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Mariana Barros Desemprego e População Qualificada Coimbra,2013

Desemprego e População Qualificada - Universidade de CoimbraDesempregado de longa duração:“Trabalhador sem emprego, disponível para o trabalho e à procura de emprego há 12

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Mariana Barros

Desemprego e População Qualificada

Coimbra,2013

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Título:Desemprego e População Qualificada

Autora:Mariana Barros - 2013139711

Coimbra, 2013

Imagem da capa:

http://commons.wikimedia.org/wiki/File:Flickr_-_andré.luís_-_IMG_5284.jpg?uselang=ptdo

autor André Luís.

Faculdade de Economia da Faculdade de Coimbra

Trabalho realizado no âmbito da unidade curricular de Fontes de Informação

Sociológica sob orientação dos professores Paula Abreu e Paulo Peixoto (ano letivo

2013-2014).

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ÍNDICE

Introdução ......................................................................................................................... 1

Desenvolvimento .............................................................................................................. 2

Estado das Artes ............................................................................................................ 2

Desemprego e qualificação em Portugal - Definições introdutórias e

contextualização ........................................................................................................ 2

Causas do desemprego .............................................................................................. 4

Taxa de desemprego em Portugal – evolução ........................................................... 5

A emigração - a consequência mais dramática do desemprego ................................ 8

Os jovens e a sua vontade de ingressar no ensino superior- influências ................. 11

Ficha de Leitura .............................................................................................................. 12

Descrição detalhada da pesquisa .................................................................................... 20

Avaliação da página da Internet ..................................................................................... 21

Conclusão ....................................................................................................................... 23

Referências Bibliográficas .............................................................................................. 24

ANEXO A

Página da Internet avaliada

ANEXO B

Texto de suporte da ficha de leitura

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Fontes de Informação Sociológica Desemprego e População Qualificada

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Introdução

No âmbito da unidade curricular de Fontes de Informação Sociológica da

Licenciatura de Sociologia da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra foi

proposto aos alunos, que se encontram em avaliação contínua, a realização de um

trabalho seguindo várias etapas. Aqueles tiveram, assim, a possibilidade de selecionar o

tema que mais teriam interesse em abordar. O que escolhi foi “Desemprego e População

Qualificada”, iniciando o trabalho através da ficha de leitura que realizei sobre o

capítulo “A «Fuga de Cérebros»: um discurso multidimensional”, da obra“Para um

debate sobre a Mobilidade e Fuga de Cérebros”.

Seguidamente, prossegui à elaboração do estado das artes, desenvolvimento do

trabalho. Aqui, organizei a informação e iniciei dando a conhecer diversas definições

procedendo, depois, à exploração mais detalhada do tema em questão.

A etapa que se seguiu foi a avaliação da página da Internet através da qual

escolhi o site do Instituto Nacional de Estatística, suporte do meu trabalho. Analisei-o

minuciosamente mostrando um pouco a minha perceção de diversos aspetos acerca do

mesmo.

Por fim, realizei uma breve conclusão onde expus, de forma sintetizada, tudo

aquilo que abordei ao longo do trabalho como um todo, efetuei uma lista das referências

bibliográficas e integrei os anexos.

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Fontes de Informação Sociológica Desemprego e População Qualificada

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Desenvolvimento Estado das Artes

Desemprego e qualificação em Portugal - Definições

introdutórias e contextualização

“O desemprego corresponde, grosso modo, à condição dos

trabalhadores que, embora disponíveis para o trabalho, num determinado

momento da sua vida ativa estão involuntariamente privados de um

trabalho. ” (Caleiras, 2011).

Desempregado de curta duração: “Trabalhador sem emprego, disponível

para o trabalho e à procura de emprego há menos de 12 meses. Nos casos

dos desempregados inscritos nos Centros de Emprego, a contagem do

período de tempo de procura de emprego (até 12 meses) é feita a partir da

data de inscrição nos Centros de Emprego.” (Instituto Nacional de

Estatística)

Desempregado de longa duração:“Trabalhador sem emprego, disponível

para o trabalho e à procura de emprego há 12 meses ou mais.” (Instituto

Nacional de Estatística, 1994)

O desemprego retrata uma realidade concreta presente no dias de hoje em

Portugal e é cada vez mais alarmante, principalmente, quando afeta a população que

investiu anos da sua vida em qualificação. Até certo momento havia a ideia generalizada

de que, dada a exigência do mercado de trabalho, tornava-se uma mais-valia a posse de

formação no ensino superior, no entanto, as opiniões, ao longo dos anos, parecem vir a

fragmentar-se e já é constante ouvir dizer que um curso superior não dá mais garantias

de obter um emprego.

