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7/29/2019 DESENHO NO SCULO XXI - NO ESGOTAMENTO TCNICO, AS RE-SIGNIFICAES
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19 Encontro da Associao Nacional de Pesquisadores em Artes Plsticas
Entre Territrios 20 a 25/09/2010 Cachoeira Bahia Brasil
DESENHO NO SCULO XXI:NO ESGOTAMENTO TCNICO, AS RE-SIGNIFICAES
Joedy Luciana Barros Marins BamonteDARG FAAC/UNESP
RESUMO:
O presente trabalho aborda a questo da representao atravs do desenho e de suaconceituao no sculo XXI. Resulta de pesquisa em andamento pela autora que aborda adiversidade interpretativa da linguagem decorrente de convenes adotadas, mtodos etcnicas vinculados ao pensamento e ao desenvolvimento tecnolgico nos diferentes
perodos histricos. Investiga-se o estudo do conceito de desenho em favor dessas vises equal sua relao como um dos pilares das artes visuais no decorrer dos tempos. Destaforma, busca a compreenso dessa linguagem frente s complexidades estilsticas atuaisnas artes visuais, destacando-se o contexto na universidade. Nos procedimentos variados eelementos constitutivos da obra procura as re-significaes que afirmam o desenho comoessncia permevel transformao humana.
Palavras-chave: desenho; conceito; sculo XXI
ABSTRACT:
The present work approaches the representation through drawing and its concept in the 21stcentury. It results from an ongoing research conducted by this author in which it is studiedthe interpretative diversity of the language derived from adopted conventions, methods andtechniques linked to the thought and technological development in the different historicalperiods. The concept of how drawing was developed according to those views and its role asone of the pillars of visual arts are investigated. Therefore the comprehension of thislanguage through the current stylistic complexities in the visual arts, mainly in the universitycontext, is sought. The re-meanings which assert the drawing as a permeable essence to thehuman transformation are analyzed through the procedures and constitutive elements of thiswork.
Key words: drawing, concept, 21stCentury
1. Introduo
Apesar do desenho no mundo ocidental tender racionalidade enraizada no
pensamento greco-romano, no mundo oriental vemos um desenho que prioriza a
liberdade de expresso. Enquanto o desenho ocidental foi desenvolvido em favor do
pensamento matemtico e da geometria descritiva, o desenho oriental buscou outras
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possibilidades de registro da realidade, interpretaes que distinguiam das buscadas
pelo ocidente para a representao do universo tridimensional.
Desde a Antiguidade Clssica os gregos inseriram propores geomtricas parabuscar o ideal de beleza e transmitiram a toda cultura ocidental seus conhecimentos
matemticos para a arte, cabendo a esse fato a influncia preponderante para que
se procure nas obras o pensamento lgico, a identificao do tema trabalhado
conforme os padres exatos previstos pelas leis da perspectiva. O escoro estudado
pelos gregos na Antiguidade deu incio ao que os renascentistas, ao investigarem as
escavaes arqueolgicas nos sculos XV e XVI, utilizaram para formular a
estrutura para as tcnicas ensinadas para o desenho nas academias desde esse
perodo.
Apesar da influncia preponderante da viso greco-romana no Ocidente, a Histria
da Arte registrou a presena da expresso materializando novas vises da natureza
em obras contextualizadas nas mais variadas culturas.
Atravs do desenho, novos estilos e procedimentos podem ser observados nos
diversos perodos, estendendo-se possibilidades de interpretao e conceitos. Nas
variadas formas de se fazer, trabalhar, realizar o desenho, investiga-se no somente
sua existncia como tambm sua aparncia tanto na produo do objeto artstico
quanto nos mtodos de ensino. Entretanto, independente dos procedimentos
aplicados para se efetuar a obra, o fato que estes sempre foram meios para se
alcanar um objetivo maior: a essncia da mensagem da obra de arte. Qualquer
tentativa de conceituao do desenho no sculo XXI deve estar pautada no fato de
que tcnicas e mtodos so ferramentas para se aguar os sentidos a captarem
informaes, sensibilizar o indivduo para que transforme aquilo que percebe, que
capta, em interpretaes de seu mundo exterior e interior. Torna-se importante
cuidar para a compreenso da linguagem no tenha como foco essas ferramentas e
mtodos, mas sim uma leitura destas como canais para se expressar fisicamente
uma idia atravs da imagem no-verbal.
