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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA MARINA SCARSI DESEMPENHO DE SEMENTES DE SOJA REVESTIDAS COM BIOPOLÍMEROS DISSERTAÇÃO PATO BRANCO 2015

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

MARINA SCARSI

DESEMPENHO DE SEMENTES DE SOJA REVESTIDAS COM BIOPOLÍMEROS

DISSERTAÇÃO

PATO BRANCO

2015

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM AGRONOMIA

MARINA SCARSI

DESEMPENHO DE SEMENTES DE SOJA REVESTIDAS COM

BIOPOLÍMEROS

DISSERTAÇÃO DE MESTRADO

PATO BRANCO

2015

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MARINA SCARSI

DESEMPENHO DE SEMENTES DE SOJA REVESTIDAS COM

BIOPOLÍMEROS

Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Agronomia da Universidade Tecnológica Federal do Paraná, câmpus Pato Branco, como requisito parcial à obtenção do título de Mestre em Agronomia - Área de Concentração: Produção Vegetal. Orientador: Dro. Jean Carlo Possenti Co-Orientador: Dra. Renata Paula Herrera Brandelero

PATO BRANCO

2015

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Dados Internacionais de Catalogação

Ficha Catalográfica elaborada por: Leandro Pandini, 2015.

CRB – 9/1473

S287d Scarsi, Marina Desempenho de sementes de soja revestidas com biopolímeros / Marina

Scarsi. - - 2015. 83 f. : il. ; 30 cm. Orientador: Prof. Dr. Jean Carlo Possenti. Co-orientador: Profa. Dra. Renata Paula Herrera Brandelero Dissertação (Mestrado) - Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Pato Branco, 2015. Bibliografia: f. 71-83.

1. Agricultura 2. Sementes 3. Soja I. Possenti, Jean Carlo, orient. II. Brandelero, Renata Paula Herrera, co-orient. III. Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Programa de Pós-Graduação em Agronomia. IV. Título.

CDD 22. Ed.: 630

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“Aos meus pais, João Carlos e Maria Lourdes pela dedicação na minha

criação”.

“Às minhas avós Nahir e Maria Marta pelo exemplo de vida”.

“Aos meus avôs José e Angelo e ao padrinho Ivo Cesca (in memorian)

saudades dos momentos não vividos.”

Dedico

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pelo conforto nos momentos difíceis, pela

alegria nos momentos de compensação. Sem Ele nada faria sentindo.

Aos meus pais, João Carlos e Maria Lourdes pelos ensinamentos e exemplo de

vida.

Aos meus irmãos tão queridos, Renata e Jeferson, que sabem me acolher nos

momentos difíceis. Porém são os momentos felizes que ficam e são muitas as

lembranças boas junto a vocês. Obrigada, pois em algum momento do meu

experimento me ajudaram e por isso fazem parte também desse projeto.

A toda família Scarsi e Silva a qual faço parte, o que eu sou devo também a

vocês.

Ao meu namorado amado Luiz Paulo Ramos que me ajudou no experimento e

nos momentos de desânimo. Você é muito especial para mim, meu companheiro,

obrigada pelos anos compartilhados e pelos que ainda virão.

A família do meu namorado, pois compartilharam desses anos de mestrado

comigo e porque os considero também como minha família.

Ao meu orientador professor Dr. Jean Carlo Possenti e co-orientadora Dra.

Renata Paula Herrera Brandelero pelo apoio, incentivo e amizade. Pela orientação,

ajuda e pelo tempo dedicado ao projeto, muito obrigada.

Aos professores Dr. Luis Cesar Cassol, Dr. Giovani Benin, Dr. Lindolfo Storck

pelos ensinamentos transmitidos.

Aos meus amigos e colegas de mestrado Indianara Muller, Gabrielli Dedordi,

Driéli Reinner, Anelise Hagemann, Angela Bernardon, Elesandro Bornhofen, obrigada

pela ajuda, companheirismo e amizade. A Patricia Holek por ter me ajudado no

experimento.

Aos meus colegas da Cooperativa Agropecuária Tradição, em especial o

pessoal da Unidade de Beneficiamento de Sementes, a todos muito obrigada pela

compreensão e paciência.

E a todos aqueles que me apoiaram aqui não citados, porém não menos

importantes, o meu muito obrigado!

Agradeço à UTFPR, ao corpo docente do PPGAG, e a CAPES, por um

determinado tempo, pela bolsa-auxílio e financiamento.

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“A vitória favorece ao mais perseverante”

Napoleão Bonaparte

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SCARSI, Marina. Desempenho de sementes de soja revestidas com biopolímeros. 2015. 83f. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Programa de Pós-Graduação em Agronomia, (Área de Concentração: Produção vegetal) Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2015. A utilização de biopolímeros que auxiliem na fixação de produtos fitossanitários com eficiência e se degradem com facilidade sem agredir o meio ambiente, e ainda, melhorem o comportamento fisiológico das sementes de soja em campo, podem trazer contribuições para a produtividade da cultura da soja. O presente estudo teve como objetivo avaliar o efeito dos polímeros amido de mandioca (AM), alginato de sódio (ALG) e álcool polivinílico (PVOH), nas concentrações 2, 4 e 6 g/100 mL de solução, sobre os atributos fisiológicos das sementes de soja, na velocidade de embebição das sementes e nos atributos fisiológicos das sementes de soja após três meses de armazenamento. A variedade de soja utilizada foi a NK 7059 RR. O delineamento experimental utilizado foi um fatorial com 48 unidades experimentais: 3 polímeros (AM, ALG e PVOH), 4 concentrações diferentes (0%, 2%, 4% e 6%), com 4 repetições, em um delineamento inteiramente casualizado. Verificou-se o nível de significância dos fatores e das suas interações, aplicando-se o teste F. Os polímeros foram avaliados pelo teste de Tukey, a 5% de probabilidade, e as concentrações foram avaliadas mediante regressão polinomial. A testemunha obteve melhores resultados para a maioria das variáveis analisadas. Dentre os polímeros, o melhor revestimento observado foi o PVOH, pois foi o polímero menos viscoso e visualmente não serviu de substrato para microorganismos. Porém, também, foram obtidos resultados satisfatórios para os polímeros AM e ALG na concentração de 2%. Não houve interferência dos polímeros estudados com relação à redução da velocidade de embebição das sementes de soja. A hidrofilidade dos polímeros, principalmente do AM e ALG, acelerou a embebição das sementes prejudicando a germinação, nas concentrações 4% e 6%. De maneira geral, quanto maior a concentração dos polímeros, as variáveis analisadas tenderam para piores resultados. Palavras chave: Glycine max, Polímero, Recobrimento

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ABSTRACT SCARSI, Marina. Soybean seeds performance coated with biopolymers. 2015. 83p. Dissertation (Master’s in Agronomy) - Graduate Program in Agronomy (Concentration Area: Plant Science), Universidade Tecnológica Federal do Paraná. Pato Branco, 2015. The use of biopolymers that help to fix pesticides efficiently and degrade easily without harming the environment, and still improve the physiological performance of field soybean seed may bring contributions to the soybean yield. This study aimed to evaluate the effect of cassava starch polymers (AM), sodium alginate (ALG) and polyvinyl alcohol (PVOH), in the concentrations 2, 4 and 6 g / 100 ml of solution, in the physiological attributes of seeds soy, seed speed soaking and performance of soybean seeds after three months of storage. The soybean variety used was the NK 7059 RR. The experimental design used for the three studies was a factorial with 48 experimental units: 3 polymers (AM, ALG and PVOH), 4 different concentrations (0%, 2%, 4% and 6%), with four replications, in a completely randomized design. It was observed the level of significance of the factors and their interactions, applying the test F. The polymers were evaluated by the Tukey test at 5% probability, and the concentrations were evaluated by polynomial regression. The witness obtained better results for most variables studied. Among the polymers, the best coating was observed PVOH because it was the less viscous polymer and visually not served as a substrate for microorganisms. However, also, satisfactory results were obtained for the AM and ALG polymers at a concentration of 2%. There was not interference of the polymers studied with regard to reduction of imbibition rate of soybean seeds. The hydrophilicity of polymers, mainly the AM and ALG accelerated soaking seeds harming germination at concentrations 4% and 6%. In general, the higher the concentration of polymers tended to worse results. Key words: Glycine max, Polymer , Coating

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 Representação esquemática das estruturas químicas do (a) amido de

amilose e (b) amido de amilopectina (LIU et al. 2009). .................................... 33

Figura 2 Porção de ácido manurônico do alginato (a) e porção de ácido

gulurônico do alginato (b) (GUISELEY, 1989). ................................................. 34

Figura 3 Representação esquemática da sequência de reação utilizada para

produção industrial de PVOH e suas estruturas químicas (CHIELLINI et

al.2003). ........................................................................................................... 35

Figura 4 A) imersão das sementes na solução de polímero. B) Retirada do

excesso de polímero em uma centrífuga de manivela. C) Acondicionamento

das sementes em um saco plástico e adição do pó secante dentro do

recipiente. D) Efeito das sementes recobertas com o polímero. UTFPR, Pato

Branco, 2015. ................................................................................................... 38

Figura 5 Aspecto das sementes de soja revestidas com o polímero amido de

mandioca: AM 2% (A), AM 4% (B), AM 6% (C). UTFPR, Pato Branco, 2015. . 38

Figura 6 Aspecto das sementes de soja revestidas com o polímero alginato de

sódio: ALG 2% (A), ALG 4% (B), ALG 6% (C). UTFPR, Pato Branco, 2015. ... 39

Figura 7 Aspecto das sementes de soja revestidas com o polímero álcool

polivinílico: PVOH 2% (A), PVOH 4% (B), PVOH 6% (C). UTFPR, Pato Branco,

2015. ................................................................................................................ 39

Figura 8 Condições ambientais, temperatura e umidade relativa do ar, do

barracão da empresa, onde as sementes recobertas foram armazenadas por

três meses. UTFPR, Pato Branco, 2015. ......................................................... 40

Figura 9 Variáveis PCG (%), TG (%), IVG (%) de sementes de soja cultivar NK

7059RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM,

ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015....................................................... 50

Figura 10 EA (%), EC (%) e IVE (%) de sementes de soja cultivar NK 7059RR,

sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e

PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015. ................................................................. 52

Figura 11 CE (µS cm-1g-1) de sementes de soja cultivar NK 7059RR, sob

diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH.

UTFPR, Pato Branco, 2015. ............................................................................. 55

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Figura 12 Velocidade de embebição (EMB%) de sementes da cultivar NK

7059RR, recobertas com diferentes polímeros (AM, ALG, PVOH) na

concentração de 2% (A), 4% (B) e 6% (C), em oito períodos de avaliação

diferentes. UTFPR, Pato Branco, 2015. ........................................................... 59

Figura 13 PCG (%) (A) e TG (%) (B) de sementes de soja cultivar NK 7059RR,

sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e

PVOH, após três meses de armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015. ..... 62

Figura 14 IVG (%) de sementes de soja cultivar NK 7059RR, sob diferentes

concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH, após três

meses de armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015. ................................ 64

Figura 15 EA (%) (A) e EC (%) (B) de sementes de soja cultivar NK 7059RR,

sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e

PVOH, após três meses de armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015. ..... 65

Figura 16 IVE (%) de sementes de soja cultivar NK 7059RR, sob diferentes

concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH, após três

meses de armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015. ................................ 68

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 Caracterização do lote de semente da cultivar VMAX, utilizada no

experimento. UTFPR, Pato Branco, 2015. ....................................................... 46

Tabela 2 Resumo da análise de variância para os caracteres, primeira

contagem de germinação (PCG), teste de germinação (TG), índice de

velocidade de germinação (IVG), envelhecimento acelerado (EA), comprimento

parte aérea (CPA), comprimento parte raiz (CPR), massa seca parte aérea

(MSPA), massa seca parte raiz (MSPR), emergência em campo (EC),

condutividade elétrica (CE) e umidade (UM) da cultivar de soja, NK 7059 RR,

revestidas com três polímeros distintos - amido de mandioca (AM), alginato de

sódio (ALG) e álcool polivinílico (PVOH), em quatro concentrações diferentes –

0%, 2%, 4% e 6%. UTFPR, Pato Branco, 2015. .............................................. 46

Tabela 3 Valores médios de CPA (cm) de sementes de soja cultivar NK

7059RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM,

ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015....................................................... 53

Tabela 4 Valores médios de MSPA (g) de sementes de soja cultivar NK

7059RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM,

ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015....................................................... 54

Tabela 5 Resumo da análise de variância para velocidade de embebição (EMB)

em sementes de soja da cultivar NK 7059 RR, revestidas com três polímeros

distintos - amido de mandioca (AM), alginato de sódio (ALG) e álcool polivinílico

(PVOH), em quatro concentrações diferentes – 0%, 2%, 4% e 6%, avaliadas

em oito períodos (horas) após o início da embebição. UTFPR, Pato Branco,

2015. ................................................................................................................ 56

Tabela 6 Valores médios de embebição (%) após 3 horas do seu início, de

sementes da cultivar NK 7059 RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4%

e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015. ............ 57

Tabela 7 Valores médios de embebição (%) após 6 horas do seu início, de

sementes da cultivar NK 7059 RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4%

e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015. ............ 58

Tabela 8 Resumo da análise de variância para os caracteres, primeira

contagem de germinação (PCG), teste de germinação (TG), índice de

velocidade de germinação (IVG), envelhecimento acelerado (EA), emergência

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em campo (EC) e índice de velocidade de emergência (IVE) da cultivar de soja,

NK 7059 RR, revestidas com três polímeros distintos - amido de mandioca

(AM), alginato de sódio (ALG) e álcool polivinílico (PVOH), em quatro

concentrações diferentes – 0%, 2%, 4% e 6%, após três meses de

armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015. ................................................. 60

Tabela 9 Valores médios do teste de germinação (TG) e envelhecimento

acelerado (EA) logo após o recobrimento e após noventa dias de

armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015. ................................................. 66

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LISTA DE ABREVIATURAS

ALG Alginato de sódio

AM Amido de mandioca

CE Condutividade elétrica

CPR Comprimento parte raiz

EA Envelhecimento acelerado

EC Emergência em campo

BEM Velocidade de embebição

IVG Índice de velocidade de emergência

MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

MSPA Massa seca parte aérea

MSPR Massa seca parte raiz

PCG Primeira contagem de germinação

PVOH Álcool polivínilico

TG Teste de germinação

UM Umidade

UTFPR Universidade Tecnológica Federal do Paraná

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO .............................................................................................. 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO ............................................................................ 19