Qualificação académica: “ Nível de instrução completo mais elevado que

o indivíduo atingiu no período de referência.” (Instituto Nacional de

Estatística, 2006)

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Qualificação profissional: “Conjunto de competências profissionais que

permitem exercer um conjunto de atividades profissionais. São adquiridas

mediante a formação ou através da experiência e podem ser formalmente

reconhecidas.” (Instituto Nacional de Estatística, 2003)

“ O aumento das qualificações entre a população ativa tem sido constante na

última década e meia. Em 15 anos o número de diplomados cresceu de

forma consistente, levando a que representassem perto de 1/5 da população

ativa no final de 2012.” (Ramos, 2013)

Neste contexto, é importante perceber a ação do Estado-Providência. A ele

compete-lhe assegurar o bem-estar dos seus cidadãos adotando políticas sociais que

contribuam para esse efeito. É de notar que, o Estado-Providência em Portugal tem

vindo a mostrar-se frágil e cada vez mostra menos capacidade de salvaguardar a

estabilidade na vida dos que nele habitam. O desemprego é uma das suas grandes

fragilidades e, assim, as instituições de proteção social cada vez se veem mais

confrontadas com pedidos de ajuda e subsídios de desemprego. É algo alarmante e

começa a ter reflexos na estrutura da população, cada vez mais envelhecida e

constituída por um reduzido número de ativos.

"Portugal enfrenta a situação económica e social mais crítica da sua

história económica recente. Desde o início da crise global, em 2008,

perdeu-se um em cada sete empregos -- a mais significativa deterioração do

mercado de trabalho entre os países europeus, depois da Grécia e de

Espanha [...]" (Lusa cit in. Negócios Online)

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Causas do desemprego

A situação de crise económica em que o país se encontra atualmente origina, entre

outros, a insolvência de empresas, contribuindo para o aumento dos valores do

desemprego.

Então, como já foi anteriormente referido, a falência ou deslocalização de empresas

constitui um fator de desemprego. Segundo Caleiras, “Muitas empresas não resistiram e

sucumbiram, libertando continuadas vagas de trabalhadores, que, sem alternativas,

vieram engrossar o número de desempregados” (2011: 262).

A renovação de contratos torna-se, hoje em dia, algo escasso. Através de

entrevistas exploradas pelo autor acima mencionado, encontramos o caso de Carla, um

dos exemplos claros deste problema. Esta afirma que já não se encontrava esperançosa

numa possível renovação do seu contrato “porque via as coisas mal paradas” na

empresa de construção Civil, onde se encontrava empregada. E muito menos pensou

que esse acontecimento se desse tão repentinamente, pois ainda “ tinha a expectativa de

mais uma renovação anual do seu contrato” (Carla cit in.Caleiras, 2011: 263).

Os despedimentos tornam-se o ponto forte que gira em torno do conceito

“desemprego” e é, especialmente, um fenómeno “ [...] frequente entre asmulheres”

(Caleiras, 2011: 263). O facto de as mulheres ficarem grávidas e, consequentemente

terem filhos, complica em muito a situação das mesmas. Uma gravidez também pode

estar associada a uma não renovação de contrato tal como é possível verificar através do

testemunho de Carla que afirma que “ [...] o facto de estar grávida, também contribuiu

para que a empresa não lhe tivesse renovado o contrato” adicionando, ainda o facto de

agora não lhe darem emprego porque tem uma filha (Caleiras, 2011: 263). Também as

mulheres são as maiores vítimas no que diz respeito ao assédio no local de trabalho e o

mais grave é que, muitas vezes esse ato é exercido pelos seus chefes. Nesse caso, muitas

delas silenciam essas situações para não perderem o emprego e porque se se

despedirem, ao ficarem desempregadas, não têm direito ao subsídio de desemprego. No

entanto, os despedimentos também estão associados a casos oriundos de problemas de

saúde ou por questões de competitividade entre colegas de trabalho, o que gera muitas

rivalidades e cria um ambiente de trabalho desagradável tanto para patrões, como para

os próprios trabalhadores.

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As causas do desemprego assentam, assim, num aglomerado de disposições que

afetam a vida das pessoas a todos os níveis, “ [...] vidas foram comprometidas, em

vários graus, pelo desemprego”(Caleiras, 2011: 265). Existem outras não mencionadas

anteriormente, no entanto, as referidas são as mais relevantes e as que mais afetam a

transformação da vida de um empregado para a condição de desempregado.

Taxa de desemprego em Portugal – evolução

GRÁFICO 1: Taxa de Desemprego total e por grupo etário (%)

FONTE: PORDATA, 2013

Através deste gráfico estatístico relativo à taxa de desemprego total e por grupo

etário em percentagem é possível verificar que são os mais jovens ( <25 anos) os que

mais são afetados pelo desemprego, principalmente entre os anos de 2010 até 2012,

período durante o qual se registou uma acentuada subida. Este facto é muito inquietante,

pois é a população jovem quem traz inovação ao país, que é capaz de produzir mais

eficientemente e contribuir para o seu avanço. Com tantos jovens desempregados é

impossível que Portugal alcance uma estabilidade para breve. São eles quem constituirá

o “Portugal do Futuro” e com tantas “portas fechadas” jamais terão possibilidade, por

exemplo, de constituir família, mesmo que o queiram. Tudo isto se reflete também em

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outros indicadores tais como na Taxa de Natalidade e terá graves consequências como

irei mostrar seguidamente.

