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Elisângela Campos Rodrigues

Desenvolvendo autonomia nos

ESTUDOS A DISTÂNCIA

2009

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IESDE BRASIL S/A. Al. Dr. Carlos de Carvalho, 1.482. CEP: 80730-200 Batel – Curitiba – PR 0800 708 88 88 – www.iesde.com.br

Todos os direitos reservados.

© 2009 – IESDE BRASIL S/A. É proibida a reproduç ã o, mesmo parcial, por qua lque r processo, sem autorizaç ã o por escrito dos autores e do detentor dos direitos autorais.

Capa: IESDE BRASIL S/A.

Imagem da capa: chanpipat/Shutterstock

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTESINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

R612d

Rodrigues, Elisângela CamposDesenvolvendo autonomia nos estudos a distância. / Elisângela Campos Rodri-

gues. – Curitiba, PR: IESDE BRASIL S/A, 2009.76 p.

Inclui bibliografiaISBN 978-85-387-0423-2

1. Ensino a distância. 2. Autonomia. 3. Aprendizagem. 4. Estratégias de aprediza-gem. 5. Autodidatismo. 6. Método de estudo. 7. Autogerenciamento (Psicologia). 8. Desempenho. I. Inteligência Educacional e Sistemas de Ensino. II. Título.

09-3280 CDD: 658.5 CDU: 658.5

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Especialista em Comportamento Organizacional e Gestão de Pessoas pela Escola Superior Aberta do Brasil. Tecnóloga em Gestão de Pessoas pelo Centro Tecnoló-gico Faesa. Professora e consultora nas áreas de administração e gestão de pesso-as, design instrucional e tutora de cursos na modalidade EAD. Pesquisadora nas áreas de comportamento e gestão organizacional e educação a distância.

Elisângela Campos Rodrigues

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Sumário

A desa�ante educação: contextualizando a educação a distância ....................... 13

A educação a distância ............................................................................................................ 13

Os desa�os da educação a distância no Brasil ................................................................ 18

Modalidade a distância versus modelo presencial ........................................................ 20

A realidade do aprendiz .......................................................................................................... 21

Teorias e processos de aprendizagem: conhecendo e identi�cando maneiras de se aprender ....................................................... 29

O que é aprender ...................................................................................................................... 29

Como se aprende ...................................................................................................................... 30

A aprendizagem na EAD ......................................................................................................... 33

Estilos de aprendizagem......................................................................................................... 35

A autonomia............................................................................... 43

O aprendiz autônomo ............................................................................................................. 44

O comportamento do aprendiz ........................................................................................... 45

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Melhorando o desempenho nos estudos ....................... 49

Autoavaliação ............................................................................................................................. 50

Preferências de estudos e estratégias de aprendizagem ........................................... 58

Novo hábito ou novo aprendizado? ................................................................................... 68

Referências .................................................................................. 71

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Apresentação

O curso Desenvolvendo Autonomia nos Estudos a Distância é um projeto que acredita que por meio do autoconhecimento é possível desenvolver caracterís-ticas e habilidades importantes para o bom desempenho nos estudos. Na EAD, o aprendiz assume que é responsável por sua aprendizagem e seu desempenho nos estudos.

A autonomia é uma qualidade indispensável para os estudos a distância. Nossa proposta é apresentar a você a importância da autonomia nos estudos a distância e ajudá-lo a dar o primeiro passo nessa iniciativa.

A aprendizagem é o resultado do esforço e da dedicação do indivíduo!

E foi pensando na sua maneira de perceber, assimilar e interpretar as infor-mações, aplicando recursos simples e orientando sobre a necessidade de adotar uma nova atitude que criamos este material para que você, no �nal do curso, tenha reunido as competências necessárias para

� identi�car qualidades para o desenvolvimento da autonomia nos estudos;

� desenvolver competências que permitam gerenciar o aprendizado autônomo;

� de�nir estratégias que facilitem a aprendizagem autônoma;

� elaborar o seu plano de estudos personalizado.

