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CURSOS TÉCNICOS “Desenho Técnico” CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL “JOSÉ FAGUNDES NETTO”

Desenho Técnico - 95 PAG

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CURSOS TÉCNICOS

“Desenho Técnico”

CENTRO DE FORMAÇÃO PROFISSIONAL “JOSÉ FAGUNDES NETTO”

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Presidente da FIEMG Robson Braga de Andrade Gestor do SENAI Petrônio Machado Zica

Diretor Regional do SENAI e Superintendente de Conhecimento e Tecnologia Alexandre Magno Leão dos Santos Gerente de Educação e Tecnologia Edmar Fernando de Alcântara Elaboração

SENAI – CFP - JFN

Unidade Operacional SENAI – CFP - JFN

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Sumário 1. Introdução................................................................................................. 05

2. Linhas....................................................................................................... 11

3. Projeção Ortogonal................................................................................... 15

4. Dimensionamento e Simbologia.............................................................. 27

5. Escalas..................................................................................................... 31

6.Corte e Seções......................................................................................... 34

7.Perspectivas............................................................................................. 50

8. Representação dos Elementos de Máquinas ......................................... 56

9. Tolerância................................................................................................. 81

10. Estado de Superfície.............................................................................. 87

11. Conjuntos Mecânicos e Vistas Explodidas............................................. 90

12. Referências Bibliográficas...................................................................... 95

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Curso Técnico de Mecânica 4

Apresentação

“Muda a forma de trabalhar, agir, sentir, pensar na chamada sociedade do

conhecimento. “ Peter Drucker

O ingresso na sociedade da informação exige mudanças profundas em todos os perfis profissionais, especialmente naqueles diretamente envolvidos na produção, coleta, disseminação e uso da informação. O SENAI, maior rede privada de educação profissional do país,sabe disso , e ,consciente do seu papel formativo , educa o trabalhador sob a égide do conceito da competência:” formar o profissional com responsabilidade no processo produtivo, com iniciativa na resolução de problemas, com conhecimentos técnicos aprofundados, flexibilidade e criatividade, empreendedorismo e consciência da necessidade de educação continuada.” Vivemos numa sociedade da informação. O conhecimento , na sua área tecnológica, amplia-se e se multiplica a cada dia. Uma constante atualização se faz necessária. Para o SENAI, cuidar do seu acervo bibliográfico, da sua infovia, da conexão de suas escolas à rede mundial de informações – internet- é tão importante quanto zelar pela produção de material didático. Isto porque, nos embates diários,instrutores e alunos , nas diversas oficinas e laboratórios do SENAI, fazem com que as informações, contidas nos materiais didáticos, tomem sentido e se concretizem em múltiplos conhecimentos. O SENAI deseja , por meio dos diversos materiais didáticos, aguçar a sua curiosidade, responder às suas demandas de informações e construir links entre os diversos conhecimentos, tão importantes para sua formação continuada !

Gerência de Educação e Tecnologia

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Curso Técnico de Mecânica 5

1- INTRODUÇÃO Importância do Desenho Técnico

Quando vamos executar uma determinada peça no laboratório de

nossa escola ou na indústria, necessitamos receber todas as informações e

dados sobre a mesma. Estas informações poderiam ser apresentadas de

várias formas, tais como:

Descrição verbal da peça (produto):

Fotografia da peça (produto);

Modelo da peça (produto);

Desenho técnico da peça (produto).

Se analisarmos cada uma destas formas, veremos que nem todas

proporcionam as informações indispensáveis para a execução da peça, senão,

vejamos:

1.Uma descrição verbal não é o bastante para transmitir as idéias de forma e

dimensões de uma peça, mesmo que ela não seja muito complicada. Se

experimentarmos descrever, usando somente o recurso da palavra, um objeto,

de maneira que outra pessoa o execute, concluiremos que isto é praticamente

impossível.

2. A fotografia transmite relativamente bem a idéia da parte exterior da peça,

mas não mostra seus detalhes internos e nem suas dimensões. Logo, a

fotografia também não resolve o nosso problema.

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Curso Técnico de Mecânica 6

3.O modelo resolve, até certo ponto, alguns problemas. Nem todos, porém. Por

exemplo, se tivéssemos que transportar uma peça de grande porte, para

reproduzi-la pelo modelo... . Além disso, a peça pode estar sendo "projetada”,

não existindo ainda, um modelo da mesma. E finalmente o modelo pode conter

erros de dimensões.

4.O Desenho Técnico (executado de forma correta) pode transmitir, com

clareza, precisão e de maneira simples. todas as idéias de forma e dimensões

de uma peça. Além disso, há uma série de outras informações necessárias que

somente o desenho pode dar, tais como: O material de que é feita a peça, os

acabamentos de suas superfícies, as tolerâncias de suas medidas, etc.

Portanto, o conhecimento de Desenho Técnico é indispensável a

todos aqueles que necessitam executar tarefas que sejam de usinagem (ou

montagem) mecânica, marcenaria, eletricidade, arquitetura, etc.

O Desenho Técnico é usado na industria pelos engenheiros,

projetistas, desenhistas, mestres e operários qualificados, como uma

linguagem técnica universal, pela qual se expressam e registram idéias e

dados para a construção de móveis, máquinas, edificações, sistemas, etc.

Sendo uma linguagem universal, o desenho técnico possui normas

especiais para o seu traçado e interpretação. Estas normas são elaboradas por

entidades especializadas que padronizam e normalizam seu emprego. No

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Curso Técnico de Mecânica 7

Brasil, a ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas - é a entidade

responsável pela padronização destas normas.

Instrumentos utilizados em desenho técnico

O conhecimento do material de desenho técnico e os cuidados com

eles são fundamentais para a execução de um bom trabalho. A maneira correta

de utilizar esse material também, pois as qualidades e defeitos adquiridos pelo

estudante no primeiro momento em que começa a desenhar poderão refletir-se

em toda a sua vida profissional.

Os principais materiais utilizados em desenho técnico são:

Papel:

Lápis:

Borracha:

Escala:

Prancheta:

Esquadro:

Compasso:

Régua ''T'';

CAD (Software):

O papel – é um dos componentes básicos do material de desenho.

Ele tem formatos básicos, padronizados pela ABNT. Esses formatos derivam

de um formato que é o A0.

Formato Dimensões Margem Direita Margem Esquerda

A0 841 x 1189 10 25 A1 594 x 841 10 25 A2 420 x 594 7 25 A3 297 x 420 7 25 A4 210 x 297 7 25

O formato A0 tem área de 1m2 e seus lados medem 841mm x

1189mm.

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Curso Técnico de Mecânica 8

Quando o formato do papel é maior que A4, é necessário fazer o

dobramento para que o formato final seja A4.

O lápis - é um instrumento de desenho para traçar. Ele tem

características especiais e não pode ser confundido com o lápis usado para

fazer anotações costumeiras.

Características e denominações dos lápis:

Os lápis são classificados em macios, médios e duros conforme a

dureza dos grafites. Eles são denominados por letras ou numerais.

Macios Médios Duros 7B 6B 5B 4B 3B 2B B HB F H 2H 3H 4H 5H 6H 7H 8H 9H

A borracha - é um instrumento de desenho que serve para apagar.

Ela deve ser macia, flexível e ter as extremidades chanfradas para facilitar o

trabalho de apagar.

A maneira correta de apagar é fixar: o papel com a mão esquerda e

fazer o movimento de apagar com a mão direita, sempre movendo-se da

esquerda para a direita.