2.1 CULTURA DA SOJA .................................................................................. 19

2.2 QUALIDADE DA SEMENTE ...................................................................... 21

2.2.1 Avaliação da Qualidade das Sementes ................................................... 23

2.2.1.1 Teste de germinação ............................................................................ 24

2.2.1.2 Testes de vigor ..................................................................................... 25

2.3 REVESTIMENTOS EM SEMENTES .......................................................... 28

2.3.1 Biopolímeros ........................................................................................... 32

2.3.1.1 Amido ................................................................................................... 33

2.3.1.2 Alginato ................................................................................................ 34

2.3.1.3 Álcool Polivinílico .................................................................................. 35

2.4 MATERIAIS E MÉTODOS .......................................................................... 37

2.4.1 Material .................................................................................................... 37

2.4.2 Preparo dos Revestimentos .................................................................... 37

2.4.3 Condições de armazenamento ................................................................ 39

2.4.3 Delineamento Experimental .................................................................... 40

2.4.4 Análise de PCG, TG e IVG ...................................................................... 41

2.4.5 Análise de EA .......................................................................................... 42

2.4.6 Análise de CPA e CPR ............................................................................ 42

2.4.7 Análise de MSPA e MSPR ...................................................................... 42

2.4.8 Análise de CE .......................................................................................... 43

2.4.9 Análise de EC e IVE ................................................................................ 43

2.4.10 Velocidade de embebição das sementes .............................................. 44

2.4.10 Análise estatística ................................................................................. 44

2.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO .................................................................. 46

2.5.1 Efeito da aplicação de revestimentos de amido, alginato ou álcool

polivinílico em diferentes concentrações nos atributos fisiológicos de sementes

de soja .............................................................................................................. 46

2.5.2 Efeito da aplicação de biopolímeros na velocidade de embebição de

sementes de soja ............................................................................................. 55

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2.5.3 Desempenho de sementes de soja armazenadas após revestimento com

biopolímeros ..................................................................................................... 60

2.6 CONCLUSÃO ............................................................................................. 70

REFERÊNCIAS ................................................................................................ 71

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16

1 INTRODUÇÃO

O Brasil é o segundo maior produtor mundial de soja. Para a safra

2014/2015 a produção está estimada em 96,04 milhões de toneladas. O estado

brasileiro com maior produção de soja é Mato Grosso. Este participou da

produção total nacional, na referida safra, com 28,13 milhões de toneladas do

grão, seguido do Paraná (17,14 milhões de t) e Rio Grande do Sul (14,78

milhões de t) (CONAB, 2015).

Desde a safra 2012/13, o Brasil se consolidou como o maior exportador

mundial de soja, sendo a China a maior nação importadora desse grão,

mostrando a importância desse mercado não só para o Brasil (DERAL, 2014).

Devido à importância dessa cultura agrícola para o país, de forma geral,

há um crescimento da percepção da importância do uso de sementes de

qualidade pelos produtores. A utilização de sementes com qualidade e o

emprego de produtos que possibilitem melhoria do desempenho destas no

campo são elementos importantes para uma alta produção agrícola (LUDWIG

et al., 2011).

Segundo Baudet; Peres (2004), à partir da década de 90 aumentaram-se

os estudos sobre o recobrimento de sementes, devido às preocupações

relativas à segurança no trabalho e proteção do meio ambiente, bem como à

semeadura de precisão, uma vez que o processo serve para melhorar a

plantabilidade das sementes. Essa tecnologia vem consolidando-se no Brasil

para grandes culturas, como milho e soja, devido às grandes vantagens que

traz para o agricultor.

A técnica do recobrimento de sementes vem sendo utilizada com a

finalidade de incorporar produtos fitossanitários, hormônios, micronutrientes,

agentes biológicos e polímeros que propiciem um melhor desempenho de

sementes e plântulas (BAYS et al., 2007).

Entre os benefícios advindos do recobrimento das sementes com

polímeros, pode ser destacado: o aumento do tamanho e peso das sementes;

alteração do formato; redução da necessidade de aplicação de grafite no

momento da semeadura; diminuição das perdas de produtos aplicados na

superfície das sementes; melhoria da eficiência e da distribuição dos produtos

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17

sobre a semente; proteção do operador contra a contaminação com produtos

químicos; redução da variação de temperatura e umidade e agregação de valor

comercial as sementes. Porém, estes produtos, para serem usados, não

devem interferir de forma negativa sobre a qualidade fisiológica dos lotes de

sementes (LUDWIG et. al., 2011).

Os polímeros podem atuar como uma barreira a elementos externos,

como a umidade, por exemplo, devido a sua hidrofilicidade. Polímeros

hidrofílicos podem ajudar na germinação da semente em uma situação de

estresse por falta de água. Conferindo maior proteção ao produto recoberto.

O biofilme pode também ajudar na regulação de trocas gasosas entre a

semente e o ambiente. Essa qualidade pode ser útil durante o processo de

armazenamento, onde as sementes continuam o processo de respiração.

Porém, de acordo com Taylor et al. (2001), o uso de polímeros para o

recobrimento de sementes é uma técnica recente, sendo adaptada à partir de

materiais fabricados para a indústria farmacêutica. Por isso a necessidade de

pesquisas sobre o assunto.

A dificuldade de reciclagem da maioria das embalagens sintéticas

disponíveis têm incentivado pesquisas nacionais e internacionais no sentido de

incrementar e/ou desenvolver materiais biodegradáveis com características que

permitam a sua utilização em filmes plásticos (MALI; GROSSMANN;

YAMASHITA, 2010).

O álcool polivinílico é um polímero obtido por hidrólise do poliacetato de

vinila (PVA ou cola branca), sendo os polímeros mais estudados na aplicação

de sementes. Já polímeros naturais como os de alginato e de amido

termoplástico são pouco estudados, embora sejam polímeros hidrofílicos

provenientes de recursos renováveis, alta disponibilidade e baixo custo

(BRANDELERO; SCHEIDT; BRANDELERO, 2012).

Estudos comparando o desempenho de sementes de brócolos e de

salsa cobertas ou aderidas a filmes biodegradáveis de quitosana e gelatina

concluíram que o recobrimento de sementes com coberturas biodegradáveis

pode ser promissor. Isto, devido à melhoria na germinação das sementes

recobertas e, também, no desenvolvimento das plantas quando comparadas às

sementes sem tratamento (TANADA-PALMU et al., 2005).

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18

Avaliações realizadas com soja, pressupondo e avaliando que o uso de

polímeros hidrofóbicos no tratamento de sementes pudesse diminuir os danos

por embebição, verificaram que a peliculização promove um aumento no índice

e no percentual de emergência das sementes em condições ideais, .

independente do polímero utilizado. Porém em condições de estresse a

peliculização reduz o vigor das sementes (EVANGELISTA et al., 2007).

Estudos realizados para verificar o efeito do tratamento e/ou

recobrimento de sementes de soja com aminoácido, polímero, fungicida e

inseticida sobre a germinação, o vigor e a sanidade das sementes observaram

que a germinação foi afetada negativamente com o uso do fungicida.

Entretanto, a combinação de fungicida e polímero não apresentou este efeito.

Segundo os autores, a utilização de polímero não afetou o controle de fungos

pelo fungicida, indicando que a combinação dos mesmos pode ser utilizada

(LUDWIG et al., 2011).

Portanto, os objetivos do presente estudo foram: (i) avaliar e selecionar

os melhores polímeros e suas melhores concentrações para desenvolver

biofilmes que não prejudiquem os atributos fisiológicos de sementes de soja, (ii)

avaliar a eficiência dos biofilmes testados na embebição das sementes, (iii)

avaliar a eficiência dos biofilmes testados após o armazenamento das

sementes.

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19

2 REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 CULTURA DA SOJA

A soja é uma planta herbácea incluída na classe Magnoliopsida

(Dicotiledônea), ordem Fabales, família Fabaceae, subfamília Faboideae,

gênero Glycine L. É uma planta com grande variabilidade genética, tanto no

ciclo vegetativo (período compreendido da emergência da plântula até a

abertura da primeira flor), como no reprodutivo (período do início da floração

até a maturidade fisiológica), sendo também influenciada pelo meio ambiente

(NUNES, 2013).

As sementes de soja são lisas, ovais, globosas ou elípticas, podem

também ser encontradas nas cores amarela preta ou verde. O hilo é

geralmente marrom, preto ou cinza (NUNES, 2013).

Historicamente, os Estados Unidos têm sido os maiores produtores

mundiais da oleaginosa. A área destinada para a cultura nos Estados Unidos

tem se mantido praticamente estável nos últimos anos (MOREIRA, 2012),

tendo em vista a sua dificuldade de abertura de novas áreas, ao contrário do

Brasil.

Dados da CONAB (2013) mostraram que o Brasil superou os Estados

Unidos na produção de soja, tornando-se o maior produtor mundial. Segundo

dados do USDA, o Brasil tem condições de produzir atualmente mais de 80

milhões de toneladas de soja, seguido dos Estados Unidos, com cerca de 78

milhões, e da Argentina, com 55 milhões de toneladas. Sendo a China (59% do

total) e a União Européia (14%), os maiores consumidores mundiais desse

produto.

No Brasil, a área cultivada de soja cresceu 88,6%, e a produção foi

ampliada em 150,7%, entre as safras de 1987/1988 e 2009/2010. A

produtividade neste período evoluiu de, aproximadamente, 1.900 kg.ha-1 para

mais de 2.500 kg.ha-1. O crescimento mais expressivo na produção deveu-se,

em grande parte, aos avanços tecnológicos (LAZZAROTTO; HIRAKURI, 2011).

De acordo com o quarto levantamento de safra da Conab (2015) a área

de soja passou de 30,17 milhões de hectares para 31,62 milhões de hectares,

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um incremento de 4,8% quando comparado com a safra 2013/2014,

constituindo-se na maior área já cultivada com a oleaginosa no país.

A safra de soja de 2014/2015 deve aumentar a produtividade em 6,3%

em relação à safra de 2013, passando de 2.854 kg/ha para 3.033 kg/ha. A

produção nacional deverá aumentar de 11,4%, chegando a 95,92 milhões de

toneladas (CONAB, 2015).

De acordo com a Embrapa (2003), a soja chegou ao Brasil via Estados

Unidos, em 1882. Gustavo Dutra, então professor da Escola de Agronomia da

Bahia, realizou os primeiros estudos de avaliação de cultivares. Em 1891 testes

de adaptação de cultivares foram realizados no Instituto Agronômico de

Campinas, São Paulo. Assim como nos EUA, a soja no Brasil dessa época era

estudada mais como cultura forrageira - eventualmente também produzindo

grãos para consumo de animais da propriedade - do que como planta

produtora de grãos para a indústria de farelos e óleos vegetais.

A cultura da soja atingiu 129 anos de presença no Brasil em 2011. Nos

anos 80, a soja liderou a implantação de uma nova civilização no Brasil Central

(principalmente nos estados de Goiás e Mato Grosso), levando o progresso e o

desenvolvimento para regiões despovoadas e desvalorizadas. A expansão

contínua em novos territórios do bioma Cerrado, estabelecendo uma nova

fronteira agrícola chamada de MAPITOBA – Maranhão, Piauí, Tocantins e

Bahia, no Norte e Nordeste do país (FREITAS, 2011).

Segundo a Conab (2015), o estado brasileiro que mais produzirá soja na

safra 2014/2015 será o estado do Mato Grosso, com 28,21 milhões de

toneladas, seguido do Paraná, 17,22 milhões de toneladas e do Rio Grande do

Sul, 13,46 milhões de toneladas do grão.

A região sudoeste do Estado do Paraná produz importante quantidade

de grãos para o Estado do Paraná, sendo que a soja é uma das principais

culturas plantadas nesse local. De acordo com dados da Conab (2015), na

safra de soja 2014/2015 o estado do Paraná cultivou uma área de 5.175,7 mil

hectares da cultura, 3,3% a mais que na safra anterior, obtendo produção de

17,22 milhões de toneladas, com produtividade média de 3.328 kg ha-1.

No sudoeste e oeste do estado do Paraná, a soja desenvolveu-se com a

migração de colonos vindos do Rio Grande do Sul, onde a soja já era cultivada

há mais tempo, principalmente em pequenas propriedades familiares

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destinando os grãos para a alimentação de suínos. Os produtores que se

estabeleceram no Sudoeste do Estado do Paraná possuíam, portanto,

conhecimento sobre as tecnologias da produção de soja. O desenvolvimento

ocorreu paralelamente com as demais regiões do Estado, com início em

meados dos anos 50 (FARIAS, 2004).

Segundo o IPARDES (2004), na região sudoeste, 97,4% dos

estabelecimentos possuem menos de 100 hectares, ocupando 72,7% da área

total. Este fato é explicado, em grande parte, pela disponibilidade de terras

férteis, conjugada ao relevo acidentado, que, ao dificultar a mecanização da

agricultura em grande escala, representou uma proteção natural à agricultura

familiar.

De acordo com Api et al. (2009) no sudoeste do Paraná a soja é

cultivada em média de 27,38 hectares por propriedade, assim 68,81% da área

total das propriedades avaliadas são cultivadas com a soja. A maioria dos

agricultores, cerca de 84,5%, utiliza sementes certificadas adquiridas nas lojas

agropecuárias, outros 14,08% usam sementes que foram colhidas no ano

anterior e aproximadamente 1,42% utilizam sementes que são produzidas por

agricultores vizinhos.

2.2 QUALIDADE DA SEMENTE

Segundo Carvalho; Nakagawa (2000) o termo qualidade de sementes

refere-se às características genéticas, físicas, fisiológicas e sanitárias das

sementes. A máxima qualidade fisiológica das sementes é alcançada quando a

mesma atinge o ponto máximo de poder germinativo e de vigor, sendo esse

ponto de maturidade fisiológica.