Na primeira unidade, vamos conhecer um pouco da história, do contexto e dos desa�os da EAD. Nessa etapa, você será convidado a re�etir sobre a realidade do aprendiz nos dois modelos de ensino: presencial e a distância. Vai entender a in�uência da cultura do ensino presencial e se preparar para conhecer algumas teorias e estilos de aprendizagem, tema da segunda unidade do curso.

Nessa segunda etapa, você vai compreender conceitos relacionados à dimen-são da aprendizagem e, mais especi�camente, à aprendizagem a distância. Vai entender como se dá a aprendizagem, além de re�etir sobre os estilos de apren-dizagem e o seu próprio estilo.

Na terceira unidade, vai saber sobre a autonomia, identi�car qualidades para o desenvolvimento da autonomia nos estudos e discutir estratégias que facilitem a aprendizagem autônoma.

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E então já estará preparado para a mudança. Chegou o momento de colocar em prática tudo o que foi apresentado. Na última unidade, você é convidado a trabalhar com as suas competências para gerenciar o seu aprendizado pela cria-ção de um plano de estudos por você mesmo.

Desenvolver a autonomia tem sido um dos grandes desafios para a educação. Na Era da Informação e do Conhecimento, a aprendizagem e o bom desempenho nos estudos passaram a ser responsabilidade do próprio indivíduo.

E então?

Preparado para o desafio?

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O conhecimento deve permitir ao ser humano satisfazer suas necessidades, sejam

materiais, intelectuais ou espirituais.

Auguste Comte

Para criar o �o condutor do nosso curso, vamos destacar alguns fatores que marcaram a história e a evolução do ensino a distância. Além disso, vamos começar a entender como o aluno que estuda a distância está in-serido nesse contexto. No início, vamos apenas localizar e orientar a trilha a seguir.

Nosso curso tem uma estrutura baseada na colaboração, uma valiosa e essencial vantagem da educação a distância. Embora um plano de ação já tenha sido desenvolvido, não há como adotarmos uma receita pronta para desenvolver a autonomia nos estudos. Cada um encontra-se em uma dimensão muito particular para desenvolver essa habilidade. Daqui para frente, estaremos juntos para entender melhor como se dá esse processo. Então, vamos à proposta de hoje: o contexto da educação a distância.

A educação a distânciaNessa modalidade de ensino, a educação possui objetivos e preocu-

pações semelhantes à educação presencial. A educação a distância (EAD) tem como propósito promover o conhecimento, estimular o senso crítico, formar cidadãos, possibilitar o acesso à cultura – en�m, objetivos que se assemelham e percorrem as mesmas ideologias da educação presencial. No Brasil, além dos propósitos educacionais, a EAD é uma alternativa es-tratégica e e�caz que permite ultrapassar as barreiras geográ�cas e possi-bilita o acesso à educação.

Mas quando o assunto é educação a distância, diversas polêmicas são levantadas. Uma dessas questões é o fator distância. Há de se convir que distância é uma expressão um tanto relativa. Analisando o contraponto entre educação presencial e educação a distância, a única diferença está

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A desa�ante educação: contextualizando a educação a distância

no ambiente em que se desenvolve o processo de aprendizagem e alguns dos recursos utilizados.

Para �car mais claro, vamos limitar nossa re�exão ao caso do aprendiz. Nas circunstâncias que analisamos, a distância vai modi�car o ambiente de estudo e o modelo de interação. E como isso vai mudar? No caso do aluno que estuda a distância, o ambiente se de�ne a partir da sua preferência e da disponibilidade, e, claro, da metodologia e dos recursos utilizados no curso.

Preferência e disponibilidade: onde e quando se vai estudar?

Em casa ou na escola?

Qual o melhor horário para estudar hoje?

Jupi

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Metodologia e recursos: o que é necessário?

Preciso de conexão com a internet ou apenas um computador?

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A primeira ideia, quando falamos de distância, é a de uma não presencialida-de. Porém, quantas vezes já estivemos longe enquanto o professor ministrava uma aula presencial? Entende agora o porquê de se considerar a expressão a distância um tanto relativa? Sabemos aproveitar uma aula presencial?

