumprimento das obrigações tributárias mais sim-

ples, assunto abordado na obra DESCOMPLICANDO O SPED,

é também o desafio diário que enfrentamos em cada solução

que lançamos, em cada projeto e até em cada ato normativo

que interpretamos a partir das publicações diárias dos gover-

nos. Assim, ficamos honrados em colaborar com essa emprei-

tada conduzida pelo professor Fellipe Guerra.

Jerson A. Prochnow, CEO na SYSTAX SISTEMAS FISCAIS

ASystax é a única empresa a ter conseguido sistematizar a tri-

butação de mercadorias em todos os segmentos e todas as 27

UFs. Com um trabalho que começou em 2008, a legislação tri-

butária que incide na indústria e no comércio foi “traduzida”

em regras lógicas, em uma base que hoje atinge mais de 3,4

milhões de regras.

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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO..............................................................................................................14

1 EVOLUÇÃODOSISTEMA CONTÁBIL........................................................................20

2 SISTEMA PÚBLICODEESCRITURAÇÃODIGITAL ......................................................42

3 DOCUMENTOSFISCAIS ELETRÔNICOS....................................................................60

4 ESCRITURAÇÃOFISCAL DIGITAL (EFD) ICMS/IPI...................................................84

5 ESCRITURAÇÃOFISCAL DIGITAL (EFD)CONTRIBUIÇÕES......................................114

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6 SPEDCONTÁBIL(ECD)........................................................................................154

7 SPEDESCRITURAÇÃOCONTÁBILFISCAL (ECF).....................................................122

8 ESCRITURAÇÃOFISCAL DIGITAL DASRETENÇÕESEINFORMAÇÕESDA CONTRIBUIÇÃOPREVIDENCIÁRIA SUBSTITUÍDA (EFD REINF) ..............................222

9 E-FINANCEIRA.....................................................................................................236

10 SISTEMA DEESCRITURAÇÃOFISCAL DIGITAL DASOBRIGAÇÕESFISCAIS

PREVIDENCIÁRIAS ETRABALHISTAS(ESOCIAL) ..................................................250

11 CRUZAMENTODEINFORMAÇÕESFISCAIS ...........................................................278

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Entre sistemas

informatizado

s e a gestão de

conhecimento

Introdução

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DESCOMPLICANDO OSPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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Atualmente, flexibilidade e celeridade são características fun-

damentais e almejadas cada vez mais pelas organizações pú-

blicas e privadas. Com base nessa premissa, é notório observar

que, diversas instituições buscam acompanhar as mudanças

tecnológicas no sentido de expandir o sistema de gestão. O

objetivo é alcançar melhores resultados. Nas companhias, o

impacto dessas mudanças tem sido materializado por meio de

processos de racionalização organizacional e técnicas que in-

corporam ao ambiente empresarial novas tecnologias e novos

modelos de gerenciamento, assegurando significáveis níveis

de desempenho.

Nessa perspectiva, o mundo vive conectado mediante a in-

ternet, rede de comunicação com informações disponíveis e

acessíveis em qualquer momento à população mundial. O con-

junto de redes mundiais, ou simplesmente a web (rede), passa

a fazer parte da rotina de pessoas e segmentos. Todas as in-

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DESCOMPLICANDO O SPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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formações são geradas e armazenadas em um banco de dados,

podendo ser analisadas, inclusive adaptadas no futuro. Dessa

forma, gestores institucionais se sentem motivados em inves-

tir na área de Tecnologia da Informação (TI), que facilitará o

controle de informações imprescindíveis na administração e

execução de negócios.

Estrategicamente, a adequação e o desenvolvimento da escri-

turação contábil dependem de fatores imprescindíveis tais

como: treinamento de pessoal; adaptação de sistemas infor-

matizados, além da correta gestão de conhecimento. Na con-

cepção de Ferreira e Ralha (2014), no mundo globalizado, a

informação e a tecnologia, que representam os mais valiosos

recursos organizacionais, asseguram um ambiente de negó-

cios altamente competitivo e com excelente habilidade ge-

rencial. Dentre os stakeholders da Contabilidade, o governo

assume amplo destaque pela capacidade de exigir das organi-

zações, por meio de normativos aplicados pelos órgãos regu-

lamentadores, informações específicas cujo objetivo consiste

em atender a seus interesses.

Em face disso, se destaca no Brasil a ferramenta intitulada

Sistema Público de Escrituração Digital (Sped), componente

do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC) constituído

pelo Decreto 6.022, de 22 de janeiro de 2007. Trata-se de um

dos maiores avanços tecnológicos de sistemas já praticados, de

forma a integrar os dados de contribuintes acoplados aos fis-

cos municipal, estadual e federal, provocando o compartilha-

mento das informações de cunho contábil e fiscal (DUARTE,

2011). O Sped representa a principal ferramenta do governo no

combate à sonegação, com a finalidade de tornar a identifica-

ção de ilícitos tributários mais céleres, mediante acesso com-

pleto e detalhado às operações fiscais e comerciais praticadas

pelos contribuintes.

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DESCOMPLICANDO O SPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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Pode-se afirmar que, nos dias atuais, o Sped é um recurso con-

siderado revolucionário e inovador para o segmento contábil.

Antigamente muitos procedimentos contábeis e fiscais de en-

vio de informações ao fisco eram realizados manualmente, por

meio do uso de máquinas de escrever ou à mão. No entanto, a

prática passou a ser substituída pelo envio e armazenamento

de informações em meio eletrônico. Anova modalidade foi in-

serida no cotidiano das organizações gradualmente, com a in-

trodução das principais obrigações acessórias em meio digital

pela União, estados e municípios.

O sucesso da relação fisco-contribuinte está diretamente asso-

ciado ao correto cumprimento do fornecimento de informa-

ções por parte da contabilidade. Um dos principais requisitos

para a eficaz adaptação e implantação do projeto Sped nas or-

ganizações é que o profissional do segmento tenha o domínio

dos aspectos conceituais e operacionais relacionados com esse

plano. Para o atingimento dessa adequação e do desenvolvi-

mento tecnológico da escrituração contábil são necessários

diversos processos para o treinamento de pessoal, a adaptação

de sistemas informatizados e a gestão de conhecimento.

A maior parte das empresas que entregou os livros fiscais e

contábeis em formato digital cumpriu o prazo determinado

pelo governo, mas sem terem certeza da consistência dos da-

dos apresentados, segundo uma pesquisa da consultoria de

Informações Objetivas e Publicações Jurídicas (IOB), em 2009,

abrangendo 348 companhias de diversos ramos de atividades

(AZEVEDO; MARIANO, 2009). Outro levantamento realiza-

do pela IOB (2009) com mais de 200 companhias de diferen-

tes portes e segmentos mostrou que apenas a metade dessas

possui alta ou plena confiança na qualidade das informações

contidas nas notas ficais eletrônicas emitidas sob sua respon-

sabilidade. Além disso, a pesquisa detectou que a maioria das

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DESCOMPLICANDO O SPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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empresas comete algum tipo de erro fiscal que, muitas vezes,

resultam da complexidade do sistema tributário brasileiro.

Com precisão, a tecnologia tem auxiliado empresas e orga-

nizações a tornarem seus serviços e processos cada vez mais

ágeis e dinâmicos. Analogamente as empresas que inserem a

tecnologia da informação em seus processos administrativos e

produtivos, o governo tende a se adequar às inovações tecno-

lógicas a fim de conseguir modernizar documentos, procedi-

mentos efiscalizações.

Neste sentido, a implantação do Sped se estabelece de forma

conceitual, desmistificando e readaptando modelos de gestão.

O recurso exige das organizações prestadoras de serviços con-

tábeis diversas adaptações em suas rotinas, incluindo ajustes

em seus processos internos, com uso de novas tecnologias, ca-

pacitação dos envolvidos, além de estratégias de conscientiza-

ção da alta gestão das companhias.

No âmbito desse conceito, esta obra visa desmistificar aos

leitores questões acerca do Sped, apresentando o sistema de

maneira macro, como uma importante ferramenta da moder-

nização das áreas contábeis e tributárias. O livro contribuirá

para o conhecimento dos diversos subprojetos do Sped e dos

principais pontos de atenção para os profissionais e as orga-

nizações.

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20

Evolução do

sistemacontábil

Capítulo1

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DESCOMPLICANDO O SPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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Em um passado recente, a contabilidade era uma profissão

que realizava suas atividades através do uso constante e de-

masiado de papel. Era comum a utilização de documentações

em papel diante de uma função que sempre foi considerada

burocrática. Trata-se de um período em que organizações acu-

mulavam diversos e robustos livros, além de pastas e extensos

empilhamentos de papeis, que por vezes, corriam o risco de se

perderem em decorrência de inúmeros fatores.

Nesse contexto, o segmento contábil ficou marcado por um

sistema obsoleto para os tempos atuais, tendo que se reinven-

tar para buscar atender sua demanda.

Com o advento das novas tecnologias, as empresas de contabi-

lidade, bem como os profissionais da área voltam-se, cada vez

mais, a usufruir de softwares e de sistemas que possam apri-

morar e melhorar performances. Nessa premissa, é importan-

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DESCOMPLICANDO O SPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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te destacar que a contabilidade evoluiu significantemente ao

ponto de se tornar 100% digital.

Hoje, a cadeia produtiva possui diversas informações gera-

doras de dados para a contabilidade que são por meio digital

tais como: a folha de pagamento, a escrituração fiscal, os docu-

mentos fiscais eletrônicos, dentre outros. Essas ferramentas

são compreendidas por aperfeiçoar procedimentos no âmbito

contábil, destacando veementemente a eficácia do cumpri-

mento dasobrigações exigidas.

Contudo, torna-se fundamental investir em capacitações vol-

tadas para o avanço das novas tecnologias em função da conta-

bilidade. Aprofundar conhecimentos das ferramentas digitais

é garantir o sucesso na rotina dos procedimentos, bem como

das organizações. Nessa perspectiva é viável fazer uma com-

preensão fundamentada em torno da dialética da tecnologia

em prol dacontabilidade.

Aera da tecnologia dainformação

Em um mundo direcionado para o virtual, bem como a moder-

nização de processos e máquinas, as organizações se voltam

para programar e gerenciar sistemas informatizados através

das novas tecnologias. Com essa vertente, o setor contábil pas-

sou a ganhar força para administrar a rotina operacional das

organizações. O uso crescente das tecnologias da informação

na contabilidade, no início das últimas décadas do século XX,

provocaram fortes mudanças no modo de produção e organi-

zação (gerir, produzir, e comunicar), configurando a chamada

“Era da Informação” ou “Sociedade do Conhecimento”. (MA-

CHADO; ALMEIDA,2014).

Na Era do Conhecimento, o Sistema Público de Escrituração

Digital (Sped) veio para desenvolver uma nova visão da escri-

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turação contábil e a relação entre o fisco e o contribuinte: “[...]

é um conjunto de ações das autoridades fiscais brasileiras no

sentido de obter informações sobre todas as operações das em-

presas em formato eletrônico, ou seja, a vigilância em tempo

real por parte do fisco”. (DUARTE, 2011). Ainformação é trata-

da como fonte de riqueza a partir de sua criação, manipulação

e distribuição, sendo um bem ativo nas organizações e fator

decisivo no contexto econômico e empresarial.

Em uma linguagem mais simplificada, o Sped trata-se de um

grande sistema do governo Federal, que foi desenvolvido com

o objetivo de receber as informações das empresas. Porém sa-

be-se que empresas possuem diversos tipos de informações,

porque existem vários segmentos, atividades, projetos e con-

sequentemente, muitos softwares e sistemas que gerenciam

tudoao mesmo tempo.

Mas voltando a falar do passado, até para entender melhor so-

bre as transformações implícitas no processo do Sped, é fun-

damental entender que o início da década de 80 foi determi-

nante com o avanço dos microcomputadores, proporcionando

uma mudança de paradigma na computação empresarial. Os

dados, antes centralizados nos mainframes, passaram a ser

colocados nas mesas dos usuários e gerentes. É viável dizer

que a década foi considerada um marco revolucionário e deci-

sivo para o momento. Muitos sistemas de informação desen-

volvidos em empresas foram reconhecidos como estratégicos

devido ao grande impacto na competitividade e desempenho

das empresas.

É compreensivo e justo questionar essa dialética implicando

questionar que “os fins justificam os meios”? Esse paradigma

é devidamente solucionado quando se compreende que algu-

mas teorias relacionadas à Era da Informação podem ser es-

clarecedoras nesse sentido. Ainda nesse contexto, vale ressal-

tar que, a Tecnologia da Informação não abrange somente os

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DESCOMPLICANDO O SPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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equipamentos de hardware, programas de software e comu-

nicação de dados, uma vez que interfere fundamentalmente

em todos os departamentos e processos de uma organização.

Novamente trazendo a análise de compreensão dessa premis-

sa para o contexto atual e do Sped, é de fundamental impor-

tância destacar que a tecnologia abrange documentos fiscais

eletrônicos tais como a Nota Fiscal Eletrônica, Cupom Fiscal

Eletrônico, Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica, Conheci-

mento de Transporte Eletrônico, Manifesto Fiscal Eletrônico,

dentre outros que serão estudados nessa obra.

Mas o que seria do Sped sem os meandros inovadores do

segmento tecnológico? Segundo definição teórica de Foina

(2001), a Tecnologia da Informação é como o conjunto de

tecnologias, metodologias e procedimentos que atuam em

coleta, tratamento e disseminação das informações na orga-

nização. Nesse entendimento torna-se relevante observação

feita por Cruz (2008), que acrescenta: a TI abrange todo e

qualquer dispositivo com capacidade para armazenar dados

e informações aplicadas ao produto e aos processos como

um todo. Essas definições ratificam a plena associação que o

Sped tem em relação à TI.

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DESCOMPLICANDO O SPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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Segundo os autores Szafir-Goldstein e Souza (2014, p. 2), no

início dos anos 90, ocorreram mudanças consideráveis concer-

nentes à tecnologia da informação nas organizações, uma vez

que se tornou um elemento imprescindível tanto para as ativi-

dades da empresa como para os serviços e produtos do negó-

cio. Vale salientar que tal premissa se aplica diante da atual re-

alidade da área contábil, bem como de toda a cadeia produtiva.

Após essa grande manifestação tecnológica enfatizada pelos

autores, ocorrida nos anos 90, é possível dizer que a informáti-

ca significa mais do que um conjunto de micros, é uma realida-

de concreta na vida das pessoas. Contudo, foi no século XXque

as tecnologias proposicionais ganharam corpo, isto é, saíram

de projetos, protótipos ou simples algoritmos e evoluíram para

a utilização damáquina.

Com base nessa percepção é que se materializa o avanço tecno-

lógico, fundamentalmente marcado pela evolução dos micro-

processadores e pela digitalização da informação, processos

ocorridos na segunda metade do século passado. Cordeiro e

Ribeiro (2014, p.4) destacamque:

A mudança ocorrida na sociedade do início do século XX até o

momento atual, graças principalmente aos avanços tecnológicos

e científicos, ampliaram as áreas do conhecimento, tornando o

homem moderno mais informado e exigente. Este processo teve

como principal consequência o deslocamento do poder que an-

tes era concentrado, tanto na sociedade como nas organizações, e

hoje é instável e dinâmico, movendo-se por todas as camadas,

adquirindo novas formas deacordocomasituação.

Como um relevante exemplo, no âmbito da esfera contábil, é

possível destacar sobre o uso demasiado de impressoras ma-

triciais. Hoje, esse tipo de equipamento anacrônico, que não

oferecia rapidez, precisão e segurança para as organizações,

foi substituído pelo uso de novas tecnologias proporcionadas

pelo avanço tecnológico. Em relação a essa observação, Cardo-

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DESCOMPLICANDO O SPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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so (2004) admite em sua obra que a sociedade dos dias atuais

encontra-se significativamente apoiada nos modernos recur-

sos tecnológicos. De todas as tecnologias, o computador é um

dos mais presentes, uma vez que representa a base principal

das novas tecnologias.

De acordo com Drucker (2004, p. 34), “a estrutura organizacio-

nal tornou-se insuficiente para dotar as organizações de agilida-

de, mobilidade, inovação e mudanças necessárias para suportar

as novas ameaças e oportunidades dentro de um ambiente de

intensa turbulência”. Portanto, as mudanças tecnológicas estão

cada vez mais rápidas e voltadas para o destino das organiza-

ções. Trata-se de uma realidade assertiva e promissora para as

instituições, bem como de uma sociedade. É como enfatiza Fer-

retti et al. (2010), o homem está vivendo a Segunda Revolução

Industrial, Revolução da Informática ou Revolução da Automa-

ção, ou seja, a era das máquinas inteligentes.

Compreende-se então que, é notório que a introdução de

uma nova tecnologia veio causar grandes transformações no

contexto social e que esse novo contexto veio desencadear o

aparecimento de outras tecnologias semelhantes. No campo

de trabalho das empresas prestadoras de serviços contábeis,

o uso de uma nova tecnologia por parte dos órgãos fiscaliza-

dores trouxe como consequências a necessidade imediata de

adaptação e utilização de novos e modernos recursos. Contu-

do, gestores e demais técnicos que atuam nesse segmento bem

sabem da significância de substituir procedimentos manuais

por digitais. Nesse ponto de vista, a nota fiscal eletrônica, que é

um subprojeto do Sped, e que veio antes mesmo da instituição

do sistema, é um exemplo de modernização tecnológica a ser

considerado pelasorganizações.

Segundo Ferretti et al. (2010, p. 173), com as novas tecnologias,

aumenta-se a relação entre meios de produção e número de

trabalhadores empregados na produção, alterando-se a com-

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posição técnica do capital e a relação entre capital constante

e capital variável. Desta forma, apresenta-se um conjunto de

procedimentos que definem uma maior eficácia na obtenção,

transmissão e processamento das informações. Sobre a ques-

tão, Rummert (2000, p. 166)menciona:

as novas tecnologias não são educadoras. Elas exigem um apren-

dizado anterior: o aprender fazendo na fábrica vai sendo subs-

tituído radicalmente. As novas tecnologias transferem, ainda, a

qualificação do trabalhador para o posto de trabalho; muitas

ocupações são substituídas por máquinas. Por serem as tecnolo-

gias muito vulneráveis e rapidamente superadas, oempresariado

volta-separa otrabalhador.

Atualmente, a tecnologia influi em todo o processamento da

atividade de uma empresa tornando-a apta quanto a sua efi-

ciência e eficácia. Essas organizações também entendem e

gerenciam os riscos associados, tais como as crescentes de-

mandas regulatórias e a dependência crítica de muitos proces-

sos de negócios relacionados ao segmento. Na realidade, a TI

representa uma solução organizacional e administrativa para

os desafios e problemas advindos de um ambiente de geren-

ciamento de negócios.

Segundo Raeder (2014), a evolução da TI contribui para o de-

senvolvimento de organizações inteligentes que se caracteri-

zam pela disponibilidade de sistemas informacionais de apoio

aos processos operacionais, estratégicos e gerenciais refletin-

do diretamente nos resultados da empresa. Já a argumentação

de Turban (2004) em relação a essa questão complementa que,

um sistema de informação estratégica ajuda a organização a

obter maior vantagem competitiva e capacidade de melhorar

significativamente o desempenho e a produtividade.

Nesse contexto, a área da TI mostra-se fundamental para a so-

brevivência das empresas modernas, uma vez que organiza-

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ções bem posicionadas visam ao devido alinhamento de seus

negócios mediante os benefícios da tecnologia. Em uma lin-

guagem popular, é como se fosse o coração de um corpo huma-

no. Sem ele, não há vida. Em um raciocínio lógico sobre essa

perspectiva, Silva (2009) acrescenta que a TI não é vista apenas

como um mecanismo de suporte, mas como um setor atuante

da alta gerência provendo decisões e conquistando cada vez

mais um espaço de integração ativa. Já Porter e Millar (2014, p.

152) destacam que:

a TI não somente afeta a maneira como cada atividade individu-

al é realizada, pois, através de novos fluxos de informação, está

aumentando a habilidade das empresas para explorar oelo entre

as atividades internas e externas à empresa. A tecnologia está

criando novas ligações entre essas atividades eagora as empresas

podem coordenar suas atividades em conjunto com seus clientes

efornecedores.

Com a utilização comercial da internet, a cadeia de forneci-

mento como um todo tem ocupado um lugar de destaque no

planejamento da TI das organizações. Na opinião de Szafir-

-Goldstein e Souza (2014), “a redução de custos, a melhoria no

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controle dos processos e a utilização de sistemas estratégicos

estão diretamente ligadas à busca pela melhoria da competi-

tividade da empresa”. Hoje, quando a interligação de clientes

e fornecedores em cadeias de suprimento é preponderante, a

utilização de TI de informação pode ser considerada como um

fator de sobrevivência.

É dentro desse contexto que o Sped entra como uma ferra-

menta fundamental para a contabilidade. O projeto atua com

subprojetos interligados à eficiência tecnológica, garantindo

celeridade e segurança diante das obrigações previstas pela

legislação vigente. Em sua apresentação disponível no sítio

eletrônico sped.rfb.gov.br, a definição do Sped se resume à

modernização sistémica atual do cumprimento de obrigações

acessórias geradas por contribuintes aos órgãos responsáveis.

Ou seja, isso implica em um substancial melhoramento das

atividades contábeis e segmentos afins ou organizações que

lidam com a tecnologia ou que necessitam lidar. Até porque se

sabe que a conformidade tributária é um termo atual de tama-

nha relevância para a contabilidade e que está diretamente in-

serida nesse contexto da modernização através da ferramenta

Sped.

ATI melhora o desempenho dos negócios utilizando o modelo

das quatro fontes: otimização, reformulação, informações in-

ternas e informações externas, segundo percepção de Hunter

(2011). As oportunidades de aperfeiçoamento giram em torno

do uso de TI para dinamizar os processos por meio da auto-

mação ou consolidação. Essa reformulação inclui a redução de

custos e a possibilidade de autosserviço. Ou seja, as oportuni-

dades de informações internas surgem quando a TI fornece

informações que os funcionários da empresa podem usar para

melhorar seu próprio desempenho. Já as informações externas

são uma fonte poderosa de valor que poucas empresas encon-

traram maneiras de aproveitar.

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Arelação custo-benefício em instituições é fator determinante

na tomada de decisão. No âmbito do setor contábil, essa pers-

pectiva também é legítima. Segundo Albertin e Moura (2007),

o uso de TI oferece benefícios para o negócio que incluem cus-

to, produtividade, qualidade, flexibilidade e inovação, sendo

que cada uso tem uma composição própria desses benefícios.

O desafio das organizações é determinar, mais precisamente

possível qual dos proveitos é realmente ofertado e desejado,

uma vez que essa identificação será a base para a confirmação

dessas vantagens.

No contexto das empresas prestadoras de serviços contábeis,

são muitos os softwares que permitem o compartilhamento

de informações, aplicativos e periféricos entre vários equipa-

mentos. E nessa premissa, é fundamental considerar o Sped

como grande alicerce tecnológico (software de tributos) para

o desenvolvimento e eficiência das atividades que envolvem

a contabilidade, especialmente pelo sistema aprimorar atra-

vés de seu formato digital, mecanismos ligados às obrigações

acessórias exigidas pela legislação tributária.

História e evolução do sistemacontábil

Diante da perspectiva que contempla empresas de serviços

contábeis, faz-se necessário ressaltar que a contabilidade de-

sempenha o papel de controlar os fatos, mediante registros

contábeis, ocorridos em patrimônios das instituições. É sabido

que a função tem como finalidade executar e administrar as

informações patrimoniais. Mas antes de entrar num contexto

mais aprofundado sobre o Sped em relação à evolução do siste-

ma contábil, é fundamental enfatizar que empresas precisam

gerenciar seus riscos no que diz respeito às atividades econô-

micas e sem se descuidar de riscos fiscais. É preciso considerar

que o risco fiscal pode fechar a porta de uma empresa.

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A contabilidade é uma ciência social que abrange os conheci-

mentos necessários para o estudo, controle e avaliação do pa-

trimônio de pessoas físicas e jurídicas, nos aspectos quantita-

tivos e qualitativos, segundo Coelho e Lins (2010). Diante disso

vale destacar que para fazer gestão tributária ou estar confor-

midade tributária é necessária a aplicação de três princípios

básicos: conformidade tributária, planejamento tributário e

auditorias preventivas.

É possível pensar em uma relação de intimidade com a con-

tabilidade, sendo ela personagem principal ou secundário em

nossas vidas? Franco (1996, p. 22) desmitifica isso afirmando

que “a contabilidade desempenha, em qualquer organismo

econômico, o mesmo papel que a história na vida da humani-

dade”, pois, sem a contabilidade, não se conheceria o passado

nem o presente econômico das empresas, além de não ser pos-

sível a elaboração de projetos e planos para o futuro.

Alguns historiadores relatam que os primeiros sinais da exis-

tência de contas surgiram há aproximadamente 4.000 A. C..

Entretanto, antes disso, o homem primitivo, ao inventariar o

número de instrumentos de caça e a pesca disponível, ao con-

tar seus rebanhos, já estava praticando uma forma rudimentar

de contabilidade.

Alguns pesquisadores afirmam que o início das práticas rela-

cionadas com o controle das contas data mais de mil anos antes

de Cristo. Para outros, tais preocupações são tão velhas quanto à

humanidade. Para mensurar, avaliar, e controlar seus bens

pessoais desde os tempos remotos, os reis, faraós, comerciantes,

agricultores, etc., utilizavam técnicas de registros, o que pode ser

entendido como oinício da Contabilidade como hoje é conhecida.

(OLIVEIRA; NAGATSUKA, 2000 p.19).

Em face disso, de acordo com os autores Oliveira, Silva e Feital

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(2014, p. 2), a contabilidade se originou com a necessidade de

registros do comércio. Indícios apontam que as primeiras ci-

dades comerciais eram dos fenícios. Aprática do comércio não

era exclusiva deles, já sendo praticadas nas principais cidades

da antiguidade. A dialética sobre o assunto também pode ser

compreendida no trecho a seguir:

Na República Romana (200 A.C.), nos registrosgovernamentais,

já eram utilizadas as receitas de caixa, que eram classificadas

como rendas elucros, eas despesas compreendidas nos itens salá-

rios, perdas e diversões. No mundo antigo, a Contabilidade sur-

ge com as primeiras civilizações e vai até 1202 da Era Cristã. A

Contabilidade empírica, praticada pelo homem antigo, já tinha

como objeto o patrimônio, representado pelos rebanhos e outros

bens nos seus aspectos quantitativos. A Contabilidade do mundo

medieval, período que vai de 1202 da Era Cristã até 1494, foi um

período importante tanto na história do mundo, quanto na his-

tória da Contabilidade. Foiquando a indústria artesanal prolife-

rou com osurgimento de novas técnicas no sistema de mineração

e metalurgia. A Contabilidade do mundo moderno, período que

vai de 1494 até 1840, é considerada a fase da pré-ciência. Para se

estabelecer um controle das inúmeras riquezas, que o novo mun-

do representava, a Contabilidade tornou-se uma necessidade.

(COTRIN et al., 2014,p.47).

República Romana

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Ainda sobre a história da contabilidade, Sá (1997) descreve que

a ela nasceu junto com a civilização e que seus progressos qua-

se sempre coincidiram com as características da própria evo-

lução humana. A contabilidade jamais deixará de existir em

decorrência das civilizações, uma vez que existe grande liga-

ção entre a ela e a história dos seres humanos. Os primeiros

registros surgiram com a necessidade de um simples controle

de identificação e quantidade dos objetos.

A data de origem da Contabilidade não se pode definir, uma vez

que existem informações muito antigas de séculos A.C que já

comprovam o uso de métodos para contagem e controle de situa-

ções do cotidiano, como, por exemplo, os desenhos realizados nas

paredes das cavernas pelos primeiros homens, para monitorar a

quantidade de alimento e de animais que eles possuíam. Essa

contagem era realizada com os materiais que eles dispunham na

época e de acordo com o seu grau de conhecimento, ou seja, de

maneira muito remota. A Contabilidade foi se aperfeiçoando e se

desenvolvendo com o passar dos anos, pois os métodos eram

muito arcaicos, então se viu a necessidade de se aprimorar para

resultados mais rápidos ecom um maior número de informações,

para explicitar ao máximo todos os dados solicitados (RODRI-

GUES et al., 2011, p.16).

Portanto, a contabilidade não surgiu de acordo com leis ou

parâmetros estipulados por alguém ou alguma constituição.

Desde muito antes das grandes civilizações e de qualquer ou-

tro tipo de organização das massas, já existiam métodos con-

tábeis. Compreende-se, consequentemente, que ela surgiu

pela própria necessidade humana no sentido de buscar um

controle das situações. Segundo Sá (1999, p. 17), antes que o

homem soubesse escrever e antes que soubesse calcular, criou

ele a mais primitiva forma de inscrição que foi a artística, da

qual se vale para também evidenciar seus feitos e o que havia

conquistado paraseu uso.

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No entanto, com a evolução tecnológica e as necessidades so-

ciais, houve um grande aumento dos usuários da contabilida-

de, criando assim a necessidade de demonstrar as realizações

para a sociedade, ao contrário do que era feito antigamente,

em que somente o proprietário tinha acesso a essas informa-

ções. De acordo com Johem (2008), com o passar dos tempos e

a humanidade com a necessidade de se preservar, foram aper-

feiçoando-se as técnicas de registros e controles. Com o surgi-

mento das partidas dobradas, Sá (1997,p. 35) ressalta que:

as partidas dobradas, no seu registro mais antigo, foram em

1292, embora reconheça que existem provas esparsas, oriundas

da cidade de Siena na Toscana, Itália. No entanto, o mais com-

pleto documento, em partida dobrada, é um Diário, iniciado em

1403, descoberto por Melis, que se encontra nos arquivos Datini,

da cidade de Prato, na Toscana, Itália. Este foi o sustentáculo

para que esse ilustre historiador da Contabilidade apresentasse

sua tese que derrubaria a anterior sobre onascimento da partida

dobrada;ou seja, comseusesforçosprovouquea Toscanaéa terra

onde com maior probabilidade nasceu a partidadobrada.

Com esse raciocínio, é possível afirmar que o Sped veio para

aperfeiçoar técnicas operacionais de registros, mantendo o

controle de todas as operações (ou tipos de informações) atra-

vés de seu monitoramento em relação ao recebimento de in-

formações das empresas. Já os subprojetos (projetos menores),

braços do projeto Sped, aprimoram as atividades com a utili-

zação de tipos, que são conjuntos de informações.

Para Schmidt (1996, p. 37), posteriormente ao aparecimento

das partidas dobradas foram surgindo os primeiros métodos

para a sua transcrição em papel, em sistemas ou em impressão

de livros:

1º- desenvolvimento econômicona área abrangida entre ascida-

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disseminação para os grandes centros co-

rincipalmente no norte aItália.

grande revolu-

sempre teve

dade. Se-

a), que

o

bili-

desde

lização e,

íodo, foi tida

ação mercantil. O homem enriquecia,

des de Veneza, Gênova e Florença, criando um ambiente de ne-

gócios eum nível comercial bem mais sofisticado que oconhecido

até então, dando origem a uma demanda de sistemas contábeis

sofisticados;

2º - a aprendizagem da tecnologia de impressão de livros na Ale-

manha e sua rápida disseminação para os grandes centros co-

merciaisda Europa, principalmente no norteaItália.

É reflexivo pensar que a grande revolu-

ção de uma sociedade empre teve

ligação com a contabili ade. Se- gundo

Iudicibus (2000 ),que

também enfatiza sobre o

surgimento da conta ili-

dade, a função existe desde

os primórdios da civi zação e,

durante um longo per do, foi tida

como a arte da escritur ção mercantil. O homem enriquecia,

e isso impunha o estabelecimento de técnicas para controlar

e preservar os seus bens. Através dessa contextualização, se

inicia a história da contabilidade, que se divide em quatro pe-

ríodos. Sãoeles:

CONTABILIDADE DO MUNDO ANTIGO - período que se ini-

cia com a civilização do homem e vai até 1202 da Era Cristã;

CONTABILIDADE DO MUNDO MEDIEVAL - período que vai

de 1202 da Era Cristã até 1494, quando apareceu o Tratactus de

Computis et Scripturis (Contabilidade por Partidas Dobradas)

de Frei Luca Paciolo, publicado em 1494, enfatizando que a te-

oria contábil do débito e do crédito corresponde à Teoria dos

Números Positivos e Negativos, obra que contribuiu para inse-

rir a Contabilidade entre os ramos do conhecimento humano;

CONTABILIDADE DO MUNDO MODERNO - período que vai

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de 1494 até 1840, com o aparecimento da Obra “La Contabilità

Applicatta alle Amministrazioni Private e Pubbliche”, da auto-

ria de Franscesco Villa, premiada pelo governo da Áustria;

CONTABILIDADEDOMUNDO CIENTÍFICO - período quese

inicia em 1840 e continua até os dias de hoje. Com todo o avan-

ço da ciência verificado nos últimos anos, a área contábil igual-

mente vem seguindo o ritmo da evolução da informática e está

trilhando os caminhos do desenvolvimento, visando a atingir

os padrões de agilidade e qualidade exigidos pela sociedade.

Na opinião de Souza (2012, p. 16), a Contabilidade de manei-

ra manuscrita exigia além de grandes controles das anotações

das operações da empresa, um tempo muito elevado para fazer

os balancetes, e a atualização desses resultados era algo extre-

mamente difícil.

Doravante, Thompson (1991, p. 22) também contribui sobre a

história da contabilidade. Ele acrescenta:

Compare estas duas cenas. Um atarefado empregado, com a gra-

vata afrouxada, maneja uma pesada máquina. Faz lançamentos

contábeis em uma ficha, atrás de qual há uma folha com carbo-

no. Depois transcreveessas informações no Diário. Ou, então, um

operador faz os mesmos lançamentos em um microcomputador,

com velocidade cinco vezes maior, deixando para o programa a

elaboração de relatórios, que depois serãoemitidos pela impresso-

ra. É a diferença entre usar ounão a informática comoferramen-

ta no dia-a-dia doprofissionaldaContabilidade.

A contabilidade desenvolveu-se em resposta a mudanças no

ambiente, novas descobertas e progressos tecnológicos, segun-

do os autores Hendriksen e Breda (1999, p. 38). Não há motivo

para crer que o segmento não continue a evoluir em resposta

às mudanças que estamos observando em nossos tempos. De

acordo com os estudos de Oliveira (2003, p. 12):

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a Contabilidade seguiu três procedimentos em sua evolução, são

eles: procedimento manuscrito; procedimento mecanizado e

procedimento informatizado. Hoje, a Contabilidade tornou-se

financeira, gerencial e de controle, o que a deixa mais complexa

e vital para as organizações no que se refere a produzir informa-

ções mais precisas aprimorando as tomadas de decisões. Dando

um destaquemaiorparaocontabilista,comoauditorecontroller.

Ahistória da contabilidade no Brasil é recente comparando-se

com os países europeus. Gelatti e Meneghetti (2010) mencio-

nam que o primeiro contato da contabilidade com o país ocor-

reu devido à necessidade de controle das transações mercan-

tis. Desde então, a contabilidade evoluiu significativamente,

tornando-se uma ferramenta indispensável à gestão das em-

presas.

Segundo Moscove, Simkin e Bagrannoff (2002, p. 408), a con-

tabilidade é um campo em que existe a necessidade de siste-

mas de informação especializados, devido a tantos problemas

que exigem especialização em auditoria, contabilidade de

custos, contabilidade tributária e contabilidade gerencial. Já

Souza e Ilarino (2010, p. 3) afirmam que a contabilidade não

trabalha isolada das outras áreas e muito menos visando aten-

der somente o fisco, ela tem grande relevância dentro de uma

organização fornecendo informações que traçam a continui-

dade e o desenvolvimento da empresa frente às exigências do

mercado atual.

Mas as transformações que destacariam mais ainda a ativida-

de de contabilidade foram determinantes no desenvolvimento

da área. Os autores Sasso e Rosa (2011) ressaltam que, nas úl-

timas décadas, ocorreram mudanças significativas nos proce-

dimentos contábeis, passando da escrituração manual para a

mecânica e atualmente para a eletrônica. Houve uma evolução

da escrita manual para a utilização de máquina de escrever

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(datilografia), e hoje são utilizados os computadores, que co-

meçaram a ser difundidos por volta de 1980, juntamente com

sistemas informatizados que unem as diversas áreas de uma

empresa. A internet influenciou, de tal maneira, as pessoas e

as empresas que criou um novo mercado de atuação para os

profissionais das mais diversas áreas, incluindo a contábil. Os

softwares oferecidos facilitam os trabalhos contábeis propor-

cionando rapidez e segurança aos processos, evitando falhas e

gerando maior eficácia das informações.

Entretanto, para atingir esse grau de automação da conta-

bilidade, foi preciso romper as barreiras de implementação

provenientes da mudança de tecnologia e, até mesmo, do

comportamento do contador. Todavia, a informática repre-

senta grandes benefícios de um lado com a centralização das

informações, que antes eram controladas por várias áreas, e de

outro, com o nível gerencial das informações que auxiliam no

processo decisório.

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“Com o passar do tempo, o governo começa a utilizar-se da

contabilidade para arrecadar impostos e a torna obrigatória

para a maioria das empresas”, explanou Marion (1995, p. 24).

Baseado nesse conceito, as novas tecnologias, cada vez mais

avançadas, permitem os profissionais da contabilidade fazer

um melhor uso dessas ferramentas, tornando-as verdadeiras

estratégias de mercado, no que diz respeito à agilidade com

que são geradas, assim como à credibilidade delas, pois se ba-

seiam em dados do passado e presente permitindo traçar es-

tratégias parao futuro.

Já Souza (2012, p. 16) destaca que é evidente que, com a globa-

lização e o avanço do mercado mundial, as empresas passaram

a ter a obrigação de se modernizar, e, com ela, a contabilidade

passou da fase manuscrita para a mecânica. Os profissionais,

com o auxílio de máquinas, preenchiam as fichas de maneira

mais automática, tendo um significado avanço na praticidade

das informações.

Nesse contexto da história e evolução do sistema contábil, o

Sped representa uma evolução no conjunto de obrigações de

natureza acessória, primando pela modernização da adminis-

tração tributária que prioriza agilidade, segurança e eficiência

na prestação de informações e no cumprimento das obriga-

ções dos contribuintes. Ou seja, esse efeito modernizador se

estabelece após todo histórico da contabilidade, facilitando a

vida do contribuinte, melhorando a relação fisco-contribuinte,

além da contabilidade.

Como premissa básica, o Sped não tem

como objetivo alterar a forma como a

obrigação principal é apurada e paga.

Sabe-se que pelo tributário nacional,

os contribuintes dois tipos de obriga-

ção tributária, são elas: principal (pa-

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gamento do tributo ou pagamento de penalidade pecuniária)

e acessória (escriturações de documentos, livros prestação de

informações ao fisco, o envio ou esclarecimento de qualquer

informação vinculada).

Ou seja, primando à modernização da administração tribu-

tária, com aspectos de agilidade, conforto e eficiência, o Sped

veio representando uma evolução no conjunto das obrigações

de natureza acessória além de facilitar a vida do contribuinte.

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42

Sistema Público de

EscrituraçãoDigital

capítulo2

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43

Contextualização

Antigamente, os livros de natureza fiscal ou contábil eram es-

criturados manualmente. Era nada mais que, um modelo con-

siderado anacrônico e obsoleto em relação aos tempos atuais.

Com o passar do tempo, essa escrituração se tornou informati-

zada, contexto esse em que esses tipos de livros de papel agora

são escriturados utilizando a tecnologia digital.

Com o surgimento do Sistema Público de Escrituração Digi-

tal (Sped), essas escriturações tornaram-se 100% digitais. Ou

seja, pequenas e grandes empresas passaram por processo de

adaptação ao Sped e com isso tiveram que informatizar proce-

dimentos, implicando utilizar métodos de sistemas de gestão

como medida proativa.

A padronização do Sistema proporcionou às empresas dimi-

nuição de custos através da eliminação da demasiada quanti-

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dade de papel que era consumido no dia a dia. Além disso, o

projeto veio para simplificar as obrigações acessórias, redu-

zindo a necessidade de empresas receberem auditores fiscais

em suas instalações.

Em um cenário de riscos, onde fatores tais como tempo e pre-

venção são primordiais para o atingimento de metas das em-

presas, o uso Sped hoje gera celeridade na produtividade, se-

gurança na aplicação de seus subprojetos, e ainda promove o

fortalecimento do controle da fiscalização, bem como do com-

bate à sonegaçãofiscal.

Apresentação

Aprática de uma função é diferente da teoria que ela apresen-

ta, e essa constatação não pode ser diferente. Imagine digitar

manualmente milhares de informações de bobinas de cupons

fiscais, para ao final desse procedimento se fazer o Sped. Num

passado recente, em meados de 2009, empresas do segmento

contábil perdiam muito tempo realizando esse tipo de proce-

dimento, utilizando impressoras matriciais, extintas nos tem-

pos atuais.

Para contextualizar melhor e entender o objetivo da escritu-

ração digital, faz-se interessante, antes, distinguir o papel de

impressoras fiscais térmicas e matriciais. Como impressora

“do bem”, a térmica imprime cupons fiscais em duas vias; uma

destinada ao cliente e a outra fica salva (de forma digital) na

memória da fita detalhe, constando dentro do equipamento.

Consequentemente, a impressora importa esse arquivo digita-

lizado para dentro do Sistema de Informações Contábeis, fer-

ramenta de extrema praticidade e relevância. Já a impressora

matricial podia ser considerada como a grande vilã da história

do setor fiscal, porque apresentava uma diferença crucial. O

equipamento também imprimia o cupom em duas vias, uma

ficava com o cliente, porém a outra ficava na bobina manual.

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Resumindo, o contador, para lançar todas as bobinas, que

apresentavam cerca de 10 metros, teria que digitar manual-

mente cupom a cupom para fazer o Sped delas. Por sorte do

destino, profissionais que atuam com o Sped hoje em dia, não

passam por isso.

Costumo dizer em treinamentos e palestras que o Sped pode

ser entendido de maneira simples, como um sistema que foi

criado para receber os mais diversos tipos de informações das

empresas. Ou seja, os documentos fiscais eletrônicos têm pa-

pel fundamental no contexto do sistema: as informações que

nascem dos documentos fiscais eletrônicos transitam pelas

escriturações fiscais e desaguam na contabilidade. O Sped tra-

ta-se de um sistema que une atividades de armazenamento de

dados de notas fiscais eletrônicas, e recepção, validando livros

e documentos que integram escrituração comercial e fiscal das

organizações. O fisco, por sua vez, definiu previamente o for-

mato que gostaria de receber cada tipo de informação, sejam

informações das operações comerciais acobertadas por notas

fiscais eletrônicas ou até mesmo dados complexos de natureza

fiscal e contábil.

É muito comum que nas organizações, a pessoa responsável

pela emissão do documento fiscal ou pela entrada da escritura-

ção desse documento no sistema gerencial da empresa, seja al-

guém com pouco conhecimento técnico, tanto do projeto Sped,

como da legislação da Nota Fiscal Eletrônica, e, principalmen-

te, dos tributos. Criado pelo Decreto nº 6.022, de 22 de janei-

ro de 2007, conforme mencionado na introdução, o Sped faz

parte do Programa de Aceleração do Crescimento do Governo

Federal (PAC 2007-2010) com objetivo de melhorar a relação

entre o fisco e os contribuintes por meio da informatização.

Por ser uma ferramenta do Governo, o Sistema é monitorado

pela Receita Federal. O processo de modernização do sistema

é compreendido em cumprimento das obrigações acessórias,

transmitidas pelos contribuintes às administrações tributá-

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rias e aos órgãos fiscalizadores e, por isso, adota a certificação

digital para fins de assinatura dos documentos eletrônicos e,

dessa forma, assegura a validade jurídica destes. O Sped repre-

senta uma iniciativa integrada das administrações tributárias

nos âmbitos federal, estadual e municipal e, portanto, mantém

uma parceria bem-sucedida com vinte instituições, entre ór-

gãos públicos, conselho de classe, associações e entidades civis

na sua estruturação tendo iniciado com os seguintes projetos:

Escrituração Contábil Digital, Escrituração Fiscal Digital e a

NF-e - Ambiente Nacional.

Nesse sentido, a Nota Fiscal Ele-

trônica (NF-e) trata-se de uma

obrigação acessória que carre-

ga uma série de informações a

respeito da obrigação principal.

Como exemplo, na NF-e se preen-

che, em cada item, qual é o CST e

a tributação do PIS, Cofins, ICMS

e IPI. Além disso, a NF-e carrega

uma séria de informações de natureza gerencial da empresa

tais como: descrição do produto, código interno utilizado pela

empresa, NCM, unidade de medida, e todos vão compor a es-

crituração fiscal. Vale ressaltar que a nota fiscal surgiu em 2005

trazendo uma grande revolução como modelo operacional das

organizações. Ou seja, evoluiu-se de um contexto de papel, em

que notas eram produzidas de maneira manual, como já dito

no início deste capítulo, para um contexto que utilizava siste-

mas de impressão em formulários contínuos, e aderindo a um

modelo digital que traz impactos nas rotinas operacionais das

empresas.

Dentre sua ampla área de atuação, firma protocolos de coo-

peração com 27 empresas do setor privado, participantes do

projeto-piloto, visando tanto o desenvolvimento, como o dis-

ciplinamento dos trabalhos agrupados. Em conjunto com

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as parcerias fisco-empresas, proporciona o planejamento e a

identificação de soluções antecipadas no cumprimento das

obrigações acessórias devido às exigências das administrações

tributárias. Por outro lado, cria como benefício para sociedade

um relacionamento de mútua transparência em que há a par-

ticipação efetiva dos contribuintes, contribuindo fortemente

para aprimorar mecanismos tributários e com alto grau de le-

gitimidade social.

Como já ressaltado, no portal do Sped é possível verificar a

definição que diz que o sistema consiste na modernização da

sistemática das obrigações acessórias, transmitidas por con-

tribuintes às administrações tributárias e aos órgãos fiscaliza-

dores. Mas que tal simplificar melhor essa definição com um

olhar mais operacional e prático, com intuito de aprimorar a

prestação de serviço contábil? Aopensar o Sped numa maneira

mais simples, pode-se dizer que ele é um grande sistema que

foi desenvolvido com o objetivo de receber as informações das

empresas.

Contudo, é sabido que existem vários segmentos que são ex-

plorados nas atividades econômicas do país, que empresas re-

cebem muitos tipos de informações, e consequentemente, que

diversos softwares controlam a gestão dessas empresas. Ou

seja, as informações são diferentes.

Para que o fisco possa usar essas informações de forma asser-

tiva nas fiscalizações e no gerenciamento de políticas públicas,

o mesmo desenvolveu um grande sistema que é divido em pro-

jetos menores, que se pode entender como subprojetos, mais

precisamente, “braços” de apoio do projeto Sped, e que divi-

dem esses conjuntos de informações por tipos.

Em suma, foi criado um layout detalhado intitulado Sped fis-

cal ou EFD ICMS IPI, para que contribuintes possam enviar,

em meio digital, informações a respeito desses tributos. Afer-

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ramenta faz a explicação de todas as informações de interesse

do fisco.

Nesse mesmo raciocínio, pode-se observar a EFD Contribui-

ções como um layout que foi desenvolvido para que os contri-

buintes possam enviar informações relacionadas ao PIS, Co-

fins, e a contribuição previdenciária sobre a receita bruta.

Desta forma, também consta o Sped Contábil, aonde os contri-

buintes enviam informações da contabilidade.

Já o Sped ECF tem a finalidade de receber as informações da

apuração do imposto de renda e da Contribuição Social sobre

o Lucro Líquido(CSLL).

Esses subprojetos são considerados de natureza acessória e

servem de subsídio para os interesses tributários que anseiam

por informações geradas pelos mesmos.

O Sped representa um conjunto de obrigações acessórias, mas

que como premissa básica, não tem como objetivo alterar a

forma como a obrigação principal é apurada e paga. Como se

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sabe pelo código tributário nacional os contribuintes possuem

dois tipos de obrigação tributária: principal, referente ao pa-

gamento do tributo ou de qualquer penalidade pecuniária; e

acessórias: emissão de documento fiscal, escrituração (de do-

cumentos ou de livro) contábil e fiscal, além da entrega de de-

clarações.

Amodernização da administração tributária tem como objeti-

vo dar mais agilidade, conforto e eficiência na prestação de in-

formações, no cumprimento das obrigações pelos contribuin-

tes, facilitando a vida do contribuinte, melhorando a relação

fisco-contribuinte, e, por conseguinte, da contabilidade.

Mesmo num cenário que aponta perspectivas não favoráveis

para o uso do Sped, é preciso desmitificar paradigmas e obje-

ções por parte de profissionais que atuam com o mesmo. Em

relação a essa realidade, é viável ter uma mentalidade aberta e

ressaltar que o projeto se trata de um novo modelo de apresen-

tação das informações, com nível de detalhamento, e que pro-

porciona um conhecimento muito maior que o modelo antigo

a respeito das operações praticadas pelos contribuintes.

Legislação

O Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007 institui o Sistema

Público de Escrituração Digital (Sped). O que é interessante

observar é que, apesar do decreto que institui no ambiente ju-

rídico brasileiro o projeto Sped ser do ano de 2007 o primeiro

subprojeto desse grande sistema nasceu em 2005, a Nota Fis-

cal Eletrônica, por meio do Ajuste Sinief 07 daquele ano, fato

que estudaremos em capítulos à diante.

Por vezes, a legislação tributária no país é vista como comple-

xa e ao mesmo tempo esparsa. Em algumas situações torna-se

grande obstáculo paraempresários.

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Para exemplificar sobre esse assunto, costumo sempre falar

em sala de aula, de um exemplo citado pelo professor Fábio

Rodrigues, que argumenta em torno da Lei nº 10.925 de 2004,

que determina, em seu 1º Art., que ficam reduzidas a zero as

alíquotas da contribuição para o PIS/Pasep e da Contribuição

para o financiamento da Seguridade Social (Cofins). Ou seja, a

regulamentação reduz a zero as alíquotas do PIS e Cofins leite

fluido pasteurizado, industrializado ou ultra de forma ultra-

pasteurizado.

Posteriormente o raciocínio segue com o questionamento

“mas e se questionássemos a Receita Federal se esse benefício

consegue alcançar o leite da cabra?”, em suma, de uma per-

gunta óbvia, já que se trata do mesmo leite. No entanto, com a

reflexão, faz-se necessário compreender o posicionamento da

Receita Federal.