A semente de soja, para ser considerada de alta qualidade, deve ter

características fisiológicas e sanitárias, tais como altas taxas de vigor (maior

que 75%), de germinação (acima de 80%) e de sanidade, bem como garantia

de purezas física e varietal e não conter sementes de plantas daninhas. Estes

fatores respondem pelo desempenho da semente no campo, culminando com o

estabelecimento da população de plantas requerida pela cultivar, aspecto

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fundamental que contribui para que sejam alcançados níveis altos de

produtividade (FRANÇA-NETO et al., 2010).

A soja constitui, atualmente, assunto de intensa atividade de pesquisa

dirigida para a obtenção de informações que possibilitem aumentos de

produtividade. Nesse contexto, a utilização de sementes de alta qualidade

constitui-se em uma ferramenta de extrema importância para o agricultor

(SCHEEREN et al., 2010).

Apesar da importância da soja, a sua produtividade tem oscilado,

dependendo do ano e da região de cultivo, em que o uso de sementes de

qualidade inferior configura-se como um dos fatores responsáveis por este fato

(SILVA et al., 2011).

O vigor das sementes é um dos principais atributos da qualidade

fisiológica a ser considerado na implantação de uma lavoura (SHEEREN et al.,

2010). Um lote apresenta variações na qualidade fisiológica entre as sementes.

Lotes com menor vigor, em função da maior variação entre as sementes,

apresentam maior desuniformidade e menor velocidade na emergência. O uso

das sementes de alto vigor proporcionam acréscimos superiores a 35% no

rendimento de sementes em relação ao uso das sementes de baixo vigor,

porém, essas não apresentam comportamento dominante sobre as plantas de

baixo vigor adjacentes na linha de semeadura (KOLCHINSKI; SCHUCH;

PESKE, 2005).

A velocidade e uniformidade de emergência de plântulas, determinantes

do sucesso do estabelecimento do estande, representam etapas essenciais

para a obtenção de alta produtividade na cultura da soja. (MARCOS FILHO;

KIKUTI; LIMA, 2009). Em condições de estresse, como no caso da ocorrência

de seca, ou de baixa temperatura do solo durante a emergência, lavouras que

foram originadas com semente de alta qualidade sofrerão menos as

consequências desses tipos de estresse, resultando em maiores

produtividades em relação às lavouras originárias de sementes de médios ou

baixos vigores (FRANÇA NETO et al., 2010).

Dados semelhantes foram encontrados por Scheeren et. al. (2010) em

que obtiveram produtividade por área dos lotes de alto vigor 9% superior aos

de baixo vigor; as plantas provenientes de sementes de alto vigor

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apresentaram maior altura aos 21 dias após a semeadura e se mantiveram

mais altas até 75 dias.

O efeito da variação de vigor de sementes de soja, dentro de um mesmo

lote, sobre o comportamento individual das plantas em uma população

estabelecida foi avaliada por Panozzo et al. (2009). Os autores concluíram que

a qualidade fisiológica das sementes afeta o comportamento das plantas

adultas, aumentando a estatura e os componentes do rendimento. Plantas

provenientes de sementes de alto vigor apresentaram superioridade no

rendimento de grãos em torno de 17%, quando comparadas às originadas de

sementes de baixo vigor.

De acordo com Krzyzanowski et al. (2008), estudos realizados no

Paraná demonstram uma redução de 34% na população de plantas da cultivar

Embrapa 48, isto é, passando de 360 mil plantas/ha (ou 18 plantas/metro

linear) para 240 mil plantas/ha (ou 12 plantas/m). Segundo os autores,

verificou-se um aumento de 32% na produtividade, ou seja, de 2.700 kg/ha

para 4.032 kg/ha. Isto evidencia o avanço no melhoramento genético do

material, o uso de sementes de alta qualidade, além de um sistema preciso de

semeadura.

2.2.1 Avaliação da Qualidade das Sementes

A necessidade de determinar a qualidade das sementes surgiu, na

Europa como consequência de problemas constatados na sua comercialização.

Assim, em 1869, na Alemanha, foi organizado o primeiro laboratório de

sementes e, em 1876, publicado o primeiro Manual de Análise de Sementes.

Paralelamente, na América, procedimentos iniciais para a realização dos testes

de pureza e de germinação deram origem às primeiras Regras para Análise de

Sementes, em 1897 (SEEDNEWS, 2001).

No Brasil, as Regras para Análise de Sementes (RAS) tiveram sua

primeira edição pelo Ministério da Agricultura em 1967 e, a partir de então

foram publicadas outras atualizações. Estas regras foram atualizadas de

acordo com as regras internacionais prescritas pela International Seed Testing

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Association – ISTA e incorporou a experiência e os avanços nacionais em

análise de sementes (BRASIL, 2009).

A principal finalidade da análise de sementes é a de determinar a

qualidade de um lote de sementes e, consequentemente, o seu valor para a

semeadura. A análise é caracterizada pelo exame pormenorizado e crítico de

uma amostra, com o objetivo de avaliar sua qualidade. A análise, ainda, é

utilizada em trabalhos de pesquisa e na identificação de problemas de

qualidade e suas causas (SEEDNEWS, 2001).

2.2.1.1 Teste de germinação

A germinação de sementes em laboratório é definida pela RAS (2009)

como a emergência e desenvolvimento das estruturas essenciais do embrião,

demonstrando sua aptidão para produzir uma planta normal sob condições

favoráveis de campo. O objetivo desse teste é determinar o potencial máximo

de germinação de um lote de sementes, o qual pode ser usado para comparar

a qualidade de diferentes lotes e, também, estimar o valor para semeadura em

campo (BRASIL, 2009).

A germinação é um fenômeno muito amplo e complexo. Esse processo

consome energia e essa energia é advinda da degradação de substâncias de

reserva da própria semente, utilizando-se o oxigênio para “queimar” esses

produtos (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

A germinação compreende uma sequência ordenada de eventos

metabólicos que resulta no reinício do desenvolvimento do embrião, originando

uma plântula (MARCOS FILHO, 1986). Marcos Filho (1986) observou que, no

processo de germinação ocorre uma série de atividades metabólicas, baseadas

em reações químicas, e que cada uma delas apresenta determinadas

exigências quanto à temperatura, principalmente porque dependem da

atividade de sistemas enzimáticos complexos, cuja eficiência é diretamente

relacionada à temperatura e à disponibilidade de oxigênio.

O substrato influencia diretamente na germinação, em função de sua

estrutura, aeração, capacidade de retenção de água, grau de infestação de

patógenos, entre outros, podendo favorecer ou prejudicar a germinação das

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sementes. O substrato constitui o suporte físico no qual a semente é colocada

e tem a função de manter as condições adequadas para a germinação e o

desenvolvimento das plântulas (FIGLIOLIA et al.,1993).

Para a soja, as Regras de Análise de Sementes citam como substratos a

ser utilizado nesse teste o papel e a areia. Os tipos de papel comumente

utilizados como substrato são o mata-borrão, o papel toalha e o de filtro. A

temperatura ideal para a germinação da soja está entre 20-30°C ou a 25°C ou

a 30°C. A primeira contagem da germinação das sementes é feita aos cinco

dias e a última contagem aos oito dias após a semeadura (BRASIL, 2009).

O resultado do teste de germinação é a média das quatro repetições de

100 sementes (sub-repetições de 50 ou 25 sementes são combinadas em

repetições de 100). A soma das porcentagens de plântulas normais, plântulas

anormais, sementes duras, dormentes e mortas deve totalizar 100% (BRASIL,

2009).

De acordo com a IN 45, de 17 de setembro de 2013, do Ministério da

Agricultura, Pecuária e Abastecimento, os padrões de identidade e qualidade

para a produção e a comercialização de sementes de soja, estabelecem dentre

outros parâmetros, germinação de 80% para as categorias C1, C2, S1 e S2

para a sua comercialização (BRASIL, 2013).

2.2.1.2 Testes de vigor

Carvalho; Nakagawa (2000) citam que as condições encontradas pelas

sementes no solo para germinação, raramente são ótimas. Desta forma, lotes

de sementes com capacidade de germinação semelhante podem apresentar

diferenças marcantes na emergência de plântulas em condições de campo. A

falta de uma estreita relação entre a germinação obtida no laboratório e a

emergência em campo foi responsável pelo desenvolvimento do conceito de

vigor.

Os testes de vigor têm sido utilizados principalmente para destacar lotes

com maior eficiência para o estabelecimento do estande sob ampla variação

das condições de ambiente (MARCOS FILHO; KIKUTI; LIMA, 2009).

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Vários testes têm sido recomendados para a avaliação do vigor de

sementes de soja, destacando-se os de envelhecimento acelerado, tetrazólio,

condutividade elétrica, crescimento de plântulas, classificação do vigor de

plântulas (VIEIRA et al., 2002)

Entretanto, não existe, até o momento, um teste de vigor que possa ser

recomendado para todas as espécies. O que existe são testes que tem

apresentado bons resultados para determinadas espécies, como é o caso do

teste de envelhecimento acelerado e o de tetrazólio para sementes de soja

(VIEIRA, 1999).

De acordo com Hampton; Tekrony (1995) dentre os testes que avaliam o

vigor de sementes, o teste de envelhecimento acelerado é um dos mais

utilizados no mundo, principalmente para sementes de milho e soja. O teste de

envelhecimento acelerado avalia a resposta das sementes às condições de

temperatura e umidade relativa elevada. Esse teste tem como princípio a

aceleração do processo de deterioração (ROSSETTO; MARCOS FILHO,

1995).

As sementes de soja, mais secas, apresentam menor velocidade de

deterioração quando submetidas às condições adversas de temperatura e

umidade relativa do ar, no interior da câmara de envelhecimento (MARCOS

FILHO; FONSECA; MAZZOTTI, 1978). Por isso, Marcos Filho (1992),

recomenda que as sementes apresentem 11-13% de água ao serem

submetidas ao teste de envelhecimento acelerado. E que seja realizada

também, a avaliação do grau de umidade das sementes ao final do período do

teste, visando identificar causas que justifiquem determinados resultados.

A distribuição de amostras com massa uniforme, colocada no interior da

caixa plástica, utilizada no teste de envelhecimento acelerado, pode atenuar,

mas não elimina os efeitos do tamanho sobre o comportamento das sementes

no teste (MARCOS FILHO; NOVEMBRE; CHAMMA, 2000).

Dentre os testes de vigor, o teste de comprimento de plântulas tem

potencial para fornecer informações complementares às obtidas no teste de

germinação. Elas possibilitam estimar o potencial de emergência de plântulas

em campo (GUEDES et al., 2009).

A habilidade dos cotilédones de suprir para a plântula em crescimento,

por meio da transformação das reservas em componentes solúveis utilizados

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na formação de novos tecidos, e a incorporação desses pelo eixo embrionário,

parece estar relacionada ao vigor das sementes. As mais vigorosas

apresentam acúmulo e mais habilidade na transferência de reservas (DAN et

al., 1987).

Segundo Guedes et al. (2009), a análise do crescimento de plântulas

pode ser mensurada por meio de duas grandezas físicas, o comprimento e a

massa seca. Essas informações devem ser interpretadas, além do

comprimento de plântula, também com o percentual de germinação das

sementes e não só apenas expressar o comprimento com base no número de

plântulas normais obtidas no final do teste.

A condutividade elétrica baseia-se no princípio de que à medida que a

semente envelhece há deterioração, com consequente perda na integridade

dos sistemas de membranas da célula, aumentando assim, sua permeabilidade

e, portanto, a lixiviação de eletrólitos. Há modificação da resistência elétrica,

causada pela lixiviação dos eletrólitos dos tecidos das sementes para a água

em que ficou imersa (VIEIRA; KRZYZANOWSKY, 1999). Açúcares,

aminoácidos, eletrólitos são liberados em quantidades variáveis de acordo com

o estado de organização dos sistemas de membranas celulares (MARCOS

FILHO et al., 1990).

O decréscimo na germinação e no vigor é diretamente proporcional ao

aumento da liberação de solutos, indicando que a avaliação da condutividade

pelo método de massa é eficiente para a determinação do vigor (DIAS;

MARCOS FILHO, 1996). De acordo com Dias; Marcos Filho (1996) a duração

do período de embebição das sementes tem efeito marcante na capacidade

dos testes de condutividade distinguir diferenças de qualidade entre lotes.

Assim, tradicionalmente, os testes de condutividade elétrica (de massa e

individual) têm sido realizados com 24 horas de condicionamento, por se tratar

de um período adequado para a rotina normal dos laboratórios de análise de

sementes.

Há possibilidade da redução do período de embebição das sementes

para a condução do teste de condutividade elétrica com o uso de quatro ou de

oito horas de embebição pré-leitura, há identificação de diferenças mais

acentuadas, enquanto com a embebição durante 16 ou 20 horas o teste se

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torna mais sensível às variações do vigor das sementes de soja (MARCOS

FILHO et al., 1990).

A estimativa da percentagem de emergência não é simples. Tanto

assim, que até o momento, não foi desenvolvida metodologia padronizada e

totalmente eficiente. É desejável a obtenção do maior número possível de

informações que permitam, pelo menos, identificar lotes que possuam maiores

possibilidades de apresentar melhor desempenho em campo e avaliar

corretamente o potencial de cada lote (MARCOS FILHO et al., 1984).

Para que o teste seja eficiente, precisa apresentar boa correlação com a

emergência das plântulas em campo. Pois nesse local, onde as condições

climáticas são bastante variadas, que o sucesso no estabelecimento inicial das

plantas e, consequentemente, do empreendimento será analisado (SCHUAB et

al., 2006).

Atualmente, não existe um teste de vigor que possa ser recomendado

como único parâmetro para avaliar o vigor de sementes de soja. Desse modo,

recomenda-se que sejam usados os resultados de mais de um teste de vigor

para auxiliar nas tomadas de decisões (VIEIRA, 1999).

2.3 REVESTIMENTOS EM SEMENTES

Os revestimentos aplicados em sementes são formados por materiais

adesivos, geralmente, sendo aplicados polímeros comerciais à base de resinas

sintéticas (BRANDELERO; SCHEIDT; BRANDELERO, 2012).

De acordo com Kantoviscki (2011) a palavra polímero é originada do

grego, cujo significado é “muitas partes”. Quimicamente, os polímeros são

materiais naturais ou sintéticos, geralmente de origem orgânica, compostos por

cadeias com altos pesos moleculares. São obtidas através de reações

químicas de polimerização, que formam estruturas moleculares que consistem

na repetição de pequenas unidades.