“A queda de número de desempregados foi generalizada, em termos

trimestrais. A exceção foi a população com idades compreendidas entre os

15 e os 24 anos, num comportamento normal para esta altura do ano,

sobretudo devido à conclusão dos estudos. E os números do INE confirmam

esta análise, já que foi entre as pessoas com ensino superior e à procura do

primeiro emprego que se registaram aumentos no número de

desempregados. Todos os restantes segmentos assistiram a diminuições. A

descida do desemprego foi assim generalizada, provocando uma queda da

taxa de desemprego [...]” (Antunes, 2013).

TABELA 1: Taxa de desemprego da população portuguesa em

comparação com a União Europeia a 27

FONTE: Eurostat cit in. Gennardie Albuquerque, 2011

QUADRO 1: Taxas de desemprego por região NUTS II (NUTS-2002)

FONTE: INE, 2013

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Tal como podemos observar através da análise da Tabela 1, referente à Taxa de

desemprego da população portuguesa em comparação com a União Europeia a 27, o

desemprego veio a aumentar a um ritmo alucinante ao longo dos anos. No quadro 1 é

possível constatar que apenas no terceiro trimestre de 2013 verificou-se uma quebra: de

16,4% no segundo trimestre para 15,6% no terceiro. Daniel do Rosário, correspondente

em Bruxelas do jornal Expresso, no seu artigo de 05 de Novembro de 2013 vem

contestar esta descida ligeira da Taxa de desemprego considerando que a emigração

contribuiu para esta queda, tal como se pode ver a sua crítica:

“Segundo a Comissão, o turismo e a agricultura foram os sectores «que

mais contribuíram para a expansão do emprego este ano, o que levanta

questões relativamente à sua durabilidade». Uma diminuição justificada

pela recuperação económica, mas também pela diminuição da participação

no mercado laboral. Uma referência à emigração, ainda que não

identificada explicitamente.” (Rosário, 2013)

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A emigração - a consequência mais dramática do

desemprego

“Emigrar é uma hipótese colocada entre os desempregados mais novos.

Precisam de «organizar» as suas vidas e, por isso, não podem continuar na condição

de desempregados. Procuram emprego, mas não encontram. Como o mercado não os

absorve, a solução equacionada [...] ” (Caleiras, 2011) é emigrar.

Surge um novo movimento emigratório consequente desta problemática que,

seguramente, contribuirá para a redução dos valores de desemprego, caraterizado por

uma forte adesão da população qualificada.

"Os mais de 56 por cento de desempregados que estão sem trabalho há

mais de um ano estão a perder competências e motivação, e terão acrescida

dificuldade em participar numa retoma económica futura caso não lhes seja

prestado um apoio adequado. Muitos trabalhadores, incluindo parte dos

jovens mais talentosos e qualificados, têm vindo a ser empurrados para a

emigração." (Lusa apud. Negócios Online, 2013)

Segundo Cardoso et al. (2012), o mercado de trabalho em Portugal tem

adquirido ao longo do tempo uma caráter cada vez menos contributivo para a fixação de

pessoas e, consequentemente, está a reforçar as dinâmicas de emigração dos diplomados

no ensino superior.

Segundo os autores, o facto de não existir informação pertinente e constante

sobre este fenómeno a um nível mais generalizado ou que explore como as migrações

são distribuídas por habilitações escolares dos migrantes leva a que, na grande parte dos

casos, as referências a este assunto sejam efetuadas sem qualquer suporte estatístico,

estudando casos particulares. Deste modo, como meio de obter informações sobre a

evolução deste fenómeno, Cardoso et al. (2012) recorreram ao inquérito ao emprego do

INE. Este último, realizado sobre uma amostra representativa da população portuguesa,

inclui uma questão relativa à possibilidade de o indivíduo trabalhar em Portugal.

“Tendo em conta que a unidade amostral é a família, existindo depois respostas sobre os

indivíduos que as constituíem, surgem respostas de indivíduos que declaram trabalhar

fora de Portugal” (Cardoso et al., 2012: 50). A exploração dessa questão permite avaliar

a dimensão do fenómeno daqueles que dizem trabalhar no estrangeiro e analisando,

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paralelamente, a informação acerca da caracterização dos respondentes, fazer alguma

inferência sobre a questão da migração dos diplomados. É de notar que os valores

apresentados não devem ser observados como estimativas do número de migrantes,

dado que, o objetivo é ficar mais elucidado acerca da tendência deste fenómeno, do que

propriamente ter um cálculo do valor absoluto, devida à inexistência de ferramentas de

medida alternativas (Cardoso et al., 2012).