A régua (escala) - A régua é um instrumento de desenho que serve

para medir o modelo e transportar as medidas no papel.

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A unidade de medida utilizada em desenho técnico (mecânico), em

geral é o milímetro.

Prancheta - A prancheta é um quadro plano, usado como suporte do

papel para desenhar. Há vários tipos de pranchetas, algumas são colocadas

sobre mesas e outras são apoiadas em cavaletes.

Esquadro - é um instrumento que tem a forma do triângulo retângulo

e é usado para traçar linhas retas verticais e inclinadas. Os esquadros podem

ser de 45° e de 60°. Os esquadros são adquiridos aos pares Ao adquirir um par

de esquadros deve-se observar que o lado oposto ao ângulo de 90° do

esquadro de 45° seja igual ao lado oposto ao ângulo de 60° do esquadro de

60°.

Compasso - é um instrumento usado para traçar circunferências e

arcos de circunferências, tomar e transportar medidas. É composto de uma

cabeça, haste, um suporte para fixar a ponta-seca e um suporte para fixar a

grafite.

Régua "T" - é um instrumento usado para traçar linhas retas

horizontais.

Fixação do papel na prancheta - para fixar o papel na prancheta é

necessário usar a régua "T” e a fita adesiva. Durante o trabalho, a cabeça da

régua "T" fica encostada no lado esquerdo da prancheta. A margem da

extremidade superior do papel deve ficar paralela à haste da régua "T".

Existem ainda diversos outros instrumentos utilizados no desenho

técnico, que, entretanto estão sendo rapidamente substituídos por uma única

ferramenta - O CAD (Computer Aided Design - desenho auxiliado pelo

computador) - que é um software utilizado para se executar o desenho no

computador e será estudado detalhadamente mais à frente.

Legenda

Toda folha desenhada deve ter, no canto inferior direito, um quadro

destinado à legenda, constando no mesmo, arem do título do desenho, as

indicações necessárias à sua interpretação.

Na legenda devem constar as seguintes indicações, além de outras

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julgadas convenientes:

Nome da repartição:

Firma ou Empresa:

Título do desenho:

Escalas:

Unidades em que serão impressas as dimensões:

Número da folha para classificação e arquivamento

Datas e assinaturas dos responsáveis pela execução;

Verificação e aprovação:

Indicação de substituição (quando for o caso):

Software em que foi desenhado (se for o caso), etc.

Quando houver necessidade, os seguintes itens deverão ser

colocados, normalmente,acima da legenda:

Lista de peças;

Relação de materiais (dimensões, tipos, normas, tratamentos especiais,

etc.);

Descrição de modificações e indicações suplementares;

Quant. Denominações e observações Peça Material e dimenções Data Nome

Dês. Cop. Visto

Assinatura do chefe

responsável

Firma

Em substituição de: Substituído por:

Escala

Titulo do desenho

Número

Formatos L H A0, A1 e A2 175 50 A2, A3 e A4 120 35

A4 e A5 90 25

L

H

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2. LINHAS

Ao analisarmos um desenho, notamos que ele apresenta linhas de

tipos e espessuras diferentes. O conhecimento destas linhas é indispensável

para a interpretação dos desenhos.

Tipos e empregos de linhas:

Quanto à espessura as linhas devem ser:

Grossas

Fina

Quanto ao tipo temos:

Linhas para arestas e contornos visíveis: são de espessura grossa e

de traço contínuo.

Linhas para arestas e contornos não visíveis: são de espessura fina

e tracejadas.

Linhas de centro e/ou eixo de simetria: são de espessura fina e

formados por traços e pontos.

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Linhas de cota: são de espessura fina, traço contínuo, limitadas por

setas nas extremidades.

Linhas de chamada ou extensão: são de espessura fina e traço

contínuo. Não devem tocar o contorno do desenho e prolongam-se além da

última linha de cota que limitam.

Linhas de corte: são de espessura grossa, formada por traços e pontos.

Servem para indicar cortes e seções.

Linhas para hachuras: são de espessura fina, traço normalmente

contínuo.

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Linhas de rupturas:

- Para rupturas curtas: são de traço fino, contínuo e sinuoso, e servem para

indicar pequenas rupturas e cortes parciais.

- Para rupturas longas: são de espessura fina, traço contínuo e com zigue-

zague, conforme figuras abaixo.

Linhas para representações simplificadas: são de espessura fina,

traço contínuo e servem para indicar o fundo de filetes de roscas e de dentes

de engrenagens.

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3. PROJEÇÃO ORTOGONAL

Em desenho técnico, projeção é a representação do modelo feita em

um plano. Existem várias formas de projeção. A ABNT adota a projeção

ortogonal, por ser a representação mais fiel à forma do modelo.

Para entender como é feita a projeção ortogonal, é necessário

conhecer os seguintes elementos: Observador, Modelo e plano de projeção.

Veja os exemplos a seguir: neles o modelo é representado por um dado.

Observe a linha projetante. Ela´e linha perpendicular ao plano de

projeção, que sai do modelo e se projeta no plano de projeção.

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Projeção em três planos

Unindo perpendicularmente três planos, temos a seguinte ilustração:

Cada plano recebe um nome de acordo com sua posição.

As projeções são chamadas de vistas, conforme a ilustração a seguir:

Rebatimento de três planos de projeção

Quando se tem a projeção ortogonal do modelo, este já não é mais

necessário e assim é possível rebater os planos de projeção.

Com o rebatimento, os planos de projeção, que estavam unidos

perpendicularmente entre si, aparecem em um único plano de projeção. A

seguir, veremos o rebatimento dos planos de projeção, imaginando os mesmos

ligados por dobradiças.

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Imagine que o plano de projeção vertical fica fixo e que os outros

planos de projeção giram um para baixo e outro para a direita.

O plano de projeção que gira para baixo é o plano de projeção

horizontal e o plano de projeção que gira para a direita é o plano de projeção

lateral.

Agora é possível retirarmos os planos de projeção e deixar apenas o

desenho das vistas do modelo. Na prática, as vistas do modelo aparecem sem

os planos de projeção.

Observações:

a) As linhas projetantes auxiliares não aparecem no Desenho Técnico do

modelo. São linhas imaginárias que auxiliam no estudo da teoria da

projeção ortogonal.

b) Dispondo as vistas alinhadas entre si, temos as projeções da peça

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formadas pela Vista Frontal, Vista Superior e Vista Lateral Esquerda.

c) Normalmente a vista frontal é a vista principal da peça.

d) As distâncias entre as vistas devem ser iguais e proporcionais ao

tamanho do desenho.

Vista lateral direita

É a vista projetada em plano lateral situado à esquerda da projeção da

vista frontal.

Nos casos em que o maior número de elementos visíveis está

colocado ao lado direito da peça, usa-se a vista lateral direita.

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Vistas laterais esquerda e direita

São usadas quando a peça a ser desenhada apresenta elementos

importantes nos seus lados esquerdo e direito. Neste caso, as linhas tracejadas

desnecessárias devem ser omitidas nas vistas laterais.

1º Diedro e 3º Diedro

Estudando as projeções ortogonais, observou-se até agora a seguinte

posição dos elementos: observador, objeto e plano, ou seja, projeção no

primeiro diedro.

Veja a comparação entre as projeções de uma mesma peça no

primeiro e no terceiro diedros.

