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1Estudante de graduação, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, e-mail: [email protected];
[email protected]; [email protected]; [email protected]; [email protected]. 2Eng. Agr., Prof. Dr., Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul, e-mail: [email protected].
DESEMPENHO DE CULTIVARES DE BANANEIRA NO ECÓTONO CERRADO-1
PANTANAL SUL-MATO-GROSSENSE. 2
3
JOSÉ MARCOS QUEIROZ JÚNIOR1; RICARDO FERNANDO DA RUI
1; DANIEL MAKOTO 4
KUSANO1; KLEYTON REZENDE FERREIRA
1; EDSON MARCELO ORTELLADO 5
CHAMORRO1; EDSON TALARICO RODRIGUES
2 6
7
INTRODUÇÃO 8
A banana (Musa spp.) é a segunda fruta mais produzida no mundo, é o quarto produto 9
alimentar mais consumido e no Brasil perde apenas para a laranja em volume de produção. A fruta 10
está acessível à maioria da população, o que é bastante desejável devido às suas características 11
nutritivas (ANUÁRIO BRASILEIRO..., 2009). 12
Apesar de no Brasil existirem inúmeras cultivares, considerando produtividade, aceitação 13
de mercado, tolerância a doenças e a climas adversos, são apenas algumas que possuem potencial 14
agronômico e podem ser indicadas para fins comerciais (BORGES et al., 2004). Uma estratégia 15
utilizada para solução desta situação é a seleção de novas cultivares através do melhoramento 16
genético e de avaliações desses genótipos em áreas de produção (FLORES, 2000). 17
Diante disto, o presente trabalho teve por objetivo avaliar o desempenho agronômico, no 18
terceiro ciclo de produção, de seis genótipos de bananeira no ecótono Cerrado-Pantanal. 19
20
MATERIAL E MÉTODOS 21
O experimento foi conduzido de agosto de 2011 a maio de 2012 na Unidade Demonstrativa 22
de Fruticultura da UEMS em Aquidauana, localizada na Microbacia do Córrego Fundo, Serra de 23
Maracajú. O clima da região é do tipo Aw, segundo classificação de Köppen, tropical-quente, sub-24
úmido. A temperatura média do ambiente é de 26°C, com precipitação anual de 1.250 a 1500 mm. 25
O experimento foi instalado no delineamento em blocos casualizados, com seis 26
tratamentos, formado pelas cultivares Pakovan Ken, Thap Maeo, Tropical, Maravilha, Fhia 02 e 27
Grand Naine e seis repetições. Cada unidade experimental constituiu-se de quatro plantas, dispostas 28
em duas fileiras. O experimento recebeu fileiras externas de bananeiras, com a função de bordadura. 29
Foram avaliadas no momento da colheita as seguintes características de produção: número 30
de folhas vivas (NFOC); peso do cacho (PC) (kg) - número de pencas (NPENC); número de frutos 31
por cacho (NFC); peso do fruto (PFRU) (g), comprimento do fruto (CFRU) (cm) e diâmetro do 32
fruto central da 2ª penca (DFRU) (cm). 33
2
Os dados foram submetidos à análise de variância através do aplicativo computacional 34
SISVAR 5.1 sendo os efeitos dos tratamentos comparados pelo teste de Tukey, a 5% de 35
probabilidade. 36
37
RESULTADOS E DISCUSSÃO 38
A análise de variância e o teste de comparação de médias indicam diferenças significativas 39
entre os tratamentos (Tabela 1). Com relação ao número de folhas vivas na colheita as cultivares 40
Maravilha, Thap Maeo e Grand Naine superaram a ‘Pacovan Ken’. A ‘Maravilha’ também se 41
mostrou superior a ‘Fhia 02’ e ‘Tropical’. Estudo realizado por Santos (2006), no sudoeste de Goiás 42