Mas, a�nal, o que é presença? Ou melhor, que presença ideal seria essa?

As suposições contrárias à educação a distância alegam que o problema dessa modalidade é a falta de interação. Contudo, na prática da educação a distância, a necessidade de interação é uma constante. Diversas são as formas de interação.

Segundo Moore e Anderson (2003), os tipos de interação existentes na EAD são

� aluno-professor – para esclarecer dúvidas, o aluno entra em contato com o professor e o professor retorna os esclarecimentos ao aluno;

� aluno-aluno – por meio de interações virtuais (e-mail, chat e fórum) ou mesmo em encontros presenciais;

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� aluno-conteúdo – o aluno toma conhecimento do conteúdo a ser estuda-do por meio dos recursos midiáticos;

� professor-conteúdo – o professor elabora o conteúdo, apresenta dicas de estudo ou sugere bibliogra�a básica e complementar;

� professor-professor – professores, inclusive de áreas de conhecimento diferentes, discutem programas e planos de disciplina ou produzem um material didático em conjunto;

� conteúdo-conteúdo – diante de uma proposta interdisciplinar, os conteú-dos abordados se complementam (temos um exemplo de interdisciplina-ridade neste curso, pois o conteúdo que você vai estudar trabalha concei-tos relacionados à educação, à psicologia, à sociologia e à �loso�a).

De acordo com a metodologia de cada instituição, podem ser utilizados todos os tipos de interação ou parte deles, sem que isso prejudique a aprendizagem do aluno. A opção por determinado tipo de interação leva em conta a realidade do público que se pretende alcançar.

Retornando à discussão sobre a presencialidade, vamos pensar no tradicional modelo de ensino, imaginemos uma aula presencial. Quais fatores podem com-prometer a qualidade dessa aula com relação à presencialidade?

Diversos fatores podem comprometer uma aula: o cansaço, a distração e o método do professor são alguns deles. Assim, podemos concluir que a distância serve apenas para identi�car a separação geográ�co-temporal.

Mais que isso, a distância de�ne um cenário diferente do que ocorre no ensino presencial. Temos, como exemplo disso, a ausência física de um profes-sor, o estilo de comunicação e as formas de encontro. Essas são situações que, além de caracterizarem a EAD e – de certa maneira, causarem uma espécie de desconforto aos defensores do ensino presencial –, na verdade funcionam como estímulo à aprendizagem.

A metodologia da EAD estimula o aprendiz a lançar mão da sua autonomia para aprender, e aprender por conta própria, sem depender de alguém que lhe diga “agora estude isso, depois, faça aquilo”.

Outras características importantes no contexto da EAD são a �exibilidade, a portabilidade, a formação permanente e personalizada, o investimento �nan-ceiro (que para o estudante é inferior quando comparado ao ensino presencial),

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o incentivo e a valorização da capacidade de autoaprendizagem, favorecendo a formação de bons hábitos como planejamento, autonomia, responsabilidade, gerenciamento do tempo e tantos outros.

Uma realidade diferente do ensino presencial, concorda? Mas onde, como e quando tudo começou?

Há divergências sobre qual foi a primeira experiência em educação a distân-cia e qual a primeira instituição a implementar um programa da modalidade, contudo os autores são unânimes em reconhecer que a mais relevante das expe-riências iniciais foi a Open University da Inglaterra, criada no ano de 1969. Uma open university, uma universidade aberta, é uma instituição de ensino superior a distância.

Linha do tempo

Para conferir a linha do tempo da história da educação a distância e co-nhecer outros registros históricos importantes (inclusive no Brasil), acesse: <www.dipity.com/user/liscamposr/timeline/Historico_da_EAD>.

Basicamente, são três os principais momentos1 que marcam a evolução da EAD no mundo:

� escrita – entre os anos de 1850 e 1960, caracterizando-se pelos cursos por correspondência;

� teledifusão – a partir de 1970, quando surgiram as primeiras universidades abertas e os recursos utilizados para comunicação foram diversi�cados;

� tecnologia informática – a partir dos anos 1990, em uma fase bastante conhecida por nós e caracterizada pelo uso de computadores pessoais e da internet.