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O método de projeção ortogonal no 1º Diedro é indicado na legenda

do desenho pelo símbolo:

O símbolo que indica o método de projeções no 3º Diedro é:

O símbolo deve ter as seguintes dimensões:

Projeções ortogonais especiais

Peças com partes inclinadas apresentam deformações quando

representadas em projeções normais.

Por essa razão utilizam-se outros recursos tais como a vista auxiliar, a

vista especial com inclinação, a rotação de elementos oblíquos e a vista

Exemplo

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simplificada.

Vista auxiliar

São projeções parciais em planos auxiliares para evitar deformações e

facilitar a interpretação.

Rebatimento de planos

A conclusão é a projeção com utilização de vista auxiliar.

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Veja outros exemplos:

Vista especial com inclinação

São projeções parciais representadas conforme a posição do

observador. É indicada por setas e letras.

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Rotação de elementos oblíquos

Peças com partes ou elementos oblíquos são representadas

convencionalmente, fazendo-se dessas partes sobre o eixo principal e

evitando-se assim, a projeção deformada desse elemento.

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Supressão de vistas

Quando representamos uma peça pelas suas projeções, usamos as

vistas que melhor identificam as suas formas e dimensões. Podemos usar até

três ou mais vistas, como também podemos usar duas ou mais vistas e, em

alguns casos, até uma única vista.

Sempre haverá uma vista principal (vista frontal), sendo escolhida

como Segunda vista aquela que melhor completa a representação da peça.

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Nos casos em que representamos peças por uma única vista, se torna

indispensável o uso de símbolos.

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Curso Técnico de Mecânica 27

44..DDIIMMEENNSSIIOONNAAMMEENNTTOO EE SSIIMMBBOOLLOOGGIIAA

Para a execução de uma peça, torna-se necessário que se coloque no

desenho, além das projeções que nos dão idéia da forma da peça, também as

suas medidas e outras informações complementares. A isto chamamos

dimensionamento ou cotagem.

OBS: No mesmo desenho devemos empregar apenas uma destas

duas modalidades. O valor numérico acima da linha de cota é mais fácil e evita

a possibilidade de erros.

Em desenho técnico, normalmente, a unidade de medida é o

milímetro, sendo dispensada a colocação do símbolo junto ao valor numérico

A cotagem dos desenhos tem por

objetivos principais determinar o tamanho e

localizar exatamente os detalhes da peça.

Por exemplo, para execução da peça ao

lado necessitamos saber as suas

dimensões e a exata localização do furo.

Para a cotagem de um desenho

são necessários três elementos:

Linhas de cota

Linhas de chamada ou extensão;

Valor numérico da cota.

O número que exprime o valor

numérico da cota pode ser escrito:

Acima da linha de cota, eqüidistante

dos extremos;

Em intervalo aberto pela interrupção

da linha de cota.

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da cota.

As cotas devem ser colocadas de modo que o desenho seja lido da

esquerda para a direita e de baixo para cima paralelamente à dimensão

cotada.

As cotas podem ser colocadas dentro ou fora dos elementos que

representam, atendendo aos melhores requisitos de clareza e facilidade de

execução.

Nas transferências de cotas para locais mais convenientes, devemos

evitar o cruzamento de linhas de extensão com linhas de cota.

As linhas de extensão são traçadas perpendicularmente à dimensão

cotada ou, em caso de necessidade, obliquamente, porém paralelas entre si.

Se houver o emprego de outra

unidade, coloca se o respectivo símbolo

ao lado do valor numérico.

Cada cota deve ser indicada na

vista que mais claramente representar a

forma do elemento cotado. Deve-se

evitar repetições de cota.

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Símbolos e convenções

A ABNT, recomenda a utilização dos símbolos abaixo, que devem ser

colocados sempre antes dos valores numéricos das cotas.

Quando, na vista cotada, for evidente que se trata de diâmetro ou

quadrado, os respectivos símbolos podem ser dispensados.

Cotagem de detalhes

As linhas de cota de raios de arcos levam setas apenas nas

extremidades que toca o arco.

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Conforme o espaço disponível no desenho, os ângulos podem ser

cotados assim:

A cotagem de chanfros se faz como indicam as figuras abaixo.

Quando o chanfro for de 45°, podemos simplificar a cotagem usando um dos

sistemas apresentados na figura abaixo.

A cotagem de círculos se faz indicando o valor de seu diâmetro por

meio dos recursos apresentados nas figuras abaixo, que são adotados

conforme o espaço disponível no desenho.

Para cotar em espaços reduzidos, colocamos as cotas como na figura

abaixo.

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Curso Técnico de Mecânica 31

5. ESCALAS

Os desenhos que utilizamos, para orientar a construção de uma peça,

nem sempre podem ser executados com os valores reais das medidas da

peça. Por exemplo: é impossível representar no desenho uma mesa de três

metros de comprimento em seu tamanho real, como também é difícil ou quase

impossível representar em seu tamanho natural uma peça para relógio, com

três milímetros de diâmetro.

O recurso será, então, reduzir ou ampliar o desenho, conservando a

proporção da peça a ser executada.

Em todos estes casos, isto é, desenhando na mesma medida,

reduzindo ou ampliando, estaremos empregando escalas. Escalas é, portanto,

a relação entre as medidas do desenho e a da peça.

Escalas usuais

Quando o desenho for do mesmo tamanho da peça ou tiver as

mesmas dimensões indicadas nas cotas, teremos a escala natural.

A escala natural é indicada da seguinte forma:

O exemplo anterior mostra o desenho de um punção de bico com

todas as indicações necessárias à sua execução. Note que, devido ao seu

tamanho, foi possível desenhar em escala natural.

Escala 1:1, que se lê “Escala um por um”

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Curso Técnico de Mecânica 32

Quando o desenho de uma peça for efetuado em tamanho menor do

que o tamanho da própria peça, estaremos usando uma escala de redução.

Note que, embora reduzindo o tamanho do desenho, as cotas conservam as

medidas reais da peça.

No exemplo que se segue, o desenho está duas vezes menor que os

valores das cotas.

Quando o desenho de uma peça for efetuado no tamanho maior que

esta, estaremos usando uma escala de ampliação. Note que as cotas

conservam, também, os valores reais da peça.

A interpretação de uma escala em relação à razão numérica é feita da

seguinte forma:

A escala de ampliação é

indicada da seguinte forma:

Escala 2:1, que se lê “Escala

dois por um”, significando que o

desenho é duas vezes maior que a

peça.

Usam-se dois números; o

primeiro, refere-se ao desenho e o

segundo, à peça.

O exemplo ao lado significa que

2mm na peça, corresponde a 1mm no

desenho.

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A redução ou ampliação só terá efeito para o traçado do desenho, pois

na cotagem colocaremos as medidas reais da peça.

Em escalas as medidas angulares não sofrem redução ou ampliação

como as lineares; por exemplo, seja qual for a escala empregada, um ângulo

de 60° será representado com o mesmo valor.

Observações:

a) A escala do desenho deve obrigatoriamente ser indicada na legenda.

b) Constando na mesma folha desenhos em escalas diferentes, estas

devem ser indicadas tanto na legenda como junto aos desenhos a que

correspondem.

c) Sempre que possível devemos desenhar em escala natural.

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6. CORTE E SEÇÕES

Introdução

Qualquer pessoa que já tenha visto um registro de gaveta, como o que

é mostrado a seguir, sabe que se trata de uma peça complexa, com muitos

elementos internos.