Numa solução de consulta do ano de 2013, nº 114/13 / 8ª Região

Fiscal, a Receita Federal fez referência ao Decreto nº 30.691/52,

que cita em seu Art. 475, revogado pelo Decreto n° 9.013/2017

em seu Art. 245, que se entende por leite o produto oriundo da

ordenha completa, ininterrupta, em condições de higiene, de

vacas sadias, bem alimentadas e descansadas. Trazendo para

uma linguagem mais simplificada, para o decreto, na visão do

fisco, leite é apenas uma das vacas sadias e bem alimentadas.

Em suma, como mensurar isso para a prática? Se a vaca foi

bem alimentada ou se estava bem descansada, no intuito de

definir se o produto daquela ordenha da vaca, o leite, será tri-

butado ou terá o benefício da alíquota zero?

O entendimento da Receita Federal ficou expresso na resposta

da solução de Consulta nº 114, mencionada anteriormente. O

mesmo diz que “a redução a zero das alíquotas da Contribui-

ção para o PIS/Pasep (...) na redação que lhe foi dada pela Lei nº

11.488/07, no que tange ao leite é aplicável às receitas de venda

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apenas do leite derivado de vaca, conforme se depreende do

Art. 475de Decreto nº 30.691/52”.

Com isso, fica subentendida uma discussão pertinente, que

mostra que o cumprimento da obrigação tributária principal,

que é pagar o PIS ou a Cofins, passa pelo entendimento correto

de como se deve proceder no momento desse calculo. Na prá-

tica, a tributação é baseada na classificação da Nomenclatura

Comum do Mercosul (NCM). Ou seja, seria necessário ter que

classificar o NCM do leite da vaca de uma forma, e do leite da

cabra de outra. Ademais, no caso da utilização da mesma clas-

sificação de NCM, os produtos têm momentos distintos, em

que em um passa a ser tributado para fins de PIS/Cofins, e no

outro, de alíquotazero.

De acordo com a legislação que trata dos documentos fiscais,

ressalta-se o Convênio S/N de 1970, que determina que os con-

tribuintes do ICMS emitirão conforme as operações que reali-

zarem, os documentos: Nota Fiscal, modelo 1ou 1-A; Nota Fis-

cal de Venda a Consumidor, modelo 2; Cupom Fiscal emitido

por Equipamento Emissor de Cupom Fiscal (ECF); Nota Fiscal

de Produtor, modelo 4. Nessa perspectiva, é imprescindível

entender sobre a obrigação principal do cálculo do tributo do

ICMS, que incide sobre a circulação das mercadorias.

O ICMS como um instrumento normativo muito forte no país

é um dos principais meios de arrecadação dos estados, e que

possui sua matriz constitucional definida conforme o Art. 155

da Constituição Federal de 1988.

Além disso, pode-se ressaltar também que diversos convênios

e protocolos que disciplinam em torno do ICMS, além das leis

complementares, se destaca a Lei Complementar nº 87 de 1996,

conhecida como Lei Kandir. Os regulamentos estaduais tam-

bém se inserem nesse contexto.

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Faz-se necessário entender também que a consulta aos regu-

lamentos estaduais é de extrema importância. Ela permite

verificar a instituição dos documentos fiscais eletrônicos, que

são constituídos por meio de ajustes de NFe, protocolos ou até

mesmo convênios.

No entanto, para exercer o cumprimento das obrigações do

Sped, é fundamental buscar entender também sobre a legisla-

ção estadual, particularidades como cronogramas, prazos, re-

gras no que diz respeito à implantação e excussão de projetos.

Benefícios

O Sped possibilita diversos benefícios, dentre os quais a redu-

ção não só do tempo despendido com a presença de auditores

fiscais nas instalações do contribuinte bem como do envolvi-

mento involuntário em práticas fraudulentas. O sistema faci-

lita também o aprimoramento do combate à sonegação fiscal.

As informações são acessadas de forma mais rápida, e são uni-

formizadas as que o contribuinte presta a qualquer uma das

unidades da federação gerando um controle mais eficiente e

robusto. Há uma simplificação dos procedimentos controla-

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dos pela administração tributária e a redução de custos com

a racionalização das obrigações acessórias e de custos admi-

nistrativos.

Além disso, o projeto gera aumento da produtividade do au-

ditor com a melhoria da qualidade de informação visto que há

possibilidade de cruzamento entre os dados contábeis e os fis-

cais. Entre os próprios contribuintes há possibilidade de troca

de informações a partir de um leiaute padrão. Em tempos de

conscientização ecológica, a atuação com o Sped promove re-

dução de custos com a dispensa de emissão e armazenamento

de documentos em papel.

O Sistema também proporciona benefícios na gestão tributa-

ria das empresas, uma vez que para seu atendimento as orga-

nizações necessitam investir na modernização dos processos

que geram informações para as áreas fiscais. Neste sentido, as

empresas passam a contar com dados estratégicos de custos,

rotatividade de itens, margem de contribuição dos produtos

de maneira analítica e completa.

São muitos os ganhos na adequação ao projeto Sped poden-

do destacar também a profissionalização de atividades que no

passado eram apenas operacionais, como o da escrituração de

documentos e que hoje ganham um ar moderno e de suma im-

portância para eficaz gestão tributária das organizações.

Os empresários, na sua grande maioria, são os principais gera-

dores de informações para os speds. Isso é algo visto também

como um paradigma. É perceptível uma abrangência (não ge-

neralizada) deles que acreditam veementemente que conse-

guem trabalhar num formato e modelo que trabalharam no

passado. Na ocasião, quando empresários praticavam atos de

qualquer interferência tributária, o contador contratado iden-

tificava tendo que corrigir equívocos no momento de fazer a

escrituração fiscal.

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Hoje, essa perspectiva é completamente diferente. Isso por-

que as informações são transmitidas e prestadas ao fisco de

maneira automática, eletrônica, o que implica dizer, numa lin-

guagem metafórica, que os contribuintes desse patamar estão

inseridos numa corda bamba. Ou seja, de um lado, eles preci-

sam se preocupar com a atividade empresarial e o sucesso dos

negócios. Por outro, não podem perder de vista a necessidade

de se fazer um gerenciamento eficaz dos aspectos tributários.

Ressalte-se que este último pressupõe um conhecimento casa-

do da legislação das obrigações principais e do cumprimento

das obrigações acessórias.

Histórico

Como todo surgimento de uma nova tecnologia, o Sped conta

com um breve histórico fundamental para ampliar o conheci-

mento sobreo sistema.

AEmenda Constitucional nº 42, aprovada em 19 de dezembro

de 2003, introduziu o inciso XXII ao artigo 37 da Constitui-

ção Federal que determina às Administrações Tributárias da

União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios atua-

rem de forma integrada, compartilhando cadastros e informa-

ções fiscais. Com o intuito de tratar acerca da referida emen-

da, promoveu-se em julho de 2004, em Salvador, o I Encontro

Nacional de Administradores Tributários (Enat) que contou

com a presença do secretário da Receita Federal, os secretários

de Fazenda dos estados e do Distrito Federal e o representante

das secretarias de finanças dos municípios das capitais.

O Enat teve como objetivo buscar soluções conjuntas com as

três esferas governamentais a fim de obter a maior integra-

ção administrativa com intercâmbio entre estas; diminuição

de custos e da carga de trabalho operacional no atendimento;

melhoria da fiscalização com ações coordenadas e integradas,

entre outros. Em face disso, dois protocolos de Cooperação Téc-

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nica foram aprovados, cuja finalidade era a construção de um

cadastro sincronizado para atender aos interesses das Adminis-

trações Tributárias da União, dos estados, do Distrito Federal e

dos municípios e, outro, de caráter geral, voltado ao desenvolvi-

mento de métodos e instrumentos para as referidas entidades

públicas. No ano seguinte, em São Paulo, ocorreu o II Enat, com

a presença dos mesmos representantes do encontro anterior a

fim de efetivar o intercâmbio quando foram assinados os Proto-

colos de Cooperação nos 2 e 3 para implantar o Sistema Público

de Escrituração Digital e a Nota Fiscal Eletrônica.

No âmbito da Receita Federal, o Sped faz parte do Projeto de

Modernização da Administração Tributária e Aduaneira (Pma-

ta) que reside na implantação de novos processos apoiados por

sistemas de informação integrados, tecnologia da informação

e infraestrutura logística adequada. Dentre as medidas anun-

ciadas pelo Governo Federal, em 22 de janeiro de 2007, para o

Programa de Aceleração do Crescimento 2007-2010 (PAC) que

tem por objetivo promover a aceleração do crescimento econô-

mico no país, o aumento de emprego e a melhoria das condi-

ções de vida da população brasileira consta a implantação do

Sped e Nota Fiscal Eletrônica (NF-e), no prazo de dois anos,

no item referente ao Aperfeiçoamento do Sistema Tributário.

Objetivos

É importante destacar que não é obje-

tivo do Sped acabar com a sonegação

fiscal, pois se este fosse seu objetivo o

projeto já poderia ter sido dado como

um grandioso fracasso. O Sped obje-

tiva verdadeiramente dar rastreabi-

lidade às operações, permitindo que

ilícitos tributários sejam rapidamente

identificados em um processo de fis-

calização.

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Portanto, o Sped pretende agilizar a identificação de ilícitos

tributários tendo em vista a melhoria do controle dos proces-

sos, a fiscalização mais efetiva das operações com o cruzamen-

to de dados e auditoria eletrônica e acesso às informações.

Conforme adiantado, o sistema visa estabelecer o intercâmbio

entre os fiscos com a padronização e compartilhamento das

informações contábeis e fiscais, respeitadas às restrições le-

gais.

Outro foco do Sistema é racionalizar e uniformizar as obriga-

ções acessórias para os contribuintes, com o estabelecimento

de transmissão única de distintas obrigações acessórias de di-

ferentes órgãos fiscalizadores.

Premissas

Dentre suas premissas destacam-se a eliminação da concor-

rência desleal no aumento da competitividade entre as empre-

sas; proporcionar melhor ambiente de negócios para as em-

presas no país e a manutenção da responsabilidade legal pela

guarda dos arquivos eletrônicos da Escrituração Digital pelo

contribuinte e por extensão reduzir os custos para este e dis-

ponibilizar aplicativos para emissão e transmissão da Escritu-

ração Digital e da NF-e para uso opcional pelo contribuinte.

Acrescente-se ainda que o documento oficial é o documento

eletrônico com validade jurídica para todos os fins. Pretende

utilizar a Certificação Digital padrão ICP Brasil, criar na legis-

lação comercial e fiscal a figura jurídica da Escrituração Digi-

tal e da Nota Fiscal Eletrônica.

Universo deatuação

Amaioria dos contribuintes já se utiliza dos recursos de infor-

mática para efetuar tanto a escrituração fiscal como a contábil.

As imagens em papel simplesmente reproduzem as informa-

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ções oriundas do meio eletrônico. A facilidade de acesso à es-

crituração, ainda que não disponível em tempo real, amplia as

possibilidades de seleção de contribuintes e, quando da reali-

zação de auditorias, gera expressiva redução no tempo de sua

execução.

Na prática, diante de cruzamentos de dados do Sped, é possí-

vel elencar entre os principais erros mais encontrados no sis-

tema. Sãoeles:

•Utilização de alíquotas incorretas de tributos

•Aproveitamento indevido de benefícios fiscais e/ou paga-

mento maior

•Falhas em parâmetros de software que geram divergências

entre obrigações acessórias

•Operações com contribuintes inativos ou inidôneos

•Ausências e omissões de informações

No âmbito do universo de atuação do Sped, vale enfatizar que

o sistema visa receber as diversas informações das empresas,

atuando através de subprojetos que são as segmentações des-

sas informações, sendo de natureza fiscal ou contábil.

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Destaca-se, ademais, que as principais dificuldades do projeto

são de ordem tecnológica, processuais (de processos), gestão

da informação, e por vezes, de capital humano.

Os riscos fiscais na operação do Sped podem ser gerenciados

conciliando o conhecimento da legislação tributária principal

com o conhecimento da legislação tributária acessória. Desta

forma evitam-se os principais erros cometidos, dentre eles: a

utilização erradas de alíquotas; pagamento indevido a maior;

omissões de informações.

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documento

s fiscais

eletrônicos

capítulo3

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DESCOMPLICANDO O SPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

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Preâmbulo

Sem dúvida, os documentos fiscais eletrônicos representaram

o maior impacto do projeto Sped para a sociedade, visto que

a substituição de notas fiscais em papel pelos seus equivalen-

tes eletrônicos atingiu um enorme número de empresas em

todo país. Como autor dessa obra, abro parêntese a respeito

disso, para lembrar estórias consideradas cômicas como o en-

vio de Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe)

por fax, ou até mesmo utilizando os correios, em meados de

2006-2007. Porém, nos tempos atuais, os documentos fiscais

eletrônicos são uma realidade em quase todas as organizações.

No que tange aos módulos de documentos fiscais eletrônicos

do Sped, todos os anos são quebrados recordes de utilização

destes modelos e em 2015 mais recordes foram alcançados,

tanto na Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) quanto no Conhecimen-

to de Transporte Eletrônico (CT-e). ANF-e – um dos grandes

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projetos do Sped – conta atualmente com mais de 13bilhões de

documentos autorizados. O projeto é desenvolvido, de forma

integrada, pelas secretarias de Fazenda dos estados e Recei-

ta Federal do Brasil, a partir da assinatura do Protocolo Enat

03/2005, de 27/08/2005, que atribui ao Encontro Nacional de

Coordenadores e Administradores Tributários Estaduais (En-

cat) a coordenação e a responsabilidade pelo desenvolvimento

e implantação do Projeto NF-e.

Ademais, a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e), do-

cumento digital para o varejo, tornou-se realidade em quase

todos os estados da Federação com imenso potencial de sim-

plificação das relações de consumo.

O Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) também é

projeto desenvolvido, de forma integrada, pelas secretarias de

Fazenda dos estados e Receita Federal do Brasil. O número de

documentos autorizados alcançou 1,3 bilhão em 2015.

Nota Fiscal Eletrônica (NF-e)

Primeiramente, a Nota Fiscal Eletrônica (NF-e) pode ser en-

tendida como um documento de existência de viés apenas

digital, em formato XML. Esse mesmo documento, que tem

como principal objetivo documentar uma operação de circu-

lação de mercadorias (geralmente entre pessoas jurídicas) é

emitido e armazenado eletronicamente. Sua validade jurídica

será garantida pela assinatura digital do remetente, utilizando

certificado digital. Arecepção pelo fisco em relação ao arquivo

eletrônico, antes da ocorrência do fato gerador, garantirá a au-

torização do almejado documento fiscal.

Já o Danfe, que será abordado mais adiante, neste mesmo ca-

pítulo, parece nota fiscal, porque carrega informações seme-

lhantes, mas não é, e nem a substitui.

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Assecretarias de Fazenda dos Estados e Receita Federal do Bra-

sil desenvolveram em conjunto o projeto Nota Fiscal Eletrônica

(NF-e)¹ a partir da assinatura do Protocolo Enat 03/2005, de 27

de agosto de 2005, que atribuiu ao Encat a coordenação e a res-

ponsabilidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto

NF-e. O projeto justificou-se pela necessidade de investimento

público voltado para integração do processo de controle fiscal

por permitir não somente o melhor intercâmbio e comparti-

lhamento de informações entre os fiscos, redução de custos e

entraves burocráticos, facilitando o cumprimento das obriga-

ções tributárias e o pagamento de impostos e contribuições,

como também o aumento de controle e fiscalização.

Como já ressaltado, a nota fiscal eletrônica trouxe uma revolu-

ção no modelo operacional das organizações, evoluímos de um

contexto de papel, no qual as notas eram emitidas de maneira

manual, ou utilizando sistemas de impressão e formulários

contínuos, para um modelo completamente digital.

Convém enfatizar que o projeto possibilitou os seguintes be-

nefícios e vantagens às partes envolvidas, tais como:

•Diminuição da sonegação e aumento da arrecadação;

•Redução de custos no processo de controle das notas fiscais

capturadas pela fiscalização de mercadorias em trânsito;

•Aumento na confiabilidade da Nota Fiscal;

•Melhoria no processo de controle fiscal, possibilitando um

melhor intercâmbio e compartilhamento de informações en-

tre os fiscos;

•Possibilidade do cruzamento eletrônico de informações;

•Suporte aos projetos de escrituração eletrônica contábil e fis-

cal da Receita Federal e demais Secretarias de Fazendas Esta-

duais;

¹ Para obter mais informações sobre o NF-e, acesse o seguinte endereço:

www.nfe.fazenda.gov.br

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•Fortalecimento da integração entre os fiscos, facilitando a

fiscalização realizada pelas Administrações Tributárias devido

ao compartilhamento das informações das NF-e;

•Aumento da produtividade da auditoria através da elimina-

ção dos passos para coleta dos arquivos;

• Rapidez no acesso às informações;

• Eliminação do papel.

Para que seja emitida uma fiscal eletrônica, é preciso realizar

alguns procedimentos. Dentreeles:

•Possuir certificado digital credenciado ao ICP-Brasil (infra-

estrutura dechaves públicas);

•Solicitar credenciamento junta à Secretaria de Fazenda do

seu estado;

•Preparar um sistema de faturamento ou que utilize um emis-

sor gratuito;

•Testar por diversas vezes, em ambiente de homologação, to-

das as situações comerciais da operação que se irá praticar, an-

tes de ir para o ambiente de produção;

• Emitir em ambiente de produção.

Contudo, para finalizarmos o estudo deste item, vale frisar que

a NF-e é um documento de existência apenas digital, emitida

e armazenada eletronicamente, que tem validade jurídica ga-

rantida pela assinatura digital e pela autorização do fisco antes

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mesmo da ocorrência do fato gerador. Em regra, a nota é uti-

lizada para acobertar operações comerciais entre pessoas jurí-

dicas. Não para o consumidor final ou pessoa física, pois para

essas operações os documentos hábeis são outros modelos a

serem estudados, mais adiante, nessa obra.

Porém, existem circunstâncias em que a nota passa a ser um

documento hábil mesmo para pessoa física. Um exemplo disso

é quando ocorre uma operação interestadual. Se o contribuin-

te está vendendo para outro estado, nessa hipótese, a NF-e mo-

delo 55 passa a ser o documento hábil.

Nesse contexto, é fundamental lembrar que o arquivo XML é

o arquivo da própria NF-e, é o leiaute que nota a existe, e esta

precisa ser necessariamente arquivado no intuito de se ter um

gerenciamento eletrônico dos documentos gerados. De nada

adianta arquivar o Danfe, que é um documento auxiliar, e não

ter o arquivoXML.

O Danfe, como um documento auxiliar da NF-e, existe com al-

gumas finalidades, dentre elas, de acompanhar o trânsito da

mercadoria e para facilitar o processo de escrituração dos do-

cumentos fiscais.

É importante também lembrar que, não se pode utilizar uma

carta de correção para alterar valores de tributos, data de emis-

são e saída da mercadoria, ou informações do destinatário do

emitente. Todavia, para todas as demais informações como

NCM, endereço, descrição de um produto ou informação com-

plementar, tudo isso poderá ser corrigido em um documento

por meio da utilização da carta de correção.

Conhecimentode Transporte Eletrônico (CT-e)

O Projeto Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) é de-

senvolvido pelas secretarias de Fazenda dos estados eReceita

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Federal do Brasil, a partir da assinatura do Protocolo ENAT

03/2006, de 10 de novembro de 2006, e cuja coordenação e res-

ponsabilidade são atribuídas ao Encat.

Conhecido pelo modelo 57, o Conhecimento de Transporte

Eletrônico trata-se de um novo modelo de documento fiscal

eletrônico que foi instituído pelo Ajuste Sinief 09/07, de 25 de

outubro de 2007, que poderá ser utilizado para substituir um

dos seguintes documentosfiscais:

•Conhecimento de Transporte Rodoviário de Cargas, modelo

8;

•Conhecimento de Transporte Aquaviário de Cargas, modelo

9;

• Conhecimento Aéreo, modelo10;

•Conhecimento de Transporte Ferroviário de Cargas, modelo

11;

•Nota Fiscal de Serviço de Transporte Ferroviário de Cargas,

modelo 27;

•Nota Fiscal de Serviço de Transporte, modelo 7, quando utili-

zada em transporte de cargas.

•E como documento fiscal eletrônico no transporte dutoviário

e, atualmente, nos transportes Multimodais, modelo 26.

O CT-e pode ser conceituado como um documento de existên-

cia exclusivamente digital, em formato XML, emitido e arma-

zenado eletronicamente, cujo objetivo é documentar a presta-

ção de serviços de transportes, a validade jurídica é garantida

pela assinatura digital do emitente e a Autorização de Uso for-

necida pela administração tributária do domicílio do contri-

buinte. Como subproduto do Sped, o CT-e é o que melhor cum-

pre a premissa do sistema, em termos de substituir modelos

em papel e eliminar a redundância de obrigações acessórias.

Para explanar melhor sobre o CT-e, é possível elencar suas

principais vantagens em relação a três vertentes, dentre elas:

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1)Economia:

• Custo de impressão dos documentos fiscais

• Aquisição de papel

• Simplificação de obrigaçõesacessórias

• Armazenamento de documentos – GED

2) Agilidade:

•Redução do tempo de parada de caminhões em postos fiscais

•Incentivo ao B2B, diante da utilização de padrões abertos de

comunicação.

3) Fisco:

•Aumento da confiabilidade e controle fiscal

•Diminuição de sonegação e aumento da arrecadação

Mas vale destacar que existem procedimentos para emissão do

CT-e:

•Solicitar credenciamento naSefaz

•Possuir certificação digital (modelo A1 ouA3)

•Ter acesso à internet

•Adaptar seus sistemas de faturamento ou usar o “Emissor de

CT-e” gratuito (modais: rodoviário e aquaviário)

•Testar seus sistemas em ambiente de homologação

Ressalte-se que o Documento Auxiliar do Conhecimento de

Transporte Eletrônico (Dacte) é um documento auxiliar do

CT-e que possui como funções: conter a chave numérica de 44

posições (a mesma que poderá ser encontrada nos demais do-

cumentos fiscais eletrônicos), acompanhar a mercadoria em

trânsito, além de auxiliar no processo de escrituração. O sis-

tema apresenta as seguintes características: a possibilidade de

ser impresso em qualquer tipo de papel (exceto papel de jornal)

e deve ser sempre impresso antes da circulação da mercadoria.

É importante que esse documento permita a legibilidade do

conteúdo, no prazo mínimo de meses.

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Existem três formas de contingências do Conhecimento de

Transporte Eletrônico, que também se aplicam à NF-e modelo

55. São elas: FS-DA – Formulário de segurança documento au-

xiliar, EPEC – Evento prévio de emissão em contingência, SVC

– Sefaz virtual de contingência (método mais convencional).

Por vezes, o técnico da área contábil, que opera com o Sped, se

questiona por que tais contingências não foram trabalhadas

na nota. A resposta se deve ao fato de que como se aplica ao

mesmo modelo de documento, fica mais pertinente se traba-

lhar no Conhecimento de Transporte, onde as demais possibi-

lidades de contingências são mais comuns.

Para fechar o tópico, vale destacar que prazo para o cancela-

mento do Conhecimento de Transporte Eletrônico é de sete

dias.

Manifestode Documentos Fiscais Eletrônicos (MDF-e)

Manifesto Eletrônico de Docu-

mentos Fiscais (MDF-e) é o do-

cumento digital, logo, emitido e

armazenado eletronicamente e

serve para vincular os documentos

fiscais transportados na unidade

de carga utilizada, cuja validade

jurídica é garantida pela assinatu-

ra digital do emitente e autoriza-

ção de uso pelo Ambiente Autorizador. A legislação aprovada

que institui o MDF-e é o Ajuste Sistema Nacional de Informa-

ções Econômicas e Fiscais (Sinief) 21/2010. Todavia também

é possível consultar o Convêncio ICMS 92/2012, o Ato Cotepe

38/2012 (layout), além dos ajustes Sinief 24/2010 e 14/2014.

O projeto do Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais

(MDF-e) tem como objetivo a utilização de um modelonacio-

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nal de documento eletrônico que substitua o convencional e

em papel manifesto de carga. O novo documento foi desenvol-

vido de maneira integrada pela Receita Federal do Brasil (RFB),

Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) e re-

presentantes das transportadoras e Agências Reguladoras do

segmento de transporte, a partir da assinatura do protocolo

Enat, que atribuiu ao Encat a coordenação e a responsabilida-

de pelo desenvolvimento e implantação do projeto. O MDF-e

veio para substituir o antigo modelo 25 de cargas, mais conhe-

cimento como protocolo fiscal. Nesse manifesto de carga eram

especificadas as notas fiscais que estavam sendo transporta-

das em uma unidade de cargas. Em seu equivalente eletrônico,

observa-se a substituição do papel pelo modelo digital.

O sistema deverá ser emitido pelos contribuintes emitentes de

CT-e, no transporte de cargas fracionadas, assim entendida a

que corresponda a mais de um conhecimento de transporte ou

pelos contribuintes emitentes de NF-e no transporte de bens

ou mercadorias acobertadas por mais de uma NF-e, realizado

em veículos próprios ou arrendados, ou mediante contratação

de transportador autônomo de cargas.

Dentre as finalidades do MDF-e destacam-se:

1.Permitir o rastreamento da circulação física da carga;

2.Identificar o responsável pelo transporte a cada trecho do

percurso;

3.Consolidar as informações da carga acobertadas por vários

CT-e ou NF-e;

4.Agilizar o registro em lote de documentos fiscais em trân-

sito;

5.Registrar as alterações/substituições das unidades de trans-

porte ou de

carga e seuscondutores;

6. Registrar o momento do início e do fim da operação.

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O modelo do documento fiscal eletrônico, MDF-e, é reconheci-

do como hábil para declarar a carga transportada em qualquer

dos modais de transporte, por todo o território nacional, ten-

do sua validade jurídica garantida pela assinatura digital do

emitente e autorização de uso concedida pela administração

tributária. Ademais, todos os estados da Federação aprovaram

o documento pelo Ajuste Sinief 21/2010.

Quem deve emitir o MDF-e:

1.Contribuinte emitente de CT-e, no transporte de carga fra-

cionada (mais de um CT-E)

2.Contribuinte emitente de NF-e, no transporte de bens em

veículos próprios acobertados por mais de uma NF-e.

Obs: Sugere-se pesquisa à legislação do estado onde será feito

o MDF-e.

Ressalte-se que, a obrigação será do destinatário quando ele

for responsável pelo transporte. Como exemplo disso, imagine

que você vendeu a mercadoria e levará a mesma até o desti-

natário, logo, a responsabilidade pela emissão do manifesto é

sua. De outra forma, se você está fazendo a mercadoria, mas o

próprio destinatário é responsável pelo transporte, a respon-

sabilidade pela emissão do manifesto passa a ser dele.

O cancelamento do manifesto, para autorizados e sem ocor-

rência do fato gerador, poderá ser feito no prazo de 24h, utili-

zando o uso de web service de eventos. Contudo, é importante

destacar que existe uma diferença entre cancelamento e en-

cerramento de manifesto. O encerramento deve ser informado

ao fisco o fim da vigência (término do trajeto ou alteração nas

informações), devendo ser registrado sempre no fim do per-

curso. Com isso, não será autorizado outro manifesto para o

mesmo veículo caso não haja o encerramento anterior. Se hou-

ver pendência, fica inviável emitir novo manifesto para a uni-

dade transportadora de cargas.

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Como um protocolo fiscal, o MDF-e não irá constar na escritu-

ração fiscal visto que o mesmo possui campos e registros para

ser preenchido.

De acordo com a legislação Ajuste Sinief 21/2010, emitentes de

CT-e ou de NF-e estão automaticamente credenciados a não

emissão do manifesto, que poderá ocasionar a aplicação de

multas. No Ceará esse tipo de multa é de 200 UFIR, por do-

cumento não emitido, ou seja, R$ 667,80. O mesmo dever ser

emitido por unidade federada de descarregamento. Na práti-

ca, em um envio a uma unidade de transportes de cargas que

precisa descarregar mercadorias em três estados, logo deverão

ser feito três manifestos de carga.

O portal do MDF-e, mdfe-portal.sefaz.rs.gov.br, possui algu-

mas informações adicionais a respeito do projeto, onde é pos-

sível conhecer mais sobre a ferramenta e de sua implantação

nacional, além de objetivos, legislação, e possibilidades de ser-

viços. Como parâmetro, em 4 de maio de 2017, o portal apre-

senta o total de 72 milhões de MDF-e autorizados, e 3milhões

de emissores.

Nota Fiscal de ConsumidorEletrônica (NFC-e)

A Nota Fiscal de Consumidor

Eletrônica (NFC-e) se apresen-

ta como uma alternativa total-

mente eletrônica para os atuais

documentos fiscais em papel

utilizados no varejo (cupom fis-

cal emitido por ECF e nota fiscal

de venda a consumidor,modelo

2), reduzindo custos de obrigações acessórias aos contribuin-

tes, ao mesmo tempo em que possibilita o aprimoramento do

controle fiscal pelas administrações tributárias. Com a NFC-e,

também o consumidor é beneficiado, ao possibilitar a confe-

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rência da validade e autenticidade do documento fiscal rece-

bido via internet.

Neste sentido, a NFC-e propõe o estabelecimento de um pa-

drão nacional de documento fiscal eletrônico, baseado nos

padrões técnicos de sucesso da Nota Fiscal Eletrônica modelo

55, todavia adequado às particularidades do varejo e das ope-

rações com o consumidor final. Ou seja, sabe-se que os mo-

delos que existem hoje são manuais, em papel, tratando-se do

cupom fiscal eletrônico e da nota fiscal de venda/consumidor.

Ambos os modelos representam para o fisco um grande gar-

galo no momento das fiscalizações. Aexemplo disso imagina-

-se um comércio varejista que emite um volume muito grande

de cupons fiscais por dia. Para que o fisco consiga fazer uma

eficaz validação das informações fornecidas nesses cupons, o

mesmo precisaria fazer uma análise aprofundada sobre esses

documentos. Nesse âmbito, entendem-se as diversas dificul-

dades que ocorrem diante de uma fiscalização, dentre elas,

quando o cupom fiscal se apaga, contém informações incorre-

tas, além das informações imprecisas muitas vezes ocorridas,

inclusive de origem de escrita ilegível, nas notas fiscal de ven-

da/consumidor série D (pequeno bloco de papel).

A Nota Fiscal de Consumidor Eletrônica (NFC-e) consiste em

um documento de existência digital, pois, emitido e armaze-

nado eletronicamente, de operações comerciais de venda pre-

sencial ou venda para entrega em domicílio a consumidor final

(pessoa física ou jurídica) em operação interna e sem geração

de crédito de ICMS ao adquirente.

Dentre as principais vantagens do uso da NFC-e destacam-se:

•Dispensa de homologação do software pelo Fisco;

•Uso de Impressora não fiscal, térmica ou a laser;

•Simplificação de obrigações acessórias (dispensa de impres-

são de Redução Z e Leitura X, Mapa Resumo, Lacres, Revalida-

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ção, Comunicação de ocorrências, Cessação, etc.);

•Dispensa da figura do interventor técnico;

•Uso de papel não certificado, com menor requisito de tempo

de guarda;

•Transmissão em tempo real ou on-line da NFC-e;

•Redução significativa dos gastos com papel;

•Não há necessidade de autorização prévia do equipamento a

ser utilizado;

•Uso de novas tecnologias de mobilidade;

•Flexibilidade de expansão de PDV;

•Apelo ecológico;

•Integração de plataformas de vendas físicas e virtuais.

A NFC-e deve ser utilizada nas operações comerciais de ven-

da presencial ou venda para entrega em domicílio, dentro do

território sergipano, a não contribuintes. Para as demais ope-

rações, o contribuinte deverá utilizar a nota fiscal eletrônica

modelo 55 (NF-e). Com a NFC-e, pode-se, também, elencar

benefícios de inovação. São eles: a possibilidade de uso de no-

vas tecnologias de mobilidade, como o uso de tablets e smar-

tphones, além da possibilidade da integração de plataformas

de vendas físicas e virtuais. É muito comum observar, em

plataformas não integradas, usuários consultando produtos

virtuais que não estejam em loja. Apartir do momento que se

passa a utilizar documentos fiscais eletrônicos, permite-se o

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controle gerencial dos estoques por meio de uma plataforma

única, desta forma, também é possível controlar as operações

comerciais por meio de uma integrada.

Em um breve resumo, para o consumidor final existem dois

modelos de documento fiscal eletrônico possível: Cupom Fis-

cal Eletrônico e a Nota Fiscal de Consumidor Eletrônico, este

último trata-se de um modelo mais geral e mais usado no Bra-

sil. Já o Cupom Fiscal Eletrônico tem implantação no país, po-

rém emescala menor.

Dentre as diferenças mais operacionais entre os dois modelos,

o Cupom Fiscal Eletrônico possui equipamento de hadware,

enquanto a NFC-e, obtém um modelo operacional semelhante

com o da Nota Fiscal Eletrônica.

Contudo, é viável detalhar desafios do fisco em relação à NFC-

-e como um balizador no seu surgimento e implantação, den-

tre eles sedestacam:

-Mínima interferência no ambiente de negócios do contri-

buinte;

- Redução de custoBrasil;

- Participação da iniciativaprivada;

Por meio dessa premissa e com a legislação aprovada, passou

a existiro:

•Ajuste Sinief nº 01 de 2013– alterou o ajuste abaixo

•Ajuste Sinief nº 07 de 2005 – que instituiu a NFe

•Nota Técnica 05 de 2013 – alterou o Ajuste nº 07 e incluiu a

NFC-e (Modelo 65) de documento fiscal. Amesma Nota Técni-

ca previa que o Ambiente de Homologação da NFC-e seria até

o dia 2/12/2013, e o Ambiente de Produção, até o dia 6/1/2014.

Como se sabe, os prazos não se concretizaram na maioria dos

estados, em virtude de que a própria nota técnica já trazia a

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possibilidade de que esses fossem postergados na maioria dos

estados.

Para fechar esse tópico, nada mais sensato que relatar sobre

duas ações operacionais e rotineiras: a venda presencial ou em

domicílio. Como se sabe, a primeira é mais comum. Aexemplo

disso é possível imaginar a ida até uma farmácia, com o intui-

to de pedir um produto direto do balcão, e consequentemente

efetuar a compra.

Porém, a NFC-e é utilizada bastante por pequenos varejos

que trabalham com entrega a domicílio. Ressalte-se que, essa

entrega a domicílio deverá ser operação interna, não em ope-

ração interestadual. Sendo este último, a NFC-e deixa de ser

documento hábil e passa a ser a NF-e, Modelo 55. Mas para as

operações internas, com consumidor final, seja este pessoa fí-

sica ou jurídica, o Modelo a ser utilizado é o 65, da NFC-e.

Nota Fiscal de Serviço Eletrônica(NFS-e)

A Nota Fiscal de Serviços Ele-

trônica (NFS-e) é um sonho an-

tigo do fisco e de quase todos

os prestadores de serviços. É

muito comum nos dias atuais

encontrar problemas na emis-

são de uma Nota Fiscal de Ser-

viço, uma vez que a ausência de

um modelo padrão faz com que

existem centenas de tipos de documentos diferentes, com re-

gras e contingências especificas. ANFS-e é um documento de

existência digital, gerado e armazenado eletronicamente em

Ambiente Nacional pela RFB, pela prefeitura ou por outra en-

tidade conveniada para documentar as operações de prestação

de serviços.

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O projeto Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) tem sido

desenvolvido pela Receita Federal do Brasil (RFB) e Associação

Brasileira das Secretarias de Finanças das Capitais (Abrasf),

atendendo o Protocolo de Cooperação Enat nº 2, de 7 de de-

zembro de 2007, ao qual se atribuiu a coordenação e a respon-

sabilidade pelo desenvolvimento e implantação do Projeto da

NFS-e. Esse projeto visa o benefício das administrações tribu-

tárias com a padronização e a melhora das informações, redu-

ção de custos, bem como o aumento da competitividade das

empresas brasileiras pela racionalização das obrigações aces-

sórias (redução do custo-Brasil), com a consequente dispensa

da emissão e guarda de documentos em papel.

Recibo Provisório de Serviços (RPS)

O Recibo Provisório de Serviços (RPS) foi criado para atender

a uma solução de contingência para o contribuinte, trata-se de

um documento de posse e responsabilidade do contribuinte,

gerado manualmente ou por alguma aplicação local, com nu-

meração sequencial crescente e deve ser convertido em NFS-e

dentro do prazo estipulado pela legislação tributária munici-

pal. Além disso, o RPS serve para os contribuintes que não dis-

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põem de infraestrutura de conectividade com a secretaria em

tempo integral, podendo gerar os documentos e enviá-los, em

lote,² para processamento e geração das respectivas NFS-e. O

serviço de Recepção de Lote de RPS é definido como Assíncro-

no³. O contribuinte recebe um número de protocolo de rece-

bimento como comprovante de envio de lote de RPS, o qual,

por sua vez, é recebido pela secretaria e colocado em uma fila

de processamento para ser executado em momento oportuno.

Depois de processado, gera um resultado que estará disponível

ao contribuinte que tanto pode ser as NFS-e correspondentes

como uma lista de erros encontrados no lote. Cabe salientar

que a numeração dos lotes de RPS4é de responsabilidade do

contribuinte, devendo ser única e distinta para cada lote.

Geração deNFS-e

Na Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e) deve aparecer a

identificação dos serviços em conformidade com os itens da

Lista de Serviços, anexa à Lei Complementar n°116, de 2003,

com os que foram vetados e de um item “9999” para “outros

serviços”. Em uma NFS-e podem ser descritos diferentes ser-

viços desde que relacionados a um único item da Lista, de mes-

ma alíquota e para o mesmo tomador de serviço. No caso da

atividade de construção civil, as NFS-e deverão ser emitidas

por obra, se a legislação do município assim dispuser. Aidenti-

ficação do prestador de serviços será feita pelo CNPJ, que pode

ser conjugado com a Inscrição Municipal, embora não seja de

uso obrigatório.

² O envio de RPS à secretaria para geração da NFS-e é feito em lotes, ou seja, vários

RPS agrupados para gerar uma NFS-e para cada um deles. Para que os RPS façam

parte de um lote a ser enviado para a geração das NFS-e correspondentes, para isso, o

contribuinte deve ter uma aplicação instalada em seu computador.

³ Assíncrono é quando ocorre uma chamada a este com envio de determinadas infor-

mações, no caso em questão, o lote de RPS, e o retorno ocorrem em outro momento.4 Um RPS pode ser enviado com o status de cancelado gerando uma NFS-e cancelada.

Um RPS já convertido em NFS-e não pode ser reenviado. Caso haja necessidade de

cancelamento do documento, deve ser cancelada a respectiva NFS-e.

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A competência de uma NFS-e é o mês da ocorrência do fato

gerador. O sistema assumirá automaticamente o mês/ano da

emissão do RPS ou da NFS-e, o que for inferior, podendo ain-

da o contribuinte informar uma competência anterior. Abase

de cálculo da NFS-e é o Valor Total de Serviços, subtraído do

Valor de Deduções previstas em lei. É obrigatória para pessoa

jurídica a informação do CNPJ do tomador do serviço, exceto

quando se tratar de tomador do exterior.

De acordo com a Natureza da Operação, a Opção pelo Simples

Nacional, o Regime Especial de Tributação e o ISS retido de-

fine-se o valor do ISS e será sempre calculado, salvo quando:

a natureza da operação for tributação no município; a exigibi-

lidade for suspensa por decisão judicial ou por procedimento

administrativo e o Regime Especial de Tributação for Micro-

empresa Municipal; Estimativa ou Sociedade de profissionais.

•A natureza da operação for tributação fora do município,

nesse caso os campos Alíquota de Serviço e Valor do ISS fica-

rão abertos para o prestador indicar os valores.

•A natureza da operação for imune ou isenta, nesses casos o

ISS será calculado com alíquota zero.

•O contribuinte for optante pelo Simples Nacional e não tiver

o ISS retido na fonte.

•Aalíquota do ISS é definida pela legislação municipal. Quan-

do a NFS-e é tributada fora do município de emissão, a alíquo-

ta será informada pelo contribuinte.

A NFS-e contém informações enviadas pelo contribuinte e

outros de responsabilidade do Fisco. Além disso, não pode ser

alterada uma vez gerada, admitindo-se, unicamente por ini-

ciativa do contribuinte, ser cancelada ou substituída, hipótese

esta em que deverá ser mantido o vínculo entre a nota substi-

tuída e anova.

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Cupom Fiscal Eletrônico(CF-e)

O projeto Sistema Au-

tenticador e Transmis-

sor de Cupons Fiscais

Eletrônicos (SAT-CF-

-e) documenta, de forma eletrônica, as operações comerciais

do varejo, em substituição aos equipamentos ECF (Emissor

de Cupom Fiscal). Para isso criou: Um novo modelo de docu-

mento fiscal eletrônico, o Cupom Fiscal Eletrônico –SAT(CF-

-e-SAT), aderente ao modelo da Nota Fiscal Eletrônica (NF-e);

Um novo padrão de equipamento de baixo custo, o SAT, para

gerar, autenticar com validade jurídica e transmitir, via Inter-

net, os CF-e-SAT emitidos pelos estabelecimentos comerciais.

Aferramenta simplifica as obrigações acessórias dos estabele-

cimentos varejistas. A página do SAT-CF-e está disponível no

site da Sefaz-SP, através do sítio eletrônico: https://portal.fa-

zenda.sp.gov.br/servicos/sat/Paginas/Sobre.aspx.

O CF-e-SAT, modelo 59, é um documento fiscal eletrônico,

emitido, armazenado e transmitido automaticamente pelo

equipamento SAT, de existência apenas digital, documenta

operações de circulação de mercadorias no varejo. Ou seja,

como o documento tem seu armazenamento 100% digital (ele-

tronicamente), não há mais necessidade da manutenção de

documentos de papel, de arquivos de documentos físicos. Sua

validade jurídica é garantida pela assinatura digital feita pelo

equipamento SAT por meio do seu Certificado Digital, como o

CF-e-SAT só existe na forma eletrônica, o consumidor recebe-

rá como comprovante de sua aquisição o chamado Extrato do

CF-e-SAT.

Com o Cupom, procura-se estabelecer um novo padrão para o

varejo: documento fiscal válido é o Documento Fiscal Eletrôni-

co existente na base de dados do Fisco. Este padrão é similar

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ao atualmente utilizado pela NF-e. Dentre os principais bene-

fícios para o contribuinte ao usar o equipamento SAT estão a

redução de custos e a simplificação de obrigações acessórias.

Além disso, o contribuinte conta com um documento dotado

de validade jurídica pela Medida Provisória 2.200-2/01, tendo

garantia de autenticidade e integridade nos documentos ele-

trônicos emitidos pelo equipamento SAT. Em relação a isso é

interessante destacar que em alguns estados o SAT sofreu al-

gumas modificações.

Ressalte-se que, o varejo pratica operações fiscais de vendas de

mercadorias para o consumidor final, geralmente não contri-

buinte do ICMS. Arespeito disso é interessante lembrar o que

já foi estudado, em relação à NF-e, que ela servia para substi-

tuir o Modelo 1ou 1A.

Já o CF-e servirá para substituir o cupom fiscal emitido por

equipamento ECF ou a nota fiscal de venda consumidor, um

pequeno bloco de notas da série D. Ou seja, esses documentos

são destinados às pessoas físicas.

Como um modelo prático, imagina-se o caso de uma pessoa

física que se direciona a uma empresa varejista com o objetivo

de adquirir uma mercadoria. Se esta pessoa já é credenciada

para a emissão de cupom fiscal eletrônico, o documento hábil

para acobertar essa operação é o CF-e e não a NF-e.

O equipamento SAT gera e autentica, por meio de Certificado

Digital próprio, o Cupom Fiscal Eletrônico – SAT (CF-e-SAT) e

transmite periódica e automaticamente à Secretaria da Fazen-

da (Sefaz), via Internet. O SAT não possui impressora a ele inte-

grado. O sistema é exclusivo para emissão do CF-e-SAT. Como

o CF-e-SAT é um documento fiscal eletrônico, o SAT não possui

mecanismo impressor. Entretanto, para emissão do Extrato do

CF-e-SAT, deve-se utilizar uma impressora comum (não fiscal),

acionada pelo programa Aplicativo Comercial (AC).

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O extrato do CF-e-SAT é uma cópia simplificada do documento

eletrônico, servindo basicamente para controle das aquisições

pelo consumidor. Nele existe a chave de acesso que possibilita

a consulta do respectivo documento eletrônico no site da Se-

cretaria da Fazenda, bem como um código do tipo QR CODE

que possibilitará a checagem da autenticidade do extrato por

meio de telefones celulares compatíveis com a tecnologia.

Logo, o contribuinte deverá, imediatamente após a emissão do

CF-e-SAT, providenciar a impressão do seu extrato conforme

leiaute estabelecido emAto Cotepe.

O Ajuste Sinief nº 11de 24 de setembro de 2010 autoriza os Es-

tados de Alagoas, Ceará, Minas Gerais, Paraná e São Paulo a

instituírem o Cupom Fiscal Eletrônico (CF-e-SAT) em substi-

tuição ao Cupom Fiscal emitido por equipamento Emissor de

Cupom Fiscal (ECF). Aadoção do CF-e-SAT e do equipamento

SAT em cada um destes Estados depende da legislação estadu-

al específica. Com isso, vale ressaltar a importância de sempre

consultar a Administração Tributária do seu Estado.

São considerados benefícios do CF-e:

•O custo operacional da loja é reduzido;

•Não é preciso adquirir o ECF;

•Aemissão pode ser feita por celulares e tablets;

•Não existe leitura X e Redução Z, o que permite abertura e

fechamento do caixa sempre que for necessário;

•Mais espaço livre, pois o armazenamento é digital;

•Redução da possibilidade de erros.

Arespeito do primeiro benefício citado, sabe-se que o equipa-

mento emissor de cupons fiscais, o ECF, eles custa em torno

de R$ 3.000 e R$ 2.5000 reais. No SAT, ele terá valor bem redu-

zido, ainda assim, ele necessitando de menos equipamentos.

Como exemplo, imagina-se um supermercado que têm 10 cai-

xas. Este precisará de um emissor de cupons fiscais para cada

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um desses pontos de venda. Quando se fala em CF-e, ele pode

ter um único equipamento SATligado ou conectado ao seu ser-

vidor que alimente essas 10 pontos de venda.

Já em relação ao benefício que destaca sobre a não existência

da leitura X, como exemplo, no momento de abrir um caixa

para emissão de cupons ficais, e por um erro dentro do dia,

ainda pela manhã, esse caixa emite uma redução Z, o mesmo

ficará fechado, só podendo ser reaberto por meio de uma in-

tervenção técnica. Ou seja, isso, no equipamento emissor de

cupom fiscal representa custo e uma burocracia que poderá

implicar diretamente na atividade comercial. Isso fica signifi-

cantemente simplificado quando é voltado para o equipamen-

to SAT e a emissão do cupom fiscal eletrônico. Resumindo,

com a utilização do SAT, o contribuinte poderá abrir e fechar o

caixa quantas vezes desejar ao longo do dia.

Com o intuito de Vale ressaltar, novamente, que o SAT é um

modelo fiscal eletrônico, de número 59, que deve ser utilizado

para acobertar operações do varejista com o consumidor final

não contribuinte, não com o contribuinte do ICMS. Apartir do

momento que o varejista passa a usar o SAT no seu estabeleci-

mento comercial, deverá passar a emitir CF-e, e não terá mais

a necessidade de fazer a impressão de Leitura X e Redução Z.

O extrato do Cupom Fiscal Eletrônico é um documento auxi-

liar que deverá ser impresso e entregue ao consumidor no mo-

mento de uma venda, utilizando o CF-e, com o objetivo de for-

necer informações básicas a respeito da operação comercial.

Além disso, deverá permitir que esse documento acompanhe o

trânsito da mercadoria, que por meio da chave de acesso ou do

QR Code online que constam no extrato do cupom eletrônico,

seja feita a consulta da veracidade das informações e da auten-

ticidade do referido cupom fiscal.

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escrituraçãofiscal

digital (efd)

icms/ipi

capítulo4

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Saga da EscrituraçãoFiscal

AEscrituração Fiscal existe há quase 50 anos, conforme prevê

o ajuste Sinief S/N de 1970, que determina que o contribuinte

do ICMS deva manter para cada um dos seus estabelecimen-

tos os livros que compõem a escrituração fiscal tais como: Re-

gistro de Entrada, Registro de Saída, Registro de Controle da

Produção e do Estoque, Registro de Utilização de Documen-

tos Fiscais e Termos de Ocorrências, Registro de Inventário e

Registro de Apuração do ICMS. No entanto, os tempos atuais

apontam uma deficiência conceitual a respeito do que são es-

criturações fiscais.

Na década de 70, a Escrituração Fiscal nada mais era do que o

registro das operações fiscais, em que se tinham obrigações de

natureza principal, apuração do PIS, Cofins, ICMS, IPI, além

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das obrigações de natureza acessória, dentre elas, a de emissão

dos documentos fiscais e o registro deles, bem como seus res-

pectivos livros. Naquele período, era preciso obedecer, exclusi-

vamente, para fins de informações fiscais, as informações que

eram necessárias para apuração do tributo. Especificamente,

no caso das notas fiscais, eram prioritárias as informações

relacionadas ao ICMS, que é o imposto sobre a circulação de

mercadorias e serviços.

Lembrando que, nessa época, a escrituração fiscal nada mais

era o registro das operações fiscais. Isso implica afirmar que,

num recente passado não existia nota fiscal eletrônica. O que

existia era a nota fiscal de bloco, que era emitida à mão. Ao

final do mês as empresas acumulavam volumes de notas fis-

cais emitidas manualmente que eram registradas em livros

pré-impressos que pediam registros tais como o valor da nota,

data, valor da operação, a base de cálculo, alíquota do imposto

e o valordele.

Em um segundo momento, marcado pela inserção dos com-

putadores nas empresas, essas escriturações deixaram de ser

manuais, transgredindo para um modelo informatizado. Na

ocasião começou-se a utilizar sistemas para fazer o procedi-

mento de escrituração, substituindo o registro manual de li-

vros. Ademais, esse modelo ainda previa a impressão de livros

em papel para que fossem entregues aos fiscais no momento

de uma fiscalização.

Com o advento do Sped e a criação das escriturações fiscais

digitais, as escriturações manuais passaram a ser eletrônicas,

significando dizer que, não existem mais no modelo em papel.

Hoje, para uma empresa que envia Sped Fiscal, é incoerente

solicitar à mesma, por exemplo, livros em papel de entrada ou

saída ou apuração de ICMS. Em suma, hoje, essas informações

encontram-se contidas dentro do arquivo do Sped Fiscal.