relata que a ‘Thap Maeo’ e ‘Maravilha’ apresentaram número de folhas baixo na colheita (5,35 e 43
5,21 folhas respectivamente, no terceiro ciclo de produção), quando comparado com outras 44
cultivares estudadas. Donato (2006) constata ‘Grand Naine’ com média de 9,81 folhas, ‘Fhia 02’ 45
com 9,62 e ‘Pacovan Ken’ com 9,18, as quais apresentaram número de folhas mais elevados. 46
47
Tabela 1. Desempenho de genótipos de bananeira em Aquidauana na colheita 2011 - 2012. 48
Cultivares NPENC
(un)
NFC
(un)
PFRU
(g)
CFRU
(cm)
DFRU
(cm)
NFOC
(un)
PC
(kg)
Maravilha 8,54 bc 132,46 b 171,67 a 19,30 a 4,23 a 9,5 a 17,48 a
Thap Maeo 13,19 a 223,11 a 81,08 c 11,85 b 3,55 b 8,85 ab 16,10 ab
Fhia 02 9.14 b 142,39 b 138,36 ab 16,10 ab 3,87 ab 7,08 bc 15,45 ab
Grand Naine 8,69 b 135,03 b 123,39 b 16,33 ab 3,71 b 8,69 ab 14,60 abc
Pacovan Ken 6,61 bc 84, 26 b 116,56 bc 18,52 ab 3,82 ab 5,67 c 9,91 bc
Tropical 5,92 c 87, 08 b 83,67 c 14,09 ab 3,45 b 7,25 bc 7,86 c
*Médias seguidas de letras iguais, na coluna, não diferem estatisticamente entre si, pelo teste de 49
Tukey a 5% de probabilidade. NPENC; número de pencas; NFC: número de frutos por cacho; 50
PFRU: peso do fruto central da 2a penca; CFRU: comprimento do fruto central da 2
a penca; DFRU: 51
diâmetro do fruto central da 2a penca; NFOC: número de folhas na colheita; PC: peso do cacho. 52
53
Souza (2010), explica que o número de folhas pode variar com os tratos culturais 54
empregados na cultura e por região. Deve-se considerar que os lugares onde ocorre maior 55
incidência de Sigatoka Negra e Sigatoka Amarela o número de folhas tende a ser menor, em 56
especial em regiões úmidas e quentes, ambiente favorável a essas doenças. 57
Para o número de pencas e de frutos por cacho, a cultivar Thap Maeo (13,19 e 223,11) foi 58
superior as demais. Santos (2006) observou resultados parecidos para número de pencas com ‘Thap 59
3
Maeo’, obtendo média de 12,2. Souza (2010) descreve este genótipo com número de pencas de 60
12,02 e 178 frutos por cacho. Silva et al. (2000), relacionam o número de frutos como uma 61
característica de grande importância para o melhoramento genético estando estreitamente 62
relacionado ao tamanho e peso do cacho, definindo desta forma a produtividade do genótipo. 63
Com relação ao peso de frutos, a cultivar Maravilha e a ‘Fhia 02’ foram superiores, com 64
171,67 e 138,36 g, respectivamente. Valores baixos foram encontrados para a ‘Thap Maeo’ 65
(81,08g) e ‘Tropical’ (83,67g). Os resultados deste trabalho estão próximos aos encontrados por 66
Souza (2010) que observou peso médio de frutos para genótipos Fhia 01, Thap Maeo e Tropical 67
correspondente a 190,21 g, 98,13 g e 80,82 g, respectivamente. Rodrigues et al. (2006) no Norte de 68
Minas Gerais verificou que para ‘Fhia 01’ o peso médio de frutos foi de 177g. 69
Para diâmetro do fruto, maiores valores são constatados no genótipo Maravilha com 4, 23 70
cm, que foi superior a ‘Thap Maeo’ (3,55 cm), ‘Grand Naine’ (3,71 cm) e ‘Tropical’ (3,45 cm), não 71
diferindo dos demais. Esses resultados são semelhantes aos encontrados por Souza (2010). Na 72
variável comprimento de fruto, novamente a ‘Maravilha’ se sobressaiu a ‘Thap Maeo’, com 19,30 e 73
11,85 cm, respectivamente. As demais cultivares apresentaram comprimentos intermediários. 74
Donato et al. (2006) relaciona as cultivares Pacovan Ken, Grand Naine e Fhia 02 apresentando 75