Com os avanços da tecnologia, dos sistemas de comunicação e de infor-mação, incorpora-se o conceito de tecnologia da informação e comunicação (TIC), que se caracteriza principalmente pela desterritorialização, a �uidez e a �exibilidade. A partir disso, parece não haver limites para o uso das tecnolo-gias na educação.

1 Em função das divergências entre os autores que tratam do assunto, é interessante saber que as datas utilizadas nesta anotação de leitura têm referência na dissertação de mestrado de Rosângela Schwarz Rodrigues (1998). Em suas pesquisas, você poderá encontrar variações que vão de dez a cinco anos para mais ou para menos.

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A internet no Brasil

Para conferir como a Internet chegou ao Brasil, e continua a crescer e se fortalecer, acesse:

� G1 – Tecnologia

<http://g1.globo.com/tecnologia/noticia/2014/09/mais-de-50-dos--brasileiros-estao-conectados-internet-diz-pnad.html>.

� Agência Brasil

<http://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2014-09/quase-metade-dos-domic%C3%ADlios-brasileiros-tem-computador>.

Os números da EAD no Brasil

Características institucionais Número de cursos EAD regulamen-tados totalmente a distância Total

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N NE CO SE SCiências Humanas (Educação, Artes etc.)

5 64 49 216 189 523

Ciências Sociais (Direito, Economia, Administração, etc.)

9 28 38 294 120 489

Engenharia (Civil, Elétrica, de Produção etc.)

1 2 3 24 16 46

Computação 4 6 4 20 17 51(Ciências Exatas (Matemática, Estatística etc.)

3 13 6 23 14 59

Ciências da Saúde (Medicina, Enfermagem etc.)

2 13 10 31 16 72

Ciências Agrárias 0 4 3 3 9 19Ciências Aplicadas e Tecnologia

1 2 5 29 38 75

Outras 7 41 17 54 63 182Não informado 7 4 6 163 76 256

Total 39 177 141 857 558 1.772

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Os desa�os da educação a distância no BrasilApesar do crescimento, ainda há preconceitos e resistências acerca da moda-

lidade a distância. Se voltarmos à linha do tempo para consultar os registros da EAD no Brasil, veremos que diversas iniciativas não obtiveram sucesso. Imagine que uma dessas experiências registrou índice de não aprovação igual a 77% do total de inscritos.

Porém, não há como responsabilizar o passado e restringir esses insucessos à EAD. A oposição que recheia muitos debates sobre a modalidade de ensino é fundamentada não apenas na história da EAD mas também na história da edu-cação no país.

Segundo Nunes (apud RODRIGUES, 1998), alguns dos problemas mais sig-ni�cativos que impediram o progresso e a massi�cação da modalidade EAD no Brasil estavam relacionados à organização de projetos, à descontinuidade dos programas, a programas pouco vinculados às reais necessidades do país e outros de ordem operacional e administrativa.

E há ainda outros fatores que impediram o progresso da EAD no país. Vejamos!

Mesmo com o facilitado acesso às novas tecnologias, a introdução de proje-tos voltados à informação e à comunicação ainda representa altos investimentos de implantação e de manutenção.

Outro problema é de ordem didática, representada pela educação tradicional e o seu modelo de dependência, a necessidade de presença física e do professor como centro do saber. A educação tradicional con�gurou uma cultura de trans-ferência e não uma cultura autônoma, de pesquisa e questionamentos fundados em conversas inteligentes.

Outras re�exões sobre a EAD abordam as diferenças entre disponibilizar co-nhecimento e formar pro�ssionais, o que vem norteando discussões sobre certi�-cação e diplomação. En�m, não faltam opiniões e debates. As discussões sobre os desa�os da EAD parecem seguir a mesma velocidade da evolução da tecnologia.