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Escrituração Fiscal Digital (EFD)ICMS/IPI

O projeto do Sped Fiscal faz parte do projeto macro Sped. A

partir dessa premissa é fundamental entender que a escritura-

ção fiscal digital nada mais é que do que a substituição da es-

crituração fiscal em papel ou modelo informatizado, em que se

utilizava do sistema, mas tinha que imprimir o livro, por, ago-

ra, um modelo digital. Neste modelo, o contribuinte irá usar

seu sistema de escrituração fiscal, mas ao invés de imprimir

livros, ele irá gerar arquivos eletrônicos.

O grande gargalo dessa questão é que esse modelo digital,

como já explicado na introdução desta obra, oferece também

uma séria de informações que são não fiscais, que por vezes

acabam fazendo com que o contribuinte não tenha um eficaz

controle a respeito dessas informações, e que acabam inserin-

do nos documentos fiscais eletrônicos informações incorretas,

inexatas ou imprecisas. Com isso a qualidade de escrituração

fiscal ficacomprometida.

Ressalte-se que, no que diz respeito ao Sped Fiscal, a escritu-

ração fiscal brasileira tem grande foco em seus inventários e

estoques. Mas por quê? A escrituração fiscal digital, ou seja, o

Sped Fiscal tem como principal objetivo apresentar as infor-

mações relacionadas à apuração do ICMS e do IPI.

Vale salientar que, o ICMS é um tributo de extrema importân-

cia para o país, e em decorrência disso e do grande percentual

da parcela de arrecadação dos estados, foram criadas diversas

técnicas para garantir a arrecadação do tributo. São técnicas

de arrecadação: o antecipado, o diferencial de alíquotas, a

substituição tributária. Com isso o fisco garante que a obriga-

ção principal será cumprida, o valor do tributo será pago. Este

passa a ter um olhar ainda mais rigoroso em relação às obriga-

ções acessórias, porque essas vão denunciar se o contribuinte

está sonegando.

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Como o fisco constata uma sonegação? No que diz respeito à

escrituração fiscal e a arrecadação do ICMS, um dos principais

fatores que evidenciam que está havendo sonegação são os es-

toques. Porque, por exemplo, se uma pessoa física vende uma

mercadoria sem possuir uma nota de compra, significa que

esta omitiu uma enreda, e essa omissão pode gerar uma sone-

gação. Outro exemplo é que, se uma mercadoria desaparece do

estoque significa que a mesma foi vendida sem nota, e isso se

caracteriza uma omissão de saída e de receita.

Diante disso, hoje, existem alguns cuidados considerados ex-

tremamente necessários em informações não fiscais, no ge-

renciamento delas, para evitar que o contribuinte seja acusado

de omissões de entrada ou de saída.

No capítulo 2 desta obra, o projeto Sped foi conceituado como

um grande sistema que tem a função de receber informações

das empresas. Para cada tipo de informação fiscal de interes-

se do fisco foi desenvolvido um leiaute específico contendo o

conjunto de dados e a forma que deveriam ser apresentados.

Visando orientar a geração dessas informações em meio digi-

tal foi disponibilizado aos contribuintes do ICMS e do IPI um

Guia Prático, contendo os dados referentes à EFD ICMS/IPI e

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esclarecendo aspectos da apresentação dos registros e conte-

údos de alguns campos, estrutura e apresentação do arquivo

digital para entrega ao fisco, na forma do Ato Cotepe/ICMS nº

9, de 18de abril de 2008 e suas atualizações.

O documento abdica de contemplar todas as orientações técni-

cas a respeito da elaboração do arquivo digital, cuja orientação

integral sobre sua estrutura e apresentação deve ser buscada

no Manual de Orientação anexo ao Ato Cotepe/ICMS nº 09/08,

bem como na legislação de cada uma das unidades federadas.

Legislação

Como parte do projeto Sped, a Escrituração Fiscal Digital (EFD

ICMS/IPI) foi estabelecida pelo Decreto nº 6.022, de 22 de ja-

neiro de 2007, que busca promover a integração dos fiscos fe-

deral, estaduais, Distrito Federal e, futuramente, municipais,

e dos Órgãos de Controle. A base do documento é mediante

a padronização, racionalização e compartilhamento das in-

formações fiscais digitais, bem como integrar todo o processo

relativo à escrituração fiscal, com a substituição do atual do-

cumentário em meio físico (papel) por documento eletrônico

com validade jurídica para todos os fins.

O Convênio ICMS nº 143, de 15 de dezembro de 2006 e, poste-

riormente, Ajuste Sinief 2, de 3 de abril de 2009, dispõe acer-

ca da instituição da EFD ICMS/IPI em arquivo digital, de uso

obrigatório para os contribuintes do Imposto sobre Operações

Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de

Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de

Comunicação (ICMS) e/ou do Imposto sobre Produtos Indus-

trializados (IPI), que se constitui de um conjunto de registros

de apuração de impostos, referentes às operações e prestações

praticadas pelo contribuinte, assim como de documentos fis-

cais e de outras informações de interesse dos fiscos das unida-

des federadas e da Secretaria da Receita Federal do Brasil.

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Cabe ao contribuinte gerar e manter não só uma EFD ICMS/

IPI para cada estabelecimento com todas as informações refe-

rentes aos períodos de apuração do(s) imposto(s), bem como

todos os documentos fiscais que deram origem à escrituração,

na forma e prazos estabelecidos para a guarda de documentos

fiscais na legislação tributária, observados os requisitos de au-

tenticidade e segurança nela previstos.

O Ato Cotepe/ICMS nº 9, de 18 de abril de 2008, e suas atu-

alizações definiram os documentos fiscais, as especificações

técnicas do leiaute do arquivo digital da EFD ICMS/IPI, que

contém informações fiscais, contábeis, e outras informações

que venham a repercutir na apuração, pagamento ou cobrança

de tributos de competência dos entes conveniados. Apartir de

1º de janeiro de 2009, os contribuintes obrigados à EFD ICMS/

IPI devem escriturá-la e transmiti-la via internet. A obrigato-

riedade encontra-se na legislação estadual.

O Protocolo ICMS 03, de 1º de abril de 2011, fixou o prazo má-

ximo de 1º de janeiro de 2014 para a obrigatoriedade da EFD

ICMS/IPI dos contribuintes ainda não obrigados, excetuan-

do-se contribuintes do Simples Nacional, cujo prazo máximo

para obrigatoriedade foi estabelecido para 1º de janeiro de

2016 e poderia ser antecipado a critério de cada estado. Entre-

tanto, devido à mudança da publicação da Lei Complementar

147/2014e do Protocolo ICMS 49/2015, que dispôs:

Cláusula primeira O parágrafo único da cláusula segunda do

Protocolo ICMS 3/11,de1ºdeabril de2011,passa a vigorar com a

seguinte redação: “Parágrafo único. A dispensa prevista no caput

não se aplica para os estabelecimentos mencionados no inciso II

cuja Unidade Federada tenha estabelecido a obrigatoriedade até

o primeiro trimestre de 2014, conforme § 4ºC do art. 26 da Lei

Complementar nº 123/2006”.

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Assim, nos estados que obrigaram os contribuintes optantes

pelo Simples Nacional até o primeiro trimestre de 2014, estes

continuam obrigados a enviar a EFD ICMS/IPI. No entanto, é

comum que ainda hoje alguns estados disciplinem a obriga-

toriedade da EFD ICMS-IPI pelos contribuintes optantes pelo

Simples Nacional como é o caso, por exemplo, do Ceará que,

por meio da Instrução Normativa 54 de 2016 posteriormente

alterada pela 14de 2017, dispôs sobre a matéria em tela.

Perfil

O Sped fiscal trabalha com três tipos de perfis. De maneira

simplificada, é possível considerar que os perfis são relativos

ao nível de detalhamento da informação que será preenchida

do sistema. Os perfis são sempre definidos a critério das uni-

dades federadas. Portanto, faz-se necessário consultar a legis-

lação vigente do estado onde se presta a obrigação, para saber

qual é o perfil das empresas contribuintes do ICMS e do IPI.

Se, por exemplo, o leiaute do Sped Fiscal oferece a possibilida-

de do preenchimento de 200 registros, o Perfil A, seria mais

detalhado, analítico, onde o contribuinte teria que informar

sobre os referidos 200 registros.

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Já o Perfil B, seria mais resumido, sintético (totalizando por

dia ou mês), no qual o contribuinte precisaria informar apenas

150 registros.

O Perfil C seria ainda mais resumido e sintético, com escritu-

rações mais simplificadas, onde o contribuinte informaria so-

mente 100 registros. Ademais, é muito importante que, caso a

atividade seja muita específica e a legislação local não preveja

qual é o perfil para a atividade fim, sempre nesses casos deve-

-se utilizar o perfil A, que é o mais detalhado.

Apresentaçãodo arquivo EFDICMS/IPI

O arquivo digital deve ser submetido a um programa valida-

dor, fornecido pelo Sped por meio de download, que verifica a

consistência das informações prestadas no arquivo. Após essas

verificações, o arquivo digital é assinado por meio de certifica-

do digital, tipo A1ou A3, emitido por autoridade certificadora

credenciada pela Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira

(ICP-Brasil) e transmitido.

O contribuinte está obrigado a prestar informação, pois a

omissão ou inexatidão de informações poderá acarretar pe-

nalidades e a obrigatoriedade de reapresentação do arquivo

integral, de acordo com as regras estabelecidas pela Adminis-

tração Tributária.

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Periodicidade deinformações

Os arquivos da EFD ICMS/IPI têm periodicidade mensal e de-

vem apresentar informações relativas a um mês civil ou fração,

ainda que as apurações dos impostos (ICMS e IPI) sejam efetu-

adas em períodos inferiores a um mês, segundo a legislação de

cada imposto. Desse modo, a data inicial constante do registro

0000 deve ser sempre o primeiro dia do mês ou outro, se for

início das atividades, ou de qualquer outro evento que altere

a forma e período de escrituração fiscal do estabelecimento.

Adata final constante do mesmo registro deve ser o último dia

do mesmo mês informado na data inicial ou a data de encerra-

mento das atividades ou de qualquer outro fato determinante

para paralisação das atividades daquele estabelecimento. Os

prazos para a transmissão dos arquivos são definidos por le-

gislação estadual.

Assinaturacom Certificado Digital

No âmbito contábil, é de extrema necessidade entender que a

assinatura digital é nada mais que o processo de assinar um

documento com o certificado digital, e que garantirá, conse-

quentemente, a autenticidade do documento. Desta forma, o

certificado digital é uma espécie de documento que identifi-

cará um estabelecimento ou pessoa, podendo ser verificado

junto a autoridade certificadora que o emitiu.

Com essa premissa poderão assinar a EFD ICMS/IPI, com cer-

tificados digitais do tipo A1ou A3:

1.e-PJ ou e-CNPJ que contenha a mesma base do CNPJ (os oito

primeiros caracteres) doestabelecimento;

2.e-PF ou e-CPF do produtor rural ou do representante legal

da empresa no cadastro CNPJ;

3.No caso de sucessão, a EFD ICMS/IPI pode ser assinada com

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certificado digital da sucessora se o CNPJ da sucedida estiver

extinto no cadastro CNPJ da RFB por um dos seguintes even-

tos: incorporação, fusão ou cisão total e se a EFD ICMS/IPI re-

ferir-se a período de apuração anterior ao da data da sucessão.

4.Apessoa jurídica ou a pessoa física com procuração eletrôni-

ca cadastrada no sítio eletrônico da RFB, por estabelecimento.

5.Inventariante com procuração eletrônica cadastrada no sítio

eletrônico da RFB. Cadastramento de Procuração Eletrônica,

conforme o sítio eletrônico da RFB.5

Obs.: No caso de estabelecer Procuração Eletrônica em nome de

filial para terceiros: a) https://cav.receita.fazenda.gov.br/scripts/

CAV/login/login.asp b) Login com certificado digital de pessoa

jurídica; c) Na opção “Alterar perfil de acesso”, selecionar “CNPJ

matriz atuando como CNPJ filial” e alterar; d) Preencher os da-

dos do formulário apresentado e selecionar a opção “Assinatura

da Escrituração Fiscal Digital (EFD-ICMS/IPI) do Sistema Pú-

blico de Escrituração Digital”, constante do quadro “Destinados

tanto a PessoaFísicaquanto a PessoaJurídica”. e)Parafinalizar,

clicar em “Cadastrar procuração” ou “Limpar”ou “Voltar”. O ca-

dastro de procuração eletrônica para inventariante está regula-

mentado no Siscac (sistema de atendimento da RFB) na opção

de concessão de “Procuração RFB” (procuração de uso eletrônico

para realização de serviço disponível pela internet) para inven-

tariante. Inclusive, é possível que o inventariante, caso não seja

elea executaras açõesreferente aocumprimento de obrigações

5http://receita.fazenda.gov.br, na aba Empresa, clicar em “Todos os serviços”, selecio-

nar “Procuração Eletrônica e Senha para pesquisa via Internet”, “procuração eletrô-

nica” e “continuar” ou opcionalmente https://cav.receita.fazenda.gov.br/scripts/CAV/

login/login.asp. Login com certificado digital de pessoa jurídica ou pessoa física (pro-

dutor rural);selecionar “Procuração eletrônica”; a) Selecionar “Cadastrar Procuração”

ou outra opção, se for o caso; b) Selecionar “Solicitação de procuração para a Receita

Federal do Brasil”; c) Preencher os dados do formulário apresentado e selecionar a op-

ção “Assinatura da Escrituração Fiscal Digital (EFD-ICMS/IPI) do Sistema Público de

Escrituração Digital”, constante do quadro “Destinados tanto a Pessoa Física quanto

a Pessoa Jurídica”. d) Para finalizar, clicar em “Cadastrar procuração” ou “Limpar” ou

“Voltar”.

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95

tributárias, fazer uma procuração para que um terceiro possa ser

o outorgante da “Procuração RFB”. Para que se resolva a ques-

tão do CPFcancelado ese registre a procuração, deve-se adotar o

seguinte procedimento: a) O inventariante deverá solicitar à

Unidade de atendimento da RFB de sua jurisdição a alteração da

situação doCPFdocontribuinte falecido, decancelado para regu-

lar. A justificativa para o pedido é que o cancelamento do CPF é

indevido, visto que ainda há obrigação tributária a ser cumprida

e, portanto, oCPF não poderia ter sido cancelado. b) Após oCPF

retornar à situação “regular”, caso o inventariante tenha certifi-

cadodigital válido e,portanto, possaassinar osarquivos da EFD,

ele deverá solicitar a “Procuração RFB”. Se o inventariante não

possuir o certificado digital, ele deverá conceder uma procuração

para que um terceiro (Ex.: escritório de contabilidade/advoga-

do) possa solicitar a procuração. c) A solicitação da “Procuração

RFB”depende de preenchimento prévio do Formulário disponível

na página da RFB na Internet (endereço abaixo). Ao acessar o

formulário e após o preenchimento dos dados cadastrais, deve-

rá ser selecionada a opção específica para a EFD ICMS IPI, que

é “Assinatura de Escrituração Fiscal Digital (EFD) do Sistema

Público de Escrituração Digital (SPED) “http://www.receita.

fazenda.gov.br/Aplicacoes/ATSDR/procuracoesrfb/controlador/

controlePrincipal.asp?acao=telaInicial” d) Após o preenchimen-

to, o formulário impresso deverá ser entregue em uma Unidade

de atendimento da jurisdição do contribuinte, para que seja efeti-

vado ocadastro. Obs.: É importante que oinventariante apresen-

te um documento (cópia do despacho no processo de inventário)

onde é nomeado inventariante. Sem um documento que compro-

ve sua condição de inventariante, a procuração não será aceita

pela rede de atendimento. Após esse procedimento, o titular da

procuração (seja o inventariante ou o terceiro por ele nomeado)

estaráapto à transmissão da EFDICMS IPI”. 6

6 Informações obtidas no sítio eletrônico: sped.rfb.gov.br

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96

Apartir da versão 2.3.0, o PVApassou a permitir a seleção múl-

tipla de arquivos para assinatura.

Prestaçãoe guarda de informações

É fundamental entender que, de acordo com o Art. 173 CTN, o

contribuinte deverá guardar a EFD ICMS/IPI transmitida jun-

tamente com o recibo de transmissão pelo prazo previsto na

legislação, que conforme o artigo é de cinco anos. O arquivo

transmitido e os documentos fiscais que deram origem à es-

crituração devem ser mantidos pelo prazo decadencial. Ressal-

te-se que a responsabilidade pela guarda da informação é do

contribuinte, e não do contador. O contribuinte deve manter

a escrituração fiscal transmitida, o recibo de transmissão, e

toda documentação que dá base à escrituração. Para uma me-

lhor compreensão disso, sugere-se pesquisa no portal do Sped,

através do Guia Prático da EFD ICMS/IPI e do Programa Vali-

dador (PVA)do SpedFiscal.

O arquivo digital da EFD-ICMS/IPI gerado pelo contribuinte

seguirá as especificações do leiaute definidas pelo Ato Cotepe

e deverá apresentar todas as informações econômico-fiscais

e contábeis referentes ao período compreendido entre o pri-

meiro e o último dia do mês civil, inclusive. Conforme consta

no Ajuste Sinief 02/09, fica dispensada a impressão dos livros

fiscais. Considera-se totalidade das informações:

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•Relativas às entradas e saídas de mercadorias e aos serviços

prestados e tomados, incluindo a descrição dos itens de mercado-

rias, produtoseserviços.

•Relativas à quantidade, descrição e valores de mercadorias,

matérias-primas, produtos intermediários, materiais de embala-

gem, produtos manufaturados e produtos em fabricação, em pos-

se ou pertencentes ao estabelecimento do contribuinte declarante,

ou fora doestabelecimento eem poder de terceiros ede terceiros de

possedo informante;

•Relativas à produção de produtos em processo eprodutos acaba-

dos e respectivos consumos de insumos, tanto no estabelecimento

do contribuinte quanto em estabelecimento de terceiro, bem como

oestoque escriturado;

•Qualquer informação que afete o inventário físico e contábil, no

processo produtivo, na apuração, no pagamento ou na cobrança

de tributos de competência dos entes conveniados ou outras de in-

teressedas administrações tributárias.

•Qualquer situação de exceção na tributação do ICMS ou IPI,

tais como: isenção, imunidade, não incidência, diferimento ou

suspensão do recolhimento, também deverá ser informada no

arquivo digital, indicando-se o respectivo dispositivo legal. As

informações deverãoserprestadassoboenfoquedo declarante.

Vale enfatizar que, é obrigatoriedade do contribuinte armaze-

nar o arquivo digital da EFD ICMS/IPI transmitido, dentro dos

requisitos de segurança, autenticidade, integridade e valida-

de jurídica, no prazo fixado pela legislação para a guarda dos

documentos fiscais. A geração, o armazenamento e o envio do

arquivo digital não o dispensam da guarda dos documentos

que deram origem às informações, na forma e prazos determi-

nados pela legislação.

O arquivo deve ser mantido no formato txt, gerado e trans-

mitido (localizado em diretório definido pelo usuário), não se

tratando de cópia de segurança. Os contribuintes obrigados

à EFD ICMS/IPI, inclusive no caso de atividades paralisadas,

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devem apresentar os registros obrigatórios (notação = “O”),

informando, portanto, a identificação do estabelecimento, pe-

ríodo a que se refere à escrituração e declarando, nos demais

blocos, valores zerados, isto significa que não efetuou qual-

quer atividade.

Cópia de Segurança, Exportação de txt e Arquivo Original da

EFDICMS/IPI

O contribuinte deve guardar a EFD ICMS/IPI transmitida jun-

tamente com o recibo da transmissão, pelo prazo previsto na

legislação. Não é o arquivo gerado utilizando a funcionalidade

cópia de segurança nem pela funcionalidade Exportação do

Arquivo txt, ambas do PVA. O recibo de entrega é gerado pelo

ReceitaNet, com o mesmo nome do arquivo para entrega, com

a extensão rec e será gravado sempre no mesmo diretório do

arquivo transmitido. 7

Cadastrode Produtos

O Cadastro de Produtos é um dos principais fatores de gera-

ção de problemas dentro do Sped fiscal. Esse item tem como

7No arquivo do recibo, consta a identificação e também o hash code do arquivo trans-

mitido. Para visualização do recibo, com prévia importação da EFD-ICMS/IPI no PVA,

os arquivos txt: enviado e recibo que devem estar no mesmo diretório. O arquivo txt

exportado (opção Exportar do menu Escrituração Fiscal) leva os dados apenas daquela

EFDICMS/IPI a qual ele se refere, sem assinatura nem dados das demais tabelas cons-

tantes do banco de dados do PVA. O arquivo de Cópia de Segurança gera uma cópia de

todos os dados constantes na base do PVA, incluindo as tabelas auxiliares atualizadas,

se assim estiverem no PVA, na data da cópia. Apartir da versão 2.3.0 , o PVApassou a

permitir a seleção múltipla de arquivos para geração, restauração e exportação de có-

pia segurança. Se o recibo for extraviado, basta certificar-se de que a EFD se encontra

na base do Sped. Instalar o ReceitanetBX, disponível em: http://www.receita.fazen-

da.gov.br/PessoaFisica/ReceitanetBx/default.htm. Necessária certificação digital. Se

você consegue visualizar a EFD, é prova suficiente que referida EFD foi transmitida e,

portanto, encontra-se na base do SPED. Atela de consulta informa o CNPJ, IE, perío-

do, finalidade, identificador do arquivo e data de transmissão. Se você ainda possuir

o arquivo transmitido, basta tentar transmiti-lo novamente que o recibo será gravado

(tem que ser exatamente o arquivo transmitido originalmente). Se você não possui o

arquivo, você pode baixar o arquivo por meio do ReceitanetBX.

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objetivo municiar o leitor de condições de entender como é

que esse cadastro deve ser feito dentro da escrituração fiscal e

desta forma possa orientar possíveis clientes e empresas, com

intuito de evitar retrabalhos e principalmente, erros que cons-

tituam passivos tributários ocultos. Portanto faz-se necessária

uma análise em relação aos itens elencados abaixo:

a) Classificação de Tipo de Item – Desde que o Sped Fiscal

surgiu, com ele existe o cadastro dos produtos e com essa in-

formação sendo transmitida para o fisco, existe uma série de

classificações de itens possíveis. Arespeito disso, as empresas

comerciais trabalham com três tipos de itens:

TIPO 00

•Mercadoria p/ Revenda: Produto adquirido para comerciali-

zação e outros dois tipos: Material de uso e consumo e Ativos

Mobilizados.

TIPO 01

•Matéria Prima: Mercadoria que componha, física e/ou qui-

micamente, um produto em processo ou produto acabado e

que não seja oriunda do processo produtivo. A exemplo dis-

so, o consumidor já compra a matéria prima para ser usada

na fabricação do seu produto acabado ou na fabricação de um

produto em processo. É por isso que ela não é oriunda do seu

processo produtivo.

TIPO 03

•Produto em Processo: Produto oriundo do processo produti-

vo e, preponderantemente, consumido no processo produtivo.

Ressalte-se que é comum existir, geralmente, equívocos em

relação ao Produto em Processo ou Produção em Elaboração,

aquela que foi iniciada, porém nãofoi finalizada. Em explica-

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ções para alunos, costumo falar no exemplo da sola de sapato a

respeito de Produto em Processo. De uma possível indústria de

calçados que tem um processo produtivo voltado para fabrica-

ção de solas de sapatos. Ao finalizar esse processo, ela terá um

produto em processo, porque apesar de este ser oriundo de um

Processo Produtivo, será utilizado, ainda, na produção de um

produto acabado.

TIPO04

•Produto Acabado: Produto oriundo do processo produtivo;

Produto final resultante do objeto da atividade econômica do

contribuinte e pronto para ser comercializado. No caso, ain-

da, da indústria de calçados, o Produto Acabado será o próprio

calçado.

TIPO05

•Subproduto: Oriundo do processo produtivo e não é objeto da

produção principal do estabelecimento. Um exemplo é o apro-

veitamento de sobras de retalhos de uma indústria de con-

fecção, que compra tecidos com o objetivo principal de fazer

o corte deles, mas que acaba utilizando as sobras de retalhos

para a transformação de outros acessórios ou para a venda dos

mesmos.

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TIPO 06

•Produto Intermediário: Produto que embora não se integran-

do ao novo produto, for consumido no processo de industria-

lização. Em minhas aulas costumo citar o exemplo da compra

de uma lixa para ser usada na produção de móveis. O produto,

que foi consumido durante o processo de produção de cadeiras

ou mesas, não irá compor o produto acabado.

Ainda sobre os tipos, é fundamental entender que, essas in-

formações, que são de natureza não fiscal, e, portanto, de na-

tureza gerencial. Quem deve promover essas classificações é a

própria empresa. Elas vão compor o Cadastro de Produtos, e

essas informações serão utilizadas, em alguns momentos, tan-

to no documento fiscal eletrônico como, com toda certeza, será

utilizada na escrituração fiscal digital.

b)Ficha Técnica dos Produtos - Além disso, é necessário tam-

bém buscar a compreensão em torno da Ficha Técnica dos

Produtos. Sempre que for mencionado que o tipo do item é,

por exemplo, Produto Acabado, ou Tipo em Processo e de In-

dústria, terá que preencher a ficha técnica dos mesmos. Ela é

informada no registro 0210, onde deverá ser anunciada uma

previsão dos materiais que serão consumidos no processo pro-

dutivo.

c)Itens com descrição repetida - Problemas no cadastro do

produto fazem com que muitas vezes o mesmo produto pos-

sua vários códigos no sistema gerencial da empresa.

d)Itens com códigos similares - Problemas de parametrização

na codificação dos produtos contribuem diretamente para que

sejam detectadas omissões de entradas e saídas nos estoques

fiscais.

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e)Fator de conversão - Sempre que a entidade utilizar uma

unidade de medida para controlar o inventário que seja dife-

rente da usada na comercialização, deve ser informado o fator

de conversão.

f)Unidades de medidas - É importante destacar o código da

unidade de medida usada na comercialização e controle de

estoque de determinado produto bem como a descrição que

identifique a unidade.

g)Análise horizontal dos itens - Variável de análise do compor-

tamento do preço dos produtos em determinado período de

tempo, em muitos casos evidência casos de subfaturamento.

h)Classificação das NCMs e impactos tributários - Aclassifica-

ção da NCM do produto representa nos dias atuais um enorme

gargalo para correta parametrização tributária dos itens, uma

vez que para a correta identificação de qual código deverá ser

utilizado requer uma série aprofundada de estudos a respeito

de várias características do item que está sendo classificado.

Nesse contexto, é sabido que quem deve promover essas clas-

sificações é a própria empresa, ou seja, todos esses problemas

são de natureza gerencial, em informações que compõe a es-

crituração fiscal. É de extrema importância entender que an-

tes de se saber sobre o leiaute e a geração das informações no

Sped Fiscal, é importante entender que esse trabalho se inicia

na empresa, na gestão das informações e dos processos que

chagam atéa contabilidade.

Blocos eregistros

A EFD ICMS-IPI está dividida em blocos, registros e campos.

Cada bloco contém uma quantidade de registro e cada regis-

tro compõe diversos campos que devem ser preenchidos. A

respeito disso, observa-se que, ao selecionar o menu do siste-

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ma de informações contábeis, é possível verificar uma aba de

cadastros voltado para empresas, estabelecimentos, contador,

operações fiscais etc.

Nesse mesmo trâmite, é possível observar o Sped através da

aba de cadastro que corresponde a um bloco de informações,

e que cada um desses cadastros possíveis corresponde a um

registro. Ao selecionar, por exemplo, o cadastro da empresa o

seu sistema de informações contábeis pedirá que sejam pre-

enchidas diversas informações, tais como: endereço, telefone,

e-mail, CNPJ etc. Estes são os campos desse registro.

Entre o registro inicial (registro 0000) e o registro final (9999),

o arquivo digital é constituído de blocos, cada qual com um re-

gistro de abertura, com registros de dados e com um registro

de encerramento, referindo-se cada um deles a um agrupa-

mento de documentos e de outras informações econômico-fis-

cais. Aapresentação de todos os blocos, na sequência, confor-

me Tabela Blocos (item 2.5.1 do Ato COTEPE/ICMS nº 09, de 18

de abril de 2008), é obrigatória, sendo que o registro de abertu-

ra do bloco indicará se haverá ou não informação.

Como já adiantado, o Sped Fiscal é dividido em vários blocos.

São eles:

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Bloco 0 - Abertura, Identificação e Referências

Bloco C - Documentos Fiscais I – Mercadorias (ICMS/IPI)

Bloco D - Documentos Fiscais II – Serviços (ICMS)

Bloco E - Apuração do ICMS e do IPI G* Controle do Crédito de

ICMS do Ativo Permanente– CIAP

Bloco H - Inventário Físico – enviado, em regra, anualmente.

Bloco K- Controle da Produção e do Estoque 1Outras Informa-

ções 9 Controle e Encerramento do Arquivo Digital

Bloco G* - incluído para vigorar a partir do período deapura-

ção de janeiro de 2011.

Bloco 1 – Outras informações

Bloco 9 - Controle e Encerramento do Arquivo Digital

Os blocos devem ser organizados e dispostos na sequência es-

tabelecida no item 2.5 do Ato COTEPE/ICMS nº 09, de 18 de

abril de 2008 e alterações, ou seja, inicia-se com o bloco 0 e

seus registros, na sequência o bloco C e registros correspon-

dentes, depois o bloco D e os outros, e, ao final, o bloco 9, que

encerra o arquivo da EFD ICMS/IPI. Quando uma EFD ICMS/

IPI for digitada diretamente no PVA, os registros de abertura

e fechamento de blocos serão gerados automaticamente e não

serão visualizados.

Os registros são compostos de campos que devem ser apresen-

tados de forma sequencial e conforme estabelecido no leiaute

do respectivo registro com todos os campos previstos indepen-

dentemente de haver ver ou não informação a ser prestada na-

quele campo (a exclusão de campos ocasiona erro na estrutura

do registro). Dentro da hierarquia, a ordem de apresentação

dos registros é sequencial e ascendente. Todos os registros

com a observação de “registro obrigatório” devem constar do

arquivo. Essas observações podem ser analisadas nas informa-

ções do GuiaPrático:

•Os registros que contêm a indicação “Ocorrência - um (por ar-

quivo)” devem figurar uma única vez no arquivo digital; • Os

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registros que contêm itens de tabelas, totalizações, documentos

(dentre outros) podem ocorrer uma ou mais vezes no arquivo por

determinado tipo de situação. Estes registros trazem a indicação

“Ocorrência - vários (por arquivo)”, “Ocorrência - um (por perí-

odo)”, “Ocorrência - vários (por período), etc.”. • Um “Registro

Pai” pode ocorrer mais de uma vez no arquivo e traz a indica-

ção “Ocorrência - vários por arquivo”; • Um registro dependente

(“Registro Filho”) detalha o registro principal e traz a indicação:

“Ocorrência - 1:1” significa que somente deve haver um único

registro Filho para o respectivo registro Pai; “Ocorrência - 1:N”

significa que pode haver vários registros Filhos para o respectivo

registro Pai. • A geração do arquivo requer a existência de um

“Registro Pai”, quando houver um “Registro Filho”. • São mu-

tuamente excludentes os registros referentes à representação do

documento, na íntegra (e os respectivos registros dependentes), e

os registros referentes a resumos do mesmo documento. Ou seja,

somente uma das ocorrências será aceita, de acordo com o perfil

deapresentação da EFD-ICMS/IPI.

Conforme consta no guia, estabelecimentos que possuem obri-

gatoriedade com a EFD ICMS/IP, mesmo com atividades para-

lisadas, sem movimento, são obrigados a apresentar arquivo

informando, no mínimo, os registros obrigatórios. Imagina-

-se, como exemplo, uma empresa comercial, de regime nor-

mal, tributada pelo ICMS, e que ela está parada de movimenta-

ção, mas não está inativa e nem foi baixada. Por mais que esta

não esteja comprando nem vendendo mercadoria, ainda sim

se estiver dentro do campo da obrigatoriedade do Sped Fiscal,

terá que enviar o arquivo sem movimento, contendo apenas as

informações que são obrigatórias como: o nome da empresa,

contador responsável, inscrição estadual, perfil, dentre outros.

O primeiro registro do Bloco 0, de abertura do arquivo digital,

identificação da entidade e referências, é o 0000, que se trate

de uma ocorrência obrigatória dentro do Sped. Ele correspon-

de ao primeiro registro do arquivo. Nele, o contribuinte deve-

rá informar, por exemplo, qual é o código da versão do leiaute

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informado, se trata de um arquivo original ou de uma substi-

tuição, ou seja, se está enviando um arquivo retificador, data

inicial e final das informações, o nome empresarial, perfil do

arquivo etc. Também serão encontrados neste bloco os dados

do contabilista, mesmo que esta seja funcionário da empresa

ou prestadorde serviços.

O Sped Fiscal define que as tabelas e os lançamentos constan-

tes no arquivo serão identificados através de códigos associa-

dos às tabelas externas. O leiaute do sistema é composto de

tabelas internas e externas. As externas são as que existem in-

dependentes do Sped Fiscal, como as tabelas abaixo:

•Tabela de CFOP

•Tabela de NCM

•Tabela de Municípios– IBGE

Se estas existem independentemente do referido sistema, não

tem porque o contribuinte trazer informações da tabela para

dentro do Sped antes de utilizar um desses códigos. Logo, ele

poderá utilizar um NCM ou um CFOP, sem ter que criar uma

tabela dos mesmos.

As tabelas internas são particulares para cada contribuinte.

Ou seja, cada empresa terá particularmente suas informações

a respeito do envio do Sped Fiscal. É o caso da:

•Tabela de Cadastro de Participante (Informações de clientes

e fornecedores a serem localizadas no Registro 0150 do Sped

Fiscal)

•Tabela de Identificação do Item (Cadastro de Produtos da

empresa a ser localizado no Registro 0200)

•Tabela de Natureza da Operação (Muito utilizada na NFe)

•Tabela de Unidade de Medidas (Registro 0190)

•Tabela de Fatores de Conversão (Registro 0220)

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Arespeito do Registro 0150, referente à Tabela de Cadastro do

Participante, o Guia Prático define que se trata de uma ins-

crição utilizada para informações cadastrais de pessoas físi-

cas e jurídicas, participantes dos documentos fiscais. Ou seja,

clientes ou fornecedores. Já o Cadastro de Produto, o Registro

0200, o guia determina como um registro que tem como obje-

tivo informar a mercadorias, serviços, produtos ou qualquer

outro item usado em transações fiscais. É importante ressaltar

que, problemas nos cadastros de produtos acabam acarretan-

do em omissões de entradas e saídas, conforme foi estudado

incialmente.

Contudo recomenda-se que sejam feitas revisões dos cadas-

tros dos produtos e se estes estão atualizados. É aconselhável

que, cadastros de empresas industriais ou comerciais sejam

atualizados, pelo menos, duas vezes por ano, ou seja, de seis

em seis meses. Afinal existe um risco fiscal associado ao geren-

ciamento das informações, principalmente das relacionadas

ao cadastro de identificação do item, do Cadastro de Produto.

O guia também estabelece que, as informações referentes aos

documentos deverão ser prestadas sob o enfoque do infor-

mante do arquivo, tanto no que se refere às operações de en-

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tradas ou aquisições quanto no que se refere às operações de

saída ou prestações:

• Código do Item

• CST

• CFOP

Ou seja, não irá interessar qual é o Código do Item ou CST ou

CFOP que o fornecedor usou, mas sim o que essas informações

são para o contribuinte. Como exemplo é possível citar sobre

a compra de um mesmo produto de três fornecedores diferen-

tes: cada um desses utiliza um código diferente, descrição de

produto diferente, apesar de, na mesma essência, se tratar da

mesma mercadoria. Então se faz necessário dar entrada no

sistema, no mesmo código de produto, no intuito de evitar que

se crie cadastro de produtos que pode sujar o sistema e fazer

com que o utilize de maneira indevida acarretando em omis-

sões de entrada ou de saída.

No Bloco C serão escriturados os documentos fiscais de mer-

cadorias tributadas pelo ICMS/IPI. É importante perceber que

existe blocos de informações cadastrais, que é o Bloco 0, e blo-

cos de movimentações, onde serão informadas as transações

comerciais praticadas pelo contribuinte, que são os blocos C

e D.

Ainda sobre o “C”, no Registro C100 fica claro que se trata da

Nota Fiscal (Código 1), Nota Fiscal Avulsa (Código 1B), Nota

Fiscal de Produtor (Código 04), NF-e (Código 55) e NFC-e (Có-

digo 65). O guia aponta que este registro deverá ser gerado

para cada um desses modelos de documento fiscal, registran-

do a entrada ou a saída de produtos ou outras situações que

envolvam a emissão dos referidos documentos fiscais.

Nessa premissa é interessante destacar que o Sped oferece no-

vos conceitos a exemplo das informações serem orientadas a

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processos. Antes dele, as escriturações de documentos fiscais

eram feitas podendo fazer o cadastro de informações na hora,

podendo, também, referenciar produtos, clientes e fornecedo-

res sem que anteriormente precisasse fazer um cadastro pré-

vio destes.

Com o Sped, isso não é possível. Este sendo orientado a proces-

so significa que só se poderá utilizar um documento fiscal com

um produto que estiver anteriormente cadastrado no Cadastro

de Identificação do Item. Só se poderá utilizar uma venda para

um cliente, se este estiver devidamente cadastrado no Registro

0150, de Participantes. Ou seja, o Sped usa as informações das

suas tabelas cadastrais com as suas movimentações.

No Bloco D as escriturações serão voltadas para documentos

fiscais de serviços tributados pelo ICMS, sendo estes de trans-

porte e de comunicação: Nota Fiscal de Serviço de Transpor-

te (Código 07) e Conhecimentos de Transporte Rodoviário de

Cargas (Código 08), Conhecimentos de Transporte de Cargas

Avulso (Código 8B), Aquaviário de Cargas (Código 09), Aéreo

(Código 10), Ferroviário de Cargas (Código 11)e Multimodal de

Cargas (Código 26), Nota Fiscal de Transporte Ferroviário de

Carga (Código 27) e Conhecimento de Transporte Eletrônico –

CT-e (Código 57). O registro, segundo o guia, deve ser apresen-

tado por todos os contribuintes adquirentes ou prestadores

dos serviços que utilizem os documentos citados acima.

O bloco é composto pelo o Registro D500, Nota Fiscal de Servi-

ço de Comunicação (Código 21) e Nota Fiscal de Serviço de Te-

lecomunicação (Código 22), que tem como objetivo apresentar

as notas fiscais de serviços de comunicações. A escrituração

alerta que, para os documentos de entrada, os campos de va-

lor/contribuição, base de cálculo e alíquota só devem ser infor-

mados se o adquirente tiver direito à apropriação do crédito,

que irá de maneira automática para a apuração.

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110

O Bloco E, de Apuração do ICMS e IPI, é referente aos regis-

tros dos dados relativos à apuração do ICMS e do IPI, de acor-

do com o Guia Prático. Pode-se afirma que se trata de um dos

principais blocos. Ele é resultante das informações que já fo-

ram preenchidas nos blocos C e D. Aexemplo disso, se houver

um interesse em apurar créditos de ICMS, é importante que no

Bloco C, onde foram escrituradas as notas de entrada, tenham

sido destacados corretamente os créditos de ICMS, porque es-

ses serão transportados automaticamente para apuração. Da

mesma forma, os débitos de ICMS chegam diretamente dos

blocos C e D, que são de movimentação. Logo, as vendas vão

informar os débitos tributários que constarão na apuração.

O Bloco G, de Controle de Crédito do Ativo Permanente (CIAP)

é onde haverá o controle permanente o ICMS incidente sobre

o ativo permanente. Como principal exemplo, é possível des-

tacar o Registro G110: ICMS, que tem como objetivo prestar

informações a respeito do saldo de ICMS do CIAP. Para que

se possa fazer um Sped Fiscal de maneira segura, é importan-

te que se tenha um bom conhecimento sobre a legislação do

ICMS e do IPI.

O Bloco H, referente a inventário, apresenta dois registros

considerados relevantes a serem estudados: H005 e o H010.

O H005, que se refere aos totais de inventário, e servem para

descriminar os valores totais dos itens/produtos do inventário

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111

realizado em 31de dezembro em cada exercício ou nas demais

datas estabelecidas pela legislação fiscal ou comercial. Ressal-

te-se que existe uma legislação desde 1970, que prevê a escritu-

ração do grupo de registro de inventário. Quando o inventário

vai para o Sped Fiscal, faz-se apenas a substituição do modelo

de papel, pelo seu equivalente digital. O Art. 76 do Convênio

ICMS S/N de 1970 apresenta detalhes de como deve ser preen-

chido o inventário.

O registro H005 informa a data do inventário, 31de dezembro

do ano anterior, além do valor total do documento. Observa-se

que este deve ser enviado anualmente, e em regra, é enviado

no Sped de fevereiro, que é mandado em março. Nesse Sped

de fevereiro, é viável anexar todo o inventário físico, informar

o código e descrição dos produtos, valor unitário, quantida-

de, valor total, e os códigos das contas analíticas que mostram

onde o produto deve estar debitado na contabilidade.

O Bloco K é um livro de controle da produção de estoque, que

é enviado mensalmente dentro do arquivo do Sped Fiscal, da

EFD ICMS IPI. Essa obrigatoriedade se aplica às indústrias e

aos comércios atacadistas. São pontos de atenção do Bloco

K: controle mensal dos estoques; monitoramento do estoque

fiscal das indústrias; informações de movimentações físicas x

fiscais; escrituração fiscal terceirizada, e adequação dos siste-

mas.

Sobre esse aspecto, um dos pontos que costumo comentar em

minhas aulas, que discorre sobre a dificuldade de implantação

do Bloco Knas indústrias, é por exemplo a exigência que existe

no registro K235, do campo 5, onde se deve informar uma subs-

tituição de insumos que tenha acontecido no momento da pro-

dução. Imagine que foi criada uma ficha técnica da fabricação

de uma mesa e foi informado que iria usar a tinta X, porém,

no momento da fabricação foi percebido que a tinta X está em

falta, logo, o insumo foi substituído. O Bloco Kprevê que esse

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tipo de substituição de insumo seja apresentado dentro da es-

crituração digital.

Ressalte-se que, as escriturações fiscais contém uma série de

informações que são não fiscais. Além disso, se não houver o

envolvimento de toda empresa, principalmente no que diz res-

peito ao gerenciamento dos recursos, sejam estes humanos,

capitais, software, processos, é impossível realizar uma pres-

tação de informações seguras e sustentável dentro do Bloco K.

Para uma melhor compreensão e uso de todos os blocos e re-

gistros é importante frisar que, o Sped Fiscal é o novo modelo

de apresentação das escriturações fiscais, que substitui o mo-

delo de papel pelo seu equivalente digital. Estão obrigados ao

envio da EFD ICMS/IPI os contribuintes do ICMS e do IPI no

regime normal de tributação, ficando, na maioria dos estados

do Brasil, dispensados os contribuintes optantes pelo Simples

Nacional. Para garantir esse dispensa, é importante ressaltar

também seja verificada a legislação local.

O Sped Fiscal é enviado mensalmente. Algumas informações

tem natureza anual que é o caso do Bloco H, do Livro de Re-

gistro de Inventário. Porém, as demais informações que com-

põem a escrituração fiscal são enviadas mensalmente.

Ademais, não é preciso imprimir os livros fiscais. Para todos os

contribuintes do ICMS e IPI que estiveram obrigados ao envio

do Sped Fiscal, o envio do arquivo substitui a impressão de li-

vros de entrada, saída, apuração do ICMS e do IPI, de Controle

do Inventário, CIAP.

E por fim é relevante saber que o Bloco K é o livro da produção

de controle do estoque dentro do Sped Fiscal.

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114

Escrituração Fiscal

Digital (EFD)

Contribuições

capítulo5

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115

Contextualização

Antes de iniciar este capítulo, que tem como objetivo aprofun-

dar os aspectos da EFD Contribuições se faz necessário voltar

a repensar sobre a legislação das obrigações principais, já cita-

da nesta obra, tendo em vista que muitas das dificuldades no

comprimento das obrigações acessórias, no modelo do Sped,

se dá pelo desconhecimento da legislação das obrigações prin-

cipais. Portanto, é muito importante ter o domínio da aplica-

ção e da legislação da obrigação principal. Então, para que se

possa fazer de maneira segura e eficaz a obrigação acessória

é fundamental dominar ou pelo menos ter um bom entendi-

mento da aplicação da legislação da obrigação principal.

No caso da EFD Contribuições, é imprescindível entender e

apurar de maneira segura e correta as contribuições para PIS,

Cofins, e a Previdenciária sobre a Receita Bruta. É preciso en-

tender bem sobre a hierarquia normativa relacionada a essas

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contribuições, e que a matriz constitucional é a principal fon-

te normativa de direito tributário. Depois disso, é necessário

compreender que vêm, em seguida, as leis complementares

que instituem os tributos na maioria dos casos, as leis ordi-

nárias e medidas provisórias, além dos decretos e instruções

normativas.

O estudo aprofundado dessas contribuições vale, principal-

mente, para Pis e Confins, uma vez que estão entre os tribu-

tos mais onerosos para as empresas. Ambos representam mais

de 30% de arrecadação da Receita Federal, segundo o órgão.

Ademais ambos possuem uma legislação complexa, instável e

esparsa. A exemplo disso pontua-se a ausência de um regula-

mento dos tributos citados, assim como existem regulamentos

do imposto de renda e do ICMS, acabam dificultando seu es-

tudo e sua aplicação. O PIS e a Cofins também possuem regras

de não cumulatividade bem diferentes das não cumulativida-

des do ICMS e IPI.

É importante também salientar, dentro da área do tributário,

saber encontrar respostas para a maioria das perguntas. Em

treinamentos que realizo costumo sempre dizer para os alunos

que a área tributária, por ser considerada bem extensa, não é

viável alguém se achar detentor máximo do conhecimento a

respeito de tributos. É um risco subestimá-los. E se por um

acaso seja identificado alguém que o faça, desconfie. Isso por-

que se o usuário se basear apenas pelo regulamento do ICMS,

é preciso atentar para o fato de que existem estados que pos-

suem mais de 1.600 artigos. O que se observa aqui é sobre o

regulamento de um único estado, e não da hipótese de se fazer

a junção dosdemais.

E no que se refere a PIS e Cofins e antes de aprofundar sobre

a EFD Contribuições é importante salientar que, por exemplo,

uma pessoa que se aprofunda na parte da legislação, e deco-

ra todas elas, ainda não seria suficiente para resolver algumas

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questões que até hoje geram dúvidas tais como: definição e

conceito de receitas e de insumos. Ou seja, em matéria de

tributário se faz fundamental encontrar respostas para esses

questionamentos. Dentro dessa linha de raciocínio é viável

pontuar sobre as principais legislações relacionadas aos refe-

ridos tributos.

Em um breve resumo em relação às legislações que definem

os referidos tributos faz-se necessário entender a sequência

abaixo:

1)Lei Complementar n° 07/1970 – institui o PIS;

2) Lei Complementar n° 70/1991– institui a Cofins;

(Obs: apesar dessas (PIS e Cofins) duas contribuições terem

direcionamentos associados, existe um extenso lapso tempo-

ral diante a criação delas.

3)Lei n° 9.718/1998 – que regulamenta o Regime Cumulativo de

contribuições para PIS e Cofins;

4)Lei n° 10.637/2002 – que trouxe o Regime Não Cumulativo

para PIS;

5)Lei n° 10.833/2003 – que trouxe o Regime Não Cumulativo

para Cofins;

6)Lei n° 10.865/2004 – que fala sobre a incidência do PIS/Co-

fins paraas importações.

É importante ressaltar que existem diferenças básicas entre os

regimes cumulativos e não cumulativos no que se refere a Al-

cance, Base de Cálculo, Alíquotas Básicas, Créditos, Reconhe-

cimento eDevoluções.

EFDContribuições

AEFD Contribuições traz uma diferença de ser completamen-

te digital, como já diz o nome. Ou seja, com a escrituração o

contribuinte não tem mais demonstrativos, preenchimentos

de fichas que poderiam ser impressas e arquivadas para a se-

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gurança da empresa. Hoje o modelo de apresentação das escri-

turações é 100% digital. A EFD Contribuições foi estabelecida

com o objetivo de simplificar os processos e reduzir as obri-

gações acessórias impostas aos contribuintes, apresentado em

forma digital, com transmissão via internet.

Logo, a escrituração trata-se de um arquivo digital instituído

no Sped para ser utilizado pelas pessoas jurídicas de direito

privado na escrituração da contribuição para o PIS/Pasep e da

Cofins, nos regimes de apuração não-cumulativo e/ou cumula-

tivo, com base no conjunto de documentos e operações repre-

sentativos das receitas auferidas, custos, despesas, encargos e

aquisições geradores de créditos da não cumulatividade.

Com o advento da Lei nº 12.546 de 2011, a EFD Contribuições

considerou também a escrituração digital da Contribuição

Previdenciária sobre a Receita Bruta, incidente nos setores

de comércio, serviços e indústrias, no auferimento de receitas

referentes aos CNAE, atividades, serviços e produtos (NCM)

nesta relacionados.

Os documentos e operações da escrituração representativos de

receitas auferidas e de aquisições, custos, despesas e encargos

incorridos serão relacionadas no arquivo da EFD Contribui-

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ções em relação a cada estabelecimento da pessoa jurídica. A

escrituração das contribuições sociais e dos créditos e da Con-

tribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta será efetuada de

forma centralizada, em arquivo único mensal, pelo estabele-

cimento da matriz da pessoa jurídica. Exceção à regra do ar-

quivo único recai em relação às SCP, cujos arquivos devem ser

gerados de forma individualizada e separadamente das opera-

ções próprias da pessoa jurídica sócia ostensiva.

O arquivo da EFD Contribuições deverá ser validado, assina-

do digitalmente e transmitido, via internet, ao ambiente Sped.

Conforme disciplina a Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º

de março de 2012, estão obrigadas à escrituração fiscal digital

em referência:

I.- em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, refe-

rentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de

2012, as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre

a Renda com baseno LucroReal;

II.- em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, re-

ferentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de

2013, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Impos-

to sobrea Renda com baseno LucroPresumidoouArbitrado;

III.- em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, re-

ferentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de

2014, as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e9º do art. 3º da

Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20

de junho de1983;

IV.- em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita,

referente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de

2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as atividades relacio-

nadas nosarts. 7ºe8º daMedida Provisórianº 540,de2deagosto

de2011,convertidana Leinº 12.546,de2011;

V.- em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita,

referente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de

2012,aspessoasjurídicasquedesenvolvam asatividadesrelacio-

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nadasnos §§ 3ºe4ºdoart. 7ºenos incisos III a V docaputdoart.