O "film-coating" não tem em sua composição somente polímeros, mas

também outros compostos e pigmentos que, em formulações específicas para

tratamento de sementes, têm por objetivo a melhoria do processo e da

qualidade final das sementes tratadas (REICHENBACH, 2004).

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Segundo Benatto Junior et. al. (2012) o revestimento das sementes com

polímeros é capaz de proporcionar melhorias significativas nas condições de

semeadura. A plantabilidade das sementes é de extrema importância para a

obtenção de altas produtividades na lavoura. Pode-se mensurar esses

parâmetros por meio de análises na distribuição das sementes no momento da

semeadura.

A técnica de recobrimento reduz perdas de agroquímicos causados pelo

atrito entre semente e semeadora, distribuição e aderência de ingredientes

ativos na superfície das sementes e, também, causa menor risco na

manipulação desses materiais pelos operadores (BENATTO JUNIOR et al.,

2012).

Segundo os mesmos autores, existem polímeros hidrofílicos e

hidrofóbicos, sendo que os materiais hidrofílicos atraem água quando secos e

os hidrofóbicos repelem água quando molhados. A utilização de cada um

depende das características do ambiente e o resultado desejado com a

utilização dos mesmos.

Os polímeros utilizados no revestimento de sementes devem garantir o

processo de embebição das sementes, como também permitir a oxigenação

das mesmas, oferecendo as condições necessárias para a germinação

(BRANDELERO; SCHEIDT; BRANDELERO, 2012).

Ainda, de acordo com estes mesmos autores, o álcool polivinílico

(PVOH) é um polímero obtido por hidrólise do PVA e vem sendo estudado para

peliculização de sementes de soja. Já polímeros naturais, como os de alginato

(ALG) e de amido termoplástico (ATP) são pouco estudados, embora sejam

polímeros hidrofílicos provenientes de recursos renováveis, alta disponibilidade

e baixo custo. No entanto, polímeros hidrofílicos caracterizam-se pela baixa

permeabilidade ao oxigênio devido à falta de afinidade química entre o oxigênio

e a matriz polar destes polímeros.

Para Evangelista et al. (2007), o uso de polímeros hidrofóbicos, tem sido

recomendado para tratamento de sementes de espécies que absorvem água

rapidamente, causando danos por embebição, como é o caso da soja. Quando

a semeadura é realizada em solos com baixa capacidade de infiltração, pode

ocorrer redução significativa do estande caso a semeadura coincida com alto

índice pluviométrico.

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30

As películas, além de serem utilizadas como materiais que ajudam a

manter os produtos químicos fixados às sementes de maneira uniforme,

também contribuem para uma melhoria no desempenho germinativo destas,

principalmente quando expostas às condições desfavoráveis que prejudicam o

processo de germinação. Dessa forma, tecnologias de peliculização têm sido

investigadas para amenizar o impacto do estresse ambiental na germinação e

no estabelecimento de plântulas (TRENTINI et al., 2005).

Porém, segundo Trentini (2004), para lotes de baixo vigor não é

recomendado a utilização de polímeros, pois esses podem restringir a entrada

de água e oxigênio. E, a semente estando em estágio avançado de

deterioração não irá germinar ou não formará uma plântula normal.

Estudos desenvolvidos por Benatto Junior et al. (2012) concluíram que a

cobertura das sementes de soja com polímero mais fungicida diminuiu

significativamente a germinação de sementes com baixo vigor, corroborando

com a citação de Trentini (2004). A menor germinação foi observada quando

utilizada a dose mais elevada do polímero, o que sugere uma fitotoxicidade do

produto associado ao baixo vigor das sementes.

A utilização de recobrimentos com fungicidas é adequada para garantir

um adequado crescimento e desenvolvimento de plantas e favorece a

obtenção de bons rendimentos. O uso de fungicidas sintéticos com polímeros é

uma das práticas mais recomendadas atualmente (BENATTO JUNIOR et al.,

2012). Ainda, segundo Lima et. al. (2006), essa associação é feita a fim de

aumentar a aderência dos produtos químicos nas sementes.

Os polímeros AGL 205, AGL 202, AG 201, TGBP 1080, Polyseed CF®,

Colorseed® não afetam a qualidade fisiológica das sementes de soja e algodão

e promovem melhor aderência dos fungicidas, sem alterar os efeitos dos

mesmos (PEREIRA et al., 2007, LIMA et al., 2006, LUDWIG et al., 2011).

Pereira et al. (2010), concluíram que o tratamento das sementes de soja

com os fungicidas associados ou não a polímeros, e independentemente da

época de aplicação, não afetaram a formação dos nódulos quando as

sementes são inoculadas.

Os polímeros Laborsan® e Lanxess® e fungicida foram superiores no

teste de envelhecimento acelerado, com maior percentual de germinação de

sementes de soja tratadas (média das diferentes combinações de polímeros e

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fungicida, 82%) em relação à testemunha (71%) (BENATTO JUNIOR et al.,

2012). Para os autores, provavelmente os produtos promoveram a formação de

uma barreira mecânica na semente dificultando a desenvolvimento de agentes

patogênicos.

Segundo Trentini et al. (2005), a literatura mostra que resultados

significativos com o uso de películas de recobrimento são mais perceptíveis

quando as condições do ambiente não são favoráveis, como solos úmidos e

frios e também aqueles com baixo potencial hídrico. Essas películas de

recobrimento possuem um potencial de reduzir os danos de embebição de

água em temperaturas frias. Reduzindo assim, os danos celulares e

aumentando a sobrevivência das sementes; entretanto, a resposta desses

materiais de recobrimento depende muito das características de cada espécie,

como também dos materiais utilizados para a peliculização.

Estudos realizados por Trentini et al. (2005), mostraram que não houve

efeito significativo do uso ou não da película AGL 205 e de dosagens de

fungicidas para os componentes de rendimento da soja. Os autores concluíram

que, provavelmente, o efeito benéfico da presença da película não foi

detectado, em função das condições favoráveis na semeadura, proporcionando

a rápida emergência das plantas.

Sementes de soja peculizadas tenderam a manter o vigor, através de

resultados obtidos pelo índice de velocidade de emergência mesmo depois de

um período de nove meses de armazenamento sob condições ambientais

(PEREIRA et al., 2007).

Em sementes de algodão com o mesmo nível de qualidade, as películas

AG 201 e TGBP 1080 promoveram uma maior porcentagem de germinação em

condições ideais (83% e 86%), quando comparado à testemunha (78%). Tal

fato pode ser atribuído a provável redução da velocidade de embebição nas

sementes destes lotes, de qualidade inferior, proporcionada pelas películas

(LIMA et al., 2006).

Sementes de soja peculizadas com polímeros hidrofóbicos (L201 e L204

da Incotec) e semeados em solos com diferentes teores de água, tiveram um

aumento no índice e no percentual de emergência quando em condições

ideais. Em condições de estresse a peliculização reduz o vigor das sementes

(EVANGELISTA et al., 2007).

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Sementes de cebola incrustadas com polímeros de amido termoplástico

(ATP), álcool polivinílico (PVOH) e alginato (ALG), tiveram melhores condições

fisiológicas para a germinação com o amido (BRANDELERO; SCHEIDT;

BRANDELERO, 2012).

2.3.1 Biopolímeros

Os biopolímeros são produzidos por meio de fontes naturais renováveis

e são biodegradáveis e não tóxicos. Os biopolímeros naturais podem ser

obtidos de espécies vegetais como é o caso do amido e do alginato.

Biopolímeros também podem ser produzidos por biotecnologia através da ação

dos microorganismos sobre extratos vegetais ou resíduos agro-florestais como

palha e fibras vegetais. É o caso do polilactato (PLA) e do polihidroxibutilato

(PHB), sendo classificados como biopolímeros tecnológicos ou engenheirados

(SABOYA, 2013).

Os materiais obtidos de fontes renováveis possuem um ciclo de vida

curto comparado aos materiais de fontes fósseis como o petróleo, os quais

levam milhares de anos para se formar (BRITO et al., 2011).

De acordo com os mesmos autores, alguns fatores ambientais e sócio-

econômicos estão relacionados ao crescente interesse pelos biopolímeros.

Entre eles, os grandes impactos ambientais causados pela produção dos

polímeros provenientes do petróleo, escassez e aumento do preço do mesmo,

não biodegradabilidade da grande maioria dos polímeros produzidos a partir do

petróleo.

Por outro lado, os biopolímeros, ainda não são capazes de competir com

os polímeros tradicionais, especialmente devido ao custo elevado e/ou

desempenho inferior. Alguns destes polímeros chegam a custar quatro vezes

mais que os polímeros tradicionais. Em consequência, o interesse por estes

materiais, aliado à maior preocupação ambiental, levou a um expressivo

aumento nas investigações científicas para aumentar a eficiência e reduzir

custo destes materiais (FALCONE; AGNELLI; FARIA, 2007).

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33

2.3.1.1 Amido

O amido é a maior reserva de carboidratos em plantas. Os

polissacarídeos representam os biopolímeros mais abundantes da terra, com

celulose, quitina e amido dominando. O amido é certamente um dos materiais

mais versáteis para uso potencial em polímeros (BRITO et al., 2011).

O amido é composto, principalmente, por dois polissacarídeos, ambos

formados de unidades repetitivas de α-D-glicose; a amilose, molécula

essencialmente linear, e a amilopectina, que possui uma estrutura altamente

ramificada (Figura 1). Apresenta-se na forma de pequenos grânulos

semicristalinos, que podem ser isolados a partir de diversas fontes, tais como

milho, batata, mandioca, aveia, ervilha, arroz, etc (THIRÉ et al., 2004).

Figura 1 Representação esquemática das estruturas químicas do (a) amido de

amilose e (b) amido de amilopectina (LIU et al. 2009).

A produção de filmes de amido termoplástico envolve as etapas de

gelatinização e secagem dos filmes. Quando os grânulos de amido são

aquecidos sob cisalhamento moderado e em presença de excesso de água,

ocorre o processo de gelatinização do amido. A suspensão do amido,

inicialmente, fina e opaca, à partir de determinada temperatura, se torna

viscosa, semi-opaca e transparente. A temperatura em que ocorrem essas

modificações drásticas é denominada temperatura de gelatização do amido

(SILVA, 2010).

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34

2.3.1.2 Alginato

A alginato é um nome coletivo para o ácido algínico e seus diversos sais.

Sais do ácido algínico (alginatos) ocorrem em todas as algas marrons. Admite-

se que a função da algina nas algas vivas está relacionada à: i) estrutura da

parede celular e coesão dos tecidos; ii) resistência e flexibilidade do talo; iii)

seletividade de cátions e iv) proteção contra a dessecação (McHUGH, 1987).

Quimicamente, os alginatos consistem de polímeros lineares de 1,4 β-D

ácido manurônico e 1,4 α-L ácido gulurônico na forma de sal de sódio e

distribuído em diferentes proporções ao longo da cadeia (Figura 2). A algina

rica em ácido gulurônico é a mais adequada para a gelificação, mas todas as

alginas formam gel na presença de íons de cálcio. Géis feitos com alginas ricas

em ácido manurônico são mais deformáveis, aquelas ricas em ácido gulurônico

são mais frágeis (GUISELEY, 1989).

Figura 2 Porção de ácido manurônico do alginato (a) e porção de ácido

gulurônico do alginato (b) (GUISELEY, 1989).

Em geral, soluções de alginatos são altamente viscosas. Este efeito é

causado pela conformação estendida da molécula de alginato, dando ao

alginato um grande volume hidrodinâmico e de alta capacidade para formar

soluções viscosas (DRAGET, et al., 1995).

Características como a ação gelificante e espessante,

biodegradabilidade, biocompatibilidade e ausência de toxidez tornam o alginato

de sódio um material interessante para inúmeras aplicações. Porém, em função

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35

da sua natureza hidrofílica, o alginato exibe baixa resistência à água, limitando,

em muitos casos, sua aplicabilidade (LIMA; ANDREANI; SOLDI, 2007).

O alginato de sódio é o produto de maior emprego industrial. As alginas

possuem amplas aplicações, particularmente na área alimentícia, industrial,

biotecnológica e farmacêutica. Essas aplicações estão relacionadas,

principalmente, com suas propriedades de formação de géis, emulsões

estáveis, filmes (tintas, vernizes, papeis especiais) e retenção de água

(McHUGH, 1987).

2.3.1.3 Álcool Polivinílico

Em escala comercial o álcool polivinílico (PVOH) é produzido por

hidrólise (metanólise) do acetato de vinilo (PVAc). No processo industrial, a

polimerização por radicais livres de acetato de vinilo é seguido por alcoólise de

PVAc (Figura 3) (CHIELLINI et al., 2003).

Figura 3 Representação esquemática da sequência de reação utilizada para

produção industrial de PVOH e suas estruturas químicas (CHIELLINI et

al.2003).

Nas reações, o peso molecular de PVAc são normalmente controladas

por estabelecer o tempo de residência adequado na polimerização, taxa de

alimentação do vinil acetato, quantidade de solvente (metanol), concentração

do radical, e da temperatura de polimerização. O grau de hidrólise de PVAc (70

a 99%) também é controlado pelo tempo de residência, concentração do

catalisador (base) e temperatura (CHIELLINI et al., 2003).

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36

A importância de polímeros sintéticos biodegradáveis, biocompatíveis,

tais como o álcool polivinílico (PVA), polímeros naturais tais como alginato,

amido e quitosano ou seus derivados cresceu significativamente durante as

duas últimas décadas, devido às suas propriedades biológicas desejáveis e

renováveis. Porém, o álcool polivinílico não é muito elástico e tem limitada

hidrofilicidade (KAMOUN et al., 2015).

É um dos poucos polímeros semicristalinos solúveis em água com boas

características interfaciais e mecânicas. O álcool polivinílico tem sido usado em

processamento de papel e fibras e também, como estabilizante de emulsão,

além de ser importante como matéria-prima para filmes. Estudos de obtenção

de PVA vêm sendo desenvolvidos para controle da cristalinidade e, pela

introdução de grupos funcionais, para melhorar ou conferir propriedades

específicas (ARANHA; LUCAS, 2001).

Segundo Chiellini et al. (2003) o poli (álcool vinílico) (PVA) é reconhecido

como um dos poucos polímeros de vinila solúvel em água também susceptível

de biodegradação na presença de microorganismos devidamente aclimatados.