Se fossemos representar o registro de gaveta em vista frontal, com os

recursos que conhecemos até agora, a interpretação ficaria bastante

prejudicada, como mostra o desenho a seguir.

Logo, comparando as duas figuras, notamos que a foto nos mostra

apenas os detalhes externo, enquanto na vista frontal, vemos também os

internos, tornando a interpretação extremamente difícil em função do

cruzamento de várias linhas.

Para representarmos um conjunto complexo como esse, com muitos

elementos internos, o desenhista utiliza recursos que permitem mostrar seu

interior com clareza. Dentre estes recursos, está o corte, que quer dizer dividir,

secionar, separar partes de um todo. Corte é um recurso utilizado em diversas

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Curso Técnico de Mecânica 35

áreas do ensino, para facilitar o estudo do interior dos objetos.

O corte além de demonstrar com maior clareza os detalhes internos de

uma peça, tem também, o intuito de fazer com que as linhas invisíveis se

tornem visíveis e, desta forma, possamos dimensiona-las.

Plano de corte

É indicado numa vista e representado em outra. Havendo necessidade

de registrar no desenho o sentido em que é observada a vista em corte, este é

indicado por setas nos extremos da linha de corte.

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Curso Técnico de Mecânica 36

Necessitando-se identificar uma vista em corte e o respectivo plano,

empregam-se letras maiúsculas repetidas ou em seqüência (AA, BB, AB, CD,

etc.), colocados ao lado das setas nos extremos da linha de corte, escrevendo-

se tais letras junto à vista em corte correspondente.

Hachuras

São linhas finas paralelas (que no estudo de corte serão inclinadas a

45°) empregadas para representar a parte cortada. Todos os cortes de uma

mesma peça devem conservar as mesmas hachuras. Servem para indicar as

partes maciças atingidas pelo corte.

As hachuras distinguem claramente as partes cortadas.

Nos desenhos de conjuntos,

peças adjacentes devem figurar com

hachuras diferindo pela direção.

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Curso Técnico de Mecânica 37

As hachuras podem também, ser utilizadas para indicar o tipo de

material a ser empregado na produção do objeto representado (porém a

indicação precisa do material encontra-se na legenda do desenho).

Tipos de corte

Corte total

É aquele que atinge a peça (imaginariamente) em toda a sua

extensão.

Deve ficar claro que, para o traçado da vista em corte, imaginamos

Conforme estabelece a norma

NBR 12.298/1991, da ABNT, a hachura

que se segue serve para representar

qualquer material metálico.

Às vezes, quando a área

atingida pelo corte é muito grande,

as hachuras podem ser

representadas apenas perto dos

contornos do desenho.

Conheça agora outros tipos de

hachura usadas opcionalmente para

representar materiais específicos,

quando a clareza do desenho exigir.

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Curso Técnico de Mecânica 38

retirada a parte da peça que impedia a visão; porém, para o traçado das outras

vistas a referida parte é considerada como não retirada.

Na vistas em corte, os detalhes não visíveis poderão ser omitidos,

desde que não dificultem a leitura do desenho.

Se a peça apresentar detalhes que não estejam colocados no plano

do corte e cuja representação se faça necessária, desvia-se o corte afim de

alcança-los.

Este corte é chamado de corte em desvio ou corte composto.

Corte CD

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

____________________________________________________________

Curso Técnico de Mecânica 39

OBS: As arestas formadas (teoricamente) pelo desvio da linha de

corte não são representadas na vista cortada.

Meio corte

Quando uma peça é simétrica, não há necessidade de empregarmos o

corte total para mostrar seus detalhes internos. Podemos utilizar o meio corte

mostrando a metade da peça em corte com seus detalhes internos e a outra

metade em vista externa.

OBS: a. Este tipo de corte é peculiar a objetos simétricos.

b. Por convenção, não se indicam os detalhes não visíveis,

mesmo na parte cortada, porém, não podemos deixar de representar os

centros destes detalhes.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

____________________________________________________________

Curso Técnico de Mecânica 40

Corte parcial

O corte parcial é utilizado para mostrar apenas uma parte interna do

projeto ou peça, possibilitando esclarecer pequenos detalhes internos sem a

necessidade de recorrer ao corte total ou meio corte.

A parte cortada é limitada por uma linha de ruptura e pelo contorno do

desenho da peça.

OBS: Neste corte, permanecem as linhas de contornos e arestas não

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

____________________________________________________________

Curso Técnico de Mecânica 41

visíveis, não atingidas pelo corte parcial.

Seções

As seções indicam, de modo prático e simples, o perfil ou partes de

peças, evitando vistas desnecessárias, que nem sempre identificam a peça.

TIPOS:

a. Seções traçadas fora das vistas:

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

____________________________________________________________

Curso Técnico de Mecânica 42

b. Seções traçadas sobre a própria vista:

c. Seções traçadas com a interrupção da vista:

Rupturas ou encurtamentos

São representações convencionais utilizadas para o desenho de

peças que, devido ao seu comprimento, necessitam ser encurtadas para

melhor aproveitamento de espaço no desenho. De acordo com a sua forma,

obedecem às convenções abaixo:

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 43

A representação de rupturas é empregada quando, na parte que se

imagina retirada, não houver detalhes que necessitem ser mostrados.

OBS: O comprimento real da peça é dado pelo valor numérico da cota.

Omissão de corte

Justificando a omissão de corte

Observe a vista em corte apresentada a seguir. O desenho aparece

totalmente hachurado porque o corte atingiu totalmente as partes maciças da

peça.

Agora observe os dois modelos abaixo, representados em corte.

Qual destas duas peças corresponde à vista em corte anterior?

Como as áreas atingidas pelo corte são semelhantes, fica difícil à

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 44

primeira vista, dizer qual das peças atingidas pelo corte está representada na

vista hachurada. Desta forma podemos justificar a importância do estudo da

omissão de corte.

Omissão quer dizer falta, ausência. Nas representações com omissão

de corte, as hachuras são parcialmente omitidas.

Analisando o próprio exemplo, você vai entender as razões pelas

quais certos elementos devem ser representados com omissão de corte.

Compare as duas escoras, a seguir.

A escora da esquerda é inteiramente sólida, maciça. Já a escora da

direita, com nervura, tem uma estrutura mais leve, com menos quantidade de

partes maciças. Imagine as duas peças secionadas no sentido longitudinal.

Como você vê, as áreas atingidas pelo corte são semelhantes. Para

diferenciar as vistas ortográficas das duas peças, de modo a mostrar qual das

duas tem estrutura mais leve, a peça com nervura deve ser representada com

omissão de corte.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 45

Note que, embora a nervura seja uma parte maciça, ela foi

representada no desenho técnico sem hachuras. Na vista em corte, as

hachuras da nervura foram omitidas.

Representando a nervura com omissão de corte não se fica com a

impressão de que a peça com nervura é tão maciça quanto a outra.

Elementos representados com omissão de corte

Apenas alguns elementos devem ser representados com omissão de

corte, quando secionados longitudinalmente. Esses elementos são indicados

pela ABNT (NBR 10.067/1987).

Dentre os elementos que devem ser representados com omissão de

corte, podemos citar: nervuras, orelhas, braços de polias, dentes e braços de

engrenagens.

IMPORTANTE: A nervura só é representada com omissão de corte

quando é atingida pelo corte longitudinalmente.

Analise um outro exemplo. Observe a peça em perspectiva abaixo.