8º da Lei nº 12.546, de2011.

Apessoa jurídica poderá retificar os arquivos originais da EFD

Contribuições em cinco anos contados do primeiro dia do

exercício seguinte àquele a que se refere à escrituração, sem

penalidade. No entanto, a retificação não será validada pela

Receita Federal caso seja para reduzir débitos que já tenham

sido encaminhados à PFN, que tenham sido objeto de audito-

ria interna ou de procedimento de fiscalização; para alterar dé-

bitos em relação aos quais a pessoa jurídica tenha sido intima-

da de início de procedimento fiscal; e, finalmente, para alterar

créditos já objeto de exame em procedimento de fiscalização

ou objeto de análise de PERDComp.

A partir de sua base de dados, a pessoa jurídica deverá gerar

um arquivo digital de acordo com leiaute estabelecido pela

Secretaria da RFB informando todos os documentos fiscais e

operações com repercussão no campo de incidência das con-

tribuições sociais e dos créditos da não-cumulatividade, além

da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta referen-

te a cada período de apuração das respectivas contribuições.

Este arquivo deverá ser submetido à importação e validação

pelo Programa Validador e Assinador (PVA da EFD Contribui-

ções) fornecido no sítio eletrônico do Sped e da RFB. 8

Como pré-requisito para a instalação do PVA EFD Contribui-

ções é necessária à instalação da máquina virtual do Java. Após

a importação ou criação da escrituração, esta poderá ser visu-

alizada pelo próprio Programa Validador, com possibilidades

8 A PJ poderá também, a partir da versão 2.0.1A do PVA da EFD-Contribuições, criar

uma escrituração mediante a digitação de todos os dados necessários no próprio PVA,

ou seja, sem a necessidade de importar arquivos. Este PVA também permite editar/

excluir/adicionar as informações necessárias à escrituração de qualquer operação su-

jeita a incidência das referidas contribuições.

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de pesquisas de registros ou relatórios do sistema. Outras fun-

cionalidades do programa: digitação, alteração, assinatura di-

gital da EFD Contribuições, transmissão do arquivo, exclusão

de arquivos, geração de cópia de segurança e sua restauração.

De acordo com o Guia Prático, o programa gerador de escritu-

ração possibilitará:

1.Importar o arquivo com o leiaute da EFD Contribuições de-

finido pela RFB;

2.Criar uma nova escrituração, mediante digitação completa

dos dados;

3.Validar o conteúdo da escrituração e indicar dos erros e avi-

sos;

4.Editar via digitação os registros criados ou importados;

5.Emissão de relatórios da escrituração;

6.Geração do arquivo digital, para assinatura e transmissão

ao Sped;

7.Assinar do arquivo gerado por certificado digital;

8. Efetuar a transmissão do arquivo ao Sped.

Aperiodicidade de apresentação do arquivo da EFD Contribui-

ções é mensal, devendo ser transmitido, após a sua validação e

assinatura digital, até o décimo dia útil do segundo mês subse-

quente ao de referência da escrituração.

A EFD Contribuições integra o projeto Sped, em consonância

com o Decreto nº 6.022, de 22 de janeiro de 2007, que preten-

de a integração dos fiscos federal, estaduais, Distrito Federal

e, futuramente, municipais, e dos Órgãos de Controle com a

padronização, racionalização e compartilhamento de infor-

mações fiscais digitais. Ademais, procura integrar todo o pro-

cesso relativo à escrituração fiscal, com a substituição do pa-

pel por um documento eletrônico com validade jurídica para

todos os fins. Portanto, todos os documentos eletrônicos são

assinados digitalmente por meio de certificados digitais váli-

dos expedidos segundo as regras estipuladas pelo ICP-Brasil,

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representantes legais ou seus procuradores, tendo este arqui-

vo validade jurídica para todos os fins, nos termos dispostos na

Medida Provisória nº 2200-2, de 24 de agosto de 2001.

Basicamente, a EFD Contribuições objetiva apresentar a escri-

turação dos documentos fiscais e os demonstrativos de apu-

ração do PIS da Cofins e da CPRB. Todavia, ela também apre-

senta, em muitos momentos: Créditos decorrentes de fusão,

cisão ou incorporação; valores retidos na fonte; informações

de processos administrativos e/ou judiciais; demonstrações de

operações extemporâneas e controle de créditos apurados tan-

to no período como em períodos anteriores.

É preciso apresentar todos os documentos fiscais da EFD Con-

tribuições? Só devem ser escriturados aqueles geradores de

créditos que estiverem no CST 50 a 56, que se referem aos cré-

ditos básicos, ou de 60 a 66, no caso de créditos presumidos.

No caso de documentos fiscais de saídas, faz-se necessário

apenas relacionar os documentos referentes às receitas. Com

isso é importante destacar que existem duas formas de enviar

a EDF Contribuições: a maneira detalhada, que se aplica, em

regra, às empresas do regime não-cumulativo, ou a maneira

consolidada ou resumida, que se aplica às empresas do regime

cumulativo.

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Como principal exemplo disso pontua-se as empresas tributa-

das pelo Lucro Presumido, que podem optar por manter uma

declaração resumida. Por vezes é comum notar muitas pesso-

as que fazem o preenchimento da EDF Resumida dentro do

próprio PVA. O Ato Declaratório Executivo (ADE) Cofis 24 de

2011 se refere ao leiaute específico de preenchimento da EDF

Resumida, e que especifica alguns registros específicos para

o Regime de Caixa (F500/F510/F525) e outros registros para o

Regime de Competência (F550/F560), sempre utilizando o re-

gistro 1900 para consolidar os documentos emitidos no perío-

do. Na prática é possível perceber que a EFD Contribuições, no

Regime Cumulativo, acaba sendo bem simplificada em com-

paração ao RegimeNão-Cumulativo.

Ao falar sobre escriturações fiscais digitais, principalmente no

Sped Fiscal e na EDF Contribuições, é sempre importante lem-

brar que as informações que nascem nos documentos fiscais,

agora eletrônicos conforme estudado no capítulo 1, transitam

pelas escriturações fiscais, que são referentes ao capítulo 2, e

desaguam nas escriturações contábeis, que se refere ao capí-

tulo 3desta obra.

Ou seja, para que se faça uma apuração correta e essa é de-

monstrada tanto no Sped Fiscal como na EDF Contribuições, é

preciso ter um Cadastro do Produto bem feito, pois cadastros

estando corretos ocasionam a emissão correta dos documen-

tos fiscais, e com a informação correta no documento, a apura-

ção ficará correta. É uma estratégia lógica e exata.

Porém, a obrigação tributária brasileira não se encerra na apu-

ração correta do tributo. Depois de se apurar corretamente o

tributo, é preciso gerar o arquivo da obrigação acessória, ana-

lisa-lo detalhadamente, verificar se existem possíveis erros ou

contingências, promover a correção dos mesmos na origem

da base de dados. Ou seja, evitar se possível, jamais fazer cor-

reções manualmente dentro do PVA,ou dentro do arquivo de

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texto, e sim fazer dentro da base de dados do sistema de ori-

gem, prioritariamente até no próprio cliente. Isso evitará re-

dundâncias eretrabalhos.

Um exemplo é o caso de uma importação de um arquivo da

EDF Contribuições para dentro do PVA, sendo que este mos-

trou a informação da existência de 10 fornecedores que se

encontram com problemas cadastrais. É possível acessar rapi-

damente o PVA e corrigir as informações cadastrais desses 10

fornecedores, o problema é que, no mês seguinte, ao importar

novamente o arquivo, vão constar, repetidamente, os 10 erros

dos 10fornecedores.

Legislação

A aplicação de procedimentos de um sistema requer o máxi-

mo de cuidado e atenção por parte de seus usuários. No que

diz respeito à legislação voltada para EFD Contribuições não

poderia ser diferente para os usuários do Sped. Em virtude

dessa premissa básica é necessário entender que, conforme

instituído pela Instrução Normativa RFB nº 1.052, de 5de julho

de 2010, sujeitam à obrigatoriedade de geração de arquivo da

Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/Pasep

e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social

(Cofins) - EFD PIS/Cofins, as pessoas jurídicas de direito pri-

vado em geral e as equiparadas pela legislação do Imposto de

Renda, que apuram a Contribuição para o PIS/Pasep e a Cofins

com base no faturamento mensal.

Com o surgimento da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1

de março de 2012, tornou-se obrigatória à geração de arquivo

da Escrituração Fiscal Digital das Contribuições, a partir de

2012, para as pessoas jurídicas contribuintes do PIS/Pasep e

da Cofins e para os contribuintes da Contribuição Previdenci-

ária sobre a Receita Bruta (MP nº 540/2011, convertida na Lei nº

12.546/2011), nos períodos aseguir:

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I.- em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, refe-

rentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de

2012, as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre

a Renda com baseno LucroReal;

II.- em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, re-

ferentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de

2013, as demais pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Impos-

to sobrea Renda com baseno LucroPresumidoouArbitrado;

III.- em relação à Contribuição para o PIS/Pasep e à Cofins, re-

ferentes aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de janeiro de

2014, as pessoas jurídicas referidas nos §§ 6º, 8º e9º do art. 3º da

Lei nº 9.718, de 27 de novembro de 1998, e na Lei nº 7.102, de 20

de junho de1983–BlocoI daEFD-Contribuições;

IV.- em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita,

referente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de março de

2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as atividades relacio-

nadasnosarts. 7ºe8º daMedida Provisórianº 540,de2deagosto

de2011,convertidana Lein º 12.546,de2011;

V.- em relação à Contribuição Previdenciária sobre a Receita,

referente aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de abril de

2012, as pessoas jurídicas que desenvolvam as atividades relacio-

nadas nos arts. 7 º e 8 º e anexos da Lei nº 12.546, de 2011 (grifos

originais).

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126

O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 65, de 2012, aprovou o

Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o

PIS/Pasep e da Cofins aplicável às pessoas jurídicas referidas

nos parágrafos 6º, 8º e 9º do artigo 3º da Lei nº 9.718/98 (Ins-

tituições financeiras e demais pessoas jurídica de tributação

equiparada), em relação aos fatos geradores ocorridos a partir

de 1º de julho de 2013. O leiaute em referência foi atualizado

pelo ADE Cofis nº 91, de 2013. A escrituração do Bloco I, pelas

pessoas jurídicas referidas no item III, só é de natureza obriga-

tória em relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de

janeiro de 2014, conforme disposto na IN RFB nº 1.387, de 2013.

Em relação ao primeiro mês de obrigatoriedade, correspon-

dente ao período de apuração de janeiro de 2014, a transmitir

até o dia 18 de março de 2014, a pessoa jurídica poderá utilizar

tanto a versão 2.05, disponível desde o mês de agosto de 2013,

como as versões 2.06 e posteriores do PVA,conforme é possível

observar no quadro1abaixo:

Quadro 1-título

VERSÃO PVA DISPONIBILIZAÇÃOBLOCO I -REGIS-

TROS AESCRITURAR

2.05 Agosto/2013Registro I100

Registro I200

2.06 Fevereiro/2014 9

Registro I100

Registro I200

Registro I300

2.07 Março/2014

Registro I100

Registro I200

Registro I300

9 Apartir do período de apuração referente a fevereiro de 2014, deve a pessoa jurídica

utilizar as versões atualizadas, do PVA.

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127

A Instrução Normativa RFB nº 1.387, de 2013, prorrogou para

o décimo dia útil de setembro de 2013, a entrega da EFD Con-

tribuições, relativa a fatos geradores ocorridos nos meses de

outubro de 2012 a fevereiro de 2013, para os importadores e

para as pessoas jurídicas que procedam à industrialização de

cervejas de malte e cervejas sem álcool, em embalagem de lata,

classificadas nos códigos 2203.00.00 e 2202.90.00, ex. 3, da Ta-

bela de Incidência do Imposto sobre Produtos Industrializa-

dos (Tipi), aprovada pelo Decreto nº 7.660/2011.

Convém ressaltar que as pessoas jurídicas sujeitas à tributação

do Imposto de Renda na sistemática do Lucro Presumido têm

como regra de obrigatoriedade da escrituração do PIS/Pasep e

da Cofins, em relação aos fatos geradores a ocorrer a partir de

janeiro de 2013, conforme dispõe a Instrução Normativa RFB

nº 1.280/2012. Entretanto, caso se enquadre nas hipóteses de

incidência da contribuição previdenciária incidente sobre a

receita bruta, conforme Lei nº 12.546, de 2011, deve:

apresentar a EFD Contribuições apenas com as informações da

contribuição previdenciária sobre Receita Bruta, em relação aos

fatos geradores ocorridos de março (ou abril, conforme o caso –

Ver Tabela 5.1.1) a dezembro de 2012; e apresentar a EFD Con-

tribuições com as informações das três contribuições (da contri-

buição previdenciária sobre Receita Bruta, do PIS/Pasep e da

Cofins) a partir dos fatos geradoresocorridosem janeiro de2013.

Escrituração da Contribuição Previdenciária sobre a Receita

As pessoas jurídicas devem escriturar e prestar as informações

referentes às suas operações, de natureza fiscal e/ou contábil,

representativas de seu faturamento mensal, ou seja, o total

das receitas auferidas, independente de sua denominação ou

classificação contábil, correspondente à receita bruta da venda

de bens e serviços nas operações em conta própria ou alheia e

todas as demais receitas auferidas pela pessoa jurídica, segun-

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128

onforme disposto na Lei nº 12.058,

ivo Cofis

010

ual

a Es-

Contri-

da Cofins,

nico, tendosido

aratório Executivo

mbro de 2010 (D.O.U.

laratório Executivo Cofis nº 24,

do disposto nas Leis nº 9.718, de 1998; nº 10.637, de 2002, e nº

10.833, de 2003.

Além disso, a pessoa jurídica deve proceder à escrituração de

suas operações, de natureza fiscal e/ou contábil, representati-

vas de aquisições de bens para revenda, bens e serviços utiliza-

dos como insumos e demais custos, despesas e encargos, su-

jeitas à incidência e apuração de créditos próprios do regime

não cumulativo, de créditos presumidos da agroindústria e de

outros créditos previstos na legislação da Contribuição para o

PIS/Pasep e da Cofins, apurando e discriminando os créditos

em função da natureza, c nforme disposto na Lei nº 12.058,

de 2009.

O Ato Declaratório Execut o Cofis

nº 34, de 28 de outubro de 2 10

(D.O.U. de 1º de novembro

de 2010) aprovou o Man al

de Orientação do Leiaute da Es-

crituração Fiscal Digital da Contri-

buição para o PIS/Pasep e da Cofins, nos

termos de seu anexo ú ico, tendo sido

atualizado pelo Ato Decl ratório Executivo Cofis

nº 37, de 21 de deze bro de 2010 (D.O.U. de

22.12.2010). O Ato Dec

de 22 de agosto de 2011 (D.O.U. de 24 de novembro de 2010)

aprovou os registros da escrituração simplificada da Contri-

buição para o PIS/Pasep e da Cofins, pelo regime de caixa ou

de competência (Bloco F da escrituração), aplicáveis exclusiva-

mente às pessoas jurídicas tributadas pelo Imposto de Renda

com base no Lucro Presumido, em relação aos fatos geradores

ocorridos a partir de 1ºde julho de 2012, nos termos das Instru-

ções Normativas RFBnos.1.218/2011e 1.252/2012.

O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 20, de 14 de março de

2012 (D.O.U. de 16de fevereiro de 2012) aprovou o atual Manu-

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129

al de Orientação do Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da

Contribuição para o PIS/Pasep, da Cofins e da Contribuição

Previdenciária sobre a Receita Bruta, nos termos de seu Anexo

Único.

O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 65, de 20 de dezembro

de 2012 (D.O.U. de 21 de dezembro de 2012) aprovou o Leiau-

te da Escrituração Fiscal Digital da Contribuição para o PIS/

Pasep e da Cofins, aplicável às pessoas jurídicas referidas nos

parágrafos 6º, 8º e 9º do artigo 3º da Lei nº 9.718, de 1998, em

relação aos fatos geradores ocorridos a partir de 1º de julho de

2013, prorrogado o período inicial para janeiro de 2014, confor-

me disposto na IN RFB nº 1.387/2013.

O Ato Declaratório Executivo Cofis nº 91, de 9 de dezembro de

2013 (D.O.U. de 11.09.2013) alterou o Ato Declaratório Execu-

tivo Cofis nº 20, de 14 de março de 2012, acrescentando novos

registros ao Leiaute da Escrituração Fiscal Digital da Contri-

buição para o PIS/Pasep e da Cofins.

Periodicidade,forma e prazo de entrega

O arquivo digital de escrituração da Contribuição para o PIS/

Pasep, da Cofins e da Contribuição Previdenciária sobre a Re-

ceita Bruta será gerado de forma centralizada pelo estabeleci-

mento matriz da pessoa jurídica, conforme artigo 15, da Lei nº

9.779, de 19 de janeiro de 1999, e submetido ao programa dis-

ponibilizado para validação de conteúdo, assinatura digital,

transmissão e visualização. Todas as pessoas jurídicas sujeitas

à apuração das referidas contribuições sociais, incidentes so-

bre o faturamento e a receita devem adotar a EFD Contribui-

ções, nos termos do artigo 2° do Decreto nº 6.022, de 2007, nos

regimes não cumulativo e cumulativo, com base nos seguintes

prazos de obrigatoriedade, definidos na Instrução Normativa

RFBnº 1.252/2012.

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130

A Instrução Normativa RFB nº 1.252/2012 dispensa da obriga-

toriedade da apresentação da EFD Contribuições, no caso de

pessoa jurídica sujeita à tributação do Imposto sobre a Renda

com base no Lucro Real ou Presumido em relação aos corres-

pondentes meses do ano-calendário, em que:

I.- não tenha auferido ou recebido receita bruta da venda de bens

eserviços, ou deoutra natureza, sujeita ou não aopagamento das

contribuições, inclusive no caso de isenção, não incidência, sus-

pensãoou alíquota zero;

II.- não tenha realizado ou praticado operações sujeitas a apura-

ção de créditos da não cumulatividade do PIS/Pasep e da Cofins,

inclusive referentes a operaçõesdeimportação.

Isso significa que a empresa do lucro Real ou Presumido, que

não tenha nenhuma receita para apresentar para a EFD Con-

tribuições e não tenha nenhuma operação que dê direito a cré-

dito, não precisa mandar EDF Contribuições num determina-

do mês. Imagine que a empresa não teve movimento fiscal no

período, ou seja, não teve receita, e nem mesmo nenhum cré-

dito apurado, a mesma não precisa enviar EFD Contribuições.

Porém, ela deve mandar no mês de dezembro, mesmo que este

esteja sem movimento, e no registro 0120 vai especificar quais

competências não enviou por estar sem movimento.

A dispensa de entrega da EFD Contribuições não alcança o

mês de dezembro do ano-calendário correspondente, devendo

a pessoa jurídica, em relação a esse mês, proceder a entrega

regular da escrituração digital, na qual deverá indicar os meses

do ano-calendário em que não auferiu receitas nem realizou

operações geradoras de crédito. Areferida identificação na es-

crituração do mês de dezembro de cada ano-calendário, dos

meses dispensados da apresentação, será efetuada no Registro

“0120 - Identificação de Períodos Dispensados da Escrituração

Digital”, o qual será criado mediante a publicação de Ato De-

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131

claratório Executivo, atualizando o leiaute da EFD Contribui-

ções. Estão dispensados de apresentação da escrituração:

I.- as Microempresas (ME) e as Empresas de Pequeno Porte

(EPP) enquadradas no Regime Especial Unificado de Arrecada-

ção de Tributos e Contribuições devidos pelas Microempresas e

Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), instituído pela

Lei Complementar nº 123, de 14 de dezembro de 2006, relativa-

mente aosperíodosabrangidosporesseRegime;

II.- as pessoas jurídicas imunes e isentas do Imposto sobre a Ren-

da da Pessoa Jurídica (IRPJ), cuja soma dos valores mensais da

Contribuição para o PIS/Pasep (sobre a receita), da Cofins e da

CPRB seja igual ou inferior a R$ 10.000,00 (dez mil reais). As

pessoas jurídicas imunes ou isentas do IRPJ ficarão obrigadas à

apresentação da EFD-Contribuições a partir do mês em que o li-

mite fixado no inciso II docaput for ultrapassado, permanecendo

sujeitas a essa obrigação em relação ao(s) mês(es) seguinte(s) do

ano-calendárioem curso;

Importante ressaltar que não deve ser considerado no cálculo do

limite de R$ 10.000,00 mensais, acima referido, nenhum valor

referenteaoPIS sobrea Folha.Ou seja, sódevem serconsiderados

no limite de R$ 10.000,00 mensais, as contribuições que incidem

sobre as receitas, quais sejam: O PIS/Pasep e a Cofins, nos regi-

mes cumulativos e/ou não cumulativos, eaCPRB.

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132

Quadro 2 - PJ Imunes e Isentas - situações de dispensa de es-

crituração digital

MêsPIS/COFINS/

PIS FOLHA EFD-CONTECD CPRB

Janeiro 0 0 Não

Não

Fevereiro 0 1.000.000 Não

Março 8.000 1.000.000 Não

Abril 9.000 0 Não

Maio 0 0 Não

Junho 10.000 1.000.000 Não

Julho 10.000 0 Não

Agosto 5.000 980.000 Não

Setembro 1.000 950.000 Não

Outubro 1.000 1.100.000 Não

Novembro 1.000 1.000.000 Não

Dezembro 1.000 1.000.000 Não

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133

Quadro 3 - PJ Imunes e Isentas - situações de obrigatoriedade

de escrituraçãodigital

MêsPIS/COFINS/ PIS

EFD-CONT ECDECF CPRB FOLHA

Janeiro 0 0 Não

Sim Sim

Fevereiro 0 1.000.000 Não

Março 8.000 1.000.000 Não

Abril 9.000 0 Não

Maio 0 0 Não

Junho 10.000 1.000.000 Não

Julho 10.500 0 Sim

Agosto 5.000 980.000 Sim

Setembro 1.000 950.000 Sim

Outubro 1.000 1.100.000 Sim

Novembro 1.000 1.000.000 Sim

Dezembro 1.000 1.000.000 Sim

III.- as pessoas jurídicas que se mantiveram inativas desde o

início do ano-calendário ou desde a data de início de atividades,

relativamente às escriturações correspondentes aos meses em que

seencontravam nessacondição;

IV.- os órgãospúblicos;

V.- as autarquias e as fundações públicas;e

VI.- as pessoas jurídicas ainda não inscritas no Cadastro Nacio-

nal da Pessoa Jurídica (CNPJ), desde o mês em que foram regis-

trados seus atos constitutivos até omês anterior àquele em que foi

efetivada a inscrição.

São também dispensados de apresentação da EFDPIS/Cofins,

ainda que se encontrem inscritos no CNPJ ou que tenham seus

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134

atos constitutivos registrados em Cartório ou Juntas Comerciais:

I - oscondomíniosedilícios;

II - os consórcios e grupos de sociedades, constituídos na forma

dosarts. 265,278e279da Leinº 6.404, de15dedezembrode1976;

III - osconsórciosdeempregadores;

IV.- os clubes de investimento registrados em Bolsa de Valores,

segundoas normas fixadas pela Comissão deValoresMobiliários

(CVM) ou peloBanco Central doBrasil(Bacen);

V.- os fundos de investimento imobiliário, que não se enquadrem

no disposto no art. 2º da Leinº 9.779,de19de janeirode1999;

VI.- osfundos mútuos de investimento mobiliário, sujeitos às nor-

mas doBacen ou daCVM;

VII.- as embaixadas, missões, delegações permanentes, consula-

dos-gerais, consulados, vice-consulados, consulados honorários e

as unidades específicasdogovernobrasileiro noexterior;

VIII.- as representações permanentes de organizações internacio-

nais;

IX.- osserviços notariais eregistrais (cartórios), deque trata a Lei

nº 6.015,de31dedezembro de1973;

X.- os fundos especiais de natureza contábil ou financeira, não

dotados depersonalidade jurídica, criados no âmbito dequalquer

dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal edos Mu-

nicípios, bem como dos Ministérios Públicos e dos Tribunais de

Contas;

XI.- os candidatos a cargos políticos eletivos e os comitês finan-

ceiros dos partidos políticos, nos termos da legislação específica;

XII - as incorporações imobiliárias sujeitas ao pagamento uni-

ficado de tributos de que trata a Lei nº 10.931, de 2 de agosto de

2004, recaindo a obrigatoriedade da apresentação da EFD-Con-

tribuições à pessoa jurídica incorporadora, em relação a cadain-

corporação submetida ao regime especial detributação;

XIII.- as empresas, fundações ou associações domiciliadas no

exterior que possuam no Brasil bens e direitos sujeitos a registro

de propriedade ou posse perante órgãos públicos, localizados ou

utilizados noBrasil;

XIV.- as comissões, sem personalidade jurídica, criadas porato

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135

internacionalcelebradopelaRepúblicaFederativadoBrasileum

ou mais países, para fins diversos;e

XV - as comissões de conciliação prévia de que trata o art. 1º da

Lei nº 9.958, de 12 de janeiro de2000.

Resumindo, estão fora da obrigatoriedade: órgãos públicos,

autarquias e fundações públicas; pessoa jurídica ainda não

inscritas no CNPJ; relação de atividades constantes no Guia

Prático* (p.08 e 09). Em relação a este último, colocando como

exemplo, é possível citar os condomínios residenciais, identi-

ficado na página 8, como uma das atividades que está fora da

obrigatoriedade do envio da EFD Contribuições.

Em relação ao quadro 2, se o contribuinte não paga nenhuma

contribuição sobre as receitas acima de R$ 10.000, o mesmo

não está na obrigatoriedade do envio da EFD Contribuições.

Em relação a isso é possível imaginar uma entidade religiosa

que, por exemplo, paga o PIS sobre uma folha de R$ 50.000 por

mês. Mesmo que esta pague em cima desse valor, não estará

obrigada ao envio da EFD Contribuições.

Ressalte-se que, é de responsabilidade do titular da escritura-

ção a guarda do arquivo transmitido e de toda a documentação

que deu base para a apuração. O recibo de entrega é gerado

pelo ReceitaNET, com a extensão “REC”. Nesse sentido, suge-

re-se que a ferramenta seja baixada no computador de opera-

ção, que irá permitir fazer o dowload das informações que já

foram transmitidas à Receita Federal.

As pessoas jurídicas que passarem à condição de inativas no

curso do ano-calendário somente estarão dispensadas da EFD

Contribuições a partir do primeiro mês do ano-calendário sub-

sequente. Sendo considerada inativa a partir do mês em que

não realizar qualquer atividade operacional, não operacional,

patrimonial ou financeira, inclusive aplicação no mercado fi-

nanceiro ou de capitais, observado o disposto no parágrafo

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136

seguinte. De acordo com a legislação vigente, o pagamento de

tributo relativo a anos-calendário anteriores e de multa pelo

descumprimento de obrigação acessória não descaracteriza a

pessoa jurídica como inativa no ano-calendário.

Os consórcios que realizarem negócios jurídicos em nome pró-

prio, inclusive na contratação de pessoas jurídicas ou físicas,

com ou sem vínculo empregatício, poderão apresentar a EFD

Contribuições, ficando as empresas consorciadas solidaria-

mente responsáveis. No caso da pessoa jurídica encontrar-se

na condição de ativa no início do ano-calendário ou da data

de início de suas atividades no ano-calendário, deverá apre-

sentar a EFD Contribuições em relação a todos os meses do

ano-calendário, com base nas hipóteses de obrigatoriedade es-

pecificadas no artigo 5º da IN RFB nº 1.252, de 2012, mesmo se

inativa no curso do ano-calendário. Em relação aos meses do

ano-calendário que esteja na condição de inativa, deve a pes-

soa jurídica informar nos registros de abertura dos blocos “A”,

“C”, “D” e “F” da EFD Contribuições, o indicador “1- Bloco sem

dados informados”.

Multasde atraso na entrega da escrituração

Para evitar sanções, faz-se necessário averiguar profunda-

mente o que estabelece a legislação. O próprio Guia Prático e a

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137

legislação aplicável à EFD Contribuições traz a previsão de al-

gumas multas pelo atraso da entrega. Para muitas dessas mul-

tas já existe a previsão, até mesmo, sem haver a obrigatorie-

dade do envio da EFD Contribuições, que é o caso das pessoas

físicas. Anão entrega de arquivos digitais do Sped, pelo atraso

na entrega ou por sua inexatidão sofre penalidades conforme

estabelecido pela Lei nº 12.873, de 24 de outubro de 2013, com a

seguinte redação do artigo 57da Medida Provisória nº 2.158-35,

de 2001, determinaque:

O sujeito passivo que deixar de cumprir as obrigações acessórias

exigidas nos termos do art. 16da Lei nº 9.779, de 19de janeiro de

1999,ou que as cumprir com incorreções ou omissões será intima-

do para cumpri-las ou para prestar esclarecimentos relativos a

elas nos prazos estipulados pela Secretaria da Receita Federal do

Brasil esujeitar-se-á às seguintesmultas:

I - porapresentaçãoextemporânea:

a)R$ 500,00 (quinhentos reais) por mês-calendário ou fração,

relativamente às pessoas jurídicas que estiverem em início de

atividade ou que sejam imunes ou isentas ou que, na última de-

claração apresentada, tenham apurado lucro presumido ou pelo

Simples Nacional;

b)R$ 1.500,00 (mil e quinhentos reais) por mês-calendário ou

fração,relativamente às demais pessoasjurídicas;

c)R$ 100,00 (cem reais) por mês-calendário ou fração, relativa-

mente às pessoasfísicas.

II.- por não cumprimento à intimação da Secretaria da Receita

Federal do Brasil para cumprir obrigação acessória ou para pres-

tar esclarecimentos nos prazos estipulados pela autoridade fiscal:

R$ 500,00 (quinhentos reais)pormês-calendário;

III.- por cumprimento de obrigação acessória com informações

inexatas, incompletas ouomitidas:

a) 3%(três porcento),não inferior a R$ 100,00 (cemreais), dova-

lor das transações comerciais ou das operações financeiras, pró-

prias da pessoajurídica ou de terceirosem relaçãoaosquais seja

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138

responsável tributário, no caso de informação omitida, inexata

ou incompleta;

b) 1,5%(um inteiro e cinco décimos por cento), não inferior a R$

50,00 (cinquenta reais), do valor das transações comerciais ou

das operações financeiras, próprias da pessoa física ou de tercei-

ros em relação aos quais seja responsável tributário, no caso de

informaçãoomitida, inexata ouincompleta.

§ 1º....

§ 2º Para fins do disposto no inciso I, em relação às pessoas jurí-

dicas que, na última declaração, tenham utilizado mais de uma

forma de apuração do lucro, ou tenham realizado algum evento

de reorganização societária, deverá ser aplicada a multa de que

trata a alínea b doinciso Idocaput.

§ 3º A multa prevista no inciso I do caput será reduzida à meta-

de, quando a obrigação acessória for cumprida antes de qualquer

procedimento deofício.

Resumindo o que diz a legislação: existe uma multa de R$

500,00 para o início de atividade, para as empresas que sejam

imunes ou isentas do IR, ou que na última declaração, como

pessoa jurídica, eram do Lucro Presumido ou optante pelo

Simples Nacional. Além disso, existe uma multa de R$ 1.500,00

por mês ou fração para as demais pessoas jurídicas. Multa de

R$ 100,00 para as pessoas físicas e de R$ 500,00 por não cum-

primento de intimidação. Como exemplo disso é possível ima-

ginar o caso de uma pessoa jurídica do Lucro Real que não en-

viou a EDF Contribuições dentro no prazo estabelecido.

Ou o caso quando se recebe uma intimação da Receita Federal

para enviar no prazo de 10 dias, se a mesma não for cumprida

aquela multa de R$ 1.500,00 será acrescentada mais R$ 500,00

por não cumprimento da intimação fiscal. Lembrando que, es-

sas penalidades são apenas por atraso na entrega das obriga-

ções acessórias. Ademais ainda existe a previsão da multa de

3% não inferior a R$ 100,00 em caso de incorreções, erros ou

omissões. É importante ressaltar que, existe a redução de 50%

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139

em cima do valor no caso de pagamento de multas de maneira

espontânea.

No intuito de refletir melhor sobre o assunto, colocando um as-

pecto mais prático, costumo indagar, em minhas aulas, se so-

mente a matriz entrega a EFD Contribuições. Mas antes, é im-

portante lembrar que no Sped Fiscal, a Ajuste Sinief S/N de 1970,

prevê que cada estabelecimento precisa manter a escrituração

dos livros fiscais. Com isso, a obrigatoriedade do Sped Fiscal será

por estabelecimento, ou seja, se houver matriz em cinco filiais,

o contribuinte terá que mandar seis arquivos do Sped Fiscal. No

que se refere à EFD Contribuições, essa realidade é diferente. Lá

se deve centralizar o movimento na matriz, onde se importará

do PVAda EDF Contribuições um único arquivo por empresa, e,

no mesmo deverá ser levado todas as informações relacionadas

às receitas, custos, despesas e aquisições com direito a crédito,

estruturados porestabelecimento.

Lembrando que, essas informações relacionadas a créditos, a

informação de despesas e de custos são somente para empre-

sas que tiverem no regime não cumulativo das contribuições.

No 0140 serão informados os diversos estabelecimentos da

Pessoa Jurídica. Ou seja, o arquivo deverá ser feito dizendo que

se refere à informação da matriz, mas no registro 0150 deverão

ser detalhados todos os estabelecimentos e filiais. O arquivo

vai ser submetido a um PVA. Em regra geral, se a informação

existe o contribuinte está obrigado a prestá-la.

Retificaçãode escrituração já transmitida

É possível retificar escriturações já emitidas? Esse item tem

como objetivo orientar sobre procedimentos em relação ao as-

sunto questionado.

Na IN RFB nº 1.252/2012 em seu artigo 11com a nova redação

dada pela IN RFB nº 1.387/2013, a pessoa jurídica pode substi-

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140

tuir arquivo de escrituração digital já transmitido, mediante:

transmissão de novo arquivo digital validado e assinado para

inclusão, alteração ou exclusão de documentos ou operações

da escrituração fiscal, ou para efetivação de alteração nos re-

gistros representativos de créditos e contribuições e outros

valores apurados.

No novo prazo para retificação, ampliado, a pessoa jurídica po-

derá proceder à retificação da EFD Contribuições em até cinco

anos contados do primeiro dia do exercício seguinte àquele a

que se refere à escrituração a ser substituída. O arquivo retifi-

cador da EFD Contribuições não produzirá efeitos quanto aos

elementos da escrituração, quando tiver por objeto:

I - reduzir débitosde Contribuição:

a)cujos saldos a pagar já tenham sido enviados à Procuradoria-

-Geral da Fazenda Nacional (PGFN) para inscrição em Dívida

Ativa da União (DAU), noscasosem que importe alteração desses

saldos;

b)cujos valores apurados em procedimentos de auditoria interna,

relativos às informações indevidas ou não comprovadas presta-

das na escrituração retificada, já tenham sido enviados à PGFN

para inscriçãoem DAU;ou

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141

c) cujos valores já tenham sido objeto de exame em procedimento

de fiscalização;

II - alterardébitosdeContribuiçãoem relaçãoaosquaisa pessoa

jurídica tenha sido intimada de início de procedimento fiscal; e

III - alterarcréditosdeContribuiçãoobjetodeexameem procedi-

mento de fiscalização ou de reconhecimento de direito creditório

de valores objeto de Pedido de Ressarcimento ou de Declaraçãode

Compensação.

Todavia, a pessoa jurídica poderá apresentar arquivo retificador

da escrituração, em atendimento a intimação fiscal e nos termos

desta, para sanar errodefato:

a)na hipótese prevista no item II acima, havendo recolhimento

anterior ao início do procedimento fiscal, em valor superior ao

escriturado no arquivo original, desde que o débito tenha sido

também declaradoem DCTF;e

b)na hipótese prevista no item III acima, decorrente da não escri-

turação de operações com direito a crédito, ou da escrituração de

operações geradoras de crédito em desconformidade com oleiaute

eregrasda EFD-Contribuições.

A pessoa jurídica que transmitir arquivo retificador da EFD-Con-

tribuições, alterando valores que tenham sido informados na De-

claraçãodeDébitos eCréditosTributários Federais (DCTF),deverá

apresentar, também, DCTF retificadora, observadas as disposições

normativasquantoàretificaçãodesta(grifosoriginais).

Trazendo para a prática, como exemplo, a viabilidade de re-

tificação de informações referentes aos meses de janeiro ou

fevereiro de 2017. Qual seria o prazo nesse caso? Sobre isso é

preciso saber que deverá ser contado a partir do primeiro dia

do exercício de 2018, ou seja, contando-se, consequentemtne,

cinco anos parafrente.

Vale lembrar que, essas retificações não produzirão efeitos no

caso de se reduzir débitos de contribuições que já tenham sido

enviados à Procuradoria Geral da Fazenda Nacional, conforme

pontuado nacitação acima.

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142

Mas vale ressaltar também sobre as operações extemporâneas,

conforme instruções dalegislação:

Neste sentido, a partir do período de apuração referente a agosto

de 2013, a apuração e escrituração de créditos vinculados a ser-

viços contratados ou a produtos adquiridos com direito a crédi-

to, referentes a períodos anteriores, serão prestadas em arquivo

retificador, nos registros A100 (serviços) e/ou C100 (bens para

revenda e insumos adquiridos), por exemplo, do período de com-

petência a quesereferem, enão mais, nos antigos registros decré-

ditos extemporâneos 1101/1102 (PIS/Pasep) e 1501/1502 (Cofins),

ou de contribuições extemporâneas 1200/1210/1220 (PIS/Pasep)

e1600/1610/1620(Cofins).

Ressalte-se que os registros para a escrituração das operações

geradoras de crédito e de receitas auferidas, dos blocos “A”, “C”,

“D”e“F”,validam a escrituração de documentos correspondentes

aos períodos de apuração da escrituração, mesmo que a data de

emissão do documento fiscal seja diferente (anterior ou posterior)

à data a que se refere à escrituração, descrita no registro “0000”.

A interrupção na validação dos registros extemporâneos é deter-

minada em função do período de apuração da escrituração, ou

seja, para as escriturações com período de apuração a partir de

agostode2013, inclusive. 10

Tendo em vista a possibilidade da pessoa jurídica de proceder

à retificação da escrituração em até cinco anos, a partir da vi-

gência da IN RFB nº 1.387/2013, a inclusão de novas operações

representativas de créditos ou de contribuições, ainda não in-

cluídos em escrituração digital já transmitida, deve ser forma-

lizada mediante a retificação do arquivo digital do período de

apuração a que se referem às citadas operações.

10O PVA na versão 2.05 e posteriores continua validando eventual registro extempo-

râneo, se o arquivo txt importado se referir a PA igual ou anterior a julho de 2013. Para

as escriturações com período de apuração a partir de agosto de 2013, o PVA não valida

nem permite a geração de registros de operação extemporânea, gerando ocorrência

de errode escrituração.

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Geração dearquivos

Antes de aprofundar as explicações em torno dos documentos

que fazem os arquivos da EFD Contribuições, é muito impor-

tante entender que todos os speds que possuem PVAs offlines,

trabalham dentro dessa linha de raciocínio. Desta forma, eles

possuem leiautes que se dividem em vários blocos que são

conjuntos macros de informações, e, dentro desses blocos os

Speds estão subdivididos em diversos registros sendo estes de

informações mais detalhadas, e por fim, os campos, que são as

informações que compõem os registros.

Com essa pequena contextualização é possível verificar mais

sobre o assunto no item seguinte, que inclusive mostrará a Ta-

bela de Blocosobrigatória.

Blocos eregistros

Entre o registro inicial (registro 0000) e o registro final (9999),

o arquivo digital é constituído de blocos, cada qual com um re-

gistro de abertura, com registros de dados e com um registro de

encerramento, referindo-se cada um deles a um agrupamento

de documentos e de outras informações econômico-fiscais ou

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contábeis. A apresentação de todos os blocos, na sequência,

conforme a Tabela Blocos é obrigatória, sendo que o registro

de abertura do bloco indicará se haverá ou não informação.

Tabela de Blocos

Bloco Descrição

0 Abertura, Identificação eReferências

A DocumentosFiscais - Serviços (ISS)

C Documentos Fiscais I – Mercadorias (ICMS/IPI)

D Documentos Fiscais II – Serviços (ICMS)

F Demais Documentos eOperações

I Operações das Instituições Financeiras e Asseme-

lhadas, Seguradoras, Entidades de Previdência Pri-

vada e Operadoras de Planos de Assistência à Saúde

(*)

M Apuração da Contribuição e Crédito de PIS/PASEP

e da COFINS

P Apuração da Contribuição Previdenciária sobre a

Receita Bruta

1 Complemento da Escrituração – Controle de Saldos

de Créditos e de Retenções, Operações Extemporâ-

neas e OutrasInformações

9 Controle e Encerramento do Arquivo Digital

(*) O leiaute do Bloco “I”, objeto de publicação pelo Ato Declaratório Execu-

tivo nº 65/2012, expedido pela Coordenação-Geral de Fiscalização da Secre-

taria daReceita Federal.

A estrutura do arquivo se apresenta quando a obrigatorieda-

de ou não de escrituração de cada bloco é determinada através

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de acordo com: a qualificação da pessoa jurídica em geral, do

sistema financeiro etc; e do regime de tributação do IR (Lucro

real, presumido/arbitrado). Como exemplo, o Bloco I se refe-

re exatamente às instituições financeiras. Ou seja, em caso de

ser uma pessoa jurídica que não se trata de uma instituição

financeira, não há a necessidade de se fazer o preenchimento

do BlocoI.

Para um melhor aproveitamento dessas informações e enten-

der sobre registros no intuito de aplicar cada um deles ao Sped,

faz-se imprescindível um detalhamento dos blocos e seus prin-

cipais registros, conforme elencados na sequência abaixo:

1) Bloco 0 – Abertura, Identificação e Referências. O bloco é

referente às informações cadastrais da Pessoa Jurídica. Prin-

cipais registros:

0000 – Identificação da Pessoa Jurídica, que corresponde ao

primeiro registro da escrituração. Nele constarão as informa-

ções de uma escrituração Original ou Retificadora, data, CNPJ,

além da atividade que será operacionalizada pela empresa.

0100 – Dados do Contabilista, onde é feito a identificação do

responsável pela escrituração fiscal da empresa. Também pode

ser escriturados por estabelecimento. 0110 – Regime de Apu-

ração, que apresenta sobre o regime cumulativo, não cumula-

tivo ou ambos de uma empresa.

0120 – Identificação de Períodos Dispensados da EFD, local

onde se devem informar os meses em que não tenha realizado

operações de receitas auferidas ou créditos das contribuições.

0500 – Plano de Contas Contábeis, espaço o qual será comu-

nicado onde contas contábeis que representam receitas e os

créditos.

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2)Bloco A – Documentos fiscais de serviços tributados pelo

ISS. Ou seja, notas fiscais de serviços, eletrônica ou até mesmo

o modelo que seja em papel. Principais registros:

A100 – NF de Serviço, ou seja, um registro para cada NFS ele-

trônica ou em papel.

A120 – Informação Complementar (Importação), onde se de-

talha as informações das operações de importações de serviços

com direito a crédito, além de pagamentos de PIS/Cofins refe-

rentes aos serviçoscontratados.

3)Bloco C – Documentos fiscais de mercadorias (ICMS/IPI).

Assim como na EFD ICMS, deverão ser apresentados na EFD

Contribuições os documentos fiscais de mercadorias tributa-

dos pelo ICMS. Principais registros:

C010 – Identificador da Apuração, que identifica o estabeleci-

mento da pessoa jurídica a que se refere à movimentação. Em

seguida, é possível identificar a aquisição, venda ou devolução

de mercadorias.

C100 – Nota Fiscal Eletrônica, que informa sobre os documen-

tos fiscais: NF, NF Avulsa, NF de Produtor, NF-e e NFC-e.

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C180 – Consolidação da NF-e (operações de vendas), onde é

apresentada a consolidação das notas fiscais de operações de

vendas realizadas pela pessoa jurídica, por item vendido (0200

– Cadastro de Produtos), mediante emissão de NF-e e NFC-e.

C400 – Equipamento ECF, nele se identifica os equipamentos

ECF. As operações de vendas podem ser escriturados de forma

consolidada (C490) ou por ECF (C400) a critério do contribuin-

te.

4) Bloco D – Documentos Fiscais de Serviços (ICMS). Basica-

mente refere-se aos serviços de transporte e comunicação. É

importante esclarecer que as informações dos blocos A, C e D,

serão prestadas apenas para as empresas que estiverem no Re-

gime Não-Cumulativo. Ou seja, pessoas jurídicas que estive-

rem mandando a EFD de maneira detalhada mesmo estando

no Regime Cumulativo, para o caso de mandarem a EDF Resu-

mida, consolidada, não precisarão escriturar os documentos

fiscais um a um, em suma, as notas fiscais de serviços, de mer-

cadorias e conhecimentos de transportes. Principais registros

do blocoD:

D200 – Prestação de Serviço de Transporte, local onde deverá

se escriturar a consolidação diária dos documentos fiscais, re-

ferentes à prestação de serviços de transportes.

D300 – Consolidação Diária do Bilhete de Passagem, já es-

critura sobre a consolidação diária dos documentos fiscais,

referentes à prestação de serviços de transportes: rodoviário,

aquiviário, de bagagem,ferroviário.

D350 – Resumo Diário para Cupom Fiscal de Serviço, onde

deve ser a consolidação diária das operações referentes servi-

ços de transportes, objeto de registro em CF de serviço.

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D600 – Consolidação de NF de Serviço de Comunicação e

Telecomunicação, que se trata da consolidação das receitas

auferidas pelas empresas de comunicação e de telecomunica-

ção.

5) Bloco F – Demais Documentos e Operações. Principais

registros:

F100 – Demais Documentos Geradores de Contribuições

- Receitas Financeiras auferidas no período;

- Receitas auferidas de Juros sobre o Capital Próprio;

- Receitas de Aluguéis auferidas no período.

F200 – Operações da Atividade Imobiliária, que se refere ao

espaço para a escrituração da receita da atividade imobiliária

de cada imóvel vendido em registro individualizado.

F600 – Contribuições Retidas na Fonte, onde a pessoa jurídica

é beneficiária da retenção/recolhimento de PIS/COFINS.

F700 – Deduções Diversas, local onde se apresenta créditos

presumidos (medicamentos); ST não ocorrência do FG; Crédi-

tos s/bebidas frias.

F800 – Créditos Decorrentes de Eventos de Incorporação,Fu-

são e Cisão.

6)Bloco I - Operações das Instituições financeiras e asseme-

lhados.

7)Bloco M – Apuração das Contribuições e Créditos PIS/Co-

fins. Trata-se de um dos principais blocos da EFD Contribui-

ções. Local onde é apresentado a apuração do PIS e da Cofins.

No que se refere à EFD Contribuições, é importante entender

que o fisco tem um olhar muito especial para as informações

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de créditos. Porque o crédito abate o valor do tributo a pagar.

Com isso é viável pensar sempre que as contribuições rescin-

dem sobre as receitas. Então fica fácil identificar as receitas

que são tributadas. Ou seja, aquilo que vai abater o valor do

devido tributo são os créditos. São principais registros do Blo-

co M:

M100 – Crédito de PIS/Pasep do Período, onde são consolida-

dos os tipos crédito de PIS/Pasep por tipo de crédito. O mes-

mo ocorrerá para uma nota de serviço ou um conhecimento

de transporte ou uma compra de mercadoria que oferecem

crédito. Ou seja, os tipos de créditos e valor deles serão conso-

lidados.

M200 – Contribuição para PIS/Pasep no Período, local da apu-

ração do PIS/Pasep e demonstração do valor a pagar.

M300 – Contribuição Diferida de Períodos Anteriores, para o

caso de contribuições diferidas em períodos anteriores, que

deverão ser pagas no atual período da escrituração. M350 –

PIS/Pasep sobre Folha de Salários, para entidades imunes ou

isentas do IRPJ que recolhem o PIS sobre a Folha de salários.

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M400 – Receitas Isentas ou Não Incidentes PIS/Pasep, onde as

receitas não sujeitas ao pagamento do PIS/Pasep. M500 – Cré-

dito de Cofins, relativo ao Período Consolidação do crédito de

Cofins por tipo de crédito.

M600 – Cofins no Período, traz os créditos que estavam deta-

lhados no M500 para o M600, ou seja, a apuração do Cofins e

demonstração do valor a pagar (débitos provenientes das re-

ceitas.

M700 – Cofins Diferida em Períodos Anteriores Diferida em

períodos anteriores, que deverão ser pagos no atual período da

escrituração.

8) Bloco P – Apuração da CPRB, onde serão detalhadas as in-

formações sobre a Contribuição Previdenciária sobre a Receita

Bruta. Ressalte-se que, essa obra visará o estudo da Reinf – que

se trata da escrituração fiscal digital de outras informações e

retenções e que traz também informações acerca da contri-

buição previdenciária – e com o advento dela, o que se plane-

ja futuramente é que o Bloco P seja extinto. Afinal, não existe

necessidade de se ter informações a respeito da contribuição

previdenciária no Sped Contribuições e também na Reinf.

São principais registros do bloco P:

P100 – Receitas Sujeitas a CPRB, onde deverá ser apresenta-

do um registro para cada estabelecimento da pessoa jurídica

que tenha auferido receita decorrente da venda de produtos

fabricados e serviços sujeitos à contribuição previdenciária in-

cidente sobre a receita bruta.

P200 – Consolidação da CPRB, local para se fazer um somató-

rio da contribuição sobre a receita bruta mensal de cada esta-

belecimento.

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9) Bloco 1– Complemento da Escrituração e o Controle de sal-

dos, créditos e retenções. Principais registros:

1100 – Controle de Créditos Fiscais PIS/Pasep, períodos ante-

riores à escrituração ou apurado no período. Identificação do

tipo de crédito, constituição e utilização.

1300 – Controle de Valores Retidos na Fonte PIS/Pasep, perío-

dos anteriores à escrituração ou apurado no período. Poderão

ser usados para deduzir a contribuição no M200. Consolida-

ção por natureza de retenção.

1500 – Controle de Créditos Fiscais Cofins, períodos anteriores

à escrituração ou apurado no período. Identificação do tipo de

crédito, constituição eutilização.

1700 – Controle de Valores Retidos na Fonte Cofins, tanto de

períodos anteriores a escrituração ou apurado no período. Po-

derão ser usados para deduzir a contribuição no M600. Conso-

lidação por natureza de retenção.