valores elevados em relação aos adquiridos. O mesmo foi evidenciado por Souza (2010) em relação 76
a ‘Fhia 01’ (24,03 cm), ‘Thap Maeo’ (15,37), ‘Grand Naine’ (22,93) e ‘Tropical’ (16,20). 77
O peso médio do cacho variou de 17,48 a 7,86 kg para os genótipos Maravilha e Tropical, 78
respectivamente. Ramos et al. (2009), em Botucatu, avaliando estes genótipos obtiveram para ‘Fhia 79
01’ 30,22kg e para ‘Tropical’ 18,58 kg. A variável peso do cacho, ainda que expresse diretamente a 80
produtividade, não deve, na escolha de uma cultivar, ser analisada isoladamente, pois outros 81
caracteres importantes relacionados aos frutos devem ser considerados, como peso, comprimento, 82
diâmetro, sabor e resistência ao despencamento (SANTOS, 2006; SILVA et al., 2002). 83
As condições edafoclimáticas das regiões onde os estudos são realizados e o manejo da 84
cultura, associados à melhor adaptação, são fatores que interferem para os diferentes valores 85
obtidos. Outro fator de interferência é devido as cultivares serem de grupos genotípicos diferentes. 86
CONCLUSÕES 87
O ecótono Cerrado-Pantanal no estado de Mato Grosso do Sul é adequado ao cultivo de 88
bananeiras, sendo possível qualificar os genótipos aferidos como promissores. Entretanto, as 89
cultivares Maravilha, Thap Maeo, FHIA 02 e Grand Naine foram as mais produtivas. 90
91
REFERÊNCIAS 92
ANUÁRIO BRASILEIRO DA FRUTICULTURA. Santa Cruz do Sul, Ed. Gazeta Santa Cruz 93
4
2009. 136 p. 94
BORGES, A. L.; SOUZA, L. S.; TRINDADE, A. V.; BORGES, A. L.; TEIXEIRA, A. H. C.; 95
MATOS, A. P.; RITZINGER, C. H. S. P.; ALMEIDA, C. O.; COSTA, D. C.; COSTA, E. L.; 96
ALVES, E. J.; COELHO, E. F.; MATSUURA, F. C. A. U.; SANTOS-SEREJO, J. A.; 97
CARVALHO, J. E. B.; SOUZA, J. S.; SOUZA, L. S.; SANTANA, M. A.; LIMA, M. B.; FLORES, 98
J. C. de O. Avaliação de cultivares e híbridos de bananeira (Musa spp.) em quatro ciclos de 99
produção em Cruz das Almas, BA. 109 p. Dissertação (Mestrado em Fruticultura Tropical) – 100
Universidade Federal da Bahia, Cruz das Almas, 2000. 101
DONATO, S. L. R., SILVA, S. O.; LUCCA FILHO, O. A.; LIMA, M. B., DOMINGUES, H.; 102
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produção no Sudoeste da Bahia. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 28, n. 1, 104
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RAMOS, D. P.; LEONEL, S.; MISCHAN, M. M.; DAMATTO JUNIOR, E. R. Avaliação de 106
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RODRIGUES, M. G. V. ; SOUTO, R. F.; SILVA, S. de O. Avaliação de genótipos de bananeira 109
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SILVA, S. O.; MATOS, A. P.; ALVES, E. J. Melhoramento genético da bananeira. In: SIMPÓSIO 111
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Sigatoka negra. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal - SP, v. 28, n. 3, p. 449-453, 2006. 116
SOUZA, M. E. Caracterização morfológica e atributos de qualidade dos frutos de acessos de 117
bananeira em clima subtropical. 112 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia, Horticultura) – 118
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Botucatu-SP, 2010. 120
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Catarinense, Florianópolis - SC, v. 15, n. 3, p. 15-16, 2002. 122
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