Assim, os quadros que se seguem mostram os resultados provenientes do

Inquérito de emprego do INE no período de tempo 2002-2010:

Quadro 2: Número de indivíduos a trabalhar no estrangeiro, segundo as

habilitações escolares (2002-2010)

FONTE: INE apud Cardoso et al., 2012

Os dados obtidos no quadro acima representado (Cardoso et al., 2012, cit in.

INE), relativos ao número de indivíduos que declara trabalhar no estrangeiro, revelam

uma tendência para o incremento deste fenómeno. É também possível observar “um

aumento relativo mais significativo entre os diplomandos, que mais do que duplicaram

o seu valor neste período” (Cardoso et al., 2012: 51).

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QUADRO 3: Indivíduos a trabalhar no estrangeiro com habilitação

superior, segundo a área de educação e formação (%)

FONTE: INE apud Cardoso et al., 2012

Através deste último quadro (Cardoso et al., 2012, cit in. INE), é possível verificar

que as áreas da Engenharia, Ciências Socias e Direito contribuem com 53,5% dos

profissionais com habilitações superiores, a trabalhar fora de Portugal.

Em suma, por meio da observação destes quadros é possível constatar que o

fenómeno da migração de profissionais qualificados/diplomados é algo preocupante e

parece generalizar-se a todos os graus de ensino superior. É igualmente preocupante o

facto de os altos valores de desemprego registados entre os jovens diplomados

desmotivarem os mesmos na procura/aquisição de maiores qualificações. Fruto disto, o

país verá a sua população ativa diminuir e, assim, a economia nacional seguirá o mesmo

processo. Portugal estará a tornar-se um espelho do desemprego e correrá o sério risco

de vir a perder os seus qualificados, bem como futuros qualificados.

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Os jovens e a sua vontade de ingressar no ensino

superior- influências

Outras das consequências mais visíveis do desemprego é a influência clara dos

mass media na perspetivas dos jovens que se preparam para ingressar no ensino

superior. É de notar que os mesmos, essencialmente no ano de 2013, estão a ser cada

vez mais orientados para a escolha dos respetivos cursos tendo por base não só o seu

gosto/interesse pelos mesmos ou as médias de acesso ao ensino superior, mas sim,

também, o nível de empregabilidade que estes lhes configuram. É igualmente notável

que cada vez mais se observa, através da imprensa, a especial atenção dada à

necessidade de redução vagas no ensino superior bem como, o encerramento de certos

cursos.

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Ficha de Leitura

Título da publicação/artigo: “Para um debate sobre a Mobilidade e Fuga de Cérebros”

Autores: Emília Araújo, Margarida Fontes e Sofia Bento

Título do capítulo: “A «Fuga de Cérebros»: um discurso multidimensional” (Emília

Araújo e Filipe Ferreira)

Local onde se

encontra:https://www.google.pt/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&v

ed=0CDgQFjAB&url=http%3A%2F%2Fwww.lasics.uminho.pt%2Fojs%2Findex.php%2Fcecs

_ebooks%2Farticle%2Fdownload%2F1575%2F1489&ei=YexqUuXFHILwhQfcqoDYAg&usg

=AFQjCNHSvEuNVrLC6spLcQQvKG9WEviLLw&sig2=WuRa7TLANi_vxlqQQ-

Q4WA&bvm=bv.55123115,d.ZG4

Data da publicação: 2013, Janeiro

Local e editora: Braga, Portugal, CECS-Centro de Estudos de Comunicação e

Sociedade Universidade do Minho

Número de páginas: 58-82

Palavras-chave: “Fuga de cérebros”, “Mobilidade”, “Profissionais qualificados”,

“Massmedia nacionais e internacionais”, “Desemprego”

Data da leitura: Outubro de 2013

Área Científica: Ciências Sociais

Sub- Área Científica: Desemprego e população qualificada

Resumo

O capítulo do texto aborda o tema da emigração de profissionais qualificados,

como sinal de dificuldades no seio dos seus governos nacionais e, até mesmo, de

capacidade potencializadora/atrativa que outros países têm de conseguirem

corresponder aos ideais profissionais dos jovens.

A ideia de que a “fuga de cérebros” está relacionada com fluxos de países

subdesenvolvidos para países mais desenvolvidos, deu asas a um distanciamento do

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termo “mobilidade” que, recentemente assume um papel de permuta de culturas entre

países desenvolvidos, que possuem uma legislação favorável à circulação de pessoas.

Os discursos mediáticos nacionais e internacionais diferem no que diz respeito a

esta temática.

Introdução

Na base da escolha do tema em questão, assim como da leitura de “Para um

debate sobre a Mobilidade e Fuga de Cérebros”- “A «Fuga de Cérebros»: um discurso

multidimensional” (Emília Araújo e Filipe Ferreira) ” - encontra-se, na minha opinião, a

pertinência deste assunto nos dias de hoje, dado que, os jovens são constantemente

confrontados com o fenómeno do desemprego e da falta de oportunidades em Portugal,

aliado ao seu interesse na procura de melhores condições.