Ressalte-se que, para uma execução eficaz do Sped em relação

aos itens explanados aqui, é de fundamental importância lem-

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brar que a EFD Contribuições é uma escrituração fiscal digi-

tal que visa apresentar as informações digitais relacionadas à

apuração do PIS, Cofins ou da Contribuição Previdenciária so-

bre a Receita Bruta, obrigando, em regra, que pessoas jurídicas

tributadas pelo lucro real, presumido e arbitrado, em algumas

situações específicas, aquelas pessoas imunes ou isentas do

imposto de renda.

Ademais, não se faz necessário enviar um arquivo para cada

estabelecimento, as informações da EFD Contribuições, assim

como o cálculo dos tributos federais é feito centralizados na

matriz. Por fim, outra informação importante é que o prazo

para envio da escrituração é até o décimo dia útil do segundo

mês subsequente a que se refere à competência.

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SPEDcontábil

(ecd)

capítulo6

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Sped Contábil(ECD)

Antes de aprofundar o trabalho sobre o Sped Contábil espe-

cificamente, é muito importante diferenciar o significado do

Sepd Contábil (ECD) e do Sped Contábil Fiscal (EFC). Ambos

se destacam pela denominação de escrituração contábil. O

Sped Contábil nada mais é que a substituição da escrituração

contábil convencional em papel, apenas mudou sua forma de

ser apresentada, no caso, de papel para digital.

AECD tem como objetivo a escrituração contábil independen-

te de norma fiscal ou critério de apuração de tributos. É onde

se apresenta a societária, em regra, sem precisar se preocupar

com os aspectos tributários. Já ECF trata-se do novo formato

de apuração do Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (PJ) e da

Contribuição Social do Lucro Líquido e se baseia nos dados da

ECD para as apurações. Ela veio para substituir a tradicional

Declaração de Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurí-

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156

dica (DIPJ). Nela se fará toda a composição da apuração do IR

e Contribuição Social, que são os tributos que incidem sobe o

lucro, e em alguns momentos esses têm como base a contabili-

dade para fazer a geração dessas informações.

Ressalte-se que, para falar do surgimento do Sped Contábil é

imprescindível destacar sobre a convergência do padrão con-

tábil brasileiro ao padrão internacional, o padrão europeu de

contabilidade, identificado pela sigla IFRS (International Fi-

nancial Reporting Standards).

A Lei nº 6.404 de 1976, que dispõe sobre as Sociedades por

Ações (ou Anônimas), e que trouxe as principais regras con-

tábeis brasileiras, foi atualizada pela Lei Nº 11.638 de 2007. Em

seu Art. 3º, ela esclarece que se aplicam às sociedades de gran-

de porte, ainda que não constituídas sob forma de sociedades

por ações, as disposições da Lei 6.404/76. Em outras palavras,

as disposições da Lei, apesar de serem mais conhecidas como

“S.A´s”, se aplicam em empresas de grande porte. Alei também

as dividiu como aquelas que possuem Ativo Total superior a R$

240 milhões ou Receita Bruta Anual superior a R$ 300 milhões.

Já as pequenas e médias empresas são aquelas que possuem

Ativo Total menor ou igual a R$ 240 milhões e Receita Bruta

Anual menor ou igual a R$ 300 milhões. Essas empresas estão

sujeitas à Resolução do CFC 1.255 de 2009 – NBC TG 1000 –

Contabilidade para Pequenas e Médias Empresas (CPC PME).

Essa nova contabilidade trouxe conceitos inovadores tais como

Valor Presente, Valor Justo e Ajuste de Avaliação Patrimonial,

que por vezes são complexos de entendimento. Aexemplo dis-

so, o Valor Presente trata da estimativa do valor descontado

de fluxos de caixas líquidos no curso normal dos negócios. É

natural que se faça uma leitura fria dos termos dessa norma e

desta forma fica complicado de entender o que significa trazer

um valor de um Ativo ou Passivo de um Valor Presente. Ima-

gine que você venda um celular à vista, a R$ 1.000. Porém, se

você vende o aparelho parcelado em 60 prestações, ele ficará

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157

com o valor de R$ 1.500. Trazer esse valor ao Valor Presente

seria considerar quanto é o valor devido pelo cliente no dia de

hoje, na moedaatual.

Já o Valor Justo pode ser entendido como o valor pelo qual um

Ativo pode ser trocado, um Passivo liquidado, um instrumento

patrimonial concedido entre partes conhecedoras e dispostos

a isso, em uma transação em que não haja privilégio entre os

mesmos.

De maneira simples e objetiva, o Valor Justo é o mais próximo

no que seja ideal numa transação comercial, em que nenhuma

das partes esteja sendo privilegiada em uma negociação. Nes-

se contexto, é importante compreender que esses conceitos

surgiram com o objetivo de trazer a subjetividade pra dentro

da contabilidade, que anteriormente, mostrava-se de forma

normativa, com forte influência da legislação tributária.

As novas disposições da Lei nº 11.638 e o modelo de conver-

gência da contabilidade brasileira, ambos comparados a um

padrão internacional pressupõem que a contabilidade não

sofra mais interferências tributárias. A contabilidade precisa

fornecer informações que sejam úteis às tomadas de decisões.

Quando esta se revela com interferências da norma tributária,

obedecendo regras de disposições que objetivam garantir uma

correta apuração no tributo, fica de maneira que não expõe a

realidade patrimonial das entidades, que não traz de maneira

objetiva, clara, segura as informações patrimoniais, e de resul-

tado e desempenho que permitem que gestores tomem deci-

sões assertivas.

A ECD integra o projeto Sped objetivando a substituição da

escrituração em papel pela transmitida via arquivo, ou seja,

corresponde à obrigação de transmitir, em versão digital, os

seguintes livros: Livro Diário e seus auxiliares se houver; Livro

Razão e seus auxiliares se houver; Livro Balancetes Diários,

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Balanços e fichas de lançamento comprobatórias dos assenta-

mentos neles transcritos. Esses livros eram impressos em pa-

pel ou capa dura, hoje são feitos por meio digital.

De acordo com o artigo 3º da Instrução Normativa RFB nº

1.420/2013, estão obrigadas a adotar a ECD, em relação aos fa-

tos contábeis ocorridos a partir de 1ºde janeiro de 2014:

I.- as pessoas jurídicas sujeitas à tributação do Imposto sobre a

Renda combaseno lucroreal;

II.- as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido,

que distribuírem, a título de lucros, sem incidência do Imposto

sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou di-

videndos superior ao valor da base de cálculo do Imposto, dimi-

nuída de todos os impostos e contribuições a que estiver sujeita; e

III - As pessoas jurídicas imunes e isentas que, em relação aos

fatos ocorridos no ano calendário, tenham sido obrigadas à apre-

sentação da Escrituração Fiscal Digital das Contribuições, nos

termos da Instrução Normativa RFB nº 1.252, de 1º de março de

2012.

IV – As Sociedades em Conta de Participação (SCP), como livros

auxiliares dosócioostensivo.

§ 1ºFicafacultadaaentregadaECDàsdemaispessoasjurídicas.

§ 2º As declarações relativas a tributos administrados pela Se-

cretariada Receita FederaldoBrasil (RFB) exigidas das pessoas

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jurídicas que tenham apresentado a ECD, em relação ao mesmo

período, serão simplificadas, com vistas a eliminar eventuais re-

dundâncias deinformação.

§ 3º A obrigatoriedade a que se refere este artigo eoart. 3º- A não

seaplica:

I - às pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado

de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Micro-

empresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de

que trata a Lei Complementar nº 123,de14de dezembro de2006;

II - aos órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas; e

III - às pessoas jurídicas inativas de que trata a Instrução Nor-

mativa RFB nº 1.536,de22 dedezembro de2014.

§ 4º Em relação aos fatos contábeis ocorridos no ano de 2013, fi-

cam obrigadas a adotar a ECD as sociedades empresárias sujei-

tas à tributação doImposto deRenda com baseno LucroReal.

§ 5º As pessoas jurídicas do segmento de construção civil dispen-

sadas de apresentar a Escrituração Fiscal Digital (EFD) e obri-

gadas a escriturar olivro Registro de Inventário, devem apresen-

tá-lo na ECD, comoum livroauxiliar.

§ 6º A obrigatoriedade prevista nos incisos III e IV do caput apli-

ca-se em relação aos fatos contábeis ocorridos até 31de dezembro

de2015.

Atualmente pode-se dizer que é possível contar com duas re-

gras no que se refere a obrigatoriedade de pessoas jurídicas

tributadas pelo lucro presumido. A mesma pode estar obri-

gada em decorrência da distribuição de lucros e poderá estar

obrigada por não se utilizar da prerrogativa de manter apenas

a escrituração do livro caixa. Como exemplo dessa parte de

distribuição de lucro presumido, que é aplicação da alíquota

de presunção sobre o faturamento da PJ. Desse lucro, dimi-

nuem-se os tributos para PIS, Cofins, IRPJ e CSLL, que por fim

é igual ao Lucro Líquido Comparativo (LLC).

Ressalte-se que os valores dos dividendos pagos pela PJ exce-

derem ao LLC, o contribuinte está obrigado ao Sped Contábil.

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Porém, mesmo que este não exceda, e caso não utilize da pror-

rogativa prevista do parágrafo único do Art. 5 da Lei nº 8981,

também estará obrigado ao Sped Contábil.

Segundo o artigo 3º da Instrução Normativa RFBnº 1.420/2015,

estão obrigadas a adotar a ECD, em relação aos fatos contábeis

ocorridos a partir de 1º de janeiro de 2016:

I - as pessoas jurídicas imunes eisentas obrigadas a manter escri-

turação contábil, nos termosda alínea “c”do§ 2º doart. 12 e do

§ 3º do art. 15, ambos da Lei nº 9.532, de 10 de dezembro de 1997,

quenoano-calendário,ouproporcionalaoperíodoa queserefere:

a)apurarem Contribuição para o PIS/Pasep, Cofins, Contri-

buição Previdenciária incidente sobre a Receita de que tratam os

arts. 7º a 9º da Lei nº 12.546, de 14 de dezembro de 2011, e a

Contribuição incidente sobre a Folha de Salários, cuja soma seja

superior a R$ 10.000,00 (dez milreais);ou

b)auferirem receitas, doações, incentivos, subvenções, contribui-

ções,auxílios, convênios eingressosassemelhados, cujasoma seja

superior a R$ 1.200.000,00 (um milhão eduzentos milreais).

II - as pessoas jurídicas tributadas com base no lucro presumido

que não se utilizem da prerrogativa prevista no parágrafo único

doart. 45da Leinº 8.981,de1995.

ParágrafoÚnico.AsSociedadesem Conta deParticipação(SCP),

enquadradas nas hipóteses previstas nos incisos I a II docaput do

art. 3º e do caput do art. 3º-A devem apresentar a ECD como li-

vrosprópriosou livrosauxiliares dosócioostensivo.

O prazo de entrega foi fixado pelo artigo 5º da Instrução Nor-

mativa RFB nº 1.420/2013, reproduzido a seguir:

Art. 5º A ECD será transmitida anualmente ao SPED até o últi-

mo dia útil do mês de maio do ano seguinte ao ano-calendário a

que serefira a escrituração.

§ 1º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou in-

corporação,aECDdeveráserentreguepelaspessoasjurídicasex-

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tintas, cindidas, fusionadas, incorporadas e incorporadoras até o

último dia útil domês subsequenteaodoevento.

§ 2º Oprazoparaentregada ECDseráencerradoàs 23h59min59s

(vinte e três horas, cinquenta e nove minutos e cinquenta e nove

segundos), horário de Brasília, do dia fixado para entrega da es-

crituração.

§ 3ºA obrigatoriedade deentregada ECD, na forma prevista no

§ 1º, não se aplica à incorporadora, nos casos em que as pesso-

as jurídicas, incorporadora e incorporada, estejam sob o mesmo

controlesocietáriodesdeoano-calendário anterior aodoevento.

§ 4º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou

incorporação, ocorridos de janeiro a abril do ano da entrega da

ECD para situações normais, oprazo de que trata o§ 1º será até

oúltimo dia útil domês demaio doreferidoano.

§ 5º Nos casos de extinção, cisão parcial, cisão total, fusão ou in-

corporação, ocorridos de janeiro a dezembro de 2014, o prazo de

que tratao§ 1ºseráatéoúltimo dia útil domês de junho de2015.

Ou seja, a obrigatoriedade do Sped Contábil se aplica às pes-

soas jurídicas tributadas com base no lucro presumido, que

distribuírem, a título de lucros, sem incidência do Imposto

sobre a Renda Retido na Fonte (IRRF), parcela dos lucros ou

dividendos superior ao valor da base de cálculo do Imposto,

diminuída de todos os impostos e contribuições a que estiver

sujeita. Destaca-se que essa obrigatoriedade foi até o ano de

2015, e muitas dúvidas surgiram nessa época, pois a mesma

não esclarecia muito bem sobre a definição de impostos para

fins de cálculo, fator em que fez a Receita Federal divulgar em

seu sítio eletrônico uma nota de esclarecimento no dia 15 do

mesmo ano. Lembrando que o exercício de 2015 foi o primeiro

ano em que pessoas jurídicas tributadas pelo lucro presumido

passaram a enviar o Sped Fiscal.

Do projeto, o Sped Contábil é o que menos se constitui como

uma obrigação tributária de natureza fiscal. Em sua essência,

ele é apenas a substituição da escrituração contábil convencio-

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162

nal em papel pelo seu equivalente digital. Porém, esta passa a

ser uma obrigação de natureza tributária. Muitas das regras

da escrituração contábil estão prevista no Código Civil, no re-

gulamento do Imposto de Renda, e em resoluções do Conselho

Regional e Federal de Contabilidade. Nesse sentido, é de extre-

ma relevância verificar as normas contábeis e societárias no

intuito de entender os percalços da escrituração contábil.

Asubstituição do Sped Contábil atualmente é concedida atra-

vés de alguns procedimentos que envolvem rotinas de retifi-

cação e substituição da escrituração contábil. Primeiramente,

a entidade deverá preencher o Registro J801, que é o termo de

verificação para fins de substituição da ECD. O documento

(termo) deverá integrar a escrituração substituta, além disso,

será contido dos seguintes tópicos: identificação da escritura-

ção substituída; descrição pormenorizada dos erros; identifi-

cação clara e precisa dos registros que contém os erros, exceto

quando o erro for em decorrência necessária de outro erro já

discriminado; a declaração de que os signatários de termo de

verificação não são responsáveis pela escrituração substituta

ou substituída, exceto quando eles forem também signatários

de uma delas.

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Esse termo de verificação deverá ser assinado pelo próprio pro-

fissional contábil que assina a escrituração substituta quando

a correção dos erros não dependa de alterações de lançamen-

tos contábeis, saldos ou demonstrativos.

Legislação

Para entender o Sped é uma ferramenta que para compreen-

der sua extensão é necessário entender sobre sua sistemática

legislativa. A Receita Federal, que dispõem na Lei nº 9.779 de

1999, em seu Art. 16, esclarece sobre a prerrogativa de instituir

obrigações acessórias. A partir do Decreto nº 6.022 de 2007,

essas obrigações entraram no projeto Sped, e o Sped Contá-

bil, apesar de ter surgido pela Instrução Normativa da Recei-

ta Federal do Brasil nº 787 de 2007, na sua primeira vertente

de obrigatoriedade, teve o Conselho Federal de Contabilidade

como primeiro órgão de contabilidade a destacar sobre a ECD,

e tendo como parâmetro a Resolução nº 2020 de 2005. No ano

de 2007, estabeleceu-se a Instrução Normativa da Receita Fe-

deral do Brasil (IN RFB) nº 787/07, que criou a ECD a partir do

anocalendário de 2008.

No final do ano de 2013, surgiu a IN RFB nº 1.420, que criou

uma nova ECD, tendo como principal mudança a inclusão no

seu âmbito de obrigatoriedade das empresas do lucro presu-

mido com regras próprias. Consequentemente, a IN RFB nº

1.594de 2015 ampliou a legalidade dessa obrigatoriedade.

Com o intuito de entender melhor sobre a legislação do Sped

Contábil, é conveniente detalhar o passo-a-passo de seu fun-

cionamento. Mas antes é preciso fazer um paralelo de como

ele operava anteriormente com o Decreto nº 8683 de 2016, e

posteriormente.

Para iniciar esse estudo vale frisar que, o Sped Contábil é a

substituição da escrituração contábil convencional em papel,

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pelo seu equivalente digital. Ou seja, a contabilidade que tem

como responsabilidade receber as informações da empresa,

promovia os registros contábeis por meio dos lançamentos

contábeis utilizando sistemas e ao final do ano calendário, ge-

rava um arquivo em formato de texto, submetendo o mesmo

em um programa validador, logo, fazia a assinatura do arqui-

vo pelo representante legal da pessoa jurídica e contador, e ao

conclui-la, enviava a escrituração para o ambiente Sped. ARe-

ceita Federal recepcionava essas informações, porém a Junta

Comercial precisaria promover autenticação do livro. Para isso

o contribuinte precisava pagar uma taxa para a Junta Comer-

cial, que iria buscar as informações no portal do Sped, verifi-

cando o número do livro, dados da empresa, do contador, se o

representante legal da PJ era o mesmo pra fins de assinatura

de documento no órgão, por fim, desta forma promovia-se a

autenticação daescrituração contábil.

Posteriormente, surgiram algumas modificações provenien-

tes do Decreto nº 8683 de 2016. Porém essa determinação é

presidencial, mas que não altera a norma contábil. Ela altera

a possibilidade de registro da escrituração contábil. Com isso,

o Conselho Federal de Contabilidade fez e publicou a segunda

revisão do Comunicado Técnico Geral – CTG 2001 (R2). Essa

CTG estabelece que, o livro diário deve ser autenticado no re-

gistro público ou entidade competente, apenas quando for exi-

gida legislaçãoespecífica.

Na transmissão para o Sped devem constar apenas as contas

que tenham saldo ou que tiveram movimento no período. Ou

seja, se você tem um plano de contas com 10.000 mil contas,

mas naquele período só foram usadas 500, só deverá ser infor-

mado no Sped Contábil as 500 contas.

O Decreto nº 8683 de 2016 estabelece que a autenticação dos

livros contábeis das empresas poderá ser feita por meio do

Sped, mediante a apresentação, ou seja, com a transmissão

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da Escrituração Contábil Digital (ECD). Além disso, prevê que

o termo de autenticação da ECD transmitida via Sped será o

próprio recibo de entrega que o programa gera no momento

da transmissão. Em suma, a partir do momento que envia o

Sped Contábil para o Sped, o próprio termo de transmissão

passa a ser o recibo de autenticação, e com isso a ECD será au-

tomaticamente autenticada.

A Resolução nº 1299 de 2010, assim como o comunicado CTG

2001, estabelece quais são os preceitos que devem obedecer à

escrituração contábil em forma digital, de acordo com precei-

tos da NBCTG2000.

Determina também que esse tipo de escrituração deve ser em

idioma e moedas correntes nacionais. Ou seja, mesmo que se

refira a uma multinacional, que precisa elaborar demonstra-

ções contábeis para sua matriz ou alguma subsidiaria no ex-

terior, para fins de escrituração contábil e de Sped Contábil,

essa escrituração deverá ser idioma em moedas correntes na-

cionais. A mesma deverá ser em forma contábil, implicando

destacar que deverá obedecer os lançamentos contábeis, com

seus cinco elementos: data, conta-crédito, conta-débito, histó-

rico e valor.

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Apartir do momento que esse lançamento contábil vem para o

ambiente digital, passa a ganhar mais um elemento. Imagine

que quando se fazia um processo de auditoria em livros manu-

ais, um lançamento era referenciado pela numeração de um

determinado livro e sua página de número qualquer. No meio

digital não há mais página de livros e sim um arquivo digital

em formato de texto que identifica lançamentos de maneira

assertiva. Por esse motivo foi criada a figura do número do lan-

çamento. Ressalte-se que toda escrituração contábil deverá ter

uma documentação que evidencie todos os fatos contábeis.

Já a Resolução 1.299 de 2010, Comunicado Técnico CTG 2001,

estabelece que o Livro Diário e Razão em formato digital cons-

tituem um único conjunto de informações e que não há a ne-

cessidade de impressão e encadernação em forma de livro em

papel, conforme a Resolução CFC 1.330/2011. Em relação a isso,

é comum observar situações de dificuldade operacional em

que empresas necessitam autenticar escriturações em papel,

na Junta Comercial, para participar de um processo licitatório.

Destaca-se que não podem coexistir dois tipos de escrituração

(uma em papel e outra digital) para o mesmo ano-calendário.

Recomenda-se verificar se a empresa enviou o Sped.

Obrigações acessóriasdispensadas

No caso de transmissão da escrituração via Sped Contábil,

há uma dispensa implícita: a impressão dos livros, o artigo

6º da Instrução Normativa da Receita Federal Brasileira no

1.420/2013 dispõe:

Art. 6º Aapresentação dos livros digitais, nos termos desta Ins-

trução Normativa e em relação aos períodos posteriores a 31de

dezembro de 2007,supre:

I - Em relação às mesmas informações, a exigência contida na

Instrução Normativa SRF nº 86, de 22 de outubro de 2001, e na

Instrução Normativa MPS/SRP nº 12, de 20 de junho de 2006.

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II.- A obrigatoriedade de escriturar o Livro Razão ou fichas

utilizados para resumir e totalizar, por conta ou subconta, os

lançamentos efetuados no Diário, prevista no art. 14 da Lei nº

8.218, de 29 de agosto de 1991.

III.- Aobrigatoriedade de transcrever no Livro Diário o Balan-

cete ou Balanço de Suspensão ou Redução do Imposto, de que

trata o art. 35 da Lei nº 8.981, de 20 de janeiro de 1995, discipli-

nada na alínea “b” do § 5º do art. 12 da Instrução Normativa

SRF nº 93, de 24 de dezembro de 1997.

Parágrafo único. A adoção da Escrituração Fiscal Digital, nos

termos do Ajuste Sinief no 02, de 3de abril de 2009, supre:

I.- A elaboração, registro e autenticação de livros para regis-

tro de inventário e registro de entradas, em relação ao mesmo

período. (Lei nº 154, de 1947, arts. 2º, caput e § 7º, e 3º, e Lei nº

3.470, de 1958, art. 71 e Lei nº 8.383, de 1991, art. 48), desde que

informados na Escrituração Fiscal Digital, nos termos do arts.

261 e 292 a 298 do Regulamento do Imposto de Renda, Decreto

nº 3.000, de 26 de março de 1999.

II.- Em relação às mesmas informações, da exigência contida na

Instrução Normativa SRF nº 86, de 22 de outubro de 2001, e na

Instrução Normativa MPS/SRP nº 12,de 20 de junho de 2006.

Prazos para apresentação dos livros digitais

É sabido que algumas empresas estão sujeitas à penalidade

quando não enviam o ECD JP fora do prazo. O que por vezes

acontece é que muitas empresas recorrem junto à Receita

Federal para explicar sobre o envio da escrituração, não para

cumprir com a obrigação fiscal porque não são obrigadas, mas

sim para obter a escrituração contábil em formato digital, que

é substituída pela escrituração convencional, de papel, e con-

sequentemente, para obter a anulação das penalidades. Vale

frisar que esta é uma alternativa viável.

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Conforme já mencionado coube ao artigo 5º da Instrução Nor-

mativa no 1.420/2013 fixar o prazo.

Quadro 3 - Título

Período da Escrituração Prazo deEntrega

Situação normal Último dia útil do mês de maio

do ano seguinte ao ano-calen-

dário a que se refere à escritu-

ração.

Situação especial ocorrida de ja-

neiro a abril do ano da entrega

da ECD para situações normais

(extinção, cisão parcial, cisão to-

tal, fusão ouincorporação)

Último dia útil do mês de maio

do ano seguinte ao ano-calen-

dário a que se refere à escritu-

ração.

Situação especial de maio a de-

zembro do ano da entrega da

ECD para situações normais

(extinção, cisão parcial, cisão to-

tal, fusão ouincorporação)

Último dia útil do mês seguinte

ao do evento.

Situação especial ocorrida de

janeiro a dezembro de 2014 (ex-

tinção, cisão parcial, cisão total,

fusão ou incorporação)

Último dia útil do mês de junho

de 2015.

Contudo, em um resumo geral dos aspectos técnicos da ECD,

a regra aponta que o prazo para enviar os livros digitais é até

o último dia útil do mês de maio. Mas para efeito maior desse

procedimento, é preciso saber também qual o significado do

Hash do livro. Por vezes, quando há necessidade de consultar a

situação do livro é imprescindível conhecer sobre a ferramenta

que se trata de uma numeração calculada pelo PVA, represen-

tando um código de barras do livro digital. Ressalte-se que na

ECD não é mais necessário fazer a impressão de livros, como

prevê nas resoluções nº 1.299e CTC 2001.

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Penalidades

Aspenalidades por apresentação fora do prazo do Sped Contá-

bil variam de acordo com informações abaixo:

a)Empresas do Lucro Presumido: R$ 500,00.

b)Empresas do Lucro Real e Arbitrado: R$ 1.500,00 por mês

ou fração.

Obs: O código da Receita 1438 permite calcular o Darf demul-

tas da ECD.

Composição doslivros

Todos os livros da escrituração contábil podem ser incluídos

no Sped Contábil, em suas diversas modalidades. São previs-

tas as seguintes formas de escrituração:

1)G - Diário Geral;

2)R - Diário com Escrituração Resumida (vinculado a livro au-

xiliar);

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3) A- DiárioAuxiliar;

4) Z - RazãoAuxiliar;

5) B- Livro de Balancetes Diários e Balanços

O livro do G, Diário Geral, deve ser utilizado quando a empresa

contempla todos os fatos contábeis com um lançamento con-

tábil. Ou seja, para cada fato contábil, se faz um lançamento

contábil, e o livro sendo do tipo G. No entanto, admite-se um

livro diário com uma Escrituração Resumida (R). Essa previ-

são encontra-se no inciso 1º do Art. 1.184 do Código Civil, que

permite a escrituração resumida do Diário com totais que não

excedam o período de 30 dias.

Essa aplicação deverá ser em relação às contas que suas ope-

rações sejam numerosas ou realizadas fora da sede do estabe-

lecimento, desde que utilizados livros auxiliares regularmente

autenticados, para registro individualizado, e conservados os

documentos que permitam a sua perfeita verificação.

O livro do tipo A,Diário Auxiliar, previsto no Art. 1.184do Códi-

go Civil, contendo os lançamentos individualizados das opera-

ções lançadas no Diário com Escrituração Resumida.

O livro Razão Auxiliar (Z) que pode se dizer um coringa den-

tro da Escrituração Contábil, é um livro auxiliar a ser utilizado

quando o leiaute do livro Diário Auxiliar não se mostrar ade-

quado para enviar as informações necessitadas.

Somente o Banco Central regulamentou o livro de Balancetes e

Diários e Balanços (B). Autilização dele é praticamente encon-

trada em instituição financeira.

O livro “S” foi extinto, que era o mesmo da SCP, foi extinto.

Hoje, ou a SCP envia em um livro do tipo G ou enviará como

um livro auxiliar a escrituração do Sócio Ostensivo.

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171

O modelo de livro do tipo Z, especificado pela Receita Federal,

pode ser localizado em pesquisa na internet. O leiaute desse

livro pode ser construído pelo próprio contribuinte, como no

registro I510, o mesmo fará a definição de campos do livro au-

xiliar com leiaute parametrizável, já no registro I550, fará os

detalhes do livroauxiliar.

Regrasde convivência entre os livros

Aescrituração G (Diário Geral) não pode conviver com nenhu-

ma outra escrituração principal no mesmo período, ou seja, as

escriturações principais (G, R ou B) não podem coexistir. Não

possui livros auxiliares Aou Z, e, consequentemente, não pode

conviver com esses tipos de escrituração.

Aescrituração resumida R pode conviver com os livros auxilia-

res (Aou Z) enquanto o livro de balancetes e balanços diários B

pode conviver com os livros auxiliares (Aou Z). Ou seja, a partir

do momento em que se faz lançamentos totalizadores seja por

uma decisão técnica ou questão sistêmica

OHash doLivro

Ao ler o arquivo para a validação, o PVA do Sped Contábil cal-

cula o hash do arquivo que não tem letra “O”(é sempre o núme-

ro zero), pois é formado por um código hexadecimal (números

de 0 a 9 e letras de Aa F).11 Como já adiantado, a ferramenta se

trata de uma numeração calculada pelo PVA, que representa

um código de barras do livro digital.

Impressão doslivros

11Se o livro digital estiver validado, o hash do arquivo pode ser obtido utilizando o

menu “Escrituração > Dados da Escrituração”. Despreze os separadores e o dígito ve-

rificador para transcrever o hash em quaisquer campos do arquivo.

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Em relação aos livros são formas alternativas de escrituração:

em papel, em fichas ou digital. Portanto, não podem coexistir

em relação ao mesmo período, ou seja, não podem existir, ao

mesmo tempo, dois livros diários em relação ao mesmo perío-

do, sendo um digital e outro impresso. 12

Quantidades: de livros por arquivo e de arquivos por ano-ca-

lendário

O arquivo da ECD sempre corresponde a um livro, portanto

escrituração será entregue em apenas um arquivo correspon-

dente a todo o ano-calendário. Contudo, há algumas exceções,

como, por exemplo, a escrituração resumida com livros auxi-

liares. Nessa situação, a escrituração poderá conter mais de

um livro por ano-calendário e, consequentemente, mais de um

arquivo, tendo em vista que haverá o livro principal (escritura-

ção resumida) e um ou mais livros auxiliares.

Em regra, é preciso enviar um livro por arquivo e um arqui-

vo por ano. No entanto, no caso de 12 arquivos para o mesmo

ano, como exemplo, é preciso que a movimentação justifique

tal processo. E caso aconteça mudança de contador durante o

período, faz-se necessário uma maior atenção. Citando outro

exemplo, é possível que o contador responsável, de uma em-

presa, no período de janeiro a junho, e que um novo contador

assumiu de julho até dezembro, cada um deverá gerar um ar-

quivo do Sped Contábil, conforme suas responsabilidades. E,

além disso, um representante da Pessoa Jurídica também de-

verá assinar.

12De acordo com o ITG 2000 – Escrituração Contábil –, em caso de escrituração con-

tábil em forma digital, não há necessidade de impressão e encadernação em forma de

livro, porém o arquivo magnético autenticado pelo sistema/registro público compe-

tente deve ser mantido pela entidade.

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O contador substituto vai gerar um novo arquivo referente ao

período de julho a dezembro, contendo sua parcela, e o mesmo

assinando em diante como responsável técnico. Isso será abor-

dado no item seguinte.

Limitede tamanho e período dos livros

Como regra geral, o livro é anual, mas pode conter mais de

um arquivo, desde que não ultrapasse um gigabyte (GB) cada

arquivo. Os períodos de escrituração do livro principal e dos

livros auxiliares devem coincidir. Portanto, se a escrituração

possui um livro principal e um livro auxiliar e, em virtude do

tamanho, o livro principal é fracionado em doze livros men-

sais, o livro auxiliar também deverá ser dividido em igual nú-

mero, seguindo os períodos adotados no livro principal. Exis-

tem outros limites:

-Todos os meses devem estar contidos no mesmo ano.

-Não deve conter fração de mês (exceto nos casos de início de

atividade, cisão parcial ou total, fusão, incorporação ou extin-

ção).

Para as situações especiais de cisão parcial ou incorporação (se

incorporadora) serão geradas duas escriturações: Escrituração

1:do início do ano-calendário (ou data posterior, caso o contri-

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buinte tenha iniciado suas atividades do próprio ano-calendá-

rio) até a data da situação especial. Escrituração 2: da data da

situação especial até o final do ano-calendário.

Exemplo 1: Uma empresa iniciou atividades em 15 de março

de 2015. Ocorreu um evento de cisão em 28/06/2015 e a em-

presa prosseguiu as atividades (cisão parcial). Duas escritu-

rações devem ser entregues. Escrituração 1: De 15/03/2015 até

28/06/2015 (A data limite para a entrega será o último dia

útil do mês de julho de 2015). Escrituração 2: De 29/06/2015 a

31/12/2015(Adata limite para a entrega será o último dia útil do

mês de maio de 2016). Aexceção, para esses casos (cisão parcial

ou incorporação, quando é incorporadora), ocorre se a data da

situação especial ocorrer no último dia do ano. Nesse caso,

será gerada apenas uma escrituração.

Exemplo 2: Uma empresa iniciou atividades em 15/03/2015.

Ocorreu um evento de cisão em 31/12/2015 e a empresa pros-

seguiu as atividades (cisão parcial). Uma escrituração deve ser

entregue: de 15/03/2015 até 31/12/2015 (A data limite para a en-

trega será o último dia útil do mês de janeiro de 2016). Caso a

situação especial ocasione a extinção da pessoa jurídica (incor-

poração, no caso de incorporada, ou cisão total ou fusão) só

haverá escrituração do início do ano-calendário (ou data pos-

terior, caso o contribuinte tenha iniciado suas atividades do

próprio ano-calendário) até a data da situação especial.

Exemplo 3: Uma empresa iniciou atividades em 15/03/2015.

Ocorreu um evento de fusão em 28/06/2015. Uma escrituração

deve ser entregue: de 15/03/2015 até 28/06/2015 (A data limite

para a entrega será o último dia útil do mês de julho de 2015).

Contendo mais de um mês, não pode haver descontinuidade

nasequência de meses.

Exemplo 4: Uma escrituração de janeiro a maio, não pode dei-

xar de informar o mês de fevereiro.

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Algumas observações segundo a Receita Federal do Brasil:

Apuração Trimestral do IRPJ: Respeitados os limites acima des-

critos, ainda que a apuração do IRPJ seja trimestral, o livro pode

ser anual. A legislação do IRPJ obriga a elaboração e transcrição

das demonstrações na data do fato gerador do tributo. Nada im-

pede que, no mesmo livro, existam quatro conjuntos de demons-

traçõestrimestrais ea anual.

Mudança de contador no meio do período: Respeitados os limites

acima, o período da escrituração pode ser fracionado para que

cada contabilista assine o período pelo qualé responsável técnico.

Mudançadeplanodecontasdaempresa nomeiodoperíodo:Res-

peitados os limites acima, o período da escrituração pode ser fra-

cionado para que cada plano contas corresponda a um período.

Mudançadasededaempresa paraoutraunidadefederação:Nes-

sa situação, a escrituração contábil do período que ainda não foi

transmitido deve ser enviada considerando o NIRE da nova sede

da empresa (grifooriginal).

Substituiçãodo livro digital transmitido

Conforme o Decreto no 8.683, de 25 de fevereiro de 2016, todas

as ECD de empresas estarão automaticamente autenticadas

no momento da transmissão e o recibo de transmissão servirá

como comprovante de autenticação. Estabelece também que

as ECD transmitidas até a sua data de publicação, cujos status

estejam diferentes de “sob exigência” ou “indeferidas”, serão

automaticamente consideradas autenticadas. Neste sentido:

1- ECD de empresas transmitidas após 25 de fevereiro de 2016:

Autenticadas no momento datransmissão.

2- ECD de empresas transmitidas até 25 de fevereiro de 2016:

Autenticadas no momento da transmissão, exceto se estiverem

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“sobexigência” ou “indeferidas”. No caso de estarem “sobexigên-

cia”, devem ser sanadas as exigências e deve ser transmitida a

ECD substituta.

3 - O recibo de transmissão é o comprovante da autenticação.

Somente poderão ser substituídos os livros que contenham erros

que não possam sercorrigidos por meio de lançamentos extempo-

râneos, nos termos das Normas Brasileiras de Contabilidade. A

entidade deverá preencher oregistro J801 – Termo de Verificação

Para Fins de Substituição da ECD – detalhando os erros que de-

ram motivo à substituição. Este termo deverá integrar a escritu-

raçãosubstituta econterá:

I - Identificação daescrituração substituída;

II - Descrição pormenorizada doserros;

III.- Identificação clara e precisa dos registros que contêm os er-

ros, exceto quando o erro for decorrência necessária de outro erro

já discriminado;

IV.- Declaração de que o(s) signatário(s) do Termo de Verifica-

ção não é(são) responsável(is) pelas escriturações, substituta ou

substituída, exceto quando ele(s) for(em), também, signatário(s)

deuma delas.

O Termo de Verificação será assinado:

i) Pelo próprio profissional contábil que assina a escrituração

substituta, quando a correção dos erros não dependa de altera-

çõesde lançamentos contábeis, saldos, ou demonstraçõescontá-

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beis, tais como, correçõesem termo de abertura, de encerramento,

identificação dos signatários, etc.; ii) Por dois (2) profissionais

contábeis, sendo um deles contador, quando a correção do erro

gere alterações de lançamentos contábeis, saldos ou demonstra-

ções não auditadas por auditor independente; iii) Por dois (2)

contadores, sendo um deles Auditor Independente, quando a

correção do erro gere alterações de lançamentos contábeis, saldos

ou demonstrações e tenham sido auditadas por auditor indepen-

dente. Somente profissionais contábeis regularmente habilitados

poderão assinar o Termo de Verificação. São nulas as alterações

que não decorramdoTermo deVerificação.

Roteiro prático para substituição do livro digital (Para ECD

com NIRE ou sem NIRE):

1.Se o arquivo é o que foi assinado, remova a assinatura. A as-

sinatura é um conjunto de caracteres “estranhos” que fica após o

registro 9999. Basta apagar tudo que fica após tal registro. Para

fazer isso, edite a escrituração com algum editor de texto do tipo

“Blocode Notas”.

2.No registro 0000, campo IND_FIN_ESC, defina que a ECD é

“Substituta”.

3.No registro 0000, campo COD_HASH_SUB, identifique o

HASH (código de 40 caracteres hexadecimais) da ECD a ser

substituída.

4.Corrija as demais informações no próprio editor de texto do

tipo “Bloco de Notas” ou no PVA do SPED Contábil. Se for utili-

zar o PVA do SPED Contábil, importe o arquivo sem assinatura

para oPVA.

5.Valide o livro no PVA do SPED Contábil utilizando a funcio-

nalidade Arquivo/Escrituração Contábil/Validar Escrituração

Contábil.

6. Assine.

7.Transmita.

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Assinaturado livro digital

O livro digital13 deve ser assinado por, no mínimo, duas pes-

soas: Apessoa física que tiver poderes para a prática de tal ato

e o contabilista. Não existe limite para a quantidade de signa-

tários e as assinaturas podem ser feitas em qualquer ordem.

Além disso, deve ser assinado com certificado digital do tipo

A3 (obrigatório para qualificação do assinante 900, 910, 920 e

para o responsável legal da ECD) ou A1(para as demais quali-

ficações dos assinantes, que não são responsáveis legais), emi-

tido por entidade credenciada pela Infraestrutura de Chaves

Públicas Brasileira (ICP-Brasil). Devem ser utilizados somente

certificados digitais e-PF ou e-CPF, com segurança mínima

tipo A3 (obrigatório para qualificação do assinante 900, 910,

920 e para o responsável legal da ECD) ou A1(para as demais

qualificações dos assinantes, que não são responsáveis legais),

emitido por entidade credenciada pela Infraestrutura de Cha-

ves Públicas Brasileira (ICP-Brasil). Os certificados de pessoa

jurídica (e-CNPJ ou e-PJ) não podem ser utilizados. 14

Utilização do Receitanet e ReceitanetBX

O programa Receitanet é utilizado para transmissão da es-

crituração contábil digital, enquanto que o programa Recei-

13O livro pode ser assinado por procuração eletrônica da RFB, no caso de a qualifica-

ção do assinante ser “procurador” (J930.IDENT_QUALIF = “309”) e o campo respon-

sável legal do registro J930 (J930.IND_RESP_LEGAL) estiver com a opção “S” (Sim).

É necessário que a procuração eletrônica da RFB seja feita com a opção específica

“SPED Contábil”.14Caso o sistema não esteja reconhecendo o certificado digital, siga o seguinte proce-

dimento: Delete os certificados expirados do computador, se houver e tente assinar

novamente. Caso não funcione: 1. Exporte a chave pública do certificado utilizando

o Internet Explorer e envie para RFB via “Fale Conosco” do SPED. 2. Em caso de erro

persistente, envie o print screen da tela de leitura dos certificados para análise via

“Fale Conosco” do SPED (enquanto o PVA do SPED Contábil tenta ler o certificado).3.

Espere, pelo menos 10 minutos, se o PVA do SPED Contábil estiver demorando a ler

um certificado.

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tanetBX é utilizado para fazer o download15 da escrituração

contábil digital e dos dados agregados gerados pelo sistema

já transmitida pela pessoa jurídica. Na transmissão, o Recei-

tanet utiliza a porta 3456 e o endereço IP 200.198.239.21. Para

verificar se a conexão está sem problemas, execute o comando

“telnet 200.198.239.21 3456”. Os dados agregados consistem na

consolidação mensal de informações de saldos contábeis e nas

demonstrações contábeis. O sistema gera automaticamente os

arquivos de dados agregados, assim que recebe a escrituração

contábil digital.

Lançamentos de quarta fórmula e planos de contas com qua-

tro níveis

O Sped Contábil faz validações para que o CTG 2001 (R2) seja

cumprido, conforme destacado a seguir:

-Os lançamentos de quarta fórmula podem ser utilizados des-

de que se refiram a um único fato contábil.

-O plano de contas da empresa deve ter, no mínimo, quatro

níveis.

Exemplo:

Nível 1:Ativo

Nível 2: Ativo Circulante

Nível 3:Disponibilidades

Nível 4:Caixa

Planode contas referencial

O mapeamento para os planos de contas referenciais é faculta-

15O download, via ReceitanetBX, segue as seguintes regras: Pessoa Jurídica: acessa

apenas as escriturações contábeis digitais e os dados agregados do seu CNPJ; Repre-

sentante Legal: acessa apenas as escriturações contábeis digitais e os dados agregados

do CNPJ do qual ele representa; Procuração Eletrônica: acessa apenas as escriturações

contábeis digitais e os dados agregados do CNPJ do qual ele é procurador.

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tivo. O PVA do Sped Contábil adota, a partir do ano calendário

2014, os mesmos planos de contas referenciais constantes no

Manual de Orientação do Leiaute da Escrituração Contábil Fis-

cal (ECF), nos registros L100, L300, P100, P150, U100 e U150. 16

Para consultar a situação, o PVA utiliza o IP 200.198.239.22 e a

porta 80. 17

Livrodigital extraviado ou corrompido

O PVA do Sped Contábil, às vezes, alerta sobre a alteração da

escrituração ou que não pode ser localizada na pasta original,

pois o Sped Contábil guarda a pasta na qual a escrituração está

gravada. Esta pasta foi indicada na realização da validação.

Pode-se observar que a pasta visualizando a escrituração em

“Resumo da Escrituração”. Geralmente, o PVA do Sped Con-

tábil procura a escrituração nesta pasta quando efetua alguma

operação sobre aescrituração.

Caso a escrituração não esteja mais acessível (por exemplo,

tiver sido removida da pasta, tiver o nome modificado, ou

mudança de posição da pasta), ou foi alterada ou corrompida

(editada, por exemplo), o PVA do Sped Contábil emite uma

mensagem de erro. Diante disso, pode-se tentar:

16Todos os planos de contas referenciais estão disponíveis no Manual Orientação do

Leiaute da ECF e no próprio diretório do programa do SPED Contábil em C:\Arqui-

vos de Programas RFB\Programas SPED\SpedContabil\recursos\tabelas. Exemplo:

Arquivo do plano referencial L100A (Balanço Patrimonial de PJ em Geral) - 2016: SPE-

DCONTABIL_DINAMICO_2016$SPEDECF_DINAMICA_L100.17Caso apareça a mensagem de erro “Erro ao consultar situação. Falha na conexão com

o servidor”, deve ser adotado o seguinte procedimento: 1) No Windows, selecionar:

Iniciar Executar; 2) Digitar “cmd” (para abrir o prompt de comando) e clicar “ok”; 3)

Na janela aberta, digitar: “telnet 200.198.239.22 80”; 4) Se a tela ficar toda preta é por-

que existe conectividade; 5) Se aparecer a mensagem “Conectando-se a 200.198.239.22.

Não foi possível abrir conexão com host na porta 80: conexão falhou”, a rede utilizada

pelo usuário para acesso está sem conectividade com a internet ou algum ativo de rede

(firewall) está bloqueando o acesso

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i) Restaurar a pasta com a escrituração original. Isso é possível

fazer se a pasta foi movida para outro lugar ou teve o nome al-

terado. Se a escrituração transmitida foi editada, isso não será

possível. ii) Restaurar uma cópia de segurança previamente feita.

É recomendável efetuar uma cópia de segurança da escrituração

após o envio. iii) Utilizar o aplicativo ReceitanetBX para fazer o

download da escrituração. Enquanto o livro estiver no ambiente

do SPED, ocontribuinte poderá fazer odownload. Para baixar o

arquivo, éexigido certificado digital da pessoa jurídica, do repre-

sentante legal ou doprocurador.

Roteiro para baixar a escrituração contábil utilizando o Recei-

tanetBX e importá-la noPVA Contábil:

1.Instale o aplicativo ReceitanetBX no computador. O instala-

dor do ReceitanetBX pode ser baixado do site do Sped, na área

dedownload.

Nota: Escolha o perfil correto (Contribuinte, Procurador ou Re-

presentante Legal). Em caso de procuração, garanta que a auto-

rizaçãodeefetuarodownloadda ECD estejamarcada no e-CAC.

2.Após o download, importe (valide) o livro digital no PVA

Contábil utilizando a funcionalidade “Arquivo/Escrituração

Contábil/Importar”. Como o livro já foi assinado, o programa

pergunta se existe termo de autenticação. A indicação do termo

deautenticação torna a validação maisrápida.

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A partir deste momento, pode-se, no programa do Sped Contá-

bil, visualizar e imprimir a escrituração, inclusive os termos, e,

manter-se informado sobre oestado da escrituração, utilizando a

funcionalidade “ConsultaSituação”.

Observação: O recibo que comprova a transmissão da escritu-

ração não é importado via ReceitanetBX. Caso a empresa per-

ca o recibo de transmissão da escrituração digital, deverá tentar

transmitir a escrituração novamente via PVA do Sped Contábil.

Nessa situação o Receitanet (e não o ReceitanetBX) identificará

que a escrituração digital já foi transmitida e fará odownload do

recibonovamente para a pasta estabelecidanoPVA.

Para consultar a situação da ECD, siga o roteiro a seguir:

1- Abra o programa do Sped Contábil (Versão atualizada);

2 - Importe e valide a escrituração;

3- Clique na escrituração (Menu lateral direito);

4- Clique em Escrituração - Dados da Escrituração; e

3- Clique em “Consultar Situação”. ou

1– Acesse o link: http://www.sped.fazenda.gov.br/appConsul-

taSituacaoContabil/

2– Preencha os campos solicitados; e

3 – Clique em “Consultar”

Pessoas jurídicasregistradas em cartório

As empresas registradas em cartórios estão dispensadas da

autenticação para fins fiscais, exclusivamente em relação aos

tributos administrados pela Receita Federal do Brasil segundo

a Instrução Normativa no 1.420, de 19 de dezembro de 2013.18 Em relação à autenticação pelos cartórios, deve ser utiliza-

18Portanto, para cumprir a obrigação acessória com a Receita Federal do Brasil, trans-

mita a escrituração via SPED Contábil. Não há taxa a pagar para a Receita Federal do

Brasil.

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19O software referente ao módulo pode ser acessado no site www.rtdbrasil.org.br.

do o Módulo de Registro de Livros Fiscais para os Cartórios

de Títulos e Documentos e Pessoa Jurídica, para autenticação

de arquivos da ECD, exclusivo dos cartórios e sem interface

com os sistemas da Receita Federal. Para isso, é necessário que

a empresa registrada em cartório transmita o mesmo arquivo

da ECD transmitido ao Sped para os cartórios por meio do re-

ferido módulo. 19

Período societário diferente do período fiscal

As pessoas jurídicas com período societário diferente do pe-

ríodo fiscal podem entregar a ECD de acordo com o período

societário e, caso seja necessário, fazer os ajustes relativos ao

período fiscal na Escrituração Contábil Fiscal (ECF), após a re-

cuperação dos dados da ECD.

Exemplo: Uma empresa possui período societário com encer-

ramento em março/2014 (de abril/2013 a março/2014). Nessa

situação, a empresa poderá entregar:

-Arquivo 1da ECD: De janeiro/2014 a março/2014, com encer-

ramento do exercício em março/2014;

-Arquivo 2 da ECD: De abril/2014 a dezembro/2014, informan-

do no campo 12 do registro I030 (I030.DT_EX_SOCIAL) que o

encerramento do exercício ocorreu em março/2014.

Blocos, registros e campos

O Sped Contábil é um dos subprojetos que possuem a menor

quantidade de blocos e registros. Ele faz um detalhamento dos

registros dividindo-os três categorias: obrigatórios (O), facul-

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tativo (F), não se aplicam (N). Ressalte-se que a divisão será

feita por tipo de livro. Além disso, compreende-se que o Sped

possui erros e advertências. Os erros impedem a transmissão

do arquivo para o portal do Sped, as advertências não.

No manual do Sped Contábil é possível averiguar que a obri-

gatoriedade dos registros deve ser realizada por tipo de livro.

Dentro dos blocos do Sped Contábil encontram-se o registro

de cada um, sendo possível também detalhar. A sequência

abaixo elenca a apresentação dos principais registros:

1)Bloco 0 – Abertura, Identificação e Referências

- Registro 0000 – Abertura do Arquivo Digital e Identificação

do Empresário ou Sociedade Empresária

Principais campos:

Período do Arquivo - Dados da PJ

NIRE – Finalidade daEscrituração

Indicador de Tipo de Escrituração

0 – PJ em Geral, 1– Sócio Ostensivo e 2 – SCP

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2) Bloco I – Lançamentos Contábeis

-Registro I010 – Identificação da Escrituração Contábil

Qual o tipo de livro está sendo apresentado no arquivo

-Registro I012 – Livros Auxiliares ao Diário

Quando o campo 02 do I010 foi igual a |R| ou |B| deverão

ser escriturados os Livros A (diário auxiliar) ou Z (razão

auxiliar)

-Registro I030 – Termo de Abertura

N° do Livro – Data do Arquivamento dos Atos Constitutivos

-Registro I050 – Plano de Contas

Plano de Contas da Empresa para Escrituração Habitual

Natureza: Ativo, Passivo, Resultado, PL e Compensação

Tipo de Conta: S / A– Nível e Código

Nome da Conta

-Registro I051 – Plano de Contas Referencial (Facultativo)

DE-PARA entre o Plano de Contas da Empresa e o Padrão

Código do Centro de Custos

Código da Instituição Responsável pelo Plano de Contas

Obs: Apesar de ser facultativo, é recomendável principalmente

para pessoas jurídicas que vão recuperar a ECD na ECF.