Vamos imaginar que a peça foi atingida por um plano de corte longitudinal

vertical, para poder analisar as nervuras.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 46

Numa representação normal de corte, toda a área maciça atingida

pelo corte deveria ser hachurada, como mostra o desenho a seguir.

Mas esta representação daria uma idéia falsa de estrutura da peça.

Então, é necessário imaginar a omissão de corte na nervura longitudinal.

Nas vistas ortográficas desta peça, a vista representada em corte é a

vista frontal. Na vista frontal, a nervura atingida longitudinalmente pelo corte é

representada com omissão de corte. A nervura transversal é representada

hachurada.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 47

Agora, imagine a mesma peça cortada ao meio por um plano de corte

transversal.

Neste caso, a vista atingida pelo corte é a lateral. A nervura

longitudinal deve ser representada hachurada, por que foi atingida pelo corte

transversal. A nervura transversal deve ser representada com a omissão de

corte. Observe, com atenção, as vistas ortográficas da peça, cortada pelo plano

transversal.

Analise uma outra possibilidade. Imagine a mesma peça cortada por

um plano de corte longitudinal horizontal.

Tanto a nervura longitudinal como a nervura transversal foram

atingidas pelo corte no sentido transversal. Então, não há necessidade de

representar as nervuras com omissão de corte. No desenho técnico, as duas

nervuras devem ser hachuradas.

Braços de polia também devem ser representados com omissão de

corte. Compare as duas polias do exemplo:

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 48

Imagine as polias secionadas, como mostram as ilustrações:

Numa representação normal, as vistas das duas polias ficariam iguais.

Para diferenciar as representações das duas polias e para dar uma

idéia mais real da estrutura da peça, os braços da polia são representados com

omissão de corte no desenho técnico.

Dentes e braços de engrenagens também devem ser representados

com omissão de corte.

Veja a perspectiva de uma engrenagem e, ao lado, sua vista lateral

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Curso Técnico de Mecânica 49

em corte transversal.

Agora observe as vistas ortográficas da engrenagem.

Note que os braços e os dentes da engrenagem, apesar de serem

partes maciças atingidas pelo corte, não são hachurados. Esses elementos

estão representados com omissão de corte.

Finalmente, veja a perspectiva de uma peça com nervura e orelha, e

seu desenho técnico mostrando esses elementos representados com omissão

de corte.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 50

7. PERSPECTIVAS

Introdução

Perspectiva é a maneira de representar objetos de acordo com sua

posição, forma e tamanho; ou, é o desenho que procura mostrar os objetos da

maneira como eles são vistos na realidade.

O emprego da perspectiva ajuda a visualizar os objetos (desenhados)

mais rapidamente, embora não forneça todos os seus detalhes. É utilizada,

com grande vantagem, como forma de ilustração, e também como

complementação ao desenho de vistas (projeções ortogonais).

Existem vários tipos de perspectivas, porém, daremos ênfase apenas

às mais utilizadas na prática, são elas:

Perspectiva Isométrica

Perspectiva Cavaleira

Perspectiva Isométrica

A perspectiva isométrica (medidas iguais) é das mais simples e

eficientes, pois mantém as mesmas medidas de comprimento, largura e altura

do objeto.

Para estudarmos a perspectiva isométrica é necessário conhecer

ângulo e a maneira como ele é representado.

Ângulo é a figura geométrica formada por duas semi-retas com a

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 51

mesma origem.

O grau é cada uma das 360 partes em que a circunferência é dividida.

A medida em graus é indicada por um numeral seguido de símbolo de

grau. Veja abaixo alguns exemplos:

A perspectiva isométrica parte de três eixos a 120°C (isométricos)

sobre os quais marcam-se as medidas da peça.

As arestas paralelas da peça são traçadas na perspectiva isométrica

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 52

por meio de linhas também paralelas.

Os quadros de 1 a 6 mostram a seqüência do traçado à mão livre da

perspectiva isométrica.

Traçado de perspectivas isométrica com detalhes paralelos:

Traçado de perspectivas isométrica com detalhes oblíquos.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 53

Traçado de perspectivas isométrica com detalhes arredondados.

Traçado de perspectivas isométrica do círculo:

O círculo em perspectiva isométrica tem sempre a forma de eclipse

(elíptica).

Para representar a perspectiva isométrica do círculo, é necessário

traçar antes um quadrado auxiliar em perspectiva, na posição em que o círculo

vai ser desenhado.

Círculo

Círculo em perspectiva isométrica

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 54

Perspectiva cavaleira

Consiste na representação de uma das faces do objeto em vista de

frente, estando o observador situado no infinito, segundo uma direção inclinada

em relação ao quadro, o qual deve ser paralelo a dois eixos no referido objeto.

Nesta face, vêm representadas duas de suas três dimensões. A outra

dimensão será representada segundo uma linha oblíqua, que forma, com a

posição horizontal, um ângulo “a”. Este ângulo pode ser de 30°, 45° ou 60°.

Este tipo de perspectiva é empregado com vantagem quando a peça

apresenta superfícies curvas.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 55

O ângulo utilizado na perspectiva cavaleira, fará com que esta sofra

uma redução de medidas na linha oblíqua representada por este ângulo.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 56

8. REPRESENTAÇÃO DOS ELEMENTOS DE MÁQUINAS

No campo industrial, onde as aplicações práticas de desenho técnico

são inúmeras, a representação de elementos de máquinas faz-se necessária.

Dentre estes elementos destacam-se, pela freqüência com que são

utilizados, os seguintes:

Estes elementos quer quais sejam, apresentam representação

convencional em desenho técnico, segundo normas da ABNT.

Roscas

Para que possamos fazer a representação convencional dos

parafusos e porcas, que são elementos roscados, é necessário que vejamos,

primeiramente, como se faz a representação convencional das roscas.

Parafusos e Porcas

Arruelas

Chavetas

Rebites

Soldas

Molas

Rolamentos

Pinos e contra-pinos

Polias e Correias

Mancais

Engrenagens,etc.

Roscas Externas

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 57

Dimensionamento de roscas

O quadro abaixo mostra os tipos mais comuns de roscas, os símbolos

indicativos das mesmas em desenho técnico, os perfis e exemplos de

indicações para cotagem dos desenhos.

Os exemplos do quadro se referem a roscas com filetes de uma só

entrada e à direita. Quando tiverem mais de uma entrada ou forem à esquerda

escrever-se-á da seguinte forma:

Tr 48 x 8 – esq M80 – esq RC 1” – 0esq.

Os parafusos e as porcas são, de uma forma geral, construídos

obedecendo às proporções mostradas nos desenhos a seguir:

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 58

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 59

Nota

As linhas representativas do fundo do filete da rosca são desenhadas

com traço cheio de espessura fina.

De um modo geral, nas peças que devam receber furos com a rosca,

a profundidade do furo, a profundidade da parte roscada e o comprimento de

penetração do parafuso, podem ser estabelecidas conforme tabela abaixo.