A autora, Professora Emília Araújo, desempenha a função de auxiliar no

departamento de Sociologia da Universidade do Minho e é investigadora no Centro de

Estudos de Comunicação e Sociedade (CECS). O autor, Filipe Ferreira, encontra-se a

realizar um mestrado em Sociologia na Universidade do Minho.

Neste capítulo, os autores focam diversas abordagens sobre o tema a “Fuga de

Cérebros” fazendo uma associação à componente crítica dos massmedia internacionais

(que são o espelho da imagem de Portugal no estrangeiro), a qual difere da nacional.

Deste modo, os autores potenciam um debate, no qual são distinguidos os termos

“Mobilidade” e “Fuga de cérebros”, assentes nos discursos políticos e na informação

que nos é transmitida diariamente.

Desenvolvimento

Segundo os autores, os “cérebros” são profissionais altamente qualificados, que

dado o seu percurso, são alvo de interesse de empresas estrangeiras ou são

simplesmente pessoas que ambicionam melhores condições de vida. Dentro deste grupo

inserem-se não só os profissionais com esta tipologia mas, atualmente, também constam

deles recém-licenciados e/ou pessoas com desempenhos/formações não tão

significativas.

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1. A “Fuga de cérebros” como problema global

Os autores centram a problemática da desigualdade económica e social, que é não só

geográfica, mas também transversal a todos os projetos políticos, na temática do acesso

a mais e melhores condições de vida, considerando-a o principal motivo da emigração.

Uma vez que o Estado não assegura aos seus cidadãos a igualdade de oportunidades, a

mobilidade de profissionais altamente qualificados serve como solução para o Estado as

assegurar e, mais tarde, até, acaba por “receber dividendos dessa mobilidade (através de

divisas, remessas, ou capitais formativos e científicos) ”. A emigração por outro lado é

também referida como originadora de prejuízo para o país de origem dado que, quem

emigra possuí qualificações, logo, necessitou de investimentos educacionais atribuídos

pelo seu Estado. Assim, Araújo e Ferreira constatam que a relação Estado-Cidadão não

se caracteriza pela lógica do “dar e receber”.

Neste contexto, estes autores afirmam que há cada vez mais uma distanciação entre

“mobilidade” e “fuga de cérebros”, pois existe a ideia patente de que num mundo em

que a globalização é cada vez mais assente e baseada em fluxos, os recursos humanos

altamente qualificados, que se deslocam para outro país em busca de mais e melhores

oportunidades, não estão a “fugir”, mas simplesmente a movimentar-se. Outro e não

menos importante fator de distanciação está patente nos próprios termos “Mobilidade” e

“Fuga de cérebros”: o primeiro é caracterizado pelos autores como um fluxo entre

países desenvolvidos, através do qual a circulação de pessoas, capitais e culturas

estabelece uma relação de complementaridade; no caso do segundo, trata-se de um

momento de “fuga” que consiste igualmente numa transição, mas feita de países

considerados não desenvolvidos e/ou em vias de desenvolvimento para países

desenvolvidos.

Os autores referem a necessidade da criação de medidas de fixação de qualificados

projetadas no investimento da mobilidade, futuramente.

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Fontes de Informação Sociológica Desemprego e População Qualificada

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2. Atualidade da “Fuga de cérebros”

Emília Araújo e Filipe Ferreira mencionam um estudo na página 64, publicado pela

OCDE (Dumont, Spielvogel, Wildmaier, 2010) o qual, através da utilização de dados

relativos a 2000 afirma que África, Ásia, América Latina e Europa são os continentes

onde mais se verificam grandes fluxos emigratórios de profissionais qualificados. É

também de realçar o facto de através deste mesmo estudo se constatar que estes fluxos

de recursos humanos qualificados já eram notórios no ano de 2000, mostrando que de

certo modo o debate público não transmitiu a ideia de que este assunto era tão atual

como na verdade o é.

Os autores mencionam ainda outro estudo na mesma página, concretizado no ano de

2012 por Franzoni, Scellato e Stephan focado no processo de mobilidade de vários

cientistas e investigadores (em 16 países), através do qual se observou que os Estados

Unidos da América continuam a ser o país de “eleição” desses fluxos. O estudo em

questão analisou, também, que aos E.U.A. chegam um notável número de

investigadores e cientistas de nacionalidade chinesa e indiana, sendo a Índia o país que

se depara mais com a “perda” dos seus profissionais qualificados.

Ainda relativamente a este assunto mantém-se constante, no resto da Europa, os

números relativos à mobilidade no contexto de entrada e saída de recursos humanos

qualificados. Igualmente, segundo este estudo, o que leva os investigadores a optarem

pela ida para outro país centra-se na procura de melhores condições laborais (a nível

tecnológico e económico), que o país de chegada lhes proporciona.

Emília Araújo e Filipe Ferreira citam Peixoto (1999), na página 65, dizendo que,

para refletir acerca da “fuga de cérebros” em Portugal, é imprescindível ter em conta

tudo o que envolve as mudanças na globalização das economias, dado que a mobilidade

dos quadros qualificados está intimamente relacionada com a questão das empresas

transnacionais.