Entre os problemas mais signi�cativos que di�cultaram o progresso e a mas-si�cação da modalidade EAD no Brasil, identi�camos aqueles de ordem cultural, tecnológica e operacional. Contudo, hoje a preocupação e os maiores desa�os da EAD estão voltados às metodologias de ensino associadas às novas mídias, às avaliações de aprendizagem e às relações interpessoais.

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Essa realidade in�uencia não apenas os modelos educacionais mas também a mudança de comportamento – mudança essa que vai desde a sua própria ade-quação às novas tecnologias, passando pelo método de ensino e chegando à formação autônoma do aluno, re�etindo inclusive as novas exigências do mer-cado de trabalho, que passou a requerer pro�ssionais mais dinâmicos, multidis-ciplinares e proativos.

Desse modo, o professor passa a assumir na sociedade do conhecimento um papel diferente (facilitador da aprendizagem) e o aluno também se reveste de uma nova postura (aprendiz autônomo).

Modalidade a distância versus modelo presencial

A sociedade do conhecimento valoriza métodos de acesso e apropriação da informação, o aprendiz assume que é responsável por sua aprendizagem e seu desempenho no processo, desenvolve e valoriza a ação colaborativa, assume uma nova postura.

Neste curso, falaremos especialmente de uma qualidade indispensável para os estudos a distância – a autonomia:

[...] educar não é simplesmente fazer com que o aluno memorize uma sequência de informações; trata-se de fazer com que o aluno seja capaz de compreender conceitos a partir de vinculação dos mesmos com a realidade próxima e de reinterpretá-los. (TERESO apud SOUZA; SAITO, 2005)

Os autores não utilizaram a ideia citada com a intenção que pretendemos. Na situação, o que eles mencionam está associado à importância da qualidade e do direcionamento dado à produção didática. Mas vamos além dessa interpre-tação de modo quase atrevido: não apenas o material, os recursos audiovisuais e outras mídias – o aprendiz tem grande responsabilidade nisso também. Ele precisa compreender conceitos e reinterpretá-los segundo sua realidade mais próxima, lembrando que pode contar com a �gura do facilitador por meio da interação com ele e com os demais sujeitos envolvidos.

Desenvolver a autonomia não é tarefa fácil, ainda mais quando fortalecida pelo caráter imediatista da sociedade moderna. Claro que outros fatores estão inseridos nesse contexto – por exemplo, a nossa cultura educacional, que in-�uencia diretamente alguns tipos de comportamento. Para alcançar a autono-mia nos estudos, precisa ter persistência.

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O primeiro passo é buscar a resposta sobre o que necessita ser melhorado, conforme asseverou Joelma de Riz em grupo de discussão mantido pela Funda-ção de Assistência e Educação (Faesa), “Quando um estudante faz essa descober-ta, aprende com mais facilidade, porque sabe a razão pela qual é preciso apren-der. [...] No �nal das contas, as nossas atitudes valem mais que nossas palavras!”

É preciso

libertar a curiosidade, permitir que as pessoas assumam o encargo de seguir em novas direções ditadas por seus próprios interesses, desencadear o senso de pesquisa, abrir tudo à indagação e à análise, reconhecer que tudo se acha em um processo de mudança. [...] De tal contexto emergem verdadeiros estudantes, aprendizes reais, cientistas, eruditos e pro�ssionais com capacidade criadora. (ROGERS, 1978, p. 111)

Assim, busque reconhecer suas reais e verdadeiras necessidades e explore as suas dúvidas, os seus questionamentos. Se procurarmos entender por que algum estudante destaca-se mais que outros, vamos descobrir que o “segredo” (que não é tão secreto assim) está em assumir uma postura de pesquisa, de exploração.

A educação a distância cresce, isso é fato, e a tendência é que as pessoas se ajustem ao processo, umas mais rapidamente que outras. Com a EAD vai acon-tecer o mesmo que aconteceu com o uso dos computadores, as pessoas tiveram de se adaptar e aprender a utilizar, em um processo em que estavam conscientes do seu papel – o de aprender.