Tabelas

Material Profundidade de furo broqueado

A

Profundidade da parte roscada

B

Comprimento de penetração do

parafuso C

Aço 2 d 1,5 d 1 d

Ferro 2,5 d 2 d 1,5 d

Bronze, latão 2,5 d 2 d 1,5 d

Alumínio 3 d 2,5 d 2 d

Diâmetro do furo broqueado

d Diâmetro da rosca

A Profundidade do furo broqueado

B Profundidade da parte roscada

C Comprimento de penetração do parafuso

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 60

mm A B A1 B1 d1 C B D1 3/16” 4,76 4,76 8,0 6 8,5 5,0 3,5 5/32” ¼” 6,35 5,35 9,52 8 10 6,5 5,0 3/16” 1/8”

5/16” 7,94 7,94 11,11 9 12 8,2 6,0 7/32” 5/32” 3/8” 9,53 9,53 14,28 11 14,5 9,8 7,5 5/16” 5/16” 7/16” 11,11 11 15,87 12 16,5 11,4 8,5 5/16” 7/32” ½” 12,70 2,70 19,05 14 19,5 13 9,5 3/8” ¼” 5/8” 15,88 5,88 22,22 17 23 16,1 11 ½” 5/16” ¾” 19,05 9,05 25,4 20 26 19,3 13 9/16” 3/8” 7/8” 22,23 22,2 28,57 23 29 22,5 14 9/16” ½” 1” 25,40 25,4 33,33 27 34 25,7 15 5/8” 9/16”

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 61

d

mm s

mm e

mm m

mm h

mm D

mm f

mm n

mm Nº de

ranhuras 3 6 6,9 - 4,5 - 1,5 1 6 4 7 8,1 - 6 - 2,0 1,2 6 5 8 9,2 - 6,5 - 2,0 1,2 6 6 10 11,5 - 8 - 2,5 1,5 6 8 14 16,2 - 10,5 - 4 2,5 6 10 17 19,6 - 12 - 4 2,5 6 12 19 21,9 10 15 18 5 3,5 6 14 22 25,4 11,5 16,5 20 5 3,5 6 16 24 27,7 13 19 22 6 4,5 6 18 27 31,2 14,5 20,5 25 6 4,5 6 20 30 34,6 16 22 28 6 4,5 6 22 32 36,9 18 26 30 8 6 6 24 36 41,6 19,5 27,5 34 8 6 6 27 41 47,3 22 30 38 8 6 6 30 46 53,1 24 33 42 9 7 6 33 50 57,7 27 36 46 9 7 6 36 55 63,5 29 38 50 9 7 10 39 60 69,3 32 44 55 12 9 10

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 62

d A B C E F G H R

¼” 12 10 8 32 2,5 3 16 3

5/16” 16 12 10 40 3 4 20 6

3/8” 20 16 12 50 4 5 25 8

7/16” 23 19 14 64 5 6 32 10

½” 23 19 14 64 5 6 32 10

5/8” 28 22 16 72 6 7 36 11

¾” 36 28 20 90 7 9 40 14

7/8” 40 32 22 100 8 10 50 16

1” 45 36 24 112 9 11 56 18

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 63

Arruelas

Os desenhos abaixo mostram vários tipos de arruelas, bem como

exemplos de aplicações.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 64

Tabelas

d d1 D e D1 e1 e2 A B C E r

3 3,5 8 0,8 5,5 0,8 0,3 4 8 11 5 2

4 4,5 10 0,8 7 0,9 0,4 5 10 14 6 2,5

5 5,5 12 1 8,5 1,2 0,5 6 12 16 7 2,5

6 6,5 14 1,2 11 1,6 0,5 7 15 18 8 3

8 8,5 18 1,5 14 2 0,75 8 18 20 11 3

10 11 22 2 17 2,2 0,75 10 23 22 14 4

12 13 27 2,5 20 2,5 1 12 26 24 17 4

14 15 30 2,5 23 3 1 14 30 28 19 5

16 17 32 3 26 3,5 1 15 34 32 21 5

18 19 36 3 29 3,5 1 16 36 36 23 6

20 21 40 3 32 4 1 18 40 40 26 6

22 23,5 45 3 35 4 1 20 42 45 28 8

24 25,5 50 4 38,5 5 1 22 45 48 31 8

27 28,5 55 4 42 5 1 24 48 55 34 10

30 32 60 4 46,5 6 1,5 26 55 60 38 10

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 65

Chavetas

Os tipos de chavetas mais empregados são:

Observe que as chavetas não foram hachuradas, obedecendo à

convenção de que, no sentido longitudinal, os elementos de máquinas não são

cortados.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 66

Tabelas:

OBS: O comprimento L não deve ser superior a 2d.

Chavetas Encaixadas Parafuso Chavetas de

cabeça Chavetas redondas

Diâmetro do eixo “d” a b c d1 d2 e f g l h t t1 d3

11 – 12 4 4 7 7 d-2,5 d+1,5 6 13 – 17 5 5 8 8 d-3 d+2 7,5 18 – 22 6 6 5,5 3 3,5 3,5 3 6 9 9 d-3,5 d+2,5 8,5 23 – 30 8 7 7,5 4 4,5 4,5 3 8 10 10 d-4 d+3 10 31 – 38 10 8 8,5 5 5,5 5 3 10 12 12 d-5 d+3 11,5 39 – 44 12 8 9 5 5,5 5 3 10 12 12 d-5 d+3 13 45 – 50 14 9 12 6 7 6 3 10 14 14 d-5,5 d+3,5 13,5 51 – 58 16 10 12 6 7 6 4 10 15 15 d-6 d+4 14,5 59 – 68 18 11 16 8 9 7 4 14 16 16 d-7 d+4 16 69 – 78 20 12 16 8 9 7 4 14 19 19 d-7,5 d+4,5 17 79 – 92 24 14 20 10 11 8 4 18 22 22 d-8,5 d+5,5 19 93 - 110 28 16 20 10 11 8 6 20 26 26 d-10 d+6 20

Page 67: Desenho  Técnico   - 95 PAG

Desenho Técnico ____________________________________________________________

____________________________________________________________

Curso Técnico de Mecânica 67

Rasgo Diâmetro do eixo D

Largura e altura b x h t t1

L

R

De 3 a 4 1 x 1,4 0,9 0+0,6 3,82 4 1,5 x 1,4 0,9 3,82 4 >4 a 5 1,5 x 2,6 2,1

0+0,6 6,76 7

2 x 2,6 1,6 6,76 7 >5 a 7 2 x 3,7 2,9

0+0,6 9,66 10

>7 a 9 2,5 x 3,7 2,9 0+0,9 9,66 10 3 x 3,7 2,9 9,66 10 3 x 5 3,8 12,65 13

>9 a 13

3 x 6,5 5,3

0+1,3

15,72 16 4 x 5 3,8 12,65 13

4 x 6,5 5,3 15,72 16

>13 a 17 4 x 7,5 6,3

0+1,4

18,57 19 5 x 6,5 4,9 15,72 16 5 x 7,5 5,9 18,57 19 5 x 9 7,4 21,63 22

>17 a 22

5 x 10 8,4

0+1,8

24,49 25 6 x 9 7,4 21,63 22 6 x 10 8,4 24,49 25 6 x 11 9,4 27,35 28

>22 a 28

6 x 13 11,4

0+1,8

31,43 32 8 x 11 9,5 27,35 28 8 x 13 11,5 31,43 32 8 x 15 13,5 37,15 38 8 x 16 14,5 43,08 45

>26 a 38

8 x 17 15,5

0+1,7

50,83 55 10 x 16 14 43,08 45 10 x 17 15 50,83 55 10 x 19 17 59,13 65

>38 a 48

10 x 24 22

0+2,2

73,32 80 12 x 19 16,5 59,13 65 >48 a 58

>= maior de 12 x 24 21,5 0+2,7

73,32 80

Rebites

São classificados de acordo com seus elementos: cabeça, corpo e

contra-cabeça.

d d1 De 1 a 1,4 d + 0,1 De 2 a 4 d + 0,2 De 5 a 6 d + 0,3 De 8 a 9 d + 0,5

De 10 a 36 d + 1

Page 68: Desenho  Técnico   - 95 PAG

Desenho Técnico ____________________________________________________________

____________________________________________________________

Curso Técnico de Mecânica 68

Soldas

Por seu grande emprego nos diversos ramos industriais, faz-se

necessário o conhecimento da convenção para os diferentes tipos de soldas,

visto que t6al recurso vem substituindo o rebite e o parafuso na união

permanente de chapas, perfis laminados e estruturas metálicas.