Com base nessas consideraes, procurou-se, na investigao junto aos mtodos
de trabalho aplicados com alunos do curso de Educao Artstica e no grupo deestudos coordenado pela autora, GRAVA Grupo de Estudos em Artes Visuais e
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Audiovisuais, o exerccio do processo criativo em diferentes dimenses e usos de
materiais e mtodos. Em ambos os casos, a autora procura dar continuidade s
pesquisas que desenvolve tanto em nvel terico quanto prtico.
A pesquisa foi iniciada em funo do conceito de desenho ao perceber as
dificuldades existentes para se incentivar a produo visual na disciplina e no grupo
de estudos e se proceder a leitura da produo contempornea.
O contraste existente entre a as obras atuais e o exerccio tcnico das academias de
arte representa uma das maiores dificuldades para se trabalhar a produo plstica
com artistas em formao (graduao). H um abismo entre a liberdade de
expresso buscada nos mtodos contemporneos e as tcnicas acadmicas que
trabalham o desenho. Permanecer somente em um desses extremos negar-se a
alcanar a amplitude da linguagem.
Em um perodo em que o exerccio da tcnica se torna o exerccio conceitual, a
explorao de mtodos diversos em desenho representa a explorao da
flexibilidade e da extenso entre fronteiras, de maneira que nessa dinmica a prpria
essncia da arte seja beneficiada.
2. Consideraes sobre o Desenho no Sculo XXI: mtodos de trabalho
Aps vinte anos de contato com o ensino do desenho, observa-se o compromisso
com a realidade, aparncias relacionadas a uma determinada forma de
representao. Para se trabalhar contedos na disciplina o docente sempre se
depara com questes voltadas viso que se tem da disciplina, da linguagem.
Ao se fazer propostas para a prtica do desenho vises dspares so encontradas,
decorrentes de expectativas vinculadas ao repertrio de cada indivduo. No grupo,
obtm-se respostas diferentes ao se aplicar os mtodos de trabalho e o docente ou
coordenador do grupo necessita estar atento a esse contexto para que as propostas
se adequem constantemente em favor de um despertar para a arte. Ao considerar
as diferenas e integr-las em suas estratgias de trabalho, o processo de
autoconhecimento priorizado.
Salienta-se que o desenho precisa ser apresentado como uma grafia, uma
interpretao de mundo, aberta a infinitas possibilidades, materiais e suportes e
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sujeita ao olhar de seu autor. Entretanto, o profissional em formao precisa
conhecer e dominar todas as possibilidades de tcnicas existentes para que formule
a sua prpria, medida que sujeita esse domnio s suas necessidades
expressivas. Dessa forma, sua leitura e interpretao de mundo dirigiro os
aspectos materiais que ter sua frente. Aspectos imateriais dirigem os materiais e
no o contrrio. E isso inclui no somente as ferramentas, como tambm os
mtodos abordados.
Considerando-se a importncia da criatividade para que o desenho seja um suporte
para a impresso de vises originais e inovadoras da realidade, destaca-se as
investigaes feitas em torno do funcionamento dos dois hemisfrios cerebrais.
Aplicado em procedimentos para o desenvolvimento do desenho por pela Betty
Edwards em Desenhando com o Lado Direito do Crebro, a teoria estruturada na
necessidade de se aplicar tcnicas que beneficiem o uso das caractersticas
encontradas no lbulo direito, j que h uma predominncia das caractersticas
encontradas no lbulo esquerdo dentro do pensamento ocidental.