O conteúdo de qualidade, o ambiente dinâmico e o tutor preparado são ele-mentos muitíssimo importantes, mas é o aprendiz autônomo que fará a diferen-ça, sendo capaz de desnudar os mitos que ainda resistem na EAD.

A realidade do aprendizEmbora a EAD já tenha alguma história com a utilização de recursos como

correspondência, rádio e TV, ela ainda é jovem com relação à utilização das TICs. Durante muitos anos, a educação tradicional foi a principal maneira de educar e com ela incorporamos a ideia de que sem um professor não se aprende, sem a rotina da escola não se estuda. É uma questão cultural, que pode ser transforma-da à medida que mudamos o nosso comportamento.

As TICs ganharam espaço e são utilizadas como recursos auxiliares para a educação, já que a in�nidade de possibilidades e recursos que proporcionam causa nas pessoas uma enorme admiração, um frenesi diante daquela novi-dade e do que ela pode oferecer. Contudo, de uns tempos para cá, quando a

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questão da tecnologia já não é tão surpreendente, os desa�os da educação a distância tomaram a vez e passaram a concentrar discursos sobre os aspectos psicossociais da autoaprendizagem e das condições para alcançá-la no am-biente virtual.

Embora a tecnologia já esteja bastante inserida no cotidiano e não surpreenda tanto quanto antes, o aprendiz ocupa um espaço na realidade ainda transitório da educação a distância ainda transitória. Muitos ainda incorporam as práticas da edu-cação tradicional e não se adaptam à realidade da EAD. Marc Prensky (2001) introdu-ziu os conceitos de nativos e de imigrantes digitais. O primeiro refere-se àquelas pes-soas que desde pequenas já mantêm contato com as novas tecnologias e o segundo refere-se àquelas que incorporaram ou ainda vivem esse processo no meio digital.

Prensky elaborou esses conceitos com base na inserção das novas tecnolo-gias e dos novos hábitos de sobrevivência no mundo digital. É possível aplicar os conceitos de Prensky à educação a distância, ou seja, de�nir aprendizes nativos e imigrantes, um que já desenvolveu habilidades e competências para estudar a distância e o outro que ainda está em adaptação.

Na EAD, a realidade do aprendiz exige re�exões para entender as maneiras de se promover e valorizar a capacidade de autoaprendizagem e disciplina, como se automotivar, como estabelecer relações entre aquilo que se aprende e aquilo que se vive, como aproveitar melhor o tempo, como trabalhar as resistências pessoais, superar preconceitos e tantas outras particularidades.

On-line

Em 1981, o Western Behavioral Sciences Institute (WBSI) criou a School of Management and Strategic Studies (SMSS) e essa escola empregou, pela primeira vez no mundo, um programa de educação a distância on-line.

Para pensarDurante dois anos, o programa on-line da WBSI reuniu executivos de 26

países. A cada seis meses, uma reunião presencial era realizada.

A seguir, apresentamos algumas características do curso e da metodologia aplicada.

� Discussões temáticas mensais por e-mail.

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� Abordagem de assuntos como globalismo e interdependência; corpora-ções e governo; tecnologia e gestão da mudança; meio ambiente, capital e produtividade; organização e recursos humanos; gestão, �loso�a e ética.

� Comentários intercalados, modelo assíncrono (isto é, modelo sem sincro-nia, sem intervalos regulares).

� A participação dos membros acontecia em casa ou no escritório.

Além disso, não havia relato de experiências anteriores; não se sabia em que periodicidade atender ao aluno, nem como atendê-lo; não havia previsão de posturas e comportamentos dos membros (desistência, desinteresse, silêncio ou insatisfação); não havia recursos como os que temos hoje (conexão rápida, ferramentas dinâmicas, imagens dinâmicas, MP4 etc.), a aprendizagem funda-mentava-se puramente nas discussões.