-Registro I052 – Identificação dos Códigos de Aglutinação

Serão utilizados para elaboração das demonstrações contábeis

nos registros do Bloco J

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-Registro I053 –Subcontas Correlatas (VerLeinº 12973de 2014)

Demonstrar os grupos de Conta Pai e as subcontas correlatas

Código da Subconta – Configuração do Plano de Contas

- Registro I075 – Tabela de Histórico Padronizado

É possível fazer a criação de uma única tabela de histórico e

importar aqueles que foram utilizados na escrituração contá-

bil para dentro do Sped Contábil

- Registro I100 – Centro de Custos

Obrigatório para quem utilizar Centro de Custos no sistema

contábil

Código do Centro de Custos

Nome do Centro de Custos

- Registro I150 – SaldosPeriódicos

Data Inicial e Final – Obrigatório para os Livros G, R ou B.

- Registro I155 – Detalhes dos Saldos Periódicos

Informa os saldos das contas contábeis trazendo o total dos

débitos e créditosmensais

Para cada conta analítica: Valor do Saldo Inicial

Saldo devedor ou credor – Débitos e Créditos

-Registro I200 – Lançamento Contábil

Número - Data - Valor

Tipo de Lançamento: Normal ou Encerramento

- Registro I250 – Partidas do Lançamento

Identifica as contrapartidas do lançamento a crédito e débito o

somatório deve ser igual ao valor do lançamento.

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-Registro I300 – Saldo das Contas de Resultado

Data da Apuração do Resultado

-Registro I350 – Detalhes dos Saldos das Contas de Resultado

Código da Conta Analítica – Valor do Saldo Final

Indicador daSituação D/C

Obs: Esses registros se referem aos balancetes das contas de

resultado. No Sped Contábil é possível fornecer balancetes das

contas patrimoniais mensalmente e balancetes das contas de

resultados mensalmente. A partir disso, o fisco pode utilizar

essas informações para montar suas demonstrações contábeis

em váriosperíodos.

3) Bloco J – Demonstrações contábeis

- Registro J001 – Abertura do Bloco J

Abre o bloco J e identifica se há dados informados

Os Registros de Balanço Patrimonial e DRE são facultativos,

porém o Código Civil determina que o Balanço e a DRE devem

ser elaborados no fim do exercício. Pelo Registro I052 é feita

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uma correlação das demonstrações J100 com o Plano de Con-

tas I050.

-Registro J005 – Demonstrações Contábeis

Data Inicial e Final das Demonstrações Contábeis

Identificação das Demonstrações – Consolidadas ou não

-Registro J100 – BalançoPatrimonial

Apartir dos códigos de aglutinação I052

O nível de detalhamento é de responsabilidade da PJ

Código de Aglutinação das Contas – Grupo do Balanço

-Registro J150 – Demonstração do Resultado do Exercício

Apartir dos códigos de aglutinação informados no I052

Receita ou Despesa

Confronto com os Registros I350 e I355

-Registro J200 – Tabela de Histórico de Fatos Contábeis que

modificam a Conta de Lucros ou Prejuízos Acumulados

-Registro J800 – Outras informações - Notas explicativas

Outras demonstrações contábeis. Exemplo: DFC, DVA ou no-

tas explicativas, pareceres e relatórios que sejam importantes

para serem apresentados juntamente com as demonstrações

e escriturações contábeis. Documento do word salvo no for-

mato .rtf.

-Registro J900 – Termo deEncerramento

Número do Livro

Natureza do Livro

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Nome Empresarial

Quantidade de Linhas do Arquivo

Data Inicial e Final da Escrituração

Com intuito de aperfeiçoar a utilização desses blocos e regis-

tros, vale destacar que a ECD será recuperada na ECF. Apartir

disso, a Receita Federal poderá fazer diversos cruzamentos e

verificações,até mesmo confrontos de saldos das informações.

Portanto, é imprescindível que mesmo que a ECF feita não

obedeça aos aspectos tributários, esta tenha cuidados que não

denunciem ou que não tragam para a Pessoa Jurídica um pas-

sivo tributário no momento em que ela será utilizada para fa-

zer a apuração do imposto de renda e a da contribuição social.

Ademais, faz-se necessário ressaltar novamente que o Sped

Contábil é a substituição de escrituração contábil convencio-

nal em papel pelo seu equivalente digital. Existem quatro tipos

de obrigatoriedade para o Sped Contábil, dentre eles: pesso-

as jurídicas tributadas pelo Lucro Real e pelo Lucro Presumi-

do (este último se dividindo em duas possibilidades; ou está

obrigado porque distribuiu lucro acima da presunção ou está

obrigado porque não se utiliza a prerrogativa prevista no pará-

grafo único do Art. nº 45 da Lei nº 8981de 1995).

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Outro fator a ser considerado dentro da obrigatoriedade se de-

verá quando uma entidade se apresentar imune ou isenta ao

IR desde que pague qualquer contribuição acima de R$ 10.000

em pelo menos um mês do ano calendário de 2016 (exemplo)

ou que receba receitas doações, rendimentos ou assemelhados

acima de R$ 1.200.000 durante o ano calendário. Além disso,

as SCP`s estando dentro da obrigatoriedade devem enviar

como livro próprio ou como auxiliar à escrituração do sócio

extensivo.

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Sped Escrituração Contábil

Fiscal(ECF)

capítulo7

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Sped ECF

AEscrituração Contábil Fiscal (ECF) surgiu no final do ano de

2013, com a Instrução Normativa nº 1.422, e a sua obrigatorie-

dade iniciava para o ano-calendário de 2014 e envio em 2015. Já

em 2015 foi registrado pela Receita Federal mais de 1.200.000

envios de ECF´s. No ano de 2016, o órgão atingiu o total de

1.218.088 de ECF´s referente ao ano-calendário de 2015. Nesse

cenário, a ECF ficou marcada pela quebra de paradigmas den-

tro do ambiente tributário brasileiro, onde passou a substituir

totalmente a Declaração de Informações Econômico-Fiscais

da Pessoa Jurídica (DIPJ), considerada tradicional, desconti-

nuada.

Como subprojeto do Sped, a ECF trouxe novos conceitos para

as obrigações tributárias acessórias. Como exemplo, a ferra-

menta oferece um modelo para recuperar dados de outras

obrigações acessórias distintas. AECF substitui a DIPJ a partir

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do ano-calendário 2014, com entrega prevista para o último dia

útil do mês de junho do ano posterior ao do período da escri-

turação no ambiente do SPED. Portanto, a DIPJ está extinta

a partir do ano-calendário 2014. São obrigadas ao preenchi-

mento da ECF todas as pessoas jurídicas, inclusive imunes e

isentas, sejam tributadas pelo Lucro Real, Lucro Arbitrado ou

Lucro Presumido, exceto:

I - As pessoas jurídicas optantes pelo Regime Especial Unificado

de Arrecadação de Tributos e Contribuições devidos pelas Micro-

empresas e Empresas de Pequeno Porte (Simples Nacional), de

que trataa LeiComplementarnº 123,de14dedezembro de2006;

II - Os órgãos públicos, às autarquias e às fundações públicas;

III - As pessoas jurídicas inativas de que trata a Instrução Nor-

mativa RFB nº 1.536, de 22 de dezembro de 2014; e nos termosda

Instrução Normativa RFB nº 1536, de 22 de dezembro de 2014,

considera-sepessoajurídica inativaaquelaquenãotenha efetua-

do qualquer atividadeoperacional, não operacional, patrimonial

ou financeira, inclusive aplicação no mercado financeiro ou de

capitais, durante todo o ano-calendário. Estas deverão apresen-

tar a Declaração Simplificada da Pessoa Jurídica (DSPJ) - Ina-

tiva.

ALei 6.404 de 1976, das S.A`s, que traz as disposições contábeis

e as demonstrações contábeis obrigatórias, entrou em vigor

no ano de 1978, dividindo os conceitos relacionados a título,

passivo, além da conceituação da contabilidade. É importante

ressaltar que essa legislação trata-se de uma norma de natu-

reza contábil, societária, sem interferências tributárias. A lei

permitia o desvio de preocupação da contabilidade em relação

a aspectos tais como: se a empresa era do Lucro Presumido,

ou do Simples Nacional, ou se seria tributada pelo Lucro Real.

No ano de 1977, com o surgimento do Decreto-Lei nº 1.598,

representando o alicerce do regulamento do Imposto de Ren-

da no Brasil. Muitas das disposições que se encontram hoje

no Decreto nº 3.000 de 1999, referente ao regulamento do IR,

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vieram do Decreto-Lei nº 1.598/77. De acordo com o professor

Paulo Henrique Pegas, esse Decreto-lei se vinculou a nossa le-

gislação contábil de uma forma em que a legislação tributária

passou a intervir em determinados parâmetros e procedimen-

tos contábeis.

Contudo, essa intervenção ocasionou um desfavor para a con-

tabilidade, que na sua essência, tem como principal função

fornecer informações para a tomada de decisões. Para que

essas informações sejam utilizadas no processo decisório, as

mesmas devem representar a realidade do patrimônio das

organizações. Caso contrário, o risco das informações serem

distorcida pode ser considerado. Em suma, com a interferên-

cia do Decreto-Lei, diversas normas de natureza tributária e

de instruções normativas da Receita Federal passaram a fazer

parte da realidade do contexto tributário das organizações.

Nesse âmbito, a contabilidade foi significantemente prejudi-

cada.

Já citada na introdução ao Sped Contábil, a Lei nº 11.638 de

2007 entrou em vigor a partir de janeiro de 2008 com o intuito

de promover uma modernização para a contabilidade socie-

tária brasileira. A regulamentação dá início a um processo de

convergência da norma contábil brasileira como um modelo

internacional, europeu, conhecido pela sigla IFRS, que traz a

subjetividade como uma questão significativa para a conta-

bilidade. Ou seja, a contabilidade substitui baseamentos por

meio de normas para diagnósticos de princípios. Isso permite

uma qualidade para a informação contábil. Na hora de fazer

uma depreciação, o contribuinte não levará em consideração

somente uma tabela que já possui ou um valor pré-determina-

do de tempo de vida útil e de taxa de depreciação. Os aspectos

a serem levados em consideração serão o tempo de vida útil de

um bem para uma determinada entidade e o valor a ser consi-

derado residual (que vai sobrar).

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Respaldadas pela Lei nº 11.638, essas subjetividades implica-

riam que definições de uma despesa pudessem ficar a cargo do

contribuinte. Com o intuito de impedir que isso gerasse im-

pacto na apuração do tributo, a Receita Federal criou a lei 11.941

de 2009, intitulada por Regime Tributário Transitório (RTT),

que dava neutralidade tributária às novas disposições con-

tábeis. Porém, a Receita Federal, reconhecendo uma insegu-

rança jurídica no âmbito de apurações de tributos, criou a Lei

12.973 de 2014, que disciplina as normas contábeis, intervindo

de forma em que a legislação tributária entendesse os novos

procedimentos contábeis, respeitando-os e conseguindo cal-

cular o tributo. A Lei 12.973 foi a conversão da MP nº 627 de

2013, que trouxe uma grande mudança na legislação tributária

brasileira, propondo a criação de subcontas que se aplicariam

em casos de lançamento na conta de ajuste, garantindo a visu-

alização na escrituração contábil ao invés de lançar o valor do

ajuste contábil diretamente na conta de terreno ou diretamen-

te na conta de veículo.

Como já explanado, a Lei 12.973 atualiza diversas disposições

da legislação brasileira, principalmente no que se refere à apu-

ração do imposto de renda da PJ, bem como da contribuição

social sobre o Lucro Líquido. Consequentemente, no mesmo

ano em que a legislação vigorou, surgia o Sped ECF.

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Doravante, o contexto da criação do Sped ECF é muito mais

abrangente em relação à substituição da DIPJ. Trata-se de uma

motivação nascida em apresentar quais os impactos tributá-

rios dos novos procedimentos contábeis.

No intuito de concluir essa introdução a respeito do Sped ECF,

faz-se necessário detalhar sobre o prazo em relação ao seu en-

vio. A Instrução Normativa nº 1.422 de 2013, que criou a ECF,

estabelecia que o prazo para envio dessa obrigação seria o mês

de julho. Porém, ainda no primeiro ano de envio, que foi no

exercício de 2015, com relação às informações do ano de 2014,

esse prazo foi prorrogado por meio da IN n º 1.524, e o prazo

para o mês de setembro. No final de 2015, a IN nº 1.595 trouxe o

prazo da ECF para o mês de junho. No entanto, durante o ano

de 2016, a EFC foi prorrogada para o mês de julho, por meio da

IN nº 1.633. Em suma, a norma determina que o prazo para en-

vio do Sped ECF deverá ser no último dia útil do mês de julho.

Ressalte-se que, mesmo que uma entidade não tenha movi-

mento no período, e que a mesma esteja dentro das regras de

obrigatoriedade, essa deverá enviar seu Sped ECF. É impor-

tante salientar que sem movimento não significa que não haja

fato contábil. Como um exemplo de rotina, é viável que uma

instituição religiosa qualquer, que está dentro da obrigatorie-

dade e que se baseia no fato de não ter faturamento como doa-

ções ou rendimentos, se convença de não ter que enviar o Sped

ECF. Em suma, uma concepção sistêmica a ser imediatamente

atualizada.

Blocos, registros e campos

Ao contrário do Sped Contábil, que conta com cinco blocos, o

Sped ECF possui um total de 16 blocos. Para uma melhor com-

preensão de cada um deles, torna-se fundamental destacar so-

bre algumas peculiaridades além dos principais registros.

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O bloco O, de Abertura e Identificação ou Referência, é onde

será informado os dados iniciais do contribuinte tais como

nome, nome empresarial, nome fantasia, CNPJ, o período que

se refere a escrituração, a modalidade tributação da empresa

(Lucro Presumido, Arbitrário, Imune ou Isenta do IR). Nesse

mesmo bloco serão preenchidas informações do signatário da

escrituração. Ou seja, quem deverá assinar a referida escritu-

ração. Ao observar na tela, o registro 10 mostra diversas infor-

mações semelhantes com as da ficha “1”da DIPJ, perguntando

qual a forma de tributação, lucro presumido e real, perído de

apuração do IR, a qualificação da PJ, e o tipo de escrituração.

No bloco C, onde constam Informações Recuperadas da ECD,

na ocasião de uma obrigatoriedade, do envio do Sped Contábil,

faz-se necessário, obrigatoriamente, recuperar o Sped Contá-

bil na ECF. Destaca-se que essa recuperação não irá permitir

edições de informações da contabilidade dentro do programa

da ECF. O Bloco tem como informações recuperadas da ECD:

a)Registro C040 – Identificação da ECD, podendo verificar o

NIRE, Hash, CNPJ, natureza do livro, período;

b)Registro C050 – Plano de Contas da ECD, com base no que

foi recuperado no Sped Contábil;

c) Registro C150(Patrimoniais);

d) Regsitro C350 (Resultado), referentes a saldos.

Obs: No Bloco C não é preenchido dentro do PVA.É obrigatório

para todas as entidades que tiveram envio do Sped Contábil.

Já no bloco E, de Informações Recuperadas, da ECF Anterior,

além do contribuinte recuperar a ECD, terá que recuperar a

ECF do ano anterior, obviamente, se o mesmo tiver transmi-

tido a ECF do ano anterior. Sobre esse bloco, o manual aponta

que é aplicável a todas as pessoas jurídicas que tiveram ECF

no ano anterior. Todavia, na prática, só será impedida a trans-

missão sem a recuperação de pessoas jurídicas tributadas pelo

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Lucro Real, e que não tenham início de atividade no ano que

está sendo enviada a informação. São principais registros do

Bloco E:

a)E010 – Saldos doBalanço Anterior;

b) E020 – Contas da Parte B do e-LALUR;

c)E155 – Balanço Patrimonial com base nos saldos calculados

a partir da ECD;

d)E355 – Demonstração do resultado com base nos saldos cal-

culados a partir da ECD;

e) Contábeis calculados a partir da ECD

Obs: Ressalte-se que o Bloco E não permite edição dentro do

PVA.

O bloco J, de Plano de Contas e Mapeamento, é onde é feito

uma vinculação entre o plano de contas utilizado pela empresa

e que foi feito no Sped Contábil, utilizado para apresentar toda

sua contabilidade, com um plano de contas referencial. Como

no Sped ECF o foco é na apuração da contribuição social, o

contribuinte deverá usar um plano de conta referencial, que

foi construído pela Receita Federal com o objetivo de apresen-

tar a sua contabilidade sobre uma ótica tributária.

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Trazendo para a prática, o contribuinte deverá ir ao Sped

Contábil para fazer o “de/para” do seu plano de contas para o

plano de contas referencial ou utilizar uma das três possibili-

dades que existem, de informar diretamente à ECF sobre esse

mapeamento. Dentre as possiblidades, destacam-se: Inserir

manualmente o mapeamento no bloco J; gerar um arquivo de

ECF somente com informações do bloco J, a partir do sistema

contábil, importando as mesmas (informações) pra dentro da

ECF; utilizar o mapeamento realizado na ECF do ano passado.

Registros principais:

a) J050 – Contas Contábeis;

b) J100 – Centro de Custos

Depois que a ECF recebe informações da contabilidade, do

mapeamento, obviamente, para aquelas empresas que tiverem

obrigadas ao envio do Sped Contábil, a mesma conseguirá cal-

cular no Bloco K o Saldo das Contas Contábeis e Referenciais.

Isso, dentro de uma ótica de utilização do plano de contas re-

ferencial. São registro desse bloco:

a) K155 – Balanço;

b) K156 – Mapeamento Referencial deSaldo;

c) K355 - DRE

Com isso, ela também conseguirá montar as demonstrações

contábeis no Bloco L, para as empresas do Lucro Real. Nesse

espaço, a empresa apresentará um balanço patrimonial, mon-

tado com base nas contas do plano de contas referencial e uma

demonstração do resultado também construído a partir da

contabilidade. Os registros principais do Bloco L:

a) L100 – Balanço PatrimonialReferencial;

b) L300 – DRE Fiscal (L200 eL210*)

O Bloco Q, de Demonstrativo de Livro de Caixa, tem sua re-

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gra de obrigatoriedade consideravelmente específica. Em seu

manual, a regra estabelece que, deverá ser enviado pelas PJ tri-

butadas pelo Lucro Presumido que se utilizam da prerrogativa

prevista no parágrafo único do art. 45 da lei n° 8.981 de 1995 e

cuja receita bruta no ano seja superior a R$ 1.200.000 ou pro-

porcionalmente ao período a que se refere.

Voltado para as empresas do Lucro Real, o Bloco M, onde é fei-

ta a apuração do lucro real, preenchendo o e-LALUR (digital)

e o e-LACS, que é o livro de apuração da contribuição social

sobre o lucro líquido, um livro semelhante ao e-LALUR, com

partes “a” e “b”. Na parte “a” se faz lançamentos de adições, ex-

clusões e compensações pra ajustar o lucro líquido da empresa

ao lucro tributado (real), e na parte “b”, é onde se controla va-

lores que podem influenciar futuramente na apuração do tri-

buto. Essa regra de ambas as partes citadas se aplica tanto no o

e-LALUR, como no e-LACS. Os registros do Bloco M são:

a) M300 – Lançamentos doe-LALUR;

b) 88 Adições (tipos) – 77Exclusões -Compensações

c) M350 – Lançamentos do e-LACS

Em relação ao bloco N, a ECF recuperou informações da con-

tabilidade, trabalhou diante dessas informações para trans-

formá-las em demonstrações contábeis, utilizando o Plano de

Contas Referencial, solicitando os ajustes no Lucro Líquido

para apurar o Lucro Real, para ao final calcular o Lucro Real.

Tem como registros:

a) N500 – Base de Cálculo do IRPJ Lucro Real;

b) N630 – Cálculo doIRPJ Lucro Real;

c) N650 – Base de Cálculo da CSLL;

d) N670 – Cálculo da CSLLLucroReal

No Bloco P (IRPJ e CSLL – Lucro Presumido), é onde será

apresentada a composição da base de cálculo da apuração do

IR e da contribuição social para empresas tributadas peloLu-

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202

cro Presumido. Já o Bloco T (IRPJ e CSLL – Lucro Arbitrado),

é onde será apresentada para empresas do Lucro Arbitrado a

apuração do IR e da CSLL. Destacam-se como registros prin-

cipais:

a) P100 – Balanço Patrimonial;

b) P150 – Demonstração doResultado;

c) P200 – Apuração da Base de Cálculo;

d) P300 – Cálculo do IRPJ;

e) P400 – Apuração da Base de Cálculo da CSLL;

f) P500 – Cálculo da CSLL

Obs: No caso do tipo de escrituração ser Livro Caixa deve-se

desconsiderar os registros P100 e P150. AECF não habilita esse

registro.

O Bloco T, do Lucro Arbitrado, tem como ênfase os principais

registros:

a) T120 – Apuração da Base do IRPJ;

b) T150– Cálculo do IRPJ

No Bloco U (Imunes e Isentas) serão demonstradas as infor-

mações das entidades imunes ou isentas do IR. São registros

principais dele:

a) U100 – Balanço Patrimonial;

b) U150– Demonstração do Resultado

O Bloco X (Informações Econômicas) é o campo onde serão

preenchidas informações econômicas do contribuinte como:

operações internacionais e parcelamentos, por exemplo.

O Bloco Y é reservado para o preenchimento de informações

gerais tais como a composição do quadro societário, informa-

ções dos rendimentos dos sócios. São principais registros:

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a)Y600 – Identificação de Sócios ou Titular;

b)Y611 – Rendimentos de Dirigentes, Conselheiros, Sócios ou

Titular;

c) Y672– Outras informações;

d) Ano Anterior x Ano daEscrituração;

e) Capital Social;

f) Saldo deCaixa

Por fim, o Bloco 9 indica o Encerramento do Arquivo Digital.

Importação e recuperação da ECF e recuperação da ECF an-

terior

Entender os parâmetros de importação e recuperação da ECF

é algo de extrema relevância para o ciclo de pessoas jurídicas,

além disso proporciona segurança na geração de informações.

Para tanto, é preciso compreender que, o arquivo da ECD não

é importado para a ECF, mas recuperado. Em primeiro lugar,

deve ser criada uma ECF no próprio programa ou ser impor-

tado um arquivo da ECF e, então, recuperar o arquivo da ECD

(recuperação de contas, saldos e mapeamento, caso tenha sido

realizado na ECD). AECD recuperada deve estar validada, as-

sinada e transmitida.

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Para as pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Presumido e

imunes ou isentas obrigadas a entregar a ECD, a recuperação

da ECD na ECF é obrigatória. Nesse caso, o 0010.TIP_ESC_

PRE deve ser preenchido com “C”.

Para as pessoas jurídicas não obrigadas a entregar a ECD, o

0010.TIP_ESC_PRE deve ser preenchido com “L”. Nessa situ-

ação, os blocos C, E, J e K não serão preenchidos. O programa

da ECF consegue recuperar mais de um arquivo da ECD, desde

que o períodos dos arquivos da ECD seja equivalente ao perío-

do do arquivo da ECF. Confira abaixo um exemplo:

Arquivo da ECF - de 01/01/2015 a 31/12/2015

Arquivos da ECD:

Arquivo 1da ECD: de 01/01/2015 a 31/03/2015

Arquivo 2 da ECD: de 01/04/2015 a 31/08/2015

Arquivo 3da ECD: de 01/09/2015 a 31/12/2015

Portanto, o programa da ECF conseguirá recuperar os três ar-

quivos da ECD, visto corresponderem ao mesmo período da

ECF (de 01/01/2015 a 31/12/2015). O programa da ECF também

permite a recuperação da ECF de período imediatamente an-

terior transmitida. Arecuperação da ECF do período imediata-

mente anterior é obrigatória quando: 1– Adata inicial da ECF

(0000.DT_INI) do período atual for diferente de 01/01/2014; e

2 – O indicador de situação de início de período (0000.IND_

SIT_INI_PER) for igual a “0” (Regular – Início no primeiro dia

do ano) ou “2” (Resultante de cisão/fusão ou remanescente de

cisão ou realizou incorporação). No momento da transmissão,

o erro de não recuperação da ECF anterior ocorrerá de acordo

com as seguintesregras:

- Verifica, quando a forma de tributação for lucro real (0010.

FORMA_TRIB = 1), se existe ECF transmitida para a base do

SPED de período imediatamente anterior e com o hashcode

igual ao que foi informado no campo 0010.HASH_ECF_ANTE-

RIOR.

204

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205

- Verifica, quando a forma de tributação for lucro real (0010.

FORMA_TRIB = 1)e não existe ECF transmitida para a base do

SPED de período imediatamente anterior, se o campo 0010.

HASH_ECF_ANTERIOR não estápreenchido.

Pessoas jurídicas imunes e isentas

Como pontuado anteriormente, o primeiro ano de envio do

Sped ECF foi o ano-calendário de 2014, sendo enviado no exer-

cício de 2015. Naquele período, as entidades imunes ou isentas

do imposto de renda tais como igrejas, demais entidades reli-

giosas, associações, sindicatos, só estariam obrigados ao envio

do Sped ECF se também estivessem obrigados ao envio da EFD

Contribuições. Para esse primeiro ano de obrigatoriedade, o nú-

mero de entidades imunes e isentas que enviaram o Sped ECF

foi consideravelmente reduzido, segundo a Receita Federal.

No entanto, para o ano de 2015, exercício de 2016, essa regra foi

modificada. A partir do ano-calendário 2015, todas as pessoas

jurídicas imunes ou isentas estão obrigadas a entregar a ECF.

As imunes ou isentas (desobrigadas do IRPJ e da CSLL) e que

não estejam obrigadas a entregar a ECD deverão preencher os

seguintes registros:

Registro 0000: Abertura do Arquivo Digital e Identificação da

Pessoa Jurídica

Registro 0010: Parâmetros de Tributação

Registro 0020: ParâmetrosComplementares

Registro 0030: DadosCadastrais

Registro 0930: Identificação dos Signatários da ECF

Registro X390: Origem e Aplicações de Recursos - Imunes e

Isentas

Registro Y612: Identificação e Rendimentos de Dirigentes,

Conselheiros, Sócios ouTitular.

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206

No caso do registro 0930, para as empresas imunes/isentas

que não estejam obrigadas a entregar a ECD, só será exigida a

assinatura do representante legal. Não será obrigatória a assi-

natura do contador nesse caso. As imunes ou isentas (desobri-

gadas do IRPJ e da CSLL) e que estejam obrigadas a entregar a

ECD, além dos registros mencionados, também preencherão

os blocos C, E, J, Ke U, que serão preenchidos pelo sistema por

meio da recuperação dos dados da ECD, caso em que é obriga-

tória a assinatura do contador.

Para gerar um arquivo da ECF, crie a ECF no programa (Ar-

quivo/Criar), preencha os dados principais e clique em “Ferra-

mentas/Exportar Escrituração”.

É muito importante que, para a entidade imune/isenta que

não esteja obrigada à ECD, terá que preencher informações no

Registro X390, relacionadas às origens e aplicações de recursos

e vão apurar se houve superávit ou déficit. É relevante ressaltar

também que o material de apoio tem uma planilha com infor-

mações para que o contribuinte faça o preenchimento prático,

bem como a validação de um Sped ECF de uma entidade imu-

ne no IR, preenchendo na prática o Registro X390.

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207

RecuperaçãodeECDsemmapeamentoparao planoreferencial

A recuperação de ECD sem mapeamento para o plano referen-

cial requer procedimentos viáveis para sua ascensão. Para que

não seja necessário digitar todo o mapeamento para o plano re-

ferencial na ECF, no caso de recuperação de dados da ECD sem

o respectivo mapeamento, pode-se seguir este procedimento:

1)Importar a ECF.

2)Recuperar ECD, marcando a opção “Utilizar os dados recu-

perados da ECD para preenchimento do balanço e/ou DRE”.

Com essa opção marcada, o programa da ECF copiará as in-

formações para o bloco J e K, mas não calculará o balanço pa-

trimonial e a DRE, pois não existe mapeamento. Os dados dos

registros K155e K355estarão de acordo com a ECD.

3)Importar somente o bloco J da ECF com o mapeamento cor-

reto. O programa da ECF incluirá o mapeamento nos registros

K155/K156e K355/K356e, consequentemente, calculará o balan-

ço patrimonial e a DRE utilizando os saldos da ECD e o mape-

amento da ECF.

Recuperação de ECDcom encerramento do exercício diferen-

te dos encerramentos da ECF

Os encerramentos do exercício na ECF seguem o período de

apuração do tributo, por exemplo, se a empresa for de Lucro

Presumido, os encerramentos do exercício da ECF serão tri-

mestrais. Caso a ECD recuperada tenha encerramento dife-

rente, por exemplo, a ECD recuperada tenha apenas um en-

cerramento anual, pode surgir uma mensagem com o valor

da diferença entre os saldos finais credores e os saldos ini-

ciais credores no momento da validação no programa da ECF.

Diante disso, é possível a PJ ajustar os saldos com a alteração

nos registros K155 e K355, alteração de saldo de uma ou mais

contas. Além disso, existe a opção de criar uma nova conta do

plano de contas da PJ (J050) para fazer o ajuste, contudo será

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208

necessário fazer o mapeamento dessa conta para o plano de

contas referencial(J051).

Desta forma é possível imaginar, como exemplo, uma empre-

sa do Lucro Presumido, que vai fazer a recuperação da ECF e

também da ECD anterior na ECF. Esta terá que enviar ante-

riormente o Sped Contábil e no momento de fazer a ECF terá

que recuperar a ECD do mesmo ano-calendário da ECF. Poste-

riormente deverá recuperar a ECF do ano anterior.

Para as PJ do Lucro Presumido obrigadas a entregar a ECD, a

recuperação da ECD na ECF é obrigatória. Para as pessoas ju-

rídicas não obrigadas a entregar a ECD, o tipo de escrituração

0010.TIP_ESC_PRE deve ser preenchido com “L”,de Livro Cai-

xa. Nessa situação, os blocos C, E, J e K não serão preenchidos.

Ou seja, os blocos de recuperação da ECD, da ECF anterior, os

blocos de mapeamentos, e de saldo das contas contábeis, serão

preenchidos pelas empresas do Lucro Presumido.

Uma das perguntas mais abordadas por aprendizes gera em

torno da obrigação do envio do Livro Caixa. Sobre esse aspec-

to, é importante saber que no Sped ECF, para empresas tri-

butadas pelo Lucro Presumido, essas podem ter dois tipos de

escrituração: contábil e do Livro Caixa. Ressalte-se que uma

empresa irá preencher uma escrituração contábil quando es-

tiver obrigada ao envio do Sped Contábil. A empresa também

pode ter o tipo de escrituração Livro Caixa, que é quando não

está obrigada a manter a escrituração contábil. As possiblida-

des de Livro Caixa e obrigatoriedade podem ser esclarecidas

através do manual previsto pelo Bloco Q do Sped ECF, citado

anteriormente.

Como exemplo, o Sped ECF ficará com a criação da Escritura-

ção Contábil Fiscal, preenchendo as informações: do Bloco 0,

informações econômicas do contribuinte caso haja, informa-

ções gerais, apuração e cálculo do IRPJ e da apuração da CSLL.

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209

Esse é modelo mais simplificado de ECF, porque oferece me-

nos dificuldades.

Registro do prejuízo fiscaldo período na parte B do e-Lalur

Prejuízo fiscal é algo que nenhum contribuinte pretende cor-

rer o risco, não é mesmo? Sem contar que esse tipo de gargalo

não faz parte do planejamento de entidades que trabalham sob

esquema de PJ. Nessa perspectiva, caso venha ocorrer um pre-

juízo fiscal no período (Registro M300), o procedimento é criar

uma conta de Prejuízos Fiscais de Períodos Anteriores no re-

gistro M010; registrar o saldo do prejuízo fiscal do período no

registro M410, colocar o indicador de lançamento como “PF”

– Prejuízo do Período. Se houver compensação de prejuízos

fiscais em períodos posteriores, deve ser utilizada a conta cria-

da na parte B para compensação no registro M300 (Linhas de

código 173,174,347e 348 do M300), com tipo de relacionamento

“1”(com conta da parteB).

Registro da base de cálculo negativa da CSLL do período da

parte B doe-Lacs

Para caso de ocorrências de uma base de cálculo negativa no

período (Registro M350), o procedimento é criar uma conta de

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210

Base de Cálculo Negativa de Períodos Anteriores no registro

M010; registrar o saldo do prejuízo fiscal do período no regis-

tro M410, colocar o indicador de lançamento como “BC” – Base

de Cálculo Negativa da CSLL.

Caso haja compensação de base de cálculo negativa da CSLL

em períodos posteriores, deve ser utilizada a conta criada na

parte B para compensação no registro M350 (Linhas de códi-

go 173, 174, 347 e 348 do M350), com tipo de relacionamento “1”

(com conta da parte B).

Mudança de contador no período ou mudança de planos de

contas noperíodo

Por vezes é natural surgir diversos contratempos durante os

processos de contabilidade, assim como em qualquer área

ou atividade. Com isso, gestores passam a enfrentar desafios

diante de metas estabelecidas para o alcance do sucesso. Se

trouxermos essa reflexão para o âmbito da contabilidade, vale

ressaltar que é inviável transmitir duas ou mais ECF caso haja

a mudança de contador no período ou mudança de plano de

contas no período.

A ECF deve ser transmitida em arquivo único, a menos que

ocorra uma das situações especiais previstas no registro 0000.

Caso a entidade tenha de recuperar os dados da ECD, devem

ser recuperados os dois arquivos da ECD transmitidos (um

para cada contador ou um para cada plano de contas).

No entanto, para que a ECF faça a correta recuperação de da-

dos é imprescindível que os saldos finais das contas existentes

no primeiro arquivo (primeiro contador ou primeiro plano de

contas) sejam iguais aos saldos iniciais das contas existentes

no segundo arquivo (segundo contador ou segundo plano de

contas). Na ECD, isso pode ser feito por meio do preenchimen-

to do registro I157(transferência de plano de contas) no segun-

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211

do arquivo da ECD, de acordo com as instruções presentes no

Manual de Orientação do Leiaute da ECD. Se isso não ocorrer,

a ECF recuperará somente os dados do segundo arquivo e os

ajustes necessários deverão ser realizados, por meio de substi-

tuição, na própria ECF ou na ECD.

Planode contas e mapeamento

AECF recupera o plano de contas do último período existente

na ECD, o qual deve retratar o conjunto e a estrutura de todas

as contas passíveis de utilização na contabilidade da entidade.

No entanto, o mapeamento das contas contábeis da entidade

para as contas referenciais é realizado apenas em relação às

contas analíticas, pois as contas sintéticas não devem ser ma-

peadas.

Registros de planos de contas referenciais (L100, L300, P100,

P150, U100 e U150)

Para as pessoas jurídicas que possuem ECD para recuperar e

geram o arquivo da ECF para importação: os registros L100 e

L300, no caso de pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro Real;

P100 e P150, no caso de pessoas jurídicas tributadas pelo Lucro

Presumido; U100 e U150, no caso de imunes ou isentas, que

não devem constar no arquivo da ECF para importação, pois,

caso sejam importados, os valores não serão calculados pelo

programa da ECF.

Conta “ResultadodoExercício”

No plano referencial, a conta “Resultado do Exercício” é sin-

tética, visto que representa o resultado da diferença entre as

receitas e despesas do período. Caso a entidade utilize uma

conta transitória analítica “Resultado do Exercício” ou “Apu-

ração do Resultado Exercício” para realizar os lançamentos de

transferência dos saldos das receitas e despesas do período,

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212

essa conta deverá ter J050.COD_NAT = “09” (Outras) e não de-

verá ser mapeada, tendo em vista que o sistema não permite o

mapeamento de contas com código de natureza “09”.

Retificação daECF

Aretificação da ECF poderá ser realizada em até cinco anos. Se

a ECF de um ano anterior for retificada, poderá ser necessário

retificar as ECF dos anos posteriores, em virtude do controle

de saldos daECF.

Exemplo:

Em 01/01/2018, a empresa retificou a ECF do ano-calendário

2014. Nesse caso, a empresa pode ter que retificar as ECF dos

anos-calendário 2015 e 2016. Para retificação da ECF, é neces-

sário que o campo 12do registro 0000 (0000.RETIFICADORA)

deve estar preenchido com “S” (ECF Retificadora). O procedi-

mentopara retificação é:

1– Exporte o arquivo da ECF original;

2– Abra o arquivo da ECF exportado em um programa tipo

“Bloco de Notas”;

3– Se o arquivo é o que foi assinado, remova a assinatura. Aas-

sinatura é um conjunto de caracteres “estranhos” que fica após

o registro 9999. Basta apagar tudo que fica após tal registro.

Para fazer isso, edite a escrituração com algum editor de texto

do tipo “Bloco de Notas”.

4– Altere com campo 12 do registro 0000 para “S” (ECF retifi-

cadora) – também é possível fazer as correções neste momen-

to, mas caso prefira fazer no próprio programa da ECF, salve

o arquivo;

5 – Importe o arquivo da ECF retificadora;

6– Faça a correção dos dados no programa da ECF;

7 – Valide;

8 – Assine; e

9 – Transmita aECF retificadora.

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Significado da mensagem “Dados atualizados na linha de

acordocom a tabeladaRFB”

A entidade precisa informar apenas o código da linha e o va-

lor, além da identificação do registro, no caso de registros com

tabelas dinâmicas, pois a descrição é preenchida pelo próprio

programa da ECF. Se a entidade preencher o campo descrição

e não estiver exatamente igual à descrição da respectiva tabela

do registro no programa, o sistema fará a atualização da des-

crição e emitirá a mensagem (advertência) no momento da

importação do arquivo da ECF: “Dados atualizados na linha de

acordo com a tabela da RFB”.

“Transformação”

A transformação não se trata de um evento que represente

interrupção do período para cálculo dos tributos. Portanto,

as opções “Resultante de Transformação” (Código 3 do 0000.

IND_SIT_INI_PER) e “Transformação” (Código 7 do 0000.

SIT_ESPECIAL) foram excluídas do registro 0000. No caso de

transformação no período (Exemplo: a empresa de LTDA. tor-

na-se S.A.), a ECF deve ser transmitida em arquivo único para

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214

todo o período. Portanto, se não houve situação especial nem

abertura ou início de obrigatoriedade no período, os campos

0000.IND_SIT_INI_PER e 0000.SIT_ESPECIAL serão preen-

chidos da seguinteforma:

0000.IND_SIT_INI_PER: 0 – Regular (Início no primeiro dia

do ano).

0000.SIT_ESPECIAL: 0 – Normal (Sem ocorrência de situação

especial ou evento).

Prejuízos fiscais acumulados de períodos anteriores

O registro de prejuízos fiscais acumulados de períodos ante-

riores deve ser feito da seguinte forma no registro M010:

1– Código da Conta: código da conta de prejuízos fiscais acu-

mulados de períodos anteriores, definido pela própria pessoa

jurídica.

2– Descrição: descrição da conta, definida pela própria pessoa

jurídica.

3– Data da Criação: como a ECF inicia em 01/01/2014, pode ser

utilizada 31/12/2013, como data da criação de contas da parte B

com saldos antes do ano-calendário 2014.

4– Código de lançamento de origem da conta: não há (deixar

em branco).

5– Data limite para uso do saldo da conta: não há (deixar em

branco).

6 – Tipo de tributo: I (Imposto de Renda Pessoa Jurídica)

7– Saldo inicial: informar o saldo dos prejuízos acumulados de

períodos anteriores.

8– Indicador do saldo inicial: D (Para prejuízos ou valores que

reduzam o lucro real ou a base de cálculo da contribuição social

em períodossubsequentes).

9– CNPJ: preencher somente no caso da conta Prejuízos Fis-

cais Acumulados de Períodos Anteriores estarem relacionados

a outrapessoa jurídica.

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215

Bases de cálculo negativas acumuladas de períodos anterio-

res

O registro de bases de cálculos negativas acumuladas de pe-

ríodos anteriores deve ser feito da seguinte forma no registro

M010:

1– Código da conta: código da conta de bases de cálculo ne-

gativas de períodos anteriores, definido pela própria pessoa

jurídica.

2– Descrição: descrição da conta, definida pela própria pessoa

jurídica.

3– Data da criação: como a ECF inicia em 01/01/2014, pode ser

utilizada 31/12/2013, como data da criação de contas da parte B

com saldos antes do ano-calendário 2014.

4– Código de lançamento de origem da conta: não há (deixar

em branco).

5– Data limite para uso do saldo da conta: não há (deixar em

branco).

6– Tipo de tributo: C (Contribuição Social Sobre o Lucro Lí-

quido)

7– Saldo inicial: informar o saldo de base de cálculo negativa

de períodos anteriores.

8– Indicado do saldo inicial: D (Para prejuízos ou valores que

reduzam o lucro real ou a base de cálculo da contribuição social

em períodossubsequentes).

9– CNPJ: preencher no caso da conta Base de Cálculo Negativa

Acumulada de Períodos Anteriores estar relacionada a outra

pessoa jurídica.

As situações especiais de 2014 e Sociedades em Conta de Par-

ticipação(SCP)

As situações especiais (cisão, fusão, incorporação etc.) ocorri-

das em 2014 devem ser entregues por meio da Declaração de

Informações Econômico-Fiscais da Pessoa Jurídica (DIPJ). A

Escrituração Contábil Fiscal (ECF) somente seria utilizada

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216

para a transmissão de situações especiais de 2015 em diante.

Cabe frisar que, no caso de Sociedades em Conta de Participa-

ção (SCP) extintas ao longo do 2014, não havia obrigatoriedade

de entrega da DIPJ por SCP nem de entrega da ECF. Somente

as SCP existentes em 31 de dezembro de 2014 deveriam entre-

gar a ECF relativa ao ano-calendário 2014. A partir do ano-ca-

lendário 2015, todas as SCP entregam a ECF, inclusive as que

forem extintas ao longo do ano da escrituração.

Diante da possibilidade de envio da ECF pelas empresas SP-

C´s, a ECP possui um sócio ostensivo. Então o contribuinte de-

verá enviar primeiramente a ECF do sócio ostensivo, dizendo

que o tipo é o “1”– ECF de empresa participante de SCP como

sócio ostensivo, e ainda na criação da Escrituração informar a

quantidade de SCP da PJ. No Registro 0035 ele deverá identifi-

car as SCP´s que foram informadas como tal. Essa identifica-

ção é feita por 14dígitos. Se a SCP possuir CNPJ, sugere-se que

se preencha os dados do CNPJ. No momento de fazer ECF da

SCP, o contribuinte deverá preencher como do tipo “2” – ECF

de SCP, informando a identificação da SPC conforme o Regis-

tro 0035 da Sócia Ostensiva.

Contas contábeis mapeadas para mais de uma conta referen-

cial

Quando uma conta contábil é mapeada para mais de uma

conta referencial, esse mapeamento é relativo ao saldo final

(que deve ser preenchido nos registros K156 e K356), ou seja,

o programa da ECF não pode preencher automaticamente o

saldo inicial das contas referenciais nos balanços patrimoniais

(L100: Lucro Real, P100: Lucro Presumido, U100: Imunes e

isentas), pois não há como saber a proporção do saldo inicial

da conta contábil mapeado para cada uma das contas referen-

ciais.

Nas contas contábeis de resultado não há problema, pois o sal-

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217

do inicial no período de apuração é zero. Contudo, no caso das

contas contábeis patrimoniais, o programa da ECF recupera o

mapeamento da ECD, embora deixe o saldo inicial das contas

referenciais em branco nos registros L100, P100 ou U100 para

que a pessoa jurídica preencha com a proporcionalidade cor-

reta.

Exemplo:

Empresa tributada pelo Lucro Real.

Conta Contábil Patrimonial (CC1) = R$ 100.000,00

Foi mapeada, na ECD, para as contas referenciais patrimo-

niais CR1e CR2. O mapeamento do saldo final foi:

CC1 CR1 = R$ 40.000,00 (Saldo Final)

CC1 CR2 = R$ 100.000,00 (Saldo Final)

No registro L100, a pessoa jurídica deverá definir os saldos ini-

ciais no primeiro período de apuração, visto que, nos períodos

de apuração seguintes, o próprio programa faz o transporte

(saldo final do período anterior = saldo inicial do período se-

guinte).

Arquivosda ECFou da ECDcorrompidos ou extraviados

É imprescindível a compreensão em torno do procedimento

correto para lidar com arquivos da ECF ou da ECD corrom-

pidos ou extraviados. Uma contabilidade eficiente não pode

simplesmente permitir esse tipo de ocorrência sem aplicar

métodos de ajustes. Se o arquivo da ECF ou da ECD estiver

corrompido ou extraviado, o procedimento para download é:

1. Instale o aplicativo ReceitanetBX no computador. O instala-

dor do ReceitanetBX pode ser baixado do site do SPED, na área

de download.

Escolha o perfil correto (Contribuinte, Procurador ou Repre-

sentante Legal). Em caso de procuração, garanta que a autori-

zação de efetuar o download da ECF ou da ECD esteja marcada

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218

no e-CAC.

2. Após o download do arquivo da ECF, importe o arquivo uti-

lizando a funcionalidade “Arquivo/Importar” do programa da

ECF. No caso do arquivo da ECD, ele poderá ser recuperado

dentro do programa da ECF.

O recibo que comprova a transmissão da escrituração não é

importado via ReceitanetBX. Caso a empresa perca o recibo

de transmissão da escrituração digital, deverá utilizar a fun-

cionalidade de recuperação no menu “Escrituração/Recuperar

Recibo de Transmissão”. Nessa situação o Receitanet (e não

o ReceitanetBX) identificará que a escrituração digital já foi

transmitida e fará o download do recibo novamente para a

pasta estabelecida no programa da ECF.

Multapor atraso na entrega da ECFou por incorreções

De acordo com o artigo 6º da Instrução Normativa RFB nº

1.422, de 19 de dezembro de 2013, a não apresentação da ECF

pelos contribuintes que apuram o Imposto sobre a Renda da

Pessoa Jurídica pela sistemática do Lucro Real, nos prazos fi-

xados no artigo 3º, ou a sua apresentação com incorreções ou

omissões, acarretará a aplicação, ao infrator, das multas pre-

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219

vistas no artigo 8º do Decreto-Lei nº 1.598, de 26 de dezembro

de 1977, com redação dada pela Lei nº 12.973, de 13de maio de

2014.

Quando não houver lucro líquido, antes do Imposto de Renda e

da Contribuição Social, no período de apuração a que se refere

à escrituração, deverá ser utilizado o último lucro líquido, an-

tes do Imposto de Renda e da Contribuição Social informado,

atualizado pela taxa referencial do Sistema Especial de Liqui-

dação e de Custódia - Selic, até o termo final de encerramento

do período a que se refere à escrituração.

Anão apresentação da ECF pelos contribuintes que apuram o

Imposto sobre a Renda da Pessoa Jurídica, por qualquer siste-

mática que não o Lucro Real, nos prazos fixados no artigo 3º,

ou a sua apresentação com incorreções ou omissões, acarreta-

rá a aplicação, ao infrator, das multas previstas no artigo 57 da

Medida Provisória nº 2.158-35, de 24 de agosto de 2001. 20

Pessoas jurídicas resultantes de cisão/fusão ou remanescen-

tes de cisão ou que realizaram incorporação

No caso de pessoas jurídicas resultantes de cisão/fusão ou re-

manescentes de cisão ou que realizaram incorporação, o pre-

enchimento dos campos 6, 7, 8 e 9 do registro 0000 deve ser o

seguinte, caso não ocorra outra situação especial no período:

- Campo 6 (Indicador do Início do Período): 2 = Resultante de

cisão/fusão ou remanescente de cisão, ou realizou incorpora-

ção (para que o sistema aceite uma data de início diferente de

01/01).

20 Os códigos de receita das multas são: 3624/2 – Multa por Atraso na Entrega da ECF –

Demais PJ E 3624/3– Multa por Atraso na Entrega da ECF – PJ Lucro Real

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220

-Campo 7 (Indicador de Situação Especial): 0 = Normal – sem

ocorrência de situação especial ou evento (para que o sistema

aceita a data final em 31/12).

-Campo 8 (Patrimônio remanescente em caso de cisão): <Em

branco>, pois essa informação iria no primeiro arquivo envia-

do (até a data da cisão).

-Campo 9 (Data da situação especial): <Em branco>, pois não

há situação especial no período (a situação especial ocorreu no

período anterior).

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222

Escrituração Fiscal

Digital das Retenções

e Informaçõesda

Contribuição Previdenciária

Substituída(EFD Reinf)

capítulo8

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223

EFDReinf

A Escrituração Fiscal Digital das Retenções e Informações da

Contribuição Previdenciária Substituída (EFD Reinf) é um

projeto novo, mas basicamente, é preciso entender, inicial-

mente, que se trata de um subprojeto do Sped que tem como

objetivo prestar informações a respeito das retenções e outras

informações da contribuição previdenciária substituída. É um

complemento ao Sistema de Escrituração Digital das Obriga-

ções Fiscais, Previdenciárias e Trabalhistas (eSocial). A EFD

Reinf tem característica de ser uma escrituração fiscal digital

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224

um pouco diferente das demais estudadas nesta obra, como

Sped Fiscal e Contribuições. Contudo, é também uma escritu-

ração fiscal digital, que entra no mesmo entendimento de que

os documentos fiscais eletrônicos que foram emitidos tran-

sitam pelas escriturações, neste caso, com as informações de

retenções e previdenciárias substituídas, sendo essas desem-

bocadas na contabilidade, nos speds Contábil e ECF.

Com essa premissa, torna coerente questionar qual a diferen-

ça entre EFD Reinf e eSocial. A EFD Reinf abrange todas as

retenções do contribuinte sem relação com o trabalho, e as

informações relacionadas à receita bruta para a apuração das

contribuições previdenciárias substituídas. A nova escritura-

ção substituirá as informações contidas em outras obrigações

acessórias, tais como o módulo da EFD Contribuições que apu-

ra a Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta (CPRB).

A liberação antecipada do Leiaute EFD Reinf em versão beta,

associada a regular liberação de versões melhoradas, cumpre

dois grandes desideratos: fomenta a construção coletiva que

caracteriza o Sped e oferece a oportunidade das empresas gra-

dualmente se prepararem para adaptação de seus sistemas à

nova obrigação acessória. A Reinf pode ser enviada mensal-

mente.