De acordo com Solange Weschsler, em sua obra Criatividade: Descobrindo e
Encorajando (1993), observa-se a importncia de ambos hemisfrios para que asoperaes mentais sejam processadas de maneira mais completa, principalmente
no que diz respeito criatividade, conforme citao abaixo:
Os resultados de vrias pesquisas (McCallum & Glynn, 1979; Katz, 1978;Torrance e Mourad, 1979, etc.) vieram questionar a noo de que opensamento criativo s se daria no hemisfrio direito e confirmam queexiste o envolvimento dos dois hemisfrios cerebrais na criatividade. Nasetapas iniciais de resoluo de um problema, o hemisfrio direito apresentapapel primordial no que se refere a intuir solues originais de problemas,
ser fluente e flexvel nas idias, sendo a aprendizagem criativa realizadaatravs de ao, explorao, manipulao ou questionamentos. Nas etapasposteriores, o hemisfrio esquerdo se caracteriza, essencialmente, pelaanlise detalhista dos fatos e das solues encontradas, comparando-as,analisando-as, testando-as, modificando-as e criticando-as para obterresultados finais.
Ao destacar a importncia da teoria citada e priorizar as dinmicas de trabalho que
favoream o desenho dentro de um processo contnuo de percepo e interpretao
original da realidade, considerou-se para os procedimentos de trabalho em sala de
aula, uma abordagem metodolgica que contemplasse as caractersticas presentes
nos dois hemisfrios, aplicando-se, por conseguinte, mais de uma abordagem do
desenho.
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3. Desenhar: entre o conceito e contexto
Inicialmente, a proposta feita aos alunos parte do princpio que os alunos esto mais
habituados a operaes mentais lgicas, decorrentes do processo de codificao domtodo ocidental de aprendizagem e por isso o primeiro mtodo apresentado est
pautado na geometria descritiva. A tcnica proposta de maneira a se alcanar a
compreenso das ferramentas que se tem disposio quando se utiliza as leis
matemticas. No entanto, ao mesmo tempo em que se exercita o desenho nesse
mtodo tambm enfatizado para o aluno que deve acreditar no que seus sentidos
captam e que a tcnica deve servir somente como um instrumento de aferio para
se alcanar seus objetivos.
Essa primeira fase trabalhada com os alunos constitui 25% do total dos contedos
trabalhados. Nela os alunos devem enxergar uma das formas de registro e
investigao grficos. Desta forma, a proposta feita para que explore as
possibilidades para encontrar seu prprio desenho, apropriando-se dos recursos que
lhe so oferecidos. Ele coordenar no futuro o que lhe ser til para registrar sua
interpretao de mundo, medida que encontrar sua prpria grafia, seu prprio
trao e de que maneira seu repertrio compatvel com as linguagens de artevisuais e plsticas.
O percurso a ser explorado pelo aluno constantemente chamado de pesquisa,
processo criativo. Torna-se importante despertar no aluno e no artista a curiosidade
sobre seu objeto de estudo, a apropriao do tema que est sua frente. Para isso,
os sentidos so destacados como as nicas cinco portas de acesso ao
conhecimento, aptos a absorver e enviar novas informaes ao crebro. Nas
palavras de Merleau-Ponty: Na construo de um objeto est implcita a captura de
uma forma que revela um ato constitutivo do pensamento e da percepo.
(Merleau-Ponty, 1975)
Atravs do exerccio da observao o olhar se estende ao outro, sensibilizao.
Da mesma forma que ocorre com os materiais, as tcnicas so disponibilizadas ao
artista como ferramentas para solucionar seus problemas e materializar suas idias.
Ao serem experimentadas no chegam a ser determinantes ao ponto de escravizarquem as usa, mas para isso devem ser vistas sempre como opes disposio da
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mente. Nesse aspecto, todo processo de estudo de um artista at alcanar seu estilo
pode ser lido como a Preparao dentro das fases lgicas do processo criativo1,
uma fase preparatria, na qual se indaga, ouvem-se sugestes, discute-se e se
explora, permitindo mente perambular para desembocar na problemtica a
resolver, segundo o terico e artista plstico Jlio Plaza (1998).
Para que o aluno no se prenda a tcnicas como solues lgicas apenas, os
procedimentos so apresentados de modo a intercalar formas para se chegar aos
resultados. Se em um primeiro instante encorajado a utilizar as leis da perspectiva,
em um segundo momento encorajado a desenhar de maneiras no convencionais,
como as utilizadas no mtodo de Betty Edwards para se trabalhar o exerccio da
transio entre a modalidade esquerda para a direita. Ao utilizar a mo com a qual
no est acostumado a desenhar ou realizando um desenho cego, sem olhar para o
papel, a ludicidade vinculada proposta, favorecendo a abertura experincia
sem uma cobrana excessiva de resultados. Assim, verifica que sua percepo
responsvel por um desenho mais sincero e menos tenso.