Conclusão: mesmo em uma experiência inédita, a escola não somente de-monstrou ter atingido os objetivos educacionais como também criou uma co-munidade, uma rede de comunicação. Conseguiu reunir resultados e impressões dos participantes em relatos de experiências de aprendizagem de alto nível, e também identi�cou alto nível de satisfação entre os membros, o que justi�ca o aumento no número de participantes: novas turmas tiveram de ser formadas e a procura foi tanta que por �m a experiência durou dez anos.

Conhecendo parte da experiência da WBSI e um pouco mais da história da educação a distância, o que você, aprendiz, considera necessário para o seu aproveitamento nos estudos? Existe algo que precisa ser melhorado? No seu ambiente de curso a distância, existe algo que você considera um desa�o a su-perar? Qual é o seu desa�o na EAD?

Texto complementar

A sociedade da aprendizagem e o desa�o de converter informação em conhecimento

(POZO, 2009)

Nossa sociedade vive momentos paradoxais do ponto de vista da aprendi-zagem. Por um lado, há cada vez mais pessoas com di�culdades para apren-

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der aquilo que a sociedade exige delas, o que, em termos educacionais, cos-tuma ser interpretado como um crescente fracasso escolar. [...] Quem nunca se deparou com estatísticas preocupantes sobre os baixos índices de leitura e de aprendizagem dos alunos? Contudo, [...] o tempo dedicado a aprender estende-se [...] na história pessoal e social, ampliando a educação obrigató-ria, impondo uma aprendizagem ao longo de toda a vida [...].

Nunca houve tantas pessoas aprendendo tantas coisas ao mesmo tempo como em nossa sociedade atual. De fato, podemos concebê-la como uma sociedade da aprendizagem, uma sociedade na qual aprender constitui não apenas uma exigência social crescente [...]. Além disso, essas demandas cres-centes de aprendizagem produzem-se no contexto de uma suposta socie-dade do conhecimento, que não apenas exige que mais pessoas aprendam cada vez mais coisas, mas que as aprendam de outra maneira, no âmbito de uma nova cultura da aprendizagem, de uma nova forma de conceber e gerir o conhecimento, seja da perspectiva cognitiva ou social.

A nova cultura da aprendizagem: da informação ao conhecimento[...] conhecer as características que de�nem essas novas formas de apren-

der é não apenas um requisito para podermos adaptar-nos a elas, crian-do novos espaços instrucionais que respondam a essas demandas, como também uma exigência para podermos desenvolvê-las, aprofundá-las e, em última análise, através delas, ajudar a transformar essa sociedade do conhe-cimento, da qual supostamente fazemos parte. Se realmente acreditamos que é possível um outro mundo – e temos de acreditar nisso para desejá-lo – é preciso investir no conhecimento e, seguramente, na aprendizagem.

Enquanto a imprensa tornou possíveis novas formas de ler, as quais, sem dúvida, mudaram a cultura da aprendizagem, as tecnologias da informação estão criando novas formas de distribuir socialmente o conhecimento, que estamos apenas começando a vislumbrar, mas que, seguramente, tornam necessárias novas formas de alfabetização (literária, grá�ca, informática, cientí�ca etc.). Elas estão criando uma nova cultura da aprendizagem [...] Hoje, qualquer pessoa informaticamente alfabetizada pode criar sua própria página web e divulgar suas ideias [...].

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No entanto, para desvendar esse conhecimento, [...] exigem-se maiores capacidades ou competências cognitivas dos leitores dessas novas fontes de informação, cujo principal veículo continua sendo a palavra escrita, embora não seja mais impressa. Mas – aviso aos navegantes! – não se trata apenas de aprender a navegar pela internet para não “naufragar” de vez; é preciso considerar também que a construção do próprio olhar ou da leitura crítica de uma informação tão desorganizada e difusa requer do leitor ou do nave-gante novas competências cognitivas.