Por conseguinte, aumenta a atenção dedicada à preparação de materiais à

base de PVA ambientalmente compatíveis para uma ampla gama de

aplicações. A melhoria da relativa propriedade mecânica pobre de muitos

polímeros naturais representa um de muitos objetivos da utilização do PVOH,

ou seja, para a preparação de blendas e compostos poliméricos provenientes

de fontes renováveis.

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37

2.4 MATERIAIS E MÉTODOS

2.4.1 Material

A variedade de soja utilizada no experimento foi a VMAX, também

conhecida como NK 7059 RR, da Syngenta Seeds. As sementes, da classe S1,

foram produzidas na safra 2013/2014, na região de Pato Branco e eram

classificadas na peneira 6,5 mm.

Foram utilizados para o recobrimento das sementes de soja os

polímeros amido de mandioca (AM) adquirido da empresa Pinduca Alimentos

S.A. (Uraí-PR), alginato de sódio (ALG) da empresa Sigma-Aldrich de

viscosidade média, e álcool polivinílico (PVOH) adquiro da Sigma-Aldrich com

99% de grau de hidrólise e peso molar 89.000 - 98.000. O pó secante utilizado

foi o Dynapro Silver da empresa Dynatech.

2.4.2 Preparo dos Revestimentos

Os polímeros foram misturados em água destilada nas quantidades

necessárias para preparar as soluções nas concentrações desejadas. As

concentrações dos polímeros avaliados foram 2 g/100 mL de solução, 4 g/100

mL de solução e 6 g/100 mL de solução.

Os polímeros dissolvidos foram aquecidos até a temperatura de

gelatinização. O AM foi aquecidos a 72°C, o ALG a 60°C e o PVOH a 95°C.

Depois que os polímeros atingiram essas temperaturas, as soluções foram

mantidas, sob agitação mecânica, por 15 minutos na temperatura de

gelatinização citada, para cada polímero.

As soluções foram resfriadas para temperatura ambiente (próximo a 21º

C). As sementes foram adicionadas nas soluções de polímeros preparadas

conforme citado anteriormente na proporção de 500 g de semente para 250 mL

de solução.

As sementes permaneceram na solução por um minuto. Após recobertas

as mesmas foram colocadas em uma centrífuga de manivela, para retirar o

excesso de solução. Depois, as sementes foram acondicionadas em um saco

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38

plástico, dois gramas de pó secante foram colocados dentro do recipiente,

fechado e agitado suavemente por um minuto, para o espalhamento do pó

secante sobre o polímero.

O pó secante foi adicionado para secar a superfície das sementes e

obter uma cobertura perolada com acabamento similar ás sementes comercais.

A Figura 4 demonstra o processo para o recobrimento das sementes com os

polímeros.

Figura 4 A) imersão das sementes na solução de polímero. B) Retirada do

excesso de polímero em uma centrífuga de manivela. C) Acondicionamento

das sementes em um saco plástico e adição do pó secante dentro do

recipiente. D) Efeito das sementes recobertas com o polímero. UTFPR, Pato

Branco, 2015.

Na Figura 5 estão apresentadas as sementes revestidas com amido de

mandioca, na Figura 6 as sementes recobertas com alginato e na Figura 7 as

sementes revestidas com PVOH.

Figura 5 Aspecto das sementes de soja revestidas com o polímero amido de

mandioca: AM 2% (A), AM 4% (B), AM 6% (C). UTFPR, Pato Branco, 2015.

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Figura 6 Aspecto das sementes de soja revestidas com o polímero alginato de

sódio: ALG 2% (A), ALG 4% (B), ALG 6% (C). UTFPR, Pato Branco, 2015.

Figura 7 Aspecto das sementes de soja revestidas com o polímero álcool

polivinílico: PVOH 2% (A), PVOH 4% (B), PVOH 6% (C). UTFPR, Pato Branco,

2015.

2.4.3 Condições de armazenamento

As sementes foram armazenadas na unidade de beneficiamento (UBS)

da Cooperativa Agropecuária Tradição, na cidade de Pato Branco, Paraná.

Foram três meses de armazenamento, iniciado no dia 16 de agosto a 14 de

novembro de 2014. Pato Branco possui o clima Subtropical Úmido

Mesotérmico, verões quentes com tendência de concentrações de chuvas,

invernos com geadas pouco frequentes, sem estação seca definida. Altitude de

760 metros, latitude 26º 13´ 46” Sul e longitude: 52º 40´ 14” O.

As sementes estavam dispostas em sacos de papel Kraft, fechados e

ficaram na mesma condição de armazenamento das demais sementes

produzidas pela empresa.

O barracão de armazenamento da cooperativa dispõe de um sistema de

monitoramento de umidade do ar e de temperatura. Os dados desse período

de armazenamento estão expostos a seguir na Figura 20.

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40

Figura 8 Condições ambientais, temperatura e umidade relativa do ar, do

barracão da empresa, onde as sementes recobertas foram armazenadas por

três meses. UTFPR, Pato Branco, 2015.

A maior temperatura registrada foi no dia 16 de outubro de 2014, 34,4°C

e a menor, 9,5°C em 27 de agosto de 2014. A maior umidade relativa do ar

observada foi 98,1 %, no dia 29 de setembro e a menor foi 16,7% em 13 de

setembro de 2014.

2.4.4 Delineamento Experimental

O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado,

com quatro repetições. O modelo estatístico adotado foi bifatorial, sendo que o

fator A constituiu-se dos três polímeros estudados (AM, ALG e PVOH) e o fator

B, as quatro diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%), totalizando-se 48

unidades experimentais.

O experimento foi conduzido na sua maior parte no laboratório de

análises de sementes e na estufa experimental da UTFPR campus de Pato

Branco. Porém algumas análises, como a condutividade elétrica, foram

realizadas no laboratório de análise de sementes da UTFPR campus Dois

Vizinhos.

Pato Branco possui o clima Subtropical Úmido Mesotérmico, verões

quentes com tendência de concentrações de chuvas, invernos com geadas

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

Dias após armazenamento (16/08 a 14/11/2014)

TEMP. ºc

UMIDADE RELATIVA

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41

pouco frequentes, sem estação seca definida. Altitude de 760 metros, latitude

26º 13´ 46” Sul e longitude: 52º 40´ 14” O. Já a cidade de Dois Vizinhos, está

localizada na região do Terceiro Planalto Paranaense, com coordenadas de

latitude 25° 44’ 03″ Sul e longitude de 53º 03´ 01” Oeste, com altitude de 509

metros acima do nível do mar.

As variáveis avaliadas foram: primeira contagem de germinação (PCG);

teste de germinação (TG); índice de velocidade de germinação (IVG);

envelhecimento acelerado (EA); comprimento da parte aérea (CPA);

comprimento da parte radicular (CPR); massa seca da parte aérea (MSPA);

massa seca da parte da radicular (MSPR); condutividade elétrica (CE);

emergência em campo (EC); índice de velocidade de emergência (IVE) e

velocidade de embebição (EMB). Após três meses de armazenamento foram

avaliadas: contagem de germinação (PCG); teste de germinação (TG); índice

de velocidade de germinação (IVG); envelhecimento acelerado (EA);

emergência em campo (EC) e índice de velocidade de emergência (IVE).

2.4.5 Análise de PCG, TG e IVG

As análises PCG e TG foram realizadas de acordo com as Regras para

Análise de Sementes – RAS (BRASIL, 2009).

O IVG foi calculado pelo somatório do número de sementes germinadas

a cada dia, dividido pelo número de dias decorridos entre a semeadura e a

germinação, de acordo com a fórmula de Maguire (1962), conforme Equação 1.

IVG = (G1/N1) + (G2/N2) + (G3/N3) + ... + (Gn/Nn) (equação 1)

Onde IVG = índice de velocidade de germinação, G1, G2, G3, ..., Gn = número

de plântulas computadas na primeira, segunda, terceira e última contagem,N1,

N2, N3, ..., Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda, terceira e

última contagem.

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42

2.4.6 Análise de EA

A análise de EA foi realizada utilizando amostras com 45 gramas de

sementes que foram colocadas sobre uma tela adaptada em caixas do tipo

gerbox, com dimensões de 11,0 x 11,0 x 11,0 cm, contendo 40 ml de água

destilada no seu interior. Os gerbox foram alocados em uma BOD por um

período de 48 horas a 41°C (KRZYZANOWSKI et al,1999). Após esse período

as sementes foram submetidas ao teste de germinação (BRASIL, 2009).

2.4.7 Análise de CPA e CPR

O CPA e CPR foram realizados em quatro subamostras de 20 sementes

por rolo-de-papel. Uma linha foi traçada no terço superior do papel toalha de

germinação no sentido longitudinal. Os papéis foram umedecidos previamente

com água destilada equivalente a duas vezes e meia a massa seca do papel.

Os rolos foram acondicionados no germinador por oito dias a 25ºC. Ao final, foi

realizada a medição das partes das plântulas normais emergidas (raiz primária

e hipocótilo) utilizando-se uma régua milimetrada. Os resultados médios por

plântulas foram expressos em centímetros.

2.4.8 Análise de MSPA e MSPR

Para a MSPA e MSPR foram utilizadas as plântulas germinadas da

determinação de comprimento das plântulas. As plântulas foram separadas dos

cotilédones e as radículas e os hipocótilos foram colocados dentro de sacos de

papel, que foram estufa com a temperatura de 60°C, durante 48 horas.

Posteriormente, foi realizada a pesagem em balança analítica.

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43

2.4.9 Análise de CE

Para o teste de condutividade elétrica foram usadas quatro repetições de

50 sementes recobertas com os polímeros, pesadas com precisão de 0,01 g e

colocadas para embeber em copos de plástico contendo 75 mL de água

deionizada, durante 24 horas, a 25oC (VIEIRA; KRZYZANOWSKI, 1999). Em

seguida, procedeu-se à leitura da condutividade em condutivímetro GEHAKA

CG 2000, sendo os resultados expressos em μS cm-1 g-1 de semente. Depois

foi medida a condutividade elétrica dos polímeros em separado, e diminuído

esse valor do obtido da semente mais o polímero. Para a obtensão da

condutividade apenas das sementes.

Os dados após serem medidos, foram analisados conjuntamente,

através de regressão para ajuste dos dados de condutividade elétrica (VIEIRA

et al.2002), conforme equação 2.

CE= [0,3227 + 0,05115 (TA)] x CEo (equação 2)

Onde CE é a condutividade elétrica corrigida (μS cm-1 g-1); TA é o teor

de água observado nas sementes (%); CEo é a condutividade elétrica

observada (μS cm-1 g-1).

2.4.10 Análise de EC e IVE

A emergência em campo foi realizada em canteiros de uma casa de

vegetação experimental, a qual possui um LATOSSOLO VERMELHO

aluminoférrico com textura argilosa, segundo o Sistema Brasileiro de

Classificação de Solos (EMBRAPA, 2006).

A semeadura foi feita manualmente a uma profundidade de três

centímetros, em quatro linhas com 100 sementes em cada uma. A contagem

foi realizada até a estabilização do estande de plantas, que se deu com quinze

dias de semeadura. O índice de velocidade de emergência (IVE) foi

determinado pela contagem das plântulas emergidas desses canteiros

realizada diariamente até que o número de plântulas emergidas se apresentou

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44

constante. O IVE foi calculado utilizando-se o método descrito por Maguire

(1962), conforme Equação 3.

IVE = (E1/N1) + (E2/N2) + (E3/N3) + ... + (En/Nn) (equação 3)

Onde IVE = índice de velocidade de emergência, E1, E2, E3, ..., En = número de

plântulas computadas na primeira, segunda, terceira e última contagem; N1, N2,

N3, ..., Nn = número de dias da semeadura à primeira, segunda, terceira e

última contagem.

2.4.11 Velocidade de embebição das sementes

A determinação da porcentagem de embebição de água pelas sementes

foi realizada de forma semelhante ao teste padrão de germinação. Foram

utilizadas quatro repetições de 50 sementes. As amostras foram pesadas em

balança de precisão para determinação do peso inicial e envolvidas em rolo de

papel umedecido, que posteriormente foram condicionadas em câmara de

germinação modelo Mangelsdorf a 25°C. Em intervalos de três horas num

período de 24 horas, cada repetição foi retirada da câmara, enxutas em papel-

toalha e pesadas para a obtenção do peso final e da porcentagem de

embebição de água, utilizando a fórmula: %E = [(PF-PI)/PI] X 100, em que %E

= porcentagem de embebição, PF = peso final da amostra e PI = peso inicial da

amostra, e os resultados expressos em porcentagem (SANTOS et al., 2007).

2.4.12 Análise estatística

Para análise estatística, o conjunto de dados foi submetido ao teste de

Liliefors para verificação da homogeneidade da variância. Para atendimento

dos pressupostos do modelo, os dados dos ensaios foram transformados para

ARCSEN √(x/100) antes de serem submetidos à análise da variância, sendo

que as médias apresentadas nas tabelas e figuras referem-se aos dados

originais.

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45

Inicialmente verificou-se o nível de significância dos fatores e das suas

interações, aplicando-se o Teste F. O fator A (polímeros) foi avaliado pelo teste

de comparação de médias de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade e o fator

B (concentrações) foi avaliado mediante regressão polinomial. Para auxílio nas

análises estatísticas, utilizou-se o programa computacional ASSISTAT (SILVA;

AZEVEDO, 2009) e para as análises de regressão o Sigmaplot 10.0

(SIGMAPLOT, 2007).

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46

2.5 RESULTADOS E DISCUSSÃO

2.5.1 Efeito da aplicação de revestimentos de amido, alginato ou álcool

polivinílico em diferentes concentrações nos atributos fisiológicos de sementes

de soja

Realizou-se o teste de tetrazólio no lote de semente da cultivar, a fim de

caracteriza-la, sendo os resultados relatados na Tabela 1, assim como o peso

de mil sementes e umidade.