Aescrituração está modularizada por eventos de informações,

contemplando a possibilidade de múltiplas transmissões em

períodos distintos, de acordo com a obrigatoriedade legal.

Dentre as informações prestadas através da EFD Reinf, desta-

cam-se aquelasassociadas:

•aos serviços tomados/prestados mediante cessão de mão de obra

ou empreitada;

•às retenções na fonte (IR, CSLL, Cofins, PIS/Pasep) incidentes

sobre os pagamentos diversos efetuados a pessoas físicas e jurí-

dicas;

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225

•aos recursos recebidos por / repassados para associação despor-

tiva que mantenha equipe de futebolprofissional;

•à comercialização da produção e à apuração da contribuição

previdenciária substituída pelas agroindústrias e demais produ-

toresrurais pessoajurídica;

• às empresas que se sujeitam à CPRB (cf. Lei12.546/2011);

•às entidades promotoras de evento que envolva associação des-

portiva que mantenha clubede futebolprofissional.

Já o eSocial irá informar sobre as relações fiscais, previdenci-

árias e trabalhistas que tenham vínculo com a relação de tra-

balho. AReinf, por enquanto, tem disponível: 12 eventos, nove

tabelas, 587 campos e 24 regras de validações, apenas em sua

versão beta. Tanto o eSocial como a Reinf têm leiautes seme-

lhantes.

Principais eventos

Como já informado antes, a Reinf poderá ser enviada mensal-

mente. Atualmente na GFIP, é possível verificar as informa-

ções das retenções no Prestador e Retenções de Times de Fu-

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226

tebol. Já na DIRF, informações de IRRF retidas na fonte sem

relação com o trabalho e Contribuições Sociais Retidas na Fon-

te (CSRF). Ou seja, o eSocial, estando sozinho, levará uma série

de informações que hoje estão na GFIP, porém, a GFIP mais a

DIRF vão levar informações que irão compor a Reinf. São prin-

cipais eventos daReinf:

1)R-1000 Informações doContribuinte

2) R-1010 Tabela de Processos Administrativos e Judiciais

3)R-2010 Retenção Serviços Tomados com Cessão de Mão de

Obra

4)R-2020 Retenção Serviços Prestados com Cessão de Mão de

Obra

5)R-2030 Retenções – Recursos Recebidos por Times de Fute-

bol

6)R-2040 Retenções – Recursos Repassados aos Times de Fu-

tebol

Obs: Quem repassa patrocínios terá que informar na Reinf, as-

sim como o clube de futebol que recebeu o recurso.

7)R-2060 Informações daCPRB

8)R-2070 Retenções na Fonte (CSLL, PIS,Cofins), em cimade

pagamentos.

9) R-2098 Reabertura dos Eventos Periódicos

10)R-2099 Fechamento dosEventos Periódicos

11)R-3010 Receita de EspetáculoDesportivo

12)R-2050 Informações – Comercialização de Produtos

Agroindústria/PJ

Esses leiautes são bem semelhantes aos que são trabalhados no

eSocial. Ressalte-se que a Reinf não tem um PVA offline como

é possível perceber no fluxo das informações. Ela irá trabalhar

com eventos por meio de web service assim como é hoje uma

emissão de nota fiscal eletrônica, local onde o sistema emissor

se comunica automaticamente com o portal e transmite com

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227

mesma dinâmica as informações, gerando os protocolos de ar-

quivos XML.

Contudo, é preciso entender também sobre os registros, saber

suas funcionalidades. Sãoeles:

1) R – 1000 Identificação de Contribuinte

- Cadastro semelhante ao do eSocial

- Vínculo com a Tabela de Classificação Tributária:

1.– Empresa enquadrada no SN com contribuição previden-

ciária substituída

2.– Empresa enquadrada no SN com contribuição previden-

ciária não substituída

99 – Pessoas jurídicas emgeral

É interessante observar que esse registro já oferece a indicação

de que se a pessoa jurídica está obrigada ao envio do Sped Con-

tábil. Logo, a Refin começa a conciliar informações com a ECD

e a indicação dessa PJ passa a ter contribuição previdenciária

incidente sobre a receita bruta.

- Indicação de obrigatoriedade da ECD

- Indicação de CPRB

2) R – 1010Processos Administrativos eJudiciais

-Igual a utilizada no eSocial.

-As informação de processos que afetam as retenções e/ou re-

colhimentos do contribuinte e de terceiros (afeta diretamente

a retenção de terceiros se não for informado feito o registro do

processo judicial).

-Se houver processo enviar imediatamente após o cadastro do

contribuinte.

3) R – 2010 Serviços Tomados – Cessão de Mão de Obra

- Pode ser informado até 9.999 cadastros de obras (CNO) ou

tomadores (CNPJ)

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228

- Utiliza a tabela 6 (Serviços Prestados Sujeitos à Retenção Pre-

videnciária pelo Tomador) – conforme o Art. 117 da IN 971/09,

exemplos:

01 – Limpeza, Conservação ouZeladoria

02 – Vigilância ouSegurança

03 – Construção Civil

- Informações doPrestador

4) R – 2020 Serviços Prestados – Cessão de Mão de Obra

- Mesmas informações dos Serviços Tomados

- Cruzamento das Informações (tomador x prestador)

- Escrituração no mês de emissão da NF

Sugestão: É importante que fornecer envie ao tomador o ar-

quivo XML. Desta forma terá a informação casada, sem que

haja diferenças dedados.

5) R – 2030 Retenções - Recurso Recebido por AssociaçãoDes-

portiva que mantém Time de Futebol Profissional

-Contribuições Substituídas (20% CPP + RAT) por retenção de

5% na fonte pagadora

- Patrocínio, Licenciamento, Publicidade e Propaganda.

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229

-Identificação da entidade que recebeu o recurso e o CNPJ de

quem repassou

- Código da conta analítica (ECD)

6) R – 2040 Retenções – Recurso Repassado para Associação

Desportiva que mantém Time de Futebol Profissional

- Mesmas informações doR – 2030

- Cruzamento das informações (Recebimento x Repasse)

Como é hoje: Aentidade que paga o recurso informa na GFIP o

valor total, o Sefip gera a GPS dos 5%. Apreocupação da Reinf

gira em torno de dívidas previdenciárias consequentes da má

gestão e passividade governamental. Ou seja, com a Reinf ha-

verá o detalhamento para quem estar sendo feito o repasse e

de quanto é. Isso permitirá que a Reinf gere uma fiscalização

mais ostensiva para aqueles que desenvolvem tais atividades.

7) R – 3010 Espetáculo Desportivo (Futebolprofissional)

- Data do Espetáculo (Retenção de 5%)

- CNPJ da EntidadePromotora

- Nome da Competição

- CNPJ do mandante e CNPJ do Visitante

- Receita de Venda x Número de Pagantes

- Despesas necessárias

Ressalte-se que essas informações são essencialmente de na-

tureza contábil. Dessa forma, a EFD Reinf tem uma relação e

conexão com as informações da contabilidade. Portanto, o que

foi informado na Reinf terá que ser igual ao que foi colocado

no SpedFiscal.

8) R – 2060 Informações daCPRB

- Extinção do Bloco P da EFD Contribuições

- Identificação dos Estabelecimentos e Receita

- Composição da Base de Cálculo da CPRB

- Código da Conta Analítica (ECD)

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Lembrando, mais uma vez, que esse valor terá que bater com o

que está provisionado na contabilidade.

9)R– 2070 Eventos Periódicos - Retenções na Fonte (IR, CSLL,

PIS e Cofins)

-Identificação do contribuinte (que reteve), inclusive órgãos

públicos.

- Identificação do beneficiário e do rendimento (CNPJ ou CPF)

- Informações do pagamento e das deduções

Ressalte-se que os rendimentos isentos e não tributáveis tam-

bém deverão ser informados nesse registro. A exemplo disso:

04 – Abono pecuniário, 06 – Lucros ou dividendos pagos a par-

tir de 1996, 10 – Bolsa de estudos recebida por médico residen-

te.

10) R – 2099 Fechamento dosEventos Periódicos

-Identificação do responsável pelo preenchimento das infor-

mações na EFD Reinf

- Sem movimento mensal?

-Em janeiro: Houve repasse financeiro a sócios no ano ante-

rior?

Situações comuns a todos os eventos:

- Ambiente web de contingência e acesso via e-CAC

- Permitida a retificação, com identificação do evento anterior.

- Não há programa previsto, assim como no e-Social.

- Envio de lotes de eventos

-EFD Reinf é centralizada na matriz, assim como a EFD Con-

tribuições.

Legislação

Neófita, a legislação que estabelece a EFD Reinf foi instituída

pela Instrução Normativa (IN) nº 1701 de março de 2017, sen-

do publicado no Diário Oficial da União no dia 16de março do

mesmo ano. Em seu Art. 1º, a lei diz que fica instituída a escri-

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231

turação fiscal retenções e outras informações.

De acordo com o documento da Receita Federal do Brasil, o Pa-

rágrafo Único aponta que a EFD Reinf deverá ser transmitida

ao Sistema Público de Escrituração Digital (Sped) e será consi-

derada válida após a confirmação de recebimento e validação

do conteúdo dos arquivos. Segundo a legislação, das principais

obrigações é importante destacar que ficam obrigados a ado-

tar aEFD Reinf:

I.- pessoas jurídicas que prestam e que contratam serviços reali-

zados mediante cessãodemão deobranos termos doart. 31da Lei

nº 8.212, de24 de julho de1991;

II.- pessoas jurídicas responsáveis pela retenção da Contribuição

para oPIS/Pasep, da Contribuição para oFinanciamento da Se-

guridade Social (Cofins) e da Contribuição Social sobre o Lucro

Líquido (CSLL);

III.- pessoas jurídicas optantes pelo recolhimento da Contribui-

çãoPrevidenciária sobrea Receita Bruta (CPRB);

IV.- produtor rural pessoa jurídica eagroindústria quando sujei-

tos a contribuição previdenciária substitutiva sobre a receita bru-

ta proveniente da comercialização da produção rural nos termos

do art. 25 da Lei nº 8.870, de 15de abril de 1994,na redaçãodada

pela Lei nº 10.256, de 9 de julho de 2001 e do art. 22A da Lei nº

8.212, de 24 de julho de 1991, inserido pela Lei nº 10.256, de 9 de

julho de2001,respectivamente;

V.- associações desportivas que mantenham equipe de futebol

profissional que tenham recebido valores a título de patrocínio,

licenciamento de uso de marcas e símbolos, publicidade, propa-

ganda etransmissão deespetáculosdesportivos;

VI.- empresa ou entidade patrocinadora que tenha destinado re-

cursos a associação desportiva que mantenha equipe de futebol

profissional a título de patrocínio, licenciamento de uso de mar-

cas e símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espe-

táculosdesportivos;

VII. - entidades promotoras deeventos desportivos realizados

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232

em território nacional, em qualquer modalidade desportiva, dos

quais participe aomenos 1(uma) associaçãodesportiva que man-

tenha equipe defutebol profissional;e

VIII - pessoas jurídicas e físicas que pagaram ou creditaram ren-

dimentos sobre os quais haja retenção do Imposto sobre a Renda

Retido na Fonte (IRRF), por si ou como representantes de tercei-

ros.

Ressalte-se que a obrigatoriedade deverá cumprida a partir do

dia 1º de 2018, caso o faturamento da pessoa jurídica, no ano

de 2016, superior a R$ 78.000.000,00 (setenta e oito milhões de

reais), e a partir de julho de 2018, caso o faturamento da PJ, no

ano de 2016, tenha sido de até R$ 78.000.000,00.

Declaração de Créditos e Débitos Tributários Federais da

Web (DCTFWEB)

A DCTFWEB é um módulo que tem uma relação direta com

a EFD Reinf, que é a Declaração de Créditos e Débitos Tri-

butários Federais, da Contribuição Previdenciária, de outras

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233

entidades de fundos e do Imposto de Renda Retido na Fonte

(IRRF). A Reinf junto com a DCTFWEB e o e-Social promove-

rão a substituição da GIFP. A exemplo disso, a parte dos dé-

bitos serão trazidas automaticamente além dos créditos por

meio de informações via Reinf/e-Social e sistema eletrônico de

regularização de obras.

Com isso, é possível trazer dessas informações débitos prove-

nientes das Contribuições Previdenciárias, Contribuições para

Outras Entidades e Fundos, além de IRRF. Ademais, existem

os créditos de Salário-Família, de Maternidade e de Retenções

sobre notas fiscais.

Após fazer uma apuração de débito e crédito será possível ge-

rar um Darf único a pagar após fechamento da DCTFWEB.

Nesse procedimento, não será permitida a inclusão manual de

débitos.

São funcionalidades DCTFWEB: Integração com EFD Reinf,

eSocial e SERO, onde fará a captação automática dos débitos

e créditos; importação pelo PERD/COMP; emissão eletrônica

do Darf único; acesso via portal e-CAC e portal próprio (dis-

ponibilizado pela Secretaria da Receita Federal); retificação de

forma completa.

Para uma eficiente assimilação do que foi estudado neste ca-

pítulo, é preciso entender que EFD Reinf é uma escrituração

fiscal digital, também subprojeto do Sped, que visa fornecer

informações a respeito das retenções e das informações da

contribuição previdenciária substituída. Logo, estão obri-

gados a informar a EFD Reinf todas as pessoas jurídicas que

promovem retenções ou que são passivas de retenção. Serão

informados: os valores retidos tanto de contribuições federais

como imposto de renda retido na fonte, como as contribuições

previdenciárias.

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234

A escrituração opera com transmissão de registros via web

service. Por fim, a DCTFWEB é uma ferramenta que estará

integrada com a EDF Reinf, e-Social e Sistema Social de Re-

gularização de Obras, local onde as informações de débitos e

créditos, de naturezas previdenciárias e tributárias serão

consolidadas, permitindo que seja gerada uma única guia de

pagamento, único Darf. Para a operação, não será necessário

baixar ou instalar o PVA.

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e-financeira

capítulo9

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237

e-Financeira

A e-Financeira é um subprojeto do Sped e alguns pontos de

atenção bem como de informações chaves definem a ferra-

menta que faz parte integrante do que está posto a nível de

cruzamento fiscais de informações. Em uma definição mais

precisa, a e-Financeira é o mecanismo de cruzamento fiscal

onde instituições financeiras realizam as transmissões das

movimentações contábeis de contribuintes à Receita Federal

do Brasil.

De maneira geral, os contribuintes não precisam se preocu-

par em gerar arquivos e transmiti-los para o ambiente Sped.

Essa obrigação é feita por bancos, seguradoras, distribuidora

de títulos, planos de saúde, entidades que trabalham com pre-

vidência complementar, dentre outras instituições voltadas

para o segmentofinanceiro.

CApítulo9e-Financeira

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238

É interessante lembrar que, num passado recente essas insti-

tuições tinham suas preocupações em torno da Contribuição

Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), que se

tratava de um tributo cobrado sobre as operações financeiras.

Nela, para que o fisco tivesse uma detalhada informação a res-

peito da contribuição paga pelos contribuintes, o mesmo rece-

bia também neste momento informações financeiras sobre as

suas movimentações bancárias.

Logo após a extinção da CPMF foi criada a Declaração de In-

formações sobre Movimentação Financeira (Dimof), que tam-

bém objetivava receber informações financeiras.

Vale ressaltar que o grande diferencial em torno da e-Finan-

ceira é que a sua projeção está associada dentro do ambiente

Sped. Antes, diversas informações transmitidas pelas institui-

ções financeiras a um ambiente da Receita Federal não chega-

vam, e quando chegavam ao órgão, que contava com perspecti-

va precária de infraestrutura, eram analisadas manualmente.

Ou seja, existia o risco de cruzar movimentações de pesso-

as físicas dentro das declarações do imposto de renda ou até

mesmo de cruzar informações com outras declarações como

de cartão de crédito, por exemplo. Estabelecia-se, portanto,

uma espécie de trabalho braçal. Dentro de um novo contexto, a

partir do momento em que essa obrigação vem para o ambien-

te Sped, torna-se mais fácil que o fisco promova cruzamentos

de informações ou verificações nas informações bancárias e

financeiras.

A e-Financeira foi estabelecida pela Instrução Normativa da

Receita Federal do Brasil nº 1.571 de 2 de julho de 2015, com

base no artigo 5º da Lei Complementar nº 105 de 10 de janeiro

de 2001, no artigo 57da Medida Provisória nº 2.158-35 de 24 de

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239

agosto de 2001. Além disso, o subprojeto do Sped também tem

como base o Decreto nº 4.489 de 28 de novembro de 2002, no

artigo 16da Lei nº 9.779 de 19de janeiro de 1999, no artigo 30 da

Lei nº 10.637 de 30 de dezembro de 2002 e na IN RFB nº 802 de

27 de dezembro de2007.

A declaração disciplina a obrigatoriedade de prestação de in-

formações relativas às operações financeiras de interesse da

Secretaria da Receita Federal do Brasil (RFB). Trata-se, portan-

to, de um conjunto de arquivos digitais referentes a cadastro,

à abertura, ao fechamento e auxiliares, e pelo módulo de ope-

rações financeiras. Deve ser transmitida ao Sped pelos obriga-

dos a adotá-la:

I - as pessoas jurídicas:

a)autorizadas a estruturar e comercializar planos de benefí-

cios de previdênciacomplementar;

b)autorizadas a instituir e administrar Fundos de Aposenta-

doria Programada Individual (Fapi); ou

c)que tenham como atividade principal ou acessória a capta-

ção, intermediação ou aplicação de recursos financeiros pró-

prios ou de terceiros, incluídas as operações de consórcio, em

moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia de valor de pro-

priedade deterceiros; e

II - as sociedades seguradoras autorizadas a estruturar e co-

mercializar planos de seguros de pessoas.

Ae-Financeira consiste em uma obrigação acessória que reúne

as informações relativas às operações financeiras de interesse

da RFB. Aobrigação é constituída por um conjunto de arquivos

a serem entregues em leiautes específicos, por meio do am-

biente Sped, utilizando certificado digital válido, emitido por

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240

entidade credenciada pela ICP-Brasil. Os arquivos devem estar

assinados digitalmente pelo representante legal da entidade

declarante ou procurador constituído nos termos da Instrução

Normativa RFB nº 944, de 29 de maio de 2009. 21

Cabe ressaltar que, não é necessário enviar os arquivos da

e-Financeira em períodos que a entidade declarante não teve

movimentações de operações financeiras a serem entregues.

Entretanto, nos casos em que a entidade declarante seja con-

siderada “patrocinadora” nos termos do Foreign Account Tax

Compliance Act (FATCA), devem ser enviados os Cadastros de

Patrocinado para todos os fundos dos quais seja considerada

como a patrocinadora, independente de ter havido movimen-

tação nestes.

O módulo de operações financeiras deve ser entregue pelas pesso-

as jurídicas: autorizadas a estruturar e comercializar planos de

benefícios de previdência complementar (incluindo as entidades

fechadas de previdência complementar); autorizadas a instituir

e administrar Fundos de Aposentadoria Programada Individu-

al (Fapi); ou que tenham como atividade principal ou acessória

a captação, intermediação ou aplicação de recursos financeiros

próprios ou de terceiros, incluídas as operações de consórcio, em

moeda nacional ou estrangeira, ou a custódia devalor deproprie-

dade de terceiros; O módulo de operações financeiras também

deverá ser entregue pelas sociedades seguradoras autorizadas a

estruturar ecomercializar planos desegurosdepessoas.Aobriga-

toriedade de entregar o módulo de operações financeiras alcança

as entidades supervisionadas pelo Banco Central do Brasil (Ba-

cen), pela Comissão deValoresMobiliários (CVM), pela Superin-

tendência de Seguros Privados (Susep) e pela Superintendência

NacionaldePrevidênciaComplementar(Previc). As informações

21 Nos casos de procuração eletrônica, o declarante deverá habilitar poderes específi-

cos para esta obrigação acessória, no portal do e-CAC.

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241

referentes às aquisições de moeda estrangeira, conversões de mo-

eda estrangeira em moeda nacional e transferências de moeda

estrangeira e de outros valores para o exterior, realizadas pela

Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT), também de-

vem serentreguespelaECT.

De acordo com o Artigo 10 da IN, a e-Financeira será transmi-

tida semestralmente: a) até o último dia útil do mês de feverei-

ro, contendo as informações relativas ao segundo semestre do

ano anterior; b) até o último dia útil do mês de agosto, conten-

do as informações relativas ao primeiro semestre do ano em

curso. Correspondentes ao prazo limite para o envio das infor-

mações, entretanto, é possível efetuar entregas parciais dos ar-

quivos de movimento de operações financeiras, referentes aos

meses do semestre em curso, à medida que for sendo encer-

rado o movimento mensal. Exemplo: O arquivo de movimen-

to de operações financeiras do contribuinte “X”, referente ao

mês de janeiro de 2015, pode ser entregue em fevereiro, março,

abril, maio, junho, julho ou agosto do mesmo ano, desde que já

tenha sido transmitido previamente o arquivo de abertura da

e-Financeira para o primeiro semestre de 2015.

Dessa forma, evita-se o acúmulo de grande volume de infor-

mações concentradas nos dois meses que sucedem o fecha-

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242

mento do semestre, possibilitando eventuais correções nos

arquivos mensais individuais, não necessitando a correção de

toda a obrigação acessória, de maneira mais tempestiva.

Nos casos de reorganização societária (extinção, cisão parcial,

cisão total, fusão ou incorporação), a e-Financeira deverá ser

entregue pelas pessoas jurídicas extintas, cindidas, fusiona-

das, incorporadas e incorporadoras, obedecendo ao prazo es-

tabelecido no Artigo 10 da IN RFB nº 1.571 de 2015. Assim, se

a reorganização societária acontecer no primeiro semestre, a

e-Financeira deverá ser entregue até o último dia útil do mês

de agosto do ano em que ocorreu a reorganização. Se aconte-

cer no segundo semestre, a e-Financeira deverá ser entregue

até o último dia útil do mês de fevereiro do ano seguinte à re-

organização.

Excepcionalmente, em relação a dados de dezembro de 2015,

as informações deverão ser entregues até o último dia útil de

maio de 2016. Somente será considerada cumprida a obrigação

acessória após o envio do evento válido de fechamento semes-

tral. 22

Para o envio de informações, as instituições declarantes de-

verão gerar os eventos em arquivos eletrônicos com as infor-

mações referentes às entidades declarantes, aos declarados,

às movimentações financeiras, aos eventos de abertura e de

fechamentos dos períodos e aos cadastros de patrocinados e

de intermediários, a depender do caso. O processamento de

eventos deve ser feito simultaneamente por intermédio de um

web service, na mesma conexão com o retorno de um arquivo

22 As informações serão fornecidas pela instituição declarante por meio do envio de

arquivos de eventos, através de web services. Os arquivos gerados deverão ser assina-

dos digitalmente e transformados em documento eletrônico, nos termos da legislação

brasileira, de modo a garantir a integridade dos dados e a autoria do emissor.

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243

XML contendo o resultado do processamento do lote. De acor-

do com a norma, os arquivos enviados serão validados em três

etapas simultaneamente:

-Validação do lote: será executada no momento da recepção

do lote de eventos, quando serão verificados, inicialmente, o

certificado da conexão e a estrutura e versão do lote. Caso

ocorra erro na validação do lote, o lote não será recebido e não

serão realizadas as demais validações, descritas abaixo.

-Validação dos eventos contidos no lote: para cada evento con-

tido no lote, serão feitas as seguintes validações:

Validação de estrutura: validação do evento em relação à estru-

tura do arquivo, de acordo com o tipo de evento. Caso ocorra

erro na validação de estrutura, o evento não será recebido e

não serão realizadas as demais validações do evento.

Validação de conteúdo: validações dos valores informados no

evento. Caso seja detectada alguma inconsistência, o evento

não será recebido.

No entanto, como um exemplo de rotina, ao passar para as

escriturações de natureza fiscal ou contábil, essas possuem,

em sua grande maioria, um modelo de apresentação das in-

formações que se utiliza de PVA`s offlines, onde são gerados

arquivos em formatos de textos, e são submetidos a programas

validadores para depois se transmitir informações ao fisco.

Contudo, como outro exemplo, sabe-se da existência de mode-

los de escriturações fiscais tais como a Reinf, que não se utiliza

de PVA´s. Trata-se de uma nova tendência do projeto Sped.

É possível afirmar que, PVA´s offlines como do Sped Fiscal,

Sped Contribuições, Sped Contábil e do Sped ECF sejam, ao

longo do tempo, substituídos pelo referido modelo, o qual é

possível praticar operações em que automaticamente sejam

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244

inseridas no banco de dados do fisco, sendo autorizadas em

acompanhamento diário, em tempo real e até mesmo online

em alguns casos.

Destaca-se, mais uma vez que, a e-Financeira reúne diversas

informações relativas às operações financeiras que sejam de

interesse da Receita Federal do Brasil. Mas mesmo com essa

premissa é pertinente o questionamento em torno da legali-

zação do envio e informações financeiras de contribuintes ao

fisco sem autorizaçãojudicial.

A respeito disso é interessante observar uma notícia divulga-

da no site do Supremo Tribunal Federal (STF), que destaca o

título “STF garante ao Fisco acesso a dados bancários dos con-

tribuintes sem necessidade de autorização judicial”, conforme

consta no link http://www.stf.jus.br/portal/cms/verNoticiaDe-

talhe.asp?idConteudo=310670 (Acesso em 27/06/2017). No ano

de 2016, o Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) con-

cluiu julgamentos de alguns processos que questionavam a Lei

Complementar nº 105 de 201, que dá à Receita Federal o poder

de receber dados bancários dos contribuintes sendo forneci-

dos diretamente pelas instituições financeiras e sem a prévia

autorização judicial.

A decisão foi tomada por maioria, de nove a dois votos pre-

valeceu o entendimento de que a norma não resulta em que-

bra de sigilo bancário, mas sim em transferência de sigilo da

órbita bancária para a fiscal, ambas protegidas contra acesso

de terceiros. Ou seja, para o STF, não significa que está haven-

do uma quebra de sigilo bancário, mas sim uma transferência

de competência desse sigilo, que sai de um sigilo meramente

bancário, passando a ser um sigilo do âmbito fiscal. Ambos são

protegidos.

Nesse contexto é importante destacar que existem regras para

a prestação dessas informações, que são feitas de maneira to-

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245

talizada por tipo de operação. Sabe-se que, na internet existem

muitas informações incorretas e imprecisas a respeito da e-Fi-

nanceira. Com isso, não se aplica afirmar que, os bancos estão

enviando para a Receita Federal cópias de extratos bancários

dos contribuintes. Na verdade, eles enviam, dentro da regra de

obrigatoriedade, da prestação das informações, saldos totali-

zadores por tipos de operações.

É importante ressaltar que o envio de informações financeiras

ao fisco não é novidade. No entanto, ao ingressar ao ambiente

Sped aumenta de maneira considerável a possibilidade de cru-

zamentos dessas informações tanto de pessoas físicas, como

jurídicas. Consequentemente, observa-se uma série de impac-

to fiscal no cruzamento com as informações financeiras. Para

expor um exemplo, imagina-se uma pessoa física qualquer

que está recebendo de seu banco vários depósitos bancários e

transferências que totalizados dariam um valor de R$ 20.000.

Posteriormente, no e-Social, que será abordado no capítulo se-

guinte, esta mesma pessoa declara o valor de R$ 1.500. Logo,

percebe-se uma informação descasada que a mesma deverá

justificar, em um futuro próximo, a que se refere essa movi-

mentação financeira. Já no exemplo no caso de uma pessoa ju-

rídica, imagina-se uma empresa qualquer que teve uma quan-

tidade de movimentação financeira no aporte de R$1,5milhão,

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246

porém o seu faturamento fiscal é na ordem de R$ 200.000.

Diante disso é viável questionar “como justificar tal movimen-

tação?”.

Nesse último contexto, salienta-se que o objetivo final de uma

e-Financeira dessa, e o objetivo final de o contribuinte em pres-

tar informações financeiras ao Fisco, seja por meio do Coaf, ou

Dimorf, ou e-Financeira, é combater a lavagem de dinheiro, o

contrabando, o financiamento do tráfico, dentre outras práti-

cas ilegais. Ressalte-se que a Dimof foi descontinuada no ano

de 2016.

Para que formas ilícitas não ocorram, é imprescindível que o

cruzamento das informações seja feito de maneira preventiva.

Com isso, faz-se necessário serem identificados imediatamen-

te possíveis incontingências ou situações que possam carac-

terizar um passivo descoberto e levar para o contribuinte um

passivo tributário que fica oculto e que só irá ser revelado no

momento de uma fiscalização. Nessa perspectiva, e com base

na legislação vigente, elencam-se algumas informações a se-

rem prestadas pela e-Financeira. São elas:

a)Rendimentos brutos, acumulados anualmente, mês a mês,

por aplicações financeiras no decorrer do ano, individualiza-

dos por tipo de rendimento;

b)Saldo, no último dia útil do ano ou no dia de encerramento,

de provisões matemáticas de benefícios a conceder referente a

cada plano de benefício de previdência complementar;

c)Transferência entre contas do mesmo titular realizadas en-

tre contas de depósito à vista, ou entre contas de poupança;

d)Aquisições de moedaestrangeira;

e) Conversões de moeda estrangeira em moeda nacional;

f) Transferências de moeda e de outros valores para o exterior

É importante destacar que a e-Financeira foi motivada em

decorrência de alguns tratados internacionais que o Brasil

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247

celebrou com o objetivo de fornecer informações e de trocar

informações com outros países. O intuito é de verificar práti-

cas ilegais consideradas como atos ilícitos e que importam na

lavagem de dinheiro e financiamento de crimes organizados.

Existem algumas penalidades para instituições financeiras, no

caso de não apresentação dessas informações. Já para os casos

de falta de apresentação, o valor da multa é de R$ 5.000 por

mês-calendário ou fração. No caso de informações inexatas,

incompletas ou omitidas é de R$ 50,00 por grupo de informa-

ções financeiras nessa situação. Ou seja, as instituições finan-

ceiras têm algumas previsões de penalidades tanto na ausên-

cia do cumprimento da obrigação, quanto no cumprimento

incorreto, inexato ou impreciso nas obrigações da natureza

tributária e monetária, financeira, econômica como no caso

da e-Financeira.

Contudo, para estudar e ampliar um melhor conhecimento

sobre a e-Financeira recomenda-se pesquisa aprofundada da

IN RFB nº 1.571 de 2015, citada anteriormente. Como já ressal-

tado, em 2016 a Dimof passou a não existir mais, e com isso

as transmissões passaram a ser feitas pela e-Financeira, que

apresenta o montante global movimentado ou saldo em cada

mês, por tipo de operação financeira quando for superior a R$

2.000 (Pessoa Física) e R$ 6.000 (Pessoa Jurídica). Se por acaso

o limite se exceder, o contribuinte deverá informar tudo.

Ressalte-se que, não serão transmitidos extratos bancários,

muito menos a origem do valor e para onde está sendo repassa-

do. Ou seja, a partir do momento em que um tipo de operação,

no caso de pessoas físicas, qualquer que seja a movimentação

que ultrapasse o valor estipulado; uma transferência, um ren-

dimento de aplicação, um depósito, todos os saldos por tipo de

movimentação serão mensalmente enviados ao e-Financeira.

No caso de pessoas jurídicas, a medida se aplica inclusive em

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transferências entre contas do mesmo titular. A exemplo dis-

so é possível destacar pessoas que têm conta em dois bancos,

e realizam transferências (faz movimentação) de uma conta

para outra. Se as mesmas ultrapassarem o valor estipulado, os

saldos delas passam mensalmente a serem transmitidos pela

e-Financeira.

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Sistema de Escrituração

Fiscal Digital das

Obrigações Fiscais

Previdenciárias e

Trabalhistas (eSocial)

capítulo10

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251

eSocial

O Sistema de Escrituração Fiscal Digital das Obrigações Fis-

cais Previdenciárias e Trabalhistas é um projeto bem antigo.

Desde 2012 fala-se sobre a escrituração fiscal digital social, de

Sped Folha, até que se tornasse o que se conhece hoje como

eSocial.

Trata-se de um projeto que já foi adiado algumas vezes e que

por ser dentro do Sped, envolve várias relações de trabalho

como formais ou sem vínculos empregatícios, transforman-

do-o em um grande projeto. Ou seja, várias entidades partici-

pam dele, e por esse motivo torna-se mais lenta a sua decisão

e implantação (infraestrutura tecnológica). Logo, o projeto

CApítulo10Sistema de Escrituração Fiscal Digital das

Obrigações Fiscais Previdenciárias e Trabalhistas

(eSocial)

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252

carrega consigo uma marca consideravelmente grande, mas

que perdeu credibilidade em sua implantação devido ter sido

diversas vezesadiado.

Como exemplo de rotina, em sala de aula costumo citar casos

de quando estagiários entram na empresa, e que como forma

de testá-los solicito que baixem o programa do Sistema Em-

presa de Recolhimento do FGTS e Informações à Previdência

Social (Sefip), instalem e atualizem as tabelas. Geralmente,

nesse teste, o estagiário permanece uma manhã completa,

por vezes o dia todo, e consequentemente não consegue obter

êxito sem que haja orientação de alguma pessoa com conheci-

mento técnico específico do programa.

É comum ouvir a incoerente afirmação de que o eSocial não

está dentro do Sped. Essa compreensão, no meu ponto de vis-

ta, pode estar inserida em uma linha de entendimento técnico

equivocada, ao mesmo tempo completamente inadequada ao

contexto da técnica do Sistema.

O Sped é um grande projeto que recebe vários tipos de infor-

mações das empresas, sendo essas de natureza trabalhista ou

previdenciária, e que são trabalhadas por meio do eSocial, que

é um subprojeto do Sped. Desta forma, essa obrigação tem di-

versas premissas já abordadas em capítulos anteriores.

O eSocial consiste em um projeto do governo federal e serve

como um instrumento de unificação da prestação das infor-

mações concernentes à escrituração das obrigações previden-

ciárias, tributárias e fiscais relativas à contratação e utilização

de mão de obra onerosa, com ou sem vínculo empregatício e

de produção. A finalidade é padronizar sua transmissão, va-

lidação, armazenamento e distribuição. Portanto, pretende:

viabilizar a garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;

simplificar o cumprimento de obrigações; aprimorar a quali-

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253

dade de informações das relações de trabalho, previdenciárias

e fiscais; conferir tratamento diferenciado às microempresas.

Assim como a NF-e, o ECD, ECF e demais subprojetos do Sped

já estudados nessa obra, o eSocial faz parte do grande sistema

público de escrituraçãodigital.

É natural observar o fluxo de trabalhadores que vão até a Pre-

vidência Social para fazer o uso de direitos. Por vezes, muitos

percebem que, determinadas informações que deveriam ser

prestadas pelos empregadores, não foram feitas, ou que foram

realizadas de maneira incorreta, ou que existem problemas nos

identificadores da pessoa física. Situações como essas podem

impossibilitar o acesso dos trabalhadores aos seus direitos.

Essa base de dados não está sendo integrada completamente à

plataforma da Receita Federal e assim poderá implicar na res-

trição de direito e acesso trabalhista dos trabalhadores, infor-

mações pelas quais não estão sendo sincronizadas.

Contudo, vale ressaltar que, o eSocial parte da premissa de

simplificar o cumprimento dessas obrigações acessórias e tem

o papel de eliminar a redundância das informações. O projeto

não veio como o intuito de exterminar as relações de trabalho,

mas sim para criar uma ponte entre a obrigação acessória à

obrigação principal, que nada mais é que a relação de trabalho.

Em relação às micro e pequenas empresas, como exemplo,

quando possuem o equivalente entre cinco até dez funcioná-

rios, por exemplo, elas acabam tendo que enviar uma Sefip do

mesmo modo operacional da empresa que tenha cinquenta ou

cem funcionários, ou seja, uma empresa de grande porte.

O eSocial substituirá o procedimento de envio das diversas

declarações, formulários, termos e documentos referentes à

relação de trabalho, as referentes a períodos anteriores à im-

plantação do eSocial devem ser enviadas pelos sistemas utili-

zados à época. Contudo, a recepção dos eventos pelo eSocial

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254

não significa o reconhecimento da legalidade dos fatos neles

informados. 23O projeto está previsto no Decreto 8373, de 2014,

que institui o Sistema de Escrituração Digital das obrigações

fiscais, previdenciárias e trabalhistas, além de estabelecer ou-

tras providências.

Ressalte-se que a relação de trabalho possui característica

como a pessoalidade, habitualidade, a subordinação e onero-

sidade. Em suma, o eSocial objetiva viabilizar a garantia dos

direitos previdenciários e trabalhistas dos trabalhadores. Nes-

sa relação de trabalho, alguns princípios são importantes e de-

vem ser assegurados na implementação do eSocial. São eles:

Princípio da Imperatividade (irrenunciável); Intangibilidade

Salarial (redução); Inalterabilidade Contratual Lesiva. Todos

eles estão fundamentados na Constituição Federal – Art. 7° e

na CLT,em diversas convenções ou Acordo Coletivo.

Uma das premissas do eSocial é garantir o recolhimento das

contribuições previdenciárias, que são dividas por modalida-

de de tributação. No caso do MEI, ele faz o recolhimento da

Contribuição Previdenciária Patronal de 3%,incidente do valor

que ele é pago. O Simples Nacional, no Anexo 4, ele vai pagar a

Contribuição Previdenciária de maneira separada, e nos ane-

xos 1, 2, 3, 5 e 6, paga no DAS. Já os lucros Presumido, Real,

Arbitrado, vão pagar 20% de INSS Patronal mais os terceiros

além de RAT e FAP. Tudo isso sendo regulamentado pela Lei

nº 8.292 de1991.

Baseado no que regulamenta o Decreto-Lei n° 5.452 de 1943,

que trata da consolidação das leis trabalhistas, são erros co-

muns nas relações de trabalho:

23Os arquivos complementares anexos a este manual, bem como o próprio manual,

estão disponíveis no sítio eletrônico: http://www.esocial.gov.br/. Para os casos de des-

membramento de municípios, até que a Tabela de Códigos de Município do IBGE seja

atualizada, utilizar o código do município desmembrado.

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255

a)O descumprimento do Art. 29: Informa sobre o Prazo para

anotações na carteira, que é de 48 horas;

b)O descumprimento do Art. 134 que aborda sobre a Conces-

são de Férias, que deve ser de 12meses subsequentes à data em

que o empregado adquiriu o direito;

c)O descumprimento do Art. 487, que trata do Aviso Prévio,

que deve ser dado com 30 dias (mensal ou quinzena);

d)O descumprimento do Art. 445, que fala a respeito do Con-

trato de Experiência, que não poderá exceder 90 dias.

Sobre esse último item, que trata do Art. 445, por vezes brinco

durante alguns treinamentos em sala de aula, abordando si-

tuações reais, no sentido de trazer uma conscientização para

profissionais que atuam em departamentos pessoais. Nesse

momento faço os seguintes questionamentos: “é incomum

saber que o empregado entrou de férias quando ele já está de

férias?”, “é incomum saber que deveria ter incluído o empre-

gado na folha desde o dia 1º, no momento de encerrar a folha

de pagamento daquele mês?”. Consequentemente explico que,

nenhuma dessas situações devem ser consideradas incomuns,

e que também não significaria dizer que nada disso não seria

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permitido. Na ocasião abordo também um exemplo relacio-

nado ao eSocial, em que diversos treinamentos costumam in-

formar que “com o eSocial não poderá mais assinar a carteira

retroativa do trabalhador”. E nesse momento concluo questio-

nando “mas na verdade, quando é que pôde?”. Ou seja, nunca

pode ser feito.

Da mesma maneira, nessas situações, de erros citados ante-

riormente, a CLT já previa isso como práticas incorretas. No

Brasil sabe-se que aquilo que não é fiscalizado, não é feito.

Além disso, a fiscalização, no que diz respeito a uma obriga-

ção acessória em plataformas que se tornam obsoletas, se fixa

muito mais manual, burocrática, difícil.

Quando se parte para obrigações acessórias no ambiente di-

gital, integradas com o ambiente Sped, e que permite vários

cruzamentos de informações, simplifica procedimentos fisca-

lizatórios, permitindo a identificação de possíveis ilícitos tri-

butários trabalhistase previdenciários.

Fazem parte do eSocial: Ministério do Trabalho e Emprego

(MTE), Previdência Social, Receita Federal, INSS, Caixa Eco-

nômica Federal. Umas das principais justificativas disso é que

no cenário atual existem diversas informações que são pres-

tadas a diversos órgãos, e que muitas vezes os trabalhadores,

ao irem buscar os seus direitos, não constam em nenhum dos

sistemas. Ou seja, por vezes as empresas não encontram-se em

conformidade trabalhista.

Outra justificativa para a criação do eSocial é a ausência de in-

formações para uma correta e assertiva composição da base de

cálculo das contribuições previdenciárias. Mesmo diante das

obrigações acessórias citadas, ainda é difícil para que o Fisco

consiga fazer uma composição correta da contribuição pre-

videnciária devida pelas entidades. Além disso, considera-se

também a desorganização do fluxo de geração da folha de pa-

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gamento e a grande quantidade de erros do Gfip na Cfip.

Em relação a isso, é possível imaginar uma empresa que pos-

sa atuar sem um fluxo padronizado para a geração de folha.

Porém, isso dependeria de seus processos internos, daquilo

que poderia se considerar como boas práticas. Nesse sentido,

o eSocial vem para propor uma boa prática, que obedeça aquilo

que a ferramenta irá disponibilizar.

Antes do eSocial, a informações da Receita Federal eram pres-

tadas por meio da Gfip e Dirf. Com a implantação do eSocial,

as relações de trabalho vão pra dentro do subprojeto, as infor-

mações de retenção dentre outras vão para Receita Federal por

meio da Reinf, e outros sistemas como parcelamentos e PER/

DCOMP vão automaticamente alimentar a DCTF Web. Poste-

rior a esta último, dentro de DCTF Web poderá gerar um Darf

único para pagamento, conforme estudado no capítulo sobre

Reinf.

Como uma das providências eficazes na implantação do eSo-

cial é viável frisar sobre a Qualificação Cadastral. Trata-se de

uma ferramenta simples de consulta, que permite ao emprega-

dor ou trabalhador ter o conhecimento prévio do resultado das

validações cadastrais que serão aplicadas no referido subpro-

jeto. Através da Qualificação Cadastral é possível obter o Mó-

dulo de Qualificação Web, que possibilitará a aplicação web

para consultas simultâneas de até dez trabalhadores. Também

constará o Módulo Qualificação em Lote, que permitirá uma

consulta por meio de envio de arquivos com dados dos traba-

lhadores no formato .txt com retorno em até 48h. Nesse caso

deverá ser sem limite de consultas, com possibilidade de uti-

lizar certificado digital ICP-Brasil: A1 ou A3. Em breve estará

disponível no portal do eSocial.

Em relação aos dados do trabalhador, a validação na Qualifi-

cação Cadastral deverá ser com CPF, NIS (Número de Identi-

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ficação Social), data de nascimento e nome. A chave de iden-

tificação do trabalhador no eSocial é o CPF associado ao NIS.

É importante destacar que, a qualificação cadastral deverá ser

realizada antes do envio de qualquer evento ao eSocial. Não

sendo desta forma, o risco de não conseguir encerrar a folha de

pagamento pode ocorrer devido a não realização do cadastra-

mento de um único trabalhador, por exemplo.

São alguns retornospossíveis:

a) Inconsistências possíveis– NIS

1.NIS inexistente

2.NIS inconsistente

3.NIS sem CPF

4.NIS com CPF divergente do informado

5.NIS com data de nascimento divergente da informada

b) Inconsistênciaspossíveis – CPF

1.CPF suspenso

2.CPF nulo oucancelado

3.CPF inexistente

4.CPF com nome divergente do informado

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5.CPF sem data de nascimento

6.CPFcomdata de nascimentodivergenteda informada

Em matéria de preparação, considera-se uma qualificação ca-

dastral dos trabalhadores. Exemplo: Sempre que houver um

processo de seleção visando admitir um trabalhador, o empre-

gador já pode fazer uma consulta cadastral preventiva, para

verificar como é que estão os dados do candidato em relação

aos entes fiscalizadores. Nesse momento também é viável que

o empregador faça uma completa verificação de seu cadastro

de trabalhadores, no intuito de atualizá-lo.

Também é muito recomendável fazer um mapeamento dos

processos trabalhistas. Para aqueles que já participaram da

implantação de outros speds, como o fiscal ou contribuições,

é muito comum observar que a maior parte das dificuldades

no que diz respeito à prestação da informação, quando elas

não moram no desconhecimento da obrigação principal, es-

tão na ausência de um eficaz mapeamento de processo para

fazer com que as informações cheguem com qualidade nos

despertamentos que vão preenchê-las para o fisco. Então, fa-

zer um mapeamento eficaz dos procedimentos de admissão,

desligamento, padrão para concessão de férias, garantirá uma

maneira preventiva que se verifique e analise os dados e com

isso evite possíveiserros.

Apreparação também requer conscientização à alta gestão da

empresa. É fundamental que empresas percebam que o eSo-

cial como uma ferramenta do Sped, não deverá jamais ser vis-

to como apenas um projeto de um departamento, e principal-

mente que o eSocial seja visto como responsabilidade de toda

adaptação da infraestrutura na mão do departamento pessoal.

Desta forma envolverá os departamentos contábil, fiscal, ju-

rídico e TI. Nesta ocasião será necessário o conjunto desses

departamentos no sentido viabilizar informações corretas e

precisas.

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Outro forma para a preparação do eSocial é potencializar a

ferramenta de geração de folha. É muito comum perceber, so-

bretudo por meio de confirmação de pesquisas de mercado,

que confirmam que, geralmente 70% e 80% das informações

que vão ser pedidas e exigidas no eSocial, já constam hoje nos

sistemas de folha de pagamento. Por vezes esses sistemas são

subutilizados. Por saber que algum campo passa a não ser pre-

enchido, os departamentos acabam fazendo o preenchimento

de informações incompletas ou erradas. Não que isso apresen-

te algum tipo de problema, mas sabe-se que o eSocial irá apre-

sentar. Então, de maneira preventiva, é imprescindível que se

faça um trabalho de revisão e verificação de cadastros.

A preparação também é bem sucedida com a capacitação dos

envolvidos. É muito importante que todos os departamentos

que estejam envolvidos no eSocial, participem de treinamen-

tos e capacitações. Por exemplo: sabe-se que a Reinf é um com-

plemento do eSocial, ou seja, se por acaso o departamento pes-

soal ficar olhando exclusivamente pro eSocial, sem enxergar

as informações que são de natureza fiscal, e que vão vim da

escrituração fiscal da Reinf, então, desta forma existirá uma

probabilidade de que em decorrência dessa outra informação,

o contribuinte não consiga fechar sua DCTF Web.

Além disso, é importante também definir quem ficará respon-

sável pela implantação do eSocial dentro das empresas. Ex-

periências dentro do projeto Sped tem mostrado que é muito

comum que departamentos joguem responsabilidades de um

para o outro. Por esse motivo é fundamental que seja definido

e montado uma equipe de implantação, de preferência multi-

disciplinar – obviamente sabe-se que isso não se aplica a todos

os contribuintes – e que essas práticas de gestão possam ga-

rantir um cumprimento mais sustentável.

Numa linguagem metafórica é possível afirmar que o eSocial

é um trabalho a quatro mãos, destacando setores da contabili-

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dade, direito tributário, gestão/administração e tecnologia da

informação, que devem estar diretamente envolvidos no cum-

primento dessaobrigação.

O portal do eSocial (https://portal.esocial.gov.br/) é uma fer-

ramenta auxiliar aos estuados e no que diz respeito à implan-

tação do projeto. Inicialmente constata-se que ele tem uma

página própria, diferente dos demais subprojetos do Sped ou

escriturações. A ferramenta disponibiliza orientações sobre o

passo a passo do eSocial, como cadastrar funcionários, guia de

FGTS, notícias, dentre outros. Ao clicar na aba “Apresentação”,

é possível fazer download da apresentação padrão do projeto.

Com intuito de esclarecer dúvidas, sugere-se fazer download

de perguntas e respostas tanto para o empregador geral, como

para o empregadordoméstico.

Ambientes doeSocial

Como em todo procedimento, seja de em qualquer segmento,

é preciso ter noções básicas de conhecimento daquilo que se

está utilizando no sentido de trabalhar de forma eficaz, des-

cartando a possibilidade de erros. Nessa observação, alguns

conceitos considerados importantes no ambiente do eSocial

não podem passar despercebidos no âmbito do segmento con-

tábil. Sãoeles:

a)Retificar: quando é preciso corrigir algo que estava errado

desde o princípio. Exemplificando sobre esse aspecto, ima-

gina-se que uma admissão foi feita e na mesma a função do

trabalhador foi colocada de forma incorreta. Nesse caso, o em-

pregador deverá fazer uma retificação;

b)Alterar: quando se pretende mudar alguma informação que

era correta em determinado período e que sofreu alteração ao

longo do tempo. Um exemplo: caso de envio de um evento ini-

cial, com a informação de que o trabalhador era um assisten-

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te contábil, e após um tempo o empregador precisar mudar a

função devido este trabalhador não ser mais assistente e sim

analista. Esse é um caso de alteração;

c)Excluir: deixar sem efeito jurídico um evento enviado ante-

riormente. Como exemplo, imagina-se que foi feita uma pré-

-admissão e o funcionário não foi trabalhar, ou seja, a admissão

foi concretizada. Nesse caso necessita-se realizar a exclusão do

evento de pré-admissão, tornando sem efeito o evento que te-

ria sido recebido no Ambiente Nacional do eSocial.

De acordo com o Manual de Orientação do eSocial, a identifi-

cação do ambiente obedece aos seguintes critérios:

1Produção – Ambiente destinado para processamento e apura-

ção das informações do empregador que produz todos os efeitos

jurídicos.

2Pré-produção - dados reais – Ambiente de testes utilizando da-

dos reais que serão validados, inclusive com os sistemas externos,

sem efeitosjurídicos.

3Pré-produção - dados fictícios – Ambiente de teste que não se-

rãovalidados com ossistemas externos. (ESOCIAL, 2016,p.5)

É imprescindível ter a compreensão de cada determinação dos

ambientes expostos uma vez que determinarão a precisão da

validação na apuração das informações do eSocial.

Eventos doeSocial

As informações são prestadas ao eSocial por meio dos seguin-

tes grupos de eventos: iniciais, de tabelas, não periódicos e

periódicos. Cada evento possui um leiaute específico, que faz

referência às regras de negócio e pode ser encontrado no sí-

tio eletrônico do eSocial. As aludidas regras constam no docu-

mento Regras de Validação (Anexo II do leiaute).