Graças a essas novas tecnologias da informação, a escola, em nossa socie-dade, já não é a primeira fonte de conhecimento para os alunos e, às vezes, nem mesmo a principal, em muitos âmbitos. [...] a escola já não pode propor-cionar toda a informação relevante, porque esta é muito mais volátil e �exível [...], o que se pode fazer é formar os alunos para terem acesso e darem sen-tido à informação, proporcionando-lhes capacidades de aprendizagem que lhes permitam uma assimilação crítica da informação. Formar cidadãos para uma sociedade aberta e democrática, [...] e, mais ainda, formá-los para abrir e democratizar a sociedade requer dotá-los de capacidades de aprendizagem, de modos de pensamento que lhes permitam utilizar estrategicamente a in-formação que recebem, para que possam converter essa informação – que �ui de maneira caótica em muitos espaços sociais – em conhecimento ver-dadeiro, em um saber ordenado. [...]

Como consequência dessa multiplicação informativa, [...] experimenta-mos uma crescente incerteza intelectual e pessoal. [...] Vivemos na era da incerteza, na qual, mais do que aprender verdades estabelecidas e indiscu-tíveis, é necessário aprender a conviver com a diversidade de perspectivas, [...] com a existência de múltiplas interpretações de toda informação, para construir, a partir delas, o próprio juízo ou ponto de vista. [...] Não cabe mais à educação proporcionar aos alunos conhecimentos como se fossem verda-des acabadas; ao contrário, ela deve ajudá-los a construir seu próprio ponto de vista, sua verdade particular a partir de tantas verdades parciais. [...]

[...] No ritmo da mudança tecnológica e cientí�ca em que vivemos, nin-guém pode prever quais os conhecimentos especí�cos que os cidadãos pre-cisarão dominar dentro de 10 ou 15 anos para poder enfrentar as demandas sociais que lhes sejam colocadas. O sistema educacional não pode formar especi�camente para cada uma dessas necessidades; porém, pode formar os futuros cidadãos para que sejam aprendizes mais �exíveis, e�cazes e au-

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tônomos, dotando-os de estratégias de aprendizagem adequadas, fazen-do deles pessoas capazes de enfrentar novas e imprevisíveis demandas de aprendizagem.

O ensino de novas competências para a gestão do conhecimentoUma das metas essenciais da educação, [...] seria, portanto, fomentar nos

alunos capacidades de gestão do conhecimento ou [...] gestão metacogniti-va [...], esse é o único meio de ajudá-los a enfrentar as tarefas e os desa�os que os aguardam na sociedade do conhecimento. Além de muitas outras competências interpessoais, afetivas e sociais [...] a nova cultura da aprendi-zagem requer [...]

� competências para a aquisição de informação;

� competências para a interpretação da informação;

� competências para a análise da informação;

� competências para a compreensão da informação;

� competências para a comunicação da informação.

[...] Por isso, a nova cultura da aprendizagem exige um novo per�l de aluno e de professor, exige novas funções discentes e docentes, as quais só se tornarão possíveis se houver uma mudança de mentalidade, uma mudan-ça nas concepções profundamente arraigadas de uns e de outros sobre a aprendizagem e o ensino para encarar essa nova cultura da aprendizagem.

[...] Nesse sentido, o valor crescente do conhecimento, assim como sua gestão social em nossa sociedade, deveria revalorizar a importância dos processos de aprendizagem ou de aquisição de conhecimento, já que cons-tituem uma das ferramentas mais poderosas para essas novas formas de gestão social do conhecimento. [...] Em suma, na sociedade da aprendiza-gem, converter esses sistemas culturais de representação em instrumentos de conhecimento – fazer um uso epistêmico deles – requer apropriar-se de novas formas de aprender e de relacionar-se com o conhecimento. Esse é um dos maiores desa�os a ser enfrentados por nossos sistemas educacionais nas próximas décadas.

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Dica de estudoAcompanhe as informações sobre o crescimento da Educação a Distância no

Brasil no Censo 2013 da ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância).

Dados nacionais organizados por diferentes categorias, quanto aos seguintes aspectos:

� instituições;

� metodologias;

� tecnologias;

� cursos;

� expansão geográ�ca etc.

Acesse: <www.abed.org.br/censoead2013/ CENSO_EAD_2013_PORTUGUES.pdf>.