Tabela 1 Caracterização do lote de semente da cultivar VMAX, utilizada no

experimento. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Viabilidade (%)

Vigor (%) Dano

mecânico (%)

Dano por Umidade (%)

Dano de Percevejo (%)

PMS (g) Umidade

(%)

91 78 8 0 1 197,2 9

De acordo com a classificação de FRANÇA NETO, KRZYZANOWSKI,

COSTA (1998), a porcentagem de dano mecânico, deterioração por umidade, e

danos de percevejo de 7% a 10% já é considerado um problema sério, como

observou-se no dano mecânico. O nível de vigor de 78% é classificado como

alto. A viabilidade se apresentou em 91%, acima do padrão exigido pelo

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (BRASIL, 2013), que é

80%.

De acordo com a Tabela 2, a análise da variância para as variáveis

PCG, TG, IVG, EA, CPA, MSPA apontou diferenças significativas entre os

polímeros e concentrações testadas assim como para a sua interação. Foi

observada interação para a variável CE, porém a mesma não foi significativa

para o fator polímeros.

Não foram observadas diferenças significativas para a interação entre

polímeros e concentrações para a variável EC e IVE (TABELA 2).

A análise da variância para as variáveis CPR, MSPR e UM não apontou

diferenças significativas entre os polímeros e concentrações testados, e nem

para a interação entre os fatores (TABELA 2).

Tabela 2 Resumo da análise de variância para os caracteres, primeira

contagem de germinação (PCG), teste de germinação (TG), índice de

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velocidade de germinação (IVG), envelhecimento acelerado (EA), comprimento

parte aérea (CPA), comprimento parte raiz (CPR), massa seca parte aérea

(MSPA), massa seca parte raiz (MSPR), emergência em campo (EC),

condutividade elétrica (CE) e umidade (UM) da cultivar de soja, NK 7059 RR,

revestidas com três polímeros distintos - amido de mandioca (AM), alginato de

sódio (ALG) e álcool polivinílico (PVOH), em quatro concentrações diferentes –

0%, 2%, 4% e 6%. UTFPR, Pato Branco, 2015.

FV GL QM

PCG TG IVG EA CPA CPR MSPA MSR EC IVE CE UM

Polímero 2 0,084* 0,185* 0,020* 0,202* 0,003* 5x10-3

0,000 2x10-4

0,022* 0,001* 301,39 1x10-3

Concentração 3 0,155* 0,134* 0,020* 0,116* 0,001* 3x10-3

3x10-4

* 2x10-4

0,073* 0,002* 9668,13* 6x10-4

P x C 6 0,030* 0,048* 0,006* 0,082* 0,001* 2x10-3

3x10-4

* 3x10-4

0,003 2x10-3

6238,57* 3x10-4

CV (%)

8,0 6,0 4,0 7,9 6,6 3,6 8,8 15,4 5,7 3,7 15,9 1,94

* significativo ao nível de 5% de probabilidade (.01 =< p < .05)

Os valores de PCG estão apresentados na Figura 9A. Foi observado

para a PCG que a testemunha apresentou maior velocidade de germinação. A

maior barreira física para romper o tegumento das sementes devido à

existência do revestimento ao redor das sementes pode ter ocasionado um

atraso na germinação. Dados semelhantes foram encontrados por Mendonça;

Carvalho; Ramos (2007), trabalhando com revestimento em sementes de milho

doce.

Observa-se que para a PCG o ALG obteve a maior oscilação de

germinação entre as concentrações dentre os polímeros. A mesma tendência,

de diminuição de germinação perante o aumento de concentração, foi

observada para o AM, porém essa diferença foi menor entre as diferentes

concentrações. Para o PVOH não foi observado diferença da PCG com o

aumento das concentrações, o mesmo se manteve constante.

A viscosidade dos três polímeros variou visivelmente. Os revestimentos

de ALG e AM foram mais viscosos que os de PVOH. Este fato pode explicar a

diferença entre os mesmos para a PCG. Foi observado também que, durante o

teste de umidade das sementes de soja de todos os tratamentos, não houve

diferenças estatísticas entre os mesmos (Tabela 2). A média de percentagem

de umidade ficou em 8,5%, relativamente baixa.

Os polímeros utilizados são hidrofílicos, quanto maior a concentração

dos mesmos, maior a absorção de água ao longo do período de germinação.

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48

Conforme Hobbs; Obendorf (1972) sementes com baixa umidade semeadas

em solo muito úmido podem absorver água rapidamente, causando danos às

membranas em reorganização e aumentando a liberação de solutos, com

consequentes prejuízos à germinação. Assim, os danos provocados pela

rápida embebição, podem causar a diminuição da germinação das sementes,

pois é a velocidade de reorganização do sistema de membranas que reflete o

vigor das mesmas (Tilden; West,1985).

Os valores de TG estão apresentados na Figura 9B. Verifica-se que a

testemunha apresentou maiores valores de germinação. O ALG ocasionou a

maior diminuição de germinação da menor para a maior concentração do

polímero. Em todas as concentrações ocorreram diferenças para o ALG. Em

contra partida, Oliveira et al. (2009) recobrindo sementes de feijão com ALG

em uma concentração de 2% não observaram diminuição na germinação das

sementes recobertas em relação à testemunha.

O revestimento de AM e PVOH não diferiram entre si, porém o PVOH

alcançou maiores valores de germinação entre todas as concentrações quando

comparado ao AM. Observou-se também que o PVOH se manteve com valores

aproximados para as três concentrações testadas.

O PVOH manteve germinação de 80%, na média das concentrações, o

que está de acordo com os padrões de germinação para as sementes de soja

exigida pelo MAPA (BRASIL, 2013).

A aplicação de revestimento às sementes de milho superdoce causou

consideráveis reduções na germinação em comparação com as sementes

nuas. Houve uma redução significativa da germinação de todas as sementes

tratadas independentemente do tipo de material empregado no processo de

revestimento (MENDONÇA; CARVALHO; RAMOS, 2007), corroborando com o

presente estudo.

Em sementes de algodão recobertas houve diminuição da percentagem

de plântulas normais, devido à utilização de produtos orgânicos de fácil

digestão microbiana (GHOSH; ELAWADY, 1973). Como é o caso do amido e

alginato desse experimento.

Segundo Silva; Nakagawa (1998) em sementes recobertas houve um

retardamento da germinação. A superação do obstáculo imposto pelo

recobrimento está relacionada ao vigor da semente. Contudo, vencida a

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barreira, as plântulas se igualam na velocidade de crescimento formando

plântulas uniformes em massa fresca e seca.

Esse fato foi observado nesse experimento em que não houve diferença

entre as concentrações no CPA, polímeros na MSPA e não houve diferença no

CPR e MSPR.

Porém não observaram efeito negativo de polímeros no recobrimento de

sementes sob a germinação, Kumar et al. (2007) trabalhando com soja, Karam;

Magalhães; Padilha (2007) com milho e Scheidt (2012) com cebola.

Para a variável IVG, a mesma tendência da PCG e TG foi observada. A

testemunha obteve o maior IVG. As camadas mais espessas 4% e 6% de AM e

ALG, mostraram-se com menor IVG.

O PVOH proporcionou maior IVG, quando comparado aos outros

polímeros avaliados (Figura 9C). Para esse polímero as concentrações 2%,

4%, 6% não interferiram na velocidade de germinação.

Quando observamos as médias das concentrações, a diferença

estatística é notada nas distintas concentrações.

Em sementes de cebola recobertas com AM, ALG e PVOH, a

testemunha apresentou maior IVG, corroborando com os dados desse estudo,

seguido do AM, PVOH e ALG (SCHEIDT, 2012).

Assim também, Silva; Santos; Nascimento (2002), estudando sementes

de alface peletizadas com diferentes formulações de microcelulose e areia fina

e material cimentante bentonita e acetato de polivinila, observaram que para

todos os tratamentos o IVG foi menor quando comparado ao da testemunha.

Segundo os autores esse atraso na germinação é comum em sementes

recobertas.

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Figura 9 Variáveis PCG (%), TG (%), IVG (%) de sementes de soja cultivar NK

7059RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM,

ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Em relação a variável EA (Figura 10A), os polímeros não diferiram entre

si (p>0,05) na concentração de 2% e não diferiram da testemunha mantendo

os valores de germinação próximos ao valor obtido pela testemunha, 78%. A

menor média foi obtida para sementes com o ALG, que diferiu da testemunha

nas concentrações de 4% e 6%.

Para o teste de envelhecimento acelerado em sementes de soja,

recobertas com polímeros industriais, os tratamentos mantiveram valores iguais

e/ou maiores que a testemunha. Isso demonstra um efeito benéfico dos

polímeros, protegendo as sementes e garantindo a qualidade fisiológica das

mesmas (BENATTO JUNIOR et al., 2012).

Em sementes de brócolos recobertas com hidroxi-etil-celulose, também

não foram observadas diferenças no envelhecimento acelerado, entre

sementes revestidas e não revestidas (ALMEIDA; ROCHA; RAZERA, 2005).

Os valores obtidos para a germinação das sementes a campo (EC) bem

como o comportamento em relação á concentração dos polímeros está

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51

apresentada na Figura 10B. Verifica-se que a testemunha obteve maior valor

para a variável EC, sendo que as concentrações 2%, 4% e 6% não diferiram

entre si, ou seja, não foi observado influência das concentrações na EC.

As sementes recobertas com o polímero AM foram as que mais

emergiram nessa condição, seguido das sementes recobertas com o PVOH e

ALG. Diferentemente dos dados de TG, onde o PVOH obteve maiores

percentagens de germinação.

As sementes testemunhas foram as que mais emergiram. A diferença

observada em campo entre a testemunha e as sementes revestidas pode estar

relacionada a dois fatores: o revestimento diminui a taxa de oxigênio ao redor

de sementes plantadas; ou como, as sementes revestidas não foram tratadas

com fungicidas pode ter ocorrido uma queda na germinação pelo ataque

microbiológico ás sementes revestidas.

A água nessas condições de plantio a campo nem sempre está

prontamente disponível a semente. Como o PVOH é um polímero com menor

hidrofilicidade diante dos outros polímeros, a diferença da emergência em

campo para a germinação em laboratório pode ser explicada por essa

característica do polímero.

Em condição de estresse hídrico (falta de água), a presença de filmes de

recobrimento poderá absorver água e hidratar a semente favorecendo, assim, a

germinação (OLIVEIRA et al., 2009).

O recobrimento de sementes de soja com a película AGL 205, não

prejudica o desempenho de sementes de soja. Trentini et al. (2005) obtiveram

valores de germinação de 86% com a película e 84% sem a película.

Obtiveram também valores de envelhecimento acelerado 77% com a película e

72% sem a película. Valores de emergência em campo, 95% com AGL 205 e

92% sem a presença desse polímero. Para o IVE 8,92% com a película e

8,66% sem a película.

Acredita-se que as sementes revestidas com amido apresentaram os

melhores valores de emergência á campo entre as sementes revestidas.

Devido ao favorecimento do potencial osmótico em condições de plantio.

Observando os valores de IVE representado na Figura 10C, verifica-se

que a testemunha obteve maior valor para essa variável. As sementes

revestidas com amido (AM) emergiram mais rapidamente que os demais

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polímeros, seguido do ALG e PVOH, que não diferiram entre si. Assim como na

EC, as médias das concentrações não diferiram entre si para o IVE.

Este fato confirma que o efeito da diminuição da taxa de oxigênio ao

redor da semente pode ter diminuído a velocidade das reações metabólicas,

como as sementes ficam mais tempo no solo tornam-se mais susceptíveis ao

ataque microbiano.

Dados semelhantes de IVE, onde a testemunha apresentou maior valor

para essa variável foram encontrados por Silva; Santos; Nascimento (2002).

Figura 10 EA (%), EC (%) e IVE (%) de sementes de soja cultivar NK 7059RR,

sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e

PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Os valores de CPA estão apresentados na Tabela 3. As sementes

revestidas com PVOH obtiveram maior CPA, seguidas das sementes

revestidas com AM e ALG. Estas diferenças foram observadas com maior

amplitude nas concentrações de 4% e 6%, em que os polímeros diferiram entre

si.

Quando se observa os diferentes polímeros nas diferentes

concentrações, nota-se que o único a diferir perante o aumento das

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concentrações é o ALG (Tabela 3). Provavelmente os menores valores de CPA

(cm) para as concentrações 4% e 6% do ALG, devem-se a desuniformidade de

germinação das sementes revestidas com esse polímero, já que o IVG do ALG

das concentrações 4% e 6% foram os menores obervados, entre todos os

tratamentos.

Sementes de cebola recobertas com AM, PVOH e ALG também tiveram

CPA (cm) menor para o polímero ALG, corroborando com os dados desse

estudo (SCHEIDT, 2012).

Tabela 3 Valores médios de CPA (cm) de sementes de soja cultivar NK

7059RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM,

ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Polímeros

Concentrações AM ALG PVOH Média

0% 9,63 aA 9,63 aA 9,63 aA 9,63

2% 9,76 aA 9,96 aA 9,58 aA 9,76

4% 8,93 abA 7,32 bB 9,89 aA 8,71

6% 8,25 bA 6,41 bB 10,98 aA 8,55

Média 9,14 8,33 10,02

C.V. (%) 6,6

As médias seguidas de mesma letra, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível 5% de probabilidade do erro.

Os valores de MSPA estão apresentados na Tabela 4. Para o ALG os

maiores valores de MSPA foram obsevados para a concentração de 4% e 6%.

Esses resultados podem ser consequentes de uma menor germinação na

realização do teste. Esses tratamentos germinaram menos, houve maior

espaço e substrato para o desenvolvimento das plântulas. Não se observou

maior comprimento da parte aérea, mas sim plântulas com engrossamento do

hipocótilo, o que pode ter aumentado a MSPA.

Observa-se que para o AM e PVOH os mesmos não diferiram da

testemunha. Silva; Santos; Nascimento (2002) trabalhando com sementes

peletizadas de alface observaram que os pellets apesar de retardarem a

germinação e a emergência das plântulas, não afetaram a qualidade das

mudas de alface. A massa seca da parte aérea e raiz não diferiram das

sementes não recobertas, demonstrando que as plântulas se igualam na

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velocidade de crescimento, formando plântulas uniformes em massa fresca e

seca.

Tabela 4 Valores médios de MSPA (g) de sementes de soja cultivar NK

7059RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM,

ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Polímeros

Concentrações AM ALG PVOH Média

0% 0,128 aA 0,128 aB 0,128 aA 0,128

2% 0,126 aA 0,100 aB 0,127 aA 0,117

4% 0,125 bA 0,183 aA 0,126 bA 0,145

6% 0,125 aA 0,136 aB 0,127 aA 0,129

Média 0,126 0,137 0,127

C.V. (%) 8,8

As médias seguidas de mesma letra, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível 5% de probabilidade do erro.