A “fuga de cérebros” é uma problemática académica, política e social, pois a

migração e a mobilidade espelham as dificuldades do país de origem em fixar/atrair a

sua população, originando várias consequências económicas e sociais negativas para o

mesmo. Os autores citam Peixoto (1999) e Salt (2011), na página 66, mencionando que,

deste modo, originou-se um debate acerca dos “ganhos” e “perdas” em vários níveis

para os países de origem, pois este fluxo corresponde, também, a uma transmissão de

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Fontes de Informação Sociológica Desemprego e População Qualificada

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padrões culturais/modos de vida, os quais necessariamente se associam a um saudável

“exercício de cidadania”.

3. Algumas questões de identidade e os palcos discursivos

As mobilidades qualificadas exercem uma posição contraditória na construção

da imagem de um país e de um povo, devido a diversos fatores. Se por um lado existe

uma facilidade de circulação de informação, por via das redes sociais e

telecomunicações, por outro, existe uma débil imagem de si no estrangeiro, associada ao

“desprestígio”, uma vez que os seus recursos humanos qualificados dão preferência a

outros países, deslocando-se para eles e abandonando o seu país de origem.

No entanto, é de notar que depois do reconhecimento desses mesmos recursos

humanos qualificados noutros países (o que não é certo em Portugal) surgem dúvidas

acerca das identidades nacionais: se é entendido como algo positivo para a imagem

nacional (por exemplo, espelhado na maneira como os media referem o trabalho desses

profissionais) ou como algo negativo (igualmente reflexo da forma com os mass media

abordam o facto de esses profissionais altamente qualificados não permanecerem em

Portugal).

Segundo os autores, a má imagem de Portugal no contexto internacional está

relacionada a um cenário de falta de condições de vida, desvalorizado pelo Estado,

sendo utilizada como ponto de referência para o discurso mediático e político realizado

ao longo do tempo.

A mobilidade de recursos humanos qualificados é alvo de uma luta político-

ideológica dividida em dois argumentos, nos quais a teoria sobre este fenómeno se

baseia: um, a carga negativa da classificação “fuga de cérebros” e a perda presente e

futura desses profissionais do país a vários níveis (essencialmente técnico); outro, a

enfatização de aspetos positivos para a mobilidade bem como a sua relevância para o

contexto da internacionalização de Portugal, desvalorizando o termo “fuga de cérebros”.

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4. Nota metodológica

Os meios de comunicação refletem e constroem o fenómeno da mobilidade

portuguesa, procurando interligá-lo com a problemática da fuga de cérebros, assumindo,

assim, uma extrema influência na informação que nos é transmitida diariamente.

5. Os media e os profissionais altamente qualificados: cruzamentos discursivos

Os autores do texto mencionam Carvalho (2007), Cádima e Figueiredo (2003), na

página 68, os quais referem que os estudos sobre emigrantes se centram nos com menor

qualificação, nos contextos em que estão inseridos e se são alvo de discriminação. Não

existem estudos nem análises críticas discursivas, que nos permitam saber a forma como

os emigrantes qualificados são descritos pelos media dos países de origem ou de

acolhimento. É de realçar que não existem estudos relativos à população portuguesa que

reside noutros países, orientados para a dificuldade desses indivíduos na construção da

sua identidade a nível social e individual. As reportagens transmitem essencialmente a

ideia de Portugal como país desenvolvido e com potenciais procurados por outros

países, variando dependentemente dos diferentes meios de comunicação. Transmite-se,

ainda, a ideia, de que essa fuga de cérebros é penosa para o país.

Tal como é referido pelos autores neste ponto, segundo Foucault (1999), na página

70, “a produção do discurso é ao mesmo tempo controlada, selecionada, organizada e

redistributiva por um certo número de procedimentos que têm por função esconjurar os

seus poderes e perigos”. Emília Araújo e Filipe Ferreira citam ainda na página 70 Van

Dijk (1998), referindo que o discurso efetuado pelos massmedia pode assumir também

um caráter orientador, na medida em que conduz a que o público a quem se dirige se

interesse e até mesmo acredite no que é transmitido.

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6. Panorama: media estrangeiros

O tema da “Fuga de cérebros” de Portugal é bastante frequente nos meios de

comunicação internacionais (especialmente entre 2010 e 2012). Acerca deste tema,

aqueles referem que este fenómeno está interligado com um conjunto de fatores, entre

os quais, a relação entre as políticas de austeridade e o desemprego-emigração e a ida de

profissionais qualificados para as nossas ex-colónias, sendo estas uma fonte de

oportunidades.

Uma reportagem da BBC News, “Portugal’sjoblessgraduatesflee to Africa

andBrazil” (ASH, Lucy, 1 de Setembrode 2011, BBC News) acrescenta que muitos

desses profissionais referidos anteriormente não pretendem regressar ao seu país de

origem motivados pela crescente dinamização dos países de destino bem como pelas

suas altas qualificações.