Nas construções de máquinas, muitas peças anteriormente fundidas

ou forjadas são hoje projetadas e construídas em partes e unidas por solda.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

____________________________________________________________

Curso Técnico de Mecânica 69

Uniões sobrepostas

Uniões em TE

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

____________________________________________________________

Curso Técnico de Mecânica 70

Molas

Seguem as representações normais, simplificadas e esquemáticas,

segundo as normas técnicas.

Na representação de molas helicoidais, indicamos a seção do

material, o número de espiras, o diâmetro interno da espira, o comprimento

livre e o passo.

MOLAS HELICOIDAIS - compressão

MOLAS HELICOIDAIS – Extensão ou tração

Exemplo de representação de uma mola em conjunto

Exemplo de dimensionamento de uma mola

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 71

d Diâmetro do arame

D Diâmetro interno

P

passo

Q Carga Em kg

f Cedimento Por espira

1 7 3 3,5 1,7

11 5,5 2,3 3,7

1,5 9 3,8 9 1,9

12 5 7 3

17 9 5,1 6

2 13 5,5 15 3

17 8 12 4,7

21 10,5 9,5 7

2,5 15 6,5 25 3,2

17 7,5 22,5 4

21 9 18,5 5,7

25 11 16 7,8

3 17 7 38 3,5

21 9 31,5 5

25 11 27 6,7

30 14 23 9,4

3,5 21 9 49 4,5

30 13 36 8,3

4 20 8,5 74,5 3,7

25 10,5 61,5 5,5

30 13 53 7,5

36 16 45 10,3

5 20 9 139 3,2

30 12,5 100 6,4

36 15 85 8,7

42 18 74,5 11,3

NOTA: Os valores de carga “Q” e do cedimento “f” indicadas, foram calculadas considerando-se Kt = 70kg/mm2.

K1 = coeficiente de segurança à torção em kg/mm2.

FÒRMULAS: Q = d3 14 r d = 3 Q r 14 f = C1103 r2 d

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 72

Rolamentos

Em desenho mecânico, são representados da seguinte forma:

OBS: Existindo uma variedade e considerável quantidade de tipos e tamanho

de rolamentos, a especificação de um tipo desejado deve ser feita sempre

mediante catálogos dos fabricantes.

Numa correta especificação de rolamentos é importante definir, pelo menos, os

dados seguintes:

Nome do fabricante

Medida do eixo

Nº do rolamento no catálogo

Diâmetro do furo do rolamento

Diâmetro externo

Medida da largura do rolamento

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 73

Pinos e Contrapinos

Classificam-se em cônicos, cilíndricos e entalhados.

Cilíndricos

Entalhados

Contrapinos

Exemplos:

Cônico – Conicidade 1:50, a medida

nominal é sempre a menor, que

corresponde à medida do furo.

As indicações que devem

constar no desenho são:

Comprimento, diâmetro nominal,

conicidade e acabamento.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 74

TABELA:

d 3 4 5 6 8 10 12 14-

16

18 20 22 24 27 30 33 36 39

d1 1,2 1,4 4 2,5 3,5 5 6 7

d2 0,8 1 1,5 2 3 4 5 6

c 10 12 15 20 25 30 35 40 45 50 50 55 60 65 70 75 80

f mínimo

1 2 2,5 3 4,5 6 7,5 9

Recartilhas

TIPOS:

O recartilhado em uma peça é indicado por meio de um radical, sob o

tipo e passo. Superfícies recartilhadas podem levar, além da indicação no

radical, do tipo e passo, a representação gráfica do recartilhado.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 75

Polias e Correias

Abaixo estão representadas em meia vista vários tipos de polias e

também alguns modelos de correias.

No dimensionamento de uma polia devemos ter o cuidado de colocar

as cotas e informações necessárias à sua construção, de acordo com as

tabelas previstas pelos fabricantes de polias e correias.

Tipo paralelo cruzado oblíquo

Material para qualquer material para ebonite e similares

para metais leves, latão,

fibras e similares

para aço

Largura Largura 1 Largura 1 Largura 1 Largura 1 Diâmetro

d

Até

2

2 a

6

6 a

15

16 a

32

Aci

ma

de 3

2

Até

6

6 a

16

16 a

32

Aci

ma

de 3

2

Até

6

6 a

16

16 a

32

Aci

ma

de 3

2

Até

6

6 a

16

16 a

32

Aci

ma

de 3

2

Até 8 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 De 8 a 16 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 0,5 1 1 1

De 16 a32 0,5 0,5 1 1 1 0,5 1 1 1 0,5 1 1 1 1 1 1 1

De 32 a 63

0,5 0,5 1 1 1 0,5 1 1 1 0,5 1 1 1 1 1 1,5 1,5

De 63 a 100

1 1 1 1 1,5 1 1 1 1,5 1 1 1 1,5 1 1 1,5 1,5

Acima de 100

1 1 1 1 1,5 1 1 1,5 1,5 1 1 1,5 1,5 1 1,5 1,5 1,5

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 76

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 77

Série Diâmetro nominal

mm R

mm T

mm E

Mm P

mm S

mm X “

Abaixo de 60 30° 12,5 60 a 75 32° 12,7

76 a 135 34° 12,9

A

Acima de 135 38° 13,2

10

16

12,5

10

3/16”

Abaixo de 90 30° 16,2 90 a 115 32° 16,5 116 a 180 34° 16,7

B

Acima de 180 38° 17,2

12,8

19

17,5

13

¼”

Abaixo de 125 30° 21,8 125 a 150 32° 22,2 151 a 205 34° 22,6 205 a 305 36° 23,0

C

Acima de 305 38° 23,3

16,7

25

23

17,5

3/8”

Abaixo de 200 30° 31,0 200 a 255 32° 31,5 256 a 330 34° 32,0 331 a 430 36° 32,4

D

Acima de 430 38° 32,8

25,2

37

28,5

22

7/16”

Abaixo de 300 32° 37,5 300 a 405 34° 38,0 406 a 610 36° 38,6

E

Acima de 610 38° 39,1

29,3

45

33,5

28,5

9/16”

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 78

Mancais

Exemplos:

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 79

Engrenagens

Com o objetivo de facilitar o desenho, representamos as engrenagens

de forma esquemática, simplificada ou simbólica, como no quadro abaixo,

devendo-se ter o cuidado de colocar todos os dados e informações necessárias

à sua confecção, tais como: número de dentes; módulo; diâmetro primitivo,

interno e externo; passo; largura e dimensões do cubo; material; etc.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 80

NOMENCLATURA DOS ELEMENTOS DAS ENGRENAGENS

De – Diâmetro externo Dp – Diâmetro primitivo Di – Diâmetro interno M – Módulo N – Número de dentes e – Espessura do dente v – Vão do dente S – Cabeça do dente T – Pé do dente L – Largura do dente

H – Altura do dente P – Passo G – Coroa da engrenagem f – Folga da engrenagem r1 – Arredondamento d – Distância entre a circunferência

primitiva e a da construção F – Diâmetro do furo para o eixo K – Diâmetro do cubo l – Largura do cubo

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 81

9. TOLERÂNCIAS

Tolerância dimensional

Veja alguns tipos de representações

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 82

Tolerância geométrica

A execução da peça dentro da tolerância dimensional não garante, por

si só, um funcionamento adequado. Veja um exemplo:

A figura da esquerda mostra o desenho de um pino, com indicação

das tolerâncias dimensionais. A figura da direita mostra como ficou a peça

depois de executada, com a indicação das dimensões efetivas.