Gradativamente a tcnica d lugar percepo, convidando o olhar e os demais
sentidos a participarem. Se as tcnicas iniciais lhe do segurana racional, osensorial lhe d a convico da experincia. Para uma compreenso melhor disso,
sero apresentadas a seguir duas propostas desenvolvidas com os graduandos em
Artes Plsticas (UNESP, campus de Bauru-SP).
3. Duas Propostas
3.1. Bolsas: Uma srie aparentemente repetitiva
Uma das maneiras utilizadas para se trabalhar os contedos citados foi denominada
Srie Bolsas. Partindo de algo familiar, pessoal e corriqueiro para os alunos,
props-se uma produo de sete trabalhos a serem realizados com sete materiais
diferentes. Sem priorizar a tcnica, props-se a utilizao de materiais e suportes
acessveis financeiramente para que no se despertasse no aluno o medo de
desperdiar e, consequentemente, aguar o medo de errar. O fato de no se
enfatizar a tcnica justifica-se pela busca de uma liberdade maior para que o aluno
afinasse seu olhar e exercitasse o desprendimento de tcnicas pr-concebidas,
buscando a sua prpria.
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Enquanto esse exerccio foi visto pelo aluno como uma repetio simplesmente,
representando momentos de cansao. Entretanto, o que significa para a bailarina os
momentos constantes de alongamento para se alcanar a flexibilidade necessria
para se expressar? O que pode possibilitar o virtuosismo no pianista seno horas
incessantes de exerccio sobre seu instrumento musical? Desses exerccios nascem
a expresso artstica, do conhecimento e experimentao do instrumento de
trabalho advm a maturidade e a apropriao do fazer, originando a convico do
ser. O que o artista faz deriva do que ele e vice-versa.
Props-se o desenvolvimento da srie da seguinte forma: todos os desenhos
deveriam ser feitos a partir da observao do objeto sobre papel A3. Os materiais a
serem utilizados sem compromisso com tcnicas puristas, exceto o primeiro, que
deveria buscar a maior preciso possvel atravs do grafite sobre o papel sulfite A3.
O segundo trabalho deveria ser produzido em carvo, de maneira que o aluno
pudesse ter mais liberdade, com traos menos minuciosos que no primeiro trabalho.
A terceira proposta foi desenvolvida em giz de cera. A quarta, em caneta
hidrogrfica utilizada pela mo que o aluno menos utiliza. A quinta etapa da srie foi
composta em caneta esferogrfica, a sexta em nanquim e a stima em guache.
Ao se propor essa srie, os objetivos a serem alcanados priorizavam o
distanciamento da tcnica a partir da repetio e da incorporao sensorial e
emocional de um objeto pessoal. O fato de se apresentar materiais simples e que os
alunos ainda no dominavam tecnicamente dentro de uma viso purista, acadmica,
tambm foi planejado para que a intuio fosse beneficiada ao se desenhar. A
maioria dos alunos no percebeu a transio ocorrida do primeiro para o ltimo
trabalho, j que o elemento destacado por eles foi o cansao, entretanto, aoobservarem no conjunto dos trabalhos os resultados obtidos, valorizaram a
produo, mesmo ao enfatizar o trabalho do colega.
A seguir foram colocadas as imagens de dois trabalhos de uma aluna,
respectivamente o primeiro e o ltimo da srie. Nesses, pode-se observar o
contraste existente na composio, salientando-se o fato de que a aluna afirmou
sentir-se liberta para recriar sua mochila no ltimo, realizado em guache.
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Figura 1: Bolsa 1, Patrcia Rodrigues Breda, 297 x 420 cm, grafite sobre papel.
Figura 2: Bolsa 7, Patrcia Rodrigues Breda, 297 x 420 cm, guache sobre papel.