O teste de condutividade elétrica avalia a qualidade das sementes

através da determinação da quantidade de lixiviados na solução de embebição

das sementes. Os menores valores, correspondentes à menor liberação de

exsudatos, indicam alto potencial fisiológico (maior vigor), revelando menor

intensidade de desorganização dos sistemas membranas das células (VIEIRA

et al., 2002).

Pode-se observar que a testemunha obteve maior valor para a CE

(Figura10). Isso mostra que os filmes formaram uma barreira entre a semente e

a solução de água deionizada do teste, onde lixiviaram menos solutos. De

acordo com Pereira et. al. (2007) alguns polímeros podem gerar uma barreira

impedindo a lixiviação de solutos da semente, promovendo a ela maior vida útil.

Para os polímeros AM e PVOH, observa-se pequena diminuição do valor

de CE, quanto maior a concentração dos mesmos, porém essa diferença não

foi significativa. Doses do polímero de revestimento (hidrofílico) não

influenciaram na liberação de solutos durante o teste de condutividade elétrica

segundo Melo et al. (2014) em sementes de tomate e Evangelista et al. (2007)

em sementes de soja.

Isso não foi observado para o ALG nas concentrações 2% e 4%, onde a

concentração de solutos na solução do teste aumentou. Quando recobertas as

sementes com o ALG, como o mesmo é muito viscoso e hidrofílico, as

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sementes expandiam de tamanho devido à absorção de água que o filme

proporcionava as sementes. Com essa rápida absorção de água, as sementes

podem ter tido uma maior desorganização das membranas, aumentando a

quantidade de solutos despejadas na solução e assim aumentado o valor da

CE.

Para a concentração de 6% do polímero ALG, a CE foi muito baixa.

Observou-se que o filme formado com essa concentração quando misturado à

solução de água do teste de CE, não dissolvia-se. Devido à alta viscosidade,

maior que nas outras concentrações, conclui-se que o mesmo formou uma

barreira muito espessa entre a semente e a solução, não permitindo que os

solutos das sementes migrassem para a solução, mantendo a CE muito baixa.

Figura 11 CE (µS cm-1g-1) de sementes de soja cultivar NK 7059RR, sob

diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH.

UTFPR, Pato Branco, 2015.

2.5.2 Efeito da aplicação de biopolímeros na velocidade de embebição de

sementes de soja

De acordo com a Tabela 5, a análise da variância para a variável

velocidade de embebição (EMB %) indicou que houve efeito significativo de

polímero, concentração e da interação desses dois fatores nos dois primeiros

períodos analisados, três e seis horas após a embebição. Depois desses

períodos a absorção de água entre os tratamentos foi semelhante.

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Tabela 5 Resumo da análise de variância para velocidade de embebição

(EMB) em sementes de soja da cultivar NK 7059 RR, revestidas com três

polímeros distintos - amido de mandioca (AM), alginato de sódio (ALG) e álcool

polivinílico (PVOH), em quatro concentrações diferentes – 0%, 2%, 4% e 6%,

avaliadas em oito períodos (horas) após o início da embebição. UTFPR, Pato

Branco, 2015.

FV GL QM

3h 6h 9h 12h 15h 18h 21h 24h

Polímero 2 0,009* 0,008* 0,009 0,011 0,013 0,019 0,018 0,013

Concentração 3 0,024* 0,012* 0,009 0,011 0,012 0,010 0,014 0,015

P x C 6 0,008* 0,005* 0,002 0,003 0,003 0,005 0,005 0,003

CV (%)

12,3 9,9 9,9 9,6 9,6 9,9 10,0 9,6

* significativo ao nível de 5% de probabilidade (.01 =< p < .05)

Segundo Marcos Filho (2005) a absorção de água é um processo

trifásico, em condições ideais. Na fase I, embebição, ocorre uma rápida entrada

de água, em função da grande diferença de potencial entre as sementes e o

substrato. Na fase II, a velocidade de absorção de água se torna mais lenta,

tendendo para o equilíbrio entre os potenciais; acontecem várias reações

metabólicas preparatórias à emergência da raiz primária. Na fase III, com o

metabolismo ativado e em função da produção de substâncias osmoticamente

ativas, ocorre uma redução no potencial hídrico das sementes, resultando em

rápida absorção de água do meio (aproximadamente 37 horas após o início da

embebição da semente de soja).

De acordo com Rossetto et al. (1997), as sementes absorvem água mais

rapidamente nas primeiras 12 horas, seguindo-se uma fase intermediária de

embebição mais lenta até (cerca de 50% do seu peso úmido inicial).

De acordo com a Tabela 6, valores médios da embebição (%) após três

horas do seu inicio, observa-se que para o polímero AM, as concentrações 6%

e 4% foram as que embeberam água mais rapidamente seguida da

concentração 2% e testemunha.

Para o polímero ALG a concentração que mais embebeu água nesse

período foi à concentração 4%, seguida da concentração 2%, 6% e

testemunha. Esses dados de embebição ajudam a explicar os dados de

condutividade elétrica apresentados na Figura 10 do capítulo anterior.

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Para o PVOH as diferentes concentrações não interferiram na

velocidade de embebição de água. Esses resultados podem ser explicados

pela baixa hidrofilicidade desse polímero, onde o aumento da concentração

não resultou em uma maior embebição de água.

Tabela 6 Valores médios de embebição (%) após 3 horas do seu início, de

sementes da cultivar NK 7059 RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4%

e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Polímeros

Concentrações AM ALG PVOH Média

0% 8,68 aB 8,68 aC 8,68 aA 8,68

2% 10,47 bB 16,59 aAB 12,44 abA 13,17

4% 14,07 bAB 21,90 aA 11,35 bA 15,77

6% 17,18 aA 12,27 aBC 12,86 aA 14,10

Média 12,60 14,86 11,33

C.V. (%) 12,3

As médias seguidas de mesma letra, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível 5% de probabilidade do erro.

De acordo com Parrish; Leopold (1977), a atividade respiratória de

cotilédones torna-se evidente cerca de 10 minutos após a embebição, por tanto

esse primeiro momento de embebição é essencial para a entrada da água.

Danos às membranas podem ocorrer se a embebição acontecer muito rápido.

Como os polímeros AM e ALG são hidrofílicos, quanto maior a

concentração dos mesmos, mais rápida é a embebição de água e menor a

disponibilidade de oxigênio para a germinação das sementes. Esses dados da

velocidade de embebição de água das sementes com esses revestimentos

podem explicar a diferença de germinação entre os tratamentos no capítulo

anterior.

Para a concentração de 6% do polímero ALG, nota-se que a velocidade

de embebição de água foi a menor perante as três concentrações e a

testemunha, pode-se concluir, que o polímero ALG a 6% formou um filme tão

espesso que formou uma barreira as semente, dificultando até mesmo a

absorção de água. A importância desse resultado pode ser reforçada pelos

dados de germinação apresentados no capítulo anterior, à germinação do ALG

6% foi a menor dentre todos os tratamentos, 35% de plântulas normais.

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No período de avaliação de seis horas após o início de embebição das

sementes, observa-se que apenas o polímero ALG diferiu estatisticamente

entre as suas concentrações (Tabela 7). A concentração de 4% foi a que

embebeu água mais rapidamente, seguido da concentração de 2%, 6% e

testemunha.

Dentre os polímeros, o ALG foi o polímero que ajudou as sementes a

embeber água mais rapidamente, seguido do AM e PVOH.

Tabela 7 Valores médios de embebição (%) após 6 horas do seu início, de

sementes da cultivar NK 7059 RR, sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4%

e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Polímeros

Concentrações AM ALG PVOH Média

0% 17,99 aA 17,99 aC 17,99 aA 17,99

2% 18,88 aA 25,93 aAB 22,05 aA 22,29

4% 22,48 bA 30,75 aA 19,89 bA 24,37

6% 25,44 aA 22,02 aBC 21,20 aA 22,88

Média 21,20 24,17 20,28

C.V. (%) 9,9

As médias seguidas de mesma letra, minúsculas nas linhas e maiúsculas nas colunas, não diferem entre si pelo teste de Tukey, ao nível 5% de probabilidade do erro.

Esses valores diferentes estatisticamente somente para o ALG são

devido à alta hidrofilicidade do polímero. Apesar de seis horas após o início da

embebição, com esse polímero, as sementes obtiveram maior velocidade de

embebição, em comparação ao AM e PVOH.

Quando se analisa a velocidade de embebição por concentração de

cada polímero, observa-se que o recobrimento de sementes de soja com os

polímeros AM, ALG e PVOH na concentração de 2% (Figura 12A), que o

polímero ALG obteve maior velocidade de embebição, quando comparado aos

demais polímeros, seguido do polímero PVOH, AM e por última a testemunha.

Todos os tratamentos foram diferentes estatisticamente entre si. A quantidade

de água embebida pelas sementes aumentou gradativamente conforme o

passar das horas.

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Figura 12 Velocidade de embebição (EMB%) de sementes da cultivar NK

7059RR, recobertas com diferentes polímeros (AM, ALG, PVOH) na

concentração de 2% (A), 4% (B) e 6% (C), em oito períodos de avaliação

diferentes. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Para a concentração de 4% dos polímeros AM, ALG, PVOH (Figura 12B)

a tendência de embebição dos polímeros se manteve, porém foi à

concentração onde o ALG mostrou velocidade de embebição mais distante dos

demais tratamentos. A maior velocidade de embebição foi observada no ALG,

os demais tratamentos não diferiram entre si e quantidade de água embebida

pelas sementes aumentou gradativamente conforme o passar das horas.

Para a concentração 6% dos tratamentos, o ALG e o AM não diferiram

na velocidade de embebição, esses tratamentos foram seguidos do PVOH e da

testemunha. Novamente a quantidade de água embebida pelas sementes teve

aumento gradativo.

Observam-se na Figura 12, que ao longo do período de hidratação, a

testemunha apresentou teor água inferiores aos demais tratamentos,

demonstrando que o revestimento das sementes com películas não afetou a

capacidade de absorção de água das sementes.

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Esses dados corroboram com os resultados encontrados por Huth et al.

(2013) estudando a velocidade de embebição de sementes de soja recobertas

com fungicida (Derosal Plus®), inseticida (Cropstar®) e polímeros (FloRite

1197 da Nitral Urbana®, e Laborsan da Laborsan® ambos na dose de 1mL

para 1 Kg de sementes.). Segundo os autores, o menor teor de água

apresentado pela testemunha em relação aos demais tratamentos pode ser

devido à hidrofilicidade apresentada dos princípios ativos utilizados.

Segundo Evangelista et al. (2007), os filmes plásticos propiciam uma

regulação da velocidade de embebição e consequentemente uma diminuição

dos danos decorrentes deste processo. Dessa forma, o revestimento com

polímeros afetam as relações água/semente e entre a semente e o solo.

Portanto, independentemente do objetivo final da peliculização, conhecer

os padrões referentes às interações entre a semente e a viscosidade,

resistência e plasticidade dos materiais de recobrimento é fundamental para o

sucesso de tal operação (MELO et al., 2014).

2.5.3 Desempenho de sementes de soja armazenadas após revestimento com

biopolímeros

De acordo com a Tabela 8, a análise da variância para as variáveis

PCG, TG, IVG, EA, EC e IVE apontou diferenças significativas entre os

polímeros e concentrações testadas assim como para a sua interação.

Tabela 8 Resumo da análise de variância para os caracteres, primeira

contagem de germinação (PCG), teste de germinação (TG), índice de

velocidade de germinação (IVG), envelhecimento acelerado (EA), emergência

em campo (EC) e índice de velocidade de emergência (IVE) da cultivar de soja,

NK 7059 RR, revestidas com três polímeros distintos - amido de mandioca

(AM), alginato de sódio (ALG) e álcool polivinílico (PVOH), em quatro

concentrações diferentes – 0%, 2%, 4% e 6%, após três meses de

armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015.

FV GL QM

PCG TG IVG EA EC IVE

Polímero 2 0,112* 0,134* 0,013* 0,192* 0,075* 0,003*

Concentração 3 0,189* 0,193* 0,014* 0,260* 0,224* 0,009*

P x C 6 0,037* 0,005* 0,004* 0,046* 0,009* 4,6x10-3

*

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CV (%)

7,9 7,6 5,6 9,5 5,2 3,5

* significativo ao nível de 5% de probabilidade (.01 =< p < .05)

Os valores de PCG estão apresentados na Figura 13A. Observa-se que

a testemunha apresentou maior valor para PCG. Dentre os polímeros, o PVOH

obteve os maiores valores para essa variável. Observa-se que os valores de

PCG para as sementes com PVOH, nas concentrações 2%, 4% e 6%

apresentaram comportamento quadrático, indicando que a germinação

aumentou na concentração de 4% e voltou a decair na maior concentração de

6%.

O amido apresentou valores aproximados ao do PVOH para essa

variável, porém quanto maior a concentração desse polímero, menor o valor de

PCG. O ALG apresentou menor valor dentre os polímeros para essa variável,

os valores diminuíram quando aumentada a concentração.

Nota-se que na concentração de 2%, os três polímeros não diferiram

entre si. Na média das concentrações, o maior valor de PCG (%) foi obtido pela

testemunha, seguida da concentração 2%, 4% e 6%, de forma decrescente.

A temperatura e a umidade relativa do ambiente de armazenamento

influenciam diretamente no grau de umidade das sementes, devido ao seu

caráter higroscópico. Assim, o uso de embalagens que permitem ou não

determinada troca de vapor de água entre a semente e o ambiente exterior é

importante para impedir flutuações no grau de umidade das sementes. A

redução da atividade metabólica, com taxa de deterioração reduzida, possibilita

a manutenção da qualidade fisiológica por um período mais prolongado

(CARDOSO; BINOTTI; CARDOSO, 2012).

Como os polímeros são hidrofílicos, principalmente o AM e ALG, e a

umidade relativa do ar onde as sementes foram armazenadas foi alta

(chegando a 98%), a umidade pode ter permeado a embalagem, papel Kraft.