Note que, embora as dimensões efetivas do pino estejam de acordo

com a tolerância especificada no desenho técnico, a peça real não é

exatamente igual à peça projetada. Pela ilustração você percebe que o pino

está deformado.

Não é suficiente que as dimensões da peça estejam dentro das

tolerâncias dimensionais previstas. É necessário que as peças estejam dentro

das tolerâncias dimensionais previstas para poderem ser montadas

adequadamente e para que funcionem sem problemas. Do mesmo modo que é

praticamente impossível obter uma peça real com as dimensões nominais

exatas, também é muito difícil obter uma peça real com formas rigorosamente

idênticas às da peça projetada. Assim, desvios de formas dentro de certos

limites não chegam a prejudicar o bom funcionamento das peças.

Quando dois ou mais elementos de uma peça estão associados, outro

fator deve ser considerado: a posição relativa desses elementos entre si.

As variações aceitáveis das formas e das posições dos elementos na

execução da peça constituem as tolerâncias geométricas.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 83

TOLERÂNCIAS GEOMÉTRICAS (QUDRO SINÓTICO)

TOLERÂNCIA DE FORMA PARA ELEMENTOS ISOLADOS Denominação Símbolo

De linhas

Retilineidade

Circularidade

Forma de linha qualquer

De superfícies

Planeza

Cilindricidade

Forma de superfície qualquer

TOLERÂNCIA PARA ELEMENTOS ASSOCIADOS

Denominação Símbolo

De orientação

Paralelismo

Perpendicularidade

Inclinação

De Posição

Localização

Concentricidade ou coaxilidade

Simetria

TOLERANCIA DE BATIMENTO Radial

Axial

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 84

Exemplos de representações de tolerância de forma e posição

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 85

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 86

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 87

10 ESTADOS DE SUPERFÍCIE

Indicação do estado de superfície no Brasil

No Brasil, até 1984, a NBR6402 indicava o acabamento superficial por

meio de uma simbologia que transmitia apenas informações qualitativas. Esta

simbologia, que hoje se encontra ultrapassada, não deve ser utilizada em

desenhos técnicos mecânicos. Entretanto, é importante que você a conheça,

pois pode vir a encontra-la em desenhos antigos.

Atualmente, a avaliação da rugosidade, no Brasil, baseia-se nas

normas NBR6405/88 e NBR8404/84, que tratam a rugosidade de forma

quantitativa, permitindo que ela seja medida.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 88

Correspondência entre os símbolos de acabamento e classes de

rugosidade

As classes de N1 a N3 correspondem a graus de rugosidade mais

“finos” que o polido ().

Disposição das indicações de Estado de Superfície

Cada uma das indicações de estado de superfície é representada em

relação ao símbolo, conforme as posições a seguir.

(a) – Valor da rugosidade em RA, em m, ou classe de rugosidade N1 a N12.

(b) – Método de fabricação, tratamento ou revestimento da superfície.

(c) – Comprimento da amostra para avaliação da rugosidade, em mm.

(d) – Direção predominante das estrias.

(e) – Sobremetal para usinagem (m).

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 89

Tratamento

Além do acabamento superficial, muitas peças devem receber

tratamentos, que consistem em processos para modificar certas propriedades

dos materiais (tais como dureza, maleabilidade, resistência, oxidação, etc.).

Alguns tratamentos modificam as superfícies das peças (cromação ou

cromagem, pintura, niquelagem, etc.), outros, porém, modificam propriedades

dos materiais (cementação, recozimento, têmpera, revenimento, etc).

O processo de tratamento pode vir indicado nos desenhos técnicos de

duas maneiras. Uma delas você já conhece: a indicação é feita sobre a linha

horizontal do símbolo de rugosidade. A outra forma consiste em indicar o

tratamento sobre uma linha de chamada ligada à superfície à qual deve ser

aplicado o tratamento.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 90

Símbolos para direção das estrias

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 91

11 CONJUNTOS MECÂNICOS E VISTAS EXPLODIDAS

O objetivo deste assunto é mostrar a forma, as dimensões e a posição

com que as peças de uma máquina são fabricadas e montadas.

Desenho de conjunto

O desenho de conjunto, como o próprio nome indica, é a

representação de máquinas, equipamentos ou dispositivos com suas peças ou

componentes montados, mostrando a posição de cada um no conjunto.

Os desenhos de conjuntos podem ser representados em projeções

ortogonais ou em perspectivas. Veja o exemplo em fusíveis com segurança

Diazed.

Desenho de detalhes

São desenhos de peças isoladas dando uma descrição completa e

exata de cada componente da máquina, equipamento ou dispositivo.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 92

Desenho de vista explodida

É um desenho que mostra as peças ou componentes de máquinas ou

dispositivos, como se estivessem desmontados, porém fazendo

correspondência às posições de cada detalhe do conjunto.

Há várias maneiras de se identificar os detalhes para a montagem de

um conjunto. Veremos aqui as mais usuais.

a. Com a vista explodida temos detalhes das peças na posição de

funcionamento. O desenho de conjunto completa a representação da

montagem.

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 93

b. A representação de um subconjunto de equipamentos, por meio de uma

linha grossa, com seta na vista explodida, mostra-nos outros detalhes

não visíveis no conjunto.

c. Representação dos detalhes

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 94

d. Identificação dos detalhes por números e, junto ao desenho, uma

legenda indicando as posições, quantidades e denominações de cada

componente.

Motores Trifásicos Posição Quant. Denominação Posição Quant. Denominação

200 1 Conjunto rotor completo 640 4 Haste

300 1 Conjunto estator completo 671 1 Chaveta

330 1 Carcaça 704 4 Rebite

360 1 Tampa da caixa de ligação 751 1 Rolamento dianteiro

400 1 Tampa dianteira 752 1 Rolamento Traseiro

410 1 Tampa traseira 755 1 Arruela de pressão rolamento

500 1 Ventilador

603 8 Porca Hexagonal

611 2 Parafuso de fixação da tampa

da caixa de ligação 911 1 Placa de identificação

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Desenho Técnico ____________________________________________________________

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Curso Técnico de Mecânica 95

12-REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS DOZZI, Antonio e FRANCISCO, Daniel. Desenho técnico – teoria e

exercícios.

Equipe SENAI/MG/BH . Desenho técnico SENAI DN?MG, 1998.

MANFÉ, Giovanni et alii. Desenho técnico mecânico : curso completo. Editora Hemus, 1977, 3v.

PENTEADO, José de Arruda. Curso de desenho para curso de nível médio

SILVIO, F. A linguagem do desenho técnico. RJ [s.n.], 1984.

TELECURSO 2000. Leitura e interpretação de desenho técnico. [s.n.t.]

VENÍCIO, Marcos. Curso desenho técnico básico. SENAI/MG