3.2. Microcosmos e Macrocosmo: universos pessoais
A segunda srie proposta aos alunos foi efetuada para que exercitassem o olhar de
uma maneira nova, buscando universos no quotidiano. Permitiu-se que cmeras
fotogrficas fossem utilizadas para a captao de imagens, as quais seriam
investigadas e trabalhadas posteriormente. A imagem digitalizada foi destacada
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como um recorte e desenho iniciais, como procedimentos intrnsecos ao processo
constitutivo da obra grfica. Ao faz-la, o olho j estava construindo um universo,
uma idia a ser revelada. Dentro desse contexto, cita-se um texto de Edith Derdyk,
ao falar da natureza do ato criador, em sua obra Linha do Horizonte: por uma
potica do ato criador (2001, p.25):
Estado de suspenso: recortes e inseres no tempo e no espao onde
algo se diferencia. o toque que subtrai, multiplica, soma, divide, aglutina,
justape, sintetiza, nega, afirma, sinaliza; o toque que lembra, esquece,
projeta, imagina, observa; o toque que lembra, esquece, projeta, imagina,
observa; o toque que esculpe, modela, compes, escreve, inscrevendo
nossas vivncias cotidianas em outros vetores de significao.
Nesses trabalhos, pode-se observar momentos de surpresa durante a elaborao,
ao transporem as imagens para outra linguagem. Para tanto,utilizou-se o lpis
aquarelvel sobre papel A3 e A2, gramatura 200g/m. Houve um empenho maior em
funo da apropriao da criao que envolveu o sentimento da autoria, da
redescoberta.
A partir da figurao, os alunos fizeram o recorte para um universo prprio e nesse
universo caminharam rumo a uma abstrao. Durante a produo dos dois trabalhos
j foi possvel verificar a contemplao do que faziam, mesmo em momentos de
execuo meticulosa, como ocorreu em vrios casos. Nesses momentos, viu-se o
empenho da execuo para se finalizar algo que traz prazer ao criador.
Para a visualizao de parte desse processo, a seguir dois trabalhos digitalizados
so apresentados. O primeiro foi realizado visando o Microcosmos a partir de um
brinquedo e o segundo, visando o Macrocosmos em um universo descoberto emmeio vegetao presente na universidade. Ambos representam recortes de objetos
e paisagens vivenciadas por cada uma das alunas em seu dia a dia, como previu a
proposta.
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Figura 3: Microcosmos, Raisa Ariane Bonani, 297 x 420 cm, lpis aquarelvel sobre papel.
Figura 4: Macrocosmos, Estefnia Paula Panegossi, 297 x 420 cm, lpis aquarelvel sobre papel.
Consideraes Finais
Dentro do contexto apresentado, estudou-se contedos referentes expectativa de
produo e leitura do desenho como linguagem. Procurando-se incentivar o fazer
artstico atravs do registro grfico houve uma preocupao em se aproximar a
realidade do aluno ingressante na universidade, enquanto artista/ profissional emformao, das infinitas possibilidades de interpretao que o desenho artstico lhe
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concede. Ao explorar tcnicas de maneira intuitiva e, por isso, original, destacou-se
a criatividade e a expressividade sem ignorar a importncia do olhar sobre a
realidade. Dentro dessa viso, d-se continuidade para o estudo da re-significao
do desenho dentro de um caminho que o liberte, transcenda-o, em favor da idia,
mesmo que isso signifique o esgotamento da explorao tcnica.
1 Para autores que estudam o processo criativo como George Kneller, Abraham Moles ou Jlio Plaza, entreoutros, o processo criativo descrito em fases, as fases lgicas do processo criativo. Para Jlio Plaza, esseprocesso passa por seis fases: Apreenso (da idia a ser realizada ou do problema a ser resolvido); Preparao(documentao ou assimilao do conhecido); Incubao (fase inconsciente para que haja conexes para ofechamento da idia); Iluminao (estgio no qual o criador encontra a soluo do problema); Verificao(realizao, materializao da idia); Comunicao (insero da criao no social).
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Joedy Luciana Barros Marins Bamonte
Graduada em Educao Artstica pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (1991); Mestreem Comunicao e Poticas Visuais pela UNESP (1998); Doutora em Cincias daComunicao (rea: Comunicao e Esttica do Audiovisual/ Linha: Sistemas deSignificao em Imagem e Som) pela USP - ECA (2004). Professora Assistente Doutora emRDIDP da FAAC-UNESP/ Bauru. e-mail: [email protected]