7. Panorama: media portugueses

Os mass media portugueses fazem uma abordagem do tema “fuga de cérebros” de

Portugal para o estrangeiro bastante antagónica relativamente aos massmedia

estrangeiros: dão especial relevância às vantagens da mobilidade internacional dos

profissionais altamente qualificados. É ainda observável que as notícias nas quais está

patente o termo “fuga de cérebros” são, em grande parte, fundamentadas em posições de

entidades políticas.

Conclusão

Dadas as circunstâncias passadas e presentes, com as quais Portugal se depara,

associadas à falta de meios para a permanência dos seus quadros profissionais

qualificados, os conceitos “fuga de cérebros” e “mobilidade” tornam-se cada vez mais

dissociáveis.

O papel dos mass media nesta problemática é fulcral, pois apresentam-nos

diariamente, através de meios informativos, como a conjuntura de crise afeta os

processos migratórios, intensificando-os. A comunicação mediática adquire um papel de

versatilidade e dualidade: censura as políticas estipuladas pelo governo, ao mesmo

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tempo que funciona como veículo desses mesmos órgãos governativos, através do

incentivo dos profissionais qualificados à saída do seu país de origem. Deste modo, os

jornalistas adquirem um papel complexo ao transmitem a sua mensagem,

escrupulosamente direcionada e conformadora.

O problema acrescido ao fenómeno abordado ao longo do capítulo assenta no

problema de muitos dos “cérebros” que saem do país de origem, em busca de melhores

condições de vida a curto e a longo prazo e oportunidades de trabalho, não tencionarem

regressar e desenvolver o seu país natal. É notável que o termo “mobilidade” é rodeado

de uma certa polémica, dado que espelha as dificuldades com as quais os países de

origem se deparam, desmotivando os jovens a permanecer nos mesmos, sendo sinal de

debilidade.

É um facto que a abolição de fronteiras (espaço europeu) e a própria

globalização da sociedade abriram portas à caracterização destas saídas de quadros

altamente qualificados como um fenómeno de mobilidade. Deste modo, a

internacionalização dos mercados de trabalho causa um certo orgulho pelo conceito

“migração permanente”. Em suma, os autores citam Peixoto (1999) na página 77,

referindo que, os profissionais não só se deslocam motivados pela procura de melhores

condições, como também o fazem no seio das empresas cada vez mais

internacionalizadas e com várias filiais.

Para concluir, é de salientar que o efeito dos mass media, na projeção da fuga de

cérebros, é bastante divergente no que diz respeito aos discursos mediáticos

internacionais e nacionais.

Pontos fracos e fortes do texto:

Na minha opinião, o texto é bastante pertinente dada a sua atualidade e

importância, mediante o contexto politico atual e os autores focam os aspetos fulcrais

que envolvem a problemática, sendo bastante claros e coerentes no seu discurso. No

entanto, a discussão adquire um caráter extenso e repetitivo, dada a quantidade de

informação mencionada, o que poderá, pelo contrário, constituir uma vertente positiva

do texto, pois baseia-se em estudos concretos. Considero, assim, que o texto foi

importante para a minha aprendizagem.

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Descrição detalhada da pesquisa

Para a realização deste trabalho utilizei como recurso, essencialmente, uma tese

de doutoramento e a internet, na qual encontrei vários artigos eletrónicos de jornais e

um artigo de uma Revista Crítica de Ciências Socias que considerei bastante pertinentes

para o tema em questão, assim como recorri a gráficos provenientes do INE e do

PORDATA.

A Tese de doutoramento em Sociologia, à qual me socorri para a elaboração

deste trabalho, utilizei-a em formato de papel através da requisição da mesma na

Biblioteca da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra e foi-me bastante

útil, visto que, através dela, consegui expor quais os motivos que estão na origem do

desemprego, reportando entrevistas exploradas pelo autor em questão, o que facilitou a

sua compreensão através de testemunhos verídicos.

O recurso ao site do Instituo Nacional de Estatística e do PORDATA serviram

como explicitação de dados concretos, referentes a Taxas de Desemprego e sua

evolução associando, até, grupos etários. Também recorri a um artigo que encontrei na

internet, o qual citava gráficos referentes à emigração portuguesa oriundos do INE e,

desse modo, utilizei-os como recurso.

Da internet também retirei, igualmente, um conjunto de artigos de jornais que

considerei bons informadores sobre o tema em análise. Recorri ao Jornal de Negócios e

ao Expresso em versão eletrónica.

Finalmente, após este processo de pesquisa iniciei a filtragem da informação,

tendo em conta a fiabilidade da informação oriunda da Internet, dado que, esta é um

universo bastante vasto em que nem tudo deve ser de igual modo aproveitado.