Quanto maior a concentração dos polímeros, maior a hidrofilicidade e maior

umidade elas retém, aumentando a atividade metabólica e sua consequente

deterioração, explicando assim os resultados encontrados.

Segundo Ludwig et al. (2011), a qualidade de semente de soja

armazenada em sacos de papel em ambiente não controlado, após

recobrimento com polímero Polyseed CF® + Colorseed®, não tiveram

diferenças, para PCG, após quatro meses de armazenamento, entre a

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testemunha e a soja recoberta. De acordo com os mesmos autores, a umidade

das sementes oscilou positivamente e negativamente durante o

armazenamento. Isso mostra a tendência das sementes armazenadas em

condições ambientais em alcançar o equilíbrio higroscópico com a umidade

relativa do meio que as rodeia.

Figura 13 PCG (%) (A) e TG (%) (B) de sementes de soja cultivar NK 7059RR,

sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e

PVOH, após três meses de armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Para a variável TG, observa-se na Figura 13B, a mesma tendência de

resultados encontrados na PCG. O maior valor para essa variável foi

observada na testemunha. Novamente os três polímeros não diferiram entre si

na concentração de 2%.

O PVOH foi o polímero com maior valor para o TG, porém na média não

diferiu do AM. Observa-se uma resposta quadrática do PVOH para essa

variável, o menor valor encontrado foi na concentração de 2%, aumentando na

concentração 4% e voltando a diminuir na concentração de 6%.

Os valores de germinação nas concentrações 4% e 6% do PVOH

ficaram acima de 80%. Esses valores estão de acordo com a Instrução

Normativa n° 45, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que

relata os padrões para comercialização de sementes soja (BRASIL, 2013).

Para as sementes recobertas com AM, os valores de germinação foram

decrescentes com o aumento das concentrações. Para as sementes recobertas

com ALG, os menores valores obtidos no TG (%) foram nas concentrações 4%

e 6%. A menor média dos polímeros foi encontrada para o ALG.

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Isso mostra que quanto mais espesso, maior a barreira para a

germinação das sementes de soja. Essa barreira foi mais evidente nas

concentrações 4% e 6% dos polímeros AM e ALG. Esses polímeros são mais

viscosos e são orgânicos, fonte de substrato para os fungos.

Não foi verificada uma queda acentuada dos valores do teste de

germinação após três meses de armazenamento, quando comparado ao TG

feito logo após o recobrimento das sementes, mesmo para a testemunha

quanto para os tratamentos (Tabela 9).

Esses dados corroboram com os encontrados por Avelar et al. (2011),

trabalhando com recobrimento de soja com polímero líquido Sepiret 9241 B

Green e em pó Sepiret Flo Branco. No experimento as sementes foram

acondicionadas em caixas de papelão e a umidade foi controlada

mensalmente, não sendo observada grande variação do teor de água após o

armazenamento.

Os mesmos autores concluíram que este período não trouxe prejuízos à

germinação, com tendência a manter a germinação inicial até os 120 dias de

armazenamento. O TG e IVG das sementes recobertas com o polímero em pó

e líquido foram inferiores à testemunha. Esses resultados foram atribuídos à

barreira proporcionada pelo polímero à absorção de água. Também podem

indicar que os polímeros interagem diferentemente com o tegumento das

sementes, o que pode resultar em perda de germinação.

A germinação da soja, recobertas com vários materiais, e armazenadas

durante seis meses, diminuiu ao longo do período de armazenamento. As

sementes revestidas com diferentes formulações mantiveram maior

germinação sobre controle (KUMAR et al., 2007). Os autores também

analisaram a correlação entre a umidade das sementes ao longo do

armazenamento com a germinação e vigor das mesmas, os mesmos

concluíram que durante o armazenamento, houve aumento no teor da umidade

nas sementes, o que levou a diminuição da germinação e vigor.

Os valores do IVG (%) são apresentados na Figura 14. O maior valor de

IVG foi obtido pela testemunha. Oliveira et al. (2003) também observaram em

sementes de tomate, peletizadas com diferentes materiais, maior IVG para as

sementes não recobertas, durante 24 meses de armazenamento. Os autores

atribuíram esses resultados a barreira física promovida pelo material utilizado.

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Sementes de pimentão, recobertas com diferentes materiais: calcário,

microcelulose e areia, microcelulose e adesivo PVA, armazenadas por 20

meses e avaliadas a cada quatro meses, tiveram o índice de velocidade de

germinação para as sementes não revestidas maiores do que para as

revestidas (PEREIRA et al., 2005).

As sementes germinaram mais rapidamente, quando recobertas com o

PVOH e o AM, seguidas do ALG. Na concentração de 6%, o maior IVG foi

obtido pelo PVOH, seguido do AM e ALG. Isso não foi observado na

concentração de 4%, onde o PVOH e AM não diferiram entre si. Na

concentração de 2%, os três polímeros não diferiram entre si para essa

variável. Na média das concentrações, o IVG mostrou valores decrescentes

com o aumento das concentrações.

Figura 14 IVG (%) de sementes de soja cultivar NK 7059RR, sob diferentes

concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH, após três

meses de armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Os valores de EA são apresentados na Figura 15A. A testemunha

obteve maior valor para essa variável. Na média dos polímeros os maiores

valores obtidos para envelhecimento acelerado foram observados no polímero

PVOH, seguido do AM e ALG. Os três polímeros diferiram entre si.

Para o PVOH observa-se uma tendência decrescente com o aumento da

concentração, assim como o ALG. O mesmo não foi observado para o AM,

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apesar das concentrações não diferirem entre si, houve uma tendência

crescente com o aumento da concentração desse polímero.

Na média das concentrações, o maior valor para EA foi obtido pela

testemunha, seguido da concentração 2%, 4% e 6%. As duas maiores

concentrações não diferiram entre si para EA.

Figura 15 EA (%) (A) e EC (%) (B) de sementes de soja cultivar NK 7059RR,

sob diferentes concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e

PVOH, após três meses de armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Sementes de arroz recobertas com polímeros e fungicidas por dez

meses de armazenamento obtiveram o vigor das sementes maior em todos os

tratamentos em comparação com o controle (GIANG; GOWDA, 2007). Os

autores atribuíram esses resultados aos revestimentos e tratamentos químicos,

que diminuíram a invasão de fungos. Os polímeros atuam também como uma

barreira física que reduz a entrada de oxigênio, diminuindo a respiração do

embrião e consequentemente o envelhecimento das sementes.

Nesse estudo com biopolímeros, o AM e ALG utilizados para o

recobrimento das sementes são orgânicos e de fácil digestão microbiana, os

resultados menores em relação à testemunha também pode ser explicado por

esse fato. Os mesmos, ao longo do armazenamento não dificultaram a entrada

de fungos, pois junto a eles não foram incorporados fungicidas. Já o PVOH,

sendo sintético, obteve valores mais próximos à testemunha.

De acordo com Villela; Menezes (2009) a microflora fúngica no armazém

de sementes é altamente dependente do teor de água das mesmas. Os

principais fungos de armazenamento pertencentes aos gêneros Aspergillus e

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Penicillium desenvolvem-se em sementes com teor de água em equilíbrio com

umidade relativa do ar de acima de 65%.

Como citado anteriormente, as sementes recobertas com biopolímeros

AM, ALG e PVOH, após três meses de armazenamento, não apresentaram

uma queda acentuada dos valores do teste de germinação, quando comparado

ao TG feito logo após o recobrimento das sementes. Porém, o mesmo não foi

observado para o vigor das sementes após o armazenamento, que diminuiu

com o passar dos meses (Tabela 9).

Tabela 9 Valores médios do teste de germinação (TG) e envelhecimento

acelerado (EA) logo após o recobrimento e após noventa dias de

armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Concentrações

TG (%) EA (%)

Dias após o recobrimento

0 90 0 90

0% 84 90 78 75

2% 75 76 71 57

4% 68 71 63 49c

6% 63 68 57 45

As sementes de soja quando acondicionadas em embalagens

permeáveis e mantidas em condições de armazém, mantêm a germinação por

um período de 6 a 8 meses, embora reduções marcantes de vigor possam ser

constatadas (VILLELA; MENEZES, 2009).

De acordo com Tonin et al. (2014), o potencial fisiológico de híbridos de

milho tratados com inseticidas e armazenadas em dois ambientes, um

controlado e outro em condição ambiente de armazenamento, tiveram uma

redução mais acentuada do vigor das sementes mantidas em ambiente natural.

As melhores condições para a manutenção da qualidade da semente são

aquelas de baixa umidade relativa do ar e temperatura, pois mantêm o embrião

em sua mais baixa atividade metabólica (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).

Os valores de EC são apresentados na Figura 15B. Os maiores valores

encontrados para essa variável foram da testemunha, seguida do polímero

PVOH, AM e ALG. Os três polímeros diferiram entre si, porém, todos

apresentaram valores decrescentes com o aumento da concentração, assim

como AM e ALG.

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Observam-se valores acima ou próximos a 80% na variável TG, o que

não foi observado para o EA e EC, mostrando viabilidade dentro dos padrões e

vigor média para as sementes, após três meses de armazenamento.

Diferentes recobrimentos para sementes de soja, após seis de meses de

armazenamento, diminuíram a deterioração das sementes em relação à

testemunha. Para a emergência em campo a testemunha diminuiu a

emergência de 75% para 52% em seis meses, os demais treze polímeros

testados apresentaram emergência maior em relação à testemunha em todos

os meses analisados (KUMAR et al., 2007). O mesmo não foi observado nesse

experimento. Na ocasião, estes autores testaram como recobrimento, os

polímeros carboxi metil celulose, etil celulose, celulose de hidroxi-etilo, cloreto

de polivinilo, acetato de polivinilo, polietileno glicol, metacrilato de polietilo,

polivinil pirrolidona, colofónia, goma de acácia, goma de tragacanto, argila de

bentonite, Agrimer VA 26 (ISP Technologies Inc, EUA).

Diferentes combinações de polímero (Polyseed CF®), fungicida,

inseticida e aminoácido em tratamento de sementes e recobertas em

equipamento com sistema de aspersão, não diferiram na emergência em

campo após 120 de armazenamento. Porém provocaram uma redução

acentuada da emergência em campo já após 60 dias de armazenamento. Em

relação à umidade das sementes, a mesma teve um pequeno aumento no

armazenamento igual para as sementes tratadas e não tratadas.

Segundo Crizel et. al. (2009), diferentes combinações de polímero

(Polyseed CF®), fungicida, inseticida e aminoácido em tratamento de sementes

e recobertas em equipamento com sistema de aspersão, observaram que a

emergência em campo após 120 de armazenamento não diferiu entre os

tratamentos. Porém provocaram uma redução acentuada da emergência em

campo já após 60 dias de armazenamento. Em relação à umidade das

sementes, a mesma teve um pequeno aumento no armazenamento igual para

as sementes tratadas e não tratadas.

De acordo com Mendonça; Carvalho; Ramos (2007) em um ensaio com

revestimento de sementes de milho superdoce, aos 120 dias após o

armazenamento, que apenas dois tratamentos, de um total de vinte e um,

tiveram emergência inferior às sementes nuas, enquanto que nove

apresentaram emergência significativamente superior à da testemunha. Já

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estes autores testaram os recobrimentos de sementes e suas misturas à base

de calcário dolomítico (1 e 2), caulim, carvão vegetal, ativado, areia,

vermiculita, fubá de milho, farinha de trigo, polvilho de mandioca, amido de

milho, celite e terra de diatomáceas, os cimentantes utilizados foram as colas

cascorez extra e goma arábica.

Os valores de IVE seguiram a mesma tendência da EC e são mostrados

na Figura 16. O maior IVE foi obtido pela testemunha, dentre os polímeros os

maiores valores foram obtidos pelo PVOH, seguido do AM e ALG. Os três

polímeros diferiram entre si. O PVOH, AM e ALG tiveram IVE decrescentes

com o aumento da concentração.

Figura 16 IVE (%) de sementes de soja cultivar NK 7059RR, sob diferentes

concentrações (0%, 2%, 4% e 6%) dos polímeros AM, ALG e PVOH, após três

meses de armazenamento. UTFPR, Pato Branco, 2015.

Sementes de milho recobertas com o polímero comercial 1080 mais

inseticida Furazin 310 TS obtiveram IVE menor em relação à testemunha, após

seis meses de armazenamento. Dados que corroboram com os desse estudo,

onde a testemunha obteve maior IVE (PEREIRA; OLIVEIRA; EVANGELISTA,

2005).

O índice de velocidade de emergência de Brachiaria brizantha revestida

com diferentes materiais e em associação com tratamento químico durante

armazenamento diminuiu com o tempo de armazenamento. As sementes

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recém-armazenadas e aos três meses de armazenamento, sem e com

tratamento químico, nenhum revestimento superou a testemunha (SANTOS et

al.2010).

Segundo os autores, os valores do índice de emergência diminuíram

com o tempo de armazenamento. Alguns fatores podem estar relacionados a

esta redução, como o avanço do processo natural de deterioração e aumento

da colonização das sementes por fungos. Sabe-se que sementes em avançado

processo de deterioração, podem germinar com velocidade mais baixa.

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2.6 CONCLUSÕES

Os biofilmes de amido de mandioca, alginato de sódio e álcool

polivinílico possuem potencial para o recobrimento de sementes de soja, pois

são biopolímeros com rápida degradação e não tóxicos ao meio ambiente.

A testemunha obteve melhores resultados para a maioria das variáveis

analisadas. Dentre os polímeros, o melhor revestimento observado foi o PVOH,

pois foi o polímero menos viscoso e visualmente não serviu de substrato para

microorganismos. Porém, também, foram obtidos resultados satisfatórios para

os polímeros AM e ALG na concentração de 2%.

Não houve interferência dos polímeros estudados com relação à

redução da velocidade de embebição das sementes de soja. A hidrofilidade dos

polímeros, principalmente do AM e ALG, acelerou a embebição das sementes

prejudicando a germinação, nas concentrações 4% e 6%.

De maneira geral, quanto maior a concentração dos polímeros, as

variáveis analisadas tenderam para piores resultados.

As condições em que se realizou o presente estudo, não são definitivas,

sugerindo-se futuras investigações que envolvam sementes de outras

cultivares de soja e até mesmo de outras espécies.

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