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Destaca-se que se trata do mesmo formato que é utilizado nos

documentos fiscais eletrônicos, na Reinf, eFinanceira, e que

será validado e armazenado no ambiente nacional e disponi-

bilizado aos entes partícipes do eSocial.

Na prática, os eventos ocorrerão com o empregador, que irá

gerar as informações (eventos) no ambiente corporativo, ou

seja, no seu próprio sistema, e por meio do web service, ele se

conecta a um Ambiente Nacional do eScocial de maneira on-

line, ou por meio do aplicativo web, por fim transmite as in-

formações para o Ambiente Nacional do eScocial. Logo, esse

ambiente receberá esses arquivos e aplicará as regras de vali-

dação, retornando como resposta o protocolo de envio e o re-

cibo de entrega ou uma mensagem de erro no caso de haver

algum problema no leiaute do evento. Por sua vez, os entes,

depois que a informação foi recebida, poderão fazer o uso das

informações no limite de suas respectivas competências e atri-

buições.

Já a confirmação ocorrerá quando o empregador alimenta um

aplicativo próprio, gerando arquivos em leiautes preestabele-

cidos, que são em formatos XML, e transmite ao Ambiente Na-

cional do eSocial. Posteriormente, ele apenas precisará buscar

os protocolos e recibos. O Ambiente Nacional do eSocial irá re-

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cepcionar os arquivos e gerar o protocolo de envio. Nas repos-

tas, o empregador poderá executar através de duas opções: um

recibo de entrega – que se trata de atestado de recebimento da

informação pelo eScocial e o respectivo cumprimento da obri-

gação acessória; ou uma mensagem de erro, que é uma rejei-

ção do arquivoinicial.

No fluxo das informações, de uma forma didática, os emprega-

dos, trabalhadores sem vínculo empregatício terão seus dados

informados por meio de registros, que são os eventos traba-

lhistas. Desta forma é possível obter uma visão integral da vida

laboral do trabalhador e da folha de pagamento. Ressalte-se

que existem também outros eventos emitidos eventualmente,

por outros contribuintes individuais.

Eventos iniciais

Por vezes eventos cadastrais acabam sendo premissa básica

em diversos procedimentos do segmento contábil. No eSo-

cial não é diferente. O manual sugere que Eventos Iniciais

são eventos cadastrais que compreende o primeiro grupo de

eventos a ser transmitido ao Ambiente Nacional do eSocial,

os quais identificam o empregador/contribuinte/órgão públi-

co, exibindo dados básicos de sua classificação fiscal e de sua

estrutura administrativa, ou seja que tenham vínculo ativo.

O cadastramento inicial dos vínculos dos empregados ativos,

servidores ativos, inclusive afastados, os militares e os benefi-

ciários dos Regimes Próprios de Previdência Social (RPPS,) no

momento da implantação do eSocial inclui-se neste grupo. O

cadastramento inicial dos vínculos somente deve ser enviado

após o grupo de Eventos de Tabelas.

Contudo, é importante considerar os principais impactos de

cadastro inicial de empregadores, cadastro inicial de trabalha-

dores, rubricas, bem como soluções preventivas. O exemplo

abaixo mostra algumas definições disso:

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1)Cadastro inicial de empregadores: Tabela de rubricas, depar-

tamentos, obras, cargos, funções, horários e turnos. Solução

preventiva: Mapeamento e delimitação de planos de cargos e

salários, observando bem todos os critérios.

2)Cadastro inicial de trabalhadores: Alto nível de detalhamen-

to. Solução preventiva: Revisão completa dos cadastros de em-

pregados.

3)Rubricas: Anotações trabalhistas. Ressalte-se a importância

de se fazer uma parametrização das rubricas da folha de paga-

mento com a tabela de rubricas do fisco, indicando a incidên-

cia tributária de cada uma delas. Solução preventiva: Mapea-

mento de incidência tributária e de/para.

Em relação aos trabalhadores sem vínculo empregatício (TSV),

a folha de pagamento deverá constar o início da relação de tra-

balho, prováveis alterações no contrato de trabalho, e o térmi-

nodesse trabalhador TSV.

Eventos detabelas

Os eventos geram otimização na geração dos arquivos e no ar-

mazenamento das informações no Ambiente Nacional do eSo-

cial, por serem utilizadas em mais de um evento do sistema

ou por se repetirem em diversas partes do leiaute. Destinados

a complementarem os eventos iniciais, os eventos possuem

responsabilidade de uma série de informações que validam os

não periódicos eperiódicos.

Grande parte dos eventos utiliza as informações das tabelas

do empregador, que representam um conjunto de regras es-

pecíficas para a validação de eventos do eSocial. Desta forma,

deve-se transmiti-las logo após o envio do evento de Informa-

ções do Empregador/Contribuinte/órgão público e antes dos

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eventos de cadastramento inicial, e dos eventos periódicos e

não periódicos.

A manutenção dessas tabelas é primordial para a recepção

dos eventos periódicos e não periódicos e para uma adequada

apuração das bases de cálculo e dos valores devidos. A admi-

nistração do período de validade das informações é relevante

devido ao fato de impactar diretamente os demais eventos que

as utilizam.

Quando da primeira informação dos itens que compõem uma

tabela, deve ser preenchido obrigatoriamente o campo data de

início da validade {iniValid}. Caso haja necessidade de alterar

informação específica de uma tabela enviada anteriormente po-

derá fazê-lo enviando-se novo evento da tabela, com o item que

deve ser alterado, informando a nova data de validade. Neste

caso, a data de fim de validade da informação prestada anterior-

mente passa a ser o mês/ano imediatamente anterior ao da data

de início da nova informação. Não é necessário oenvio de evento

específico para informar a data de fim de validade do item envia-

do anteriormente, no entanto o seu envio terá o mesmo efeito do

procedimento anterior.

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As informações dos Eventos de Tabelas permanecem no eSo-

cial como um histórico, não sendo permitidas informações

conflitantes. A transmissão deve ser efetuada, preferencial-

mente, assim que ocorrer a alteração da informação armaze-

nada naquela tabela, evitando-se inconsistências entre este e

os eventos de folha de pagamento.

Para quem já trabalha com o Sped, e fazendo uma analogia aos

demais speds como uma melhor compreensão, os Eventos de

Tabelas se tratam de tabelas internas e externas e quepodem

ser utilizadas para validações de eventos, por exemplo: num

Sped Fiscal existem tabelas de produtos e de fornecedores,

como já estudado antes, e no eSocial também existem alguns

tipos de tabelas. Da mesma forma, como no Sped Fiscal não se

pode vender um produto que não esteja na tabela de produtos,

significa que não é permitido enviar um evento periódico ou

não periódico sem que a informação da tabela esteja devida-

mente preenchida, pois essas informações vão ser validadas.

Ou seja, primeiramente é necessário enviar o evento cadas-

tral com as informações básicas do empregador/contribuinte/

órgão público, e, posteriormente, as informações das tabelas.

Mas é bom atentar para essas últimas, que devem ser sempre

transmitidas antes do cadastro inicial dos empregados com

vínculosativos e antes dos eventos periódicos e não periódicos.

Eventos iniciais e tabelas do empregador

Para o envio dos Eventos Iniciais e Tabelas do Empregador é

importante observar:

a) as informações relativas à identificação do empregador/órgão

público, de seus estabelecimentos eobras de construção civil deve-

rão ser enviadas previamente à transmissão de outras informa-

ções; b) as informações relativas às tabelas do empregador, que

representam um conjunto de regras específicas necessárias para

validação doseventos doeSocial, comoas rubricasda folhade

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pagamento, informações de processos administrativos e judiciais,

lotações, relação de cargos e funções, jornada de trabalho, horá-

rio contratual, ambientes de trabalho e outras necessárias para

verificação da integridade dos eventos periódicos e não periódi-

cos deverão ser enviadas previamente à transmissão de qualquer

evento que requeira essasinformações.

Ou seja, as validações dos eventos dependem de um minucioso

cuidado na administração das informações, bem como de suas

transmissões.

Validades de informações do empregador e tabelas do empre-

gador

As informações do cadastramento do empregador e de suas

tabelas são utilizadas por todos os eventos do eSocial. Em fun-

ção disso, deve-se observar o seu período de vigência. Quando

do envio do primeiro evento de informações do empregador/

contribuinte/órgão público (S-1000) ou de suas tabelas (S-1005

a S-1080), deve ser preenchida a data de início da validade,

deixando a data fim de validade em branco. Caso precise al-

terar alguma informação do empregador/órgão público e das

tabelas do empregador deve ser enviado um evento com o novo

início da validade, deixando em branco o campo data fim de

validade deste evento e do evento alterado, pois, assim, o even-

to alterado tem sua validade encerrada na competência ime-

diatamente anterior a do novo evento.

Portanto, o campo data fim da validade não deve ser utilizado

quando se tratar de alteração da informação. Ainformação da

data final deve ser enviada apenas no momento em que se pre-

tende encerrar de forma definitiva determinada informação

do evento, por exemplo, encerramento de empresa, fechamen-

to de filial, encerramento de obra de construção civil, desativa-

ção de rubrica, de lotação tributária, cargo etc.

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No caso de encerramento de empresa, é necessário antes en-

cerrar todas as tabelas (S-1005 a S-1080) e, na sequência, enviar

o evento “S-1000 Remuneração do empregador/contribuinte/

órgão público”, com o grupo de informações relativas à altera-

ção, com a data fim de validade, do subgrupo nova validade,

preenchida.

Evento Cadastramento Inicial do Vínculo

O evento “S-2100 - Cadastramento Inicial do Vínculo” será en-

viado pelo empregador/órgão público no início da implanta-

ção do eSocial, com todos os vínculos ativos, com seus dados

cadastrais atualizados, servindo de base para construção do

“Registro de Eventos Trabalhistas - RET”, utilizado para a va-

lidação dos eventos de folha de pagamento e demais eventos

enviados posteriormente. Compreende os vínculos dos traba-

lhadores na data da implantação do eSocial com o emprega-

dor/órgão público. Em face disso, deve ser transmitido até a

data de início da obrigatoriedade do eSocial para aquele em-

pregador/órgão público e antes do envio de qualquer evento

periódico ou nãoperiódico.

EventoCadastramento de Benefícios Previdenciários - RPPS

O evento “S-2400 - Cadastramento de Benefícios Previdenciá-

rios – RPPS” será enviado pelo Órgão Público que tenha bene-

ficiários vinculados ao Regime Próprio de Previdência Social

- RPPS ou que seja responsável pelo pagamento de comple-

mentação debenefícios previdenciários.

Eventos NãoPeriódicos

Os eventos não periódicos correspondem àqueles sem data

pré-fixada para ocorrer, por dependerem de acontecimentos

próprios da relação entre o empregador/órgão público e o tra-

balhador e que influenciam no reconhecimento de direitos

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e no cumprimento de deveres trabalhistas, previdenciários e

fiscais, por exemplo, a alteração de salário, a exposição do

trabalhador a situações de insalubridade, o desligamento ou a

admissão de um empregado, dentre outros.

Os prazos de envio dos eventos não periódicos respeitam re-

gras do Direito do Trabalho, caso da admissão e do acidente

de trabalho, ou possibilitam recolhimentos de encargos que

tenham prazos diferenciados, no caso de desligamento. Como

estes fatos/eventos passam a ter prazo específico para sua

transmissão ao eSocial, vinculados a sua efetiva ocorrência,

um manual descreve os eventos não periódicos seu respectivo

prazo de envio. Os eventos não periódicos sem prazo diferen-

ciado devem ser enviados, quando ocorrerem, antes dos even-

tos mensais da folha de pagamento, com o objetivo de evitar

inconsistências entre a folha de pagamento e os eventos de

tabelas e os não periódicos. O momento mais adequado para

a transmissão de eventos não periódicos e os de tabela é ime-

diatamente após a sua ocorrência. O procedimento impede in-

consistências, além de evitar o represamento desnecessário de

eventos e o congestionamento de redes devido ao acúmulo de

transmissão.

Registro de Eventos Trabalhistas–RET

As informações dos eventos não periódicos alimentam a base

de dados no Ambiente Nacional do eSocial, denominada Re-

gistro de Eventos Trabalhistas – RET. Todos os arquivos de

eventos não periódicos, ao serem transmitidos ao eSocial fi-

cam sujeitos às regras de validação e só são aceitos se estive-

rem consistentes com o RET.

Exemplo 1: o evento de desligamento de empregado é aceito

caso, para aquele empregado/servidor, tenha sido enviado an-

teriormente, o evento de admissão/ingresso.

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Exemplo 2: um evento de reintegração é aceito se o emprega-

do/servidor já estiverdesligado.

Além disso, o RET é empregado para validação da folha de

pagamento, composta pelos eventos de remuneração e paga-

mento dos trabalhadores, que fazem parte dos eventos peri-

ódicos. Além dos empregados/servidores, o RET contempla

os trabalhadores sem vínculo empregatício/estatutário pelo

envio do evento Trabalhador Sem Vínculo de Emprego/Esta-

tutário –Início – TSVE, os quais, por sua vez, incluem obrigato-

riamente os trabalhadores avulsos, os dirigentes sindicais, os

estagiários, os servidores cedidos em relação ao órgão público

cessionário e algumas categorias de contribuintes individuais,

como diretores não empregados e cooperados. No entanto, to-

dos os contribuintes individuais, inclusive aqueles não abran-

gidos pelas atividades específicas obrigatórias citadas, podem

ser incluídos como TSVE, de modo opcional.

O fechamento dos eventos periódicos deve informar a remu-

neração de todos os empregados/servidores relacionados no

RET como ativos, com exceção dos trabalhadores afastados

sem remuneração devida. Já para os trabalhadores cadastra-

dos por meio do evento “S-2300 – Trabalhador Sem Vínculo de

Emprego/Estatutário – Início”, não é aplicada a regra mencio-

nada. Para fins de validação na base do RET será considerado

apenas o trabalhador ativo no respectivo período de apuração.

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Considera-se ativo o empregado/servidor não desligado e o

trabalhador sem vínculo antes do término da prestação de ser-

viço ou cessão. Nos casos de quarentena, conforme definido

em lei, considera-se ativo até a data de término da quarentena.

É importante destacar que, para competências anteriores à

implantação do eSocial, o Sefip permanecerá como a ferra-

menta para prestar as informações. Além disso, estão sendo

estudadas formas alternativas para tratá-las.

No que diz respeito à segurança das informações no ambiente

digital, é obrigatória a utilização de certificação digital no pa-

drão ICP-Brasil, sejam através dos tipos A1ou A3, ou procura-

ção eletrônica com Substabelecimento e Procuração Manual.

Os empregadores domésticos, micro e pequenas empresas,

pequeno produtor rural e contribuinte individual equiparado

à empresa, todos com até sete trabalhadores. Nesses casos,

esses não precisarão de certificado digital e poderão constituir

um código de acesso. Isso vale para o segurado especial e mi-

croempreendedor individual.

Eventos Periódicos

Eventos Periódicos abrangem aqueles eventos com periodi-

cidade previamente definida, compostos por informações de

folha de pagamento, de apuração de outros fatos geradores de

contribuições previdenciárias como, por exemplo, os inciden-

tes sobre pagamentos efetuados às pessoas físicas quando da

aquisição da sua produção rural, e do imposto sobre a renda

retido na fonte sobre pagamentos a pessoa física, feito pelo

contribuinte. Saliente-se que o eSocial recepciona e registra

os fatos geradores relativos aos eventos periódicos “S-1200 –

Remuneração do Trabalhador” ou “S-1202 Remuneração de

servidor vinculado a Regime Próprio de Previdência Social –

RPPS” utilizando-se do regime de competência, enquanto que

o evento periódico “S-1210 – Pagamentos de Rendimentos do

Trabalho” se submete ao regime de Caixa.

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273

O prazo dos eventos periódicos é até o dia 7 do mês seguinte,

antecipando-se o vencimento para o dia útil imediatamente

anterior, em caso de não haver expediente bancário.

Movimentoe Períodoee Apuração paraos Eventos Periódicos

Tendo em vista as consequências tributárias dos eventos perió-

dicos, com sua respectiva vinculação ao “período de apuração”

do tributo devido, pode-se afirmar que um conjunto de even-

tos periódicos referentes ao mesmo período de apuração cor-

responde a um “movimento”. O movimento relativo à Folha de

Pagamento presume-se aberto com o envio do primeiro evento

“S-1200 – Remuneração do Trabalhador vinculado ao Regime

Geral de Previdência Social” ou “S - 1202 Remuneração do Servi-

dor vinculado a Regime Próprio de Previdência Social –RPPS”.

Da mesma forma presumem-se abertos, com o primeiro envio

os eventos S-1210 a S-1280. O evento S-1299 é o Fechamento dos

Eventos Periódicos – utilizado para informar ao ambiente do

eSocial o encerramento da transmissão dos eventos periódicos

daquele movimento, em determinado período de apuração. A

aceitação do evento de fechamento pelo eSocial, após proces-

sadas as devidas validações, conclui a totalização das bases de

cálculo contempladas naquele movimento, possibilita a consti-

tuição dos créditos e os recolhimentos de contribuições previ-

denciárias. O eSocial não irá apurar as contribuições previden-

ciárias devidas ao RPPS para fins de constituição de crédito e

geração de guias de recolhimento.

No caso do FGTS, a geração da guia de recolhimento se dá com

o envio do evento de fechamento dos eventos periódicos. Nos

casos de exceção, o empregador pode solicitar à Caixa Econô-

mica Federal, por meio de web service ou a partir de serviço

online, a guia de recolhimento, inclusive sem o envio do even-

to de fechamento. Se for necessário o envio de retificações ou

novos eventos referentes a um movimento encerrado, este

deverá ser reaberto com o envio do evento “S-1298 - Reaber-

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274

tura dos Eventos Periódicos”. Efetivada uma reabertura para

o movimento, torna-se necessário um novo envio do evento

fechamento.

Uma exceção dentre os eventos periódicos é o “S-1300 - Contri-

buição Sindical Patronal”. Embora seja um evento periódico,

não faz parte do grupo de eventos sujeitos ao fechamento. O

evento de fechamento tem como objetivo sinalizar a transmis-

são de informações que afetam o cálculo de débitos tributários.

A finalidade do evento S-1300 reside em prestar informações

periódicas da contribuição sindical devida, sem a apuração

para o recolhimento nem a geração de guias de recolhimento.

Módulo do empregadordoméstico

Desde 1º de outubro de 2015 encontra-se disponível a ferra-

menta que possibilita o recolhimento unificado dos tributos e

do FGTS para os empregadores domésticos, surge para viabili-

zar a determinação dada pelo texto da Lei Complementar 150,

publicada no dia 2 de junho de 2015, que instituiu o Simples

Doméstico com as seguintes responsabilidades recolhidas em

guia única: 24

•Imposto sobre a Renda Pessoa Física, se incidente - Traba-

lhador;

• 8%a 11%de contribuição previdenciária - Trabalhador;

• 8%de contribuição patronal previdenciária - Empregador;

• 0,8% de seguro contra acidentes do trabalho - Empregador;

24Para evitar problemas na hora de efetivar o registro do seu trabalhador, o emprega-

dor poderá utilizar a ferramenta de Consulta Qualificação Cadastral para identificar

possíveis divergências associadas ao nome, data de nascimento, Cadastro de Pessoa

Física - CPF e o Número de Identificação Social - NIS (PIS/Pasep/NIT/SUS) de seus

empregados domésticos. Ao informar os dados citados, o sistema indicará onde há di-

vergência e orientará sobre o procedimento para acerto. Atualmente todas as funcio-

nalidades essenciais do Módulo Empregador Doméstico encontram-se implementa-

das. Melhorias e outras funcionalidades serão adicionadas continua e gradualmente.

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275

•8% de FGTS - Empregador;

•3,2% de indenização compensatória (Multa FGTS) - Empre-

gador.

Para evitar problemas na hora de efetivar o registro do seu

trabalhador, o empregador poderá utilizar a ferramenta de

Consulta Qualificação Cadastral para identificar possíveis di-

vergências associadas ao nome, data de nascimento, Cadastro

de Pessoa Física - CPF e o Número de Identificação Social - NIS

(PIS/Pasep/NIT/SUS) de seus empregados domésticos. Ao in-

formar os dados citados, o sistema indicará onde há divergên-

cia e orientará sobre o procedimento para acerto. Atualmente

todas as funcionalidades essenciais do Módulo Empregador

Doméstico encontram-se implementadas. Melhorias e outras

funcionalidades serão adicionadas continua e gradualmente.

Todavia, essas informações se complementam quando resu-

mido o real papel do eSocial na área contábil. Com isso, vale

destacar que a ferramenta é um subprojeto do Sped e que visa

receber informações de vínculos trabalhista e previdenciário.

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276

Ressalte-se que foi constituído um consórcio de entes partici-

pantes do eSocial, dentre esses a Caixa Econômica Federal, Re-

ceita Federal, Previdência Social, INSS, Ministério do Trabalho

e Emprego.

Dentre as diversas justificativas para a implantação do eSocial

é viável frisar sobre a constatação de um cenário atual, onde

as empresas possuem muitas obrigações redundantes, cansa-

tivas, que encontram-se em plataformas obsoletas e não inte-

gradas e que com tudo isso acabam não cumprindo o papel de

fornecer informações úteis para garantir o direito dos traba-

lhadores. Nesse contexto, é interessante destacar que se tor-

nam premissas do eSocial: eliminar redundâncias de informa-

ções; simplificar o cumprimento das obrigações acessórias;

permitir que os trabalhadores acompanhem o cumprimento

das obrigações de natureza trabalhista.

Por fim, vale lembrar também que, não se faz necessário bai-

xar ou instalar PVA para a utilização do eSocial. Aferramenta

irá utilizar um módulo web de prestações das informações.

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Cruzamento de

informaçõesfiscais

capítulo11

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Cruzamentode informações fiscais

Nos dez capítulos estudados nesta obra foi possível desmitifi-

car a apresentação do Sped, onde neste se aglomeram os do-

cumentos fiscais eletrônicos, notas fiscais eletrônicas, nota de

consumidor eletrônica, cupom fiscal eletrônico, conhecimen-

to de transporte eletrônico e manifesto de documentos fiscais

eletrônicos, eSocial e eFinanceira. Também foi estudado como

algum desses documentos podem constar dentro das escritu-

rações, dentre eles, o Sped Fiscal, Contribuições, EFD Reinf,

escriturações contábeis digitais, este último tendo sido abor-

dado o Sped Contábil e ECF.

A eficiência do uso de todas essas ferramentas trará ascensão

na utilização do Sped, bem como de seus referidos subprojetos,

impactando de forma positiva os resultados de planejamentos

no âmbito das organizações. Com essa premissa, é necessário

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estudar também sobre o cruzamento dessas informações ten-

do em vista que a adoção do Sped sugere um elevado grau de

exposição ao fisco de informações financeiras, fiscais e con-

tábeis das empresas. Nesse contexto é fundamental ressaltar,

novamente, quais são os objetivos do Sped:

Promover à integração dos fiscos, mediante a padronização e

compartilhamento das informações contábeis e fiscais, respeita-

das as restrições legais. Racionalizar e uniformizar as obrigações

acessórias para os contribuintes, com oestabelecimento de trans-

missão única de distintas obrigações acessórias de diferentes ór-

gãos fiscalizadores. Tornar mais célere a identificação de ilícitos

tributários, com a melhoria do controle dos processos, a rapidez

no acesso às informações e a fiscalização mais efetiva das ope-

rações com o cruzamento de dados e auditoria eletrônica. (Sped,

2012b. Disponível em http://sped.rfb.gov.br/pagina/show/967.

Acessoem:29 demaio de2017).

Conforme Duarte (2011) esse sistema desenvolve o perfil de

cada um dos contribuintes ao longo dos anos, de maneira a

acompanhar qualquer variação substancial nas suas transa-

ções, como também permite o cruzamento das informações

obtidas. As características fundamentais diferem significati-

vamente de todos os produtos previamente desenvolvidos pelo

fisco nacional, caracterizando um produto tecnológico novo.

De acordo com o autor, os fiscos aperfeiçoam os diversos sis-

temas de fiscalização. Ou seja, para ele, o aumento do combate

à evasão fiscal poderá estar associado a partir da eficiência na

administração de bancos de dados fiscais, bem como através

do cruzamento de informações. E esses pontos são cruciais

para a existência de uma organização.

Contudo, antes de aprofundar sobre cruzamento de dados,

torna-se importante entender que a Receita Federal utiliza um

sistema chamado “Contágil”, que trabalha com fluxos contá-

beis. Aferramenta atua desde o momento da “seleção de um

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281

contribuinte”, o qual é iniciado toda uma “pesquisa e investi-

gação” deste, além de tudo o que se é comprado ou de quem,

porque vende ou pra quem vende e por quanto.

Consequentemente é feito uma “auditoria das importações e

exportações - Drawback”, sendo “automatizada toda uma pre-

paração de um dossiê” em relação às operações desse contri-

buinte com o intuito de se fazer a “auditoria digital” e garantir

o crédito tributário. Ou seja, o valor do tributo devido à Receita

Federal.

Também é relevante destacar que até aqui houve uma signifi-

cante evolução a respeito do que foi estudado no módulo in-

trodutório deste material. Na ocasião, explanou-se sobre um

modelo que analisava o cruzamento de informações que cru-

zavam a partir de uma informação inicial, como por exemplo,

o caso das pessoas físicas; a declaração do imposto de renda

da pessoa física como a declaração base, que será cruzada com

a Dmed, local onde serão confrontados os valores de serviços

médicos; o valor da Dirf que será confrontado às retenções na

Fonte de Distribuição de Lucros, com o que foi informado no

imposto de renda da pessoa física; a Decred, onde serão in-

formados pelas administradoras de cartão de crédito todas as

movimentações dos cartões que também serão confrontadas

com sua evolução ou involução, além de sua manutenção de

patrimônio; a Dmorf, já substituída pela eFinanceira, e que

irá confrontar as movimentações financeiras com as informa-

ções patrimoniais; e por fim a Dmob, local onde deverão ser

apresentadas as atividades imobiliárias tais como alugueis,

compras e vendas de imóveis com os valores apresentados na

declaração de imposto de renda da pessoa física.

Ressalte-se que, na pessoa jurídica, durante um tempo, ocor-

ria algo semelhante, com a DIPJ como uma declaração central,

além das presenças da Dacon, DCTF, que também ocorriam

cruzamentos de informações.

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282

O atual modelo de cruzamento de informações dentro dos

Speds é algo que foi bem pontuado nessa obra, desde a intro-

dução e primeiros capítulos, os quais já se destacava a premis-

sa básica que diz: as informações que nascem dos documentos

fiscais eletrônicos transitam pelas escriturações fiscais e desa-

guam na contabilidade. Ou seja, didaticamente falando, com

esse princípio, não tem mais como uma informação de uma

nota fiscal que foi emitida chegar à escrituração de maneira

diferente ou chegar à contabilidade de maneira diferente.

Com isso, dentro de um ambiente digital de prestação de in-

formações, para que se tenha aderência segura e sustentável

de informações e formato digital, é extremamente recomen-

dável a realização de auditorias preventivas em conteúdos dos

arquivos digitais exigidos pelo Sped. Essas auditorias são divi-

didas em dentre elas destacam-se: a “Validação” - dos arquivos

individuais.

Como exemplo, imagina-se que um contribuinte inicie essa

etapa validando suas notas fiscais eletrônicas, verificando se

elas estão sendo feitas em conformidade tributária. Ou, este

também pode validar suas escriturações fiscais com o intuito

de ver se as informações contidas nos arquivos estão dentro do

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283

que foi exigido diante dos leiautes e guardam conformidade

no que é exigido na legislação dentro da obrigação principal.

Outro exemplo, o contribuinte pode verificar, de maneira in-

dividual, fazendo uma validação em seus arquivos da conta-

bilidade, verificando se receitas ou retenções batem no que tá

no fiscal, com o que está nas notas. Após fazer essas validações

individuais de arquivos, o responsável poderá fazer o cruza-

mento dessas informações.

O próximo item irá detalhar quais os principais cruzamentos

de informações, além de alguns indicadores.

Já o “Seneamento de Dados” é o local onde será feito o trata-

mento dos dados que ocasionou inconformidade na sua ori-

gem.

Além disso, é importante que se crie “Relatórios e Indicadores”

a partir dos principais cruzamentos a serem apresentados, no

intuito de que mensalmente o responsável possa fazer a verifi-

cação dessas informações. Vale ressaltar que tudo isso implica

em prevenir e antecipar possíveis erros.

É importante destacar que, num passado recente, as audito-

rias fiscais eram 100% manuais, ocasião em que fiscais soli-

citavam e administravam arquivos em papel para realizar as

fiscalizações. Considera-se também que antes a auditoria era

feita por amostragem devido a grande totalidade de papeis, de

informações que deveriam ser analisadas manualmente e por

parte do trabalho ser feito in loco. Com isso não se permitia

verificar na íntegra todos os documentos. Essa auditoria era

voltada para informações do passado. Ou seja, era comum que

no último ano que se apresentava mais próximo de prescrever,

pudesse ser fiscalizado. Como esse tipo de fiscalização ocorria

seguindo tais trâmites, a mesma se tornava punitiva.

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284

Como exemplo disso, era comum observar que um fiscal ao

identificar que uma empresa emitiu uma nota fiscal errada há

cinco anos pedisse a mesma para retificá-la. Isso não compe-

tiria ao agente hoje. Essa correção não teria mais relevância,

porque tal atribuição seria considerada obsoleta. Com isso, o

fiscal puniria a referida empresa. Ademais, por vezes, essas fis-

calizações aconteciam de forma isolada; o fiscal estadual tinha

ênfase somente nas escriturações fiscais e o fiscal da Receita

Federal só exigia a contabilidade em algumas hipóteses.

Atualmente, o modelo de fiscalização avançou objetivando a

celeridade dos processos. Aversão atual é eletrônica e pautada

sempre no presente. Nesse contexto, é comum observar a exis-

tência de empresas que atuam em monitoramento ou acom-

panhamentos diferenciados em que todas as movimentações e

tudo relacionado à apuração de tributação são acompanhadas

de maneira tempestiva por auditores.

Quase sempre as fiscalizações acontecem de maneira preventi-

va, o que significa dizer que, parte dos estados já disponibiliza

em seus portais ferramentas que apontam inconsistências pra

promover uma autorregularização por parte do contribuinte,

antecipando possíveis erros. Ou seja, de maneira preventiva,

o contribuinte pode garantir que está em conformidade tribu-

tária. Ressalte-se que essas fiscalizações acontecem cada vez

mais de maneira integrada, de forma em que os órgãos fisca-

lizadores compartilham informações no limite das suas com-

petências.

Em suma, no novo modelo de auditoria, as análises são feita na

totalidade das informações, de maneira eletrônica e a distan-

cia. Essas características facilitarão ao contribuinte submeter

um extenso arquivo a um programa de validação, que propor-

cionará um relatório de apontamentos, que deverá verificar

todas as inconsistênciasconstantes.

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DESCOMPLICANDO OSPED • Aspectos operacionais do Sistema Público de Escrituração Digital

285

Com base nessa orientação, é possível dizer que hoje empre-

sas ainda mandem para os bancos informações diferentes das

informações que mandam para a Receita Federal? Ressalte-se

que o contribuinte pode até fazer o envio da prestaçãodessas

Principais cruzamentos de informações

Como um exemplo do que será estudado neste capítulo, que

traz a temática de tipos de cruzamentos de informações, é

interessante imaginar informações relacionadas à Receita

Bruta dos contribuintes, a partir de uma explicação relativa à

imagem ilustrativa abaixo. Dentro do raciocínio, essas infor-

mações nasceram na Nota Fiscal (NF-e) e nas informações de

vendas do contribuinte.

Desta forma, as informações das suas NF-e deverão estar apre-

sentadas nas suas escriturações fiscais, tanto no Sped Fiscal,

como na EFD Contribuições (EFDs). Essa informação da re-

ceita, que está no Sped Fiscal e Contribuições, deve ser a mes-

ma receita que está no J150, na demonstração do resultado do

exercício da contabilidade e no P150, no caso o Lucro Presu-

mido da ECF. Além de constar no L300, no caso do Lucro Real,

dentro da ECF.

Receita Bruta

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286

Em relação a isso, certa vez, ao analisar o Sped Contábil de uma

empresa pude verificar que de um ano para o outro a mesma

trazia um saldo que permanecia inalterado, referente a ICMS

e substituição tributária a pagar no valor de R$ 500.000. Con-

sequentemente recorri ao proprietário para entender o por-

quê do débito junto à secretaria da Receita, pontuando que o

mesmo não deveria estar devendo nada ao órgão. Na ocasião,

o proprietário comunicou que se tratava de alguns valores de

despesas de tributos que não foram baixados na contabilidade.

Em seguida o adverti sobre a seriedade da situação e que ele

poderia sofrer possíveis problemas, principalmente por estar

enviando o Sped Contábil à Receita Federal com informações

informações de maneiras diversas, porém, a probabilidade de

que essa contingência seja identificada e que possíveis ilícitos

tributários sejam vistos, aumenta consideravelmente.

Na imagem seguinte, entende-se que a informação preenchi-

da de tributos a recolher para PIS, Cofins, ICMS/IPI, que nas-

cem no documento fiscal devem transitar pelas escriturações

tanto no que se refere ao ICMS/IPI no Sped Fiscal, no PIS e

Cofins na EFD Contribuições. O que estiver na EFD Contribui-

ções também tem que estar na DCTF. Lembrando que provisão

e pagamento devem estar também dentro da escrituração con-

tábil do contribuinte.

Tributos arecolher

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287

No que diz respeito à folha de pagamento e conforme já obser-

vado no capítulo que fala sobre eSocial, as informações conti-

das em folhas de pagamentos acabam tendo redundâncias até

entrar, definitivamente, em vigor o e-Social. Nessa contextu-

alização, aquilo que é enviado na Sefip, também é enviado no

Caged e na Rais. Porém é importante ter o cuidado de verificar

se essas informações estão corretamente no Sped Contábil.

que explanavam sobre o referido débito ao Estado. Sobre casos

como esse, faz-se necessário ressaltar que essas informações

são compartilhadas pelosentes.

Ainda sobre o que diz respeito a tributos a recolher, a figura

abaixo exemplifica bem um auto de infração em que um con-

tribuinte foi encontrado pela fiscalização de trânsito com uma

nota fiscal inidônea por conter uma declaração inexata. Na

ocasião, antes da Emenda Constitucional (EC) de 87/2015, a

empresa estava fazendo uma venda em operação interestadu-

al, e ao invés de observar que deveria destacar a alíquota in-

terna, destacou a alíquota interestadual. Ou seja, nesse caso

foi percebido que apenas um simples erro fez com que o do-

cumento fiscal fosse considerado inidôneo e que a operação

tivesse uma multa de 80% do valor da operação. Areferida EC

determina aplicação de alíquota interestadual para o ICMS

em operações com mercadorias e serviços a consumidor final,

contribuinte ou não do imposto, localizado em outro estado.

Tributos arecolher

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288

A figura acima demonstra que, as informações de custos vão

nascer desde uma nota fiscal (NFe), aonde o contribuinte iden-

tifica o insumo, a escrituração de um crédito tributário num

Sped Fiscal, a informação de uma mão de obra direta que será

informada na Sefip, a informação de crédito de Pis/Cofins que

estará na EFD Contribuições e que vão compor custos na Es-

crituração Contábil (ECD) e que terá reflexo diretamente na

apuração do IR e da contribuição social do lucro líquido na Es-

crituração Contábil Fiscal(ECF).

É muito comum identificar empresas que utilizam sistemas

integrados que não possuem a parte de pessoal vinculado à

escrituração contábil. Nesses casos, por vezes são realizados

lançamentos totalizadores. Contudo, o capítulo que aborda o

Sped Contábil, estudado anteriormente, destaca que o código

civil, em seu Art. 1.189, permite que o contribuinte possa fazer

lançamentos totalizadores. No entanto, este terá que ter um

diário de escrituração resumida e precisará apresentar um li-

vro auxiliar, com escrituração detalhada. Por esse motivo tor-

na-se viável cautela nesse processo no sentido de verificar se

em decorrência de um lançamento resumido ou reduzido da

folha de pagamento, o contribuinte não está importando na

escrituração de um livro com uma escrituração do tipo resu-

mida. Afigura abaixo sugere tal explanação.

Custos

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289

Em relação às informações associadas a estoques, no capítulo

que fala sobre o Sped Fiscal, a gestão fiscal de estoques foi as-

sunto bem enfatizado. Nele foi observado que o estoque fiscal

de um comércio é calculado utilizando a fórmula de acordo

com a imagem (abaixo). Ressalte-se que este estoque inicial

será apresentado com base no Sped Fiscal de fevereiro, con-

forme foi estudado anteriormente, e nele se envia o Bloco H,

que é o bloco de inventário. Todas as compras e vendas serão

acobertadas por documentos fiscais e também vão compor a

escrituração fiscal.

Todavia, também é importante ter o cuidado de que a infor-

mação de estoque que consta no fiscal bata com o que está na

contabilidade. Atualmente, em decorrência de ajustes que po-

dem ser feitos na escrituração contábil, pode existir a possibi-

lidade de o estoque contábil está ajustado, mas o estoque fiscal

está diferente. É preciso cautela no momento de fazer o ajuste

contábil, sendo este de forma correta, utilizando as subcontas

correlatas, conforme prevê a Lei nº 12.973de 2014.

Vale lembrar que, ao preencher o Bloco H, o mesmo solicitará

o código da conta analítica dos estoques e informações relacio-

nadas a fornecedores e clientes. No âmbito da contabilidade

é possível dizer que este último se trata de um dos principais

gargalos, porque permite a rastreabilidade das informações no

Sped. Como exemplo já citado na introdução deste estudo, se o

contribuinte comprar sem nota fiscal (NFe), não poderá pagar

no boleto, ou pelo caixa, ou pelo cartão, porque essa informa-

ções possuem rastreabilidade, além disso, não poderá mandar

a mercadoria vir por transportadora, e nem poderá dar entra-

da no estoque, também não poderá vender nem no boleto ou

cartão de crédito, e o cliente não poderá dizer de quem com-

prou. Ou seja, todos os participantes de uma cadeia econômi-

ca, seja o banco, a transportadora, o cliente, o fornecedor, e até

mesmo o contador, fazem parte de um grande conjunto de in-

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290

formações que são enviadas dentro do ambiente Sped e que irá

permitir a rastreabilidade de qualquer ilícito tributário que for

praticado durante as suas operações.

Também, como um indicador importante e interessante

exemplo de cruzamento, destaca-se o Ativo Imobilizado. Este

será adquirido por meio de um documento fiscal. Ou seja, a in-

formação de um ativo virá na nota fiscal (NFe), e ao ser escritu-

rado no Sped Fiscal, é importante informar que se trata de um

tipo de item ativo imobilizado. Ressalte-se que dependendo

do enquadramento tributário, este proporcionará um crédito

tributário que será controlado no Bloco G, do Siap. É relevan-

te frisar que esse crédito que é tomado na escrituração fiscal,

tal ativo imobilizado deve estar registrado na contabilidade

e também deve tá registrado na ECF. É comum observar que

empresas tomam créditos sobre o ativo imobilizado, porém

não fazem o preenchimento do Siap, além disso, o ativo mui-

tas vezes não está na contabilidade. Vale destacar que o Código

da conta analítica também consta no registro C170 e também

é possível fazer um cruzamento da informação de uma merca-

doria no Sped Fiscal com o que está no Sped Contábil.

Faz-se necessário também abordar sobre o cruzamento a res-

peito do capital social, que é informado, primeiramente, na

declaração do IR da pessoa física. O sócio acionista deverá in-

formar qual é o seu percentual societário, sua participação em

determinada entidade. Logo, esta participação deverá assegu-

rar as informações da contabilidade e da ECF. Observa-se que

no Bloco Yda ECF essas informações serão reforçadas.

O indicador que trata de retenções oferece: a DIRPF, que leva

algumas informações de IR retido; a DIRF, a DCTF que é infor-

mado, por exemplo, as contribuições sociais retidas na fonte,

IR retido na fonte de pessoa jurídica, e ambos tendo que ba-

ter com a informação contábil e com a informação que consta

na ECF. Vale lembrar que essas retenções também estarão em

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291

uma nova escrituração fiscal digital, que é a EFD Reinf, já es-

tudado nessa obra.

É de extrema importância que o contribuinte lembre que a

ausência da escrituração de documento fiscal no Sped Fiscal e

no Sped Contribuições, poderá causar uma fragilidade e erro

passível de penalidade. Além disso, faz-se necessário lembrar

sempre de conferir os documentos que estão escriturados no

Sped Fiscal, se devem ou não estar escriturados na EFD Contri-

buições. Ressalte-se que se trata de duas escriturações fiscais

distintas, mas que trazem informações sobre as movimenta-

ções comerciais doscontribuintes.

Os indicadores da figura abaixo representam cruzamentos

que são muito utilizados pelas secretarias da Fazenda e dos es-

tados. Trata-se de ferramentas de apoio da prática fiscal do co-

tidiano. Isso porque vão ser cruzadas informações de fatura-

mento com as notas fiscais eletrônicas que forem autorizadas

em que o contribuinte é o emitente. Também serão cruzadas:

as informações que foram escrituradas no Sped como compras

com as notas fiscais eletrônicas que foram autorizadas em que

o contribuinte é o destinatário; as informações das formas de

pagamentos que foi preenchido no Sped Fiscal e na nota fiscal,

com as informações que a administradora de cartão de crédito

mandou informando de operações para o contribuinte; as in-

formações do inventário que foi apresentando no Sped Fiscal

com o estoque fiscal calculado pela Secretaria da Fazenda; as

informações dos tributos com o que foi evoluído ou não evo-

luiu em relação à arrecadação.

É importante fazer a revisão se está sendo feita escrituração

de notas fiscais denegadas, de numeração que foi inutilizada,

dentre outros. Além disso, é relevante também fazer uma ve-

rificação prévia, se não existem notas fiscais de entrada sem

registro de passagem de imposto fiscal, que hoje é um dos ín-

dices de maior infração para a maioria dos estados.

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Avalidação e os cruzamentos dos arquivos do Sped permitem

auditar e apurar inconsistências, permitindo corrigir possí-

veis erros de forma preventiva.

Dentre os cruzamentos mais comuns estão:

• EFD Fiscal x EFDContribuições

• EFD Fiscal x NF-e (Mod.55)

• EFD Fiscal xSintegra

• EFD Fiscal x GIA(SP)

• EFD Contribuições x ECDContábil

• EFD Contribuições xDACON

• EFD Contribuições x NF-e (Mod.55)

• EFD Contribuições xDCTF

• ECD Contábil xDIPJ

• ECD Contábil xFCONT

• ECD Contábil xDIRF

• ECD Contábil xDCTF

• DCTF x DACON

• DCTF x e-CAC

Por fim, para a ascensão administrativa desses procedimen-

tos, é necessário destacar a importância de algumas observa-

ções, dentre elas:

AuditoriasDigitais

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• DCTF x DIPJ

• DCTF x DIRF

• SINTEGRA x GIA(SP)

• E-DOC x SEF II (PE)

• EFD Fiscal xE-DOC

• ECF x ECDContábil

• ECF x DCTF

• EFD Fiscal xDIEF.

Dentre alguns dos cruzamentos apresentados, as principais

análises se dão nas seguintes informações:

a)Distribuição de Lucros:

DIRF x DIRPF x ECD x ECF

b) Estoques:

NF-e x SPED Fiscal x ECD x ECF

c) Tributos a Recolher:

NF-e x EFD ICMS-IPI x EFD Contribuições x DCTF x ECF x

ECD

d) Folha de Pagamento:

SEFIP x CAGED x RAIS x ECD x ECF x eSocial

e)Retenções de Tributos:

DIRF x DCTF x ECD xECF

f) Custos:

NF-e x ECD x ECF x EFD ICMS-IPI x EFD Contribuições x SE-

FIP

g) Fornecedores e Clientes:

SPED Fiscal x NF-e x CT-e x EFD ICMS-IPI x EFD Contribui-

ções xeFinanceira

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h)Imobilizado:

NF-e x EFD ICMS-IPI x ECD x ECF

i)Capital Social:

DIRPF x ECD xECF

Vale salientar que, as autoridades fiscais realizam outros diver-

sos cruzamentos através dos fluxos contábeis das empresas.

Ademais, a rastreabilidade dos dados em meio digital permite

com maior facilidade e rapidez a identificação de informações

incorretas, inexatas ouimprecisas.

Resultados de fiscalizações da Receita Federal Brasileira

(RFB)

Acompreensão de dados é subsídio fundamental para o apren-

dizado e este item visa mostrar exemplos reais diante de re-

sultados oficializados pela Receita Federal do Brasil. Com isso,

faz-se necessário entender que a Subsecretaria de Fiscalização

da Receita Federal do Brasil (Sufis), conforme discriminado

na Cadeia de Valor da RFB, é responsável pelos processos de

trabalho: (i) monitoraros grandes contribuintes; (ii) promover

a conformidade tributária; (iii) realizar pesquisa e seleção dos

sujeitos passivos que serão fiscalizados; e (iv) realizar a fisca-

lização, seja de natureza interna (revisão de declarações) ou

externa (auditorias).

Para atingir esses objetivos, todas as ações estão condiciona-

das ao tripé: (i) disponibilizar as melhores ferramentas tec-

nológicas; (ii) capacitar continuamente cada profissional que

atua nos respectivos processos de trabalho; e (iii) disseminar o

conhecimento produzido na organização.

Arespeito desse assunto, alguns resultados são fundamentais

para a compreensão no âmbito das fiscalizações. Com base em

dados da Receita Federal do Brasil, a figura abaixo apresen-

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ta gráfico que explana resultados no ano de 2015, referente ao

Crédito Tributário pela Receita Federal, no valor de R$ 125,6

bilhões:

Embora a estimativa para o total de lançamento de ofício em

2015 fosse de R$ 157,9 bilhões, como constava no Plano Anual

da Fiscalização da Receita Federal, e o efetivamente lançado

em 2014 tenha sido R$ 150,9 bilhões, neste ano o montante de

crédito tributário alcançou o valor de R$ 125,6 bilhões, isto é,

16,6%menor que o lançado no ano passado.

Ainda no mesmo período, o quadro abaixo destaca compara-

tivo em relação à quantidade de auditorias externas e revisões

de declarações:

Esse valor representa o terceiro maior resultado da fiscaliza-

ção da RFB, superado apenas pelos anos de 2013e 2014.

Nas pessoas jurídicas, as autuações concentraram-se no seg-

mento industrial, com lançamento de R$ 39,3 bilhões.Apenas

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296

os segmentos de comércio e serviços financeiros apresenta-

ram variações positivas em relação ao montante de crédito tri-

butário lançado, conforme quadro abaixo:

Em seguida, no segmento das pessoas físicas fiscalizadas,

conforme quadro abaixo, as autuações se concentraram nos

contribuintes cuja principal ocupação declarada foi o de pro-

prietário ou dirigentes de sociedades empresárias, com valor

de R$ 1,4 bilhão. Além disso, a principal infração cometida foi

a ausência de tributação no ganho de capital oriundo de venda

e permuta deações.

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Ressalte-se que a área de seleção de contribuintes da Sufis bus-

ca o aumento da percepção de risco e da presença fiscal para

elevar o cumprimento espontâneo das obrigações tributárias.

Para tanto, a subsecretaria orienta seu trabalho objetivando

indícios consistentes que permitam um número maior de pro-

cedimentos fiscais encerrados com resultado.

Fundado no princípio constitucional da impessoalidade, o

processo de trabalho de selecionar contribuintes observa ri-

gorosos critérios técnicos para identificar o contribuinte que

será fiscalizado. Essa atividade é realizada por segmento de

contribuinte, visando ganho de eficiência com especialização

dos auditores-fiscaisenvolvidos.

Em 2010, foram criadas as Equipes Regionais de Programa-

ção de Maiores Contribuintes (Epmac), responsáveis pela se-

leção dos maiores contribuintes em âmbito regional de cada

uma das dez superintendências regionais da Receita Federal

do Brasil, nas Delegacias Especiais de Maiores Contribuintes

(Demac) e na Delegacia Especial de Instituições Financeiras

(Deinf).

Essas equipes, formadas por auditores-fiscais altamente es-

pecializados em critérios específicos para identificar indícios

de infração tributária, permitiram à RFB identificar com mais

precisão operações com indícios de planejamento tributário

abusivo. Os procedimentos de fiscalização dessas ações são

executados pelas Equipes de Fiscalização das Maiores Contri-

buintes (Efmac), localizadas nas superintendências regionais

ou pelas Demac´s ou Deinf´s, conforme o perfil do sujeito pas-

sivo com oindício.

Apartir dos significantes resultados obtidos desde 2010 em re-

lação aos grandes contribuintes, em 2015 iniciou-se o proces-

so de regionalização da seleção para os demais segmentos de

contribuintes. O objetivo dessa ação é potencializar resultados

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decorrentes da especialização dos auditores-fiscais que detêm

a prerrogativa de decidirem quem serão os sujeitos passivos

que serão fiscalizados, quais os indícios de infração devem ser

objeto de verificação no procedimento de fiscalização e o valor

esperado de lançamento.

Implementada em 2010, a alteração na estratégia da atividade

de seleção de sujeitos passivos tem produzido consideráveis

resultados em relação ao ano de 2015,conforme quadro abaixo:

Aelevação do grau de acerto da fiscalização em 7,1 pontos per-

centuais entre 2015 e 2009, quando os procedimentos de se-

leção de sujeitos passivos eram executados de forma local ex-

clusivamente, permitiu que em 2015 aproximadamente mais

710 auditorias externas fossem encerradas com resultado, ou

seja, não tivesse ocorrido a melhora na qualidade da seleção,

710 procedimentos de fiscalização teriam sido encerrados sem

resultado.

Sabe-se que, promover a conformidade tributária (ou elevar o

grau de compliance) é um dos processos de trabalho da cadeia

de valor da RFB, que tem como objetivo incentivar e facilitar

o cumprimento da obrigação tributária seja ela principal ou

acessória.

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Por fim, é imprescindível entender que a fiscalização, como

destinatária das informações prestadas pelos contribuintes e

por terceiros, desenvolve operações constantes no âmbito de

gestões de risco. As fiscalizações são voltadas para contribuin-

tes que atuam de forma intencional visando a sonegar.

Como forma preventiva, essas ações também almejam alertar

os contribuintes que apresentem indícios de erros no cumpri-

mento da obrigação tributária. Ressalte-se que, duas ações são

complementares para aumentar o grau de compliance: autor-

regularização e simplificação das obrigações acessórias.

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