Durante a realização do trabalho fui estruturando o mesmo em função dos

recursos que mencionei anteriormente, tentando recorrer, igualmente, a conhecimentos

adquiridos por mim ao longo do meu processo de aprendizagem escolar até ao ponto em

que me encontro, bem como à cultura geral, quer pela leitura e visualização de noticias,

quer por simples análise à perspetiva do senso comum que ouvimos diariamente sobre

este tema e que certamente qualquer jovem, hoje em dia, sente necessidade de se manter

informado.

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Avaliação da página da Internet

Para a avaliação da página da internet selecionei o site do INE, Instituto

Nacional de Estatística (Estatísticas de Portugal). Na base da minha escolha encontra-se

o facto de o mesmo ter sido utilizado neste trabalho como recurso a dados estatísticos

adequados ao assunto, tendo, assim, a ver diretamente com o trabalho.

Quanto ao seu alcance considero que é um site que se dirige a um público

generalizado, sendo a linguagem adequada e simples, para facilitar a pesquisa.

No que diz respeito à sua amplitude abrange vários temas, mais concretamente,

analisa vários indicadores e fornece diferentes dados estatísticos acerca deles.

A nível da profundidade que este adquire, na minha opinião, não é muito

aprofundado no que diz respeito a informação mais vasta, ou seja, é pertinente quando

queremos encontrar valores estatísticos fiáveis, mas quando queremos encontrar

informação em texto não é tão alargado nesse aspeto.

Quanto ao período de tempo que o site cobre, considero que é suficiente para o

tipo de trabalho a realizar, pois fornece dados até ao ano em que estamos atualmente,

bem como acerca de anos mais passados.

A nível do formato da página, ajusta-se a todos os tipos de ecrãs.

No que diz respeito à integridade da informação, este site é, sem dúvida, de

carácter informativo, pois como já referi é um site de estatísticas.

A página é fidedigna utilizando as suas próprias fontes. Todos os dados nele

fornecidos são fruto de estudos do próprio instituto o que confere um elevado grau de

credibilidade ao mesmo. Deste modo, o site é da autoria do Instituto Nacional de

Estatísticas.

O sitetem um elevado grau de atualização, visto que, mês após mês, os valores

de taxas e indicadores alteram-se e são necessários ser estudados. Na minha opinião,

este adquire uma singularidade própria, pois tem pormenores gráficos, o que o torna

diferente de todos os outros deste género. Considero que o desenho gráfico da página é

bom, visto que, contém cores discretas.

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Para a avaliação de uma página da internet, há que ter em conta o critério da

amigabilidade. Nesse aspeto, o site disponibiliza ao seu público um mapa, o que facilita

a navegação no mesmo.

A página não nos obriga a pagar qualquer tipo de preço ou a associar-nos a ela

através de um registo, para o grau de qualidade que nos oferece.

Por fim, verifico que o conteúdo da página está bem redigido e o português

utilizado é correto.

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Conclusão

Ao realizar este trabalho alarguei os meus conhecimentos acerca do desemprego, mais

precisamente o qualificado. Na minha perspetiva é muito importante que sejam salientadas as

repercussões desta problemática, por mais que diariamente este assunto seja abordado. A

emigração, sem dúvida, constitui um dos maiores dilemas da atualidade, no entanto, não é

uma novidade em Portugal, pois já aconteceu no passado. Apesar disso, é necessário salientar

que esta nova vaga migratória é em grande parte qualificada, já para não falar de bastante

jovem.

São várias as causas do desemprego e é necessário enquadrá-las no contexto de crise

económica e financeira que Portugal atravessa atualmente e que se vem a manifestar ao longo

dos anos. Com este trabalho apercebi-me que, muitas das vezes, são as mulheres as mais

afetadas no mercado de trabalho.

Este trabalho transmite uma generalizada perceção de como se encontra o nosso País e

não só, já que é de notar que toda a Europa atravessa uma grave crise, ou seja, o desemprego

não é apenas um problema nacional. Passou a ser uma preocupação de todos, hoje em dia.

Em suma, faço um balanço positivo deste trabalho pelo que me proporcionou a nível

de conhecimentos mais alargados e acrescento que é necessário que as pessoas não se sintam

conformadas, principalmente os jovens, pois a vontade de mudança dos cidadãos, apesar de

não ser suficiente, constitui um grande passo para superação deste problema.

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Fontes de Informação Sociológica Desemprego e População Qualificada

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em 20 de Novembro de 2013, disponível em

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gem)-553>.

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desemprego”. Expresso, 5 de Novembro de 2013. Acedido em 17 de Novembro de 2013,

disponível em <http://expresso.sapo.pt/comissao-europeia-duvida-da-durabilidade-da-

reducao-do-desemprego=f839379 >.

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Anexo A

Página da Internet avaliada:

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Anexo B

Texto de Suporte da Ficha de Leitura:

Araújo, Emília e Ferreira Filipe (2013), "A «fuga de cérebros»: um

discursomultidimensional" in E. Araújo; M. Fontes e S. Bento, Para um debate sobre

amobilidade e Fuga de cérebros. Braga, Centro de estudos de Comunicação e Sociedade,58-

82.